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  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Sistemas de Classificação deAptidão Agrícola das Terras 

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    •  Existem muitos sistemas de classificação de

    aptidão. Alguns, apenas para determinadasculturas em determinada região, outros, maisgerais, mas que sofrem adaptações em vários

    países.

    • Aqui serão apresentados apenas os doissistemas mais usados no Brasil: o Sistema de

    Classificação da Capacidade de Uso  e oSistema FAO/Brasileiro de Avaliação daAptidão Agrícola das Terras.

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    Sistema de Classificação da

    Capacidade de Uso Este foi, até há alguns anos, possivelmente osistema mais influente de todos. Com modificaçõesmais ou menos acentuadas, ele foi e ainda é usadoem várias partes do mundo.

    O sistema foi estruturado pelo Serviço de

    Conservação do Solo dos EUA para grupar solos (jámapeados) em classes de capacidade de uso paraprogramas de planejamento agrícola, principalmentesob um enfoque conservacionista.

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    Sistema de Classificação da

    Capacidade de Uso O sistema agrupa os solos em oito classes:

    I até IV - com aptidão para culturasVI e VII - necessitam de manejo especialVIII- não apresenta retornos para insumos referentesa manejo para culturas, pastagens ou florestas.

    • A classe V refere-se aos solos de drenagem ou depedregosidade ou de adversidade climática muitoproblemática para permitir cultivos.

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    São as seguintes as classes de capacidadede uso (I a VIII):

    A - Terras cu lt iváveis  Classe I - terras cultiváveis aparentemente semproblemas especiais de conservação (áreas verde-

    claro nos mapas de capacidade de uso);Classe II - problemas simples de conservação (...amarelo);Classe III -.problemas complexos de conservação

    (...vermelho);Classe IV -. apenas ocasionalmente ou em extensãolimitada, com sérios problemas de conservação(...azul);

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    B - Terras cu lt iváveis apenas em casos especiais

    de algumas cu l turas permanentes e adaptadas,

    em geral , para pastagem ou ref lorestamento  

    Classe V - terras cultiváveis apenas em casosespeciais de algumas culturas permanentes e

    adaptadas, em geral, para pastagem oureflorestamento, sem necessidade de práticasespeciais de conservação (..verde-escuro);Classe VI - com probmas especiais de conservação

    (alaranjado);Classe VII - com problemas complexos deconservação (marrom).

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    C - Terras impróprias para vegetação produ tiv a e

    próprias para p ro teção da flo ra e da fauna

    s ilvestr es , para rec reação ou paraarmazenamento de água

    Classe VIII - terras impróprias para culturas,pastagens ou reflorestamentos, podendo serdestinadas à preservação da flora e da faunasilvestres ou para fins de recreação, turismo ou de

    armazenamento de água (..roxo).

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    pd pedregosidade  di  distrofismo 

    i  inundação  al  Característica álica 

    ab  abrupto  ct  Baixa retenção de cátions 

    ve  vértico  ti  tiomorfismo 

    hi  hidromorfismo  so  sodificação se  Seca prolongada  sl  salinização 

    gd  Geada ou vento frio  ca  carbonatos 

     À classe de aptidão (I até VIII) adiciona(m)-seíndice(s), indicando os principais problemas, alémdaqueles possíveis de ser evidenciados pelascaracterísticas de textura, profundidade,permeabilidade, declive e erosão:

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     À classe de aptidão (I até VIII) adiciona(m)-se

    índice(s), indicando os principais problemas, alémdaqueles possíveis de ser evidenciados pelascaracterísticas de textura, profundidade,permeabilidade, declive e erosão:

    II i: classe II, com problemas de inundação. La

    C    37

    3/12/52

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    Exemplo de fórmula obrigatória:

    Onde:2: solo profundo ( 1 a 2 m);

    5/2: textura arenosa na camada superficial

    e argilosa na subsuperficial;1/3: permeabilidade rápida na camada superficial e lenta na

    camada subsuperficial;

    C: classe de declive (entre 5 e 10%)

    3: erosão laminar severa;

    7: erosão em sulcos superficiais e ocasionais;

    ct: baixa CTC

    La: lavouras anuais

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    Observações: O sistema de classificação dacapacidade de uso, como foi mencionado, sofreuadaptações em vários países. No país de origem(EUA), essa classificação tem o objetivo de tornar ainformação, já existente nos levantamentos de solos(nível detalhado), acessível, de forma prática, ao

    usuário. É uma interpretação dos mapas de solosdos levantamentos mencionados .

