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SECRETARIA DO ESTADO DO PARANÁ SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE UNIOESTE – MARECHAL CÂNDIDO RONDON NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO – CASCAVEL ÁREA – EDUCAÇÃO FÍSICA PROFESSORA PDE – ADRIANA FURLANETTO PROFESSORA ORIENTADORA IES – DRA. CARMEM ELISA HENN BRANDL CASCAVEL 2008

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SECRETARIA DO ESTADO DO PARANÁSUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDEUNIOESTE – MARECHAL CÂNDIDO RONDON

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO – CASCAVEL

ÁREA – EDUCAÇÃO FÍSICA

PROFESSORA PDE – ADRIANA FURLANETTO

PROFESSORA ORIENTADORA IES – DRA. CARMEM ELISA HENN BRANDL

CASCAVEL2008

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OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA – OAC

ESTABELECIMENTO – C. E. Wilson Joffre – Ensino Fundamental, Médio e

Profissional.

ENSINO – Médio

DISCIPLINA – Educação Física

CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Ginástica

CONTEÚDO ESPECÍFICO – Ginástica de Condicionamento; de Academia

PALAVRAS-CHAVE - Educação Física, capacidades físicas, condicionamento,

qualidade de vida.

1 PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO

O presente trabalho tem como Objeto de Aprendizagem Colaborativa –

OAC, a Ginástica, mais especificamente, a Ginástica relacionada à promoção da

saúde.

A opção por este conteúdo justifica-se, considerando a pesquisa

realizada por meio de questionário, em escolas da rede pública de Cascavel, em

razão do plano de trabalho do PDE. Os dados levantados apresentaram a

predominância do Esporte sobre os demais conteúdos que compõem a disciplina,

sendo a ginástica, a dança, as lutas e os jogos.

Assim, neste OAC, pretende-se apresentar a Ginástica numa

perspectiva crítica, com a proposição de atividades relacionadas ao

Condicionamento Físico, a partir de proposta de Ginástica de Academia, adaptada

ao contexto escolar, a fim de auxiliar os professores que atuam no Ensino Médio a

realizarem um trabalho com estes conteúdos, objetivando ampliar os conhecimentos

dos alunos em relação à importância da atividade física para a promoção da saúde

e o bem-estar, do indivíduo bem como estimulá-los à sua prática, fora do âmbito

escolar.

Neste sentido, é importante ressaltar que, a ginástica, enquanto

conteúdo referendado pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado

do Paraná, é componente indispensável para a construção do conhecimento e

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formação de alunos críticos e conscientes da importância da prática de atividades

corporais para além da competição esportiva e do culto exacerbado do corpo.

2 INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR

Analisando as concepções pedagógicas desenvolvidas ao longo da

história, até os dias atuais, constata-se que, apesar das alterações ocorridas nas

propostas educacionais da Educação Física, as práticas pedagógicas dos

profissionais da área, ainda sofrem influência de tendências que foram

historicamente construídas, as quais foram significativas em determinadas épocas e

contextos, mas muitas não satisfazem as necessidades e atuais concepções de

educação.

Em virtude da formação da maioria dos profissionais de Educação

Física, ter sido eminentemente voltada para o desporto, a principal concepção que

ainda hoje norteia as aulas de Educação Física na escola é a esportivista, que

prioriza o movimento mecânico e repetitivo restringindo-se ao corpo biológico e

mensurável.

No entanto, deve-se reconhecer o esforço de Professores que

concebem a Educação Física como uma disciplina capaz de influenciar diretamente

na formação dos indivíduos, tornando-os sujeitos autônomos, críticos e conscientes.

Deste modo, apesar das dificuldades encontradas, é imprescindível

que o profissional de Educação Física Escolar, trabalhe em busca da superação da

dimensão meramente motriz a fim de imprimir às aulas, uma dimensão histórica,

cultural e social, priorizando o conhecimento sistematizado, como oportunidade para

reelaborar idéias e práticas que ampliem a compreensão do aluno sobre os saberes

produzidos pela humanidade e suas implicações para a vida (PARANÁ, 2006).

Assim, conforme defende Soares et al (1993: p. 218/219) “a

preocupação deverá ser a apreensão crítica da expressão corporal enquanto

linguagem através do trato do conhecimento sobre os grandes temas da cultura

corporal como o jogo, a dança, o esporte, a ginástica, etc.”, frisando, que a

Educação Física escolar deve propiciar ao aluno da educação básica a

“competência para apreender as possibilidades e os limites da expressão corporal

enquanto linguagem no tempo histórico”.

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Deste modo, o conteúdo abordado será a Ginástica, considerando a

dificuldade dos professores em trabalhá-la nas aulas de Educação Física, bem como

a sua inegável importância na Educação Básica, uma vez que permite ao aluno,

segundo Soares et al (1992) a possibilidade de vivenciar atividades que provocam

valiosas experiências corporais.

Considerando as orientações previstas nas Diretrizes Curriculares do

Paraná (2006), a Ginástica desenvolvida na escola deve permitir as diversas

possibilidades de movimentos corporais, considerando a participação de todos, a

criação espontânea de movimentos e coreografias a fim de que os alunos se

movimentem, descubram e reconheçam as possibilidades e limites do próprio corpo.

