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Trabalho de final de Curso Técnicos Superiores de Higiene e Segurança do TrabalhoTRANSCRIPT
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 1
INTRODUÇÃO
A gestão de resíduos em Ilhas foi uma questão abordada por consultores de seis
Estados – Membros da União Europeia durante o ano de 1994 e a primeira metade de
1995, sob a coordenação da Unidade de Política de Gestão de Resíduos da Comissão
Europeia (CE, 1996).
Este objectivo teve um esforço duplo: descrever as actuais práticas de gestão de
resíduos em várias ilhas das costas europeias e, propor soluções alternativas sempre
que se justificasse possível (CE, 1996).
Destas actividades resultou o Manual de Código de Prática para a Gestão de
Resíduos em Ilhas (“Codes of Practice For Waste Management on Islands”), destinado
a auxiliar as autoridades locais das ilhas europeias (incluindo os Açores) na
elaboração dos planos de gestão de resíduos.
Entre os problemas mais frequentes encontram-se :
- Os custos de transporte dos resíduos recicláveis para o continente;
- A falta de infra-estruturas;
- As flutuações da população sazonal;
- As condições climatéricas;
- A vulnerabilidade ambiental;
- A falta de espaço e de infra-estruturas para a eliminação dos resíduos (CE, 1996).
A identificação, por origem, é importante, dado que apenas conhecendo a produção e
o tipo de resíduos por sector será possível determinar qual o conjunto de medidas de
prevenção, reutilização ou valorização que poderá ser mais facilmente aplicável.
A gestão dos resíduos está orientada para a redução da quantidade e perigosidade
dos resíduos, bem como da sua valorização, por forma a que nos aterros apenas se
faça deposição de resíduos correspondentes à fracção residual dos processos
produtivos e dos sistemas de valorização que não tenham solução no âmbito das
tecnologias actuais (Instituto dos Resíduos,1999).
Segundo o Decreto-Lei n.º 239/97 de 9 de Setembro, a gestão de resíduos visa,
preferencialmente, a prevenção ou redução da produção ou nocividade dos resíduos
nomeadamente através da reutilização e da alteração dos processos produtivos, por
via da adopção de tecnologias mais limpas, bem como a sensibilização dos agentes
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económicos e dos consumidores. Subsidiariamente, a gestão de resíduos visa
assegurar a sua valorização, nomeadamente através de reciclagem, ou a sua
eliminação adequada.
Neste contexto, as disposições comunitárias consideram prioritárias i) a
implementação da política dos “3R´s (redução, reciclagem, reutilização) e ii) a
eliminação de todos os resíduos não reutilizáveis, através dos seguintes mecanismos:
• prevenção à formação de resíduos e à resolução do problema na origem;
• incentivo à reutilização e reciclagem de resíduos através, por exemplo, da
recolha selectiva;
• estabelecimento de prioridades relativamente aos fluxos de resíduos.
A Gestão adequada de resíduos é um desafio inadiável para as sociedades modernas.
O desenvolvimento das actividades económicas em que existe o risco de exposição a
agentes biológicos, aumenta significativamente, designadamente em resultado do
desenvolvimento das biotecnologias através das quais se procede a sua produção e
utilização, e nomeadamente a sua recolha após utilização e deposição como resíduo
em destino final.
Os trabalhadores do Aterro Intermunicipal da Ilha Terceira podem estar expostos a
agentes biológicos com riscos para a sua saúde em muitas actividades, mas com toda
a certeza, durante a actividade de recolha e tratamento de resíduos de várias origens,
sejam urbanos ou industriais.
Os agentes biológicos com efeitos nocivos para a saúde, podem formar-se por
diversos processos, nomeadamente nos processos industriais em que é maior o risco
de exposição dos trabalhadores a agentes biológicos perigosos.
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OBJECTIVOS GERAIS
Os objectivos gerais a atingir para este Plano de Prevenção em Resíduos Sólidos
Urbanos visam essencialmente:
1) Proceder, na concepção das instalações, dos locais e processos de trabalho, à
identificação dos riscos previsíveis, combatendo-os na origem, anulando-os ou
limitando os seus efeitos, por forma a garantir um nível eficaz de protecção aos
trabalhadores;
2) Integrar no conjunto das actividades dos Serviços Municipalizados da Câmara
Municipal de Angra do Heroísmo a avaliação dos riscos de trabalho na
segurança e saúde dos trabalhadores, com vista a adopção de futuras medidas
de prevenção de riscos profissionais (“Plano de Prevenção dos Riscos
Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos”).
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ENQUADRAMENTO NORMATIVO
Nor termos do DL 441/91, de 14-11, o empregador deve garantir a organização das
actividades de prevenção dos riscos profissionais (atr.º 13º) necessárias a
assegurar aos trabalhadores as condições de segurança, higiene e saúde em todos os
aspectos relacionados com o trabalho (art.º 8.º). Para tanto, deverá definir e dotar-se
de meios físicos, técnicos e humanos adequados aos tipos de riscos a que os
trabalhadores estão expostos (incluindo os factores de riscos potencial resultantes,
nomeadamente, da inovação tecnológica e da flexibilidade), à distribuição dos riscos
na empresa ou no estabelecimento e à dimensão da empresa.
A lei (DL 26/94, de 01-02, na sua versão renumerada anexa ao DL 109/2000, de
30/06) considera, para o efeito, possibilidade diversificadas ao nível organizacional, de
entre as quais o empregador poderá optar ou fazer combinações, por forma a
organizar os serviços de prevenção da sua empresa.
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PARTE I – CARACTERIZAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO
INTERMUNICIPAL DA ILHA TERCEIRA
1.1. Aspectos Gerais
A ilha Terceira está situada entre os paralelos 38º38´10´´N e 38º47´40´´N e os
meridianos 27º03´00´´W e 27º24´00´´W, apresentando uma superfície de cerca de 382
Km2. O comprimento e largura máximos são de 30 Km e 18 Km respectivamente.
Cerca de 55% da sua superfície localiza-se abaixo dos 300 m de altitude, 42,5% situa-
se entre os 300 e os 800 e 1,9% dispõe-se acima deste último limite. O seu ponto mais
elevado situa-se na serra de Santa Bárbara com 1021 m de altitude. Com poucas
excepções, apenas a faixa costeira que circunda a ilha compreendida entre o nível do
mar e os 300 m de altitude é habitada. Dados os condicionalismos do relevo, essa
faixa é mais estreita na zona oeste e noroeste.
O Aterro Intermunicipal da Ilha Terceira situa-se na zona do Biscoito da Achada, na
freguesia da Ribeirinha, concelho de Angra do Heroísmo. Localiza-se num dos
extremos de uma zona relativamente plana que se estende desde o flanco interior da
Serra da Ribeirinha até a vertente homóloga da Serra do Cume (planície dos Cinco
Picos). A zona envolvente ao aterro é constituída na sua grande maioria por pastagens
de elevada produtividade.
Fig.1. Localização geográfica do Aterro Intermunicipal
A construção do aterro sanitário teve lugar nesta zona em consequência da
reorganização da lixeira a céu aberto que lá existia. As mudanças tiveram o objectivo
no sentido de conseguir um melhor acondicionamento dos resíduos sólidos urbanos
(R.S.U.) e dos outros resíduos produzidos na ilha.
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O aterro sanitário compreende uma área total de 39 ha, contendo as instalações e
equipamentos de apoio necessários ao funcionamento do aterro, as bolsas e as zonas
destinadas a outros resíduos (vidro, entulho, óleos, pneus, etc.) conforme podemos
verificar em legenda detalhada em forma de desenho do Aterro Sanitário
Intermunicipal da ilha Terceira (Fonte : SMCMAH, 2003).
Fig. 2. Esquema pormenorizado do Aterro sanitário
1.2. Clima
O clima da ilha Terceira apresenta características marcadamente oceânicas, as quais
se traduzem por pequenas amplitudes térmicas diárias e anuais, elevada precipitação
e grande teores de humidade atmosférica.