    Nos países sem este levantamento detalhado,

    mapeou-se atributos como declive, textura,permeabilidade etc.

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     A principal dificuldade desse sistema: dificuldade deser aperfeiçoado por se tratar de um sistema que tra-balha com muitas variáveis (isoladas), o que tornaimpraticável uma interpretação consistente (ou comsignificado).

    Por exemplo: a textura superficial não indica muitacoisa quando se tratam juntos Latossolos eVertissolos. Além do mais, a textura em si não éimportante para a planta, mas são muito importantes:

    água, nutrientes, oxigênio, suscetibilidade à erosão eimpedimentos à mecanização, que são aspectosligados de forma peculiar à textura, conforme aclasse taxonômica do solo. 

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    Sistema FAO/Brasileiro

    No início da década de 60, foi criado no Brasil umsistema de classificação de aptidão agrícola comcaracterísticas bem inovadoras:

    1. esse sistema, pela primeira vez, passa aconsiderar implicitamente na sua estrutura, oschamados níveis de manejo, num reconhecimento,altamente válido para países como o Brasil, de queos problemas de solo não são igualmenteimportantes para o grande (  M) e o pequenoagricultor(  F). 

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    Sistema FAO/Brasileiro

    2. o sistema considera também uma estimativa daviabilidade de redução dos problemas através do usode capital e técnica, o que vai afetar diferentementeo grande e o pequeno agricultor. Os problemas de

    impedimentos à mecanização muitas vezes nãopodem ser reduzidos, isto é, a viabilidade demelhoramento da qualidade do ecossistema, nesteaspecto, é nula (não é viável).

    Nesse contexto, para o pequeno agricultor (debaixa renda), no caso mais típico, a viabilidade de

    redução é nula. 

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    Sistema FAO/Brasileiro

    3. o sistema FAO/Brasileiro tem uma estrutura quepermite seu ajustamento a novos conhecimentos,

    inclusive adaptações regionais, sem perder a suaunidade. Parte desse ajustamento é dado pelametodologia que sintetiza as qualidades doecossistema em relação a cinco parâmetros:nutrientes, água, oxigênio, mecanização e erosão.

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    Sistema FAO/Brasileiro

     A aplicação deste sistema baseia-se nos seguintesitens:

    a) estimativa dos problemas;

    b) estimativa da redução destes problemas conformeo nível de manejo considerado;c) confronto das informações de (a) e (b), geralmenteexpressas na forma de tabelas, com um quadro-guiaou tabela de conversão para cada grande áreaclimática do Brasil, por enquanto..

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    Passos na determinação da classe de aptidãoagrícola das terras: 

    Estimativa dos desviosN, A, O, E, M) 

    Trabalho de síntese da influência dasvárias propriedades do ecossistema emtermos daquelas fundamentais para asplantas ou para utilização agrícola 

    Estimativa daviabilidade de reduçãodos s, nos váriosníveis de manejo 

    Balanço entre a intensidade dos desviose a possibilidade, dificuldade econveniência de sua redução,considerando as opções dos vários

    níveis de manejo 

    Uso de uma tabela deconversão (quadroguia) para determinar aclasse de aptidão

    Identificação da classe de aptidão,confrontando-se as informações sobreos desvios e a viabilidade de suaredução às contidas no quadro-guia. 

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    Para a consecução dos itens a e b são necessários,por ordem, os seguintes passos:

    1. uma lista de atributos do solo e do ambiente;

    2. uma síntese das qualidades do ecossistema,quanto ao crescimento de plantas e uso agrícola. Osatributos nutrientes, água, oxigênio, impedimentos àmecanização e suscetibilidade à erosão, sãoestimados em termos de desvio destes em relação a

    um solo ideal;3. estimativa da viabilidade de redução dessesdesvios conforme as condições técnicas e de capital

    (níveis de manejo).

