pnpot - sumÁrio [dgotdu - 2007]

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  • 7/29/2019 PNPOT - SUMRIO [DGOTDU - 2007]

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    MINISTRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO DO TERRITRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

    SECR ETARIA DE ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERR ITRIO E DAS CIDADESDIRECO-GERAL DO ORDENAMENTO DO TERRITORIO E DESENVOLVIMENTO URBANO

    Programa Nacional da Poltica de

    Ordename nto do Territrio

    PNPOT

    SumrioJ aneiro 2007

    TERRITRIO

    PORTUGAL

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    Ficha Tcnica

    Elaborado por:

    Gabinete do SEOTC

    DGOTDU

    Editado por:

    DGOTDU, Janeiro de 2007

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    MINISTRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO DO TERRITRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

    SECR ETARIA DE ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERR ITRIO E DAS CIDADESDIRECO-GERAL DO ORDENAMENTO DO TERRITORIO E DESENVOLVIMENTO URBANO

    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 1/38

    NDICE

    PREMBULO 3

    1. APRESENTAO 5

    2. RELATRIO

    INTRODUO 6

    PORTUGAL NO MUNDO 9

    ORGANIZAO, TENDNCIAS E DESEMPENHO DO TERRITRIO 13

    REGIES: CONTEXTO E ORIENTAES ESTRATGICAS 13

    PORTUGAL 2025: ESTRATGIA E MODELO TERRITORIAL 15

    3. PROGRAMA DE ACO

    PROGRAMA DAS POLTICAS 26

    DIRECTRIZES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTOTERRITORIAL 32

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 3/38

    PREMBULO

    O Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio (PNPOT) o instrumentode desenvolvimento territorial de natureza estratgica que estabelece as grandes opes comrelevncia para a organizao do territrio nacional, consubstancia o quadro de referncia aconsiderar na elaborao dos demais instrumentos de gesto territorial e constitui uminstrumento de cooperao com os demais Estados membros para a organizao doterritrio da Unio Europeia.

    Em 28 de Dezembro de 2006, o Governo aprovou a proposta de Lei que aprova o PNPOT. Aapresentao desta proposta Assembleia da Repblica, nos termos da alnea d) do artigo 197

    da Constituio, representa o culminar de um longo processo de elaborao e constitui umpasso decisivo para se concluir o edifcio normativo de enquadramento das diversas polticassectoriais com incidncia territorial e de todos os instrumentos de gesto territorial dembito nacional, regional e municipal.

    Em Abril de 2002, o XIV Governo Constitucional determinou a elaborao do PNPOT,estabelecendo os seus objectivos e orientaes estratgicas, bem como o sistema deacompanhamento da sua elaborao, a qual foi cometida Direco-Geral do Ordenamentodo Territrio e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU). Para o efeito, foi criada uma equipade projecto de apoio elaborao do PNPOT, designada por Gabinete do PNPOT (GPNPOT),a funcionar no mbito da DGOTDU.

    fase de elaborao e acompanhamento da proposta tcnica de PNPOT, que foi concludaformalmente em Abril de 2005, seguiu-se um longo perodo de concertao com as entidadespblicas e da sociedade civil que integraram a comisso consultiva e que, no mbito damesma, discordaram formalmente da proposta apresentada pelo GPNPOT.

    A Resoluo do Conselho de Ministros n. 41/2006, de 27 de Abril, aprovou, para efeitos dediscusso pblica, a proposta tcnica do PNPOT, bem como determinou que se procedesse abertura do perodo de discusso pblica da proposta, o qual decorreu entre 17 de Maio e 31de Outubro de 2006, tendo havido uma forte participao da sociedade civil, que muitocontribuiu para o enriquecimento da proposta submetida a discusso pblica.

    Simultaneamente e em cumprimento do procedimento legal previsto no Decreto-Lei

    n. 380/99, de 22 de Setembro, foi promovida a consulta de seis instituies universitrias, asquais emitiram parecer.

    A proposta de PNPOT que integra a Proposta de Lei constituda por um Relatrio e umPrograma de Aco e consubstancia a ponderao dos resultados da discusso pblica que oGoverno efectuou, com o envolvimento e consulta dos rgos prprios das RegiesAutnomas.

    O presente Sumrio sintetiza o contedo do PNPOT e consiste numa seleco de algunsexcertos mais relevantes dos respectivos Relatrio e Programa de Aco.

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 5/38

    1. APRESENTAO

    O PNPOT constitudo por dois documentos, o Relatrio e o Programa de Aco.

    RELATRIO

    0. INTRODUO1. PORTUGAL NO MUNDO2. ORGANIZAO, TENDNCIAS E DESEMPENHO DO TERRITRIO3. REGIES: CONTEXTO E OPES ESTRATGICAS

    4. PORTUGAL 2025: ESTRATGIA E MODELO TERRITORIAL

    PROGRAMA DE ACO

    0. INTRODUO1. ORIENTAES GERAIS2. PROGRAMA DAS POLTICAS3. DIRECTRIZES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTO TERRITORIAL

    O Relatrio descreve o enquadramento do pas no contexto ibrico, europeu e mundial,

    procede caracterizao das condicionantes, problemas, tendncias e cenrios dedesenvolvimento territorial de Portugal, identificando os 24 principais problemas para oordenamento do territrio, que fundamentam as opes e as prioridades da interveno emmatria de ordenamento do territrio, e procede ao diagnstico das vrias regies,fornecendo opes estratgicas territoriais para as mesmas e estabelecendo um modelo deorganizao espacial.

    O Programa de Aco concretiza a estratgia de ordenamento, desenvolvimento e coesoterritorial do pas, em coerncia com outros instrumentos estratgicos, atravs da definiode orientaes gerais, de um conjunto articulado de objectivos estratgicos, que sedesenvolvem atravs de objectivos especficos e de medidas prioritrias, e define as

    directrizes para a coordenao da gesto territorial.Nos pontos seguintes, apresenta-se um Sumrio dos contedos, respectivamente, doRelatrio e do Programa de Aco do PNPOT.

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    2. RELATRIO

    INTRODUO

    Um pas mais ordenado

    Portugal enfrenta srios problemas de desordenamento do territrio. Durante dcadas, porinsuficincias de coordenao e de aco colectiva, revelou-se incapaz de gerir asconsequncias negativas de muitas das mudanas econmicas, sociais e demogrficas queocorreram no pas, como a emigrao e a urbanizao. A inverso desta trajectria e a

    progressiva correco das suas consequncias, para que Portugal possa vir a ser um pas maisordenado, exige uma mudana de percepo e de atitude.

    Um pas bem ordenado pressupe, antes de mais, a interiorizao de uma cultura baseada nacompreenso do valor inestimvel do ordenamento do territrio como suporte da qualidade devida, da competitividade e da atractividade do pas.

    O bom ordenamento do territrio passa tambm pela melhor insero da sociedade e daeconomia portuguesas no Mundo e em particular na Europa: fundamental definir, afirmar econsolidar a posio de Portugal nesses contextos e, a partir da, organizar os territrios deforma adequada ao bom desempenho daqueles papis. Um pas bem ordenado tem tambmmais capacidade para se integrar duradouramente nas escalas espaciais mais alargadas.

    O ordenamento do territrio em Portugal

    Portugal tem, como muitos pases herdeiros do Imprio Romano, uma longa tradio deordenamento do territrio. Do sculo XII ao sculo XV, observou-se uma permanentepreocupao com o povoamento e com o ordenamento do territrio, da escala nacional local. D. Dinis a referncia maior e um exemplo, a enaltecer, de como se deve proceder nobom arranjo dos campos e das cidades, desde as areias do litoral s terras despovoadas defronteira.

    O sector agrrio e, em particular, o sector florestal possuem um longo saber acumulado em

    processos formais de planeamento no mbito do ordenamento dos espaos rurais, com umaviso concreta da organizao do territrio, tanto escala local e sub-regional como regional enacional. Alguns marcos devem ser relembrados: o Plano de Ordenamento da Mata Nacionalda Machada (1864), que constituiu o primeiro plano de ordenamento de uma propriedadeflorestal com recurso a mtodos cientificamente fundamentados; o Projecto Geral daArborizao dos Areais Mveis de Portugal (1897), que modificou radicalmente a paisagemem vastas extenses do Litoral, de Caminha a Vila Real de Santo Antnio; o Plano dePovoamento Florestal (1938), que orientou a interveno em mais de 500 000 ha com fins deproteco do solo e da gua, de produo florestal e silvopastoril, de infra-estruturao doterritrio e de conservao da natureza; o Plano de Fomento Agrrio (1949), que props oordenamento racional e integrado do conjunto dos espaos rurais baseado na avaliao do

    potencial agrrio das vrias regies do pas e recorrendo a conceitos e metodologias gerais

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    notveis pela sua clareza e sentido prtico; o Plano Director do Parque Nacional da

    Peneda-Gers (1973), que constituiu o primeiro instrumento de ordenamento de uma reaprotegida.

    Em 1970, elaborado o primeiro Relatrio do Ordenamento do Territrio, que privilegia odesenvolvimento econmico e social, ainda sem abranger as questes ambientais. A redeurbana, as redes de infra-estruturas e o crescimento econmico dos sectores maisprometedores representavam as principais determinantes. Os efeitos do xodo rural, iniciadonos anos 50 e explosivo nos anos 60, comeavam a ser percepcionados: o abandono doscampos, das aldeias e das vilas, e o crescimento de extensas manchas suburbanas, sobretudona rea de Lisboa, sem obedecerem a qualquer plano de ordenamento ou contrariandototalmente as normativas em vigor.