Existem comportamentos pluviométricos muito diferentes entre o litoral e o interior
montanhoso, mas o tipo de distribuição das chuvas é o mesmo que em todo o
arquipélago, verificando-se um máximo de precipitação na segunda metade do Outono
e no Inverno, enquanto os meses de Verão são os de menor precipitação. De um
modo geral, os valores de precipitação anual são elevados e tendem a aumentar
significativamente de leste para oeste. Os mais baixos (900 – 1000 mm) encontram-se
apenas numa faixa estreita da costa leste. Em regra, a precipitação é mais elevada na
encosta norte do que na sul, devendo a diferença situar-se entre os 20% e 25% para a
mesma altitude.
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Segundo Fontes (1999), foram observados valores na bacia hidrográfica da granja,
situada a poucos metros do Aterro Intermunicipal da ilha Terceira são de 2039 mm
para a precipitação média anual e 250 dias de precipitação. A temperatura média
máxima foi de 21,6ºC para os dias sem precipitação e de 19,0ºC para os dias em que
se registou precipitação. A temperatura média mínima, registaram-se 11,0ºC para os
dias sem precipitação e 11,4ºC para os dias com precipitação (Média de dados dos
anos de 1996, 1997 e 1998).
A humidade relativa do ar é elevada ao longo do ano, apresentando valores médios
acima dos 70%. No que respeita aos regimes dos respectivos valores extremos,
observa-se uma tendência da média dos mínimos diários atingirem valores mais
baixos nos meses de estio (74% nos meses de Julho e Agosto) enquanto que a média
dos máximos diários assume diários mais altos nesta (85% no mês de Junho). Este
facto estará naturalmente associado à maior amplitude térmica observada nos meses
de Verão, observando-se em simultâneo, nesta época, um acréscimo da humidade
absoluta do ar. A humidade relativa do ar varia ao longo do dia, apresentando o seu
mínimo ao fim da tarde e o seu máximo de madrugada.
A insolação, traduzida pela média do número de horas de sol descoberto por mês e
pela razão entre estas e o número de horas do período diurno, revela um elevado
índice de nebulosidade, característico, aliás, das ilhas dos Açores. Variando em
relação ao número de horas do período diurno de 27% no mês de Dezembro e 44% no
mês de Julho.
O regime médio do vento observado, traduzido pela frequência em relação ao nº total
de observações em que se regista vento com um determinado rumo (direcção e
sentido), pela respectiva representatividade dos períodos de calma (vento de
velocidade inferior a 1 Km h-1 e de direcção indefinida) e pela respectiva velocidade
por rumo, revela um clima onde as condições dinâmicas da atmosfera assumem papel
relevante. O contributo de cada rumo para a configuração da distribuição dos ventos
por rumo, é significativamente a favor dos rumos de Oeste, predominando os ventos
de Sudoeste (SW) e de Oeste (W), respectivamente com 19% e 18% de
representatividade em relação ao nº total de observações.
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1.3. Solos e Geologia
O solo da zona do Aterro Sanitário Intermunicipal da Ilha Terceira integra-se na
categoria de um solo litólico não húmico, com um relevo marcadamente acentuado
que coincide com uma escoada lávica recente (basaltos superiores) do tipo AA. Nas
fissuras e em algumas micro-depressões existem acumulações húmicas.
Segundo Rodrigues (1993), o aterro sanitário localiza-se sobre Mantos Lávicos
Recentes. Por debaixo deste tipo de solo predominam os Andossolos Ferruginosos
que se desenvolvem quer a partir de formações piroclásticas de natureza traquítica
quer a partir de acumulações de “lapilli”.
Em termos geológicos, a zona do Aterro sanitário assenta sob uma escoada lávica de
natureza basáltica recente, a qual se dispõe um substrato traquibasáltico. A formação
traquibasáltica dos Cinco Picos corresponde a escoadas e materiais de projecção de
composição intermédia, extruídos pelo vulcão dos Cinco Picos. É considerada a
formação mais antiga da Terceira.
As escoadas lávicas dispõem-se normalmente em camadas espessas, justapostas ou
intercaladas com delgados níveis de piroclastos, quer na sequência de basaltos
ancaramíticos e havaíticos, quer como traquitos sub-saturados (Self, 1976).
Fig.3. Escoadas lávicas em camadas justapostas
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1.4. Vegetação
As comunidades vegetais típicas da zona do aterro sanitário, segundo Dias (1988) são
as Florestas mistas e/ou degradadas.
A eliminação anárquica das árvores, por corte ou por queda, e o avanço concuminante
de espécies de valor silvícola nulo, levou à degradação de uma considerável área de
antigas matas (“Florestas mistas degradadas”). Evoluindo, em outro modo, estão as
“Florestas degradadas”, tratam-se de zonas que após anterior utilização – turfeiras,
pastagens, vinhas ou próprias matas após corte – foram abandonadas e onde se
instalou um coberto arborescente degradado sem qualquer vantagem produtiva (Dias,
1988).
Fig. 4. Zona de vegetação da antiga lixeira
1.5. Fisiografia e Geomorfologia
Alicerçada predominantemente ao longo do “rift” da Terceira (Krause & Watkins,
1971), alinhamento tectónico que se desenvolve a partir da fossa de Hirondelle a
Noroeste da Ilha de S. Miguel, com a direcção predominante de NNW-SSE, a ilha
constitui parte emersa de um dos dorsos do “rift” denominado como Dorsal da
Terceira. Deste alinhamento surgem algumas das estruturas mais importantes da ilha,
nomeadamente o vulcão dos Cinco Picos, o vulcão de Guilherme Moniz e o Maciço do
Pico Alto.
Das erupções mais recentes resultam escorrências de lavas e depósitos piroclásticos
ainda pouco alterados que cobrem superfície considerável da ilha. A estas áreas de
microrelevo acentuado e pouco evoluídas, normalmente cobertas de vegetação
pioneira, a toponímia local atribui o nome de “mistérios” e “biscoitos” a que
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correspondem, respectivamente, situações de menor e de maior evolução pedológica,
podendo estes últimos apresentar mesmo alguma aptidão cultural, nomeadamente
para a cultura da vinha, de pomares e para aproveitamento florestal.
Sobre todos os materiais que constituem a ilha, de resistência e espessura variáveis,
fazem-se sentir as forças tectónicas, da gravidade e dos agentes erosivos, verificando-
se de uma forma generalizada, assentamentos diferenciados e zonas de fractura.
A planície dos Cinco Picos tem cerca de 7 km de diâmetro constituindo uma vasta
superfície sub-horizontal ligeiramente inclinada para SSE. Possui um microrelevo
bastante acentuado sendo limitada a Nordeste e Sudeste pelas escarpas de falha
correspondente às vertentes interiores das Serras do Cume e da Ribeirinha. Grande
parte da sua superfície encontra-se recoberta por formações basálticas inferiores,
ignimbritos das Lajes e basaltos superiores (Self, 1976).
No interior da planície dos Cinco Picos surgem alguns cones estrombolianos de
escória basáltica, associadas a fracturas orientadas segundo a direcção geral do “rift”
da Terceira e do dorso central.
De acordo com Rodrigues (1993) uma das características dos grande vulcões
açoreanos com caldeira é a presença de depósitos pomíticos e mais raramente, de
escoadas piroclásticas. Para além dos ignimbritos das Lajes, proveniente do Centro
Vulcânico do Pico Alto, não se encontram neste estratovulcão, outros depósitos
piroclásticos indicadores da sua actividade plineana ou peleana. Este facto, aliado à
ausência de paredes nos extremos Noroeste e Sudeste desta depressão, ao
paralelismo existente entre a Serra da Ribeirinha e a Serra do Cume e ao seu
alinhamento com a orientação dominante do “rift” da Terceira, indiciam ser esta
depressão uma estrutura governada essencialmente por mecanismos tectónicos,
semelhantes ao que deu origem ao “graben” das Lajes, com o qual apresenta um
estilo tectónico comum (Rodrigues, 1993).
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1.6. Hidrologia
Na região do Aterro sanitário a rede de drenagem é incipiente e praticamente nula,
dada a elevada permeabilidade dos terrenos. Esta situação é agravada pela presença
na zona de um acidente tectónico, a falha da Serra da Ribeirinha que, de acordo com
Rodrigues (1993), pode funcionar como um dreno natural, encaminhando a água
superficial para zonas mais profundas.