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    Solo ideal e solo real

    Todos os atributos do solo que interessam às plantase ao uso agrícola foram sintetizados nas qualidadesreferentes a nutrientes, água, oxigênio, erosão e

    mecanização. Em vez de se falar em textura,profundidade, estrutura, declividade, pH etc., opedólogo já interpreta a influência destes atributos(propriedades) em termos de qualidade

    (comportamento) do ecossistema.

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    Solo ideal e solo real

    Isto é muito importante: nada se pode dizer arespeito da influência do teor de argila se forem

    misturados Latossolos (solos velhos, ricos em óxidosde Fe e de Al) e Vertissolos (como os do Massapé doRecôncavo Baiano, já muito ricos em argila 2:1 quese expande e se contrai).

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    Solo ideal e solo real

     A influência da profundidade do solo, por exemplo,dependendo do contexto climático em que se

    encontra, vai influenciar a planta de maneiradiferente. A distinção entre atributos e qualidade(comportamento) é essencial.

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    Solo ideal e solo real

    O solo ideal é aquele que não apresenta problemaalgum de deficiência de nutrientes ou fertilidade (N),

    nem deficiência de água (A), nem de oxigênio (O),isto é, nenhum problema de drenagem; nem tam-pouco oferece problemas de suscetibilidade à erosão(E), nem oferece dificuldade alguma ao uso de

    máquinas (M). Evidentemente este solo não existe.

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    Solo ideal e solo real

    Tabela 1. Relação entre solo ideal (∆i = 0, onde ∆i =N, A, O, E e M) e solo real (∆i = 0)

    Parâmetro  Solo Ideal  Solo Real Nutrientes

     

    ∆N = 0 

    ∆N ≥ 0 

    Água  ∆A = 0  ∆A ≥ 0 Oxigênio  ∆O = 0  ∆O ≥ 0 

    Suscetibilidade à erosão∆E

     = 0∆E

     ≥

     0. 

    Impedimentos à mecanização ∆M = 0  ∆M ≥ 0 

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    Estimativa do grau de desvio 

    Esta estimativa equivale a sintetizar as qualidades doambiente sem suprimir qualquer dado importante.Esse passo ainda é muito subjetivo, em parte

    porque ainda não é possível estimar essesdesvios com base simplesmente nos dadosanalíticos, havendo necessidade de seconsiderar todo o ecossistema.

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    Estimativa do grau de desvio 

    Por exemplo: dois solos com os mesmos teores denutrientes, um sob floresta e outro sob cerrado, oprimeiro vai ter, no ecossistema agrícola, maior teor

    de nutrientes, pelo menos inicialmente. Asobservações das culturas, do gado etc., sãoessenciais.•  Há outras qualidades, ainda menos quantificáveis,

    como rupturas de declive, importantes na estimativade limitação para a mecanização (  M) , limitaçãopara o oxigênio (  O), limitação para a fertilidade(F), etc.

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    Estimativa do grau de desvio 

    Na impossibilidade de se quantificar com precisão (oque poderia reduzir o número de parâmetros aserem medidos), quanto maior o número de critérios,

    melhor. A Tabela 2 sumariza os critérios mais usadospelos pedólogos no Brasil, para estimativa dosdeltas, isto é, dos problemas que o ecossistema ofe-rece à utilização.

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    Estimativa do grau de desvio 

     À semelhança do solo ideal (solo de referência),existem outras condições de referência. Os deltasnão se referem a uma planta em particular. São

    definidos de uma forma geral. Assim, por exemplo, oarroz, uma planta especial quando se trata de O,não é considerada na estimativa de O. Quanto aoE, as definições referem-se a uma planta

    expositora, plantada morro abaixo.

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    ---------------------------- 0 (nulo) ------------------------------∆N Elevada reserva de nutrientes. Nem mesmo plantasexigentes respondem à adubação. Ótimos rendimentos pormais de 20 anos. Ao longo do perfil: V > 80%, S > 6 cmolkg-1,TAL = 0, na camada arável, e condutividade elétrica (CE) < 4dSm-1 a 25 oC.

    ∆A Floresta perenifólia ou presença de lençol freáticomais elevado ou sob irrigação. Não há deficiência de água emnenhuma parte do ano. Incluem-se áreas de camposhidrófilos e subtropicais sempre úmidos. Quanto a   A, são

    possíveis dois cultivos por ano.

