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Ao minuto: Paulo Núncio dá explicações no Parlamento sobre caso dos offshores PEDRO CRISÓSTOMO e LILIANA VALENTE Ex e actual secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio e Fernando Rocha Andrade, são ouvidos sobre as falhas no tratamento de declarações de transferências para offshores no valor de quase 10.000 milhões. Ao minuto: Paulo Núncio dá explicações no Parlamento sobre caso dos offshores PEDRO CRISÓSTOMO e LILIANA VALENTE Ex e actual secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio e Fernando Rocha Andrade, são ouvidos sobre as falhas no tratamento de declarações de transferências para offshores no valor de quase 10.000 milhões. Há 1 min.13:52 Sobre os 10 mil milhões de euros, Núncio responde com alguma ironia a Marina Mortágua: "Não sei se tem algum conhecimento próximo da IGF. Não sei o que lhe permite declarar com tanta segurança, que existe uma questão de 10 mil milhões de euros de evasão fiscal..."

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Ao minuto: Paulo Núncio dá explicações no Parlamento sobre caso dos offshores

PEDRO CRISÓSTOMO e LILIANA VALENTE

Ex e actual secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio e Fernando

Rocha Andrade, são ouvidos sobre as falhas no tratamento de declarações de

transferências para offshores no valor de quase 10.000 milhões.

Ao minuto: Paulo Núncio dá explicações no Parlamento sobre

caso dos offshores PEDRO CRISÓSTOMO e LILIANA VALENTE

Ex e actual secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio e

Fernando Rocha Andrade, são ouvidos sobre as falhas no tratamento de

declarações de transferências para offshores no valor de quase 10.000

milhões.

Há 1 min.13:52

Sobre os 10 mil milhões de euros, Núncio responde com alguma ironia a Marina Mortágua: "Não sei se tem algum conhecimento próximo da IGF. Não sei o que lhe permite declarar com tanta segurança, que existe uma questão de 10 mil milhões de euros de evasão fiscal..."

Mariana Mortágua interrompe protestando por nunca ter dito que havia evasão fiscal

Núncio retoma para dizer "não sei qual a pressa do BE de tirar conclusões". E reafirma que não tem conhecimento do que aconteceu às declarações de transferências que não foram fiscalizadas. "Não sei quais as razões. Vamos verificar quais os valores que não foram apurados. Dizem respeito a que anos? Que tipos de operações estão envolvidos?". "Vamos esperar" pelo resultado da IGF, diz. L.V.

Há 3 min.13:49

Paulo Núncio acusa o BE de ter votado contra uma proposta de agravamento do IMI das casas detidas por sociedades offshores.

Há 6 min.13:46

Um momento de humor ao fim de quase quatro horas. Núncio, referindo-se aos deputados do PS, PCP e BE diz: "Ia chamar-lhes da oposição, estou ainda noutro tempo", disse.

Há 8 min.13:44

Paulo Sá, do PCP, questiona sobre se Maria Luís Albuquerque, enquanto ministra das Finanças, sabia do que se passou ou "optou por desviar o assunto".

Há 14 min.13:39

Argumentando que o controlo sobre as transferências existiu, Cecília Meireles cita o ex-director-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira José Azevedo Pereira quando o ex-responsável afirmou ao jornal Eco que o fisco “efetuou em devido tempo, quer o tratamento e o acompanhamento inspectivo que lhe competia, quer a preparação dos elementos necessários à efectiva divulgação pública dos elementos em causa”.

Há 17 min.13:36

Agora é a vez da deputada do BE, Mariana Mortágua, que diz que ficou por esclarecer porque Núncio não sabe o que aconteceu aos dez mil milhões de euros que não foram fiscalizados. "Se não foram é responsabilidade política de quem tinha essa pasta", diz Mariana.

A deputada lembra que Núncio falou na audição do trabalho da AT na fiscalização das transferências para offshores, mas, diz a deputada, esses dados dizem apenas respeito a 20% das transferências que foram efectivamente feitas. "Imagine o que seria se viesse aqui mostrar os resultados de 80% das transferências", atira. L.V.

Há 18 min.13:34

Eurico Brilhante Dias, deputado do PS, considera que ficou evidente da audição que Paulo Núncio tomou uma decisão deliberada para que as estatísticas não

fossem publicadas. E lembra que os dados, quando conhecidos, “auxiliam, dão transparência” no combate à fraude por aumentarem o escrutínio.

Se até elogiou o ex-governante por ter aumentado nalguns casos o “grau de intrusividade da AT na vida dos portugueses” para combater a economia paralela, disse-o para o acusar de não ter sido diligente – “para não dizer negligente” – no acompanhamento das transferências para offshores. P.C.

Há 25 min.13:28

A audição vai agora para uma terceira ronda de perguntas.

Duarte Pacheco questiona sobre se existiu uma ordem política para que a Autoridade Tributária não tratasse as 20 declarações referentes a transferências para paraísos fiscais.

