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Plano de Aula 02 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E O – GECON (GESTÃO ECONÔMICA) Prof. Ms. Anderson Fraga dos Santos

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Page 1: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Plano de Aula 02

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E O – GECON (GESTÃO ECONÔMICA)

Prof. Ms. Anderson Fraga dos Santos

Page 2: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................042 SISTEMA DE GESTÃO PARA GESTÃO ECONÔMICA..................06 2.1 Aspectos Introdutórios ao Modelo GECON...............06 2.2 Sistema de Gestão....................................07 2.2.1 Sistema Empresa no Modelo GECON................07 2.2.2 Modelo de Gestão para o GECON..................10 2.2.3 Processo de Gestão.............................18 2.2.3.1 Planejamento Estratégico...............19 2.2.3.2 Planejamento Operacional...............20 2.2.3.3 Execução...............................22 2.2.3.4 Controle...............................23 2.3 Teoria da Decisão...................................23 2.4 Teoria da Mensuração................................25 2.5 Teoria da Informação................................283 SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA GESTÃO ECONÔMICA..............31 3.1 Modelo de Decisão...................................35 3.2 Modelo de Mensuração................................40 3.2.1 Custo de Oportunidade.........................52 3.2.2 Preço de Transferência........................54 3.3 Modelo de Informação................................56 3.4 Avaliação de Desempenhos e Resultados na Gestão Econômica..................................................644 ATUAÇÃO DA CONTROLADORIA NA GESTÃO ECONÔMICA.............685 MODELO DE APLICAÇÃO DA GESTÃO ECONÔMICA..................716 CONSIRERAÇÕES FINAIS.....................................87REFERÊNCIAS................................................90

2

Page 3: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Cada vez mais nas organizações percebe-se a dificuldade

dos gestores na tomada de decisões. Isto somado a uma

concorrência eficiente formada por empresas internacionais,

alta tecnologia e, também, a um mercado mais exigente.

Neste contexto verifica-se que a informação e a gestão

eficaz da empresa tornam-se imprescindíveis, para que a

atuação da empresa seja eficaz e a conduza ao atendimento de

seus objetivos e de seus proprietários.

A contabilidade tradicional fornece informações úteis aos

usuários externos e para o cumprimento dos princípios

contábeis, mas não contribui com os gestores na tomada de

decisão. Com base nessa premissa, professores e pesquisadores

da FEA/USP, liderados pelo Prof. Dr. Armando Catelli

desenvolveram um sistema de informações que pudesse juntamente

com a Controladoria dar suporte à tomada de decisão – o GECON

- Modelo Gestão Econômica.

O Modelo GECON propõe-se, a dar uma resposta adequada em

termos de informação aos gestores da empresa, contemplando os

eventos econômicos relevantes em todas as áreas da empresa,

mensurando os resultados orçados com os realizados com base em

conceitos econômicos, tendo como objetivo a otimização do

resultado econômico e a eficácia organizacional.

Este trabalho pretende apresentar, caracterizar e

exemplificar o Modelo de Gestão Econômica – GECON, submetendo-

o a utilização nas empresas.

Page 4: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

2 Sistema de Gestão para Gestão Econômica

2.1 Aspectos introdutórios ao Modelo GECON

O Modelo de Gestão Econômica – GECON foi desenvolvido no

final dos anos 70, pelo Professor Dr. Armando Catelli, e vem

sendo desenvolvido por um grupo de professores do Núcleo

GECON, com apoio da FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas

Contábeis, Atuariais e Financeiras da FEA/USP.

Conforme Catelli (2001, p. 31):

O modelo GECON estrutura-se com base em um entendimento da missão da empresa, do conjunto de crenças e valores da organização e das características dos gestores empresarias e objetiva a otimização dos resultados por meio da melhoria da produtividade e da eficiência operacionais.

