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MUNICÍPIO DE POMBAL Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Pombal Concelho de Pombal Maio de 2010

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MUNICÍPIO DE POMBAL

Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Pombal

Concelho de Pombal

Maio de 2010

Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Pombal 

Rev. 01    Página 2 de 176 Janeiro de  2010 

Índice

ÍNDICE ............................................................................................................................................. 1

PARTE I. ENQUADRAMENTO GERAL DO PLANO .............................................................. 8

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 8

2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO .............................................................................................................. 9

3. OBJECTIVOS GERAIS .................................................................................................................... 9

4. ENQUADRAMENTO LEGAL ......................................................................................................... 10

5. ANTECEDENTES DO PROCESSO DE PLANEAMENTO ..................................................................... 11

6. ARTICULAÇÃO COM INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ..... 12

7. ACTIVAÇÃO DO PLANO ............................................................................................................. 17

7.1. Competência para a activação do plano ............................................................................ 17

7.2. Critérios para a activação do plano ................................................................................... 18

8. PROGRAMA DE EXERCÍCIOS ....................................................................................................... 19

PARTE II – ORGANIZAÇÃO DA RESPOSTA ........................................................................ 21

1. CONCEITO DE ACTUAÇÃO .......................................................................................................... 21

1.1. Centros de Coordenação Operacional ............................................................................... 23

2. EXECUÇÃO DO PLANO ............................................................................................................... 23

2.1. Fase Antes da Emergência e Durante a Emergência ........................................................ 23

2.2. Fase de reabilitação ........................................................................................................... 24

3. ARTICULAÇÃO E ACTUAÇÃO DE AGENTES, ORGANISMOS E ENTIDADES ................................... 24

3.1. Missão dos Agentes de Protecção Civil ............................................................................ 25

3.1.1. Fase de emergência .................................................................................................... 26

3.1.2. Fase de reabilitação .................................................................................................... 27

3.2. Missão dos Organismos e Entidades de Apoio ................................................................. 28

3.2.1. Fase de emergência e reabilitação .............................................................................. 29

PARTE III – ÁREAS DE INTERVENÇÃO ............................................................................... 31

1. ADMINISTRAÇÃO DE MEIOS E RECURSOS .................................................................................. 31

2. LOGÍSTICA ................................................................................................................................. 33

2.1 - Instruções de Coordenação .............................................................................................. 33

2.2. Apoio logístico às forças de intervenção .......................................................................... 34

2.3. Apoio logístico às populações .......................................................................................... 35

3. COMUNICAÇÕES ........................................................................................................................ 36

Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Pombal 

Rev. 01    Página 8 de 176 Janeiro de  2010 

PARTE I. ENQUADRAMENTO GERAL DO PLANO

1. Introdução

A Constituição da República Portuguesa consagra princípios fundamentais relativamente às

atribuições e responsabilidades do Estado, nomeadamente na garantia dos direitos à vida, à

segurança, ao bem-estar e saúde dos cidadãos, e à preservação, em geral, dos bens da comunidade

e dos indivíduos, mesmo nas circunstâncias mais adversas, como sejam as que decorrem de

acidentes graves ou catástrofes de origem natural ou antrópica.

Para tal, é necessário avaliar os riscos, planear e organizar os socorros; para além de criar

condições para que todos os meios disponíveis para operações de socorro e assistência possam, na

altura própria, desempenhar o seu papel de forma rápida eficiente e coordenada.

De facto, face à inevitabilidade da ocorrência de catástrofes, torna-se imperioso organizar e

responsabilizar estruturas para executar e coordenar as acções d e prevenção e de socorro em cada

uma das entidades integrantes do SMPC, designadamente nos aspectos de Regulamentação,

Instrução, Informação e Educação Públicas, Ligação e Comando.

Neste contexto, o Serviço Municipal de Protecção Civil de Pombal, atento à necessidade de

segurança de população e bens na área do seu município, e tendo como objectivo não só a

formação e a informação tendentes a uma eficiente prevenção, mas também uma actuação eficaz,

coordenada e oportuna de todos os intervenientes nas operações em situação de emergência.

O Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil para o Concelho de Pombal, sob a direcção

da Comissão Municipal de Protecção Civil, presidida pelo Sr. Presidente da Câmara, Eng.º Narciso

Ferreira Mota, ou na sua ausência o responsável pelo serviço municipal de protecção civil

municipal, é um instrumento que os serviços municipais em sintonia com as autoridades de

Protecção Civil dispõem que permite definir as orientações relativas ao modo de actuação dos

vários organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de Protecção Civil.

