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i PLANO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DO ANTIGO LIXÃO DO ALVARENGA TEXTO E ANEXOS Local: Alvarenga, s/n – limite dos municípios de São Bernardo do Campo e Diadema - SP. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO São Paulo, 15 de dezembro de 2010.

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i

PLANO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DO ANTIGO LIXÃO DO ALVARENGA

TEXTO E ANEXOS

Local: Alvarenga, s/n – limite dos municípios de São Bernardo do Campo e Diadema - SP.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

São Paulo, 15 de dezembro de 2010.

ii

APRESENTAÇÃO Este trabalho foi realizado sob o Convênio celebrado entre a Prefeitura do município

de São Bernardo do Campo e a Prefeitura do Município de Diadema e considerou a

necessidade e a urgência da realização de levantamentos, estudos e projetos

técnicos com relação ao passivo ambiental junto a área que compreende as

instalações do antigo Lixão do Alvarenga situado na divisa dos Municípios

convenentes.

Por parte da Prefeitura do município de São Bernardo do Campo os trabalhos foram

realizados em conjunto com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São

Paulo - FESPSP e a execução dos trabalhos ficou por conta da empresa

especializada BTX Geologia e Meio Ambiente Ltda, a qual executou os trabalhos de

acordo com a Informação Técnica n° 001/10/TACR emitida em 05 de janeiro de 2010

pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, após análise do

Plano de Diretrizes de Recuperação da área Denominada Lixão do Alvarenga, ora

apresentado por este convênio.

Salienta-se, que todos os procedimentos utilizados pela empresa BTX Geologia e

Meio Ambiente Ltda para execução dos laudos ambientais, seguiram estritamente os

Roteiros denominados “Projeto de Encerramento e Recuperação do Lixão” e

“Procedimento para Investigação de Passivos Ambientais em Áreas de Destinação

Final de Resíduos Sólidos Urbanos”, estes ainda de acordo com o atual

procedimento para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas preconizado pela

CETESB, denominado, Decisão de Diretoria Nº. 103/2007/C/E, de 22 de junho de

2007.

i

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA _______________________________________________ 3 FIGURA 2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS _____________________ 9 FIGURA 3. LOCALIZAÇÃO DO LIXÃO DENTRO DA ÁREA DE MANANCIAIS. ______________________ 10 FIGURA 4. MAPA GEOLÓGICO __________________________________________________________ 19 FIGURA 5. LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS SPT ______________________________________________ 27 FIGURA 6. LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS INSTALADOS PARA EXECUÇÃO DE ENSAIOS ______________ 44 FIGURA 7. LOCALIZAÇÃO DAS SUB-ÁREAS ________________________________________________ 49 FIGURA 8. POSICIONAMENTO DOS CAMINHAMENTOS ELÉTRICOS E SEV´S NA ÁREA. ___________ 58 FIGURA 9. CURVA DE CAMPO DA SEV1 E O MODELO GEOELÉTRICO OBTIDO. __________________ 59 FIGURA 10. CURVA DE CAMPO DA SEV2 E MODELO GEOELÉTRICO OBTIDO. ___________________ 60 FIGURA 11. CURVA DE CAMPO DA SEV3 E MODELO GEOELÉTRICO OBTIDO. ___________________ 61 FIGURA 12. CURVA DE CAMPO DA SEV4 E MODELO GEOELÉTRICO OBTIDO. ___________________ 62 FIGURA 13. CURVA DE CAMPO DA SEV5 E MODELO GEOELÉTRICO OBTIDO. ___________________ 63 FIGURA 14. CAMINHAMENTO ELÉTRICO CE1 E MODELO GEOELÉTRICO. _______________________ 64 FIGURA 15. CAMINHAMENTO ELÉTRICO CE2 E MODELO GEOELÉTRICO. _______________________ 65 FIGURA 16. CAMINHAMENTO ELÉTRICO CE3 E MODELO GEOELÉTRICO. _______________________ 66 FIGURA 17. CAMINHAMENTO ELÉTRICO CE4 E MODELO GEOELÉTRICO. _______________________ 67 FIGURA 18. MAPA DE ISOPACAS DE ESPESSURA DE LIXO ___________________________________ 71 FIGURA 19. SITUAÇÃO DO POÇO PM-17 _________________________________________________ 105 FIGURA 20. POSICIONAMENTO DOS RECEPTORES POTENCIAIS. _________________________ 118 FIGURA 21. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO _______________________________________________ 154