Além de a Ginástica estar inserida no rol de conteúdos da Educação

Física Escolar, também é considerada uma atividade popular, praticada,

principalmente em clubes e academias, por milhares de pessoas das mais variadas

faixas etárias. Neste sentido, Brandl (1999: p. 38), esclarece que, “nos últimos anos,

houve um crescimento indiscutível no número de Academias, tanto em pequenas

como nas grandes cidades”. E com isso, foram criadas novas formas de Ginástica,

para atender a diversidade e interesse do público, que procura praticá-la por

diferentes motivos: reeducação postural, prevenção ou compensação para evitar

problemas de estresse e doenças, manutenção da saúde, para fins estéticos, ou

seja, para a obtenção de um corpo perfeito, entre outros.

Neste viés, Souza apud Brandl (1999: p. 39/40) divide a Ginástica em

cinco grupos que englobam seus principais campos de atuação, facilitando a

compreensão de suas diversas ramificações.

1- Ginásticas de condicionamento físico: englobam todas as modalidades que

tem por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo

normal e/ou atleta. Temos como exemplo: ginástica localizada, aeróbica,

musculação, step, etc.

2- Ginásticas de competição: reúnem todas as modalidades competitivas –

ginástica artística, rítmica desportiva, acrobática, aeróbica, roda ginástica,

trampolim acrobático, tumbling, mini-trampolim, etc.

3- Ginásticas fisioterápicas: responsáveis pela utilização do exercício físico na

prevenção ou tratamento de doenças. Reeducação postural global,

cinesioterapia, isostreching, etc.

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4- Ginásticas de consciência corporal: reúnem as novas propostas de

abordagem do corpo, também conhecida por “Técnicas alternativas ou

Ginásticas Suaves”, que foram introduzidas no Brasil a partir da década de

70, tendo como pioneira a Anti-Ginástica. A grande maioria destes trabalhos

teve origem na busca da solução de problemas físicos e posturais. Exemplos

desse grupo são - Anti-Ginástica, Eutonia, Feldenkrais, Bioenergética, etc.

5- Ginásticas de Demonstração: é representante deste grupo a Ginástica Geral,

cuja principal característica é a não-competitividade, tendo como função

principal a interação social, a formação integral do indivíduo em seus

aspectos motor, cognitivo, afetivo e social.

Portanto, de acordo com o entendimento da autora “a Ginástica,

enquanto movimento educativo (...), poderá reunir todas as formas de Ginástica,

desde que sejam feitas adaptações próprias aos objetivos escolares e às

características de cada faixa etária”. (Brandl,1999: p.41),

Sendo assim, a proposta de Ginástica aqui apresentada objetiva que o

educando adquira conhecimentos básicos acerca das capacidades físicas

essenciais, para a realização dos movimentos comuns do cotidiano com maior

facilidade e segurança, bem como, a conscientização da importância da prática de

atividades físicas habituais para a melhoria de sua qualidade de vida, invertendo

assim, o caráter apresentado pela mídia o qual incentiva o culto exagerado ao corpo,

impondo padrões estéticos e até mesmo determinando o cenário e os materiais que

devem ser utilizados para a prática da ginástica (PARANÁ, 2006: p. 34).

O Condicionamento Físico, segundo Guiselini (2004) pode ser

considerado como fitness ou aptidão física e esta é definida pela Organização

Mundial de Saúde como sendo “a capacidade de realizar trabalho muscular de

maneira satisfatória”. (Guiselini, 2004: p. 35)

Porém, este conceito é um pouco limitado, considerando que,

atualmente, a aptidão física não está relacionada somente em preparar o indivíduo

para realizar atividades físicas com eficiência, melhorando seu desempenho em

atividades esportivas de alto rendimento, mas está voltada principalmente, para a

melhoria das capacidades funcionais visando à qualidade de vida do sujeito.

Neste contexto, considerando-se as necessidades da sociedade

contemporânea, Bouchard et al apud Guiselini (2004: p. 36) apresenta uma definição

mais ampla de aptidão física como sendo

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um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, das ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas também evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas1, enquanto funcionamento no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver.

.

Deste modo, o conteúdo de Ginástica de Condicionamento e de

Academia desenvolvido na escola, deverá estar voltado para o trabalho equilibrado

das capacidades físicas e perceptivo-motoras, as quais serão mais relevantes ao

desenvolvimento saudável dos alunos, tais como Coordenação, Equilíbrio, Ritmo,

Força, Flexibilidade, e Resistência.

Segundo Tubino apud Bregolato (2002: p. 69), a Coordenação “é a

qualidade física de que a Educação Física se vale para associar a consciência à

ação (...)”. Ou seja, significa realizar os movimentos de forma pensada/planejada,

que tanto podem envolver ações simples como andar, entre outras mais complexas.

Já Weineck ((1999: p. 514), considera as capacidades coordenativas

como as que se diferenciam em gerais e específicas. “As capacidades

coordenativas gerais resultam da instrução geral para movimentação em diversas

modalidades esportivas. Estas capacidades manifestam-se em diversos setores da

vida cotidiana e esportiva, de modo que qualquer movimento possa ser executado

de modo eficiente e criativo”. Já as capacidades coordenativas específicas são

caracterizadas por “movimentos específicos para modalidades esportivas, nas quais

eles ocupam uma posição prioritária”.

O Equilíbrio, na concepção de Bregolato (2002: p. 70), é a “qualidade

física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de

sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade”.

Para Piccolo (1995: p. 56), “Fluir é a tradução da palavra ritmo, ou seja,

tudo que está em constante movimento”. Laban apud Piccolo (1995: p. 58)

complementa esta definição, enfatizando que “o ritmo do movimento é manifestado

por ondas rítmicas, constituídas por velocidade, fluidez, intensidade e tamanho. São

as diferentes combinações destes fatores que determinam a variação do ritmo

expresso em diversos movimentos”.

