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PLANO MESTRE OESTE EM DESENVOLVIMENTO FOZ DO IGUAÇU – PARANÁ ABRIL DE 2016 ÍNDICE

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PLANO MESTRE

OESTE EM DESENVOLVIMENTO

FOZ DO IGUAÇU – PARANÁ

ABRIL DE 2016

ÍNDICE

Palavra do Presidente.................................................................................................8

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................10

PARTE I: A METODOLOGIA......................................................................................13

PERSPECTIVA METODOLÓGICA DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL................14

Dinâmica Territorial......................................................................................................17

Tipologias de Cadeias Produtivas e dinâmica econômica de um Território...............19

ATIVIDADES PROPULSIVAS.....................................................................................19

ATIVIDADES MULTIPLICATIVAS...............................................................................20

ATIVIDADES MISTAS.................................................................................................20

TRANSFORMANDO O TERRITÓRIO........................................................................21

Planejamento do Desenvolvimento Econômico....................................................22

Lógica para Intervenção no Território..........................................................................26

PARTE II: O TERRITÓRIO.........................................................................................28

DEMOGRÁFICO E HABITACIONAL..........................................................................29

Habitação...................................................................................................................31

PANORAMA SOCIAL..................................................................................................36

GEOGRAFICO............................................................................................................41

PANORAMA ECONÔMICO.........................................................................................49

Finanças Públicas.......................................................................................................66

INFRAESTRUTURA....................................................................................................70

PARTE III: O PROGRAMA OESTE EM DESENVOLVIMENTO................................73

PLANEJAMENTO TERRITORIAL...............................................................................74

Quatro princípios do Planejamento Territorial.............................................................75

ESTRUTURA DO PROGRAMA OESTE EM DESENVOLVIMENTO.........................79

Antecedentes: Cadeias Propulsivas e articulação territorial.......................................79

As Cadeias Propulsivas e sua Hierarquização...........................................................81

Cadeias Produtivas do Oeste do Paraná....................................................................82

CÂMARAS TÉCNICAS...............................................................................................88

Cadeia Produtiva de Proteína Animal.........................................................................88

Câmara Técnica de Energias Renováveis..................................................................91

GRUPOS DE TRABALHO..........................................................................................92

Grupo de Trabalho de Eficiência Energética..............................................................93

EIXOS ESTRUTURANTES.........................................................................................93

AÇÕES PARA ALAVANCAR AS CADEIAS PRIORIZADAS.......................................96

CADEIA DO FRANGO................................................................................................96

CADEIA DO SUÍNO....................................................................................................97

CADEIA DO PEIXE.....................................................................................................98

CADEIA DO LEITE....................................................................................................100

CADEIAS PRODUTIVAS..........................................................................................102

ANEXOS...................................................................................................................104

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Municípios que compõem a região de abrangência do POD......................12Figura 2: Cultivo de Milho. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.........................................................................................................44Figura 3: Cultivo de Soja. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.........................................................................................................45Figura 4: Rios. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...46Figura 5: Bacia Hidrográfica. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.........................................................................................................46Figura 6: Produção Suínos. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.........................................................................................................47Figura 7: Produção Aves: frango. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.........................................................................................................48Figura 8: Produção de Peixes: tilápia. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento...................................................................................................48Figura 9: Infraestrutura e Logística Oeste do Paraná.................................................70Figura 10: Cargas transportadas................................................................................71Figura 11: Dados de transporte dos aeroportos.........................................................72Figura 12: Participação no Emprego, QL e Função Dinâmica das Principais............82Figura 13: Fluxo de trabalho Câmara Técnica da Proteína Animal......................................88Figura 14: Processo contido em caca macro setor.....................................................90Figura 15: Elementos de composição do Plano Tático..............................................91Figura 16: Elementos de composição do Plano Tático..............................................92Figura 17: Estrutura dos Grupos de Trabalho.............................................................93Figura 18: Constituição dos Eixos Estruturantes........................................................94Figura 19: Ambientes Macroanalítico da Nova Economia Institucional......................95

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: População Total, Urbana e Rural para a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010....................................................29Tabela 2: População segundo gênero para a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010.....................................................................30Tabela 3: Participação da população segundo faixa etária para a região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010..........................31Tabela 4: Ocupação dos Domicílios Particulares Permanentes na Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento – Famílias (2000 a 2010).. .32Tabela 5: Renda por Domicílios Particulares Permanentes na Região de Abrangênciado Programa Oeste em Desenvolvimento (2000 e 2010)..........................................32Tabela 6: Os 10 municípios com maior densidade demográfica (hab/km²) na região do Programa Oeste em Desenvolvimento..................................................................32Tabela 7: Evolução do número da população ocupada, em idade ativa e economicamente ativa na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 1991 a 2010..........................................................................33Tabela 8: Número de domicílios na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2000 a 2010..........................................................................34Tabela 9: As 10 cidades mais populosas da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2010.........................................................................34Tabela 10: Os 5 municípios com maior variação populacional no ano de 2010........35Tabela 11: Evolução no número de unidades atendidas com água e esgoto na regiãode abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento........................................36Tabela 12: Os 10 municípios com maior número de vítimas de homicídio doloso na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.............................36Tabela 13: Número de docentes por esfera administrativa na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento..................................................................36Tabela 14: Evolução da oferta de Educação Básica nos estabelecimentos de ensino na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento........................37Tabela 15: Evolução do número de docentes por função na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento..................................................................37Tabela 16: Notas dos alunos do ensino fundamental da rede pública no IDEB da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento)............................38Tabela 17: Número de matrículas de alunos em instituições de ensino na região de abrangência da região do Programa Oeste em Desenvolvimento.............................38Tabela 18: Número de alunos nas instituições de ensino superior da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012..............................39Tabela 19: Número de cursos nas instituições de ensino superior da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012..............................39Tabela 20: Número de matrículas de alunos em instituições de ensino na região de abrangência da região do Programa Oeste em Desenvolvimento.............................40

Tabela 21: Cursos por tipo de formação na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012.........................................................................40Tabela 22: Municípios com maior variação no número de empregos na área de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2009-2014.....................49Tabela 23: Os 10 principais municípios em número de empregos na área de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2014..............................49Tabela 24: Número de estabelecimentos na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento – 2014............................................................................50Tabela 25: Os 10 municípios com maior crescimento do produto interno bruto dos municípios de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento......................51Tabela 26: Os 10 maiores Produto Interno Bruto dos municípios de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012........................................................51Tabela 27: PIB per Capita dos municípios da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento........................................................................................52Tabela 28: Valor Adicionado Fiscal dos setores econômicos da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.............................................53Tabela 29: Valor Adicionado Fiscal por município na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.......................................................................55Tabela 30: Os 10 municípios com maiores rendimentos médio na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.............................................56Tabela 31: Os 10 municípios com maior massa salarial (MS) na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2014..............................57Tabela 32: Evolução do consumo de energia elétrica na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2005 a 2014.........................................58Tabela 33: Evolução do número de empresas na região do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2010 e 2014..........................................................................59Tabela 34: Evolução no saldo de empregos na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento........................................................................................59Tabela 35: Balança comercial da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2012 a abril de 2014.............................................................60Tabela 36: Valor da produção dos 10 principais produtos no Paraná........................61Tabela 37: Valores da produção dos 10 principais produtos agrícolas na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.............................................63Tabela 38: Evolução da produção dos 10 principais produtos agrícolas da região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2013..............................64Tabela 39: Os 10 principais produtos agrícola em Valor Bruto de Produção em 2013 na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento........................64Tabela 40: Evolução do número de empresas ligadas ao setor de turismo...............65Tabela 41: Finanças dos municípios pertencentes a região de atuação do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2009 a 2014..........................................................67Tabela 42: Despesas dos municípios pertencentes a região de atuação do ProgramaOeste em Desenvolvimento entre 2010 a 2014..........................................................69Tabela 43: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Frango..............................96Tabela 44: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Suíno................................97

Tabela 45: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Peixe.................................98Tabela 46: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Leite................................100Tabela 47: Ação e Estratégias de Execução - Temas Comuns as Cadeias.............102

8

Palavra do Presidente

Compreender o estágio em que se encontra a Região Oeste do Paraná é uma

tarefa essencial de planejamento. O olhar crítico e abrangente entendendo o

contexto de evolução e as características do território, e integrando as análises nos

vários focos de observação, possibilita a clara compreensão de aspectos relevantes

para a formação de políticas e estratégias de desenvolvimento.

Quando esta tarefa é compartilhada com o envolvimento de várias instituições

públicas e privadas abre-se o campo de visão com a amplitude que pode

proporcionar não só maiores e melhores oportunidades como também mais clareza

para a definição na priorização de ações estratégicas.

Assim, com o objetivo de promover o Desenvolvimento Econômico do

Território Oeste do Paraná por meio da sinergia das instituições e integração de

iniciativas, projetos e ações, nasceu o Programa Oeste em Desenvolvimento,

estabelecendo como princípio e como opção, a estratégia do Desenvolvimento

Endógeno, buscando entender como a região pode se desenvolver dependendo

mais de fatores internos e menos de fatores externos.

Os primeiros tópicos desta publicação objetivam a caracterização da região

sobre várias abordagens, o que contribui para a compreensão dos recursos

disponíveis e da construção do cenário atual do oeste do Paraná.

Apresenta-se na sequência a estrutura do Programa Oeste em

Desenvolvimento, que se constitui em uma ação de Governança Regional, com a

participação e comprometimento de entes públicos e privados voltados ao

estabelecimento de um processo de planejamento estruturado e integrado.

O programa que a partir de 2012 começou a ser articulado, e que teve seu

lançamento formal em agosto de 2014, é aqui apresentado desde os processos

desencadeados àquela época e com os primeiros resultados alcançados, sobretudo,

as ações em desenvolvimento.

É o momento também de definição de estratégias para continuidade de

ações, para evolução e consolidação do POD como ferramenta de gestão e

planejamento permitindo que a região consolide seu desenvolvimento de forma

sustentável, optando por estratégias que garantem competitividade e criem novas

perspectivas ao setor produtivo, gerando melhores condições de renda,

9

oportunidade à população e um ambiente regional harmônico propício ao

desenvolvimento de bons níveis de qualidade de vida conjunta de cidades que

formam o Território Oeste do Paraná.

Que este trabalho seja instrumento de motivação a todos aqueles que têm

acreditado e se dedicado ao POD, e também sirva como inspiração para que muitos

outros somem com seus conhecimentos e suas energias, acreditando que este é um

bom caminho para o desenvolvimento regional.

10

APRESENTAÇÃO

O processo de desenvolvimento de um território é sempre muito distinto de

outro e sempre dependente de uma dinâmica peculiar. Mesmo assim, podemos

considerar a possibilidade de se encontrar algumas perspectivas comuns para o

Processo de Desenvolvimento, mesmo que cada processo seja distinto em si.

Considerando desenvolvimento como um processo de transformação econômico,

social, institucional e tecnológico – dentre várias outras possibilidades – é mister

perguntar: qual estágio estamos e qual queremos alcançar?

A partir dessa observação, nosso ponto de partida é ter um Plano de

Desenvolvimento Territorial, que contemple a identificação do que nos é pertinente,

enquanto território, e qual trilha podem caminhar. Com essa perspectiva podemos

ver os obstáculos que se impõe e tentar mitigar as condições que nos limitam chegar

onde queremos. Este presente documento, aqui denominado de Plano de

Desenvolvimento – Oeste em Desenvolvimento, é esboço com essa presunção.

Todo Plano de Desenvolvimento requer um plano de ação que permita o

conhecimento pleno do território, desde o ponto de vista das suas cadeias

produtivas, as potencialidades e necessidades do seu capital social, infraestrutura,

manejo dos seus recursos naturais, entre outros. Mas o requisito fundamental é a

organização da sua comunidade na busca do seu próprio destino, sendo esta uma

das pedras fundamentais do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD).

O POD tem por objetivo a promoção do desenvolvimento econômico do

território Oeste do Paraná por meio da sinergia das instituições e integração das

iniciativas, projetos e ações, pois apesar de ter um crescimento e condições de

desenvolvimento diferenciado pode ser ampliado em termos quantitativos e

qualitativos, desde que esse processo de desenvolvimento seja entendido e

pactuado como um processo da região. Para a pactuação desse processo, é

necessário envolvimento de várias instituições permeadas pelo território. O

envolvimento institucional é um processo desgastante e desgastado por conta de

várias tentativas fracassadas de realizar planejamento territorial e de executar os

planos territoriais. Mesmo com essa dificuldade, o processo de planejamento

territorial efetivo deve se basear no envolvimento das instituições e agentes

11

apoiados em bases técnico-científicas, que pretende ser o cerne de atuação do

POD.

As tentativas “fracassadas” de criar processos de desenvolvimento, como

planos ou programas, devem ser utilizadas como lições aprendidas. Muitas vezes o

insucesso das tentativas deve à falta de foco ou incapacidade de priorizar as ações.

Deste modo, a centralidade do processo de planejamento efetivo é a capacidade de

priorizar. Priorizar impõe secundarizar algumas ações, interesses e lidar com o

“desencanto” do processo dos agentes/proponentes das ações secundarizadas.

Esta, certamente, não é uma tarefa das mais aprazíveis. Entretanto, a eficácia e

efetividade de um instrumento de planejamento será tão maior quanto maior for a

capacidade da população de entender o critério de priorização adotado. E esta

compreensão será tão maior quanto maior for o número de agentes envolvidos em

nas atividades priorizadas.

Outro desafio imposto ao planejamento de um território situa-se na

convergência dos objetivos e interesses das pessoas e instituições e na priorização

das ações. Além de entender que uma ação a um determinado município e/ou

cadeia pode beneficiar mais do que uma ação em meu próprio município ou na

cadeia que pertenço. A priorização das ações do POD parte da dinâmica econômica

regional, identificadas e hierarquizadas virtualmente pela Metodologia de Cadeias

Produtivas Propulsivas, observando principalmente: a distribuição de renda, geração

de postos de trabalhos e o encadeamento produtivo destas.

É bem verdade que a simples existência de cadeias não é suficiente para a

emergência da consciência de interesses comuns entre seus distintos elos.

Entretanto, o território, consciente das particularidades deste processo, deve

trabalhar para a constituição de um sistema de governança da(s) cadeia(s) voltado

ao enfrentamento de gargalos e à promoção de estratégias concertadas (voltadas à

obtenção de equilíbrios ótimos, de soluções ganha-ganha). Se isto for feito, ficam

praticamente assegurados os elementos necessários à superação da crônica

dificuldade de priorização de dispêndios e investimentos pelo setor público e privado

em regiões (e nações) subdesenvolvidas.

A circunscrição de atuação do POD e de uma governança territorial originada

deve congregar o público e o privado, sendo um elemento fundamental para

credibilidade e continuidade das ações, tornando o compromisso constante com as

demandas da região. Ademais, este documento tem o como objetivo descrever o

12

processo de criação do POD, apresentar a metodologia usada, trazer uma

caracterização da região de abrangência e socializar as ações priorizadas, com

vistas a integrar novos agentes e instituições para o POD.

Como perguntado no início desta apresentação, qual estágio estamos e qual

queremos alcançar? Conseguiremos fazer do POD um Programa realmente

transformador capaz de superar os fracassos anteriores? Em outras palavras: agora

vai? A resposta deveria ser uma nova pergunta: agora, vamos? Abaixo a Figura 1

apresentando os municípios que fazem parte da Região de Abrangência do POD.

Figura 1: Municípios que compõem a região de abrangência do POD.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH).

13

PARTE I: A METODOLOGIA

14

PERSPECTIVA METODOLÓGICA DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL

Toda discussão entorno da temática do Desenvolvimento é circundada por

uma série de discussões e controvérsias. Modelos de análise da economia sempre

são alvos de críticas, e não gratuitas, pois muitos não logram o êxito prometido.

Quando se trata de um modelo para o desenvolvimento de um território a tarefa é

ainda mais árdua, e por um motivo simples: cada território tem suas particularidades.

Essa distinção impede a existência de uma única “receita de bolo” para o

desenvolvimento de um território.

Mesmo não existindo uma única receita, é necessário a existência de

instrumentos para transformar a realidade. Tais instrumentos devem conseguir ser

usados para cada região distinta e, assim, promover o Desenvolvimento prometido.

Isso requer uma metodologia que consiga ser utilizada para efetuar uma “análise” da

dinâmica de um território e, conhecendo essa dinâmica própria, conseguir traçar

diretrizes para Planejar o seu desenvolvimento.

Com esse intuito, o Programa Oeste em Desenvolvimento com o apoio da

Itaipu Binacional, da Fundação Parque Tecnológico Itaipu e da Fundação de

Economia e Estatística desenvolveram, através do pesquisador Carlos Paiva, uma

metodologia que conseguisse trazer modelos da economia que ajudassem a traçar

estratégias para o desenvolvimento de um território. O Programa Oeste em

Desenvolvimento se apoiou nessa perspectiva metodológica1.

Para conhecer um território lançamos mão de uma série de esquemas de

análise, de modo a conseguirmos observar o que compõe um território,

considerando suas especificidades. Geralmente estuda-se a importância econômica

de um território olhando para suas atividades classificadas em setores. Dessa forma,

olhando a classificação de setores – agropecuária, indústria e serviços –

conseguimos observar a dinâmica de um território. Entretanto, a partir do livro

FAPER (PAIVA, 2013), passou-se a adotar um sistema de classificação e

hierarquização de atividades através da observação de Cadeias Produtivas.

1 Livro Fundamentos da Análise e Planejamento de Economias Regionais (FAPER). Nestas notas metodológicas aqui apresentadas, estão resumidamente a construção realizada por Carlos Paiva no livro citado. Este livro tem um rigor metodológico e científico aguçado e se constitui a base teórica do Diagnóstico Econômico realizado no POD.

15

O que se modifica na mudança dessa perspectiva? A relação agropecuária,

indústria e serviços reflete uma relação técnica produtiva, sem necessariamente

considerar perspectivas mais amplas do desenvolvimento dessas atividades. A

relação de Cadeias e Departamentos opta por olhar relações de mercado, refletindo

como um território se insere nessas relações, e quais as condições de mercado para

a inserção de um município dentro da lógica maior de uma região.

Olhar as atividades econômicas de uma região sob o prisma de Cadeias

permite observar uma hierarquia entre os municípios de um dado território. Por

exemplo: quando olhamos para um território: a) observamos atividades já

consolidadas e os respectivos espaços que ela ocupa – regiões polo; b) observamos

atividades ainda não consolidadas e os respectivos espaços que ela ocupa e pode

vir a ocupar – regiões satelitizadas (mercados de integração periférica); c) vazios

econômicos – territórios de baixa ocupação econômica, ou de baixa integração aos

mercados consolidados.

Com essa hierarquização de municípios num dado território, pode-se pensar

em três necessidades básicas para as situações que encontramos. Para municípios

que participam de atividades já consolidadas, tem-se a necessidade de melhorá-las

e expandi-las de modo que esses municípios mantenham seu processo de

crescimento. Para os municípios em que as atividades ainda não estão

consolidadas, mas em processo de integração, tem-se a necessidade de estruturar e

aprofundar esse processo permitindo ampliar e sustentar o crescimento. Para os

municípios em que persiste a baixa ocupação econômica, precisa-se de integrá-los a

algum mercado para que se aumente essa ocupação, permitindo o crescimento de

atividades econômicas dinâmicas.

Por via dessas necessidades básicas que encontramos quando observamos a

dinâmica da ocupação econômica é que a utilização da ótica de Cadeias Produtivas

demonstra maior assertividade em relação a outros esquemas de análise. A

proposta de desenvolvimento econômico do território é a integração da região via

aspectos de mercado, de modo a inserir todos os municípios numa perspectiva de

crescimento, aproveitando o crescimento dos municípios maiores, incentivando esse

crescimento e, ao mesmo tempo, possibilitar que os demais municípios ganhem com

esse processo. A região cresce e esse processo é espraiado para todos.

Dentro da hierarquia que se estabelecem nos territórios, as regiões são

consolidadas no decorrer do processo de desenvolvimento do mercado. Dessa

16

maneira se consolidam as regiões polos e o seu entorno, assim como as regiões

periféricas. Quando um município ou região estruturaliza vantagens competitivas

antes dos outros municípios ou regiões dentro do mesmo território, ela potencializa

ser uma condição de cidade/região polo.

Essas vantagens competitivas podem ser naturais ou podem ser advindas do

pioneirismo da produção industrial de um bem específico, sendo que as vantagens

competitivas naturais representam possibilidades maiores. Mas, em geral, dentro de

um território, as vantagens naturais serão compartilhadas por mais de um município.

Já as vantagens advindas através da precursão da industrialização de um

determinado bem também trazem vantagens competitivas e pode atrair

conjuntamente uma série de serviços e atividades encadeadas.

Como regra, geralmente vai atrair a produção de insumos básicos, setor de

transportes, centros de pesquisa e desenvolvimento básicos, serviços

especializados para atender ao processo de industrialização desse bem inicial e a

comercialização de máquinas que podem ser utilizadas em atividades diversas para

o restante da região. Assim, a estruturalização inicial de uma vantagem competitiva

(através da instalação pioneira de uma indústria, por exemplo) acaba por fixar nesta

mesma localidade uma maior diversidade das atividades econômicas. Como

resultado tem-se uma concentração de renda e população, o que gera a demanda

por uma série de serviços básicos: educação, saúde, telecomunicações e etc.. Logo,

em poucos municípios polos, tem-se uma concentração de renda que surge da

concentração da população e da produção.

Nesse processo, as demais regiões do território ficam subordinadas à

produção de matérias-primas rurais e de baixa agregação de valor, voltadas as

demandas dos municípios polos. Isto é, conforme vai se estruturando polos nas

regiões e estes vão se consolidando em centros diversificados (polos urbanos),

algumas atividades acabam se deslocando para os municípios do entorno. Esse

processo é conhecido como satelitização em volta dos municípios polos.

Essa satelitização ocorre via ao processo de amadurecimento da economia

dos municípios polos. Conforme ocorre o amadurecimento dessas economias, tem-

se o deslocamento de algumas atividades para os municípios periféricos. Esse

deslocamento pode por diversos motivos: elevação de custos de manter um negócio

na cidade polo, crescimento dos custos imobiliários; deslocamento de mão de obra

17

para os municípios periféricos e/ou atração de mão de obra para os municípios

periféricos, mas que visam trabalhar nos municípios polos.

O processo de desenvolvimento dos municípios satelitizados ocorre através

da integração desses municípios à lógica de mercado dos municípios maiores. É o

processo de integração de mercados periféricos a mercados maiores e já

consolidados. Esse processo se realiza de forma desigual resultando numa

desigualdade entre territórios – o processo aqui denominado de hierarquização de

territórios.

Pensando no recorte analítico de Cadeias Produtivas tem-se, como regra,

nesse processo de hierarquização de territórios, um processo de especialização

para os municípios periféricos, especialmente em atividades em que estes terão

maior vantagem sobre os polos (preço de terra mais baixo; menores custos de

produção; maior disponibilidade de mão de obra e etc.).

A periferia, ao se inserir via ótica de mercado ao processo de

desenvolvimento de um território, irá se especializar, necessariamente, na atividade

agropecuária. Assim, numa cadeia de transformação ligada à Proteína Animal, por

exemplo, tem-se nos municípios periféricos a produção de grãos e pecuária. Nos

municípios polos tem-se a transformação dos grãos em ração e o abate pecuário. O

processo de comercialização é realizado através das cidades polos, onde

geralmente estão localizadas as indústrias chaves que processam essa

transformação da Proteína Animal.

O processo de satelitização de uma região gera desigualdade por conta dos

diferentes níveis produção, emprego e renda. De modo a mitigar essas diferenças,

um processo de desenvolvimento includente deveria induzir o crescimento dessas

atividades de modo que aproveitasse a especialização da periferia com intuito que

se partisse dessa especialização para uma diversificação desses municípios no

longo prazo. Mesmo que não se diversifique, estes municípios deveriam ter maior

renda e qualidade de vida.

Dinâmica Territorial

Como poderia ocorrer esse processo de integração da periferia ao mercado?