ii

ÍNDICE DE DESENHOS ANEXO I

DESENHO 01 – LAYOUT DA ÁREA

DESENHO 02 - USO E OCUPAÇÃO

DESENHO 03 - ANÁLISE MULTITEMPORAL

DESENHO 04 - LOCALIZAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES

DESENHO 05 - LOCALIZAÇÃO DAS SEÇÕES E SEÇÕES GEOLÓGICAS

DESENHO 06 - MAPA POTENCIOMÉTRICO

DESENHO 07 - RECONSTITUÍÇÃO DA TOPOGRAFIA

DESENHO 08 – RESUMO DOS RESULTADOS DE SOLO

DESENHO 09 – RESUMO DOS RESULTADOS DE ÁGUA

DESENHO 10 – TERRAPLENAGEM

DESENHO 11 – SEÇÕES DE CORTE E ATERRO

DESENHO 12 – DETALHE DRENAGEM CHORUME

DESENHO 13 – PLANTA DO SISTEMA DE EXTRAÇÃO DE BIOGÁS

DESENHO 14 – DRENAGEM DO CÓRREGO

DESENHO 15 – DETALHES DA DRENAGEM

DESENHO 16 – ALAMBRADO

DESENHO 17 – PROJETO DO PARQUE

iii

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 5.4.1.1 RELAÇÃO DOS PONTOS DE INVESTIGAÇÃO E JUSTIFICATIVA DE LOCAÇÃO. ______ 25

TABELA 5.4.4.1.1. CORRESPONDÊNCIA ENTRE A NOMENCLATURA DAS AMOSTRAS DE SOLO E A

NUMERAÇÃO DA CADEIA DE CUSTÓDIA ENVIADA AO LABORATÓRIO. _________________________ 30

TABELA 5.4.4.2.2– IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA ENVIADAS AO

LABORATÓRIO PARA ANÁLISE QUÍMICA – LISTA 1. ________________________________________ 31

TABELA 5.4.4.2.2– IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA ENVIADAS AO

LABORATÓRIO PARA ANÁLISE QUÍMICA – LISTAS 2 E 3. ____________________________________ 33

TABELA 6.2.1 – CONSISTÊNCIA DAS ARGILAS EM FUNÇÃO DO SPT. __________________________ 52

TABELA 6.2.2 – PROFUNDIDADES FINAIS DAS SONDAGENS SPT. _____________________________ 52

TABELA 6.3.1 COTAS TOPOGRÁFICAS, NÍVEIS D’ÁGUA E CARGA HIDRÁULICA DOS POÇOS DE

MONITORAMENTO (10/11/2010). _______________________________________________________ 54

TABELA 6.3.2. RESULTADOS DOS ENSAIOS DE RECUPERAÇÃO PARA CÁLCULO DE CONDUTIVIDADES

HIDRÁULICAS (K). ____________________________________________________________________ 54

TABELA 6.3.1.1. – PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS ÁGUA SUBTERRÂNEAS ________________ 56

TABELA 6.3.1.2. – PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS ÁGUA SUPERFICIAIS __________________ 57

TABELA 6.2.3.1. TOPO, BASE E ESPESSURA DOS RESÍDUOS NOS CAMINHAMENTOS CE1 E CE2. ___ 68

TABELA 6.2.3.2. TOPO, BASE E ESPESSURA DOS RESÍDUOS NOS CAMINHAMENTOS CE3 E CE4. ___ 68

TABELA 7.2.1- TABELA GERAL DOS DADOS OBTIDOS _______________________________________ 72

TABELA 7.4.2.1. – DECAIMENTO DA PRODUÇÃO ANUAL DE METANO E PRODUÇÃO ACUMULADA __ 86

TABELA 8.1.1 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE SVOC NAS AMOSTRAS DE SOLO _______ 90

TABELA 8.1.1 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE SVOC NAS AMOSTRAS DE SOLO -

CONTINUAÇÃO _______________________________________________________________________ 91

TABELA 8.1.2 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE POC E POF NAS AMOSTRAS DE SOLO __ 92

TABELA 8.1.3 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE PCB NAS AMOSTRAS DE SOLO ________ 93

TABELA 8.1.4 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE METAIS NAS AMOSTRAS DE SOLO _____ 94

TABELA 8.2.1 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE INORGÂNICOS NA ÁGUA SUBTERRÂNEA 95

TABELA 8.2.2 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE VOC NA ÁGUA SUBTERRÂNEA_________ 97

TABELA 8.2.3 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE SVOC NA ÁGUA SUBTERRÂNEA _______ 98

TABELA 8.2.4 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE METAIS NA ÁGUA SUBTERRÂNEA ______ 99

TABELA 8.2.5 – RESULTADO DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE PESTICIDAS NA ÁGUA SUBTERRÂNEA _ 100

TABELA 8.3.1 – RESULTADOS DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE VOC, SVOC E METAIS DE ÁGUA

SUPERFICIAL _______________________________________________________________________ 101

TABELA 8.3.2 – RESULTADOS DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE COMPOSTOS INORGÂNICOS NA ÁGUA

SUPERFICIAL _______________________________________________________________________ 102

iv

TABELA 9.3.1 – COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS COM ART. 19-A. ____ 109

