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PROJETO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM TERRA NA BACIA DO SÃO FRANCISCO ANA/GEF/PNUMA/OEA Subprojeto 3.3.B – Plano de Gerenciamento Integrado da Bacia do Rio Salitre Resumo Executivo do Relatório Final PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DA BACIA DO RIO SALITRE UFBA Universidade Federal da Bahia FEP Fundação Educacional Politécnica Salvador - BA

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PROJETO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM TERRA NA BACIA DO SO FRANCISCO ANA/GEF/PNUMA/OEA Subprojeto 3.3.B Plano de Gerenciamento Integrado daBacia do Rio Salitre Resumo Executivo do Relatrio Final PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DA BACIA DO RIO SALITRE

UFBAUniversidade Federal da BahiaFEPFundao Educacional Politcnica Salvador - BA PROJETO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM TERRA NA BACIA DO SO FRANCISCO ANA/GEF/PNUMA/OEA Subprojeto 3.3.B Plano de Gerenciamento Integrado daBacia do Rio Salitre Resumo Executivo do Relatrio Final PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DA BACIA DO RIO SALITRE Coordenao do Subprojeto Yvonilde Dantas Pinto Medeiros Maria do Socorro Gonalves Departamento de Hidrulica e Saneamento Escola Politcnica Universidade Federal da Bahia Consultor Maria do Socorro Gonalves Equipe Tcnica Antonio Marcos Santos da Silva - UFBA Lenise Conceio Brando - UFBA Maria Elizabete Santos UFBA Isabel Cristina Galo - UFBA Contrato CPR/OEAno PO 33822/2 Janeiro de 2003

PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DA SUB-BACIA DO RIO SALITRE RESUMO EXECUTIVO INTRODUO (contexto, objetivos, localizao e captulos do Relatrio) Este relatrio contm o resumo dos captulos do relatrio final do Subprojeto 3.3 B - Plano de GerenciamentoIntegradodaSub-BaciadoRioSalitrePLANGISintegraoProjetode GerenciamentoIntegradodasAtividadesDesenvolvidasemTerradoSoFrancisco, financiadopeloANA/GEF/PNUMA/OEA.Esteprojetocompostopor27sub-projetos, temcomoobjetivodesenvolverumprogramadegesto de bacia hidrogrfica para orioSo Francisco, que desgua no oceano Atlntico.O PLANGIS teve inicio em maio de 2000 e seu objetivo principal foi desenvolver um modelo descentralizadoesustentveldegestodosrecursoshdricosnaBaciaHidrogrficadoRio Salitre,regiocaracterizadapelosaltosndicesdepobrezacomotambmpelaescassezde gua-fatoresquetmgeradovariassituaesdeconflitonoestadodaBahia.ABacia HidrogrficadoRioSalitreencontra-sesituadanaregioCentro-NortedoestadodaBahia estandolimitada,Leste,pelasBaciasdorioItapicuredoSub-MdioSoFrancisco, Oeste,pelaBaciadosriosJacar/Verdee,aoSul,pelaBaciadorioParaguau, especificamente a sub-bacia do rio Jacupe.As polticas de desenvolvimento econmico em curso na Bacia tm desdobramento desiguais, beneficiandosegmentosprodutivosdeformalocalizadaepontual,oquefazcomqueo conjuntodabaciaapresenteumaestruturaeconmicaconsideradacomotradicional,pouco produtivaedinmica.Adespeitodaexistnciadealgunsplosdedesenvolvimentode agricultura irrigada, com grandes investimentos e uso de tecnologia intensiva, predominam no conjuntodabaciaapecuriaextensiva,aextraomineral(emfrancadecadncia)ea agricultura de subsistncia Os dados relativos dinmica demogrfica, a participao da economia regional no contexto estadual, assim como a estrutura de distribuio de renda na Bacia revelam a precariedade dos investimentosnestaregioeilustramapoucaeficciadastradicionaispolticasde desenvolvimento e de combate seca.OPLANGISseinsere,portanto,nombitodapolticanacionalderecursoshdricoscujo trao mais marcante a implementao de um processo descentralizado e integrado de gesto eaincorporaodeinstrumentosdemercadonoprocessodegestodosrecursoshdricos. EstePlanovempotencializarasiniciativaseaesgerenciaisjemcursonaBaciae, sobretudo,objetivaatenderademandapelaimplementaodeaesefetivasecoordenadas. A descontinuidade e perenidade das aes at ento desenvolvidas coloca a demanda por um Planomaisabrangentecapazdepromoveraescontnuaseintegradorasdosdiversos segmentos interessados no desenvolvimento do Vale do Rio Salitre.Ograndedesafioencontradonoprocesso de elaborao deste Plano foi a tarefa de construir uma proposta de gesto integrada e descentralizada dos recursos hdricos (em suas dimenses institucionaleestratgica)emumcontextopolticoprofundamentemarcadopelatradio patriarcal e clientelista. Outro aspecto a ser considerado a necessidade e urgncia de criao de sistemas de informaes capazes de fundamentar a gesto dos recursos hdricos e subsidiar aaodopoderpublicoedosvriossegmentossociais.Comodemonstraestetrabalhoeas i varias experincias em curso no pas no possvel construir uma gesto descentralizada sem uma base de informao consistente.OsprincipaisprodutosdoPLANGISso:(a)estruturaodeumorganismodebaciao ComitdaBaciadoRioSalitre,apartirdeumprocessodemobilizaodeinstituies publicas,organizaesdasociedadecivileusuriosedarealizaodeprogramasde capacitaoparagestores;(b)proposiodelinhasestratgicasdeintervenoedeaes (carter regional e local) de modo a subsidiar os poderes pblicos, a sociedade civil e usurios na resoluo dos vrios problemas relacionados com os recursos hdricos.1.LOCALIZAO E ANTECEDENTES 1.1.Localizao da Sub-bacia AbaciahidrogrficadorioSalitreumasub-bacia do rio So Francisco, situada no centro-nortedoEstadodaBahia,totalmenteinseridaemterritriobaiano,entreaslongitudesde 4022 e 4130 oeste e latitudes 927 e 1130 sul, possuindo uma rea de 13.467,93 km2. limitada a leste pelas bacias do rio Itapicur e do sub-mdio So Francisco, a oeste pela bacia dos rios Jacar/Verde e a sul pela bacia do rio Paraguau, especificamente a sub-bacia do rio Jacupe.EssareaenglobapartedosmunicpiosdeCampoFormoso,Jacobina,Juazeiro, MiguelCalmon,Mirangaba,MorrodoChapu,Ourolndia,UmburanaseVrzeaNova, sendo que o municpio de Campo Formoso ocupa 39,8% deste total e Vrzea Nova o nico municpio completamente inserido na Bacia. Apenas os trs municpios mais recentemente emancipados possuem sede na Bacia. So eles: Vrzea Nova (1985), Mirangaba e Ourolndia (1989). Na Figura 1, apresenta-se a localizao da Bacia em relao ao Estado da Bahia e na Figura 2 , encontra-se o mapa da Bacia com a distribuiodos09(nove)municpioseseusrespectivoslimiteseadivisodastrssub-regies: Bacia do alto, mdio e baixo Salitre. O baixo Salitre foi identificado como sendo a rea com significativos nmeros de conflitos de toda a Bacia.No entanto, a comunidade tem um grau elevado de participao, demonstrando motivao para organizar-se em prol do gerenciamento dos recursos hdricos.1.2.Antecedentes Ousointensivodaagriculturairrigada,nabaciahidrogrficadorioSalitre,temcriado situaesclarasdeconflitosnousodasguas,fazendodessaBaciaumnaturalfocode interesse no gerenciamento de recursos hdricos no Estado.Algumasiniciativasdeaesgerenciaissobreaquestodocontroledousojforam implementados,napartebaixadaBaciaporcontadonveldetensoestabelecidopelouso descontroladodagua.AprefeituradeJuazeiroestabeleceuregrasdeusodasbombas situadas ao longo do leito do rio.Posteriormente, foi criada pela Secretaria de Recursos Hdricos a figura do Agente de Bacia, que tinha como principal funo promover a conscientizao dos usurios quanto aos limites dacapacidadedeusodosmananciais,efetuarlevantamentoseestudossobreasrease representaraSuperintendnciadeRecursosHdricos(SRH)naregio,almdeservircomo agente catalisador de formao de um Comit de Bacia na rea de conflito. Onmerosignificativodeiniciativasquetemsidotomadasnessesltimosanosmostraa necessidade cada vez mais crescente de uma ao efetiva e coordenada sobre a rea da bacia do rio Salitre, principalmente, porque os efeitos resultantes das aes j tomadas foram ii Figura 1. Localizao iii Figura 2. Diviso Intermunicipal e Diviso dos Trechos iv observadosapenasporumperodocurtoapsaimplantaodecadaumdeles.Essefato comprova a necessidade de um Plano mais abrangente capaz de promover uma ao contnua e integrada dos diversos segmentos interessados no desenvolvimento do Vale do Rio Salitre. 2.CARACTERIZAO FISIOGRFICA DA SUB-BACIA DO RIO SALITRE 2.1.Hidrografia A Bacia apresenta forma estreita e alongada, com rea de drenagem igual a 13.467,93 km2 e 640kmdepermetro.Possui100%desuareainseridanoPolgonodasSecas,ondeas precipitaes mdias anuais so da ordem de 500mm, que associadas a outros aspectos fsicos da bacia, determinam um regime fluvial deficitrio.AredededrenagemdaBaciaformadaporriosintermitentescomoconseqnciada irregularidade das precipitaes.Seu curso principal, o rio Salitre, nasce na Boca da Madeira nomunicpiodeMorrodoChapueescoanadireosul-norte,indodesaguarnorioSo Francisco,nomunicpiodeJuazeiro,percorrendoumtotalde333,24km.Osprincipais afluentesdorioSalitrenamargemdireitaso:riachodaConceio,riachoBaixado Sangrador,VeredaCaatingadoMoura,Riacho,riachodasPiadase,namargemesquerda, riacho do Orlando, rio Morim, rio Preto, rio Pacu, riacho do Escurial. (Figura 2). 2.2.Climatologia OsestudosclimatolgicosdabaciadorioSalitretiveramcomobasedadosobtidosem estaes hidroclimatolgicas operadas pelo Instituto Nacional de Metereologia INMET. 2.2.1.Precipitao A Bacia em estudo localiza-se geograficamente numa rea de clima tropical semi-rido. Esse climacaracteriza-seporumaestaochuvosacurta,comprecipitaomdiaanualemtorno de500mm,comdistribuiodechuvabastanteirregular,apresentandolongosperodosde estiagem e a maioria dos seus cursos dgua secos, em grande parte do ano. Otrimestredemaiorestiagemocorreemjulho,agostoesetembro,invivelparaincioda prticadeirrigao,enquantoqueotrimestremaischuvosovaidejaneiroamaro, configurandonabaciadoisperodosdistintos.Omsdemaiorprecipitaomdiamaro (99,75 mm) e o de menor agosto (9,72 mm).2.2.2. Temperaturas Atemperaturamdiamensalvariaentreosvaloresde17,1a28,2C,sendoqueomsmais friojulhoeosmesesmaisquentessodenovembroafevereiro.Atemperaturamdia compensadafoiiguala23,3C.Atemperaturamnimaregistradafoide13,8Cnaestao climatolgicadeMorrodoChapueamximade33,8Cnaestaoclimatolgicade Petrolina.2.2.3. Evaporao Osnveisdeevaporaosomaisbaixosnosmesesdemaioejunho,atingindoum mximo no ms de novembro. A evaporao durante o ano varia de 83,1 mm registrada na estao de Morro do Chapu a 343,4 mm registrada na estao de Petrolina.2.2.4. Insolao Oconjuntodemesesdediaslongosenglobaoperododeagostoanovembro,comas mdiasdeinsolaovariandoentre172,4a263,5horas,sendoosmesesmenos ensolaradoscorrespondentesdefevereiroajunho,commdiasdeinsolaovariando entre 143,6 a 232,0 horas.2.2.5. Umidade relativa do ar v OvalormdiodeumidaderegistradonaBaciafoide69,5%.Comrelaoasua distribuio temporal, pode-se constatar que o trimestre de menor umidade corresponde aosmesesdesetembro,outubroenovembro,comumaumidaderelativamdiaparao trimestre igual a 63,9%.2.2.6. Balano Climatolgico AEstimativadaEvapotranspiraoPotencial(ETP)foirealizadaapartirdomtodode THORNTHWAITE(1948),oqualbaseia-seemdadosdetemperaturamdiamensaleda localizao da bacia, tendo-se utilizado os dados da estao climatolgica de Petrolina. O balano climatolgico registrado na estao climatolgica de Petrolina apresenta excesso de chuvanosmesesdefevereiro,maroeabril.NaestaoclimatolgicadeMorrodoChapu apresenta dficit de chuva nos meses de maio e julho a outubro e na estao climatolgica de Jacobina apresenta dficit de chuva nos meses de maio e julho a outubro.2.3 Solos e cobertura vegetal Naregiopredominamsolosoriginriosdogranito,gnaiss,siltitoecalcriocomexcelente permeabilidadeeaerao.Estessolosnoapresentamproblemasdeeroso,sendoindicado