    Foi, justamente, a conscincia do caos que se instalava nas reas urbanas que levou primeiradefinio de uma Poltica de Solos (Decreto-Lei n 576/70, de 24 de Novembro). Nasequncia da implantao do regime democrtico, misturam-se os anseios de crescimentoeconmico e de prosperidade social com o desejo de melhor ordenamento do territrio. neste contexto que a poltica de solos sofreu uma alterao, atravs do Decreto-Lei n 794/76,de 5 de Novembro, visando a melhoria do ordenamento do territrio ao nvel local e regional.De entre as vrias medidas, devem destacar-se a criao de reas de defesa e controleurbanos (art. 14.), bem como de reas de recuperao e reconverso urbanstica (art. 41.).

    A poltica de ordenamento do territrio no disps at finais dos anos 1990 de uminstrumento legal integrador. Em 1982 so institudos os Planos Directores Municipais (PDM)

    (Decreto-Lei n 208/82, de 26 de Maio); no ano seguinte criam-se os Planos Regionais deOrdenamento do Territrio (PROT) (Decreto-Lei n 338/83, de 20 de Julho); em 1990 h umaprimeira tentativa de integrar vrias figuras de planos de ordenamento do territrio(Decreto-Lei n 69/90, de 2 de Maro); em 1993 so criados os Planos Especiais deOrdenamento do Territrio (PEOT), que deveriam ser articulados com outros instrumentos deordenamento do territrio (Decreto-Lei n 151/95, de 24 de Junho).

    Em 1998, atravs da Lei n 48/98, de 11 de Agosto, o Pas passa a dispor de uma Lei de Basesda Poltica de Ordenamento do Territrio e de Urbanismo, que define globalmente osobjectivos e princpios desta poltica e estabelece o conjunto coerente e articulado dosInstrumentos de Gesto Territorial (IGT), de mbito nacional, regional e local e constitui o

    sistema de gesto territorial (SGT).

    O Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio

    Desenvolvendo as orientaes da Lei de Bases, o Decreto-Lei n 380/99, de 22 de Setembro(alterado pelo Decreto-Lei n 310/2003, de 10 de Dezembro), precisa e aprofunda osconceitos, objectivos e contedos dos vrios IGT e o respectivo regime de coordenao. Noquadro deste regime jurdico, o Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio(PNPOT) o instrumento estratgico que enquadra todos os demais IGT, visando:

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 8/38

    a) Definir o quadro unitrio para o desenvolvimento territorial integrado, harmonioso e

    sustentvel do Pas, tendo em conta a identidade prpria das suas diversas parcelas e asua insero no espao da Unio Europeia;

    b) Garantir a coeso territorial do Pas, atenuando as assimetrias regionais e garantindo aigualdade de oportunidades;

    c) Estabelecer a traduo espacial das estratgias de desenvolvimento econmico e social;

    d) Articular as polticas sectoriais com incidncia na organizao do territrio.

    O PNPOT constitui o guia orientador do sistema de gesto territorial e da poltica deordenamento do territrio, e tambm um instrumento chave de articulao desta poltica coma poltica de desenvolvimento econmico e social, em coerncia com a Estratgia Nacional

    de Desenvolvimento Sustentvel (ENDS) e com as diversas intervenes com incidnciaterritorial, designadamente as consideradas no Quadro de Referncia Estratgico Nacionalpara o prximo perodo de programao financeira comunitria (QREN 2007-2013).

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    PORTUGAL NO MUNDO

    Desenvolvimento humano e competitividade econmica internacional

    Ao nvel mundial, num conjunto de 177 pases, Portugal ocupa, relativamente a indicadoresde desenvolvimento, posies que variam entre o 20 e o 40 lugar. Em 2002 ocupava a 26posio no ranking do ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), uma posio central nogrupo de 55 pases com IDH elevado. A posio relativa de Portugal um pouco melhorem termos de IDH (26) do que em termos de PIB per capita avaliado em paridade de poderde compra (32).

    A forte desacelerao do crescimento econmico e, em particular, das exportaes

    portuguesas que se tem verificado nos ltimos anos explica-se em parte pela perda deflexibilidade competitiva decorrente do desaparecimento da poltica cambial nacional, emvirtude da passagem ao regime econmico da UEM, e da insuficincia de outros instrumentosde incentivo produo de bens transaccionveis. Mas a perda de competitividade externa daeconomia portuguesa dever-se- tambm, em parte, s insuficincias estruturais do seu padrode especializao produtiva e dos factores que a suportam, num contexto global que, por sercada vez mais exigente, as reala.

    Assim, Portugal aparece cercado por um conjunto de pases asiticos, dinmicos ecompetitivos, pelos pases da Europa Central, integrados ou a integrar na Unio Europeia, poralguns pases do Mediterrneo e, tambm, por diversas regies espanholas, que competem em

    domnios afins da especializao e das estratgias preferenciais portuguesas dedesenvolvimento econmico.

    Especificidade e afirmao de Portugal no Mundo

    A partir do final dos anos 50 do sculo XX, as relaes externas de Portugal recentraram-seprogressivamente no espao europeu: primeiro, com um processo de abertura e integraoeconmica real, cujo marco inicial foi a adeso EFTA, em 1960, e que se desenvolveuimpetuosamente na dcada e meia seguinte, um perodo de ouro de crescimento econmico escala global e, em particular, na Europa ocidental; segundo, nesse mesmo perodo e porrazes parcialmente correlacionadas, atravs da participao dos trabalhadores portugueses

    nos enormes fluxos de emigrao que se processaram do sul para o norte europeu, tendo comodestino fundamental a Frana e os restantes estados fundadores da CEE, com excepo daItlia; terceiro, merc do processo de democratizao e descolonizao que se seguiu Revoluo de Abril de 1974; quarto, e finalmente, em 1986, pela plena integrao na entoComunidade Europeia, a 12, a qual entretanto evoluiu para uma Unio Europeia com 25Estados-membros (EM), merc de dois novos alargamentos, respectivamente, em 1995, de 12para 15 EM e, em 2004, de 15 para 25 EM.

    Esta sequncia de acontecimentos alterou o posicionamento geo-estratgico de Portugal e, dealgum modo, a sua prpria identidade como Estado. O territrio terrestre nacional, depois dosmais de cinco sculos que se seguiram expanso ultramarina, reconduziu-se ao espao

    europeu ao confinar-se ao continente e aos arquiplagos atlnticos dos Aores e da Madeira.

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 10/38

    Devido sua localizao especfica e ao desenvolvimento, ao longo dos sculos, de laos

    econmicos, polticos e culturais com outros pases e regies dos cinco continentes, Portugaldetm uma localizao privilegiada no Atlntico Norte enquanto espao de charneira entre aEuropa, a frica e as Amricas, bem como entre o Atlntico e o Mediterrneo. Assim, aafirmao de Portugal no Mundo poder reforar-se, atravs da valorizao de um conjuntode vectores complementares e potenciadores da sua integrao europeia, atlntica e ibrica, deque destacamos:

    a) A atlanticidade do pas;

    b) A lusofonia;

    c) A dispora portuguesa.

    A atlanticidade de Portugal: histria e continuidade

    A afirmao de Portugal como pas autnomo s foi possvel pelas oportunidades resultantesda sua posio atlntica. A continuidade de polticas centradas nas valncias que a posioatlntica forneceu dever ser consolidada e aprofundada com a implementao da EstratgiaNacional para o Mar.

    A instituio das Regies Autnomas dos Aores e da Madeira permitiu, para alm dodesenvolvimento especfico dos seus territrios, uma melhor afirmao do espao atlnticonacional, reforando a valia estratgica dos arquiplagos como vertente da dimenso atlntica

    da economia portuguesa e lugar privilegiado nas relaes inter-continentais Europa EstadosUnidos da Amrica, cujo alcance est para alm dos acordos sobre a utilizao da base dasLages (Terceira). Com efeito, Portugal dispe assim de vantagens especficas acrescidas nooceano Atlntico, que lhe permitem desempenhar um papel relevante nos circuitos dedistribuio da informao, dos servios e das mercadorias.

    O estatuto de regies ultra-perifricas dos arquiplagos portugueses, formalizado pelo n. 2 doartigo 229 do tratado de Amesterdo, potencia o alargamento da base territorial da UnioEuropeia havendo margens de cooperao ainda no totalmente aproveitadas pelas regiescom este estatuto, sobretudo as que mantm uma relao de maior proximidade.

    A lusofonia: um espao de aprofundamento cultural, econmico, social e polticoAssociado atlanticidade, embora nela no se esgotando, o espao da lusofonia no spermite e impulsiona a vocao atlntica de Portugal como obriga a que esse espao sejaapreciado enquanto vector estratgico das polticas nacionais de ordenamento do territrio.

    Do espao da lusofonia fazem tambm parte o conjunto dos espaos das disporas lusfonas,hoje ainda dominados pelas comunidades portuguesas residentes em todos os continentes masconfrontando-se j com a emergncia de outras comunidades, como a caboverdiana, abrasileira ou mesmo a de outros pases, da Guin-Bissau a Timor.

    Para alm das dimenses cultural e poltica, importante fomentar as dimenses econmicas

    e sociais desses espaos lusfonos, Estes podero constituir, por um lado, o locusprivilegiado

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 11/38

    para afirmar as produes dos pases constituintes e, por outro, espaos de movimentos

    migratrios complementares, programados de modo a responder aos problemas de cada pas,e de estratgias cruzadas de investimentos produtivos.

    A dispora portuguesa: um factor de mobilidade e interaco

    A dispora portuguesa, o Portugal da emigrao, representa tambm uma extensofundamental do Pas, decisiva em diferentes perodos histricos, para a sua viabilizaoenquanto entidade poltica autnoma no panorama das naes.

    As remessas dos emigrantes, embora em trajectria acentuadamente descendente, do aindaum contributo significativo para aumentar o rendimento disponvel das famlias e para

    equilibrar a balana de transaces correntes, amortecendo parcialmente os efeitos dos dficesestruturais da balana de mercadorias no endividamento da economia portuguesa.

