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Plano de Monitoração Radiológica Ambiental da cidade de Goiânia

Parceria: Instituto de Radioproteção e Dosimetria

A fase pósacidente de Goiânia envolveu a tomada de medidas mitigadoras para os locais

que foram cenários do acidente como forma a garantir que o seu uso público não acarretasse em

riscos adicionais à população. Entre outras, considerouse que a engenharia que deveria ser

empregada para remoção de grandes volumes de materiais e solo em relação às pequenas

concentrações persistentes, mesmo que na sua maior parte fossem classificados como de categoria 1

(ver capítulo PMA depósito) seriam obrigatoriamente armazenados como rejeitos radioativos, dada

a opinião pública e a forte comoção. Assim, ações remediadoras foram tomadas para algumas áreas,

tais como: remoção e reposição de solo, evacuação e cobertura em piso de concreto, a simples

remoção de piso etc. Todas, sem exceção, visavam a assegurar a minimização do impacto

radiológico do acidente sobre a população e meio ambiente, A eficiência das medidas adotadas

puderam ser comprovadas a partir da monitoração ambiental, sistematicamente realizada por

diversas órgãos da CNEN desde então..

As primeiras medidas de monitoração ambiental realizadas durante o acidente e que serviram de

referência para medidas posteriores podem ser vistas a partir da figura 1. Contemplam os principais

caminhos de exposição ao público:

• Medidas de radiação externa, a partir de dosimetria termo luminescente

• Solo e vegetais

• Medidas em água subterrânea

• Água de superfície e sedimentos

Figura 1 : Pontos e medidas realizadas durante o acidente. Adaptado de: INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. The radiological accident in Goiânia. Vienna, IAEA, 1988. 132 Pg.

Com base no Plano de Monitoração executado pelo Instituto de Radioproteção e

Dosimetria, o CRCNCO realizou nova campanha no ano de 2006, iniciandoa com o

acompanhamento fotográfico e inspeção visual para a verificação do grau de preservação das

áreas, de acordo com as características de cada local remediado:

• integridade de pisos de concreto (rachaduras e perfurações induzidas).

• Condições de solo reposto. onde se aplique

• Verificação de realização de obras, mudança de atividade ocupacionais em locais

com atividades indoor.

• Movimentação não usual de pessoas; deposição de lixos nos lotes e obras ou

modificações nos terrenos vizinhos.

• Ocupação indevida de locais previstos para ocupação parcial

Complementando as inspeções, são realizados levantamentos radiométricos para medidas

de exposição externa,. As áreas acompanhadas são:

• Rua 57

• Ferro Velho I

• Ferro Velho II

• Ferro Velho III

• Rua 15 A

• Superintendência Leide das Neves

As tabelas e levantamentos radiométricos estão demonstrados a seguir:

Local Endereço Tipo de uso

Nº ocupantes

Rua 57 Rua 57 nº68, Q.121 L.19 Setor Central

Nenhum Área desocupada

Observações Inspeção Visual Sim Não

1. Há rachaduras ou perfurações no concreto ou solo? X 2. Há movimentação de obras no local? X 3. Há alguma mudança no uso do local? X 4. Há movimento não usual de pessoas no local? X 5. Observase deposição de lixo nos lotes vazios? X 6. Há obras ou modificação dos terrenos vizinhos? X 7. Há alguma atividade ocupacional?

7.1. Qual é esta atividade? X

8. Outras observações? Área livre, com restr ição de uso Porém, não ocupada.


Nº ocupantes

Ferro Velho I

Rua 26A, Q.07 L.29/30 Setor Norte Ferroviário

Terreno Área desocupada




8. Outras observações? Área livre, sem r estr ição de uso, apresenta indícios de atividades recr eativas, com uso ocasional.


Nº ocupantes

Ferro Velho II

Rua 6, Q.21 L.18 Setor Norte Ferroviário

Ferro Velho

Interditada




8. Outras observações? Sem restr ição de uso. Funciona uma pequena metalúrgica.


Nº ocupantes

Ferro Velho III

Rua P19 nº 83, Q.92 L.04 Setor dos Funcionários

Ferro Velho

Interditada




16. Outras observações? Área livre, sem r estr ições de uso. Funciona uma pequena cooperativa de catadores.


Nº ocupantes

Rua 15A nº218, Q.Z L.24/25 Setor Aeroporto

Terreno 4




24. Outras observações? Área sem r estr ição de uso. Houve impedimento do morador para execução de medição. Medida r ealizada externamente à casa.


Nº ocupantes

Casa da Fossa

Rua 17A nº188, Q.70A L.26A Setor Aeroporto

Casa ..




32. Outras observações? Área sem r estr ição de uso.


Nº ocupantes

SUP. Leide das

Neves

Rua 16A nº792, Q.26A L.03 Setor Aeroporto

Casa Dezenas




40. Outras observações? Antiga VISAGO. Local sem restr ição de uso.

Ferro-Velho I

CPS

m

m

cps

50.00

100.00

150.00

200.00

250.00

300.00

350.00

400.00

450.00

500.00

Conclusão

A partir da inspeção visual, é possível constatar que as barreiras de engenharia implementadas para

remediação das áreas impactadas mantêmse íntegras em todos os locais inspecionados. Em relação

ao uso, as áreas livres denominadas ferrovelho II, ferrovelho III, e VISAGO são locais já

normalmente ocupados em regime integral. A área livre denominada ferrovelho I já apresenta

sinais de ocupação ocasional l, constatados a partir de marcas de atividades recreativas no local.

Por fim, a inspeção constatou ainda que o local remediado da Rua 57 apresentase ermo, sem

qualquer tipo de ocupação.

O rastreamento radiométrico realizado em malha de 1m 2 em toda a superfície das áreas

inspecionadas mostra 1 valor pontualmente discrepante em relação à magnitude do background das demais áreas. Porém, sem significado do ponto de vista de radioproteção, visto que quando

expresso em termos de dose é significativamente inferior ao limite máximo de dose efetiva

estabelecido para público em geral.

As medidas de radiação ambiental estimadas sobre as áreas remediadas pósacidente

mostramse consistentes com outras realizadas em campanhas anteriores, demonstrando desta

forma, a efetividade das medidas remediadoras aplicadas.

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