paraimplantaodeatividadesagrcolasepecuriaextensiva,especialmenteacriaode caprinos.NoaltoemdiocursodaBacia,maisprincipalmentenaparteocidental,osoloapresentaas mesmascaractersticasjmencionadas,maspossuipoucafertilidadenatural,pormainda mantm a vegetao natural caracterizada principalmente pela caatinga sendo, pois passvel mecanizao. PrximoafozdorioSalitreocorremduassituaes:umanasuaconfluncia,onde predominamsolosdotipoPlanossolosSoldicos Eutrficos apresentando baixa fertilidade e sem aproveitamento para a agricultura que so utilizados na criao de caprinos e a outra, s margensdorioSalitre,prximoafoz,ondeosolodotipoBrunonoClcico,possuindo altafertilidadenatural,sendoutilizadaparacriaodapecuriaextensivaeno desenvolvimento de culturas irrigadas como milho e feijo. Airregularidadenaocorrnciadasprecipitaes,intercaladaporprolongadosperodosde seca, faz com que a vegetao predominante na Bacia sofra alteraes em sua fisionomia. Acaatingaavegetaodominante,comduassubformaesArbreaDensa,ocorrendo, principalmente,nasbaixadasdorioSalitreeArbreaAbertaencontradaprincipalmente leste da Bacia, utilizada para atividades agrcolas, restando pouco da cobertura original. vi Figura 3. Localizao das estaes climatolgicas vii O cerrado existente na Bacia do tipo Arbreo Aberto apresentando-se sob duas subformas: ArbreoAbertosemFlorestadeGaleriaencontradoentreasserrasdeCaiara,Alegre, Angelim e Gameleira, a oeste de Delfino e Arbreo Aberto com Floresta de Galeria ocorrendo anordeste,sulesudestedaBacia,predominandonotrechoaltonaschapadasdeMorrodo Chapu e Serra do Tombador e nas reas prximas a Campo Formoso.2.4.Geomorfologia e Geologia NoaltoemdiocursodaBacia,maisacentuadamentenaparteocidental,orelevovariade suaveasuavementeondulado.Enquantoempequenasreasdissecadasanordesteesudeste daBaciaeemelevaessituadaslestedesta,orelevovariadeplanoamontanhoso. margem do rio Salitre, prximo a sua foz o relevo varia de suave ondulado a ondulado.ABaciasitua-seemterrenosgeolgicosdenominadosCrtondoSoFranciscoeapresenta umconjuntoderochasdevriasidadesecaractersticas,quepodemservistasnomapa geolgicodestaBacia,Figura4,oqualapresentaasinformaestcnicasatravsdecores, legendas e siglas referentes idade e ao tipo litolgico. Aseqnciaderochasquecompemabacia,emordemdeidadedasmaisantigasparaas mais novas, com as caractersticas principais e suas relaes com a gua subterrnea, so:-Arqueano e Proterozico Inferior; -Proterozico Mdio; -Proterozico; e -Coberturas do Tercirio e do Quaternrio. NaBacia,osdomniosaqferosforamseparadosdeacordocomcadalitologia,cujo comportamentohidrogeolgicopredominante,estassociadoaumtipodeporosidade apresentada pelo reservatrio de guas subterrneas (Figura 5).Os terrenos onde predominam rochasdoarqueanoeproterozicoinferior(rochasgneaseComplexoRioSalitre)soaqui denominados de Domnio Cristalino, com porosidade do tipo fissural.As rochas do Proterozico Mdio (Grupo Chapada Diamantina) e das coberturas do Tercirio edoQuaternrio,sodenominadasdeDomnioAqferoMetassedimentar-Coberturas,com porosidadefissuralassociadaaporosidadedeinterstciosnombitodascoberturas,eas rochasdoProterozicoSuperior(GrupoUna:FormaoBebedouroeFormaoSalitre)so denominadas de Domnio Aqfero Calcrio, associado porosidade crtcrstica/fissural. 3. CARACTERIZAO SCIO-ECONMICA 3.1 Contexto RegionalAbaciadoSalitreseinseredemodoperifriconosatuaisprocessosdedesenvolvimentodo estadodaBahia.Acondiesscio-ambientaiseaspolticasdedesenvolvimento implementadasnestaregiotemperpetuadoasuacondioderegiopobreemesmoos projetos de desenvolvimento implementados em algumas pores no se desdobram de forma satisfatria de modo a reverter o atual quadro de carncia. Os indicadores urbano ambientais situamosmunicpiosdabaciadentreosmaispobredoestadosendoosproblemashdricos qualificados como mais graves do estado. viii Figura 4.Mapa Geolgico ix 3.1.1 Processos e Tendncias Demogrficas Ospercentuaisnegativosdecrescimentodemogrficonaltimadcada(exceodo municpio de Juazeiro e sua regio imediata) atestam a tendncia de estagnao da economia regional.Alemdisso,oqueconfereidentidadeaoterritriodaBaciadoSalitreorelativo peso da populao rural e atividades tipicamente rurais, o que confirma os dados segundo os quaisoestadodaBahiaumdosqueapresentamumadasmaiorestaxasdepopulaono campo o que pode ser explicado pelas caractersticas fundirias e econmicas regionais. 3.1.2 Insero Regional da Bacia De um conjunto de 433.673 habitantes dos municpios que participam da Bacia, apenas 38,6% ouseja162.997habitantes,integramefetivamenteoslimitesdaBacia.Aexemplodoque revela a anlise da distribuio populacional na regio na qual se encontra inserida a Bacia, a predominncia da populao urbana. Entretanto, proporcionalmente, a populao rural passa a ter um maior peso e destaque na rea especfica da mesma. Ou seja, enquanto para o conjunto dos municpios a populao rural aparece com um percentual de 33% na rea especfica, esta apresenta48%dasuapopulaoresidindonarearuraldestacando-se,nessecaso,a participao da populao rural residente no municpio de Campo Formoso. Perfil EtrioAdistribuioetriadaBaciarevelaopesorelativamentealtodapopulaosituadanas menoresfaixasetriaseumpesorelativamentemenorparaasfaixasconsideradasnafase economicamente ativa, ou seja, em busca de trabalho, Figura 5 quadro tpico de regies em processo de estagnao econmica e com processo migratrio relativamente expressivo.

Populao por Grupo de Idadena Bacia do Rio Salitre 22 24 18 13 914% de 0 a 9anos % de 10 a 19 anos % de 20 a 29 anos % de 30 a 39 anos % de 40 a 49 anos % com mais de 50 anos Fonte: Censo Demogrfico IBGE, 2000. Figura 5. Perfil Etrio Estrutura Educacional Apopulaodabaciaapresentaumataxadealfabetizaoinferioraoestado,ouseja,de 59,1%,porm,estedadorelativamentemenorquandoselevaemcontaapopulaoque residenocampo.Almdisso,ataxadealfabetizaosediferenciabastanteentreos municpios. Registra-se uma demanda relativamente acentuada por matricula no ensino bsico eseconfrontacomaprecariedadedosequipamentosequalidadedeensinoregistradana regio, em geral, concentrados nas reas urbanas. 3.2 Economia Regional x 3.2.1 Estrutura Produtiva Umdostraosmaismarcantesdoprocessodetransformaodaeconomiabaianaa distribuioespacialesetorialdaatividadeeconmicacomaconcentraodaatividade industrialnaRegioMetropolitanadeSalvador(RMS).Entretanto,encontram-seemfranco desenvolvimentonoestadoatividadesagropecuriasqualificadascomomodernas, constituindooquesechamadeilhasdemodernidade,comandadapelograndecapital financeiro nacional e internacional, entretanto, tais transformaes econmicas mais recentes atingemdeformadesigualoconjuntodoEstado,criandosituaesdedesigualdades, configurando plos dinmicos, como tambm criando vazios econmicos. Atualmenteencontra-seemplenodesenvolvimentoumaricaedinmicaeconomiairrigada emsuaporoNortequecanalizaparaJuazeiroinvestimentosnacionaiseinternacionais de grande porte, processo que transformou esta regio em um plo de expresso nacional. Entretanto,oprocessodedesenvolvimentodestenovorural,relativamenterecente,pouco sedesdobraparaointeriordabaciaeastentativasdeinternalizaodestemodelotem enfrentadodificuldadesdecorrentesdecarnciaseminfraestruturaprodutiva,financeirae tecnolgica.PredominanasporesMdiaaBaixadabaciaoqueatualmentesequalifica como o velho rural, com uma economia pouco dinmica e tradicional, centrada nas pequena egrandepropriedades,napecuriaextensiva,naagriculturadesubsistnciaenaminerao em decadncia; 3.2.2 Estrutura OcupacionalApesardomaiorpesodepopulaourbanaaestruturaocupacionaldaBaciatipicamente rural.Segundodadoscensitrioscercade80,6%dosocupadosnarearuraldosmunicpios quecompemaBaciaencontram-setrabalhandoematividadesrelacionadasagropecuria, em pequenas propriedades de carter familiar. 3.2.3 Estrutura de RendaOsdadoscomparativosdosltimoscensosrevelamumacertaestagnaoemtermosde estruturadarendanosmunicpiosqueintegramaBacia.Emtornode50%dapopulao economicamente ativa recebe na faixa de at um salrio mnimo.Caso se acrescente os que declararam no possuir renda, o percentual passa a ser de 60%. No outro extremo, com mais de 20 salrios, tem-se apenas 0,8%. 3.2.4 Condies de Circulao e Transporte AbaciadoSalitresearticulaemtornodedoiseixos principais. O primeiro eixo, se articula emtornodacirculaodaproduoindustrialdoCentroSul(utilizando-sedasBRs116e 101)emdireoaosestadosnordestinose,emsentidoinverso,dacirculaodaproduo industrial da regio de Salvador em direo ao sudeste brasileiro. O segundo eixo resultado dosfluxosdasregiesagrcolaseagroindustrialdointeriordoestadoemdireoaregio metropolitana.Asituaodasviasdeacessoaovaledeficiente,evidenciando-seaprecariedadedas estradasvicinais,oqueseconstituiempontodeestrangulamentoparaaexpansoe escoamento das atividades produtivas da rea. A regio no dispe de aeroportos, de maneira queoaeroportointernacionaldePetrolinadegrandeimportnciaparaabacia,dadoque possui estrutura capaz de escoar a produo regional, principalmente a obtida com a irrigao, para o exterior. xi 3.3 Saneamento e Sade Pblica Asrelaesentrequalidadedosrecursoshdricosesadepublicasoparticularmente complexas em situaes de escassez como a apresentada pela bacia do rio Salitre. A carncia derecursoshdricos,ocomprometimentodasuaqualidade,afaltadeinvestimentoem saneamentobsico,associadossprecriascondiessocioeconmicasdamaioriada populaotmcriadoproblemasdesadepblicadedifcilequacionamento.Ademais,no quadrodeprecariedadeidentificado,verifica-seumaconcentraodosprecriosservios disponveis nas sedes municipais, o que gera uma situao de dependncia dos povoados em relao a sede dos municpios. Adisponibilidadeeaqualidadedosserviospblicosapresentamumagrandediscrepncia entre as reas mais urbanizadas e a rea rural na bacia do Salitre como j demonstrado em relaoaosserviossadeospovoadospesquisadosapresentamforteligaoedependncia emrelaoasede.Nessecontexto,osproblemasdesadesogeralmenteagravadospela disponibilidadeequalidadedasguas.Associados,estesfatoresampliamamorbidade, agravamoperfilepidemiolgicoecolocamemriscoascondiesdevidadapopulaoda bacia; 3.3.1 Abastecimento de gua Segundo dados do Censo Demogrfico de 2000, 68,8% dos domiclios tm acesso ao servio deabastecimentodegua,atravsdaredegeraldeabastecimento.Osdemaismunicpios recorrem a poo, carro-pipa, audes ou nascente como forma de abastecimento. 3.3.2 Servio de Tratamento e Esgotamento Sanitrio OsserviosdeesgotamentosanitriodaBaciaseguemomesmopadrodamaioriados municpiosdosemi-ridoqueadotaosistemadefossas.Dessemodo,nosmunicpios pertencentes bacia, as solues mais utilizadas para disposio de dejetos a fossa comum. A rede coletora operada pelas prefeituras, quando existe, no realiza nenhum tratamento dos efluentes, lanando-os a cu aberto.3.3.3 Limpeza Publica Osserviosdecoletaedestinaodolixonodiferemdassituaesdescritas:emtodosos municpiosacoletairregulareolanamentofinalocorregeralmenteemlixes.Dadosdo CensoDemogrficoindicamqueapenas55,0%dosdomicliostmcoletaregulardelixo, sendo o restante queimado ou enterrado na propriedade, jogado em terreno baldio ou em rio. O maior percentual de coleta de lixo foi registrado em Jacobina e o menor em Mirangaba. O lixoexpostoterminaportrazerperigosadedapopulao,aosercarreadoparaoscursos dgua mais prximos.Estes dados trazem elementos para a implementao para o entendimento da problemtica dos recursoshdricosnaregiocomotambmparafundamentarapropostadeelaboraode modelosdegestoededesenvolvimentosustentveisnestaporodosemi-ridoregio tradicionalmentedependentedetransfernciasexternaseobjetodastradicionaispolticas pblicasdecombateaseca.Oconhecimentodestarealidade,dosprojetoseestratgiasde desenvolvimento concebidos para esta regio um ponto de partida fundamental para todo e qualquer agente social que pretenda de alguma forma intervir nesta rea.Afinal, quais so as reais possibilidades de construo de estratgias de desenvolvimento para estaregionoatualcontextodepobrezaeescassezderecursoshdricos?Efetivamente, possvelestenderparaoconjuntodabaciaoualgumasdassuasreas,oprojetode desenvolvimento consolidado no plo de Juazeiro? Quais so as perspectivas de reativao da xii atividade de minerao, cujo centro o municpio de Jacobina? O turismo pode se constituir emmaisumaalternativadedesenvolvimentoqualoimpactoambientaldestaatividadeno contextodabacia?Emquemedidaascondiesscio-ambientaisparticularmentea situao de escassez de recursos hdricos? 