Dos três maciços estruturais que constituem a ilha Terceira o maciço dos Cinco Picos
é o que apresenta menor densidade de drenagem, com cerca de 0,76 km km-2. A
estrutura da rede de drenagem reflecte o relevo pouco acentuado de algumas das
suas superfícies, baixo declive, diferenças litológicas e elevada fracturação primária e
secundária das formações (Rodrigues, 1993).
Das características litológicas dos terrenos que constituem o maciço dos Cinco Picos é
possível distinguir três aquíferos suspensos:
- os situados nas formações traquibasálticas dos Cinco Picos;
- os determinados por formações basálticas inferiores;
- os associados às escoadas ignimbríticas das Lajes.
Na depressão dos Cinco Picos, não foram inventariadas quaisquer nascentes
associadas a estes materiais. Contudo, nos trabalhos de perfuração dos furos de Paul,
foram localizados três aquíferos suspensos principais sobrepostos. Os níveis
impermeáveis situam-se sensivelmente a 338 m, 295 m e 254 m de altitude
(Rodrigues, 1993).
Apesar de não haver informação directa sobre o aquífero de base correspondente à
planície dos Cinco Picos, a inexistência de drenagem superficial em toda aquela área,
bem como a presença de fortes nascentes de maré no litoral de Porto Judeu, parecem
indicar uma área de grande produtividade e, dada a grande recarga, resistente à
intrusão salina (Rodrigues, 1993).
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1.7. Exploração dos RSU
O Aterro Sanitário Intermunicipal da Ilha Terceira apresenta uma área total de 39 ha e
compreende instalações de apoio, bolsas e zonas específicas para o depósito
temporário de outros resíduos. Os resíduos sólidos urbanos domésticos são
depositados nas bolsas de recepção de resíduos. Actualmente, já foram exploradas e
encerradas quatro bolsas com uma área total de 36 707 m2, encontrando-se a quinta
bolsa, com 10 252 m2, em fase de exploração. A futura bolsa a explorar apresenta
uma área de 11 652 m2. A área total disponível no aterro sanitário é de 219 708 m2.
As instalações de apoio existentes no aterro são as seguintes : casa da báscula, casa
do guarda, pavilhão oficinal, armazém de papel/papelão, parque de viaturas e canil
intermunicipal.
Fig.5. Instalações de apoio do Aterro
Na báscula de pesagem electrónica são registados todos os resíduos que dão entrada
no aterro sanitário. Estes registos fornecem informação precisa sobre o tipo de resíduo
depositado, o produtor, a data e hora do depósito e o peso do resíduo. Os resíduos
sólidos são então depositados em diferentes zonas consoante a sua origem: os
resíduos sólidos domésticos e os resíduos equiparados a urbanos são depositados na
bolsa em exploração. Existem zonas destinadas ao depósito temporário de entulhos,
sucatas, pneus, óleos usados, vidros e resíduos verdes.
O sistema de recolha de resíduos sólidos no concelho de Angra do Heroísmo
compreende a recolha indiferenciada dos RSU porta-a-porta, a recolha selectiva das
fileiras papel, plástico e vidro por ecopontos e a recolha selectiva de outros resíduos
(monstros, óleos e pilhas) realizada por viaturas do SMAH quando solicitada pelo
produtor dos resíduos.
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a) Recolha indiferenciada dos RSU porta-a-porta
A remoção normal consiste no despejo de contentores recuperáveis ou não, no interior
da viatura, tendo como principais inconvenientes:
-» O desenvolvimento de poeiras prejudiciais à saúde dos trabalhadores, verificando-
se frequentemente, o espalhamento de resíduos no chão o que obriga a que a limpeza
das ruas seja sempre feita após a remoção.
Fig.6. Viatura de recolha RSU
Esta recolha é realizada diariamente em todo o concelho de Angra do Heroísmo, nos
seguintes horários dos Serviços Municipalizados:
• Das 7h00 às 13h00 (excepto em alguns feriados e tolerâncias de pontos);
• Ao Domingo esta recolha é efectuada apenas às unidades hoteleiras sitas em
toda zona citadina.
Na remoção hermética, os recipientes contendo os resíduos dispõem de uma tampa e
são adaptáveis ao orifício da porta traseira da camioneta, evitando-se assim a
dispersão de poeiras e derrames de resíduos.
b) Recolha selectiva das fileiras de papel, plástico e vidro por ecopontos
Os materiais recolhidos selectivamente por ecopontos são sujeitos a triagem manual e
posterior enfardamento no armazém de papel/papelão, onde são finalmente
armazenado e enviados para valorização por uma firma especializada.
Fig.7.Operação de recolha dos ecopontos
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A recolha é efectuada em todos os ecopontos distribuídos pelos concelhos de Angra
do Heroísmo e Praia da Vitória segundo horários e trajectos previamente estipulados
pelos superiores.
Durante este trabalho foram realizadas verificações dos horários e trajectos dos
ecopontos. No mapa de trajecto dos ecopontos (ver ANEXO 1), pode-se verificar que
os percursos dos ecopontos constituem factores de elevada relevância na prevenção
de riscos de acidentes durante as operações de recolha dos ecopontos, visto que
constituem uma solução em termos de higiene e segurança na remoção de resíduos
selectivamente.
Entre os factores influentes na recolha dos ecopontos, pude verificar que existem dois
factores climáticos importantes, que originam situações perigosas, na qual conduzem
à situações de risco aos trabalhadores, sendo de referir:
a) o vento -» durante a operação de recolha dos ecopontos, o movimento efectuado
pela grua deve ser condicionado e efectuado em segurança, com a acção do vento
originam-se balanços que podem conduzir a queda dos ecopontos originando
ferimentos ou contusões nos trabalhadores (riscos físicos).
O vento transporta poeiras e gases contidos nos ecopontos que podem originar
doenças profissionais existentes na zona envolvente dos trabalhadores.
b) a chuva -» nas operações de recolha de papel, a chuva exerce uma influência
nefasta na actividade do operador da grua, dado que a quantidade de água misturada
com o papel provoca um empapamento do resíduo dificultando a sua saida para a
viatura colectora dos ecopontos.
Gráfico 1. Quantidade de resíduos dos Ecopontos
Segundo o gráfico acima, pode-se concluir que a maior quantidade de resíduos
produzidos equivalem ao papel/cartão, considerado como uma fonte de reciclagem, na
qual é enviada posteriormente para o Continente.
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Na cidade de Angra do Heroísmo o papel e o cartão são recolhidos numa viatura de
caixa aberta sem grua, não se encontrando unicamente afecta a esta tarefa.
Fig.8. Operação de recolha do papel/cartão
O papel e cartão são recolhidos e conduzidos à estação de armazenamento e
enfardamento, de modo a ser acondicionado e o seu volume substancialmente
reduzido através da compactação. Esta operação processa-se toda no armazém de
papel/cartão, que posteriormente serão analisados e identificados os riscos biológicos
mais importantes que afectam os trabalhadores
.
c) Recolha especial de outros resíduos (monstros, óleos e pilhas)
A recolha especial é efectuada por uma viatura própria com sistema de elevação, da
competência dos S.M.A.H. Esta recolha não tem itinerários definidos e é feita sempre
que solicitada pelo detentor, visto serem resíduos com características especiais
(natureza, características, peso e dimensão) e, por isso, não poderem ser objecto de
remoção normal.
Fig. 9. Operação de recolha de óleos usados
Estes resíduos após serem recolhidos, são conduzidos ao aterro sanitário onde são
pesados e depositados em locais específicos dentro da área do aterro, aguardando
soluções de valorização.
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A sucata é uma vez por ano, compactada e enfardada por uma empresa especializada
para o efeito e enviada em contentores para reciclagem.
Gráfico .2. Quantidade de sucata entrada e exportada no Aterro Intermunicipal (SMAH,2003)
Cerca de 1686,8 ton/ano de sucata foram enviadas para a reciclagem em 2000,
aumentando para 1876,0 ton/ano em 2001, sendo que em 2002 baixou para 1716,0
As operações de recolha de sucata são efectuados por trabalhadores que utilizam
luvas de borracha (EPI´s adequados) para o levantamento de sucatas (máquinas de
lavar, fogões, etc.).