TABELA 10.1 – MODELO CONCEITUAL ATUALIZADO _______________________________________ 117

v

ÍNDICE

RESUMO EXECUTIVO ii

ÍNDICE DE FIGURAS iii

ÍNDICE DE TABELAS ____ v

PARTE I – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL _______________________________________ 1

1. INTRODUÇÃO ______________________________________________________ 1

1.1. Objetivos ______________________________________________________ 1

1.2. Localização ____________________________________________________ 2

1.3. Limitações _____________________________________________________ 4

2. ESCOPO DO PROJETO ________________________________________________ 5

3. AVALIAÇÃO AMBIENTAL PRELIMINAR ___________________________________ 8

3.1. Levantamento Histórico da Área ____________________________________ 8

3.2. Uso e Ocupação ________________________________________________ 15

3.3. Análise Multitemporal por fotos e imagens aéreas ______________________ 16

3.4. Geologia Regional ______________________________________________ 18

3.5. Hidrogeologia Regional __________________________________________ 20

4. MODELO CONCEITUAL PRELIMINAR ____________________________________ 21

5. INVESTIGAÇÃO AMBIENTAL CONFIRMATÓRIA ____________________________ 23

5.1. Descrição das Atividades Realizadas e dos Métodos Empregados __________ 23

5.2. Delimitação da Área de Trabalho ___________________________________ 23

5.3. Caracterização do Meio e das Fontes de Contaminação __________________ 23

5.4. Definição dos Pontos de Amostragem _______________________________ 24 5.4.1. Sondagens à Percussão ____________________________________________________ 26 5.4.2. Sondagens _______________________________________________________________ 26 5.4.3. Instalação de Poços de Monitoramento ________________________________________ 28 5.4.4. Amostragem______________________________________________________________ 28 5.4.4.1. Amostragem de Solo ____________________________________________________ 28 5.4.4.2. Amostragem de Água Subterrânea _________________________________________ 30 5.4.4.3. Amostragem de Água Superficial ___________________________________________ 33

5.5. Análises Químicas ______________________________________________ 35

5.6. Topografia e Potenciometria ______________________________________ 36

5.7. Determinação da Condutividade Hidráulica (K) ________________________ 36

5.8. Determinação da Velocidade de Fluxo _______________________________ 36

5.9. Procedimentos para Garantia da Qualidade ___________________________ 37

5.10. Regulamentação e Padrões Aplicáveis _______________________________ 37

5.11. Geofísica _____________________________________________________ 38

vi

5.11.1. Metodologia Empregada __________________________________________________ 38 5.11.2. Método de Eletrorresistividade_____________________________________________ 39 5.11.2.1. Sondagem Elétrica Vertical (SEV) __________________________________________ 40 5.11.2.2. Caminhamento Elétrico (CE) ______________________________________________ 41 5.11.3. Serviços executados em campo ____________________________________________ 42

5.12. Monitoramento de Gases e Determinação do Volume de Metano na Área ____ 43 5.12.1. Instalação dos Poços de Extração e Observação de Gases ______________________ 43 5.12.2. Monitoramento da Presença de Gases no Solo _______________________________ 45 5.12.3. Execução do Ensaio Piloto de Extração de Gases______________________________ 45 5.12.4. Tratamento dos Dados do Ensaio de Extração ________________________________ 46 5.12.5. Ensaio Passivo de Extração _______________________________________________ 47 5.12.6. Cálculo do Reservatório Atual de Metano ____________________________________ 47

6. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA __________________________________________ 50

6.1. Geologia Local _________________________________________________ 50

6.2. Aspectos Geotécnicos ___________________________________________ 51

6.3. Hidrogeologia Local _____________________________________________ 53 6.3.1. Parâmetros Físico-Químicos _________________________________________________ 56

6.4. Resultados da Geofísica __________________________________________ 57 6.4.1. Sondagens Elétricas Verticais (SEV´s) _________________________________________ 59 6.4.2. Caminhamentos Elétricos (CE´s) _____________________________________________ 64 6.4.3. Profundidades e Espessuras Estimadas dos Resíduos ____________________________ 67

6.5. Reconstituição Topográfica _______________________________________ 69

7. RESULTADOS DOS MONITORAMENTOS DE GASES, ENSAIOS E CÁLCULOS DA QUANTIDADE DE METANO _______________________________________________ 72

7.1. Resultados do Reservatório Atual de Metano __________________________ 72 7.1.1. Cálculo do reservatório de Metano nas Sub-áreas 1 e 4 __________________________ 72 7.1.2. Cálculo do reservatório de Metano na Sub-área 2 _______________________________ 73 7.1.3. Cálculo do reservatório de Metano na Sub-área 3 _______________________________ 73