    Portugal na Unio Europeia

    No conjunto dos 25 estados da Unio Europeia, Portugal pertence ao grupo dos pases demdia dimenso, tanto em superfcie como em populao (2,3% da UE). Na dimensoeconmica ocupa uma posio inferior, representando apenas 1,4 % do PIB da UnioEuropeia. Apesar do pior desempenho dos anos mais recentes, Portugal recuperou, desde1986, relativamente ao desenvolvimento mdio da UE: de 55% do PIB per capita em 1986para 67,9% em 2004, tendo atingido a melhor posio em 2002 (70,9%).

    O alargamento a leste colocou Portugal numa posio mais perifrica no mbito europeu, maspoder, por outro lado, contribuir para valorizar as suas especificidades e posio estratgica,enquanto espao de charneira entre a Europa e outros continentes:

    i) Pela sua posio geogrfica e pelo desenvolvimento da fachada litoral, nomeadamenteno que se refere concentrao de pessoas, actividades e infra-estruturas, Portugalpoder constituir uma importante frente atlntica da Unio Europeia;

    ii) Associado a esta questo, mas ultrapassando-a, est o contributo portugus para oreforo, em complementaridade com a Espanha, das ligaes Amrica Latina e dasparcerias com o Norte de frica, de grande importncia estratgica para a Europa. No

    contexto de uma Europa alargada para norte e para leste, a centralidade da PennsulaIbrica ganha mais peso numa perspectiva de espao-charneira, tanto relativamente aoMediterrneo, como ao Atlntico, em particular Amrica Latina;

    iii) A componente insular de Portugal, projectando-se no Oceano Atlntico atravs dasRegies Autnomas dos Aores e da Madeira, confere Unio Europeia umadimenso estratgica martima. No s alarga o espao dos recursos martimos quedecorre da expresso da Zona Econmica Exclusiva (ZEE), como confere umainfluncia acrescida sobre os recursos ocenicos e as rotas martimas atlnticas.

    Pela histria, pela cultura e por opo poltica, mas tambm pela disperso das comunidadesportuguesas no seio da UE, Portugal possui uma marcada dimenso europeia e umsignificativo potencial contributivo para reforar o projecto europeu. Todavia, o Pas continua

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 12/38

    a evidenciar um conjunto de fragilidades que dificultam o aproveitamento integral das

    vantagens proporcionadas pela participao na Unio Europeia.

    Portugal na Pennsula Ibrica

    No contexto da Europa e do Mundo, a Pennsula Ibrica um espao dotado de umaassinalvel unidade e individualidade, englobando duas componentes estruturais maiores: oncleo continental, a Meseta, e as fachadas (orlas) martimas. A estas h que juntar adimenso insular, de grande valor estratgico, tanto no Atlntico (Canrias, Madeira eAores) como no Mediterrneo (Baleares).

    A adeso simultnea de Portugal e de Espanha s Comunidades Europeias, em 1986, deu

    maior coerncia ao espao peninsular e maior coeso ao espao europeu. A fronteira luso-espanhola a mais estvel, antiga e extensa da Unio Europeia e tambm um dos territrioscom nveis de desenvolvimento mais dbeis. O efeito de barreira da descontinuidade geradapela fronteira poltica dificulta a articulao destes territrios com os grandes centros deambos os pases. Nos ltimos cinco anos, as diferentes geraes dos programas de cooperaotransfronteiria desempenharam um papel chave na inverso dessa tendncia ao funcionaremcomo catalisador do esprito de cooperao e veculo de desenvolvimento e ordenamentodeste territrio.

    A Espanha representa para Portugal um espao de afirmao de ofertas competitivas de bens eservios, proporcionando a escala necessria para muitas empresas se internacionalizarem e

    abrindo um potencial de cooperao na conquista conjunta de mercados extra-peninsulares,tanto da Unio Europeia como de pases terceiros.

    O perfil estratgico da cooperao em 2007-2013 vai centrar-se, em especial, na organizaoterritorial e nos recursos comuns tendo em vista o aprofundamento das experincias decooperao no domnio do desenvolvimento e do ordenamento dos espaos transfronteirios,pela procura de solues conjuntas para problemas que so comuns aos dois lados dafronteira. A cooperao particularmente necessria no domnio dos valores ambientais, comdestaque para a gesto conjunta dos recursos hidrolgicos, onde se tm alis conseguidoimportantes progressos.

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 13/38

    ORGANIZAO, TENDNCIAS E DESEMPENHO DO TERRITRIO

    Portugal: o Territrio

    A anlise feita no Relatrio do PNPOT enquadrada estrategicamente pelo conceito dedesenvolvimento sustentvel e a organizao da exposio segue de perto a sistematizaodos conceitos de recursos ambientais e de recursos territoriais, tal como se encontramdefinidos nas legislaes de base, respectivamente, da poltica de ambiente e da poltica deordenamento do territrio.

    Numa primeira parte, a ateno foca-se nos temas da sustentabilidade ambiental e daconservao e valorizao dos recursos naturais, das transformaes do uso do solo e do

    ordenamento agrcola e florestal.Seguidamente, caracterizam-se as dinmicas demogrficas e de reorganizao do povoamentoe do sistema urbano.

    Em terceiro lugar, abordam-se as temticas do desenvolvimento econmico e do emprego,relacionando-as com as transformaes estruturais e o desempenho dos territrios,nomeadamente na vertente da sua especializao e competitividade.

    Depois, analisam-se os vrios domnios da infra-estruturao do territrio e a distribuio eacessibilidade aos diversos tipos de equipamentos e servios colectivos.

    Num quinto momento, aborda-se o estado das paisagens e do patrimnio cultural e destaca-seo papel da arquitectura como actividade de interesse pblico e recurso fundamental paraqualificar o territrio e desenvolver o pas.

    O diagnstico fecha com uma sntese, centrada na seleco e identificao de vinte e quatrograndes problemas que Portugal enfrenta no domnio do ordenamento do territrio e a quedever dar resposta no horizonte temporal do PNPOT (ver a listagem desses problemas,sistematizada em seis grandes domnios, na pgina seguinte).

    REGIES: CONTEXTO E OPES ESTRATGICAS

    Em complemento da caracterizao global das tendncias de desenvolvimento ereorganizao do territrio nacional, o Captulo 3 do Relatrio do PNPOT contm umdiagnstico prospectivo das regies do Continente e das Regies Autnomas dos Aores e daMadeira e a definio de opes estratgicas territoriais para cada uma delas.

    Tendo por base a identificao dos grandes problemas que o pas enfrenta do ponto de vistado ordenamento do territrio, a apresentao das orientaes estratgicas para as regies e adefinio do quadro de referncia demogrfico e econmico que condiciona a sua evoluoestrutural, foi possvel propor, luz dos princpios e objectivos mais genricos da ENDS Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel, uma viso para o ordenamento do

    territrio nacional no horizonte 2025.

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 14/38

    24 problemas para o Ordenamento do Territrio

    a) Recursos naturais e gesto de riscos1. Degradao do solo e riscos de desertificao, agravados por fenmenos climticos (seca e chuvas torrenciais) e pela dimenso

    dos incndios florestais.2. Degradao da qualidade da gua e deficiente gesto dos recursos hdricos.3. Insuficiente desenvolvimento dos instrumentos de ordenamento e de gesto das reas classificadas integradas na Rede

    Fundamental de Conservao da Natureza.4. Insuficiente considerao dos riscos nas aces de ocupao e transformao do territrio, com particular nfase para os sismos,

    os incndios florestais, as cheias e inundaes e a eroso das zonas costeiras.b) Desenvolvimento urbano e rural

    5. Expanso desordenada das reas metropolitanas e de outras reas urbanas, invadindo e fragmentando os espaos abertos,afectando a sua qualidade e potencial ecolgico, paisagstico e produtivo, e dificultando e encarecendo o desenvolvimento dasinfra-estruturas e a prestao dos servios colectivos.

    6. Despovoamento e fragilizao demogrfica e socioeconmica de vastas reas e insuficiente desenvolvimento dos sistemasurbanos no metropolitanos e da sua articulao com os espaos rurais envolventes, enfraquecendo a competitividade e a coeso

    territorial do pas.7. Degradao da qualidade de muitas reas residenciais, sobretudo nas periferias e nos centros histricos das cidades, e persistncia

    de importantes segmentos de populao sem acesso condigno habitao, agravando as disparidades sociais intra-urbanas.8. Insuficincia das polticas pblicas e da cultura cvica no acolhimento e integrao dos imigrantes, acentuando a segregao

    espacial e a excluso social nas reas urbanas.c) Transportes, energia e alteraes climticas

    9. Subdesenvolvimento dos sistemas aeroporturio, porturio e ferrovirio de suporte conectividade internacional de Portugal, noquadro ibrico, europeu, atlntico e global.

    10. Deficiente intermodalidade dos transportes, com excessiva dependncia da rodovia e do uso dos veculos automveis privados einsuficiente desenvolvimento de outros modos de transporte, nomeadamente do ferrovirio.

    11. Elevada intensidade (reduzida eficincia) energtica e carbnica das actividades econmicas e dos modelos de mobilidade econsumo, com fraco recurso a energias renovveis, conduzindo a uma estreita associao dos ritmos do crescimento econmicocom os do aumento do consumo de energia e das emisses de Gases com Efeito de Estufa (GEE).