Este instrumento emana ainda indicações com vista a possibilitar uma unidade de direcção e

controlo, para a coordenação das acções a desenvolver e gestão de meios e recursos mobilizáveis,

face a um acidente grave ou catástrofe, tendo em vista minimizar os prejuízos e perdas de vidas e o

restabelecimento da normalidade, decorrentes de situações de risco ou probabilidade de ocorrência

de cheias, incêndios florestais, deslizamentos, acidentes industriais, entre outros, assim como repor

a normalidade nas áreas afectadas.

Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Pombal 

Rev. 01    Página 9 de 176 Janeiro de  2010 

Este Plano Municipal, de âmbito geral entra em vigor no primeiro dia útil seguinte ao da

publicação em Diário da República da declaração de aprovação.

2. Âmbito de Aplicação

Este plano, tem como âmbito territorial de aplicação a totalidade do território do concelho de

Pombal.

Mapa 1- Mapa de enquadramento geográfico do Concelho de Pombal Fonte: GTF Pombal

O concelho de Pombal é um dos cinco concelhos que constituem a sub-região «Pinhal Litoral»

(NUT III), situada a Sul da Região Centro. Inserido na Área Metropolitana de Leiria (AMLei), o

concelho de Pombal administrativamente é constituído por 17 freguesias, com uma área total de

626.36 km2, dos quais 10km de costa marítima e uma grande área de serra: a Serra de Sicó.

3. Objectivos gerais

O presente plano tem como objectivos estruturantes:

• Providenciar, através de uma resposta concertada, as condições e os meios indispensáveis à

minimização dos efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe;

• Definir as orientações relativamente ao modo de actuação dos vários organismos, serviços e

estruturas a empenhar em operações de protecção civil;

• Definir a unidade de direcção, coordenação e comando das acções a desenvolver;

Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Pombal 

Rev. 01    Página 10 de 176 Janeiro de  2010 

• Coordenar e sistematizar as acções de apoio, promovendo maior eficácia e rapidez de intervenção

das entidades intervenientes;

• Inventariar os meios e recursos disponíveis para acorrer a um acidente grave ou catástrofe;

• Minimizar a perda de vidas e bens, atenuar ou limitar os efeitos de acidentes graves ou

catástrofes e restabelecer o mais rapidamente possível, as condições mínimas de normalidade;

• Assegurar a criação de condições favoráveis ao empenhamento rápido, eficiente e coordenado de

todos os meios e recursos disponíveis num determinado território, sempre que a gravidade e

dimensão das ocorrências o justifique;

• Habilitar as entidades envolvidas no plano a manterem o grau de preparação e de prontidão

necessário à gestão de acidentes graves ou catástrofes;

• Promover a informação das populações através de acções de sensibilização, tendo em vista a sua

preparação, a assumpção de uma cultura de auto-protecção e o entrosamento na estrutura de

resposta à emergência.

Figura 1 – Domínios de actividade Fonte: Adaptando de Critérios e Normas Técnicas para a Elaboração de Planos de Emergência de Protecção Civil,

ANPC 2008

4. Enquadramento Legal

Este plano sustenta a sua elaboração na seguinte legislação: • Lei n.º 27/2006, de 3 de Julho. (Revoga a Lei n.º 113/91, de 29 de Agosto) - Lei de Bases da

Protecção Civil;

• D.L n.º 134/2006, de 25 de Julho - Sistema Integrado de Operações e Protecção e Socorro;

Análises

Estudos

Previsão e

planeamento de acções

Planeamento de

soluções de emergência

Informação e formação

Inventariação

Levantamento,

Previsão Avaliação E Prevenção

Domínio de actividade

Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Pombal 

Rev. 01    Página 11 de 176 Janeiro de  2010 

• D.L n.º 203/2006, de 27 de Outubro - Lei Orgânica do Ministério da Administração Interna;

• Lei nº 65/2007, de 12 de Novembro – Enquadramento institucional e operacional da Protecção

Civil no âmbito municipal, organização dos serviços municipais de Protecção Civil e

competências do COM;