1 Doenças Hipocinéticas – relacionadas à falta de exercício, tais como: doenças coronarianas, pressão alta, alto nível de gordura corporal, problemas nas articulações, na região lombar e osteoporose. (GUISELINI: 2004, p. 75)

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Em relação à Força, Tubino apud Bregolato (2002: p. 69), a define

como sendo a “habilidade de um músculo ou agrupamento muscular de vencer uma

resistência, produzindo tensão na ação de empurrar, tracionar ou elevar”. Neste

mesmo sentido, Peckering apud Weineck (1999: p. 121) enfatiza que força é a

“capacidade de exercer tensão contra uma resistência”.

A Flexibilidade, no entendimento de Dantas apud Bregolato (2002: p.

69), é a “qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de

amplitude angular máxima por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro

dos limites morfológicos sem o risco de provocar lesão”.

Para Frey apud Weineck (1999: p. 470), “são considerados termos

sinônimos de “flexibilidade” os termos “mobilidade”, articularidade” (referindo-se à

propriedade das articulações), “elasticidade” (referindo-se à propriedade de

músculos, fáscias, tendões e ligamentos)”.

O trabalho de flexibilidade na escola é fundamental, considerando a

grande melhoria de qualidade de vida, em relação à elasticidade muscular,

mobilidade, transporte energético, melhoria da capacidade mecânica muscular,

prevenção contra lesões além de promover um maior relaxamento corporal

(Geraldes: 1993).

E por fim, a Resistência é definida por Geraldes (1993: p. 123), como

sendo a “capacidade de se executar determinado movimento ou movimentos, por

um período de média ou longa duração”.

Para o autor acima citado, resistência anaeróbica, é a

Qualidade física que permite a um indivíduo, realizar uma atividade física sem a necessidade de consumo de oxigênio, necessária as modalidades esportivas, cujas provas sejam de curta duração, como por exemplo, corrida de 100 metros, barreira, natação nas provas de 50 metros e etc.

A resistência aeróbica, “é a qualidade física que permite ao indivíduo

realizar determinadas atividades físicas durante períodos de tempo médios e longos

(acima de 15 minutos), em condição de equilíbrio entre a energia despendida e a

utilização do oxigênio para produzi-la (steady state)”.

Já a resistência muscular localizada, segundo Barbanti apud Guiselini

(2004:p. 44), “refere-se à capacidade do músculo em repetir movimentos idênticos

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durante um tempo prolongado (resistência muscular dinâmica) ou de manter um

certo grau de tensão durante um longo período (resistência muscular estática)”.

Assim, o trabalho pedagógico desenvolvido na escola deve buscar a

percepção, por parte do educando, da importância do desenvolvimento das

principais capacidades físicas e perceptivo-motoras, considerando que estas

auxiliam em seu crescimento e desenvolvimento, de forma segura e saudável, como

também, a tomada de consciência da necessidade da prática de atividades físicas

além do espaço escolar, para a manutenção de uma vida saudável e com qualidade,

Além disso, o presente trabalho visa também um olhar crítico e

consciente, por parte do aluno, do verdadeiro papel da ginástica na escola, papel

este, que contrapõe a idéia apresentada pela mídia, a qual impõe padrões e

modismos que atendem aos interesses econômicos e sociais para a aceitação e

inclusão do individuo na sociedade.

3 PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

A integração com as disciplinas de História e Biologia, no presente

trabalho, auxiliará na compreensão da ginástica e sua contribuição nas

manifestações corporais, investigando os conceitos de corpo, trabalhados em outras

disciplinas, em especial nestas, enfatizando assim, o diálogo e a reflexão existente

entre os conteúdos, considerando que o aluno deve apropriar-se dos

conhecimentos, articulando-os de diferentes formas para sua melhor aprendizagem.

O tema, Ginástica, poderá ser abordado a partir de uma perspectiva

histórica, tendo em vista que sua evolução e sistematização são repletos de

acontecimentos sociais que contribuem para a compreensão do seu atual conceito e

significado. A Ginástica está relacionada à disciplina de História, por exemplo, na

medida em que buscamos compreender acontecimentos relevantes ocorridos na

Europa, a partir do ano de 1800, onde ocorreu a sistematização de ginástica nas

sociedades burguesas, mais especificamente na Alemanha, Suécia, França e

Inglaterra, as quais influenciaram as diferentes manifestações de Ginástica da

atualidade. (Soares, 2004).

Soares (2004: p. 52) afirma que, “A ginástica, considerada a partir de então

científica, desempenhou importantes funções na sociedade industrial, apresentando-

se como capaz de corrigir vícios posturais, oriundos das atitudes adotadas no

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trabalho (...)”. Além disso, conforme a autora, a ginástica apresentava ainda um

caráter disciplinar que era indispensável “à ordem fabril e à nova sociedade”.

A autora elucida que a ginástica objetivava também, a regeneração da raça,

a promoção da saúde e desenvolvimento da força, coragem e energia “para servir à

pátria nas guerras e na indústria”, bem como o desenvolvimento da moral com o

objetivo de interferir nas tradições dos povos.

Neste sentido, Taffarel et al, esclarece que a ginástica emergiu no contexto

europeu (...), tendo como desafio a construção de um novo homem, de uma

sociedade modernizada, disciplinada, saudável e produtiva”2. Esse acontecimento

histórico teve grande impacto, sendo também influenciado por outros movimentos

sociais da época.