Há 32 min.13:21

"Não sei o que terá acontecido às 20 declarações", diz

Núncio

“Eu não sei o que terá acontecido às 20 declarações”, reafirma Paulo Núncio. “Vamos esperar para ver se é possível chegar” a algum esclarecimento.

“A questão das estatísticas não pode pôr em causa” o trabalho de inspecção realizado, insiste. “É importante que se esclareça o que é que aconteceu” com os 10.000 milhões de euros.

Agora13:14

Nestas respostas finais - Núncio tinha 29 minutos para responder aos deputados - o ex-secretário de Estado volta a falar da retirada de três territórios da lista de offshores dizendo que a retirada só deveria acontecer depois de os três territórios mostrarem que efectivamente são cooperantes.

Quanto à questão em cima da mesa, Núncio quis esclarecer: "A minha assunção de responsabilidade tem apenas a ver com a divulgação das estatísticas. Quanto à outra questão espero pelo relatório da IGF para saber o que aconteceu". L.V.

Há 3 min.13:11

Núncio cita o Expresso para dizer que fez ataque às offshores escondidas. O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais lembra uma manchete do semanário de 2012 para dizer que fez medidas para combater "as contas escondidas" nas offshores e que isso mostra que a Autoridade Tributária "tinha a capacidade para fiscalizar, controlar as pessoas que tinham escondido dinheiro em offshores". L.V.

Há 7 min.13:07

Núncio começa a responder às perguntas da segunda ronda. Diz que “não vale a pena confundir três planos” – a divulgação das estatísticas, a “capacidade da inspecção tributária fazer o seu trabalho” e, terceiro, “um problema adicional que foi detectado”.

“A haver um problema e eu espero que seja esclarecido rapidamente, era sempre possível à AT detectar esse mesmo problema”, acrescenta.

Há 10 min.13:04

Paulo Sá recorda as vezes em que questionou o Governo no Parlamento sobre os fluxos de transferências para paraísos fiscais. Segundo a versão do deputado, aconteceu a 17 de Setembro de 2014, a 28 de Janeiro de 2015 na audição do então secretário de Estado do Orçamento, Hélder Reis, numa audição de Núncio a 27 de Fevereiro de 2015 e ainda a 27 de Março de 2015 numa audição de Maria Luís Albuquerque.

Há 2 min.12:58

“Não sabemos, de todo, se houve evasão fiscal [em relação aos 10.000 milhões de euros”, sublinha Eurico Brilhante Dias, deputado socialista. “Não basta aumentar o período em que é possível liquidar impostos [o prazo foi alargado pelo anterior Governo], é preciso agir, e para agir é preciso ter informação”, argumenta o deputado do PS. P.C.

Há 5 min.12:56

O deputado do PCP Miguel Tiago afirma que “a estatística aqui é instrumental para percebermos” as discrepâncias no processamento das 20 declarações que chegaram ao fisco e ficaram por tratar.

Paulo Núncio argumentara nesta audição que os dados não foram divulgados não dar “vantagem” aos infractores. Se assi foi, diz o deputado, diz esperar que o ex-governante “tenha identificado essas suspeitas e tratado pela via adequada”. E lembra que o PCP perguntou nos últimos anos pelos fluxos das transferências. “Não tinha obrigação legal de responder aos deputados?”, confronta. P.C.

Há 8 min.12:52

Numa ronda que os deputados aproveitam para fazer passar a sua interpretação do caso. Cecília Meireles, do CDS, diz que "é incrível fazer passar a ideia que a AT só fiscaliza se houver publicação de estatísticas". A deputada lembra ainda que a esquerda nesta audição só fala da publicação de estatísticas.

Há 16 min.12:44

Agora é a vez de Mariana Mortágua que diz que "80% das tranferências para offshores não foram alvo de fiscalização". E questiona se pode saber que não

houve fuga ao fisco destas transferências uma vez que "não quis sequer saber" o valor das transferências.

Era "impossível saber as discrepâncias" uma vez que não "quis saber", acusa a deputada.

Há 18 min.12:42

A reversão da reversão

Como foi possível encontrar as discrepâncias? Foi a “reversão da sua reversão [falta de publicação dos dados]”, argumenta o deputado do PS João Galamba. “Foi o facto de [o actual Governo voltar a] publicar estas estatísticas que permitiu verificar uma discrepância entre os valores controlados pela AT” e os que aparentemente deveriam ter sido alvo de controlo. P.C.

Há 26 min.12:34

Agora começa a segunda ronda de perguntas, com os deputados a fazerem blocos de perguntas por atacado.

Duarte Pacheco, do PSD, questiona sobre a relação entre publicação de estatísticas e a fiscalização.