Os maiores riscos que os trabalhadores sofrem são os riscos ergonómicos, devido a
sobrecarga física e excessiva no levantamento incorrecto das sucatas.
Fig.8. Operação de recolha de monstros
Os óleos usados são de igual modo recolhidos pelas viaturas de recolha especial dos
Serviços Municipalizados, em bidões e depositados numa zona criada para o efeito no
aterro sanitário, ou são os próprios produtores desses óleos que se encarregam de os
levar ao aterro sanitário.
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Gráfico.2. Quantidade de óleo entrada e exportada no Aterro Intermunicipal (SCMAH,2003)
Pode-se verificar pelo gráfico acima representado, que a quantidade de óleo usado
aumentou gradualmente nos últimos três anos, sendo de referir que apenas uma parte
foi valorizada no ano de 2002, cerca de 48000 l/ano, sendo os restantes 55600 l/ano
depositado no Aterro constituindo um sério risco de incêndio, devido a grande
quantidade de carga incendiária, que poderá num futuro próximo acarretam situações
de possíveis incêndios ou explosões.
A zona de armazenagem dos óleos usados está remodelada contendo três tanques
metálicos de elevada capacidade assentos em pilares de betão armado e o chão
revestidos de betão. Para esses tanques são transferidos todos os óleos que dão
entrada no aterro, de forma a minimizar os riscos de contaminação do solo por esses
óleos.
Fig.9. Zona de armazenagem de óleos usados
As pilhas são armazenadas num contentor de 800 kg que se encontra num armazém
do papel/cartão, pretendendo-se encontrar as quantidades necessárias de forma a
proceder-se ao seu encaminhamento para valorização/reciclagem.
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PARTE II – COMPONENTES FUNCIONAIS DO SISTEMA DE GESTÃO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ( R.S.U. ) NO ATERRO SANITÁRIO
INTERMUNICIPAL DA ILHA TERCEIRA
2.1. Produção
A forma mais fiável para recolher dados qualitativos da produção de resíduos de um
aglomerado populacional é recorrendo a pesagens sistemáticas dos resíduos
produzidos.
Para que um plano de prevenção esteja funcional necessita-se de uma recolha e
análise de toda a informação técnica actual relativa a instalações, locais, equipamento
e processos de trabalho a ter em conta na elaboração de projectos de prevenção.
A partir dos dados obtidos de registos dos SMAH, foi feita uma análise de riscos
baseada na recolha de dados, com o objectivo de se reunir um conjunto de informação
que pudesse contribuir para um melhor conhecimento das características quantitativas
de resíduos produzidos na Terceira, tanto dos resíduos sólidos urbanos como os de
outra natureza.
Gráfico.2. Valores quantitativos de resíduos no Aterro em 2002 (SMAH,2003)
Verificando o gráfico acima, pude constatar que a maior quantidade de resíduos que
deram entrada em 2002 foram de entulho (70064,49 ton/ano), resíduo doméstico
(29263,24) e matéria orgânica (3666,81 ton/ano) no Aterro Intermunicipal, originando
um risco de exposição a agentes biológicos maior nos trabalhadores sujeitos à todas
as actividades de recolha, transporte e tratamento de resíduos sólidos
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Gráfico.3. Valores quantitativos de resíduos no Aterro em 2003
Em relação ao 1º semestre de 2003, podemos verificar que os resíduos mais
produzidos na ilha Terceira são o entulho ( 39028,26 ton ) (provavelmente devido ao
volume crescente na área de construção civil); os resíduos domésticos ( 14890,87) e
finalmente a matéria orgânica (2232.77 ton).
Sendo assim pode-se resumir em termos de higiene quais os principais riscos
associados ao tipos de resíduos são:
Resíduos
Riscos
Entulho Resíduo
doméstico
Matéria orgânica
Físicos
Temperaturas
altas
Temperaturas
altas
Temperaturas
altas
Químicos
Poeiras
Fumos e cheiros
Gases e vapores
Biológicos
Vírus, bactérias,
fungos e
parasitas
Vírus, bactérias,
fungos e
parasitas
Vírus, bactérias,
fungos e
Parasitas
Quadro 1. Relação entre os resíduos e os riscos
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2.2. Caracterização física e química dos RSU
As características dos RSU são determinantes na escolha e na decisão do tipo de
tratamento a efectuar e condicionam o respectivo funcionamento. A avaliação das
possibilidades de recuperação e reciclagem dos vários componentes físicos dos
resíduos sólidos urbanos é condicionada pelo conhecimento da importância relativa
com que cada um desses componentes contribui para a composição global.
A natureza e composição dos resíduos determina as suas características físicas,
biológicas e químicas em termos do potencial dos fluxos dos resíduos para
processamento biológico ou incremento de um programa de reciclagem.
O conhecimento das características qualitativas e quantitativas dos RSU bem como da
sua evolução é fundamental para apoio às tomadas de decisão no âmbito da gestão
de um sistema de RSU.
É necessário determinar as características qualitativas dos resíduos, recorrendo à sua
caracterização de modo a obter dados que permitam não só a sua actualização da sua
composição, mas também possibilitem a análise da tendência da sua evolução.
A escolha de soluções de tratamento de RSU depende cada vez mais do
conhecimento das suas características físicas e químicas, sendo esta caracterização
dificultada pela heterogeneidade dos resíduos que torna difícil a obtenção de amostras
representativas dos resíduos, podendo comprometer a fiabilidade dos resultados das
determinações químicas.
Gráfico.4. Resultados (%) das Análises Fisícas em RSU em 2002 (SMAH, 2003)
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Segundo os dados do SMAH, podemos concluir que a matéria orgânica (29,2%)
apresenta a percentagem mais elevada em termos de análises físicas aos RSU
existentes no Aterro Intermunicipal, Este facto, leva-nos a pensar que o fluxo dos
resíduos estão intimamente ligados com a natureza física dos mesmos. Para isso,
seria do maior interesse em termos de prevenção contra os riscos dos agentes
biológicos criarem-se tipos de tratamento que reduzissem ao máximo o fluxo de
produção de resíduos.
Uma alternativa a médio e longo prazo seria a criação de uma estação de
compostagem que permitiria evitar as consequências negativas associadas ao seu
depósito em aterro e ao aumento simultâneo do tempo de vida das bolsas em
exploração. Permitindo assim, obter um fertilizante essencial para fins agrícolas – o
composto.
Fig.9. Estação de compostagem (esquema geral)
Legenda:
Pré-tratamento:
1- Recepção da fracção orgânica dos resíduos. A fracção de origem de recolha selectiva é
crivada por forma a eliminar possíveis impurezas que contenha.
2- Retalhador/misturador de tambor
3- Cabina de triagem manual. Este é um último ponto de encontro, que se realiza
manualmente. Posteriormente, um electroíman elimina os resíduos metálicos que possam existir.
4- Recepção da fracção vegetal e trituração da mesma. Os resíduos verdes provenientes de
jardinagem, cortes de árvores ou cortes municipais são triturados.
5- Mistura e homogeneização. Misturam-se as duas fracções. Esta é então submetida a
compostagem.
Processo de compostagem:
6- Disposição em pilhas. A mistura é disposta através de um tractor formando pilhas sobre
um pavimento que visa a recolha dos lixiviados
7- Revolvimento das pilhas e controle das condições de processo.
8- Recolha dos lixiviados. Os lixiviados são recolhidos e utilizados para humidificar a massa
em compostagem.
9- Crivagem do composto maduro. O composto é crivado de forma a obter um produto final
homogeneizado. A fracção restante pode ser reutilizada no inicio do processo.
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10- Composto. Finalmente obtém-se um composto maduro estável que pode ser
comercializado como correctivo orgânico do solo.
A análise química de resíduos é útil e em muitos casos necessária para planificar e
projectar estruturas de tratamento de RSU, para o seu funcionamento, para contribuir
para acreditar essas instalações junto dos organismos independentes e para estudos
de investigação de aperfeiçoamento de métodos de tratamento e investigação.