    12. Elevada dependncia de fontes de energia primria importadas (petrleo, carvo e gs natural), com forte concentrao dasorigens geogrficas e pesadas implicaes no dfice externo, agravada pela volatilidade e tendncia estrutural de aumento dospreos desses recursos no renovveis e de natureza estratgica.

    d) Competitividade dos territrios13. Forte disperso geogrfica das infra-estruturas econmicas e dos equipamentos tercirios mais qualificantes, com perdas de escala

    e atrofia das relaes de especializao e complementaridade geradoras de maior rendibilidade social e econmica.14. Ausncia de um sistema logstico global, que tenha em conta os requisitos dos diferentes sectores de actividade e a insero dos

    territrios nos mercados globais.15. Insuficiente projeco externa das funes econmicas das principais aglomeraes urbanas, dificultando a participao de

    Portugal nos fluxos de investimento internacional.16. Reduzida extenso das cadeias de valor e insuficiente explorao das condies e dos recursos mais diferenciadores dos

    territrios, e correspondente debilidade das relaes econmicas inter-institucionais e inter-regionais no espao econmiconacional.

    e) Infra-estruturas e servios colectivos17. Expanso e intensa alterao da estrutura da procura social de servios colectivos e de interesse geral, pelo efeito conjugado de

    mudanas demogrficas (envelhecimento, imigrao e migraes internas), econmicas e culturais.

    18. Desajustamento da distribuio territorial e da qualidade da oferta de infra-estruturas colectivas e dos servios de interesse geralface a essa expanso e alterao estrutural das procuras sociais.19. Deficiente programao do investimento pblico em infra-estruturas e equipamentos colectivos, com insuficiente considerao

    dos impactes territoriais e dos custos de funcionamento e manuteno.20. Incipiente desenvolvimento da cooperao territorial de mbito supra-municipal na programao e gesto de infra-estruturas e

    equipamentos colectivos, prejudicando a obteno de economias de escala e os ganhos de eficincia baseados em relaes deassociao e complementaridade.

    f) Cultura cvica, planeamento e gesto territorial21. Ausncia de uma cultura cvica valorizadora do ordenamento do territrio e baseada no conhecimento rigoroso dos problemas, na

    participao dos cidados e na capacitao tcnica das instituies e dos agentes mais directamente envolvidos.22. Insuficincia das bases tcnicas essenciais para o ordenamento do territrio, designadamente nos domnios da informao

    geo-referenciada sobre os recursos territoriais, da cartografia certificada, da informao cadastral e do acesso em linha aocontedo dos planos em vigor.

    23. Dificuldade de coordenao entre os principais actores institucionais, pblicos e privados, responsveis por polticas eintervenes com impacte territorial.

    24. Complexidade, rigidez, centralismo e opacidade da legislao e dos procedimentos de planeamento e gesto territorial, afectandoa sua eficincia e aceitao social.

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    PORTUGAL 2025: ESTRATGIA E MODELO TERRITORIAL

    O quadro de referncia demogrfico e econmico

    Os trabalhos de prospectiva territorial1 puseram em evidncia alguns elementos fundamentaisque, pelo seu carcter invariante face aos diversos cenrios construdos, devem serconsiderados em qualquer estratgia de ordenamento do territrio. Destacam-se: a grandedependncia das taxas de crescimento da produtividade e da imigrao; a no coincidnciaentre as dinmicas demogrficas e as dinmicas econmicas, com possibilidade de grandestenses na ocupao do territrio; a estabilizao, em termos agregados, do padro espacial daeconomia; o carcter estratgico dos espaos metropolitanos de Lisboa e do Porto; ocrescimento incerto no interior; a forte terciarizao da economia e consequente reduo daeficcia das polticas de localizao das actividades econmicas; e um ligeiro aumento dasdisparidades territoriais do PIB per capita.

    Este quadro de referncia demogrfico e econmico e as suas implicaes territoriais podemsintetizar-se em torno dos aspectos seguintes:

    a) O crescimento da economia exigir ganhos de produtividade com traduo nodesaparecimento de unidades menos competitivas e no upgrading das cadeiasprodutivas, sem favorecimento de grandes movimentos inter-regionais deinvestimento no quadro nacional e com eventuais deslocalizaes que possamocorrer. Em consequncia, as polticas de organizao do territrio tero de ser mais

    polticas de qualificao dos ambientes e tecidos produtivos locais do que polticasde localizao.

    b) O crescimento econmico ser essencialmente tercirio, implicando a necessidadede uma forte dinamizao dos servios de exportao para outras regies e pases,obrigando a uma elevada qualificao dessas actividades, em particular nas reasno metropolitanas de maior dinamismo econmico e demogrfico. Muitos destesservios devero ser incorporados nos bens transaccionveis.

    c) Um crescimento predominantemente tercirio ter uma base territorialprincipalmente urbana, mas poder ser ampliado e robustecido pela melhorarticulao entre as cidades e os espaos rurais, valorizando o papel produtivo destes

    espaos no quadro da sua renovada multifuncionalidade.

    d) A indstria transformadora ser relevante para o crescimento econmico das reasno metropolitanas da faixa litoral e necessria para estruturar a base produtiva dasregies do interior.

    e) A problemtica litoral/interior no deve ser abordada como uma dicotomia, exigindouma melhor integrao dos diferentes espaos na prossecuo dos objectivosinterdependentes da competitividade e da coeso territoriais. Neste contexto, sernecessrio desenvolver polticas de suporte participao e incluso dos territrios

    1

    PNPOT 4 Relatrio Portugal 2020/2030: Ocupao do Territrio: Cenrios de Enquadramento Demogrfico eMacroeconmico, 2004.

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 16/38

    mais frgeis na realizao desses dois objectivos e na partilha dos respectivos

    benefcios, com desconcentrao de servios da Administrao Central edescentralizao de novas competncias para as autarquias locais, reforando aproximidade aos cidados.

    f) A estruturao dos espaos metropolitanos de Lisboa e do Porto prioritria, pelaimportncia estratgica para o crescimento econmico e a insero internacionalcompetitiva do Pas.

    g) O desfasamento entre as dinmicas demogrficas e as dinmicas econmicas irimplicar algumas alteraes na distribuio territorial da populao, sendo adimenso urbana, sobretudo no interior, determinante para a capacidade de atracopopulacional e de desenvolvimento das diferentes sub-regies.

    h) As polticas de ordenamento do territrio devero promover condies para que oPas e as regies possam acolher movimentos de populao e de migrantes de outrospases, assegurando uma adequada integrao social e cultural e a igualdade detratamento no acesso aos servios colectivos, habitao e ao emprego.

    i) Os diversos tempos das transformaes e ajustamentos estruturais podero implicara necessidade, em diferentes fases, de medidas de apoio especfico a regiesafectadas por crises de insero nos processos de globalizao. O Noroeste poderser a regio mais crtica no curto/mdio prazo.

    O Pas que queremos: um desafio para o Ordenamento do Territrio

    Muitas das foras subjacentes s tendncias de fundo anteriormente identificadas apresentamuma grande inrcia e constituem a base das trajectrias possveis para o desenvolvimentofuturo do pas. As questes bsicas a que importa dar resposta para enfrentar com sucesso osdesafios do desenvolvimento sustentvel e do ordenamento do territrio so:

    Como querem os portugueses que o Pas seja dentro de vinte anos?

    Qual o caminho, os meios e as estratgias para l chegar? Qual o contributo especfico da poltica de ordenamento do territrio e das outras

    polticas com incidncia territorial?

    A Ambio

    A Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel (ENDS) estabelece como desgniomobilizador tornar Portugal num dos pases mais competitivos e atractivos da UnioEuropeia, num quadro de elevado nvel de desenvolvimento econmico, social e ambiental, ede responsabilidade social. Com este enquadramento e tendo por base a identificao dosgrandes problemas do ordenamento do territrio, a apresentao de orientaes estratgicas

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    para as regies e a definio das perspectivas demogrficas e econmicas de longo prazo, o

    PNPOT assume uma ambio que se estrutura em quatro grandes desgnios.

    As polticas de ordenamento e de desenvolvimento do territrio no horizonte 2025 deverocontribuir de forma inovadora e duradoura para que Portugal seja:

    1. Um espao sustentvel e bem ordenado;

    2. Uma economia competitiva, integrada e aberta;

    3. Um territrio equitativo em termos de desenvolvimento e bem-estar;

    4. Uma sociedade criativa e com sentido de cidadania.

    Estes quatro desgnios e as respectivas opes estratgicas, que so apresentadas no quadro dapgina seguinte, constituem a viso adoptada no PNPOT.

    Modelo Territorial O novo mapa de Portugal

    O Modelo Territorial representa a inscrio espacial da ambio e da viso (desgnios eopes estratgicas) que caracterizam o rumo a imprimir s polticas de ordenamento edesenvolvimento territorial no horizonte 2025.

    A formulao do modelo territorial baseou-se quer no diagnstico e na anlise de tendncias ecenrios de desenvolvimento, quer no diagnstico estratgico das vrias regies, quer

    finalmente na ambio e na viso adoptadas.

    O modelo territorial estrutura-se em quatro grandes vectoresde organizao espacial dos recursosterritoriais:

    1. Riscos;

    2. Recursos naturais e ordenamento agrcola e florestal;

    3. Sistema urbano;4. Acessibilidade e conectividade internacional.

    O modelo territorial deve ser entendido como um sistema global que articula os elementos eas opes subjacentes configurao dos quatro vectores, no quadro de uma mesma estratgiade desenvolvimento territorial.

    A incidncia das vrias opes estratgicas sobre os sistemas que integram o modeloterritorial sintetizada no quadro seguinte.