    TABELA 2 - Grau de desvio (limitações) das condições agrícolasdos solos em relação ao solo ideal, quanto a nutrientes oufertilidade (N), disponibilidade de água (A), oxigênio (O),suscetibilidade à erosão (E) e impedimentos à mecanização (M)

    para um solo que não apresenta limitações . 

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    ---------------------------- 0 (nulo) ------------------------------

    O  Aeração boa em qualquer época do ano - solos bem(D4) a excessivamente drenados (D1).

    ∆E  Após 10-20 anos: horizonte A permanece intacto.Erosão ligeira, que possa ocorrer, é controlada facilmente.Plano, ou quase (p), declive < 3%, e solo bem permeável.

    ∆M Podem ser usados na maior parte da área, semdificuldades, todo o ano, todos os tipos de maquinaria

    agrícola; rendimento do trator (% de horas efetivamenteusadas), RT > 90%. Solos planos (p) ou suave ondulados (s)com < 8% de declive, sem outros impedimentos àmecanização (pedregosidade, rochosidade, texturas extremase argila 2:1).

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     -----------------------------1 (ligeiro) --------------------------

    ∆N Boa reserva de nutrientes. Boa produção por mais de10 anos, com pequena exigência para manter produçãodepois. V > 50%, S > 3cmolkg-1, TAL < 30%, condutividadeelétrica < 4 dSm-1  e TNa < 6%. (Latossolos eutróficos, porexemplo).

    ∆A  Água disponível (Ad): pequena deficiência duranteperíodo curto na estação de crescimento. Só plantas bemsensíveis é que são prejudicadas. Floresta subperenifólia(estação seca de 1 a 3 meses). Em climas mais secos: solos

    com lençol freático mais elevado, condicionando boadisponibilidade de água às plantas, ou irrigados. Aptidão paradois cultivos é marginal.

    ∆O Plantas de raízes mais sensíveis têm dificuldades na

    estação chuvosa; solos moderadamente drenados.

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     -----------------------------1 (ligeiro) --------------------------

    ∆E  Após 10-20 anos:

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     ----------------------- 2 (moderado) --------------------------

    ∆N  Um ou mais nutrientes com reserva limitada. Bons

    rendimentos só nos poucos anos iniciais. Reserva no solo ouno ciclo orgânico ou condutividade elétrica 4-8 dSm-1 ou TNa6-15%. (Latossolos não eutróficos sob floresta, por exemplo).

    ∆ A deficiência durante período um tanto longo (água

    disponível); plantas não muito sensíveis podem ser cultivadas.Floresta subcaducifólia (estação seca de 3-6 meses ou 3, sesolo arenoso). Em clima mais seco com lençol freático raso ouágua estagnada (temporária). Também floresta caducifólia em

    solos com alta capacidade de retenção de água disponível.Praticamente não há possibilidade de dois cultivos.

    ∆O Imperfeitamente drenados ou com risco permanente deinundação ocasional (recorrência: > 5 anos).

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     ----------------------- 2 (moderado) -------------------------- 

    ∆E  Após 10-20 anos: 25 a 75% do horizonte A é removido

    da maior parte da área; Ap é constituído localmente dematerial do B. Pequenas voçorocas podem ocorrer. Controle àerosão deve ser intensivo. Cultivo de árvores sem a completaremoção da vegetação ainda funciona bem, relevo ondulado,declive 8-20% (SSM: classe 2 de erosão).

    ∆M Só tipos mais leves de equipamentos, algumas vezessó durante parte do ano, tracionados por animais. Se usadotrator, RT: 50-75%; (a) ondulados, 8-20% de declive, sem

    outros impedimentos, se usados para agricultura formam-sesulcos freqüentes e profundos; (b) declive

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     --------------------------- 3 (forte) ------------------------------ 

    ∆N Um ou mais nutrientes em pequenas quantidades

    permitem bons resultados só de culturas adaptadas. Orendimento de outras culturas e pastagens é baixo. Cerradofechado ou terras exauridas ou condutividade elétrica 8-15dSm-1  ou TNa > 15% (por exemplo, Latossolos sob cerradopropriamente dito).