O GECON contempla um sistema de gestão e um sistema de

informações. O sistema de gestão, de acordo com Catelli (2001,

p. 30):

[...] diz respeito ao processo de planejamento, execução e controle operacional das atividades e é estruturado com base na missão da empresa, em suas crenças e valores, em sua filosofia administrativa e em um processo de planejamento estratégico que busca em última instância a excelência empresarial e a otimização do resultado econômico da empresa.

Page 5: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Para Catelli et al (2001, p.30) o sistema de informações

do GECON:

[...] utiliza fundamentalmente critérios que atendam às necessidades informativas dos diversos gestores da empresa para seu processo de tomada de decisão específico que impulsionam as diversas áreas a implementar ações que otimizem o resultado global da companhia.

Dessa forma o GECON compreende um sistema de informações

que dá suporte ao sistema de gestão fornecendo informações que

orientam a tomada de decisão dos gestores e a controladoria na

busca da otimização do resultado global da empresa.

2.2 Sistema de Gestão

2.2.1 Sistema Empresa no Modelo GECON

Toda a empresa possui uma missão, que pode ou não estar

explicitada. A missão constitui-se no maior objetivo da

empresa, refere-se a razão de sua existência, elemento que

orienta e integra suas partes (subsistemas).

A caracterização da missão tem importância fundamental

para o sucesso do empreendimento, uma vez que a fixação do

objetivo interfere o funcionamento do sistema e condiciona a

estruturação e interação de seus subsistemas.

A interação dos subsistemas, componentes do sistema

empresa, propiciam o cumprimento da missão e permitem que a

empresa persiga a sua continuidade de forma eficaz, otimizando

o seu resultado.

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Page 6: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Entendendo-se que inúmeras atividades exercidas na

empresa, estão subdivididas em diversas tarefas, que geram

resultados econômicos (e este é o principal objetivo de uma

organização) pode-se afirmar que a otimização desses

subsistemas, dentro do sistema empresa, gera como

conseqüência, a maximização do seu resultado econômico.

Segundo Guerreiro (1989, p. 165) “identificam-se seis

subsistemas componentes do subsistema empresa, que interagem

no sentido do cumprimento de sua missão”.

Apresenta-se resumidamente de acordo com Guerreiro (1989),

os seis subsistemas:

- Subsistema Institucional: relaciona-se aos propósitos do

sistema empresa e à filosofia que orienta a sua atuação.

Engloba o modelo de gestão da empresa, que se refere ao

conjunto de crenças e valores relacionados à forma de

administrá-la.

- Subsistema Físico: compreende todos os elementos

materiais do sistema empresa, tais como: imóveis, instalações,

máquinas, veículos, estoque, etc.

- Subsistema Social: é composto pelos recursos humanos,

que acionam as práticas da empresa de forma direta ou

indireta; e suas características peculiares, como motivação,

comprometimento, capacitação, etc.

- Subsistema Formal: corresponde a estrutura

administrativa da empresa, onde as tarefas e atividades são

agrupadas em setores, departamentos ou divisões.

- Subsistema de Gestão: refere-se ao processo que delineia

a realização das atividades da empresa e seus propósitos,

sendo responsável pela dinâmica do sistema. É responsável

pelas atividades de planejamento, execução e controle das

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Page 7: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

atividades empresariais, com auxílio do subsistema de

informação.

- Subsistema de Informação: é um conjunto de atividades de

obtenção, processamento e geração de informações necessárias à

execução e gestão das atividades da empresa.

A interação destes subsistemas busca a realização dos

objetivos e da missão da empresa e conforme Guerreiro (1989,

p. 154) ocorre da seguinte maneira:

[...] as pessoas (subsistema social), condicionadas por determinados princípios (subsistema institucional), ocupando determinados postos com autoridade e responsabilidade definidas (subsistema formal), tomam decisões (subsistema de gestão) sobre recursos (subsistema físico) utilizando informações (subsistema de informações) para que a empresa alcance seu objetivo.

Na seqüência apresenta-se o Modelo de Gestão ideal para a

gestão econômica, que contribui para a interação dos

subsistemas e também na busca do resultado econômico

otimizado.