7.2. Resultados Obtidos no Monitoramento de Gases no Solo _________________ 72

7.3. Resultados Obtidos para o Ensaio De Extração ________________________ 74 7.3.1. Resultados Obtidos para o Ensaio de Extração de Vapores (SVE) no PE-01 __________ 74 7.3.1.1. Tabela Geral de Dados Obtidos ____________________________________________ 74 7.3.1.1. Gráfico de Variação de VOC sem CH4 nos poços de observação e saída do compressor do sistema ______________________________________________________________________ 75 7.3.1.2. Gráfico de Variação de Metano nos poços de observação e saída do compressor do sistema ______________________________________________________________________ 75 7.3.2. Resultados Obtidos para o Ensaio de Extração de Vapores (SVE) no PE-02 __________ 77 7.3.2.1. Tabela Geral de Dados Obtidos ____________________________________________ 77 7.3.2.1. Gráfico de Variação do Vácuo (mmca) nos Poços de Observação em função do tempo (minutos) ______________________________________________________________________ 78 7.3.2.2. Gráfico de Vácuo Estabilizado (mmca) em função da Distância (m) ______________ 78 7.3.2.3. Gráfico da variação de Metano (ppm) ao longo do ensaio na saída do compressor do sistema ______________________________________________________________________ 79 7.3.3. Resultados Obtidos para o Ensaio de Extração de Vapores (SVE) no PE-04 __________ 80 7.3.3.1. Tabela Geral de Dados Obtidos ____________________________________________ 80 7.3.3.2. Gráfico da variação de Metano (ppm) ao longo do ensaio na saída do compressor do sistema ______________________________________________________________________ 81

7.4. Resultados Obtidos para o Ensaio Passivo de Extração __________________ 82 7.4.1. Cálculo da Taxa de Produção de Metano para as sub-áreas 1 e 4 __________________ 82

vii

7.4.2. Cálculo da Taxa de Produção de Metano para a sub-área 2 _______________________ 83

No Gráfico 7.4.2.1 observa-se o decaimento da Produção Anual de Metano e a Produção Total Acumulada de Metano. _____________________________________________ 86

8. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DAS ANÁLISES QUÍMICAS ________________ 88

8.1. Resultados Analíticos de Solo _____________________________________ 88

8.2. Resultados Analíticos de Água Subterrânea ___________________________ 95

De acordo com as listas 2 e 3 foram analisados também VOC, SVOC, PCB, POC, POF e Metais prioritários. ___________________________________________________ 95

8.3. Resultados Analíticos de Água Superficial ___________________________ 101

9. DISCUSÃO DOS RESULTADOS ANALÍTICOS______________________________ 103

9.1. Solo ________________________________________________________ 103

9.2. Água Subterrânea _____________________________________________ 103

9.3. Água Superficial ______________________________________________ 108

10. MODELO CONCEITUAL ATUALIZADO _________________________________ 110

PARTE II– PROJETO DE ENCERRAMENTO E RECUPERAÇÃO DO ANTIGO LIXÃO ______ 119

12. MEMORIAL DESCRITIVO DAS OBRAS ________________________________ 119

12.1. Seqüência Construtiva das Obras _________________________________ 120 12.1.1. ETAPA I – Terraplenagem para a Conformação do Terreno em Platôs ___________ 121 12.1.1.1. – Desmatamento, Destocamento e Limpeza ________________________________ 121 12.1.1.2. Taludes e Limites das Escavações e Aterros Lançados ________________________ 123 12.1.2. ETAPA II – Construção dos Drenos Profundos, Poços de Monitoramento e Sistema de Extração do Biogás ______________________________________________________________ 123 12.1.2.1. Drenos Profundos para o Chorume ________________________________________ 123 12.1.2.2. Sistema de Extração de Biogás ___________________________________________ 124 12.1.2.2.1. - Operação do Sistema de Extração de Gases _____________________________ 126 12.1.2.3. Poços de Monitoramento de Águas Subterrâneas e dos Gases __________________ 127 12.1.2.4. Captação da Nascente do Córrego ________________________________________ 127 12.1.3. ETAPA III – Construção do Aterro de Regularização e Aplicação da Manta de PEAD 128 12.1.4.1. Aterro de Regularização _________________________________________________ 130 12.1.5. ETAPA IV – Construção do Aterro de Cobertura _____________________________ 130 12.1.6. ETAPA V – Construção dos Sistemas de Drenagem Superficial, Medidas para Proteção Superficial do Terreno e Isolamento da Área _________________________________________ 132 12.1.6.1. Drenagem Superficial ___________________________________________________ 132 12.1.6.2. Canalização do Córrego _________________________________________________ 132 12.1.6.3. Tanque para Acumulação do Chorume _____________________________________ 133 12.1.6.4. Proteção Superficial ____________________________________________________ 134 12.1.6.5. Isolamento da Área ____________________________________________________ 134 12.1.7. ETAPA VI – Alternativa de Uso Futuro _____________________________________ 135