Recorde-se que, nas respostas dadas ao PÚBLICO sobre este caso, e citando o pedido de auditoria pedido feito por Fernando Rocha Andrade à Inspecção-Geral de Finanças (IGF), o Ministério das Finanças não se refere à ausência da publicação das estatísticas, antes indica que foram detectadas discrepâncias no processamento da informação recebida pelos bancos relativamente às transferências de 2011 a 2014 que “ficaram por tratar” pela AT, “tendo sido processadas informaticamente e objecto de controlo apenas recentemente”.

Há 31 min.12:29

“A responsabilidade é só minha e não foi partilhada”

Sobre a falta de publicação dos dados, Núncio faz questão de dizer que tanto Vítor Gaspar como Maria Luís Albuquerque não têm responsabilidades sobre a não divulgação. “A responsabilidade é só minha e não foi partilhada”, repete.

Termina a primeira ronda de perguntas. A audição de Fernando Rocha Andrade estava marcada para as 12h, mas já passou meia hora e só agora vai começar a segunda ronda de perguntas das bancadas parlamentares a Paulo Núncio.

Há 33 min.12:27

Cecília Meireles pergunta se há alguma relação entre a ausência da publicação das estatísticas e o controlo inspectivo do fisco, algo que Paulo Núncio já tinha abordado na audição. “Ainda bem que me pergunta (…) Não há relação absolutamente nenhuma”, reafirma.

Há 36 min.12:24

Jersey, Man e Uruguai saíram da lista de offshores em Janeiro deste ano. O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre esta decisão no mesmo mês e o Governo respondeu dizendo que os três territórios estão na lista da OCDE e que têm acordos de informação com Portugal. Pode ler aqui (no subtítulo) um texto do PÚBLICO sobre esta decisão. L.V.

Há 39 min.12:21

Cecília Meireles questiona o secretário de Estado sobre a retirada dos três territórios, ilha de Mann, Jersey e Uruguai, da lista de paraísos fiscais pelo actual Governo.

Núncio responde com o facto de serem paraísos fiscais com tutela do Reino Unido. "A questão de divulgação de estatísticas é um problema de divulgação, a AT pode fazer o seu trabalho de fiscalização. No momento em que são retiradas os três paraísos fiscais, passa a ser um problema de transferências que deixam de ser controladas pela AT" e por isso, as "estatísticas de 2017 vão sofrer um rombo". "É pelo menos estranho que estes três territórios tenham saído da lista". L.V.

Há 2 min.12:14 A deputada do CDS questiona se o Governo tinha de autorizar estas transferências. "As transferências ocorrem num momento" e o controlo é posterior, responde Núncio.

Há 4 min.12:12 "Ironia é o facto que BE e PS trazem a esta comissão é apenas sobre a publicação de estatísticas", começa por dizer Cecília Meireles que recorda que as perguntas da maioria são sobretudo sobre a publicação de estatísticas.

"A AT tinha ou não obrigação de fiscalizar?"

Na resposta, Núncio diz que como a informação é agregada, não distingue as transferências puramente comerciais e aquelas que podem gerar algum tipo de

imposto. Núncio remete novamente pelas conclusões da IGF para perceber porque não foram analisadas essas transferências.

"As minhas indicações gerais sempre foram de reforço de combate à evasão fiscal." L.V.

Agora12:06

Núncio admite que Gaspar e Maria Luís não acompanhassem o caso

A deputada Mariana Mortágua pergunta a Paulo Núncio se está lembrado se o assunto da publicação das estatísticas foi tratado com os ministros Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque. “Eu falava regularmente com os ministros (…) sobre assuntos vários de matéria fiscal, eu não me recordo neste momento das conversas em particular”.

A deputada insiste em perguntar se o Governo estava a par da não divulgação. O ex-secretário de Estado responde: “Tive várias conversas [com os ministros] ”. Não sabe se o Governo estava a par? “Não sei senhora deputada, eu estava [a par], eu era o responsável por essa matéria”. “Eu é que tinha competência sobre essa matéria”. “ [Não publicar] foi uma decisão minha”, afirma Núncio, que minutos antes tinha dito que não houve uma ocultação deliberada.

Agora12:05 Na parte final das respostas ao BE, Paulo Núncio diz que "as transferências para paraísos fiscais reduziram-se e isso significa que de facto as medidas que foram criadas querem em termos legislativos quer operacionais resultaram".

"Como é que sabe se as transferências reduziram?", questiona Mortágua.

"Pelo portal das Finanças", responde Núncio. O que leva a deputada a concluir que "teve conhecimento porque elas foram publicadas", agora, mas não tinha achado importante a publicação desses dados. "Hoje acha isso tão relevante que é o facto que mais repete nesta audição", ironiza Mortágua. L.V.

Há 2 min.11:58 A deputada insiste no caminho do porquê de Paulo Núncio nunca até hoje ter referido que não tinha publicado as estatísticas por ter dúvidas, nem a jornalistas, nem no despacho. "Se não comunicou a ninguém, nem publicou compreende que está em falha", atira a deputada.