2.2.2 Modelo de Gestão para GECON

Guerreiro (1989, p. 229) a gestão de uma empresa busca o

cumprimento da missão, o resultado econômico ótimo e sua

continuidade, e para isto necessita,

[...] otimizar as relações recursos-operação-produtos/serviços, considerando nesse esforço o comportamento das variáveis dos ambientes externos e internos que impactam a empresa e os atributos dos recursos possuídos.

Para Catelli et al. (2001, p. 286), “os gestores devem ser

impulsionados ou motivados para tomar as melhores decisões

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Page 8: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

para a empresa”, baseadas sempre nas crenças, valores e

definições do modelo de gestão.

Segundo Guerreiro (1989, p. 230-231), os princípios

estabelecidos no modelo de gestão para o GECON devem buscar:

A redução do risco do empreendimento no cumprimento da missão e a garantia de que a organização estará sempre buscando o melhor em todos os sentidos; O estabelecimento de uma estrutura de operação adequada que possibilite o suporte requerido às suas atividades; A orientação geral dos esforços através de um estilo e “filosofia” de trabalho que criem atitudes construtivas; A adoção de um clima motivador e o engajamento de todos, principalmente dos gestores, em torno dos objetivos da empresa e suas atividades; A aferição se a empresa está cumprindo a sua missão ou não, se foi feito o que deveria ter sido em termos de produtos, recursos e esforços, e se, o que não foi, está sendo corrigido e aperfeiçoado; O conhecimento do comportamento das variáveis relativas aos ambientes externo e interno e suas tendências, do resultado da avaliação de planos alternativos de ação e as transações/eventos ocorridos em cada período, de onde e no que “as coisas” não ocorreram satisfatoriamente.

Na seqüência deste capítulo explica-se como o Modelo de

Gestão deve estar estruturado para que atenda a gestão

econômica envolvendo os princípios citados anteriormente.

Guerreiro (1989, p. 243-244), apresenta algumas definições

que compõem o processo de gestão para o Modelo GECON,

referentes à etapa de planejamento, que serão explicados com

conceitos de diversos autores:

a) Deve haver Planejamento Estratégico

No planejamento estratégico, é realizada a análise do

ambiente externo e interno, e a partir da análise são

definidas as diretrizes estratégicas da organização que têm

como objetivo “[...] aproveitar as oportunidades, evitar as

ameaças, utilizar os pontos fortes e superar as deficiências

dos pontos fracos” (PEREIRA, 2001, p. 59).

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Page 9: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

b) Os Planos devem ser estabelecidos a partir de

alternativas operacionais

A fase de escolha dos planos é definida por Catelli,

Pereira e Vasconcelos (2001) como a fase de pré-planejamento

operacional, onde os objetivos são fixados e as através das

alternativas existentes, os gestores devem escolher aquela que

viabilize as diretrizes estratégicas, que visem a otimização

do resultado econômico.

c) Deve haver Planejamento Operacional

No modelo GECON, no planejamento operacional é importante

a participação dos gestores responsáveis pelas áreas da

empresa, sendo que após definido os mesmos fiquem

comprometidos com a sua realização, tomando as melhores

decisões, e desta forma poderão ser posteriormente cobrados e

avaliados em relação a sua atuação na empresa. (CATELLI;

PEREIRA; VASCONSELOS, 2001).

d) O planejamento deve contemplar o Curto e o Longo prazo

O planejamento deve ser determinado conforme as exigências

e peculiaridades administrativas da empresa, porém, “[...] a

empresa não deve deixar de implementar o planejamento anual e

de manter como regra o período máximo de um ano para as

revisões cabíveis” (GUERREIRO, 1989, p. 254).

Catelli, Pereira e Vasconcelos (2001), dividem o processo

de planejamento operacional em duas fases distintas:

planejamento operacional de médio e longo prazo e planejamento

operacional de curto prazo, que serão explicadas no processo

de gestão.

