plano metropolitano de gestão integrada de resíduos da construção

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PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV) ARM_RCCV_03_REL_PLANO_20160331

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PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA

DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E

VOLUMOSOS (RCCV)

ARM_RCCV_03_REL_PLANO_20160331

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AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO

INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E

RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E

VOLUMOSOS (RCCV)

PLANO METROPOLITANO DOS RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

ARM_RCCV_03_REL_PLANO_20160331

Fevereiro de 2016

Consórcio:

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CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA.

Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV) Pag. 2

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

VERSÃO PÓS CONSULTA PÚBLICA

Consórcio:

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CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA.

Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV) Pag. 3

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Consórcio: IDP FERREIRA ROCHA Status: Externo

Título do Documento: PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

Nome/código: ARM_RCCV_03_REL_PLANO_20160331 Versão: Final

Elaboração:

Ο Alex José de Almeida

Ο Alex Quiroga

Ο Ana Maria Castro da Silveira

Ο Cristiano Figueiredo Lima

Ο Cynthia Fantoni

Ο Delfim José Leite Rocha

Ο Eduard Millet

Ο Gonzalo Herranz

Ο Gustavo Tetzl Rocha

Ο Henrique Ferreira Ribeiro

Ο Henrique S L V Gomes

Ο Isadora Braga Camargos

Ο Jesús Blasco Gómez

Ο José Cláudio Junqueira Ribeiro

Ο Juan Carlos Rives López

Ο Juliana Felisberto

Ο Luciana de Nardi

Ο Marcos Antônio de Almeida Rodrigues

Ο Maria Antônia Vieira Martins Starling

Ο Murilo Zaparoli

Ο Renato Nogueira de Almeida

Ο Solange Vaz Coelho

Ο Thiago de Alencar Silva

Ο Vicente Jimenez de la Fuente

Data: 15/12/2015

Revisão: Jesus Blasco Goméz, Juan Carlos Rives Lopes, Thiago de Alencar

Silva, José Claudio Junqueira Ribeiro Data: 18/01/2015

Aprovação: Jesús Blasco Data: 28/02/2016

Observações:

Aprovação do Gestor:

Nome: Visto:

Data da Aprovação:

Consórcio:

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APRESENTAÇÃO

Este Relatório Final, chamado Plano de Gestão Integrada de RCCV, conclui o processo de

construção do Projeto intitulado Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos,

com Foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e

Volumosos (RCCV), para a RMBH e CM. Para cada um dos resíduos, RCCV e RSS, foi

redigido um documento específico, elaborado pelo Consórcio formado pelas empresas IDP

Engenharia e Arquitetura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis

(Consórcio IDP Ferreira Rocha), sob a coordenação da Agência de Desenvolvimento da

Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e seu Grupo de Acompanhamento (GA).

A construção do plano foi estruturada em três fases, de acordo com o Termo de Referência,

com a respectiva Estrutura Analítica do Projeto (EAP): Fase 01 - Diagnóstico da situação

atual; Fase 02 - Elaboração de proposta para a gestão e o gerenciamento e Fase 03 -

Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão e gerenciamento.

Na EAP estão referenciados os produtos, relatórios técnicos, bem como as reuniões

públicas, realizadas com participação de representantes dos Municípios, Grupo de

Acompanhamento, Consultores e outros diversos stakeholders, que subsidiaram o

processo participativo do Plano com contribuições significativas.

No contexto instituído pelas Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, foi

elaborado e aprovado em 2013 o Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos – Região

Metropolitana de Belo Horizonte e Colar Metropolitano (PMRS da RMBH e CM),

abrangendo os 50 municípios que atualmente integram a região. Esse PMRS, compilado

e apoiado tecnicamente pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de

Belo Horizonte (Agência RMBH), foi alinhado com a agenda de projetos e ações

estabelecidas no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI), lançado oficialmente

pelo Governo de Minas em setembro de 2011, e buscou potencializar a adoção de soluções

integradas e regionalizadas entre os municípios que compõem a RMBH e o Colar

Metropolitano.

Os levantamentos e avaliações desse PMRS, que contemplou apenas 18 dos 34

municípios integrantes da RMBH (o município de Belo Horizonte não foi incluído),

apresentaram estimativas de valores para a geração dos RCCV, ainda que com

significativo grau de incerteza, sinalizando para a necessidade e urgência de adoção de

uma estratégia para complementação de informações para a elaboração de um Plano

Metropolitano de Gestão integrada, com foco em RCCV, abrangendo todos os 50

municípios da RMBH e Colar Metropolitano.

Segundo o PMRS, essa lacuna foi uma das motivações para o Governo de Minas celebrar

o termo de cooperação financeira junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento –

BID, visando a contratação de consultoria para elaborar essa complementação.

Assim, este Relatório Final do projeto contratado - Plano Metropolitano de Gestão

Integrada de RCCV para a RMBH e CM – sistematiza, em formato de Plano, dados e

resultados registrados em nove relatórios técnicos que apresentam, em detalhes,

hipóteses, propostas e soluções para gestão e gerenciamento regionalizado dos RCCV na

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Pag. 5

região de estudo. A vasta referência bibliográfica consultada está apresentada nos

diferentes produtos desse projeto.

Ressalta-se que esta proposta é a versão revisada do Plano para RCCV, após ser

submetida à Consulta Pública. As contribuições a foram analisadas e condensadas no

Anexo único deste documento. Esta versão final tem como objetivo complementar o

PMRS/ARMBH, já submetido à deliberação metropolitana, nos termos e trâmites da Lei

Complementar Estadual de nº 89/2006.

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Pag. 6

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 4

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... 8

LISTA DE QUADROS ....................................................................................................... 9

DEFINIÇÕES ...................................................................................................................11

ABREVIATURAS .............................................................................................................22

1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................24

2 DIAGNÓSTICO .............................................................................................................28

A REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE E COLAR METROPOLITANO ........................................................................................................................................28

2.1.1 ASPECTOS GERAIS .........................................................................................28

2.1.2 LEGISLAÇÃO VIGENTE ...................................................................................35

SITUAÇÃO ATUAL DOS RCCV ................................................................................36

2.2.1 Composição.......................................................................................................37

2.2.2 Geração .............................................................................................................38

2.2.3 Segregação .......................................................................................................42

2.2.4 Coleta e Transporte ...........................................................................................43

2.2.5 Catadores de Materiais Recicláveis ...................................................................46

2.2.6 Transbordo, Valorização e Disposição Final ......................................................47

ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO GERENCIAMENTO DE RCCV ...........................55

INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS............................................................................55

EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO ....................................................65

3 DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, METAS E INDICADORES PARA A GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RCCV NA RMBH E CM ..........................................................67

DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS ................................................................................67

METAS ......................................................................................................................69

INDICADORES ..........................................................................................................70

4 SISTEMA PROPOSTO .................................................................................................73

REGIONALIZAÇÃO ...................................................................................................73

FLUXO DA GESTÃO E GERENCIAMENTO ..............................................................81

4.2.1 Etapas da Gestão e Gerenciamento ..................................................................86

4.2.2 Rastreabilidade do Sistema de Gestão ..............................................................92

QUANTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS .............................95

VIABILIDADE ECONÔMICA ......................................................................................99

EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO .................................................. 105

CONSÓRCIOS PÚBLICOS ..................................................................................... 107

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Pag. 7

INSTRUMENTOS ECONÔMICOS ........................................................................... 109

5 OUTROS ASPECTOS DO PLANO ............................................................................. 110

BANCO DE DADOS ................................................................................................ 110

BENCHMARKING .................................................................................................... 110

INICIATIVAS E AÇÕES CONCRETAS .................................................................... 112

LOGÍSTICA REVERSA ............................................................................................ 114

5.4.1 Logística reversa obrigatória ............................................................................ 115

5.4.2 Logística reversa não obrigatória ..................................................................... 116

6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ........................................................................... 117

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 120

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 122

9 ANEXO ....................................................................................................................... 124

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Pag. 8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tipologias de transporte: Caçambeiros, Carroceiros e Carreteiros. ................13

Figura 2 - Municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte .......................29

Figura 3 – Representação das faixas populacionais da RMBH e CM e da geração de RCCV (2014) por município da região. .......................................................................................40

Figura 4 - Porcentagem de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros provenientes de reformas e demolições...........................................................................45

Figura 5 - Porcentagem (reciclada/gerada) em Belo Horizonte e RMBH e Colar Metropolitano ...................................................................................................................48

Figura 6 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição de RSU e RCCV .........51

Figura 7 - Potencial de recebimento dos RCCV ...............................................................54

Figura 8 - Parâmetros para a regionalização ...................................................................74

Figura 9 – Critérios para definição das bacias de captação de resíduos que subsidiaram o agrupamento proposto. ....................................................................................................77

Figura 10 - Sub-regiões / Bacias de captação de RCCV propostas para a Região Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte ...................................................78

Figura 11 – Principais relações entre as etapas do fluxo de Gerenciamento proposto para os RCCV gerados na RMBH e CM. .................................................................................83

Figura 12 - a. Sacos tipo big bag; b. Contêineres de caixa aberta. ..................................89

Figura 13 - a. Contêiner de caixa fechada; b. Carrinho gaiola usado para acondicionamento de resíduos volumosos. ...................................................................................................90

Figura 14 - Ferramentas para rastreamento dos resíduos ...............................................93

Figura 15 - Mapa que apresenta a proporção das infraestruturas existentes para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM ......................................................................97

Figura 16 - Mapa do sistema proposto para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM ........................................................................................................................................98

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Pag. 9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Dados socioeconômicos dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. ................................................................................................................32

Quadro 2 - Aspectos centrais de normas técnicas brasileiras para o gerenciamento de RCCV. .............................................................................................................................35

Quadro 3 - Aspectos centrais de algumas normas técnicas brasileiras para reciclagem de RCC. ................................................................................................................................36

Quadro 4 - Valores de RCC gerados na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte por classe de resíduo .......................................................................................................37

Quadro 5 – Materiais presentes na composição dos RCC. ..............................................38

Quadro 6 - Geração de RCCV por faixa populacional ......................................................39

Quadro 7 - Composições típicas para os RCC.................................................................42

Quadro 8 - Composição típica dos Resíduos Volumosos (RVOL)....................................42

Quadro 9 - Estimativa de coleta RCCV por faixa populacional, 2014. ..............................43

Quadro 10 - Quantidade gerada menos quantidade coletada de RCCV – RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte ......................................................................................44

Quadro 11 - Estimativa de quantidade de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros provenientes de reformas e demolições .....................................................45

Quadro 12 - Quantidades geradas, mínima e máxima estimadas para BH e RMBH, 2014. ........................................................................................................................................48

Quadro 13 - Disposição de RSU e RCCV – RMBH e Colar metropolitano de Belo Horizonte. ........................................................................................................................................49

Quadro 14 - Potencial de Recebimento de RCCV em municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte. .....................................................................................52

Quadro 15 Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Federal ........................................................................................................................................56

Quadro 16 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Estadual ........................................................................................................................................59

Quadro 17 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Regional e Municipal ......................................................................................................................63

Quadro 18 - Diretrizes e Estratégias para o Plano de Gestão Integrada dos RCCV na RMBH e CM ................................................................................................................................67

Quadro 19 – Indicadores para os instrumentos de avaliação do PMRCCV. .....................71

Quadro 20 - Dados gerais dos agrupamentos da proposta de regionalização. ................79

Quadro 21– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Norte. ..........79

Quadro 22 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Sul. .............80

Quadro 23 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Leste. .........80

Quadro 24– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Oeste. .........81

Quadro 25 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Centro. .......81

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Pag. 10

Quadro 26 – Comparação entre as infraestruturas propostas para o gerenciamento dos RCCV gerados na RMBH e CM. ......................................................................................84

Quadro 27 – Materiais presentes na composição dos RCC em porcentagem. ................86

Quadro 28 - Composição dos RCC com base nas referências consultadas. ...................87

Quadro 29- Composição dos RVOL com base nas referências consultadas. ..................87

Quadro 30 - Porcentagem de composição proposta para os materiais que constituem os RCCV com base na utilização de sete (07) contêineres. .................................................88

Quadro 31 - Resumo das Infraestruturas existentes e novas infraestruturas propostas. ..96

Quadro 32 - Investimento total para a instalação das infraestruturas do sistema proposto. ...................................................................................................................................... 102

Quadro 33 - Prazos de implantação do sistema proposto. ............................................. 103

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Pag. 11

DEFINIÇÕES

A seguir, serão apresentadas as definições de alguns termos técnicos utilizados ao longo

do documento.

Acondicionamento

O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até sua destinação

final, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições para a sua

reutilização e reciclagem.

Agregado reciclado

Material granular proveniente do beneficiamento (trituração) de resíduos de construção

“Classe A” com características técnicas para utilização em obras de edificação,

infraestrutura, recobrimento em aterros sanitários ou outras obras de engenharia, de

acordo com os critérios técnicos e orientações exigidas pela legislação e normas técnicas

vigentes.

Área contaminada

Local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer

substâncias ou resíduos.

Áreas de armazenamento transitório

Área que tenha como atividade fim o armazenamento temporário de resíduos da

construção civil e volumosos em local adequado, de forma controlada e sem risco à saúde

pública e ao meio ambiente, com o intuito de viabilizar sua triagem, reutilização, reciclagem

ou disposição final, conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 155/2010.

Áreas de Armazenamento e Transferência de Material Cerâmico (AAT) Infraestrutura intermediária para armazenamento de material cerâmico oriundo dos resíduos da construção civil que proporciona viabilidade ao gerenciamento adequado de resíduos tipo Cerâmico.

Áreas de disposição final de resíduos

São áreas destinadas à disposição em solo de rejeitos.

Áreas de reciclagem

Área onde ocorre o processo de transformação e valorização de um resíduo para fins de

reaproveitamento conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 155/2010.

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Pag. 12

Áreas de Triagem e Transbordo – ATT

Estabelecimento privado ou público destinado ao recebimento de resíduos da construção

civil e volumosos, usado para triagem dos resíduos recebidos e posterior remoção para

destinação adequada conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 155/2010.

Aterro Controlado

É uma fase intermediária entre o vazadouro a céu aberto (lixão) e o aterro sanitário. Os

resíduos são dispostos em terreno sem impermeabilização, não dispondo de sistemas de

drenagem de percolado ou gases, como exigido para os aterros sanitários. Entretanto, a

operação é bastante similar ao previsto para os aterros sanitários, com espalhamento,

compactação e recobrimento dos resíduos diariamente. A área é cercada sem a presença

de animais e atividades de catação, ao contrário do que normalmente se verifica nos lixões.

Aterro de resíduos Classe A de reserva de material para usos futuros

É a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de

resíduos da construção civil Classe A no solo, visando a reserva de materiais segregados

de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de

engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública

e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente (redação

dada pela Resolução 448/12).

Aterro sanitário

Instalação destinada à disposição sanitária e ambientalmente segura da fração de rejeitos

proveniente dos resíduos sólidos urbanos do âmbito da Administração Municipal, baseados

nos princípios e métodos da engenharia sanitária e ambiental, visando confinar os rejeitos

na menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma

camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores se

necessário, conforme NBR 8419/1992.

Beneficiamento

Processos que tenham por objetivo agregar valor aos resíduos para sua utilização como

matéria-prima ou produto.

Bacia de Captação de Resíduos

A Bacia de Captação de Resíduos é a parcela da área urbana que apresenta condições

homogêneas para o recebimento dos resíduos de construção ou resíduos volumosos nela

gerados, em um único ponto de captação (Ponto de Entrega para Pequenos Volumes).

Estes Pontos podem ser compartilhados para recebimento de outros resíduos com

potencial para a logística reversa ou reciclagem.

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Pag. 13

Capacidade de recebimento

Capacidade máxima de recebimento do empreendimento ou atividade, a qual deverá ser

informada levando-se em conta a capacidade de processamento dos equipamentos e

sistemas instalados. A capacidade de recebimento deverá ser expressa necessariamente

na unidade explicitada no texto descritivo do porte do empreendimento ou atividade,

conforme especificado na Normativa COPAM nº 155.

Caracterização

É uma das etapas do Projeto de Gerenciamento de RCC e consiste na identificação e

quantificação dos resíduos (por classe e tipo), de acordo com o Artigo 9º, da CONAMA

307/2002 e suas revisões.

Carroceiros e Carreteiros

São coletores e transportadores de resíduos para pequenos volumes - 1 m3 ou 2 m3

mediante transporte de tração animal (cavalos, mulas e burros, geralmente). Atualmente,

os carroceiros realizam o transporte inicial dos RCCV desde o local de geração, pequeno

gerador, até o primeiro local de coleta e armazenamento, a Unidade de Recebimento de

Pequenos Volumes ou URPV (ou Ponto Limpo/Ecoponto). Muitas vezes trabalha mediante

demanda específica, a pedido do cidadão.

CDR - Combustível Derivado de Resíduos Produto da separação e processamento (trituração, peneiramento, etc.) dos resíduos da

construção civil identificados como rejeitos (não recicláveis) que apresentem um Poder

Calorífico Inferior (PCI) de 2000 kcal/kg no mínimo.

Colar Metropolitano

Conjunto de municípios pertencentes ao Colar Metropolitano da Região Metropolitana de

Belo Horizonte, segundo o art. 3°, §1°, da Lei Complementar Estadual n° 124/2012, bem

como eventuais alterações. São eles: Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo,

Bonfim, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Itabirito, Itaúna, Moeda, Pará de Minas,

Prudente de Morais, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo, São José da Varginha,

Sete Lagoas.

Figura 1 – Tipologias de transporte: Caçambeiros, Carroceiros e Carreteiros.

Fonte: Portfólio técnico do Grupo IDP (2015)

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Pag. 14

Coleta diferenciada

Coleta e transporte externos de resíduos, por grupos e/ou classe de resíduos segregados

no local de geração e por tipo de tratamento ou disposição final ambientalmente adequada.

Coleta e transporte Externo

Atividade que prevê a coleta dos resíduos sólidos por transportador devidamente

registrado, cujos veículos devem contar com as autorizações previstas na legislação

vigente, de âmbito local, estadual e federal, com informações de origem e destino. Os

resíduos perigosos devem sempre ser transportados separadamente por veículos

especiais fechados com licenciamento ambiental e no caso de transporte interestadual,

também com Autorização Ambiental para Transporte de Produtos Perigosos do IBAMA,

obrigatório desde 10 de junho 2012.

Coleta Interna

Atividade que prevê a coleta dos resíduos sólidos desde o local de geração, no próprio

canteiro de obras, até o armazenamento temporário conforme determina a legislação

vigente e o PMGRCC.

Coleta seletiva

Coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição,

composição ou classes previstas em norma legal.

Coletor

Recipiente fixo ou móvel, de capacidade variável, no qual os resíduos são depositados

para seu armazenamento temporário e posterior transporte.

Coprocessamento

Técnica de destinação final, na qual se utiliza o processamento de resíduos da construção

civil e volumosos como substituto parcial de matéria-prima e/ou de combustível em

processos de fabricação de cimento e/ou similares.

Consórcios municipais

Consiste em um contrato regulamentado pela Lei Federal nº - 11.107, de 6 de abril de 2005,

formado por dois ou mais municípios para a realização de objetivos de interesse comum,

com adesão aprovada por lei municipal.

Consultora contratada

Empresa (ou Consórcio) contratada para a modelagem do Plano Metropolitano de Gestão

Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de Resíduos

da Construção Civil e Volumosos (RCCV).

Contratante

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Pag. 15

Órgão que contrata a elaboração da modelagem do Plano Metropolitano de Gestão

Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de Resíduos

da Construção Civil e Volumosos (RCCV), no caso, a Agência de Desenvolvimento da

Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Controle de Transporte de Resíduos (CTR)

O CTR (ou MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos) é um documento emitido pelo

transportador de resíduos que fornece informações sobre gerador, origem, quantidade e

descrição dos resíduos e seu destino, conforme especificações das normas brasileiras

NBR 15.112/2004, NBR 15.113/2004 e NBR 15.114/2004 da ABNT.

Convênio

Arranjo institucional entre entes federativos de caráter associativo para atingir objetivos

comuns.

Depósito clandestino (Bota-fora)

Área de deposição irregular de resíduos, utilizada por transportadores de RCC-RV, que

utilizam áreas sem as licenças ambientais requeridas. Trata-se de atividade clandestina

passível de sanções administrativas, civis e criminais.

Desmonte (demolição seletiva)

Processo utilizado antes da demolição completa de um edifício, por meio do qual se realiza

a extração e segregação de peças ou materiais presentes nos resíduos, de forma que cada

parte possa receber a destinação mais adequada em função das suas características,

sejam resíduos passíveis de reutilização, bem como os perigosos.

Destinação final ambientalmente adequada

Conforme a Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

considera-se destinação ambientalmente adequada de resíduos a reutilização, reciclagem,

compostagem, recuperação e aproveitamento energético ou outras destinações admitidas

pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final,

observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde

pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

Disposição final ambientalmente adequada

Distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas

de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos

ambientais adversos, conforme a definição legal presente na Política Nacional de Resíduos

Sólidos.

Geração

Momento em que se gera um material que, de acordo com a legislação vigente, é

considerado resíduo.

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Geradores

São pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades que

gerem resíduos, inclusive RCCV.

Gerenciamento de resíduos sólidos

Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,

transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos

e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano municipal

de gestão integrada de resíduos sólidos ou com o plano de gerenciamento de resíduos

sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (nova redação dada

pela Resolução 448/12). Estas ações podem ser desenvolvidas pelo poder público ou

delegadas a terceiros.

Gestão de resíduos sólidos

Conjunto de etapas que inclui o planejamento, diretrizes, procedimentos, objetivos e metas,

atribuindo responsabilidades aos geradores, de acordo com a legislação vigente, além das

atividades de supervisão, monitoramento e fiscalização. Trata-se de responsabilidade

pública, indelegável.

Grandes geradores

Pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que gerem RCCV acima do limite diário

estipulado pelo poder público municipal.

Grupo gestor

Equipe de profissionais da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo

Horizonte (ARMBH) responsáveis pela gestão do projeto.

Lixão

Denominação popular para a disposição final inadequada de resíduos sólidos,

caracterizada pela sua descarga sobre o solo, sem critérios técnicos nem medidas de

proteção ambiental adequadas à saúde pública. É o mesmo que vazadouro ou descarga a

céu aberto.

Logística reversa

Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de

ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos

sólidos pós consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em

outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

Manejo de resíduos sólidos

Toda atividade técnica operacional de resíduos sólidos que envolva o manuseio,

acondicionamento, segregação, transporte, armazenamento, transferência, tratamento,

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disposição final ou qualquer outro procedimento técnico operacional utilizado desde a

geração até a destinação e disposição final dos mesmos.

Material valorizado

Material segregado e submetido, ou não, a outros processos que agreguem valor, para

serem utilizados como matéria prima.

Minimização

Ação de reduzir ao mínimo possível o volume e periculosidade dos resíduos sólidos,

através de qualquer estratégia preventiva, procedimento, método ou técnica utilizada na

atividade geradora.

Parceria Público-Privada (PPP)

Contrato de prestação de obras ou serviços não inferior a R$ 20 milhões, com duração

mínima de 5 e no máximo 35 anos, firmado entre empresa privada e o governo federal,

estadual ou municipal.

Pequenos geradores

São pessoas físicas que geram pequenas quantidades de RCCV, em geral até 1m³ por dia,

A geração máxima que os caracteriza é definida em âmbito municipal.

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC)

Documento baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da

geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, para os

grandes geradores, cujos procedimentos são regularizados pela Resolução CONAMA n°

307/2002 e suas revisões, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação,

acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, reutilização, reciclagem,

tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

No caso de atividade ou empreendimento passível de regularização ambiental, o

documento integra o processo de licenciamento ambiental; quando tratar-se de

empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de

licenciamento ambiental, o documento deverá ser apresentado juntamente com o projeto

do empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal, em

conformidade com o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil.

Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC)

Instrumento de gestão a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, em consonância com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

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Planta de Recuperação / Reciclagem (papel, madeira e agregados)

As Plantas de Reciclagem de resíduos da construção civil são reguladas pela NBR 15114

de 2004 - Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para

projeto, implantação e operação. Os resíduos a serem recebidos nas Plantas de

Recuperação/ Reciclagem devem ter procedência e composição conhecidas. Os resíduos

de construção civil das classes D (resíduos perigosos oriundos do processo de construção,

tais como tintas, baterias, amianto, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados

oriundos de demolições, reformas e reparos de instalações industriais e outros) devem ser

encaminhados à destinação adequada específica.

Ponto Limpo – Ponto de Entrega para Pequenos Volumes – Unidade de Recebimento

de Pequenos Volumes de RCCV (URPV)

Equipamento público destinado ao recebimento e triagem de pequenos volumes de

resíduos da construção civil e resíduos volumosos, gerados e entregues pelos munícipes

ou por pequenos transportadores, sem causar danos à saúde pública e nem ao meio

ambiente, observando as especificações da norma brasileira NBR 15.112/2004.

Reaproveitamento

Obtenção de benefício de um material, artigo, elemento ou parte de resíduos sólidos, a

partir de técnicas de reaproveitamento, tais como reciclagem, recuperação ou reutilização.

Reciclagem

Processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas

propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em

insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos

órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa.

Região Metropolitana de Belo Horizonte

Conjunto de 34 municípios pertencentes a Região Metropolitana de Belo Horizonte,

instituída em 1973 pela Lei Complementar nº 14/1973 e, atualmente, regulamentada pelas

leis complementares do Estado de Minas Gerais (Lei Estadual Complementar - LEC n.º

88/2006 e LEC n.º 89/2006). Sao eles: Baldim, Belo Horizonte, Betim, Brumadinho, Caeté,

Capim Branco, Confins, Contagem, Esmeraldas, Florestal, Ibirité, Igarapé, Itaguara,

Itatiaiuçu, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme,

Matozinhos, Nova Lima, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio

Acima, Rio Manso, Sabará, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa,

Sarzedo, Taquaraçu de Minas e Vespasiano.

Rejeitos

Resíduos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação

por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra

possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.

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Resíduos biodegradáveis

São restos orgânicos que se decompõem facilmente no ambiente e que podem ser

transformados em compostos orgânicos para acondicionamento de solos.

Resíduos da Construção Civil - RCC

Aqueles provenientes das atividades de construção, reforma, reparo ou demolição de obras

de construção civil, bem como os provenientes da preparação e da escavação de terrenos

para fins de construção civil, conforme especificado na Resolução CONAMA 307/2002 e

na Deliberação Normativa COPAM nº 155/ 2010.

Resíduos inertes

Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa e submetida a um

contato estático ou dinâmico com água destilada ou desionizada, a temperatura ambiente,

conforme teste de solubilização, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a

concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, conforme definições

norma ABNT NBR 10004, executando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.

Como exemplo destes materiais, podem-se citar rochas, tijolos, vidros e certos plásticos e

borrachas que não são decompostos prontamente (ABNT NBR 1004:2004).

Resíduos não perigosos

São aqueles que não apresentam nenhuma das características que confere periculosidade

aos resíduos.

Resíduos perigosos

São aqueles que, em razão de uma das seguintes características de inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,

teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à

qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. Também se

consideram perigosos os envases e embalagens que tenham estado em contato com eles

ou com substâncias ou produtos perigosos (12.305/2010 e ABNT NBR 1004:204).

Resíduos sólidos

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em

sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a

proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e

líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de

esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente

inviáveis quanto a melhor tecnologia disponível.

Resíduos volumosos (RV)

Os Resíduos Volumosos (RV) são os resíduos considerados como os não provenientes de

processos industriais, constituídos basicamente por material volumoso não removido pela

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coleta pública municipal rotineira, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados,

grandes embalagens e peças de madeira, podas e assemelhados.

Reutilização

É o processo de reuso de um resíduo, sem transformação do mesmo.

Segregação

Ato de (após a geração) garantir a separação dos resíduos na fonte de sua geração ou

posteriormente, por tipo ou classe previstos em norma.

Transportadores

São pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e transporte dos resíduos entre

as fontes geradoras e as áreas de destinação ou disposição final.

Tratamento

É o processo, método ou técnica que permite modificar as características físicas, químicas

ou biológicas do resíduo, a fim de reduzir volume, peso ou periculosidade capaz de causar

danos à saúde e ao ambiente, tornando mais seguras e econômicas as condições de

armazenagem, transporte e disposição final.

Tratamento térmico

É todo e qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima de

oitocentos (800) graus Celsius (Segundo a Resolução CONAMA nº 316 de 2002).

Triagem

A triagem de resíduos consiste na operação de separação e limpeza dos diversos resíduos

e/ou componentes dos resíduos de outros materiais indesejáveis, para posterior

acondicionamento e envio à recuperação ou reciclagem.

Usina de Reciclagem de Entulho

São instalações reguladas pela NBR 15114 de 2004 - Resíduos sólidos da construção civil

– Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. Somente podem

ser aceitos nessas instalações os resíduos da construção civil classe A. Os resíduos de

construção civil das classes B, C ou D devem ser encaminhados a destinação adequada.

Usina de Triagem e Compostagem

Instalação na qual é realizada a separação manual ou mecanizada da matéria orgânica,

materiais recicláveis, rejeitos e resíduos especiais presentes no resíduo. A parte orgânica

é destinada ao pátio de compostagem, onde é submetida a um processo de conversão

biológica em adubo e o que não pode ser aproveitado deve ser encaminhado à disposição

final ambientalmente adequada como rejeitos.

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Valorização

Operação manual ou mecânica, desenvolvida por gestor autorizado, que permite o máximo

aproveitamento de todos os recursos contidos nos resíduos da construção, com garantia

de aplicação de acordo com as normas e as leis vigentes, e que permite sua reinserção no

ciclo econômico e produtivo dos materiais de segundo uso.