4. RECURSOS HDRICOS 4.1 Estudos Hidrolgicos AnalisandooQuadro1,observa-sequeaBaciadoRioSalitretemumcoeficientede compacidade de 1,63, indicando que ela apresenta forma pouco irregular e um fator de forma de0,27,indicandoqueabaciaapresentabaixatendnciaparaenchentes,umadensidadede drenagem de 0,35, demonstra que a mesma possui uma drenagem pobre. Quadro 1.Caractersticas Fisiogrficas da Bacia do Rio Salitre rea (km2)Permetro (km) Extenso do rio principal (km) Extenso total dos cursos d'gua (km) Comprimento da Bacia (km) Fator de forma (km/km2)Coeficiente de Compacidade Densidade de drenagem (km/km2) 13.470,06753334.7332220,271,630,35 Noquetangeaosrecursoshdricos,aBaciaapresentaproblemasquantodisponibilidade hdrica, em funo do baixo ndice pluviomtrico e distribuio temporal irregular das chuvas, o que dificulta a formao de escoamento superficial.O rio Salitre e seus afluentes so considerados rios intermitentes, que secam nos perodos de poucachuva,caracterizadospelosmesesdeagosto,setembroeoutubro,indicandoqueno ocorrecontribuiodoescoamentosubterrneo.Nosperodosmidos,correspondentesaos mesesdefevereiro,maroeabril,adescarganessescursosdguaconsideravelmente maior. Nessecontexto,aBaciaapresentaconflitosentreosusuriosdeseuscursosdgua,sendo necessria,paraaquantificaodessadeficinciaeentendimentodessesconflitos,a realizao de estudos hidrolgicos como subsdio para a gesto das guas.OsestudoshidrolgicosdaBaciativeramcomobaseosdadospluviomtricose fluviomtricos,obtidosemestaeshidroclimatolgicas,comoobjetivodeidentificare levantarinformaesquepermitamacaracterizaohidrolgicasuperficialdaBacia. Entretantofoiconstatadaumasignificantefaltadedadosdevazo,sendonecessriaa aplicaodemodelosdesimulaohidrolgica,nabuscaderesultadosqueretratemcom maior fidelidade a realidade da regio.Paraaaplicaodemodelos,deve-secompatibilizarascaractersticasdaBaciaeosdados disponveiscomocenrioparaoqualomodelofoidesenvolvido.Dessemodo,abuscapor ummodeloqueretratassearealidadedaBaciaresultounarealizaodosestudosemduas etapas. A primeira, utilizando o modelo matemtico de simulao hidrolgica do tipo chuva-vazo,SoilMoistureAccountingProcedure(SMAP)(Lopesetal.1981),comtrstestesde calibrao, seguida pela aplicao do Mtodo proposto por Molle (1992).O modelo SMAP foi utilizado com o objetivo de obter a disponibilidade hdrica da Bacia. J a aplicaodoMtododeMolle-Cadier,poresteapresentarresultadospontuais,tevecomo objetivos: obter a disponibilidade hdrica da Bacia perante outra metodologia e principalmente obterobalanohdricoemregiesqueapresentavamconflitosrelacionadosaosrecursos hdricos. xiii ComaaplicaodomodeloSMAP,obteve-seumaavaliaopreliminardapotencialidade hdrica na Bacia, representada por uma vazo mdia mensal de 1,033 m3/s. Com o intuito de melhorar a representatividade dos resultados foi feita uma reavaliao dos dados utilizados no estudo anterior. Esse procedimento no forneceu resultados satisfatrios na fase de calibrao do modelo, impedindo assim, o seu prosseguimento.Paraasegundaetapa,optou-seporutilizaroMtododeMolle-Cadier(MOLLE,1992), desenvolvidopararegiosemi-rida.Nesteestudo,apotencialidadehdricadabacia, representada pela vazo mdia anual, desconsiderando a captao ao longo dos cursos dgua, foide1,44m3/s.OMtododeMolle-Cadiersofreualgumasadaptaescomointuitode alcanarosobjetivospropostoseadequa-loascaractersticasfisiogrficasdaBacia,sendo que essas consideraes podem ter influenciado na representatividade do resultado obtido. Por tanto, deve-se ter precauo ao adotar este resultado em estudos posteriores referentes a bacia do rio Salitre.4.1.1 Estudos Pluviomtricos Rede Pluviomtrica ParaosestudoshidrolgicosdabaciadorioSalitreforamidentificadas91estaes pluviomtricas, sendo que destas estaes 42 esto localizadas na rea da bacia e 49 nas proximidades.Preenchimento de Falhas e Anlise de Consistncia Selecionadosospostosaseremutilizadosnosestudoshidrolgicos,foramescolhidosdois perodos comuns para analise dos dados, o primeiro com incio em 1964 e trmino em 1983, perfazendo um total de 20 anos e o segundo com perodo de 1969 a 1980, com um total de 12 anos.O processo de consistncia e preenchimento de falhas foi realizado utilizando a metodologia deduplamassaetevecomoobjetivocomplementarassriesdedadosdasestaesque apresentassem alguma lacuna.A metodologia de anlise e preenchimento de falhas seguiu os seguintes passos: - Escolha das estaes de apoio- Verificao de perodos comuns- Seleo da sriePrecipitao Mdia Paraoclculodaprecipitaomdiadabaciahidrogrficafoiutilizadoomtododos PolgonosdeThiessen.NoQuadro2apresentadoaprecipitaomdiamensalnabacia hidrogrfica do rio Salitre. Quadro 2. Precipitao mdia mensal na bacia hidrogrfica do rio Salitre (mm) MesesJanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez Mdia88,776,699,855,721,617,911,99,310,033,377,691,5 Aprecipitaomdiacalculadapelamdiaponderada,entreaprecipitao(Pi)decada estao e o peso a ela atribudo (Ai) que rea de influncia de Pi, onde: PmPiAiAi=( ) 4.1.2 Estudos Fluviomtricos 4.1. Rede Fluviomtrica xiv A partir do inventrio de estaes fluviomtricas da Agncia Nacional de gua ANA, foram identificadas quatro estaes fluviomtricas que se localizam ao longo da calha do rio Salitre, inexistindo registros em cursos de gua afluentes.Asestaesidentificadassoapresentadas no Quadro 3, com suas localizaes e perodode observao.Quadro 3.Estaes FluviomtricasCdigoNomeCurso de guarea (km2)LatitudeLongitudePerodo 47880000Brejo da CaatingaRio Salitre7.5701026004051001968-1972 47900000AbreusRio Salitre12.0901001004041001984-1999 47960000Junco MontanteRio Salitre12.5000941004036001969-1973 47961000JuncoRio Salitre12.5000940004036001973-1980 Fonte: Hidroweb/ANA, 2000. Foi verificado que os dados da estao no 47880000 no estavam disponveis e que as estaes no 47960000 e no 47961000 so estaes complementares, tendo-se constado que na extino daestaoJuncomontante,aestaoJuncofoiinstaladaemseopoucoajusante.Alm destas, foi tambm identificada estao fluviomtrica de Abreus, cdigo no 47900000.Caracterizao fluviomtrica Considerandoadisponibilidadetemporaldosdadosdiriosdevazes,operodode1969a 1999 corresponde o perodo base da analise, possuindo muitas falhas e com os anos de 1980 a 1984 sem registros. AsvazesmdiasmensaisobservadasnasestaesfluviomtricasdeJuncoeAbreusforam de 1,39 m3/s e de 0,77 m3/s respectivamente. As vazes mdias dirias de longo perodo observadas nas estaes fluviomtricas de Junco e Abreus foram de 1,20 m3/s e de 0,89 m3/s respectivamente. Atravs do traado das curvas de permanncia encontrou-se a vazo referencial com noventa por cento de garantia, que representa a oferta hdrica da Bacia, para os pontos de observao. As vazes Q90 para os pontos de observao foram de 0,5 m3/s. Extenso da srie de vazes DiantedaescassezdedadosfluvimtricosnabaciadorioSalitre,aqualtemumaestao fluviomtrica(Junco)com12anosdedadosincompletos,foiutilizadamodelagem hidrolgicaparageraodeumasriemaisextensadevazesqueconsignassemparauma avaliaomaisconsistenteemtornodavazomdiamensal.Foramutilizadasnopresente estudoduasmetodologias,asaber:(i)modelochuva-vazoSoilMoistureAccounting Procedure SMAP (Lopes et al. 1981) e (ii) mtodo do Molle Cadier (Molle, 1992).. - Modelo Soil Moisture Accounting Procedure SMAP OmodeloSMAPfoicalibradoparadoisperodos.Oprimeiroperododecalibraobuscou abranger toda a srie de vazes coincidente com a srie de precipitao, tendo-se utilizado o perodo de 1975 a 1979. O segundo perodo adotado foi de 1977 a 1979, que correspondeu a um perodo mais seco, foi o que apresentou os melhores resultados. Asimulaooprocessodeutilizaodomodelochuva-vazonoqualutilizando-seos parmetroscalibrados,geram-sevazesparaoperodopluviomtricoquesedispena respectiva seo considerada. A srie de vazes foi estendida para o perodo de 1964 a 1983, xv tendo sido encontrada a menor vazo mdia mensal no ms de Outubro (0,594 m3/s) e a maior em Maro (1,897 m3/s).A vazo mdia mensal para o perodo 1,033 m3/s. - Mtodo do Molle-Cadier OmtodoMolle-Cadier(MOLLE,1992)foidesenvolvidoparaaregioNordeste,clima semi-rido,comgeologiacristalinaechuvaanualmdiainferiora800mm.usualmente aplicadoparaodimensionamentodepequenosaudes,epermitedeterminarovolume escoadoanualmdioapartirdetrselementosfundamentais:superfciededrenagem,total pluviomtrico anual e caracterizao da Bacia hidrogrfica quanto ao clima, ao solo existente, aoestadodeconservaodavegetaoeexistnciadeaudese/ouzonasderetenoda gua.ConformeespecificadoemMOLLE(1992),omtodoempregadoaplicadoembacias hidrogrficas com superfcie inferior a 500 km. Como a bacia do rio Salitre possui uma rea de aproximadamente 13.470,0 km, foi dividida em 28 fraes da rea. A partir dessa diviso na Bacia, foi definido como eixo cada ponto em que est se calculando asriedevazo.Suadeterminaofoifeitaapartir da localizao dos usurios no mapada Bacia, de acordo com o limite de rea, recomendado pelo mtodo.Com isso, a vazo do eixo em estudo obtida pelo somatrio das vazes calculadas nos eixos amontante,quecontribuemparaoescoamento,acrescidadavazodeterminadapela aplicao do mtodo na frao da rea correspondente ao eixo em estudo. Aplicou-se um coeficiente de ajuste nos valores calculados, obtido a partir da relao entre a vazo mdia anual observada e a vazo calculada para o eixo prximo ao posto, para que estes representassemasvazesdaBacia.Dessemodofoiencontradoovalorde1,44m/sparaa vazo mdia anual da Bacia.Clculo do volume escoado nas sees de descargas definidas para avaliao do balano hdrico na bacia. Foramdeterminadas08seesdedescargaretratadascomopontosdeconfluncia-PC, estrategicamentelocalizadas,preferencialmentedentreoseixosjdefinidos,paraabranger umareadedrenagemquefacilitasseosclculosdedisponibilidadehdricasubterrneae demanda, analisando simultaneamente o tipo de aqferos e os limites entre os municpios. O PC-8 coincidiu com o eixo 28, abrangendo assim toda a rea de drenagem da Bacia. 