Podemos começar analisando a forma como é constituída a renda existente no

território. A renda gerada num território será gerada via relações de mercado de um

18

dado território e os demais territórios (seja outras regiões, outros Estados ou

Países). Para municípios periféricos com integração econômica, sua renda é gerada

pela ligação de mercado com o polo, isto é, provém das transações econômicas com

o polo, em geral matérias-primas (agropecuária sem muito beneficiamento).

Cidades polos terão suas rendas dessas mesmas relações de troca com a

periferia, mas, principalmente, tendo relações de mercado com demais regiões. Se a

lógica de mercado entre polo e periferia é referente à subordinação da periferia no

fornecimento de matérias-primas pouco beneficiadas, cabe ao polo (concentrador de

renda, serviços e produção) estabelecer relações de mercado com demais regiões

do mesmo país ou de outros países. Ao mesmo tempo, as relações econômicas do

polo com a periferia ocorrem no fornecimento de bens e serviços básicos por parte

do polo. E a própria periferia fornece pequeno conjunto de serviços para si mesma.

O que determina esse processo é a separação de dois tipos de renda: a

renda primária e a secundária. A renda primária é definida como aquela advinda da

venda da produção de um território para outras regiões, seja no mesmo país ou

exterior (demanda externa ao território). A renda secundária é definida como aquela

derivada do ingresso dessa renda primária. A renda gerada por uma demanda

externa (exportações para demais regiões) absorve renda interna aos territórios

criando demanda para um conjunto de atividades voltadas ao atendimento de

demandas de consumo locais (comércio, serviços e produção de bens de consumo

básico local). Quanto maior a capacidade de absorção (retenção) de renda interna

originada da venda de produtos a regiões externas, maior a capacidade de

multiplicação das atividades voltadas ao atendimento das demandas de consumo

locais.

Na dinâmica que acontece em um território, um processo de desenvolvimento

includente seria aquele que possibilitasse a inserção de municípios periféricos e de

integração periférica a uma lógica de mercado que o propiciasse sair de uma

atividade econômica especializada (como a agropecuária) para um sistema

diversificado. Desse modo, quais seriam as condições para sair da especialização

para uma diversificação, isto é, sair de uma condição periférica (ou de integração

periférica) para diversificação produtiva e com autonomia crescente? A resposta

exige uma distinção entre os tipos de Cadeias Produtivas existentes num dado

território, sua hierarquização e priorização. Essas distinções vão permitir a

formulação de um plano para o desenvolvimento destas.

19

Tipologias de Cadeias Produtivas e dinâmica econômica de um Território

A condição básica para um processo de autonomia crescente de uma região

(ou mesmo de um município), na direção de uma economia diversificada, dependerá

basicamente dos elos de uma Cadeia Produtiva desenvolvidos nessa região.

Quantos mais internalizados os elos de uma cadeia dentro de uma região periférica,

maiores as chances desse processo ocorrer. Em síntese, o padrão de

encadeamento de uma cadeia pode ser determinante para o Desenvolvimento de

um território. Para entender melhor, fazemos uma segmentação das atividades em

“propulsivas” (de exportação para fora do território) e “multiplicativas” (voltadas ao

mercado interno desse território).

ATIVIDADES PROPULSIVAS

Geradas a partir da renda primária, são aquela auferida da venda da

produção ou serviços de um território para outras regiões, seja no mesmo país ou

exterior – demanda externa ao território. Podem ser de três tipos.

“X propulsiva”

Aquelas atividades voltadas à produção de bens exportáveis. Bens

transportáveis, bens gerados na agropecuária e nas diversas indústrias (exceto

construção civil e saneamento) são classificadas como “X Propulsivas”.

“TrS propulsiva”

As atividades que são mobilizadas através do deslocamento dos usuários de

serviços são classificadas como “TrS propulsivas”. O símbolo “TrS” busca resgatar o

fato desta renda advir de TRansferências privadas associadas a aquisição de

Serviços no TeRritório por TuRistaS (vale dizer, por não domiciliados).

20

“G propulsiva”

Atividades da administração pública ou empresa de governo Estadual ou

Federal que se instala em um município, atraindo quantidade expressiva de renda e

salários. Seu poder propulsivo é mais limitado em relação às anteriores e a

capacidade de intervenção da economia local nessa atividade é bem mais limitada.

ATIVIDADES MULTIPLICATIVAS

São as que respondem a demandas derivadas dos rendimentos primários,

oriundos de atividades de exportação, atividades de atendimento a não domiciliados

(“turistas”) ou atividades sustentadas por dispêndios governamentais. São de dois

tipos.

“C Reflexas”

Aquelas voltadas prioritariamente (ou exclusivamente) ao atendimento das

demandas do consumidor local, denominado aqui por Consumo Reflexas ou “C

reflexas”.

“G Reflexas”

Aquelas voltadas ao atendimento de demandas dos mais distintos agentes

sediados localmente, sejam eles consumidores, empresas ou órgãos

governamentais – que denominamos Genérico Reflexas ou “G reflexas”.

ATIVIDADES MISTAS

Existem atividades “mistas” que atendem tanto a demandas de não

domiciliados (sendo, portanto, propulsivas), quanto a demandas locais reflexas (em

particular, ao consumidor local). Um exemplo típico deste tipo de atividade é a

educação técnica e superior privada. Ela se volta tanto ao atendimento das

demandas do consumidor domiciliado no território (C reflexa), quanto ao

atendimento de demandas do “turista de serviços semipermanente” (TrS Propulsiva).

21

Da mesma forma, bares e restaurantes atendem tanto aos domiciliados quanto aos

diversos tipos de turista.

O valor das atividades mistas será tanto maior quanto mais integradas

verticalmente no território forem às cadeias ofertantes de bens e serviços de função

dinâmica mista, e, por oposição, será tanto menor quanto maior for o vazamento de

renda para fora via importação de insumos e aquisição de serviços no “exterior”.

TRANSFORMANDO O TERRITÓRIO

O primeiro passo consiste em entender como uma região opera em termos da

dinâmica econômica. Quais os tipos de Polos existem? Quais suas relações com

suas respectivas periferias? Quais Cadeias Produtivas estão ali entrelaçadas?

Entendendo essas relações, é um bom começo para transformar um território.

Do ponto de vista do Planejamento de uma Economia Regional, é essencial

saber quais são as cadeias produtivas no qual esta região é especializada para, a

partir daí, intervir nessas cadeias com intenção de fortalecê-las. Como uma

economia regional sempre gira em torno de umas poucas cadeias, é essencial

fortalecê-las, pois, quando esta entra em crise, toda a economia regional desaba.

Para identificar as Cadeias e as relações entre os municípios, analisamos as

atividades aos quais esses municípios são especializados. Dessa forma, se pode

vislumbrar potencial de diversificação dessas atividades e prospectar os caminhos

para uma economia mais autônoma. Após identificação das especializações, devem-

se elencar os municípios polos e suas funções e, assim, identificar a situação dos

municípios ao redor e o papel da periferia e da integração periférica.

Ao observar um município, se sua maior especialização2 se encontra no setor

de serviços, temos uma indicação clara de que este é um município polo. E isto

porque a função universal dos polos é o fornecimento de serviços relativamente

sofisticados de saúde (hospitais de alta resolutividade), de educação (ensino

universitário e técnico), comerciais (centros comerciais diversificados), de consultoria

2 Metodologicamente, PAIVA (2012) utiliza o QL – Quociente Locacional como proxy para a especialização. Quanto maior a magnitude do QL para uma atividade, maior a especialização do município naquela atividade. Ao verificar essas atividades e “enquadra-las” em Macro setores, tem-se a formação das Cadeias Produtivas no qual o município/região é especializado.

22

(contábil, jurídica, assistência técnica em geral), e de cultura, lazer e turismo

(música, teatro, cinema, gastronomia, etc.) a uma população maior do que a dos

domiciliados.

Uma vez identificado o caráter de polo, é preciso identificar se ele é um polo

rigorosamente regional – vale dizer: que atende demandas de moradores de

municípios do entorno – ou se ele é um polo sem região – caso em que sua

especialização em serviço se deve ao atendimento de demandas de moradores de

regiões significativamente distantes, e que se dirigem ao território foco de análise

como turistas de lazer ou de negócios.

Mais uma vez, esta distinção terá como veículo a análise da especialização

dos municípios. No caso dos polos sem região, sua especialização de serviços

eventuais (hotelaria, aluguel de veículos, prostituição, etc.) tendem a ser mais

expressivos do que especialização de serviços permanentes (educação

universitária, revendas de veículo automotor, consultorias empresariais, etc.), que

caracterizam os polos propriamente regionais.

Definido os polos, é possível detectar quais são as atividades e/ou cadeias

propulsivas do território. Elas serão as atividades de exportação (especialização

elevada) do território tomado como um todo (incluindo o polo e os municípios

polarizados).

O próximo passo é determinar o conjunto de municípios que comungam da

mesma função produtiva – vale dizer: da(s) mesma(s) especialização(ões)

agropecuária(s) e/ou agroindustrial (is)– e se articulam ao mesmo polo. Finalmente,

é preciso projetar a dinâmica deste sistema, com vistas a determinar as “janelas de

oportunidade” que se abrirão à frente no processo de desenvolvimento da cadeia e

as chances do município vir a aproveitar estas oportunidades para

complexificar/diversificar sua economia e ganhar maior autonomia e potencial de

crescimento.

Planejamento do Desenvolvimento Econômico

Apresentamos duas funções dinâmicas elementares: a propulsiva e a

multiplicativa. Cabe, agora, analisar detalhadamente este sistema apresentando e

diferenciando os padrões de propulsão e multiplicação. Essa análise é relevante

para a análise econômica, porque, em primeiro lugar, revela a especialização efetiva

23

(por trás da aparente diversidade) dos territórios, permitindo a identificação das

atividades responsáveis pela geração (e posterior multiplicação) da renda básica.

Em segundo lugar, porque permite a hierarquização destas cadeias em

termos de seu poder de geração de emprego e renda em todos os elos instalados no

território, por oposição à geração de emprego e renda apenas no elo central mais

evidente. E em terceiro lugar, porque as políticas públicas de enfrentamento dos

obstáculos – ou “gargalos” - do crescimento regional tendem a ser muito mais

eficazes quando incidem sobre cadeias do que sobre atividades não encadeadas.

As atividades de exportação com maior capacidade propulsiva de longo prazo

são aquelas que tendem à integração vertical no próprio território, assumindo a

forma de cadeias produtivas relativamente longas cujos elos estão associados aos

mais diversos setores (atividades classificadas por critérios de similaridade técnica).

Até porque ele é central para a determinação e hierarquização dos programas

de ação que conformam uma estratégia de Planejamento do Desenvolvimento

Regional.

Não existem atividades X propulsivas que não estejam integradas a alguma

cadeia3. Afinal, o que define uma atividade como ‘X propulsiva’ é que ela produz um

bem que se volta ao atendimento de um mercado externo.

Porém, a capacidade propulsiva de cada atividade encadeada será maior

quanto maior for o número de agentes que auferem rendimento sem eu interior e

que: 1) trabalham no território, adotam-no por domicílio e despendem seus

rendimentos no mesmo; 2) adquirem bens e serviços produzidos no mesmo ou, pelo

menos, ofertados pelas firmas comerciais locais.

Quando uma região demanda bens não padronizados (estandardizados), mas

peculiares (em função das especificidades dos padrões de consumo e/ou técnico-

produtivos do território), é mais provável que um fornecedor local alcance entender e

3 O que significa dizer que, além de produzido, este bem terá que ser transportado; envolvendo a solidariedade de (pelo menos) duas atividades num mesmo sistema: produçãoe transporte. Além disso, não se pode produzir coisa alguma sem a aquisição de insumos. E, num sistema mercantil, a produção volta-se à venda. O que se introduz mais dois elos na cadeia de produção: o comércio atacadista e/ou varejista de insumos e produtos finais. Por fim, mesmo que o beneficiamento exigido para o transporte do produto primário seja o mais elementar – a mera secagem de grãos, por exemplo – emerge um elo industrial na nossa (jánão mais atividade, mas) cadeia propulsiva. Em suma: por menor e mais simples que ela seja, toda a atividade ‘X propulsiva’ constitui uma cadeia em torno de si.

24

atender estas demandas com mais competência do que um fornecedor externo, o

que estimula o desenvolvimento de elos locais nas cadeias produtivas.

Poucos municípios apresentam um sistema produtivo tão especializado que

não contam sequer com uma panificadora, uma clínica médica, uma clínica

odontológica ou uma escola de ensino fundamental. Por quê? Porque as barreiras à

entrada nestes setores são mínimas, os custos de transporte eficiente de pães

frescos, alunos da escola fundamental, consultórios médicos e dentários são

elevadíssimos, e a espera pelo fornecimento de serviços emergenciais (como os de

saúde, por exemplo) são extremamente elevados. Estes serviços são, portanto,

ubíquos: tendem a se fazer presentes nas mais diversas localidades. E esta

tendência à ubiquidade tem dois lados: dado que são raros os territórios que não

contam com, pelo menos, uma panificadora, dificilmente uma região produtora de

trigo será exportadora de pães.

No outro extremo do leque de possibilidades, existem bens e serviços cuja

produção é circunscrita a um número restrito de firmas e territórios. O ingresso

nestes setores produtivos é limitado por barreiras à entrada particularmente

elevadas.

Assim, mesmo periferias que apresentam grande dinamismo e que

demandam volumes elevados deste tipo de bem dificilmente alcançam internalizar

no território plantas industriais produtoras do mesmo. As poucas e grandes plantas

que produzem insumos e equipamentos com tais características normalmente são

instaladas nas periferias industriais dos polos urbanos de primeira ordem e/ou nos

distritos industriais de centros logísticos multimodais (via de regra, articulados a um

grande porto marítimo), e distribuem sua produção através da complexa e

abrangente rede logística que serve aos polos sem região ou de região difusa.

Entre os dois extremos – atividades ubíquas (tais como panificadoras, clínicas

médicas de baixa resolutividade, farmácias, postos de gasolina, mecânicas de

automóveis, etc.) e atividades esparsas e concentradas em polos sem região ou de

região difusa (tais como refinarias de petróleo, montadoras de automóveis,

siderúrgicas, grandes centrais hidrelétricas, etc.) - existem inúmeras atividades cuja

escala mínima de operação é relativamente elevada (de sorte que dependem de

uma demanda expressiva para serem economicamente viáveis), mas cujas barreiras

à entrada, sem serem desprezíveis, tampouco são intransponíveis, admitindo o

ingresso de empresas novas e que ainda não percorreram toda a curva de

25

aprendizagem associada ao learning by doing. Estas são as atividades que podem

ser internalizadas na periferia e que, ao fazê-lo, definem a peculiaridade competitiva

e a trajetória de diversificação das regiões emergentes.

Ora, pergunta-se: qual (ou quais) atividade(s) apresenta(m) uma demanda

suficientemente elevada num território periférico para estimular a instalação de uma

planta fornecedora com as características acima? A resposta é: aquela(s)

atividade(s) na(s) qual(is) o território periférico é especializado; as atividades X

propulsivas.

A trajetória de diversificação industrial de menor custo por unidade de

benefício é aquela que se volta ao atendimento de demandas locais: 1) expressivas

em volume; 2) essenciais para a reprodução do demandante (vale dizer: qualquer

descontinuidade de oferta impõe custos elevadíssimos ao comprador); 3) cujos

custos de importação são elevados (seja em função do transporte, seja por risco de

sazonalidade, seja por instabilidade de preços e/ou câmbio e/ou disponibilidade de

divisas, seja em função de peculiaridades de transação, adequação e manutenção

de equipamentos, etc.).

Cadeias produtivas que insomem fundamentalmente produtos oriundos

destes setores industriais dificilmente passarão por processos de integração vertical

do conjunto de seus elos num único território. E isto porque as indústrias de

processo contínuo minimizam seus custos ao instalarem plantas capazes de atender

à demanda dos mais diversos territórios nos entornos dos polos de primeira

grandeza (de região difusa) ou daqueles polos sem região que contam com

abrangentes sistemas logísticos multimodais.

Vimos afirmando que a identificação e hierarquização das cadeias produtivas

X propulsivas de um dado território é o ponto de partida necessário de todo e

qualquer planejamento do seu desenvolvimento. E, tal como apontamos repetidas

vezes, o primeiro critério de hierarquização das cadeias é o volume global – direto e

indireto – de emprego gerado no território e o volume global da renda – direta e

indireta – gerada, apropriada e despendida no território.

Agora, contudo, um novo elemento de hierarquização emerge. Para além da

integração atual das distintas cadeias, é preciso levar em consideração a integração

potencial das mesmas. E o potencial de integração no futuro está baseado em dois

fatores: 1) nos tipos de insumos e de equipamentos demandados pelas atividades

nucleares das cadeias em processo de desenvolvimento nos distintos territórios; e 2)

26

nas perspectivas de mercado para os bens produzidos no elo central da cadeia em

implantação.

Quanto maior a demanda projetada no futuro sobre os elos centrais, maiores

as escalas de produção e maiores as chances de atração de investimentos voltados

ao fornecimento de insumos e equipamentos a montante e de investimentos

voltados ao beneficiamento à jusante. E quanto mais expressivas forem as

demandas de insumos e equipamentos industriais manufaturados (por oposição a

insumos produzidos em processo contínuo) e quanto maior for a depressão dos

custos de transporte dos bens processados (por oposição aos custos de transporte

dos mesmos bens in natura) maiores serão as chances da diferenciação produtiva

regional se realizar através da integração vertical de uma única (ou de poucas)

cadeias produtivas básicas.

Lógica para Intervenção no Território

O primeiro passo de qualquer estratégia de planejamento é avaliar o grau de

“integrabilidade” das atividades e cadeias “X propulsivas”. Uma avaliação que tem

como ponto de partida: 1) mapear o potencial e os obstáculos à integração das

mesmas; 2) análise da estrutura final de cadeias similares que tenham atingido sua

maturidade em outros territórios (sejam eles do mesmo país ou do exterior). O

objetivo desta análise é avaliar se os obstáculos interpostos à integração são

estruturais e intransponíveis ou circunstanciais e passíveis de superação.

Simultaneamente, é preciso avaliar se as principais cadeias propulsivas do território

desenvolveram elos secundários capazes de automatização e qual o potencial de

integrabilidade das mesmas. Uma vez identificadas as cadeias com grande potencial

de mercado, que tendem à integração e que estimulam a emergência de elos

secundários geradores de novas cadeias, devem ser mapeados os obstáculos ao

seu pleno desenvolvimento no território e definidas as políticas necessárias e

suficientes para a superação daqueles obstáculos.

No caso do território-foco ser um município polo altamente dependente da

demanda externa (seja o “externo”, o restante da região, seja um território difuso do

entorno ou, mesmo, todo o território nacional) sobre sua rede serviços, a estratégia

fundamental de crescimento é tríplice: 1) avaliar as vantagens e desvantagens

competitivas do polo sob análise frente aqueles municípios que concorrem na função

27

de polarização e definir as políticas eficientes para a alavancagem das vantagens e

depressão das desvantagens; 2) ampliar o leque de serviços oferecidos aos não

domiciliados, com vistas a explorar as sinergias inerentes às distintas demandas

“turísticas” sobre os serviços do polo; e 3) estreitar suas conexões com o entorno

através da integração à sua estrutura produtiva de sistemas de beneficiamento e

assistência técnica às atividades-cadeias X propulsivas dos municípios e territórios

satelitizados.

Por fim, é fundamental que os polos estejam atentos para sua relação de

dependência vis-à-vis as demandas oriundas de suas periferias e busquem

contribuir com reflexões e propostas de política econômica voltada ao enfrentamento

dos obstáculos atuais e potenciais para o crescimento das atividades e cadeias “X

propulsivas” do entorno.

No caso do território foco ser um município ou região polarizada (ou, se

preferir satelitizada) a estratégia é dúplice. Em primeiro lugar – tal como nos

referimos acima – é preciso avaliar o potencial e os obstáculos ao desenvolvimento

de suas cadeias propulsivas e desenvolver políticas de diversificação produtiva

quando necessário. Mas, igualmente importante, é a busca de minimização da

evasão de recursos em direção ao(s) polo(s) via implantação no próprio território-

foco de um sistema básico (mas eficiente e qualificado) de prestação de serviços.

Em particular, é da maior importância qualificar o comércio local e os sistemas

públicos básicos de educação e saúde. A centralidade do comércio se encontra no

fato deste ser o principal “dreno” de rendimentos internos para fora dos territórios

satelitizados. E as carências nos sistemas de saúde e educação básica contribuem

para ampliar este dreno, pois o cidadão que se vê obrigado a se deslocar em

direção ao polo para usufruir de serviços públicos básicos via de regra tende a diluir

seus custos de deslocamento aproveitando a oportunidade para usufruir das

vantagens de preço e diversificação de centros comerciais maiores. Além disso, o

controle local sobre a educação básica (e, se possível, técnica) permite

compatibilizar os sistemas educacionais com as necessidades específicas de

qualificação da mão de obra local para as necessidades do território.

28

PARTE II: O TERRITÓRIO

29

DEMOGRÁFICO E HABITACIONAL

Este capítulo apresenta as principais informações populacionais da região de

abrangência do Oeste do Paraná, apresentando uma caracterização da evolução da

população censitária (urbana e rural gênero, faixa etária), ocupação domiciliar, renda

por domicílios, densidade demográfica, população em idade ativa, cidades mais

populosas e com a maior variação populacional, unidades atendidas de água e

esgoto e homicídios dolosos.

Conforme a tabela 01, tendo como base o Censo Demográfico de 1980

realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento apresentou um crescimento

da sua população total de 12,03% em 2010. Contudo, observa-se que tal

crescimento foi alavancado pelo aumento de 27,21% da população urbana e uma

diminuição de 25,11% da população rural no mesmo período.

Destarte, esta evolução demonstra uma reconfiguração do território,

passando por um processo de urbanização, em parte, decorrente dos

desmembramentos municipais na região Oeste paranaense, ocorrido a partir da

segunda metade do século XX e que perdurou até 1997. O crescimento da

população e a fragmentação dos municípios na região resultou na variação do grau

de urbanização de 50,14% em 1980 para 84,59% em 2010.

Tabela 1: População Total, Urbana e Rural para a região de abrangência doPrograma Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010.

População Total - Urbana e RuralCrescimento com

base em 1980A B C

Ano Urbana Rural Total A/C B/C A B C

1980 511.271 508.3371.019.60

850,14% 49,86% * * *

1991 762.914 311.9041.074.81

870,98% 29,02% 49,22% -38,64% 5,41%

2000 970.531 233.5961.204.12

780,60% 19,40% 27,21% -25,11% 12,03%

20101.088.02

7198.144

1.286.171

84,59% 15,41% 12,11% -15,18% 6,81%

Fonte: IPARDES.

30

A reconfiguração das características da região também ocorreu na

proporcionalidade entre homens e mulheres, retratada na tabela 2. No ano de 1980

a população total era de 1.019.608 pessoas, sendo cerca de 50,93% da população

composta por homens e 49,07% de mulheres. Esta representatividade de homens

manteve-se até os anos 1990, contudo a partir do ano 2000 o Censo Demográfico

do IBGE apresenta uma inversão de proporcionalidade.

O percentual de crescimento da população feminina, com base em 1980, foi

constantemente superior ao da população masculina, de maneira que no Censo de

2010 a população da região do Programa Oeste em Desenvolvimento passa a ser

composta por uma população de 654.091 mulheres e 632.080 homens.

Tabela 2: População segundo gênero para a região de abrangência do ProgramaOeste em Desenvolvimento, 1980-2010.

GêneroParticipação

Crescimento com base em1980A B C

ANO Homens Mulheres Total A/C B/C A B

1980 519.297 500.311 1.019.608 50,93% 49,07% * *

1991 538.147 536.671 1.074.818 50,07% 49,93% 3,63% 7,27%

2000 597.968 606.159 1.204.127 49,66% 50,34% 11,12% 12,95%

2010 632.080 654.091 1.286.171 49,14% 50,86% 5,70% 7,91%Fonte: IPARDES.