A autora explicita também que

“Estudos sobre a história da educação física e da ginástica indicam que estes movimentos constituíram a base teórica e prática da cultura da ginástica e da educação física no contexto social em geral e na escolar e na formação do professor. Identificamos que nesses movimentos ginásticos e suas teorias predominam concepções idealistas e ideológicas de sociedade, restritas à concepção biológica e fisiológica do desenvolvimento humano, desenvolvidas a partir de teorias pedagógicas e psicológicas de caráter funcionalista e naturalista no trato das atividades físicas”.3

Assim, ao abordar o conteúdo da Ginástica no contexto escolar, o

professor de Educação Física poderá discutir a corporalidade numa perspectiva

histórico-social, realizando um paralelo da função da ginástica ontem e hoje,

contribuindo para a compreensão dos alunos a respeito dos conhecimentos

produzidos pela sociedade em determinados momentos históricos, políticos e

econômicos.

Em relação à articulação entre a Educação Física com a disciplina de

Biologia é importante ressaltar que, anatomicamente, como frisa Guiselini (2004: p.

71), “o corpo humano foi feito para o exercício, e tanto a falta deste, quanto a sua

prática regular, resultarão em alterações relacionadas às dimensões morfológicas,

funcional-motoras, fisiológicas e comportamentais no indivíduo (Guedes e Guedes:

1997).

2 TAFFAREL, Celi Zulke. GINÁSTICA NA ESCOLA: Um diálogo crítico entre professores da Alemanha e do Brasil. Fragmentos retirados do texto encontrado no site: http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/579.htm 3 Idem

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Inserida na dimensão funcional-motora, está a função

cardiorrespiratória que, segundo Guedes e Guedes et al (1997: p. 25), é um dos

elementos mais importantes da atividade física relacionada à saúde, considerando

que “menores níveis de capacidade aeróbica têm sido identificados como

antecedentes nas coronariopatias e em outras doenças crônico-degenerativas.

A função cardiorrespiratória, ou capacidade aeróbica, para Guedes e

Guedes (1997: p. 24), pode ser definida “como a capacidade do organismo em se

adaptar a esforços físicos moderados, envolvendo a participação dos grandes

grupos musculares, por períodos de tempo relativamente longos”.

Em vista disso, a função cardiorrespiratória, durante a atividade física,

irá requerer, conforme elucidam os autores acima mencionados, uma “participação

bastante significativa dos sistemas cardiovascular e respiratório para atender à

demanda de oxigênio através da corrente sanguínea e manter, de forma eficiente, os

esforços físicos dos músculos” (1997: p. 25).

Deste modo, Guedes e Guedes (1997: p. 25) concluem que, “os

indivíduos que apresentam nível mais elevado quanto à capacidade aeróbica

tendem a apresentar maior eficiência nas atividades do cotidiano e a recuperar-se

mais rapidamente após a realização de esforços físicos mais intensos”.

Assim, para que ocorram alterações significativas na capacidade

aeróbica, o método mais indicado, no ponto de vista de Guedes e Guedes (1997: p.

27), é a realização de atividades físicas que envolvam “grandes grupos musculares

e que possam ativar todo o sistema orgânico de oxigenação: coração, pulmões,

sangue e vasos sangüíneos”, sendo indicado para esta finalidade, os exercícios

aeróbicos, com “esforço de média e longa duração (> 5 minutos), de caráter

dinâmico, em ritmo constante e de intensidade moderada, exemplificados na

caminhada/corrida, no ciclismo, na natação, etc.”.

Portanto, o tratamento interdisciplinar da Educação Física, mais

especificamente, da Ginástica com o a disciplina de Biologia, ocorre considerando

que nesta, serão discutidas questões referentes ao funcionamento do corpo

humano, e naquela, o enfoque será sobre a influência e os reflexos (positivos) da

atividade física no corpo e na saúde do indivíduo.

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4 CONTEXTUALIZAÇÃO

A ginástica (movimento natural) tem acompanhado o homem desde os

primórdios das civilizações, quando este se utilizava de seus movimentos básicos

(andar, correr, saltar, girar, arremessar, entre outros) para garantir a sobrevivência e

de sua família.

Entretanto, conforme Soares (2004), as primeiras manifestações da

ginástica de forma sistematizada, denominadas de métodos ginásticos ou escolas,

ocorreram, impulsionadas pelas sociedades burguesas, a partir de 1800, na Europa,

nos países - Alemanha, Suécia, França e Inglaterra.

Neste período, a Europa passava por grandes transformações de

ordem social, política e econômica e a ginástica, de acordo com Soares (2004: p.

52), tinha por finalidade

“regenerar a raça (não esqueçamos do grande número de mortes e doenças); promover a saúde (sem alterar as condições de vida); desenvolver a vontade, a coragem, a força, a energia de viver (para servir à pátria nas guerras e na indústria) e, finalmente, desenvolver a moral (que nada mais é do que uma intervenção nas tradições e nos costumes dos povos).

Ainda para esta autora na Alemanha, além das finalidades acima

apontadas, objetivava principalmente a defesa da pátria, devendo para isso,

desenvolver “homens e mulheres fortes, robustos e saudáveis”, através de instrução

física militar, destinada às massas, utilizando-se para isso, de estudos

fundamentados sobre bases científicas, mais especificamente, baseando-se na

fisiologia. Os principais idealizadores deste método ginástico foram Guts Muths e

Friederich Ludwig Jahn.