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ABREVIATURAS

AAF AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL DE FUNCIONAMENTO

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

ABRELPE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PUBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS

ARMBH AGÊNCIA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

AS ATERRO SANITÁRIO

ATT ÁREAS DE TRIAGEM E TRANSBORDO

CDR COMBUSTIVEL DERIVADO DE RESÍDUOS

CM COLAR METROPOLITANO

CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

COPAM CONSELHO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

CTR CONTROLE DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS

DN DELIBERAÇÃO NORMATIVA

EAP ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO

ERE ESTAÇÕES DE RECICLAGEM DE ENTULHO

FEAM FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

FIP FUNDAÇÃO ISRAEL PINHEIRO

GA GRUPO DE ACOMPANHAMENTO

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

IPEA INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA

LI LICENÇA DE INSTALAÇÃO

LO LICENÇA DE OPERAÇÃO

LP LICENÇA PRÉVIA

NBR NORMA BRASILEIRA

PERS PLANO ESTADUAL DE RESIDUOS SÓLIDOS

PERS POLÍTICA ESTADUAL DE RESIDUOS SOLIDOS (Lei Estadual nº 18.031/2009)

PGIRS PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

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PGRCC PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PMGRCC PLANO MUNICIPAL DE GESTAO DE RESIDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PMRS PLANO METROPOLITANO DE GESTAO INTEGRADA DE RESÍDUOS

PMSS PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DO SETOR SANEAMENTO

PNRS POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

PNSB PESQUISA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO

RCC RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

RCCV RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS

RCD RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO

RMBH REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

RSS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

RSU RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

RV RESÍDUOS VOLUMOSOS

SEDRU SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL POLÍTICA URBANA E GESTÃO METROPOLITANA DE MINAS GERAIS

SEGEM SECRETARIA DE ESTADO DE GESTÃO METROPOLITANA

SIAM SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL

SINDUSCON SINDICADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

SINIS

SINIR

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

SLU SUPERINTENDÊNCIA DE LIMPEZA URBANA

SNIS SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO DE SANEAMENTO

URPV UNIDADES DE RECEBIMENTO DE PEQUENOS VOLUMES

UTC USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM

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1 INTRODUÇÃO

O conteúdo deste relatório tem como referência, prioritariamente, os estudos, análises,

resultados e conclusões das três fases de desenvolvimento do Plano Metropolitano de

Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Foram elaborados 9 (nove) produtos, sendo os dois primeiros para o

levantamento e análise da situação atual dos resíduos na região de estudo, um produto de

benchmarking, dois produtos para detalhamento do fluxo dos resíduos, dois produtos de

proposição de regionalização, identificação de critérios para áreas favoráveis e

apresentação do sistema proposto para a gestão e o gerenciamento dos resíduos, um

produto de análise de viabilidade econômica e financeira, e, por fim, um produto que

congrega orientações para a implementação do Plano.

A construção participativa é uma premissa para a elaboração do Plano, inclusive para o

diagnóstico, e a participação de diversos grupos de stakeholders se deu de forma

diferenciada, em distintas instâncias e etapas. Numa ação institucional e técnica,

executada de forma integrada com a ARMBH, as partes interessadas foram contatadas e

sensibilizadas a fim de contribuir com uma ou mais das três seguintes ações: (i)Engajar-se

na construção participativa, tanto por meio de debates técnicos quanto no

compartilhamento de percepções e validação dos resultados parciais; (ii) identificar e

disponibilizar dados secundários; e (iii) informar dados primários.

Para o desenvolvimento do Plano, a ARMBH/SEDRU, além do grupo gestor, criou um

grupo de acompanhamento (GA), composto por profissionais de governo e outras

instituições relacionadas ao tema, além de consultores especializados em gestão e

gerenciamento de resíduos, possibilitando a manutenção de um espaço de diálogo técnico,

com trocas de experiências e busca de consensos sobre as melhores escolhas quanto às

fontes de informações, metodologias e padrões de qualidade. Esse grupo foi também

responsável por analisar, comentar e contribuir para a aprovação de cada um dos produtos

entregues pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha.

Para garantir a pluralidade necessária e potencializar a construção participativa, outros

agentes implicados no processo foram também sensibilizados por meio das reuniões

públicas (workshops) fomentando o diálogo com agentes municipais, representantes da

sociedade civil, acadêmicos, associações de classe, empresas prestadoras de serviços

relacionadas à gestão e gerenciamento de resíduos e empreendimentos das áreas de

construção civil.

A etapa de levantamento de dados foi baseada majoritariamente em dados secundários,

inclusive em fontes específicas relacionadas ao tema, nacionais e internacionais,

constantes da bibliografia listada nos 9 (nove) relatórios dos produtos desenvolvidos.

Ressalta-se ainda a utilização de dados e informações decorrentes das contribuições e

informações do grupo gestor, grupo de acompanhamento, e dos participantes dos cinco

workshops nas três fases do projeto de construção do Plano bem como a análise do

extenso marco regulatório, nos níveis federal, estadual e municipal, vigente na região de

estudo.

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Pag. 25

Para elaboração deste Relatório Final do Plano de Gestão Integrada dos RCCV da RMBH

e CM foram consideradas três referências básicas:

Relatórios técnicos desenvolvidos pelo Consórcio formado pelas empresas IDP

Engenharia e Arquitetura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis

(Consórcio IDP Ferreira Rocha) – Foram desenvolvidos 9 (nove) produtos em forma

de relatórios técnicos, sob a coordenação da Agência de Desenvolvimento da

Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e seu Grupo de

Acompanhamento (GA), no período de janeiro de 2014 a outubro de 2015. Esses

produtos, a seguir listados, compõem os resultados das três fases do Projeto, a

saber:

o Fase 1 - Diagnóstico da situação atual dos RCCV na RMBH e Colar

Metropolitano de BH.

Produto 01: Geração e fluxo de gestão e gerenciamento dos RCCV.

Produto 02: Levantamento de planos e projetos, executados e em

execução, para gestão e gerenciamento dos RCCV.

o Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição

final dos RCCV.

Produto 03 - Benchmarking Referencial Nacional e Internacional de

Gestão e Gerenciamento de RCCV.

Produto 04 - Alternativas de Gestão e Gerenciamento de RCCV

recomendada.

Produto 05 - Alternativas para Transbordo, Tratamento e Disposição

Final.

Produto 06 - Áreas Favoráveis para Instalação de Infraestruturas de

RCCV.

Produto 07 - Possibilidades de Implantação de Soluções Integradas.

Produto 08 - Sistema de Gerenciamento Proposto.

o Fase 3: Preparação para Elaboração e Implantação das Alternativas para

gestão dos RCCV.

Produto 09 - Preparação para execução da proposta de gestão

integrada de RCCV.

Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Belo

Horizonte e Colar Metropolitano (PMRS), documento compilado e apoiado pela

Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência

RMBH), publicado em 2013. É registrada no PMRS a participação e cooperação

das prefeituras dos 50 municípios, além de outros órgãos, secretarias e programas

do Governo do Estado de Minas Gerais, dentre eles a Secretaria de Estado de Meio

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Pag. 26

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Fundação Estadual do Meio

Ambiente (Feam) e o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR).

Plano Nacional de Resíduos Sólidos, coordenado e elaborado pelo Ministério do

Meio Ambiente, com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e

acompanhado pelo Comitê Interministerial criado pelo Decreto n0 7.404/10, que

regulamente a PNRS, com versão preliminar editada em setembro de 2011. O

Plano Nacional foi objeto de discussão em cinco Audiências Públicas Regionais e

consolidação na Audiência Pública Nacional em Brasília. Foi também colocado para

recebimento de contribuições via consulta pública na internet. Em agosto de 2012

foi editada a versão apreciada pelos seguintes conselhos: CONAMA, CNRH,

CONCIDADES e CNS. Essa versão será considerada definitiva quando de sua

publicação em decreto governamental.

Ressalta-se que a falta de referência ao Plano Estadual de Resíduos Sólidos se deve ao

fato de esse documento encontrar-se ainda em fase de contratação da consultoria

especializada para sua elaboração, tendo em vista as dificuldades encontradas nos

processos licitatórios anteriores.

Assim, o presente documento contempla o alinhamento de formato, exigências legais e

informações técnicas dos documentos acima referenciados para elaboração do Plano,

destacando-se que os pontos chave que nortearam a busca de soluções adequadas para

a gestão e gerenciamento dos RCCV foram:

Entender os RCCV como um problema de saúde pública e ambiental relevante.

Configurar um processo em longo prazo e de ação contínua visando habilitar um

mercado viável.

Trabalhar em conjunto com os agentes envolvidos.

Pesquisar para gerar conhecimento e critério técnico.

Desenvolver uma normativa de referência e operações.

Avaliar para poder melhorar continuamente o sistema.

Neste contexto o Relatório Final para o Plano de Gestão Integrada de RCCV da RMBH e

CM apresenta o seguinte conteúdo: diagnóstico consolidado, aspectos legais aplicáveis e

legislação vigente, iniciativas governamentais, diretrizes, estratégias, metas e indicadores

para a gestão e o gerenciamento dos RCCV na área de estudo, proposta de regionalização,

estudo do sistema proposto contemplando as infraestruturas necessárias e a organização

territorial dos municípios, a viabilidade econômica e instrumentos econômicos. São

também apresentados outros aspectos do plano, incluindo sugestões de iniciativas e ações

concretas que devem ser considerados no planejamento das ações estratégicas e

posteriores.

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A versão validada para o Plano Metropolitano de Gestão Integrada de RCCV deverá ser

submetida à aprovação do Conselho Metropolitano para formalizar sua integração ao Plano

Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMRS) publicado em 2013.

É oportuno reforçar que a estratégia de implementação do Plano deve considerar a

apropriação de todo o conteúdo resultante do processo de elaboração, desenvolvido nos

últimos dois anos e registrado nos documentos de referência.

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Pag. 28

2 DIAGNÓSTICO

O Diagnóstico descreve a situação atual dos resíduos de construção civil e volumosos na

RMBH e CM, o que inclui identificação e análise sobre a legislação e normas vigentes, os

dados socioeconômicos, os dados referentes à geração desses resíduos e demais etapas

da cadeia de gerenciamento, e ações praticadas ou planejadas de apoio ao gerenciamento.

Essas informações compõem a Fase 01 de elaboração do Plano e o detalhamento está

disponível para consulta em cada um dos Produtos 00, 01 e 02.

A REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE E COLAR METROPOLITANO

Na sequência serão apresentadas, de forma analítica, informações que caracterizam a

RMBH e CM, e uma avaliação da legislação vigente.

2.1.1 ASPECTOS GERAIS

A RMBH e o Colar Metropolitano de Belo Horizonte congregam 50 municípios, conforme

apresentado na Figura 2.

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Figura 2 - Municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte

Fonte: Elaboração Própria. Consorcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Esses 50 municípios apresentam diferentes características populacionais, de dinâmicas e

atividades econômicas, de uso e ocupação do solo e de aspectos ambientais, questões

que são extremamente relevantes para a gestão integrada de resíduos na perspectiva

metropolitana. A análise deste conjunto de municípios indica que os problemas e as

demandas são diferenciados e, também, que não podem ser adotadas as mesmas

soluções para todos. Por outro lado, as alternativas podem ser pensadas por região, e não

apenas por município, o que poderá permitir otimização de ações, e soluções regionais.

Do ponto de vista populacional, estão assim divididos:

5 municípios com até 5 mil habitantes;

14 municípios na faixa entre 5 mil e 10 mil habitantes;

11 municípios na faixa entre 10 mil e 30 mil habitantes;

11 municípios na faixa entre 30 mil e 100 mil habitantes;

7 municípios na faixa entre 100 mil e 500 mil habitantes;

1 município na faixa entre 500 mil e 1 milhão de habitantes; e

1 município com mais de 1 milhão de habitantes.

Observa-se que tanto a RMBH quanto o Colar Metropolitano de Belo Horizonte são áreas

bastante populosas e com alta relevância econômica para o Estado de Minas Gerais. Isto

se deve à forte importância do setor de comércio e serviços em Belo Horizonte e Contagem

e, em parte, ao fato de Belo Horizonte ser a capital do Estado, o que a condiciona como

um espaço privilegiado para ofertar serviços de administração pública, bem como

educacionais, hospitalares e culturais. Contagem é beneficiada por isso devido à sua forte

conurbação com a capital. Também merece destaque a pujante indústria extrativa mineral,

especialmente de minério de ferro, que está presente nos municípios de Brumadinho,

Caeté, Nova Lima, São Joaquim de Bicas, Barão de Cocais, Itabirito e São Gonçalo do Rio

Abaixo.

O município de Betim possui um parque industrial bastante diversificado, porém bastante

relacionado com a atividade automobilística, em função de sediar a FIAT em seu limite

territorial e também dado à presença da indústria petrolífera, representada pela Refinaria

Gabriel Passos (REGAP), da Petrobras. Em Pedro Leopoldo e Vespasiano, destaca-se a

indústria cimenteira e, em Sete Lagoas, que pertence ao Colar Metropolitano, além da

indústria cimenteira, tem relevância as indústrias siderúrgicas (ferro gusa) e

automobilística.

A demografia das regiões analisadas - RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte -

demonstra que a maior parte da população se encontra no meio urbano. Isto configura um

fator relevante para se desenvolver políticas e ações públicas com relação aos sistemas

de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e especiais, incluindo, os

Resíduos da Construção Civil e Volumosos. Quanto maior a taxa de urbanização, mais

elevada é a demanda por serviços eficientes e de ampla abrangência para a coleta e

disposição adequada de resíduos sólidos.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), avaliado entre os anos de 2006 e 2011, pode-se

observar que toda a região encontra-se em crescimento econômico acima da média da

inflação, o que implica que há um crescimento real. Neste cenário, destacam-se dois

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municípios com menos de 10 mil habitantes, Itatiaiuçu e São Gonçalo do Rio Abaixo, que

apresentaram uma média de crescimento populacional da ordem de 51% e 65%,

respectivamente.

Quanto aos setores econômicos de maior impacto na economia, apenas um município,

São José da Varginha, tem sua maior renda advinda da Agropecuária. A Indústria e os

Serviços representam as principais atividades econômicas da região. A esse fator se soma

o fato de a grande maioria dos municípios ser essencialmente de ocupação urbana. Alta

taxa de urbanização e grande presença de indústrias, implicando em grande número de

novas construções, ampliações e reformas em edificações, são fatores relevantes

relacionados à geração de resíduos da construção civil.

Belo Horizonte tem um grande poder de centralidade na região. Os 50 municípios somam

a população de 5.429.969 habitantes, sendo que, destes, 2.375.151 estão na capital, ou

seja, pouco mais da metade da população. Quanto ao PIB, considerando o ano de 2011,

os 50 municípios somam R$146,5 bilhões, e Belo Horizonte sozinha tem quase R$55

bilhões, ou seja, 37,5% do PIB. Se forem somados os três municípios mais populosos, Belo

Horizonte, Contagem e Betim, que são territorialmente contínuos, representam 62% da

população e cerca de 70% do PIB.

Os dados socioeconômicos dos 50 municípios estão apresentados no Quadro 1.

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Quadro 1 - Dados socioeconômicos dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

FAIXA POPULACIONAL

MUNICÍPIO POPULAÇÃO PIB 2011

(em mil R$)

ATIVIDADE ECONÔMICA %

AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS

Até 5 mil

Fortuna de Minas 2.705 27.593 32,03 10,14 57,83

Funilândia 3.855 34.172 27,98 12,17 59,85

Moeda 4.689 37.134 9,49 14,04 76,47

São José da Varginha 4.198 88.769 64,26 4,28 31,74

Taquaraçu de Minas 3.794 43.755 15,93 30,69 53,39

De 5 mil a 10 mil

Baldim 7.913 68.198 24,54 20,24 55,23

Belo Vale 7.536 102.747 24,37 33,98 41,65

Bom Jesus do Amparo 5.491 41.072 22,47 11,95 65,58

Bonfim 6.818 55.185 21,62 13,28 65,10

Capim Branco 8.881 74.857 6,72 29,75 63,54

Confins 5.936 1.540.849 0,14 3,33 96,53

Florestal 6.600 62.334 27,04 11,54 61,42

Inhaúma 5.760 77.545 35,53 17,19 47,28

Itatiaiuçu 9.928 1.441.352 0,99 82,41 16,60

Nova União 5.555 48.286 29,75 10,83 59,42

Prudente de Morais 9.573 80.257 5,75 30,15 64,10

Rio Acima 9.090 142.515 0,29 47,39 52,32

Rio Manso 5.276 45.273 19,44 11,07 69,48

São Gonçalo do Rio Abaixo

9.777 2.798.420 0,50 84,10 15,40

De 10 mil a 30 mil

Barão de Cocais 28.442 997.045 0,95 69,03 30,02

Itaguara 12.372 140.540 14,53 14,13 71,34

Jaboticatubas 17.134 122.265 14,10 12,61 73,29

Juatuba 22.202 821.631 0,58 64,16 35,26

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FAIXA POPULACIONAL

MUNICÍPIO POPULAÇÃO PIB 2011

(em mil R$)

ATIVIDADE ECONÔMICA %

AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS

Mário Campos 13.192 92.605 16,87 13,98 69,15

Mateus Leme 27.856 439.570 7,03 44,69 48,28

Raposos 15.342 84.098 0,03 14,09 85,88

Santa Bárbara 27.876 371.120 3,50 43,68 52,82

São Joaquim de Bicas 25.537 377.412 1,25 51,11 47,63

São José da Lapa 19.799 363.663 4,45 10,16 85,39

Sarzedo 25.814 505.978 2,27 59,03 38,71

De 30 mil a 100 mil

Brumadinho 33.973 2.051.528 1,08 75,06 23,86

Caeté 40.750 382.568 3,45 30,43 66,12

Esmeraldas 60.271 382.837 11,52 14,58 73,89

Igarapé 34.851 686.759 1,22 58,31 40,48

Itabirito 45.449 2.367.801 0,42 72,65 26,94

Itaúna 85.463 1.695.902 2,47 36,14 61,38

Lagoa Santa 52.520 957.594 0,42 26,22 73,35

Matozinhos 33.955 657.206 1,94 52,51 45,55

Nova Lima 80.998 6.497.444 0 71,30 28,70

Pará de Minas 84.215 1.725.886 6,25 35,39 58,36

Pedro Leopoldo 58.740 1.136.872 1,84 49,40 48,75

De 100 mil a 500 mil

Betim 378.089 28.085.221 0,04 54,16 45,80

Ibirité 158.954 1.363.607 0,61 29,55 69,84

Ribeirão das Neves 296.317 2.170.645 0,12 19,29 80,59

Sabará 126.269 1.478.668 0,24 46,84 52,92

Santa Luzia 202.942 2.133.716 0,34 42,08 57,58

Sete Lagoas 214.152 5.996.592 0,45 50,70 48,85

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FAIXA POPULACIONAL

MUNICÍPIO POPULAÇÃO PIB 2011

(em mil R$)

ATIVIDADE ECONÔMICA %

AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS

Vespasiano 104.527 1.628.471 0,06 49,70 50,24

De 500 mil a 1 milhão Contagem 603.442 18.912.326 0,01 32,58 67,41

Acima de 1 milhão Belo Horizonte 2.375.151 54.996.326 0 16,92 83,08

Fonte: IBGE 2010, modificado pelos autores.

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2.1.2 LEGISLAÇÃO VIGENTE

Para os aspectos legais, existe ampla gama de instrumentos normativos, a saber: Leis e

Decretos federais, estaduais e municipais; Resoluções CONAMA, Instrução Normativa

IBAMA, Deliberações Normativas COPAM, normativas municipais e Normas Brasileiras

(NBR) da ABNT. Cerca de uma centena de documentos enunciados e consolidados em

quadros e tabelas estão disponíveis no Banco de Dados e Informações/Plano

Metropolitano de RCCV/ARMBH.

Considerando os aspectos legais, que foram exaustivamente tratados desde a Fase 01,

ressaltam-se as leis 11.445/2007 e 12.305/2010, as Resoluções CONAMA 307/2002,

348/2004, 431/2011, 448/2012 e 469/2015 e as seis Normas Brasileiras que regem a

classificação, o gerenciamento e valorização dos RCC: ABNT – NBR 10.004/2004; NBR

15.112/2004; NBR 15.113:2004; NBR 15.114:2004; NBR 15.115:2004; NBR 15.116:2004.

O Quadro 2 e o Quadro 3 apresentam de forma sintética o escopo de cinco normas

técnicas brasileiras específicas para o gerenciamento e a valorização dos resíduos da

construção civil. Estas normas, as Leis Federais 11.107/2005, 11.445/2007 e 12.305/2010,

devem ser adotadas como a diretriz central para as operações essenciais nas novas áreas

de manejo.

Quadro 2 - Aspectos centrais de normas técnicas brasileiras para o gerenciamento de RCCV.

Aspectos centrais das Normas Brasileiras para o gerenciamento de RCCV

ABNT - NBR 15.112:2004

Resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Áreas de Transbordo e Triagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Diretriz central: triagem obrigatória de todos os resíduos, nas classes A, B, C e D.

Define procedimentos para o gerenciamento na triagem dos resíduos das diversas classes, inclusive quanto à proteção ambiental e controles diversos. Disciplina também os PEVs.

ABNT - NBR 15.113:2004

Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Diretriz central: empreendimentos devem permitir a utilização das áreas conformadas ou o uso futuro dos resíduos reservados.

Define procedimentos para o preparo da área e disposição dos resíduos de Classe A, proteção das águas e proteção ambiental, planos de controle e monitoramento.

ABNT - NBR 15.114:2004 Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Diretriz central: controle das emissões no processo e de armazenamento dos produtos.

Estabelece procedimentos para o isolamento da área e para o recebimento, triagem e processamento dos resíduos da Classe A.

Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

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Quadro 3 - Aspectos centrais de algumas normas técnicas brasileiras para reciclagem de RCC.

Aspectos centrais das Normas Brasileiras para reciclagem de RCCV

ABNT - NBR 15.115:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos. Diretriz central: permitido o uso em todas as camadas dos pavimentos. Define as características dos agregados e as condições para uso e controle na execução de reforço de subleito, sub-base, base e revestimento primário (com cascalho).

ABNT - NBR 15.116:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos. Diretriz central: permite-se o uso em concreto massa e artefatos até 15 MPa. Define condições de produção, requisitos para agregados para uso em pavimentação e em concreto, e o controle do armazenamento do agregado reciclado.

Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

A destinação dos resíduos operados nestas áreas deverá se dar em conformidade com a

legislação, notadamente as Leis Federais 11.445/2007 e 12.305/2010 e as resoluções

aplicáveis do CONAMA.

A falta de planejamento para o setor não tem permitido a verificação do cumprimento

sistemático da normalização existente. Todavia, os dados levantados e os registros de

denúncias e fiscalização disponíveis indicam várias desconformidades praticadas na

região.

Todo o arcabouço legal indica que o tema ganhou maior repercussão nos últimos anos, e

que as principais diretrizes estão estabelecidas. O Plano Estadual de Resíduos está em

fase de contratação da consultoria especializada para sua elaboração pelo Governo do

Estado de Minas Gerais e, quando em fase de elaboração, serão considerados os ajustes

de alinhamento com este Plano Metropolitano, uma vez que são coordenados por equipes

de governo que atuam em conjunto. Também está sendo elaborado o Plano Municipal de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Município de Belo Horizonte.

Além da legislação existente, inclusive com a previsão de planos de gestão integrada de

resíduos, nas esferas municipal, estadual e nacional, acredita-se que, num processo de

melhoria contínua, ainda há espaço para desenvolvimento de regulamentos que pudessem

contribuir para o alcance das metas propostas.

SITUAÇÃO ATUAL DOS RCCV

Nesta seção está descrita, de forma sucinta e pragmática, a situação atual dos RCCV na

área de estudo a partir dos resultados levantados na fase de Diagnóstico.

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2.2.1 Composição

Para efeitos da norma legal vigente, o CONAMA por meio da Resolução 307/2002, alterada

pelas 348/2004, 431/2011, 448/2012 e 469/2015, classificou os RCC nas classes A, B, C

e D da seguinte forma:

Classe A - os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: de

construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de

infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; de construção,

demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos,

blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; e de processo

de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,

meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

Classe B - os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,

papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias

e gesso;

Classe C - os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou

recuperação;

Classe D - os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como

tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde

oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações

industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham

amianto ou outros produtos nocivos à saúde”.

A geração de RCC estratificada em cinco classes de resíduos e rejeitos (Quadro 4) foi

determinada utilizando os percentuais de distribuição recomendados pelo Ministério de

Meio Ambiente (MMA, 2011). Este tema foi trabalhado no levantamento de dados

primários, mas apenas quatro municípios apresentaram informações. Devido a essa baixa

representatividade, foi feita a opção de manter os dados referenciais do MMA. As

quantidades geradas, considerando os valores de geração mínima e máxima dos RCC da

RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, em 2010, obtidas como resultado do

diagnóstico deste trabalho, estão registradas no Quadro 4 por classe de resíduo.

Quadro 4 - Valores de RCC gerados na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte por classe de resíduo

Quantidade de RCC gerada na RMBH e CM

Classe A

(80%)

Classe B

(15%)

Classe C

(2,5%)

Classe D

(0,2%)

Rejeitos

(2,3%)

Mínimo (t/dia) 3.474 651 109 9 100

Máximo (t/dia) 7.841 1.470 245 20 225

Fonte: MMA, 2011, modificado pelos autores.

O Quadro 5 a seguir resume alguns parâmetros gravimétricos tomados como referência

para se chegar a um valor adequado à realidade brasileira em termos de composição dos

RCCV e para definição do sistema proposto.

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Quadro 5 – Materiais presentes na composição dos RCC.

Material Composição dos

RCC em obras brasileiras

Composição dos RCC em obras de alguns municípios brasileiros

São Carlos (SP) Canoas (RS) São José (SC)

Alvenaria e Argamassas

64 8

60 52

Concreto, blocos de concreto, ladrilhos de concreto

5 26

Solo 0,1 9

Pedra 1,2 10

Cimento amianto 0,4 2

Gesso 0 1

Componentes cerâmicos, tijolos

29 33 20 12

Madeira 0,1 7 10

20

Metais 0 2

5 Vidro 0 1

Papel cartão 0,2

Plástico 0 1

Rejeito 0 5 16

TOTAL 100 100 100 100

Fonte: Dados com base nas seguintes referências:

Pinto, Tarcísio de Paula. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo, 1999.

José da Costa Marques Neto. Gestão dos Resíduos de Construção e Demolição: Estudo da Situação no Município de São Carlos (SP), Brasil. Engenharia Civil • UM Número 36. 2010.

Fundação escola de sociologia e política de São Paulo. Plano municipal de gestão de resíduos da construção civil de Canoas (RS). 2014.

Eco eficiência, soluções ambientais. Plano municipal integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil e da coleta seletiva do município de São José (SC). 2012.

2.2.2 Geração

Este item apresenta os valores consolidados para RCCV, por faixa populacional dos

municípios que compõem a RMBH e o Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

O agrupamento dos municípios por faixa de população possibilitou uma análise

estratificada, considerando que há no mesmo grupo de porte populacional características

semelhantes que influenciam na geração dos resíduos. Para cada uma dessas faixas, foi

possível extrapolar as análises e identificar valores de mínimo e de máximo para a geração

de RCCV, a partir das referências bibliográficas selecionadas, conforme detalhado no

Produto 01 (ARMBH, 2014).

Essa estratégia se justifica pelo fato de não existirem dados individuais, para cada

município, levantados de uma mesma fonte, e, qualquer número exato, mesmo a média do

intervalo, pode diminuir o grau de confiabilidade dos dados de geração.

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No Quadro 6 e na Figura 3 estão apresentados os resultados dos valores mínimos e

máximos da geração de RCCV por faixa de população na RMBH e Colar Metropolitano de

Belo Horizonte.

Quadro 6 - Geração de RCCV por faixa populacional

Faixa populacional Geração de RCCV (kg/hab/dia) – 2010

Mínimo Máximo

Até 5 mil 0,78 2,67

De 5 a 10 mil 0,78 2,70

De 10 a 30 mil 0,70 3,26

De 30 a 100 mil 0,78 4,24

De 100 a 500 mil 0,54 1,37

De 500 mil a 1 milhão 0,35 1,37

> 1 milhão 0,78 1,37

Média (RMBH e Colar) 0,66 1,81

Fonte: ARMBH, 2014.

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Figura 3 – Representação das faixas populacionais da RMBH e CM e da geração de RCCV (2014) por município da região.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Para os próximos 30 anos (considerando anos base 2010, 2020 e 2030), foram elaborados

três cenários, variando a taxa de crescimento da população e taxa de geração de resíduo.

Para a estimativa de geração dos próximos 30 anos, considerando os anos base de 2010,

2020 e 2030, foram desenvolvidos critérios no diagnóstico contemplando três cenários para

a estimativa da geração dos RCCV: uma situação pessimista (Cenário 1), Intermediária

(Cenário 2) e Otimista (Cenário 3).

Neste contexto são apresentados os critérios utilizados para os três cenários.

Cenário 1 – Pessimista

Ano base 2010 – situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas

faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.

2020 – População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV cresce

em 1,7%, em relação a 2010, valor definido com base na tendência do índice de Crescimento do

Setor. Os resíduos são encaminhados a aterro, seguindo as normas existentes.

2030 – População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV cresce

em 1,7%, em relação a 2020, valor definido com base na tendência do índice de Crescimento do

Setor. Os resíduos são encaminhados a aterro, seguindo as normas existentes.

Fonte: Fase 01/ Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Cenário 2 – Intermediário

Ano base 2010- situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.

2020 - População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV mantém os valores praticados em 2010: 0,66 e 1,81 kg/hab.dia para o mínimo e máximo gerado, respectivamente. Será ainda incorporada a meta de reciclar 20% de resíduos da Classe A (de acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano.

2030 - População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV mantém os valores praticados em 2010: 0,66 e 1,81 kg/hab.dia para o mínimo e máximo gerado. Será ainda incorporada a metade de reciclar 30% de resíduos da Classe A (de acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano.

Fonte: Fase 01/ Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Cenário 3 – Otimista

Ano base 2010 - situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.

2020 – População cresce de acordo com índice de crescimento do IBGE e a taxa de geração de resíduos decresce em função das intervenções do Plano. O decréscimo da taxa será considerado igual a 3%. Será ainda incorporada a meta de reciclar 30% dos resíduos Classe A também decorrente das intervenções do Plano.