Núncio diz que acredita que não havia obrigação legal de publicação. E que concluiu só mais tarde que a responsabilidade era sua.

"E porque é que quando respondeu em 2017 não respondeu as dúvidas da altura?". "Não tinha o processo e só pude concluir depois de ter o processos comigo", diz Núncio.

"E também não disse que tinha dúvidas" - "Não tinha de responder isso", defende-se Núncio. L.V.

Há 2 min.11:57 Núncio alega que não existe uma obrigação legal de publicação das estatísticas (não está ainda inscrita na Lei Geral Tributária), mas havia um despacho de 2010, assinado pelo antecessor de Paulo Núncio, Sérgio Vasques, para que todos os anos, até Outubro, estes dados sejam divulgados no Portal das Finanças. Os valores foram divulgados pela primeira vez em 210 (relativamente a 2009) e estiveram na gaveta em 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015, só voltando a ser conhecidos em Abril de 2016. P.C.

Há 1 min.11:53 Questionado pela deputada Mariana Mortágua (BE) sobre o que considera então a indicação de “Visto”, Paulo Núncio: “Eu considero que aquele ‘Visto’ [como uma] não autorização”. P.C.

Há 1 min.11:52 A deputada do BE questiona sobre as respostas que Núncio deu aos pedidos da AT para publicar as estatísticas. "Não foi dada resposta porque eu não dei o ok para que esses dados fossem publicados", diz Núncio.

A deputada questiona o que quer dizer "visto" nos documentos entregues pela AT, e Núncio diz que "é uma não autorização". L.V.

Agora11:51 Na última sexta-feira, depois de Núncio dizer que a responsabilidade pela publicação dos dados cabia à Autoridade Tributária, o ex-director do fisco José Azevedo Pereira veio garantir que propôs a publicação das estatísticas e que não recebeu autorização para elas serem divulgadas.

Eis a descrição do que se passou, segundo Azevedo Pereira: “Em nenhum dos casos, a correspondente autorização foi concedida. No primeiro caso, o despacho do SEAF solicitou uma alteração na estrutura da informação a divulgar. Tal alteração foi levada a cabo tendo a proposta de publicação sido apresentado de novo à Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais. Tanto quanto me é dado lembrar – encontramo-nos neste momento a mais de cinco anos de distância destes factos – tal solicitação nunca terá merecido resposta da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais. No segundo caso, a informação em causa foi preparada de raiz para acomodar a solicitação efectuada pelo SEAF na resposta ao primeiro pedido de publicação, tendo sido remetida à Secretaria de Estado no início de Novembro de 2012. No entanto, o SEAF devolveu o processo à AT – em meados de Junho de 2014 – apenas com um despacho de ‘Visto’. Ou

seja declarou ter tomado conhecimento dos elementos que lhe foram comunicados mas não autorizou a sua divulgação, tal como lhe foi solicitado”.

Há 1 min.11:49 "Nessa altura não se lembrava das dúvidas que tinha", atira a deputada do BE, uma vez que a primeira vez que Núncio reagiu à notícia do PÚBLICO não disse que se lembrava que tinha dúvidas sobre a publicação.

"Eu defendi o interesse público e de boa fé entendia que a publicação poderia pôr em causa o combate à fraude e evasão fiscal", diz Núncio respondendo apenas "não" quando Mortágua insiste na pergunta se Núncio não entendeu que deveria ter falado das dúvidas na primeira resposta que deu. L.V.

Há 3 min.11:48

Os números dos offshores

Há 5 min.11:46

Núncio dá respostas contraditórias sobre se a publicação dependia ou não da sua autorização

Nas respostas ao BE, Núncio diz que considera "legítima" a decisão da AT sobre a não publicação de estatísticas. Ou seja, como havia um despacho do anterior

secretário de Estado, Sérgio Vasques, e que houve um despacho de Núncio que a AT interpretou como para "não publicar".

A deputada do BE, Mariana Mortágua, insiste no assunto uma vez que nunca primeira reação, Núncio dizia que a AT estava obrigada a publicar estatísticas de acordo com o despacho do antecessor.

Núncio responde dizendo que teria de haver um despacho seu no sentido de concordância e que uma coisa é uma "análise abstrata" e outra a verificação de procedimentos. E que tendo em conta o que foi acordado entre Núncio e a Autoridade Tributária, a AT procedeu bem

"Procedeu bem em ter feito chegar essa informação ao meu gabinete", diz, o que leva a deputada a concluir que "então dependia da aprovação do secretário de Estado" e que isso contradiz o que Núncio disse na primeira resposta. "Portanto o que diz aqui é falso", questiona Mortágua.

Núncio, na resposta, diz que isso "é uma interpretação geral de um princípio de direito". L.V.