A caracterização quantitativa e qualitativa dos RSU por cada Munícipio constitui um
obrigação legal imposta pela Portaria n.º 768/88, de 30 de Novembro, que veio
regulamentar a execução desta obrigatoriedade, definindo o “Mapa de Registo dos
Resíduos Sólidos Urbanos”.
2.3. Deposição
A deposição de RSU na ilha Terceira é simultaneamente indiferenciada e selectiva em
determinados locais, sendo realizada principalmente em contentores, sacos plásticos e
em ecopontos, para o vidro, o papel e o cartão.
Os contentores herméticos são circulares de 50 a 100 litros, injecção de polietileno de
alta densidade colorido na massa e com protecção UV.
Os contentores são de injecção de polietileno de alta densidade colorido na massa e
com protecção UV, para RSU na cor verde ou para recolha selectiva na cor do tipo de
resíduo a depositar, Azul para Papel/Cartão, Amarelo para Embalagens Verde para
Vidro.
Fig.10. Contentores de recolha selectiva
2.3.1. Recolha selectiva dos SMAH
A pureza dos resíduos recolhidos está intimamente relacionada com os serviços de
recolha. A recolha selectiva permite evitar a contaminação dos resíduos
biodegradáveis por outros resíduos, materiais e substâncias poluentes. Os sistemas
de recolha selectiva estão organizados de forma a minimizar os odores gerados na
recolha, transporte e tratamento.
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2.4. Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
Uma gestão adequada dos resíduos começa pela prevenção – no fundo, o que não é
produzido não é eliminado. Logo, a prevenção e minimização dos resíduos deverão
adquirir a máxima prioridade em qualquer plano de gestão de resíduos.
Sempre que haja produção de resíduos no Aterro Intermunicipal da Terceira, os
responsáveis pelo planeamento e os gestores deverão sistematicamente escolher a
melhor opção de tratamento, com o mínimo de riscos possível para a saúde humana e
para o ambiente. Cada opção de tratamento acarreta impactos diferentes para
aspectos distintos do ambiente.
A gestão dos resíduos está orientada para a redução da quantidade e perigosidade
dos resíduos, bem como da sua valorização, por forma a que nos aterros apenas se
faça deposição de resíduos da fracção residual dos processos produtivos e dos
sistemas de valorização que não se podem valorizar com as tecnologias actuais.
Para podermos prevenir, é necessário ter o conhecimento técnico necessário para
aplicarmos na prática. Desta forma, podemos realizar a implementação de
características tipo de aterro para resíduos perigosos.
Fig.10. Características tipo de aterro para resíduos perigosos ( Instituto dos Resíduos, 2003 )
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Os passos essenciais na implementação de aterros para resíduos perigosos são:
► Selagem e integração paisagística;
► Impermeabilização e drenagem de taludes;
► Impermeabilização e drenagem do fundo.
Os aterros para resíduos perigosos têm a particularidade de estarem dotados de
soluções técnicas para aumentar a segurança contra riscos de contaminações do solo,
das águas superficiais e subterrâneas.
Em condições ideais localizam-se em terrenos naturais de baixa permeabilidade,
sendo complementadas por impermeabilizações artificiais, por forma a assegurar uma
dupla protecção à massa de resíduos e aos seus lixiviados e evitar impactes
potenciais sobre as água subterrâneas.
Um aterro para resíduos perigosos é uma instalação de eliminação para a deposição
de resíduos cuja valorização não foi possível, que envolve a ocupação de um espaço
físico onde se depositam resíduos que não são valorizáveis (Instituto dos
Resíduos,2002).
Sendo assim, os requisitos técnicos aplicáveis aos aterros estão expressos na
Directiva 1999/31/CE da União Europeia.
Os aterros podem ser classificados em três classes :
☺ aterro para resíduos perigosos;
☺ aterro para resíduos não perigosos ou banais;
☺ aterro para resíduos inertes.
A classificação dos resíduos é feita com base no Catálogo Europeu de Resíduos,
sendo esta classificação passível de alterações periódicas.
De referir que são classificados como resíduos perigosos alguns resíduos resultantes
de outras actividades, por exemplo: as lâmpadas fluorescentes, alguns tipos de pilhas,
óleos lubrificantes, ainda que nestes caso existam tecnologias para a valorização.
Os resíduos perigosos consoante as suas características poderão ser valorizados,
podem ser encaminhados para unidades de tratamento físico-químico, tratamentos
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biológicos, processos de estabilização, eliminados em unidades de incineração ou
valorizados em processos de co-incineração.
Vai ser elaborado o Plano Estratégico dos Resíduos Industriais e Especiais dos
Açores (PERIEA) que procederá à definição da estratégia de gestão integrada dos
resíduos industriais e,dada a sua quantidade e perigosidade, de outros tipos de
resíduos, nomeadamente sucatas, pneus, pilhas e acumuladores e óleos usados, para
os quais é fundamental definir e implementar uma solução adequada.
O Plano Estratégico Sectorial de Resíduos Industriais – PESGRI, de acordo com os
príncipios comunitários de gestão de resíduos, aponta como prioridades a minimização
da quantidade e da perigosidade e a valorização desse resíduos.
Fig. 11. Gestão do Plano Estratégico de Resíduos Industriais
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No Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) são enunciadas
prioridades e opções estratégicas que se consideram ser de aplicar à Região
Autónoma dos Açores, após serem devidamente enquadradas e adaptadas à
realidade regional ( DRA, 1999 ).
Deste modo, o Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos da Região Autónoma
dos Açores ( PERSURAA ), que tem por bases estratégicas as mesmas definidas para
o PERSU a nível nacional, define as acções prioritárias a implementar a nível regional
e local, a curto (2001) e médio prazo (2005), nomeadamente as questões relativas ao
tratamento e destino final dos resíduos sólidos e na implementação da recolha
selectiva, devidamente acompanhadas de outras acções, tais como as orientadas para
a prevenção e educação/formação.
Em seguida, apresenta-se uma calendarização relativa a implementação das medidas
preconizadas anteriormente e para o horizonte temporal previamente estabelecido.
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Construção de aterros
Selagem de lixeiras
Melhoria da gestão
Compostagem
Recolha selectiva
Educação ambiental
Formação profissional
Monitorização
Fiscalização
Quadro.1. Calendarização das Acções a Curto ( 2001 ) e Médio Prazo ( 2005 )
A principal estratégia definida neste plano é assegurar implementação de estruturas
de destino final adequadas à recepção dos resíduos sólidos urbanos, um em cada ilha
da Região.
No caso em que são explorados vazadouros municipais deverão ser desenvolvidos
esforços por parte das autarquias com o objectivo de se melhorar as condições de
exploração, enqunato não estão disponíveis as alternativas ambientalmente
adequadas. Os esforços deverão incidir na cobertura diária dos resíduos e na vedação
da área afecta.
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As autarquias ( Câmara Municipal através dos Serviços Municipalizados da Câmara
Municipal de Angra do Heroísmo ) são as entidades responsáveis pela gestão,
incluindo destino final, dos resíduos urbanos1. A Direcção Regional do Ambiente pode
apoiar as autarquias neste processo, tendo em conta que é a autoridade competente
para a autorização prévia das operações de armazenagem, tratamento, valorização e
eliminação de resíduos urbanos.
1De acordo com o Decreto-Lei nº.239/97, de 9 de Setembro, resíduos urbanos são os resíduos domésticos ou outros
resíduos semelhantes ,em razão da sua natureza ou composição, nomeadamente os provenientes dos sector de
serviços ou de estabelecimentos comerciais ou industriais ou de unidades prestadoras de cuidados de saúde, desde
que, em qualquer dos casos, a produção diária não exceda 1100 litros por produtor.
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PARTE III – METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCOS NA RECOLHA,
TRANSPORTE E TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
(R.S.U.) NO ATERRO SANITÁRIO INTERMUNICIPAL DA ILHA TERCEIRA
(Método de Avaliação de Riscos de Acidentes de Trabalho –MARAT)
3.1. Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo dos Riscos Profissionais
Os trabalhadores podem estar expostos a agentes biológicos com riscos para a sua
saúde em muitas actividade mas com toda certeza, o estão na actividade de recolha,
transporte e tratamento dos resíduos sólidos urbanos ( R.S.U. ).