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    Desgnios, Opes Estratgicas e Modelo Territorial

    Sistemas do Modelo TerritorialDesgnios e Opes Estratgicas

    Riscos Naturais eAgro-Forestais

    Urbano e deAcessibilidades

    Um espao sustentvel e bem ordenado

    Preservar o quadro natural e paisagstico, em particular osrecursos hdricos, a zona costeira, a floresta e os espaos depotencial agrcolaGerir e valorizar as reas classificadas integrantes da RedeFundamental de Conservao da NaturezaArticular o sistema de espaos abertos de naturezaambiental e paisagstica com o sistema urbano e as redes de

    infra-estruturasEstruturar nucleaes que contrariem a tendncia para aurbanizao contnua ao longo da faixa litoral de PortugalContinental

    Uma economia competitiva, integrada e aberta

    Reforar a integrao do territrio nacional atravs de umaorganizao mais policntrica do sistema urbanoValorizar o papel estratgico da Regio Metropolitana deLisboa, da aglomerao urbano-industrial do Noroeste, dopolgono Leiria-Coimbra-Aveiro-Viseu e das regiestursticas de valia internacional do Algarve, da Madeira e deoutros plos emergentes de desenvolvimento turstico, para a

    afirmao internacional de PortugalDesenvolver redes de conectividade internacional queconjuguem as necessidades de integrao ibrica e europeiacom a valorizao da vertente atlntica e com a consolidaode novas centralidades urbanasEstruturar sistemas urbanos sub-regionais de forma aconstituir plos regionais de competitividade, em particularno interior

    Um territrio equitativo em termos de desenvolvimento e bem-estar

    Definir o sistema urbano como critrio orientador dodesenho das redes de infra-estruturas e de equipamentoscolectivos, cobrindo de forma adequada o conjunto do Pas eestruturando os sistemas de acessibilidades e mobilidades emfuno de um maior equilbrio no acesso s funes urbanasde nvel superiorPromover redes de cidades e subsistemas urbanos locaispolicntricos que, numa perspectiva de complementaridade eespecializao, permitam a qualificao dos serviosprestados populao e s actividades econmicasValorizar a diversidade dos territriose a articulao doscentros urbanos com as reas rurais, garantindo em todo oPas o acesso ao conhecimento e aos servios colectivos eboas condies de mobilidade e comunicao, favorecendo aliberdade de opo por diferentes espaos e modos de vida.

    Principais incidncias das Opes Estratgicas nos Sistemas do Modelo Territorial.

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    Preveno e reduo de riscos

    A situao geogrfica e as caractersticas geolgicas e climticas de Portugal, nos territriosdo continente e nas regies insulares, tendo ainda em considerao o contexto actual dasalteraes climticas, exigem uma monitorizao e gesto preventivas dos diversos riscosnaturais ou antrpicos. O enquadramento geodinmico do arquiplago dos Aores justifica ahistrica e intensa actividade sismovulcnica e a vulnerabilidade do territrio face a estesperigos naturais, que apresentam ainda um potencial tsunamognico.

    Para diferentes escalas temporais e espaciais de ocorrncia e respectivos efeitos no territrio,pode identificar-se um conjunto abrangente de vulnerabilidades e riscos: actividade ssmica,movimentos de massa, eroso do litoral e instabilidade das arribas, cheias e inundaes,

    incndios florestais, secas e desertificao, contaminao de massas de gua, contaminao eeroso de solos, derrames acidentais no mar, ruptura de barragens e riscos associados adiversas infra-estruturas e acidentes industriais graves.

    Na lista dos 24 grandes problemas para o Ordenamento do Territrio, com que termina odiagnstico apresentado no captulo 2 do Relatrio do PNPOT, as situaes de risco foramfactores de considerao de prioridade de primeira linha da poltica de ordenamento doterritrio e uma condicionante fundamental da organizao das vrias componentes domodelo territorial.

    Apresenta-se, na figura 1, um mapa que representa, para o territrio continental e a umaescala macroscpica, um subconjunto dos riscos e vulnerabilidades relevantes para oOrdenamento do Territrio, face ocorrncia de fenmenos naturais mais graves e deactividades humanas de perigosidade potencial. Trata-se de uma carta agregada de Riscosque tem um sentido amplo de identificao de temas especficos mais relevantes.

    Recursos naturais e ordenamento agrcola e florestal

    Os sistemas considerados neste vector mereceram um tratamento desenvolvido e aprofundadono mbito do Relatrio. Igual destaque lhes conferido na listagem de grandes problemaspara o Ordenamento do Territrio e no enunciado das opes estratgicas.

    A mensagem mais forte que se transmite com a apresentao deste vector nas figuras 2, 3 e 4

    a de que a conservao e gesto sustentvel dos recursos naturais exige a conjugao estreitados trs grandes sistemas, respectivamente, de gesto integrada da gua, de ordenamentoagrcola e florestal, e de conservao da natureza e da biodiversidade.

    Trata-se de acolher uma convico sucessivamente afirmada e fundamentada ao longo doRelatrio e que tem o seu elemento mais exuberante e firme de enraizamento na percepo deque, numa perspectiva lcida de desenvolvimento sustentvel, a trade dos recursosgua-solo-biodiversidade indissolvel e s pode ser eficazmente gerida com o contributodaqueles trs grandes sistemas e das polticas e actores que lhes do vida nos vrios domniostemticos e nveis territoriais de interveno.

    Esta convico, assim transformada em orientao de poltica, constitui um dos elementos

    fundamentais de estruturao do Programa de Aco do PNPOT.

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    Fonte: IGM; IGP; DGE; IA; SIG PNPOT, 2006

    Figura 1: Riscos em Portugal Continental

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    Fonte: SIG PNPOT, 2006

    Figura 2: Sistemas naturais e agro-florestais em Portugal Continental

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    Fonte: SROTRH, 2006

    Figura 3: Sistemas naturais e agro-florestais na Regio Autnoma dos Aores

    Grupo Central

    Grupo Oriental

    Sede de concelhos

    Cursos de gua principais

    Bacias hidrogrficas

    reas Protegidas eRede Natura 2000

    reas de especialpotencial agrcola

    Florestas de Produo

    Matos

    Lagoas

    km0 5 10

    Grupo

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 23/38

    Extrado de: PDES, 2006

    Figura 4: Sistemas naturais e agro-florestais na Regio Autnoma da Madeira

    IlhadaMadeira

    Ilhas

    IlhasSelva ens

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    Sistema urbano, acessibilidade e conectividade internacional

    Na Figura 5 sintetizam-se os terceiro e quarto vectores do modelo territorial, que constituem aespinha vertebral e uma das estruturas mais determinantes da organizao do territrio e dasua projeco e competitividade internacional, destacando-se alguns aspectos. Os principais motores da competitividade do Pas estruturam-se em torno de plos

    urbanos articulados em sistemas policntricos: o Arco Metropolitano do Porto, em que o Porto emerge como capital do Noroeste e

    como ncleo de um novo modelo de ordenamento da conurbao do Norte Litoral; o Sistema Metropolitano do Centro Litoral, polgono policntrico com destaque para

    Aveiro, Viseu, Coimbra e Leiria, a estruturar e reforar como plo deinternacionalizao;

    o Arco Metropolitano de Lisboa, centrado na capital e respectiva rea metropolitana,com uma estrutura complementar crescentemente policntrica, da Nazar a Sines,com quatro sistemas urbanos sub-regionais em consolidao (Oeste, Mdio Tejo,Lezria e Alentejo Litoral) e prolongando a sua influncia em direco a vora;

    oArco Metropolitano do Algarve, polinucleado e tendencialmente linear, projectandoo seu dinamismo segundo modelos de desenvolvimento diferenciados, para o interiore ao longo da Costa Vicentina e do rio Guadiana.

    A construo do novo Aeroporto Internacional de Lisboa, o desenvolvimento da redeferroviria de alta velocidade e a criao de um corredor multimodal de mercadorias paraligao do sistema porturio Lisboa/Setbal/Sines a Espanha e ao centro da Europa, soelementos estratgicos na recomposio da rede de infra-estruturas de conectividadeinternacional.

    A estrutura das acessibilidades internas define malhas de diferente densidade, facilitandoo funcionamento em rede e a abertura ao exterior, articulando os diferentes modos detransporte numa lgica de complementaridade, especializao e eficincia. Para alm dosprincipais plos e sistemas urbanos que organizam o espao nacional, as novasacessibilidades podem conferir melhorias de centralidade a certas localizaes-chave(centralidades potenciais) em reas frgeis do ponto de vista urbano, projectando a suainfluncia sobre o territrio rural envolvente (Valena; Ponte de Lima/Ponte da Barca;Moncorvo; Coruche; Alvalade/Ermidas; Ourique/Castro Verde).

    Para incrementar a coerncia do conjunto do sistema urbano e o seu contributo para a

    competitividade e a coeso territorial, importa reforar nos espaos no metropolitanos,nomeadamente no interior, a estrutura urbana constituda pelas cidades de pequena emdia dimenso, privilegiando as ligaes em rede e adensando uma malha de sistemasurbanos sub-regionais que favoream a criao de plos regionais de competitividade.

    Em complementaridade das relaes transversais litoral/interior, o aprofundamento dasrelaes norte/sul baseadas em dois eixos longitudinais interiores (dorsais) derelacionamento inter-urbano, ao desenvolver o potencial de interaco ao longo desteseixos urbanos, constituir um factor importante de dinamizao de uma extensa rea dointerior norte serra algarvia, que representa cerca de 2/3 do territrio de PortugalContinental. As principais portas terrestres de acesso a Espanha e ao continente europeuconstituiro um dos esteios da dinmica induzida pelo eixo mais interior que flanqueia a

    fronteira leste do pas de norte a sul.

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    Fonte: SIG PNPOT, 2006

    Figura 5: Sistema urbano e acessibilidades em Portugal Continental

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 26/38

    3. PROGRAMA DE ACO

    PROGRAMA DAS POLTICAS

    O Programa de Aco do PNPOT concretiza a estratgia de ordenamento, desenvolvimento ecoeso territorial do pas, atravs do Programa das Polticas e das Directrizes para osInstrumentos de Gesto Territorial.

    O Programa das Polticas consiste no conjunto de objectivos estratgicos, objectivosespecficos e medidas que especificam o rumo traado para Portugal no horizonte 2025.Representa, assim, um quadro integrado de compromissos das polticas com incidnciaterritorial na prossecuo dos objectivos e da estratgia do PNPOT.

    A linha de rumo que o Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio (PNPOT)pretende imprimir ao pas sistematiza-se em seis Objectivos Estratgicos, que se complementam ereforam reciprocamente:

    1. Conservar e valorizar a biodiversidade e o patrimnio natural, paisagstico e cultural, utilizar demodo sustentvel os recursos energticos e geolgicos, e prevenir e minimizar os riscos.