2030 - População cresce de acordo com índice de crescimento do IBGE e a taxa de redução de resíduos decresce em função das intervenções do Plano. O decréscimo da taxa será considerado igual a 5%. Será ainda incorporada a meta de reciclar 50% dos resíduos Classe A, também decorrente das intervenções do Plano.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Dos 03 cenários previstos, apresentados acima, o Cenário Intermediário - ou Cenário 02 -

foi aquele utilizado para o cálculo e previsão das infraestruturas propostas para o

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gerenciamento dos RCCV e atendimento da demanda futura, próximos 30 anos. Maiores

detalhes sobre este parâmetro podem ser visualizados na Metodologia do Produto 06

RCCV.

2.2.3 Segregação

Os RCCV devem ser transportados diretamente dos pontos de geração - seja este uma

obra nova, uma reforma particular ou de uma empresa - ou coletados nos postos de

recolhimento de pequenos volumes definidos pelos órgãos municipais.

Os geradores têm obrigação de segregar os resíduos por classe - A, B, C e D - conforme

as resoluções CONAMA nº 307/2002, 431/2011, 448/2012 e 469/2015. As classes A e B

são as frações de concreto, tijolos, telhas, cerâmicas, metal, madeira, vidro, plástico, papel

e papelão que foram gerados na obra. Estes resíduos devem ser acondicionados e

armazenados pelo gerador e encaminhados ao transporte, e, subsequente, à próxima

etapa do gerenciamento, seja esta a reciclagem, a valorização ou, em alguns casos, a

disposição final em aterros adequados para o recebimento destes resíduos. No Quadro 7

e no Quadro 8 estão apresentadas as composições típicas para os RCC e RVOL.

Quadro 7 - Composições típicas para os RCC

Classes Materiais %

Classe A

Concreto 20

Alvenaria e argamassas 40

Solo 20

Classe B* Madeira 10

Papel e papelão, plástico, metais, vidros e gesso 7,0

Classe C Lã de vidro, laminado melamínico (fórmica) 0,5

Classe D Tintas, baterias, amianto e outros 0,2

Rejeitos 2,3

*O Gesso já esteve enquadrado como Classe C, mas hoje, a legislação o classifica como Classe B. (RESOLUÇÃO nº 431, DE 24 DE MAIO DE 2011).

Fonte: Termo de referência técnico do Ministério das Cidades (BRASIL, 2010d) para elaboração do projeto básico e executivo de aterro de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.

Quadro 8 - Composição típica dos Resíduos Volumosos (RVOL)

Materiais %

Madeira em peças 50

Podas 25

Metais, plásticos, papel, papelão e vidro 12,5

Rejeitos (tecidos, espumas e outros) 12,5

Fonte: Termo de referência técnico do Ministério das Cidades (BRASIL, 2010d) para elaboração do projeto básico e executivo

de aterro de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.

A segregação no local de geração deve ser planejada e diferenciada para cada tipo de

obra em função do seu porte, das restrições de espaço e do objetivo final da segregação

sendo que, alguns tipos de resíduos, podem apresentar uma demanda específica no

mercado local.

Quanto mais desenvolvido o mercado de subprodutos provenientes dos RCC, maior

poderá ser o interesse dos centros de tratamento pelos resíduos segregados em obra.

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Assim, pode ser que haja uma exigência maior por um produto bem segregado e sem

resquícios de contaminação. Uma segregação mal feita inviabiliza toda a cadeia de

gerenciamento do RCC podendo, inclusive, inviabilizar os processos seguintes de

reutilização, valorização, reciclagem e reaproveitamento destes resíduos.

2.2.4 Coleta e Transporte

Os dados referentes à coleta de RCCV não significam necessariamente que todos os

resíduos gerados vêm sendo coletados e dispostos de forma ambientalmente adequada,

podendo ocorrer transporte e disposição irregular. Dessa forma, verifica-se a

vulnerabilidade de dados de geração de RCCV obtidos unicamente a partir de informações

de coleta.

As informações sobre a coleta e o transporte são importantes para identificar os fluxos

origem/destino, reconhecer os agentes com os quais deverá ser estabelecido um diálogo

e induzir a participação no processo de gerenciamento dos RCCV, garantindo a sua

eficácia. Além disso, estes dados possibilitam a confirmação das quantidades de resíduos

geradas (MMA, 2011).

2.2.4.1 Coleta

O Quadro 9 apresenta os valores mínimo e máximo estimados para a coleta de RCCV

para cada faixa populacional, segundo IPEA (2012), SNIS (2012) e SNIS (2014), seguindo

a metodologia adotada no Diagnóstico (Fase 01/Produto 01, ARMBH, 2014).

Quadro 9 - Estimativa de coleta RCCV por faixa populacional, 2014.

Faixa populacional Estimativa de coleta de RCCV (kg/hab/dia)

Mínimo Máximo

Até 5 mil 0,36 1,06

De 5 a 10 mil 0,06 0,79

De 10 a 30 mil 0,22 0,91

De 30 a 100 mil 0,38 1,05

De 100 a 500 mil 0,32 0,63

De 500 mil a 1 milhão 0,18 0,66

> 1 milhão 0,45 0,85

Média (RMBH e Colar) 0,37 0,80

Fonte: Elaboração Própria. Elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

No Quadro 10 apresenta-se a diferença da quantidade de RCCV gerada e coletada pela

prefeitura e pelos geradores privados, por faixa populacional, considerando valores

mínimos e máximos para geração e coleta.

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Quadro 10 - Quantidade gerada menos quantidade coletada de RCCV – RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte

Identificação Quantidade Gerada

(t/dia) Quantidade Coletada

(t/dia)

Diferença (gerada - coletada)

(t/dia)

Faixa Populacional

Mínima Máxima Mínima Máxima Mínima Máxima

Até 5 mil 15,01 51,41 6,85 8,77 8,16 42,64

De 5 a 10 mil 81,22 281,19 25,8 65,06 55,42 216,13

De 10 a 30 mil 165,65 767,72 48,24 147,35 117,41 620,37

De 30 a 100 mil 476,72 2.591,98 208,74 478,56 267,98 2.113,42

De 100 a 500 mil 793,57 2.029,11 355,99 805,38 437,58 1.223,73

De 500 mil a 1 milhão

208,7 826,63 107,42 396,47 101,28 430,16

> 1 milhão 1.852,62 3.253,63 1.063,29 2.014,70 789,33 1.238,93

Total (t/dia) 3.593,49 9.801,67 1.816,33 3.916,29 - - Fonte: Elaboração Própria. Elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Com as estimativas apresentadas para as quantidades totais geradas e coletadas para a

RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, nas faixas de valores mínimos e máximos

utilizados nos cálculos de geração e coleta, verifica-se que a quantidade total coletada

situa-se no intervalo de 40% a 50% da quantidade total gerada.

Pode-se afirmar, de acordo com os dados levantados e processados, que cerca de 50%

dos RCCV gerados são coletados. Para os restantes 50% dos RCCV gerados não se pode

afirmar que não estejam sendo coletados em parte, uma vez que as informações deixam

a desejar quanto à sistematização do registro de dados e informações.

Entretanto, é possível afirmar que em alguns municípios um percentual dos resíduos

gerados são dispostos de forma inadequada, em “bota-foras” e pontos “viciados”.

O fortalecimento do controle e fiscalização das etapas do fluxo de gerenciamento dos

RCCV fomentaria a sistematização de registro de dados e informações, aprimorando o

conhecimento da quantidade dos RCCV gerados e coletados, bem como sua destinação.

Para o alcance dessa sistematização, mostra-se necessário o desenvolvimento de um

sistema online de gestão de resíduos que permita a coleta e cruzamento de dados, o qual

será abordado posteriormente.

2.2.4.2 Transporte

Para o transporte dos RCCV, não foram identificados dados e informações consistentes

para uma avaliação do cenário desta etapa de gerenciamento. A única informação usada

como referência para este Diagnóstico considera apenas o transporte de resíduos

provenientes de reformas e demolições, tendo como transportadores caçambeiros,

carreteiros e carroceiros, em 17 municípios da RMBH, conforme apresentado no Quadro

11, onde se observa lacunas de preenchimento.

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Quadro 11 - Estimativa de quantidade de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros provenientes de reformas e demolições

Município

Transportados por

caçambeiros (t/mês)

Transportados por carreteiros

(t/mês)

Transportados por

carroceiros (t/mês)

Total (t/mês) transportado

(por município)

Betim - 720 - 720

Brumadinho 106 - - 106

Caeté 355 - 3 358

Contagem 7114 - 4210 11324

Igarapé 691 72 - 763

Itaguara 259 48 - 307

Lagoa Santa 1066 480 - 1546

Mateus Leme 125 - - 125

Nova Lima 590 - - 590

Pedro Leopoldo 230 22 - 252

Ribeirão das Neves 4490 - - 4490

Rio Acima 374 - - 374

Rio Manso 38 - - 38

Sabará 2640 - - 2640

Santa Luzia 7392 - 94 7486

São Joaquim de Bicas 144 - - 144

São José da Lapa 230 - - 230

Total 25.844 1.342 4.307 31.493 Fonte: ARMBH, 2013 (PMRS).

Nos municípios relacionados, os RCC provenientes de reformas e demolição tem o

transporte por caçambeiros como o mais utilizado, representando 82% de RCC

transportados. Em relação aos carroceiros, o total transportado por mês é de,

aproximadamente, 13,7% do total de RCC transportado, sendo que a maior porcentagem

desta parcela é proveniente do município de Contagem. Essas informações são mostradas

na Figura 4. Segundo o Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos (PMRS),

(ARMBH, 2013), a grande participação de Contagem na parcela referente a resíduos

transportados por carroceiros justifica-se pela existência de Unidades de Recebimento de

Pequenos Volumes (URPV´s) instaladas no referido município, para onde os carroceiros

levam os resíduos.

Figura 4 - Porcentagem de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros provenientes de

reformas e demolições Fonte: ARMBH, 2013.

82,0%

4,3%

13,7%

Porcentagem de RCCV transportado por caçambeiros,carreteiros e

carroceiros

Transportado porcaçambeiros

Transportado porcarreteiros

Transportado porcarroceiros

Fonte: ARMBH,2013

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Para esta etapa do gerenciamento de RCCV, o levantamento de dados e informações para

elaboração do presente Diagnóstico permitiu identificar a inexistência de sistemas de

controle e fiscalização quanto ao transporte dos RCCV, comprometendo o conhecimento

sobre o fluxo dos resíduos e, por consequência, prejudicando o controle sobre o volume a

ser encaminhado para tratamento e destinação.

Contudo, sabendo que cerca de 50% do material gerado é coletado e, consequentemente,

transportado, os percentuais obtidos para a etapa de coleta poderão ser aplicados na etapa

de transporte dos RCCV.

2.2.5 Catadores de Materiais Recicláveis

A inclusão prioritária socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis é uma

premissa da PNRS e da Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), e podem ser

identificadas ações previstas ou realizadas com esse objetivo em diversas iniciativas

governamentais de âmbito municipal, estadual ou federal na RMBH e seu Colar, no

domínio dos RSU.

Especificamente na cadeia de gerenciamento dos RCCV, há poucas experiências

formalizadas para a inserção dos catadores. Um destaque foi a Série Diálogos, promovida

pelo Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), que desenvolveu cursos para

promover encontros com o objetivo de discutir a temática gestão e gerenciamento de

resíduos para a disseminação de informações e discussões sobre os diferentes olhares do

assunto. Dentre os temas abordados estão alguns relacionados à RCCV como, “Resíduos

Recicláveis da Construção e as Associações de Catadores”, “Panorama dos Resíduos da

Construção e Demolição”, e outros temas como “Certificações Ambientais e Gestão de

Resíduos”, “Beneficiamento de Resíduos: um pré-requisito à reciclagem”, “Educação

Ambiental e Coleta Seletiva em Escolas Públicas de Belo Horizonte/MG” e

“Consorciamento entre Municípios para Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos”.

Além disso, houve a realização de curso para gerenciamento de RCCV, visando a potencial

inserção de catadores para a triagem e comercialização desses resíduos nas obras.

Para incentivar a triagem de materiais recicláveis presentes nos RSU, de maneira geral, e

sua reintrodução no processo de produção, foi desenvolvido instrumento econômico

denominado Bolsa Reciclagem, pelo qual o Estado de Minas Gerais remunera as

cooperativas e associações de catadores por tonelada de papel, papelão, plásticos, metais

e vidros, que comprovadamente foram comercializados para as indústrias de reciclagem.

Nada impede que a origem dos materiais coletados seja proveniente do setor da

construção civil. Entretanto, o sistema não diferencia a origem do material coletado, o que

neste momento dificulta afirmar se há resíduos oriundos da construção civil.

Observa-se que a implementação da segregação dos RCCV na fonte pode representar

significativo potencial econômico para os catadores de materiais recicláveis, pela

comercialização e pela Bolsa Reciclagem.

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2.2.6 Transbordo, Valorização e Disposição Final

Os equipamentos públicos que compõem o sistema de gerenciamento de resíduos da

construção e demolição do município de Belo Horizonte são compostos por 02 (duas)

Estações de Reciclagem de Entulho (ERE), 01 (um) aterro de recebimento de inertes,

localizado fora dos limites do município e 32 (trinta e duas) unidades de recebimento de

pequenos volumes (URPV). As ERE e os aterros atendem os grandes geradores que, por

meio das empresas transportadoras de RCC, descarregam seus resíduos normalmente

acondicionados em caçambas. As URPVs, por sua vez, formam uma rede de

equipamentos públicos para atender aos pequenos geradores, com geração máxima diária

de 1m³ de resíduos, incluindo os pneus (duas unidades por dia/por gerador) e com o

objetivo de minimizar as deposições clandestinas (ARMBH, 2014).

2.2.6.1 Valorização

Apesar do alto potencial de reciclagem dos RCC e da existência de duas estações de

reciclagem em Belo Horizonte, há ainda uma baixa taxa de reciclagem no município. Os

valores apresentados para o período de 1999 a 2011 variaram entre 10% a 32% de RCC

reciclados em relação ao total de RCC recebido e coletado pela prefeitura. De todo o RCC

gerado no município, apenas uma pequena parcela é encaminhada para as infraestruturas

de valorização existentes. Não foram identificados outros sistemas de tratamento nos

demais municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

As plantas de reciclagem podem se diferenciar também em relação ao seu processo

produtivo de acordo com o produto que se deseja obter. No entanto, de uma forma geral,

os principais processos envolvidos na reciclagem de RCC são a britagem, peneiramento e

o manuseio de materiais sólidos. Além destes processos básicos, as plantas de reciclagem

podem conter etapas de separação de componentes considerados como contaminantes

dos agregados reciclados.

O Quadro 12 apresenta as estimativas para quantidades geradas, mínima e máxima, a

quantidade reciclada em Belo Horizonte e os valores da porcentagem reciclada em relação

à quantidade gerada em Belo Horizonte. Considerando a inexistência de dados e

informações sobre sistemas de reciclagem de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de

Belo Horizonte foram adotados para toda a região os valores obtidos para Belo Horizonte.

Sendo assim, para estimar a quantidade gerada dos RCCV em 2012 e 2013 para Belo

Horizonte, RMBH e CM foi mantido o dado de geração de 2010 (ARMBH, 2013) corrigido

com a taxa de crescimento da população, não levando em consideração variações na taxa

de geração.

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Quadro 12 - Quantidades geradas, mínima e máxima estimadas para BH e RMBH, 2014.

Local Ano Quantidade Gerada - (t/ano) Quantidade

Reciclada* - (t/ano)

% de reciclagem em relação à geração

Mín Máx Máx Mín

BH 2012 674.891,85 1.185.386,97 103.252,20 15,3 8,7

2013 678.901,95 1.192.430,35 45.819,60 6,7 3,8

RMBH e CM

2012 1.562.280,22 2.744.005,00 103.252,20 6,6 3,8

2013 1.581.240,12 2.777.306,36 45.819,60 2,9 1,6

* SLU 2012 e 2013

Fonte: Fase 1, Produto 01 – Consórcio IDP Ferreira Rocha.

A Figura 5 apresenta a porcentagem de reciclagem em relação à geração dos RCCV em

Belo Horizonte e na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

Figura 5 - Porcentagem (reciclada/gerada) em Belo Horizonte e RMBH e Colar Metropolitano

Fonte: Fase I, Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Verifica-se que houve uma redução significativa da reciclagem no ano 2013, o que pode

ser devido a problemas operacionais das ERE´s, ao fechamento da ERE Estoril, em julho

de 2013 e ao fato de a Usina de Reciclagem Pampulha ter funcionado apenas nos dois

primeiros meses de 2013, voltando às atividades em 2014.

Essas unidades apesar de não corresponderem exatamente ao conceito de Área de

Triagem e Transbordo (ATT) operam de maneira semelhante, recebendo resíduos

segregados ou misturados, enviando-os para reutilização ou destinação final. Ressalta-se

que as duas ERE´s em operação só recebem material classe A limpo sendo admitido um

percentual de no máximo 10% de outros materiais (plástico, papel, etc.) misturados à

massa de RCC.

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2.2.6.2 Disposição final

Segundo dados da PNSB (2008), observa-se que:

31% realizam disposição de RCC em vazadouro em conjunto com os demais

resíduos;

44% realizam disposição/utilização de RCC sob controle em aterro convencional

em conjunto com os demais resíduos;

17% realizam disposição de RCC sob controle em pátio ou galpão de estocagem

da prefeitura específico para resíduos especiais;

4% realizam disposição de RCC sob controle em aterro da prefeitura específico

para resíduos especiais; e

4% realizam disposição de RCC sob controle em aterro de terceiros específico para

resíduos especiais.

Os sistemas de disposição final de RSU e a forma de disposição dos RCCV para os 50

(cinquenta) municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, de acordo com

informações da Feam e da Fundação Israel Pinheiro (FIP), estão apresentados no Quadro

13.

Quadro 13 - Disposição de RSU e RCCV – RMBH e Colar metropolitano de Belo Horizonte.

Município Sistemas de disposição

final de RSU (2012) Destinação de RCC

FEAM/FIP (2011/2013)

Baldim Lixão Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Barão de Cocais AS Regularizado sem informação

Belo Horizonte AS Regularizado ERE e Aterro de Inertes terceirizado

Belo Vale UTC Regularizada UTC Regularizada

Betim AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Bom Jesus do Amparo Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Bonfim UTC não regularizada Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Brumadinho AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Caeté AS Regularizado sem informação

Capim Branco AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Confins AS Regularizado sem informação

Contagem AS Regularizado AS Regularizado

Esmeraldas Lixão sem informação

Florestal UTC Regularizada UTC Regularizada

Fortuna de Minas Lixão Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Funilândia Aterro Controlado Aterro Controlado

Ibirité AS Regularizado sem informação

Igarapé AS Regularizado sem informação

Inhaúma Lixão Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

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Município Sistemas de disposição

final de RSU (2012) Destinação de RCC

FEAM/FIP (2011/2013)

Itabirito AS Regularizado sem informação

Itaguara AS Regularizado sem informação

Itatiaiuçu Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Itaúna AS+UTC Regularizados sem informação

Jaboticatubas AAF em verificação Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Juatuba Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Lagoa Santa AS Regularizado sem informação

Mário Campos AS Regularizado sem informação

Mateus Leme Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Matozinhos AS Regularizado AS Regularizado

Moeda AS Regularizado sem informação

Nova Lima AS Regularizado Disposição inadequada

Nova União Lixão Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Pará de Minas AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Pedro Leopoldo AS Regularizado sem informação

Prudente de Morais UTC Regularizada UTC Regularizada

Raposos AS Regularizado sem informação

Ribeirão das Neves Aterro Controlado Aterro Controlado

Rio Acima AS Regularizado sem informação

Rio Manso Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Sabará AS Regularizado AS Regularizado

Santa Bárbara Aterro Controlado Disposição inadequada

Santa Luzia Aterro Controlado Disposição inadequada

São Gonçalo do Rio Abaixo AS Regularizado AS Regularizado

São Joaquim de Bicas AS+UTC Regularizados Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

São José da Lapa AS Regularizado sem informação

São José da Varginha Lixão Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Sarzedo AS Regularizado sem informação

Sete Lagoas AS Regularizado Disposição inadequada

Taquaraçu de Minas Lixão Usados na manutenção de estradas e

no controle de processos erosivos

Vespasiano AS Regularizado AS Regularizado

AS = aterro sanitário.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Apresenta-se a seguir a Figura 6 com a distribuição apresentada no quadro acima.

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Pag. 51

Figura 6 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição de RSU e RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014, de acordo com informações da Feam e da Fundação Israel Pinheiro (FIP), 2014.

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Pag. 52

Com vistas a identificar o potencial regularizado, ou em processo de regularização junto ao

COPAM, foram levantados pela FEAM dados e informações referentes aos

empreendimentos inseridos na DN COPAM n° 74/2004 constantes do código E-03-09-3 -

Aterro e/ou área de reciclagem de resíduos classe “A” da construção civil, e/ou áreas de

triagem, transbordo e armazenamento transitório de resíduos da construção civil e

volumosos, apresentados no Quadro 14.

Quadro 14 - Potencial de Recebimento de RCCV em municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

Município Tipo de Licença

Empreendimento

Geração Estimada (t/dia)

Potencial de Recebimento

(t/dia)

% do Potencial de Recebimento

(Geração / Pot. de

Recebimento)

Min Máx. Min Máx.

Vespasiano AAF Privado 56,44 143,2 1408 4,01 10,17

Santa Luzia AAF e LO Privado 109,59 278,03 9249,93 1,18 3,01

São José da Lapa

AAF Privado 13,86 64,54 1446,4 0,96 4,46

Pará de Minas

AAF Privado 65,69 357,07 422,4 15,55 84,53

Nova Lima AAF Privado 63,18 343,43 844,8 7,48 40,65

Ribeirão das Neves

AAF Privado/ Público 160,01 405,95 1934,8 8,27 20,98

Sabará AAF e LO Privado 68,19 172,99 3097,6 2,20 5,58

São Gonçalo do Rio Abaixo

AAF Privado 7,63 26,4 230,4 3,31 11,46

Sete Lagoas

AAF Privado/ Público 115,64 293,39 2035,2 5,68 14,42

Itaúna AAF Público 66,66 362,36 243,2 27,41 149

Pedro Leopoldo

AAF Privado 45,82 249,06 486,4 9,42 51,2

Itabirito AAF Privado 35,45 192,7 1344 2,64 14,34

Ibirité AAF Privado 85,84 217,77 204,8 41,91 106,33

Santa Bárbara

AAF Privado 19,51 90,88 256 7,62 35,5

Juatuba AAF Privado 15,54 72,38 204,8 7,59 35,34

Igarapé LP + LI Mineração 27,18 147,77 9020,16 0,30 1,64

São Joaquim de

Bicas LP + LI Mineração 17,88 83,25 2560 0,70 3,25

Barão de Cocais

AAF Público 19,91 92,72 128 15,55 72,44

Brumadinho AAF Público 26,5 144,05 128 20,7 112,54

Matozinhos AAF Público 26,48 143,97 256 10,35 56,24

Total (t/dia) 1046,99 3881,91 35500,89 - -

RMBH e Colar - Total (t/dia) 3692,29 10887,01 35500,89 10,40 30,67

Fonte: SIAM, modificado pelos autores. Fase I, Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Pag. 53

Apesar da análise do Quadro 14 indicar que, no cômputo geral, as instalações existentes

apresentam capacidade instalada suficiente para destinação final dos RCCV, há que se

considerar que as limitações decorrentes da falta de informações individualizadas para as

diversas tipologias previstas no código E-03-09-3 da norma legal não permitem concluir ou

afirmar que estas instalações atenderiam a demanda de geração atual e futura da geração

de RCCV na região. O levantamento parcial realizado pela Gerência de Resíduos

Especiais da Feam mostrou que alguns empreendimentos que constam no SIAM com

regularização ambiental para o código E-03-09-3 nunca entraram em operação ou tratam-

se de terrenos que passaram por terraplanagem, sendo classificados nesse código de

atividade por não haver outro código previsto na DN 74/2004.

Assim, esta lacuna foi considerada para a definição do sistema proposto no contexto dos

parâmetros de regionalização, cenários futuros de geração.

Durante o levantamento de dados primários (visitas técnicas) realizado pela equipe do

Consórcio IDP Ferreira Rocha, foi possível constatar, em alguns municípios, divergência

entre as informações do cadastro do Sistema Integrado de Informações Ambientais (SIAM)

e a situação real das instalações com equipamentos efetivamente instalados e ativos, ou

seja, um empreendimento, licenciado para uma atividade, na realidade executava outra.

Também foram constatados empreendimentos com equipamentos instalados ainda que

sem nenhuma autorização formal para o funcionamento, emitida pelo Estado ou município.

Apresenta-se a seguir a Figura 7 com a distribuição espacial do potencial de recebimento

de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

Os aterros para RCCV licenciados para as empresas da mineração, usualmente de grande

porte, a priori, não podem ser considerados como alternativa para os resíduos de outra

natureza e de responsabilidade da prefeitura e outros grandes geradores. Pode haver um

acordo entre a mineradora e o município que possibilite este uso, mas essa informação

não está disponível.

Ressalta-se que a ausência de um banco de dados em âmbito municipal e até mesmo

regional ou metropolitano aliada ao fato de que o licenciamento ambiental prevê um único

código (E-03-09-3) para enquadrar infraestruturas diversas para a destinação de RCCV

dificulta uma análise mais detalhada sobre o real potencial de gerenciamento dos RCCV

na RMBH e CM. A revisão do sistema de licenciamento bem como a sistematização dos

dados – inclusive declarados no PGRCCV – para grandes geradores - poderia sanar a falta

de informações específicas sobre cada etapa do gerenciamento dos RCCV na região de

estudo. Estas duas ações, seriam determinantes para a elaboração de um Plano com um

nível maior de confiabilidade já que poderiam indicar, juntas, a geração e composição dos

RCCV, as formas de valorização e reciclagem além das identificadas – caso existam – o

fluxo por volume e classe de resíduos gerados e, ainda, as infraestruturas existentes que

recebem os resíduos gerados.

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Pag. 54

Figura 7 - Potencial de recebimento dos RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Pag. 55

ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO GERENCIAMENTO DE RCCV

O poder público municipal tem um papel fundamental no disciplinamento do fluxo dos

resíduos, podendo utilizar e criar instrumentos para regular especialmente a geração de

resíduos, portanto, as soluções para a gestão dos resíduos da construção e demolição nas

cidades visando a integração e atuação dos seguintes agentes:

- poder público/órgão público municipal – responsável por normatizar, orientar,

controlar e fiscalizar a conformidade da execução dos processos de gerenciamento

do PGRCC. Equacionar soluções e adotar medidas para estruturação da rede de

áreas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos

volumes de resíduos de obra civil para posterior destinação às áreas de

beneficiamento;

- gerador – responsável pela observância dos padrões previstos na legislação

específica no que se refere às etapas de gerenciamento dos resíduos, por meio de

adoção de métodos, técnicas, processos de manejo compatíveis com as

destinações existentes e previstas atendendo as normas ambientais vigentes sendo

agente determinante na segregação adequada, que, por sua vez, viabiliza a

eficiência e qualidade ambiental nas demais etapas do gerenciamento.

- transportador – responsável pelo transporte dos RCCV aos locais licenciados

mediante apresentação do comprovante da destinação (CTR ou MTR), cumprindo

e fazendo cumprir as determinações normativas que disciplinam os procedimentos

e operações do processo de gerenciamento de resíduos sólidos e de resíduos de

obra civil em especial.

- receptor – responsável pelas instalações de destinação ou disposição final de

RCCV devidamente licenciadas fazendo cumprir as determinações normativas que

disciplinam os procedimentos e operações do processo.

INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS

No Quadro 15, Quadro 16 e Quadro 17 são apresentados os resumos das informações

mais relevantes sobre as iniciativas governamentais identificadas e mapeadas no

Diagnóstico, que estão detalhadas no Produto 02. O Quadro 15 apresenta as informações

em âmbito nacional, o Quadro 16 apresenta as informações em âmbito estadual, e o

Quadro 17 apresenta as informações em âmbito regional e municipal.

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Pag. 56

Quadro 15 Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Federal Planos, programas,

projetos e ações Tema /

Referências Informações

Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano

RS

U

Programa 1: Saneamento básico integrado

Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: PLANSAB, 2013

Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Investimento em ações estruturais, visando cobrir o déficit urbano apresentado pelos quatro componentes do saneamento básico. Custos operacionais: Recursos onerosos e não onerosos em valores estimados de R$ 212 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A Investimentos: valores estimados em R$ 212 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos.

O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.

RS

U

Programa 2: Saneamento rural

Saneamento rural Fonte: PLANSAB, 2013

Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Atender, por ações de saneamento básico, a população rural e as comunidades tradicionais, como as indígenas e quilombolas e as reservas extrativistas. Custos operacionais: Principalmente com recursos não onerosos, não se descartando o aporte de recursos onerosos, em valores estimados de R$ 22,7 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos Resultados alcançados: N.A Custos evitados: N.A Investimentos: Valores estimados em R$ 22,7 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos.

O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.

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Pag. 57

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências

Informações Avaliação de aplicabilidade para o

Plano Metropolitano

RS

U

Programa 3: Saneamento estruturante

Saneamento estruturante Fonte: PLANSAB, 2013

Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Apoio à gestão pública dos serviços, visando criar condições de sustentabilidade para o adequado atendimento populacional e financiar medidas estruturantes para o saneamento básico municipal. Custos operacionais: Principalmente com recursos não onerosos, não se descartando o aporte de recursos onerosos, em valores estimados de R$ 65 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos. Resultados alcançados: N.A Custos evitados: N.A Investimentos: Valores estimados em R$ 65 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos.

O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.

RS

U

Programas Resíduos Sólidos Urbanos

Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: PLANSAB, 2013

Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Objetivo de ampliar a área de cobertura e eficiência dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, com ênfase no encerramento de lixões, na redução, no reaproveitamento e na reciclagem de materiais, por meio da inclusão socioeconômica de catadores. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.

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Pag. 58

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências

Informações Avaliação de aplicabilidade para o

Plano Metropolitano

RE

SÍD

UO

S

Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)

Educação Ambiental Fonte: Brasil, 2005b.