• Portaria n.º 302/2008, de 18 de Abril - Normas de Funcionamento da Comissão Nacional de

Protecção Civil;

• Decreto-Lei n.º 112/2008, de 1 de Julho - Conta de emergência que permite adoptar medidas

de assistência a pessoas atingidas por catástrofe ou calamidade;

• Decreto-Lei n.º 123/2008, de 15 de Julho (rectificações Altera o artigo 49.º-A do Decreto-Lei

n.º 49/2003, de 25 de Março, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º - relativamente às

condições de nomeação para as funções de comandante, 2.º comandante e adjunto de operações

nacionais no âmbito do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil:);

• Resolução n.º 25/2008, de 18 de Julho – Estabelece a directiva relativa aos critérios e normas

técnicas para a elaboração e operacionalização de planos de emergência da protecção civil;

• Lei nº 53/2008, de 29 de Agosto – Lei de Segurança Interna.

5. Antecedentes do processo de planeamento

A primeira versão do Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil para o concelho de

Pombal, foi elaborada em 1999. Apesar desta versão nunca ter sido aprovada em sede do extinto

Serviço Nacional de Protecção Civil, durante o período da sua vigência foi activado em duas

situações distintas:

• 5 de Agosto de 2005, aquando dos incêndios florestais que ocorreram no concelho nos dias 4 e

8 de Agosto, nos quais arderam 10226.9ha, 77% de povoamentos florestais, pinhal e eucaliptal

e 23% de matos;

• 25 de Outubro de 2006, aquando das cheias que atingiram a cidade de Pombal, de 25 a 29 de

Outubro de 2006.

Para que se proceda à sua aprovação pela Autoridade Nacional de Protecção Civil e na sequência

da publicação da resolução n.º 25/2008 de 18 de Julho da Comissão Nacional de Protecção Civil

foi elaborada esta nova versão do documento, aprovada por unanimidade pela CMPC na sua

reunião n.º 001 de 19/3/2009.

No processo de realização deste plano foram identificados e actualizados os meios e recursos

existentes no Concelho, executando-se uma consulta prévia a todos as entidades presentes na

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CMPC e da qual resultou o preenchimento da listagem de meios e recursos a que cada um se

encontra afecto.

Para efeitos de consulta pública e segundo o artigo 4.º pontos 8, 9 e 10ª, a elaboração do presente

plano incluiu uma fase de consulta pública das suas componentes não reservadas que se desenrolou

pelo período de um mês, entre o dia 9 de Dezembro e o dia 7 de Janeiro. Neste contexto foi

publicado um edital, constante em anexo 1, que foi distribuído por todas as 17 sedes de junta de

freguesia assim como no site do município de Pombal. Este edital procurou essencialmente

informar a população do âmbito do plano e quais os locais de consulta do mesmo, nomeadamente

o edifício dos serviços técnicos do município de Pombal.

Durante este período as partes públicas do plano foram consultadas apenas por uma pessoa, sendo

que a mesma não efectuou nenhum comentário, nem apresentou nenhuma sugestão para o

melhoramento do mesmo.

6. Articulação com Instrumentos de Planeamento e Ordenamento do Território

Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral

O Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral, publicado em 21 de Julho pelo

Decreto regulamentar n.º 11/2006, é um instrumento de política sectorial que incide sobre os

espaços florestais e visa enquadrar e estabelecer normas específicas de uso, ocupação, utilização e

ordenamento florestal, por forma a promover e garantir a produção de bens e serviços e o

desenvolvimento sustentado destes espaços. Este plano, envolvendo os vários agentes económicos

e populações, pressupõe uma abordagem conjunta e interligada de aspectos técnicos, sociais,

ambientais, económicos e institucionais, de forma a estabelecer uma estratégia de gestão

sustentada dos espaços florestais.

O Concelho de Pombal, segundo o PROF CL encontra-se distribuído em duas regiões homogéneas

Gândaras Sul e Sicó Alvaiázere, sendo que na sub-região homogénea Gândaras Sul apresenta um

enorme potencial ao nível da implementação e incrementação das funções de produção, de recreio,

enquadramento e estética da paisagem e de protecção. Por sua vez, a sub-região homogénea Sicó e

Alvaiázere apresenta condições ideias à implementação e incrementação das funções de silvo-

pastorícia, caça e pesca nas águas interiores, de protecção, de recreio, enquadramento e estética da

paisagem.