O método de ginástica sueco, conforme esclarece Soares (2004),

somente foi sistematizado a partir do início do século XIX e visava, sobretudo, o

desenvolvimento de “indivíduos fortes, saudáveis e livres dos vícios”, principalmente

do alcoolismo, a fim de criar homens e mulheres preparados para atender ao

processo de industrialização e à defesa da pátria, em períodos de guerra. De acordo

com a autora, seu criador foi Pehr Henrick Ling, que se pautou principalmente na

anatomia e fisiologia para desenvolver este método ginástico.

Para Marinho apud Soares (2004: p. 59), “Através dessa ‘ginástica

pedagógica e higiênica’ se poderia ‘assegurar a saúde [pois ela é] essencialmente

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respiratória’, assim como a ‘beleza, por seus efeitos corretivos e ortopédicos’. Além,

é claro do seu papel na formação do caráter, por ser ‘enérgica e viril’, empregando

economicamente as forças do indivíduo”.

Na França, de acordo com Soares (2004: p. 61), a ginástica foi

sistematizada a partir da “primeira metade do século XIX”, sofrendo forte influência

das concepções ideológicas e pedagógicas de Rousseau. Ela deveria integrar, ”a

idéia de uma educação voltada para o desenvolvimento social”, ou seja, acessível à

população a fim de “contribuir para a formação do homem completo e universal”.

Este método ginástico teve por fundador D. Francisco de Amoros y

Ondeaños, integrando os currículos das escolas a partir de 1850. Sua preocupação

era, conforme explica Soares (2004: p. 64), “com o desenvolvimento da força física,

da destreza, da agilidade e da resistência, qualidades físicas essenciais, tanto para

o trabalho fabril quanto para as lutas pela defesa da pátria, na ótica de uma

burguesia ascendente”.

É importante salientar que, os métodos ginásticos apresentados foram

utilizados pelo Brasil em momentos diferenciados, de acordo com a realidade

histórica e social que marcou o país.

Assim, no Brasil, o método ginástico alemão, segundo Marinho apud

Soares (2004: p. 57) foi implantado no início do século XX, vindo com os imigrantes

alemães que eram adeptos desta ginástica. Entretanto, já em 1860, este método é

“consagrado como o método oficial do exército brasileiro”, não sendo considerado

adequado para ser utilizado nas escolas primárias.

Surge então no país, o método sueco, que, de acordo com Soares:

2004, por seu caráter essencialmente pedagógico apresentava-se como mais

apropriado para ser utilizado nas escolas brasileiras. Esta ginástica teve como

grande defensor, Rui Barbosa, o qual por ser favorável a este método, contribuiu

para sua propagação pelo Brasil.

E, por fim, conforme a autora acima citada, a ginástica francesa é

oficialmente implantada no Brasil, com finalidades militares, a partir de 1921, através

do decreto n. 14. 784. Porém, como explica Cantarino Filho apud Soares (2004), em

1929, ela foi instituída, através da Educação Física, por meio de um anteprojeto de

lei, como obrigatória em todos os estabelecimentos de ensino.

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Assim, a ginástica passa a ser componente curricular obrigatório em

todos os estabelecimentos do país, influenciando, de alguma forma, as práticas

corporais presentes na Educação Física Escolar até os dias atuais.

Então, pergunta-se: existe relação entre a ideologia que marcou a

presença da ginástica no início do século XIX e a que permeia a sua prática na

sociedade contemporânea?

É possível perceber a relação, a partir da análise dos fatores e

interesses que influenciaram a prática da ginástica naquele período histórico,

considerando que a sociedade utilizou-se desta para atender a conveniências

políticas, econômicas e sociais, voltados para uma sociedade industrial emergente,

que necessitava de corpos robustos e saudáveis para garantir a produção fabril e a

defesa da pátria.

E atualmente, a que interesses a ginástica tem buscado acolher?

Novamente percebe-se que existem interesses econômicos e sociais firmados em

uma ideologia capitalista, que incentiva a sua prática de forma a atender ao mercado

de consumo.

A ginástica tem diminuído seu status de atividade física voltada para a

obtenção de uma vida ativa e saudável, e aumentado o seu poder em desenvolver

métodos que favoreçam a obtenção de corpos esbeltos (femininos), fortes e

musculosos (masculinos). Este culto exacerbado ao corpo, criado por modismos e

estereótipos, é fruto da sociedade capitalista que se utiliza de todos os meios para

garantir o consumo massificado de produtos e serviços voltados para a beleza

(padronizada), incentivando, com o poderoso auxílio da mídia, a supervalorização da

estética corporal em detrimento do ser individual, singular e único.

Para atender a esse mercado, além das empresas de cosméticos e das

clínicas de embelezamento com suas cirurgias plásticas, encontram-se, as

academias com seus “bodys”, “nos quais o mesmo padrão rítmico, a mesma música,

o mesmo ‘sorriso’ e o mesmo movimento serão realizados em São Paulo, no Rio de

Janeiro, em Brasília ou na Nova Guiné”, incentivando massificação e

consequentemente, a padronização dos indivíduos (Venâncio e Carreiro, 2005: p.

235).

Deste modo, um dos aspectos propostos para o trabalho de ginástica

na escola, é fomentar (provocar) a reflexão dos alunos, acerca das questões acima

apresentadas (a ginástica historicamente construída; culto exacerbado ao corpo;

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imposição social de modelos estereotipados; influência da mídia, etc.), traçando um

paralelo com situações reais de seu cotidiano, tais como: o desrespeito às

características individuais, a discriminação em razão da idade, sexo, altura,

obesidade, entre outras, que, muitas vezes, são causas de exclusão do indivíduo, na

escola e no meio em que vive.

Outro aspecto proposto para a discussão com os alunos, é quanto aos

benefícios da ginástica para a promoção da saúde do indivíduo.