4.2. Resultados dos Estudos Os estudos hidrolgicos da Bacia foram realizados em duas etapas, tendo sido utilizado dois modeloschuva-vazoparaaavaliaodadisponibilidadehdrica.Naprimeiraetapafoi utilizadoomodelodesimulaoSMAPenasegundaetapautilizou-seomtodoMOLLE-CADIER. Na primeira etapa dos estudos hidrolgicos foram feitas duas anlises. A primeira anlise foi realizada utilizando dados da estao fluviomtrica de Junco e de 14 estaes pluviomtricas principais, bem como da estao hidroclimatolgica de Petrolina.Apsacalibraodomodelo,paraoperodode1977a1979,eaexecuodafasede simulao de vazes, estendendo assim, a srie de vazes mdias mensais, para o perodo de 1964a1983,encontrou-seumavazomdiamensalde1,033m3/seavazoQ90% iguala 0,374 m/s, para a seo de estudo, que coincide com a estao fluviomtrica de junco.Nasegundaanlise,foramutilizadas8estaespluviomtricasprincipais.Acalibraofoi realizada para o eixo da estao fluviomtrica de Junco no perodo de 1975 a 1979. xvi Oresultadodacalibraofoiinsatisfatrio,encontrandoumacorrelaoentreasvazes observadas e vazes calculadas de 0.15, considerada muito baixa para o prosseguimento dos estudos, no executando assim, a fase de simulao de vazes.NasegundaetapafoiutilizadoomtodoMolle-Cadier,quedevidoassuaslimitaesde avaliaotemporal,nopossibilitouretratarocomportamentodaBaciaaolongodoano. Algumasconsideraestiveramqueserrealizadasparaadaptaromtodoageologiaeao tamanhodaBacia,fazendocomqueovalorencontradonorepresentassedeforma satisfatriaadisponibilidadehdricadaBacia,necessitandodeumajustepararefinaros resultados encontrados. O fator de ajuste foi obtido em funo da vazo mdia observada na estaofluviomtricadeJunco,resultandonadeterminaodavazomdiaanualde1,44 m3/s, utilizado para efeito de avaliao do balano hdrico da Bacia. Cabesalientarquealimitaodedados,temporaleespacial,comprometesensivelmenteos estudos desenvolvidos, em funo dos modelos utilizados basear-se em caractersticas fsicas da Bacia e no se ter levantamentos atualizados das mesmas. 4.3. Situao dos Barramentos Existentes na Bacia do Rio Salitre Nestaavaliaofoidemonstradooestadogeraldeconservao,observadoembarragens existentesnaBacia,emdecorrnciadafaltadeinspeoemanutenodasestruturas, compreendendoasbarragenseasobrashidrulicascomplementares:tomadadguae/ou descarga de fundo e sangradouro, aliado deficincia de estudos hidrolgicos (ex. qualidade dosdados),deestudosgeolgico-geotcnicos,faltadedefiniodosusosdagua armazenada, m qualidade da gua (salinizao) e assoreamento dos Rios e reservatrio; em suamaioriadelegadasaoscuidados da comunidade, que no dispem de recursos tcnicos e financeiros, para assumir esses encargos. As barragens cadastradas neste estudo foram: -Tamboril Morro do Chapu (Foto 1); -Caatinga do Moura Jacobina (Foto 2); -Delfino Campo Formoso; -Ouro Branco (Ourolndia) Ourolndia (Foto 3); -Barragens Galgveis da CODEVASF Juazeiro (Fotos 4, 5, 6) De acordo com os critrios apresentados, observou-se que a maioria das barragens existentes naregiosemi-ridae,emparticularnaBaciadoRioSalitre,seenquadramnaclassedas grandesbarragens(comexceodasbarragensgalgveis)e,viaderegra,noatendemaos critrios que permitam seu enquadramento no grupo das barragens consideradas seguras. Registrou-se,ainda,afaltadeestudoshidrolgicosquepermitamadefiniodas disponibilidades hdricas e estudos de avaliao das demandas, em funo dos usos previstos paraasbarragens.EmtodaaregiodorioSalitre,observou-seoestadolamentveldem conservao das barragens, com suas estruturas em franco processo de deteriorao ao longo do tempo e elementos hidrulicos danificados e/ou inoperantes. As estruturas de extravazo, por sua vez, no oferecem garantias de segurana haja visto que suasdimensesforamestabelecidassemestudoshidrolgicosapropriados,oumesmosem qualquer tipo de estudo, ou carecem de estudos hidrolgicos. AdescriodetalhadadaavaliaodosprincipaisaudesdaBaciaencontra-senovolume intituladoAvaliaodasCondiesEstruturaisedoDesempenhodosPrincipaisAudes Existentes na Bacia do Rio Salitre, j enviado durante o processo de realizao desse projeto. xvii Observou-sequenostaludesdasbarragensharbustosdeporteemvriospontos,oque implicaemriscosdedesenvolvimentodesistemaradicularqueaosedeteriorarpoderdar caminhos preferenciais de percolao. Foto 6. Barragens Galgveis Foto 5. Barragens Galgveis Foto 4. Barragens GalgveisFoto 3. Ouro Branco(Ourolndia) Foto 2. Caatinga do MouraFoto 1. Tamboril Fotos 1 a 6: Estado de conservao de algumas barragens existentes na Bacia do RioSalitre.Deacordocomoscritriosdeseguranaemquesebaseiamopresenteestudo,ressalta-sea importnciaeaurgnciadasinstituiespblicas,sejamelasmunicipais,estaduaisou federais,deassumiremaresponsabilidadepeloacompanhamentododesempenhoestrutural das barragens, avaliao de suas condies gerais de operao e monitoramento da qualidade ambientaldosreservatriosdeformasistmica,desdeafasedeenchimentoeaolongode toda sua vida til. Umdosgrandesmotivosdeconflitospelousodaguanabaciaointer-rompimentodo curso do rio Salitre pela construo de barramentos. Um caso bastante conhecido e discutido abarragemdeOurolndia,localizadaprximaasededomunicpiodemesmonome.A barragem impede completamente o curso livre do rio que segundo os moradores locais, corria normalantesdesuaconstruo.ApsabarragemdeOurolndia,oriosressurgeno municpiodeCampoFormosojprximoadivisa com Juazeiro. A ausncia de descarga de fundo impede a restituio da gua, foi feito um canal lateral barragem para permitir a sua passagem, porm, esta nunca alcanou cota suficiente para atingi-lo.xviii AbarragemdeTamboril,municpiodeMorrodoChapu,tambmapresentaesteproblema. DepropriedadedaCODEVASFeconstrudaem1982,abarragemsagrouapenas3(trs) vezes.QuandoistoaconteceaguaabasteceabarragemdeOurolndia.Abarragemde Caatinga do Moura, situada no rio de mesmo nome, no municpio de Jacobina, e tambm da CODEVASF, apresenta a mesma situao das duas barragens citadas anteriormente. Desde a suaconstruo,anode1983,abarragemssangrouumanicavez,chegandoasecarnos perodosdeestiagem.Emfrenteabarragemforamperfurados2poosdevazoelevada, muitoprovavelmentedevidoaexistnciadefendasabastecidaspelaguaacumuladana barragem. Evidenciando fuga de gua. 4.4. Oferta Hdrica Subterrnea A oferta hdrica subterrnea, na bacia do rio Salitre foi avaliada a partir da potencialidade e da disponibilidade efetiva de gua nos poos existentes na Bacia. A potencialidade foi calculada a partir da reserva reguladora que o volume hdrico acumulado no meio aqfero em funo dapluviosidade,maisumpercentualdareservapermanente.Volumeestequevaria anualmenteemdecorrnciadosaportessazonaisdeguasuperficialourecargaatravsdas chuvas.A disponibilidade efetiva de gua subterrnea na Bacia, por sua vez, foi calculada a partir da quantidadedepooscadastradosecomdadosdevazoconfiveis.Ouseja:avazomdia dospoosporaqferovezesonmerodepooscadastrados,forneceuovolumeefetivode guasubterrneaextradonabacia.importante observar que esse volume ser tantomaior quantomaiorforaquantidadedepoos cadastrados na Bacia e a segurana dos registrosde vazo extrada nos mesmos. Apsoclculodadisponibilidadehdricasubterrneanabacia,osresultadosencontrados foramadaptadosmetodologiaaplicadanoestudodeofertahdricasuperficial,emquefoi necessrioasubdivisodabaciaem8sub-bacias,definindo-seasseesdedescargacomo pontos(PC1PC8).Essasubdivisofoinecessriaparaquepudesseserobtidoobalano entre a disponibilidade e demanda dos recursos hdricos superficiais e subterrneos na Bacia. OcadastrodepoosutilizadosnaanlisedadisponibilidadenaBacia,foifornecidopela CERB, com cerca de 700 poos tubulares.Entretanto, aps anlise de fichas de poos, laudos deanlisesqumicas,eplotagemdentrodoslimitesdabaciahidrogrfica,restaramapenas 194pooscomdadosconsistentesrelativosaosparmetroshidrogeolgicoseanlises qumicas,englobandodadosdelocalizaoeparmetrosfsicos,taiscomo:profundidade, nvel esttico, nvel dinmico e vazo. Comvistasaanlisehidrogeolgica,aBaciafoidivididaem3domniosdistintos:o EmbasamentoFissural,osMetassedimentoscomcoberturas,eosCalcrios(Figura18).O DomnioFissuraldoEmbasamentoCristalinorepresentadonareaporumaocorrnciade aproximadamente367km2.Secaracterizapelasuabaixacapacidadedearmazenamentoe elevadondicedesalinizaodesuasguas,especialmentequandosubmetidosacondies climticas com chuvas inferiores a 800 mm/anuais. No caso, as chuvas mdias so da ordem de500mm/ano,ficandotodaabaciasituadanosemi-ridocomprecipitaesdeat400 mm/ano.NaanlisesubterrneadaBacia,regionalmente,pode-seafirmarqueasrecargassefazem diretamentepelaschuvasqueincidemsobrearea,variandoentreasisoietasde600a400 mm/ano,commdiaemtornodos500mm/ano,conformedescritonoitemaseguir.E,o fluxosubterrneoregionalsednosentidodesulparanorte,nadireodacalhadorio Salitre.4.4.2. Reservas Subterrneas, Potencialidades e Disponibilidades xix Aavaliaodasreservassubterrneas,permanentesereguladoras,potencialidadese disponibilidadesnaBacia,foigrandementedificultadapelaprecariedadededadoseestudos bsicosdenaturezahidrogeolgica.Oestudohidrogeolgicomaisabrangentedabaciafoi realizadonadcadade70:LevantamentoHidrogeolgicoBsicodoNordeste,Folha20 realizadopelaSuperintendnciadeDesenvolvimentodoNordeste(SUDENE).Trata-sede um mapeamento regionalizado na escala de 1:500.000, com pouca riqueza de detalhes.Visandocontornarparcialmenteainexistnciadedadossazonaisquantoanveisestticose vazes de poos na bacia, adotou-se aqui, metodologia utilizada no Plano Diretor de Recursos Hdricos do Estado de Pernambuco, e proposta para utilizao em todo Brasil, considerando-sequeosproblemasdecarnciadeestudoshidrogeolgicossistemticossocomunsna maioria dos Estados (Costa, 1998). Na Quadro 4, mostrada uma sntese dos dados hidrogeolgicos coligidos na bacia, onde se podeobservaraestatsticadosparmetroshidrogeolgicosdospoos,asmdiasdos indicadores de qualidade das guas e os volumes de gua subterrnea nos diversos Domnios Aquferos, em termos de Reservas Permanentes, Reservas Reguladoras e Potencialidades.Quadro 4. Resumo dos Dados Hidrogeolgicos da Bacia do Rio Salitre Domnios AquferosCristalino Metassedimentar/ Coberturas Calcrio No de Poos1073111 Profundidade mdia (m)66,9291,08117,64 Nvel Esttico mdia (m)7,0217,8224,54 Nvel Dinmico mdia (m)32,6944,2065,30 Vazo Mdia (m3/h)4,908,116,73 Cloretos mdia (mg/l)1.462,17422,02315,80 Dureza mdia (mg/l)2.652,30710,97681,67 Slidos Totais mdia (mg/l)4.147,501.426,411.311,36 Reserva Permanente (m3)9,3. 106 452,5. 10610.357,7. 106 Res. Reguladora (m3)0,93. 10645,25. 106 78,9. 106 Potencialidade (m3/ano)1,4 106 52,10. 10690,73. 106 Deve-seobservarentretantoque,emdecorrnciadacarnciadedadosconsistentesedano existncia de estudos bsicos de natureza hidrogeolgica adequados, os nmeros apresentados nestetrabalho,sobretudoosrelativossReservasePotencialidadesdasunidadesaqferas, devem ser encarados como valores aproximativos. 4.4.3. Disponibilidade Efetiva de gua Subterrnea Conforme citado inicialmente, o clculo da disponibilidadehdrica subterrnea na Bacia, foi adaptado metodologia aplicada no estudo de oferta hdrica superficial, sendo considerada 8 sub-bacias, definindo-se os pontos (PC1 PC8) para representar a disponibilidade efetiva de gua nos poos existentes. O Quadro 5 a seguir relaciona a potencialidade e disponibilidade efetiva de gua subterrnea na bacia alocada aos poos existentes nos pontos de descarga no rio Salitre, que so potenciais de guas superficiais. Quadro 5. Potencialidade e Disponibilidade de gua Subterrnea por Setores da Bacia SetoresPC1PC2PC3PC4PC5PC6PC7PC8 Potencialidade (m3/s) 0,2320,5770,7810,7300,5020,6570,8970,202 Disponibilidade Efetiva (m3/s) 0,0160,107,02110,0850,3240,3670,3980,436 xx Disponibilidade Acumulada (m3/s) 0,0160,1230,14410,0850,56310,93011,32811,7641