Este plano é fundamental ao nível da perigosidade face à ocorrência de incêndios florestais, sendo

uma referência para a análise de riscos evidenciada na Parte IV, secção II do presente Plano.

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Plano Director Municipal

O Plano Director Municipal de Pombal encontra-se actualmente em processo de revisão, pelo que

do anterior Plano datado de 1995 apenas foi possível retirar alguma elações, nomeadamente ao

nível das suas condicionantes, áreas de risco englobadas no seu regulamento e na Reserva

Ecológica Nacional.

Desta forma e segundo o regulamento municipal temos:

• Espaço–canal de Alta Tensão - Nas linhas de transporte de AT observa-se em toda a sua

extensão o regime previsto na legislação específica em vigor, com condicionamentos na

travessia e vizinhança de estradas nacionais e vias municipais, de caminhos de ferro, de

outras linhas de transporte de energia, de áreas urbanas de recintos escolares e desportivos.

• Espaço-canal de gasoduto - A instalação do gasoduto estabelece servidões, as quais

implicam as seguintes restrições: O terreno não poderá ser arado, nem cavado, a uma

profundidade superior a 50 cm, numa faixa de 2 m para cada lado do eixo longitudinal do

gasoduto, é proibida a plantação de árvores ou arbustos numa faixa de 5 m para cada lado

do eixo longitudinal do gasoduto, é proibida a construção de qualquer tipo.

• Espaço mineiro – Só são admitidas instalações de apoio e complementares da sua

actividade que se considerem indispensáveis para a utilização regulamentada para este

espaço.

Em termos de condicionantes o PDM prevê as seguintes servidões, protecção de nascentes e ruído: domínio público marítimo

REN áreas florestais vias férreas

domínio público fluvial RAN vias municipais gasoduto áreas percorridas por incêndios florestais margens e zonas inundáveis

escolas imóveis classificados

marcos geodésicos

medidas preventivas – PROT – Centro Litoral

passagem de linhas de AT

nascentes estradas nacionais edifícios públicos exploração de inertes e de áreas cativas

extracção de areias dos rios

heliporto saneamento básico telecomunicações indústrias insalubres, incómodas, perigosas e tóxicas

Protecção de nascentes – É constituída uma faixa de protecção próxima e vedada, abrangida por um círculo com um mínimo de 60 m de raio, e uma faixa de protecção distante onde é interdita a existência de pontos de poluição bacteriana, abrangida por um círculo de 200 m de raio tendo por centro o ponto de emergência, para todas as captações de água potável da Câmara Municipal. Ruído - São impostas medidas de minimização do ruído, quando do licenciamento municipal de loteamento urbano, obras de urbanização ou edificação, nas faixas marginais das redes rodoviária e ferroviária dentro dos perímetros urbanos, nas zonas de protecção dos imóveis classificados ou propostos para classificação, nos edifícios públicos e nos estabelecimentos de ensino, saúde e segurança social, nos espaços mineiro e natural.

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Por último o PDM define ao nível da REN diversas áreas nas quais não é permitida qualquer

edificação e limita intervenções, nomeadamente:

Faixa Marítima Área com risco de erosão Zona de cheia Área de Máxima infiltração Praia Albufeira Duna Lagoa Cabeceira

Figura 2- Áreas protegidas: REN e Rede Natura 2000, Fonte: Elaboração própria

Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro

A interacção da projecção da susceptibilidade natural, a decorrente de acções e processos

tecnológicos, com a vulnerabilidade social vs. a densidade populacional exposta, tornou possível a

definição para a Região Centro de cinco espaços risco, que representam espaços de

homogeneidade tipológica e de grau de incidência, com escala adequada, definindo unidades

territoriais diferenciadas para a análise, gestão e operacionalização dos riscos.

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Os 5 espaços risco encontrados foram os seguintes:

- Espaço Litoral, em que a susceptibilidade relacionada com os processos de geodinâmica

externa apresenta graus elevados, nomeadamente os relacionados com a erosão costeira, as

inundações e, com menor incidência, a sismicidade. Este espaço é ainda diferenciado pelos,

genéricos, baixos graus de susceptibilidade relacionado com os processos climáticos ou

condições meteorológicas extremas. Estão patentes elevados níveis de susceptibilidade

relacionada com as actividades industriais e comerciais com matérias perigosas, as

decorrentes do transporte e manuseamento de mercadorias perigosas. A vulnerabilidade

social reflecte o carácter policêntrico, com claros contrastes municipais, correspondendo na

relação com a densidade da população exposta aos valores mais elevados da região.