Ainda relacionado a caracterização populacional do território, a tabela 3

apresenta a estratificação da população total da região em seis faixas etárias: (A) 0

a 9 anos, (B) 10 a 19 anos, (C) 20 a 34 anos, (D) 35 a 54 anos, (E) 55 a 69 anos, (F)

70 a 79 anos e (G) 80 anos em diante. Segundo os dados extraídos dos últimos

quatro Censos Demográficos realizados, a dinâmica de crescimento da população

entre os anos de 1980 a 2010 aponta uma diminuição da participação relativa das

faixas etárias A, B e C sobre a população total. Entretanto, as faixas etárias D, E, F e

G no mesmo período apresentou um crescimento da participação relativa.

A faixa etária que apresentou a maior queda foi (A) 0 a 9 anos, com uma

variação média de -4,73% entre os anos, extraídos dos Censos Demográficos,

sendo que sua participação na população total passou de 28,44% no ano de 1980

para 14,25% em 2010. Em contrapartida, os mesmos dados apontam que a faixa

etária (D) 35 a 54 anos obteve o maior crescimento, com variação média de 3,83%

31

no período. Isto resultou no aumento da representatividade da faixa etária (D) de

15,99% em 1980 para 27,49% em 2010.

Tabela 3: Participação da população segundo faixa etária para a região deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento, 1980-2010.

Participação das faixas etárias na População Total

AnoA B C D E F G

PopulaçãoTotal

0 a 9 anos10 a 19anos

20 a 34anos

35 a 54anos

55 a 69anos

70 a 79anos

80 anose ou mais

1980 28,44% 26,20% 23,79% 15,99% 4,36% 0,95% 0,20% 1.019.608

1991 23,13% 22,36% 27,06% 19,32% 6,11% 1,58% 0,45% 1.074.818

2000 19,62% 20,38% 25,84% 23,42% 7,84% 2,18% 0,72% 1.204.127

2010 14,25% 18,21% 24,81% 27,49% 10,74% 3,28% 1,21% 1.286.171

Fonte: IPARDES.

Habitação

O número de domicílios da região Oeste segundo dados do IPARDES era de

372.023 no ano 2000, composto por 80,48% domicílios na área urbana e 19,52%

rural. Mas, como apresentado anteriormente, a região passou por um processo de

urbanização e no Censo de 2010 constatou que dos 453.164 domicílios, 84,23%

urbano e 15,77% rural.

Estabelecendo um comparativo entre os dados do ano 2000 e 2010, houve

um crescimento de 27,50% da participação de domicílios urbanos e uma redução de

1,63% dos rurais na região. Com relação a ocupação dos domicílios particulares

permanentes, a tabela 4 demonstra o detalhamento referente a ocupação com (A)

até duas pessoas, (B) três pessoas, (C) quatro pessoas e (D) acima de quatro

pessoas

Esta distribuição da população indica certo equilíbrio entre os quatro grupos

no ano 2000, variando a participação relativa entre 20% a 28%. De acordo com os

dados, no ano 2010 há uma alteração nesse equilíbrio com o crescimento da

representatividade dos grupos A, B e C de 32,66%, 31,73% e 23,47%

respectivamente e redução para 12,14% do grupo D.

32

Tabela 4: Ocupação dos Domicílios Particulares Permanentes na Região deAbrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento – Famílias (2000 a 2010).

Até duaspessoas

Três pessoasQuatro

pessoas

Acima dequatro

pessoasTotal

Ano A B C D E A/E B/E C/E D/E2000 99.064 91.238 87.775 72.109 350.186 28,29 26,05 25,07 20,592010 124.787 121.246 89.685 46.408 382.124 32,66 31,73 23,47 12,14

Fonte: IPARDES.

Tendo como base o salário-mínimo de R$ 151,00 em 2000 e R$ 510,00 em

2010, e considerando somente os domicílios particulares permanentes, a tabela 5

apresenta a renda mensal dos domicílios da região. Com as informações fornecidas

pelo IPARDES, nota-se que a faixa de rendimento mensal domiciliar teve um grande

aumento de participação foi de 1 a 3 salários-mínimos, esta faixa cresceu

aproximadamente 63,66% entre os anos 2000 e 2010.

Tabela 5: Renda por Domicílios Particulares Permanentes na Região deAbrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento (2000 e 2010).

Ano Sem renda Até 01 S.M.01 a 03

S.M.03 a 10

S.M.Acima de 10

S.M.Total

2000 10.114 30.293 100.302 137.702 51.368 329.7792010 10.868 38.856 157.558 164.979 36.846 409.107

Fonte: IPARDES.

A tabela a seguir apresenta os 10 municípios com a maior densidade

demográfica (Hab/Km²) na região de abrangência do POD em 2015. Os dados

coletados no IPARDES apontam que o município mais povoado é Foz do Iguaçu,

com cerca de 432,28 habitantes por Km² destacando-se da densidade demográfica

das demais cidades elencadas na tabela, que varia de 47,67 a 149,55 habitantes por

Km² em 2015.

Tabela 6: Os 10 municípios com maior densidade demográfica (hab/km²) na regiãodo Programa Oeste em Desenvolvimento.

Município 2012 2013 2014 2015 ∆% (2012-2015)

Foz do Iguaçu 419,07 431,83 432,06 432,28 3,15%

Cascavel 139,80 146,13 147,87 149,55 6,97%

33

Medianeira 130,46 135,77 136,92 138,04 5,81%

Toledo 102,20 107,16 108,71 110,19 7,82%

Santa Terezinha de Itaipu 79,31 82,72 83,57 84,38 6,39%

Marechal Cândido Rondon 63,74 66,52 67,22 67,90 6,53%

Cafelândia 55,96 59,00 60,11 61,18 9,33%

Guaíra 54,52 56,59 56,95 57,29 5,08%

Capitão Leônidas Marques 54,79 56,72 56,96 57,20 4,40%

Palotina 44,99 46,85 47,27 47,67 5,96%Densidade demográfica na região do POD

41,23 42,67 42,85 43,03 4,36%

Fonte: IPARDES.

A tabela 7 apresenta a evolução da quantidade da população, conforme a

População em Idade Ativa (PIA) e População Economicamente Ativa (PEA). Os

dados fornecidos pelo IPARDES e coletados pelo IBGE, demonstra que entre os

anos de 2010 e 2014 houve um crescimento de 13,90% na PIA e 19,04% na PEA.

Tabela 7: Evolução do número da população ocupada, em idade ativa eeconomicamente ativa na região de abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento entre 1991 a 2010.

AnoPopulaçãoOcupada -

Rural

PopulaçãoOcupada -

Urbana

PopulaçãoCensitária

PIA (10anos emais)

PEA (10anos emais)

PopulaçãoOcupada

1991 - - 1.074.818 825.595 447.106 -

2000 108.713 410.461 1.204.127 968.054 596.353 519.173

2010 114.483 560.636 1.286.171 1.102.589 709.901 675.115

Crescimento (∆%)∆% (2010-

2014)5,31% 36,59% 6,81% 13,90% 19,04% 30,04%

Fonte: IPARDES.

A análise das características dos domicílios da região do Programa Oeste em

Desenvolvimento, tabela a seguir, apresenta os dados disponibilizados pelo Censo

Demográfico do IBGE para 2000 e 2010. As informações abrangem os Domicílios

Particulares Permanentes de acordo com a classificação: Próprio, Alugado, Cedido

ou Outra Condição.

Destarte, durante o período de 2000 a 2010 observa-se o grande crescimento

na quantidade de domicílios alugados, com uma variação de 67,57%. Esta classe de

domiciliar foi a única que obteve um aumento acima do crescimento da total de

domicílios particulares permanentes de 24,05%. Todavia, a quantidade de domicílios

34

próprios continua predominando, com uma representatividade de 68,33% dos

279.539 domicílios particulares da região.

Tabela 8: Número de domicílios na região de abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento entre 2000 a 2010.

Característica do domicílio 2000 2010 ∆%(2000-2010)Domicílios Particulares Permanentes - Total 329.784 409.110 24,05%Domicílios Particulares Permanentes - Próprio 235.679 279.539 18,61%Domicílios Particulares Permanentes - Alugado 52.291 87.624 67,57%Domicílios Particulares Permanentes - Cedido 38.120 39.527 3,69%Domicílios Particulares Permanentes - Outra Condição 3.694 2.420 -34,49%

Fonte: IPARDES.

Segundo os dados do Censo 2010, a população da total da região do POD

representa cerca de 12,31% da população estadual. E, conforme a tabela 9 os 10

municípios mais populosos são Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido

Rondon, Medianeira, Assis Chateaubriand, Guaíra, Quedas do Iguaçu, Palotina e

São Miguel do Iguaçu.

A população da região do POD em 2010 era composta por cerca de 84,59%

urbana e 15,41% rural, sendo que os municípios com uma concentração acima de

90% de população urbana são respectivamente Foz do Iguaçu, Cascavel, Guaíra e

Toledo. As cidades de São Miguel do Iguaçu e Quedas do Iguaçu apresentam a

maior participação de população rural na região, com 36,03% e 31,43%

proporcionalmente.

Tabela 9: As 10 cidades mais populosas da região de abrangência do ProgramaOeste em Desenvolvimento em 2010.

MunicípioPopulação

Censitária UrbanaPopulação

Censitária RuralPopulação

Censitária TotalCascavel 270.049 16.156 286.205Foz do Iguaçu 253.962 2.126 256.088Toledo 108.259 11.054 119.313Marechal Cândido Rondon 39.147 7.672 46.819Medianeira 37.390 4.427 41.817Assis Chateaubriand 29.013 4.012 33.025Guaíra 28.206 2.498 30.704Quedas do Iguaçu 20.987 9.618 30.605Palotina 24.646 4.037 28.683São Miguel do Iguaçu 16.485 9.284 25.769

35

População da região doPOD

1.088.027 198.144 1.286.171

Fonte: IPARDES.

A tabela a seguir apresenta os cinco municípios com a maior variação

populacional positiva e negativa entre os anos de 2000 e 2010, conforme os dados

censitários. As cidades com variação positiva apresentaram crescimento da

população urbana seguido pela diminuição populacional rural, com exceção de

Itaipulândia e Pato Bragado que tiveram um aumento em ambas as populações.

Porém, os municípios Brasilândia do Sul, Guaraniaçu e Formosa do Oeste

tiveram variação negativa da população total, urbana e rural. Sendo que, apesar a

queda da população total entre 2000 e 2010, as cidades de Campo Bonito e

Lindoeste obtiveram um crescimento de 1,33% e 0,01% da população urbana.

Tabela 10: Os 5 municípios com maior variação populacional no ano de 2010.

MunicípioPopulacional -

Rural (%)Populacional - Urbana (%)

Populacional - Total(%)

∆% Positiva

Itaipulândia 3,36 2,35 2,82

Cafelândia -1,13 3,74 2,78

Toledo -1,05 2,34 1,97

Pato Bragado 0,7 2,48 1,76Entre Rios do Oeste

-0,4 2,87 1,67

∆% Negativa

Brasilândia do Sul -3,84 -0,82 -1,9

Guaraniaçu -2,88 -0,4 -1,64

Campo Bonito -4,41 1,33 -1,5

Formosa do Oeste -3,64 -0,12 -1,48

Lindoeste -2,52 0,01 -1,48Fonte: IPARDES.

No estado do Paraná o serviço de água e esgoto é fornecido pela Companhia

de Saneamento do Paraná (Sanepar), fundada em 1951, é a principal responsável

pela expansão e manutenção da infraestrutura de saneamento básico. Os dados

fornecidos pelo IPARDES sobre o número de unidades atendidas com água e esgoto

apontam que entre 2010 e 2014 houve uma evolução na quantidade atendida.

Em 2014, aproximadamente 408.442 residências foram atendidas, a tabela a

seguir apresenta o panorama para os anos de 2010 a 2014.

36

Tabela 11: Evolução no número de unidades atendidas com água e esgoto na regiãode abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Tipo de Unidade 2010 2011 2012 2013 2014 ∆% (2010-2014)Unidades Atendidas Residenciais 358.657 369.066 385.090 400.274 408.442 13,88%Unidades Atendidas Comerciais 30.304 31.371 32.221 33.951 35.218 16,22%Unidades Atendidas Industriais 1.367 1.468 1.559 1.677 1.742 27,43%Unidades Atendidas na UtilidadePública

2.739 2.838 2.905 2.979 3.030 10,62%

Unidades Atendidas no Poder Público 3.101 3.244 3.372 3.455 3.540 14,16%Fonte: IPARDES.

Tabela 12: Os 10 municípios com maior número de vítimas de homicídio doloso naregião de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Município 2012 2013 2014 ∆%(2012-2014)Foz do Iguaçu 165 119 90 -45,45%Cascavel 148 95 77 -47,97%Guaíra 29 20 18 -37,93%Medianeira 10 12 14 40,00%Toledo 27 19 14 -48,15%Santa Helena 20 12 10 -50,00%Ubiratã 7 4 10 42,86%Marechal Cândido Rondon 9 7 9 0,00%Capitão Leônidas Marques 3 1 6 100,00%Matelândia 8 6 6 -25,00%

Fonte: IPARDES.

PANORAMA SOCIAL

Na Tabela 13 observa-se que a região Oeste apresenta um aumento na oferta

de docentes, que conforme os dados de 2007, era de 28.582 e atingiu 34.228

docentes em 2013. A esfera administrativa segmenta os docentes em Rede Federal,

Rede Estadual, Rede Municipal e Rede Particular.

Tabela 13: Número de docentes por esfera administrativa na região de abrangênciado Programa Oeste em Desenvolvimento.

Esfera Administrativa 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Docentes - Rede Federal 44 50 65 79 71 112 107

Docentes - Rede Estadual 5.854 6.334 6.611 6.903 6.982 7.087 7.144

Docentes - Rede Municipal 6.014 6.119 6.214 6.273 6.643 6.948 7.006

Docentes - Rede Particular 2.829 2.831 2.790 2.830 2.939 3.198 3.373Total de docentes 28.582 29.679 30.332 31.188 32.292 33.595 34.228Fonte: IPARDES.

37

Tabela 14 são apresentadas as informações referentes a oferta da Educação

Básica na região do POD. Segundo os dados do Ministério da Educação (MEC), a

região possuía 1.152 estabelecimentos em 2010 e 1.194 estabelecimentos de

Educação Básica em 2014. Vale esclarecer que a tabela a seguir considera a oferta

de etapas de Educação Básica, sendo que um estabelecimento pode ofertar mais de

uma etapa simultaneamente.

Tabela 14: Evolução da oferta de Educação Básica nos estabelecimentos de ensinona região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Etapas da Educação Básica 2010 2011 2012 2013 2014 2010-2014

Com Creche 307 319 331 331 347 13,03%

Pré-Escolar 534 564 564 586 583 9,18%

Fundamental 801 798 797 792 789 -1,50%

Médio 266 271 277 280 280 5,26%

Com Educação Profissional Técnica 46 44 46 50 53 15,22%

Com Educação de Jovens e Adultos 101 98 99 97 91 -9,90%Fonte: IPARDES.

A tabela a seguir apresenta o número de professores que atuam nas etapas

da Educação Básica, considerando que o profissional pode atuar em mais de uma

etapa. Destarte, a região de abrangência do POD possui 17.607 professores no ano

de 2014, que atuam nas etapas do Ensino Básico, representando um crescimento

de 16,58% com base em 2010.

Tabela 15: Evolução do número de docentes por função na região de abrangênciado Programa Oeste em Desenvolvimento.Funções Docentes 2010 2011 2012 2013 2014 ∆% (2010-2014)

Ensino Médio 5.145 5.319 5.408 5.225 5.440 5,73%Educação Infantil 3.084 3.484 3.769 3.773 4.412 43,06%Educação Profissional 529 635 639 734 843 59,36%Creche 1.578 1.917 2.192 2.137 2.490 57,79%Ensino Fundamental 9.889 9.975 10.082 10.193 10.565 6,84%Pré-Escola 1.571 1.664 1.674 1.771 2.103 33,86%

Fonte: IPARDES.

O Ideb foi criado pelo Inep em 2007, em uma escala de zero a dez,

considerando metas bienais o indicador combina informações de desempenho em

exames padronizados (Prova Brasil ou Saeb) – obtido pelos estudantes ao final das

etapas de ensino (4ª e 8ª séries do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio)

38

– com informações sobre rendimento escolar (aprovação). Os dados consultados

demonstra que as médias das notas obtidas pelos alunos da região do POD está

superando as metas estabelecidas para o Paraná em 2009, 2011 e 2013.

Tabela 16: Notas dos alunos do ensino fundamental da rede pública no IDEB daregião de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento).Período 2009 2011 2013 ∆%(2009-2013)Região do POD - Anos iniciais 5,49 5,55 5,98 8,93%Paraná - Anos iniciais 5,30 5,40 5,80 9,43%Meta Estadual – Anos iniciais 5,00 5,40 5,60 -Região do POD - Anos finais 4,40 4,35 4,42 0,56%Paraná - Anos finais 4,10 4,10 4,10 -Meta Estadual – Anos finais 3,70 4,00 4,40 -

Fonte: IPARDES.

Tabela a seguir apresenta o número de matrículas da Educação Básica na

região do POD, apontando a ampliação na procura da etapa de Educação

Profissional em 50,66% entre 2010 e 2014, os dados demonstram que o número de

matrículas passou de 5.063 em 2010 para 7.628 em 2014.

Tabela 17: Número de matrículas de alunos em instituições de ensino na região deabrangência da região do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Matrículas 2010 2011 2012 2013 2014∆%(2010-

2014)Creche 16.279 20.575 22.457 21.795 22.147 36,05%Pré-Escola 23.706 24.211 25.672 26.119 29.328 23,72%Educação Infantil 39.985 44.786 48.129 47.985 51.573 28,98%Ensino Fundamental 203.52

0195.17

8189.35

3186.20

3182.20

7-10,47%

Ensino Regular 312.224

308.805

306.133

302.435

302.725

-3,04%

Ensino Médio 63.656 62.959 62.758 61.603 61.317 -3,67%Educação Profissional 5.063 5.882 5.893 6.715 7.628 50,66%Educação de Jovens eAdultos (EJA)

20.429 17.980 18.776 18.015 19.014 -6,93%

Fonte: IPARDES.

Com relação à oferta de vagas, matrículas e concluintes do Ensino Superior

no ano de 2012, a tabela a seguir apresenta as informações sobre a região Oeste,

conforme os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio

Teixeira (INEP), que estabelece como grandes áreas de conhecimento: Agricultura e

veterinária; Ciências sociais, negócios e direito; Ciências, matemática e computação;

39

Educação; Engenharia, produção e construção; Humanidades e artes; Saúde e bem-

estar social; e Serviços.

Tabela 18: Número de alunos nas instituições de ensino superior da região deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012.Área do Curso Vagas Matrículas ConcluintesAgricultura e veterinária 1.280 3.373 406Ciências sociais, negócios e direito. 12.083 18.858 3.873Ciências, matemática e computação. 2.728 3.147 611Educação 5.747 6.823 1.642Engenharia, produção e construção. 3.332 7.118 722Humanidades e artes 525 516 133Saúde e bem estar social 3.333 5.209 1.145Serviços 1.558 1.598 510

Total Geral 30.586 46.642 9.042Fonte: IPARDES.

O número de cursos por área de conhecimento, segundo os dados para 2012

do INEP, demonstra que a região do POD possui uma representatividade de 15% da

oferta de cursos do ensino superior do Estado. Dentre as áreas de conhecimento

que se destacam pela representatividade, estão os cursos de Serviços (23%),

Agricultura e veterinária (18%) e Ciências, matemática e computação (17%),

conforme a tabela a seguir.

Tabela 19: Número de cursos nas instituições de ensino superior da região deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012.

Número de Cursos POD ParanáAgricultura e veterinária 16 88Ciências sociais, negócios e direito. 106 683Ciências, matemática e computação. 38 223Educação 67 481Engenharia, produção e construção. 42 281Humanidades e artes 9 114Saúde e bem-estar social 43 269Serviços 19 83

Total Geral 340 2.222Fonte: INEP.

A distribuição desta oferta de cursos por categoria administrativa (Privada

com fins lucrativos, Privada sem fins lucrativos, Pública Estadual e Pública Federal)

consta na tabela 20. Os dados coletados indicam uma concentração de 70% dos

40

cursos em instituições de ensino superior da esfera privada, com 237 cursos da

região do POD.

As instituições públicas da esfera Estadual têm grande participação nos

cursos da área de Educação (34%), Agricultura e veterinária (25%) e Saúde e bem-

estar social (19%), enquanto que a participação dos cursos oferecidos pela esfera

Federal destacam-se as áreas de Humanidades e artes (44%), Engenharia,

produção e construção (40%), Agricultura e veterinária (25%) e Ciências,

matemática e computação (24%). Número de cursos por categoria administrativa na

região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2012.

Tabela 20: Número de matrículas de alunos em instituições de ensino na região deabrangência da região do Programa Oeste em Desenvolvimento.

CursosPrivadacom fins

lucrativos

Privadasem fins

lucrativos

PúblicaEstadual

PúblicaFederal

TotalGeral

Agricultura e veterinária 4 4 4 4 16

Ciências sociais, negócios e direito 46 43 12 5 106Ciências, matemática e computação

10 15 4 9 38

Educação 26 15 23 3 67Engenharia, produção e construção

9 12 4 17 42

Humanidades e artes 1 3 1 4 9

Saúde e bem-estar social 13 22 8 43

Serviços 3 11 2 3 19

Total Geral 112 125 58 45 340Fonte: INEP.

A tabela a seguir apresenta a relação de cursos da região de abrangência do

Programa Oeste em Desenvolvimento, conforme o tipo de formação: Bacharelado,

Licenciatura e Tecnológico, sendo que a formação de Bacharelado tem maior

participação com 210 cursos em 2012.

Tabela 21: Cursos por tipo de formação na região de abrangência do ProgramaOeste em Desenvolvimento em 2012.Cursos Bacharelado Licenciatura Tecnológico Total Geral

Agricultura e veterinária 13 - 3 16Ciências sociais, negócios e direito

88 - 18 106

Ciências, matemática e computação

26 - 12 38

Educação - 67 - 67Engenharia, produção e 31 - 11 42

41

construção

Humanidades e artes 7 - 2 9

Saúde e bem-estar social 42 - 1 43

Serviços 3 - 16 19

Total Geral 210 67 63 340Fonte: INEP.

GEOGRAFICO

A região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento está

localizada, em sua maior parte, na mesorregião Oeste Paranaense. Situa-se no

Terceiro Planalto Paranaense e abrange uma área de 2.290.859 hectares, que

corresponde a cerca de 11,5% do território estadual. Esta região faz fronteira com a

Argentina e o Paraguai e possui como principais divisas os rios Piquiri, Paraná e

Iguaçu.

A mesorregião Oeste está totalmente localizada no Terceiro Planalto sendo

constituído por derrames basálticos, com conformação de paisagem uniforme,

determinada pelas formas de pequenos planaltos, planaltos pouco elevados (em

geral, arenosos) e pelas extensas várzeas do rio Paraná. É limitado pela Serra da

Esperança, que o separa do Segundo Planalto. A alteração das rochas basálticas,

associada ao clima da região, deu origem aos solos do tipo terra roxa, dentre os

quais ressaltamos três tipos: latossolo roxo, que fica sujeito à erosão; terra roxa

estruturada, com solos profundos, argilosos, bem drenados e com elevada fertilidade

natural; e litólicos, solos pouco profundos e muito suscetíveis à erosão.

Na maior parte do território, em locais de menores altitudes, ocorre o clima

Subtropical Úmido Mesotérmico, de verões quentes, geadas pouco frequentes e

chuvas com tendência de concentração nos meses de verão. Apresenta as

seguintes médias anuais: temperatura dos meses mais quentes, superior a 22 ºC, e

dos meses mais frios, inferior a 18 ºC; chuvas entre 1.300 e 1.700 mm; e umidade

relativa do ar de 75%, sem deficiência hídrica. Em locais de maiores altitudes, de

menor abrangência territorial, em áreas ao longo do eixo da rodovia BR-277 e dos

principais divisores d'água, ocorre o clima Subtropical Mesotérmico, de verões

frescos e inverno com geadas severas e frequentes, sem estação seca, com as

seguintes médias anuais: temperatura dos meses mais quentes, inferior a 22 ºC, e

42

dos meses mais frios, inferior a 18 ºC; chuvas entre 1.700 e 1.800 mm; e umidade

relativa do ar de 80%, sem deficiência hídrica.