13. PROGRAMA DE MONITORAMENTO GEOTÉCNICO _______________________ 136

13.1. Introdução __________________________________________________ 136

13.2. Metodologia dos Trabalhos ______________________________________ 136

13.3. Trabalhos de Monitoramento Geotécnico ____________________________ 137

13.3.4. Alterações na Drenagem e Escoamento Superficial __________________ 137

13.3.5. Erosões e Rupturas de Taludes _________________________________ 138

viii

13.3.6. Recalques _________________________________________________ 141

13.3.7. Manta de PEAD _____________________________________________ 143

13.3.8. Transporte e Disposição de Detritos e Materiais_____________________ 145

13.3.9. Materiais Naturais de Construção _______________________________ 147

14. PROGRAMA DE MONITORAMENTO HIDROGEOLÓGICO (ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS) E DE GASES ____________________________________________ 150

PARTE 3 – PLANO DE INVESTIGAÇÃO DETALHADA E ANÁLISE DE RISCO E MONITORAMENTOS ___________________________________________________ 151

15. PLANO DE INVESTIGAÇÃO DETALHADA E ANÁLISE DE RISCO À SAÚDE HUMANA 151

15.1. Cronograma de Execução _______________________________________ 153

16. CONSIDERAÇÕES FINAIS _________________________________________ 155

17. BIBLIOGRAFIA _________________________________________________ 162

18. EQUIPE TÉCNICA _______________________________________________ 164

ANEXOS – PASTA 1

ANEXO I – DESENHOS ANEXO II – MATRÍCULA DO IMÓVEL ANEXO III – DECRETO DE DESAPROPRIAÇÃO nº 17224, PLANO DE REMOÇÃO DAS RESIDENCIAS E PROJETO DE URBANIZAÇÃO, REMANEJAMENTO E, RECUPERAÇÃO AMBIENTAL NA APRM – BILLINGS - DIADEMA ANEXO IV – FICHA CADASTRAL DE ÁREAS CONTAMINADAS ANEXO V – LOGS DE SONDAGEM SPT ANEXO VI – PERFIS DESCRITIVOS DE SONDAGEM E CONSTRUTIVOS

ANEXOS – PASTA 2

ANEXO VII – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO GASTECH INNOVA ANEXO VIII – CADEIAS DE CUSTÓDIA, CHECK LISTS E LAUDOS LABORATORIAIS DE SOLO, ÁGUA SUBTERRÂNEA, ÁGUA SUPERFICIAL E GÁS ANEXO IX – ENSAIOS DE PERMEABILIDADE ANEXO X – PERFIS DOS POÇOS DE EXTRAÇÃO E OBSERVAÇÃO DE GASES ANEXO XI – MEMORIAL FOTOGRÁFICO DOS TRABALHOS DE ENSAIO PILOTO ANEXO XII – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE PROJETO ANEXO XIII – MEMORIAL DE CÁCULO DE ESTABILIDADE DE TALUDES ANEXO XIV – MEMORIAL DE CÁCULO HIDRÁULICO ANEXO XV – APRESENTAÇÃO DO PROJETO DO PARQUE ANEXO XVI – CONVÊNIO DAS PREFEITURAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO E DIADEMA ANEXO XVII– ART (ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA) ANEXO XVIII– DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE LEGAL

1

PARTE I – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

1. INTRODUÇÃO

Os trabalhos de “Plano de Recuperação Ambiental do Lixão”, na área do antigo Lixão

Alvarenga, foram iniciados no mês de janeiro e finalizados em dezembro de 2010.

Os trabalhos foram desenvolvidos conforme especificado nas propostas técnicas

P-1404.01.IE-09, P-1404.03.ICCO-10 e P-1567.01.APIC-10.

1.1. Objetivos

O presente estudo foi realizado em atendimento ao documento nº 001/10/TACR da

CETESB de 05/01/10, encaminhado à Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo

através da correspondência N/COD 039/10/LLD em 18/02/10, com o objetivo de

caracterizar a presença de contaminação no solo e água subterrânea e migração de

gases, causadas pela área de disposição de resíduos sólidos urbanos do antigo Lixão

Alvarenga e elaborar um projeto de recuperação ambiental para o local.

Os trabalhos desenvolvidos para a Avaliação de Passivo Ambiental do antigo Lixão

Alvarenga foram divididos em três partes, sendo que a primeira constou de execução da

Avaliação Preliminar, Investigação Ambiental Confirmatória e da quantificação do gás

Metano na área. A segunda parte consistiu da elaboração do Projeto de Encerramento e

Recuperação do Antigo Lixão. Já, a terceira parte foi baseada nas anteriores, e consistiu

na elaboração do Plano de Investigação Detalhada e Análise de Risco para a área

avaliada e cronogramas de implantação das obras do projeto de recuperação.