- Espaço de interface Litoral/Interior, onde transparece a elevada susceptibilidade

relacionada com os processos de geodinâmica externa, nomeadamente os movimentos de

massa e as cheias/inundações, e com menor incidência com a sismicidade. Constitui ainda

um espaço em que as condições meteorológicas extremas reflectem índices elevados de

susceptibilidade relacionados com as ondas de calor e frio, e com os incêndios florestais.

Este espaço é ainda identificado pela expressão elevada a muito elevada da susceptibilidade

relacionada com o transporte mercadorias perigosas, distribuição energética, bem como da

decorrente das actividades industriais e comerciais com matérias perigosas. Reflecte ainda

pontualmente a perigosidade relacionada com áreas mineiras abandonadas ou degradadas.

A vulnerabilidade social vs. a densidade populacional exposta apresenta índices elevados,

nomeadamente a norte, e reflecte o carácter policentrico da estruturação e organização

municipal.

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Figura 3 - Espaços-risco e vulnerabilidade social e exposição

Fonte: PROT Centro 2008

Figura 4 - Espaços risco – síntese

Fonte: PROT Centro 2008

A definição de espaços risco permite a definição de unidades territoriais dotadas de graus de

homogeneidade e capazes de suportar medidas de ordenamento regional e intermunicipal, bem

como a adopção de políticas e estratégias no âmbito dos quadros de referência ambiental e de

segurança.

Pelo significado económico e social de que se revestem as manifestações dos diferentes riscos

naturais e tecnológicos, o seu zonamento tem particular incidência, tanto em termos de

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planeamento estratégico (ordenamento do território e selecção de políticas de desenvolvimento),

como em termos de planeamento operacional (gestão dos recursos e meios de protecção civil;

gestão de recursos hospitalares e de apoio social).

Um diagnóstico, rigoroso e espacializado, favorece a escolha de soluções para a redução dos

factores de risco, conduzindo à mitigação e contribuindo para a sustentabilidade territorial.

A prevenção e a mitigação dos riscos implicam a existência de instituições e organizações a nível

supra-municipal dotadas de recursos humanos com múltiplas valências de especialização técnica e

científica e com capacidade para o diagnóstico proactivo, a monitorização e a actuação em caso de

acidentes ou catástrofes, em articulação com as estruturas municipais de protecção, de emergência

e de socorro, concentrando também meios materiais para a actuação em grande escala.

A valorização dos espaços risco como tradutores de expressão compósita de perigosidade

promovem a adequação e asseguram recursos e meios de protecção e socorro, numa lógica supra-

municipal, bem como favorecem a infra-estruturação da saúde e apoio social (quantitativamente e

qualitativamente), na dependência da tipologia de perigos e dos índices de vulnerabilidade social.

A organização das orientações normativas para a Região Centro devem assegurar a adopção de

acções e estratégias que envolvam:

– A prevenção e redução da perigosidade;

– A redução da vulnerabilidade social e a mitigação dos riscos;

– A optimização da operacionalização da emergência e do socorro;

– A promoção técnica/cientifica e sensibilização dos cidadãos para a problemática do

risco.

7. Activação do Plano

7.1. Competência para a activação do plano

A activação do plano de emergência visa assegurar a colaboração das várias entidades

intervenientes, garantindo a mobilização mais rápida dos meios e recursos afectos ao plano e uma

maior eficácia e eficiência na execução das ordens e procedimentos previamente definidos. As

declarações de situação de contingência ou calamidade também poderão implicar a activação dos

planos de emergência do correspondente nível territorial.

Neste contexto, a entidade que detém, nos termos da Lei de Bases da Protecção Civil, a

competência para a activação do plano é a Comissão Municipal de Protecção Civil, presidida pelo

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senhor Presidente da Câmara Municipal, Eng. Narciso Ferreira Mota, que no exercício das suas

funções de responsável municipal da política de protecção civil, é o responsável por desencadear,

na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe, as acções de protecção civil de

prevenção, socorro, assistência e reabilitação, ou seja, o presente plano.