Não é de hoje que a ginástica fundamenta-se em garantir a saúde da

população (homens e mulheres fortes e saudáveis). Desde a implantação dos

métodos ginásticos no Brasil, no início do século XX, esta já era uma preocupação

dos governantes, considerando que uma das concepções dominantes na época, era

a higienista.

Entretanto, atualmente, a ginástica tem apresentado uma nova

abordagem, voltada, além da estética corporal, para a prevenção e o combate aos

males da sociedade moderna tais como: stress, doenças coronarianas, hipertensão,

lombalgias, tendinites, bursites e outras “ites”, causadas pelo excesso de trabalho;

má postura; falta de momentos de lazer; alimentação irregular e inadequada;

sedentarismo, entre outros.

Este trabalho enfocará a questão da busca da qualidade de vida por

meio do desenvolvimento equilibrado das capacidades físicas do indivíduo, através

da ginástica de condicionamento, não deixando de considerar, de forma crítica, os

aspectos mais complexos relacionados a problemas de ordem social e econômica.

Assim, pergunta-se: quais os benefícios da ginástica para a promoção

da saúde?

Um dos principais benefícios, é a qualidade de vida do individuo, como

bem definida por Sharkey, Breslow & Enstrom, Alsen et al apud Guiselini (2004: 70),

“Qualidade de vida é ter uma vida ativa, saudável, prazerosa e harmoniosa. A

saúde, prazer e equilíbrio são fundamentais para que as pessoas vivam bem.

Porém, (...) a qualidade de vida depende fundamentalmente da prática de hábitos

saudáveis ou práticas básicas de saúde”.

Neste sentido, a prática de atividades físicas regulares pode ser

considerada como uma grande aliada ao cultivo de hábitos saudáveis. Guedes e

Guedes (1997: p. 28) esclarecem que a carência de exercícios físicos apropriados

poderá desencadear o enrijecimento dos tecidos musculares e conectivos elásticos,

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reduzindo a amplitude dos movimentos, acarretando com isso, segundo Riihimaki

apud Guedes e Guedes (1997: p. 28) o “aparecimento de desvios posturais (...),

problemas lombares crônicos irreversíveis, provocando desconforto, dor,

incapacidades e queda no rendimento das atividades do cotidiano, o que limita

enormemente a qualidade de vida dos indivíduos”.

Para a prevenção destes problemas, é de fundamental importância o

desenvolvimento das capacidades físicas (principalmente) e perceptivo-motoras, tais

como coordenação, equilíbrio, ritmo, força, flexibilidade e resistência.

Portanto, a prática pedagógica no espaço escolar, deve abordar o

conteúdo de ginástica no sentido de despertar no educando a consciência da

necessidade de cultivar hábitos saudáveis relacionados, principalmente, à prática de

atividades físicas regulares.

5 SÍTIOS

• Título do Sítio: Os Conteúdos da Educação Física Escolar: Influências,

Tendências, Dificuldades e Possibilidades.

• Disponível em: http://www.uff.br/gef/suraya_s.rtf

• Acessado em: fevereiro/2008

• Comentário:

O texto da Professora Dra. Suraya Cristina Darido é muito interessante,

considerando que, primeiramente, apresenta as principais abordagens pedagógicas

da Educação Física Escolar nas últimas décadas, e em seguida, discute uma das

grandes dificuldades nossas, enquanto professores de Educação Física Escolar, que

é a implementação, nas aulas de Educação Física, dos conteúdos que compõem a

disciplina, analisando as dificuldades e possibilidades de sua prática na escola, com

vistas à construção do conhecimento e formação de um cidadão crítico e consciente

de seu papel na sociedade.

• Título do Sítio: Educação Física e cultura corporal: uma experiência de

intervenção pedagógica no ensino médio

• Disponível: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000215991

• Acessado em: fevereiro/2008

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• Comentário:

O texto refere-se a uma dissertação de mestrado de Adriano Rogério

Celante, e aborda, “O processo de construção de uma experiência de intervenção

pedagógica em Educação Física no Ensino Médio, a partir dos pressupostos da

cultura corporal”.

O trabalho é dividido em dois momentos nos quais, no primeiro, o autor

apresenta a fundamentação teórica quanto ao papel social da Educação Física

enquanto componente curricular da Educação Básica, numa perspectiva voltada para

a cultura corporal. No segundo momento o autor apresenta e analisa os resultados

de sua pesquisa, que consistiu na construção de um programa de Educação Física

para o Ensino Médio, por meio de um planejamento participativo com os alunos de

uma primeira série.

É um texto interessante, para nós, professores de Educação Física

Escolar, considerando que o autor apresenta uma proposta de prática pedagógica

voltada para a cultura corporal do movimento, através do planejamento participativo,

relatando as dificuldades encontradas na implementação dos conteúdos da disciplina

e sugerindo formas de superá-las.

6 SONS E VÍDEOS

• Categoria: Áudio

• Título da Música: Ginástica

• Intérprete: Angélica

• Compositor: Augusto César e Paulo Sérgio Valle

• Título do CD: Angélica

• Número da Faixa: 9

• Número do CD: - x -

• Nome da Gravadora: Sony BMG Brasil

• Ano: 1998

• Disponível em: http://vagalume.uol.com.br/angelica/discografia/angelica-1998.html

• Local: - x –

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• Comentário:

A sugestão pela música “Ginástica” da cantora e apresentadora

Angélica justifica-se, considerando que ela trata, justamente, de um dos aspectos

discutidos no presente trabalho, que é a busca através da ginástica, do corpo

perfeito, desconsiderando a qualidade de vida do indivíduo.