    ∆A  Ad: grande deficiência. Só possível plantas maisadaptadas. Caatinga hipoxerófila; floresta caducifólia;transições de cerrado e floresta para caatinga (estação seca

    de 6 a 8 meses, 3 a 7 se solo arenoso); precipitação, P = 600a 800 mm/ano e irregular, e temperatura alta (T) é predomi-nante).

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     --------------------------- 3 (forte) ------------------------------ 

    ∆O Culturas mais sensíveis, drenagem artificial, ainda

    viável ao nível do agricultor; solos mal (D7) e muito maldrenados (D8) ou sujeitos a inundações freqüentes(recorrência: 1 a 5 anos).

    ∆E  Após 10-20 anos: > 75% do horizonte A removido na

    maior parte da área. Ap apenas localmente guarda vestígiosdo antigo A. Ocorrem voçorocas rasas, com algumasprofundas. Controle é difícil, dispendioso ou inviável. Forteondulado (f), declive 20-45% (SSM: classe 3 de erosão).

    ∆M Só implementos manuais na maior parte da área: (a)declive de 20-45%, forte ondulado: se usados paraagricultura, formam sulcos, constituindo forte impedimento àmecanização ; (b) declive

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    ------------------------- 4 (muito forte) ------------------------ 

    ∆N Conteúdo de nutrientes muito restrito com possibilidade

    remota de agricultura, pastagens ou reflorestamento.Somente plantas com muita tolerância conseguem adaptar-se. Campo cerrado ou solos salinos com condutividadeelétrica > 15 dSm-1, ou tiomórficos. Exemplo: solos rasosálicos sob vegetação campestre (Solos Litólicos e

    Cambissolos), originários de rochas pelíticas pobres.

    ∆A Deficiência é severa. Estação de crescimento curta oumesmo ausente. A vegetação natural é escassa ou só

    presente durante parte do ano. Caatinga hiperxerófila(estação seca de 8 a 10 meses, P = 400-600 mm, irregulare,e alta T).

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    ------------------------- 4 (muito forte) ------------------------ 

    O Idem a grau forte, mas melhoramento não é viável aonível do agricultor.

    ∆E Os solos para fins agrícolas são destruídos em poucosanos; voçorocas médias e profundas praticamente inutilizam a

    área agrícola. Risco de danos para pastagem é muito grande.Relevo montanhoso e escarpado, declive >45%.

    ∆M Não é possível nem o uso de implementos manuais: (a)

    declive > 45%, montanhoso ou escarpado; (b) declive < 45%com pedregosidade, rochosidade ou solos rasos: se usadospara agricultura, formam-se voçorocas.

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Viabilidade de melhoramento

    • Como já foi mencionado, alguns problemas podemser reduzidos, em maior ou menor intensidade, comemprego de capital; outros são praticamenteirredutíveis.

    • Aplainar Ouro Preto, drenar o Pantanal seriam umdestes casos extremos. Entretanto pode-se fazeruma estimativa da viabilidade de melhoramento(Tabela 3)

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Viabilidade de melhoramentoTabela 3. Classes de viabilidade de melhoramento 

    CLASSE  VIABILIDADE DE MELHORAMENTO Classe a

     

    melhoramento viável com práticas simples e pequenoemprego de capital 

    Classe b melhoramento viável com práticas intensivas e mais

    sofisticadas e considerável aplicação de capital. Estaclasse ainda é considerada economicamentecompensadora

     

    Classe c melhoramento viável somente com práticas de grande

    vulto; aplicadas a projetos de larga escala que estão,normalmente, além das possibilidades individuais dosagricultores

     

    Classe d 

    sem viabilidade técnica ou econômica demelhoramento

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Viabilidade de melhoramento

    • É importante observar que nem sempre o melhora-mento soluciona integralmente o problema. Porexemplo, um solo pode ter N = 3.

    • Com muita adubação e corretivo ele pode melhorarsua condição de fertilidade embora não a ponto dese igualar a um solo ideal (N = 0), mas reduzindo-atalvez só até N = 1.