Em relação a todas as actividades de recolha, transporte e tratamento de resíduos
susceptíveis de apresentar um risco de exposição a agentes biológicos, devem ser
determinados: -
- » a natureza, o grau e o tempo de exposição dos trabalhadores envolvidos a fim de
poderem ser avaliados os riscos para a segurança ou para a saúde dos trabalhadores
e estabelecidas as medidas a tomar.
Neste “Plano de Prevenção” foram identificados os principais Riscos Profissionais nas
operações de recolha, transporte e tratamento dos resíduos sólidos urbanos no Aterro
Intermunicipal da Ilha Terceira .
-» RISCOS MECÂNICOS
Queda ao mesmo nível
Entaladelas
Golpes
Cortes
Choques
Projecção de objectos
-» RISCOS FÍSICOS
Temperaturas baixas (Inverno)
Temperaturas altas (Verão)
Vibrações
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-» RISCOS QUÍMICOS
Poeiras
Gases e vapores detectáveis organolepticamente
Fumos
Fig.13. Produção de gases e fumos tóxicos – riscos químicos (Fonte:Contenur,2004)
-» RISCOS BIOLÓGICOS
Exposição a factores infecciosos :
- Bactérias
- Vírus
- Fungos
- Parasitas
-» RISCOS ERGONÓMICOS
Sobrecarga e esforço físico – em média cada mão não pode exceder > 20 kgs
de lixo.
Fig.13. Sobrecargas na colecta de lixo – riscos ergonómicos (Fonte : Contenur,2004)
Postura de trabalho – não possuem postura correcta ao carregar/apanhar o
lixo.
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-» RISCOS PSICOSSOCIAIS
Stress organizacional de grupo – o condutor e os cantoneiros, por vezes, não
se dão bem, criando assim um stress de grupo, e provocando instabilidade no
trabalho.
Stress individual – o cantoneiro que trabalha mais rápido ou mais lento.
-» RISCOS DE ORDEM E LIMPEZA
Ordem – no interior e exterior do camião de recolha de RSU deve haver ordem,
para se criar um clima de segurança e estabilidade no trabalho.
Asseio – na forma como deixam os contentores limpos, encostados no local
correcto e bloquear no seu local de deposição
.
Fig.14.Sujeira e desordem na arrumação dos lixos – riscos de ordem e limpeza
-» RISCO DE INCÊNDIO
Combustíveis sólidos – colocam cigarros no interior dos contentores podendo
originar um incêndio
Na zona de óleos usados encontra-se bem próximo a zona de pneus, que
constitui uma carga de incêndio com grave risco de incêndio ou explosão, dado a
proximidade de comburente com combustível, tendo uma fonte de ignição - um calor
(Sol, ponta de cigarro,etc.) podemos correr o risco de incêndio nesta zona do Aterro.
Fig.15. Combinação perigosa pneus+óleos usados – risco de incêndio
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Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 31
3.1.1. Identificação de Perigos
Os principais perigos identificados nas operações de trabalho realizadas no Aterro
sanitário segundo o “Método de MARAT” são agrupados em várias categorias, de
acordo com o ANEXO 2, sendo que os itens listados em cada uma das categorias
deverão ser considerados como exemplo e não como sendo uma lista exaustiva de
todos os perigos da referida categoria.
3.1.2. Avaliação dos Riscos
A metodologia que se apresenta permite quantificar a magnitude dos riscos existentes
no Aterro sanitário e, como consequência, hierarquizar de modo racional a prioridade
da sua eliminação ou correcção.
A informação resultante deste método baseia-se em observações de campo nas
instalações do Aterro sanitário e no registo de perigos ou situações perigosas antes,
durante e depois da operações de recolha, transporte e tratamento dos R.S.U.
O risco é, em termos gerais, o resultado do produto da probabilidade pela severidade.
Os conceitos chave da avaliação dos riscos em RSU são :
• a probabilidade de que determinados factores de risco (perigos) se
materializam em danos
• a magnitude dos danos ( também designado por severidade ou tão somente
consequências ).
Tendo em atenção que estamos no campo dos acidentes laborais, a probabilidade
traduz a medida de desencadeamento do acontecimento inicial. Integra em si a
duração dos trabalhadores do Aterro ao perigo e as medidas preventivas existentes.
Assim sendo, pode-se afirmar que a probabilidade é função do nível de exposição e do
conjunto das deficiências ( que é o oposto das medidas preventivas existentes para os
factores em análise ) que contribuem para o desencadear de um determinado
acontecimento não desejável.
No desenvolvimento do método não se utilizarão valores absolutos mas antes
intervalos discretos pelo que se utilizará o conceito de nível. Assim, o nível de risco
(NR) será função do nível de probabilidade (NP) e do nível de consequências (NC)
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 32
O presente método pode ser representado pelo fluxograma
seguinte:
A avaliação será efectuada com base em todas as informações disponíveis :
-.a classificação dos agentes biológicos que apresentam ou podem apresentar um
perigo para a saúde humana ;
- as recomendações das autoridades responsáveis que indiquem a conveniência de
submeter o agente biológico a medidas de controlo, a fim de proteger a saúde dos
trabalhadores que estejam ou possam vir a estar expostos a tais agentes devido ao
seu trabalho;
- as informações sobre as doenças que podem ser contraídas devido a natureza do
trabalho;
- os potenciais efeitos alérgicos ou tóxicos resultantes do trabalho;
- o conhecimento de uma doença verificada num trabalhador directamente relacionada
com o seu trabalho;
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 33
Para aplicação da metodologia de MARAT existem níveis que foram avaliados num
Relatório de Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo dos Riscos, que será
referenciado mais adiante.
Estes níveis estão descritos pormenorizadamente abaixo, para uma melhor
interpretação do Relatório de Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos:
I . Nível de Deficiência (ND)
Designa-se por nível de deficiência (ND), ou nível de ausência de medidas
preventivas, a magnitude esperada entre o conjunto de factores de risco considerados
e a sua relação causal directa com o acidente.
A tabela que se segue enquadra-nos a avaliação num determinado nível de
deficiência.
II. Nível de Exposição (NE)
O nível de exposição é uma medida que traduz a frequência com que se está exposto
ao risco. Para um risco concreto, o nível de exposição pode ser estimado em função
dos tempos de permanência nas áreas de trabalho, operações coma máquina,
procedimento, ambientes de trabalho, etc.
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 34
A tabela que se segue enquadra-nos a avaliação num determinado nível de exposição.
Existem bastantes variáveis que condicionam a forma como o trabalhador dos
resíduos é exposto a substâncias de risco biológico. De entre elas podem referir-se a
quantidade, a concentração de agente perigoso, a duração de exposição, o local da
exposição e a respectiva duração.
Factores de concentração, têm importância determinante. Factores como tempo de
exposição são também importantes. Também a frequência com que está exposto à
substância perigosa existente no Aterro (bactéria, vírus, fungos, etc.) tem elevada
importância.
Deverá portanto distinguir-se as características da exposição :
- Exposição aguda local – ocorre numa zona localizada do organismo durante um
período de tempo curto;
- Exposição crónica local – ocorre numa zona localizada do organismo durante um
período de tempo longo;
- Exposição aguda sistémica – afecta um órgão específico afastado do local da
exposição, após uma exposição curta;
- Exposição crónica sistémica – afecta um órgão específico afastado do local da
exposição, após uma exposição prolongada.
Para além das características intrínsecas á substância, as circunstâncias próprias dos
indivíduos, tais como o sexo, a idade, o estado físico e/ou psicológico, alimentação, a
actividade física, etc., são também aspectos a ter em conta quando se avalia a
perigosidade de risco biológico para a saúde.