Acesse o site, e conheça a letra na íntegra.

Pra cima, pra baixo, prum lado, pro outro

E vamos lá! Vamos malhar!Eu quero ver você emagrecer

Aquele sanduíche com dois metros de pão Fez uma bola no seu barrigão

(...)

7 IMAGENS

Acesse o site indicado abaixo, e conheça um pouco das modalidades

de Ginástica existentes na atualidade.

http://aquihadesporto.blogspot.com/2008/02/histria-da-ginstica.html

8 PROPOSTA DE ATIVIDADES

ATIVIDADE DE ANÁLISE

Levando-se em conta as questões apresentadas até então, e,

considerando as dimensões do conhecimento e a relação entre teoria e prática

sugerem-se atividades para o desenvolvimento do conteúdo de ginástica do Ensino

Médio.

1. Propor aos alunos que pesquisem e tracem um paralelo entre a ginástica

higienista/militarista e a ginástica contemporânea, analisando criticamente

suas diferenças e semelhanças, exemplificando, na prática, alguns exercícios

que caracterizem a ginástica nos diferentes momentos histórico-sociais;

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2. Propor aos alunos que pesquisem com pessoas de mais idade sobre as aulas

de ginástica praticadas em seu tempo de escola;

3. Analisar com os alunos, as principais capacidades físicas que devem ser

apropriadas pelo individuo para a manutenção de uma vida saudável;

4. Apresentar um vídeo com uma aula de ginástica de academia, suscitando a

análise e reflexão dos alunos quanto às características apresentadas; quais

exercícios estão voltados para a qualidade de vida do indivíduo; quais

buscam o corpo perfeito; que capacidades físicas foram desenvolvidas

durante a aula;

5. Atualmente, os meios de comunicação apresentam muitas propagandas de

equipamentos e produtos milagrosos que prometem emagrecimento rápido e

corpos esbeltos e “sarados”; a partir desta idéia, o aluno poderá realizar

pesquisa em revistas, jornais, internet, outdoors; televisão, etc. sobre estas

propagandas, trazendo-as para a sala de aula, para análise e discussão

coletiva sobre a influência da mídia na sociedade, tratando também das

características individuais de cada um;

6. Propor aos alunos que pesquisem os espaços públicos existentes em seu

bairro, para a realização de atividades físicas e se são aproveitados pela

comunidade;

7. Propor aos alunos que pesquisem, junto aos pais e familiares, se estes

possuem o hábito da prática de atividades físicas regulares e quais;

8. Analisar com os alunos, os benefícios da atividade física para a qualidade de

vida do indivíduo.

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PRÁTICAS CORPORAIS

A proposta de atividade aqui sugerida deverá estar pautada na

Pedagogia Relacional, no Ensino Aberto, em situações problemas e realização de

tarefas, as quais se caracterizam pela participação ativa dos alunos nas decisões e

na construção do conhecimento.

Como exemplo, sugere-se uma aula de ginástica de condicionamento,

voltada para o desenvolvimento das capacidades físicas, mais especificamente uma

aula de Ginástica Aeróbica, com o objetivo de melhorar a resistência aeróbica,

coordenação motora e ritmo. Esta aula diferencia-se de uma aula do ambiente de

academia onde o professor escolhe a música e direciona os movimentos. No

ambiente escolar, sugere-se como tarefa, a criação por parte dos alunos, de

movimentos, exercícios e coreografias, inclusive a escolha da música. Uma das

estratégias que podem ser seguidas é de que cada aluno, ao ritmo da música, crie

um movimento; reúna em duplas, onde um aluno vai ensinar para o outro o seu

movimento, tendo assim a soma dos dois movimentos; após reúne-se duas duplas,

em que cada uma vai ensinar seus movimentos ä outra dupla, tendo assim, quatro

movimentos; novamente reúnem-se dois quartetos, o mesmo procedimento é

realizado e teremos assim uma seqüência de oito movimentos, formando uma

coreografia.

9 SUGESTÕES DE LEITURA

SUGESTÃO 01

• Categoria: Livro

• Sobrenome: Caetano

• Nome: Gilson José

• Título do Livro: Livro Didático Público do Estado do Paraná – Educação

Física

• Edição: 1ª

• Local de Publicação: Curitiba

• Editora: Secretaria de Estado da Educação

• Disponível em: http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/livrodidatico/

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• Ano de Publicação: 2006

• Comentário:

O Livro Didático Público de Educação Física, mais especificamente, o

texto intitulado “Saúde é o que interessa! O resto não tem pressa! de autoria do

Professor Gilson José Caetano é uma sugestão de leitura, considerando que aborda

de forma crítica e reflexiva, temas relacionados ao presente trabalho como, atividade

física e saúde; a influência da mídia na prática de atividades físicas, além de ser um

material apropriado e muito bom para trabalhar com os alunos as questões

relacionadas à ginástica contemporânea.

SUGESTÃO 02

• Categoria: Livro

• Sobrenome: Darido

• Nome: Suraya Cristina

• Sobrenome: Rangel

• Nome: Irene Conceição Andrade

• Título do Livro: Educação Física na escola: implicações para a prática

pedagógica

• Edição: 1ª

• Local de Publicação: Rio de Janeiro

• Editora: Guanabara Koogan S.A

• Ano de Publicação: 2005

• Comentário:

A opção por este livro se dá em razão de tratar de questões de grande

relevância para a Educação Física Escolar, considerando que apresenta, entre

outros temas importantes, as principais abordagens pedagógicas e os objetivos da

Educação Física na escola, novas formas de organização dos conteúdos,

encaminhamentos metodológicos e avaliação da disciplina, como também, aborda

os conteúdos estruturantes propostos pelas Diretrizes Curriculares do Paraná, tais

como: jogos e brincadeiras, esporte, dança, ginástica e lutas, sugerindo formas de

trabalhar estes conteúdos na escola de forma crítica e reflexiva, levando em conta as

dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais.