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Viabilidade de melhoramento

    •  Se este for o caso, isso equivale a enquadrá-lo naclasse b de melhoramento. A qualidade doecossistema, quanto ao N, será:• ∆N = 3, antes do melhoramento

    ∆N = 1b, após o melhoramento.

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Viabilidade de melhoramento

    •  As letras minúsculas a, b e c são usadas, além daindicação da classe de viabilidade de melhoramento,também para indicar aptidão para lavouras.

    •Embora seu uso fique bem claro no contexto, quandoindica viabilidade de melhoramento a letra é grifada.

    • A viabilidade de melhoramento está intimamenteligada às condições socio-econômicas sintetizadasneste esquema de classificação (um crivo grosseiro)com o nome de níveis de manejo. São três os níveis

    de manejo (Tabela 4).

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Viabilidade de melhoramentoTabela 4. Níveis de manejo 

    Nível deManejo

    Práticas Agrícolas

    Capital aplicado nomelhoramento econservação do soloe nas lavouras

    Trabalho

     Arefletem baixoníveltecnológico

    praticamente não éaplicado

    principalmentebraçal. Algumatração animal, comimplementossimples

    Brefletem níveltecnológicomédio

    modesta aplicação tração animal

    Crefletem altonível

    tecnológico

    aplicação intensiva

    mecanização emquase todas asfases da operação

    agrícola.

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Viabilidade de melhoramento

    OBSERVAÇÃO: Na pastagem plantada e nasilvicultura está prevista uma modesta aplicação defertilizantes, defensivos e corretivos, que corresponde

    ao nível de manejo B. Para pastagem natural estáimplícita uma utilização sem melhoramentotecnológico; corresponde ao nível de manejo A.

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Classes de aptidão agrícola 

     Após os passos anteriores, ou seja: estimativa dosgraus de desvio (s) - o que é feito apoiando-se nasobservações e registros do ecossistema e nas

    análises de laboratório e estimativa da viabilidade,conveniência e intensidade da redução dos deltas,chega-se à fase da classificação .

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Classes de aptidão agrícola 

     A mensagem final chega geralmente na forma de ummapa colorido com símbolos, assim: 1aBC, 2ab,2abc, 3 (abc), 4p, 5N, 5 (s), 6 etc.

    Há aqui muita informação. Analise, por exemplo:

    1Ab (c): terras pertencentes à classe de aptidãoboa para lavouras no nível de manejo A, regularno nível B e restrita no nível C.

  • 8/17/2019 Aula Aptidão Agricola

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    Classes de aptidão agrícola 

    Exemplos:3 (a) (b) (c) - grupo de aptidão 3, temaptidão para lavoura, classe restrita para níveis demanejo A, B e C.1 (a)bC - grupo  de aptidão 1, classe restrita para

    lavoura no nível de manejo A, regular no nível B e boano nível C.2 (a)b - grupo de aptidão 2, classe restrita paralavoura no nível de manejo A, regular no nível B einapta no nível C. 4p - grupo  de aptidão 4, regular para pastagemplantada, inapta para lavoura.

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    Classes de aptidão agrícola 

     A ausência de qualquer das letras significa inaptidão ;por exemplo: 2ab  significa que o solo tem aptidãoregular (letra minúscula, sem parênteses) paraculturas nos manejos A e B, mas é inapto no manejo

    C.

     Além das letras A, B e C que se referem à lavoura, jávistas anteriormente, P refere-se à pastagemplantada, S à silvicultura e N à pastagem natural.

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    Classes de aptidão agrícola 

     A ausência de qualquer das letras significa inaptidão ;por exemplo: 2ab  significa que o solo tem aptidão

    regular (letra minúscula, sem parênteses) para cultu-ras nos manejos A e B, mas é inapto no manejo C.

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    Classes de aptidão agrícola 

     Além das letras A, B e C que se referem à lavoura, jávistas anteriormente, P refere-se à pastagemplantada, S à silvicultura e N à pastagem natural.

     As letras minúsculas simplesmente ou minúsculasentre parênteses referem-se respectivamente àsclasses de aptidão regular e restrita.