Comparando-se os dados de disponibilidade e potencialidade dos aquferos na bacia do salitre verificou-sequeosaqferoscristalino,metassedimentarecalcrio,apresentamvolumesde guaemcondiesfavorveisrealizao de novas perfuraes, uma vez que se encontram disponveisnessesaquferosumadisponibilidadeacumuladade1,76m3/s.Essa disponibilidade indica que no aqufero cristalino existe potencial para a perfurao de mais 25 poos,noaquferometassedimentarexistepotencialparamais660poose,noaqufero calcrio, podem ser perfurados mais 1430 poos, considerando-se as vazes mdias dos poos existentes. 5. MATRIZ DE PROBLEMAS DE USO DA GUA 5.1. Cadastramento dos usurios Apresenta-seaquiosresultadosobtidosnocadastramentodeusuriosdeguadapartedo mdioebaixoSalitrerealizadoporalunosdaUniversidadeFederaldaBahiaUFBA, UniversidadedoEstadodaBahiaUNEB(JuazeiroeJacobina),atravsdeconvnios firmadosentreinstituieseaCompanhiadosValesdoSoFranciscoeParnaba CODEVASF.NaregiodoAltoSalitreocadastrofoirealizadopelaONGPrSemi-rido, atravsdeconvniofirmadocomaSuperintendnciadeRecursosHdricosdaBahia SRH/Ba, que nos cedeu os dados em meio digital.O produto gerado atravs deste cadastramento foi o Banco de Dados dos Usurios da gua da Bacia do Rio Salitre como descrito a seguir: xxi Figura 6. Mapa Hidrogeolgico 5.1.1 Banco de Dados xxii OstrabalhosparaageraodeumbancodedadosdeusuriosdaBaciacomearamcoma escolhademodelosdequestionriosparaobteno,emcampo,dosdados.Omodelo escolhidofoiousadopelaSuperintendnciadeRecursosHdricosdaBahiapara cadastramento de usurios. AcoletadedadosfoiimplementadapelaaplicaodequestionriosobtidosdaSRHem regiesdomdioebaixosalitre,gerandoosrespectivosconjuntosdeinformaes.Em paralelocomacoletadedadosfoicriadaumaestruturadetabelaseformulriosnoMS Access para gerenciamento dos dados. Para facilitar a digitao, foi criado um banco de dados para cada regio e, posteriormente, integrados em um nico banco.Figura 7: Banco de Dados de Usurios da gua da bacia do Rio Salitre NovosdadosvieramdeumcadastrodaorganizaoPr-semi-rido,referentesaosusurios doaltoSalitre,taisdadosnecessitaramdeumgrandeprocedimentodeverificaode consistnciaeadequaonossaestruturadedados,sendogeradosnovoscdigosparaos registros.Emseguida,osdadosdobaixoSalitre,particularmentedaregiodeJuazeiro,foram atualizados,apartirdeumbancodedadosgeradoemparceriacomaCODEVASF.32000, onde foram includos novos campos de informaes. Fotos 7 e 8: Cadastramento de irrigantes na cidade de Jacobina xxiii Fotos 9 e 10 : Cadastramento de irrigantes no municpio de Juazeiro 5.1.2 Mapas e Georreferenciamento do Banco de Dados O primeiro procedimento seguido para compor os mapas temticos da Bacia foi gerao da basecartogrficadigitalizadaemMicroStation.Atravsdelefoipossvelgerarmapascom temasdiferentes(clima,vegetao,usodosolo,dentreoutros);utilizandoasdiversasfontes de acordo com cada tema. AbasecartogrficadaBaciacompostade09cartastopogrficasnaescala1:100.000 (Amrica Dourada, Jacobina, Umburanas, Mirangaba, Delfino, Brejo da Caatinga, Sento S, CampodosCavalosePetrolina);sendoqueasmesmasforamadquiridasnoInstituto BrasileirodeGeografiaeEstatstica(IBGE),SuperintendnciadoDesenvolvimentodo Nordeste( SUDENE ) e no Ministrio do Exrcito. Paraadigitalizao,utilizou-seosoftwareMicroStation95(CAD)emesadigitalizadora, sendoque,cadainformaofoidigitalizadaemlayer(nvel)diferente,estabelecido anteriormente.Oobjetivodesepararasinformaespornvelorganizarosdados,pois, todas as informaes que foram geradas no Micro Station, posteriormente, foram exportadas para o Arc View 3.2 a (SIG), por determinaes do rgo financiador.O Arc View 3.2 a um softwarequetrabalhacomasmesmasentidadesgrficasdoMicroStation,mastema capacidadedeassociar-seaumbancodedados,daserclassificadocomoumSIG(Sistema de Informaes Geogrficas). Exportao das Informaes do Micro Station 95 para o Arc View 3.2 a Com a exceo do mapa de Uso do Solo e o de Vegetao (CODEVASF), todos os mapas da Bacia,primeiramente,criadoseeditadosnoMicroStation,para,posteriormente,serem exportados para o Arc View. Ametodologiautilizadaparaaelaboraodosmapasvariadeacordocomotema,pois existemmapasqueforamexportadosdoMicroStationparaoArcVieweoutrosqueforam elaborados diretamente no Arc View. 5.2. Demandas de uso da gua O desenvolvimento do estudo de avaliao das demandas hdricas na Bacia est apresentado nesseitemdeformaaidentificarosprincipaisusosdagua,bemcomoaquantidadeda mesma de acordo com os usos mais representativos. Constata-se que esses usos consistem no abastecimento humano, dessedentao animal e irrigao.Paraoclculodademandaforamabordadosessestrsusos,utilizandoametodologia apresentadanadeterminaodaofertahdricadaBacia(mtodoMolli-Cadier),ouseja, avaliandoas08sub-bacias(seesdedescarga)definidasseparadamente,sendoqueas xxiv informaesobtidasdentrodareadedrenagemdelimitadaestoretratadasnosseu respectivopontodeconfluncia(PC).Asreasdecadamunicpioinseridonareade drenagem dos pontos de confluncia e o percentual dessas reas, foram utilizadas nos clculos da demanda.5.2.1.Abastecimento Humano As demandas atuais foram estimadas com base nos dados do IBGE da populao existente em cadamunicpioreferenteacadaPC,deacordocomareadomunicpioincludanareade drenagemdomesmo,sendoadotadoumndicede100%deatendimentodademandapara abastecimento.A demanda para o ano de 2000 destinadas ao abastecimento da populao urbana e rural para a Bacia, considerando a rea de cada municpio inserida na mesma, foi de 18.683 m/dia. E o volumeanualconsistenovalorobtidonoPC8,6.819.193 m, que representa a totalidade da bacia.5.2.2. Dessedentao Animal A demanda para dessedentao animal foi estimada, pelos dados de 1996, obtidos no IBGE, a partir da composio dos rebanhos por municpio e do consumo sugerido pela CERB: AdeterminaodaquantidadedeanimaisinseridosnaBaciaseguiuametodologiautilizada para abastecimento. A demanda para o ano de 1996 destinada a dessedentao de animais de grande e pequeno porte, bem como as aves, considerando a rea de cada municpio inserida na bacia, de 6.006,51 m/dia. E o volume anual consiste no valor obtido no PC8, 2.214.278 m, que representa a totalidade da bacia. Adotando-seumaumentodademandatotaldaBaciaem5%,foiobtidaademandade 6.369,84 m/dia e o volume anual de 2.324.990 m, referente ao ano de 2000. 5.2.3. IrrigaoA estimativa das necessidades hdricas da cultura a ser irrigada foi obtida atravs do balano hdrico entre a precipitao e a evaporao. A partir da estimativa da necessidade lquida de irrigaoparaosdiferentesmesesdoanoecombasenaeficinciaadotadadosistemade irrigao, foi possvel determinar a lmina bruta de irrigao a ser aplicada. Para a obteno da demanda necessria para a irrigao, considerou-se individualmente as cul turasidentificadasnoscadastrosfeitosemcamponosmunicpiospertencentesaBacia, conforme mencionado no item do Cadastramento.Portanto,ademandaatualdestinadaparairrigaonoanode2000,consisteemumvolume anual de 92,483 hm, equivalente a 2,933 m/s. 5.2.4. Demanda Total Ovolumeanual(2000)totalparaabaciadorioSalitreconsiderandoostrsusos predominantes:abastecimento,dessedentaoeirrigao,foide3,22m/s,oquerepresenta um volume de 101.627.226 m. 5.3. Balano entre oferta e demanda dos recursos hdricos AdisponibilidadehdricasuperficialdaBacia,definidacomaaplicaodemtodoMolle-Cadier (modelo chuva-vazo), totalizou um potencial de 1,44 m/s, representando um volume anual de, aproximadamente, 45.411.840 m.xxv PeladeficinciadosdadosdisponveisnaBacia,operodoutilizadoparadeterminaoda disponibilidade(1964-1983)nocoincidecomoda demanda, determinada a partir dedados atualizadosdoIBGEparaoanode2000.Entretanto,porsetratardevaloresmdiosde escoamento anual em Rios intermitentes, a comparao retrata a realidade do balano hdrico, sem comprometer a anlise dos seus resultados. Quanto a disponibilidade hdrica efetiva subterrnea da Bacia, tem-se um valor de 0,44 m/s, representandoumvolumeanualde,aproximadamente,14.000.000m.Adisponibilidade hdrica total da bacia de 1,88 m3/s. A demanda total como mencionado no item 5.2.4 de 3,22m3/s.Confrontandoadisponibilidadehdricatotaleademandatotal,encontra-seum dficit hdrico de 1,34 m3/s. Os valores encontrados do balano hdrico refletem a realidade da Bacia quando confronta-se adistribuiodeusurios,populao,atividadesdesenvolvidasnassub-baciacoma disponibilidadehdrica.Umadasjustificativasdaanlisedessesresultadosconsisteemuma grande concentrao de irrigantes, identificados atravs do cadastro feito em campo, na regio de Jacobina e no municpio de Juazeiro. Isto proporciona um cenrio favorvel a conflitos, o que j se observa na regio de Juazeiro, tanto no que se refere a qualidade das guas, devido a um alto grau de salinidade, quanto a questo da quantidade. Outro ponto importante para entendimento da representatividade do valor encontrado que a anlise de valores mdios em rios intermitentes atenua a situao hdrica da bacia identificada nesse estudo. 6. ORGANIZAO COMUNITRIA NA SUB-BACIA DO RIO SALITRE Otrabalhode caracterizaodaestrutura poltico-institucional e de mobilizao comunitria desenvolvidopeloPLANGIStevecomoobjetivocriarascondiesinstitucionaisparaa implementao de um modelo de gesto descentralizada das guas na Bacia do Rio Salitre.Aatividadeconsistiubasicamentenosseguintes aspectos: (i) a caracterizao das formasde organizaodasociedadecivil,dosusuriosedaestruturapolitco-administrativadas instituies que lidam, direta ou indiretamente, com os recursos hdricos; (ii) levantamento de projetoseintervenespblicasnareadaBaciadoRioSalitre;(iii)realizaodeum processodemobilizaoedeorganizaodacomunidadeedosusuriosqueculminou com a formao do comit da Bacia do Rio Salitre.Agestodosrecursoshdricosassume,nosvriospases,asmaisvariadasformas institucionaiseessamultiplicidadedependedacomplexidadedaproblemticadasguasem cada Bacia, das respectivas estruturas federativas nas quais esto inseridas, do contexto scio-polticoe,sobretudo,donveldeorganizaosocialdasociedadeciviledosusuriosdas guas. No caso particular do Brasil, a despeito da existncia de uma legislao nacional, que defineprincpioscomuns,peculiaridadesdecunhoregional,culturalepoltico,emmuito contribuemparaaestruturaodemodelosorganizacionaiseprticasecomportamentos distintos. UmdostraosmaismarcantesdoquadroinstitucionalexistentedaBaciaapresenado poderpblico,doqualdependegrandepartedasiniciativasnoplanododesenvolvimento socieconmicoedagestopblica.Nessecontexto,valedestacarapresenamarcanteda CODEVASF,instituiovinculadaaoMinistriodeIntegraoNacional,criadaem1974, cujoobjetivopromoverodesenvolvimentodaregio,utilizandoairrigaocomofora propulsora.6.1. Caracterizao poltico-institucional xxvi Neste captulo identifica-se as organizaes civis e entidades pblicas e privadas, que atuam nareaemestudoelidamdeformadiretaouindiretacomosrecursoshdricos.Paratanto, foramrealizadaspesquisadecampoeanlisedeinformaescolhidasnasprefeituras municipais,rgosestaduaisefederaiscomatuaonaBacia.Foi,ainda,realizadoum levantamentodasformasorganizativasexistentesnopermetrodaBacia,comoobjetivode identificar e caracterizar as formas de organizao da sociedade civil e dos usurios.Otrabalhodeinvestigaofoidesenvolvidoemduasetapas:naprimeiraetapa,efetuou-se umaaplicaomassivadequestionrios com o objetivo de fazer um amplo levantamento do quadroinstitucionaldareadaBacia.Noprocesso,ficouevidentequenoestavamsendo alcanadasaeficinciaeeficciadesejadapeloaltocustodesuaaplicao,bemcomo tambm pela dificuldade de atingir uma amostra significativa em tempo hbil. Dessemodo,optou-sepormudaratcnicadecoletadedados,quepassouaserrealizada duranteasreunieslocaisdedivulgaodoprojeto,pormeiodaformaodegruposde trabalho,cujofatoraglutinadorfoiaproximidadedamoradiadoscomponentesdogrupo,o que resultou em uma certa semelhana da maior parte dos problemas enfrentados. Assim, na segunda etapa dos trabalhos, o diagnstico institucional passou a ser construdo em reunies locais. 