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SUGESTÃO 03

• Categoria: Internet

• Sobrenome: Taffarel

• Nome: Celi Zulke

• Título do: Ginástica na Escola: Um diálogo crítico entre professores da

Alemanha e do Brasil.

• Disponível em: http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/579.htm

• Acessado em: fevereiro/2008

• Comentário:

O texto é de autoria da Professora Celi Zulke Taffarel, e aborda a

ginástica enquanto conteúdo da Educação Física Escolar, através de um diálogo

com professores e estudantes da Alemanha e do Brasil.

O documento é relevante, considerando que trata, de forma mais

aprofundada, de temas apresentados neste trabalho, tais como: aspectos históricos

da ginástica; a escolarização, desportivização, a legitimidade da ginástica nas aulas

de Educação Física e na escola.

É importante também, tendo em vista que referenda a

metodologia crítico-superadora, prevista nas Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná. centrada no principio de igualdade de condições entre indivíduos, para a

construção do conhecimento.

10 DESTAQUES

Título: Você já reparou o que faz um gato?Fonte: http://www.vocesabia.net/ciencia/voce-ja-reparou-o-que-faz-um-gato/ Texto: Ele espreguiça, alonga e boceja. Na realidade ele está SEMPRE fazendo

ginástica em intervalos regulares. Assim, a cada hora, levante-se e tente se

espreguiçar, esticando os braços, os dedos, as unhas, como o gato faz. Não se

esqueça de bocejar e fazer aquela esticada. Faça a cada hora.

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11 NOTÍCIAS

• Sobrenome: Sampaio

• Nome: Cassiano

• Título da Notícia: Ginástica passiva é um golpe comercial, segundo pesquisa

da Unifesp

• Nome do Jornal: Jornal Saúde

• Disponível: http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_exibe.asp?cod_noticia=927

• Acessado em: 02/2008

• Comentário:

A notícia apresentada reafirma a necessidade de discutirmos com os

alunos as questões relacionadas com a busca incessante do indivíduo em cultivar

um corpo perfeito e a influência da mídia na sociedade.

12 PARANÁ

• Disponível em: http://www.ecoeducar.com.br/faab/trilha12.php

• Titulo: TRILHA URBANA: Uma aventura pelas ruas de Cascavel

• Texto:

Acesse o site, http://www.ecoeducar.com.br/faab/trilha12.php, e conheça o

“PROJETO TRILHA URBANA”, o qual está vinculado ao Projeto Ecoeducar, e

tem por finalidade, através de uma fundamentação filosófica da ecopedagogia e

da ética do cuidado, levar os alunos a “conhecer o município de Cascavel e suas

diversidades – culturais, políticas, ambientais, econômicas e sociais, através de

uma dinâmica interativa e altamente dinâmica”.

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13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAND, Carmem Elisa Henn. Ginástica: Um conhecimento aplicado à Educação

Física Escolar. In: Caderno de Educação Física: Estudos e Reflexões. Curso de Educação Física. UNIOESTE, Gráfica Líder. Campus de Marechal Cândido

Rondon: 1999.

BREGOLATO, Roseli Aparecida. Cultura Corporal da Ginástica. Ícone: São

Paulo, 2002.

DARIDO, Suraya Cristina (coord.). RANGEL, Irene Conceição Andrade (coord.).

Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica. Guanabara

Koogan: Rio de Janeiro, 2005.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. Cortez:

São Paulo, 1992.

GERALDES, Amandio A. R. Ginástica Localizada. Sprint: Rio de Janeiro, 1993.

GUISELINI, Mauro. Aptidão Física: Saúde e Bem-Estar. Phorte: São Paulo, 2004.

GUEDES, D. P. e GUEDES, J. E. P. Exercícios Físicos na Promoção da Saúde. Midiagraf: Londrina, 1997.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica.

2006.

PICOLO. Vilma Lení Nista. Ritmo do movimento na criança: ver e perceber. In.

MOREIRA, Wagner Wey (org.) Corpo Pressente. Papirus: Campinas, 1995.

SOARES, Carmem Lúcia. TAFFAREL, Celi Nelza Zulke. ESCOBAR, Micheli Ortega.

A Educação Física Escolar na Perspectiva do Século XXI. In: MOREIRA, Wagner

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Wey (org.). Educação Física & Esportes: Perspectivas para o Século XXI. Papirus: Campinas, 1993.

SOARES, Carmen Lucia. Educação Física: Raízes Européias e Brasil. 3ª ed.

Autores Associados: Campinas, 2004.

TAFFAREL, Celi Zulke. GINÁSTICA NA ESCOLA: Um diálogo crítico entre professores da Alemanha e do Brasil. Disponível em:

http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/579.htm. Acesso em 17/02/08

VENÂNCIO, Luciana. CARREIRO, Eduardo Augusto. In: DARIDO, Suraya Cristina

(coord.). RANGEL, Irene Conceição Andrade (coord.). Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2005.

WEINECK, Jürgen. Treinamento Ideal. 9ª ed. Manole Ltda: São Paulo, 1999.