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Page 10: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

e) Deve haver revisões e ajustes sempre que ocorrerem

mudanças nas variáveis dos ambientes externo e interno que

invalidem os planos

Os planos estratégicos e operacionais são traçados a

partir de cenários que são estabelecidos previamente através

de previsões e simulações, porém no decorrer do percurso,

podem ocorrer mudanças significativas em algumas variáveis e

estas impactem os planos estabelecidos. Neste caso as revisões

e os ajustes auxiliam na tomada de decisão acertada de acordo

com o cenário existente.

Verifica-se a importância do planejamento das atividades

da empresa, sendo que este auxilia os gestores, na tomada de

decisão e na execução das atividades e ainda a controladoria e

a alta administração no controle das atividades.

Quanto à fase de controle, as definições que compõem o

processo de gestão do GECON, segundo Guerreiro (1989), são as

seguintes:

a) Deve haver controle das atividades

De nada adianta o planejamento se não existir o controle.

É necessário o controle das operações para que tudo saia como

o planejado. O controle não deverá ser feito após a conclusão

do processo, mas durante, pois se ajustes forem necessários

para adequar o planejado com o realizado os mesmos poderão ser

efetuados, garantindo o resultado ótimo para empresa.

b) O controle deve ser executado em nível das áreas

operacionais, em nível da administração das áreas operacionais

e em nível da empresa como um todo

Os gestores no Modelo GECON, participam de todo o processo

de gestão (planejamento, execução e controle), ficando

responsáveis pelas decisões tomadas, possibilitando a

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Page 11: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

controladoria o controle das operações, permitindo a avaliação

dos resultados (contribuição das áreas para o resultado global

da empresa) e a avaliação do desempenho dos gestores.

c) Devem ser atribuídos às áreas os custos e receitas

sobre as quais os gestores têm efetivo controle

Catelli (2001, p. 31) destaca “[...] que as áreas devem

ser tratadas como empresa, e seus gestores como “donos” e

envolvem os custos e receitas geradas objetivando destacar e

valorizar posturas empreendedoras”.

Permitindo para a gestão da empresa a controlabilidade dos

recursos investidos e para o gestor torna-se justo e

motivador, pois somente prestará contas dos recursos sob os

quais tem responsabilidade.

d) Nas definições de funções devem estar claros os

aspectos de responsabilidade e autoridade, de modo a facilitar

a atuação dos gestores e eliminar “áreas cinzentas”

O sistema GECON permite identificar as atividades com suas

respectivas áreas de responsabilidades dentro da estrutura

organizacional da empresa e os gestores responsáveis por essas

áreas.

Conforme Catelli et al. (2001) é de fundamental

importância que as atividades estejam predeterminadas de

acordo com as áreas de responsabilidade. A identificação

correta dessas áreas previne a ocorrência das chamadas “áreas

cinzentas”, que se caracteriza por ser um conjunto de

atividades não identificadas a uma área de responsabilidade,

evitando-se dessa forma, conflito entre os gestores.

e) Deve haver uma preocupação com a identificação e

avaliação dos impactos das variáveis internas e das variáveis

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Page 12: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

ambientais (inflação, alterações/ajustes dos planos, volumes e

eficiência)

Um bom controle deve verificar fatores que podem alterar

os planos da empresa, e desta forma necessitarão de ajustes.

As variações que podem ocorrer são relativas à variação dos

índices inflacionários, volume de produção em relação a

demanda do mercado e a variação do nível de eficiência no

processo de produção, que poderão impactar nos itens

planejados com os realizados e no desempenho da empresa.

As definições apresentadas com relação a características e

aspectos do Modelo de Gestão para o GECON, tanto em nível de

planejamento e controle, permitem a gestão descentralizada e

controle eficaz das áreas de atividades da empresa.

Catelli (2001, p. 32), ao definir os princípios utilizados

pelo GECON, explica que “a função/missão de cada área, mais

que um ‘clichê’ organizacional, é a base para a avaliação da

gestão e, principalmente, um implementador da eficácia da

empresa”.