6.1.1. Reconhecimento preliminar da realidade local Essaetapadoprojetocorrespondeuaotrabalhodecampoemqueforamefetuadoscontatos comasprefeituraseacomunidadelocal,paraumafuturainteraocomaequipetcnica, facilitandoodesenvolvimentodasatividadesnecessriascriaodeumorganismode bacia e, por fim, a elaborao do PLANGIS. Noiniciodoprojetorealizou-seumaviagemdereconhecimentodocontextodaBacia, empreendidacomointuitode permitir uma melhor observao da complexidade da rea em estudo,noqueserefereaosconflitosrelacionadosquantidadeequalidadedagua;a identificao dos pontos mais crticos; a demarcao efetiva da rea da Bacia; a observao de aspectosfsicos(relevo,vegetao,clima,etc.);bemcomoaoestabelecimentodecontatos com representantes de instituies locais e prefeituras. Devido dimenso da bacia, essa viagem foi dividida em duas etapas: (1)dopermetrodeJuazeiroatopovoadodeCurralVelho,nomunicpiodeCampo Formoso, cobrindo todo o Baixo Salitre; (2)danascentedorioSalitre,municpiodeMorrodoChapu,atatingiropovoadode Curral Velho cobrindo todo o Alto e Mdio Salitre . 6.1.2.Organizao da sociedade civil e usurios AestruturaorganizacionalexistentenaBaciaumexemplodascondieseformasde organizao existentes no Nordeste brasileiro. O levantamento realizado revela a existncia de umaexpressivaquantidadedeassociaescomunitriasdepequenosprodutoresrurais, formadasapartirdoestimulodeentidadesgovernamentais,ouseja,emumtotalde441 entidades registradas tem-se 95% de associaes de moradores, comunitrias e de produtores com finalidades econmica e comunitria criadas, principalmente, para viabilizar a obteno derecursosfinanceirosdeinstituiesfinanciadorasaexemplodoBancodoBrasileBanco do Nordeste.Distingue-seemcertamedidadestecontextoaUniodasAssociaesdoValedoSalitre UAVS,queagregaassociaesdeprodutoresequetemumaatuaodestacada particularmente na regio de Juazeiro. O peso destas organizaes no processo de mobilizao xxvii foimuitosignificativoparadarpartidaeforaamobilizao,comparticipaoativadeseu presidente. Nestecasoespecifico,estasassociaes,emsualargamaioriaresultaramdoestimulode programasdefinanciamentogovernamentaiscomooProgramaNacionaldeFortalecimento daAgriculturaFamiliarPRONAF,queelaboraplanosdedesenvolvimentoqualificados comosustentveisecujalinhadeatuaotemcomobaseaformaodeassociaesde produtores com o objetivo de obteno de crdito rural.AexistnciadelinhasdefinanciamentoeminstituiescomooBancodoBrasiledo Nordesteexplicaaexpressivapresenadestetipodeorganizao,cujafunoencontra-se circunscritapelasexignciasdasfontesdefinanciamentoeque,dopontodevistada organizao comunitria, tem pouca expresso e significado.Segundodepoimentosdetcnicosdeentidadesdefinanciamentoededesenvolvimento,s vezes, uma associao corresponde a uma pessoa ou a uma famlia, que parcela a propriedade, cria varias entidades e com uma ata na mo sai em busca de financiamento. Salvo, possveis excees,estesdadosapontamparaocarterartificialoucompulsriodestetipode associao. No conjunto, deve ainda ser destacado o relativamente pequeno peso de entidades civis como gruposambientalistas,entidadesderepresentaodeclasse.Emtermosdaestruturapoltica partidriavaledestacaramarcantepresenanaregiodoPartidodaFrenteLiberalPFL, que atualmente encontra-se a frente da administrao estadual.Aindadentrodocontextodaorganizaodasociedadecivileusurios,deve-sedestacaro processo de formao do Comit da Bacia do Rio Salitre, iniciado ainda durante as reunies parasensibilizaoemobilizaodacomunidade,realizadasnassedesdosdiversos municpios e seus respectivos povoados.Assim,apsareunioocorridanasededomunicpiodeJuazeiro,emoutubrode2000,por indicaodacomunidade,decidiu-seformaraComissoIntermunicipaldaBaciadoRio Salitre conforme supra citado no item Sensibilizao e Mobilizao da Comunidade , com opapeldefacilitarasaesdemobilizao,eatuarcomoumconselhodeliberativode propostasedecisescapazesdepromoverogerenciamentointegradoeapreservaodos interesses de todos durante a formao de um organismo de bacia e elaborao do PLANGIS. ValedestacarqueaatuaodaComissoseconcretizoupaulatinamente,sendosempre acompanhadadepertopelaequipedoprojeto,demodoaincentiv-laburlardificuldades intrnsecasaogrupo,taiscomodivergnciaspoltico-ideolgicas,acomodaonomomento da efetivao de aes, etc. Todavia,essas caractersticas no impediram o despertar de um processo de organizao social voltado para a gesto dos recursos hdricos, o qual se efetivou atravs de: 6.1.3. Estrutura poltico-administrativa A estrutura poltico-administrativa existente nos municpios da bacia do Salitre voltada para a gestodosrecursoshdricospodeserconsideradacomoaindaincipiente.Asprefeiturasdos municpiosdeMorrodoChapu,CampoFormoso,Ourolndia,Mirangaba,Jacobina, Umburanas,MiguelCalmoneJuazeiro,possuemmodelosorganizativossemelhanas, existindonamaioriadelesastradicionaissecretarias,taiscomodeadministrao,educao, sade,obras,aosocialeagricultura.Nestesmunicpios,emgeral,asecretariade agricultura a responsvel pela gesto dos recursos hdricos. xxviii NomunicpiodeCampoFormososquestesrelacionadascomrecursoshdricosemeio ambiente,soderesponsabilidadedeumDepartamentoligadoSecretariadeEducaoe Cultura. O municpio de Mirangaba o nico que possui Secretaria de Meio Ambiente e tem como atribuio gerenciar os recursos hdricos. Em Umburanas existe uma Diretoria de Obras ligada diretamente ao Gabinete do Prefeito responsvel pelos recursos hdricos do municpio.1 AsentidadespblicasestaduaisquesefazempresentesoCAR,CRA,EBDA,SRH,DDF, CERBeoutras.Nessecontexto,valedestacaraexistnciadaCasadeRecursosNaturais, unidade descentralizada da Superintendncia de Recurso Hdricos, com sede no municpio de Juazeiro, cujo objetivo descentralizar a gesto ambientalUm importante desafio exatamente verificar como o Comit da Bacia do Salitre poder vir a ser um elemento de aglutinao e um frum capaz de articular iniciativa inclusive no plano da aoestatal,emgeralbastantesetorializada.Suadiretoriaprovisriaeleitaestacitadano Quadro 6. Quadro 6. Diretoria Provisria do Comit da Bacia do Rio Salitre NOMEREPRESENTAO Adinael Freire da SilvaPresidente Jos Carlos GomesVice-presidente Valdemar B. Vieira JniorPrimeiro Secretrio Antnio Carlos Lago MunizSegundo Secretrio Representantes da Comisso IntermunicipalConselho da Diretoria A supra citada Diretoria, providenciou, sob orientao da equipe do projeto, a documentao necessriaformalizaoelegitimaodesseComitjuntoaorgogestordosrecursos hdricosnoEstado,queaSRH/Ba,eaoConselhoEstadualdeRecursosHdricos, participando-lhes suas aes. desse modo que a Diretoria Provisria do Comit da Bacia do Rio Salitre tem demonstrando interesse em prosseguir com a efetivao do PLANGIS. EmreunionomunicpiodeJuazeiro,novembrode2001,aequipedoprojetoeaDiretoria Provisria do Comit, reanalisaram e rediscutiram o Quadro de Levantamento de Problemas e PropostasdeSoluesjuntoComunidadenointuitode,dar-seincioaoplanejamentodo gerenciamento dos recursos hdricos da bacia do Salitre atravs da priorizao de aes. 6.1.4. Programa e projetos em desenvolvimento Compe ainda esta caracterizao institucional o levantamento das instituies pblicas que, em seus vriosnveisdegoverno,desenvolvem projetos que guardam uma relao direta ou

1aseguinteacomposiodassecretariasnosseguintesmunicpios:MorrodoChapu-SecretariadeAgriculturae Desenvolvimento Rural Sustentvel; Secretaria de Administrao; Secretaria de Sade; Secretaria de Educao; Secretaria de Infra-Estrutura; Secretaria de Finanas; Secretaria de Bem-Estar Social; Secretaria de Turismo, Meio Ambiente e Desportos; VrzeaNova-SecretariadeAdministraoGeral;SecretariadeAssistnciaSocial;SecretariadeSade;Secretariade EducaoeCultura;SecretariadeObraseServiosPblicos;SecretariadeAgricultura;CampoFormoso-Secretariade EducaoeCultura;SecretariadeSade;SecretariadeFinanas;SecretariadeAdministraoMunicipal;Ourolndia- SecretariadeSade;SecretariadeBem-EstarSocial;SecretariadeEducao;SecretariadeAdministrao;Secretariade AgriculturaSecretariadeEsportes,TurismoeLazer;Mirangaba-SecretariadaSade;SecretariadeAssistnciaSocial; SecretariadeAdministraoGeral;SecretariadeTransporte;SecretariadeMeioAmbiente;SecretariadeObraseServios Urbanos;SecretariadeEducao;SecretariadeAgriculturaJacobina-SecretariadeAgricultura;Secretariade AdministraoGeral;SecretariadeFinanas;SecretariadeObras;SecretariadeTransportes;SecretariadeEducao; SecretariaIndstria,Comrcio,MineraoeTurismo;SecretariadeSade;SecretariadeBem-EstarSocial;Umburanas- Secretaria de Educao; Secretaria de Sade; Secretaria de Finanas; Secretaria de Agricultura; Secretaria de Administrao; SecretariadeAoSocial;MiguelCalmon-SecretariadeSade;SecretariadeEducaoeCultura;Secretariade Assistncia Social; Secretaria de Desenvolvimento Scio-Econmico; Secretaria de Transporte; Secretaria de Administrao; Juazeiro - Secretaria de Agricultura; Secretaria de Educao e Esportes; Secretaria de Sade; Secretaria de Administrao; SecretariadeDesenvolvimentoSocial;SecretariadaFazenda;SecretariadeServiosPblicos;SecretariadeInterior; SecretariadeInfra-EstruturaUrbanaeHabitao;SecretariadeAssuntosJurdicoseCidadania;SecretariadeLimpeza Pblica. xxix indiretacomosrecursoshdricos. 2Noplanofederalaintervenodemaiorexpressona BaciaoProgramaSemiridoPr-Agua.Esteumsub-programadoProgramaBrasilem Ao sob a coordenao da ANA e que contempla os estados de Minas Gerais, Bahia, Cear, Maranho, Piau, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Estesubprogramatemcomoobjetivogeralgarantiraampliaodaofertadeguadeboa qualidadeparaosemi-ridobrasileiro,compromoodousoracionaldesserecursodetal modoqueaescassezrelativadeguanoseconstituaemimpedimentoaodesenvolvimento sustentvel da regio. Suas aes prioritrias so: (1) a implementao de sistema de gesto; (2)arealizaodeestudoseprojetosnareaderecursoshdricos;(3)implementaode gestonabacia do rio SoFrancisco; (4) a realizao de obras prioritrias de infra-estrutura hidrulica de interesses locais, voltados para as comunidades com problemas permanentes de suprimento. Almdisso,tem-senestareaumconjuntodeprogramasvoltadosparaomonitoramento hidrolgico(ProgramaNacionaldeHidrologia),geraodeinformaosobreocorrncia, circulaoeutilizaodeguasubterrnea(ProgramadeguaSubterrneaparaaRegio Nordeste), projeto voltado para a reduo das desigualdades regionais e elevao da qualidade devida(ProjetoAlvoradadeSaneamento)edeconstruodeinfraestruturahidrulica (Programa de Desenvolvimento Sustentvel do Semi-rido Baiano Serto Forte) Merecemdestaquenestaregio,particularmentenaporoNortedabacia,asaesda CODEVASF na bacia do So Francisco com impactos na sub-bacia do Salitre. Este rgo tem desenvolvidoprogramasdeirrigaoededrenagem,sendoimplantados,geralmente,em reasdesprovidasdeinfra-estruturaeconmicaesocial,cabendoaCODEVASF,diretaou indiretamente,canalizarrecursosfederaisparaaconstruodeestradas,redeeltrica, habitaes, e promoo da assistncia sade e educao alm da implementao de obras de saneamento bsico.Almdisso,tem-seoProgramaRioSoFranciscoVivo,queenvolveaparceriaentrea Unio,oGovernodoEstadoeasprefeiturasde115municpiosbaianos,entidades ambientalista e as comunidades dessas regies. O objetivo central desteprograma otimizar ousodosrecursoshdricos,comoapoiodaEmpresaBaianadeDesenvolvimentoAgrcola (EBDA) e Embrapa.NoplanoestritamenteestadualvriosprogramasdevemserdestacadoscomooPrograma PRODUZIR,quevisabeneficiartrabalhadoresepequenascomunidadesruraise/ouurbanas em 342 municpios do Estado da Bahia.OsprincipaisobjetivosdoProgramaPRODUZIRso:(a)reduodasdesigualdadesscio-econmicasregionais; (b) gerao de renda; (c) aumento da oferta de empregos; (d) melhoria dascondiesdevidadapopulaoruralpobreecarentedeinvestimentosdenatureza econmica,socialedeinfra-estruturabsica(saneamento,sadepblicaetransportes);(e) descentralizaoprogressivadosprocessosdedecisodoGovernodoEstado,atravsda revitalizao institucional e capacitao tcnica e administrativa das prefeituras municipais.