A região encontra-se nos domínios fitogeográficos de dois biomas distintos: a

Floresta de Araucária ou Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Estacional

Semidecidual. Considerando-se a pressão por desmatamento exercida sobre os

recursos florestais, inicialmente para fins madeireiros, e para uso agrícola em etapa

posterior, restaram de cobertura florestal cerca de 264,4 mil ha, que correspondem a

12% da cobertura vegetal original existente na região. Deste estoque florestal ainda

existente, 78% são remanescentes da Floresta Estacional Semidecidual,

representados, quase que integralmente, pela cobertura vegetal existente no Parque

Nacional do Iguaçu. Os 22% restantes são remanescentes de Floresta de Araucária

que ocorrem de maneira descontínua e pontual no território onde, anteriormente, era

dominante. Com relação aos aspectos ecológicos, a região destaca-se por ser de

contato e transição entre os biomas da Floresta Ombrófila Mista e da Floresta

Estacional Semidecidual, configurando-se como local natural de tensão e de

vulnerabilidade ecológica e de grande variabilidade de estoques genéticos.

O total das florestas presentes nesta região representa 10% da cobertura

vegetal existente atualmente no Estado, posicionando-a em quarto lugar, na

contribuição de cobertura florestal do Estado, logo após a Região Metropolitana de

Curitiba, em primeiro lugar; a Centro-sul, sem segundo; e, em terceiro lugar, a

mesorregião Centro-oriental.

A região destaca-se ainda em termos de conservação ambiental, pela

presença do Parque Nacional do Iguaçu, que lhe confere uma área de 185,3 mil ha

de florestas nativas, com a dominância da Floresta Estacional Semidecidual. A

proteção dos biomas da região é contemplada, também, pela presença do Programa

de Recuperação Ambiental de Biomas – Projeto Paraná Biodiversidade, o qual

possui, na região, dois corredores de atuação, o Corredor Caiuá-Ilha Grande e o

Iguaçu-Paraná, sendo que as áreas legalmente protegidas e de implantação de

programas de recuperação estão concentradas na Floresta Estacional Semidcidual.

A região possui 51 unidades de Conservação, sendo que, destas, 45 são

unidades de conservação pertencentes à categoria de proteção integral, destinada à

preservação da natureza, e seis são unidades de preserrvação da categoria de uso

sustentável, com o objetivo de compatibilizar a conservação da natureza ao uso

sustentável. As unidades de conservação totalizam uma área de 232,9 mil ha,

43

correspondendo a 88% da área total de cobertura vegetal da mesorregião Oeste.

Diante destes quadros das unidades de conservação, em termos de ecossistemas

protegidos, observa-se que o bioma da Floresta Estacional Semidecidual possui

86% de sua área legalmente protegida, e o bioma da Floresta Ombrófila Mista, de

menor abrangência territorial, apresenta apenas 14% de sua área legalmente

protegida.

Com relação ao relevo, 50% da área da mesorregião Oeste está

compreendida no intervalo de declividade que vai de 0% a 10% (até 6º),

correspondente a um relevo de plano a suavemente ondulado. São áreas aptas à

agricultura mecanizada e não-mecanizada, bem como à pecuária e ao

reflorestamento. Neste intervalo ocorrem áreas inundáveis, o que limita o uso

agrícola das terras, restringindo o emprego de máquinas agrícolas. O intervalo de

declividade de 10% a 20% (até 12º) corresponde a 40% da área da mesorregião,

com relevo ondulado, onde as áreas são aptas à agricultura não-mecanizada, á

pecuária e ao reflorestamento. Nestas áreas a agricultura mecanizada possui

limitações, devido a riscos de erosão do solo, demandando, portanto, práticas

conservacionistas quando utilizadas na agricultura. Os 10% restantes da área

correspondem aos intervalos de declividade de 20% a 45% (até 24º) e maior que

45% (acima de 25º), onde o relevo é fortemente ondulado, com áreas inaptas à

agricultura mecanizada, restrições severas à agricultura não-mecanizada e

restrições moderadas à pecuária e ao reflorestamento. Cabe ressaltar que terrenos

acima de 45% são adequados apenas à prática do manejo florestal.

Relativamente ao uso potencial para fins agrícolas, esta região possui 75% da

sua área com predomínio de solos férteis dos tipos bom e regular. São solos

potencialmente aptos para a produção agrícola, ocupados, atualmente, por culturas

cíclicas de soja, milho e trigo e, secundariamente, por pastagens plantadas.

Enquadram-se nestas categorias os tipos de solo com fertilidade boa e regular e

com pouca suscetibilidade à erosão associado às baixas declividades dos terrenos,

de 0% a 20%. Estes tipos de solo possibilitam a aplicação de práticas agrícolas com

alto nível tecnológico, envolvendo a aplicação intensiva de insumos, e o

melhoramento e conservação das condições das terras e das lavouras. A

motomecanização está presente nas diversas fases da operação agrícola,

principalmente nos municípios de Guaíra, Palotina, Marechal Cândido Rondon,

Toledo e Cascavel.

44

Figura 2: Cultivo de Milho. Região de Abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil.

Na porção leste da mesorregião, que abrange desde os municípios de

Braganey, Guaraniaçu, até Boa Vista da Aparecida, os quais representam cerca de

15% da mesorregião, há um predomínio de áreas restritas ao uso agrícola, devido à

declividade de 20% a 45%, podendo ocasionar problemas de erosão acentuadas

caso fossem utilizadas para fins agrícolas e urbanos.

45

Figura 3: Cultivo de Soja. Região de Abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil.

O grande potencial hídrico da região, caracterizado pela presença de duas

grandes bacias hidrográficas, dos rios Paraná e Iguaçu, com curso parcial nos

limites da mesma, foi determinante para o seu desenvolvimento econômico. As

grandes corredeiras e os saltos de 70 m do rio Iguaçu são os formadores das

Cataratas do Iguaçu. O rio Paraná, com extensão total de 4.695 km, destaca-se pela

presença da barragem de Itaipu, destinada a acumular água para geração de

energia.

46

Figura 4: Rios. Região de Abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil.

Figura 5: Bacia Hidrográfica. Região de Abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil.

47

Com relação às águas, os índices de Qualidade das Águas indicam, para o

reservatório de Itaipu e alguns afluentes de sua margem esquerda, 15 pontos de

monitoramento com índices de qualidade de água considerado moderadamente

comprometido/qualidade boa, e 12 pontos que se apresentam com índice de

qualidade de água pouco comprometida/qualidade muito boa. Já os rios Iguaçu e

Piquiri apresentam um índice de qualidade de água moderadamente

comprometido/qualidade boa.

Figura 6: Produção Suínos. Região de Abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil.

48

Figura 7: Produção Aves: frango. Região de Abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil.

Figura 8: Produção de Peixes: tilápia. Região de Abrangência do Programa Oesteem Desenvolvimento.

Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), Fundação Parque Tecnológico Itaipu - Brasil.

49

PANORAMA ECONÔMICO

Com o objetivo de retratar o a dinâmica econômica da região de abrangência

do Programa Oeste em Desenvolvimento, este capítulo apresenta as principais

informações econômicas da região.

Os dados referentes aos números de empregos formais na região, fornecidos

pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) indica um crescimento no

número de empregos formais gerados entre 2009 e 2014. O comparativo entre esse

período – tabela 22 – demonstra os municípios que obtiveram a maior variação no

crescimento de 2009 a 2014, dentre eles está Ubiratã, Boa Vista da Aparecida,

Itaipulândia, Santa Tereza do Oeste e Matelândia. Estes municípios apresentaram

uma variação superior a 60% no período.

Tabela 22: Municípios com maior variação no número de empregos na área deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2009-2014.

Localidade 2009 2010 2011 2012 2013 2014 ∆% (2009-2014)Ubiratã 3.018 3.304 3.582 3.886 4.612 5.850 93,84%Boa Vista da Aparecida 519 778 826 882 887 917 76,69%Itaipulândia 1.381 1.646 1.849 1.710 2.318 2.383 72,56%Santa Tereza do Oeste 1.362 1.500 2.038 1.952 2.095 2.270 66,67%Matelândia 4.435 5.249 5.650 6.100 6.569 7.254 63,56%

Fonte: IPARDES.

Contudo, os 10 municípios que possuem o maior número de empregos

formais em 2014 estão descritos na Tabela a seguir. Ao todo a região em 2014

possuía 363.363 empregos formais, sendo que 58,77% desses empregos estão

distribuídos entre os municípios de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo.

Tabela 23: Os 10 principais municípios em número de empregos na área deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2014.

Localidade 2009 2010 2011 2012 2013 2014∆% (2009-

2014)Cascavel 79.661 87.146 92.463 94.767 100.229 103.769 30,26%Foz do Iguaçu 47.185 51.017 55.190 58.701 61.377 62.365 32,17%

Toledo 35.563 38.994 41.799 37.187 45.965 47.414 33,32%Medianeira 11.695 12.806 13.942 15.061 17.001 17.901 53,07%Marechal CândidoRondon

13.405 13.798 14.229 14.320 14.908 15.425 15,07%

Palotina 9.468 9.564 10.028 10.092 10.754 11.266 18,99%Cafelândia 8.953 9.168 9.745 10.000 10.405 11.175 24,82%

50

Matelândia 4.435 5.249 5.650 6.100 6.569 7.254 63,56%São Miguel doIguaçu

4.437 4.637 5.299 5.569 6.003 6.238 40,59%

Quedas do Iguaçu 4.510 5.003 5.199 5.325 5.833 5.910 31,04%

Total de empregosna região do POD

276.200

298.662 319.206 324.094 350.733 363.363 31,56%

Fonte: RAIS.

A Tabela a seguir apresenta o número de estabelecimentos divididos em:

Indústria, Construção civil, Comércio, Serviços e Agropecuária. Os dados são

referente ao ano 2014 e apresenta os municípios que são destaque na região, este

conjunto de municípios representam cerca de 72% do total de estabelecimentos da

região de abrangência do POD.

Tabela 24: Número de estabelecimentos na região de abrangência do ProgramaOeste em Desenvolvimento – 2014.

Município IndústriaConstrução

CivilComércio Serviços Agropecuária Total

Cascavel 1.213 952 4.238 3.680 565 10.648

Foz do Iguaçu 396 451 3.156 2.948 99 7.050

Toledo 612 533 1.640 1.527 357 4.669Marechal Cândido

Rondon254 170 824 602 166 2.016

Medianeira 181 176 635 569 98 1.659

Palotina 154 95 430 384 196 1.259

Assis Chateaubriand 102 36 450 235 214 1.037

São Miguel do Iguaçu 110 152 306 219 160 947

Santa Helena 105 150 292 220 78 845

Guaíra 86 23 379 253 64 805Fonte: IPARDES.

A tabela 25 apresenta o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios que

tiveram o maior crescimento entre 2010 e 2012. O PIB é disponibilizado pelo

IPARDES e retrata a soma da produção de todos os bens e serviços finais dos

municípios da região do POD, dentre os quais se destacam Nova Aurora, Iguatu e

Anahy que apresentaram um crescimento de 57,00%, 53,62% e 52,36%

respectivamente entre o ano de 2009 e 2012.

51

Tabela 25: Os 10 municípios com maior crescimento do produto interno bruto dosmunicípios de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Município/Ano2010 (R$1.000,00)

2011 (R$ 1.000,00)2012 (R$1.000,00)

∆% (2010-2012)

Nova Aurora 209.656 261.493 329.155 57,00%

Iguatu 31.812 39.668 48.871 53,62%

Anahy 43.103 49.881 65.671 52,36%

Braganey 76.560 99.283 113.941 48,83%

Ubiratã 349.614 388.583 519.471 48,58%

Serranópolis do Iguaçu 75.393 90.095 107.809 43,00%

Campo Bonito 71.979 89.277 101.013 40,34%

Cafelândia 506.824 602.302 708.255 39,74%

Ouro Verde do Oeste 73.808 89.092 101.616 37,68%

Mercedes 90.255 101.525 123.513 36,85%

Fonte: IPARDES.

No entanto, a tabela 26 apresenta os 10 maiores PIB municipais da região do

POD no ano de 2012, constatou que Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo, Marechal

Cândido Rondon, Palotina, Medianeira, Cafelândia, Assis Chateaubriand, São

Miguel do Iguaçu e Quedas do Iguaçu representam 74,06% do PIB da região de

abrangência do POD. Dentre esses municípios, o que obteve o maior crescimento

no período analisado foi Cafelândia com a variação de 39,74% entre 2010 e 2012, e

a cidade com menor crescimento do PIB foi Quedas do Iguaçu com 0,02%.

Tabela 26: Os 10 maiores Produto Interno Bruto dos municípios de abrangência doPrograma Oeste em Desenvolvimento em 2012.

Município/Ano2010 (R$1.000,00)

2011 (R$1.000,00)

2012 (R$1.000,00)

∆% (2010-2012)

Foz do Iguaçu 6.732.437 7.604.841 7.771.320 15,43%

Cascavel 5.257.016 6.002.063 6.282.718 19,51%

Toledo 2.472.031 2.624.774 2.785.246 12,67%

Marechal Cândido Rondon

1.052.138 1.154.040 1.214.396 15,42%

Palotina 964.610 986.278 1.125.339 16,66%

Medianeira 741.091 839.212 906.413 22,31%

Cafelândia 506.824 602.302 708.255 39,74%

Assis Chateaubriand 600.760 642.895 705.850 17,49%

São Miguel do Iguaçu 529.450 575.879 620.157 17,13%

Quedas do Iguaçu 575.394 625.109 575.526 0,02%

PIB da região de abrangência do POD

25.837.461 28.948.161 30.643.384 18,60%

52

Fonte: IPARDES.

Ainda considerando a soma da produção de produtos e serviços finais dos

municípios, a tabela a seguir demonstra os valores desta produção divididos pela

população do respectivo município, obtendo-se assim, o PIB per capita. Esse valor

médio per capita analisado para as cidades da região do POD, a tabela 27, destaca

os municípios com maior PIB per capita dentre eles Cafelândia, Palotina, Maripá,

Foz do Iguaçu, Capitão Leônidas Marques e Brasilândia do Sul com os maiores

valores da região.

O município de Capitão Leônidas Marques apresentou uma variação negativa

de 8,19%, comparado os valores de 2010 e 2012. Entretanto, Nova Aurora e

Cafelândia tiveram a maior variação positiva dentre os municípios analisados, sendo

de 60,62% e 34,85% no período.

Tabela 27: PIB per Capita dos municípios da região de abrangência do ProgramaOeste em Desenvolvimento.

Município/Ano 2010 2011 2012 ∆% (2010-2012)

Cafelândia 34.567 40.334 46.614 34,85%

Palotina 33.630 34.119 38.641 14,90%

Maripá 28.954 33.442 34.852 20,37%

Foz do Iguaçu 26.290 29.718 30.390 15,60%Capitão Leônidas

Marques33.051 36.928 30.343 -8,19%

Brasilândia do Sul 24.802 29.064 30.173 21,66%

Céu Azul 25.708 27.557 28.628 11,36%

Nova Aurora 17.669 22.293 28.380 60,62%

Entre Rios do Oeste 23.683 27.024 27.780 17,30%

Quatro Pontes 23.317 24.955 26.984 15,73%Fonte: IPARDES.

A Tabela 28 apresenta o Valor Adicionado Fiscal (VAF) para os principais

setores da região do POD, segundo o IPARDES, o VAF de um município está

relacionado ao valor que se acrescenta (adiciona) nas operações de entradas/saídas

de mercadorias e/ou prestações de serviços de transporte e de comunicação em seu

território, em determinado ano civil. Os dados coletados no IPARDES demonstram

que na região os setores que mais cresceram foram de “Indústrias Extrativas” e

“Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados”. Estes dois setores

obtiveram entre os anos de 2010 e 2012 um crescimento de 131,30% e 95,77%

53

respectivamente. O VAF do setor de “Indústrias Extrativas” passo de 16.768.558,00

em 2010 para 38.786.269,00 em 2012, e o VAF do setor de “Atividades Financeiras,

de Seguros e Serviços Relacionados” era de 13.465,00 em 2010 e atingiu 26.361,00

em 2012.

Contudo, os setores que tem maior representatividade na região são

“Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura”, “Comércio;

Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas” e “Indústrias de Transformação”

que representam aproximadamente 70% do Valor Adicionado Fiscal dos setores

econômicos da região do POD.

Tabela 28: Valor Adicionado Fiscal dos setores econômicos da região deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Valores 2010 R$1,00)2011

(R$1,00)

2012

(R$1,00)2013 (R$1,00)

∆%

(2010-

2012)Agricultura,

Pecuária, Produção

Florestal, Pesca e

Aquicultura

6.785.644.18

5

8.516.161.61

6

9.510.976.44

6

10.605.833.81

756,30%

Indústrias Extrativas 16.768.558 18.679.178 31.535.143 38.786.269131,30

%Indústrias de

Transformação

2.868.484.80

4

3.525.454.45

8

3.717.466.70

35.043.889.967 75,84%

Eletricidade e Gás4.126.625.74

7

4.185.101.69

1

4.767.330.65

54.884.383.688 18,36%

Água, Esgoto,

Atividades de Gestão

de Resíduos e

Descontaminação

108.168.065 125.012.025 155.607.523 176.547.794 63,22%

Construção 16.920.897 14.158.860 19.127.833 18.297.765 8,14%Comércio;

Reparação de

Veículos

Automotores e

Motocicletas

3.570.268.42

0

4.572.224.23

1

4.603.143.24

66.214.369.102 74,06%

Transporte,

Armazenagem e

Correio

988.385.0121.129.338.18

4

1.099.070.94

21.440.153.023 45,71%

Alojamento e

Alimentação 114.048.643 149.467.019 180.064.664 199.474.080 74,90%

Informação e

Comunicação 656.351.976 659.191.016 710.436.512 666.058.228 1,48%

54

Atividades

Financeiras, de

Seguros e Serviços

Relacionados.

13.465 18.222 14.628 26.361 95,77%

Atividades

Profissionais,

Científicas e

Técnicas.

339.934 148.750 248.605 426.018 25,32%

Atividades

Administrativas e

Serviços

Complementares

1.104.121 1.172.819 1.251.324 1.681.468 52,29%

Educação 11.117 7.211 8.839 15.379 38,34%Saúde Humana e

Serviços Sociais 187.280 417.736 243.374 318.182 69,90%

Artes, Cultura,

Esporte e

Recreação.

8.694.140 11.400.934 16.939.305 9.633.688 10,81%

Outras Atividades de

Serviços 1.368.723 1.356.350 1.563.221 2.202.653 60,93%

Fonte: IPARDES.

Analisando o VAF por municípios podem-se observar os que apresentaram o

maior percentual de crescimento no período de 2009 a 2012 foram Matelândia com

188%, Medianeira com 131%, Palotina com 112%, Assis Chateaubriand com 106% e

Cafelândia com 105%. A tabela a seguir apresenta os municípios com maior VAF da

região de abrangência do POD.

55

Tabela 29: Valor Adicionado Fiscal por município na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Município2009

(R$1,00)2010

(R$1,00)2011

(R$ 1,00)2012

(R$1,00)2013

(R$1,00)∆% (2009-2013)

Foz do Iguaçu 4.420.833.247 4.248.084.421 4.411.975.623 5.087.792.659 5.544.772.276 25%Cascavel 2.734.767.230 3.225.874.238 3.903.285.749 4.187.161.279 4.791.559.950 75%Toledo 1.970.544.441 2.103.753.501 2.404.085.313 2.750.595.067 3.214.102.188 63%Marechal C. Rondon 699.776.142 847.586.092 1.039.802.437 1.040.179.009 1.287.960.481 84%Palotina 547.790.735 677.322.122 860.343.054 841.436.039 1.162.598.049 112%Medianeira 398.462.025 518.187.250 648.479.766 732.582.036 921.172.744 131%Assis Chateaubriand 436.030.565 600.662.304 697.111.489 719.579.780 899.430.916 106%Cafelândia 406.093.255 466.391.359 760.367.330 690.408.385 834.227.597 105%São Miguel do Iguaçu 355.250.775 412.250.412 484.780.728 465.419.185 618.875.990 74%Matelândia 202.183.810 257.383.045 323.840.612 346.211.550 582.139.441 188%Fonte: IPARDES.

56

Ao examinar o rendimento médio da região, evidencia-se que houve um

crescimento de 65,24% no período de 2009 a 2014, passando de R$904,13 em

2009 para R$1.493,96 em 2014. Os 10 municípios com os maiores rendimentos

médios em 2014, estão na Tabela 30, observa-se que com exceção de Foz do

Iguaçu e Maripá, os demais apresentaram um crescimento de 2009 a 2014, superior

a média da região do POD. A cidade com a maior variação no mesmo período de

análise foi Santa Tereza do Oeste (83,86%) e a com menor foi Foz do Iguaçu

(52,58%).

Tabela 30: Os 10 municípios com maiores rendimentos médio na região deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Município2009

(R$1,00)2010

(R$1,00)2011

(R$1,00)2012

(R$1,00)2013

(R$1,00)

2014(R$1,00

)

∆%(2009-2014)

Foz do Iguaçu 1.281,17 1.358,83 1.459,89 1.608,66 1.800,291.954,8

652,58%

Cascavel 1.087,16 1.184,14 1.310,54 1.462,03 1.644,611.799,7

065,54%

Toledo 1.052,16 1.139,66 1.270,36 1.422,18 1.602,161.790,3

170,16%

Maripá 1.110,96 1.172,82 1.245,48 1.329,40 1.627,401.784,6

060,64%

Marechal C. Rondon

968,08 1.078,51 1.200,73 1.372,30 1.537,311.705,5

376,18%

Quatro Pontes 990,20 1.085,86 1.214,73 1.361,77 1.575,801.697,5

971,44%

Palotina 1.010,55 1.130,53 1.255,25 1.366,46 1.519,171.691,4

067,37%

Medianeira 988,16 1.081,79 1.223,38 1.346,22 1.500,101.671,1

369,12%

Santa Helena 947,64 1.026,00 1.125,10 1.236,64 1.422,071.594,0

568,21%

Santa Tereza doOeste

865,15 1.010,39 1.093,53 1.237,05 1.398,151.590,6

483,86%

Rendimento médio na região do POD

904,13 981,31 1.085,04 1.196,43 1.352,181.493,9

665,24%

Fonte: IPARDES.

Os dados referentes a Massa Salarial (MS) é disponibilizado pela RAIS e

representa o resultado do produto entre a remuneração média dos empregados em

dezembro e o número de empregos existentes no dia 31 do mesmo mês. A tabela 31

apresenta os dados coletados sobre a região de abrangência do Programa Oeste

em Desenvolvimento, considerando os 10 municípios que obtiveram em 2014 a

maior Massa Salarial.

57

Tabela 31: Os 10 municípios com maior massa salarial (MS) na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimentoem 2014.

Município 2010 (R$ 1,00) 2011 R$1,00) 2012 (R$1,00) 2013 (R$1,00) 2014 R$1,00)∆% (2010-

2014)

Cascavel 103.193.494,65 121.176.555,04 138.552.344,32 164.837.117,76 186.753.567,35 80,97%

Foz do Iguaçu 69.323.284,87 80.571.171,98 94.429.743,64 110.496.472,51 121.914.755,87 75,86%

Toledo 44.439.792,09 53.099.839,78 52.886.659,95 73.643.277,99 84.885.641,14 91,01%

Medianeira 13.853.390,05 17.056.351,10 20.275.345,08 25.503.247,48 29.914.929,57 115,94%

Marechal Cândido Rondon 14.881.332,76 17.085.149,65 19.651.352,21 22.918.244,14 26.307.796,36 76,78%

Palotina 10.812.409,49 12.587.626,55 13.790.345,89 16.337.134,18 19.055.324,49 76,24%

Cafelândia 8.376.019,60 10.212.279,79 11.672.931,85 14.100.223,79 16.907.567,36 101,86%

Matelândia 4.414.200,44 5.533.224,42 6.459.628,87 7.896.288,82 9.789.684,86 121,78%

São Miguel do Iguaçu 4.529.779,76 5.594.709,64 6.445.895,93 8.025.177,62 9.301.623,67 105,34%

Quedas do Iguaçu 5.204.449,54 5.884.311,84 6.672.341,31 7.963.504,75 9.012.404,68 73,17%

Total de MS do POD 338.378.499,36 398.828.560,65 449574.442,83 547.282.553,48 624.093.646,34 84,44%Fonte: IBGE.