Há 2 min.11:40 “Não só fez uma ocultação deliberada, como ela era do conhecimento dos ministros”, acusa Eurico Brilhante Dias. Na resposta, é Núncio quem faz acusações ao PS. “É curioso que seja o Partido Socialista a levantar a questão dos dois pesos e das duas medidas”, acusando o Governo de ter retirado três jurisdições da lista de paraísos fiscais, dizendo que isso deixará essas transferências “fora de qualquer escrutínio”.

Agora11:33 Brilhante Dias recorda que houve uma falta de controlo de alguns modelos 38.

Na resposta, Núncio refere que é preciso esperar pelo "resultado da inspecção da IGF". E que se "há aqui um problema, esse problema vai ser verificado e verificar-se-á que responsabilidade".

Sobre a questão dos problemas informáticos, Núncio diz que do que sabe "os sistemas informáticos não tiveram qualquer quebra. Esta questão dos dez mil milhões de euros vale a pena ser analisada em particular".

Mais tarde acrescenta que "evidentemente que eu não poderia saber", dos dez mil milhões de euros. L.V.

Há 2 min.11:31 Eurico Brilhante Dias, deputado do PS, pergunta “em que ano foi operacionalizado o RERT III? O RERT III “foi aprovado no OE para 2012”, refere Núncio.

Este foi o Regime Excepcional de Regularização Tributária lançado pelo Governo de Passos Coelho, depois dos dois perdões fiscais aprovados nos Governos de José Sócrates (em 2005 e 2010).

O RERT III, aplicável a património não localizados no país a 31 de Dezembro de 2010, e rendimentos não declarados ao fisco, permitiu a regularização tributária através do pagamento de uma taxa de 7,5%, sem a obrigação do repatriamento para Portugal. P.C.

Há 5 min.11:25 Quando lhe foi reportado o valor das transferências de 2014 (que são comunicadas pelos bancos à AT em 2015)? “Não foi reportado nenhum valor”, garante Núncio.

Há 6 min.11:24 Eurico Brilhante Dias pergunta ao ex-governante se conhece as recomendações europeias para a publicação de estatísticas relativas a operações relacionadas com centos offshores. “Conheço, senhor deputado”, afirma Núncio. P.C.

Há 1 min.11:23

Núncio: "Não existe obrigação legal para a publicação de estatísticas"

Eurico Brilhante Dias lembra que o gabinete do ministro respondeu a uma pergunta parlamentar do PCP. Núncio responde dizendo que "há uma centralização no gabinete no ministro, mas a resposta é dada pelos gabinetes dos secretários de Estado. O gabinete do ministro apenas interferiu para transmitir a pergunta aos serviços do Parlamento".

Sobre a publicação de estatísticas, Núncio diz que "não existe obrigação legal para a publicação de estatísticas, nem para a publicação de informações sobre transferências offshores, nem sobre outros impostos". L.V.

Há 2 min.11:20 Eurico Brilhante Dias, do PS, faz perguntas concretas relativamente à ausência de publicação das estatísticas em 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015.

Depois de Paulo Núncio assumir que teve dúvidas sobre a publicação de estatísticas por ela poder significar uma vantagem para os infractores e de assumir a responsabilidade pela não publicação dos dados, o ex-governante afirma agora: “Não fiz ocultação deliberada”. Insiste: “Tive dúvidas sobre a publicação”.

Questionado sobre quando teve dúvidas sobre a publicação, respondeu: “Quando a informação me foi apresentada”. Foi em 2011, pergunta Eurico Brilhante Dias. Responde Paulo Núncio: “Quando as informações me foram apresentadas”. E argumenta depois: “Se as minhas dúvidas não tivessem subestimo”, os valores teriam sido publicados. P.C.

“Não fiz ocultação deliberada”

Paulo Núncio

Agora11:19 O deputado do PS, Eurico Brilhante Dias, acusou Núncio de "ocultar as publicações (…) de forma deliberada". E questiona o porquê de o ex-secretário de Estado não ter respondido sobre este caso quando o PCP lhe perguntou sobre este assunto há dois anos, tal como o PÚBLICO dava conta hoje.

Núncio insiste na ideia que "decisão de não publicar as estatísticas" é dele. E refere novamente que entende que "essa não publicação poderia de facto significar aqui uma vantagem para os infractores". L.V.

Agora11:15

"Não fiz ocultação deliberada" de estatísticas para offshores

Agora é a vez do deputado Eurico Brilhante Dias, do PS, que opta por um conjunto de perguntas curtas sobre o cumprimento do despacho do ex-secretário de Estado Sérgio Vasques (do PS) que obrigava à publicação.

"Não fiz ocultação deliberada” de publicações, garante Núncio. Quando questionado sobre o momento em que teve "dúvidas" para não publicar, Núncio diz que foi logo em 2011. O deputado do PS Eurico Brilhante Dias insiste assim que Núncio teve dúvidas o mandato todo e Núncio responde: "Se as minhas dúvidas não tivesse subsistido, mas informações tinham sido publicadas". L.V.