    2. Reforar a competitividade territorial de Portugal e a sua integrao nos espaos ibrico,europeu, atlntico e global.

    3. Promover o desenvolvimento policntrico dos territrios e reforar as infra-estruturas de suporte integrao e coeso territoriais.

    4. Assegurar a equidade territorial no provimento de infra-estruturas e de equipamentos colectivose a universalidade no acesso aos servios de interesse geral, promovendo a coeso social.

    5. Expandir as redes e infra-estruturas avanadas de informao e comunicao e incentivar a suacrescente utilizao pelos cidados, empresas e administrao pblica.

    6. Reforar a qualidade e a eficincia da gesto territorial, promovendo a participao informada,activa e responsvel dos cidados e das instituies.

    Estes Objectivos estratgicos aderem aos seis domnios de problemas de ordenamento do

    territrio anteriormente apresentados, mas sem que se verifique total coincidncia j que aestratgia proposta visa combater problemas mas pretende, ao mesmo tempo, consolidarnovas oportunidades e concretizar quatro grandes desgnios. So, portanto, objectivos ditadospela viso e ambio de que Portugal se torne, progressivamente, um espao mais sustentvele melhor ordenado, uma economia competitiva, mais integrada e aberta, um territrio maisequitativo em termos de desenvolvimento e bem-estar, e uma sociedade criativa e com sentidode cidadania.

    Para cada Objectivo estratgico, devidamente enquadrado e justificado, enunciam-sediferentes linhas de interveno polarizadas pelos respectivos Objectivos Especficos. Emnmero varivel, os Objectivos especficos desdobram e concretizam a finalidade subjacente acada Objectivo estratgico, podendo corresponder a iniciativas de natureza distinta, de acordocom a definio e execuo de polticas e estratgias, desenvolvimento e implementao de

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 27/38

    programas, incentivo de iniciativas, comportamentos ou valores especficos, produo

    legislativa e organizao administrativa.Finalmente, cada Objectivo especfico corporiza-se num conjunto ilustrativo de Medidas. Asmedidas consideradas prioritrias e calendarizveis no horizonte do prximo perodo deprogramao financeira comunitria (ano 2013) so elencadas. Outras medidas iro sendoidentificadas no futuro, em funo do acompanhamento, monitorizao e avaliao daexecuo do PNPOT e no quadro dos correspondentes processos de reviso conformeexplicado no final do captulo 3 do Programa de Aco.

    No desenho do conjunto de Objectivos Estratgicos e Especficos do PNPOT houve apreocupao de garantir a coerncia com a viso e os objectivos consagrados noutros trsquadros de referncia estratgicos de natureza horizontal. O primeiro deles a EstratgiaNacional de Desenvolvimento Sustentvel (ENDS 2005-2015). Os dois restantes so, por umlado, o Programa Nacional de Aco para o Crescimento e o Emprego (PNACE), elaboradoe periodicamente actualizado no contexto da agenda de reformas da Estratgia de Lisboa daUnio Europeia e, por outro lado, o Plano Nacional para as Alteraes Climticas (PNAC),que enquadra o cumprimento do conjunto de compromissos e obrigaes assumidos porPortugal enquanto signatrio da Conveno Quadro das Naes Unidas sobre as alteraesClimticas, do Protocolo de Quioto e do Acordo de Partilha de Responsabilidades da UEneste mbito.

    Num plano mais directamente relacionado com a pertinncia e as condies deimplementao das medidas prioritrias do programa de polticas do PNPOT que

    correspondem a investimentos a executar at 2013, considera-se tambm como prioridade deprimeira linha e de natureza horizontal a garantia de coerncia com os objectivos e asprioridades do Quadro de Referncia Estratgico Nacional (QREN 2007-2013) e do PlanoEstratgico Nacional de Desenvolvimento Rural (PEN 2007-2013), que enquadramestrategicamente a aplicao em Portugal das polticas comunitrias de coeso econmica esocial e de desenvolvimento rural no prximo perodo de programao (2007-21013).

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    ORDENAMENTO DO TERRITRIO

    OBJECTIVOS ESTRATGICOS E OBJ ECTIVOS ESPECFICOS DO PROGRAMA DAS POLTICAS

    1. Conservar e valorizar a biodiversidade, os recursos e o patrimnio natural, paisagstico e cultural, utilizar demodo sustentvel os recursos energticos e geolgicos, e prevenir e minimizar os riscos

    1. Desenvolver os sistemas de conhecimento e informao sobre o ambiente e os recursos naturais.2. Aperfeioar e consolidar os regimes, os sistemas e as reas fundamentais para proteger e valorizar a

    biodiversidade e os recursos naturais.

    3. Definir e executar uma Estratgia Nacional de Proteco do Solo.4. Promover o ordenamento e a gesto sustentvel da silvicultura e dos espaos florestais.5. Executar a poltica de gesto integrada da gua.6. Definir e executar uma poltica de ordenamento e gesto integrada da zona costeira, nas suas componentes

    terrestre e martima.

    7. Executar a Estratgia Nacional para o Mar.8. Definir e executar uma poltica de gesto integrada dos recursos geolgicos.9. Executar a Estratgia Nacional para a Energia e prosseguir a poltica sustentada para as alteraes climticas.

    10. Proteger e valorizar as paisagens e o patrimnio cultural.11. Avaliar e prevenir os factores e as situaes de risco, e desenvolver dispositivos e medidas de minimizao dos

    respectivos efeitos.

    2. Reforar a competitividade territorial de Portugal e a sua integrao nos espaos ibrico, europeu, atlntico eglobal

    1. Afirmar a dimenso atlntica do Pas, consolidando o papel estratgico das Regies Autnomas como plataformasintermdias entre o continente europeu e os continentes americano e africano.

    2. Melhorar os sistemas e infra-estruturas de suporte conectividade internacional de Portugal no quadro ibrico,europeu, atlntico e global.

    3. Reforar a capacidade de as cidades se afirmarem como motores de internacionalizao e desenvolvimento.4. Promover plos regionais de competitividadee qualificar o emprego.5. Promover um maior equilbrio na distribuio territorial da populao e assegurar condies de atraco de

    populaes com nveis elevados de qualificao.

    6. Implementar uma estratgia que promova o aproveitamento sustentvel do potencial turstico de Portugal sescalas nacional, regional e local.

    3. Promover o desenvolvimento policntrico dos territrios e reforar as infra-estruturas de suporte integrao e coeso territoriais

    1. Reforar os centros urbanos estruturantes das regies, em particular nas regies menos desenvolvidas.2. Estruturar e desenvolver as redes de infra-estruturas de suporte acessibilidade e mobilidade, favorecendo a

    consolidao de novas centralidades urbanas e de sistemas urbanos mais policntricos.

    3. Promover um desenvolvimento urbano mais compacto e policntrico no Continente, contrariar a construodispersa, estruturar a urbanizao difusa e incentivar o reforo de centralidades intra-urbanas.

    4. Promover um desenvolvimento rural ajustado diversidade dos territrios, considerando em especial asnecessidades e a especificidade das reas mais vulnerveis e despovoadas.

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    ORDENAMENTO DO TERRITRIO

    OBJECTIVOS ESTRATGICOS E OBJ ECTIVOS ESPECFICOS DO PROGRAMA DAS POLTICAS

    4. Assegurar a equidade territorial no provimento de infra-estruturas e de equipamentos colectivos e auniversalidade no acesso aos servios de interesse geral, promovendo a coeso social.

    1. Promover o ordenamento das redes de educao do pr-escolar, do ensino bsico e do secundrio, da formaotecnolgico/profissionalizante e da educao e formao de adultos, e implementar critrios de racionalidade noordenamento territorial do ensino superior.

    2. Desenvolver uma rede nacional de prestao de cuidados de sade que garanta a universalidade de acesso eracionalize a procura do Servio Nacional de Sade (SNS), valorizando os cuidados de sade primrios e aresposta aos grupos mais vulnerveis.

    3. Desenvolver programas e incentivar aces que melhorem as condies de habitao, nomeadamente no que serefere aos grupos sociais mais vulnerveis.

    4. Dinamizar redes de equipamentos colectivos e programas para responder com eficcia s necessidades dosdiferentes grupos sociais e das famlias, promovendo a integrao dos grupos mais vulnerveis face pobreza e excluso social e garantindo a segurana a todos os cidados.

    5. Desenvolver uma rede supra-municipal articulada de equipamentos desportivos e de lazer activo que valorize amotricidade, aprofunde a equidade de acesso e qualifique a evoluo do sistema urbano.

    6. Dinamizar uma rede de equipamentos culturais que valorize identidades, patrimnios e formas de expressoartstica num quadro de aprofundamento da educao para a cultura e de reforo da equidade de acesso e daparticipao nas actividades culturais.

    7. Desenvolver os servios de abastecimento pblico de gua, e de recolha, tratamento e reutilizao de guasresiduais e de resduos, estruturando a gesto na ptica da co-responsabilidade social e melhorando os nveis e aqualidade de atendimento.

    8. Desenvolver as redes de infra-estruturas, de equipamentos e de servios de suporte acessibilidade e mobilidade, reforando a segurana, a qualidade de servio e as condies de equidade territorial e social.9. Planear e implementar uma rede integrada de servios de Justia, definindo a distribuio e implantao

    geogrfica dos equipamentos pblicos de Justia, nomeadamente tribunais, julgados de paz, conservatrias,prises e centros educativos.

    5. Expandir as redes e infra-estruturas avanadas de informao e comunicao e incentivar a sua crescenteutilizao pelos cidados, empresas e administrao pblica.

    1. Alargar o acesso Internet de Banda Larga em todo o pas e promover uma rpida e efectiva apropriaoeconmica e social das Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC).