    Grupos e c las ses de aptidão agríco la e altern ati vas g erai s d e ut ili zação

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    -----GRUPOS ----- Classe Nível de manejo

     A B C

    ---------------------------- Lavouras --------------------------------

     A   L   1 boa 1A 1B 1CL   I   2 regular 2a 2b 2c

    T   M   3 restrita 3 (a) 3 (b) 3 (c)

    E   I   -------------------------- Pastagem Plantada -----------------------

    R   T   4 boa 4P

    N   A   4 regular 4p

     A   Ç   4 restrita 4 (p)

    T   Õ   ------------- Silvicultura e/ou Pastagem Plantada ------------

    I   E   5 boa 5N 5S

    V   S   5 regular 5n 5s

     A     5 restrita 5 (n) 5 (s)

    S     -------------------------- Sem aptidão agrícola -------------------

        6 preservação da flora e da fauna ou recreação

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     As informações relativas às alternativas de utilização,consideradas em relação aos grupos de aptidão, sãoapresentadas na Tabela a seguir

     Aptidão agrícola obviamente está sendo usada aquino sentido amplo de aptidão para lavouras, pastagens

    plantadas, pastagens naturais e silvicultura, reservabiológica e recreação. Essa ordem expressa tambémuma adequação do uso ao aumento do(s) grau(s)da(s) limitação(ões).

    Observe a redução do número de alternativas com oaumento do grau de desvio(Tabela 6).

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     Aumento de intensidade de uso

     ALTERNATIVAS eLIMITAÇÕES

    (DESVIOS)

    GRUPO de

     APTIDÃO 

    Preservaçãoda flora e dafauna

    Silvicultura

    e/oupastagemnatural

    Pastagemplantada

    Lavoura

     Aptidão

    restrita regular boa

     A   D   1

    L   E   2

    T   S   3E   V   4

    R   I   5

    N   O   6

    Alternativas de utilização das terras

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     Assim é que um solo com alguma aptidão para uso de

    certa intensidade, como, por exemplo, para pastagemplantada, tem, em geral, boa aptidão para todos osusos menos intensivos, no caso, silvicultura e/oupastagem natural (considerados no mesmo nível) e

    reserva biológica.

    Observe então que os números de 1 a 6, queidentificam o grupo de aptidão, indicam, na realidade,o maior uso intensivo possível.

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    Por exemplo: 1 (a)bC está no grupo 1 porque existe

    aptidão boa para lavoura sob manejo C - o uso maisintensivo ainda possível.

    Num dos exemplos apresentados (4p), um solo ainda

    com alguma aptidão para pastagem plantada está nogrupo de aptidão 4, sendo inapto para lavoura.

     A Tabela 7 a seguir fornece subsídios  concernentesàs classes de aptidão agrícola.

    Classes de aptidão agrícola

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     Classes de aptidão agrícola 

    Classes deaptidão

    Limitaçõesgerais

    Produções no manejo A Remoção de restrições

    BOA ligeiras boa no período de 20anos

    REGULAR moderadas boa no período de 10anos

    parcialmente nomanejo A

    RESTRITA fortes médias e baixas no

    período de 10 anos

    opção de culturas

    restritas por limitaçõesnão removíveis

    INAPTA excluem a produção sustentada do tipo de utilização emquestão

    Diferenciação dos grupos e subgrupos de aptidão

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    Diferenciação dos grupos e subgrupos de aptidãoagrícola com os respectivos níveis de manejo

    Diferenciação dos grupos e subgrupos de aptidão

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    ç g p g p pagrícola nos níveis de manejo B e C

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    Uso dos quadros-guias

     A estimativa dos deltas, dos desvios do ecossistemaem relação ao solo ideal (qualidades do ecossistema),e a avaliação da viabilidade de redução dos deltas

    conforme o nível de manejo (refletindo diferenças eminsumos e técnica) podem ser sintetizadas na formade uma tabela (Quadro Guia).