A Avaliação Preliminar foi desenvolvida para atender o item 3 do Anexo II do

documento nº 001/10/TACR da CETESB, e foi realizada segundo requisitos

estabelecidos na norma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR-15515-1

– Passivo ambiental em solo e água subterrânea-Parte 1: Avaliação Preliminar, no “Guia

para Avaliação do Potencial de Contaminação em Imóveis”.

2

A Investigação Confirmatória e a quantificação do Metano na área visaram atender ao

item 4 do Anexo II do documento nº 001/10/TACR da CETESB e foram realizados

segundo o “Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da CETESB”.

A elaboração do Projeto de Encerramento e Recuperação do Antigo Lixão visa atender o

Anexo I do documento nº 001/10/TACR da CETESB

O Plano de Investigação Detalhada e Análise de Risco foi elaborado baseado nos

resultados obtidos neste estudo que indicaram a presença de contaminação nessa área,

na “Decisão de Diretoria No 103/2007/C/E”, e para atender ao Anexo I do documento nº

001/10/TACR da CETESB.

1.2. Localização

O empreendimento avaliado localiza-se na Estrada do Alvarenga, s/n – próximo ao

limite de São Bernardo do Campo e Diadema - SP. O mapa de localização da área pode

ser observado na Figura 1.

3

FIGURA 1. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

4

1.3. Limitações

Este relatório constitui-se da documentação do trabalho realizado pela BTX, visando

atender ao escopo determinado pela proposta enviada e demais deliberações realizadas

durante os trabalhos em campo.

A execução dos serviços foi fundamentada na aplicação de julgamentos subjetivos

profissionais, baseados nas informações documentadas e verbais apresentadas pelo

contratante da presente proposta, com o grau de competência e cuidados exercidos, em

circunstâncias similares, por consultores ambientais de boa reputação na área e nos

períodos de realização dos trabalhos.

Os resultados, conclusões e recomendações apresentadas neste relatório são limitadas

pelo grau de conhecimento e informações disponíveis, tempo e orçamento definidos em

proposta. Nenhuma outra garantia, expressa ou inferida, é realizada com relação às

opiniões profissionais incluídas neste relatório.

As opiniões apresentadas são baseadas apenas nas informações obtidas durante a

execução dos trabalhos e na experiência profissional. Se outras informações se

tornarem disponíveis que possam afetar nossas observações e conclusões, a Proactiva

solicita a oportunidade de revisar a informação, reavaliar os aspectos ambientais e

modificar nossas opiniões.

O relatório aqui apresentado estabelece a posição do Avaliado frente às mais diferentes

questões ambientais, relacionando recomendações de boas práticas ambientais

adequadas á realidade do meio ambiente e à legislação brasileira vigente. Os objetivos

provenientes deste trabalho deverão ser implementados de maneira progressiva. A BTX

não assume qualquer responsabilidade pelas condições da propriedade do Avaliado,

executadas por outras partes, antes ou depois das implementações advindas deste

trabalho.

Este relatório é confidencial e foi elaborado para uso interno do Avaliado, sendo que

outras informações não devem ser divulgadas para fins publicitários ou de vendas, salvo

orientação da BTX.

5

2. ESCOPO DO PROJETO

PARTE 1 – Avaliação Preliminar e Investigação Ambiental confirmatória

a) Coleta de dados básicos do local;

b) Reconhecimento da área;

c) Reconstituição histórica das atividades desenvolvidas na área através de:

Revisão de documentos disponíveis, tais como plantas do empreendimento de

épocas diversas;

Levantamento de processos arquivados na Prefeitura Municipal de Diadema

Avaliação de imagens e fotografias aéreas multitemporais disponíveis – foram

interpretadas imagens de sete épocas: 1957, de 1970, de 1974, de 1977, de

1998, de 2003 e a imagem de satélite de 2009.

Entrevistas com ex-funcionários do lixão – ex-catadores de lixo, moradores e

vizinhança;

d) Levantamento do uso e ocupação do solo, considerando o entorno de 200

metros;

e) Definição e locação dos pontos de sondagem;

f) Execução de Sondagens com ensaios do tipo SPT;

g) Perfuração e instalação de poços de monitoramento;

h) Coleta de amostras de solo;

i) Coleta de amostras de água subterrânea dos poços de monitoramento;

j) Coleta de amostras de águas superficiais;

k) Análise química das amostras de solo, água subterrânea e superficial para

determinação de Metais (prioritários), Compostos Orgânicos Voláteis (VOC),

Compostos Orgânicos Semi-Voláteis (SVOC), Bifenilas Policloradas (PCB) e

Pesticidas (Clorados e Fosforados);