58

Na região Oeste do Paraná, considera pelo Programa Oeste do Paraná, a

geração, transmissão e distribuição de energia é operada pela Companhia

Paranaense de Energia (COPEL), empresa controlada pelo governo do Estado. A

COPEL foi criada em 26 de outubro de 1954, com controle acionário do Estado do

Paraná, atualmente tem seu capital negociado no mercado de ações, desde abril de

1994, pela Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) e a partir de

julho de 1997 tornou-se a primeira do setor elétrico brasileiro listada na Bolsa de

Valores de Nova Iorque.

A evolução do consumo de energia elétrica na região de abrangência do POD

entre 2005 e 2014 é apresentado na tabela 32, e evidência o aumento de 36% na

quantidade de consumidores da classe residencial, atingindo 427.109 usuários

cadastrado. Em 2014 o consumo da classe Residencial representa 24,51% da

quantidade total consumida na região do POD (3.951.095 MWh), passando de

586.990 MWh em 2005 para 968.444 MWh em 2014, uma variação de 65%.

Tabela 32: Evolução do consumo de energia elétrica na região de abrangência doPrograma Oeste em Desenvolvimento entre 2005 a 2014.

Número de Consumidores 2005 2008 2011 2014∆%

(2005-2014)

Residencial 313.474 343.511 381.952 427.109 36%Setor Secundário (Indústria) 7.052 7.618 9.812 10.325 46%Comercial 37.599 39.610 43.452 48.334 29%Rural 49.452 52.087 54.950 55.625 12%Outras Classes 5.816 7.095 7.870 8.979 54%Consumo Livre (Indústria) 2 1 1 5 150%Nº total de consumidores na regiãodo POD

413.395 449.922 498.037 550.377 33%

Quantidade de energia consumida (Mwh)Residencial (Mwh) 586.990 676.358 780.327 968.444 65%Indústria - Consumo (Mwh) 577.369 713.082 800.643 893.993 55%Setor Comercial - Consumo (Mwh) 444.775 525.584 714.014 883.673 99%Rural - Consumo (Mwh) 302.690 362.273 456.725 565.133 87%Outras Classes - Consumo (Mwh) 241.111 268.379 304.639 354.662 47%Consumo Livre (Indústria) - Consumo(Mwh)

129.884 188.607 185.875 285.190 120%

Consumo total de energia (Mwh) naregião do POD

2.282.819 2.734.283 3.242.223 3.951.095 73%

Fonte: IPARDES.

Analisando o número de empresas por quantidade de empregados, a tabela a

seguir apresenta a evolução do número de empresas na região do POD entre 2010

59

e 2014. Este agrupamento por quantidade de empregados segue o modelo proposto

pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), que

utiliza o critério por número de empregados do IBGE como critério de classificação

do porte das empresas.

Destarte, esta classificação categoriza as empresas ligadas a indústria em:

Micro (até 19 empregados), Pequena (de 20 a 99 empregados), Média (de 100 a

499 empregados) e Grande (com mais de 500 empregados). As empresas

associadas ao Comércio e Serviços são classificadas em: Micro (até 9 empregados),

Pequena (de 10 a 49 empregados), Média (de 50 a 99 empregados) e Grande (com

mais de 100 empregados). Os dados apontam que em 2014, 87,36% das empresas

são classificadas como Microempresa, sendo que deste percentual.

Tabela 33: Evolução do número de empresas na região do Programa Oeste emDesenvolvimento entre 2010 e 2014.

Total na região 2010 2011 2012 2013 2014

Micro 27.142 28.922 29.868 31.322 32.847Pequena 3.433 3.707 3.870 4.051 4.095Média 283 314 325 332 367Grande 230 249 258 284 290Fonte: RAIS.

Segundo os dados da RAIS, o saldo de empregos da região do POD teve

uma grande variação entre os anos de 2010 a 2013, chegando a 6.605 empregos

em 2013. No período analisado o saldo médio de empregos da região de 4.122,

sendo que a tabela 34 apresenta os 10 municípios com os maiores saldos da região

para o ano de 2014.

Tabela 34: Evolução no saldo de empregos na região de abrangência do ProgramaOeste em Desenvolvimento.

Município 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Cascavel 277 3331.13

9

1.61

0

2.30

6

1.30

9

1.70

2

2.06

8Medianeira 216 155 -9 526 383 164 988 564

Toledo1.28

1-297 -339 832 624 605 1.115 487

Cafelândia -24 22 -11 56 -23 51 305 232

Palotina 36 97 82 132 104 149 181 139

Guaíra 70 60 25 69 63 87 47 76

Corbélia -216 31 101 35 12 -56 61 67Foz do Iguaçu 975 955 449 2.16 1.64 1.73 961 55

60

1 4 5

Assis Chateaubriand -20 26 5 -23 47 60 81 52

Capitão Leônidas Marques 13 38 14 22 66 -22 48 40Saldo de empregos na região do

POD

2.99

6

1.84

9

1.08

0

5.97

8

5.88

1

4.61

4

6.60

5

3.96

9Fonte: IPARDES.

A Balança comercial mostrada na tabela a seguir, considerando o valor total

de exportações e importações ocorridas nos anos de 2012, 2013 e no período de

janeiro a abril de 2014. Os dados apontam o saldo positivo em 2013 de R$

769.732.519,00, representando um crescimento de aproximadamente 44% referente

ao ano anterior, decorrente do aumento de 12,43% no valor das exportações e uma

queda de 10,25% no valor de importações da região entre 2012 e 2013.

Tabela 35: Balança comercial da região de abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento entre 2012 a abril de 2014.

2012 (R$1,00) 2013 (R$ 1,00) 2014 (jan-abr) - (R$1,00)

Total de Exportação 1.279.743.850,00 1.438.864.674,00 531.199.309,00

Total de Importação 745.583.267,00 669.132.155,00 187.041.168,00

Saldo 534.160.583,00 769.732.519,00 344.158.141,00

Fonte: IPARDES.

A região oeste do Paraná sofreu modificações na sua estrutura produtiva

agrícola, este processo tornou a região um dos principais polos agrícolas do país

nos últimos 50 anos. Considerando este desenvolvimento, primeiramente

apresentam-se as informações sobre os valores da produção dos 10 principais

produtos no Paraná.

61

Tabela 36: Valor da produção dos 10 principais produtos no Paraná.

Crescimento

Valores da produção dos 10 mais no Paraná2010 2011 2012 2013 2010-2011 2011-2012

2012-2013

Soma de Produção Agrícola - Café - Área Colhida (ha) 82.673 74.854 71.576 64.859 -9,5% -4,4% -9,4%

Soma de Produção Agrícola - Cana-de-açúcar - ÁreaColhida (ha)

625.885 641.765 655.509 644.530 2,5% 2,1% -1,7%

Soma de Produção Agrícola - Erva-mate - Área Colhida(ha)

30.447 31.773 36.688 29.643 4,4% 15,5% -19,2%

Soma de Produção Agrícola - Feijão - Área Colhida (ha) 520.798 520.216 468.662 466.654 -0,1% -9,9% -0,4%

Soma de Produção Agrícola - Fumo - Área Colhida (ha) 79.503 80.211 70.376 71.446 0,9% -12,3% 1,5%

Soma de Produção Agrícola - Mandioca - Área Colhida(ha)

172.214 184.263 159.115 155.836 7,0% -13,6% -2,1%

Soma de Produção Agrícola - Milho - Área Colhida (ha)2.257.031

2.408.721

2.996.979

2.988.990 6,7% 24,4% -0,3%

Soma de Produção Agrícola - Soja - Área Colhida (ha)4.479.869

4.555.312

4.456.805

4.761.733 1,7% -2,2% 6,8%

Soma de Produção Agrícola - Trigo - Área Colhida (ha)1.172.820

1.027.936

793.448 862.000 -12,4% -22,8% 8,6%

Soma de Produção Agrícola - Triticale - Área Colhida (ha) 28.447 22.645 19.929 14.040 -20,4% -12,0% -29,5%

Fonte: IPARDES.

62

63

Considerando o comparativo entre os valores da produção dos principais

produtos agrícolas, a tabela a seguir apresenta os valores obtidos pela região de

abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

64

Tabela 37: Valores da produção dos 10 principais produtos agrícolas na região de abrangência do Programa Oeste emDesenvolvimento.

Crescimento

Produto 2010 2011 2012 2013 2010-2011 2011-2012 2012-2013

Café - Área Colhida (ha) 4.455 4.323 3.340 3.266 -3,0% -22,7% -2,2%

Cana-de-açúcar - Área Colhida (ha) 7.580 2.726 6.910 5.994 -64,0% 153,5% -13,3%

Erva-mate - Área Colhida (ha) 2.606 1.749 1.989 1.407 -32,9% 13,7% -29,3%

Feijão - Área Colhida (ha) 32.528 30.445 37.455 40.771 -6,4% 23,0% 8,9%

Fumo - Área Colhida (ha) 6.528 6.155 5.001 5.228 -5,7% -18,7% 4,5%

Mandioca - Área Colhida (ha) 32.685 32.442 28.182 22.769 -0,7% -13,1% -19,2%

Milho - Área Colhida (ha) 599.353 675.151 842.678 887.157 12,6% 24,8% 5,3%

Soja - Área Colhida (ha) 1.051.174 1.032.553 996.355 1.021.078 -1,8% -3,5% 2,5%

Trigo - Área Colhida (ha) 234.330 150.155 71.320 99.126 -35,9% -52,5% 39,0%

Triticale - Área Colhida (ha) 4.405 2.625 2.550 2.160 -40,4% -2,9% 15,3%

Fonte: IPARDES.

65

A tabela a seguir apresenta a evolução dos 10 principais produtos agrícolas

em toneladas na região em 2013. Os dados fornecidos pelo IPARDES também

demonstram a variação entre em 2010 e 2013, com destaque para a produção de

Laranja que teve um crescimento de 66,15% no período. O produto que obteve a

maior queda na produção foi o Trigo, durante o período houve uma variação

negativa de 44,80%.

Tabela 38: Evolução da produção dos 10 principais produtos agrícolas da região deabrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento em 2013.

Produto 2010 2011 2012 2013∆% (2010-

2013)Cana-de-açúcar(t)

48.361.207 44.907.862 47.940.989 48.449.908 0,18%

Milho (t) 13.567.096 12.472.720 16.555.330 17.342.302 27,83%Soja (t) 14.091.829 15.457.911 10.937.896 15.937.620 13,10%Mandioca (t) 4.012.948 4.179.245 3.869.080 3.759.705 -6,31%Trigo (t) 3.442.660 2.444.995 2.138.610 1.900.178 -44,80%Laranja (t) 587.740 784.543 913.214 976.503 66,15%Batata-inglesa(t)

727.613 793.754 743.954 706.825 -2,86%

Feijão (t) 792.010 815.280 700.371 678.105 -14,38%Tomate (t) 312.319 347.528 338.488 285.176 -8,69%Banana (t) 237.267 243.595 276.890 280.458 18,20%

Fonte: IPARDES.

Considerando o Valor Bruto de Produção (VPB) em 2013, a tabela 39 aponta

os 10 principais produtos agrícolas da região. O destaque são a Soja e Milho pela

representatividade o VBP da região em 2013, sendo que a Soja obteve um

crescimento de 75,82% entre 2010 e 2013, e o VBP do Milho aumentou 85,81%

nesse período.

Tabela 39: Os 10 principais produtos agrícola em Valor Bruto de Produção em 2013na região de abrangência do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Produto 2010 2011 2012 2013 ∆% (2010-2013)

Soja (R$ 1.000,00) 2.017.751

2.585.843

1.532.651

3.547.684

75,82%

Milho (R$ 1.000,00) 974.416 1.205.335

1.885.039

1.810.523

85,81%

Mandioca (R$ 1.000,00) 243.842 237.303 225.674 300.117 23,08%

Feijão (R$ 1.000,00) 60.114 65.259 125.562 164.293 173,30%

Trigo (R$ 1.000,00) 293.087 122.106 95.983 112.563 -61,59%

Fumo (R$ 1.000,00) 87.240 61.361 55.168 65.101 -25,38%

Cana-de-açúcar (R$ 37.136 14.927 22.686 34.491 -7,12%

66

1.000,00)

Café (R$ 1.000,00) 34.007 58.343 31.665 27.815 -18,21%

Tomate (R$ 1.000,00) 7.772 13.417 17.859 25.975 234,21%

Uva (R$ 1.000,00) 4.889 10.916 13.509 13.551 177,17%

Fonte: IPARDES.

Dentre os principais setores da região do POD, está o setor de Turismo. A

importância do Turismo para região está associado principalmente ao município de

Foz do Iguaçu e seus atrativos. Destaca-se com destino turísticos indutores as

Cataratas do Iguaçu e Caminhos ao Lago de Itaipu que apresenta em seu entorno

outros 15 municípios lindeiros (Diamante D’Oeste, Entre Rios D’Oeste, Guaíra,

Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Mercedes, Missal, Mundo

Novo, Pato Bragado, Santa Helena, Santa Terezinha do Itaipu, São José das

Palmeiras, São Miguel do Iguaçu e Terra Roxa) que são beneficiados pela dinâmica

desses destinos.

O período analisado entre 2010 a 2014, aponta a evolução do número de

empresas ligadas ao setor de turismo. O segmento com maior número de empresas

está relacionado ao grupo de “Restaurantes e outros Estabelecimentos de Serviços

de Alimentação e Bebidas” com cerca de 1.938 em 2014, atingindo um aumento de

26,42% com base em 2010. Entretanto, os segmentos que apresentaram o maior o

crescimento de 2010 a 2014 foram de Transporte Aéreo de Passageiros (37,50%) e

Atividades Recreativas, Culturais e Desportivas (29,63%). A tabela a seguir

apresenta o panorama com o número de empresas para os sete segmentos

analisados do Turismo.

Tabela 40: Evolução do número de empresas ligadas ao setor de turismo.Segmento 2010 2011 2012 2013 2014 ∆% (2010-2014)

Estabelecimentos Hoteleiros e outrosTipos de Alojamento

317 331 341 372 373 17,67%

Restaurantes e outrosEstabelecimentos de Serviços deAlimentação e Bebidas

1.533 1.634 1.730 1.790 1.938 26,42%

Transporte Rodoviário de Passageiros 144 151 161 160 153 6,25%Transporte Aéreo de Passageiros 8 10 10 13 11 37,50%Atividades de Agências de Viagens,Operadores Turísticos e OutrosServiços

177 198 200 207 211 19,21%

Aluguel de Veículos 27 28 25 28 29 7,41%Atividades Recreativas, Culturais eDesportivas

243 263 289 296 315 29,63%

Total 2.449 2.615 2.756 2.866 3.030 3,72%

67

Fonte: IPARDES.

Finanças Públicas

Ao analisar as finanças públicas dos municípios pertencentes a região do

POD, constata-se que a receita em 2014 foi de R$ 3.307.479.904,91 reais, com o

crescimento de 75,40% com base em 2009. A tabela 41 apresenta além das

Despesas Municipais, as Transferências de Capital, Transferências Correntes e

Receita Tributária da região do POD.

68

Tabela 41: Finanças dos municípios pertencentes a região de atuação do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2009 a2014.

2009

(R$ 1,00)

2010

(R$ 1,00)

2011

(R$ 1,00)

2012

(R$ 1,00)

2013

(R$ 1,00)

2014

(R$ 1,00)

∆%

(2009-2014)

ReceitasMunicipais

1.885.643.843,02

2.187.937.051,93

2.493.032.002,61

2.711.143.834,47

3.042.544.596,21

3.307.479.904,91

75,40%

DespesasMunicipais

1.812.518.546,97

2.196.032.007,39

2.401.749.266,43

2.646.723.042,24

2.736.494.503,17

3.235.574.913,74

78,51%

Transf. deCapitalMunicipais

40.297.971,43 56.048.102,77 73.813.015,53 119.831.318,27 93.066.128,60 126.781.088,55 214,61%

TransferênciasCorrentes

1.350.509.131,05

1.508.844.264,20

1.763.139.264,97

1.899.366.150,73

1.863.618.984,35

1.982.943.574,86

46,83%

ReceitaTributária

184.225.410,05 236.946.346,73 282.294.626,50 333.762.711,36 384.696.413,25 458.240.022,59 148,74%

Fonte: IPARDES.

69

Tabela a seguir apresenta as despesas dos municípios da região do POD,

observa-se que os dados disponibilizados pelo IPARDES aponta que os principais

são referentes a área de Saúde e Educação, que no ano de 2013 representaram

82,61% do total de despesas dos municípios da região.

70

Tabela 42: Despesas dos municípios pertencentes a região de atuação do Programa Oeste em Desenvolvimento entre 2010 a2014.

Tipo de despesas 2010 2011 2012 2013 2014 ∆% (2010-2014)

Saúde 456.510.984,25 525.194.462,81 622.335.395,20 677.470.328,23 794.351.033,82 74,00%

Transporte 83.274.929,95 83.763.114,52 88.839.121,70 89.156.599,98 114.063.434,88 36,97%

Energia 1.413.424,27 1.675.614,81 2.065.689,01 1.575.817,31 1.300.976,73 -7,96%

Comércio e Serviços 15.504.758,37 19.187.693,29 15.075.298,57 13.753.205,00 18.058.370,00 16,47%

Indústria 21.675.295,21 14.566.174,61 11.845.076,22 14.171.924,96 14.636.928,16 -32,47%

Comunicações 1.703.538,48 1.976.559,40 2.047.388,21 1.363.048,55 1.488.961,32 -12,60%

Organização Agrária - 432.186,73 - - - -

Agricultura 46.631.881,45 57.110.759,07 57.900.151,96 61.213.400,11 80.185.793,02 71,95%

Saneamento 7.857.127,24 12.097.520,66 11.131.802,04 10.208.941,18 12.871.682,71 63,82%

Habitação 20.572.802,36 19.106.884,10 19.363.150,30 15.172.100,87 12.157.889,32 -40,90%

Gestão Ambiental 41.825.943,82 69.713.217,92 63.410.857,07 61.310.937,57 64.146.646,86 53,37%

Trabalho 887.272,75 9.029.683,20 10.456.831,44 8.766.010,47 11.787.725,80 1228,53%

Educação 477.949.263,40 543.930.659,97 621.491.496,49 698.831.426,29 776.401.144,58 62,44%Fonte: IPARDES.

71

INFRAESTRUTURA

Rodovia

Figura 9: Infraestrutura e Logística Oeste do Paraná.

Fonte: Programa Oeste em Desenvolvimento (2015).

A malha rodoviária vem se ampliando com o passar do tempo, o que

possibilita a integração regional, contribuindo para uma circulação de mercadorias,

turismo nacional e internacional.Seu eixo viário principal, a BR277, que corta o

Paraná de leste-oeste ligando o litoral e o Porto de Paranaguá, que em outra direção

interliga-se a. “Ruta 2” Rodovia Transparaguaia Ainda a BR 163 ligando Capitão

Leônidas Marque a Cascavel e BR 369 Cascavel Ubiratã.As demais vias podem ser

visualizadas na figura 10.

72

Figura 10: Cargas transportadas.

Fonte: FIEP.

As vias estaduais são complementadas com as malhas estaduais e de

ligações secundárias, cuja manutenção também garante razoável condições de

trafegabilidade.

Ferrovia

A região Oeste conta em seu território com um trecho da Ferro Paraná Oeste

S/A (Ferroeste) que liga Cascavel a Guarapuava, com 248 km em sua extensão

total. Atende a região oeste no transporte de soja, milho, trigo, frigorificados e

contêineres.

Hidrovia

Com extensão navegável da ordem de 1.020 km, a hidrovia do rio Paraná,

estendendo-se desde a Usina Hidrelétrica de Itaipu, no município de Foz do Iguaçu

até São Simão (GO) e Itaúna (MG). O trecho entre a Usina e a entrada do Canal de

Navegação, sob a Ponte Rodoviária de Guaíra, possui uma extensão de 170 km

segundo o Caderno Ipardes, 2003.

Aeroporto

Os principais aeroportos da região do Oeste são dos municípios de Foz do

Iguaçu, Cascavel e Toledo. O Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu/Cataratas é

a principal porta de entrada de turistas a cidade. Possuí situação geográfica

privilegiada se posicionando como a porta brasileira do Mercosul.

O Aeroporto Municipal Coronel Adalberto Mendes da Silva localizado no

município de Cascavel recebeu um fluxo de 121.464 passageiros (embarques e

73

desembarques) segundo dados da Companhia de Engenharia de Transporte e

Trânsito – Cettrans do primeiro semestre de 2015. E ainda o Aeroporto Municipal

Luiz Dalcanello Filho localizado no município de Toledo.

Figura 11: Dados de transporte dos aeroportos.

Fonte: Programa Oeste em Desenvolvimento (2015).

74

PARTE III: O PROGRAMA OESTE EM DESENVOLVIMENTO

75

PLANEJAMENTO TERRITORIAL

Planejar é determinar os meios mais para atingir determinado fim. O que

significa dizer que o planejamento é a forma mais eficaz de colocar o futuro

parcialmente sob nosso controle. Este controle é sempre e necessariamente parcial,

pois o fim só pode ser alcançado no futuro; e o futuro não é rigorosamente

previsível. Mas daí não se segue que o planejamento seja uma estratégia ineficiente

ou ineficaz. Pelo contrário: dada a incerteza imanente ao transcurso do tempo em

sociedades dinâmicas, planejar é a única forma de “emprestar” eficiência e eficácia a

ações voltadas ao atingimento de metas.

Atingir metas, entretanto, nos leva à necessidade de priorizar ações. Este é

um dos princípios primordiais de um Planejamento Regional, sendo um dos

principais obstáculos para o desenvolvimento de economias periféricas o fato de que

muitos governos têm dificuldade em definir prioridades e mantê-las de modo

consistente. A má vontade de fazer escolhas, por parte dos governos, pode ser

explicada pelo sentimento básico de que o progresso deve ser distribuído

equitativamente por todos os rincões da comunidade.

Esta dificuldade em priorizar é, sem sombra de dúvida, uma das

características mais notáveis de sociedades marcadas por carências

socioeconômicas disseminadas (renda per capita, emprego, saúde, educação,

tecnologia, saneamento, infraestrutura, meio ambiente, segurança, direitos

humanos, etc.). Opta-se, usualmente, por um padrão de planejamento marcado pela

distribuição equitativa de “migalhas”. Tal padrão não permite o enfrentamento

adequado de nenhum dos inúmeros problemas que obstaculizam o desenvolvimento

econômico das regiões e nações periféricas, mas permite a captação dos benefícios

políticos eleitorais do pretenso comprometimento dos poderes públicos com o

enfrentamento de todas as carências e atendimento de todas as demandas.

Fica evidente a necessidade de hierarquização de ações. Entretanto, sempre

tem o desafio dessa priorização ser capitaneada por interesses econômicos de

determinados grupos e agentes sociais. Desde então, a única forma de impedir o

privilegiamento de uma minoria em detrimento do povo seria pela substituição do

“planejamento tecnocrático” pelo “planejamento participativo”, com a democratização

radical do processo de determinação dos destinos das verbas públicas.

76

Diante do exposto, o ponto de partida, necessário, de um processo de

planejamento efetivo é a hierarquização das metas sociais. Portanto, o que se

pergunta é: quanto mais democrático e inclusivo for o processo de determinação e

hierarquização dos objetivos a serem perseguidos, tanto maior será o

comprometimento de todos com a efetiva implementação do plano de ações e

investimentos? Evidentemente, não!

As prioridades têm que ser consistentes, ou não serão efetivamente atingidas.

Mas a demonstração desta consistência corresponde apenas ao primeiro passo do

Planejamento. Por isso a pretensão de que toda a priorização seja embasada em

critérios “técnico-científicos”.