Considerando os cenários previstos no ponto seguinte, os pressupostos operacionais nele contidos

poderão de imediato ser postos em prática:

-Por decisão da CMPC, sendo a activação sancionada posteriormente pelo plenário da comissão;

-Automaticamente, se não houver nenhuma decisão ao fim da primeira hora após a ocorrência de

qualquer uma das situações descritas no ponto 7.2, sendo a activação formal do plano confirmada

logo que possível.

Quando a natureza do acidente grave ou catástrofe assim o justificar, por razões de celeridade do

processo e no caso de ser impossível reunir a totalidade dos seus membros a Comissão Municipal

de Protecção Civil pode activar o plano com metade dos elementos que a compõe.

Em caso de activação do plano de emergência, os meios utilizados para a publicitação da activação

serão os seguintes:

• Rádios locais – Cardal e 97 FM;

• Jornais Locais: Eco, Correio de Pombal;

• Internet: Página do Município de Pombal;

• Rádios nacionais;

• Jornais Nacionais;

• Televisão.

A desactivação do presente plano e consequente desmobilização operacional ocorrem mediante

entendimento entre os vários membros da Comissão Municipal de Protecção Civil.

7.2. Critérios para a activação do plano

O plano de emergência é activado quando existe a necessidade de adoptar medidas preventivas ou

especiais de reacção que não estejam expressas na actividade normal de protecção civil, ou seja,

em caso de uma situação de acidente grave ou catástrofe, da qual se prevejam danos elevados para

as populações, bens e ambiente, que justifiquem a adopção imediata de medidas excepcionais de

prevenção, planeamento e informação. Assim, são estabelecidos os critérios a utilizar para

fundamentar a activação/desactivação do plano, os quais se poderão relacionar com a natureza dos

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acidentes graves ou catástrofes susceptíveis de afectar o concelho, os danos e prejuízos provocados

por tais situações ou o empenhamento/esgotamento dos meios e recursos a empregar.

O Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil é activado mediante decisão da Comissão

Municipal de Protecção Civil, desde que verificados um dos seguintes pressupostos:

1. Ocorrência de evento sísmico com intensidade igual ou superior a VI na escala de Mercalli, ou

quando a sua magnitude assim o justifique (escala de Richter).

2. Ocorrência de cheia em áreas definidas como áreas de risco de inundações, em que o caudal é

igual ou superior ao referenciado no período de retorno, ou seja a partir dos 418m3/s;

3. Ocorrência de incêndios florestais com duração superior a 1 dia e que atinjam mais do que

5000ha;

4. Decisão da Comissão Municipal de Protecção Civil com base nas informações disponíveis de

acordo com critérios tais como:

• Elevada área territorial coberta pelo plano afectada pelo acidente grave ou catástrofe;

• Elevados efeitos na população (número de mortos, feridos, desalojados, desaparecidos ou

isolados);

• Danos nos bens e património (número de habitações danificadas, edifícios indispensáveis

às operações de protecção civil afectados, afectação de monumentos nacionais);

• Danos nos serviços e infra-estruturas (suspensão do fornecimento de água, energias ou

telecomunicações durante um período de tempo significativo);

• Danos no ambiente (descargas de matérias perigosas em aquíferos ou no solo, destruição de

zonas florestais, libertação de matérias perigosas para a atmosfera);

8. Programa de exercícios

De seguida apresenta-se o programa para a realização futura de exercícios (de postos de comando

CPX ou do tipo LivEx) a adoptar para se verificar a operacionalidade do plano.

O plano de emergência irá ser treinado anualmente através de exercícios em que se simulam

situações de emergência a diferentes níveis. Com o planeamento e realização destes treinos é

objectivo testar-se o plano em vigor, adaptando-o e actualizando-o se for caso disso, e, por outro

lado, rotinarem-se os procedimentos a adoptar em situação real de emergência.

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Data Local

( entidade)

Localidade Exercício

(Comand Post Exercise,

CPX) 1

LivEx 2

1- Aquele que se realiza em contexto de sala de operações e tem como objectivos testar o estado de

prontidão e a capacidade de resposta e de mobilização de meios das diversas entidades envolvidas

nas operações de emergência. 2- Exercício de ordem operacional, no qual se desenvolvem missões no terreno, com meios

humanos e equipamento, permitindo avaliar as disponibilidades operacionais e as capacidades de

execução das entidades envolvidas.