Origem: Lei Federal no 9.795 de 27 de abril de 1999 que incentiva a elaboração de programas, projetos e planos, de forma participativa e dialógica, na busca da sensibilidade. Descrição: As ações do ProNEA destinam-se a assegurar, no âmbito educativo, a integração equilibrada das múltiplas dimensões da sustentabilidade - ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política - ao desenvolvimento do País, resultando em melhor qualidade de vida para toda a população brasileira, por intermédio do envolvimento e participação social na proteção e conservação ambiental e da manutenção dessas condições ao longo prazo (BRASIL, 2005b). Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para o Plano Metropolitano.

RE

SÍD

UO

S

Sistema Integrado de Bolsas de Resíduos (SIBR)

Resíduos em geral Fonte: CNI, 2014

Origem: Bolsas de Resíduos da Confederação Nacional de Indústrias Descrição: Promover a livre negociação entre indústrias, conciliando ganhos econômicos com ganhos ambientais, através do anúncio de resíduos para compra, venda, troca ou doação. O SIBR reúne as diversas bolsas de resíduos existentes no país em um único sistema virtual, permitindo ao usuário um único cadastramento e a negociação de resíduos em nível nacional. O Estado de Minas Gerais está inscrito no sistema SIBR. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Aplicável aos RCCV da classe A e B (plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros, passíveis de reciclagem, ou reprocessamento, conforme legislação vigente.

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Pag. 59

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências

Informações Avaliação de aplicabilidade para o

Plano Metropolitano

RC

CV

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H

Resíduos da Construção Civil Fonte: PBH

Descrição: Apoio ao esforço brasileiro de modernidade por meio da melhoria da qualidade, da produtividade e redução de custos da construção habitacional, com vistas a aumentar a competitividade no setor”. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Avaliar as diretrizes para implantação do PBQP-H para o Plano Metropolitano.

N.A: Não avaliado pelos Planos, Programas, Projetos e Ações.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Quadro 16 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Estadual

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências

Informações Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano

RS

U

Programa Minas Sem Lixões

Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: MINAS GERAIS, 2014a

Origem: Descrição: Apoia os municípios na implementação de políticas públicas voltadas para a gestão adequada dos resíduos sólidos urbanos. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

O “Programa Minas Sem Lixões” é voltado para RSU, entretanto também são levantadas as questões sobre RCCV, principalmente relacionadas à destinação e disposição final.

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Pag. 60

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências

Informações Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano

RE

SÍD

UO

S

Programa Estadual de Educação Ambiental

Educação Ambiental Fonte: MINAS GERAIS, 2004.

Origem: Política Nacional de Educação Ambiental, definida pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, e no Decreto no 4.281, de 26 de junho de 2002. Descrição: Servir de referência para debates nos diferentes grupos da sociedade compromissados com a causa ambiental, bem como servir de parâmetro para o estabelecimento das políticas públicas. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A Investimentos: N.A.

Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para o Plano Metropolitano.

RS

U

Programa Ambientação

Educação Ambiental Fonte: MINAS GERAIS, 2014b

Origem: Descrição: Programa com objetivo de promover a sensibilização para a mudança de comportamento e a internalização de atitudes ambientais corretas, proporcionando a melhoria contínua do bem estar dos funcionários públicos. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A.. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para a rede pública durante a elaboração do Plano Metropolitano.

RS

U

Plano Estadual de Coleta Seletiva (PECS)

Coleta Seletiva Fonte: MINAS GERAIS, 2011b; 2011c

Origem: Deliberação Normativa COPAM nº 172, de 22 de dezembro de 2011 - Institui o Plano Estadual de Coleta Seletiva de Minas Gerais. Descrição: Estabelecer princípios, diretrizes e estratégias para incentivar e apoiar a implantação ou ampliação dos serviços de coleta seletiva, bem como estabelecer critérios para a definição de prioridades para a definição de prioridades para o apoio do Estado às administrações municipais. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

O Plano Metropolitano em elaboração deve considerar o PECS ao definir a coleta seletiva para os RCCV da classe B (plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.

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Pag. 61

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências

Informações Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano

RS

U

Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR)

Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: MINAS GERAIS, 2014c

Origem: Descrição: Programa que visa fomentar e o apoiar às políticas municipais de coleta seletiva, com inclusão sócio-produtiva de catadores. Atua como núcleo irradiador de informações, através de atendimento, cursos e eventos. O CMRR realizou Diagnósticos de Cadeias de Resíduos e Planos de Gerenciamento de Resíduos, com destaque para o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A

Ao definir a coleta seletiva para os RCCV da classe A e B pode-se buscar o apoio do CMRR. Outra oportunidade é buscar programas de capacitação junto ao CMRR.

RS

Programa Bolsa Reciclagem

Reciclagem Fonte: MINAS GERAIS, 2011d

Origem: Lei Estadual nº 19.823 de 22/11/2011 (Bolsa Reciclagem) Descrição: Conceder incentivos financeiros pelo Estado de Minas Gerais às organizações de catadores de materiais recicláveis com objetivo de incentivo à reintrodução desses materiais no processo produtivo, redução da utilização de recursos naturais e insumos energéticos e inclusão social. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

A bolsa reciclagem é uma forma de incentivo às organizações de catadores de materiais recicláveis. Este programa promove a inserção de agentes de coleta e destinação, como catadores, carroceiros, sucateiros, empresas e instituições recicladoras e outros agentes.

RS

U

Plano Preliminar de Regionalização para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PRE-RSU)

Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: Minas Gerais, 2010

Descrição: Estudo técnico que visa apresentar os critérios a serem considerados pelos municípios para viabilizar a gestão integrada dos RSU. Consistiu na apresentação dos critérios que devem ser usados para agrupamentos dos municípios para formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs), pressuposto técnico para a formação dos consórcios intermunicipais para manejo de resíduos sólidos urbanos, baseado em estudos e análises que apresentaram a atual situação e a caracterização dos municípios mineiros. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Avaliar a proposta de formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATO´s) para os municípios da RMBH e Colar Metropolitano.

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Pag. 62

N.A: Não avaliado pelos Planos, Programas, Projetos e Ações.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências

Informações Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano

RS

U

Plano de Regionalização para a Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos na Bacia do São Francisco

Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: Minas Gerais, 2010

Descrição: Consiste na apresentação dos critérios que devem ser usados para agrupar os municípios na formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATO´s) pressuposto técnico para a formação dos consórcios intermunicipais para manejo de resíduos sólidos urbanos, baseado em estudos e análises que apresentaram a atual situação e a caracterização dos municípios na Bacia do São Francisco. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Avaliar a proposta de formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATO´s) para os municípios da RMBH e Colar Metropolitano.

RC

CV

Programa Mineiro da

Qualidade e

Produtividade no

Habitat – PMQP-H

Resíduos da Construção Civil Fonte: Minas Gerais, 2003

Descrição: promover o desenvolvimento econômico e social através da

melhoria da qualidade das obras contratadas pelo Governo de Minas Gerais,

considerando o fortalecimento do mercado mineiro e o desenvolvimento de

novas tecnologias, e dentre os projetos e programas figurados não estão

presentes ações relacionadas aos resíduos.

Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Avaliar as diretrizes para implantação do PMQP-_H para o Plano Metropolitano.

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Quadro 17 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Regional e Municipal Planos, programas,

projetos e ações Tema / Referências Informações

Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano

RS

U

Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos - RMBH e Colar Metropolitano

Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: ARMBH, 2013

Descrição: Apresenta diretrizes, programas, projetos, ações e metas para a gestão dos resíduos sólidos na RMBH e Colar Metropolitano, relacionados à gestão integrada, regionalizada e compartilhada. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A

Avaliar as diretrizes, os programas, os projetos, as ações e as metas definidos no PMRS.

RC

CV

Programa para a Correção das Deposições e Reciclagem de Resíduos da Construção Civil em Belo Horizonte

Gestão e Gerenciamento de RCCV Fonte: Belo Horizonte,

2006

Descrição: Correção dos problemas ambientais urbanos gerados pela deposição indiscriminada e clandestina de resíduos de construção na malha urbana, e funcionamento das Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes. Instalação de três Unidades de Reciclagem de Entulho; construção de URPV's; facilitou o descarte, implantou usinas de reciclagem, incorporou os carroceiros como parceiros no programa de coleta de entulhos, disponibilizou o espaço físico para a implantação da fábrica Ecoblocos; e recuperou áreas degradadas Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A

Avaliar as diretrizes do Programa durante a elaboração do Plano Metropolitano

RC

CV

Projeto carroceiros em Belo Horizonte

Gestão e Gerenciamento de RCCV Fonte: Belo Horizonte, 1998

Descrição: Redução da deposição irregular de resíduos sólidos na malha urbana da capital, sendo os carroceiros são considerados parceiros, ao coletar e destinar corretamente os resíduos para URPVs. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A

Avaliar as diretrizes do Projeto durante a elaboração do Plano Metropolitano

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Pag. 64

Planos, programas, projetos e ações

Tema / Referências Informações Avaliação de

aplicabilidade para o Plano Metropolitano

Programa Municipal de

Gerenciamento de Resíduos

da Construção Civil e

Resíduos Volumosos – Belo

Horizonte/MG

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos Fonte: Belo Horizonte, 2012

Descrição:

I- contribuir para a melhoria da limpeza urbana;

II- possibilitar a oferta da infraestrutura adequada para

captação de pequenos volumes de resíduos da

construção civil e resíduos volumosos;

III- fomentar a redução, a reutilização, a reciclagem e a

correta destinação desses resíduos;

IV- promover ações de educação ambiental e de

controle e fiscalização, necessárias ao bom

funcionamento da rede de Unidades de Recebimento

de Pequenos Volumes de Resíduos da Construção

Civil e Resíduos Volumosos – URPVs.

Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.

Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para o Plano Metropolitano.

N.A: Não avaliado pelos Planos, Programas, Projetos e Ações.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

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Pag. 65

EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO

O Diagnóstico para levantamento de ações relacionadas a educação ambiental,

comunicação e programas de capacitação identificou que há iniciativas isoladas que estão

sendo ou já foram aplicadas na área de estudo. Essas ações, no entanto, são citadas como

necessárias em variados planos e programas de âmbito federal, estadual ou municipal, o

que ressalta a necessidade de sua implementação.

Um exemplo são as atividades desenvolvidas pelo Centro Mineiro de Referência em

Resíduos (CMRR), que é um Programa do Governo do Estado de Minas Gerais,

desenvolvido através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável (Semad), da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), e do Serviço

Voluntário de Assistência Social (Servas), em parceria com o Sebrae-MG, e atua como

núcleo irradiador de informações, projetos e parcerias com a finalidade de estimular a

reflexão, a ação da cidadania para os desafios da gestão integrada de resíduos e a

articulação entre os setores público, privado e terceiro setor na promoção do consumo

consciente, na reutilização e na reciclagem de resíduos.

Entre as ações desenvolvidas pelo CMRR, destacaram-se o fomento e o apoio às políticas

municipais de coleta seletiva, com inclusão sócio-produtiva de catadores, orientando os

municípios sobre a gestão eficiente dos resíduos no âmbito de suas competências. Dentre

os “Cursos de Gerenciamento de Resíduos” apresentados, estão os Cursos de

Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição, que tem por objetivo oferecer

aos participantes conhecimentos técnicos de segregação dos resíduos, em conformidade

com as normas e legislações vigentes na área de construção civil. Em 2011, foram

realizadas capacitações de 3 turmas, envolvendo o total de 100 capacitados.

Além da Escola de Gestão em Resíduos, o CMRR tem o setor de Tecnologia e Informação

em Resíduos, que coordena projetos alinhados à política nacional e estadual de resíduos

sólidos, com vistas a auxiliar empresas, instituições, movimentos organizados dos

catadores, municípios, comunidades e meio acadêmico, na busca pela gestão correta de

resíduos e ações de sustentabilidade considerando a redução da geração de resíduos,

bem como a segregação correta, a reutilização, a reciclagem, o tratamento e a disposição

final correta considerando sempre a valorização dos resíduos e a inclusão sócio-produtiva

de associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

Dentre os projetos desenvolvidos pelo setor de Tecnologia e Informação do CMRR estão:

Série Diálogos: que promove encontros no CMRR com o objetivo de discutir a

temática gestão de resíduos para a disseminação de informações e discussões

sobre os diferentes olhares do assunto. Dentre os temas abordados estão alguns

relacionados à RCCV como, “Resíduos Recicláveis da Construção e as

Associações de Catadores”, “Panorama dos Resíduos da Construção e

Demolição”, e outros temas como “Certificações Ambientais e Gestão de

Resíduos”, “Beneficiamento de Resíduos: um pré-requisito à reciclagem”,

“Educação Ambiental e Coleta Seletiva em Escolas Públicas de Belo Horizonte/MG”

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Pag. 66

e “Consorciamento entre Municípios para Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Urbanos”;

Destaca-se também um estudo relacionado à RCCV, sendo este “Elaboração de

Estudo de Alternativas Técnicas para Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil, em parceria com a empresa Vale”.

Como forma de pesquisar e disseminar informações, experiências e práticas sobre a

gestão tecnológica e tratamento ambientalmente corretos, o CMRR realizou Diagnósticos

de Cadeias de Resíduos e Planos de gerenciamento de resíduos, com destaque para:

Diagnóstico de Geração de Resíduos de Construção e Demolição;

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição, que teve início

no relatório do Seminário “Incentivos para Agregar Valor aos Recicláveis da

Construção” (FEAM, 2014)

Outro destaque é a cartilha “Alternativas para a destinação final de resíduos da construção

civil” desenvolvida pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas

Gerais (Sinduscon-MG) para apoio ao gerenciamento dos resíduos da construção civil no

canteiro de obras, com indicação de soluções e fornecedores para tratamento e

reciclagem. A terceira edição foi publicada em dezembro de 2014, em Belo Horizonte.

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3 DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, METAS E INDICADORES PARA A GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RCCV NA RMBH E CM

As diretrizes, estratégias e metas propostas para este Plano, levaram em consideração o

documento "Proposta técnica inicial para definição por parte do Governo Estadual das

diretrizes, estratégias e metas que subsidiarão os produtos do plano metropolitano com

foco em RCCV". Essas diretrizes, estratégias e metas foram objeto de discussão no âmbito

do Comitê Gestor e nos workshops realizados durante a elaboração do Plano, cuja

proposta final é apresentada a seguir.

Outras considerações foram ainda incorporadas de forma a incorporar diretrizes,

estratégias e metas previstas no PMRS/ARMBH (2013) bem como as propostas de

otimização do sistema atual de gerenciamento de RCCV, resultantes dos trabalhos

desenvolvidos e apresentados neste documento.

Esta proposta tem como finalidade atingir os objetivos previstos nas legislações municipal,

estadual e federal para os resíduos sólidos, em consonância com os princípios de não

geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente

adequada dos RCCV, alinhadas com as considerações finais apresentadas nos relatórios

de referência.

Conforme apresentado no Plano Nacional de Resíduos Sólidos, as diretrizes referem-se

às linhas norteadoras por grandes temas, enquanto as estratégias referem-se a forma ou

aos meios, pelos quais as respectivas ações serão implementadas. Portanto, as Diretrizes

e suas respectivas Estratégias definirão as ações e os programas a serem delineados, e

incluídos nos planejamentos governamentais, com vistas ao atingimento das Metas.

Essas diretrizes, estratégias e metas, consonantes com a PNRS, deverão ser objeto de

discussão mais ampla e continuada com os diversos segmentos da sociedade, com

coordenação da ARMBH, buscando os ajustes necessários, inclusive no cronograma de

implantação, às realidades econômicas, sociais e ambientais da RMBH e CM.

As metas devem ser aferidas por meio de seus respectivos indicadores apontados neste

documento.

DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS

O Quadro 18 apresenta as Diretrizes e Estratégias propostas para o Plano.

Quadro 18 - Diretrizes e Estratégias para o Plano de Gestão Integrada dos RCCV na RMBH e CM

Diretrizes para RCCV

Estratégias para RCCV

Diretriz 1:

Articular os diversos atores implicados na gestão e no gerenciamento de RCCV

Estratégia 1 Identificar e mapear, de forma sistematizada, todos os atores sociais implicados na gestão e no gerenciamento dos RCCV, tanto públicos quanto privados.

Estratégia 2

Estabelecer instrumento legal que defina as responsabilidades, pela perspectiva metropolitana, por instituições envolvidas na gestão e o gerenciamento dos RCCV. (Comitê, Convênio e Consórcio)

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Diretrizes para RCCV

Estratégias para RCCV

Estratégia 3 Fomentar a adesão dos municípios e apoiar ações conjuntas com grupos de atores responsáveis pelo gerenciamento dos RCCV.

Diretriz 2:

Capacitação, Comunicação e Educação.

Estratégia 1

Implementar ações de informação, comunicação e de capacitação técnica de atores públicos, privados e da sociedade civil envolvidos com a gestão e o gerenciamento de RCCV, de forma contínua, por meio de parcerias com entidades públicas

Diretriz 3:

Eliminar as áreas irregulares de disposição final de RCCV (“bota-fora”) em toda RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte e promover ações de Monitoramento e rastreabilidade

Estratégia 1

Estabelecer uma rede de monitoramento permanente, em parceria com os municípios, visando coibir o estabelecimento de novas áreas de “bota-fora” e eliminar áreas irregulares de disposição final de RCCV.

Estratégia 2

Implantar sistema de rastreabilidade com origem e destino dos RCCV na RMBH e seu Colar, e articular os municípios visando uniformizar os procedimentos de cadastramento e licenciamento dos agentes transportadores de RCC.

Estratégia 3 Identificar e fomentar ações e programas de apoio aos municípios para promover a erradicação de bota fora e outras instalações e formas precárias de disposição de RCCV.

Estratégia 4

Estimular a formulação de parcerias, com as respectivas contrapartidas dos municípios, para ampliação da capacidade de fiscalização e controle dos órgãos públicos envolvidos com a gestão de RCCV.

Estratégia 5 Apoiar avaliações técnicas com vistas à análise da possiblidade de regularização ambiental das áreas de disposição irregulares atualmente existentes.

Diretriz 4:

Priorizar a criação de soluções metropolitanas de gerenciamento dos RCCV em toda a RMBH e Colar Metropolitano

Estratégia 1

Articular os órgãos municipais, visando uniformizar procedimentos de cadastro, alvarás e licenciamento de obras e áreas de manejo de RCCV, com estabelecimento de critérios básicos pelo governo estadual.

Estratégia 2

Articular os agentes públicos para a elaboração de projetos visando a implantação, ampliação, recuperação das Áreas de Triagem e Transbordo, de reciclagem e de reserva adequada de RCCV.

Estratégia 3 Sensibilizar os atores para o potencial de valor dos RCCV, quando segregados e/ou tratados adequadamente.

Diretriz 5: Estruturação de banco de dados referentes a gestão e gerenciamentos dos RCCV

Estratégia 1

Elaborar pesquisa padrão para o levantamento e sistematização de dados quantitativos e qualitativos relacionados à gestão de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

Estratégia 2 Fortalecer as ações de organização das informações e manutenção do SINIR.

Diretriz 6: Incremento das atividades de reutilização e reciclagem dos RCCV nos empreendimentos públicos e privados na RMBH

Estratégia 1

Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico destinado à obtenção de tecnologias voltadas à reutilização e reciclagem de RCCV, e ampla divulgação de conhecimento nesta área.

Estratégia 2

Articular os órgãos licenciadores municipais, visando a uniformizar e agilizar os procedimentos referentes ao processo de licenciamento das unidades de reutilização e reciclagem de RCCV, com estabelecimento de critérios pelo governo estadual.

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Diretrizes para RCCV

Estratégias para RCCV

e Colar Metropolitano de Belo Horizonte

Estratégia 3 Implementar ações de capacitação e difusão tecnológica visando a incrementar as ações de reutilização e reciclagem de RCCV.

Estratégia 4

Promover a utilização de incentivos, inclusive fiscais, para o emprego de tecnologias de reutilização e reciclagem nos empreendimentos, priorizando as cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis.

Estratégia 5

Criar mecanismos para priorização da reutilização e a reciclagem de RCCV nas compras, obras e empreendimentos públicos e privados estabelecendo o atendimento obrigatório de um percentual mínimo de utilização de materiais reciclados.

Estratégia 6 Buscar um acordo setorial específico para os resíduos da construção civil.

Diretriz 7: Fomento a medidas de redução da geração de resíduos e rejeitos de construção civil em empreendimentos na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte

Estratégia 1 Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico.

Estratégia 2

Induzir o setor da construção civil e o de infraestrutura a adotar práticas que melhorem o desempenho socioambiental desde o projeto até a construção, passando por seleção de materiais, bem como a minimização da geração, a segregação na fonte geradora, o reuso, a reciclagem, o tratamento e a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos de construção civil.

Estratégia 3

Propor instrumentos econômicos para incentivar a redução da geração de rejeitos, o reaproveitamento e a reciclagem dos resíduos da construção civil de forma a mitigar os impactos negativos e majorar os benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Estratégia 4 Definir e apurar os indicadores de gestão e gerenciamento de RCCV em nível regional e estabelecer metas para a RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

Estratégia 5

Estimular a elaboração de legislações municipais que obriguem os grandes geradores a realizar a segregação, no canteiro ou em áreas específicas, dos resíduos gerados pela indústria da construção civil.

Estratégia 6 Estimular e fiscalizar as ações relativas a logística reversa para os grandes geradores.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha. 2015

METAS

A seguir são apresentadas as metas discutidas nas reuniões públicas. É oportuno reforçar

que as metas numéricas e cronogramas propostos deverão estar alinhados com a inserção

dos Programas e Ações do Governo consonantes com as diretrizes e estratégias para

implementação do Plano.

Meta 1: Integrar os municípios da RMBH e seu Colar no Comitê (até 2016), evoluindo para

a instituição do Convênio com a participação de todos integrantes (até 2017) e constituição

do Consórcio (até 2018). Esta meta deve ter marcos progressivos e intermediários,

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considerando a adesão proporcional em cada trimestre do ano, quantificados no indicador

de acompanhamento.

Meta 2: Formular e iniciar a implementação de Sistema de Capacitação para a Gestão e

Gerenciamento de RCCV até julho de 2016, contendo os diversos cursos, carga horária,

materiais, público alvo, cronograma etc.

Meta 3: Desenvolver até 2016 e implantar até 2017 ferramenta de sistema de informação

on-line para rastreabilidade, visando o monitoramento do fluxo dos RCCV no território da

RMBH e Colar Metropolitano.

Meta 4: Eliminar os bota fora em todos os municípios, sendo até 2017 nos municípios

maiores que 100 mil habitantes; até 2018 entre 50 e 100 mil habitantes e até 2019 os

demais. Os municípios deverão elaborar cronograma para a erradicação ao longo do

tempo, com metas intermediárias e progressivas. (*) Para eliminação dos bota-foras é

imprescindível que o sistema de monitoramento online do fluxo de gerenciamento de RCC

esteja em pleno funcionamento.

Meta 5: Implantar sistema de cadastramento de plano de gerenciamento adequado dos

RCCV na RMBH e Colar Metropolitano para os empreendimentos públicos e privados,

sendo condição para obtenção de licenciamento ambiental, autorização ou alvará

municipal para novos empreendimentos até 2017.

Meta 6: Promover a redução da geração de RCCV em obras públicas e empreendimentos

privados de médio e grande porte, no mínimo de 5% até 2020 e 10% até 2030, tendo como

referência o ano base de 2016.

Meta 7: Promover a reutilização e reciclagem de RCC em todos os municípios, com o

mínimo de 20% de resíduos de Classe A reciclados em 2020, e 30% em 2030, tendo como

referência o ano base de 2016.

Meta 8: Implantar as unidades previstas no Plano conforme cronograma específico.

Meta 9: Atualizar o diagnóstico quantitativo e qualitativo da geração, coleta, destinação e

rever o plano de gestão dos RCCV, a cada quatro anos, a partir de 2018 – em consonância

com a revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS).

Meta 10: Publicar Edital Induzido para pesquisa e desenvolvimento tecnológico voltados

ao aperfeiçoamento das etapas de gerenciamento dos RCCV até 2017.

Meta 11: Elaborar propostas de instrumentos econômicos aplicáveis ao incentivo para a

não geração, redução, reaproveitamento, reciclagem e aproveitamento energético e

desestímulo do aterramento dos RCCV, até 2016.

INDICADORES

A implementação dos indicadores deve estar a cargo de responsáveis definidos para o

fornecimento dos dados e para sua consolidação. O Sistema de Comunicação do Plano

deve estabelecer sistemática de divulgação dos indicadores para que todos os envolvidos

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na cadeia de gerenciamento dos RCCV possam acompanhá-los em tempo real. A

disseminação desses indicadores deve estar incluída nos programas de capacitação.

Como instrumentos de avaliação do PMRCCV poderão ser adotados os seguintes

indicadores (I):

I-1 Percentual (%) de município participando do Comitê Convênio e Consórcio em

relação ao total (50).

I-2 Percentual (%) de realização de capacitações sobre o total planejado.

I-3 Percentual (%) de bota fora eliminado em relação ao total existente.

I-4 Percentual (%) de Geradores de RCCV com PGIRCCV cadastrados em relação

ao total de geradores.

I-5 Percentual (%) de redução de geração de RCCV.

I-6 Percentual (%) de reutilização e reciclagem RCCV Classe A.

I-7 Percentual (%) de implantação das unidades previstas no Plano.

I-8 Percentual (%) de projetos de pesquisa aprovados em relação ao total de

projetos propostos.

I-9 Percentual (%) de instrumentos econômicos viabilizados em relação ao número

total proposto.

I-10 Taxa de geração de RCCV per capita.

O Quadro 19 apresenta para cada um dos indicadores propostos a fórmula de cálculo.

Quadro 19 – Indicadores para os instrumentos de avaliação do PMRCCV.

INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO

I-1 % de município participando do Comitê Convênio e Consórcio em relação ao total

Contabilizar o nº de municípios que formalizaram participação no Comitê (N1), dividindo por 50 e multiplicando por 100. Posteriormente o nº dos que firmaram o Convênio e finalmente o n° dos participantes do Consórcio, sempre dividindo por 50 e multiplicando por 100. I-1 = N1/50 x100

I-2 % de realização de

capacitações sobre o total

planejado

Contabilizar o nº de capacitações realizadas (Cr), dividindo pelo nº de capacitações planejadas (Ct) para o período anual, multiplicando por 100. I-2 = Cr / Ct x 100

I-3 % de bota fora eliminado em

relação ao total existente

Contabilizar o nº de bota fora eliminados no ano (BFe), dividindo pelo nº de existentes no cadastro (BFc), que deverá ser atualizado anualmente, multiplicando por 100. I-3 = BFe / BFc x 100

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INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO

I-4 % de Geradores de RCCV com

PGIRCCV cadastrados em

relação ao total de geradores

Contabilizar o nº de Geradores de RCCV com PGIRCCV cadastrados (Gp) dividindo pelo nº de geradores existentes (Gt) no cadastro, que deverá ser atualizado anualmente, multiplicando por 100. I-4 = Gp / Gt x 100

I-5 % de redução de geração de

RCCV

Contabilizar o volume de RCCV gerado no ano (V1), dividindo pela diferença entre o volume gerado no ano anterior (V0) e no ano (V1), multiplicando por 100. I-5 = (V0 – V1)/ V0 x 100

I-6 % de reutilização e reciclagem

RCCV Classe A

Contabilizar o volume de RCCV, Classe A, reutilizado

e reciclado no ano (V1), dividindo pela diferença entre

o volume reutilizado e reciclado no ano anterior (V0) e

no ano (V1), multiplicando por 100. I-6 = (V0 – V1)/ V0

x 100.

I-7 % de implantação das unidades previstas no Plano

Contabilizar o nº de unidades implantadas previstas no Plano (Ti), dividindo pelo nº total de unidades previstas (Tp), multiplicando por 100. I-7 = Ti / Tp x 100

I-8

% de projetos de pesquisa aprovados em relação ao total de projetos propostos

Contabilizar o nº de projetos de pesquisa aprovados (Pa), dividindo pelo nº total de projetos propostos (Pp), multiplicando por 100. I-8 = Pa / Pp x 100

I-9 % de instrumentos econômicos viabilizados em relação ao número total proposto

Contabilizar o nº de Instrumentos Econômicos viabilizados (IEv), dividindo pelo nº total de Instrumentos Econômicos propostos (IEp), multiplicando por 100. I-9 = IEv / IEp x 100

I-10 Taxa de geração de RCCV per

capita

Contabilizar a geração total de RCCV na região no ano (Gt), dividindo pela população total na região no ano (Pt). I-10 = Gt / Pt

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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4 SISTEMA PROPOSTO

O sistema proposto para a gestão e o gerenciamento adequado dos RCCV é resultado da

análise dos resultados do Diagnóstico, as referências e boas práticas de benchmarking, as

tecnologias disponíveis, as metas e diretrizes traçadas, a proposta de regionalização e as

infraestruturas existentes.

REGIONALIZAÇÃO

Os Parâmetros para a Regionalização (Figura 8) são os grupos de dados, informações,

diretrizes e análises que são relevantes para refletir sobre potenciais agrupamentos de

municípios, a fim de fortalecer a gestão integrada de resíduos no território estabelecido.

Dando continuidade às análises realizadas e consolidadas nos produtos anteriores, pode-

se afirmar que a regionalização está diretamente relacionada a três conjuntos de critérios:

Socioeconômicos, Logísticos e Ambientais/Territoriais. Deve-se destacar que, ainda que

não sejam parâmetros da metodologia, há duas referências que sempre devem ser

consideradas: (i) a relação custos e benefícios de gestão e gerenciamento, e (ii) as metas,

diretrizes e estratégias propostas pelo Estado para a gestão dos resíduos de construção

civil.

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Figura 8 - Parâmetros para a regionalização Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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Os parâmetros socioeconômicos incluem a análise de diversos dados, tais como IDH,

IDH-M, renda per capita, dinâmica populacional e econômica, que estão diretamente

relacionados à geração de resíduos. Conforme está descrito no Produto 00, pode-se

observar que tanto a RMBH quanto o Colar Metropolitano de Belo Horizonte são áreas

bastante populosas e com alta relevância econômica para o Estado de Minas Gerais. A

demografia da região é caracterizada pela maior parte da população se encontrar em meio

urbano. Isto configura um fator relevante para o desenvolvimento de políticas e ações

públicas com relação aos sistemas de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos

e especiais, incluindo os Resíduos da Construção Civil e Volumosos e Resíduos dos

Serviços de Saúde, pois, quanto maior a taxa de urbanização, mais elevada é a demanda

por serviços eficientes e de ampla abrangência para a coleta e disposição adequada de

resíduos sólidos. Não cabem práticas inadequadas como a queima do lixo ou a disposição

em lugares impróprios como botas fora e lixões, por se caracterizarem como práticas

ilegais que devem ser erradicadas.