Agora11:12

Núncio: "Não dei qualquer tipo de instrução"

Duarte Pacheco pergunta pelo que pode ter acontecido para que as 20 declarações não tenham sido tratadas, se a Autoridade Tributária o informou de alguma dificuldade. E por fim que se tinha sido informado que a AT tinha deixado de fiscalizar estas declarações.

"Não dei qualquer tipo de instrução. Não quero alimentar o debate sobre perceções individuais ou mútuas. É um assunto demasiado sério para opinarmos sem conhecimento", responde Núncio remetendo para a IGF. L.V.

Há 1 min.11:11

“Vamos esperar pelo relatório da Inspeção-geral de Finanças”

Duarte Pacheco, do PSD, insiste se a ausência de publicação interfere ou não no trabalho da autoridade tributária. Paulo Núncio assegura que “não interfere com a acção efectiva da inspecção tributária – são duas realidades completamente distintas”.

O fisco encontrou uma discrepância de 10.000 milhões de euros no valor das transferências para centros offshores realizadas entre 2011 e 2014 relativas a 20 declarações que, embora tenham sido comunicadas pelos bancos, ficaram por tratar e – segundo o Ministério das Finanças – “foram processadas informaticamente e objecto de controlo apenas recentemente”.

“Não dei nunca nenhuma instrução sobre esta matéria, porque não a conhecia”, garante; “Todas as medidas que eu tomei foram no sentido de dotar a administração fiscal de mais meios”. “Vamos esperar pelo relatório da Inspeção-geral de Finanças”. P.C.

Há 6 min.11:04

"Muita informação pública pode ser contraproducente", defende Núncio

O deputado do PSD, questiona agora sobre a publicação das estatísticas, que não foram feitas durante os anos em que foi governante. Duarte Pacheco questiona se foi uma "decisão partilhada com outros membros do Governo?" se "foi conversada com os agentes da Autoridade Tributária? Se hoje alteraria essa decisão?"

Nas respostas, Núncio insiste: "Não partilhei esta minha decisão com mais nenhum membro do Governo. Esta responsabilidade é só minha e só a mim pode ser assacada". E "não foi conversada com os membros da AT. Tive dúvidas".

"Pode não ter sido a decisão mais adequada. Concedo que a minha decisão de não publicar por dúvida, pode ser objecto de crítica", diz Núncio.

Sobre os trabalhos legislativos que estão a ser levados a cabo no Parlamento, Núncio refere que no geral entende e continua "a entender que a exposição de muita informação pública pode ser contraproducente em particular matérias de combate à fraude e evasão fiscal" L.V.

Há 8 min.11:02

Núncio lembra medidas de combate à evasão e fraude fiscais

À pergunta do PSD sobre as dez principais medidas tomadas no combate à fraude, Paulo Núncio enumera um largo conjunto de medidas. Entre eles, indica o alargamento do prazo de caducidade prazos de caducidade para liquidar impostos pela AT; refere o facto de o pagamento de impostos em falta pelo arguido ter deixado de permitir o arquivamento dos processos de crime fiscal, entre eles o crime de fraude fiscal; enfatiza o facto de ter introduzido a tributação de todos os valores transferidos de e para contas bancárias em paraísos fiscais, para efeitos de aplicação do regime de manifestação de fortuna; refere a tributação agravada de 35% em IRS e IRC para todos os rendimentos transferidos de e para paraísos fiscais refere a tributação agravada em 35% para os rendimentos recebidos em paraísos fiscais; acrescenta ainda a operacionalização da cláusula geral anti abuso para permitir à administração fiscal combater práticas abusivas; o alargamento de acordos de troca de informação fiscal.

Agora10:52 O deputado do PSD, Duarte Pacheco, começa por dizer que é preciso lembrar que "vivemos num regime de livre circulação de capitais". "Não é crime a transferência de valor para contas bancárias em offshores. Este tema é um tema sexy, que pode gerar demagogia fácil. O nosso enquadramento legal, isto não é um crime. Pode haver questões ideológicas, mas não é o enquadramento legal". E questiona agora sobre as "medidas de combate à fraude e evasão" fiscal. Um total de dez, responde logo. L.V.

Há 1 min.10:49

Núncio diz que "evidentemente que não" teve conhecimento de documentos rasurados. Ainda na resposta ao PCP, Núncio diz: "Eu percebo que estas questões necessitem de respostas rápidas. Eu também as quero. Sou dos principais interessados em ver este assunto esclarecido. Mas é importante esperar pelas conclusões da Inspeção-geral das Finanças".

Quanto às condições dadas pelo Governo à Autoridade Tributária, "evidentemente que o Governo criou todas as condições. Logo em 2012 aprovou logo um pacote de dez medidas de combate a offshores para dar toda as condições à máquina fiscal". Entre elas, lembrou o alargamento dos prazos de prescrição mas também o "aumento da pena máxima de prisão para os crimes fiscais mais graves".L.V.