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 35
III. Nível de probabilidade (NP)
O nível de probabilidade é determinado função das medidas preventivas existenentes
e do nível de exposição ao risco. Pode ser expresso num produto de num produto de
ambos os termos apresentado na tabela abaixo
IV. Nível de Severidade (NS)
Foram considerados cinco níveis de consequências em que se categorizaram os
danos físicos causados aos trabalhadores e os danos materiais. Ambas as categorias
devem ser consideradas independentemente, tendo sempre mais peso os danos nas
pessoas que os danos materiais. Quando os danos em pessoas forem desprezíveis ou
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 36
inexistentes devemos estabelecer os danos materiais no estabelecimento das
prioridades.
Os acidentes com baixa deverão ser integrados no nível de consequência grave ou
superior.
Há que ter em conta que, quando nos referimos às consequências dos acidentes,
apenas se consideram os que forem normalmente esperados em caso de
materialização do risco. O nível de severidade do dano refere-se ao dano mais grave
que é razoável esperar de um incidente envolvendo o perigo avaliado.
A tabela que se segue enquadra-nos a avaliação em determinados níveis de
severidade.
V. Nível de Risco (NR)
O nível de risco será o resultado do produto do nível de probabilidade pelo nível das
consequências
NR = NP X NS
No Relatório de Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo dos Riscos, a coluna
que indica-nos Risco Avaliado é o Nível de Risco caracterizado nesta metologia
prática, dado que um dos objectivos a atingir neste “Plano de Prevenção” é permitir
quantificar a magnitude dos riscos existentes, hierarquizando de forma racional a
prioridade da sua eliminação ou correcção.
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 37
O nível de risco pode apresentar-se na tabela seguinte:
3.1.3. Controlo dos Riscos
Da análise da matriz de níveis de risco caracterizam-se diferentes níveis de
intervenção ou de controlo (NC)
VI. Nível de Controlo (NC)
O nível de controlo pretende dar uma orientação para implementar programas de
eliminação ou redução de riscos atendendo à avaliação do custo – eficácia.
O controlo é muito provavelmente a função básica mais decisiva no sucesso de
sistema de gestão de resíduos sólidos urbanos.
Controlar é influenciar de modo consciente a actuação dos recursos humanos
envolvidos no projecto e traduz a necessidade de se obter de forma sistemática, a
informação que permite validar se os resultados obtidos estão de acordo com os
objectivos estabelecidos.
O nível de controlo representa-se pela tabela abaixo:
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 38
VII. Hierarquia de Controlo dos Riscos
A hierarquia de controlo dos riscos na aplicação do Método MARAT, segue a seguinte
ordem de prioridade :
(1) Eliminação do perigo : como, por exemplo, a eliminação de itens de
equipamento para elevação de resíduos sólidos que contenham agentes
biológicos nocivos à saúde dos trabalhadores. A eliminação dos perigos é
100% eficaz
(2) Substituição do perigo: como, por exemplo, a substituição de aterros
sanitários por bioreactores, através da recirculação de lixiviados, provoca uma
aceleração dos processos de degradação dos resíduos fazendo-os estabilizar
ao fim de 30-50 anos.
(3) Engenharia: como, por exemplo, a instalação de protecções nas máquinas e
equipamentos perigosos, a instalação de sistemas de ventilação ou captação
de poeiras, fumos ou gases em áreas onde possam ser produzidos, instalação
de silenciadores em condutas de evacuação, etc. A eficácia das soluções de
engenharia situa-se na casa dos 70 – 90%.
(4) Medidas administrativas: como, por exemplo, a formação e o treino, a
rotatividade dos postos de trabalho para repartir a carga das tarefas mais
desgastantes, o ajuste de horários, o relato precoce de sinais e sintomas,
instruções, avisos, etc. A eficácia das medidas administrativas varia entre 10 –
50%
(5) Equipamento de protecção individual: como, por exemplo, luvas de
protecção, protectores auriculares, viseiras para protecção contra agentes
biológicos; máscaras de protecção contra agentes biológicos.
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 39
3.1.3. Relatório de Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo dos Riscos
O relatório resulta da informação adquirida, pesquisada e avaliada durante os dias de
visita do trabalho final em:
- às instalações, locais e processos de trabalho do Aterro Sanitário Intermunicipal da
ilha Terceira;
- acompanhamento dos trajectos de camiões de recolha selectiva : a) por Ecopontos ;
b) porta-a-porta aos grandes produtores e c) indiferenciada de Resíduos Sólidos
Urbanos do tipo doméstico ;
- situações de riscos laborais evidenciadas pelos trabalhadores do Aterro Sanitário.
N
Descrição do Perigo ou da Situação Perigosa N D N E N P N S Risco Avaliado Nível de Controlo Medidas de Controlo R/Data
P.1.1. Movimentos repetitivos do corpo…. 10 5 50 60 3000 II A Marcelo/01/04
P.1.2. Alcançar acima do ombro ou abaixo 6 3 18 25 450 III B Marcelo/01/04
P.1.4. Torção ou flexão do corpo no man... 10 4 40 90 3600 I C Marcelo/01/04
P.1.5. Transporte ou elevação desequilib… 6 4 24 60 1440 III D Marcelo/01/04
P.1.8. Necessidade de esforço excessivo…. 10 4 40 90 3600 I E Marcelo/01/04
P.2.1. Locais desarrumados, derrame……. 14 5 70 90 6300 I F Marcelo/01/04
P.2.2. Superfícies irregulares ou escorreg. 2 3 6 25 150 IV G Marcelo/01/04
P.2.3. Risco de colisão com objectos estát. 6 3 18 25 450 III H Marcelo/01/04
P.2.17. Exposição a vibrações mecânicas… 10 5 50 90 4500 I I Marcelo/01/04
P.3.4. Partes do corpo contacto com comp.. 2 3 6 25 150 IV J Marcelo/01/04
P.3.5. Possibilidade de acidentes com veic.. 2 3 6 60 360 III L Marcelo/01/04
P.4.1. Contacto com comp.sob tensão ……. 2 2 4 25 100 IV M Marcelo/01/04
P.5.1 Exposição de gases,vapores,poeiras,... 14 5 70 90 6300 I N Marcelo/01/04
P.6.2. Exposição a substâncias tóxicas nat… 14 5 70 90 6300 I O Marcelo/01/04
(plantas, gases,etc.)
P.6.3. Exposição a substâncias potencialm... 14 5 70 90 6300 I P
Procedimento do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho
Relatório de Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos
Plano de Prevenção de Riscos Profissionais na Divisão de Resíduos Sólidos Urbanos (R.S.U.)
Trabalho final realizado por: Marcelo Gil Simões 40
3.1.4. Medidas de Controlo
As medidas de controlo são aplicadas na sequência do estudo dos elementos atrás
referidos, com o objectivo de caracterizar e implementar na Divisão de Resíduos
Sólidos Urbanos as medidas adequadas mo sentido da eliminação ou minimização
dos riscos decorrentes dos trabalhos de recolha, transporte e tratamento de
R.S.U.(Resíduos Sólidos Urbanos).
Depois de uma análise pormenorizada do relatório pude moldar o seguinte quadro -
resumo de medidas de controlo para o Aterro Intermunicipal da ilha Terceira:
QUADRO-RESUMO
Nível de Controlo Significado Risco Avaliado Medidas de Controlo
I Situação crítica.
Intervenção imediata.
Eventual paragem
imediata.
Isolar o perigo até serem
adoptadas medidas de
controlo permanente.
I (3600) - C
I (3600) - E
I (6300) - F
I (4500) - I
I (6300) - N
I (6300) – O
Esforço adequado à tarefa
Levantamento equilibrado
Bacias de retenção
Resguardos laterais nas máq.
Protecção colectiva trabalhad.
EPI´s adequados à função no
Aterro
II Situação a corrigir.
Adoptar medidas de
controlo enquanto a
situação perigosa não for
eliminada ou reduzida.
II (3000) - A
Rotatividade do trabalho e
alternância de turnos com
movimentos repetitivos
contínuos. Exames médicos
periódicos.
III Situação a melhorar.
Deverão ser elaborados
planos ou programas
documentados de
intervenção.
III (450) - B
III (1440) - D
III (450) - H
III (360) – L
Postura adequada no trabalho
Utilização de empilhador
Dispositivo de alerta contra obj
Sinalização no Aterro das vias
de circulação
IV Melhorar se possível
justificando a intervenção.