Também é importante frisar que a forte dinâmica econômica de crescimento resulta em

tendência crescente para a geração de resíduos sólidos. A Região Metropolitana de Belo

Horizonte e o Colar Metropolitano congregam uma variedade de características

socioeconômicas e ambientais, cenário que interfere diretamente na definição de

metodologia, nas estratégias para a elaboração e nos resultados do Plano Metropolitano

de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV).

Os parâmetros ambientais e territoriais estão relacionados às questões restritivas

referentes às diretrizes municipais, normas ambientais e otimização de processos para a

gestão metropolitana que planeja a ocupação do território dos 50 municípios de forma

integrada. O fato de o Plano estar concebido sob a premissa de uma gestão metropolitana,

por um lado, aumenta a complexidade do cenário, mas, por outro, permite a busca de

proposições de soluções integradas que compreendem o território em sua íntegra e

acompanham todo o fluxo de gerenciamento dos resíduos.

As áreas ambientalmente protegidas são inegavelmente variáveis importantes para o

estudo de propostas para a regionalização, particularmente, para os estudos subsequentes

que irão definir as condições para a localização exata das diversas infraestruturas

sugeridas para a gestão e gerenciamento adequados dos RCCV.

Para a análise dos aspectos ambientais mais importantes na RMBH e CM foram utilizadas

as informações de base do Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE) do Estado de Minas

Gerais (2008). Os seguintes temas foram considerados para a área de estudo em questão,

em função da sua interface com a gestão de resíduos:

(i) Unidades de conservação (UC’s);

(ii) Probabilidade de contaminação de aquíferos;

(iii) Mapa de vulnerabilidade dos recursos hídricos;

(iv) Probabilidade de contaminação ambiental pelo uso do solo;

(v) Vulnerabilidade natural.

A gestão metropolitana deve contemplar as vertentes estratégicas e políticas, que são

fundamentais para a concretização do Plano. Além da articulação política e fomento do

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diálogo entre os gestores municipais, função privilegiada da Agência de Desenvolvimento

Metropolitano, é papel fundamental da gestão metropolitana promover a otimização da

gestão integrada dos resíduos, que inclui promover a viabilidade econômica para os

municípios com dinâmica econômica mais frágil e o acesso às infraestruturas necessárias

aos municípios com poucas áreas disponíveis.

Os parâmetros de logística estão relacionados à existência e à qualidade das vias de

acesso e às distâncias entre os municípios e as unidades de infraestrutura necessárias ao

gerenciamento dos RCCV. Esses parâmetros representam uma variável fundamental para

a eficiência do sistema de transporte que se constitui em ponto chave na composição

logística, pois, além de ser responsável pelo deslocamento ou movimentação física, o

transporte representa a maior parte dos custos logísticos no gerenciamento de resíduos.

Esta premissa se aplica também à gestão e ao gerenciamento de RCCV, já que a

quilometragem percorrida pelos veículos e a condição das vias, impactam no fator tempo

despendido e combustível para a realização de determinado percurso, sendo necessária

análise do fator custo/benefício (dos custos logísticos no planejamento).

A RMBH e o Colar Metropolitano ocupam uma área de 14.979,1 Km², sendo as distâncias

aproximadas de norte a sul (177 km) e de leste a oeste (170 km) praticamente a mesma.

É interessante notar que o município de Belo Horizonte ocupa a área central da região de

estudo, sendo localização estratégica para a ligação entre as regiões norte, sul, leste e

oeste. Considerando que Belo Horizonte responde pela maior população e maior geração

de resíduos da Região Metropolitana e Colar Metropolitano, uma regionalização

convencional baseada nos quatro pontos cardeais que facilita a integração de um modelo

compartilhado, tendo a Capital potencial para se integrar às quatro sub-regiões propostas:

norte, sul, leste e oeste.

Além disso, outros parâmetros são balizadores para a regionalização da gestão e

gerenciamento dos RCCV (Figura 9), como o citado conceito de bacias de captação de

resíduos, no nível macro definido pelas características homogêneas das áreas, em termos

de geração, logística e infraestrutura.

No nível micro, em termos de geração, procedimentos e fluxos das diversas frações dos

materiais que compõem os resíduos; em termos de logística, percurso ótimo de até 30 Km

para o deslocamento até as áreas de destinação ou disposição final; e em termos de

infraestrutura, considerar o existente potencial para reaproveitamento, reciclagem,

coprocessamento e disposição final, e as áreas potenciais para novas infraestruturas.

Neste aspecto ressalta-se a recuperação ambiental de pedreiras desativadas, que como

as demais alternativas devem sempre observar os padrões e normas estabelecidos, e

providos das respectivas licenças ambientais.

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Figura 9 – Critérios para definição das bacias de captação de resíduos que subsidiaram o agrupamento proposto.

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

Esses dois grupos de critérios – macro e micro – se retroalimentam e subsidiam o

agrupamento proposto. É fundamental que haja uma análise periódica de todos os critérios

para avaliar a possibilidade de alterar a bacia de captação de resíduos e

consequentemente a regionalização, nas diversas revisões do Plano.

Considerados os parâmetros e os critérios, a partir de sua aplicação, este estudo apresenta

proposta para a definição das bacias de captação de resíduos e consequentemente a

regionalização, para subsidiar o modelo de gestão e gerenciamento dos RCCV na RMBH

e CM. Foram definidas quatro áreas, além do município de Belo Horizonte com integração

compartilhada com todas. A proposta é que a capital, pela sua localização centralizada,

sendo geradora exponencialmente maior que os demais municípios e não dispor de áreas

disponíveis para destinação e disposição final suficiente para esses resíduos, possa

compartilhar infraestruturas existentes nas demais regiões, aliás o que já vem ocorrendo.

O mapa seguinte (Figura 10) apresenta a proposta de Bacias de captação de RCCV/

regionalização.

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Figura 10 - Sub-regiões / Bacias de captação de RCCV propostas para a Região Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.

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As sub-regiões ou bacias de captação de resíduos são caracterizadas no Quadro 20, a

seguir.

Quadro 20 - Dados gerais dos agrupamentos da proposta de regionalização.

Zona ou

Agrupamento

Número de

municípios

Município com

maior geração

Pop. Urb.

2040

Geração RCCV

(projeção ano

2040) (t/ano)

01 – Norte 13 Ribeirão das

Neves 1.509.355 1.031.346

02 – Sul 18 Ibirité 1.151.099 786.549

03 – Leste 10 Santa Luzia 638.470 436.268

04 – Oeste 8 Contagem 1.846.919 1.262.006

Belo Horizonte 1 Belo Horizonte 2.837.125 1.938.616

TOTAL 50 7.982.968 5.454.785

*Se utiliza como parâmetro a geração máxima, com o objetivo de utilizar o cenário mais crítico. Fonte: Fase II, Produto 06, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Nos quadros seguintes são apresentados os dados da projeção da geração e RCCV,

por município, para cada agrupamento proposto.

Quadro 21– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Norte.

Município Geração - 2040 (t/ano)

Baldim 4.939,76

Capim Branco 8.621,43

Confins 7.300,11

Funilândia 4.272,60

Jaboticatubas 23.776,89

Lagoa Santa 95.710,04

Matozinhos 33.094,93

Pedro Leopoldo 51.785,21

Prudente de Morais 10.287,02

Ribeirão das Neves 350.236,44

São José da Lapa 31.110,90

Sete Lagoas 227.455,01

Vespasiano 182.756,19

Total. 1.031.346,53 Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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Quadro 22 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Sul.

Município Geração - 2040 (t/ano)

Belo Vale 5.375,09

Bonfim 4.561,73

Brumadinho 48.285,69

Ibirité 185.230,85

Igarapé 65.784,63

Itabirito 53.549,90

Itaguara 11.089,38

Itatiaiuçu 10.744,85

Itaúna 80.276,95

Juatuba 37.715,89

Mário Campos 17.699,15

Mateus Leme 29.232,15

Moeda 3.700,86

Nova Lima 110.183,35

Rio Acima 10.387,78

Rio Manso 5.279,53

São Joaquim de Bicas 48.586,92

Sarzedo 58.864,82

Total. 786.549,52 Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.

Quadro 23 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Leste.

Município Geração - 2040 (t/ano)

Barão de Cocais 34.938,76

Bom Jesus do Amparo 5.557,62

Caeté 39.394,88

Nova União 4.070,71

Raposos 12.975,85

Sabará 113.168,33

Santa Bárbara 29.185,44

São Gonçalo do Rio Abaixo 10.304,26

Santa Luzia 183.345,06

Taquaraçu de Minas 3.327,77

Total. 436.268,68 Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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Quadro 24– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Oeste.

Município Geração - 2040 (t/ano)

Betim 484.121,52

Contagem 581.791,65

Esmeraldas 86.349,71

Florestal 7.200,05

Fortuna de Minas 2.527,64

Inhaúma 5.364,71

Pará de Minas 88.323,78

São José da Varginha 6.326,94

Total. 1.262.006

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.

Quadro 25 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Centro.

Município Geração - 2040 (t/ano)

Belo Horizonte 1.938.616,11

Total. 1.938.616,11

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.

FLUXO DA GESTÃO E GERENCIAMENTO

O sistema proposto considera as seguintes formas de infraestrutura de destinação como

sugestão para os RCCV gerados na RMBH e CM. Ressalta-se que, diferentemente do

identificado no diagnóstico, pretende-se com este arranjo a valorização e recuperação

dos resíduos com potencial de reciclagem e reinserção no ciclo da construção civil.

Rede de pontos limpos composta por instalações novas e existentes.

Áreas de triagem e transbordo (ATT).

Plantas de recuperação/reciclagem de madeira e papel (inclui papelão).

Unidades de produção de agregados reciclados.

Plantas de trituração de material cerâmico e produção de Combustível Derivado

de Resíduos (CDR).

Plantas de armazenamento e transferência de material cerâmico (na qual não se

realiza a etapa de triagem, porque o material já chega limpo e segregado).

Unidades de Aterramento (Aterro Classe A).

Áreas mistas compostas por várias atividades especificadas nos tópicos

anteriores, já que as diversas funções dessas instalações – triagem, reciclagem

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e aterro – podem estar concentradas em um mesmo local, principalmente

quando houver área disponível em abundância.

As áreas destinadas ao processamento de grandes volumes de RCC podem ser

públicas ou privadas. Pelas diretrizes da Lei Nacional de Saneamento Básico (PNSB),

as áreas públicas só poderão operar com resíduos privados caso sejam estabelecidos

preços públicos que recomponham os custos do processo. As possibilidades de

concentração de operações nas mesmas áreas deverão ser analisadas caso a caso,

porém havendo sempre o respeito a esta diretriz da PNSB.

O Quadro 26 apresenta uma comparação detalhada de todas as infraestruturas de

destinação final sugeridas no sistema proposto e que estão representadas no esquema

da Figura 11.

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Figura 11 – Principais relações entre as etapas do fluxo de Gerenciamento proposto para os RCCV gerados na RMBH e CM. Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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Quadro 26 – Comparação entre as infraestruturas propostas para o gerenciamento dos RCCV gerados na RMBH e CM.

TIPO DE PLANTA MATERIAIS

TRATADOS

INFRAESTRUTURA DE ORIGEM

MATERIAIS OBTIDOS DESTINO ASPECTOS AMBIENTAIS

Plantas de triagem (seleção, classificação avaliação e separação das frações recuperáveis) e transbordo

RCCV misturado ou segregado

URPV.

Postos de descarga de entulho.

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

Frações recuperáveis dos RCCV.

RCC Classe B.

RCC Classe A e resíduos inertes.

RCC Classes C e D.

Outros resíduos perigosos.

Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.

Plantas de reciclagem.

Plantas de produção de agregados reciclados.

Coprocessamento em cimenteiras.

Plantas de produção CDR.

Plantas de recuperação de energia.

Aterro Classe A.

Aterro sanitário.

Ocupação de solo.

Consumo de água e de energia.

Geração de águas residuárias, ruído, poeira e resíduos.

Plantas de armazenamento e transferência de RCCV

RCC Classe A e resíduos inertes.

RCCV.

Segregados em outras Classes

URPV.

Postos de descarga de entulho.

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

Plantas de triagem e transbordo.

RCC Classe A e resíduos inertes.

RCCV segregados em outras Classes.

Plantas de reciclagem.

Plantas de produção de agregados reciclados.

Coprocessamento em cimenteiras.

Plantas de produção CDR.

Plantas de recuperação de energia.

Aterro Classe A.

Aterro sanitário.

Ocupação de solo.

Consumo de água, energia.

Geração de lixiviados, ruído, poeira, e odores.

Plantas de reciclagem

Frações recuperáveis segregadas

URPV.

Postos de descarga de entulho.

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

Plantas de triagem e transbordo.

Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.

Subprodutos para venda e utilização como matéria prima alternativa.

Empresa pública e privada

Ocupação de solo.

Consumo de água e energia.

Geração de águas residuárias, ruído, poeira e resíduos.

Plantas de produção de agregados reciclados

RCC limpos e segregados

Plantas de triagem e transbordo.

Plantas de armazenamento e transferência.

Obras privadas ou públicas.

Agregados reciclados. Obra privada.

Obra pública.

Ocupação de solo.

Consumo de água e energia.

Geração de águas residuais, ruído, poeira e resíduos.

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TIPO DE PLANTA MATERIAIS

TRATADOS

INFRAESTRUTURA DE ORIGEM

MATERIAIS OBTIDOS DESTINO ASPECTOS AMBIENTAIS

Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR)

Materiais separados com poder calorífico

(Madeira e plásticos)

Plantas de triagem e transbordo.

Combustível derivado de resíduos.

Plantas de recuperação de energia.

Coprocessamento em cimenteiras.

Ocupação de solo.

Consumo de energia,

Geração de ruído, poeira, de Compostos Orgânicos Voláteis e de resíduos.

Plantas de recuperação de energia (incineração e co-processamento)

Materiais segregados com poder calorífico

(Madeira e plásticos)

Plantas de triagem e transbordo.

Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR).

Energia.

Escórias e cinzas.

Consumo energético.

Escórias e cinzas ao aterro.

Ocupação de solo.

Consumo de água, energia.

Geração de emissões particuladas, ruído e de resíduos perigosos (escórias e cinzas).

Disposição de resíduos inertes em aterros Classe A

RCC Classe A e resíduos inertes

URPV.

Postos de descarga de entulho.

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

Plantas de triagem e transbordo.

Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.

Nenhum material.

Lixiviado.

Gerenciamento adequado dos lixiviados gerados.

Ocupação de solo.

Consumo de água, energia.

Geração de lixiviados, ruído, poeira e odores.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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4.2.1 Etapas da Gestão e Gerenciamento

4.2.1.1 Geração e composição dos RCCV

Para o dimensionamento das diferentes infraestruturas de gestão de RCCV propostas, se

tomou em consideração a projeção de geração de resíduos para o ano de 2040 na RMBH e

CM, apresentada por Zona ou Agrupamento no Quadro 20 (item 4.1. Regionalização). Cabe

ressaltar que o valor de geração per capita (1,81 kg.hab/dia) utilizado, pode representar um

superdimensionamento das infraestruturas, no longo prazo, em termos das expectativas e

cenários propostos no P01 (IDP-FR, 2014) no qual se assume a hipótese de que haverá uma

segregação na origem e, a partir de 2030, serão reciclados 30% de resíduos da Classe A (de

acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano.

Observa-se pelos dados do diagnostico, apresentados neste documento, que o potencial de

aterramento em infraestruturas licenciadas é suficiente para atender a demanda atual e

projetada (2040) de geração de RCCV na RMBH e CM. Entretanto, seguindo as diretrizes da

PNRS este Plano deve contemplar um sistema para a universalização do serviço e mais

especificamente para a minimização, redução e valorização dos RCCV. Sendo assim, face

estas premissas, a vida útil dos Aterros Classe A existente aumentará e, consequentemente,

uma nova política de sustentabilidade na RMBH e CM será estimulada.

No que se refere à composição, o quadro a seguir resume os parâmetros gravimétricos,

tomados como referência para se chegar a um valor adequado à realidade brasileira, por

insuficiência de dados em âmbito regional, para definição do sistema proposto.

Quadro 27 – Materiais presentes na composição dos RCC em porcentagem.

Material

Composição dos RCD em obras

brasileiras típicas (%)

Composição dos RCD no

município de São Carlos/SP

(%)

Composição dos RCD no município de Canoas/RS

(%)

Composição dos RCD no

município de São José/SC (%)

Alvenaria e Argamassas

64 8

60 52

Concreto, blocos de concreto, ladrilhos de concreto

5 26

Solo 0,1 9

Pedra 1,2 10

Cimento amianto 0,4 2

Gesso 0 1

Componentes cerâmicos, tijolos

29 33 20 12

Madeira 0,1 7 10

20 Metais 0 2

5 Vidro 0 1

Papel cartão 0,2

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Material

Composição dos RCD em obras

brasileiras típicas (%)

Composição dos RCD no

município de São Carlos/SP

(%)

Composição dos RCD no município de Canoas/RS

(%)

Composição dos RCD no

município de São José/SC (%)

Plástico 0 1

Rejeito 0 5 16

TOTAL 100 100 100 100

Fonte: Dados com base nas seguintes referências:

Pinto, Tarcísio de Paula. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo, 1999.

José da Costa Marques Neto. Gestão dos Resíduos de Construção e Demolição: Estudo da Situação no Município de São Carlos (SP), Brasil. Engenharia Civil • UM Número 36. 2010.

Fundação escola de sociologia e política de São Paulo. Plano municipal de gestão de resíduos da construção civil de Canoas (RS). 2014.

Eco eficiência, soluções ambientais. Plano municipal integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil e da coleta seletiva do município de São José (SC). 2012.

O resultado intermediário desta análise apresenta uma composição hipotética dos materiais

constituintes dos RCC e dos RVOL o qual está apresentado no Quadro 28 e Quadro 29

seguintes.

Quadro 28 - Composição dos RCC com base nas referências consultadas.

Material %

Restos de obra (concreto, pedras, solos) 62

Restos de obra (materiais cerâmicos) 20,5

Madeira 10

Metais Valor próximo a zero

Plásticos Valor próximo a zero

Papel e papelão 5

Rejeitos 2,5

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Quadro 29- Composição dos RVOL com base nas referências consultadas.

Material %

Madeira 50

Metais 7,5

Plásticos 3

Papel e papelão 2

Rejeitos 12,5

Rejeitos de poda 25

Total 100

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.

Finalmente, a partir das duas hipóteses anteriores, chegou-se a hipótese final quanto à

composição dos RCCV, sendo que a poda foi incluída na composição dos RVOL por

representar um tipo de resíduo que não pode ser tratada em nenhuma das instalações de

RCCV consideradas.

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Pag. 88

4.2.1.2 Segregação na fonte geradora

Sugere-se que, para os grandes geradores de RCCV, cujo volume mínimo de geração que o

caracteriza deve ser definido pela autoridade municipal, seja obrigatório habilitar até oito

contêineres para segregação dos resíduos, no local da geração, de forma a viabilizar a coleta

diferenciada e os processos de valorização, reaproveitamento e reciclagem posteriores.

Sugere-se, caso seja viável, a inclusão de um contêiner específico para os rejeitos de poda,

já que o seu destino deveria ser a compostagem de resíduos orgânicos, ou ainda o aterro

sanitário.

Tendo em vista a composição e gravimetrias apresentadas no item anterior, o ideal é que

sejam utilizados contêineres ou outros tipos de recipientes que possibilite a segregação dos

seguintes materiais: concreto, pedra e terra; materiais cerâmicos; materiais ferrosos (alumínio

e metal); restos e aparas de madeira; plásticos de toda natureza; papel e papelão; poda; e

rejeitos.

Além disso, sugere-se também a inclusão de um recipiente para acondicionamento dos

resíduos perigosos que, apesar de não representarem percentual significativo no volume de

RCCV, devem ser destinados adequadamente pelo risco que representam ao meio ambiente

e a sociedade em geral.

Finalmente, após todas as análises anteriores e composição de dados de referência, a

segregação proposta para os RCCV gerados na RMBH e CM está apresentada no Quadro

30 a seguir. Ressalta-se, mais uma vez, que a segregação deve ser feita in loco.

Quadro 30 - Porcentagem de composição proposta para os materiais que constituem os RCCV com base na

utilização de sete (07) contêineres.

Contêiner Material %

C1 Restos de obra (concreto, pedra, solos) 57,04

C2 Restos de obra (materiais cerâmicos) 18,86

C3 Madeira 13,20

C4 Metal 0,60

C5 Plástico 0,24

C6 Papel e papelão 4,76

C7 Rejeito 3,30

C8 (opcional) Poda 2,00

C9 Residuos Perigosos --

Total 100

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

4.2.1.3 Coleta e transporte

Os RCC devem ser coletados, seletivamente, nos pontos de geração, seja uma obra nova,

uma reforma particular ou de uma empresa e, conforme legislação já apresentada, os

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geradores têm obrigação de segregar os resíduos por classe A, B, C e D. Para as Classes A

e B, inertes e recicláveis, respectivamente, o acondicionamento e armazenamento dos RCC

devem ser viabilizados pelo gerador até o momento do transporte autorizado.

É recomendada a criação de um sistema de cadastro dos prestadores de serviços, por meio

do qual tanto os pequenos como os grandes geradores de RCC possam verificar o

cumprimento das obrigações legais e ambientais das empresas cadastradas permitindo o

funcionamento adequado do sistema de gerenciamento.

Para obras de grande porte, sugere-se a utilização de equipamento específico para direcionar

o resíduo gerado em um andar mais elevado ao contêiner que, normalmente, localiza-se no

nível do solo. Geralmente, o deslocamento horizontal dos resíduos é realizado em carrinhos-

de-mão; e o deslocamento vertical é realizado em tubos condutores de entulho ou elevadores

de carga. Caso o volume de resíduos seja muito grande, pode ser utilizada uma grua para o

transporte vertical. Já o transporte externo é executado por empresas contratadas pelo

gerador que deve observar sempre se estão devidamente cadastradas e credenciadas para

o serviço de coleta e transporte de RCC.

Tal como já apresentado no item anterior, propõe-se a conteinerização para a segregação no

próprio local de geração e também no local de armazenamento por meio da utilização de

diversos tipos e tamanhos de contêineres, em função do tamanho e localização da obra, da

segregação e tipologia dos materiais que deverão ser coletados, já que as condicionantes da

via pública (existência de espaço para os contêineres na própria obra, largura da rua,

existência de calçada em estado adequado, tamanho de via para os caminhões de coleta

etc.), podem ser determinantes.

Para tal, foram caracterizados e exemplificados os sacos tipo big bag; contêineres de caixa

aberta; e contêineres de caixa fechada apresentados nas figuras a seguir.

a. b.

Figura 12 - a. Sacos tipo big bag; b. Contêineres de caixa aberta. Fonte: RECIMAQ, 2015.

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a. b.

Figura 13 - a. Contêiner de caixa fechada; b. Carrinho gaiola usado para acondicionamento de resíduos

volumosos. Fonte: RECIMAQ, 2015.

O saco big bag é uma das soluções mais resistentes para os granulados e estão

confeccionados para serem manejados com gruas ou maquinaria pesada. Isto se deve à

incorporação de alças laterais que permitem um transporte mais simplificado. Tem uma boa

relação custo-benefício em relação ao preço e capacidade de reutilização destacando-se

como principais vantagens: economia e segurança; ocupam pouco espaço quando estão

vazios; podem ser estampados com a informação desejada e necessária (tipo de resíduos

admissíveis), institucional (município), comercial (empresa construtora/ empresa de coleta de

resíduos) etc.; redução da quantidade de resíduos ao finalizar a sua vida útil (mínimo peso da

embalagem por tonelada transportada) e as possibilidades de reciclagem e

recondicionamento.

Quando são geradas pequenas quantidades em obras particulares, se sugere a utilização de

sacos tipo big bag com uma capacidade de 1 m3 aproximadamente e dimensões 99 x 99 x

105 cm (comprimento x largura x altura).

Foram detalhados os modelos de caixa para sistema de tração por correias e de caixa aberta

com porta e tração por gancho. No documento de referência para este item são apresentadas

as principais aplicações bem como suas limitações de uso em determinadas circunstâncias.

São também referendadas as Combinações de Veículos de Carga – CVC e suas respectivas

condições exigidas pela Autorização Especial de Trânsito – AET.

Os RVOL são coletados no ponto de geração (na via pública em um ponto próximo aos

domicílios). A autoridade municipal também pode definir datas e pontos específicos para

realizar esse depósito temporário. Neste caso os volumosos são deixados pelo próprio

cidadão.

A coleta dos RVOL se faz de forma manual. Apenas em ocasiões excepcionais será realizada

com a ajuda de um caminhão provido por gancho ou braço mecânico. Esta atividade será

sempre precedida de campanhas de informação e conscientização.

A coleta de pequenos volumes, por exemplo, em caso de solicitação de um cidadão, poderá

continuar sendo realizada pelos carroceiros ou pelos funcionários do município, se

estabelecido pela Prefeitura. Ainda exemplificando, a coleta de volumes maiores, no caso de

coleta periódica em pontos determinados, poderá ser executada por caminhões com

capacidades diversas de transporte de resíduos.

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Os dois tipos de coleta propostos são:

Coleta municipal de Volumosos: cada município estabelecerá seu sistema de

funcionamento, porém é importante que seja, sempre que possível, compartilhado com

informações de outros municípios, permitindo que cada município escolha o melhor

fluxo para integrar a informação dos volumosos domésticos que, então, deve

gerenciar.

Coleta de Volumosos em empresas/indústrias: Trata-se de um procedimento

puramente privado entre a empresa geradora (indústria) e a empresa transportadora

e gestora. A tarefa da Administração Pública consistirá na criação de um arcabouço

normativo e documental que permita o correto monitoramento do resíduo gerenciado.

A coleta municipal poderá, ainda, organizar um sistema de coleta de resíduos volumosos por

meio de três modalidades complementares:

1. Coleta periódica (semanal) em lugares estabelecidos: os serviços municipais ou os

carroceiros seguem rotinas semanais estabelecidas pelo Município para coletar os

resíduos volumosos depositados pelos cidadãos em áreas pré-estabelecidas

precedidas de campanhas de informação e conscientização cidadã.

2. Sistema de visita prévia ou porta a porta: o cidadão entra em contato com o carroceiro

para que venha coletar os resíduos volumosos.

3. Recepção dos RVOL no URPV: neste caso é o próprio cidadão quem transporta os

resíduos volumosos à URPV. O gerador é o responsável por depositar o RVOL no

contêiner indicado pelo responsável da unidade.

Vale ressaltar que ao poder público municipal compete a regulamentação e a fiscalização dos

processos e etapas do gerenciamento dos resíduos volumosos os quais são de

responsabilidade do gerador.

Durante o processo de elaboração do sistema proposto, foram identificadas algumas das

empresas que atualmente realizam o gerenciamento de resíduos volumosos na RMBH,

quantificadas a seguir por tipo de resíduos: 8 (oito) Empresas de Descarte e Transporte de

Resíduos de Madeira; 11 (onze) Empresas de Descarte e Transporte de Resíduos de Metal;

7 (sete) Empresas de Descarte e Transporte de Resíduos - Bateria e

Pilha/Eletrodomésticos/Informática.

Também nesse caso, o contato com estas empresas será fundamental para identificar o

panorama atual da realidade local quanto às definições das localizações dos centros de

armazenamento, tratamento e disposição final de RVOL. É fundamental a criação de um

sistema de cadastro dos prestadores de serviços, com comprovação das obrigações legais e

ambientais, que possa ser visualizado de uma maneira legível pela população e empresas,

permitindo o funcionamento adequado do sistema de gerenciamento.

Dentre as modalidades de transporte de RCCV na região, foram identificados os carroceiros

e carreteiros que coletam e transportam resíduos de pequenos volumes (até 1 m3 em Belo

Horizonte, 2 m3 em Contagem) mediante transporte de tração animal (cavalos, mulas e burros,

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geralmente). Atualmente, estes carroceiros realizam o transporte inicial dos RCCV desde o

cidadão gerador até o primeiro local de coleta e armazenamento, a Unidade de Recebimento

de Pequenos Volumes ou URPV (no caso de Belo Horizonte), bem como a pedido do cidadão

ou coletando resíduos depositados na via pública.

Propõe-se como alternativa a elaboração de estudos que possam avaliar procedimentos

visando à substituição progressiva dos Carroceiros e Carreteiros por pequenos veículos,

conseguindo assim eliminar progressivamente o transporte por tração animal e conseguir,

consequentemente, uma modernização do serviço de transporte de resíduos. Esta situação

se realizaria considerando sempre a participação desses transportadores nas posteriores

fases de implantação do Plano.

Outra modalidade são os caçambeiros e caminhões que coletam e transportam resíduos

mediante veículos a motor. Atualmente realizam o transporte dos RCCV desde o gerador aos

centros de coleta e armazenamento, autônomos ou empresas de transporte de resíduos.

Sugere-se que o transporte, na medida do possível, seja iniciado nas zonas mais densamente

povoadas, por apresentarem maior geração de RCCV.

São detalhados nos documentos de referência os caminhões com correia; caminhão de

gancho; caminhões de caixa aberta com grua ou braço mecânico; e caminhões de caixa

aberta tipo porter. Além dos veículos, é importante conhecer o formulário utilizado para realizar

o Controle de Transporte de Resíduos - CTR, também incluído no documento, que é um

documento essencial para garantir o correto fluxo dos resíduos desde a sua geração até a

sua disposição final. Na legislação brasileira, sua utilização está definida principalmente nas

NBR 15.112, NBR 15.113 e NBR 15.114, todas do ano 2004 e na Resolução CONAMA

307/202.