Há 2 min.10:47

“Evidentemente que não”

Miguel Tiago lança várias perguntas: imitaram-se a trocar algumas opiniões? “O BES colapsa mais ou menos por esta altura [2014]”. Como é que um membro permite que um conjunto de transferências não seja escrutinada? Teve “atenção redobrada para impedir a fuga de capitais?” Teve conhecimento da manipulação de algum ficheiro ou rasura manual de algum documento para apagar ou ocultar actores de transferências para offshores? “Evidentemente que não”, responde Núncio à última pergunta. P.C.

Há 1 min.10:44

Núncio garante que não há responsabilidade de ministros nesta matéria

Miguel Tiago diz que não fez perguntas sobre "o seu próprio trabalho". Não lhe perguntei se o seu trabalho tinha sido bom ou espectacular. Perguntei-lhe sobre o papel do ministro das Finanças".

Na resposta, Núncio insiste na ideia que a "a Autoridade Tributária recebe a informação um ano depois". "Ou queremos um país tipo Venezuela ou então temos um sistema tipo Europa ocidental em que as transferências que são feitas pelos particulares são controladas à posteriori".

Quanto à responsabilidade de ministros, Núncio apenas diz: "Eu assumo a responsabilidade nesta matéria. Admito que tenha tido conversas com os ministros das Finanças sobre a matéria geral. Agora esta matéria das transferências era eu que acompanhava". L.V.

Há 2 min.10:41 Da parte dos ministros das Finanças (Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque, havia acompanhamento das matérias relacionadas com o combate à fraude e qual era a prática, pergunta Miguel Tiago, do PCP. Núncio não respondeu directamente, referindo antes que responde sobre o “trabalho político” realizado “E felizmente tenho trabalho para apresentar”, muitas formas de combate.

Há 4 min.10:38 O deputado do PCP questiona sobre o controlo que Núncio fez enquanto secretário de Estado. Núncio diz que enquanto governante não "controla declarações de contribuintes é não perceber que há o princípio de sigilo". "É a

Autoridade Tributária que tem a competência para fiscalizar, analisar, fazer o controlo e cruzamentos de todas as situações", explica o ex-secretário de Estado.

"Ao Governo compete criar todas as condições para funcionar com as melhores formas e instrumentos para exercer essa actividade. Foi isso que o Governo fez", L.V.

Há 7 min.10:35

Miguel Tiago insiste na pergunta se estes casos estão dentro do quadro legal de 12 ano, uma vez que na legislação diz que se forem declarados não ficam dentro dos 12 anos de prescrição.

Na resposta, Núncio diz que aquela norma tem de ser entendida de outra maneira, ou seja "quem declara, quem faz a transferência indica logo o número da contra para a qual foi feita a transferência. Em todas as outras situações aplica-se", diz. L.V.

Há 8 min.10:35 A medida inscrita no Orçamento do Estado para 2012 que veio alargar para 12 anos de caducidade para liquidar impostos pela AT, quando estejam em causa rendimentos não declarados obtidos em países e territórios sujeitos a regime fiscal privilegiado foi preparada no gabinete do Secretário de Estado e envolveu trabalho realizado em conjunto com a autoridade tributária, refere Paulo Núncio.

Agora10:30 Pelo PCP, quem faz perguntas foi o deputado Miguel Tiago que questiona Paulo Núncio sobre os impostos que poderiam ter sido pagos e qual foi a intervenção de Núncio enquanto secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Há 1 min.10:29

Núncio: "A responsabilidade é só minha"

Paulo Núncio explica porque não publicou as estatísticas. Diz o ex-secretário de Estado que foi por duas razões:

1 - "A publicação podia dar algum tipo de vantagem ao infrator. Podia constituir um alerta para os infratores ao nível e quantidade de informação da autoridade fiscal e que isso podia prejudicar o combate à fraude e evasão fiscal", diz Núncio.

Como segundo factor, diz que teve a ver com a "segmentação da informação". "Não distinguia os vários tipos de informação, as comerciais daquelas que poderiam gerar algum tipo de imposto".

"A informação daquela publicação em bruto poderia levar a interpretações incorrectas. Já assumi a minha responsabilidade política. Essa responsabilidade é só minha", garante Núncio. L.V.

Agora10:28

“A questão com uma alegada discrepância entre os dados que foram fornecidos pelos bancos e os dados que terão sido” processados não tem a ver com a

ausência de publicação das estatísticas, argumenta. E reafirma “total desconhecimento” em relação a esta situação. “Espero que a inspecção [da IGF] que esteja a correr” chegue a conclusão. “Não sou daqueles que deixa achas para a fogueira”. P.C.

“Nunca quis atribuir qualquer responsabilidade à Autoridade Tributária”.