IV (150) - G
IV (150) - J
IV (100) - M
Pisos anti-derrapantes
Protecções órgãos móveis
Uso de luvas e solas de
sapatos isoladoras
V Intervir apenas se uma
análise pormenorizada o
justificar
- -
Nota: Os riscos avaliados correspondem as letras (A,B,C,^) que encontram-se na coluna das medidas de controlo do
relatório de identificação de perigos, avaliação e controlo de riscos. O risco avaliado corresponde ao valor do nível de
risco.
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PARTE IV – MEDIDAS PREVENTIVAS - REDUÇÃO DO RISCO BIOLÓGICO
NA RECOLHA, TRANSPORTE E TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS (R.S.U.)
4.1. Medidas de Prevenção – Redução do Risco Biológico
Nas actividades de recolha, transporte e tratamento de resíduos onde existe ou pode
existir risco de exposição a agentes biológicos, devem ser tomadas as seguintes
medidas de protecção da saúde e segurança dos trabalhadores:
• Conceber processos de trabalho e medidas técnicas de controlo a fim de evitar
ou minimizar a disseminação de agentes biológicos no local de trabalho;
• Elaborar planos de acção em caso de acidentes que envolvam agentes
biológicos;
• Utilizar o sinal indicativo de perigo biológico e outros sinais de aviso
pertinentes;
• Ter medidas que permitam no local de trabalho manipular, recolher e
transportar, sem riscos, agentes biológicos;
• Limitar ao possível o número de trabalhadores expostos ou susceptíveis de o
ser;
• Fornecer aos trabalhadores material de protecção adequado;
• Efectuar a vacinação dos trabalhadores, contra os agentes biológicos a que
estejam expostos, e que para os quais exista vacina eficaz;
• Realizar acções de informação/formação aos trabalhadores, sobre:
- os riscos potenciais para a saúde;
- as precauções a tomar para evitar a exposição;
- as normas em matéria de higiene e segurança;
- o emprego e a utilização dos equipamentos e do vestuário de protecção;
- as medidas a tomar pelos trabalhadores em caso de acidentes, incidentes e a sua
prevenção.
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4.2. Acções aplicáveis frente a problemas dos trabalhadores da recolha, transporte e
tratamento de resíduos
Prevenção é a preocupação básica da saúde ocupacional e dos serviços de
segurança, higiene e saúde no trabalho.
A prevenção associa-se, habitualmente, à promoção da saúde que não só considera
os aspectos preventivos que propiciam a manutenção da saúde mas também propõe o
desenvolvimento dos factores que contribuem positivamente para o bem estar.
A investigação é essencial para obter informação actualizada e precoce.
4.2.1. Prevenção Primária (imunização e outra medidas que evitem a ocorrência de
danos)
Os cuidados de prevenção primária baseiam-se em conhecimentos clássicos e
validados pela experiência. Não de pode aceitar que as soluções se desenvolvam
tardiamente e tendo em conta informação desactualizada e não concordante com a
realidade.
Devem ser criadas novas áreas de investigação adequadas à realidade no âmbito da
prevenção primária.
a) Modelos de Actuação Genérica Dirigida ao Trabalhador :
► Aplicabilidade no período pré-patológico
» estímulo produzido pela exposição ou factor de risco
» ocorrência de eventos sentinela
» relações entre exposição ou factores de risco e o trabalhador
► Eixos de actuação (Promoção da saúde e sua manutenção)
» motivação, sensibilização e educação sanitária
» investigação aplicada ao encontro de trabalho seguro e saudável
» planificação e boa organização do trabalho
» informação sobre factores de risco e meios de prevenção
» participação generalizada, activa e consciente
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» adaptação do trabalho ao trabalhador
» vigilância epidemiológica e saúde individual
» monitorização ambiental
» estilos de vida saudáveis
► Eixos de actuação (Protecção Específica)
» controlo de doenças específicas (vacinação)
» monitorização biológica
» medidas de eliminação ou controlo de factores de risco
» correcção de técnicas e condições laborais
» protecção colectiva
» protecção pessoal
b) Modelo de Actuação Genérica Dirigidas aos Factores de Risco
► Aplicabilidade no período pré-patolólgico
» preferentemente na planificação (antecipação)
» na fase de montagem
» precocemente quando o risco seja detectado já em funcionamento
► Eixos de Actuação (Promoção da saúde e sua manutenção)
» planificação cuidadosa : localização, construção e outros elementos
» instalações, espaço e condições higiénicas de trabalho e de circulação
» medidas de previsão e controlo de factores de risco
» saneamento básico dos locais de trabalho
» aplicações ergonómicas e organização do trabalho
► Eixos de Actuação (Protecção Específica)
» manutenção de equipamento e dos locais de trabalho
» técnicas de controlo e defesa contra factores de riscos biológicos, assim como físico-
químicos, ergonómicos e psicossociais
» monitorização ambiental na fonte e no ambiente geral
» detecção de situações de alto risco e de risco combinado
» casos especiais, como os riscos carcinogénicos, mutagénicos e teratogénicos
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4.2.2. Prevenção Secundária (Diagnóstico e Tratamento Precoces e Adequados)
A prevenção no trabalho exige uma cooperação multidisciplinar e, para se eficiente,
necessita actuar em problemas e situações específicas, que justificam a cooperação
entre os especialistas e técnicos que constituem a equipa de saúde ocupacional.
a) Modelo de Aplicação Genérica Dirigidas ao Trabalhador
► Aplicabilidade no período em que há manifestação patológica
» reacções psico-somáticas do trabalhador
» alterações ou lesões detectáveis
► Eixos de Actuação (Diagnóstico precoce e tratamento oportuno)
» vigilância epidemiológica da saúde e registos médicos com boa história
» capacidade de diagnóstico diferencial e de comprovação
» primeiros socorros e cuidados médicos adequados
► Eixos de Actuação (Limitação do dano e da incapacidade)
» redução do tempo de exposição ao factor de risco, em fase aguda
» diagnóstico das lesões e prognóstico da evolução
» tratamento adequado
» prevenção das complicações e sequelas
» estimulação da capacidade e da integração laboral do trabalhador
b) Modelo de Actuação Genérica Dirigida aos Factores de Risco
► Aplicabilidade no Período em que há manifestações patológicas
» acontecem eventos não programados e indesejados
» a monitorização ambiental e o estudo das condições de trabalho evidenciam
indesejáveis exposições e factores de risco
►Eixos de actuação (Diagnóstico precoce e correcções em tempo oportuno)
» eventos sentinela
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» identificação de factores de risco
» aplicação de medidas correctivas
► Eixos de actuação (Limitação do dano e da incapacidade)
» estudo dos postos de trabalho
» redução da exposição e controlo dos factores de risco
» incidência de erros
4.2.3. Prevenção Terciária ( cuidados que evitam a incapacidade e promovem a
reabilitação)
a) Modelo de Aplicação Genérica Dirigidas ao Trabalhador
► Aplicabilidade durante o período de tratamento
» evolução para a cura clínica
► Eixos de actuação (Limitação do dano e da incapacidade)
» tratamento adequado após os primeiros cuidados
» reabilitação clínica precoce
► Eixos de actuação (Reabilitação e reintegração sócio-laboral)»
» sensibilização da comunidade e do empregador
» motivação para as práticas de reabilitação precoce
» uso das capacidades remanescentes
» classificação das incapacidades
b) Modelo de Actuação Genérica Dirigida aos Factores de Risco
► Aplicabilidade no período em que existem alterações de saúde, mau funcionamento
e perturbação
» avarias frequentes
» atrasos na recolha
» baixa produtividade
» necessidade de reintegrar diversos trabalhadores com incapacidade
» alterações das quantidades
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» alta insatisfação sócio-laboral
► Eixos de actuação (Melhorias ambientais, de funcionamento e de quantidade)
» modificações tecnológicas e ergonómicas
» campanhas correctivas integradas nas obras de reparação e de manutenção
» renovação
» transformações do processo de trabalho
» mecanização, automatização e robotização
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