4.2.2 Rastreabilidade do Sistema de Gestão

A rastreabilidade está também para a etapa de fiscalização e monitoramento como um

instrumento que permite a sua execução com eficiência, assertividade e segurança

institucional. Ressalta-se, no entanto, que a rastreabilidade perpassa todas as etapas da

gestão – Planejamento, Supervisão, e Fiscalização e Monitoramento – pois é através dela que

os dados monitorados retroalimentam o sistema de gestão.

Dessa forma, a rastreabilidade pode ser considerada como instrumento essencial à gestão de

qualidade das etapas do gerenciamento e, por conseguinte, servir também a todo o sistema

de gestão. Os dados e informações adquiridos por meio da rastreabilidade podem ser

utilizados para identificar a origem do problema – ou o infrator - e, assim, permitir a

administração pública a agir pró-ativamente com agilidade sem comprometer a execução

adequada de outras etapas do gerenciamento.

O monitoramento é a possibilidade de encontrar e seguir uma série de dados resultantes das

diferentes etapas da gestão integral dos resíduos da construção e volumosos (RCCV), desde

o momento da sua geração (obra, indústria ou município), coleta, armazenamento, transporte

externo e tratamento ou disposição final. O correto monitoramento permite garantir que o ciclo

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de gestão dos resíduos seja acompanhado, minimizando os possíveis impactos negativos

principalmente para o meio ambiente.

Para a rastreabilidade dos programas a serem incluídos no Plano para Gestão e

Gerenciamento do RCCV foram considerados alguns sistemas de monitoramento

apresentados e detalhados no documento de referência.

A Figura 14 exibe, de forma sintética, as ferramentas para apoio à gestão via rastreamento

de dados e informações.

Figura 14 - Ferramentas para rastreamento dos resíduos

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

4.2.2.1 Sistema de documentação para o controle e monitoramento da gestão de resíduos

O sistema de documentação para o controle e monitoramento da gestão dos resíduos da

construção civil e volumosos é composto por uma sequência adequada de ações com seus

respectivos documentos para preenchimento em cada fase, sendo responsabilidade do

gerador o início do sistema documental.

A título de exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte indica que antes do início de uma obra

deverá ser preenchido o documento denominado - Plano de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil. Neste documento deverão ser indicadas as características básicas da obra;

materiais e componentes principais utilizados em cada etapa, incluindo a geração estimada

de RCCV por classe (A, B, C e D); iniciativas para a minimização de resíduos; iniciativas para

a reutilização dos resíduos na própria obra ou em outras similares; iniciativas para o

acondicionamento diferenciado e o transporte adequado; identificação dos agentes

envolvidos no transporte, tratamento e disposição final dos RCCV gerados na obra.

A NBR 15.112 indica que para todos os resíduos do tipo RCCV transportados deve existir um

documento CTR (Controle de Transporte de Resíduos) e incluir no mínimo os seguintes

dados: Identificação do transportador; Identificação do gerador/origem; endereços de retirada

e de destino; volume e quantidades transportadas; características do material transportado.

Plano de gerenciamento

de resíduos (obra)

Autodeclaraçãoem formulários

eletrônicos (peq. e grandes

geradores)

Rastreamento por código de barras, rádio

ou chip

Sistema de controle

informatizado integrando

todas as etapas

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Vários modelos de documentos constantes dos levantamentos realizados poderão contribuir

para a definição dos documentos que irão compor essa etapa de controle e monitoramento

da gestão de resíduos.

Em sistemas mais avançados, além dos dados praticados em Belo Horizonte, são também

exigidas informações sobre as rotas.

4.2.2.2 Sistema informatizado para o controle e monitoramento do gerenciamento dos resíduos

Os sistemas de controle são conjuntos de ferramentas de alta eficiência na gestão integral

dos resíduos, e que a cada dia ganham sempre mais importância nos âmbitos de gestão e

produção (industrial, produção etc.). São sistemas informatizados que se caracterizam pelas

tecnologias utilizadas.

Os estudos realizados sinalizaram duas tecnologias para o sistema informatizado, avaliando

suas operacionalidades, restrições e vantagens.

Tecnologia RFID - A sigla RFID se refere àquelas tecnologias que são capazes de identificar

objetos mediante ondas de rádio. Esta tecnologia faz com que seja possível realizar a auto

identificação de um objeto que contém uma emissora de rádio. No seu estado atual de

desenvolvimento, as reduções dos custos e do seu tamanho permitem que estas emissoras

sejam suficientemente pequenas em formato de etiquetas adesivas, podendo ser

incorporadas quase a qualquer objeto. É devido a estes micro emissores (etiquetas) que o

produto pode ser localizado em uma distância variável, desde alguns centímetros até muitos

quilômetros.

Tecnologia de Código de Barras - Consiste em um código compreendido por uma série de

barras e espaços em branco definidos paralelamente. A sequência pode ser interpretada de

forma numérica ou alfanumérica, que deverá ser lida por um escâner óptico laser e

processada em computador.

É o sistema de identificação mais utilizado e preferido para identificar produtos.

O RFID e o código de barras são os dois sistemas informatizados de controle e monitoramento

do gerenciamento mais conhecidos no campo da gestão integral dos resíduos.

No caso do RFID, a sua utilização se está popularizando gradualmente devido às facilidades

que representa para a logística (não é necessário realizar a leitura direta do código,

seguimento à distância etc.). Por outro lado, devido à qualidade dos seus componentes,

economicamente não consegue competir com o sistema de código de barras, sendo este

ainda o mais conhecido e implantado pela sua capacidade de monitoramento e custo.

4.2.2.3 Sistema SIG utilizado para o monitoramento do transporte

O Sistema GIS1, ou SIG como é conhecido no Brasil (Sistemas de Informações Geográficas),

é uma ferramenta versátil que está sendo implantada há vários anos no setor dos veículos de

1Geographic Information System (GIS) – Sistema de Informação Geográfica.

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coleta e transporte. Esta ferramenta permite realizar o controle via satélite de cada um dos

veículos de coleta e transporte em tempo real. Permite calcular os tempos de percurso de

cada um dos caminhões, minuto a minuto, detectar qualquer incidência que surja durante a

rota (engarrafamentos, acidentes etc.) e possibilita, caso seja necessário, enviar outro veículo

para continuar a rota do veículo anterior.

Além do controle da localização do veículo on-line, também permite monitorar dados tais

como, por exemplo, a velocidade do caminhão em zonas urbanas. No caso de que por algum

motivo a velocidade máxima permitida fosse ultrapassada, o sistema dispõe de um alarme

que avisa imediatamente a central onde sempre deverá existir um funcionário que avisará no

mesmo instante via rádio ao motorista do veículo sobre a incidência.

Este sistema permite elaborar de forma digital e instantânea relatórios de controle dos roteiros

que podem ser posteriormente consultados pelos interessados, bem como a otimização dos

mesmos.

4.2.2.4 Sistema de coletas online

O Sistema Eletrônico de Controle de Resíduos Volumosos e da Construção Civil, denominado

Coletas Online, é totalmente acessível pela Internet, possibilitando o acesso e monitoramento

das ações de todos os envolvidos no processo logístico, abrangendo Pequenos e Grandes

Geradores, Construtoras, Transportadoras, Pontos de Entrega Voluntária e Destinos Finais.

Com os dados gerados, o sistema Coletas Online permite a gestão correta dos resíduos,

oferecendo informações relevantes.

Além de uma avaliação passo-a-passo da aplicação do Sistema de Coletas online consta do

documento de referência informações da utilização desse sistema em cerca de 12 municípios

no estado de São Paulo, com uma população total de aproximadamente 3,2 milhões de

habitantes. O Sistema pertence às Prefeituras, ou seja, todos os dados são de propriedade

dessas Prefeituras e o Gestor pode acompanhá-los (meio físico) em tempo real.

QUANTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS

O conjunto de novas instalações necessárias, cujas descrições estão no item Definições está

no início deste documento e de forma detalhada nos produtos da Fase 02, em especial

produtos 04 e 05. Considerando o potencial de geração até 2040, para a região, essas

instalações são:

138 Pontos Limpos que, juntos, compõe a Rede de Pontos Limpos (URPV);

21 Áreas de Triagem e Transbordo de RCCV (ATT);

02 Plantas de armazenamento e transferência de material Cerâmico;

02 Plantas para a recuperação/reciclagem de Papel e Madeira;

01 Planta para a trituração de Material Cerâmico e produção de CDR;

18 Unidades de Produção de Agregado Reciclado;

08 Unidades de Aterramento (Aterros Classe A).

A consolidação das infraestruturas, existentes e propostas, por região determinada no estudo

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de regionalização, está apresentada no Quadro 31.

Quadro 31 - Resumo das Infraestruturas existentes e novas infraestruturas propostas.

ZONA Pontos limpos

Área de Triagem e

Transbordo de RCCV

(ATT)

Área armazenamento e transferência

de Material Cerâmico (AAT)

Unidades de

Produção de

Agregado Reciclado.

Plantas de recuperação/ reciclagem

Aterro classe A

NORTE + 43 + 6 + 1 Mat.

cerâmicos +4

3 Galpões triagem + 1 Madeira/ Papel + 1 cerâmica/ CDR

13 +1

LESTE + 27 + 4 3

+1 4 Galpões triagem + 1 Madeira/ Papel

13

CENTRO

32 +16

2 1

OESTE 37

+20 + 6

+ 1 Mat. cerâmicos

+ 5 3 Galpões triagem + 1 Madeira/ Papel

+ 4

SUL 5

+ 32 + 5 + 8

1 Galpão triagem + 1 Madeira/ Papel

7 +3

TOTAL 74

+138 21

+ 2 Mat.

cerâmicos

5

+18

11 Galpões triagem

+ 4 Madeira /Papel

+ 1 cerâmica/ CDR

34

+8

Obs: As unidades propostas estão representadas precedidas de um símbolo de adição (+). As

existentes estão indicadas sem simbologia, apenas a numeração.

Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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Figura 15 - Mapa que apresenta a proporção das infraestruturas existentes para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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Figura 16 - Mapa do sistema proposto para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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VIABILIDADE ECONÔMICA

A análise da viabilidade econômica foi desenvolvida a partir de parâmetros previstos para

investimentos e operação, além de impostos incidentes e depreciação, conforme detalhado

no relatório de referência – Produto 08.

O parâmetro Investimentos foi analisado pelo CAPEX - Capital Expenditure, sigla em inglês

que designa o montante de dinheiro despendido na aquisição ou melhorias de bens de

capital em um negócio, ou seja, os custos de investimento/reinvestimento no

empreendimento.

O parâmetro Custos de Operação foi analisado pelo OPEX - sigla em inglês que se refere

ao custo associado à manutenção dos equipamentos, despendidos em consumo, mão de

obra, e outras despesas para operação do negócio, ou seja, os custos operacionais.

A Receita Potencial se refere às receitas provenientes de duas vertentes: prestação de

serviços e venda de produtos.

Foi elaborada uma Planilha Excel, que compõe o Produto 08, onde são apresentados os

itens que compõem o CAPEX, OPEX e Receita Potencial para cada uma das unidades

propostas, considerando duas ou três capacidades produtivas, com vistas a subsidiar o

estudo de viabilidade.

Essa Planilha em meio digital, é uma ferramenta que permite ao usuário calcular os valores

referenciais, com base nos parâmetros e itens previamente estabelecidos, para a

instalação e operação das infraestruturas. Ressalta-se que esses valores referenciais

podem ser ajustados de acordo com o Plano de Negócios a ser elaborado durante a fase

de implementação do Plano de Gestão e Gerenciamento dos RCCV.

Nesta fase de desenvolvimento do Plano, os valores adotados para a receita da venda de

produtos e serviços foram adequados à garantia de viabilidade econômica com valores

significativos da TIR sinalizando grau de atratividade aceitável. Outras análises, com a

variação de outros itens dos parâmetros considerados, poderão ser utilizadas para simular,

por meio da Planilha disponibilizada, diferentes realidades em fases subsequentes de

implementação do Plano.

O cenário econômico apresentou bons indicativos de taxas internas de retorno para os

investimentos, mas ficou evidente que com um planejamento minucioso dos negócios, a

viabilidade econômica será atrativa.

A legislação e a sensibilidade sobre o tema devem promover a internalização dos custos

decorrentes do adequado gerenciamento de RCCV, contribuindo para a sustentabilidade

das infraestruturas propostas.

Os incentivos econômicos e procedimentos contratuais para reutilização dos RCCV por

parte do poder público são de grande importância para movimentar os processos de

valorização dos RCCV.

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Nos produtos de referência (Fase 2/Produtos 04, 05 e 06) constam as especificações

técnicas e construtivas - cercamento, vias de acesso, balança, guarita, sinalização, área

para disposição dos containers, dentre outros – para todas as instalações propostas.

Destacam-se a seguir outras observações para referidas instalações:

Unidades de Produção de Agregado Reciclado – trata-se da infraestrutura

para valorização/reciclagem de RCC mais difundida no Brasil. A reciclagem de

entulho é considerada uma boa oportunidade de negócios. A RMBH e seu Colar

carecem dessa iniciativa, indicando uma boa oportunidade. Para a viabilidade

dessas plantas, devem ser aprimoradas as etapas de segregação e coleta, além

de incentivos públicos para o uso de agregados nas obras públicas e privadas.

Áreas de Armazenamento e Transferência de Material Cerâmico (AAT) – é

uma infraestrutura intermediária que proporciona viabilidade ao gerenciamento

adequado dos RCCV tipo Cerâmico os quais podem ser utilizados como

substituição de matéria prima, na indústria cimenteira, sendo ainda uma prática

pouco explorada no País e que apresenta boa viabilidade econômica,

principalmente na região em estudo pelo grande número de indústrias de

cimento instaladas. A parceria com o setor cimenteiro no sentido de difundir e

valorizar a utilização desses resíduos como insumo, seria uma ação de grande

valia para ganho de escala e valor de mercado e encaminhamentos adequados

desta parcela dos RCCV.

Para o estabelecimento dessa prática, é de fundamental importância a

segregação in loco do materiais já que esta planta é proposta para o

recebimento exclusivo de materiais cerâmicos sem a necessidade da realização

de triagem.

Áreas de Triagem e Transbordo (ATT) – a ATT apresenta-se como

oportunidade de negócio pelo fato de se tratar de uma tipologia de investimento

ainda pouco explorada na RMBH. Muitas das unidades que se propuseram a

realizar esse serviço nos últimos anos não se mantiveram por vários motivos,

dentre eles, à falta de regularização ambiental, operação e gestão inadequada

e, ainda, pela falta do planejamento e engajamento com a comunidade vizinha.

Confere viabilidade ao gerenciamento adequado dos RCCV por otimizar a

logística do fluxo de pequenos volumes desde o local de geração até a

infraestrutura adequada de destinação ou disposição final.

Unidades de Aterramento (Aterros Classe A) – o aterramento de RCCV como

rejeitos e antes de sua valorização é uma prática que deve ser desestimulada

uma vez que o resíduo classe A apresenta alto valor agregado e potencial de

reutilização, o que movimenta a cadeia produtiva e ainda reduz danos

ambientais. Para essa atividade, o poder público deveria desenvolver

mecanismos extra fiscalizadores negativos.

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Plantas para a recuperação/reciclagem de Madeira – de acordo com estudos

realizados, estas Plantas apresentaram boa relação custo-benefício, inclusive

com a existência de empreendimentos desta natureza operando com sucesso

na RMBH. Além disso, há fornecedores de resíduos e mercado para o produto

conhecido como “cavaco”. Verifica-se, todavia a necessidade de melhorias na

gestão, na operação e obtenção de produtos de maior valor agregado. Maiores

investimentos poderiam ser compensados pela cobrança no recebimento dos

resíduos, o que, atualmente, não ocorre pela maioria das empresas em

atividade. Estas plantas são conjugadas com as plantas de beneficiamento de

resíduos de papel e papelão.

Plantas para a recuperação/reciclagem de Papel e Papelão – Trata-se de

infraestruturas para recebimento, triagem e prensagem destes materiais

recicláveis que, posteriormente, podem ser comercializados e reintroduzidos no

ciclo de produção de novos materiais. A coleta e a triagem de papel e papelão

na RMBH e CM vem sendo realizadas, em grande parte, pelos catadores de

materiais recicláveis e reutilizáveis. Uma oportunidade indicada para o aumento

da produtividade dessas unidades seria fomentar a organização em rede das

associações e cooperativas de catadores, permitindo o ganho em escala. Estas

plantas são conjugadas com as plantas de beneficiamento de madeira.

Pontos Limpos que, juntos, compõem a Rede de Pontos Limpos (URPV) –

infraestruturas sem fins lucrativos uma vez que, normalmente, não há cobrança

do usuário (pequeno gerador) pelo material encaminhado e o objetivo não é

comercializar os resíduos recebidos. Deve ser de responsabilidade do poder

público, por exemplo, aproveitando lotes vagos na área urbana e pontos

viciados de disposição de entulho. As infraestruturas já existentes deverão ser

objeto de avaliação técnica e financeira para atender ao padrão de instalação e

operação definido para a rede de pontos limpos.

É fundamental para facilitar o encaminhamento adequado dos RCC, evitando a

criação de bota-fora.

Ressalta-se a necessidade de investimentos para criação de um bom contexto

socioambiental para a instalação dessas infraestruturas, a fim de fomentar a

aceitação e reconhecimento da comunidade, vital para a promoção da

sustentabilidade no município.

Planta para a trituração de Material Cerâmico e fabricação de CDR - a

utilização de CDR ainda é uma prática pouco usual no País, mas com

viabilidade, devido à geração de RCCV, na RMBH e CM, apresentar

composição com potencial energético. Para o estabelecimento dessa prática é

de fundamental importância a segregação in loco, notadamente de resíduos de

madeira e de sacaria de cimento. Esta infraestrutura será usada para duas

funções, tanto para a trituração do material cerâmico não segregado, ou seja,

aquele que não pode ser enviado diretamente as AAT – que exigem material

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cerâmico limpo – como para a produção de CDR. Nota-se que o prazo para

implantação de cada uma destas atividades (Quadro 33), não é coincidente.

O Quadro 32 apresenta a síntese do investimento necessário para a instalação do sistema

proposto para a gestão e gerenciamento dos RCCV.

Quadro 32 - Investimento total para a instalação das infraestruturas do sistema proposto.

Fonte: Fase II, Produto 08, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

Considerando que a implementação do conjunto de instalações deve estar associada a um

calendário de priorização, sugere-se, no Quadro 33 o escalonamento dos prazos de

implantação ao longo dos 30 anos de planejamento.

Unidade Tipo Capacidade Quant. Invest. Unitário

P1 15.000 12 3.455.569,40R$ 41.466.832,85R$

P2 20.000 4 3.697.130,71R$ 14.788.522,84R$

P3 70.000 1 6.201.242,52R$ 6.201.242,52R$

P4 100.000 1 7.633.283,32R$ 7.633.283,32R$

Área de

Armazenamento e

Transferência de

Material Cerâmico

(AAT)

P1 148.000 2 4.004.984,77R$ 8.009.969,55R$ 8.009.969,55R$

P1 17.500 4 1.734.372,39R$ 6.937.489,57R$

P2 35.000 4 2.011.108,63R$ 8.044.434,51R$

P3 70.000 4 2.576.809,01R$ 10.307.236,04R$

P4 190.000 4 4.599.014,51R$ 18.396.058,04R$

P5 240.000 5 5.492.709,74R$ 27.463.548,72R$

P1 10.000 1 2.489.382,52R$ 2.489.382,52R$

P2 30.000 1 2.792.847,33R$ 2.792.847,33R$

P3 70.000 3 3.630.768,31R$ 10.892.304,92R$

P4 525.000 3 5.524.903,58R$ 16.574.710,74R$

P1 14.759 3 3.923.797,96R$ 11.771.393,87R$

P2 18.694 1 4.217.139,16R$ 4.217.139,16R$

P3 25.581 0 4.806.020,14R$ -R$

P4 40.340 0 5.965.192,07R$ -R$

P1 100 46 1.979.065,89R$ 91.037.031,17R$

P2 150 46 3.114.861,39R$ 143.283.624,17R$

P3 300 46 3.928.506,39R$ 180.711.294,17R$

Planta para a trituração

de Material Cerâmico e

produção de CDR

P1 362.800 1 9.871.825,15R$ 9.871.825,15R$ 9.871.825,15R$

Investimento Total (2030)

Área de Triagem e

Transbordo (ATT) R$ 71.148.766,88

32.749.245,51R$

Unidade de

Aterramento

(Aterro Classe A)

622.890.171,16R$ TOTAL 192

Planta para a

recuperação/reciclagem

Madeira e Papel

15.988.533,03R$

Ponto Limpo R$ 415.031.949,50

Unidade de Produção

de Agregado Reciclado70.089.881,53R$

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Quadro 33 - Prazos de implantação do sistema proposto.

Instalações Prazo para implantação (anos)

0-5 5-10 10-15 15-20 20-25 25-30

Pontos Limpos (URPV)

Áreas de Triagem e Transbordo

(ATT)

Áreas de armazenamento e

transferência de Material Cerâmico

(AAT)

Plantas para

Recuperação/Reciclagem de

Madeira

Plantas para

Recuperação/Reciclagem de Papel

Planta para a trituração de Material

Cerâmico*

Planta para a produção de CDR*

Unidade de Produção de Agregado

Reciclado

Unidade de Aterramento (Aterro

Classe A)

* Em conjunto, compõe a Planta para a trituração de Material Cerâmico e fabricação de CDR.

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP - FR, 2015.

Esse deslocamento temporal permitirá a incorporação de ajustes nas capacidades das

infraestruturas previstas, como resultado das revisões do Plano e do andamento das

etapas de monitoramento e controle. Outra fonte importante de informações, que poderá

calibrar o sistema proposto, é a sistematização dos dados de geração e de composição de

RCCV, que poderá ser alimentado por meio da introdução de processo de rastreabilidade

dos resíduos.

Neste sentido, a universalização da coleta e do destino final deve ser prioridade, portanto,

para absorver esta demanda, é importante que, no primeiro período, haja uma ênfase de

investimentos para estruturação das Redes de Pontos Limpos (URPV´s) e Aterros Classe

A.

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Os prazos de construção da cada infraestrutura, apresentadas a seguir, devem ser

considerados a partir do momento que já se disponha do terreno e de todas as autorizações

necessárias. O período de implementação inclui a preparação dos terrenos, o período de

construção e de instalação de equipamentos necessários ao início de operação. Os prazos

devem ser considerados indicativos, uma vez que podem variar dependendo do terreno

em particular onde a instalação será implementada, as especificidades do projeto etc.

Essa prioridade se reflete na complexidade da Rede de Pontos Limpos (URPV) que,

conforme os estudos elaborados, contará com 190 unidades, sendo 138 novas instalações.

O prazo de construção de cada Ponto Limpo (URPV) é de no máximo 04 meses sendo que

a implantação de toda a Rede de Pontos Limpos está distribuída da seguinte forma, em

três etapas:

Fase 01: 60 novas instalações, no mínimo, uma (01) por município, começando por

aqueles que atualmente não possuem nenhuma instalação.

Fase 02: 40 novas instalações nos municípios de maior geração.

Fase 03: demais 38 instalações nos municípios que sejam detectados uma maior

demanda por este tipo de serviço.

Para as Áreas de Triagem e Transbordo (ATT) o prazo de construção de cada unidade

pode variar de 05 a 07 meses sendo que as etapas de instalação das 21 ATT´s propostas

estão subdivididas em duas fases, a saber:

Fase 01: instalação de 11 ATT´s nos municípios de maior geração.

Fase 02: instalação da outras 10 ATTs nos municípios que demonstrarem uma

maior necessidade e demanda por este tipo de serviço.

Para as quatro Plantas para Recuperação/Reciclagem de Madeira, que compartilharão

a infraestrutura com as quatro Plantas para Recuperação/Reciclagem de Papel,

recomenda-se a implementação em três fases. Na primeira Fase seriam implantadas duas

plantas para Madeira. Na segunda Fase, propõe-se a instalação dos equipamentos para a

reciclagem de papel nas Plantas de Madeira já instaladas na Fase 01, e, ainda, outras duas

novas plantas de Madeira. Na terceira e última Fase, prevê-se a implantação das últimas

duas Plantas de Papel conectadas as duas últimas plantas de Madeira previstas na Fase

02. O prazo de construção de cada unidade é de até 09 meses.

A Planta para trituração de material cerâmico compartilhará a infraestrutura com a

Planta para produção de CDR. O prazo construtivo é de, no máximo, 10 meses e a

implantação está proposta em duas fases: Fase 01 - uma planta de trituração de material

cerâmico e Fase 02 – a implantação da planta de produção de CDR compartilhada com a

planta de trituração de materiais cerâmicos.

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Propõe-se, para as instalações das duas Áreas de armazenamento e transferência de

material cerâmico (AAT), que a sua instalação seja executada concomitantemente à

implantação da Planta de Trituração de Material Cerâmico e Produção de CDR.

Para as Unidades de Produção de Agregado Reciclado, sugere-se a implantação em

duas fases considerando, inclusive, duas unidades móveis. Na primeira delas, prevê-se a

instalação de 05 plantas nos municípios de maior geração e de uma planta móvel para

atendimento da demanda de municípios de menor porte (até 10 mil habitantes). Já na

segunda fase, seriam implantadas as plantas restantes, em municípios de maior geração,

além de uma planta móvel, em município de pequeno porte ou em região afastada das

infraestruturas já existentes. Para a construção de cada unidade estima-se que o prazo

total seja de até 08 meses.

Por fim e, respeitando a hierarquia da priorização do gerenciamento dos resíduos, propõe-

se a instalação das oito Unidades de Aterramento (Aterros Classe A) previstos. em três

fases:

Fase 01: cinco unidades, sendo quatro de pequeno porte situadas mais

distantes da área central da RMBH e CM, e uma de grande porte próxima à

área central.

Fase 02: duas unidades, sendo uma de porte médio e outra de grande porte,

próximas à área central da área de estudo.

Fase 03: uma unidade de grande porte próxima à área central da RMBH e Colar.

Ressalta-se que o período de construção de cada unidade de aterramento pode chegar a

10 meses.

EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO

A educação ambiental e a capacitação contínua são a base para o desenvolvimento de

ações de prevenção e fiscalização que devem ser desempenhadas em todas as etapas do

gerenciamento dos RCCV e para todos os níveis hierárquicos. O conhecimento sobre todos

os aspectos legais, normativos, peculiares aos RCCV, bem como os riscos envolvidos na

gestão e gerenciamento inadequados devem ser abordados de forma constante nos cursos

de capacitação e, principalmente, no momento da inserção de novos agentes no negócio

e na administração pública. Este conhecimento é crucial não somente para a definição das

ações de prevenção como também para garantir uma excelência nas atividades previstas.

Em todas as fases desenvolvidas neste projeto foi constatada a existência de enorme

carência quanto aos conhecimentos e capacitação dos recursos humanos, principalmente

por parte dos gestores de RCCV, os quais, em muitos casos, não conhecem ou não

entendem os conceitos indicados na legislação de referência.

De forma bastante pragmática a primeira ação para implantação do Plano devem ser os

programas de treinamento específico para os diferentes agentes e atores que fazem parte

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da gestão dos RCCV, que devem incluir programas de sensibilização e inserção dos atores

envolvidos e treinamentos técnicos e operacionais para as diferentes etapas da gestão e

gerenciamento dos RCCV.

Programas de Comunicação deverão, obrigatoriamente, estar alinhados com as ações de

capacitação. As atividades de comunicação devem ter como objetivo informar, sensibilizar

e engajar as partes interessadas, de acordo com as diversas formas de interação que cada

grupo tem com a questão dos resíduos. Pelo fato de a geração de resíduos da construção

civil ser difusa, as atividades de comunicação devem incluir campanhas ao público em

geral. Essas campanhas devem ser planejadas de acordo com o público a ser alcançado,

o território em que estão inseridos e as soluções adotadas. Para sensibilizar o público em

geral, podem ser usadas campanhas de rádio e TV, anúncios e editoriais em jornais e web,

sejam eles pagos ou propagados pelo conteúdo jornalístico, uma vez que se trata de tema

de interesse público. Para públicos mais específicos, como empresários da cadeia de

gerenciamento de RCCV, construtores e operários, podem ser adotadas formas de

comunicação mais direta e detalhada, como elaboração e divulgação de cartilhas, palestras

explicativas, reuniões técnicas, visitas guiadas, entre outras. É fundamental que essas

ações sejam repetidas em intervalos de tempo definidos e que mantenham canais de

diálogo para que haja um envolvimento constante das partes interessadas.

Um programa de inserção dos agentes envolvidos com a gestão e gerenciamento dos

RCCV será desenvolvido em etapas com suporte de um efetivo sistema de comunicação.

Na primeira etapa o Órgão Público fará uma listagem de identificação de todos os agentes

envolvidos na cadeia de gestão e gerenciamento destes resíduos, chegando ao detalhe de

todas as categorias. A partir desta listagem de identificação será gerada uma planilha

caracterizando as responsabilidades e atribuições desempenhadas por esses agentes. O

sistema de comunicação fará uma ampla divulgação dessa planilha estudando a melhor

estratégia para que todos acessem essas informações.

A segunda etapa deverá ser desenvolvida com foco num sistema participativo onde os

agentes irão ser consultados, possivelmente em um procedimento amostral, sobre a

realidade e viabilidade das responsabilidades e atribuições identificadas para sua

categoria. Avaliará ainda as lacunas de conhecimento ou formação que podem ocorrer

durante o cumprimento dessas responsabilidades e atribuições.

A partir dessa etapa será construído o programa de capacitação e formação específicas

para a inserção dos agentes da gestão e gerenciamento dos RCCV, compondo o programa

de educação ambiental do sistema, inclusive com as ações que serão realizadas pelos

agentes privados.

O Programa como um todo terá metas específicas que serão acompanhadas por

indicadores operacionais (em relação às etapas do Programa), bem como por indicadores

de alcance do nível de absorção dos conceitos.

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CONSÓRCIOS PÚBLICOS

A estratégia para alcançar os resultados previstos nas metas e diretrizes envolve ações

macro e micro setoriais, ambas dependentes de um esforço conjunto dos municípios da

RMBH e CM, coordenadas e orientadas pelo Governo Estadual.