6

l) Análise química de amostras de água subterrânea para determinação de N-

Amoniacal, Carbono orgânico Total e Dissolvido, Ferro, Manganês, Cloreto,

Alumínio, Nitrato, Sulfato;

m) Levantamento planialtimétrico dos pontos investigados da área do lixão, e do

entorno de 200m;

n) Investigações por geofísica, pelo método da eletorresistividade, para confirmar

a localização e delimitação das áreas de deposição, assim como estimar as

espessuras do lixo em subsuperfície;

o) Avaliação dos resultados da geofísica para delimitação dos contatos solo/rocha

e a detecção da presença dos resíduos, inclusive também de entulho;

p) Realização de ensaio piloto para estudo de viabilidade técnica para extração de

Metano e quantificação sobre o reservatório atual de Metano na área;

q) Elaboração do Mapa Potenciométrico;

r) Execução de ensaios de condutividade hidráulica;

s) Elaboração do Modelo Conceitual para a área de estudo;

t) Interpretação dos dados obtidos;

PARTE 2 – Projeto de Encerramento e recuperação do Antigo Lixão

u) Reconformação geométrica do maciço e proposição de cobertura final;

v) Sistema de drenagem, acumulação e tratamento de líquidos percolados;

w) Sistema de drenagem de águas pluviais;

x) Sistema de drenagem de gases;

y) Plano de monitoramento geotécnico, de gases e das águas superficiais e

subterrâneas na região do aterro;

z) Cobertura vegetal;

aa) Isolamento físico e visual da área;

bb) Alternativa de uso futuro da área;

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PARTE 3 – Plano de Investigação Detalhada e Análise de Risco e

Monitoramentos

cc) Integração de todos os dados obtidos;

dd) Avaliação da Contaminação identificada no solo e água subterrânea;

ee) Elaboração do escopo para Investigação Detalhada e Análise de Risco

ff) Apresentação do Cronograma de implantação das obras, das investigações e

monitoramentos.

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3. AVALIAÇÃO AMBIENTAL PRELIMINAR

As atividades descritas nesse capítulo visaram o atendimento do item 3 constante no

documento nº 001/10/TACR emitido pela CETESB.

Com relação ao histórico do estabelecimento, é importante ressaltar que as informações

contidas neste item foram obtidas através de processos na Prefeitura Municipal de

Diadema e por meio de entrevistas realizadas em visita ao estabelecimento em questão.

3.1. Levantamento Histórico da Área

Situado nos limites dos municípios de São Bernardo do Campo e Diadema, o Lixão

Alvarenga recebeu lixo doméstico, industrial, e resíduos de construção civil, sem

nenhum controle dos municípios de Diadema e de São Bernardo do Campo. No Anexo

II é apresentada a Matrícula do referido terreno.

A área do Lixão Alvarenga, está inserida na Bacia Hidrográfica da Billings, situada na maior

parte no município de São Bernardo do Campo (Figura 2) e encontra-se em área de

proteção de mananciais conforme a Lei nº 1.172 de 1976 de proteção aos Mananciais

(Figura 3), sendo entretanto anterior a esta lei. Ressalta-se que a área do lixão está

localizada a leste, distante cerca de 10 km do ponto de captação de águas para

distribuição da SABESP que se encontra no Braço do Rio Grande e está isolado do Resto

da represa pela Barragem Anchieta. Esta barragem foi construída na década de 80, com

a finalidade de garantir o abastecimento de água do ABC, iniciado em 1958,

(Mucciacito, 2009).

Segundo estimativa feita pela CETESB – Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental,

em quase 30 anos, de 1972, quando foi criado, até os dias de hoje, cerca de 2 milhões de

toneladas de lixo foram depositados na área do Lixão do Alvarenga, tratando-se de um local

de disposição de grande porte (SANED, site da SEMASA.

Este lixão funcionou por aproximadamente 28 anos (iniciado em 1972/1973, interrompido em

16 de julho de 2001) e não houve nenhum planejamento anterior à disposição de resíduos no

local.

Em 1972/1973 uma cava de exploração de argila/areia foi desapropriada oficialmente

para a criação de um aterro pelos municípios de São Bernardo do Campo, São Caetano

do Sul e Diadema, criando-se uma gleba de utilidade pública.

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FIGURA 2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

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FIGURA 3. LOCALIZAÇÃO DO LIXÃO DENTRO DA ÁREA DE MANANCIAIS.

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Existem informações de que até 1976 a disposição de resíduos era controlada,

alternando-se a deposição com camadas de argila. A entrada do lixão a partir de São

Bernardo do Campo foi interditada judicialmente em 1986. Em 1997 foi iniciado um

processo para encerramento do lixão (Programa Lixo e Cidadania), o que viria a ocorrer

somente em 2001.