Quatro princípios do Planejamento Territorial

O primeiro princípio para que se faça a priorização é a identificação e

fortalecimento dos elos fracos do sistema. Qualquer investimento no fortalecimento

dos demais elos será um dispêndio ocioso e inconsequente, se o objetivo for à

ampliação da capacidade da corrente como um todo suportar tensão. A ação eficaz

é aquela que trata do segmento carente, fraco, problemático, das cadeias

produtivas. Investir nos elos fortes é redundante. A corrente não vai sustentar uma

pressão maior por isto. O fluxo econômico que passa por esta corrente só pode se

expandido – com vantagens para absolutamente todos os elos – se o elo fraco for

privilegiado. Ao alargar o gargalo, toda a produção é ampliada até o limite definido

pelo novo gargalo. E, mais uma vez, o único investimento relevante para ampliação

do fluxo de produto e renda é aquele que alarga a porção mais estreita do sistema,

que fortalece seu elo mais fraco.

Daí não se extrai que os elos mais fortes devem ser deixados de lado. O que

se deve fazer com eles é usá-los de forma inovadora. Todo o recurso que “sobra”,

que fica ocioso ou qualquer parcela do tempo em que se encontra disponível para o

trabalho, deixa de gerar (e de absorver) renda neste período. É mais racional utilizá-

lo de forma “não ortodoxa” (mesmo que o rendimento desta forma de uso seja “sub-

ótima”) do que deixá-lo ocioso. A verdadeira inovação não é adquirir novas máquinas

(investir) ou pagar royalties por um know-how desenvolvido de forma exógena. A

inovação efetivamente lucrativa é utilizar de forma diferente os recursos já

disponíveis que se encontram subutilizados. Esta é a verdadeira inovação radical.

77

O que realmente importa entender é que: é necessário organizar os projetos

de gestão e planejamento com base no princípio de “foco”, num princípio de

“priorização”; este(s) princípio(s) são universais-particulares, no sentido de que se

aplicam a toda e qualquer estrutura produtiva, mas se embasam na busca e

identificação das características e desequilíbrios peculiares às estruturas sob

análise; a identificação dos focos e prioridades é indissociável de uma análise

sistêmica (por oposição a análises parciais e segmentadas) da estrutura produtiva,

uma vez que os recursos só podem ser classificados como “gargalos” ou

“excedentários” a partir da capacidade produtiva “normal”, vale dizer, da capacidade

produtiva média dos “recursos equilibrados”, que não são, nem gargalos, nem

excedentários.

Em termos do Planejamento Regional, essas considerações mencionadas

devem ser associadas à distinção entre cadeias propulsivas e reflexas para que se

obtenha um sistema “universal-particular” de priorização de ações, projetos e

políticas de desenvolvimento. Podemos sistematizar os princípios de priorização de

investimentos voltados à alavancagem do desenvolvimento regional em quatro

regras básicas. De acordo com as mesmas, os programas de maior economicidade

e eficácia na promoção do desenvolvimento regional são aqueles que:

1. Ampliam o grau de utilização de recursos já existentes, mas que se

encontram subutilizados;

2. Ampliam a capacidade produtiva dos gargalos ou liberam estes recursos de

parte de suas funções (tarefas), que passam a ser cumpridas pelos recursos

excedentários mobilizados de forma inovadora;

3. Mobilizam mais de uma cadeia propulsiva e/ou permitem a transformação

de (parte) das cadeias reflexas em propulsivas (na medida em que passam a

atender demandas externas);

4. Consolidam (estruturalizam) as vantagens competitivas do território e

aprofundam a solidariedade econômica do mesmo com as cadeias propulsivas de

maior potencial dinâmica da região no entorno.

Com vistas a desdobrar estes quatro princípios em um plano de ações para o

POD, estruturamos o trabalho focado nas principais cadeias propulsivas da região

Oeste do Paraná, que veremos adiante. Evidentemente, ao trazer à luz a relação

78

entre as características das distintas cadeias produtivas e os processos de

integração vertical nos territórios periféricos não estamos pretendendo que o

sucesso ou insucesso da diversificação produtiva periférica seja determinado

“tecnicamente”. Pelo contrário: a identificação de circunscrições técnicas à

internalização dos elos iniciais e finais de uma determinada cadeia produtiva desvela

(mais) uma insuficiência do mercado enquanto instrumento de integração equitativa

e equilibrada das regiões periféricas a seus polos dinamizadores e reforça a

necessidade de planejamento público. Caberia, agora, aos agentes públicos induzir,

de forma consciente e planejada, a diversificação produtiva que o mercado não se

mostrou plenamente capaz de realizar.

Essa análise não parte do apelo ao Estado como os modelos exogeneistas.

Seu ponto de partida é a pretensão de que a integração da periferia aos polos

dinâmicos usualmente se realiza através dos estímulos de mercado e, portanto, sem

a necessidade de subsídios governamentais.

Definida uma base exportadora, a economia passará por um processo de

diversificação através da internalização de atividades voltadas ao atendimento das

demandas de consumo da população local que será tão maior quanto melhor

distribuída for a renda e a riqueza nos territórios periféricos. O que, mais uma vez

comporta, opções e decisões políticas e estratégicas endógenas.

E a conclusão do modelo é que, mesmo se a especialização inicial

circunscrever a integração vertical da cadeia produtiva e a emergência de novos

produtos de exportação, desde que a segunda etapa (diversificação de consumo)

tenha sido levada suficientemente longe, a região periférica contará com recursos

financeiros e humanos suficientes para planejar e administrar a diversificação de sua

pauta exportadora a partir da identificação de alternativas com maior potencial

propulsivo de longo prazo.

Caso as principais cadeias propulsivas apresentem grande potencial de

expansão de demanda, oferta e integração vertical, o planejamento deve se voltar à

identificação dos gargalos. A despeito de haver apenas um gargalo mais apertado e

a despeito dele ser o único cuja expansão pode contribuir para a ampliação do fluxo

de renda, a identificação dos gargalos secundários deve ser feita imediatamente. E

isto porque o tempo necessário para o alargamento dos gargalos é diversificado. De

sorte que, se o gargalo mais estreito for de fácil alargamento, e os gargalos

secundários solicitarem investimentos de longa maturação para serem superados, é

79

preciso dar início simultaneamente ao enfrentamento de gargalos distintos. Assim, a

expansão dos gargalos subsequentes se seguirá rapidamente à superação do

gargalo mais apertado. Em especial, gargalos de oferta que pressupõem a

realização de novos investimentos para a sua superação devem ter seu

enfrentamento iniciado com significativa antecedência. A atração de investimentos

externos ou a construção de um sistema local de financiamento dos investimentos

necessários à superação dos gargalos de oferta por produtores locais via de regra

envolve tempo, e devem ser tratados em simultâneo à expansão de gargalos mais

apertados, mas de superação mais simples e rápida.

Simultaneamente, é preciso apoiar as firmas que operam em não-gargalos

com vistas a inovarem na utilização de seus recursos. Este passo é decisivo para a

diversificação horizontal da produção regional e a superação de sistemas de cadeia

única para sistemas de multi-cadeias e organização em rede.

Para além das cadeias X propulsivas, é preciso focar nas atividades G e TrS

propulsivas. No que diz respeito às primeiras, é central garantir um sistema de

financiamento ao gasto público que privilegie a taxação da parcela excedentária da

renda sobre o salário do domiciliado. Afinal o poder propulsivo do gasto

governamental será tão maior quanto maior for sua incidência sobre os recursos que

tendem a se evadir do território (por consumo ou investimento) e/ou a serem

poupados.

Por fim, é preciso atentar para a expressão relativa, grau de diversificação e

para a existência de eventuais gargalos limitadores da expansão das atividades

reflexas de consumo. Afinal, a centralidade das atividades propulsivas encontra-se

no fato delas serem a origem da renda primária. Mas a renda total do território

também depende do multiplicador do mesmo. E, muitas vezes, o gargalo não se

encontra no valor das exportações ou no grau de integração vertical no território das

atividades X propulsivas nucleares, mas na capacidade de multiplicação da

economia local.

Apoiar o comércio local e a oferta local de serviços de educação, saúde,

cultura e lazer não são tarefas economicamente secundárias. Municípios submetidos

a uma polarização particularmente intensa – como os municípios da periferia das

grandes regiões metropolitanas – encontram, via de regra, no vazamento da renda

para fora e no baixo multiplicador local o principal gargalo de seu crescimento.

Enfrentar este gargalo pode ser muito mais relevante para a dinamização da

80

economia local do que a atração de novos empreendimentos e cadeias X

propulsivas.

Enfim, o padrão de diagnóstico é, sempre, essencialmente o mesmo. E é dele

que parte o resto. Mas a realidade, os desafios e as soluções serão, sempre,

essencialmente distintos. O único princípio absolutamente universal é o princípio

grego inscrito no pórtico do templo de Apolo em Delfos: conhece-te a ti mesmo. Uma

vez conhecida a realidade e os desafios únicos de cada território, fica fácil encontrar

as alternativas de trajetória e a melhor forma de superar obstáculos e expandir

gargalos. O que significa dizer que a única regra efetivamente geral é evitar a

adoção de projetos gerais aplicados acriticamente e sem o devido conhecimento das

particularidades de cada porção territorial.

ESTRUTURA DO PROGRAMA OESTE EM DESENVOLVIMENTO

Antecedentes: Cadeias Propulsivas e articulação territorial

Em 2012 foi dada a largada no Programa Oeste em Desenvolvimento a partir

da identificação e hierarquização científica de suas cadeias produtivas motrizes (ou

“propulsivas”). As cadeias propulsivas são aquelas que proporcionam o ingresso da

renda básica ou primária na região. Ao longo de 2012 e 2013 este Programa de

Pesquisa e Planejamento – que passou a ser identificado por “Oeste em

Desenvolvimento” - teve por foco três objetivos centrais:

a) Sistematização, socialização e debate público da metodologia de diagnóstico e

planejamento do desenvolvimento territorial proposta pelas quatro instituições que

deram início ao programa: Itaipu Binacional (IB), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas (SEBRAE), Coordenadoria das Associações Comerciais e

Empresariais do Oeste do Paraná (CACIOPAR) e Fundação Parque Tecnológico de

Itaipu (PTI);

b) Ampliação e consolidação do grupo de trabalho e de seu sistema de governança

através da incorporação das principais instituições voltadas ao planejamento do

desenvolvimento territorial com atuação no Oeste Paranaense;

c) Identificação e hierarquização das cadeias propulsivas da região, bem como do

poder multiplicativo global e específico das distintas cadeias.

81

Quer nos parecer que os três objetivos foram plenamente atingidos nestes

dois primeiros anos de trabalho. A divulgação da metodologia foi realizada

amplamente, com diversos eventos desenvolvidos no interior do PTI, da IB e do

SEBRAE. Simultaneamente, processou-se a sistematização da metodologia na

forma de um livro intitulado “Fundamentos da Análise e Planejamento de Economias

Regionais” (FAPER, de agora em diante), que foi organizado para cumprir funções

de manual de uso geral e cujo lançamento se deu no II Fórum Mundial de

Desenvolvimento Econômico Local (com edição impressa em português e edições

digitais em português, espanhol e inglês), realizado no final de Outubro de 2013 em

Foz do Iguaçu.

Tal como se intencionava a divulgação da metodologia não se limitou ao

ambiente interno das instituições responsáveis pela proposta original do Programa

Oeste em Desenvolvimento, mas deu origem à realização de oficinas para

exposição e discussão do sistema de análise e planejamento em encontros

patrocinados pela e da Coordenadoria das Associações Comerciais e Industriais do

Oeste Paranaense (CACIOPAR), pela Associação Comercial e Industrial de Foz do

Iguaçu (ACIFI) e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), dentre

outras. Todos os encontros e oficinas realizadas com vistas à divulgação e debate da

metodologia levaram à ampliação do grupo gestor do Programa, que hoje conta com

a participação de todas as instituições suprarreferidas, bem como da Associação dos

Municípios do Oeste do Paraná (AMOP), da Associação Comercial e Industrial de

Cascavel (ACIC) e da Associação Comercial e Industrial de Toledo (ACIT).

Mas, sem dúvida, a tarefa mais trabalhosa das três foi a terceira: identificação

e hierarquização das cadeias produtivas propulsivas do território. A metodologia de

identificação e hierarquização encontra-se detalhado em FAPER. Contudo, vale

lembrar que a classificação das atividades econômicas segue o padrão ONU, o qual

privilegia a dimensão técnico-setorial em detrimento das conexões de mercado

expressas nas cadeias produtivas. Assim, uma planta que produz “cola para sapato”

será classificada como uma atividade da “Indústria Química” e não como um dos

elos da “Cadeia Calçadista”.

O grande problema é que a identificação e hierarquização das atividades

propulsivas a partir de sua capacidade de geração de emprego e renda no território

num período qualquer envolve identificar as conexões de cadeia e reclassificar

82

virtualmente todas as atividades (quando não de todas as plantas industriais e

estabelecimentos produtivos, se o grau de abertura das informações estatísticas

disponibilizadas chegar a este nível) em função de suas conexões de mercado

(fornecedores e clientes) prioritárias. O que envolve, necessariamente, toda uma

pesquisa secundária, com base na literatura disponível sobre a estrutura econômica

regional, e, eventualmente, levantamentos primários, com entrevistas junto a

consultores econômicos que atuam na região e/ou junto a empresários,

administradores e técnicos que atuam nas organizações produtivas operantes nos

distintos elos das cadeias sob análise.

As Cadeias Propulsivas e sua Hierarquização

Ao longo de 2013, foram sendo coletadas novas informações que permitiram

atribuir encadeamento à produção das empresas que operavam em atividades de

cadeia indeterminada.

Tal como se pode observar no Quadro 1, abaixo, foram identificadas nove

cadeias propulsivas (Proteína Animal; Insumos Industriais para a Agricultura;

Agroalimentar de Base Vegetal; Madeira Mobiliário e Papel; Material de Transporte;

Produção e Distribuição de Energia Elétrica; Farmacêutica; Turismo e Lazer; e

Administração Pública) e seis cadeias mistas (Construção Civil; Serviços Públicos

Básicos de Educação e Saúde; Serviços Prestados às Empresas; Vestuário e

Calçado; e Transporte e Logística). A importância das cadeias mistas encontra-se no

fato de que as mesmas podem assumir funções propulsivas em algumas localidades

e sub-regiões do Oeste Paranaense, em especial nos municípios polo do território.

83

Figura 12: Participação no Emprego, QL e Função Dinâmica das Principais.

Fonte dos Dados Brutos: RAIS – 2011.

Cadeias Produtivas do Oeste do Paraná

A hierarquização destas cadeias para fins de políticas de desenvolvimento

regional se estrutura sobre seis critérios fundamentais, a) quanto mais empregadora,

b)quanto maior o potencial de mercado e expansão da produção, quanto maior o

potencial de alongamento e inclusão de novos agentes e organizações, quanto

maior o “espraiamento” atual e potencial (ou, pelo menos, quanto maior o impacto

das cadeias sobre a economia da região como um todo), quanto menores os

gargalos e desafios ou quanto maior a capacidade de superação dos mesmos

através da mobilização de recursos endógenos e, finalmente, quanto maior a

sinergia de uma determinada cadeia propulsiva com as demais do território, maior a

prioridade das mesmas enquanto objeto de política pública regional.

84

O primeiro critério foi fundamental para a secundarização das cadeias mistas

(que – insista-se – podem e devem ganhar prioridade em sub-regiões e/ou

municípios polos) e de duas cadeias propulsivas: Administração Pública e Produção

e Geração de Energia Elétrica. As limitações destas duas cadeias propulsivas não

se encontram no plano da demanda, mas da capacidade de ampliá-las via

mobilização dos recursos endógenos ao território. No caso da Administração Pública

regional, a principal limitação encontra-se na capacidade propulsiva líquida do gasto

governamental, uma vez que o mesmo é financiado pelos impostos e, portanto, pela

redução da renda disponível dos domiciliados no território. Além disso, quando os

dispêndios têm origem nos governos estadual e federal e representam uma entrada

líquida de recursos, a limitação encontra-se no caráter exógeno (fora do controle dos

agentes locais) dos dispêndios e de sua expansão6. No caso da Produção e

Distribuição de Energia Elétrica, as limitações são de ordem física, uma vez que a

Itaipu já extrai virtualmente todo o potencial energético do Rio Paraná no território e

há limites (baseados, acima de tudo, no conflito de interesses com a importante

cadeia turística) para a exploração do potencial energético do Rio Iguaçu.

No que diz respeito ao padrão de organização, algumas cadeias são longas,

receptivas a novos elos (ou à participação de novas organizações em elos já

presentes no território) e pouco hierarquizadas; enquanto outras são relativamente

curtas, pouco receptivas a novos elos e altamente hierarquizadas. Este critério foi

determinante para a secundarização, neste momento inicial do programa, da cadeia

farmacêutica. A despeito do elevado QL e de sua importante contribuição na geração

de empregos e rendas na região, esta cadeia tende a se organizar de forma

concentrada, com elevada integração vertical da(s) empresa(s) líderes.

Diferentemente, as cadeias agroindustriais – intensivas em mão de obra e em

transporte – são cadeias longas (com elos primários, secundários e terciários

presentes no território) e virtualmente impermeáveis à plena integração vertical. Mas

mesmo as cadeias especificamente urbanas (vale dizer: sem elos rurais) e

relativamente curtas à jusante (poucos elos terciários) podem ser significativamente

inclusivas quando os elos industriais são tipicamente manufatureiros e apresentam

baixas barreiras à entrada. As cadeias metal-mecânicas e de material de transporte

tipificam este padrão de organização industrial: implementos agrícolas, tratores,

colheitadeiras, caminhões, ônibus e automóveis são exemplos de atividades

manufatureiras.

85

No que diz respeito à territorialidade, as cadeias de maior espraiamento são,

sem sombra de dúvida, as três cadeias agroalimentares identificadas por nós.

Dentre estas, ganha destaque a cadeia da Proteína Animal, que se divide nas sub-

cadeias avícola, suína, leiteira e da piscicultura. Esta cadeia não é só espraiada: ela

é uma cadeia particularmente longa, contando com inúmeros elos no território. Tais

elos vão desde a produção de insumos químicos (fertilizantes) e mecânicos

(implementos agrícolas) para a produção dos grãos que servem de base para a

produção de ração (soja e milho), até a produção de câmaras frigoríficas para o

armazenamento e transporte dos derivados de carne e leite.

A agroindústria regional, contudo, é mais ampla do que a cadeia da proteína

animal. E há duas cadeias agroindustriais que – a despeito de não apresentarem o

mesmo potencial de expansão de demanda (pelo menos não imediatamente) e o

mesmo grau de espraiamento da proteína animal – têm de ser levadas em

consideração em qualquer programa de desenvolvimento do oeste paranaense: a

produção de grãos para exportação in natura (em especial, soja e milho) ou para o

beneficiamento de grãos (não necessariamente produzidos na região) para fins de

alimentação humana (farináceos e seus derivados alimentares, cervejas e demais

bebidas, sorvetes, etc.); e a produção de insumos agrícolas – tais como fertilizantes,

máquinas e implementos, etc. - de uso geral, seja na cadeia da proteína animal, seja

na cadeia agroalimentar vegetal (grãos in natura, farináceos, cervejas, etc.).

Denominamos estas duas cadeias, respectivamente, de “Agroalimentar de Base

Vegetal” e “Insumos Industriais para a Agricultura”.

O elo central da cadeia proteína animal são as cooperativas e seus

associados rurais domiciliados na região. Diferentemente, os elos rurais e urbanos

da cadeia agroalimentar de base vegetal são muito mais diversificados, envolvendo

fornecedores de matéria-prima externos ao território (trigo, cevada, etc.) e pequenas

e médias empresas de panificação e produção de bebidas, assim como os

fornecedores dos insumos especificamente industriais para os elos beneficiadores

locais. Por fim, a cadeia “Insumos Industriais para a Agricultura” corresponde aos

elos comuns das duas outras cadeias agroalimentares (Proteína Animal e

Agroalimentar de Base Vegetal) que se posicionam à jusante da produção rural.

Rigorosamente falando, não se trata de uma cadeia independente, mas da porção

inicial (e, por isto mesmo, ainda não dividida) da Macro-Cadeia Agroalimentar. Esta

porção é composta por dois núcleos básicos: 1) máquinas e implementos agrícolas,

86

segmento do setor metal-mecânico (manufatura) que apresenta elevada sinergia

com a cadeia material de transporte; e 2) fertilizantes e defensivos agrícolas,

segmento do setor químico (processo contínuo), que apresenta elevadas barreiras à

entrada (baixa inclusividade), mas ganha proeminência por ser um dos principais

gargalos competitivos da produção agropecuária nacional e regional.

A relevância da cadeia Insumos Industriais para a Agricultura (ou, se preferir,

dos elos iniciais e comuns às duas principais cadeias Agroalimentares da região) é

reforçada, ainda, pela sinergia técnica do segmento máquinas e implementos

agrícolas com a cadeia de Material de Transporte. Na realidade, esta última cadeia –

a despeito de ainda ser relativamente pouco expressiva em termos de emprego

(2794 postos formais em 2011, menos da metade dos postos gerados pela “proto-

cadeia” de Insumos Industriais para a Agricultura), apresenta algumas

características que a fazem particularmente relevante para o desenvolvimento do

Oeste. Em particular, a cadeia Material de Transporte apresenta: 1) elevadíssima

sinergia com as demais cadeias priorizadas; 2) efetivo enraizamento no território,

com a presença de empresas líderes e fornecedoras de insumo dotadas de

expertise e com significativa difusão territorial nos principais polos urbanos do

território; 3) grande potencial de mercado interno e externo; e 4) barreiras à entrada

relativamente baixas (em especial dentre as empresas fornecedoras de insumos), o

que facilita o “alongamento” e “adensamento” da cadeia e sua transformação em um

sólido arranjo produtivo regional. Em particular, no plano da sinergia, esta cadeia

apresenta vínculos com todas as cadeias agroindustriais, que demandam

implementos metalmecânicos e sistemas de armazenagem e transporte

“semoventes” - reboques, caçambas, tratores, caminhões com ou sem câmaras

frigoríficas, etc. Ela também se vincula ao turismo, que é intensiva em transporte de

pessoas por via rodoviária, aeroviária, hidroviária, etc. E também se articula à cadeia

logística (que aparece como “mista” na nossa classificação das cadeias do Oeste

Paranaense, mas que é uma das principais cadeias propulsivas de Foz do Iguaçu,

sede de um dos principais nós da integração Pacífico-Atlântico no hemisfério sul).

A cadeia do Turismo também foi selecionada para a primeira fase do POD.

Ela é uma cadeia particularmente longa, de elevadíssimo potencial de crescimento e

de extraordinária capacidade inclusiva, mas de espraiamento diminuto: ela está

virtualmente circunscrita a Foz do Iguaçu. Não obstante, ela apresenta elevada taxa

atual e potencial de crescimento e gera, hoje, aproximadamente cinco vezes mais

87

emprego que a cadeia de Material de Transporte. Além disso, ela é responsável por

aproximadamente 50% do emprego total - direto, indireto e reflexo - de Foz do

Iguaçu, o que equivale a dizer que ela é o principal motor econômico deste

município. E Foz do Iguaçu cumpre duas funções estratégicas para a economia do

Oeste: 1) é o principal nó logístico regional, por onde ingressam insumos e matérias-

primas dos demais países do Cone Sul (e do Pacífico, via portos chilenos); e 2)

sedia algumas das mais dinâmicas e capitalizadas instituições de P&D do território,

que são estratégicas para o enfrentamento dos gargalos tecnológicos e logísticos

das cadeias agroindustriais regionais. Em suma: a cadeia turística é aprovada em

três dos quatro critérios orientadores da hierarquização proposta: potencial de

crescimento e geração de renda, inclusão e sinergia (via suas conexões com a

economia de Foz do Iguaçu e, por extensão, com o desenvolvimento de seus

sistemas logísticos e de P&D). Como se isto não bastasse, a priorização da cadeia

turística na fase de implantação do POD a despeito de seu baixo espraiamento

assenta-se em mais dois argumentos. Em primeiro lugar, a virtual circunscrição da

Cadeia do Turismo a Foz do Iguaçu desloca a responsabilidade de seu

planejamento para a sociedade civil iguaçuense, representada no POD pelo

Codefoz, cabendo às instâncias de governança do Oeste em Desenvolvimento, tão

somente, avaliar os encaminhamentos e, se aprovados, emprestar respaldo político

regional aos mesmos. Em segundo lugar, é preciso entender que o potencial

turístico de Foz do Iguaçu e de suas cidades irmãs na Tríplice Fronteira é tão grande

que, se adequadamente explorado e atualizado, irá transbordar do município para o

seu entorno, incorporando municípios oestinos que portam atrativos turísticos

naturais (como os balneários do Lago Itaipu) e/ou que organizam feiras, mostras e

eventos culturais voltados a um público maior que o público domiciliado.