Como primeiro passo, sugere-se o mapeamento das intenções de investimentos, por parte

do setor público e privado no que se refere à implantação de novas unidades para o

gerenciamento dos RCCV. Tendo em vista os investimentos atuais e previstos, as

infraestruturas atuais e planejadas para atendimento ao plano, um cronograma de

investimento deve ser consolidado com base nos resultados apresentados no Produto 08.

As ações previstas devem, obrigatoriamente, considerar a clara necessidade de

adequação e capacitação dos recursos humanos que serão alocados nos serviços, em

todas as suas etapas.

Como segundo passo, é desejável conhecer as potenciais fontes de recursos advindos das

taxas ou tarifas cobradas pelos serviços públicos, ou privados, prestados para o

gerenciamento dos RCCV. Esta informação permitirá prever se as cobranças atuais são

suficientes ou se há necessidade de alterações no curto prazo, por um período

determinado – ou não, para que a arrecadação de recursos possa remunerar as ações

imediatas e emergenciais.

Como terceiro passo, seria importante conhecer o número de empresas que atuam no setor

e qual a parcela da prestação dos serviços de gerenciamento de RCCV está sendo

executado por cada uma delas e quantas possuem condições de acesso a financiamento

de longo prazo.

Para consecução desses passos, conforme previsto ao longo deste trabalho, a Gestão dos

RCCV deve se iniciar pela revitalização do Comitê de Resíduos Sólidos da ARMBH,

evoluindo para o Convênio e finalmente para o Consórcio Público. Este caminho está

indicado neste Plano pelo fato de haver a demanda de maior compreensão, por parte dos

envolvidos – tanto poder público quanto iniciativa privada – sobre as responsabilidades, as

normas, e as formas mais adequadas para alcançar os melhores resultados de gestão e

gerenciamento desses resíduos (conforme identificado na etapa de Diagnóstico e nas cinco

reuniões públicas realizadas desde o início do desenvolvimento dos estudos). O Comitê,

que deve ser formado por representantes das prefeituras, das entidades de classe,

representes do setor privado e estudiosos, além do Governo do Estado de Minas Gerais

representado minimamente pela ARMBH, cumprirá a função de debater o tema, esclarecer

as dúvidas e contribuir para a definição das atividades que devem ser adotadas. Como

resultado dessas discussões, deverão ser feitos convênios para a execução das ações

definidas. Com o tempo, o mais indicado é que o Convênio seja substituído por um

Consórcio, que é um instrumento mais estável, para a gestão desses resíduos nos 50

municípios. O Comitê, que cumpre um papel de staff, deve continuar pelo tempo que se

julgar necessário.

Segundo Di Pietro (2008), os consórcios públicos perante a Lei nº. 11.107/2005 podem ser

definidos como “associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União, Estados,

Distrito Federal e Municípios), com personalidade de direito público ou de direito privado,

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criadas mediante autorização legislativa, para a gestão associada de serviços públicos”. O

serviço que uma pessoa jurídica pública não pode ou tem dificuldade para executar

isoladamente torna-se possível ou mais eficiente mediante a conjugação de esforços.

Com o avanço do sistema de Convênio para Consórcio, o Sistema de Gestão Metropolitana

para os RCCV poderia ser formado pelos seguintes órgãos e representantes:

1. Órgãos executivos municipais que administram e gerenciam os RCCV.

2. Operadores de veículos de coleta, veículos de transporte, centros de coleta,

estações de transbordo, estações de tratamento, estações de disposição final e

outros locais de disposição final de RCCV.

3. Órgãos de supervisão, fiscalização e controle do Consórcio e dos municípios da

área de estudo.

A Lei nº. 11.107/2005 prevê que, entre os entes consorciados, sejam firmados dois tipos

de contrato: Contrato de Programa e Contrato de Rateio, objeto deste item.

O contrato de programa é o instrumento que define as estratégias, diretrizes e metas a

serem estabelecidas, tendo como base o plano a ser aprovado.

O contrato de rateio é o instrumento mediante o qual os entes consorciados disponibilizarão

recursos aos consórcios públicos aos quais participam. Importante deixar claro que o fato

de um município ser partícipe de um consórcio não o desobriga a prever em sua lei

orçamentária os recursos que serão destinados à gestão do serviço público objeto do

consórcio. Diante disso, é importante alertar para que os Contratos de Rateio sejam

firmados após a votação das leis orçamentárias de cada ente consorciado com exceção

para aqueles cujo objeto esteja contemplado no Plano Plurianual de todas as entidades

participantes, ou seja, custeado por tarifas ou outros preços públicos. A não previsão em

lei orçamentária municipal dos recursos destinados ao Consórcio pode levar a suspensão

e exclusão do município do mesmo.

O Contrato de Rateio é, portanto, vital para a existência e manutenção do Consórcio, ou

agrupamento, à medida que oficializa o compartilhamento de deveres entre todos os entes

consorciados no que se refere, principalmente, ao custo das atividades repartidas e

assegura o repasse das obrigações financeiras de cada um.

Para os contratos de rateio, o uso corrente é que os serviços de transporte, transbordo,

destinação e disposição final sejam cobrados em função do peso dos RCCV (R$/t). Para

os serviços de cunho administrativo (pessoal e material de escritório) e apoio (apontadores

e fiscais) observa-se tanto o critério (R$/t), como o rateio igualitário entre os participantes,

independente do peso.

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INSTRUMENTOS ECONÔMICOS

Os princípios do poluidor/pagador e protetor/recebedor estão previstos na PNRS (Artigo

6º, Inciso II). Nesse sentido, seria muito importante o estabelecimento de instrumentos

econômicos com extrafiscalidades positivas para a recuperação e reciclagem de RCCV e

negativas para o aterramento.

O princípio do poluidor-pagador origina-se no conceito de que atividades potencialmente

poluidoras ou degradadoras do meio ambiente devem pagar pelo risco ou pelo dano

ambiental efetivado. Neste caso, busca-se imputar ao potencial poluidor o custo social,

criando um mecanismo de responsabilidade ambiental abrangente dos possíveis efeitos

da poluição não somente sobre bens e pessoas, mas sobre toda a natureza.

Este princípio não deve ser interpretado como o direito de poluir, pois quem polui está

sujeito às sanções administrativas (multas, embargos etc.); cíveis (obrigação de reparação

do dano); e criminais (multas, reclusão, prestação de serviços etc.). Trata-se de um

princípio de justiça porque busca evitar que repercuta sobre a sociedade a obrigação de

suportar os custos da sustentação do meio ambiente sadio.

O princípio do protetor/recebedor, ao contrário, tem como origem a ideia de que as

atividades que contribuem para a melhoria ambiental, recuperando serviços

ecossistêmicos ou poupando recursos naturais, deveriam ser recompensadas.

Essas extrafiscalidades não possuem fins arrecadatórios, mas a função de induzir ou não

comportamentos, característica essa que gera a união desses dois princípios, visando

única e exclusivamente exercer uma posição de maior proteção ao meio ambiente, que a

Constituição Federal elevou como um direito fundamental em seu artigo 225.

Assim, com base nesses princípios, as autoridades competentes deveriam estabelecer

instrumentos econômicos, financeiros e fiscais para promover a prevenção e redução na

geração dos RCCV.

Neste sentido, conforme recomendado na Estratégia 3, deve-se aplicar o princípio do

protetor/recebedor às atividades que promovem a segregação, reutilização e reciclagem,

além de iniciativas para a utilização de reciclados nas obras públicas e privadas, uma vez

que contribuem para a poupança de recursos naturais e mitigação de emissões de gases

de efeito estufa. Em sentido contrário, deveriam ser estabelecidas extrafiscalidades

negativas para o aterramento de RCCV.

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5 OUTROS ASPECTOS DO PLANO

Neste capítulo estão destacados alguns temas que foram desenvolvidos durante os

estudos para a elaboração deste trabalho que devem ser considerados para a

implementação do Plano.

BANCO DE DADOS

Os estudos e levantamentos realizados para construção do Plano de Gestão Integrada de

RCCV para a RMBH e CM, registrados em dez relatórios técnicos, compõem extensa base

de dados e informações sobre a legislação nas diferentes esferas dos entes federativos

brasileiros, os possíveis formatos de gestão e as possibilidades para os aspectos técnicos

do gerenciamento destes resíduos.

Constam ainda desta Base de Dados as Referências Bibliográficas e as planilhas

específicas para os estudos de Viabilidade Econômica das Infraestruturas das etapas de

gerenciamento dos RCCV.

Dentre as Referências Bibliográficas destacam-se as bases de dados, nacionais e

estaduais, consultadas para avaliar a geração e gerenciamento dos RCCV na RMBH e

Colar Metropolitano de Belo Horizonte: (i) Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

(PNSB, 2008); (ii) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010); (iii)

Fundação Estadual do Meio Ambiente FEAM (MINAS GERAIS) (2011, 2012, 2013); (iv)

Agência da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) (2010, 2012, 2013); (v)

Sistema Nacional de Informação de Saneamento (SNIS) (ano base 2011 e 2012) (BRASIL,

2012, 2014); (vi) Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)(2012); (vii) Associação

Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) (2012).

Todo este acervo organizado de conhecimento e informações constitui fonte de consulta

de grande valor para apoiar, principalmente, as ações de gestão para implementação do

Plano. As ações de capacitação devem prever a divulgação dessa Base de Dados,

orientando os agentes envolvidos para a manutenção de um sistema de alimentação

continuada.

BENCHMARKING

Para a elaboração do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos da

Construção Civil e Volumosos – RCCV da RMBH e Colar Metropolitano foram pesquisadas

experiências internacionais e nacionais de gestão e gerenciamento desses resíduos,

congregando as principais tendências e melhores práticas que poderiam inspirar

alternativas de modelos a serem desenvolvidos. Esses estudos foram apresentados no

Produto 03 – Benchmarking Referencial Nacional e Internacional de Gestão e

Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil e Volumosos e no Resumo Executivo da

Fase 02.

Benchmarking é um processo de comparação de serviços, práticas e produtos, sendo um

importante instrumento de gestão, que contribui para subsidiar a tomada de decisão para

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implantação de novos processos e avaliar a melhoria de desempenho dos já implantados.

O benchmarking consiste em aprender com outras experiências.

Esse tema, extensamente abordado no desenvolvimento das ações da construção do

Plano, pode ser sumariado nas seguintes principais recomendações:

Quanto à caracterização dos RCCV os diferentes planos de gestão e bibliografia

consultada (incluindo a brasileira) apresentam um aspecto em comum quanto ao

agrupamento RCCV em dois grandes grupos: de um lado os resíduos de concreto, ladrilhos

e materiais cerâmicos e, do outro, a madeira, vidros, plásticos, misturas betuminosas,

solos, pedras e outros materiais. Os estudos e artigos consultados indicam que na

composição dos RCCV as maiores frações de resíduos são compostos por ladrilhos,

azulejos, concreto, pedras e brita e, dependendo do país, pela fração madeira, que pode

ter maior ou igual relevância percentual no total dos RCCV gerados.

De acordo com os padrões europeus de geração, podemos observar que a maioria dos

RCCV possui um potencial de valorização, reaproveitamento, reciclagem e reuso. Ainda

com relação à legislação existente é importante ressaltar que existe, no âmbito Europeu,

uma legislação bastante desenvolvida para promover a reutilização dos subprodutos

valorizados, inclusive com a aplicação de instrumentos econômicos que desestimulam o

aterramento, sobretaxando-os.

Quanto às metodologias para a estimativa da geração dos RCCV a mais comum é aquela

que permite projetar a evolução das toneladas de resíduos gerados em um país de forma

paralela à evolução de seu PIB, sendo que este pode ser cruzado, ainda, com outros

parâmetros de estimativa tais como a evolução da população, PIB per capita, o crescimento

do mercado da construção, entre outros. Esta informação permite dimensionar com um

nível maior de certeza e confiança a capacidade de tratamento das plantas e infraestruturas

propostas e planejadas para qualquer região ou país.

Relativamente aos centros de tratamento/valorização de RCCV atualmente em

funcionamento observa-se que é imprescindível conhecer as características dos resíduos

de entrada para garantir a eficiência produtiva do tratamento e o retorno do investimento.

As reformas, ampliações e demolições juntamente com as novas construções são os dois

maiores focos de geração de RCCV.

O subproduto valorizável obtido após o tratamento/valorização apresenta as características

técnicas e mecânicas para sua utilização como agregado ou material granulado em obras,

tal como se mostra em alguns exemplos e, ainda, possui vários outros usos: fabricação de

meio fio, material de preenchimento para terrenos, sub-base granulada para obras lineares,

preenchimento de valas, matéria prima para a construção de blocos para muros de

contenção e utilização em um determinado percentual como agregado para a produção de

concreto.

No que se refere aos instrumentos econômicos, em alguns países um mecanismo que

merece destaque é a taxa caução provisória cobrada pelas prefeituras, cujo valor é

proporcional ao volume de resíduos que será gerado em uma determinada obra, de

pequeno ou grande porte, que, por sua vez, é previsto pelo gerador na elaboração do plano

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de gestão de resíduos da mesma. O valor é creditado à Prefeitura no momento da

solicitação da licença da obra e devolvido na comprovação da destinação adequada dos

resíduos gerados. Este instrumento, juntamente com o imposto sobre a disposição final

dos RCD, foi identificado como o de maior eficácia para promover a reciclagem na origem

e o tratamento/valorização dos RCCV gerados.

Outro instrumento de incentivo econômico utilizado na Catalunha – Espanha é estruturado

na existência de infraestruturas de recebimentos de pequenos volumes, denominadas

pontos limpos (deixalleries). Estes espaços são planejados para o recebimento de

pequenos volumes de resíduos gerados pelos próprios cidadãos. O incentivo se dá

individualmente, ou seja, quanto mais vezes um cidadão utiliza estes espaços há um

desconto na taxa anual de gestão de resíduos paga à prefeitura. Para que este incentivo

seja reproduzido em outros locais, todos os seus parâmetros e aspectos legais envolvidos

devem ser estudados individualmente.

Entre os métodos de financiamento citados, a Associação Público Privada, ou, Parceria

Público Privada, é um instrumento que cada vez mais permite aos entes governamentais

financiar projetos em âmbito público por meio de um convênio com uma empresa privada

assegurando a eficiência do serviço que será prestado. A opção pela PPP para a

construção das infraestruturas, que deve ser avaliada pelos munícipes, pode possibilitar

que o sistema proposto para o gerenciamento dos RCCV seja instalado sem que haja um

grande investimento financeiro do poder público. Os diferentes modelos de PPP

apresentados deverão ser analisados de forma mais detalhada para que possam ser

definidos como uma ferramenta viável para a situação da RMBH e Colar Metropolitano.

INICIATIVAS E AÇÕES CONCRETAS

No contexto do desenvolvimento das três fases que subsidiam o presente Relatório Final

para o Plano de Gestão Integrada de RCCV na RMBH e CM, os estudos desenvolvidos

para a Fase 03/ Produto 09 denominado “Preparação para execução da proposta de gestão

integrada de RSS” deram ênfase especial à identificação e proposição de iniciativas e

ações concretas para os órgãos públicos e privados, de acordo com suas

responsabilidades nas ações de gestão e gerenciamento destes resíduos.

Assim, foram apresentadas as alternativas mais apropriadas às necessidades locais e

regionais para desenvolver a adequada gestão integrada e regionalizada de RCCV com

destaque para iniciativas e ações concretas a serem implementadas nas diferentes áreas

deste processo de gestão.

Apresenta-se a seguir, de forma sucinta, algumas das proposições e considerações

registradas no documento de referência.

Ações Fiscalizatórias – para essas ações é inicialmente recomendado que as mesmas não

devem ser vistas apenas no sentido punitivo, mas antes de tudo como orientação auxiliar

na correção das desconformidades verificadas.

Para as ações fiscalizatórias é de fundamental importância implementar sistemas de

rastreabilidade ressaltando-se, entretanto, que a rastreabilidade perpassa todas as etapas

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da gestão – Planejamento, Supervisão e Fiscalização e Monitoramento – pois é através

dela que os dados monitorados retroalimentam o sistema de gestão.

Os dados e informações adquiridos por meio da rastreabilidade podem ser utilizados para

identificar a origem do problema – ou o infrator - e, assim, permitir a administração pública

a agir pró-ativamente com agilidade sem comprometer a execução adequada de outras

etapas do gerenciamento.

Para a rastreabilidade dos programas a serem incluídos no Plano para Gestão e

Gerenciamento dos RCCV foram considerados alguns sistemas de monitoramento

apresentados e detalhados no documento de referência.

Ações de Educação Ambiental e Capacitação são a base para o desenvolvimento das

ações do Plano que devem ser desempenhadas em todas as etapas do gerenciamento

dos RCCV e para todos os agentes envolvidos na cadeia da gestão e gerenciamento. O

conhecimento sobre todos os aspectos técnicos, legais e normativos, peculiares aos RCCV

deve ser abordado constantemente nos cursos de capacitação.

Todo novo plano precisa de um planejamento para a execução das ações a serem

desenvolvidas. Estas devem ser levadas para discussão junto com a sociedade em

espaços abertos a contribuições e sugestões de modo que as novas condutas sejam

reconhecidas e respeitadas por todos. Sendo assim, deve ser considerado um período

inicial de comunicação permanente para que os novos conceitos sejam assimilados.

Posteriormente, a comunicação deve ser feita de forma contínua para reforçar os conceitos

sobre a gestão dos RCCV.

Esforços devem ser concentrados para comunicação e informação, a todos os geradores,

sobre as possibilidades de disposição e destinação ambientalmente correta dos RCCV.

Ações de Prevenção - a prevenção na produção de resíduos é fundamental para a proteção

da população, recursos naturais e meio ambiente. Prevenir a geração de resíduos, reduzir

o grau de perigo ou minimizar os impactos dos resíduos gerados, tomando decisões sobre

a concepção e fabricação dos produtos, é a forma mais eficiente para evitar os danos ao

meio ambiente causados pela geração e a gestão dos resíduos - "o melhor resíduo é o que

não é gerado”.

Além disso, a prevenção tem consequências positivas no campo econômico tanto para os

produtores, fornecedores de bens e serviços, como para os consumidores e usuários.

Neste sentido, é fundamental o papel das Administrações Públicas, tanto no desempenho

das suas funções de proteção do ambiente, como no papel de dirigir uma economia mais

eficiente, próspera e socialmente inclusiva.

Para as administrações a prevenção é uma grande oportunidade para integrar políticas de

diferentes campos, tais como: industrial, de investigação, desenvolvimento e inovação,

consumo, gestão de resíduos e educação, permitindo otimizar os investimentos públicos

nesta área.

Destacam-se a seguir algumas das múltiplas atividades de prevenção registradas no

documento de referência:

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Definição de uma caução prévia à concessão da licença de obra. Não será

concedida a licença de obras em que o solicitante não credite perante a Prefeitura

o depósito da caução ou outra garantia financeira equivalente que corresponda a

gestão adequada dos resíduos de construção e demolição que serão produzidos

na obra.

Elaboração de regulamentos municipais com estabelecimento de fianças gerais.

Em primeiro lugar as autoridades locais devem dispor de um decreto que

regulamente o gerenciamento do RCCV de forma que no momento da concessão

de licenças de obras sejam estabelecidas as fianças que devem garantir a gestão

adequada dos resíduos gerados.

Exigência dos Planos de Gerenciamento para disciplinar as atividades de

geradores, transportadores e receptores de resíduos, além de estabelecer cadastro

atrelado ao sistema municipal de informações.

Promoção da exigência de determinadas porcentagens na recuperação de frações

nas operações de demolição.

Estabelecimento de determinadas percentagens de recuperação para as frações

mais recicláveis, por exemplo, por meio de descontos nas fianças a estabelecer nas

obras.

Elaboração de um sistema de impostos, taxas ou preços que desencoraje a

disposição em Aterro Classe A.

Criação de uma rede de pontos limpos de iniciativa municipal ampla em toda RMBH

e CM permitindo a coleta dos RCCV de origem doméstica. Nestas instalações

poderia ser realizado o registro de dados, essenciais para o acompanhamento do

Plano de Gestão de RCCV.

Realização de campanhas anuais de limpeza de bota-fora irregular.

Essas e muitas outras ações de prevenção, valorização e disposição controlada estão

detalhadas no documento de referência (Fase II, Produto 09).

Ações de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - devem ser fomentadas a partir da

sistematização de pontos críticos do processo de gestão e gerenciamento dos RCCV.

Temas como Levantamento de Áreas Degradadas e/ou Cavas Abandonadas na RMBH e

CM; Estudo do aproveitamento de resíduos de cerâmica provenientes dos RCCV como

matéria-prima alternativa em coprocessamento; Estudo de materiais substitutivos na

construção, de menor impacto, ou melhor reciclagem; e muitos outros temas deverão

constituir projetos de parceria com empresas, instituições de apoio à pesquisa e

universidades, nacionais e internacionais.

Para fortalecimento dos programas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação deve ser

fomentada a criação de bolsas de estudo para estudantes em projetos de parceria

elaborados com as universidades locais.

LOGÍSTICA REVERSA

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 / 2010, destaca a

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa.

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Nos termos da PNRS, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é

o "conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos

sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana

e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei”.

A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade

compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A PNRS define a logística reversa como um

"instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de

ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos

sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos

produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

De acordo com Decreto nº 7.404/2010, que regulamentou a PNRS, os sistemas de logística

reversa devem ser implementados e operacionalizados por meio dos seguintes

instrumentos: Regulamento expedido pelo Poder Público; Acordos Setoriais (iniciado pelo

Poder Público ou pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos

produtos e embalagens) ou Termos de Compromisso (homologados pelo órgão ambiental

competente).

5.4.1 LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA

A PNRS no seu artigo 33 estabeleceu a obrigatoriedade para a implementação de Logística

Reversa os seguintes resíduos: (i) agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; (ii) pilhas e

baterias; (iii) pneus; (iv) óleos lubrificantes seus resíduos e embalagens; (v) lâmpadas

fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e (vi) produtos eletroeletrônicos

e seus componentes.

Todavia, para alguns desses resíduos, já havia sistemas implantados antes da PNRS, por

meio de leis e regulamentos específicos, como embalagens de agrotóxicos (Lei 7.802/

1989, e Decreto no 4.074/2002); pneus (CONAMA 258/199, 301/2002 e 416/2009); pilhas

e baterias (CONAMA 257/1999, 401/2008 e 424/2010); e óleos lubrificantes (CONAMA

362/2005 e 450/2012).

O Decreto nº 7.404/2010 e os Sistemas em Implantação (PNRS)

O Decreto nº 7.404/2010 estabeleceu que a obrigação de sistemas de logística reversa

deveria ser estendida aos produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou

de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando prioritariamente o grau e a

extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados, quando foram

considerados os medicamentos.

Para dar prosseguimento à implantação de Sistemas de Logística Reversa, esse decreto

criou um Comitê Orientador – CORI, que por sua vez estabeleceu cinco grupos técnicos

temáticos (GTT) incumbidos de discutir as bases de implantação dos sistemas de logística

reversa por meio de Acordos Setoriais para as seguintes cadeias: (i) embalagens plásticas

de óleo lubrificante; (ii) lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;

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(iii) eletroeletrônicos e seus componentes; (iv); embalagens em geral; e (v) medicamentos,

sendo os dois últimos acrescentados à lista dos obrigatórios pelo decreto.

O primeiro Acordo Setorial firmado em 19/12/2013 foi para o correto descarte de

embalagens de lubrificantes, já operando em 14 estados, com mais de 330 milhões de

embalagens encaminhadas para reciclagem.

Em 27/11/2014 foi firmado o Acordo Setorial para a implantação de Sistema de Logística

Reversa de abrangência nacional de lâmpadas de descarga em baixa ou alta pressão que

contenham mercúrio, tais como, fluorescentes compactas e tubulares, de luz mista, a vapor

de mercúrio, a vapor de sódio, vapor metálico e lâmpadas de aplicação especial.

O Acordo Setorial para Implantação do Sistema de Logística Reversa de embalagens

compostas de papel e papelão, plástico, alumínio, aço, vidro, ou ainda pela combinação

destes materiais, como as embalagens cartonadas longa vida, foi assinado no dia

25/11/2015.

Ressalta-se que no Brasil cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos são de materiais

que não matéria orgânica. Desses 40%, estima-se que cerca de 70% são embalagens.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente - MMA, as expectativas agora são para os acordos

dos setores de medicamentos, em negociação, e de eletroeletrônicos, cujas propostas

estão em análise.

5.4.2 LOGÍSTICA REVERSA NÃO OBRIGATÓRIA

É importante observar que o conceito de logística reversa já vem sendo praticado por

alguns segmentos, inclusive da construção civil, independente da obrigação legal. São os

casos, por exemplo, de práticas, ainda que isoladas, de resíduos de gesso, tijolos

refratários, cerâmica e sacaria de cimento. Neste contexto é primordial que o Plano

Metropolitano incentive e apoie essas práticas fomentando ações que contribuam para sua

efetivação e disseminação.

A evolução do processo construtivo pode muito contribuir para essas práticas, como a

utilização de peças pré-moldadas, estruturas metálicas e contratos just in time, quando os

prestadores de serviços se responsabilizam pelas sobras, enviando-as diretamente para a

reutilização ou reciclagem. Além da redução de RCCV, proporcionaria maior facilidade na

segregação, uma vez que os resíduos dos vários prestadores de serviços não se

misturariam nas obras, agregando-lhes maior valor econômico.

A adoção de instrumentos econômicos que incentivem essas práticas pode torná-las ainda

mais competitivas.

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6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

A etapa de Monitoramento de Avaliação do Plano de Gestão Integrada de RCCV da RMBH

e CM deve seguir particularidades próprias referentes à gestão e gerenciamento desses

resíduos, nas fases de implementação e operação, devendo estar, entretanto, ajustada e

alinhada com os procedimentos estabelecidos no Plano Metropolitano que propõe as duas

seguintes linhas:

Disponibilização de banco de dados, inclusive georreferenciados, com sistema de

informações sobre as unidades para gestão e gerenciamento de RCCV; e

Monitoramento, avaliação sistemática e revisão periódica.

Em geral, uma avaliação de política pública, programa ou plano, deve informar se:

o conteúdo traçado foi implementado de maneira adequada a se atingir os objetivos

e as metas pretendidas;

os recursos financeiros investidos foram devidamente aplicados, ou seja, se

contribuíram para o atendimento aos objetivos e ao cumprimento das metas

estabelecidas;

a política, programa ou plano foi capaz de alterar a situação anterior no sentido de

promover impactos positivos na qualidade de vida da população; e

até que ponto a política, programa ou plano implementado contribuiu para a

proximidade ou o afastamento da realidade social desejada.

A definição e implantação de um sistema georreferenciado de informações sobre gestão e

gerenciamento de resíduos constitui um dos requisitos essenciais para o monitoramento e

a avaliação sistemática do Plano, bem como para sua articulação e integração com as

políticas nacional e estadual, devido à necessidade de existência de bancos de dados

consolidados a serem utilizados como suporte à tomada de decisão operacional das ações

empreendidas. Nesse sentido, a Lei Federal nº 11.445/2010, em seu art. 9º inciso VI, prevê

o estabelecimento de sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema

Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis).

No caso específico, dos RCCV gerados na RMBH e CM, as bases de dados deverão estar

articuladas com as ações do Plano Metropolitano, que por sua vez deverão estar alinhadas

com o Plano Estadual de Resíduos Sólidos quando da sua elaboração e publicação. O

PMRS (2013) inclui os seguintes objetivos:

criar uma base de informações georreferenciada, padronizada, atualizada e

confiável;

possibilitar o conhecimento da realidade metropolitana de forma contínua e

sistemática, capaz de subsidiar o processo de planejamento e gestão, em especial,

a elaboração, revisão e avaliação dos resultados da implementação do Plano; e

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fundamentar a proposição, implementação e avaliação das funções públicas de

interesse comum no âmbito metropolitano.

Considerando as estratégias, diretrizes e metas a cumprir, a avaliação do presente Plano

deve contemplar um conjunto de indicadores, procedimentos e mecanismos que permitam

avaliar os resultados das ações implementadas, com vistas a aferir sua eficiência, eficácia

e efetividade.

Este conjunto de indicadores deve contemplar minimamente:

avaliação do arranjo institucional proposto, no que tange à clara definição das

competências para cada nível (local e regional);

sistemas e processos a serem utilizados para o controle e a fiscalização de

implementação e operacionalização do Plano, contemplando os componentes

jurídico-institucional, administrativo, econômico-financeiro, operacional e sócio

ambiental;

avaliação quantitativa, mais relacionada ao desempenho da prestação dos

serviços;

Em relação aos aspectos jurídico-institucionais, a avaliação deve abordar as ações da

instituição, implantação e consolidação dos instrumentos normativos, jurídico-

administrativos e dos mecanismos de gestão, inclusive a regulação e fiscalização da

prestação dos serviços, assegurando o controle social.

Em relação aos aspectos administrativos e operacionais, a avaliação deve contemplar a

execução dos objetivos e metas dos programas e o seu cumprimento, bem como monitorar

o desempenho administrativo dos prestadores de serviços e os resultados quantitativos e

qualitativos da prestação dos serviços. No que se refere aos resultados quantitativos e

qualitativos da prestação de serviço devem ser priorizados os indicadores de atendimento

da demanda efetiva e potencial. O ideal é que as formas de monitoramento, controle e

medição estejam descriminadas no contrato de prestação de serviço.

Nos aspectos econômico-financeiros da prestação dos serviços, são relevantes o

monitoramento e a avaliação dos custos dos serviços, tanto os operacionais como os de

investimentos e de outros elementos essenciais para a sustentabilidade dos mesmos.

Nos aspectos sócio ambientais, a avaliação deve acompanhar a eliminação progressiva de

bota-fora, taxas de redução, segregação, reutilização, reciclagem, as metas apresentadas

e inclusão sócio produtiva de catadores de materiais recicláveis.

O acompanhamento da implementação do Plano, assim como sua avaliação e revisão

deverá ser coordenada pela ARMBH, com representantes dos segmentos atuantes na

gestão integrada dos RCCV nos municípios da RMBH e Colar Metropolitano. A criação

dessa instância de interlocução corrobora o processo participativo, atribuindo, dessa forma,

maior legitimidade e cooperação entre os agentes no esforço de implementação das ações

e eventuais correções de rumo e ajustes.