Corroborando, Guerreiro (1989, p.234), “no sentido de

otimizar seu desempenho a empresa deve buscar a eficiência e a

eficácia”. Desta forma torna-se necessário definir eficiência

e eficácia e sua relação com o Modelo GECON.

Gibson et al apud Padoveze (2004), explica que a eficácia,

é o grau, no qual as organizações atingem suas missões, metas

e objetivos, considerando as restrições de recursos

existentes.

Segundo Padoveze (2004) busca-se a eficiência em cada

transação das inúmeras realizadas por uma empresa, para

atingir seus resultados, enquanto a eficácia reveste-se de um

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Page 13: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

caráter mais abrangente, global, e de maior amplitude, sendo

obtida através de uma gestão do todo.

A eficácia diferencia-se da eficiência no sentido de que a

primeira está relacionada ao objetivo do sistema empresa e, a

segunda está relacionada com a otimização do uso dos recursos.

A eficiência é uma condição necessária para o desempenho

eficaz, porém o uso eficiente de recursos é uma condição

necessária, mas não suficiente para a eficácia.

Segundo Guerreiro (1989), em toda operação realizada pela

empresa é possível observar três aspectos interdependentes:

operacional, econômico e financeiro. Sendo que os gestores

além do planejamento, execução e controle, devem buscar uma

gestão eficaz, operacional, econômica e financeira de cada

atividade realizada pelas áreas sob sua responsabilidade,

conforme verifica-se na figura 1.

Fluxo Operacion

al

Data 0

Recursos

Produção

Produtos

Mensu-ração

Fluxo Econômico

Data 0

Custos

Estoques

Receitas

ResultadoOperacional

ResultadoTotal

Fluxo Financeiro

Data

Desembolsos

Recebimentos

Saldos de Caixa

-1

0 1

D-1

D0

D1

R-1

R0

R1

S-1

S0

S1

Fluxo Patrimonial

Data 0

Contas a pagar

Inventárioooooooo

Contas areceber

Caixa

ResultadoAcumulado

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Page 14: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Figura 1:

Figura 1: Fluxos Operacionais, Financeiros, Econômicos e Patrimoniais

Fonte: Adaptado de Catelli et al. (2001, p. 291).

Na figura 1, apresentam-se os fluxos: operacional,

econômico, financeiro e patrimonial, que envolvem as dimensões

da empresa que são explicadas na seqüência.

Na dimensão operacional, conforme Catelli et al. (2001)

refere-se aos aspectos físicos dos eventos, representados,

pela quantidade de produtos e serviços gerados, quantidade de

recursos consumidos, qualidade e cumprimento de prazos.

A dimensão econômica consiste, conforme Catelli et al.

(2001) na quantidade física de recursos consumidos (custos) e

produtos gerados (receitas), que são submetidos a um processo

de mensuração econômica caracterizados pela utilização de

valores de mercado na condição de pagamentos à vista.

A dimensão financeira segundo Catelli et al. (2001)

caracteriza-se pelo fato, de que toda atividade gera um fluxo

de caixa. Os recursos consumidos nos processo possuem um prazo

de pagamento, assim como, as receitas terão um prazo de

recebimento. Independente dos prazos (a vista ou no futuro),

toda atividade apresenta um fluxo de recebimentos e

pagamentos. Os fluxos financeiros da atividade, levando em

conta o conceito de “valor do dinheiro no tempo”, produz

receitas e custos financeiros, e isso, caracteriza o resultado

econômico-financeiro da atividade.

E, na dimensão patrimonial, Catelli (2001, p. 290) explica

que “o fluxo patrimonial evidencia a mutação nas contas

patrimoniais entre os instantes de tempo t0 e t1 em decorrência

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Page 15: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

dos impactos financeiros e econômicos relativos aos eventos e

transações econômicas”.

Dessa forma torna-se necessário a mensuração correta a

cada evento para que se verifique se as decisões forem tomadas

de forma eficaz, e também a verificação dos impactos na

empresa.