Após a interdição judicial de 1986 o lixo de Diadema foi destinado por 2 meses para outros

locais. No entanto, em fevereiro de 1987 a prefeitura de Diadema firma contrato com o

proprietário do terreno do antigo Lixão do Alvarenga para descarga do Lixo na área até o fim

de maio deste mesmo ano, porém a prefeitura de Diadema utilizou o lixão para disposição de

resíduos domiciliares até setembro de 1995, quando por exigência da CETESB, após a

aplicação de penalidades de multa, passou a destiná-los para outro aterro. Mesmo após a

desativação, a área do lixão continuou a receber entulho, depositado pela Prefeitura de

Diadema e resíduos clandestinos de diversas origens, já que a área possuía diversos acessos,

dificultando a fiscalização e ainda havia uma comunidade organizada de catadores.

No processo nº 16/00147/98 da CETESB, em 12/03/1998 foi realizada inspeção por este

Órgão, onde observou-se que na antiga área do Lixão Alvarenga, havia a permissão apenas

de despejo de resíduos inertes (resto de materiais de construção civil) conforme registrado

no Ofício nº 1085/97 CES, porém detectou-se que estava havendo a disposição de resíduos

industriais. Portanto em 12/03/98 foi emitido o Auto de Infração Imposição de Penalidade de

Multa nº058433 de 28/05/98 para a prefeitura de Diadema.

Em 16/03/98 foi emitida a correspondência Nº180/98/CES da CETESB endereçada à

prefeitura de Diadema solicitando a remoção e destinação adequada aos resíduos sólidos

industriais que foram irregularmente dispostos em desconformidade ao Ofício nº 1085/97

CES.

O lixão foi fechado, oficialmente em 2001 e em 29/03/2001, o Ministério Publico do Estado

de São Paulo emitiu o Ofício nº 319/01-PJD, solicitando a definição do Termo de Ajustamento

de Conduta, visando o fechamento de Lixão do Alvarenga e também solicitando o

encaminhamento do Termo de Compromisso Sócio-Ambiental assinado pelos municípios de

Diadema e São Bernardo do Campo.

Em 04/10/01 foi assinado o Termo de Ajuste de Conduta entre os municípios de Diadema e

São Bernardo do Campo, para a recuperação da área do depósito de lixo ilegalmente

12

instalado em área de proteção de mananciais da represa Billings, visando a imediata

mitigação dos impactos ambientais, bem como a preservação e integridade física da

população do entorno, a recuperação dos recursos hídricos da Represa Billings, mediante

coleta e tratamento do percolado superficial e subterrâneo, e afinal, buscando a integração

da área no meio ambiente urbano consolidado.

Foi realizado um Estudo de Diagnóstico do Meio Físico nessa área do Lixão do Alvarenga,

município de São Bernardo do Campo – S.P. pela Divisão de geologia do IPT – Programa de

Assistência Técnica aos Municípios – PATEM – Ofício AAM -006/98, com o objetivo de

definição do contorno da pluma de contaminação no aqüífero freático a sul do local de

disposição e a determinação da permeabilidade dos solos e o fornecimento de orientações

gerais para o encaminhamento das operações de recuperação ambiental da área do Lixão

Alvarenga, por solicitação da Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo, e de acordo

com o Parecer Técnico nº 7.231 (06/02/98) e foram obtidas as seguintes conclusões:

O lixão recebia cerca de 1000 t/dia de resíduos sólidos, das quais cerca de 400 t/dia

consistindo de resíduos industriais. Desde o início de seu funcionamento, as operações foram

conduzidas sob condições ambientais e sanitárias não totalmente adequadas (IPT,1998).

Os ensaios de condutividade hidráulica realizadas em amostras não deformadas de solo

da área mostraram valores de permeabilidade medianamente elevados, insuficientes

para a contenção de percolado oriundo do aterro de resíduos sem a impermeabilização

de base, porém a poluição variava inversamente proporcional ao aumento da

profundidade. Portanto, predomina a migração de contaminantes através dos horizontes

mais superiores do subsolo, em profundidades menores que sete metros e meio.

Como produto dos ensaios geofísicos efetuados, confirmou-se que a direção geral dos

fluxos das águas subterrâneas no local é do norte para o sul, ou seja, do lixão para a

represa. As zonas periféricas de percolação da contaminação estão localizadas na

porção oeste do anfiteatro, margem direita do córrego sem denominação ali existente.

No Estudo sobre o Plano Integrado de Melhoria Ambiental na Área de Mananciais da Represa

Billings no Município de São Bernardo do Campo, realizado pelo JICA em 2002, houve o

monitoramento da qualidade do chorume proveniente do lixão.

Naquele estudo foi coletada uma amostra de água superficial (água/chorume que escoava

pelo lixo) e foi realizada análise da qualidade do chorume. Os resultados da análise, realizado