    2. Promover as TIC como instrumento fundamental de desenvolvimento territorial e de coeso social,generalizando a sua utilizao na difuso de informao e na oferta de servios de interesse pblico.

    6. Reforar a qualidade e a eficincia da gesto territorial, promovendo a participao informada, activa eresponsvel dos cidados e das instituies.

    1. Produzir e difundir o conhecimento sobre o ordenamento e o desenvolvimento do territrio.2. Renovar e fortalecer as capacidades de gesto territorial.3. Promover a participao cvica e institucional nos processos de ordenamento e desenvolvimento territorial.4. Incentivar comportamentos positivos e responsveis face ao ordenamento do territrio.

    Uma importante caracterstica deste Programa a grande abrangncia do seu campo de aco.Ele abarca os diversos domnios (ambiental, econmico, social e cultural) e as vriasdimenses (competitividade, coeso, sustentabilidade, qualidade de vida) do ordenamento e

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 30/38

    do desenvolvimento territorial, e incide sobre todo o leque dos recursos territoriais2(recursos

    e valores naturais; reas agrcolas e florestais; patrimnio; redes de acessibilidades, de infra-estruturas e de equipamentos colectivos; sistema urbano; e localizao e distribuio dasactividades econmicas).

    Esta caracterstica do Programa das Polticas testemunha uma opo fundamental dalegislao fundadora da poltica de ordenamento do territrio, ao considerar o territrio umespao de iniciativa e de coordenao institucional, de exerccio de soberania e dedesenvolvimento sustentvel, que vai por isso para alm da noo mais tradicional e restritado territrio como quadro fsico que importa ordenar. Essa legislao determina tambm, nasenda de preceitos constitucionais, o dever de ordenar o territrio como uma missofundamental do Estado e das Autarquias locais, assegurando aharmonizao dos interesses

    pblicos e a coordenao das intervenes com incidncia territorial das vrias instituiespblicas.

    Igualmente relevante o facto de o Programa das Polticas do PNPOT abranger um leque demedidas que excede em muito a produo legislativa e a elaborao de planos, ao incluirdiversos outros instrumentos de administrao e de coordenao de polticas pblicas, deexecuo de projectos e de programas por entidades pblicas e de incentivo ao investimento ea outras aces desenvolvidas por entidades privadas ou em parceria pblico-privado.

    Para caracterizar esta diversidade de instrumentos de poltica elaborou-se uma matriz declassificao das medidas por tipos de interveno pblica (Matriz I dos Anexos ao PA) queconstitui um quadro sistemtico e calendarizado do conjunto de compromissos governativos

    assumidos neste mbito e que se sintetiza em seguida.Quadro 1 Medidas Prioritrias por Objectivos Estratgicos e Tipos de Interveno Pblica

    N. de Medidas por Tipos de Interveno Pblica (#)ObjectivosEstratgicos

    N. deObjectivosEspecficos

    N.de

    Medidas LegislaoEstratgia

    PlaneamentoRegulao

    InformaoCoordenaoAvaliao

    AdministraoExecuoIncentivo

    1 11 70 9 30 34 39

    2 6 27 20 26

    3 4 24 2 15 3 12

    4 9 45 38 3 38

    5 2 11 1 4 11

    6 4 20 2 6 13 9

    Total 36 197 13 110 57 135

    (#) Apuramento com base na informao do Anexo I. A execuo de uma medida pode envolverdiversos tipos de interveno pblica, pelo que a soma das colunas 4 a 7 superior ao nmero totalde medidas apresentado na coluna 3.

    2

    Cf. os artigos 10 a 19 do Decreto-Lei n. 380/99, de 22 de Setembro.

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    Responsabilidades e coordenao da aco governativa

    Para se construir um quadro to abrangente de medidas de poltica, vinculativo do conjuntodas instituies pblicas, foi determinante o envolvimento do conjunto do Governo e daAdministrao Pblica, como o ser necessariamente na sua execuo.

    Visando clarificar as responsabilidades e as exigncias de coordenao institucional para aimplementao do Programa das Polticas, apresenta-se uma matriz que indica as grandesreas de Aco Governativa envolvidas na prossecuo de cada um dos ObjectivosEspecficos (Matriz I I dos Anexos ao PA).

    Em complemento deste aspecto, e tambm para objectivar a amplitude e a estrutura temtica

    do Programa das Polticas, elaborou-se um quadro que sintetiza a repartio das medidasprioritrias por grandes reas de aco governativa.

    Quadro 2 Medidas Prioritrias por Grandes reas de Aco Governativa

    N.Medidas

    %

    Ambiente 20 10

    Ordenamento do territrio e cidades 59 30

    Obras pblicas, transportes e comunicaes 27 14

    Agricultura, florestas e desenvolvimento rural 12 6

    Desenvolvimento regional, economia e emprego 26 14Educao, cultura e cincia 20 10

    reas sociais 16 8

    Administrao e soberania 17 8

    Total 197 100

    A sntese assim obtida revela de um modo expressivo a amplitude do Programa das Polticasna cobertura das vrias vertentes do ordenamento, do desenvolvimento e da coeso territoriaisdo Pas, em que se evidenciam naturalmente as reas de aco institucional com maiorincidncia e focagem no ordenamento do territrio.

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    DIRECTRIZESPARAOSINSTRUMENTOSDEGESTOTERRITORIAL

    Relao entre o PNPOT e os outros Instrumentos de Gesto Territorial

    A execuo do Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio depende doconjunto de instrumentos de gesto territorial definidos na Lei de Bases da Poltica deOrdenamento do Territrio e de Urbanismo.

    Salienta-se a importncia do PNPOT e o seu papel no enquadramento estratgico dos planos,ao constituir um instrumento de coerncia de todo o sistema de gesto territorial. Esteenquadramento especificado atravs da anlise da repercusso do Programa das Polticasnos vrios tipos de IGT, com recurso a uma matriz que cruza as medidas prioritrias com asdiversas figuras de plano institudas (Matriz III dos Anexos ao PA).

    Essa matriz mostra a relao entre as Medidas Prioritrias e os diversos IGT que as podemconcretizar ou que sero directamente afectados por elas, assinalando-se apenas o primeironvel de implementao, ou nvel preferencial, no significando que, uma vez implementadonesse nvel, a medida no venha a ter repercusses aos outros nveis. Uma leitura geral damatriz revela, em primeiro lugar, a dimenso territorial da implementao do PNPOT, que dada pela diferenciao do mbito de interveno dos diversos instrumentos de planeamento.Constata-se ainda que h uma forte incidncia no planeamento de mbito municipal, o queexigir um elevado envolvimento e responsabilizao das Autarquias Locais no processo deimplementao do PNPOT.

    So dadas, no Programa de Aco, orientaes para a elaborao de cada tipo de IGT,realando alguns aspectos que resultam directamente das medidas prioritrias. Serofuturamente desenvolvidas regras para a elaborao de normas orientadoras para os PlanosRegionais de Ordenamento do Territrio, em execuo directa das directrizes que resultam doPNPOT, as quais, conjugadas com as presentes orientaes, devem ser observadas pelasdiversas entidades intervenientes nos procedimentos de planeamento.

    So igualmente apresentadas as condies necessrias para o acompanhamento,monitorizao e avaliao da implementao do PNPOT.

    A viso estratgica e o modelo territorial propostos no PNPOT articulam-se com a Estratgia

    Nacional de Desenvolvimento Sustentvel (ENDS), respeitando os mesmos objectivos geraisde desenvolvimento econmico, coeso social e proteco ambiental.

    O modelo territorial do PNPOT o quadro de referncia nacional para a implementao deum conjunto de estratgias nacionais e de planos sectoriais associados, devendo orientar osmodelos territoriais que vierem a ser definidos nos mbitos regional, sub-regional e local. Aviso estratgica e o modelo territorial do PNPOT constituem os elementos de referncia paraa elaborao, alterao ou reviso dos instrumentos de gesto territorial.

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    Orientaes para a elaborao dos Instrumentos de Gesto Territorial

    Planos Sectoriais

    O Programa das Polticas acolhe e desenvolve orientaes e medidas enquadradas porinstrumentos de poltica sectorial com incidncia territorial, nomeadamente Planos Sectoriais,de acordo com o princpio da coordenao interna estabelecido na Lei de Bases da Poltica deOrdenamento do Territrio e de Urbanismo e no Regime Jurdico dos Instrumentos de GestoTerritorial.

    Na sequncia da anlise da estrutura e do contedo do Programa e das inerentesresponsabilidades de aco governativa, destacam-se a amplitude e a diversidade dos

    instrumentos de poltica sectorial com incidncia territorial que o integram (cf. tambm assnteses constantes dos Anexo I - Medidas Prioritrias por Tipos de Interveno Poltica e doAnexo II Objectivos Especficos e Domnios de Aco Governativa).

    Reala-se a contribuio do PNPOT enquanto plataforma de encontro e resultado de umaforte concertao de polticas sectoriais com implicao na organizao e ocupao doterritrio. As propostas que consubstanciam o Programa das Polticas representam umcomprometimento de diversos actores polticos e institucionais nacionais na prossecuo dosobjectivos estratgicos estabelecidos, o que confere a segurana e a estabilidade necessriaspara o seu desenvolvimento atravs de outros instrumentos de poltica com incidnciaterritorial.

    Planos Especiais de Ordenamento do Territrio

    Os regimes especficos de salvaguarda de recursos e valores naturais so estabelecidos nosPlanos Especiais de Ordenamento do Territrio (PEOT), com o objectivo de assegurar apermanncia dos sistemas indispensveis utilizao sustentvel do territrio.