    Tabela guia da classificação de aptidão

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    N  A O  E M A B C A B C A B C A B C A B C

    1 ABC 0/1 0/1a 0b 1/2 1/2 1/2 1 1a 0/1a 1/2 0/1a 0b 2 1 02 abc 1/2 1a 1b 2 2 2 2 1/2a 1b 2 1/2a 0b/1b 2/3 2 1

    3(abc) 2/3 2a 1b/2b 2/3 2/3 2/3 2/3 2a 1b/2b 3 2a 1b 3 2/3 2

    4P 2a 2 3a 2/3a 2/34p 2a/3a 2/3 3a 3a 34(p) 3a 3 3a 4 35S 2/3a 2 1a 3a 2/35s 3a 2/3 1a 3a 35(s) 4 3 1/2a 4 35N 2/3 2/3 2/3 3 45n 3 3 3 3 45(n) 4 4 3 3 4

    6 sem aptidão agrícola

    LVa1 3 2a 1b 1 1 1 0 0 0 2/3 2a 1/2b 2 2 2

    Tabela-guia da classificação de aptidãoagrícola(1) da Região Tropical Úmida 

    1) Letra maiúscula - aptidão boa; letra minúscula - aptidão regular; letra minúsculaentre parênteses - aptidão restrita; e ausência de letra - inapta 

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    NOTAS:

    • Aplicação do princípio de que o uso não pode sermais intensivo do que permite o delta que está emmínimo, que é N para os manejos A e B, e E parao manejo C.

    •Para ter aptidão para lavouras, quando Eapresentar grau forte(3), a limitação por fertilidade

    não deve ser maior do que ligeiro a moderado (1/2) para a classe restrita 3(a)

    Tabela guia da classificação de aptidão

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    N  A O  E M A B C A B C A B C A B C A B C

    1 ABC 0/1 0/1a 0b 1/2 1/2 1/2 1 1a 0/1a 1/2 0/1a 0b 2 1 02 abc 1/2 1a 1b 2 2 2 2 1/2a 1b 2 1/2a 0b/1b 2/3 2 1

    3(abc) 2/3 2a 1b/2b 2/3 2/3 2/3 2/3 2a 1b/2b 3 2a 1b 3 2/3 2

    4P 2a 2 3a 2/3a 2/3

    4p 2a/3a 2/3 3a 3a 34(p) 3a 3 3a 4 35S 2/3a 2 1a 3a 2/35s 3a 2/3 1a 3a 35(s) 4 3 1/2a 4 35N 2/3 2/3 2/3 3 45n 3 3 3 3 45(n) 4 4 3 3 46 Sem aptidão Agrícola

    LVa1 2 1a 0/1b 1 1 1 0 0 0 3 2a 1/2b 2 2 2

    Tabela-guia da classificação de aptidãoagrícola(1)  da Região Tropical Úmida(aplicação da regra para ∆ E e ∆ F) 

    1) Letra maiúscula - aptidão boa; letra minúscula - aptidão regular; letra minúsculaentre parênteses - aptidão restrita; e ausência de letra - inapta 

    Resultado do confronto entre desvios da unidade LVa1 após redução dosdesvios (quando viáveis) e os requisitos de máxima limitação permissível para

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    desvios (quando viáveis) e os requisitos de máxima limitação permissível paradeterminada classe de uso no Quadro Guia

    ∆N ∆A  ∆O  ∆E  ∆M

     A B C A B C A B C A B C A B C

    (1)LVa1 3 2a 1b 1 1 1 0 0 0 2/32a

    1/2b 2 2 2

    (2)QuadroGuia 

    3 (1) 

    2a 1b 1/2 1/2 1/2 1 1a 0/1a 32a

    2/3 2 2

    Uso maisintensivo

    5n (b) c A B C A B C (a) (b) a b (c)

    (3)Usopossível

    5n (b)

    (4)Conclusão

    5n (b), que é representado no mapa como 3 (b). Representa-se, nomapa, apenas a aptidão para lavoura (talvez fosse melhor arepresentação completa, isto é, aptidão em todos os níveis de manejo,

    quer seja para lavoura ou não).(1) Os valores desta linha referem-se aos assinalados (envoltos) na Tabela-guia.

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    Os solos de Mato Grosso

    Fonte: Adaptado do ZAA MT (2001)

    Aptidão agrícola dos solos de

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     Aptidão agrícola dos solos deMato Grosso

    Solos- Folha Cuiabá (ZEEMT)

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    Solos- Folha Cuiabá (ZEEMT)

    Aptidão Agrícola- Folha Cuiabá

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    Aptidão Agrícola- Folha Cuiabá(ZEEMT)