2 So as seguintes as instituies que desenvolvem projetos na bacia do rio Salitre: a nvel federal, o CONRH, IBAMA,SRH,ANA;MinistriodaIntegraoatravsdaCODEVASF;MinistriodaSadeatravsda FUNASA; o Ministrio das Minas e Energia atravs da ANEEL e CPRM; o Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimentoatravsdaEMBRAPA;anvelestadualaSEINFRA,atravsdaSRH,FERH,CONERH, EMBASAeCERB;SEPLANTEC,atravsdaCAR,CEPRAMeCRA;eSEAGRI,atravsdaCDA,DDFe EBDA. xxx Na bacia do rio Salitre apenas os municpios de Campo Formoso, Miguel Calmon e Morro do Chapu foram contemplados com projetos atravs do Programa PRODUZIR. Almdoreferidoprograma,noplanoestadual,merecedestaqueasaesdoProgramade ApoioasAesdeDesenvolvimentoRegional(PAADR),financiadoexclusivamentecom recursosestaduaisestandototalmenteintegradoestruturadoSertoForte.Oprograma complementa o atendimento de reivindicaes socioeconmicas em reas no atingidas plos demais programas governamentais.OgovernodoestadotambmresponsvelpeloProgramadeAdministraoMunicipale DesenvolvimentodeInfraEstruturaUrbanaPRODURcriadocomoobjetivodebuscar solues para os problemas de migrao pela falta de perspectivas, crescimento desordenado de cidades e devido carncia de infra-estrutura. Vale ainda registrar os seguintes programas desenvolvidos pelo governo do estado: Programa CBL(Caatinga, Buffel e Leucena);Programa dos Permetros Irrigados; Programa de Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura;Programa de Abastecimento D'gua Perfurao e Recuperao de Poos; Programa de Recuperao e Modernizao e Diversificao do Plo Sisaleiro; Programa de Desenvolvimento da Piscicultura (PROPEIXE); ProgramadeDesenvolvimentoSustentvelde NascentesereasRibeirinhasdoEstadoda Bahia Programa Nascentes Vivas. A ao Banco do Nordeste tem tido grande repercusso no semi-rido, atravs dos seguintes programas: Programa Nordeste Competitivo; Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural do Nordeste (RURAL); Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindstria do Nordeste (AGRIN); Programa de Fomento Gerao de Emprego e Renda do Nordeste do Brasil (PROGER); Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnolgico (PRODETEC); Programa de Financiamento Conservao e Controle do Meio Ambiente (FNE-VERDE); Programa de Apoio Reorientao da Pequena e Mdia Unidade Produtiva Rural do Semi-rido Nordestino (PRODESA); ProgramadePromoodoEmpregoeMelhoriadaQualidadedeVidadoTrabalhadorna Regio Nordeste (PROTRABALHO; Programa de Incentivo ao uso de Corretivos de Solos (PRO-SOLO); ProgramadeInvestimentoparaaModernizaodaAgricultura(AGRINVEST)coma seguinte finalidade:-fomentarprogramaseprojetosquevisemestimular,empadrescompetitivos,o desenvolvimento dos setores agropecurio, agroindustrial e pesqueiro no Estado da Bahia; -propiciaravanonopadrotecnolgicoenodesenvolvimentodosempreendimentos agropecurios, agroindustrial e pesqueiro; -tornarosinvestimentosmaisatrativos,assegurandoaosbeneficiriosdoprogramaa compensao parcial de custos financeiros decorrentes de financiamentos;-interiorizarosempreendimentosagropecurios,agroindustriaisepesqueirosefavorecera gerao de empregos. xxxi Alm da Banco do Nordeste vele registrar a ao da Desenbahia, Banco do Brasil e do BNDS no financiamento do Programa de Incentivo Fruticultura Irrigada do Estado da Bahia (BAHIAFRUTA).. Comgrandepenetraonasemiridodestaca-seoProgramadeFortalecimentoda Agricultura Familiar (PRONAF), financiado pela Desenbahia em parceria com a Seagri, a EBDA e o Sistema das Cooperativas de Crditos Integrantes do Bancoob (SICOOB/BA), que disponibilizaatravsdoPRONAF,R$40milhesparainvestimentosfixosparaapoiaras atividadesagropecuriaseno-agropecuriasdeagricultoresfamiliares.estaestruturade financiamento uma das responsveis pela proliferao de associaes no semi-arido baiano.OlimitedefinanciamentodeatR$15.000,00(individualmente)ouatR$200.000,00 (coletivamente)eosencargosfinanceirosenvolvemjurosde4%a.a.,podendoserreduzido para 3% a.a. para o produtor que pagar em dia as prestaes. O emprstimo no tem correo monetria e os prazos de pagamento so de at 8 anos com carncia: at 3 anos. EsteprogramaatingetodooestadodaBahiaeasprincipaisatividadesbeneficiadasso: caprinocultura,ovinocultura,cafeicultura,fruticulturairrigada,inhame,piscicultura, apicultura,turismorural,floricultura,fumagiculturaepesca.Aoperaotemoavalda cooperativaegarantiasindividuaisdocooperadoeositensfinanciveissoaconstruode benfeitorias e instalaes permanentes; obras de irrigao e audagem; formao de lavouras; aquisio de mquinas, veculos utilitrios e equipamentos e aquisio de animais. Esta extensa relao de programas efetivamente diz pouco sobre os reais impactos da ao do poder pblico e das agencias de financiamento uma vez que no traz elementos sobre a efetiva implementao, desempenho destes projetos. De qualquer modo fica evidente que no existe verdadeiramenteumacarnciadeiniciativasgovernamentaisparaestareaequetais iniciativas cobre um amplo leque de interveno.Trata-se,naverdade,deperguntarsobreocarterdoconjuntodestasintervenes,emque medidasconformamumapolticadedesenvolvimentoounoecomopoderiamser potencializadas e complementadas. 6.2.Mobilizao e organizao da comunidade O trabalho de organizao comunitria desenvolvido teve como fundamento a metodologia da pesquisa-ao, um mtodo de investigao e de interveno utilizado em vrios pases e que temapresentadoresultadosfecundosemseusmltiplosdesdobramentos,encontrandoem vrios paises uma larga e diversificada aplicao e desenvolvimento.Destemodo,aindaquesetenharecorridoaostradicionaiseclssicosinstrumentosde pesquisa, procurou-se adotar uma metodologia de trabalho que possibilitasse o envolvimento da populao nas suas vrias etapas. Esta metodologia tem dois pressupostos bsicos:(1)anecessidadedeengajamentoeenvolvimentodacomunidade,umavezqueestase constituinoverdadeirosujeitodoconhecimentoedatransformaodarealidadeda bacia; (2)anecessidadedeestabelecerumaintimaassociaoentreoconhecimentoeao transformadora,umavezoconhecimentosocialmenteproduzidopodeindicar caminhosparaasmudanas nas relaes entre o homem do semi-rido e os recursos hdricos. (HAGUETTE, 2000:151) Destemodo,aproduodeconhecimentopassaaseruminstrumentoatravsdoquala sociedadesemobilizaeseorganiza.Oresultadodestetrabalhoaestruturaoe consolidao de novas formas de organizao social neste caso, materializada sob a forma xxxii deum"organismodebacia".Assim,acomunidadeparticipaefetivamentedacaracterizao da rea pesquisada, como tambm do planejamento e definio do modelo de gesto a serem implementados,atendendoaorequisitodainserodosatoressociaislocaisna implementaodeummodelodedesenvolvimentosustentveleintegradodosrecursos hdricos. A organizao dos usurios das guas na bacia do rio Salitre se processou no mbito de uma mobilizaosocialmaisamplaquetevecomoobjetivoenvolveracomunidadenadiscusso dosproblemasambientaisrelacionadoscomasguasedestemodocompromet-lacoma implementao de um novo modelo de gesto das guas.Aestratgiademobilizaoconsistiunaelaboraodequadrossobrearealidadedabacia, identificandoosconflitospelousodagua,levantandoproblemasepropostasdesolues junto Comunidade, o qual subsidiou a elaborao da Matriz dos Conflitos para Elaborao do Plano de Ao Estratgico para a Bacia do Rio Salitre. Este processo aconteceu por meio de sucessivas reunies na comunidade, nas quais estes dados e informaes eram discutidos, referenciados, modificados ou complementados. Um dos momentos mais interessantes e ricos desse trabalho ocorreu no momento da realizao do processo investigativo em eventos com a comunidade.Fotos 11 e 12: Reunio para mobilizao comunitria realizada na comunidade de Lagoa Branca municpio de Campo Formoso ebatetravadocomaprpriacomunidadeacer Destemodo,almdod cadasquestesmais relevantes da Bacia, vale registrar a participao da mesma na anlise dos resultados obtidos.Essametodologiadepesquisa-aopossibilitouacomunidadeopinareinterferirativamente no seu processo, como tambm contribuiu para uma maior rapidez na obteno de dados, logo oprocessodereconhecimentodaproblemticaambientalnaBaciaseconstituiutambmem um instrumento de engajamento e mobilizao. Oprocessodeinformaoemobilizaodosusuriossedeuatravsdereuniesnassedes dosmunicpios da Bacia,eoponto de partida desse trabalho foram os contatos iniciais com prefeituras municipais e organizaes comunitrias empreendidos ainda durante as viagens de reconhecimento preliminar da rea, e as viagens da equipe tcnica ao municpio de Juazeiro, escolhido a priori por ser mais acessvel s pessoas envolvidas com as comunidades.xxxiii Procurou-se ento fazer contato com os outros municpios da Bacia, atravs das prefeituras ou representantesdelas,geralmenteossecretriosdaagricultura.Outroscontatosforam estabelecidos,pormeiodetelefonemasaospostosdeservios,existentesnospovoados, buscando agendar reunies com as comunidades, para apresentao do projeto.Naocasio,tambmforampublicadasnotasemjornaiseveiculadosinformesnasrdios locais.Assim,tendosidoestabelecidaaidentificaodasinstituiesrepresentativasda comunidade, os contatos passaram a efetivar-se diretamente via ligaes telefnicas e fax. Em forma de seminrio, essas reunies contaram com a utilizao de recursos udios-visuais, painisemapas,ondeforamenfatizadososprincipaisobjetivosdoPLANGIS.Nesta oportunidade tambm participaram tcnicos da SRH/BA que se pronunciaram acerca do papel daSRH,dalegislaoestadualefederalderecursoshdricos,danecessidadedecobrana pelo uso da gua, entre outros assuntos de interesse da comunidade. Desse modo, o trabalho de mobilizao e organizao se converteu em um trabalho educativo uma vez que, a partir de questes relacionadas com a problemtica da gua, foram agregadas novas informaes e experincias da comunidade local. Fotos 13 e 14: Reunio para mobilizao comunitria realizada na sede do municpio de Jacobina Duranteessasreunies,especificamentenaquelasrealizadasnomunicpiodeJuazeiro,em outubro de 2000, nos povoados de Junco e Curral Velho respectivamente, ficou evidenciada, por meio do apelo das lideranas presentes, a necessidade de efetivao, por parte da equipe tcnica,deumtrabalhomaisamplodesensibilizaodacomunidade,demodoaatingirum nmero mais expressivo de pessoas e entidades. Para tanto, programou-se reunies em todas as sedes dos municpios, onde participaram a equipe tcnica, o tcnico da SRH/BA que atua naCasadeRecursosNaturais(CRN/Juazeiro)responsvelportodaareadabaciaea comunidade local.Um aspecto suscitado e discutido foi a forma de atuao do governo estadual atravs de seus rgos,adesarticulaodaintervenoqueimplicaduplicidadedeaese, conseqentemente,nono-cumprimentodemetas,provocandoumcertodescrditona populao em relao aos projetos relacionados com a problemtica da gua.Desse modo, o esclarecimento do contedo do projeto, em reunies nos povoados, abriu novas possibilidades de dilogo e de enfrentamento das questes expostas. AsreuniesrealizadasnassedesdosmunicpiosderamincioformaodaComisso IntermunicipaldeUsuriosdaguacomaseguintecomposio:umrepresentanteda prefeituraerepresentantesdacomunidade(usuriosesociedadecivil).