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Como estabelecido na Lei Federal nº 12.305/2010, a revisão periódica do presente Plano

deve se dar em prazo não superior a 4 anos e anteriormente à elaboração do Plano

Plurianual. Os prestadores de serviços deverão fornecer estudos e informações para

auxiliar na avaliação e revisão do Plano, tanto para alimentar as prefeituras na gestão dos

serviços que ficarão sob responsabilidade local, como o Estado.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos Especiais com foco em

Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos de Construção Civil e Volumosos

(RCCV) é o resultado de um estudo amplo e aprofundado sobre a situação atual e as

indicações para a promoção de uma melhor gestão e um melhor gerenciamento desses

resíduos nos 50 municípios que compõem a Região Metropolitana e o Colar Metropolitano

de Belo Horizonte. Mais que apresentar o estudo e os resultados, este documento fortalece

o tema como parte da agenda de governo, o que sinaliza que haverá uma crescente

dedicação à busca de adequações e melhorias nos processos de gestão e gerenciamento

desses resíduos.

Por ser o primeiro estudo integrado e o mais completo realizado até o momento, deve ser

considerado referência para a construção de um aprimoramento constante deste cenário

na região. O Plano deve ser revisado com intervalos máximos de 4 (quatro) anos, com

atualização dos dados de diagnóstico, revisão de normas e leis, inserção – quando

adequado – de novas tecnologias, e, principalmente, considerando os resultados efetivos

de investimentos, novas instalações e formas de gestão.

Destaca-se que este documento tem por objetivo apontar possibilidades, devidamente

embasadas com as normas e leis, elaboradas a partir da situação atual dos resíduos, a fim

de apoiar a tomada de decisões dos gestores municipais e do Estado de Minas Gerais,

representado especialmente pela Agência de Desenvolvimento Metropolitano e a

Fundação Estadual do Meio Ambiente. Também devem ser incentivadas – e, quando

cabível, fiscalizadas – as ações adequadas de todos os agentes que compõem a cadeia

de gestão e gerenciamento dos RCCV. O engajamento de todos os entes perpassa a

divulgação das informações, a fim de produzir uma apropriação do tema, a compreensão

sobre as responsabilidades de cada um e o conhecimento sobre o fluxo do gerenciamento.

Os desafios incluem mudanças significativas nos processos de gestão e gerenciamento

dos RCCV, e se mostram condições sine qua non para que seja possível alcançar as

melhorias almejadas. A primeira questão é a forma de quantificar e qualificar as ações e

os resultados. O diagnóstico indica que o atual sistema de controle de dados é falho para

que haja o conhecimento específico do que é gerado, onde, por quem e em qual

quantidade, o que é fundamental para se estruturar toda a cadeia de gerenciamento,

especialmente a nível municipal. Esta questão está relacionada, inclusive, com a

fragilidade e a falta de integração de banco de dados e ferramentas de controle do Governo

de Estado de Minas Gerais e do Governo Federal. A definição e as melhorias previstas

para os sistemas de controle precisam estar refletidas nas ferramentas de rastreabilidade

do gerenciamento dos resíduos, fortemente indicadas neste Plano, que possibilitam

acompanhar o trajeto e os agentes envolvidos desde a geração até a destinação final.

Outra mudança de comportamento fundamental é a segregação in loco, já obrigatória pelas

normas e legislação em vigor, que é a forma mais eficiente e com menor custo para que

os resíduos sejam encaminhados corretamente de acordo com o tratamento e valorização

adequados.

Há ainda o desafio de implementar o sistema de gestão proposto. São indicados neste

plano 190 novos empreendimentos e um investimento na ordem de 600 milhões de reais.

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A construção desse sistema deve ser planejada e escalonada considerando, minimamente,

a quantidade e a qualidade dos RCCV gerados (ressaltando mais uma vez que o sistema

de controle adequado é fundamental para se obter esta informação), a logística, a criação

de cadeia de negócios de RCCV reciclados e valorizados, e, claro, os instrumentos

econômicos.

Conclui-se que são muitas as tomadas de decisões necessárias para a construção de um

novo cenário referente à gestão e ao gerenciamento dos RCCV. Este fato fortalece a

urgência da indicação deste Plano de constituição de um Comitê, com representantes dos

municípios, dos agentes implicados na cadeia do gerenciamento, das entidades de classe

e órgãos reguladores, e do Governo do Estado de Minas Gerais, para ser um staff de

divulgação, promoção de debates, e busca de soluções. Essa apropriação do

conhecimento e o amadurecimento dos processos são essenciais para que se chegue à

formalização de convênios e, quando possível, a constituição de consórcios públicos que

sustentarão a gestão metropolitana integrada dos RCCV.

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Pag. 122

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Todas as informações contidas neste Plano são compilações dos produtos desenvolvidos

neste contrato/estudo. Para os resíduos de construção civil e volumosos, foram elaborados

os seguintes arquivos:

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 00: Planejamento Técnico e Conteúdo Introdutório Referente aos

Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV). Consórcio IDP Ingeniaría y

Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP

Ferreira Rocha). Maio, 2014.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 01: Tipologia/Atividade, Geração e Custo Referente aos Resíduos de

Construção Civil e Volumosos (RCCV). Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e

Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Julho,

2014.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 02: Plano, Programas, Projetos Atuais. Consórcio IDP Ingeniaría y

Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP

Ferreira Rocha). Julho, 2014.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 03: Benchmarking Referencial Nacional e Internacional de Gestão e

Gerenciamento de RCCV. Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha

- Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 04: Alternativas de Gestão e Gerenciamento de RCCV recomendada.

Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos

Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 05: Alternativas para Transbordo, Tratamento e Disposição Final.

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Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos

Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 06: Áreas Favoráveis para Instalação de Infraestruturas de RCCV.

Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos

Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 07: Possibilidades de Implantação de Soluções Integradas. Consórcio

IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis

(Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 08: Sistema de Gerenciamento Proposto. Consórcio IDP Ingeniaría y

Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP

Ferreira Rocha). Outubro, 2015.

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO

HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco

em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos

(RCCV). Produto 09: Preparação para execução da proposta de gestão integrada de

RCCV. Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de

Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.

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9 ANEXO

ANEXO 1 – CONSIDERAÇÕES RECEBIDAS – CONSULTA PÚBLICA

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1. "O gerenciamento adequado dos RCCV ainda encontra obstáculos pela ausência

de informações associadas". Não acredito que seja pela ausência de

informações, mas sim pelo desinteresse do empresário que vê nesse

gerenciamento apenas custo. Acredito que o empresário da construção civil não

irá cooperar. Será necessário uma fiscalização ostensiva e parceria com

sindicatos patronais, SEBRAE, dentre outros para que o empresário queira ouvir

e entender que controle de resíduos não é custo.

De fato existe essa necessidade que também foi diagnosticada na Fase 1, Diagnóstico -

Disponível para download e consulta na plataforma de divulgação do Plano

http://200.198.43.246:8000/seminario (atualizado para www.agenciarmbh.mg.gov.br).

Neste sentido, o Plano apresenta em seu capitulo 3. DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS METAS

E INDICADORES metas direcionadas a esta questão que incluem, como suporte e base

da fiscalização e da gestão municipal, a adoção de procedimentos e sistemas de

rastreabilidade dos RCCV gerados na RMBH e Colar Metropolitano.

Afinal, para que o setor privado, geradores e empresas destinadoras de RCCV, realizem

adequadamente o gerenciamento dos resíduos e a sistematização dos dados sobre a

destinação é necessária orientação e fiscalização dos órgãos competentes, bem como

articulação entre as entidades citadas; entretanto, o Poder Público também precisa

estruturar formas de receber, cruzar e sistematizar dados sobre o gerenciamento desses

resíduos, por sistemas online que possibilite a rastreabilidade, por exemplo.

Diretriz 2: Capacitação, Comunicação e Educação.

o Estratégia 2: Implantar sistema de rastreabilidade com origem e destino

dos RCCV na RMBH e seu Colar, e articular os municípios visando

uniformizar os procedimentos de cadastramento e licenciamento dos

agentes transportadores de RCC.

Diretriz 3: Eliminar as áreas irregulares de disposição final de RCCV (“bota-

fora”) em toda RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte e promover ações

de Monitoramento e rastreabilidade.

o Estratégia 4: Estimular a formulação de parcerias, com as respectivas

contrapartidas dos municípios, para ampliação da capacidade de

fiscalização e controle dos órgãos públicos envolvidos com a gestão de

RCCV.

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2. Verificar os indicadores usados para análise de vulnerabilidade. Inclusive, pelo

apresentado em treinamento de RCCV é que adotaram o raio de 20 km de

aeroportos (ASA) para avaliação de aterros de inertes. Resolução CONAMA Nº

004/1995 indica: Art. 2o "Dentro da ASA não será permitida implantação de

atividades de natureza perigosa, entendidas como “foco de atração de pássaros”,

como por exemplo, matadouros, cortumes, vazadouros de lixo, culturas agrícolas

que atraem pássaros, assim como quaisquer outras atividades que possam

proporcionar riscos semelhantes à navegação aérea." Isso se dá em função da

segurança de voo. Aterro de inertes não é foco de atração de pássaros. Na região

da ASA entre aeroportos da Pampulha e Confins existem vários galpões para

recicláveis (de associações e empresas privadas) e também existem empresas

que atuam com tratamento de resíduos diversos (classe A e B). Não pode ter

atividade com resíduos urbanos ou outros que atraem pássaros.

Esta é uma consideração importante e que merece uma explanação.

Os parâmetros adotados, incluindo os 20 km de raio em áreas de segurança aeroportuária,

foram usados para se chegar ao cenário mais restritivo possível dentro das limitações de

escala das fontes e base georreferenciada existentes, mas não se consolida em um fator

impeditivo para a implantação de novas áreas de disposição de resíduos inertes as quais

devem seguir os critérios definidos pelo processo de licenciamento ambiental, dependendo

do seu porte previsto na DN 74 COPAM.

Ademais, este critério, junto com os parâmetros de regionalização, foi usado para um

estudo em escala macro. Novos estudos deverão ser conduzidos junto a cada entidade

municipal no momento de instituição do Consórcio e de definição do local de instalação da

infraestrutura proposta.

Além desta análise, outra informação que deverá ser buscada, tal como previsto nos

capítulos de “Consideração e Recomendação” nos produtos da Fase 2 (Disponível para

download e consulta na plataforma de divulgação do Plano

http://200.198.43.246:8000/seminario - atualizado para www.agenciarmbh.mg.gov.br) é a

disponibilidade de terrenos municipais, estaduais e da União que, após analisadas junto a

outros parâmetros, poderão ser utilizados para a implantação de novas infraestruturas

propostas.

Vale salientar, entretanto, que a CONAMA nº 004/1995 foi considerada e também

concordamos que um aterro de inertes não deve constituir" foco de atração de pássaros",

mas que esta é uma situação possível quando o Aterro Classe A não é gerenciado de

forma adequada aliada a uma fiscalização ineficiente.

3. As diretrizes e estratégias precisam definir um quadro de profissionais para cada

instituição envolvida no processo de gestão de resíduo, assim como um RT –

Responsável Técnico da área Ambiental, para assegurar que haverá profissionais

buscando e fazendo buscar o alcance das metas propostas visando,

SISTEMATICAMENTE, os objetivos previstos nas legislações. Pois é a força de

trabalho quem operacionaliza o Plano como um todo, precisando estar apta e

capacitada não só para operacionalizá-lo, mas também identificar melhorias e

adequá-los as realidades e dificuldades locais.

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Quase sempre houve engenheiros civis em obras, mas uma melhora sistêmica e

contínua da gestão da Segurança do Trabalho da Construção Civil só foi

alcançada, em nosso país, após as NR – Normas Regulamentadoras do Trabalho

definirem um quadro de profissionais de Segurança do Trabalho proporcional ao

número de empregados. Os técnicos de Segurança desenvolvem um papel bem

mais próximo e eficaz que a própria fiscalização do trabalho e ainda são

facilitadores desta fiscalização. Por fim asseguram o tratamento e a correção das

não conformidades encontradas pela fiscalização.

Os objetivos do Plano serão mais rapidamente alcançados e terão seus efeitos

mais potencializados se esse Plano Metropolitano de Gestão Integrada de

Resíduos determinar a obrigatoriedade e definir um quadro de profissionais de

Meio Ambiente proporcional ao número de empregados, tal qual a inovação da

segurança no passado, servindo assim de exemplo para o resto dos municípios

e outros estados.

Sugestão relevante que dará subsídio para futuras discussões dentro do Comitê de

Resíduos - espaço para concentrar a troca de experiências e sugestões para a otimização

dos processos relacionados a gestão e ao gerenciamento de resíduos na RMBH e CM.

Sendo assim, essa sugestão será encaminhada para debate no âmbito do Comitê,

podendo, inclusive, em um futuro próximo, ser inserida nos documentos formais de

constituição do Consórcio.

4. Se o Plano é Metropolitano as prefeituras também possuem suas

responsabilidades, sendo assim a Fiscalização não pode ficar a cargo só das

prefeituras, pois elas próprias precisam ser fiscalizadas, inclusive, pelo próprio

CREA, uma vez que não é raro a falta de profissionais não só nas prefeituras do

interior como também da RMBH. A responsabilidade precisa ser de todo o

SISEMA, assim como o CREA precisa fiscalizar periodicamente as instalações e

as prefeituras, devendo verificar se existe um RT – Responsável Técnico e se as

inspeções internas, acompanhamentos e treinamentos estão sendo executados,

garantindo assim não só a rastreabilidade, mas, principalmente, a correção e

melhoria contínua do processo de gestão de resíduos, assim como o tratamento

das não conformidades apontadas pelas fiscalização e o cumprimento das

Condicionantes Ambientais definidas pelo SISEMA.

De fato, a fiscalização dos empreendimentos que realizam destinação de RCC com

regularização ambiental em âmbito estadual por parte do SISEMA é importante, mas deve

ser feita em parceria com o acompanhamento municipal.

Conforme inciso VII, artigo 6º, da Resolução CONAMA nº 307, de 2002, as ações de

fiscalização e de controle dos agentes envolvidos, deverão estar contempladas no Plano

Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil. Assim sendo, a atribuição da

fiscalização das atividades envolvidas no gerenciamento de RCC está a cargo dos

municípios. No entanto, os órgãos integrantes do SISEMA podem atuar em caráter

supletivo na fiscalização dessas atividades, além daquelas que são objetos de

regularização ambiental em âmbito estadual.

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O CREA, bem como diversos colaboradores e membros da sociedade civil organizada

foram, a todo momento, convidados a participar e contribuir ao Plano. Reconhecemos que

uma participação mais efetiva e atuante deve ser buscada nas próximas ações

relacionadas ao Plano tais como o próprio Comitê de Resíduos - a ser reativado em breve

- que será um espaço dedicado ao debate, sugestões, troca de experiências e

apresentação de novas propostas para a otimização e adequação de um sistema

regionalizado para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM.

5. Para que um Plano seja eficaz é preciso Rastreabilidade, mas para existir a

rastreabilidade e que esta reflita a realidade, faz-se necessário que todo o

processo seja acompanhado continua e periodicamente por técnicos de meio

ambiente, coordenados por RT – Responsável Técnico e se as inspeções

internas, acompanhamentos e treinamentos estão sendo executados, garantindo

assim não só a rastreabilidade, mas, principalmente, a correção e melhoria

contínua do processo de gestão de resíduos.

Concordamos com a observação e ressaltamos que a segregação e rastreabilidade dos

RCCV estão previstas no Plano como etapas cruciais para o gerenciamento adequado,

valorização, reaproveitamento e redução na fonte.

A importância e a inclusão de técnicos responsáveis pelo gerenciamento de resíduos nas

obras de grande porte será incluída como pauta para discussão no âmbito do Comitê de

Resíduos – a ser reativado em breve pela Agência de Desenvolvimento da RMBH

(ARMBH). Afinal, o correto gerenciamento de resíduos em obra, quando bem aplicado e

acompanhado, auxilia na redução de acidentes dentro e fora dos canteiros de obra. Sendo

assim as ações de segurança ocupacional podem ser incluídas em item especifico da

sistematização de dados do gerenciamento dos RCCV para fins de controle e melhoria

continua.

O plano apresenta diretrizes, estratégias e metas no item 3. DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS,

METAS E INDICADORES PARA A GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RCCV NA RMBH

E CM, a saber:

Diretriz 2: Capacitação, Comunicação e Educação.

Estratégia 1: Implementar ações de informação, comunicação e de capacitação

técnica de atores públicos, privados e da sociedade civil envolvidos com a

gestão e o gerenciamento de RCCV, de forma contínua, por meio de parcerias

com entidades públicas.

Diretriz 3: Eliminar as áreas irregulares de disposição final de RCCV (“bota-

fora”) em toda RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte e promover ações

de Monitoramento e rastreabilidade

Estratégia 2: Implantar sistema de rastreabilidade com origem e destino dos

RCCV na RMBH e seu Colar, e articular os municípios visando uniformizar os

procedimentos de cadastramento e licenciamento dos agentes transportadores

de RCC.

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Estratégia 4: Estimular a formulação de parcerias, com as respectivas

contrapartidas dos municípios, para ampliação da capacidade de fiscalização e

controle dos órgãos públicos envolvidos com a gestão de RCCV.

6. a – Como o próprio nome diz trata-se do Plano Metropolitano de Gestão Integrada

de Resíduos, devendo servir de exemplo para o resto dos municípios. Como todo

Diagnóstico deve descrever, fielmente, o "retrato" da situação, precisando conter

o número de profissionais da área de Meio Ambiente (técnicos e engenheiros de

meio ambiente). Sendo assim, o número de empregados da Construção Civil

envolvidos no processo de geração, deveria ser levado em consideração e desta

forma determinar para cada estabelecimento e principalmente nas próprias

prefeituras, inovando no processo tal qual é feito em Segurança do Trabalho,

criando uma espécie de “SESMT Ambiental”. Pois são os profissionais da

construção civil quem farão o manuseio, acondicionamento, transporte,

armazenamento e destinação, necessitando de treinamentos e acompanhamento

contínuo por profissionais da área de gestão ambiental.

b – Não encontrei no PRODUTO 01, o número de registro no CREA dos

profissionais envolvidos na elaboração do documento, sendo um documento

técnico precisa conter o número de registros nos devidos conselhos de classes,

de todos os profissionais envolvidos para dar respaldo técnico e estar em

consonância com as normas do CREA, assim como os CNPJ das empresas.

Verificar todos os documentos.

Com relação ao número de profissionais da área de meio ambiente e de empregados da

construção civil, acreditamos que se trata de números difíceis de obter tendo em vista a

sua variabilidade temporal que, por sua vez, varia conforme o aquecimento do mercado.

Uma proposta de metodologia de estimativa desse indicador pode ser interessante para

orientar o planejamento e demanda por novas capacitações, mas não vemos esse número

como um dado essencial nessa etapa inicial de construção da gestão regionalizada de

resíduos na RMBH e CM. De toda forma, a medida que a RMBH e Colar Metropolitano for

avançando nas propostas e no alcance das metas em âmbito regional para o

gerenciamento dos RCCV, este dado pode auxiliar o planejamento e servir como base para

formulação de novos indicadores de desempenho das propostas previstas no Plano, que

deverá ser estudado e incluído nos estudos do diagnóstico nas próximas revisões do plano.

No que se refere ao nome e registro de classe dos profissionais que elaboraram o Plano,

todos os dados de relevância serão incluído na versão final do mesmo, assim como em

todos os produtos de referência que deram subsídio a elaboração do Plano.

7. Parabenizo o projeto, porém entendo que o Plano deveria ter metas mais

ambiciosas para 2040, como o aterro de inertes praticamente zero. O resíduo da

construção tem que ser tratado como matéria prima e ele pode, por experiência

própria ser reciclado em quase 90% por obra. Deveria haver maior incentivo no

plano para as usinas de reciclagem, que no meu entendimento, é a melhor

solução, ambiental, econômica e social. Vamos em frente!

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Excelente consideração. A meta estabelecida para reciclagem de RCC (Item 3.

DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, METAS E INDICADORES PARA A GESTÃO E

GERENCIAMENTO DOS RCCV NA RMBH E CM - Promover a reutilização e reciclagem

de RCC em todos os municípios, com o mínimo de 20% de resíduos de Classe A reciclados

em 2020, e 30% em 2030 - é tímida considerando o horizonte do Plano. De todos os modos

como, atualmente, estamos carentes de referências em âmbito Estadual e Nacional

entendemos que, apesar de tímida, ela é adequada - por ser factível. Ressaltamos ainda

que não somente esta meta, como todas as outras, inclusive o conteúdo do Plano, poderá

ser revisado e ajustado quando da sua revisão prevista para acontecer de quatro em quatro

anos.

8. Tenho projeto para aproveitamento de resíduos sólidos das mineradoras

contidos nas barragens de rejeitos.

Projeto interessante de ser analisado e apresentado para verificação de aplicabilidade da

tecnologia no plano. O projeto pode ser apresentado à Gerência de Resíduos Industriais e

da Mineração, que integra a Diretoria de Gestão de Resíduos da Fundação Estadual de

Meio Ambiente (FEAM) - segue contato: GERIM/FEAM

http://www.feam.br/instituicao/quem-e-quem

9. Os dois planos são obras boas e estruturas padrões de sistemas de gestão,

produtos vendidos por consultoria. Ambos têm a premissa básica da ação sobre

a fonte, no entanto para empreendimentos e entidades hospitalares/clínicas que

possuem padrão de qualidade rastreáveis e auditáveis são ações de fácil

integração. Minha dúvida são os casos (grande maioria) de

construções/demolições sem o mínimo padrão de qualidade, as quais

apresentam deficiência no tratamento/destinação dos resíduos, como será a

ação abrangida pelo plano?

Em todo o processo de elaboração do Plano, desde os documentos que o subsidiaram -

Fase 1, Fase 2 e Fase 3 (a disposição para consulta e leitura no site:

http://200.198.43.246:8000 - atualizado para www.agenciarmbh.mg.gov.br) os pequenos

geradores foram contemplados fonte para o volume de geração de RCCV da RMBH e Colar

Metropolitano. A importância dos pequenos geradores no volume total de geração de

RCCV na RMBH e Colar Metropolitano está refletida na própria conformação do sistema

proposto o qual inclui, como sugestão, a implantação de 138 infraestruturas para

recebimento, triagem e encaminhamento adequado de pequenos volumes de RCCV

denominada no Plano como REDE DE PONTOS LIMPOS.

Muitas destas infraestruturas, atualmente conhecidas por URPV´s, PEV´s ou Ponto Limpo,

operam com baixos níveis de eficiência pela inexistência de outras opções nas etapas

posteriores do gerenciamento para o gerenciamento dos resíduos recebidos nestas

infraestruturas. Dessa forma, o material recebido deixa de ser valorizado e, na maioria das

vezes, são encaminhados para disposição final em aterros de inertes (Classe A).

O Plano em seu capitulo 4. Sistema Proposto, prevê, além da referida Rede de Pontos

Limpos, uma série de outras infraestruturas - áreas para reciclagem de agregados,

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Pag. 7

reciclagem de cerâmica, concreto, papel, papelão, etc - as quais deverão servir de apoio a

todo o sistema de gerenciamento, estimulando a reciclagem, a reutilização e o

coprocessamento evitando ao máximo a disposição do RCCV sem que este passe por

etapas prévias de valorização.

10. Prezados,

Seguem as considerações da Federação das Indústrias do Estado de Minas

Gerais - FIEMG, juntamente representado pelo Sindicato da Indústria da

Construção Civil no Estado de Minas Gerais – SINDUSCON - MG ao Plano

Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos Especiais com foco em Resíduos

de Resíduos de Construção Civil e Volumosos (RCCV):

FASE 3 - Produto 09:

Em referência às Diretrizes, Estratégias (Págs. 41, 42 e 43), não foram

citadas sobre a criação de instrumentos econômicos, como

disponibilização de linhas de financiamento e redução de impostos, nem

sobre condições diferenciadas para as empresas investirem em toda a

cadeia deste Plano (Canteiro de obra; Transporte, Áreas de transferência

e tratamento; Disposição final) previstos no Plano Nacional de Resíduos

Sólidos.

Ex. Isenção de impostos na aquisição de máquinas, equipamentos e veículos;

Tramitação diferenciada junto aos órgãos competentes (ambientais,

pesquisas, trabalhistas, tributos, etc.); dentre outros.

Em referência as Ações de prevenção, “DEFINIR UMA CAUÇÃO À

CONCESSÃO DA LICENÇA DA OBRA (Págs. 61 e 62)” não é uma ação

eficaz no sentido de prevenir a geração de RCCV e sim proporcionará o

aumento de custos impostos para o setor de construção civil.

Neste sentido entendemos que esta ação de estabelecer uma Caução não deve

ser aplicada, pois existem políticas de incentivo que garantem um resultado

efetivo.

Certos que nossas considerações são de extrema relevância para o setor

produtivo e que estão relacionadas com a capacidade de cumprimentos das

metas estabelecidas.

Com relação aos instrumentos econômicos, algumas alternativas estão apresentadas na

Fase 03, Produto 09, item 5. AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS

ÓRGÃOS PÚBLICOS e 6. AÇÕES CONCRETAS A SEREM EXECUTADAS PELOS

DEMAIS AGENTES PRIVADOS, páginas 58 a 74.

Tanto para o setor público como para o setor privado, estão apresentados instrumentos

econômicos e outras formas de incentivo ao gerenciamento adequado dos RCCV, que

estão subdivididos em: 6.1. Ações de Prevenção, 6.2 Ações de valorização e disposição

controlada, 6.3. Ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

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CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)

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Estas ações devem ser discutidas no âmbito do Comitê de Resíduos e, futuramente, nas

instâncias do Consórcio, quando da formalização dos documentos.

Adicionalmente, foi contratado um produto adicional denominado Plano de Negócios o qual

contemplará algumas alternativas de instrumentos econômicos e fontes de financiamento

como soluções possíveis para viabilizar o gerenciamento dos RCCV no âmbito

metropolitano mediante as infraestruturas propostas.

No que se refere a caução, este é um mecanismo sugerido, que apresenta eficácia e

eficiência auferidas em âmbito internacional, mas que precisaria ser regulamentado e, para

isso, passar por todos os processos legais necessários. A opção da caução, ainda que não

resulte em alternativa efetiva à redução dos RCC de forma imediata, é indiscutível em sua

influência na responsabilização do gerador, no sentido de que este tem que realizar e

comprovar a destinação adequada dos resíduos gerados. Entendemos que no cenário

econômico atual a caução pode implicar em clandestinidade, mas em um cenário futuro,

de médio e longo prazo, quando os aspectos do gerenciamento dos RCC estiverem

consolidados contando, inclusive, com um sistema de rastreabilidade para auxiliar a

fiscalização e a gestão, essa alternativa pode ser uma excelente solução para evitar os

passivos ambientais identificados em função do gerenciamento inadequado dos RCCV.

11. Senti falta da sequência dos planos necessários para a gestão do resíduo da

construção civil. Falta a ligação clara do plano de gerenciamento dos resíduos

de cada construção com o plano da RMBH. No caso das obras públicas, poderia

ser explicitado algo a mais sobre o planejamento dos resíduos.

Os Planos Municipais de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC), previstos

no artigo 5º da Resolução 448/2012, quando elaborados, devem se orientar e seguir, dentro

do possível, as diretrizes, estratégias e metas definidas em âmbito metropolitano. Além do

Plano Metropolitano, os PMGRCC devem estar em acordo com as definições a serem

abordadas pelo Plano Estadual de Resíduos, ainda não iniciado, e, também, aquelas

definidas na versão final do Plano Nacional de Resíduos Sólidos que ainda se encontra em

versão preliminar. O Plano Metropolitano, na forma e conteúdo apresentados, não substitui

os Planos Municipais, mas os municípios, na elaboração dos seus PGIRS podem utilizar

as informações baseadas nas referências e informações fornecidas no Plano

Metropolitano.

12. Bom dia!

Sugiro a criação de pequenas centrais colhetoras (P.C.C.) de R.C.C.V. nos

municípios acima de 20000 hab..

Seria destinada uma área em um raio de 10km da zona urbana deste município

para descarte e gestão destes recursos ora descartados.

Seriam várias P.C.C.´S no estado, de acordo com a população definida neste. Um

trabalho estatístico com a verificação da demanda de obras nos últimos quatro

anos, definiria o dimensionamento desta P.C.C.

Quatro anos porque a economia neste País é flutuante e depende de cenários

também externos e traria, dessa forma, um dimensionamento mais coerente.

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Como dimensionar?

Pelos projetos aprovados em prefeituras locais, colocando-se uma porcentagem

acima, avaliando os não aprovados.Com o cálculo de volume estimado, gerariam

uma porcentagem de resíduos aproximada e assim, dimensionaria a P.C.C..

A mão de obra carente da região seria treinada por empresa licitada para o

aprendizado das operações da P.C.C.. Criaria-se uma cadeia de compradores dos

resíduos com isenções fiscais para existir o interesse.

Para evitar falta de responsabilidade das empresas construtoras, na aprovação

do projeto, seria avaliado uma porcentagem mínima estatística de resíduos

gerados naquela obra e este mínimo teria que dar entrada na P.C.C., a não ser

que fosse tecnicamente contestado por perícia feita pela empresa construtora

para não descartar nada na P.C.C., o que seria impossível.

Dessa forma, seria coibida a falta de responsabilidade ambiental da empresa

geradora.

Também facilitaria o trabalho de fiscalização, já que esse mínimo estatístico

(mínimo próximo da realidade), seria uma obrigatoriedade, punida severamente,

por exemplo, com a não emissão de baixa-habite-se.

Com punição, neste País, as coisas funcionariam.

Pelo entendimento, pequenas centrais coletoras (P.C.C.) de R.C.C.V para atendimento a

municípios com até 20.000 habitantes são infraestruturas análogas as URPV´s no que se

refere ao tipo de serviço oferecido ao cidadão pequeno gerador. Estruturas similares estão

apresentadas no Plano como Rede de Pontos Limpos (Ver Capitulo 4. Sistema Proposto,

página 77). Além desta opção, apresenta-se também, como outra alternativa, as Plantas

Móveis de Reciclagem que poderão ser compartilhadas entre municípios de pequeno porte

sendo previsto uma ação itinerante por um período pré-fixado e acordado entre municípios

vizinhos.