Por fim, a cadeia de Material de Transporte é a que apresenta a menor

densidade relativa em termos de geração de emprego e renda no território. Não

obstante, ela passa com distinção nos demais critérios, com ênfase nas excelentes

perspectivas de mercado nacional e internacional, expertise consolidada no

território, expressiva vantagem de aglomeração e inclusividade (baixas barreiras à

entrada para novos empreendimentos), e apresentam elevadíssima sinergia com a

grande maioria das demais cadeias propulsivas do território. Afinal, esta cadeia não

se restringe a automóveis, ônibus e caminhões. Todo o mecanismo projetado para

se “mover” – vagões, barcos, reboques, tratores, colheitadeiras – assim como todas

88

as peças necessárias à montagem e manutenção destes “mecanismos semoventes”

fazem parte desta cadeia. O que significa dizer que promover a competitividade da

cadeia de Material de Transporte tem implicações diretas e imediatas na promoção

da competitividade das cadeias agroindustriais, da cadeia do turismo, da cadeia

logística, etc.

As considerações anteriores orientaram a hierarquização das cadeias

produtivas propulsivas da região Amop-Caciopar. E dados os limites de recursos e a

importância de realizar investimentos de eficácia inconteste com vistas a sustentar e

ampliar a mobilização social em prol do POD, as quatro cadeias já referidas –

Proteína Animal, Turismo, Material de Transporte, Agroalimentar de Base Vegetal –

além dos elos iniciais das duas cadeias agroindustriais - que optamos, por razões de

organização do trabalho, por caracterizar como uma cadeia à parte, denominada

“Insumos Industriais para a Agricultura” – foram eleitas como objeto inicial do

Programa. Outras cadeias – como Madeira-Papel & Mobiliário; Farmacêutica &

Saúde; Logística; Têxtil & Vestuário; etc. - deverão ser objeto de atenção e

planejamento mais tarde.

Quanto a governança vale destacar que a constituição do Programa está

embasada numa concepção participativa, reflexiva e produtora de conhecimento que

prevê a construção de um modelo de governança e desenvolvimento endógeno, de

maneira a articular e mobilizar a sociedade, utilizando recursos humanos, materiais

e institucionais, ou seja, os parceiros assumem o papel de mobilizadores.

A Governança é constituída pelas seguintes esferas:

a) Fórum de Desenvolvimento Econômico do Território Oeste do PR: ambiente

de apresentação de propostas e debate das ações para o desenvolvimento da

região, constituído por instituições públicas e privadas com interesse no

desenvolvimento da região.

b) Coordenação: instituições públicas e privadas de âmbito regional para análise e

encaminhamentos acerca das estratégias e ações debatidas pelo Fórum. Hoje

possui cadeia as instituições: Parque Tecnológico Itaipu, Sebrae, Emater, Unioeste,

Cooperativas da região, Caiopar, Itaipu Binacional, Amop.

c) Secretaria-Executiva: formada por técnicos das instituições, sendo responsáveis

pela coordenação, gestão e monitoramento do Programa e operacionalização das

ações.

89

CÂMARAS TÉCNICAS

As câmaras técnicas são grupos formados por representantes de instituições

e empresas públicas e privadas, municipais e regionais. São corresponsáveis pela

identificação e aproveitamento das oportunidades e enfrentamento dos gargalos e

pelo planejamento e operacionalização dos Planos das Cadeias Produtivas

Propulsivas e dos Planos dos Eixos Estruturantes para o desenvolvimento da região

e suas localidades.

Cadeia Produtiva de Proteína Animal

Segundo o regimento interno do Programa, definiu-se que a Câmara Técnica

seria uma das formas de coordenação estabelecida pelo mesmo, que tem por

finalidade articular, entre os setores público e privado, o planejamento e

implementação dos instrumentos institucionais de promoção do desenvolvimento

territorial. Ela possuirá um coordenador e um suplente, eleitos por aclamação em

reunião de câmara. Os trabalhos em câmaras se iniciaram com a cadeia de proteína

animal - frango, leite, peixe e suíno -, neles foi seguido um fluxo do mesmo como

mostra o esquema abaixo.

Figura 13: Fluxo de trabalho Câmara Técnica da Proteína Animal.

Nota: Elaborado pelos autores.

90

Primeiramente, foi feita a estratificação da cadeia por macrossetores, com

divisão da cadeia em produção, processamento e distribuição. Em seguida foi

constituído um questionário para cada setor, na tentativa de torná-lo mais

especializado e com isso extrair o maior número de informações possíveis, aquelas

que fossem relevantes para o diagnostico que estava sendo construído. Foi

realizado nesse período, combinado a estruturação do questionário, pesquisas

secundárias e também conversas com agentes importantes da cadeia que

contribuem para o desenvolvimento do território, essas conversas tinham como

objetivo identificar pontos críticos a abordados nos questionários.

Os questionários foram aplicados de forma aleatória com agentes do território,

buscando o entendimento da cadeia e seus pontos de estrangulamento, além de

suas oportunidades. Os questionários foram aplicados três vezes, seguindo a ordem

dos macrossetores, após era constituída a reunião de câmara para cada setor. Todo

o fluxo se concluía com uma a estruturação do relatório abordando os pontos

levantados nas reuniões de câmaras e também das entrevistas, para que

obtivéssemos, então insumo para a construção dos outros passos e, além disso,

uma maior caracterização dos setores.

A próxima etapa desse trabalho foi a oficina de definição das ações para a

cadeia, nesta oficina buscou-se a validação dos gargalos de todos os macrossetores

e a proposição de ações para solucionar os problemas identificados. Com essas

ações foram constituídas as linhas de atuação da cadeia de proteína animal, a

equipe técnica da secretaria-executiva contribuiu nessa construção junto aos

coordenadores e suplente de cada cadeia.

91

Figura 14: Processo contido em caca macro setor.

Nota: Elaborado pelos autores.

Para dar um maior embasamento as linhas e as possíveis atuações dentro do

território, coletou-se informações (eletrônica e presencial), com os agentes que

compõem a cadeia, com projetos que já estão em andamento que contemple as

linhas definida pela câmara. Pensando em um trabalho mais integrado, com foco na

consolidação de projetos já existentes e construção de proposições que ainda não

possuem uma linha de atuação, assim tem uma maior chance de obter sucesso

canalizando os esforços de atuação e os recursos existentes.

Na etapa seguinte foi realizada uma oficina de planejamento e divisão do

trabalho, onde se tinha como objetivo definir metas, período, estratégias de

execução, ações algumas já definidas, outras melhor alocadas, instituições

envolvidas e lideres da ação, esse último sendo um dos integrantes da câmara da

cadeia de proteína animal.

Essa construção se deu em conjunto e para cada linha de ação, ressaltando

que as linhas de ações já haviam sido priorizadas pelos coordenadores e suplentes

de cada cadeia. Algumas linhas tiveram como proposta encaminhamento para os

Grupos de Trabalhos já existentes ou a constituição de um para os que não tiveram.

92

Figura 15: Elementos de composição do Plano Tático.

Nota: Elaborado pelos autores.

E por fim a execução das ações e projetos, na qual a secretaria-executiva

utilizará de ferramentas de gestão dos projetos, acompanhamento e suporte para os

projetos e os grupos de trabalhos constituídos. Vale ressaltar ainda que todo esse

processo está em um fluxo de trabalho e que esta última etapa possuirá interlocução

e articulação contínua com a câmara técnica, os eixos estruturantes e a

coordenação do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Os projetos que foram propostos na oficina de planejamento encontram-se

em anexo, por cadeia, a saber, proteína animal, frango, leite peixe e suíno.

Câmara Técnica de Energias Renováveis

Dentro dos encontros realizados na câmara técnica de energias renováveis

ficou definido como objetivo geral, “Mobilizar e Aplicar Recursos Energéticos

Renováveis locais em favor do desenvolvimento sustentável”. Por ser um eixo

estruturante na sua forma de atuar, teve seus objetivos específicos definidos pelos

direcionadores contidos nos ambientes macroanalíticos da NEI sendo eles como

mostra abaixo.

93

Figura 16: Elementos de composição do Plano Tático.

Nota: Elaborado pelos autores.

GRUPOS DE TRABALHO

Os Grupos de Trabalho (GTs) tem por objetivo atender algumas demandas do

setor produtivo com agilidade propondo ações de intervenções em situações

específicas, são compostos por interessados e especialistas no tema que será

trabalhado no grupo. Só podem ser criados por demanda das câmaras técnicas ou

por uma necessidade percebida pela coordenação do Programa, que entrará em

consenso sobre criação do mesmo ou não. O grupo de trabalho possui uma

dinâmica própria de atuação, por meio de estudos, reuniões, seminários e outros, a

secretaria-executiva, no entanto acompanhará os grupos conforme demandado.

Para a execução dos trabalhos, após sua criação e os primeiros encontros,

para resolução do problema, que está sendo trabalhado, deverá ser criado um plano

de trabalho contendo as propostas de solução e os recursos que serão utilizados

para cada proposta, e ainda, que custeará cada um deles, podendo ser os

integrantes do próprio grupo, ou agentes externos que queiram patrocinar essa ação

de alguma forma. Depois que o problema estiver resolvido, o grupo de trabalho se

encerra, vale destacar que esta constituiu uma das características que difere de uma

câmara técnica, o grupo é criado para resolver um problema pontual enquanto que

as câmaras buscam identificar resolver problemas mais macro.

94

Figura 17: Estrutura dos Grupos de Trabalho.

Nota: Elaborado pelos autores.

Grupo de Trabalho de Eficiência Energética

Na reunião do Grupo de Trabalho de Eficiência Energética foi reunido

universidade, cooperativas e interessados pelo tema a ser discutido. Do encontro

obteve-se como resultado a demanda por uma palestra sobre mercado livre, ISO

5.000, visita as empresas e uma intermediação com a OCEPAR no que diz respeito

a cursos sobre o tema.

EIXOS ESTRUTURANTES

O Programa também atuará em alguns eixos considerados estruturantes para

o desenvolvimento do território. Eles são grandes temas que perpassam todas as

cadeias produtivas que são: Infraestrutura e Logística, Pesquisa e Desenvolvimento,

Crédito e Fomento, Capital Social e Cooperação. Os eixos estão contidos e

definidos pelo planejamento estratégico do Programa está relacionado com as

proposições da Secretária Executiva e também as demandas da Cadeia de Proteína

animal, que sairão das câmaras técnicas. Quando se fala em demandas da cadeia

vale destacar que são problemas específicos da cadeia que deverão ser tratado com

outra abordagem já que pertence a um eixo.

95

Figura 18: Constituição dos Eixos Estruturantes.

Nota: Elaborado pelos autores.

A composição do arranjo organizacional dos agentes envolvidos consiste na

articulação e sensibilização dos interessados direta ou indiretamente com o tema.

Feito esta etapa o posterior a isso é feita a validação desse arranjo pela

coordenação do programa e o lançamento do eixo é realizado, ainda contendo sua

forma de operação, podendo ser trabalho tanto em câmaras técnicas, sendo ele do

próprio eixo, como em “GTs” que são os grupos de trabalho, formado por

especialista do tema e interessados pelo mesmo.

Dando continuidade as fases, faz-se então uma estratificação do eixo por

ambientes macroanalíticos de acordo com a abordagem da Nova Economia

Institucional (NEI), esse processo se deu com o objetivo de organizar as

variáveis/fatores que influenciam o eixo, para que todas as análises dos diversos

eixos trabalhados possuíssem um padrão e também para que os agentes envolvidos

no processo pudessem ter de forma mais clara, quais fatores estão inseridos nesse

eixo e consequentemente nesse contexto, possibilitando que as atuações do

programa sejam mais efetivas e melhor direcionada. A figura 20 apresenta os

ambientes que estão inseridos na Nova Economia Institucional.

96

Figura 19: Ambientes Macroanalítico da Nova Economia Institucional.

Fonte: Baseado em FARINA et al. (1997).

Dentro desse contexto será realizado o levantamento bibliográfico, pesquisas

exploratórias, estudos e encontro em grupos para estruturação e organização do

eixo já estratificado. Os agentes que estão envolvidos com o tema abordado pelo

eixo serão convidados para compor uma oficina onde seriam definidos os objetivos

para o eixo, além de se definir próximos encontros, eles terão como objetivo

construir ações e projetos, ressaltando que nele deve estar inserido as demandas

encaminhadas pela câmara de proteína animal no qual o eixo deve manter uma

interação com o mesmo, analisando as demandas que vem do próprio eixo e

estruturando Grupos de Trabalho, por exemplo, para tratar questões específicas, ou

seja, essa fase consistem em construir ações para a atuação dos temas constituídos

dos eixos. E, por fim a execução dos projetos, onde serão utilizadas ferramentas de

acompanhamento e suporte dos mesmos. Salientamos ainda que existe um fluxo

contínuo entre o eixo e as cadeias produtivas e também a organização do programa.

97

AÇÕES PARA ALAVANCAR AS CADEIAS PRIORIZADAS

As oficinas de planejamento da câmara técnica já aconteceram. Nela se

discutiu projetos para atuação dentro das linhas de ações da cadeia de proteína

animal no sentido do atendimento das demandas vindas delas.

CADEIA DO FRANGO

Tabela 43: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Frango.Meio Ambiente

Objetivo Especifico: Melhorar o aproveitamento dos recursos hídricos nas propriedades e nas indústrias

Ação Estratégia de Execuçãoa) Implementar sistemas de coleta de água da chuva para fins de dessedentação dos animais, limpeza e higienização das instalações e equipamentos, além do uso na climatização do ambiente.

a)Promover o conhecimento das soluções existentes no território;b) Promover a sustentabilidade hídrica;c) Atuar diretamente na promoção junto às empresas e cooperativas.

Objetivo Especifico: Buscar a padronização da fiscalização ambiental regionala) Apresentar uma análise para minimizar o impacto da instabilidade e falta de clareza da legislação para o produtor.

a)Confrontar legislações estaduais;b)Articular debates com o Instituto Ambiental do Paraná;c)Promover o conhecimento do produtor.

SanidadeAção Estratégia de Execução

Objetivo Especifico: Regulamentar e ampliar o suporte à produção de subsistência nas propriedades da regiãoa)Esclarecer ao produtor quanto a produção de subsistência;b)Parceria entre integradora e Municípios – Produção de galinha caipira;c)Promover encontros institucionais com a Agencia de Defesa Agropecuáriado Paraná para discussão das normas e regulamentos para criação e comercialização de frango caipira.

a) Desenvolver a cooperação intermunicipal;b) Articular juntos aos órgãos reguladores melhorias do processo de gestão da criação de frango caipira;c) Atuar na capacitação e formação da do produtor;d) Usar da capilaridade do programa para a divulgação e promoção de boas práticas.

Objetivo Especifico: Ampliar o suporte aos produtores e adequar as práticas de descarte de animais mortos

a)Estudar e propor formas de descarte de animais.

a)Atuar no entendimento e promoção de soluções sobre o descarte;b) Atuar junto aos órgãos reguladores para a padronização dos procedimentos.

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LogísticaAção Estratégia de Execução

Objetivo Especifico: Desenvolver alternativas e estruturar os modais existentespara escoamento da indústriaa)Estudos para melhoria do transportemodal.

a)Articulação e apoio a CT deInfraestrutura e Logística (participaçãode representantes da CT de Frango).

Objetivo Especifico: Ampliar e melhorar as estruturas de armazenamento degrãos e produtos industrializados.a)Participação de representantes da CTde Frango.

a) Articulação e apoio a CT deInfraestrutura e Logística.

Objetivo Especifico: Adequação à legislação para trafegabilidade de acesso edentro da propriedade.a) Parcerias Público-Privadas para conservação e adequação das estradasvicinais e acesso as propriedades;b)Efetivação de consórciosintermunicipais (Patrulhasmecanizadas).

a)Promoção e sensibilização do poder público e órgãos representativos;b)Análise de parcerias já instituídas;c)Compatibilização com as deliberaçõesdas demais Câmaras Técnicas.

Nota: Elaborado pelos autores.

CADEIA DO SUÍNO

Tabela 44: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Suíno.Meio Ambiente

Objetivo Especifico: Melhorar o aproveitamento dos recursos hídricos nas propriedades e nas indústrias.

Ação Estratégia de Execução

a) Elaboração de um diagnóstico de viabilidade técnica e econômica para captação e reutilização de água.

a) Diagnósticos de viabilidade técnica e econômica;b) Levantamento dos projetos e tecnologias existentes.

Objetivo Especifico: Avaliar o potencial de expansão da atividade.a) Análise de impactos ambientais para as granjas já existentes e para projetos novos;b) Análise de modelo para aumento de produção, no que se refere à impactos ambientais.

a) Mapeamento da produção de suínos;b) Conhecimento dos marcos regulatório;c) Fazer análises e diagnósticos.

Pesquisa e DesenvolvimentoAção Estratégia de Execução

Objetivo Especifico: Analisar e propor a regulamentação de novas tecnologias para descarte de animais mortosa) Levantamento das práticas desenvolvidas;b)Implementação de sistema de corresponsabilidade produtor-indústria

a) Pesquisas junto as secretarias dos municípios, IAP e institutos de pesquisas;b) Realização de workshops envolvendo empresas, municípios e Acs;

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c) Análise dos marcos regulatórios;d) Levantamento das práticas.

LogísticaAção Estratégia de Execução

Objetivo Especifico: Adequação à legislação para trafegabilidade de acesso edentro da propriedade.a) Sensibilizar para a adequação dalegislação sobre o atendimento atrafegabilidade e acesso aspropriedades (porteira a dentro);b) Proposição de consórciosintermunicipais (Patrulhasmecanizadas).

a) Inserir nas pautas da AMOP eCACIOPAR;b) Integração com a Câmara deLogística;c) Estimular a formação de consórcios.

Nota: Elaborado pelos autores.

CADEIA DO PEIXE

Tabela 45: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Peixe.Assistência Técnica

Objetivo Especifico: Ampliar o fornecimento da Assistência Técnica.Ação Estratégia de Execução

a) Ampliar a assistência técnica;b) Promover o apoio necessário à organização das associações e grupos de produtores;c) Selecionar e apoiar casos de implementação de modelos de gestão eoperação da piscicultura;

a) Desenvolver alternativas junto à iniciativa privada;b) Rediscutir o papel das associações deprodutores e das Prefeituras Municipais;c) Aproveitar modelos de sucesso da região;d) Articulação institucional junto as Prefeituras.

Objetivo Especifico: Promover a formação e a qualificação da assistência técnica.

Ação Estratégia de Execução

a) Profissionalização e capacitação do produtor e da propriedade.

a) Reforçar a articulação e parceria juntoaos órgãos responsáveis (EMATER);b) Ampliar as parcerias e participação daacademia.

Meio AmbienteObjetivo Especifico: Conhecer o potencial e implementar estratégias para melhoraproveitamento dos recursos hídricos.

Ação Estratégia de Execuçãoa) Estudos de tecnologias alternativas de sistema de tratamento da água para reaproveitamento;b) Implantação de unidade demonstrativa de sistema de decantação;c) Definição níveis máximos de fósforo nas rações.

a)análise das formas de produção para poder propor modelos;b) Banco de dados unificado com os dados coletados (analise de água);c) Analise de qualidade da ração.

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Objetivo Especifico: Avaliar o Potencial dos Mananciais.Ação Estratégia de Execução

a) Diagnóstico da capacidade deprodução por corpo hídrico.

a) Banco de dados unificado.

Objetivo Especifico: Adequar e consolidar os Planos Municipais deGerenciamento de Recursos Hídricosa) incentivar os municípios a elaborar ozoneamento da produção.

a) Mobilizar e apresentar paraPrefeituras;b) Identificar empresas e apresentarpara prefeituras ;c) Definir estrutura do Plano deZoneamento;d) Fundação Parque Tecnológico Itaipuem parceria, estruturar um modelo eajudar a mobilizar as prefeituras.

Pesquisa e DesenvolvimentoObjetivo Especifico: Promover a integração das unidades de pesquisa empiscicultura.

Ação Estratégia de Execuçãoa) Formação de grupo de Pesquisa daPiscicultura na Câmara técnica.

a) banco de dados das pesquisas econhecimentos das entidades;b) Aproximação de necessidades dosProdutores com pesquisas econhecimentos das entidadespesquisadoras;c) Elaboração de um Plano de inovaçãoe desenvolvimento da cadeia produtivado peixe.

Objetivo Especifico: Desenvolver tecnologias de genéticaa) desenvolver e testar linhagens commelhor desempenho produtivo erendimento industrial.

a) melhoramento genético com foco norendimento de carne.

Objetivo Especifico: Desenvolver novos produtos para CMS (carnemecanicamente separada).a) Pesquisa e desenvolvimento denovos produtos (CMS).

a)Aproveitamento melhor dossubprodutos;b) Criar com aceitação para o consumo.

Fortalecimento da CadeiaObjetivo Especifico: Conhecer o potencial e implementar estratégias para melhoraproveitamento dos recursos hídricos

Ação Estratégia de Execuçãoa) Inserir e fortalecer a cadeia produtivada piscicultura nas políticaspúblicas/programas de governo(Município, estado, União);b) Aumento do limite de financiamento(PRONAF).

a) As prefeituras possuir técnicos quepossam dar suporte na área depiscicultura; b)Fomentar a atividade da piscicultura;c)Mobilização da classe política regional.

Nota: Elaborado pelos autores.

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CADEIA DO LEITE

Tabela 46: Ação e Estratégias de Execução - Cadeia do Leite.Assistência Técnica

Objetivo Especifico: Ampliar o fornecimento da Assistência Técnica.Ação Estratégia de Execução

a) Buscar linhas de crédito para Assistência Técnica;b) Promover a integração das iniciativaspúblicas e privadas na atenção à demanda por assistência.

a) Articulação entre a iniciativa privada e os órgãos públicos;b) Reproduzir a experiência das Redes no território;c) Trabalhar com visões microrregionais;d) Aproximar das instituições que regulam o recurso ABC.

Objetivo Especifico: Promover a formação e a qualificação da assistência técnica.

Ação Estratégia de Execuçãoa) Uniformizar o entendimento do tipo de assistência técnica;b)Criar um programa de qualidade paraa assistência técnica (funcionários dos municípios, empresas, etc).

a) Desenvolver parcerias público-privadas;b) Atuar na padronização de procedimentos e aproximação com o produtor .

Objetivo Especifico: Promover a Capacitação de Produtores.Ação Estratégia de Execução

a) Destinar fundos dos royalties, dos municípios que possuem esses, para o conselho de desenvolvimento rural;b) Programa de conscientização (informação para o produtor);c)Ampliar o suporte aos produtores e adequar os métodos de descarte de animais mortos.

a) Atuar junto aos municípios (AMOP);b)Articular com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar a estratégiae escopo de atendimento;c) Apoiar e articular o fortalecimento das Secretarias Municipais de Agricultura.

Pesquisa e DesenvolvimentoObjetivo Especifico: Desenvolver um banco de dados adequado da cadeia doleite.

Ação Estratégia de Execuçãoa)Realizar pesquisas junto ao produtore demais fontes de informação(atualização a cada 4 anos);b)Acesso e adequação dossistemas/bancos de dados existentes.

a) banco de dados das pesquisas econhecimentos das entidades;b) Utilizar período de vacinação - pontosde venda;c) Conhecer os sistemas existentes e aspossibilidades/informaçõesdisponibilizadas.

SanidadeObjetivo Especifico: Apoiar os sistemas de inspeção e fiscalização paraadequação da estrutura de atendimento.