(Quadro2).Os representantes do poder pblico local foram indicados por seus respectivos prefeitos havendo casos nos quais os representantes da comunidade tambm o foram. xxxiv O propsito da formao dessa Comisso foi manter um conselho articulador e facilitador das aesdemobilizao,pormeiodoseucomprometimentoemorganizarasreuniesnos povoados, bem como tomar decises a partir de discusses mais individualizadas, no mbito municipal,emreuniesqueocorreramnosdiversospovoados.Aspropostasresultantesdas mesmasforamrediscutidasentreaequipetcnicaeaComisso,dotando-asdeumcarter mais global, mais integrado bacia, reforando o carter de multiplicao de informaes da referida Comisso. 7.COMIT DA SUB-BACIA DO RIO SALITRE 7.1 Situao Institucional ALeiFederalsobreRecursosHdricos,9.433/97,emseuart.32,incisoI,inserea coordenaodagestointegradadasguas,eemseuart.33estabeleceoarcabouo institucional que integra o Sistema Nacional de Recursos Hdricos, a exemplo do organismo de bacia, denominado "Comits de Bacias Hidrogrficas". OsComitstemcomoreadeatuao,atotalidadedeumaBaciahirogrfica,asub-bacia hidrogrficadetributriodocursodeguaprincipaldaBacia,oudetributriodesse tributrio;ouumgrupodebaciasousub-baciashidrogrficascontguas.Estetipode organismo de bacia representa uma concepo poltica de gesto participativa, constituindo-se em um frum dedebates das questes relacionadas aos gerenciamento dos recursos hdricos, comumente chamado de "Parlamento das guas". Emsuacomposio,oComitcontacomrepresentaesdoPoderPblico,Usuriose SociedadeCivil,resultandoemumagranderedesocial,quenoseuconstruircoletivo, possibilita a implementao de propostas e solues para a resoluo dos conflitos relativos questes da gua. A legislao estadual de recursos hdricos, 6.855 de 12/05/95, promulgada antes da legislao federal,nocontemplaafigurado"Comit".Mesmocomapromulgaodalegislao federal em 1997, no houve nenhuma reviso ou incorporao no contedo da lei estadual, do princpionorteadordadescentralizaoparticipativadoprocessodegestoderecursos hdricos do Brasil. 7.2Formao do ComitOprocessodesensibilizaoemobilizaodascomunidadesintegrantesdaBacia,ea identificao das lideranas locais permitiu um cronograma de reunies mensais e itinerantes, onde os atores sociais puderam exercer sua representatividade na medida em que transmitiram e discutiram questes que refletissem a realidade da situao de cada municpio no tocante a gesto dos recursos hdricos. InicialmentefoiformadaaComissoIntermunicipalcomrepresentantesdoPoderPblico, SociedadeCivileUsurios,resultandoapsumprocessodematuraoeconsolidaodo grupo,escolhadoorganismodebaciadenominado"Comit",comomelhorformapara representar os interesses da bacia. xxxv Alegitimaodoorganismodebacia-oComitsurgiucomoresultantedetodoum processo,desencadeadoapartirdasensibilizaoemobilizaodascomunidadeslocais. Iniciadoem2000apresentaumapropostadegerenciamentoparticipativoeintegradoda Bacia, dentro de uma perspectiva do despertar e estimular uma conscincia coletiva, partindo dageraodeumconhecimentodarealidadedecadamunicpiopertencenteBacia,com suas dificuldades, problemas e provveis solues para elimin-los ou minimiz-los. Fotos 15 e 16: Primeira e segunda reunio da Comisso Intermunicipal realizada nosmunicpios de Jacobina e Mirangaba respectivamente AsreuniesrealizadasnassedesdosmunicpiosderamincioformaodaComisso IntermunicipaldeUsuriosdaguacomaseguintecomposio:umrepresentanteda prefeituraerepresentantesdacomunidade(usuriosesociedadecivil,Quadro78).Os representantes do poder pblico local foram indicados por seus respectivos prefeitos, havendo casos em que tambm indicaram os representantes da comunidade. Natentativadeevitarconflitos,foirealizadaumacomposiodalegislaoestadualcoma federal, sendo registrado o Comit em cartrio, comosociedade civil sem fins lucrativos. 7.3 Funcionamento e Atividades do Comit Oreconhecimentodanecessidadedeimplementaodeumagestoqueleveemcontaa ofertaeademandaderecursoshdricosparaoconjuntodaBaciaenoapenasparao municpioinstnciaexecutivaaqualousurioamidesereporta,resultouno desenvolvimento de uma conscincia de bacia. Essaconscinciasignificaqueaproblemticadaguanopodeserresolvidanombitode cada municpio individualmente, mas sim pela ao conjunta dos que integram a bacia como umtodo,implicandonaconstruodeumanovaformadeperceberasrelaespoltico-institucionais, como tambm os recursos hdricos e o meio-ambiente. O Comit recm-constitudo, de acordo com os critrios de formao e composio constantes naResoluono 05/99doConselhoNacionaldeRecursosHdricos,deuprosseguimentoao cronograma de reunies mensais, tendo como prioridade a sua estruturao e organizao. A seguir, sero apresentados os pontos mais relevantes constantes de cada reunio: Municpio de Umburanas - Data: 02.10.2001 Ocorreuorecolhimentodasassinaturasdosrepresentantesdosusurios,poderpblicoe sociedade civil, das comunidades da Bacia, para compor a carta de solicitao da legitimao doComitjuntoSecretariadeRecursosHdricos/BAeaoConselhoEstadualdeRecursos Hdricos. Municpio de Juazeiro - Data: 06.11.2001 xxxvi NareuniofoielaboradoodocumentoparalegitimaodoComit,juntoaoConselho Estadual de Recursos Hdricos, a partir da Resoluo n 05, tendo em vista que a Legislao Estadual no contempla a formao de Comits. Municpio: Campo Formoso - Data: 04.12.2001 AreuniocontoucomaparticipaodoCoordenadorTcnicodoProjetoSoFranciscoda ANA, Sr. Jos Lins, o qual esclareceu ser o subprojeto do Salitre parte de um projeto maior, intituladoProjetodeGerenciamentoIntegradodasAtividadesDesenvolvidasemTerrasna Bacia do So Francisco. Na oportunidade tambm foi enfatizado, que o Comit uma forma degarantiraintervenonarealidadelocalsemqueinteressesparticulares(municipais)se sobreponham. AequipetcnicadaUFBAsugeriuqueoComitasercriadodeveriaserregistradosoba formadeumaEntidadedaSociedadeCivilOrganizada,atquealegislaoestadualfossemodificada. Foi realizada a votao para escolha da sede do Comit, a partir de dois critrios, por sorteio ou optando-se por um municpio geograficamente central na Bacia (a exemplo de Jacobina e CampoFormoso).Emcomumacordodecidiu-sequeoscritriosdecentralidadeda localizaogeogrfica,etambmmunicpiodotadodeinfra-estrutura,ousejabancos, cartrios etc., seria o melhor para todos. Da escolheu-se o municpio de Jacobina, o que foi aceitopelorepresentantedomesmo,emborasejaresguardadoocarteritinerantedas reunies. Municpio: Miguel Calmon - Data: 22.01.2002 OsrepresentantesdosmunicpiosdeJuazeiro,OurolndiaeVrzeaNova,entregaramas cartasdasCmarasMunicipais,autorizandoasprefeiturasaparticiparemdoComitdo Salitre.NoqueserefereaoEstatutodoComit,foramapresentadasmaisalgumassugestes,por partederepresentantesdoComit,etambmconfirmadooencaminhamentodacartapara solicitaodoapoiodaSecretariadeRecursosHdricos(SRH/BA),paraoSr.Roberto Moussalem de Andrade (Presidente do Conselho Estadual de Recursos Hdricos/Bahia). Municpio: Morro do Chapu - Data: 19.02.2002 Iniciou-seodiacomaapresentaodacoordenaoGeraldoProjeto,etambmcoma apresentao de um relato da presidente do Comit da Bacia do Rio Par, sobre o andamento dasatividadesdesteComit.LogoapsfoidadoinicioaoCursodeCapacitao,coma realizaodo1omdulo,emformadedinmicas,nofinaldatarde,apsoencerramentodo mduloocorreramduashorasdereuniocomoComitondeficoudecididaasua estruturao,quedeveriasercompostaportrsmembros:Presidente,Vice-presidente, Primeiro e Segundo Secretrios. Decidiu-se tambm que uma comisso composta pelo Presidente do Comit, Vice-presidente, oPrimeiroouSegundoSecretrio,juntamentecomumtcnicodoGRH/UFBA,(Eng. AntonioMarcosdaSilva),participariamdeumavisitaANA,comoobjetivodebuscar recursos para implementao de melhorias para a Bacia. Municpio: Jacobina - Data: 04.03.2002 O 2o mdulo do Curso de Capacitao foirealizado neste municpio aconteceu durante toda a manh e um perodo da tarde, tendo um bom numero de participantes. No segundo perodo da tarde,logoapsocurso,deu-seincioreuniodaqualmuitosdospresentesnocurso tambm participaram e contriburam de maneira relevante. xxxvii FicoudecididoqueseformariaumaComissoTcnica,aproveitandoospotenciaisqueos membrosdoComitpossuem(algunstemformaotcnico-profissional:engenheiros agrnomos,engenheiroscivisetc.),contandocomacolaboraodaequipetcnicado GRH/UFBA,emtermosdecapacitaoeapoio,parairatBraslia,comoobjetivode contactar com as instituies governamentais que possam financiar projetos para o Comit. A comisso foi composta pelo Presidente, Vice-presidente do Comit e o Eng. Antonio Marcos da Silva do GRH/UFBA. Municpio: Mirangaba - Data: 01.04.2002 Foi feito um breve relato da viagem Braslia, onde ficou informado que o primeiro contato comaANA,deu-seatravsdoDr.FlixDomingues(SuperintendentedeCobranae Conservao)eaDra.ElianaNogueira(SuperintendentedeTecnologiaeCapacitao). Tambm foi realizada uma visita a CODEVASF, sendo contactada a Dra. Snia Ges, a qual encaminhouogrupoparaoDepartamentodeCapacitao.Essasvisitastiveramcomo propsito,demonstrarqueoComitdoSalitreencontra-seorganizado,bemcomopara verificaodaspossibilidadesdeobtenoderecursospormeiodaelaboraodepropostas deprojetos,aANAtambmsugeriuqueoComitfizesseumtermogeorreferenciadoda Bacia. Municpio: Ourolndia - Data: 06.05.2002 OpresidentedoComitenfatizouaimportnciadaparticipaoeenvolvimentodosseus respectivos representantes, junto s comunidades locais, no sentido de formarem a Associao de Usurios. Foi mostrada a importncia da participao de tcnico da CODEVASF, para expor a situao dabarragemdeOuro-Brancoedobenefcioaserempreendidoporestainstituiopara minimizaroproblemaqueabarragemvemcausandoaomunicpiodeOurolndiaeoutros municpios. A Coordenadora do Projeto notifcou, a importncia de haver a participao de representantes do Comit no 4o Encontro Nacional de Comits de Bacias Hidrogrficas, em Cambori/Santa Catarina,etambmoSeminriosobreoComitdoRioSoFrancisco,queaconteceriaem Juazeiro em 23.05.2002. Municpio: Campo Formoso - Data: 03.06.2002 FoifeitoumbreverelatodospontosdiscutidosnoIVEncontroNacionaldeComitsde Bacias Hidrogrficas, em Cambori, pela equipe tcnica, tendo em vista a impossibilidade de haver representante do Comit no evento. Com relao ao encontro do So Francisco, houve a participaodosrepresentantesdeJuazeiro,eMirangaba,quetambmfizeramumbreve relato sobre o evento. FoiesclarecidoqueoComitdoSalitrenopoderiaparticipardoprocessodeescolhados membros do Comit do So Francisco, tendo em vista que sua regularizao no ocorreu at o dia05dejunhode2001.Decomumacordo,ficoudecididoqueseriaelaboradauma correspondncia para encaminhamento Coordenadora Estadual do Programa de mobilizao para instalao do Comit da Bacia Hidrogrfica do Rio So Francisco. ForamapresentadasaspropostasparaencaminhamentoANA,contemplandoasreasde saneamento,construodecisternas,construodefossasspticas,controlededoenas, EducaoAmbientaleRecuperaodeNascentes.Taispropostasestoinseridasno PLANGIS,sendofrutodeumdiagnsticorealizadojuntoscomunidadespertencentes Bacia.TambmfoiinformadoqueestavasendoelaboradoumProjetodeEstruturaoe Institucionalizao do Comit. xxxviii Municpio: Juazeiro - Data: 08.07.2002 HouveafinalizaodoProgramadeCapacitaodoComit,comomduloPolticas Pblicas,LegislaoeAspectosInstitucionais.Etambmfoiapresentadoparaogrupoa proposta de Estruturao e Institucionalizao do Comit, para encaminhamento ANA. Municpio: Jacobina - Data: 13.08.2002 OpresidentedoComitiniciouareunioinformandoapautaaserdiscutida,logoaps passouapalavrapar