    Os PEOT devem assumir um compromisso recproco com as orientaes dos planos sectoriaise dos planos regionais. Considerando que prevalecem sobre os planos municipais deordenamento, devem as suas disposies ser transpostas para os planos directores municipaisque assim se constituem como o principal instrumento de gesto territorial de mbito

    municipal, facilitando os procedimentos de planeamento e gesto do territrio municipal.Na matriz includa no Anexo III (Medidas Prioritrias e IGT) assinalam-se, designadamente,as que se relacionam directamente com a elaborao e implementao dos PEOT, reflectindoa compatibilizao das opes destes Planos com as do PNPOT.

    Planos Regionais de Ordenamento do Territrio

    Os princpios, objectivos e orientaes consagrados no PNPOT devero ser desenvolvidos nosvrios Planos Regionais de Ordenamento do Territrio (PROT), os quais constituem um

    quadro de referncia estratgico para os PDM. No processo de elaborao e reviso articulada

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    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 34/38

    destes trs pilares fundamentais do Sistema de Gesto Territorial, em que assenta a poltica de

    ordenamento do territrio e do urbanismo, cabe aos PROT uma posio de charneirafundamental.

    Face a uma nova gerao de Planos Directores Municipais, que se pretendem maisestratgicos, os PROT devem fornecer um quadro de referncia estratgica de longo prazoque permita aos municpios estabelecerem as suas opes de desenvolvimento e definiremregras de gesto territorial compatveis com o modelo consagrado para a regio.

    Os PROT so ainda documentos fundamentais para a definio dos programas de aco dasintervenes co-financiadas pelos Fundos Estruturais e de Coeso da Unio Europeia. Face aeste contexto, a existncia de PROT em todas as regies e sob coordenao das CCDR umrequisito fundamental do processo de integrao e coeso territorial.

    Sendo a actual rea de interveno de cada CCDR correspondente a uma Regio (NUTS 2),devero ser elaborados PROT para cada uma das cinco Regies: Norte, Centro, Lisboa,Alentejo e Algarve. Nas Regies Autnomas a responsabilidade pela elaborao dos PROT da competncia dos respectivos Governos Regionais, devendo pelo menos ser elaborado umPROT para cada um dos territrios que integram os arquiplagos.

    Para a elaborao dos PROT consideram-se dois quadros de referncia:

    a) Enquadramento Estratgico Nacional conjunto de orientaes estabelecidas a nvel deestratgias e polticas nacionais, nomeadamente, no Programa Nacional da Poltica deOrdenamento do Territrio (PNPOT), na Estratgia Nacional de DesenvolvimentoSustentvel (ENDS), na Estratgia Nacional para a Conservao da Natureza eBiodiversidade, bem como nos planos e estratgias sectoriais que estejam formalmente emvigor ou em elaborao;

    b) Enquadramento Estratgico Regional contempla orientaes estratgicaseventualmente existentes para a Regio em documentos independentes ou inseridasnoutros instrumentos de planeamento e interveno, orientaes que resultem dacoordenao, ao nvel regional, das polticas sectoriais e, ainda, disposies constantesdos planos especiais de ordenamento do territrio que tenham incidncia especfica naRegio.

    O PROT, enquanto instrumento de planeamento de mbito regional, tem um papelfundamental na coordenao das polticas sectoriais regionais e concertao de interesses eobjectivos, envolvendo directamente as Autarquias Locais, dado que em sede deplaneamento municipal que se concretizaro grande parte das opes do PROT. A co-integrao de polticas sectoriais e territoriais aplicadas regio dever constituir umaoportunidade para criar um frum de carcter inter-sectorial e interinstitucional.

    Na matriz includa no Anexo III (Medidas Prioritrias e IGT) assinalam-se, designadamente,as que se relacionam directamente com a elaborao e implementao dos PROT.

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    Planos Intermunicipais de Ordenamento do Territrio

    Os Planos Intermunicipais de Ordenamento do Territrio (PIOT), tm por objecto aarticulao estratgica entre reas territoriais interdependentes ou com interesses comuns,complementares ou afins situadas em municpios distintos, so um instrumento de gestoterritorial adequado a polticas e programas de aco baseados em processos de cooperaointermunicipal. Esta cooperao uma referncia fortemente presente nas orientaes doPNPOT, tanto ao nvel do modelo de organizao territorial como na definio de objectivosestratgicos de promoo da competitividade territorial, de racionalizao da utilizao derecursos e de reforo das capacidades de gesto do territrio.

    Na matriz includa no Anexo III (Medidas Prioritrias e IGT) assinalam-se, designadamente,as medidas prioritrias que se relacionam directamente com os PIOT.

    Planos Municipais de Ordenamento do Territrio

    O planeamento de nvel municipal, da responsabilidade das Autarquias Locais, tem comoobjectivo definir o regime de uso do solo e a respectiva programao, atravs de opesprprias de desenvolvimento enquadradas pelas directrizes de mbito nacional e regional. Osplanos municipais de ordenamento do territrio, de natureza regulamentar, constituem osinstrumentos que servem as actividades de gesto territorial do municpio.

    Quando tm um carcter estratgico, como o caso dos Planos Directores Municipais, devem

    reflectir uma viso integrada do territrio municipal e a articulao entre os seus diversoselementos estruturantes. Por sua vez, os planos que se destinam a apoiar a gesto urbanstica ea ocupao efectiva do solo (Planos de Urbanizao e Planos de Pormenor) devemcorresponder a um planeamento mais pormenorizado, com localizaes precisas.

    Assim:

    a) Os Planos Directores Municipais so de elaborao obrigatria para todos osmunicpios, devendo ser revistos com base numa avaliao da sua execuo sempre que ascondies scio-econmicas e ambientais se alterem significativamente ou passados dezanos da entrada em vigor. Estes planos devem ter um inequvoco carcter estratgico,definindo o regime de uso do solo e o modelo de organizao territorial num quadro deflexibilidade que permita o acompanhamento das dinmicas perspectivadas para umperodo de 10 anos;

    b) Os Planos Directores Municipais so os instrumentos privilegiados para operar acoordenao entre as vrias polticas municipais com incidncia territorial e a poltica deordenamento do territrio e de urbanismo. igualmente o instrumento privilegiado paraoperar a coordenao externa entre as polticas municipais e as polticas nacionais eregionais com incidncia territorial;

    c) Os Planos Directores Municipais devem concentrar todas as disposies necessrias gesto do territrio, incluindo as que constam em planos especiais, planos sectoriais e

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    MINISTRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO DO TERRITRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

    SECR ETARIA DE ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERR ITRIO E DAS CIDADESDIRECO-GERAL DO ORDENAMENTO DO TERRITORIO E DESENVOLVIMENTO URBANO

    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 36/38

    planos regionais de ordenamento do territrio e devem ser dotados de flexibilidade

    suficiente para absorverem a evoluo previsvel a partir das dinmicas normais em curso;d) Os Planos de Urbanizao definem a organizao espacial de partes do territrio,devendo ser elaborados sempre que haja necessidade de estruturar o solo urbano eenquadrar a programao da sua execuo;

    e) Os Planos de Urbanizao devem estar associados a uma viso estratgica da cidade eao reforo do seu papel como plo integrado num determinado sistema urbano;

    f) Os Planos de Pormenor definem com detalhe a ocupao de parcelas do territriomunicipal, sendo um instrumento privilegiado para a concretizao dos processos deurbanizao e revestindo formas e contedos adaptveis aos seus objectivos especficos.

    A concretizao do Programa das Polticas em orientaes especficas para a elaborao dosPMOT est traduzida e sintetizada na matriz includa no Anexo III (Medidas Prioritrias eIGT).

    Programas de Aco Territorial

    A coordenao das actuaes dos diferentes agentes territoriais exige prticas de gestoterritorial, suportadas na aplicao de tcnicas e de procedimentos avanados de governana ede negociao, envolvendo as entidades pblicas, os interesses privados e os cidados. OsProgramas de Aco Territorial (PAT) previstos na LBOTDU so instrumentos contratuais deenquadramento das actuaes das entidades pblicas e privadas, que definem objectivos aatingir em matria de transformao do territrio, especificam as aces a realizar pelasentidades envolvidas e estabelecem o escalonamento temporal dos investimentos necessrios.

    No mbito da execuo dos PDM, os PAT devem enquadrar na colaborao pblico-pblico epblico-privado, os investimentos da administrao do Estado no territrio do municpio,articulando-os com os investimentos municipais que lhes devem ser complementares. Deigual modo, devero enquadrar as grandes operaes urbansticas da iniciativa de particulares,articulando-as com os objectivos da poltica de ordenamento do territrio e de urbanismo domunicpio.

    Os PAT devem tambm ser utilizados para negociar, programar e contratualizar a elaboraode PU e PP, a realizao das operaes fundirias necessrias execuo destes planos, arealizao de infra-estruturas urbanas e territoriais e de outras obras de urbanizao eedificao neles previstas, bem como a implantao de equipamentos pblicos e privados deutilizao colectiva, fornecendo conduo dessas actuaes urbansticas as necessriassegurana jurdica, programao tcnica e transparncia.

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    MINISTRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO DO TERRITRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

    SECR ETARIA DE ESTADO DO ORDENAMENTO DO TERR ITRIO E DAS CIDADESDIRECO-GERAL DO ORDENAMENTO DO TERRITORIO E DESENVOLVIMENTO URBANO

    Proposta do PNPOT Sumrio, Janeiro 2007 37/38

    Aces de natureza legislativa e administrativa

    A concretizao das orientaes indicadas no nmero anterior requer algumas aces denatureza legislativa e administrativa que o Governo e a Administrao Central devemdesenvolver no curto prazo, nomeadamente:

    a) Definir, em conformidade com o modelo territorial do PNPOT, os critrios gerais declassificao de uso do solo a desenvolver nos PMOT;

    b) Elaborar critrios de referncia para o estabelecimento de Programas de AcoTerritorial;

    c) Aperfeioar os instrumentos de execuo dos planos, promovendo o desenvolvimento

    das relaes contratuais entre os sectores pblico e privado;d) Estabelecer novas formas de participao directa d