Há 2 min.10:26

Em 2009, diz Núncio, a AT procedeu 200 mil euros à matéria colectável. Em 2011 procedeu a correcções de 20 milhões de euros; e em 2012 ano eu a divulgação as correcções à matéria colectável ascenderam a 32 milhões de euros. “Não obstante [a ausência de publicação dos dados], a inspecção continuou a corrigir, continuou a trabalhar”.

Há 4 min.10:24

Núncio alude a notícias dando conta de que a venda da PT à Altice deverá valer cerca de metade das transferências para offshores em 2015 e sublinha que, retirando esse valor, “em 2015 o valor das transferências é relativamente semelhante” . No entanto, o caso da divergência de 10.000 milhões de euros nos valores das transferências entre os dados de Abril e os mais recentes não se referem a 2015, mas ao período de 2011 a 2014.

Há 5 min.10:23

Núncio recusa que não publicação interfira com inspecção a transferências

"Não. A publicação de dados estatísticos não intefere com a acção inspectiva da acção tributária. Uma coisa é o tratamento da informação estatística outra coisa completamente diferente é o tratamento para efeitos de controlo", assegura o ex-secretário de Estado. L.V.

Há 8 min.10:20

Terceiro ponto que Núncio diz ser preciso desmistificar: “Há impostos perdidos ou não?” E a resposta é não, lembrando que o Governo anterior alargou o prazo de caducidade da liquidação dos impostos de quatro para 12 anos nos factos tributários relacionados com operações envolvendo centros offshores. A AT, frisa, tem pelo menos até 2024 para proceder às investigações e liquidações destes impostos.

Há 9 min.10:19

Paulo Núncio diz que em princípio "estas transferências não corresponderão a rendimento correspondente a imposto devido em Portugal". L.V.

Há 10 min.10:18

Paulo Núncio faz uma intervenção inicial. “Sou eu em primeiro lugar que tenho interesse em informar o Parlamento” sobre o caso, começa por dizer, considerando que é “importante desmistificar cinco questões” envolvidas no debate. A primeira: "Será que as transferências passam previamente pelo crivo da autoridade tributária”? Não, responde o ex-secretário de Estado, lembrando que elas são comunicadas pelos bancos ao fisco no ano seguinte à operação.

Há 12 min.10:16

Teresa Leal Coelho explica que Paulo Núncio não era obrigado a prestar declarações, uma vez que não exerce agora qualquer cargo público e não se trata de uma comissão de inquérito.

Há 15 min.10:12

Paulo Núncio chega à sala da audição.

Há 19 min.10:09

A presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, Teresa Leal Coelho, transmite aos deputados que o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, pretende fazer uma intervenção inicial.

Há 23 min.10:05

Notas sobre o caso dos offshores:

Valor enviado a partir de Portugal para offshores entre 2011 e 2014: cerca de 16.900 milhões de euros. Em Abril do ano passado, o valor contabilizado pelo fisco era de apenas 7162 milhões de euros, daí a divergência de quase 10.000 milhões de euros.

Vinte declarações enviadas pelos bancos, com ficheiros relativas às transferências na ordem dos 10.000 milhões de euros ficaram por tratar pela AT e só foram processadas informaticamente e alvo de controlo recentemente, segundo a explicação do Ministério das Finanças.

A Inspecção-Geral de Finanças está a fazer uma auditoria à articulação entre o processamento das declarações e a área analítica da inspecção tributária.

Depois de ser desmentido pelo ex-director-geral do fisco José Azevedo Pereira, que garante ter tido pronta a divulgação das estatísticas, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio assumiu a “responsabilidade política” pela não divulgação dos dados.

O Ministério Público confirmou na segunda-feira que está a “recolher elementos com vista a apurar se existem ou não procedimentos a desencadear no âmbito das respectivas competências” sobre o caso.

Há 29 min.09:59

Os dois vão dar explicações sobre o caso revelado na semana passada pelo PÚBLICO perante a existência de uma divergência de 9800 milhões de euros encontradas no valor das transferências para offshores a partir de contas em Portugal entre 2011 e 2014.

Embora o fisco tenha recebido as declarações dos bancos, nem toda a informação terá sido processada e só agora um conjunto de 20 declarações com transferências correspondentes a esses 9800 milhões de euros foram processadas e objecto de controlo por parte da Autoridade Tributária. Se em Abril de 2016 o fisco contabilizava 7162 milhões de euros transferidos de 2011 a 2014, agora o valor conhecido é de 16.900 milhões.

As falhas de controlo (transferências de 2011 a 2014) coincidem com o período em que as estatísticas também não foram publicadas no Portal das Finanças (de 2011 a 2015).

Há 30 min.09:58

Primeiro, é ouvido o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio, que tutelou os Assuntos Fiscais nos dois Governo de Pedro Passos Coelho (2011-2015). A audição está marcada para as 10h, seguindo-se às 12h a do actual secretário de Estado Fernando Rocha Andrade.