Ação Estratégia de Execução

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a) Mobilizar a criação ou reativação dosConselhos de Sanidade Animal - CSA´smunicipais;b) Exigir a vacinação comocontrapartida do produtor em troca debenefícios/serviços do setor público;c) Propor a criação de um percentualdo orçamento municipal comdestinação obrigatória às secretariasde agricultura, especifico para aSanidade Animal.

a) Reunião com o Conesa;b)Interação entre produtores, industria eprefeituras para promoção da vacinaçãoe exames - subsídios e incentivos;c)Conscientização das prefeituras,produtores e industria mostrando osbenefícios que cada um terá com aemissão das notas.

Objetivo Especifico: Buscar a padronização da inspeção sanitária regional.a)Aplicar um modelo padrão delegislação municipal, com um escopomínimo de fiscalização.

a) Reuniões Individuais nos municípios emomentos coletivos.

Objetivo Especifico: Adotar e divulgar o plano de contingência do MAPA-SEAB.a)Propor a unificação dos planos delegislação já existentes e regulamentarjunto aos municípios.

a) Emissão de relatório mensal de casosde zoonoses identificados pela Adapar-Seab para secretaria regional emunicipal de saúde;b) Acesso (limitado) ao sistema dedefesa sanitária animal da Adapar porparte das secretarias regionais desaúde;c) Dentro dos municípios montar umfluxograma de informações entre asecretaria regional e o município.

Fortalecimento da Cadeia

Objetivo Especifico: Estruturar sistema de remuneração por padrões superioresde qualidade.

Ação Estratégia de Execuçãoa)Estruturação e fundamentação decritérios (referência) para definição depadrões);b)Sensibilização das indústrias paraadoção de sistemas de remuneraçãode qualidade;c) Melhorar o nível tecnológico,estrutura, e realização de BPAs daspropriedades(profissionalizar a gestãoda propriedade).

a) Implementar um sistema depagamento de qualidade;b)Análise dos fatores relacionados aosvalores pagos;c) Criação de um grupo de referênciapara orientação e apoio às indústrias eprodutores;d)Dias de campo, visitas à propriedadesmodelo (porte, nível tecnológico, sistemaprodutivo, etc.), orientação ao crédito,eventos regionais, seminários,excursões.

Nota: Elaborado pelos autores.

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CADEIAS PRODUTIVAS

Tabela 47: Ação e Estratégias de Execução - Temas Comuns as Cadeias.Temas Comuns - Energia

Objetivo Especifico: Melhorar os níveis de segurança quanto ao fornecimento e àqualidade da energia disponibilizada.

Ação Estratégia de Execuçãoa) Articulação junto à Copel para adequar e resolver o problema da instabilidade de energia;b) Necessidades de ajustes tecnológicos e incentivos governamentais para utilização de fontes de energias alternativas.

a) Realizar diagnósticos locais;b) Realizar encontros de diagnóstico e análise do cenário junto a COPEL;c) Mobilização e cobrança;d)Trabalhar a responsabilidade compartilhada.

Objetivo Especifico: Analisar a viabilidade de produção de energia alternativas, comercialização e distribuição.

Ação Estratégia de Execuçãoa) Desenvolver estratégias de viabilização do uso de energias alternativas;b) Projetos de viabilidade para produção de energia como tratamento de dejetos de acordo com a propriedade;c) Articular parcerias estratégicas entre produtores/integradoras e governo.

a)Buscar segurança jurídica através do fortalecimento da regulação do setor;b)Integração e apoio a CT de Energias Renováveis e o GT de Eficiência Energética na condução das ações demandadas.

Família RuralObjetivo Especifico: Fortalecer os programas existentes e desenvolver ações deapoio à família rural.

Ação Estratégia de Execuçãoa) Implementar estratégias de sucessãofamiliar;b) Formação técnica continuada demão de obra qualificada;c) Melhoria da infraestrutura residencialda família rural (Qualidade de vida) –Linhas de crédito.

a)Focar na base da estrutura familiar esocial;b) Articular com as entidades derepresentação social, instituiçõespúblicas e privadas na formação deestratégias combinadas ecomplementares;c) Articulação junto ao SENAR eempresas particulares para ampliaçãoda oferta e discussão dos requisitos;d)Fortalecer a formação rural.

TributaçãoObjetivo Especifico: Participar e buscar representatividade nos debates sobretributação

Ação Estratégia de Execuçãoa) Criação de grupos específicos sobre a) Possibilidade de constituição de um

104

tributação. GT para discussão do tributação(representativo e técnico).

Nota: Elaborado pelos autores.

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REFERÊNCIAS

ABIPTI, Associação Brasileira Das Instituições De Pesquisa Tecnológica.Agropolos: Uma proposta metodológica. Brasília: ABIPTI, 1999. 364 p.

ALBUQUERQUE, Francisco; , Marco Dini. Guía de aprendizaje sobre integraciónproductiva y desarrollo económico territorial. Washington DC: FOMIN/BID, 2008.

APDR, Associação Portuguesa Para O Desenvolvimento Regional. Compêndio deeconomia regional. Coimbra: APDR, 2002.

AZEVEDO, Paulo Furquim De. Nova economia institucional: referencial geral eaplicações para a agricultura. São Carlos: Ufscar, 2000.

BATALHA, Mário Otávio (coord). Gestão agroindustrial. São Paulo: Atlas, 1997.

COSTAMAGNA, Pablo; ROZZI, Sergio Pérez. Enfoque, estrategias e informaciónpara el desarrollo territorial: Los aprendizajes desde ConectaDEL. Buenos Aires:ConectaDEL, 2015.

FARINA, Elizabeth Maria Mercier Querido. Competitividade e coordenação desistemas agroindustriais: um ensaio conceitual. Gestão & Produção, São Carlos,v. 6, n. 03, p. 147-161, dez 1999.

FARINA, Elizabeth Maria Mercier Querido; AZEVEDO, Paulo Furquim De; SAES,Maria Sylvia Macchione. Competitividade: Mercado, estado e organizações. SãoPaulo: Editora Singular, 1997.

IPARDES, Instituto Paranaense De Desenvolvimento Econômico E Social -. Base dedados do estado. 2015.

IPARDES, Instituto Paranaense De Desenvolvimento Econômico E Social. Leiturasregionais: Mesorregião geográfica oeste paranaense. Curitiba: IPARDES: BRDE,2003. 143 p.

LIMA, Jandir Ferrera De. Clusters territoriais: elementos para reflexão. ActaScientarium, Human and Social Sciences, Maringá, v. 33, n. 02, dez. 2011.

MARCO, et al. Lecciones aprendidas y buenas prácticas en el desarollo de losprojetos de integración productiva. Washington DC: FOMIN, 2006.

PAIVA, Carlos Águedo Nagel. Fundamentos da análise e do planejamento deeconomias regionais: FAPER. Foz do Iguaçu: Parque Itaipu, 2013. 200 p.

PORTER, Michael. Estratégia competitiva: técnicas para análise da indústria e daconcorrência. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1986.

ANEXOS

ANEXO A: Planejamento Estratégico do POD.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL DO PROGRAMA OESTE EM

DESENVOLVIMENTO 2016-2020

PROGRAMA OESTE EM

DESENVOLVIMENTO

Planejamento Estratégico ~ 2 ~

SUMÁRIO

SUMÁRIO _______________________________________________________________________________ 2

APRESENTAÇÃO _________________________________________________________________________ 3

OBJETIVOS E PROGRAMAÇÃO ______________________________________________________________ 4

PROCESSO METODOLÓGICO ________________________________________________________________ 4

GRUPO DE PARTICIPANTES _________________________________________________________________ 5

ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA ________________________________________________________________ 6

MAPA ESTRATÉGICO ______________________________________________________________________ 7

ENCERRAMENTO ________________________________________________________________________ 16

Planejamento Estratégico ~ 3 ~

APRESENTAÇÃO

O presente documento tem por objetivo apresentar os resultados do encontro de

planejamento estratégico, tático e operacional do Programa Oeste em Desenvolvimento 2016-

2020 no âmbito da Secretaria Executiva, realizada no dia 16 de dezembro de 2015, em Foz

do Iguaçu/PR.

Participaram do encontro os membros representantes das instituições que compõem a

secretaria executiva do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Planejamento Estratégico ~ 4 ~

OBJETIVOS E PROGRAMAÇÃO

O objetivo geral do encontro foi apresentar os resultados do planejamento estratégico do

Programa Oeste em Desenvolvimento para o período de 2016-2020 construído e proposto

pela Coordenação. Fazer uma análise de cenário das ações da secretaria nos anos de 2014-

15 e dos desafios que estão propostos e por fim trabalhar o alinhamento das propostas da

secretaria para as CTs, GTs e gerenciamento do programa com os objetivos estratégicos e

metas constituídas pelo comitê gestor.

De forma mais específica:

Análise de cenário.

Alinhamento de expectativas.

Definir ações e projetos no nível tático e operacional que respondam aos objetivos

estratégicos propostos.

Expandir o mapa estratégico para os níveis tático e operacional.

De acordo com as possibilidades elencar responsáveis por ações e projetos.

A programação desenvolvida no encontro foi a seguinte compreendeu os períodos vespertino

do dia 15/12/2015 e todo o dia 16/12/2015.

PROCESSO METODOLÓGICO

O Encontro seguiu os princípios do enfoque participativo / construção conjunta, com ênfase no

intercâmbio de experiências, tendo como ferramenta metodológica a visualização, a

problematização, o trabalho em pequenos grupos e os debates em plenária, sinalizando para a

construção coletiva das análises e de propostas, contando com o apoio de um moderador.

A metodologia considera um processo continuado de divulgação e validação dos resultados.

Este processo deverá ser realizado colaborativamente através de ferramentas de tecnologia

da informação, reuniões das instâncias de governança e com coordenadores de CTs e GTs e

líderes de ação.

A oficina buscou um processo interativo de reflexão e de construção conjunta, apoiada na

experiência e vivência dos participantes, coordenada e relatada pelo moderador.

Planejamento Estratégico ~ 5 ~

GRUPO DE PARTICIPANTES

O encontro da Secretaria Executiva do Programa Oeste em Desenvolvimento contou com a presença dos seguintes colaboradores: Jaime Nelson Nascimento Orestes Holtz Augusto Stein Emerson di Domenico Durso Yonara Medeiros Henry Troglio Jonhey Lucizani Flávio Rocha Cristian Jair Paredes Aguillar Vitória Diniz Isabelle Santiago Elias José Zydek; Leoveraldo C. de Oliveira Felipe Pasa Rosane S. Ferreira; Juan Sotuyo Paulo Taschetto; Marcelo Percicotti; Vínicius Almeida Marcel Micheletto Leandro Rudinick Prof Jandir Ferreira de Lima Mario Costenaro

Planejamento Estratégico ~ 6 ~

ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA A Missão, Visão de Futuro e Valores foram definidos, de forma preliminar, pelo conjunto de participantes, após debate de cada um dos elementos de orientação estratégica da Secretaria.

MISSÃO

• Promover o desenvolvimento econômico sustentável da Região Oeste do Paraná por meio do engajamento, cooperação e sinergia das pessoas e instituições públicas e privadas.

VISÃO DE FUTURO

• Ser reconhecido, até 2020, como elemento essencial na transformação da Região

Oeste do Paraná, através de indicadores positivos de desenvolvimento

econômico e sustentabilidade.

Planejamento Estratégico ~ 7 ~

MAPA ESTRATÉGICO Objetivos Estratégicos Metas Estratégias

Ampliar e integrar ao programa instituições de relevância estratégica que atuam na região.

Estabelecer critérios de aderência e mapear 100% das instituições em 2016.

Promover um plano de adesão ao programa.

Ampliar 60% das adesões existentes.

Mapeamento das instituições com aderência as propostas e atuação do programa.

Mante 0% de percentual de desistência.

Plano de sensibilização / promoção do programa no território, Validar a constituição de um Premio Oeste em Desenvolvimento para atores de destaque no programa.

Fortalecer a atuação da Coordenação para o encaminhamento das prioridades estratégicas de forma estruturada e sinérgica.

Ter um processo de encaminhamento das prioridades estruturado e pactuado entre a Coordenação até Abril de 2016.

Dispor de um processo pactuado para encaminhamento de demandas estratégicas da coordenação, fortalecendo a ação integrada na articulação e interação interinstitucional.

Encaminhar as primeiras prioridades através dos canais correspondentes até Junho de 2016.

Validar a aderência e alinhamento do processo aos planos de comunicação interno e gestão por processos.

Ter um modelo de gestão por processos que considera os papéis, responsabilidades e competências das instituições e pessoas que compõem o programa.

Ter o modelo de gestão homologado em 2016.

Promover uma revisão do estrutura de governança do programa que considere a gestão por processos, mapeamento de responsabilidades e competências e a integração entre os níveis estratégico, tático e operacional.

Até jul/16 estabelecer uma matriz de responsabilidade pactuada entre as instituições participantes, nos níveis estratégico, tático e operacional.

Utilizar das potencialidades e habilidades dos parceiros do programa para a criação e proposição de um modelo de gestão e governança por processos.

Ter um plano de comunicação, promoção e marketing que fortaleça e instrua os processos internos e com o

Ter ate julho de 2016 o plano de comunicação, promoção e marketing do programa oeste em

Construir um Plano de comunicação, promoção e marketing

Planejamento Estratégico ~ 8 ~

Objetivos Estratégicos Metas Estratégias

território. desenvolvimento.

Ter todos os canais de comunicação, ações de parceiros no território e demandas de comunicação mapeados até jul/16.

Utilizar da capilaridade e competências das instituições parceiras para a construção do plano e mapeamento das demandas e cenário existente.

Ter um processo de respostas a riscos e ameaças prioritárias ao território.

Ter as prioridades elencadas e sistematizadas de cada Cadeia Produtiva e Eixo Estratégico do Programa no primeiro trimestre de 2016;

Atuar focadamente sobre as demandas do território mapeadas pelas CTs, GTs e coordenação.

Atenção independente das demandas, seguindo ritos próprios, instituídos e pactuados no nível de coordenação.

Estabelecer uma agenda permanente de relacionamento com representantes de todas as instâncias governamentais ainda no primeiro trimestre de 2016.

Utilizar a demanda prioritária do território relacionada a baixa qualidade e a falta de energia como piloto do processo de articulação proposto.

Para cada demanda consolidar o cenário existente e constituir um plano de articulação e mobilização próprio.

Apoiar e fortalecer a criação de um sistema regional e inovação como ferramenta de aumento de renda, emprego e oportunidades de negócio.

Ter um protótipo do SRI ainda em 2016.

Atuar fortemente junto as academias no sentido de instruir e promover o mapeamento de ativos.

Mapeamento dos ativos de inovação e oportunidades no território ainda em 2016.

Instituir um banco de oportunidades (demanda e oferta)

Promover a criação de Sistema Regional de Empregos

Buscar a excelência na gestão e operação do programa e das CTs e GTs que atuam nas cadeias produtivas e eixos estruturantes do território.

Ter a totalidade das CTs e GTs utilizado os processos de gestão

Promover e apoiar o uso dos processos de gestão em todas as CTs e GTs

Utilizar padrões de mercado de forma a facilitar a compreensão e uso

Planejamento Estratégico ~ 9 ~

Objetivos Estratégicos Metas Estratégias

Utilizar o SIGEOR para registro e acompanhamento eletrônico das ações e projetos

Promover melhorias no Sistema de Indicadores que atuará como ferramenta de suporte as CTs e GTs

Ter a totalidade dos eventos do programa gestionados baixo um agenda comum e um processo unificado de execução

Mapear e utilizar os eventos do programa e das instâncias como ferramentas de promoção, adesão e congregação dos membros do programa

Promover e apoiar a construção de planos de qualidade educacional na Região Oeste do Paraná, de forma a torna-la uma referência brasileira na educação em todos os níveis de formação.

Ter um diagnóstico de factibilidade da proposta em 2016.

Articular junto as prefeituras através da AMOP a construção de um plano de qualidade na educação.

Ter uma proposta de encaminhamento da demanda em 2016.

Mobilizar a região para obter o melhor IDEB do Brasil, articular com os parceiros para ampliar a oferta de EAD local pelas instituições públicas e privadas

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS INICIAIS PROPOSTA DE CONSOLIDAÇÃO Fortalecer a atuação da Coordenação para o encaminhamento das prioridades estratégicas de forma estruturada e sinérgica.

Ter um processo de gestão que identifique as prioridades estratégicas do território e

oriente a atuação do programa, utilizando-se das competências institucionais,

tornando o POD reconhecido como espaço de articulação territorial.

Ter um processo de respostas a riscos e ameaças prioritárias ao território.

Ter um modelo de gestão por processos que considera os papéis, responsabilidades e competências das instituições e pessoas que compõem o programa.

Novo texto de consolidação dos objetivos aprovado!

Objetivos Estratégicos

Metas Estratégias Ações Responsável

pela mobilização

Envolvidos

Ampliar e integrar ao programa instituições de relevância estratégica que atuam na região.

Estabelecer critérios de aderência e mapear 100% das instituições em 2016.

Promover um plano de adesão ao programa.

Construir e executar um plano

de adesão e mobilização do

programa

Pacheco Jaime e Pacheco

Ampliar 60% das adesões existentes.

Mapeamento das instituições com aderência as propostas e atuação do programa.

Mante 0% de percentual de desistência.

Plano de sensibilização / promoção do programa no território, Validar a constituição de um Premio Oeste em Desenvolvimento para atores de destaque no programa.

Ter um processo de gestão que identifique as prioridades

estratégicas do território e oriente

a atuação do programa,

utilizando-se das competências institucionais,

tornando o POD reconhecido

Ter um processo de encaminhamento das prioridades estruturado e pactuado entre a Coordenação até Abril de 2016.

Dispor de um processo pactuado para encaminhamento de demandas estratégicas da coordenação, fortalecendo a ação integrada na articulação e interação interinstitucional.

Construir, homologar e executar um conjunto de premissas, padrões e estratégias de atuação da Coordenação na condução da articulação e gestão de prioridades do

A definir (Jaime e

coordenação)

A definir (Jaime e

coordenação)

Encaminhar as primeiras prioridades através dos

Validar a aderência e alinhamento do processo aos planos de comunicação interno e

Planejamento Estratégico ~ 11 ~

Objetivos Estratégicos

Metas Estratégias Ações Responsável

pela mobilização

Envolvidos

como espaço de articulação territorial.

canais correspondentes até Junho de 2016.

gestão por processos. programa

Ter o modelo de gestão homologado em 2016.

Promover uma revisão do estrutura de governança do programa que considere a gestão por processos, mapeamento de responsabilidades e competências e a integração entre os níveis estratégico, tático e operacional.

Processo de Gestão das

Câmaras e do Programa

Jonhey Jonhey, Yonara, Pacheco

Até jul/16 estabelecer uma matriz de responsabilidade pactuada entre as instituições participantes, nos níveis estratégico, tático e operacional.

Utilizar das potencialidades e habilidades dos parceiros do programa para a criação e proposição de um modelo de gestão e governança por processos.

Ter as prioridades elencadas e sistematizadas

Atuar focadamente sobre as demandas do território mapeadas pelas CTs, GTs e

Definir, homologar e colocar em

funcionamento um processo para

Jaime Jaime e

coordenação.

Planejamento Estratégico ~ 12 ~

Objetivos Estratégicos

Metas Estratégias Ações Responsável

pela mobilização

Envolvidos

de cada Cadeia Produtiva e Eixo Estratégico do Programa no primeiro trimestre de 2016;

coordenação. resposta a riscos e ameaças ao

território Atenção independente das demandas, seguindo ritos próprios, instituídos e pactuados no nível de coordenação.

Estabelecer uma agenda permanente de relacionamento com representantes de todas as instâncias governamentais ainda no primeiro trimestre de 2016.

Utilizar a demanda prioritária do território relacionada a baixa qualidade e a falta de energia como piloto do processo de articulação proposto.

Para cada demanda consolidar o cenário existente e constituir um plano de articulação e mobilização próprio.

Ter um plano de comunicação, promoção e marketing que fortaleça e instrua os processos internos e com o território.

Ter ate julho de 2016 o plano de comunicação, promoção e marketing do programa oeste em desenvolvimento.

Construir um Plano de comunicação, promoção e marketing

Plano de Marketing e

Comunicação Pacheco

Augusto, Abilene e Pacheco

Planejamento Estratégico ~ 13 ~

Objetivos Estratégicos

Metas Estratégias Ações Responsável

pela mobilização

Envolvidos

Ter todos os canais de comunicação, ações de parceiros no território e demandas de comunicação mapeados até jul/16.

Utilizar da capilaridade e competências das instituições parceiras para a construção do plano e mapeamento das demandas e cenário existente.

Gestão integrada das agendas

Pacheco Pacheco,

Isabelle, outros

Apoiar e fortalecer a criação de um sistema regional e inovação como ferramenta de aumento de renda, emprego e oportunidades de negócio.

Ter um protótipo do SRI ainda em 2016.

Atuar fortemente junto as academias no sentido de instruir e promover o mapeamento de ativos.

Estruturar e colocar em

funcionamento o GT para

construção e operação do SRI

Jonhey Jonhey,Jandir,

Angélica e Osvaldo

Mapeamento dos ativos de inovação e oportunidades no território ainda em 2016.

Instituir um banco de oportunidades (demanda e oferta)

Promover a criação de Sistema Regional de Empregos

Buscar a excelência na gestão e operação do programa e das CTs e GTs que atuam nas

Ter a totalidade das CTs e GTs utilizado os processos de gestão

Promover e apoiar o uso dos processos de gestão em todas as CTs e GTs

Relatório do programa

Jonhey Jonhey, Emerson

Utilizar padrões de mercado de forma a facilitar a compreensão e uso

Processo de gestão das CTs e

GTs Jonhey

Jonhey, Emerson, Pacheco

Planejamento Estratégico ~ 14 ~

Objetivos Estratégicos

Metas Estratégias Ações Responsável

pela mobilização

Envolvidos

cadeias produtivas e eixos estruturantes do território.

Utilizar o SIGEOR para registro e acompanhamento eletrônico das ações e projetos

Operacionalização do SIGEOR

Augusto

Todos os que estão

envolvidos em ações e projetos

Criação de planos de trabalho para todas as CTs e

GTs

Jhoney, Emerson, Augusto, Jaime,

Orestes

Jonhey, Emerson,

Yonara, Flavio, Vitória, Henry,

Danielle, Christian

Promover melhorias no Sistema de Indicadores que atuará como ferramenta de suporte as CTs e GTs

Revisão e disponibilização do novo Sistema de indicadores

Pacheco e Rafael

Pacheco e Rafael,

técnicos do CIH

Ter a totalidade dos eventos do programa gestionados baixo uma agenda comum e um processo unificado de execução

Mapear e utilizar os eventos do programa e das instâncias como ferramentas de promoção, adesão e congregação dos membros do programa

Gestão dos Fóruns

A definir

Mapeamento, apoio e gestão

dos eventos técnicos das CTs

e GTS

A definir

Mapeamento, apoio e gestão

dos eventos adicionais ou que

o programa aparece como

apoiador ou co-

A definir

Planejamento Estratégico ~ 15 ~

Objetivos Estratégicos

Metas Estratégias Ações Responsável

pela mobilização

Envolvidos

organizador

Apoiar e apoiar a construção de planos de qualidade educacional na Região Oeste do Paraná, de forma a torna-la uma referência brasileira na educação técnica.

Ter um diagnóstico de factibilidade da proposta em 2016.

Articular junto as prefeituras através da AMOP a construção de um plano de qualidade na educação.

Em análise a forma de atuação

do programa.

Ter uma proposta de encaminhamento da demanda em 2016.

Mobilizar a região para obter o melhor IDEB do Brasil, articular com os parceiros para ampliar a oferta de EAD local pelas instituições públicas e privadas

ENCERRAMENTO Deliberado de forma prévia sobre responsabilidades a curto e médio prazo ficou registrado a preocupação para que ainda na primeira quinzena de janeiro se tenha o relatório do programa, a proposta de modelo de gestão das CTs e GTs, o inicio da implantação e disponibilização do SIGEOR e a construção dos primeiros planos de trabalho. Também ficou demandada a urgência na proposição de uma agenda integrada. Ressaltou-se que temos uma demanda a responder da CACIOPAR referente as grandes demandas e necessidades do oeste do Paraná que comporão o rol de proposições e solicitações da instituição para os governos estadual e federal. Proposição do modelo de planejamento em realização: