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PLANO DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DE SERPA Julho 2008 Parte 1

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PLANO DE

DESENVOLVIMENTO

TURÍSTICO DE SERPA

Julho 2008

Parte 1

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

1

 

 

 

Índice

1. Enquadramento 2

1.1 Introdução 2

1.2 Nota Metodológica 4

1.3 Posição Comparativa 8

2. Matriz de Caracterização e Estratégica 9

2.1 Matriz de Caracterização 9

2.2 Matriz Estratégica 13

2.3 Objectivos Estratégicos 14

3. Nichos de Mercado, Produtos Turísticos e Indicadores 16

3.1 Nichos de Mercado e Produtos Turísticos 17

3.2 Indicadores de Qualidade 29

4. Áreas e Medidas de Acção Estratégicas 33

4.1 Áreas Estratégicas de Acção 33

4.2 Medidas Estratégicas de Acção 34

4.3 Factores Críticos de Sucesso 36

5. Acções Estratégicas e Projectos Estruturantes 39

5.1 Programas e Projectos Estratégicos 39

5.2 Selecção Projectos Estruturantes 41

5.3 Prioridades de Investimento Público 45

5.4 Concretização de Oportunidades de Investimento e de Negócio 48

6. Fontes de Financiamento 50

6.1 Fontes de Financiamento Comunitário 50

6.2 Fontes de Financiamento Nacional Público 58

7. Matriz de Investimento – Financiamento 64

Anexo I 67

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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1. Enquadramento

1.1. Introdução

1. O concelho de Serpa, situado no Baixo Alentejo, distrito de Beja, é limitado a oeste

pelo Rio Guadiana, a norte pelo concelho de Moura, a sul pelo de Mértola e a leste pela

fronteira com Espanha. Apresenta uma diversidade de recursos turísticos, alguns

objecto de valorização no presente, outros claramente subaproveitados.

Nessa diversidade figura o património natural e a paisagem, associados nomeadamente

a áreas protegidas, mas também a acidentes topográficos e a uma longa ocupação

humana e rural, com suas estruturas sociais, suas formas de habitar, seus modos de

vida e suas tradições culturais; figura igualmente o património edificado, destacando-se

a arquitectura em terra.

Património edificado erudito e popular, património cultural e património natural são

recursos turísticos que podem ser mobilizados numa estratégia de desenvolvimento

capaz de atrair clientelas diversas, nacionais e ibéricas, regionais ou mais distantes, no

Inverno como nas estações intermédias e mesmo no Verão. Clientelas que se

posicionam por uma escolha clara pela qualidade, sustentada nomeadamente em

elementos ambientais, paisagísticos, arquitecturais e urbanos, movidas por imaginários

de descoberta, de regresso ao natural e autêntico, de cultura ou mesmo de desporto e

saúde.

2. O Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa, contratado pelo Município de Serpa,

tem como objectivo afirmar o concelho como território de desenvolvimento turístico

baseado na qualidade, orientado para a atracção selectiva de nichos de mercado

turístico e para a polarização de investimentos empresariais, através:

A) do aproveitamento das potencialidades dos recursos naturais, ambientais,

patrimoniais, culturais, económicos e turísticos;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

3

 

 

 

B) do reforço do aproveitamento dos recursos turísticos existentes no concelho

e nas regiões limítrofes com potencial turístico;

C) da definição de estratégias de desenvolvimento do turismo, identificando

projectos estruturantes e iniciativas e acções a realizar por entidades públicas

e privadas de âmbito regional e local;

D) da atracção de investimento – capitais e conhecimentos –, gerador de

desenvolvimento económico e susceptível de ser completado pela qualificação

do capital humano da Região.

Diversamente de um plano estratégico do turismo para o Município, que avalia o papel

estratégico do turismo no desenvolvimento local e propõe escolhas políticas baseadas

na qualidade, sustentabilidade, viabilidade e responsabilidade, o presente Plano de

Desenvolvimento Turístico, no quadro das tendências europeias e internacionais do

turismo, das opções estratégicas do turismo português e das opções de

desenvolvimento regional e local, propõe formas de funcionamento estruturado de um

sistema de parceiros públicos e privados e de actividades com vista à viabilidade

continuada da actividade turística no concelho.

3. Assim, pensar e planear o futuro do desenvolvimento turístico do concelho de Serpa

significa privilegiar a sustentabilidade dos recursos, a identidade local, os sistemas de

comunicação, a diversidade económica e os produtos culturais, tendo presente que o

mundo contemporâneo se caracteriza pelo reforço e multiplicação das redes, o

crescimento e desenvolvimento do trabalho baseado no conhecimento e a globalização

da produção e do consumo, incluindo o do lazer e o do turismo. Significa, ainda, ter em

atenção o micro-local e evoluir para ideias e negócios inovadores, concretizar

competências de «fabrico» que sustentem resultados de indiscutível qualidade assente

na tradição/inovação, conjugar os recursos colectivos e promover uma rede de

conexões geograficamente alargada.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

4

 

 

 

Neste contexto, as escolhas públicas de investimento e de constituição de parcerias

público-privadas para o desenvolvimento turístico e económico, nomeadamente em

projectos estruturantes, revestem-se de importância decisiva. O que implica,

obviamente, reforçar a confiança recíproca, entendida como a base necessária ao

surgimento de mútuas expectativas duráveis e ao alargamento de solidariedades.

4. O Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa que se apresenta, face ao estádio de

estruturação e sofisticação em que se encontram os recursos do concelho, aposta não

apenas no aumento do seu valor acrescentado para a indústria turística, mas também

nas potencialidades de protecção e valorização própria que para os mesmos advirão da

promoção e marketing do território e do aumento da presença de turistas e visitantes.

Significa isto que os planos de acção que se propõem baseiam-se em estratégias

intersectoriais, aptas para servir o turismo, o ambiente, o património e a cultura;

supõem a partilha do conhecimento sobre os mercados potenciais e os perfis das

respectivas clientelas, assim como dos canais de difusão, promoção e distribuição,

utilizando e cruzando as várias redes disponíveis; envolvem o desenvolvimento de

produtos, a criação de parcerias entre estabelecimentos hoteleiros, os detentores dos

recursos turísticos, a promoção e marketing, a comunicação com os média turísticos e a

utilização intensiva das tecnologias da comunicação.

1.2. Nota Metodológica

As opções metodológicas seleccionadas para a elaboração do Plano de

Desenvolvimento Turístico de Serpa, obedeceram ao princípio do pluralismo

metodológico1, combinando metodologias quantitativas – extensivas2, metodologias

comparativas – tipológicas e metodologias qualitativas intensivas3.

                                                            1 Cf Ragin, Charles (1994), Constructing Social Research. The Unity and Diversity of Method, Thousand Oaks, Pine Forge.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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Sendo o turismo um sector/indústria claramente verticalizado, sofisticado4, procuramos

potenciar as “horizontalidades” do sistema turístico, onde no processo de globalização5

as procuras da diferença, das especificidades, de tradições e modos e vida, dos

patrimónios culturais e naturais, podem constituir “matéria – prima” para transformar

patrimónios em recursos turísticos.

Os sentimentos de pertença e as identidades locais, a memória e a história, podem, ser

organizados em recursos turísticos com tal capacidade de atractividade, que no limite,

oferecem ao turista uma experiência única, e ao residente, um orgulho acrescido na

valorização do olhar do outro, onde não é despiciente a capacidade de fixação de

população local, de jovens, com recurso à criatividade, formação e inovação,

enquadrados por um conhecimento técnico da extrema competitividade deste sector.

Neste sentido, explorámos as clássicas e obrigatórias linhas de investigação

bibliográfica, documental e estatística, tanto ao nível do próprio concelho como do

Alentejo, do País, de Espanha e internacionalmente, analisando os dados referentes a

Serpa e muitos outros, do Baixo Alentejo, da Região de Turismo, do PENT, do INE, da

OMT, numa perspectiva simultaneamente diacrónica, sincrónica e prospectiva.

Na análise bibliográfica específica tivemos em conta duas décadas de investigação

sobre o papel do turismo no desenvolvimento do interior do país6. E neste contexto

podemos considerar o investigador como um dos principais recursos da investigação. A

presença prolongada dos investigadores no terreno da investigação em turismo,

constitui um recurso metodológico essencial nas relações entre a autarquia local, o

posicionamento regional, o turismo nacional, e o contexto de aceleradas mudanças

internacionais, tanto ao nível da procura como da oferta turísticas.

                                                                                                                                                                                          2 Cf Ghilione e Benjamin (1987), Les Enquêtes Sociologiques-Théories et Pratique, Ed. Armand Colin, Paris. 3 Cf Burguess,Robert G.(2001), A Pesquisa de Terreno. Uma introdução, Oeiras, Celta Editora. 4 Cf Urry,Jonh(1990), The Tourist Gaze. Leisure and Travel in Contemporary Societies, Sage, Londres. 5 Cf Giddens (2000), O Mundo na Era da Globalização, Presença, Lisboa. 6 Para além dos trabalhos pioneiros e continuados de Cavaco, cf Capucha sobre o «turismo e desenvolvimento rural» (1986); Joaquim 1989;1992;19941997;2001;2003;2006) sobre o mesmo tema e sobre o Alentejo; Ribeiro (2000;2003;) e Figueiredo (1999;2000;2003) sobre o Norte do País. Sobre a região Centro cf. Caracterização do Potencial Turístico do Distrito de Castelo Branco, NERCAB, IPI, 2002.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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Este posicionamento metodológico do papel do investigador enquanto instrumento de

investigação, materializou-se também por uma pesquisa de terreno intensiva/qualitativa,

com permanência em Serpa de dois elementos da equipa técnica e uma proximidade

metodológica essencial, objectivada nos contactos telefónicos posteriores e regulares.

As entrevistas realizadas a informantes/observadores privilegiados (6 entrevistas),

informadores institucionais (12 entrevistas) e unidades de alojamento (13 entrevistas),

assim como a multiplicidade de visitas realizadas, da adega aos museus, queijaria,

albufeira e outras, permitiram um conhecimento do terreno, das diferentes dinâmicas

sociais e das diferenciadas representações sobre o turismo (ressaltaram aliás fortes

descoincidências ao nível dos observadores privilegiados, institucionais e do turismo). A

informação e o conhecimento então obtidos autorizam-nos a analisar as dinâmicas

locais, cruzando nomeadamente representações muito diferenciadas sobre o

desenvolvimento do concelho e da região.

Importa também relevar que a IPI tem, desde o início da sua actividade (1999),

trabalhado sobre o sector turístico, tendo realizado e estando a desenvolver algumas

dezenas de trabalhos, quer de âmbito nacional, quer de âmbito local, directa ou

indirectamente ligados ao turismo e ao seu impacte no desenvolvimento.

As análises extensivas, de cariz nacional e internacional, e o conhecimento do sector,

em termos científicos e também tecnicamente, assim como as profundas

transformações internacionais, das quais o turismo é simultaneamente agente e actor,

permitem-nos situar Serpa num contexto não apenas local, mas também regional,

nacional e internacional, e identificar as principais oportunidades e ameaças internas e

externas ao seu desenvolvimento turístico.

Neste contexto alargado, as propostas apresentadas são o resultado de uma análise

amadurecida pelo pluralismo metodológico usado, constituindo um plano de acção que

pode efectivamente ser aplicado, numa negociação da natural conflitualidade entre

agentes/actores diferenciados, mas onde o resultado final será certamente a melhoria

do tecido produtivo, a criação de emprego, novas oportunidades no turismo e noutras

actividades a montante e a jusante, em suma, o turismo como um dos pilares do

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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desenvolvimento sustentável do concelho nas suas múltiplas vertentes – ambiental,

económica, social, cultural, institucional e organizativa.

A título de exemplo: a qualidade do património não o torna automaticamente um

recurso turístico, salvo nos casos excepcionais com atribuição e reconhecimento de

valor simbólico nacional ou internacional, que ultrapassa em muito as classificações

oficiais/institucionais. Este é um dos mitos que, recorrentemente, enforma muitos dos

planos de desenvolvimento turístico e os condena ao fracasso. Um recurso pressupõe

investimento, caracterização, potencialidades, estado de conservação, negociação no

caso dos privados, sinalização, informação, promoção. Pressupõe organização e

envolvimento simbólico e institucional.

O turismo é um dos sectores mais competitivos e sofisticados do mundo

contemporâneo. Se «o turista é um investigador do gozo das coisas», a indústria

turística é uma fábrica de fantasias e sonhos. E neste palco planetário, salvo as raras

excepções de patrimónios emblemáticos que se constituem simultânea e

imperativamente como produtos e destinos, as nossas pertenças e as nossas

identidades patrimoniais, só são recursos turísticos quando acrescidos do saber, da

técnica, da parceria público privado, do jogo simbólico entre agentes/actores do

processo turístico. Ou de uma qualquer marca poderosa, multinacional, que tenha a

capacidade de promover e comercializar a planície como a mais ancestral das

experiências humanas.

Como se nos afigura que o objectivo de Serpa é o primeiro caminho, neste jogam todos

os actores em presença. Desde os turistas que configuram a procura turística, e

dispõem cada vez mais, de ofertas multifacetadas e planetárias em todos os produtos,

aos agentes privados com os seus objectivos diversificados, aos institucionais que, a

quererem o desenvolvimento turístico do concelho, necessitam de parcerias e processos

de negociação sobre outras visões que não a sua. Mas estas são apenas algumas das

linhas de reflexão a que o pluralismo metodológico nos conduziu e que exploramos ao

longo das propostas.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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1.3. Posição Comparativa

O concelho de Serpa apresenta um conjunto de recursos com potencial turístico

passíveis de criarem potencialidades de desenvolvimento turístico. Este

desenvolvimento depende da capacidade de valorização dos recursos existentes e da

criação de novos factores de atracção.

Todavia, apesar de o Concelho constatar, no plano das iniciativas públicas, esforços

vários com vista à captação de fluxos turísticos, o peso relativo de Serpa no contexto

nacional e regional do turismo é diminuto.

A atestar este facto estão os indicadores a nível da capacidade e tipologia de

alojamento, número de turistas, estada média de hóspedes, número de camas por

habitante e capacidade instalada de oferta de restauração qualificada quando

confrontados com os resultados médios constatados, nos mesmos indicadores, no

Baixo Alentejo7.

Situação semelhante ocorre quando se avalia o posicionamento do concelho

relativamente aos factores externos que condicionarão o desenvolvimento futuro do

turismo, revelando existir, no presente, uma capacidade insuficiente no destino para

fazer face às determinantes estratégicas do turismo.

                                                            7 Ver Relatório de Progresso – Fevereiro 2008.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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2. Matriz de caracterização e Estratégica

2.1. Matriz de Caracterização

A Matriz de Caracterização permite avaliar o posicionamento do município relativamente

aos factores externos e internos que determinam as condições de competitividade do

turismo no território de implantação. Importa, por isso, avaliar o posicionamento global

do município relativamente aqueles factores e simultaneamente identificar aqueles que

se deverão priorizar e sobre os quais se deverá agir em termos estratégicos.

2.1.1. Factores Externos

Os factores externos estratégicos incorporam as oportunidades e ameaças que

contextualizam e determinam o desenvolvimento futuro do turismo num determinado

destino. Assim, umas e outras, na sua globalidade, constituem-se no contexto

estratégico que influenciará, no curto e médio prazo, o turismo nomeadamente no

município de Serpa.

O Quadro de Análise dos Factores Externos pretende avaliar a condição

(posicionamento) relativa actual do destino Serpa face aos factores externos

estruturantes do turismo, tanto no nosso país como na área do município em apreço.

Este posicionamento é o resultado da conjugação dos factores externos com a

capacidade de resposta actual do destino a cada um desses factores.

A selecção daqueles factores externos decorre da análise, e respectiva síntese,

efectuada pela equipa técnica da IPI dos elementos que condicionam, por um lado, a

actividade turística a nível nacional e internacional e, por outro, o desenvolvimento do

turismo em Serpa, os quais, no seu conjunto, se repercutirão em condições e

potencialidades de geração de fluxos turísticos, tanto no presente como,

prospectivamente, no futuro.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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O critério de ponderação – e o valor dessa ponderação – é da responsabilidade da

equipa técnica. Naturalmente que as oportunidades e ameaças identificadas, com maior

capacidade de impacto na natureza e na condição do turismo, recebem um valor mais

elevado, correspondente aos seus efeitos (repercussão) relativos no desenvolvimento do

turismo e na potencialização de geração de fluxos turísticos num futuro próximo,

mormente no destino em estudo. Para uma melhor compreensão dos seus efeitos e,

logicamente, do seu valor, cada factor externo é acompanhado com a explicitação da

condição que justifica a valoração da ponderação8.

A escala de valoração utilizada para efeitos de avaliação da capacidade de resposta do

destino à natureza do factor estratégico foi de 1 a 5, abrangendo a banda de,

respectivamente, “fraca” a “forte”.

QUADRO n.º 1

QUADRO DE ANÁLISE DOS FACTORES EXTERNOS

                                                            8 Ver coluna de “Observação” no Quadro de Análise dos Factores Externos.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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O resultado final deste exercício revela existir, no presente, uma capacidade insuficiente

no destino para fazer face às determinantes estratégicas actuais do turismo.

2.1.2. Factores Internos

Os factores internos estratégicos incorporam as forças e as fraquezas que coexistem

num determinado destino turístico em face dos factores externos estratégicos

constatados. Assim, umas e outras, na sua globalidade, constituem-se na capacidade

interna passível de, no curto e médio prazo, contribuir para o reforço do potencial

turístico e de fluxos turísticos no destino, tendo por base a maximização dos factores

externos.

O Quadro de Análise dos Factores Internos pretende avaliar a capacidade interna global

do agente promotor do desenvolvimento turístico, traduzida pela existência de

elementos no destino passíveis de contribuir para o aproveitamento das potencialidades

de desenvolvimento turístico geradas pelos factores externos.

Esta capacidade global é o resultado da conjugação dos factores internos estratégicos

com a capacidade de resposta actual do promotor do desenvolvimento turístico a cada

um desses factores.

A selecção dos factores internos decorre da análise, e respectiva síntese, efectuada

pela equipa técnica multidisciplinar da IPI – com base no trabalho de campo efectuado –

dos elementos locais que podem responder à evolução dos comportamentos dos

consumidores e à natureza dos fluxos turísticos futuros e que capacitam a sua atracção

ou fixação no destino (Serpa).

O critério de ponderação – e o valor dessa ponderação – é da responsabilidade da

equipa técnica e resulta da necessidade de avaliar a existência de recursos turísticos, de

condições socioeconómicas ou outros elementos internos para desenvolver políticas e

medidas que respondam ao contexto e às tendências turísticas futuras.

As forças e as fraquezas identificadas, com maior capacidade de repercussão no

processo, recebem um valor mais elevado, correspondente aos seus contributos

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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relativos para a maximização dos factores externos. Para uma melhor compreensão dos

seus efeitos e, logicamente, do seu valor, cada factor interno é acompanhado com a

explicitação da condição que justifica a valoração da ponderação9.

A escala de valoração utilizada para efeitos de avaliação da capacidade de resposta do

destino à natureza do factor estratégico foi de 1 a 5, abrangendo a banda de,

respectivamente, “fraca” a “forte”.

QUADRO n.º 2

QUADRO DE ANÁLISE DOS FACTORES INTERNOS

O resultado final deste exercício revela existir um significativo potencial interno do

município para fazer face às determinantes estratégicas actuais do turismo.

                                                            9 Ver coluna de “Observação” no Quadro de Análise dos Factores Internos.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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2.2. Matriz Estratégica

A Matriz Estratégica, resultante da combinação dos factores externos com os factores

internos anteriormente identificados, expressa as propostas estratégias a desenvolver.

No caso em apreço, as estratégias propostas para o desenvolvimento turístico de Serpa

são as seguintes:

- Estratégia de Crescimento da Oferta

Através da utilização dos factores internos, que se configuraram Forças, para

obtenção das vantagens das Oportunidades estratégicas identificadas no

contexto externo;

- Estratégia de Diferenciação do Produto Turístico

Fazendo uso das Forças como factores essenciais para evitar ou diluir o

impacto das Ameaças em presença;

- Estratégia de Qualificação do Serviço

Pela selecção e implementação de medidas e acções de política que permitam

ultrapassar as Fraquezas com base nas Oportunidades presentes no contexto;

- Estratégia de Minimização de Impactos

Traduzida na selecção e implementação de medidas e acções de política que

reduzam, por um lado, as Fraquezas e afastem, por outro, as Ameaças

identificadas.

A configuração e o posicionamento destas estratégias encontram-se traduzidos na

Matriz Estratégica para o efeito desenvolvida. Nesta é, igualmente, possível identificar

os factores, externos e internos, que cada uma das estratégias utilizará para efeitos de

alavancar as potencialidades, externas e internas, e de debelar as dificuldades presentes

nos contextos externo e interno.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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QUADRO n.º 3

MATRIZ ESTRATÉGICA

A natureza de cada uma das estratégias a desenvolver e as características dos factores

estratégicos com os quais cada uma delas se relaciona determinam os programas e os

projectos a implementar. Todavia, este exercício deve estar em perfeita sintonia com as

opções estratégicas que devem subordinar o desenvolvimento do turismo no município

de Serpa, quer a nível dos seus objectivos estratégicos e dos mercados e produtos

turísticos.

2.3. Objectivos Estratégicos

As opções estratégicas propostas traduzem, por um lado, a posicionamento turístico do

município de Serpa no contexto do turismo nacional e, por outro, os objectivos

estratégicos primários a alcançar pelo turismo no âmbito do modelo de desenvolvimento

económico e social para o município de Serpa.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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O posicionamento e os objectivos estratégicos propostos, para os próximos cinco anos,

são os seguintes:

Posicionar o Município de Serpa como destino turístico diferenciado;

Contribuir, através do turismo, para a dinamização da sociedade, cultura e

economia locais;

Contribuir para a qualificação do território;

Reforçar o contributo de Serpa, através do turismo, no desenvolvimento regional.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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3. Nichos de Mercado, Produtos Turísticos e Indicadores

As condições estruturais no contexto externo, já anteriormente referidas, a par da

natureza e características dos recursos turísticos existentes no município de Serpa e do

papel que se deseja atribuir ao turismo, igualmente já expresso, no modelo de

desenvolvimento económico e social do município de Serpa aconselham a uma selecção

criteriosa dos produtos turísticos e dos segmentos de mercado a eleger como

prioritários.

Relembrando:

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS PARA O TURISMO EM SERPA

O posicionamento e os objectivos estratégicos propostos, para os próximos cinco anos,

são os seguintes:

Posicionar o Município de Serpa como destino turístico diferenciado;

Contribuir, através do turismo, para a dinamização da sociedade, cultura e

economia locais;

Contribuir para a qualificação do território;

Reforçar o contributo de Serpa, através do turismo, no desenvolvimento

regional.

MERCADO E PRODUTOS TURÍSTICOS

As condições estruturais, o contexto externo, já anteriormente referidos, a par da

natureza e características dos recursos turísticos existentes no município de Serpa e

do papel que se deseja atribuir ao turismo, igualmente já expresso, no modelo de

desenvolvimento económico e social do município aconselham a uma selecção

criteriosa dos produtos turísticos e dos segmentos de mercado a eleger como

prioritários.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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3.1. Nichos de Mercado e Produtos Turísticos 3.1.1. Turismo em Espaço Rural (TER)

O Turismo em Espaço Rural (TER), constitui já um segmento turístico relevante em

Serpa, sobretudo nas modalidades de Turismo Rural e Agro - Turismo. Assinale-se ainda

a presença do Turismo de Habitação e do Turismo em Casa de Campo. Também o facto

de Pias pertencer a uma rede europeia de Turismo de Aldeia, pode ser potenciado neste

contexto.

O Turismo em Espaço Rural privilegia espaços com densidades populacionais baixas,

patrimónios naturais e culturais preservados, modos de vida “autênticos”, sossego,

gastronomia local de qualidade e com características identitárias e articula-se com

outros segmentos e nichos de mercado turístico e de lazer.

Ao nível do Agro-turismo e mesmo do Turismo Rural, de Habitação e em Casa de

Campo, a valorização dos produtos agrícolas de base local, a inovação em termos de

animação ligada às actividades agrícolas, o enoturismo, o turismo equestre, a

articulação e cooperação de operadores locais, ao nível da produção integrada de

itinerários constituem necessidades de profissionalização e afirmação deste segmento.

A predominância do turismo interno no Turismo em Espaço Rural do Sul do País, assim

como do mercado espanhol, tanto ao nível turístico como de lazer ou excursionismo, e

mesmo dos mercados holandeses e alemães, já com uma presença actual, ainda que

residual, a aposta no mercado francês e italiano, através de ofertas concertadas de

produtos baseados na genuinidade, e na preservação das componentes primárias da

oferta turística, aliadas a um forte investimento na informação, sinalização,

disponibilização de produtos com processos de interpretação da natureza e da cultura,

constituem necessidades de profissionalização neste segmento.

As classes médias, média baixa e média alta, relativamente escolarizadas, o segmento

famílias, com preocupações ambientais, consumidores culturais, assumem-se como os

perfis mais consistentes neste tipo de segmento.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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A oferta existe, mas não está organizada. A necessidade de cooperação entre os vários

operadores e entre o sector público e privado é condição indispensável ao sucesso

deste segmento turístico.

Ao nível dos operadores privados, existe a necessidade de desenvolver pequenos

operadores vocacionados para os itinerários turísticos, específicos, integrados e

temáticos, e guias especializados na região. Como por exemplo criar o itinerário dos

Engenhos Hidráulicos Tradicionais, onde o concelho é exemplar.

A articulação das múltiplas actividades culturais da Câmara Municipal com os

operadores locais, pode constituir um primeiro passo na profissionalização deste

segmento. Como por exemplo uma estada numa unidade de TER, um itinerário

histórico, uma prova de vinho, uma refeição típica e uma noite de cante, articulando

entidades e espaços diferenciados. As possibilidades são inúmeras, mas necessitam de

uma efectiva cooperação entre os vários agentes, públicos e privados.

Para todos os segmentos e nichos a questão da comercialização é vital, e ultrapassa

claramente o nível local e regional.

3.1.2. Turismo de Natureza

O turismo de natureza assume actualmente múltiplas formas e abrange produtos

diferenciados, que vão do ecoturismo, à ornitologia, ao turismo de aventura, ao turismo

radical, a algumas tipologias de turismo de saúde e bem estar, ao pedestrianismo, entre

muitas outras práticas de turismo e denominações associadas: denominações que

variam de contexto para contexto, onde podemos encontrar, por exemplo, a de

«turismo suave» ou a de «turismo responsável».

No caso português, o turismo de natureza está legislado como as actividades turísticas

que têm lugar no âmbito das áreas protegidas, dispondo de alojamento classificado para

tal, como as unidades de TER ou ainda as casas de abrigo. No entanto os operadores

turísticos comercializam o turismo natureza de uma forma muito mais abrangente que a

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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definição legal, e os turistas percepcionam as suas experiências turísticas como turismo

de natureza numa lógica próxima da dos operadores.

O nível de preservação da natureza é a condição essencial para o desenvolvimento

deste tipo de turismo. A definição e delimitação de áreas de protecção especial,

codificam os espaços naturais e acrescentam-lhe um elevado valor simbólico, enquanto

espaços de visitação e consumo turístico.

A exemplo dos outros nichos de mercado do turismo, o nível de qualidade das infra –

estruturas, a disponibilidade de informação (guias, brochuras), a qualidade da

sinalização são elementos essenciais para o desenvolvimento do turismo de natureza.

Neste nicho de mercado a existência de equipamentos de interpretação da natureza e

do património, assim como o grau de profissionalismo de guias e monitores de natureza

assumem-se como centrais.

Os processos de auto regulação, como os rótulos ecológicos ou o EMAS, acrescentam

um valor importante a este tipo de oferta turística e atraem consumidores com maior

poder intelectual e económico.

Pela diversidade de ofertas no contexto deste nicho, os públicos alvo, vão das famílias

com filhos, onde a interpretação ambiental, numa lógica de educação ambiental e o

pedestrianismo assumem particular importância, aos jovens que combinam ofertas mais

tradicionais com actividades mais radicais, aos reformados nas modalidades mais

tradicionais da natureza, até a um turismo aventura mais suave, aos “amantes” do “bird

watching”, ao turismo aventura para grupos específicos, e ainda aos que procuram a

natureza como tratamento do corpo e do espírito, numa vertente mais contemplativa e

de rotura com as paisagens urbanas quotidianas. O mito do “eterno retorno” ou da

“utopia do rural” nas palavras de Rambaud, investe o campo de qualidades simbólicas

que têm como função restaurar o corpo e o espírito. Os mercados português, espanhol,

alemão, holandês e britânico, são determinantes neste nicho.

A multiplicidade de actividades e o cruzamento de nichos ao nível da natureza é imenso.

Dos itinerários organizados à informação sobre passeios, às ciclovias, passeios a cavalo,

centros de interpretação, ementas adaptadas a estes “exploradores”, potenciando as

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

20

 

 

 

actividades de outros nichos como o TER e a animação agrícola ou a integração dos

circuitos culturais do concelho em alguns itinerários, a imaginação e capacidade de

cooperação entre os operadores privados e públicos é o limite.

A proximidade do Alqueva, que deverá vir a constituir-se como um dos mais

importantes pólos turísticos do Alentejo, aconselha à constituição de redes integradas

de entidades públicas e privadas nos domínios da natureza, cultura, gastronomia e

vinhos, grandes mais valias da região, por forma a capacitá-la para uma oferta turística

integrada e enriquecedora.

3.1.3. Gastronomia e vinhos

A gastronomia e os vinhos assumem-se cada vez mais como importantes factores no

contexto das motivações turísticas, de visitação e de lazer.

Não está estudado o peso da gastronomia e dos vinhos no excursionismo e visitação

em Portugal, mas todos os estudos apontam a gastronomia como um factor importante

na qualidade de um destino turístico, podendo assumir-se como motivação principal ao

nível de segmentos e nichos de mercado.

O Alentejo tem uma forte imagem de marca no campo da gastronomia e dos vinhos e

este nicho do mercado turístico deve ser encarado de forma profissional, com vista a

desenvolver o enoturismo e o turismo/excursionismo gastronómico, tanto interno como

externo, com particular atenção para os mercados de proximidade como o espanhol.

Acresce o facto deste nicho poder potenciar o desenvolvimento de outros segmentos e

nichos de mercado como o TER, o turismo natureza, o touring paisagístico e cultural, o

turismo cinegético e o excursionismo e a visitação.

A proliferação de feiras gastronómicas, semanas gastronómicas, provas de vinho,

confrarias, e a crescente valorização social da “comida caseira”, do vinho, do azeite, do

queijo, da dieta mediterrânea tradicional (pão, vinho e azeite), dos produtos de origem

local, dos vinhos DOC e VQPRD, dos prémios gastronómicos e vitivinícolas, assim como

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

21

 

 

 

o surgimento e consolidação de movimentos como o “Slow Food”, fazem deste nicho

um dos com maior capacidade de crescimento e afirmação.

No que concerne aos públicos alvo, este nicho tem ainda a vantagem de se apresentar

bastante abrangente, desde famílias, “ninhos vazios”, reformados, clubes de vinho e de

gastronomia, confrarias, e ser transversal a todos os outros segmentos e nichos,

podendo potenciar o seu próprio desenvolvimento e o crescimento sustentado de outros

nichos. Portugal, Espanha, França, Alemanha, Holanda e Itália são os mercados

preferenciais deste tipo de produtos.

O desenvolvimento e consolidação do nicho Gastronomia e Vinhos exige, para além dos

indicadores de qualidade dos outros nichos, tais como a qualidade das infraestruturas

de acolhimento, disponibilidade de informação (livros, guias, brochuras), equipamentos

e guias de interpretação histórico-cultural, natural e dos produtos, nível de qualidade da

sinalização, uma forte aposta na certificação dos produtos gastronómicos e vitivinícolas.

A oferta organizada de actividades de degustação e prova gastronómica e de vinhos,

assim como a existência de pontos de venda especializados em produtos locais

emblemáticos, constitui um eixo importante de consolidação deste nicho.

Importa também introduzir algum grau de inovação ao nível das “artes da mesa” e a

introdução de outros produtos locais nas ementas, para além dos tradicionais porcos e

borrego. A aposta nas ervas silvestres comestíveis e a organização de semanas/feiras

gastronómicas e de vinhos com presença diversificada de produtos regionais, podem ser

um bom complemento para os produtos tradicionais da região.

A cooperação entre restauradores, outros operadores privados como as unidades de

TER e operadores públicos ao nível da criação de rotas e itinerários gastronómicos e

vitivinícolas, e a introdução da componente gastronómica e vitivinícola em itinerários de

dominância patrimonial e de natureza, constituem lógicas de integração das actividades

turísticas e de lazer, conducentes ao sucesso destas actividades.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

22

 

 

 

3.1.4. Touring urbano/cultural

Com o aumento dos tempos livres, semanais e de férias, a melhoria dos níveis de vida,

a democratização dos lazeres, as novas acessibilidades (novas estradas e auto-

estradas), a banalização do automóvel e com ele as novas mobilidades, o encurtar das

distâncias, a afirmação cultural urbana de valores rurais, eco e etno, e de novos

conceitos de património, a difusão de imagens através de revistas da especialidade,

cadernos de jornais como o Fugas, programas de televisão e conteúdos em sites da

Internet, a familiarização com o espaço europeu comum, sem fronteiras e com uma

mesma moeda - território, economia, cultura, língua – viabilizou-se a efectivação da

curiosidade e desejo de conhecer o país, outros países também acessíveis, ou pelo

menos as regiões mais próximas, como é próprio do tour/turismo desde os seus

primórdios dos séculos XVIII e XIX.

A motivação principal destes lazeres, procura primária, é a descoberta, o conhecimento

e a exploração do território, dos atractivos de uma região, principalmente do seu diverso

e abrangente património cultural, histórico, natural, durante estadas curtas, 1-2 noites,

e desse modo lazeres e viagens com experiências mais ricas, com mais conhecimentos,

bem mais activas do que as tradicionais estadas de vilegiatura à beira mar, nas termas

ou nas aldeias de familiares e amigos, as terras de origem de muitos citadinos.

Em causa, uma itinerância difusa e generalista, sobretudo de clientelas regionais de

Portugal e de Espanha, mais raramente de turistas de além Pirinéus viajando com

independência, e de alguns turistas estrangeiros com outras motivações primárias que

realizam percursos rápidos pelas regiões próximas:

• viagens decididas no seguimento de recomendações de familiares e amigos,

programas de televisão e revistas dos jornais diários ou semanais;

• viagens independentes, em veículo particular, próprio ou alugado, com

programas à medida das suas preferências, no geral duas pessoas, casal, mas

também famílias, casais com filhos, e muitos reformados, com bastante tempo e

liberdade, ou grupos reduzidos de amigos;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

23

 

 

 

• viagens de classes média e alta, tanto em termos económicos como de nível de

formação, e desse modo gastos muito variados nos destinos percorridos

(alojamento, mesmo alojamento privado e intimo, além de hotéis e também de

campismo e caravanismo, serviços avulsos de restauração, compras de

souvenirs, de produtos artesanais ou de produtos DOC...;

• viagens que se realizam em épocas variadas, durante as férias escolares, nos fins

de semana, nas «pontes», com preferência nas estações intermédias – Abril,

Maio, Junho, Setembro e mesmo Outubro, com dias longos, bom tempo,

paisagens frescas e sem multidões nas estradas e nos destinos visitados.

Muitos destes turistas independentes provêm de países além Pirinéus, como França,

Alemanha, Holanda, RU ou Itália, com suas «casas de férias móveis, ou favorecidos

pelas low cost, com fly and drive, bed and breakfast, enquanto outros praticam o

touring a partir dos destinos de férias, durante estas: este funciona como procura

secundária no quadro de viagens com outras motivações principais, diversificando e

enriquecendo as experiências através de circuitos ocasionais e regionais, de descoberta

e fruição do território onde se encontram, das suas atracções paisagísticas e culturais e

mesmo da sua oferta de restauração e animação

Acresce o touring organizado em tours de interesse geral, com conteúdos culturais e

paisagísticos, como outrora o excursionismo, ou em tours especializados, centrados em

determinados interesses, como história, arqueologia, castelos e muralhas, arte, eventos,

de grupos no geral bem mais reduzidos, com ou sem recurso a alojamento nos locais

visitados, com destaque para alojamento de nível médio/superior e pequeno-almoço

incluído, e com recurso a restauração, logo à gastronomia local, sobretudo na base de

produtos de qualidade e certificados, e compras de souvenirs e de produtos locais

específicos e identitários.

No caso de Serpa é de considerar a concentração de atractivos diversos e de qualidade,

naturais e culturais, a pequenas distâncias, favoráveis a itinerâncias que se

desenvolvem bastante ao sabor do acaso, como convém a populações terciárias, de

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

24

 

 

 

quotidianos rígidos, em ambientes fechados, e largamente imobilizados em frente dos

computadores (paisagens, aldeias e vilas, gastronomia, vinhos, adegas, herdades,

património histórico – arquitectónico - cultural urbano). Sem esquecer a sua

acessibilidade a partir de mercados urbanos potencialmente emissores e difusores de

procura de touring primária e secundária, como Beja, Évora, Setúbal, Lisboa, Badajoz,

Mérida, ou mesmo Sevilha. Sem esquecer também a sua inserção em percursos

polarizados por Mértola, Reguengos, Alqueva, Beja ou Évora, ou pelo Parque Natural do

Vale do Guadiana. E em particular a difusão regional da procura turística que venha a se

instalar no futuro pólo turístico de Alqueva, seja do turismo residencial seja do turismo

de golfo ou equitação.

A potenciação deste segmento de mercado implica:

• optimização da sinalização dos recursos e atracções turísticas, das que melhor

definem a identidade ou a personalidade e singularidade dos lugares;

• dos miradouros que proporcionam pontos de vista únicos e paisagens de beleza

indiscutível, pela amenidade ou pela rudeza, pelas sonoridades ou pelos tons

avermelhados de cada pôr-do-sol, onde não devem faltar os devidos painéis de

orientação e interpretação;

• a dos horários de funcionamento dos museus, monumentos e postos de

informação e apoio dos turistas e do próprio comércio, não esquecendo que

neste segmento predominam os turistas de fim-de-semana;

• a disponibilização de informação em diferentes idiomas, do património

construído, mesmo do pequeno património rural, e do património imaterial,

incluindo a história e as estórias e lendas que lhe andam associadas, e incluindo

muito particularmente a música popular tradicional (CANTE);

• oferta e informação também quanto a alojamento e restauração, com adequados

padrões de qualidade e modernidade, por exemplo em termos de meios de

pagamento e serviços ao cliente com perfil personalizado, guias locais com

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

25

 

 

 

conhecimentos dos recursos e domínio de línguas estrangeiras, não obstante o

esmagador predomínio do mercado interno, secundado pelo espanhol;

• a oferta comercial de produtos artesanais;

• a animação local, com seu calendário de eventos, das feiras e festas locais, a

festivais ou a reconstituições históricas;

• a qualidade geral dos serviços prestados, estreitamente dependente da formação

dos recursos humanos e da sua abertura ao turismo, ao Outro, ao de fora, ao

estrangeiro;

• sem esquecer as facilidades de parqueamento, as boas estradas secundárias e

respectiva sinalização, o conforto, a comodidade e a segurança das visitas, as

sombras repousantes e frescas para as horas mais quentes, as da «sesta»

tradicional;

• sem esquecer igualmente as acções promocionais orientadas para os principais

mercados emissores de turistas e visitantes, nomeadamente encarando estes

últimos como possíveis turistas num futuro próximo e como potenciais

informadores influentes na decisões de visita e permanência de amigos e

familiares, a quem recomendem o destino Serpa;

• implica também a inserção de Serpa e do seu concelho em diferentes tipos de

circuitos de touring, mesmo em rotas temáticas10 (vinhos, azeites, sabores,

castelos e muralhas, restos arqueológicos, aldeias tradicionais, à semelhança das

«aldeias históricas» ou das «aldeias de xisto»...), como sucede com Pias e a

Rede Europeia de Turismo de Aldeia.

No conjunto, factores de sucesso a que importa estar atento, e que envolvem tanto o

sector público como o sector privado, em acções que vão desde promover Serpa não

apenas como destino mas como experiência de descoberta e de vivências marcadas

                                                            10 A título exemplificativo disponibiliza-se no Anexo I a metodologia de elaboração da organização da oferta turística que é constituída pelos itinerários.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

26

 

 

 

pelo contacto com as populações locais, pela sua hospitalidade, algo de particular e de

diferente, mobilizando a sociedade local para o turismo – sensibilização, motivação,

formação, cooperação, mobilizando também a atenção de tour operadores

especializados em percursos demorados nos locais de visita, suportada por um website

atraente e motivador, que convide a visitas, descobertas, e também a estadas.

3.1.5. Turismo residencial

Como em muitas outras regiões rurais do interior, observa-se diminuição da população

residente (e de consumidores) e libertação de unidades de alojamento, com riscos de

degradação, que pela estrutura dominante do povoamento se concentram em Serpa e

nas aldeias. Ao mesmo tempo, acentua-se por todo o mundo ocidental, o peso da

população essencialmente urbana, pelas origens e pela residência, o da população idosa

e reformada, e na continuidade, o isolamento e o desejo de natureza ou pelo menos de

espaço, um espaço de andar a pé, um espaço de encontro, seguro.

Muitos citadinos respondem a essas aspirações através da aquisição de residências

secundárias, de férias e de fins-de-semana, quando facilmente acessíveis em termos de

tempo e custos, que passam a residências alternantes e mesmo a residências

permanentes, uma vez alcançada a situação de reformas:

• habitações de ocupação pessoal, exclusiva, livre de constrangimentos de tempos

e funcionalidades, que permitem decorações e recheios ao gosto dos seus

ocupantes;

• habitações com dimensões suficientes para acolher familiares e amigos;

• custos de manutenção modestos e controlados;

• habitações que pela localização em vilas e aldeias proporcionam novos

conhecimentos e solidariedades, segurança, acessibilidades por transportes

colectivos, comércio e serviços de proximidade, em particular comércio

alimentar, banco, médico, farmácia, restaurantes, e espaços de lazer...

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

27

 

 

 

Importam nesta perspectiva:

• locais com climas pouco chuvosos, fraca nebulosidade, quase sem nevoeiros,

muito sol, em suma amenos, mesmo de Inverno;

• locais não isolados e com personalidade, pelas paisagens envolventes, pelo

património, pela arquitectura tradicional, pela estrutura urbana, pelos modos de

vida, pela cultura, com suas tradições;

• locais onde seja fácil viver, conviver e ocupar os tempos livres;

• locais infra estruturados, com equipamentos modernizados e funcionais, dos de

saúde aos desportivos (piscinas, campos de ténis e campos de jogos);

• locais onde não falte uma restauração de qualidade e cunho regional, nem

animação variada ao longo do ano, capaz de satisfazer diferentes gerações, dos

avós aos netos;

• regiões que revelem algum dinamismo económico, que se modernizem, mesmo

se agrícolas, como vem sucedendo no concelho (vinhas e olivais; novos

regadios, etc.).

A aquisição, a renovação e a ocupação do património edificado, mesmo se com

descontinuidades temporárias, permite:

• a sua manutenção e valorização, a continuidade do povoamento, garante de

mínimos de clientelas que viabilizam a oferta de bens e serviços básicos, e

reforça a tradicional hospitalidade;

• sustenta a auto estima dos que não emigraram, possibilita alguns rendimentos de

complemento aos que se disponibilizam para a prestação remunerada de alguns

trabalhos, sobretudo se houver sensibilização social para o turismo e em

particular para a satisfação das suas necessidades.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

28

 

 

 

O público alvo são populações urbanas, residentes em grandes cidades, adultas e com

filhos crescidos e independentes, ou já reformadas, das classes média e média baixa, e

sem raízes rurais, nacionais (Portugal do Sul), e estrangeiras, de Espanha, mas

sobretudo da Europa Ocidental e da Europa do Norte, desde há muito atraídas pelos

climas do Sul, pela sua luz e amenidade, pelas paisagens meridionais, com largos

horizontes e suas cores sazonais, como lugares de férias e de residência, quando não de

trabalho, mesmo de trabalho agrícola.

Alemães, holandeses, franceses, sem esquecer os mercados inglês e irlandês, muito

atraídos pela península ibérica como destino de férias e não menos como lugar de

residência prolongada após a reforma, no seguimento de apropriação plena de habitação

particular, não necessariamente em resorts integrados, sempre mais dispendiosos, mais

segregadores social e economicamente e muito menos autênticos.

A qualidade deste segmento aparece intimamente associada à qualidade do quadro de

vida local, em que os turistas residenciais vindos de fora se integram:

• infraestruturas, equipamentos, acessibilidades, transportes, serviços públicos,

comércio de bens de primeira necessidade e aquisição diária ou semanal;

• renovação urbana preservando os traços tradicionais identificadores;

• limpeza e embelezamento de ruas, pelo mobiliário, pelas fachadas, pela

iluminação, pelas sombras, pelas montras, pelas esplanadas;

• disponibilização de informação que estimule a valorização do património local, do

arqueológico ao museológico, ao cultural e ao natural, e dos equipamentos de

lazer;

• possibilidades de participação nos eventos de animação que se sucedem ao

longo do ano, também atractivos para turistas e visitantes vindos de fora,

instalados e residentes na região, ibéricos e estrangeiros.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

29

 

 

 

A promoção deste segmento passa pela difusão de imagens da cidade e das aldeias e

vilas, aldeias brancas, luminosas, calmas..., das paisagens envolventes, das naturais e

das agrícolas, das tradicionais e não menos das modernas. Pode ser facilitada pelo

inventário das casas desocupadas, da sua venda eventual, por facilidades de

reconversão, adaptação, modernização e funcionalidade, pelo jogo das licenças de

obras, IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis e disponibilização da respectiva

informação útil num site camarário de fácil leitura.

3.2. Indicadores de Qualidade

O desenvolvimento e a existência de indicadores de qualidade num destino turístico são

percepcionados como uma questão essencial do processo de planeamento e gestão do

destino e um elemento fundamental no esforço de promoção do desenvolvimento

sustentável do turismo em todos os seus níveis.

Além disso, a utilização de indicadores, podendo desencadear acções de antecipação e

de prevenção de situações indesejáveis no destino turístico, é uma ferramenta útil para

os agentes económicos e públicos.

Em face dos produtos e nichos de mercado anteriormente propostos emerge uma

bateria de indicadores considerados essenciais à sua monitorização, avaliação e

controlo.

A natureza e o âmbito dos indicadores propostos para cada um dos produtos são os

seguintes:

TURISMO EM ESPAÇO RURAL

- Nível de preservação do património;

- Nível de preservação da natureza;

- Existência de equipamentos de interpretação patrimonial e paisagística;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

30

 

 

 

- Nível de genuinidade e de atractividade;

- Nível de qualidade da sinalização.

TURISMO DE NATUREZA

- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;

- Nível de informação (guias, brochuras, etc.);

- Existência de equipamentos de interpretação da natureza;

- Nível de preservação da natureza;

- Nível de genuinidade e de atractividade;

- Nível de qualidade da sinalização.

GASTRONOMIA E VINHOS

- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;

- Nível de informação (livros, guias, brochuras, etc.);

- Existência de equipamentos de interpretação tecnológica (áudio-guias e

multimédia) para gastronomia e vinhos;

- Grau de genuinidade e certificação dos produtos;

- Nível de qualidade da sinalização;

- Oferta de actividades de degustação e prova gastronómica e de vinhos;

- Oferta de pontos de venda especializados em produtos típicos;

- Existência de Roteiro.

“TOURING” URBANO/CULTURAL

- Nível de preservação do património;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

31

 

 

 

- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;

- Nível de informação (livros, guias, brochuras, etc.);

- Existência de equipamentos de interpretação cultural;

- Disponibilização de conteúdos com recurso às TIC;

- Nível de qualidade da sinalização;

- Grau de qualificação de guias e monitores culturais (técnica e línguas);

- Existência de Roteiro.

“TOURING” PAISAGÍSTICO

- Nível de preservação da paisagem;

- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;

- Nível genuinidade e atractividade;

- Nível de informação (livros, guias, brochuras, etc.);

- Existência de equipamentos de interpretação paisagística;

- Nível de qualidade da sinalização;

- Grau de qualificação de guias e monitores paisagísticos (técnica e línguas);

- Existência de Roteiro.

TURISMO RESIDENCIAL

- Número de habitações desabitadas objecto de recuperação por habitantes

portugueses não permanentes;

- Número de habitações desabitadas objecto de recuperação por habitantes

estrangeiros não permanentes;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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- Nível de qualidade das obras de recuperação e seus contributos para a

manutenção das identidades arquitecturais locais;

- Localização das novas residências secundárias e seus contributos para o

povoamento e a vida económica e social local;

- Disponibilização de informação detalhada sobre oportunidades de aquisição de

imóveis desabitados (áreas de construção, planta, idade dos imóveis, estado de

conservação, localização em Serpa ou nas aldeias...);

- Disponibilização de informação detalhada sobre condições de recuperação com

vista a habitação não permanente.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

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4. Áreas e Medidas de Acção Estratégicas

4.1. Áreas Estratégicas de Acção

Tendo em atenção os objectivos propostos para o Plano de Desenvolvimento Turístico,

as áreas seleccionadas de intervenção prioritária são as seguintes:

Território e Produtos Turísticos

Através da requalificação do território, dos recursos turísticos e do desenvolvimento dos

produtos turísticos estratégicos propostos, numa base sustentável sobre o ponto de

vista ambiental, económico e social

Qualificação e Inovação

Contribuindo para a promoção de condições de competitividade dos agentes

económicos e capacidade de resposta aos desafios do mercado e destinos

concorrenciais

Marketing Turístico

Reforçando a visibilidade da marca, assegurando a promoção do destino, monitorizando

os mercados, gerindo as ferramentas comunicacionais e avaliando os resultados obtidos

Cooperação e Parcerias

Promovendo a constituição de redes de cooperação, regionais, nacionais e internacional,

constituindo parcerias com os agentes envolvidos no turismo, sejam públicos ou

privados, assegurando o envolvimento activo da população nas condições de atracção e

fixação do turismo e a sua participação nos seus benefícios gerados pela actividade

turística.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

34

 

 

 

4.2. Medidas Estratégicas de Acção

As medidas estratégicas de acção propostas, desenvolvendo-se no âmbito e natureza

das estratégias anteriormente identificadas, concorrem, nas áreas de acção estratégicas

eleitas, para a concretização dos objectivos do Plano.

Propõem-se as seguintes Medidas, por área de acção estratégica:

Na área do Território e Produtos Turísticos:

- Fomento da criação de produtos turísticos, com base nas motivações ambientais,

culturais e gastronómicas, e que se enquadrem no leque de produtos considerados

no PENT como estratégicos para a região do Alentejo;

- Implementação de roteiros temáticos que potenciem o conhecimento, o usufruto e a

experiência dos produtos turísticos, existentes ou a criar;

- Requalificação de equipamentos culturais e de lazer de natureza pública e das suas

envolventes;

- Requalificação do espaço público em centros históricos ou de espaços turísticos de

natureza pública integrados em roteiros temáticos;

- Requalificação de imóveis de interesse público.

Na área da Qualificação e Inovação

- Apoio a iniciativas de criação de novo alojamento turístico e às iniciativas de

requalificação e redimensionamento do alojamento existente;

- Apoio às iniciativas de requalificação e inovação da oferta de restauração;

- Apoio a projectos de inovação de processos de produção na cadeia de valor do

turismo;

- Reforço e inovação na sinalização rodoviária turística.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

35

 

 

 

Na área do Marketing Turístico

- Construção do conceito e imagem de Serpa como uma nova centralidade regional do

Alentejo;

- Dinamização da marca “Serpa – Terra Forte” e reforço dos seus actuais e novos

valores como elemento de reforço da sua visibilidade e notoriedade;

- Dinamização de ferramentas tecnológicas para promoção do destino, comunicação

das suas actividades turísticas e facilitação do negócio turístico.

Na área da Cooperação e Parcerias

- Promoção de acções de sensibilização dos agentes envolvidos na actividade turística

para a necessidade da sua dinamização e qualificação de forma a contribuir para o

desenvolvimento económico e social das populações;

- Promoção de acções e agregação de iniciativas que tenham por objectivo a

endogeneização dos recursos locais existentes;

- Desenvolvimento de instrumentos e mecanismo de cooperação e de constituição de

parcerias para a promoção e reforço da competitividade do território e dos produtos

turísticos;

- Desenvolvimento de instrumentos e mecanismo de cooperação para a qualificação

global do centro histórico de Serpa.

Para melhor percepção do enquadramento das medidas propostas na concretização das

estratégias anteriormente apontadas, bem assim como dos factores, externos e

internos, envolvidos é apresentada a Matriz de Medidas de Acção Prioritária.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

36

 

 

 

QUADRO n.º 4

MATRIZ ESTRATÉGICA – MEDIDAS DE ACÇÃO

4.3. Factores Críticos de Sucesso

Os desígnios prosseguidos pelo Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa impõem a

identificação dos factores, de natureza material e imaterial, que se configuram como

críticos para a sua concretização. Ou seja, a identificação dos elementos que, se

inexistentes ou insuficientemente tratados, comprometem a concretização do papel

desejado para o turismo no economia local e dos objectivos estratégicos fixados no

Plano.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

37

 

 

 

Consideram-se como factores críticos de sucesso na implementação e concretização

das estratégias inscritas na Matriz Estratégica, os seguintes:

PLANEAMENTO

Este factor é elemento chave no processo de implementação e concretização de um

Plano por se constituir numa ferramenta eficaz para a sua boa gestão e concretização.

O seu processo deve assegurar que serão materializados, em tempo útil e em condições

de operacionalidade – sob pena de comprometer os objectivos estratégicos

prosseguidos pelo Plano de Desenvolvimento do Turismo de Serpa - os seguintes

projectos:

Sustentabilidade dos recursos;

Revitalização do Centro Histórico de Serpa;

Estruturação e concretização de itinerários

Informação e Sinalização.

NEGÓCIO

Neste factor reside a base económica que é vital para a competitividade da economia

local, para a remuneração dos factores endógenos locais e para a criação e distribuição

de riqueza pelos agentes locais (famílias, empresas e entidades públicas).

Para que este contributo das actividades económicas possa ocorrer haverá que

assegurar:

Dinamismo empresarial;

Articulação e cooperação entre todos os agentes envolvidos.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

38

 

 

 

COMPETITIVIDADE

Este factor assegura as condições, tangíveis e intangíveis, propícias, por um lado, ao

investimento e, por outro, ao desenvolvimento de capacidades de um espaço, área, ou

organização poder criar, desenvolver, implementar e manter um contexto (ou moldura)

distintiva e favorável à aquisição, utilização e reforço de condições - de mercado ou

outra - de forma sustentada e perdurável.

Sendo certo não ser possível alcançar, a médio prazo, níveis superiores de

competitividade sem produtividade e sustentabilidade, também estas últimas não

poderão, por si só, ocorrer sem que se alcance a primeira.

Para que aqueles níveis de competitividade possam ser prosseguidos no âmbito da

execução do Plano de Desenvolvimento do Turismo em Serpa é essencial assegurar:

Parcerias público-privadas;

Qualificação da oferta de alojamento e de restauração;

Imagem e Promoção do destino.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

39

 

 

 

5. Acções Estratégicas e Projectos Estruturantes

5.1. Programas e Projectos Estratégicos

5.1.1. Programas

A operacionalização do Plano de Desenvolvimento é assegurada através da concepção e

implementação de Programas de Acção e da Identificação dos Projectos Estratégicos.

Assim, propõe-se a criação de quatro Programas que possam, no seu conjunto,

assegurar os objectivos prosseguidos pelo Plano, agir sobre as áreas estratégicas de

intervenção e assegurar a concretização das medidas consideradas prioritárias.

Os Programas11 são os seguintes:

P1 – Acolher Mais Turismo

P2 – Prestar Melhor Serviço

P3 – Inovar em Produtos Turísticos

P4 – Ganhar o Turismo

O Programa “Acolher Mais Turismo” pretende agir fundamentalmente na área do

Território e Produtos Turísticos assegurando os projectos que concorrem para a boa

materialização das Medidas nela contidas.

O Programa “Prestar Melhor Serviço Turístico” pretende agir fundamentalmente na área

da Qualificação e Inovação assegurando os projectos que concorrem para a boa

materialização das Medidas aí previstas.

                                                            11 Os títulos dos Programas são meramente indicativos.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

40

 

 

 

O Programa “Inovar Produtos Turísticos” pretende agir fundamentalmente na vertente

dos Produtos Turísticos (área do Território e Produtos Turísticos) assegurando os

projectos que concorrem para a boa materialização das Medidas que lhe estão

associadas.

O Programa “Ganhar o Turismo” pretende agir fundamentalmente nas áreas do

Marketing Turístico e da Cooperação e Parcerias assegurando os projectos que

concorrem para a concretização das Medidas previstas no seu âmbito.

5.1.2. Projectos Estratégicos

Sendo conhecidos os actuais constrangimentos orçamentais com que os agentes

institucionais e empresariais se debatem, bem assim como, as características e a

natureza da procura e da oferta presente no município de Serpa, propõem-se os

seguintes projectos estratégicos para concretização nos próximos cinco anos, no âmbito

de cada um dos Programas:

Programa “Acolher Mais Turismo”

- Revitalização do Centro Histórico de Serpa;

- Reforço da Internacionalização e Projecção do Festival Encontro de Culturas;

- Apoio à Projecção do Museu do Relógio;

- Incentivos ao Reforço e Qualificação da Oferta de Alojamento;

- Incentivos à Qualificação e Inovação da Oferta e Serviço de Restauração.

Programa “Prestar Melhor Serviço Turístico”

- Criação do Roteiro Gastronómico, do Roteiro dos Azeites e dos Vinhos;

- Criação do roteiro das “Aldeias de Terra Forte”

- Incentivo à formação e requalificação dos profissionais de turismo.

Programa “Inovar Produtos Turísticos”

- Dinamização de Feiras Gastronómicas;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

41

 

 

 

- Dinamização de Visitas a Adegas, Provas de Vinhos, Provas de Azeites e

Interpretação.

Programa “Ganhar o Turismo”

- Dinamização da marca “Serpa Terra Forte”;

- Divulgação do Cante Alentejano;

- Sensibilização das Entidades Públicas para o Turismo;

- Criação do Conselho Municipal de Turismo;

- Sensibilização da População para os benefícios económicos e de bem-estar

proporcionados pelo turismo sustentável.

5.2. Selecção de Projectos Estruturantes

Considera-se projecto estruturante todo aquele que, em face do contexto em que se

insere, apresenta capacidades para influenciar ou determinar um novo padrão de

desenvolvimento socioeconómico ou contribuir fortemente para a alteração, reforço ou

manutenção das condições de sustentabilidade do modelo de desenvolvimento

prosseguido.

Um projecto estruturante congrega, assim, uma visão de desenvolvimento, de

objectivos estratégicos e de resultados socioeconómicos capaz de por si só (ou em

conjugação com outros elementos) alterar significativamente o status quo de uma

realidade. Ele é integrado por capacidades, iniciativas e elementos de ordem

organizacional, processual, financeira (não necessária e estritamente de volume), de

mercado e de sustentabilidade suficientemente fortes para alterar, reconfigurar ou

projectar um território ou as condições de partida numa nova realidade ou contexto.

De entre os projectos propostos no âmbito do Plano de Desenvolvimento Turístico,

assumem o carácter de projectos estruturantes os seguintes:

a) Revitalização do Centro Histórico de Serpa;

b) Reforço e qualificação da oferta de alojamento e de restauração;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

42

 

 

 

c) Promoção do destino.

A – Revitalização do Centro Histórico de Serpa

O Centro Histórico de Serpa assume-se como projecto âncora. O objectivo

estratégico deverá ser a sua revitalização, devendo esta ser prosseguido através

da:

- Requalificação dos espaços e actividades; e

- Reutilização dos espaços.

No âmbito da requalificação dos espaços e das actividades devem ser privilegiadas

políticas que actuem nos campos da inovação e modernização dos espaços,

públicos e privados, e das actividades, nomeadamente, económicas (comércio,

serviços e turismo) e culturais.

As acções a desenvolver no âmbito daquelas políticas devem incidir em vertentes

heterogéneas, todavia complementares e integradoras, como sejam:

- Recuperação de imóveis, equipamentos e espaços públicos;

- Incentivos à recuperação de imóveis por parte dos privados;

- Incentivos ao repovoamento do Centro Histórico;

- Mobilidade de pessoas;

- Incentivo à modernização e inovação nas actividades económicas;

- Gestão energética;

- Gestão ambiental;

- Transportes;

- Limpeza.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

43

 

 

 

No âmbito da reutilização dos espaços devem ser privilegiadas políticas que

actuem nos campos da atractividade e repovoamento do Centro.

As acções a desenvolver no âmbito destas políticas devem incidir na:

- Atracção e fixação de novos públicos (jovens, artistas e empresários),

através da redução do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis e da

agilização do processo de obras;

- Atracção de população com maior poder de compra (nomeadamente para

aquisição de segunda residência), disponibilizando lista de casas

desocupadas, de venda potencial ou com facilidades de reconversão;

- Modernização e instalação de novos serviços públicos;

- Identificação e concretização de novos usos dos equipamentos e imóveis,

públicos e privados;

- Promoção de actividades culturais e de animação.

B – Reforço e Qualificação da Oferta de Alojamento e Restauração

A ausência de oferta qualificada é um constrangimento à captação e fixação dos

fluxos turísticos. Neste campo o objectivo estratégico a alcançar é o de dotar o

município, nomeadamente a sua sede, de oferta de alojamento e de restauração

em tipologia, dimensão e qualidade adequadas aos segmentos de mercado que se

pretendem atingir.

As acções prioritárias a desenvolver devem assegurar um contexto favorável às

actividades económicas, à geração de negócio, à criação de oferta de alojamento

e de restauração, bem assim, como a criação de emprego, numa lógica de

inovação, modernização e endogeneização dos recursos existentes.

Neste sentido, as políticas públicas devem incidir na criação de um contexto

adequado e na cooperação com os agentes económicos privados de forma a

prosseguir o progresso social e económico da área territorial.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

44

 

 

 

As acções concretas a desenvolver no âmbito destas políticas devem incidir na:

- Criação de incentivos à oferta qualificada de alojamento, mormente na

sede do concelho;

- Criação de incentivos à oferta qualificada de restauração, mormente na

sede do concelho;

- Criação de incentivos à oferta de animação, mormente na sede do

concelho;

- Criação de incentivos à criação de outros serviços turísticos;

- Criação de clima propício ao desenvolvimento de parcerias público-

privadas, para execução de projectos turísticos. e de apoio à recepção e

fixação de fluxos turísticos.

C – Promoção do Destino

Num contexto global de competição, que é característica dos mercados turísticos,

a promoção dos destinos e dos seus produtos turísticos afigura-se como uma

condição essencial ao sucesso de qualquer estratégia de desenvolvimento

turístico.

Nesta área o objectivo prioritário deve ser o de assegurar a visibilidade e

notoriedade da marca, assente em valores de genuinidade e singularidade. A par

deste desígnio, a cooperação de todos os agentes envolvidos no produto turístico

é de primordial importância.

Deste modo, as acções a desenvolver no âmbito deste projecto estruturante

devem assegurar a:

- Criação, na esfera da Câmara Municipal, de órgão consultivo para as

questões do turismo, integrando representantes públicos, privados e da

comunidade;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

45

 

 

 

- Criação de clima propício ao estabelecimento de parcerias público-

privadas, para desenvolvimento de iniciativas e projectos de recepção e

fixação de fluxos turísticos;

- “Comercialização” do destino nos circuitos de distribuição, nacionais e

estrangeiros;

- Desenvolvimento de plataforma comunicacional do destino (website,

blogs, etc.);

- Produção de material promocional.

5.3. Prioridades de Investimento Público

O turismo é uma actividade económica que, no contexto actual das economias, tem na

iniciativa privada o seu principal elemento dinamizador. Contudo, a natureza dos

recursos, a base territorial da sua implantação e as características de alguns dos seus

problemas, determinam a necessidade de uma actuação e intervenção por parte das

entidades públicas. Estes planos e posicionamentos determinam a assumpção de

responsabilidades, distintas nos papéis a desempenhar e nos projectos a desenvolver.

Neste contexto, cabe à iniciativa pública o desempenho de um conjunto de papéis de

entre os quais se destacam os de planeamento, coordenação, angariação, facilitação e

criação de contexto e fomento do investimento e de iniciativas. A nível dos projectos, a

sua iniciativa deve recair naqueles que promovam o desenvolvimento social, infra-

estrutural e territorial, pugnando pela defesa do bem público e do interesse das

comunidades envolvidas.

Contudo, entre outras razões, a complexidade e dimensão de muitos dos problemas

com que o turismo se confronta, por um lado, e as restrições de ordem orçamental que

afligem as entidades públicas, por outro, determinam a necessidade de estabelecimento

de parcerias público-privadas no turismo.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

46

 

 

 

Assim, as prioridades do investimento público assentam na implementação de políticas

que consagrem os principais papéis que cabem aos actores públicos e de medidas de

política pró-activas que concorram para a criação de uma base competitiva do destino

turístico.

QUADRO n.º 5

PRIORIDADES DE INVESTIMENTO PÚBLICO

PAPÉIS PARCERIAS (Áreas de Cooperação)

Planeamento Estratégico Criação condições sustentabilidade no turismo

Coordenação Reforço da competitividade no turismo

Angariação de Investimento (procurement) Promoção do destino turístico

Facilitação e Criação de Contexto Acções de marketing turístico

Fomento de Investimento e Iniciativas Formulação de políticas

Regulação Coordenação das actuações

Concretizando uma tipologia de acções a desenvolver dentro das áreas de cooperação

público-privadas, temos como prioritárias as seguintes:

Criação de Condições de Sustentabilidade no Turismo

Protecção do meio ambiente.

Conservação dos recursos culturais;

Conservação do património;

Afectação local dos benefícios do turismo.

Reforço da Competitividade no Turismo

Criação de quadro favorável ao turismo;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

47

 

 

 

Redução de custos de contexto;

Reforço do investimento público.

Promoção do Destino Turístico

Melhoria da imagem do destino;

Melhoria das infra-estruturas;

Criação de marcas e sub-marcas;

Criação de produtos turísticos.

Acções de Marketing Turístico

Aprofundamento na utilização das novas tecnologias de informação e

comunicação;

Melhoria do marketing electrónico;

Integração em motores de busca na internet.

Relativamente ao conjunto de projectos propostos no presente Plano de

Desenvolvimento Turístico, a prioridade pública deve ser dada aos projectos constantes

do quadro seguinte.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

48

 

 

 

QUADRO n.º 6

PRIORIDADES DE INVESTIMENTO PÚBLICO

- PROJECTOS –

PRÓPRIOS EM PARCERIA

Revitalização do Centro Histórico

(vertente requalificação dos espaços e das

actividades)

Revitalização do Centro Histórico

(vertente reutilização dos espaços)

Projecção do Festival Encontro de Culturas Criação do Conselho Municipal de Turismo

Incentivos ao reforço da oferta de alojamento Criação e promoção do calendário de eventos

Incentivos à qualificação da oferta de alojamento Criação de roteiro gastronómico e de vinhos

Incentivos à qualificação da restauração Criação de roteiro “Aldeias de Terra Forte”

Dinamização da marca “Serpa Terra Forte” Qualificação de profissionais de turismo

Divulgação do Cante Alentejano Dinamização de feiras gastronómicas

Sensibilização das entidades públicas para o

turismo Dinamização de visitas a adegas e provas

Sensibilização da população para o turismo Acções concretas de marketing

5.4. Concretização de Oportunidades de Investimento e de Negócio

A concretização de alguns dos projectos previstos implicam a angariação (procurement)

dos potenciais investidores e o seu posterior envolvimento.

O sucesso da estratégia de desenvolvimento desejada passa em boa parte pela

aceitação e comunhão com interesses estratégicos privados. Encontrar parceiros

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

49

 

 

 

privados para a implementação do Plano de Desenvolvimento é pois uma tarefa

primordial. Garantir um acerto estratégico e operacional é, então, um elemento chave de

sucesso da estratégia.

Desejando contribuir para esse desiderato, enumeram-se, a título indicativo, um

conjunto de potenciais investidores interessados, cujas estratégias empresariais se

revelam mais adequadas ao território em presença e à estratégia a desenvolver

localmente no âmbito do turismo.

A identificação dos potenciais investidores é feita através da sede de decisão

estratégica, nesta se integrando todas as marcas (sociedades) por si detidas

(participadas) numa lógica de grupo empresarial.

QUADRO n.º 7

POTENCIAIS INVESTIDORES

ALOJAMENTO DISTRIBUIÇÃO

Base Nacional Base Internacional

Grupo Pestana Choice Hotels Grupo Espírito Santo Viagens

Grupo Vila Galé Grupo Accor Viagens Abreu

Grupo Lena Halcon Viagens

Evidência Hotéis Viagens Marsans

Alentejo Tours

Fuga Perfeita, Animação e Turismo Cultural

Cabra Montez – Eventos Alternativos e

Animação Turística

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

50

 

 

 

6. FONTES DE FINANCIAMENTO

6.1. Fontes de Financiamento Comunitário

O QREN, ao traduzir as Opções Estratégicas nacionais para o período da sua vigência,

estabeleceu os Eixos Prioritários do desenvolvimento e orientou a programação de

utilização de fundos comunitários. Esta última está materializada nos diversos sistemas

de incentivos ao desenvolvimento e investimento. Assim, no que ao objecto do presente

trabalho importa, referem-se aqueles que se poderão traduzir em instrumentos de

concretização das opções, programas e projectos estratégicos anteriormente propostos.

6.1.1. POR ALENTEJO – Programa Operacional do Alentejo

O PO Alentejo é, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional a

moldura de identificação da matriz de desenvolvimento pretendida para o Alentejo e a

base de enquadramento das tipologias de incentivos financeiros.

O POA, consagrando a Estratégia “Alentejo 2015”, está estruturado em 5 eixos, sendo

os Eixos 1 – Competitividade, Inovação e Conhecimento; Eixo 2 – Desenvolvimento

Urbano e Eixo 4 – Qualificação Ambiental e Valorização do Espaço Rural os mais

significativos para os fins de enquadramento do Plano de Desenvolvimento Turístico de

Serpa.

De entre as áreas que constituem os Eixos as mais relevantes são as seguintes:

Eixo 1 – Competitividade, Inovação e Conhecimento

- criação de micro e pequenas empresas inovadoras;

- projectos de investimento produtivo para inovação em micro e pequenas

empresas;

- qualificação de micro e pequenas empresas;

- acções colectivas de desenvolvimento empresarial.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

51

 

 

 

Eixo 2 – Desenvolvimento Urbano

- parcerias para a regeneração urbana;

- redes urbanas para a competitividade e inovação.

Eixo 4 – Qualificação Ambiental e Valorização do Espaço Rural

- conservação da natureza e promoção da biodiversidade;

- valorização económica do espaço rural.

Em cada um destes Eixos e nas Áreas respectivas serão criados sistemas de incentivos

financeiros ao investimento e definidos a tipologia dos projectos a apoiar, a natureza

dos incentivos e a sua intensidade.

Assim, nos pontos seguintes identificam-se os principais instrumentos financeiros de

apoio12, passíveis de serem utilizados na implementação do Plano de Desenvolvimento

Turístico.

6.1.2. PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural

O PRODER é um programa, adoptado no âmbito do PEN – Plano Estratégico Nacional,

que visa apoiar o desenvolvimento rural do continente.

A promoção da qualidade de vida nas zonas rurais e a diversificação das actividades

económicas são dois dos seus grandes objectivos, a par da promoção da

sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais.

De entre os Subprogramas que o constituem, o Subprograma 3 – Dinamização das

Zonas Rurais é o mais adaptado às condições de implementação do Plano de

Desenvolvimento Turístico de Serpa, sendo aplicado numa abordagem LEADER em

estratégia de desenvolvimento definida pelo respectivo GAL – Grupo de Acção Local.

Neste Subprograma está contida a Acção 3.1.3. – Desenvolvimento de Actividades

Turísticas e de Lazer, tendo como objectivos o desenvolvimento do turismo e de outras

                                                            12 Dentro e fora do âmbito do QREN.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

52

 

 

 

actividades de lazer como forma de potenciar e valorizar os recursos endógenos do

território, nomeadamente, a nível dos produtos locais e do património cultural e natural.

Esta intervenção apoia a criação e desenvolvimento de produtos turísticos

(nomeadamente cultural); o alojamento turístico de pequena escala (TER e de Natureza)

e infra-estruturas de pequena escala (centros de observação da natureza/paisagem,

rotas/percursos e animação turística).

Os beneficiários são pessoas colectivas ou singular de direito privado que desenvolvam

um projecto, localizados fora das explorações agrícolas, de valor igual ou superior a 5

mil euros.

Os projectos de investimento são apoiados até ao montante de 200 mil euros de

despesa elegível, de acordo com as seguintes regras:

- Investimento até 25 mil euros: o incentivo é não reembolsável até 30% das

despesas elegíveis, sendo de 50% no caso de criação de pelo menos um posto

de trabalho;

- Investimento superior a 25 mil euros: o incentivo é não reembolsável até 30%

das despesas elegíveis, sendo de 40% ou 50% no caso de, respectivamente,

criação de um ou dois postos de trabalho.

6.1.3. SUDOE (Sudoeste Europeu) INTERREG IV B

O Programa de cooperação transnacional SUDOE (aprovado pela Comissão Europeia

através da sua Decisão (2007) 4347 de 26 de Setembro) permite co-financiar projectos

de cooperação no território SUDOE sobre as temáticas prioritárias identificadas no

Programa Operacional (PO).

O objectivo Cooperação Territorial Europeia encontra-se dividido em três vertentes:

Cooperação transfronteiriça, Cooperação transnacional e Cooperação inter-regional.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

53

 

 

 

O Programa SUDOE 2007-2013 faz parte da vertente transnacional da cooperação e

agrupa regiões de Portugal, Espanha, França e Reino Unido13.

Os principais objectivos do Programa SUDOE são:

• Aumentar o grau de integração do espaço SUDOE no resto da UE através da melhoria

da acessibilidade e da intensificação das interacções económicas e sociais;

• Formar uma zona de carácter sustentável na Europa proporcionando a protecção e a

melhoria do património natural e cultural, na qual o espaço seja um lugar privilegiado

das experimentações ecológicas e sociais para um desenvolvimento sustentável;

• Desenvolver a economia do espaço SUDOE;

• Integrar as cooperações transnacionais nas estratégias de desenvolvimento

promovidas pelos actores públicos nacionais, regionais e locais.

Os projectos aprovados são co-financiados até uma taxa máxima de 75% dos custos

elegíveis. São beneficiários os actores públicos (administrações nacionais, regionais e

locais, outros organismos públicos, institutos de investigação, universidades, actores e

organizações socioeconómicas).

As prioridades do Programa 2007-2013 articulam-se em redor de 4 eixos. Os objectivos

(gerais e intermédios) dos Eixos com maior importância no âmbito do Plano de

Desenvolvimento Turístico de Serpa são os seguintes:

                                                            13 Portugal, a totalidade do seu território continental; Espanha a totalidade do seu território com excepção das Ilhas Canária; França, região da Aquitaine, Auvergne, Languedoc-Roussillon, Limousin, Midi-Pyrénées, Poitou-Charentes e Reino Unido, somente Gibraltar

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

54

 

 

 

EIXO 2 – Reforço da protecção e da conservação duradoura do ambiente e do meio

natural do SUDOE

Objectivo Geral

Proporcionar as bases para as práticas mais adequadas no campo da prevenção de

riscos e a conservação dos recursos naturais.

Objectivos Intermédios

Preservar e melhorar o valor patrimonial dos espaços e dos recursos naturais;

Melhora a gestão dos recursos naturais, em especial, fomentando a eficiência

energética e a utilização sustentável dos recursos hídricos;

Desenvolver estratégias de cooperação conjuntas a favor da prevenção de riscos

naturais e, particularmente, do risco de incêndios.

EIXO 3 - Integração harmoniosa do Espaço do SUDOE e melhoria da acessibilidade às

redes de informação

Objectivo Geral

Desenvolver fórmulas alternativas que contribuam para uma maior eficiência dos

sistemas de transporte, uma melhor integração das redes de infra-estruturas ou para

uma identificação mais clara das necessidades de interconexão dos diferentes territórios

do SUDOE

Objectivos Intermédios

Integrar a multi-modalidade no transporte e a inter-conexão das redes numa óptica

transnacional;

Promover condições de igualdade territorial no acesso às infra-estruturas de

comunicação, à sociedade da informação e do conhecimento.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

55

 

 

 

EIXO 4 - Incentivar o desenvolvimento urbano sustentável aproveitando os efeitos

positivos da cooperação transnacional

Objectivo Geral

Impulsionar o desenvolvimento equilibrado das cidades e as redes de cidades,

favorecendo a criação de sinergias entre elas e os meios rurais.

Objectivos Intermédios

Aproveitar as sinergias entre as zonas urbanas e rurais para impulsionar o

desenvolvimento sustentável do SUDOE, mediante a associação de recursos e

conhecimento;

Acrescer o valor socioeconómico dos municípios e regiões do SUDOE mediante a sua

inclusão em redes de cooperação.

Valorizar o património cultural com interesse transnacional e a identidade do espaço

SUDOE.

6.1.4. PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos

O PROVERE é dirigido aos territórios com baixa densidade populacional e baixos índices

de desenvolvimento económico, mas que dispõem de valores singulares, ambientais,

paisagísticos ou patrimoniais que podem suportar actividades económicas.

O Programa visa estimular iniciativas dos agentes económicos orientadas para a

melhoria da competitividade territorial e que criem valor económico nos recursos

endógenos.

O Programa pretende, ainda, concretizar programas de acção integrada, em torno de

parcerias público-privadas locais, enquadrados em estratégias de médio e longo prazo

que contribuem para o reforço da base económica e atractividade do território.

O PROVERE pretende atingir um conjunto de objectivos de entre os quais se ressaltam

os de criação de espaços atractivos para estratos específicos da população e das

empresas (que ajudem igualmente à criação de mercados locais, nomeadamente de

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

56

 

 

 

bens culturais) e de fixação de segmentos empresariais dinâmicos que induzam o

desenvolvimento local e do território.

O funcionamento do Programa assenta no lançamento de concursos para a

apresentação de Estratégias e Programas de Acção centrados numa visão de

valorização do território e dos recursos endógenos. Estes Programas de Acção podem

compreender projectos âncoras e projectos complementares indispensáveis à viabilidade

daqueles.

Assim um PROVERE deve ser concebido e implementado por parcerias, envolvendo

actores relevantes (Município, empresas, associações sem fins lucrativos), numa base

de consórcio.

Os instrumentos de apoio financeiro cobrem a fase de preparação de Estratégias e

Programas de Acção, bem assim como, o desenvolvimento do próprio PROVERE,

incluindo os projectos integrados no programa de acção.

Os apoios financeiros no âmbito do PROVERE são veiculados pelos Programas

Operacionais do QREN ou do PRODER.

6.1.5. SI QUALIFICAÇÃO de PME – Sistema de Incentivos à Qualificação e

Internacionalização de PME14

O objectivo deste Sistema é o de promover a competitividade das PME através do

aumento da produtividade, da dinamização dos factores imateriais de competitividade e

da capacidade de resposta aos desafios do mercado.

Os beneficiários são as PME de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica, bem

assim como as entidades públicas com competências específicas em políticas dirigidas

às PME.

                                                            14 Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se, ser útil o seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no desenvolvimento turístico do concelho de Serpa.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

57

 

 

 

As áreas de intervenção deste Sistema abarcam o desenvolvimento e engenharia de

produtos, serviços e processos; a qualidade; o ambiente; a inovação; a diversificação e

eficiência energética; a comercialização e marketing; a segurança e saúde no trabalho e

a igualdade de oportunidades.

A tipologia de projectos abrange os projectos individuais (promovidos apenas por uma

empresa), os projectos em cooperação (mínimo de três empresas) e os projectos

conjuntos (apresentado por uma entidade pública ou associação que se proponham

desenvolver um Programa de intervenção num conjunto de PME).

A despesa mínima elegível é de 25 mil euros e o incentivo máximo para os projectos

individuais pode atingir os 750 mil euros. O incentivo é repartido por uma parcela não

reembolsável e outra reembolsável, sem juros, por um período máximo de 5 anos, com

2 anos de carência. A taxa de incentivo base é de 35%, podendo atingir, sob

determinadas condições, uma taxa de apoio máximo de 75%. A apresentação de

candidaturas processa-se mediante Aviso de Abertura de Concurso.

6.1.6. SI INOVAÇÃO – Sistema de Incentivos à Inovação15

O objectivo deste Sistema é o de promover a inovação no tecido empresarial, pela via

de prestação de novos serviços e de processos que suportem a progressão da empresa

na cadeia de valor, bem assim como estimular o empreendedorismo qualificado.

Os beneficiários são empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica.

A tipologia de projectos abrange os projectos de inovação em novos bens e serviços;

projectos de inovação de processos, através da adopção de novos ou melhorados

processos e métodos de fabrico, de logística e distribuição, organizacionais ou de

marketing; projectos em actividades de elevado valor acrescentado com procura

internacional dinâmica e projectos de empreendedorismo qualificado.

                                                            15 Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se, ser útil o seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no desenvolvimento turístico do concelho de Serpa.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

58

 

 

 

A despesa mínima elegível é de 150 mil euros, para os dois primeiros tipos de projecto

e de 50 mil a 1 milhão de euros para os projectos de empreendedorismo qualificado.

O incentivo base é de 35 % das despesas elegíveis, podendo sob determinadas

condições atingir 55%. O reembolso é feito sem juros, no prazo base máximo de 5 anos

(podendo atingir 10 anos no caso de criação de estabelecimentos hoteleiros), com um

período de carência base de 2 anos (podendo atingir 3 anos no caso dos

estabelecimentos hoteleiros). Caso o projecto venha a ter uma avaliação de

desempenho superior a 100%, o incentivo reembolsável poderá ser convertido em

incentivo não reembolsável, até ao montante máximo de 75% do incentivo concedido.

A apresentação de candidaturas processa-se mediante Aviso de Abertura de Concurso.

6.2. Fontes de Financiamento Nacional Público

6.2.1. PIT – Programa de Intervenção do Turismo (2007-2009)

O Programa incentiva, por um lado, as intervenções prioritárias de interesse público que

visem a qualificação da oferta em complemento do investimento empresarial e, por

outro, estimula as opções de investimento público na actividade de organização e

divulgação de eventos de grande dimensão que contribuam para a promoção da imagem

de Portugal enquanto destino turístico.

O PIT está, assim, destinado a investimentos de natureza infra-estrutural que

contribuam para a concretização da estratégia definida no PENT, cujos projectos visem

o desenvolvimento de pólos turísticos, desenvolvimento ou consolidação dos produtos

estratégicos e requalificação de destinos turísticos, bem como eventos relevantes para

a promoção da notoriedade de Portugal enquanto destino turístico.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

59

 

 

 

O PIT estrutura-se em duas linhas de apoio:

Linha de Apoio I – Território, Destinos e Produtos Turísticos

Assentando nas noções de pólo turístico e de produto turístico estratégico do PENT,

visa a valorização turística dos recursos naturais e patrimoniais das regiões, bem como

a requalificação dos destinos turísticos tradicionais.

Os projectos elegíveis devem assegurar um investimento superior a 250 mil �, serem

financiados com um mínimo de 10 % de capitais próprios, estar localizados no Pólo de

Alqueva e prosseguirem o desenvolvimento dos produtos estratégicos de Touring

Cultural e Paisagístico, Gastronomia e Vinhos, Resorts Integrados / Turismo Residencial,

Saúde e Bem-Estar e Golfe.

Os promotores elegíveis são:

Entidades Públicas;

Outras entidades jurídicas desde que as entidades públicas exerçam uma influência

dominante na sua gestão;

Pessoas colectivas sem fins lucrativos que tenham a posse de património cultural

edificado;

Pessoas colectivas de utilidade pública.

A tipologia indicativa de projectos elegíveis é a seguinte:

Requalificação de imóveis classificados;

Criação / requalificação de equipamentos culturais e de lazer;

Requalificação de espaço público em centros históricos ou zonas turísticas de

interesse integrados em circuitos temáticos;

Criação de sinalização rodoviária turística;

Criação / requalificação de estruturas e equipamentos de apoio à gastronomia e / ou

vinhos regionais.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

60

 

 

 

As candidaturas são apresentadas a todo o tempo.

O incentivo financeiro é não reembolsável e pode variar entre 10 % a 60 %, podendo

obter uma majoração de 5 p.p. por incorporação de componente ambiental.

Linha de Apoio II – Eventos para a Projecção do Destino Portugal

Centra-se em projectos de promoção da imagem do País enquanto destino turístico de

excelência através de um apoio mais explícito aos eventos cujo potencial de promoção

efectiva justifica a intervenção pública.

Os projectos elegíveis devem assegurar um investimento superior a 500 mil �, podendo

ser de montante inferior se a relevância turística do evento o justificar.

Os promotores elegíveis são:

Entidades Públicas com competência na área do turismo;

Entidades detentoras dos direitos de organização dos eventos.

A tipologia indicativa de projectos elegíveis é a seguinte:

Eventos desportivos, culturais ou de outra natureza que, pela sua projecção

internacional alcançada, se demonstrem relevantes para a promoção internacional de

Portugal;

Excepcionalmente, outros eventos que contribuam para o desenvolvimento de um

Pólo Turístico ou de um Produto Turístico estratégico, desde que demonstrem ter

potencial para obter dimensão e projecção internacional.

As candidaturas são apresentadas de 1 de Setembro a 31 de Outubro para eventos a

realizar no ano seguinte.

O incentivo financeiro é não reembolsável e pode variar entre 100 mil a 500 mil �.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

61

 

 

 

6.2.2. Crédito ao Investimento no Turismo – Protocolos Bancários (Até 4 de

Junho de 2009)16

A Linha de Crédito, criada em parceria com o sector financeiro, visa o apoio financeiro a

projectos turísticos, promovidos por empresas que, em função das prioridades definidas

no PENT, contribuam para o acréscimo da qualidade, inovação e competitividade da

oferta do turismo.

As entidades beneficiárias são micro, pequenas e médias empresas de qualquer

natureza e sob qualquer forma jurídica que se proponham desenvolver projectos de

investimento que:

Visem o desenvolvimento de Produtos Turísticos Estratégicos identificados no PENT;

Outros projectos que demonstrem contribuírem para uma adequada estruturação de

algum dos Pólos de Desenvolvimento Turístico ou Produtos Turísticos Estratégicos.

A tipologia indicativa de projectos elegíveis é a seguinte:

Projectos enquadráveis em Pólos de Desenvolvimento Turístico;

Criação de unidades de alojamento, restauração e animação, através da recuperação

e adaptação de património cultural de interesse nacional ou público;

Criação de hotéis e restaurantes inovadores;

Empreendimentos, equipamentos e actividades de animação turística;

Criação ou requalificação de esplanadas de estabelecimentos de restauração e

bebidas.

Os projectos elegíveis devem assegurar um investimento superior a 150 mil �.

As candidaturas são apresentadas a todo o tempo junto das instituições de crédito

aderentes ao Protocolo.

                                                            16 Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se ser útil o seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no desenvolvimento turístico do concelho de Serpa

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

62

 

 

 

O financiamento é reembolsável e pode atingir um montante máximo equivalente a 75

% do investimento. A taxa de juro é bonificada, podendo situar-se entre 3,5% a 4,5%

com spread incluído. O financiamento concedido ao abrigo do Protocolo é acumulável

com os incentivos no âmbito do QREN.

Os prazos de reembolso variam, sendo de 15 anos (incluindo um período máximo de

carência de 4 anos), para a criação de estabelecimentos hoteleiros; de 10 anos

(incluindo um período máximo de carência de 3 anos), para a requalificação de

estabelecimentos hoteleiros e de empreendimentos, actividades ou equipamentos de

animação e de 6 anos (incluindo um período máximo de carência de 2 anos) nos

restantes projectos.

6.2.3. Programa FINICIA17

Este Programa proporciona a empresas de pequena dimensão recursos essenciais ao

desenvolvimento da actividade nas fases iniciais do seu ciclo de vida.

O Programa assenta em três eixos de intervenção:

Eixo I – Projectos de Forte Conteúdo de Inovação

Destinado à criação de empresas ou a PME existentes que apresentem projectos

empresariais com elevada componente de inovação reconhecida pelo organismo gestor

(IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação) e que

apresentem investimentos com necessidades de financiamento até 2,5 milhões de

euros.

                                                            17 Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se ser útil o seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no desenvolvimento turístico do concelho de Serpa

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

63

 

 

 

Eixo II – Negócios Emergentes de Pequena Escala

Financiamento para a criação de empresas ou para PME criadas há menos de 3 anos.

Pretende apoiar negócios emergentes, com necessidades de financiamento até 250 mil

euros, e de pequena dimensão através dos seguintes produtos financeiros:

1 - O micro crédito – para financiamento de investimento empresarial até 25 mil euros,

e destinado exclusivamente a micro empresas (até 9 trabalhadores).

2 - O micro capital de risco para iniciativas no âmbito do fomento do espírito

empreendedor, em particular as oriundas do meio académico.

Eixo III – Iniciativas Empresariais de Interesse Regional

Destinado a PME existentes ou em fase de criação, com actividade ou projecto

empresarial de relevância local em municípios aderentes aos Fundos FINICIA. Pretende

apoiar projectos de investimentos promovidos por empresas de dimensão reduzida com

actividade essencialmente de âmbito local, complementando a actuação de outros

agentes públicos de desenvolvimento local e regional, entre os quais as Câmaras

Municipais, as Agências de Desenvolvimento Local e as CCDR.

No âmbito deste eixo o Município de Serpa aderiu ao FAME – Fundo de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas do Concelho de Serpa ao qual se podem candidatar,

nomeadamente, empresas do turismo, comércio e serviços. O montante máximo de

financiamento é de 45 mil euros.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

64

 

 

 

7. Matriz de Investimento/Investimento

A Matriz de Investimento/Financiamento identifica o cruzamento entre os programas e

os projectos propostos e as fontes de financiamento externas disponíveis para apoio à

sua concretização. Estas encontram-se distribuídas em razão da natureza dos projectos

e dos seus beneficiários.

Importa, contudo, reter que os instrumentos financeiros de apoio público não garantem

na íntegra o financiamento do investimento total dos projectos. Assim o financiamento

dos projectos implica complementarmente o recurso, em menor ou maior grau, a fontes

de financiamento internas, públicas ou privadas, para cobertura integral do

investimento. Os promotores deverão, por isso, encontrar internamente (ou em fontes

externas fora do quadro instrumental apresentado) os recursos financeiros em falta. No

caso das entidades públicas, com recurso a orçamento próprio e no caso de entidades

privadas, com recurso a capitais próprios. Num e noutra caso, podendo recorrer ainda

ao sistema bancário para obtenção de crédito.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

65

 

 

 

QUADRO n.º 8

MATRIZ DE INVESTIMENTO / FINANCIAMENTO

PLANO DE

DESENVOLVIMENTO

TURÍSTICO

FONTES DE FINANCIAMENTO

Beneficiários Públicos

Beneficiários Privados

POA

PRO

DER

SU

DO

E

PRO

VER

E

SIQ

I

SII

PIT

PB

FIN

ICIA

PROGRAMA

Acolher mais Turismo

Proj

ecto

s

Revitalização do Centro

Histórico de Serpa x x x x x

Aprofundamento do Encontro

de Culturas x x x

Incentivo à Qualificação do

Alojamento x x x x x x

Reforço da sua capacidade de

oferta x x x x

Incentivo à Qualificação e

Inovação da oferta e serviço

de Restauração x x x x x x

Projecção do Museu do

Relógio x x x

PROGRAMA

Prestar Melhor Serviço

Turístico

Proj

ecto

s

Criação Roteiro Gastronómico x x x

Criação Roteiro de Vinhos x x x

Criação Roteiro “Aldeias de

Terra Forte” x x x

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

66

 

 

 

Qualificação Profissionais

Turismo x x x

PROGRAMA

Inovar em Produtos

Turísticos

Proj

ecto

s

Dinamização de Feiras

Gastronómicas x x

Dinamização Visitas Adegas e

Provas de Vinhos x x

Turismo de Natureza x x x x x

Touring Cultural e

Paisagístico x x x x x

PROGRAMA

Ganhar o Turismo

Proj

ecto

s

Dinamização da Marca “Serpa

Terra Forte” x x

Sensibilização das entidades

públicas para apoio ao

turismo no interior x x

Sensibilização da população

para benefícios do turismo x x

Divulgação do Cante

Alentejano x x

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

67

 

 

 

ANEXO I

ITINERÁRIOS

Uma proposta de Organização da Oferta Turística

A visitação, o recreio e o turismo, constituem formas privilegiadas de articular o

passado e o presente e de materializar a relação tradição/inovação. Constituem ainda

poderosos instrumentos de aprendizagem da nossa e de outras culturas.

Numa época em que a experiência turística se torna cada vez mais sofisticada em

contextos de produção e comercialização claramente internacionalizados e altamente

profissionalizados, afigura – se - nos extraordinariamente importante organizar e propor

olhares de dimensão local e regional, que possam potenciar o desenvolvimento de

actividades sustentáveis, dando visibilidade à nossa memória colectiva

permanentemente reestruturada pela marcha inexorável da história.

Esta proposta pretende testemunhar de forma muito sintética como se elaboram

itinerários18. Tecnicamente que metodologia propomos.

Os itinerários turísticos nada mais são, que uma proposta de organização da oferta

turística existente, ao nível das suas componentes primárias, os patrimónios natural,

histórico – cultural e artístico móvel, fortemente definidores da vocação turística de

uma região.

São um instrumento flexível e poderoso na organização dos recursos turísticos, que

permitem às entidades públicas e privadas que operam no sistema turístico,

organizarem o olhar do visitante em função das mais-valias materiais e simbólicas da

região.

                                                            18 A base desta metodologia foi desenvolvida e testada ao longo de quatro anos (2001/2005), em Alcácer do Sal, por Graça Joaquim e Raquel Moreira, e encontra-se publicada em Valagão, org ,(2006)) Tradição e Inovação Alimentar. Dos Recursos Silvestres aos Itinerários Turísticos, Colibri/Iniap, Joaquim e Moreira” Itinerários Turísticos. Passeando em Torno do Ambiente, do Património e da Gastronomia” pp 207-250.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

68

 

 

 

No contexto do Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa, esta metodologia

constitui um Plano de Acção que a Autarquia pode desenvolver em colaboração com

outros operadores do sistema turístico, tanto locais, como regionais ou nacionais.

Sobretudo nas fases de promoção, comercialização e distribuição destes produtos

turísticos, o nível regional e nacional, e mesmo transfronteiriço, impõe-se.

Tipologia dos Itinerários

A tipologia dos Itinerários proposta resulta de muitos anos de reflexão e trabalho de

terreno no campo do turismo, onde, maioritariamente os itinerários aparecem como

passeios ou colecções de patrimónios exemplares. O raciocínio que esteve na base

desta proposta prende – se com a natureza do consumo turístico, que tendo uma forte

componente simbólica, tem evoluído para procuras cada vez mais diversificadas e

sofisticadas. O conceito de Rota, que o Conselho da Europa tem vindo a desenvolver,

foi também uma fonte de inspiração. Se a rota é essencialmente uma marcação

temática num território, mais ou menos alargado, porque não organizar o material e o

imaterial ao nível da oferta turística? Articular patrimónios diferenciados, gastronomia,

alojamento, e fazer propostas com durações distintas, formas de transporte diferentes,

para visitantes ou para turistas. Nesta lógica, consideramos três tipos de itinerários: os

integrados, os temáticos e os específicos;

Itinerários Integrados – Constituídos por várias componentes do património natural,

histórico-cultural e artístico móvel. Podem ser mais especializados ou mais generalistas

e podem ter duração diferenciada, de 1 a 3 ou mais dias. Normalmente incluem várias

opções de alojamento e restauração. Podem ainda combinar vários tipos de transporte,

desde o carro, a bicicleta, o barco, o passeio ou outros.

Itinerários Temáticos – São constituídos por uma só componente do património da

região, e tal como os integrados podem ter durações diferenciadas e incluir diferentes

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

69

 

 

 

combinações de alojamento, restauração e transporte. Podem ainda ser de muito curta

duração, inserindo-se na categoria da visitação. Dentro do mesmo tema podem fazer-se

várias combinações, articulando territórios diferentes dentro da região, ou mesmo inter-

regional.

Itinerários Específicos – Trata-se de itinerários claramente especializados num aspecto

particular da região, como por exemplo uma visita guiada ao museu do relógio com

explicação detalhada de algumas peças e até experimentação de alguns engenhos, a

observação das técnicas de produção de vinho, queijo, azeite ou enchidos. ou a

observação da apanha de azeitonas. São itinerários de curta duração que podem

funcionar autonomamente ou surgirem como uma componente dos temáticos ou

integrados.

A organização dos itinerários permite múltiplas combinações, que podem funcionar em

simultâneo para visitante e turistas com interesses diferentes.

Como “fazer” itinerários?

Já testadas no terreno, estas são as fases obrigatórias para a elaboração de itinerários

concretos:

1.Conhecimento da região;

2.Consulta de bibliografia relevante e outras fontes sobre a região;

3.Levantamento e inventário dos patrimónios existentes;

4.De Património a Recurso Turístico

Caracterização e definição das potencialidades;

4.1 Classificação;

4.2 Estado de conservação

4.3 Acessibilidade

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

70

 

 

 

5.Definição dos itinerários

6.Monitorização dos itinerários.

7.Negociação dos Itinerários.

8.Comercialização e Distribuição.

Só é possível definir itinerários exequíveis e que espelhem o sentido identitário da

região, fazendo trabalho de campo, conhecendo a região de carro e a pé, de mapa e

cronómetro na mão, e voltando a repetir várias vezes este exercício .É preciso ter a

noção do todo, para poder organizar itinerários multifacetados e flexíveis que

enriqueçam o olhar do visitante.

1.Conhecimento da Região

No caso em que a elaboração de itinerários seja solicitada a uma equipa externa,

começar por passear sem destino pela região que vamos estudar. As denominadas

visitas exploratórias. Sentir o ambiente. Provar a gastronomia local. Dormir nas aldeias

mais remotas. E voltar sempre a este exercício. Começar a conhecer os notáveis locais

e os observadores privilegiados.

No caso da elaboração de itinerários por equipas locais, conhecedoras do terreno, é

necessário fazer um exercício de “exterioridade”, para que as propostas finais reflictam

a pertença identitária colectiva, e não apenas o olhar dos técnicos. Tal como no caso

das equipas externas, torna-se indispensável o contacto com os observadores

privilegiados, o passear sem destino, para permitir um outro olhar sobre o território e as

suas potencialidades.

2.Consulta de bibliografia relevante e outras fontes sobre a região

A exploração bibliográfica, seja mais específica e técnica, como mais documental, um

bom acervo de mapas sobre a região e fontes de informação oral são fundamentais para

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

71

 

 

 

se perceber não só a história, como a dinâmica da região, de modo a poder vir a

identificar itinerários que espelhem o sentir, a pertença das pessoas, em suma a

identidade que hoje é uma marca turística tão importante, como factor de atracção, de

visitantes, de turistas e de viajantes.

Do ponto de vista documental é importante identificar zonas de especial sensibilidade e

testar no terreno a viabilidade da inclusão dessas zonas nos itinerários.

O recurso a fontes orais transporta-nos para o profundo conhecimento que os locais

têm da sua região e permite-nos identificar espaços de especial valor simbólico. Nesta

fase dever – se á já dispor de um primeiro inventário dos patrimónios a partir de fontes

escritas e orais.

3.Levantamento e inventário dos patrimónios existentes

A partir do primeiro levantamento elaborado na fase anterior, este deverá ser

complementado e testado no terreno, identificando fisicamente os patrimónios

históricos – culturais e naturais.

Ao sistematizar o levantamento dos patrimónios, é relativamente comum, a existência

de descoincidências entre os registos e o terreno.

Procedemos então a uma inventariação temática dos patrimónios da região.

4.De Património a Recurso Turístico

Caracterização e definição das potencialidades. Classificação, estado de conservação e

estatuto de propriedade.

Como é que se define se um património tem ou não tem potencialidades turísticas? Isto

é se é potencialmente visitável, se pode vir a constituir um motivo de atracção para a

região? Ninguém tem dúvidas que os Jerónimos, que Évora, ou que um Parque Natural

têm fortes potencialidades turísticas. Porquê? Porque têm um forte valor simbólico

(veja-se o caso de Évora antes de ser classificado património mundial). A definição das

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

72

 

 

 

potencialidades turísticas, depois de todo o levantamento, caracterização,

inventariação, classificação, estado de conservação, acessibilidade, estatuto de

propriedade, pressupõe o conhecimento das tendências do lazer e do turismo tanto

internas como externas, e um profundo conhecimento da região que permita a definição

de potencialidades genuínas da região, de patrimónios enquanto recursos turísticos, que

permitam ao visitante o espaço da memória do território que visita, e a beleza cénica

com que o presente lhe presenteia os sentidos, num perfume onde tradição e inovação

dão no presente, futuro ao nosso passado.

5.Definição dos itinerários

Nesta fase, temos o concelho todo mapeado e zonado. Temos a classificação dos

recursos, o seu estado de conservação, o estatuto de propriedade e já temos uma

primeira abordagem dos itinerários a definir através da identificação das potencialidades,

que consideramos relevantes.

Temos muitos dos itinerários possíveis, já mentalmente definidos, muitos rascunhados

nos mapas.

Trata-se agora de definir os itinerários propriamente ditos e experimentá-los no terreno,

tal qual vão ser propostos.

Devem ser feitos de mapa na mão, de cronómetro, onde vão ser anotadas as

correcções e feitas as alterações.

É a fase em que se alteram sentidos, que se mudam horários propostos inicialmente, em

que se começam a conseguir trabalhar de forma flexível os vários itinerários já

definidos.

6.Monitorização dos itinerários.

Na fase de monitorização, a proposta de itinerários é já a final. Importa testá-los com os

operadores do sistema turístico local, e com observadores privilegiados.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

73

 

 

 

Cada itinerário deve ter uma ficha técnica, com a identificação do percurso, a duração,

o património a visitar, as hipóteses de restauração e alojamento, as várias formas de

transporte.

Os itinerários devem ser monitorizados regularmente, para garantir a qualidade da oferta

turística e a manutenção das condições que constam do itinerário.

7. Negociação dos Itinerários

Para a implementação dos itinerários é necessário um processo de negociação, quando

estes atravessam propriedade privada. Esta fase fundamental caberá aos poderes locais

ou à iniciativa privada, dependendo de quem vai promover este tipo de oferta turística.

8. Comercialização e Distribuição

A questão da comercialização é vital, e existem nos país circuitos de comercialização

profissionais. Estamos na era da integração e da complementaridade de produtos. Seria

desejável que esta complementaridade e integração de produtos se estendesse

territorialmente, no caso do Alentejo, a Lisboa, a Espanha e ao Algarve, com a oferta de

itinerários integrados tanto de produtos diferenciados como de territórios com diferentes

competências turísticas.

Usualmente, as autarquias promovem publicações com alguma organização da oferta

turística, de forma não integrada. Publicações sobre património, alojamento, natureza,

gastronomia e outras.

No caso da distribuição e comercialização ser feita pela autarquia, uma boa publicação

turística de natureza integrada, é um excelente apoio ao visitante que chega a Serpa,

mas por si só não atrai visitantes.

Um processo de comercialização e distribuição feito por operadores especializados,

coloca a questão da procura turística a outro nível e tem mais hipóteses de ser eficaz.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1

        

74

 

 

 

A integração dos itinerários turísticos em produtos territorialmente mais vastos traz

óbvias vantagens a Serpa.

 

PLANO DE

DESENVOLVIMENTO

TURÍSTICO DE SERPA

Julho 2008

Parte 2

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

1

Índice

1. Introdução 2

2. Turismo Hoje 5

2.1 Turismo no Mundo 5

2.2 Turismo em Portugal 7

2.3 PENT: produtos e destinos 10

2.4 O Alentejo no quadro do PENT 11

2.5 Instrumentos de gestão territorial relevantes para

o turismo 12

3. Turismo no concelho de Serpa: condições de partida 14 3.1 Enquadramento e Acessibilidades 14

3.2 População 18

3.3 Estrutura empresarial 27

3.4 Recursos turísticos 28

3.4.1 Cultura e Património 29

3.4.2 Produtos agro-alimentares e florestais 38

3.4.3 Ambiente e Paisagem 41

3.4.4 Artes e ofícios tradicionais 47

3.4.5 “Do caminho de ferro às Ecopistas” 48

3.5 Projectos Âncora identificados como estratégicos

pelo Município 50

4. Oferta Turística 52

4.1 Alojamento 52

4.2 Restauração 56

4.3 Animação turística 58

5. Procura Turística 60

6. Informadores Privilegiados 68

7. Empresa e Equipa 70

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

2

1. Introdução

A afirmação do concelho de Serpa como território de desenvolvimento turístico baseado

na qualidade, orientado para a atracção selectiva de nichos de mercado turístico e para

a polarização de investimentos empresariais, que constitui o objectivo do presente

trabalho, supõe:

o aproveitamento das potencialidades dos recursos naturais, ambientais,

patrimoniais, culturais, económicos e turísticos;

o reforço do aproveitamento dos recursos turísticos existentes no

concelho e nas regiões limítrofes com potencial turístico;

a definição de estratégias de desenvolvimento do turismo, identificando

projectos estruturantes e iniciativas e acções a realizar por entidades públicas

e privadas de âmbito regional e local.

Património edificado, erudito e popular, património cultural e património natural são

recursos turísticos que podem ser mobilizados numa estratégia de desenvolvimento

capaz de atrair clientelas diversas, nacionais e ibéricas, regionais ou mais distantes, no

Inverno como nas estações intermédias e mesmo no Verão.

Clientelas que se posicionam por uma escolha clara pela qualidade, sustentada

nomeadamente em elementos ambientais, paisagísticos, arquitecturais e urbanos,

movidas por imaginários de descoberta, de autenticidade e de singularidade.

Neste potencial percurso de desenvolvimento do Município, a qualidade de vida é um

factor crescentemente importante de atractividade turística, sobretudo num contexto

geral de globalização da produção e do consumo, que inclui o do lazer e o do turismo.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

3

Todavia:

O interior alentejano, comparativamente a outras regiões do país como o Algarve,

Lisboa ou mesmo o litoral Alentejano, apresenta um nível de desenvolvimento

turístico pouco expressivo.

O seu futuro parece no entanto promissor, se atendermos ao conjunto de projectos

que existem e poderão vir a existir, projectos esses que assegurarão um crescimento

significativo da função turística deste território do interior sul.

O concelho de Serpa dispõe de recursos turísticos relevantes, como o património

arquitectónico e arqueológico, a cultura, a gastronomia, as paisagens, a fauna, a

proximidade ao Guadiana na vertente rio e albufeira.

A integração de parte do território no Parque

Natural Vale do Guadiana (PNVG) é

demonstrativa do património natural de que

dispõe (fauna e flora) e da percepção desta

mais-valia ambiental. Esses recursos

ambientais, se mobilizados por uma estratégia

adequada, poderão constituir um importante

factor de suporte do desenvolvimento do turismo e um possível motor de

desenvolvimento económico e social.

A valorização dos recursos ambientais do Vale do Guadiana em termos de turismo

deverá contar com a criação de infra-estruturas de apoio a actividades educativas,

desportivas, de lazer e recreio. Importa que o município de Serpa tenha em conta que,

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

4

uma vez que o Parque Natural Vale do Guadiana ocupa uma vasta área repartida por

vários concelhos, a abordagem dos seus visitantes será sempre mais próxima dos

concelhos que oferecerem melhores condições de acolhimento.

O aumento da procura turística, sobretudo de segmentos mais exigentes, aliado a uma

oferta de qualidade e diversificada é criador de emprego durável e qualificado. Os

efeitos multiplicadores na restauração, no comércio e nos serviços que lhes estão

associados fortalecem as economias locais e as estruturas empresariais subjacentes.

A localização central do concelho de Serpa relativamente ao sul alentejano, posiciona-o

como ponto de partida e ponto de chegada para diversos rotas e percursos pela região.

Os distintos pontos de interesse, explorados e promovidos de forma integrada, podem

incrementar a atractividade e o período de permanência dos visitantes no Município.

Acresce que:

A divulgação dos recursos turísticos do Município é um factor crítico de sucesso na

atracção dos fluxos turísticos potenciais de Serpa.

A mobilização dos diferentes agentes económicos e a sua sensibilização para uma

oferta integrada de qualidade é também uma necessidade premente.

Experiências de qualidade associadas a uma passagem ou uma curta permanência

em Serpa, mesmo que em trabalho, poderão fomentar, a curto e médio prazo, a

repetição de visitas e estadas e/ou passar palavra a familiares e amigos.

O desenvolvimento turístico não pode ser considerado uma opção exclusiva do

Governo, do Município, do sector privado ou dos cidadãos: cada stakeholder deve

desempenhar o seu papel e contribuir para um todo. O papel do Município é, no

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

5

entanto, fulcral por se encontrar num posição intermédia entre o Governo Central, os

cidadãos e o sector privado local.

Neste sentido, é determinante estruturar um modo de actuação que, por um lado

traduza as directrizes nacionais para a realidade do concelho e, por outro, enquadre o

conjunto de actividades nas disponibilidades financeiras, técnicas e humanas.

2. Turismo Hoje

2.1 Turismo no Mundo

A Europa continuará a ser, em 2020, a principal região receptora de turistas

internacionais (717 milhões de turistas, contra 397 milhões para a Ásia Oriental/Pacífico

e 282 milhões para a América, seguidas de África, Médio Oriente e Ásia do Sul –

Organização Mundial de Turismo).

O turismo Internacional representa 7% das exportações anuais de bens e serviços e

aparece em 4º lugar atrás das exportações de químicos, automóveis e combustíveis.

Cálculos recentes do World Trade and Tourism Council (WTTC) indiciam que o

turismo é, em média, responsável por impactes directos sobre o PIB e o emprego na

ordem dos 6,4% e 7,3% respectivamente.

O mercado do turismo internacional está cada vez mais competitivo, com os

destinos a disputarem os mesmos consumidores.

Ao turismo internacional há que juntar o turismo doméstico, dos residentes num país no

próprio país, muito mais volumoso do que aquele, sobretudo no quadro dos países

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

6

desenvolvidos, onde as férias e as viagens de lazer são reconhecidas como direitos

democráticos.

Com o encurtar das distâncias, tanto em termos de tempo como de custos, e mesmo

das distâncias culturais, uma parcela dos fluxos turísticos internacionais tende para

global, muito embora predominem largamente as componentes regionais, por exemplo

dos turistas europeus na própria Europa.

Com a banalização dos fluxos de turismo internacional e a multiplicação das viagens

para destinos distantes, não se apaga a força atractiva das diferenças, antes valoriza-se

cada vez mais as identidades locais.

A par das férias grandes aumentam as férias repartidas, por diferentes períodos do ano

e diferentes destinos, nomeadamente destinos relativamente próximos e acessíveis,

mesmo se de outros países: acessos rápidos por auto-estradas, TGV e low cost;

touring, short breaks, prática de golfe, caça, etc.

Existe uma maior utilização da Internet nas reservas de viagens, aumentando a

desmaterialização do sector.

A natureza cultural da prática

turística faz com esta

acompanhe a diferenciação

cultural dos turistas, e com ela

a segmentação da procura e a

afirmação de nichos

diferenciados de procura. Na

continuação, têm vindo a ser

desenvolvidos novos produtos

para novos mercados: turismo ecológico, turismo de ambientes rurais, turismo de

aventura, com desafios para aumentar a adrenalina.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

7

2.2 Turismo em Portugal

O turismo internacional tem vindo a conquistar, desde meados do passado século, uma

posição de destaque na economia e no desenvolvimento socioeconómico do país,

nomeadamente nas regiões de Lisboa, Algarve e Madeira, regiões igualmente

privilegiadas pelo turismo interno.

Portugal constitui um destino muito procurado pelos turistas europeus, desde logo pelos

espanhóis, com que partilha uma vasta fronteira, mas também pelos ingleses, alemães,

irlandeses, franceses, italianos, etc.

Um destino de certo modo regional, pelo encurtar das distâncias atrás referido, e um

destino familiar, já que europeu e misto entre o atlântico e o mediterrâneo, familiaridade

reforçada com a multiplicação das estadas dos turistas que nos visitam, o

desenvolvimento e modernização do país, e a sua já longa integração na UE.

Continua a ser reconhecida a importância estratégica do sector do Turismo, enquanto

vector de criação de novos equipamentos e empregos e, em última instância, de

crescimento económico e de redução das assimetrias regionais.

Os factores que nos diferenciam de outros destinos turísticos concorrentes são:

clima e luz, associados à sua posição entre o Mediterrâneo e o Atlântico;

a História, de diferenciação e independência no quadro peninsular e de

descoberta, comércio e colonização de escalas mundiais, com reflexos na

cultura e nas tradições;

o sentido da hospitalidade, desenvolvida nos contactos com outros povos e

civilizações;

a diversidade paisagística, do noroeste montanhoso e chuvoso aos planaltos

interiores, às planuras meridionais de estios longos e secos, aos litorais

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

8

atlânticos e aos quase mediterrâneos, uma diversidade concentrada numa

pequena superfície, da ordem dos 90 mil km2;

uma autenticidade algo moderna;

segurança e qualidade competitivas.

Trata-se de factores de atracção relativamente aos quais o território de Serpa se

apresenta no geral bem dotado.

Em termos promocionais, o País foi estrategicamente apresentado como um todo, no

qual cabe um conjunto de subdestinos com conceitos, imagens e marcas próprias: tem

como base o conceito “umbrella”, isto é, sobre um grande “guarda-chuva”.

Por outro lado, tem-se vindo a registar a

democratização das férias e das

deslocações turísticas entre a população

nacional residente no país, se bem que com

flutuações associadas a dificuldades

económicas, não obstante uma certa

generalização do subsídio de férias, e com

níveis que permanecem muito inferiores

aos dos povos mais ricos da Europa

ocidental e do Norte:

em 2006, as taxas de gozo de férias fora da residência habitual elevavam-se a

53% da população residente com 15 e +anos;

os valores mais altos observavam-se então nas áreas Metropolitanas,

nomeadamente na de Lisboa, e nas principais cidades do Sul – Setúbal,

Sines, Évora, Portalegre, Beja;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

9

as taxas de partida eram maiores entre os adultos jovens e os profissionais

liberais que compõem o estrato sócio-económico mais elevado, ao contrário

da classe média inferior e dos trabalhadores por conta de outrem, por

condicionalismos económicos;

os destinos preferidos para férias eram os ambientes de praia e as áreas

rurais, sem dúvida predominantemente em relação com as origens (êxodo

rural tardio);

no alojamento preferencial relevavam-se as casas de familiares e amigos e as

segundas residências, não obstante o recurso crescente à hotelaria em

sentido lato, incluindo unidades TER (Turismo em Espaço Rural),

designadamente no Alentejo, onde predominam nas dormidas;

o fraccionamento das férias permanece ainda fraco, muito embora se

multipliquem as viagens de lazer de curta duração (menos de 4 noites),

processos condicionados por razões económicas, e em particular pela

evolução dos preços dos combustíveis e portagens;

a sazonalidade das férias permanece muito forte e marcadamente estival, em

larga medida condicionada pelos calendários escolares;

pelo contrário, as deslocações de curta duração repartem-se ao longo do ano,

ao sabor de festividades como o Natal, Ano Novo, Carnaval ou Páscoa e dos

fins-de-semana alargados, com pontes envolvendo feriados.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

10

2.3 Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT): produtos e destinos

O PENT é responsável pela realização de 11 programas com várias acções que visam

captar turistas para Portugal, e cuja monitorização vai ser seguida pelo Instituto de

Turismo de Portugal.

Para a sua concretização vão ser disponibilizados cem milhões de euros, através do PIT

(Programa de Intervenção para o Turismo) e do QREN (Quadro de Referência Estratégico

Nacional), onde o turismo consta das medidas referentes à competitividade e à

formação profissional.

A maior parte dos 11 programas do PENT deverão ser lançados até final de 2008, e vão

ser apoiados por dez produtos estratégicos:

o gastronomia e vinhos;

o turismo náutico;

o golfe;

o saúde e bem-estar;

o turismo da natureza;

o turismo residencial;

o turismo de negócios;

o city/short breaks;

o touring cultural e paisagístico;

o sol e mar.

O programa vai desenvolver sete novos pólos turísticos para diversificar a oferta:

o Douro;

o Oeste;

o Litoral Alentejano;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

11

o Serra da Estrela;

o Alqueva;

o Açores;

o Porto Santo.

2.4 O Alentejo no Quadro do PENT

Principais recursos turísticos:

o Património arquitectónico e arqueológico;

o Alqueva; o Aldeias típicas; o Pousadas; o Gastronomia e vinhos; o Castelos e fortalezas.

Objectivos do desenvolvimento do turismo regional:

o Crescimento em número e sobretudo em valor de turistas (nacional e internacional);

o Contraste entre tranquilidade e diversão saudável; o Aposta no Touring.

Principais acções:

o Requalificar a oferta hoteleira; o Promover o desenvolvimento da oferta de animação diurna – passeios,

natureza, jogos; o Desenvolver as actividades culturais.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

12

2.5 Instrumentos de Gestão Territorial relevantes para o turismo

No âmbito do sistema de gestão territorial destacamos:

1 Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) em que se

releva como necessário:

melhorar a integração territorial e a atractividade do vasto espaço de

baixa densidade que é o Alentejo;

consolidar o corredor Sines-Grândola-Beja-Vila Verde de Ficalho como

elementos estruturantes de um sistema urbano regional policêntrico;

reforçar a cooperação urbana transfronteiriça de Beja e outros centros

urbanos do Baixo Alentejo com as cidades da Andaluzia.

2 O Plano de Ordenamento do Parque Natural do Vale do Guadiana:

abrange as freguesias de Santa Maria e São Salvador do concelho de

Serpa;

define regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais tendo em

vista a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento económico das

populações;

promove a harmonização e compatibilização das actividades humanas

com a manutenção e valorização das características das paisagens

naturais e seminaturais e a diversidade ecológica.

3 O Plano de Ordenamento das Albufeiras do Alqueva e do Pedrógão:

define as áreas de vocação turística, que reúnem condições potenciais

para o desenvolvimento turístico, numa perspectiva de

complementaridade e de compatibilização de funções e de aproveitamento

das potencialidades existentes em especial do plano de água;

contempla a Mina da Orada, freguesia de Pias, concelho de Serpa.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

13

4 O Plano de Ordenamento da Albufeira do Enxoé, no concelho de Serpa:

procura conciliar a forte procura desta área com a conservação dos

valores ambientais e ecológicos, principalmente a preservação da

qualidade da água;

prevê um espaço de utilização turística, no qual admite a instalação de

um parque de campismo rural.

5 O Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo:

identifica e propõe espaços florestais prioritários para instalação de Zona

de Intervenção Florestal (ZIF) nas freguesias de Vale de Vargo e Vila

Verde de Ficalho, concelho de Serpa.

6 O Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo:

prevê o desenvolvimento de áreas de especialização regional e de

desenvolvimento turístico com relevância para o concelho de Serpa;

bem como uma articulação transfronteiriça com a Andaluzia ao nível do

subsistema urbano do Baixo Alentejo.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

14

3 Turismo no concelho de Serpa: condições de partida

3.1 Enquadramento e acessibilidades Serpa situa-se no Baixo Alentejo, no distrito de Beja, na margem esquerda do rio

Guadiana:

ocupa uma área de 1.106,5 km2;

compreende 7 freguesias (Brinches, Pias, S. Salvador, Santa Maria, Vale de

Vargo, Vila Nova de S. Bento e Vila Verde de Ficalho).

O IP8 terá um papel fundamental nas acessibilidades do Concelho de Serpa e para a

revitalização económica e demográfica de todo o Baixo Alentejo, fazendo a ligação entre

o Porto de Sines, Beja, Alqueva, Serpa, a fronteira com Espanha e com ligação ao eixo

Lisboa-Sevilha.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

15

O Aeroporto de Beja assume-se, igualmente, como importante motor para o

desenvolvimento económico e turístico para a região do Alentejo.

A EN260 com um percurso semelhante de ligação de Beja à fronteira não apresenta

actualmente grandes condições de segurança.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

16

Figura 1 – População das Regiões Metropolitanas e Cidades da Península Ibérica

Fonte: Plano Nacional de Política de Ordenamento do Território

Serpa

Distâncias a: Alqueva – 25 km e 0:25 horas Beja – 28 km e 0:25 horas Sines – 140 km e 1:55 horas Faro – 180 km e 2:00 horas Lisboa – 220 km e 2:20 horas Espanha Huelva – 140 km e 2:20 horas Sevilha – 195 km e 2:35 horas Madrid – 590km e 6:10 horas Nota: os tempos e distâncias foram calculados para um percurso de automóvel através do Viamichelin

Madrid

Badajoz

Sevilha

Lisboa

Porto

Huelva

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

17

Figura 2 – Sistema Urbano e acessibilidades de Portugal Continental

Fonte: PROT – Alentejo (2007)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

18

-15,00

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

Indicadores depopulação (2005)

8,40 16,40 -11,80 -0,76

Taxa de natalidade

(‰)

Taxa de mortalidade

(‰)

Evolução da pop. 91-06 (%)

Taxa de crescimento efectivo (%)

3.2 População

Figura 3 – População residente nas freguesias e concelho de Serpa.

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

Vale deVargo

Brinches VilaVerde de

Ficalho

SantaMaria

Pias Vila Novade S.Bento

Salvador Concelho(total)

Hab

itant

es (n

º)

1991

2001

2006

Fonte: INE, Censos 1991 e 2001 e Estimativas da população para 2006

Figura 4 – Dinâmica demográfica

Fonte: INE, 2005

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

19

15,5

13,3

13,6

11,9

11,4

11,3

55,4

51,7

51,2

17,3

23,6

23,9

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Portugal

Baixo Alentejo

Serpa

0-14

15-24

25-64

>=65

0500

100015002000250030003500400045005000

1º C

iclo

do

Ensi

noBá

sico

2º C

iclo

do

Ensi

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3º C

iclo

do

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sico

Ensi

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ário

Bach

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Lice

ncia

tura

Popu

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side

nte

Todas as freguesias perderam população, excepto Salvador (+10,5%).

A maior perda aconteceu em Brinches (-17,7%).

Em 1960 residiam 32.476 habitantes e em 1981, 20.784 habitantes.

A evolução da população, entre 1991 e 2006 continuou a ser negativa (-11,8%).

A população em idade activa (15-64 anos) situa-se em 63% (2006).

Muitos outros têm 65 ou mais anos.

Figura 5 – População residente, por classes etárias, em 2006.

Fonte: INE, 2006

Figura 6 – População residente, por qualificação académica*

* Nível de instrução completo mais elevado que o indivíduo atingiu no período de referência.

Fonte: INE, Censos 2001

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

20

Os níveis de qualificação académica da população residente são baixos.

Em 2001, apenas metade tinham completado o ensino básico e apenas 5% o ensino

superior.

Figura 7 – População residente com qualificação académica ao nível da licenciatura e bacharelato

0

20

40

60

80

100

120

Form

ação

Pro

fes.

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Bacharelato e Licenciatura

Fonte: INE, Censos 2001

No ensino superior dominavam as formações de professores e ciências da educação,

seguidos da saúde;

Faltavam qualificações na área do turismo.

Em 2006 surgiu o curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural, na Escola

Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa;

Existem várias escolas na região do Baixo Alentejo com oferta de cursos de

formação na área do turismo, que variam ao longo dos anos;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

21

Em Serpa, o curso profissional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural,

vocacionado para o turismo sustentável e actividades de animação ao ar livre, existe

desde 2006:

o a carga horária é de 3100 horas (3 anos);

o funcionam duas turmas, com cerca de

15-20 alunos cada;

o ainda não existem alunos formados;

o complementarmente, esta escola oferece

também cursos profissionais ligados ao

comércio e à produção agrária, que também poderão vir a reforçar a

qualidade da oferta de bens e serviços com interesse para o turismo.

Fonte: Região de Turismo da Planície Dourada

INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO BAIXO ALENTEJO COM OFERTA NA ÁREA DO TURISMO

Escola Profissional (E.P.) de Alvito (Técnico de Turismo; Hotelaria e Cozinha)

E.P. Bento de Jesus Caraça (Técnico de Turismo – Beja; Técnico de Turismo Ambiental e Rural – Mértola)

E.P. de Desenvolvimento Rural de Serpa (Técnico de Comércio; Técnico de Turismo Ambiental e Rural)

E.P. de Moura (Técnico de Turismo; Técnico de Restauração/Cozinha-Pastelaria)

E.P. de Odemira (Curso Prof. Hotelaria e Restauração;Curso Educação-Formação Serviço de Mesa)

I. S. Politécnico de Beja Licenciatura em Turismo (3 anos – diurno)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

22

856

492 355

916

3355

771807

436

12271348

374

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

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C

AE

G-Q

Sector Primário Sector Secundário Sector Terciário

Pop

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ão r

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ente

em

preg

ada

Acresce que:

Está prevista a criação do núcleo da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa em

Beja, com oferta formativa especializada nas áreas de hotelaria e restauração

(formação inicial e contínua);

O Instituto Nacional de Formação Turística tem organizado diversas acções de

formação e de divulgação para a certificação e/ou reciclagem de activos, em horário

pós-laboral;

A Região de Turismo da Planície Dourada tem um papel de divulgação destes cursos

nos treze concelhos abrangidos, e de organização da parte logística (ex. de cursos:

doçaria regional, mesa e cozinha, entre outros).

Figura 8 – População residente empregada, por ramos de actividade económica (2001)

Fonte: INE, Censos 2001

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

23

Em termos de emprego:

Destacava-se, e continua a destacar-se, o sector terciário, particularmente nos

ramos do comércio por grosso e a retalho e na administração pública;

Destacava-se também a Câmara Municipal, em termos de empregabilidade;

O concelho dispõe de pouca indústria, maioritariamente pequenas e médias

empresas.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

24

Quadro 1 – Peso do turismo no emprego em Serpa

Fonte: INE (2001)

O turismo, tomado em sentido lato, representava em 2001 cerca de 6,5% da população

empregada, com predomínio dos restaurantes, estabelecimentos de bebidas e

hoteleiros:

Nos últimos 7 anos os sectores do alojamento e restauração cresceram, em

quantidade e qualidade;

Está sedeada em Serpa uma agência de viagens da Halcon, mas nenhuma empresa

de animação turística.

População residente empregada em actividades directa ou indirectamente

ligadas ao turismo (INE, 2001) Nº

Estabelecimentos hoteleiros 101

Parques campismo e outros locais de alojamento de curta duração

9

Restaurantes 153

Estabelecimentos de bebidas 106

Aluguer de veículos automóveis 1

Agências de viagens e de turismo 2

Actividade das bibliotecas, arquivos, museus e outras actividades culturais

3

Actividades desportivas 10

Outras actividades recreativas 1

Total (no turismo em sentido lato) 386

Total de população residente empregada 5.930

Peso do turismo 6,5 %

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

25

Figura 9 – Total de activos que saem do concelho de Serpa para outros concelhos

Fonte: Elaborado a partir de Marques da Costa et al, Estratégias de Povoamento

e Políticas de Expansão dos Aglomerados Urbanos.

Serpa perdeu atractividade nas deslocações casa-trabalho inter concelhias. Em 1991, o

concelho de Serpa foi atractivo em termos de emprego para o concelho de Moura:

a população residente no concelho de Serpa que trabalha fora do concelho

(representado na figura pelo índice de geração), não tem peso significativo, sendo

inferior a 15%;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

26

11%

21%

44%

24%

< 25 anos 25-34 anos 35-54 anos 55 e + anos

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Abr-05 Out-05 Abr-06 Out-06 Abr-07 Out-07

Nº d

e de

sem

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0

200

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1000

1200

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Nº t

otal

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M H Total Taxa desemprego (2001) = 16,5%

15%

33%24%

14%

11% 3%

Nenhum 1º ciclo ens. bás.2º ciclo ens. bás. 3º ciclo ens. bás. Secundário Superior

em 1991, 25% e 50% dos que saíam tinham como local de trabalho os concelhos

de Beja e Mértola, mas em 2001 apenas o concelho de Beja.

Figura 10 – Evolução do nº de desempregados

Fonte: IEFP, 2007

Entre 2005 e 2007 o nº total de desempregados diminuiu, mantendo-se o maior

peso no sexo feminino.

Segundo dados do IEFP, de Novembro de 2007, o desemprego dominava na classe

35-54 anos (44%), com o 1º e 2º ciclos do ensino básico (33% e 24%,

respectivamente).

Figura 11 – Desemprego registado no concelho por grupos etários e os seus níveis de escolaridade (Novembro de 2007)

Fonte: IEFP, 2007

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

27

3.3 Estrutura empresarial

Da análise destaca-se:

o peso esmagador dos estabelecimentos com menos de 10 pessoas ao serviço,

93%; segundo a CAE-Rev. 2.1, de 2005, computavam-se 1.972, com 616 no

comércio por grosso e a retalho e 501 na agricultura e pesca;

a Zona industrial de Serpa, constituída actualmente por 24 lotes de empresas,

oficinas e armazéns, microempresas na área da agricultura, comércio e serviços.

Em termos de turismo, relevam-se os estabelecimentos no âmbito do pequeno

comércio, lojas de venda de produtos tradicionais no centro da cidade, queijarias, várias

unidades de alojamento concentradas na cidade e restaurantes.

A Rota do Guadiana – Associação de Desenvolvimento Integrado é uma entidade

privada sem fins lucrativos, criada em 1992 e com sede em Serpa. Assume-se como

uma iniciativa de desenvolvimento local e tem a Margem Esquerda do Guadiana como

território prioritário de intervenção.

As suas grandes áreas de intervenção são:

Animação Económica; Cultura e Ambiente; Educação, Formação e Certificação de Competências; Inserção Social, Profissional e Animação Comunitária; Serviços de Apoio aos Agentes Locais;

Através desta associação está a decorrer um

novo projecto turístico no concelho de Serpa,

que consiste na recuperação e remodelação de

um conjunto de Edifícios existentes em S.

Marcos, que foram instalações da Guarda Fiscal

com vista a transformá-lo como Centro de Lazer

e Educação Ambiental.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

28

3.4 Recursos turísticos

Fonte: trabalho de campo

RECURSOSTURÍSTICOS

CULTURA ePATRIMÓNIO

PRODUTOSAGRO-

ALIMENTARESE FLORESTAIS

AMBIENTEE PAISAGEM

- Museus - Monumentos - Arqueologia - Festas, feiras, teatro, pintura, música - Cante

- Queijo - Mel - Azeite - Enchidos - Vinho - Doçaria regional- Cortiça

- PNVG e Rio Guadiana - Observação de aves - Caça - Actividades de desporto/aventura

ARTESANATO LOCAL

- Cadeiras em buínho; - Calçado artesanal; - Latoaria; - Cestaria; - Ferro forjado

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

29

3.4.1 Cultura e Património

Museus

Fonte: CMS e trabalho de campo

De acordo com o Anuário Estatístico do Alentejo 2005 do INE, em 2004 existiam no

concelho de Serpa 3 Museus1 (Museu do Relógio, Museu Etnográfico e Museu

Arqueológico).

1 Os dados apresentados correspondem aos museus que, no ano de referência, cumpriam os seguintes critérios: existência de, pelo menos, uma sala ou espaço de exposição, abertura ao público permanente ou sazonal; existência de, pelo menos, um conservador ou técnico superior.

- Maior público: visitasde escolas e de excursões seniores - Mais visitantes portugueses do que estrangeiros (Espanhóis, Ingleses e Franceses).

- Protocolo entre a CMS, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, Direcção Regional de Cultura do Alentejo e Instituto Português dos Museus.

- Muito atractivo, recebe visitantes de todo o país - Oficina de restauro e loja do museu - Pequeno jardim, bar e biblioteca - Exposições temáticas. www.museudorelogio.com

MUSEUS

MUSEU DO RELÓGIO (Privado)

MUSEU ETNOGRÁFICO

(CMS)

MUSEU ARQUEOLÓGICO

(CMS)

Dez salas de exposição, 1.800 peças, datadas

do século XVII.

Exposição permanente sobre onze Ofícios

Tradicionais

Fechado para recuperação e reabilitação

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

30

Com vista a que o Museu Arqueológico seja integrado na Rede Portuguesa de Museus

está a ser executada a renovação do seu espaço, nas vertentes de Arquitectura -

Recuperação do Sistema Construtivo e na Reabilitação dos usos.

Acresce a reformulação da exposição permanente, baseada nos conceitos actuais de

Museologia e a criação de actividades diversas, que passam pelas exposições

temporárias e pelo serviço educativo, entre outras.

O projecto encontra-se em articulação com outros preconizados pela autarquia:

o beneficiação do Caminho de Ronda do Castelo; o conservação das Muralhas; o arranjo do espaço da Alcáçova.

Em termos de frequentação museológica:

o Museu Arqueológico recebeu, em 2005,

18.262 visitantes;

o Museu Etnográfico recebeu, no mesmo

ano, 4.518 visitantes e em 2006, 5.119

visitantes.

Importa destacar o Museu do Relógio:

é único na Península Ibérica;

é auto-sustentável graças aos relógios mecânicos que produz artesanalmente;

nos meses fortes de 2007 (Julho e Agosto), recebeu uma média diária de 100

visitas, nomeadamente turistas nacionais, mas também estrangeiros.

No Baixo Alentejo existem mais 7 Museus (1 em Aljustrel, 2 em Almodôvar, 1 em Beja,

1 em Castro Verde, 1 em Moura e 1 em Mértola).

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

31

Espectáculos ao vivo

Quadro 2 – Indicadores de Cultura por concelho em 2004 – espectáculos ao vivo.

Nº de sessões

Nº de espectadore

s

Receitas (milhares de �)

Bilhetes vendidos

Espectadores por habitante

Valor médio dos bilhetes vendidos �)

Serpa 130 24.677 3 372 1,5 7,0Mértola 80 28.773 15 3.016 3,6 5,0Moura 42 14.388 105 5.217 0,9 20,1Baixo

Alentejo 496 112.866 240 20.986 0,9 11,4 Os espectáculos ao vivo incluem teatro, dança, concertos musicais e outros pequenos espectáculos; não inclui cinema.

Fonte: Anuário Estatístico do Alentejo, 2005

Em Serpa, os bilhetes vendidos em 2004 foram em número bastante reduzido, em

comparação com os outros concelhos:

a relação nº de espectadores/nº de bilhetes vendidos indicia que a maioria dos

espectáculos ao vivo são gratuitos;

as despesas da Câmara Municipal com as actividades culturais representavam

12,2% no total de despesas (2004);

a capitação de actividades culturais por habitante foi de 99,9 � (2004);

O concelho de Serpa tem uma agenda cultural muito

diversificada ao longo do ano, nomeadamente feiras,

festivais de música e dança, festas e romarias.

A Câmara Municipal é a principal promotora dos

eventos culturais e existe um grupo de teatro

profissional, os Baal 17, que enriquece o panorama teatral do concelho.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

32

A Região de Turismo da Planície Dourada organiza diversas semanas gastronómicas,

com a participação de restaurantes dos treze concelhos.

No início do mês de Junho de cada ano tem lugar o Encontro de Culturas/Mercado

Cultural promovido pela Câmara Municipal de Serpa, com a participação das Juntas de

Freguesia do concelho e do movimento associativo.

O objectivo é promover a cultura enquanto factor de desenvolvimento: ocorrem

demonstrações culturais de vários pontos de Portugal e de outros países com os quais o

município tem laços de cooperação e de amizade (Brasil, Angola, entre outros);

De salientar

a forte presença do cante alentejano na região;

os grupos de Serpa e o grupo “Os Cantadores” de

Aldeia Nova de São Bento, entusiastas do cante

alentejano

estes grupos têm sido solicitados para actuações em

diversos pontos do país e do mundo.

Situada no centro da cidade de Serpa desde 2002, a livraria “Vemos, Ouvimos e

Lemos” é igualmente um espaço de cultura e lazer, que organiza regularmente eventos

e iniciativas, incluindo actividades dirigidas ao público infantil, como leitura de contos e

exposições. Funciona das 8h as 20h todos os dias e tem como áreas funcionais, uma

papelaria, um espaço dedicado a livros e discos, um café/bar e uma sala para

exposições.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

33

Agenda Cultural 2007 de Serpa

Mês

Exposições e

congressos

Duração Local Espectáculos ao vivo (teatro,

dança, concertos musicais)

Duração Local Feiras, Festas e Romarias

Duração Local

JAN

“Mina de S. Domingos”

1 mês Serpa

Teatro “Caldo Verde”

7 dias

Serpa, Vales Mortos e V. N. São Bento

Festas de S. Sebastião

2 dias Vale de Vargo e V.N São Bento II edição do

Musikando: Festival de Inverno

9 dias Serpa e V. N. São Bento

FEV

300 anos de relógios

mecânicos usados no

Norte

Até 31 Julho

Serpa Feira do Queijo do Alentejo

3 dias Serpa

Festa de N. S. dos Remédios

2 dias Serpa

MAR Mês do Teatro 1 mês Pias IV Feira do Azeite

de Vale de Vargo 3 dias Vale de

Vargo Festival da Mulher 4 dias Concelho de Serpa

ABR

Festa de N. Sr.ª da Guadalupe

5 dias Serpa

Festas de N. Sr.ª das Pazes e S.

Jorge

4 dias V. V. Ficalho

Festa das Santas Cruzes

6 dias V. N Sao Bento

MAI Festas da

Ascensao

4 dias Vale de Vargo

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

34

Fonte: Câmara Municipal de Serpa e Região de Turismo da Planície Dourada

Mês

Exposições e

congressos

Duração Local Espectáculos ao vivo (teatro,

dança, concertos musicais)

Duração Local Feiras, Festas e Romarias

Duração Local

JUN

O orfeon de Serpa na

historia do cante alent.

1 dia Serpa IV Encontro de culturas/Mercado

cultural

10 dias Serpa Festas dos Jordoes

7 dias Pias

V Docks Kingdom – Seminário intern. sobre

cinema document.

6 dias Serpa

JUL e AGO

Noites de Rua Cheia

Mês e meio Ruas e Praças do concelho de Serpa

Festas da Penalva 2 dias V. N. São Bento

Festival Cultural Noites na Nora

2 semanas Julho

Esplanada da Nora -Serpa

Feira da Tradição e do

desenvolvimento

4 dias Serpa

Espectáculo de acordeão; cinema

ao ar livre

3 dias Pias Feira Anual 3 dias V. N São Bento

Semana Cultural de Vale de Vargo

7 dias Vale de Vargo Festas do Sant. Sacramento

4 dias Pias

SET

Pintura de Maria C. Ventura

Serpa V Feira Agro Pecuária

Transfronteiriça

3 dias Vale do Poço

OUT 2 Festival de Folha Caída

1 mês Serpa

NOV / DEZ

Teatro Valsa nº 6 5 dias Serpa Feira do Vinho 2/3 dias Pias

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

35

Quadro 3 – Agenda de actividades de Natureza e Ambiente

Organizadores:

Câmara Municipal de Serpa

Grupo de Teatro Profissional de Serpa BAAL 17 www.baal17.com

Grupo de Teatro Experimental de Pias

Natureza e Ambiente: Cabra Montez www.cabramontez.com

Outros: Semana Gastronómica do Gaspacho e Tomatada, Julho, organizado pela RTPD (Região Turismo

Planície Dourada), com restaurantes dos vários concelhos

Semana Gastronómica do Porco, Borrego e da Caça, organizadas pela RTPD, com restaurantes

dos vários concelhos, incluindo Serpa

CINEMACineteatro Municipal de Serpa Cineteatro Maria Lamas, V. N. São BentoTodas as 3ª F, 6ªF e Sábados Todas as 6.ª F e Sábados

MÊS NATUREZA E AMBIENTE JAN FEV MAR

ABR Descida do Rio Guadiana e Travessia do Tejo em

BTT (2 fins de semana) MAI JUN

JUL e AGO

Grande travessia de Verão em BTT Queluz – Serpa

1 dia SET OUT

NOV / DEZ

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

36

Património Monumental e Arqueológico

O concelho tem um património rico e classificado:

O património arqueológico de Serpa surge numa posição de destaque no Inventário

Nacional, nomeadamente a Cidade das Rosas e a Necrópole;

O património arquitectónico assume no seu conjunto grande relevo, em especial o

núcleo mais antigo da cidade;

O Núcleo Intra-muralhas da Cidade de Serpa encontra-se classificado como Imóvel

de Interesse Público;

O Gabinete do Património da Câmara Municipal de Serpa tem em curso uma série de

projectos de recuperação e reabilitação de espaços públicos no centro histórico da

cidade;

Fonte: IGESPAR – Instituto de Gestão de Património Arquitectónico e Arqueológico

Património Monumental (IGESPAR)

Barragem romana do Muro dos Mouros

Muralhas de Serpa

Igreja de São Francisco // Convento de

Santo António

Palácio dos Condes de

Ficalho // Casa do Castelo

Mosteirinho // Convento do Mosteirinho

Igreja de SantaIria // Igreja Paroquial de Santa Iria

Ermida de Santa Luzia

Igreja de Santa Maria // Igreja

Matriz de Serpa

Núcleo Intramuralhas da Cidade de

Serpa

Ponte antiga sobre a ribeira

do Enxoé

Classificado

Em Vias de Classificação

IIP Imóvel de Interesse Público

MN Monumento Nacional

Em Vias de Classificação (Homologado)

Situação actual Categoria de Protecção

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

37

A informação disponível na figura anterior resulta do carregamento de um módulo

específico dedicado ao Património Imóvel, constante do Sistema de Informação do

IGESPAR, e refere-se preferencialmente aos imóveis classificados e em vias de

classificação.

Paralelamente é divulgado um conjunto de imóveis que não possui protecção legal, mas

que faz parte dos inventários temáticos em curso no IGESPAR. Integra-se neste

conjunto a Ponte sobre a Ribeira de Enxoé, que por sua vez integra o itinerário das

Pontes Históricas do Alentejo.

Em 1997 foi realizada a carta arqueológica com uma listagem de 322 sítios.

Actualmente, segundo o IGESPAR, existem 516 sítios arqueológicos.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

38

3.4.2 Produtos agro-alimentares e florestais

A grande qualidade dos produtos encontra-se reconhecida pela Denominação de Origem

Protegida (DOP), casos do Azeite, Mel, Queijo e Vinho, e pela Indicação Geográfica

Protegida (IGP), no caso do Borrego.

Olival e Azeite

O concelho apresenta condições climáticas excelentes e solos de elevada aptidão para

esta cultura:

em 2005, o concelho produziu cerca de 5% do azeite extraído em Portugal e foi o

2º maior produtor do Baixo Alentejo;

o consumo do azeite está enraizado nos hábitos

alimentares e presente em todos os restaurantes;

Na produção concelhia, destaque para a Cooperativa

Agrícola de Brinches e a Sociedade Agrícola de Pias,

entre outros.

De destacar também para a compra de terrenos por Espanhóis, com vista à plantação

de olival de produção intensiva.

Mel

O mel também é produzido na região, na continuação das pastagens naturais dos

montados;

Constitui um elemento importante na doçaria regional;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

39

Enchidos

Os enchidos de porco preto (da raça negra alentejana) são famosos em todo o

concelho, relevando-se os de Vila Nova de S. Bento e de Vila Verde de Ficalho;

Cortiça

A cortiça que se extrai junto à Serra de Serpa é considerada uma das melhores do

mundo.

Queijo Serpa

Produto artesanal conhecido e reconhecido pela sua excepcional qualidade;

fabricado exclusivamente com o leite de ovelha produzido na Região Demarcada do

Queijo Serpa, criada em Junho de 1987 e abrangendo 12 concelhos da região do

Baixo Alentejo;

«Queijo Serpa» premiado internacionalmente2.

2 Os Presidia são distinções atribuídas pela Slow Food. (www.slowfoodfoundation.org) Têm o

objectivo de premiar produtos extraordinários de todo o mundo. Estes produtos de Presidia

conquistaram não somente cozinheiros e gourmets, mas ganharam também os consumidores.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

40

Vinho

Em 2005 o concelho produziu 10% do total de vinho do Baixo Alentejo:

na produção, destaque para o Vinho Regional

Tinto;

o Vinho da região de Pias é o mais conhecido;

os Vinhos de Pias e de Serpa, de que se

distinguem os tintos, são encorpados, de cor

escura e gosto suave, e têm sido premiados a nível nacional.

Borrego

Esta carne provém essencialmente de borregos da raça Merino Branco.

A sua criação beneficia de um ecossistema característico que impera em torno de

Serpa e Beja;

o sistema de produção é tradicional, tem raízes seculares, e conjuga factores

naturais e humanos.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

41

3.4.3 Ambiente e Paisagem

A paisagem de Serpa estende-se para lá das muralhas e do centro histórico e espraia-se

nas extensas planícies e montes com vinhas e olivais. É toda uma riqueza natural,

ambiental e paisagística.

São de considerar o Parque Natural do Vale do Guadiana, os sítios e as zonas de

protecção especial, onde a flora e sobretudo a fauna merece especial destaque.

O rio Guadiana destaca-se pela barragem do Alqueva e a sua albufeira, e pela

diversidade biológica e paisagística das suas margens, na quase totalidade da sua

extensão.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

42

Algumas espécies raras encontram refúgio nesta região, casos da Cegonha Preta, Grou,

Cortiçol-de-barriga-preta, Águia-imperial e Alcaravão e fazem do Sul Alentejano um dos

poucos sítios do globo onde podem ser encontradas.

A denominação IBA (em inglês Important Bird Area)

representa sítios com significado internacional para

a conservação das aves à escala Global.

Estas áreas, definidas através de critérios

científicos internacionais são, na sua

maioria, compatíveis com os princípios de

criação de Zonas de Protecção Especial

(ZPE) prevista na Directiva 79/409/CEE

(Directiva Aves da União Europeia).

Serpa tem dentro dos limites do concelho

parcelas de duas IBA’s das quais pode retirar proveitos significativos para o

seu desenvolvimento local.

Em termos de turismo, importa ter presente que:

O Touring cultural e paisagístico tem vindo a afirmar-se, em paralelo com a

crescente mobilidade, melhoria das acessibilidades e tempo livre, designadamente

nos fins-de-semana;

a riqueza ornitóloga pode funcionar como atractivo de Birdwatching. Em todo o

mundo haverá cerca de 80 milhões de pessoas que têm como entretenimento

observar aves, sendo que muitas delas viajam milhares de quilómetros para

fotografar espécies que não existem nos seus países;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

43

Muitos destes turistas permanecem algum tempo no destino, sendo clientes do

alojamento e restauração também adquirem artesanato e outros produtos,

impulsionando o comércio e a economia locais;

Serpa e os concelhos vizinhos apresentam um enorme potencial cinegético. Embora

ainda se observem caçadores com a arma ao ombro e os seus cães a passear pelos

campos e se pense que a caça é apenas isso, a actividade cinegética tem vindo a

converter-se num autêntico negócio que envolve muito dinheiro:

A caça, actividade muito antiga, está a adaptar-se aos novos tempos e as novas

tecnologias. Caminha-se para uma caça mais técnica e regulamentada que exige, não

apenas guardas mas, especialistas, cursos de formação para gestores cinegéticos e

técnicos responsáveis por planos de caça ou certificações de qualidade cinegética, que

contribuem para dinamizar economicamente o município e a região.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

44

Figura 12 – Áreas de aptidão potencial para caça

Fonte: Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo, MADRP (2007)

Um exemplo da importância económica desta actividade é ilustrado por Huelva,

província espanhola mais próxima do Sul Alentejano, incluída na Comunidade Autónoma

da Andaluzia e que faz fronteira com Portugal desde Barrancos até à costa

Mediterrânica, com área semelhante ao distrito de Beja (10.128 km2), mas quase três

vezes mais população (483.792 habitantes) e território com clima, fauna e flora muito

semelhantes às que se verificam no sul interior alentejano.

A actividade cinegética desenrola-se em Huelva, tal como em Portugal, em coutos

associativos e em privados. Os primeiros são em geral terrenos regionais ou municipais

e cada um deles tem características particulares atendendo ao número de sócios, às

quotas a pagar e à repartição das peças de caçadas:

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

45

num couto privado paga-se em geral por

dia de caçada ou por peça, e os valores

praticados em Espanha são semelhantes

aos portugueses, ou seja, valores que

podem facilmente passar dos 500� por

pessoa e por dia ou os 50� por perdiz;

com a actividade cinegética movem-se anualmente na província de Huelva 30

milhões de euros. Os caçadores garantem gastos pela caça e outros pela

alimentação, transporte dos animais abatidos e dos cães, e muitas vezes também

alojamento.

Figura 13 – Zonas de Caça do concelho de Serpa

Fonte: Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo, MADRP (2007)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

46

Mudanças no Ambiente e nas paisagens introduzidas pelo Empreendimento de Fins

Múltiplos do Alqueva

Alqueva tem uma grande influência sobre toda a região interior do Alentejo. Destacam-

se várias valências, como o abastecimento público, a agricultura de regadio, a energia,

o ambiente e de um modo particular o turismo.

O aumento da produtividade e diversidade das culturas agrícolas, através dos novos

perímetros de rega, gerará maior riqueza e competitividade económica e com eles,

maiores fluxos de bens e pessoas, nomeadamente associadas ao negócio;

a vastidão do novo lago interior criou uma nova paisagem, com forte capacidade de

atracção de turistas sensíveis aos horizontes aquáticos e as novas amenidades;

estas novas potencialidades para actividades náuticas fundamentam muitos novos

projectos de desenvolvimento de uma oferta turística diversificada, do alojamento ao

desporto;

as facilidades de rega, combinam-se com estruturas fundiárias dominadas pela

média e grande propriedade e capacidades empresariais e exprimem-se em grandes

projectos PIN, de resorts integrados, com hotelaria, turismo residencial, golfe...

o perímetro de Alqueva foi oficialmente reconhecido pelo PENT como um novo

destino turístico a desenvolver e promover.

Pela vizinhança do perímetro de Alqueva e dos

projectos turísticos que nele serão implementados,

o Município de Serpa pode tirar benefícios de uma

procura crescente e diferenciada, capaz de valorizar

lazeres e experiências diversas, dos silêncios e

rusticidades rurais e ambientais, das manifestações

culturais, passando pelo património, pelos museus,

pela gastronomia, pelos vinhos...

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

47

3.4.4 Artes e ofícios tradicionais

Artesanato

O artesanato em Serpa permanece sem grande inovação.

Alguns exemplos dos velhos ofícios (ferrador, latoeiro,

abegão, sapateiro, ceramista) e os seus utensílios

(cadeira em buínho, calçado artesanal, cestos) estão

patentes no museu etnográfico.

A prática das actividades tradicionais tem se vindo a perder; os poucos artesãos

são, na sua maioria, idosos e sem capacidade para, por si sós, passar o

conhecimento às novas gerações.

Gastronomia

A Região continua a oferecer pratos tradicionais, que se podem encontrar nos

restaurantes locais - "migas", "açorda", "borrego à pastora", "lavadas",

"gaspacho", "masmarras", "grãos com alho e louro", "surra-burra", "caldeiradas de

peixe do rio", etc..

As sobremesas e doces são também tidas como

especialidades e características da região:

"folhados de gila", “tosquiados", "turtas",

"queijadas de requeijão".

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

48

3.4.5 “Do Caminho-de-ferro às Ecopistas…”

Foi elaborado pela REFER um plano estratégico para a requalificação de canais

ferroviários em Ecopistas, entre os quais se encontra a reconversão do ramal de Moura.

Este percurso atravessa os três concelhos de Beja, Serpa e Moura, numa extensão total

de 57,6 km. Tem início na cidade de Beja (estação de Beja, em funcionamento) e

termina na estação de Moura (actualmente desactivada).

Aproximadamente a meio do percurso a Ecopista intersectará o Sitio do “Guadiana”,

pertencente à Rede Natura 2000, local de grande beleza cénica e diversidade ecológica.

Algumas estações (como é o caso de Pias),

apeadeiros e edifícios associados,

encontram-se num estado avançado de

degradação. Dado o seu valor cultural

susceptível de recuperação, estes edifícios

oferecem potencialidades de funcionar

como infra-estruturas de apoio à referida

Ecopista. Com a implementação do

projecto pretende-se, também, a sua preservação e recuperação, mantendo viva a

memória do local.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

49

Fonte: REFER (2006)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

50

3.5 Projectos âncora identificados como estratégicos pelo Município

Fonte: Gabinete do Património da Câmara Municipal de Serpa

GRANDES OPÇÕES DO

PLANO (2007-2013)

A água e o ambiente de

futuro

Valorizar a herança e

promover a cultura

Desenvolver o concelho com

qualidade de vida

- Recursos Hídricos para as populações - Prevenção de Riscos - Gestão de resíduos sólidos e limpeza Urbana - Tratamento de águas residuais - Ambiente do Futuro

Revitalizar o Centro Histórico de Serpa e Valorizar o Património Histórico e Arquitectónico - Valorizar as Tradições e Produções Locais - Dinamizar Projectos Culturais - World Music Center

- Melhorar a circulação e a mobilidade - Valorizar os espaços urbanos - Promover a e Dinamizar a Rede de Equipamentos Culturais e Desportivos - Promover e apoiar iniciativas para a população jovem

DA CIDADE ATÉ AO RIO - CAMINHOS PEDONAIS E DE

BICICLETAS DA CIDADE ATÉ AO RIO

PLANO MUNICIPAL DE PORMENOR DE SALVAGUARDA E

REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL

CONJUNTO MUSEOLÓGICO E MUSEU ARQUEOLÓGICO

LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO DE TÉCNICAS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO TRADICIONAIS

MUSIBERIA – CENTRO INTERNACIONAL DE MÚSICAS E DANÇAS DO MUNDO IBÉRICO

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

51

Nestes projectos destacamos:

O de criação de um centro de música a nível europeu – World Music Center –

assumido actualmente pela CMS como um projecto de menor dimensão – Musiberia.

O MUSIBERIA – Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico com vista

a aproximar, integrar e divulgar a música e a dança do Mundo, assentando a sua oferta

de partida nas expressões de países e grupos culturais da diáspora luso-espanhola;

espera-se que este centro inicie as suas funções no último trimestre de 2009, com os

turistas, a comunidade e os alunos das escolas como público-alvo.

O MUSIBERIA vai instalar-se em Serpa, num espaço que foi anteriormente uma Fábrica

de Moagem, situado junto das muralhas da cidade. As suas actividades principais vão

ser:

a formação especializada em música e dança a artistas, professores e alunos;

a difusão cultural, através de concertos e exposições;

e a educação para a vida.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

52

4 Oferta Turística

4.1 Alojamento

Unidades de alojamento – caracterização resultante do trabalho de campo

(Nov. 2007)

Clientes:

80% - 90% Portugueses

Estrangeiros: espanhóis, ingleses e franceses

Estada média: 1-2 dias

Características:

Trabalhadores (incluindo gerentes) sem formação adequada na área do turismo

Maioria não vende produtos regionais nas unidades; Alguns vendem azeite e vinho da

região.

Maioria não serve refeições sem ser o pequeno-almoço

Divulgação:

Maioria com página de Internet, somente informativo; pouco interactivo, sem

possibilidade de fazer reservas

Poucos trabalham com operadores turísticos

Lacunas: folhetos de informação turística

Taxa de ocupação média: Máx. JUL/AGO: 80% -90% Min. NOV/DEZ: 30-40%

Preços praticados (euros)

Residenciais: Single varia entre 30 a 40 Duplo entre 40 a 50

Estalagem S. Gens: single 65 duplo 75 suite 100

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

53

Alojamentos turísticos Localidade Categoria Nº quartos Nº de camas Organização de actividades

Estalagem S. Gens *

Serpa Estalagem 18 36

Zens Village * Serpa Estalagem 7 14 Para grupos: actividades ao ar livre – BTT, TT e canoagem

Residencial Beatriz *

Serpa Residencial 10 17

Residencial Serpínia

Serpa Residencial 31 40

Residencial Pulo do Lobo

Serpa Residencial 8 13

Casa de Serpa * Serpa TER - turismo rural 6 9 Colaboração com uma empresa de

Beja para grupos; Rent-a-bike ( 4 bicicletas)

Casa da Muralha *

Serpa TER - turismo rural 4 8 canoagem

El Rincon *

Serpa TER - turismo habit. 7 14

Herdade do Topo *

Serpa TER - agro-turismo 4 8 Cavalos; lições de equitação

Monte da Morena * (inserido numa propriedade

agrícola de 30 ha)

Serpa TER - agro-turismo 7

(5 + Apart. T2) 10

O proprietário recomenda visitas e actividades

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

54

* Alojamentos Turísticos Classificados pela Direcção Geral de Turismo Fonte: Trabalho de campo; Câmara Municipal de Serpa; sites das unidades de alojamento, 2007

Alojamentos turísticos Localidade Categoria Nº quartos Nº de camas Organização de actividades

Herdade de Besteiros * (propriedade de 400 ha)

Serpa TER - turismo rural 7 (distribuídos por

4 casas) 10

Passeios de barco ou canoa pelo Guadiana a partir de Mértola, slide, escalada em parede, tiro

com arco, paintball, rotas de jeep, etc..

Monte de Vale Perditos *

Vila N. São Bento TER - agro-turismo 4 8 Caça

Outeiro da Vila * (nova unidade de alojamento)

Vila Verde Ficalho TER - casas de Campo 6 12 Casa agrícola centenária; possível conhecer o processo de produção

do azeite

Horta da Larga

Serpa Alojamento Part. 3 4

O Casarão

Serpa Alojamento Part. 14 28

Albergaria Bética * Pias Albergaria 14 25 O proprietário recomenda visitas e

actividades

Monte da Portela Nova * Serpa Moradia Turística 2ª 3 6

Passeios TT para motos; participação na época da vindima e da azeitona; passeios safari com

Jeep

Casa Hóspedes "Virgínia"

Serpa Casa de Hóspedes 6 9

Parque Campismo Municipal Serpa 110 tendas 30 caravanas

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

55

O alojamento e a restauração são componentes essenciais

da oferta turística, sendo responsáveis, em grande parte,

pela retenção dos benefícios económicos do turismo numa

dada localidade:

O alojamento no concelho de Serpa conta com 18

unidades (além do parque de campismo), sendo o nº de

camas de 271, 13 são classificadas pela Direcção-Geral de Turismo, 8 são

englobadas no Turismo em Espaço Rural (TER), a grande maioria encontra-se na

cidade de Serpa;

O alojamento é diversificado, mas insuficiente, não existe uma unidade hoteleira que

receba grandes grupos. A Pousada de Serpa perdeu, recentemente, a sua ligação às

Pousadas de Portugal e passo para Estalagem;

Sente-se a ausência de comunicação entre os diversos

estabelecimentos e a falta de programas para

ocupação durante as estadias. Na maioria das vezes

são os proprietários destas unidades que indicam aos

hóspedes os vários percursos e locais a visitar no

concelho e na região, tanto a Barragem do Alqueva como a região da Andaluzia.

De salientar o facto de algumas unidades de alojamento nos terem referido que recebem

hóspedes estrangeiros por se encontrarem incluídas em guias turísticos internacionais

conhecidos (Routard, Lonely Planet).

A complementar a oferta hoteleira e similares contam-se também 17 quartos com 32

camas oferecidas por particulares e não inscritas na Direcção-Geral do Turismo, que em

geral, praticam preços inferiores aos restantes alojamentos turísticos: a mão-de-obra é

sobretudo doméstica e pouco qualificada, e o acolhimento tem um cariz familiar.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

56

O parque de campismo municipal acolhe no Inverno vários estrangeiros, nomeadamente

holandeses e ingleses, com estadias longas.

4.2 Restauração

Quadro 4 – Estabelecimentos de restauração no concelho de Serpa

Restaurante Local Tipo de estabelecimento CapacidadeA Adega Serpa Pizzeria 70A Gare Serpa Snack Bar 68

A Quintinha Serpa Take Away 30As Piscinas Serpa Snack Bar 90Cruz Nova Serpa Restaurante 35D. Pedro Serpa Restaurante 42

O Casalinho -Estalagem de S. Gens

Serpa Restaurante 60

Lebrinha Serpa Cervejaria 100Molho Bico Serpa Restaurante 120

Nascer do Sol Serpa Snack Bar 40O Alentejano Serpa Restaurante 48O Casarão Serpa Restaurante 46O Cuiça Serpa Restaurante 44

O Forcado Serpa Restaurante 55O Forno Serpa Restaurante 53O Gato Serpa Restaurante 25O Nay Serpa Restaurante 45

O Recanto Serpa Snack Bar 60O Voluntário Serpa Restaurante 42

O Zé Serpa Restaurante 30Pedra de Sal Serpa Restaurante 40

Ponto de Encontro Serpa Restaurante 20Toca do Coelho Serpa Snack Bar 60

Tradição Serpa Restaurante 38Vila Branca Serpa Restaurante 30

Zens – Restaurante Bar Medieval

Serpa Restaurante 180

Girassol Serpa (St.ª Iria)

Snack Bar 20

Total Serpa = 27 estabelecimentos (1491 lugares)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

57

Arroz Doce Pias Restaurante 70

O Adro Pias Restaurante 80O Lagar Pias Restaurante 258

Central Norte Pias Restaurante 80Central Pias Restaurante 50

A Cantina Pias Restaurante 140O Alpendre Pias Restaurante 70A Trindade Pias Restaurante 80

Zorrito Pias Restaurante 50Total Pias = 9 estabelecimentos (878 lugares)

A Raiana V. V. Ficalho

Restaurante 20

Azinheira dos Guiões V. V. Ficalho

Snack Bar 40

Boa Vista V. V. Ficalho

Restaurante 170

Dimas V. V. Ficalho

Restaurante 120

A Bica do Vinho V. V. Ficalho

Restaurante 60

O Património V. V. Ficalho

Restaurante 60

Total V.V. Ficalho = 6 estabelecimentos (470 lugares)

Venâncio V.N. São Bento

Restaurante 33

O Milho V.N. São Bento

Restaurante 50

Primavera V.N. São Bento

Restaurante 32

Total = 3 estabelecimentos (115 lugares)

O Tareco Vale de Vargo

Restaurante 60

Total = 1 estabelecimento (60 lugares)

Fonte: Região de Turismo da Planície Dourada e Câmara Municipal de Serpa, 2007

No total existem 46 estabelecimentos com capacidade para 3014 lugares:

Os restaurantes são em geral de boa qualidade, maioritariamente na cidade de Serpa

e na Vila de Pias;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

58

A gastronomia é característica da região e a sua confecção é tradicional (sem

grandes inovações);

Três produtos da região estão presentes em quase todas as refeições: o queijo, o

azeite (azeitona) e o vinho, acresce a doçaria regional.

Existe um conjunto de estabelecimentos com capacidade para grupos e que atraem

clientela proveniente de Espanha.

A mão-de-obra é em geral qualificada nos restaurantes de melhor qualidade, alguns

saídos dos cursos de formação de Beja; inversamente nos restaurantes de nível inferior

e estrutura familiar.

4.3 Animação turística

Nos concelhos de Beja e Mértola já existem empresas com ofertas nesta área,

sobretudo para actividades ao ar livre ao longo do Rio Guadiana.

Algumas empresas sedeadas na região de Lisboa e no Alentejo oferecem programas

para o concelho de Serpa, principalmente relacionados com as actividades de

desporto e aventura, património monumental e gastronomia;

A AlentejoTours, com sede em Beja, que tem como objectivo organizar a oferta

turística do Alentejo, incluindo Serpa, através da oferta de programas estruturados,

organizados por temas e programas faça você mesmo. Têm acordos com várias

agências de viagens em Portugal e fazem a promoção externa em Espanha, nas

regiões da Andaluzia e da Estremadura.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

59

EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA COM PROGRAMAS EM

SERPA

Cabra Montez – Eventos Alternativos e Animação

Turística Sede: Belas

Fuga Perfeita Animação e Turismo Cultural

Sede: Colares

Alentejo Tours, Operador turístico

regional especializado no Alentejo Sede: Beja

Actividades ao ar livre – canoagem, BTT, passeios pedestres, entre outros

Programa Histórias e Sabores do Alentejo,

Serpa e Moura

Programas: Vinhos e Gastronomia

Histórico Culturais Natureza

O Monte das Arouchas, a 2 km de Serpa, a caminho de Pias, oferece a possibilidade

de realização de eventos diversos, como casamentos, festas tradicionais alentejanas

com cantares e comida típica.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

60

5 Procura Turística

Recordemos os traços gerais do turismo na Região da Planície Dourada, segundo

informação disponibilizada pela Região de Turismo e referente a 2006, ano em que foi

elaborado um inquérito ao turista, tendo sido obtidas 300 respostas (64% de

Portugueses e 36% de Estrangeiros).

O território da Planície Dourada, correspondente à parte interior do distrito de Beja (13

concelhos) atrai um perfil de turista que quer fugir aos destinos de massas e que está

disposto a gastar mais dinheiro em produtos cuja qualidade reconhece.

O turista que procura o Baixo Alentejo, seja ele nacional ou estrangeiro, pertence, na

sua generalidade, a um estrato social, económico e cultural mais elevado do que a

média:

são turistas que se deslocam em pequenos grupos, famílias ou em casais e,

normalmente, em automóvel próprio ou alugado;

predominam largamente os turistas portugueses, claramente menos no segmento de

65 e +anos;

a motivação das viagens é a vivência de férias e fins-de-semana;

As estadas são predominantemente curtas e inferiores a 5 noites;

Na atractividade destacam a paisagem, a tranquilidade e o património

arquitectónico, mas também a gastronomia e a hospitalidade;

Muitos definem as visitas, sobretudo os portugueses, muito influenciados por

familiares e amigos;

Nas práticas turísticas relevam-se o descanso, a par das visitas aos museus e

monumentos, de algumas actividades ao ar livre, sem esquecer a restauração, a que

os estrangeiros são também muito sensíveis;

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

61

Nacionalidade dos turistas com origem fora de Portugal

0

5

10

15

20

25Es

toni

ana

Finl

ande

saIrl

ande

saBe

lga

Aust

riaca

Litu

ana

Suec

aD

inam

arqu

esa

Aust

ralia

naR

ussa

Bras

ileira

Sul A

frica

naAm

eric

ana

Can

adia

naSu

iça

Italia

naFr

ance

saEs

panh

ola

Alem

ã H

olan

desa

Britâ

nica

Nacionalidade

Nº d

e re

spos

tas

Estatuto profissional actual segundo o país de origem do turista

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Doméstico/a

Desempregado

Outro

Reformado

Quadro técnico

Estudante

Trabalhador qualif icado

Conta-própria

Quadro superior

Esta

tuto

pro

fissi

onal

Nº de respostas

Portugal

Outropaís

INQUÉRITO AO TURISTA 2006 – REGIÃO DE TURISMO DA PLANÍCIE DOURADA (RTPD) CARACTERIZAÇÃO DO TURISTA

Faixas etárias mais representadas:

25-34 anos (24,7%) 45-54 anos (19,1%)

15-24 anos (82% origem em Portugal)

= ou > 65 anos (turistas estrangeiros são mais do dobro dos nacionais)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

62

Motivo da visita em função da origem

7

2

11

3

79

9

28

49

82

14

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Outro

Visitas (semdormida)

Trabalho

Fim de semana

Férias

Mot

ivo

da v

iage

m

Nº de respostas

Portugal

Outropaís

Nº de noites de estada na Planície Dourada

11%

43%23%

7%

11%5%

Nenhuma

Uma a duas

Três a cinco

Seis a oito

Mais de oito

Sem dados

Principais atractivos que o trouxeram à RTPD

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

Acessibilidades

Outros

Preços

Preservação do ambiente

Hospitalidade

Património Arquitectónico

Gastronomia

Tranquilidade

Paisagem

Nº de respostas

INQUÉRITO AO TURISTA 2006 – REGIÃO DE TURISMO DA PLANÍCIE DOURADA (RTPD) CARACTERIZAÇÃO DA VISITA

Mais visitantes nos meses:

Agosto (1º), Julho (2º), Dezembro (3º) Janeiro (4º) Concelhos mais visitados:

Beja (1º), Serpa (2º),

Mértola (3º), Moura (4º)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

63

Razões de escolha da RTPD

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Brochuras turísticas

Agência de viagens

Publicidade da RTPD

Guias turísticos

Artigos revistas/jornais

Internet

Outro

Conselho de amigos/familiares

Visita anterior

Nº de respostas

Portugal

Outropaís

Actividades praticadas/a praticar durante a visita à RTPD

0 20 40 60 80 100 120

Congressos/SemináriosEventos desportivos

Parque TemáticoRota do Fresco

OutroBares/Discotecas

FeirasActividades ao ar livre

RestaurantesDescansar

Museus/Monumentos

Nº de respostas

Portugal

Outropaís

INQUÉRITO AO TURISTA 2006 – REGIÃO DE TURISMO DA PLANÍCIE DOURADA (RTPD) CARACTERIZAÇÃO DA VISITA

Avaliação de 17 aspectos da região (escala de 1 – mau a 5 – excelente)

Classificação global da região é marcadamente

positiva Média: 3,73

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

64

Analisemos complementarmente, alguma informação específica da procura turística

incidente no concelho de Serpa, e traduzida nos quadros que se seguem:

Quadro 5 – Indicadores de Hotelaria por concelho (2004)

Estada média de hóspedes estrangeiros

Número de camas por por 1000 Habitantes

Hóspedes por

habitante

Proporção de

Hóspedes Estrangeiros

Proporçãode

dormidas entre Julho

e Setembro

Dormidasem estab. Hoteleiros

e Similares por 100

Hab. Nº. de noites N.º % N.º

Serpa 1,3 4,9 0,4 16,8 28,1 55,8Ferreira

do Alentejo

1,2 21,4 0,2 2,8 25,5 41,4

Beja 1,3 14,0 1,1 21,6 27,6 154,5Baixo

Alentejo 1,4 8,4 0,5 17,1 28,9 76,0

Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2004

Nota: Os dados apresentados abrangem apenas os estabelecimentos classificados na Direcção Geral do

Turismo. Estes e outros indicadores de hotelaria não foram possíveis de obter para o concelho no ano 2005

visto que, segundo o INE, não respeitaram os critérios de qualidade por uma de duas situações: “o número

de estabelecimentos é inferior a 10 e houve estimativa do valor de dormidas de pelo menos um

estabelecimento ou a unidades territoriais com 10 ou mais estabelecimentos em que o valor declarado das

dormidas é inferior a 70% do total das dormidas estimadas”.

Figura 14 – Nº de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros no concelho de Serpa, segundo o país de residência habitual, em 2004.

Total Geral

Total UE25

União Europeia (15)

E.U.ATotal

Portugal

ReinoUnid

o

Espanha

Alemanha

França

Países Baixos

Itália

6.167 5.942 5.94

0 5 129 210 192 182 76 53 37 68

Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2004

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

65

Figura 15 – Nº de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros no concelho de Serpa, segundo o país de residência habitual, em 2004

Total Geral

Total UE25

União Europeia (15)E.U.A.

Total Portugal AlemanhaReinoUnido

Espanha França Países Baixos

Itália

8.967 8.702 8.700 7.600 278 272 251 90 66 57 89

Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2004

Nota: Em ambos os quadros os totais não correspondem à soma das partes em virtude de não ser publicada

alguma informação de menor valor expressão quantitativa.

Em 2006, as dormidas apontam para um crescimento de 19% em relação a 2005:

os portugueses continuam a ser o principal mercado com um peso de 82%;

os acréscimos verificaram-se em todos os principais mercados externos, excepto

nos EUA;

Espanha é o país mais representativo dos mercados externos, com 29,6% do total

das dormidas: proximidade e campanhas de promoção desenvolvidas pelo Turismo

do Alentejo;

em segundo lugar encontramos o Reino Unido, com 11,6%, seguido pela Alemanha

com 9,6%.

Apenas foi possível obter dados para a estada média no estabelecimento (hotel, pensão,

outros) – Serpa (1,5 noites) e Baixo Alentejo (1,4 noites) e para a taxa de ocupação-

cama – Serpa (32,7%) e Baixo Alentejo (25%).

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

66

A informação anterior é, até certo ponto, confirmada pela frequentação dos Postos de

Turismo.

Existem dois postos no concelho de

Serpa: um situado na cidade, no

centro histórico, junto da Praça do

Município; outro, localizado na

estrada que faz a ligação a Espanha,

freguesia Vila Verde de Ficalho, muito

perto da fronteira.

Muitos turistas não procuram os postos de turismo e muitos visitantes que os procuram

não são turistas (permanência inferior a 24 horas).

Nos últimos anos, o número de visitantes anuais tem registado flutuações várias,

tanto dos nacionais como dos residentes no estrangeiro, com ritmos aliás em grande

medida semelhantes;

Nos estrangeiros figuram maioritariamente, mas dependendo dos meses do ano,

ingleses, espanhóis e franceses;

Note-se que a informação turística facultada no posto de Serpa é pouco articulada e

orientadora. Os folhetos disponibilizados não têm ligação entre si, nem se enquadram

num roteiro geral; Alguns são esteticamente agradáveis mas dão pouca informação.

Não existe por exemplo referência às zonas de caça. O posto abre as 9h, fecha para

almoço das 12.30h as 14h e encerra às 17h30 (7 dias por semana). Assegura vendas

de publicações diversas e de artesanato.

A maioria das unidades de alojamento está presente nos Postos de Turismo apenas

através de um pequeno cartão de visita.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

67

Figura 16 – Visitantes no Posto de Turismo de Serpa

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Nº d

e vi

sita

ntes

por

tugu

eses

e

estr

ange

iros

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

Nº t

otal

de

visi

tant

es n

o po

sto

de

turis

mo

Portugueses Estrangeiros Total

Fonte: Câmara Municipal de Serpa, 2007

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

68

6. Informadores Privilegiados

Trabalho de campo – Concelho de Serpa 19/11 a

30/11 de 2007

Ao nível da Câmara

Vice-Presidente e Vereador José Sesinando – Pelouros da Cultura e Urbanismo

Dr.ª Anabela Arsénio – Câmara Municipal de Serpa

Sr. Fernando Mestre - Câmara Municipal de Serpa (viagem pelo concelho)

Dr. Sebastião Rodrigues – Vereador da Oposição e Presidente da Associação de

Agricultores do concelho de Serpa

Dr. Sérgio Pestana – Câmara Municipal de Serpa

Informadores Institucionais:

Sr.ª Rosalina Caeiro – Junta de Freguesia de Pias

Dr. Manuel Machado Nunes – Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de S.

Bento

Dr. Mário Apolinário – Presidente da Junta de Freguesia de Salvador

Dr. José Monteiro – Junta de Freguesia de Salvador

Dr.ª Ana de Seixas Palma – Região de Turismo da Planície Dourada

Dr. Pedro Rocha – Director do Parque Natural do Vale do Guadiana

Eng.º. David Machado – Associação Rota do Guadiana

Ana Margarida Bravo – Chefe da Agência HALCON Viagens

Domingos Breyner – Proprietário do Monte das Arouchas

Sr. José Miguel Carvalho – Representante da Zona de Caça Turística e proprietário da

Herdade da Cascalheira

Professora Lurdes Pato – Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa

Professor Azedo (Ginásio)

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

69

Unidades de alojamento (visita e/ou contacto telefónico):

Sr.ª Margarida Gonçalves – Residencial Pulo do Lobo

Sr. Vítor – Albergaria Bética

Sr.ª Raquel – Residencial Serpínia

Sr. David Figueira – Residencial Beatriz

Eng.º João Costa – Monte de Vale Perditos

Dr.ª Teresa – Monte da Morena

Dr.ª Sílvia – Casa de Serpa

Sr. José Horta – O Casarão

Sr. Vasco Azedo – Zens Village

Estalagem S. Gens

Outeiro da Vila

Casa da Muralha

Parque de Campismo Municipal

Visitas:

Museu Etnográfico

Museu do Relógio

Livraria “Vemos, Ouvimos e Lemos”

Adega em Pias

Queijaria em Serpa

Pulo do Lobo

Albufeira do Enxoé

Espanha – Rosal de la Frontera

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

70

7. Empresa e Equipa

A IPI, fundada em Lisboa em 1999, integra uma rede de pequenas empresas de

consultadoria de excelência em Lisboa, Madrid, Paris, Washington, D.C., Maastricht e

Istambul, com ética, dimensão e procedimentos análogos.

Esta rede desenvolve uma política de integração e complementaridade, que é também

apoiada num conjunto de parcerias com empresas e instituições perfilhando os mesmos

valores.

A rede IPI:

afirma uma actividade de consultadoria orientada para a inovação, o

desenvolvimento estratégico, a potenciação de oportunidades, a implementação de

projectos e a concretização de iniciativas;

adopta uma morfologia interdisciplinar, assumindo a dinâmica do risco e a partilha

do conhecimento na confiança e numa ética de responsabilidade.

A rede IPI actua nas seguintes áreas:

Desenvolvimento regional, local e sectorial;

Microempresas e trabalho;

Inovação e qualidade;

Ambiente;

Património cultural;

Análise de impacte económico e fiscal;

Indicadores de actividade económica.

Na constituição das suas equipas, a IPI escolhe pessoas com carreiras e experiências

profissionais consolidadas e reconhecidas na vida académica, na administração pública

e na administração de empresas.

Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2

71

Neste trabalho colaboraram:

Coordenador:

− Professor Dr. Carlos Laranjo Medeiros

Consultores especialistas:

− Dr. António Abrantes

− Professora Doutora Carminda Cavaco

− Mestre Graça Joaquim

− Drª. Paula Oliveira

Investigadores:

− Engª. Andreia Salvado

− Eng. Bruno Vila Lobos