Para Guerreiro (1989, p.241):

Os gestores, além de se envolverem com todas as etapas do processo decisório (planejamento, execução e controle), não podem se furtar aos três aspectos da gestão intrínsecos a qualquer operação, ou seja, operacional, econômico e financeiro.

A Figura 1 demonstra que o GECON estimula os gestores a

tomarem decisões que conduzam à eficácia organizacional.

Buscando sempre as melhores opções operacionais, não

descuidando o impacto financeiro e econômico e também

patrimonial dos eventos realizados.

O modelo de gestão, sob a ótica do GECON, através de

características apresentadas possibilita a utilização da

melhor capacidade produtiva dos gestores das áreas da empresa.

Assim os mesmos, devem tomar as decisões que visem o melhor

resultado econômico, não somente da área pela qual são

responsáveis, mas da empresa como todo.

2.2.3 Processo de Gestão Econômica

O processo de gestão compreende todo um processo

decisório, onde ocorre todo esforço gerencial na busca do

cumprimento da missão da empresa. Neste processo decisório, as

informações são imprescindíveis, devendo apoiar as decisões

dos gestores em todas as fases do processo de gestão,

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Page 16: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

permitindo que os mesmos atinjam eficazmente os seus

objetivos.

Conforme Catelli et al (2001), o processo de gestão deve

assegurar que a dinâmica das decisões tomada na empresa

conduzam-na efetivamente ao cumprimento de sua missão,

garantindo-lhe a adaptabilidade e o equilíbrio necessários

para sua continuidade.

O processo de gestão econômica caracteriza-se pelas fases

de planejamento estratégico, planejamento operacional,

execução e controle gerencial.

2.2.3.1 Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico tem a finalidade de assegurar o

cumprimento da missão da empresa.

É definido por Oliveira (1988, p.56) como:

“um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente”.

O planejamento estratégico é a etapa do processo de gestão

que define políticas, diretrizes e objetivos estratégicos,

perseguindo como resultado, o equilíbrio das funções internas

da empresa com as suas variáveis ambientais.

Segundo Catelli et al. (2001) são pré-requisitos para o

planejamento estratégico, a definição da missão da empresa, o

envolvimento e a participação dos gestores, o apoio de sistema

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Page 17: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

de informações em relação as variáveis ambientais internas e

externas, passadas e atuais, com informações sobre os

desempenhos passados e que propiciem o conhecimento das

variáveis.

Conforme Guerreiro (1989), o planejamento estratégico

produz as diretrizes estratégicas, objetivando aproveitar os

pontos fortes e oportunidades, evitando as ameaças e

corrigindo os pontos fracos decorrentes do comportamento das

variáveis dos ambientes externo e interno.

Desta forma, o planejamento estratégico caracteriza-se por

definir os rumos do sistema empresa no meio ambiente, com o

objetivo de direcioná-la a atingir com eficácia os seus

resultados.

2.2.3.2 Planejamento Operacional

O planejamento operacional, de acordo com Oliveira (1988),

trabalha com os objetivos estabelecidos no planejamento

estratégico, onde é desenvolvido em nível hierárquico inferior

da organização, visando à utilização eficiente dos recursos

disponíveis para a obtenção dos objetivos anteriormente

definidos.

Conforme Catelli et al (2001, p.140), o planejamento

operacional consiste na identificação, integração e avaliação

de alternativas de ação e na escolha de um plano de ação a ser

implementado, compreendendo os seguintes passos:

- estabelecimento dos objetivos e metas operacionais;

- definição dos meios e recursos;- identificação das alternativas de ação;- simulação das alternativas identificadas;- escolha das alternativas e incorporação ao plano;- estruturação e quantificação do plano; e

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Page 18: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

- aprovação e divulgação do plano.

É no planejamento operacional que se define de que maneira

cada atividade ou tarefa será desenvolvida, analisando-se o

que deve ser feito, onde, quando, quem e como, sempre

estabelecido por prazos.

A fase de planejamento operacional, segundo Catelli et al

(2001), divide-se em pré-planejamento operacional,

planejamento de médio e longo prazo e planejamento operacional

de curto prazo.

a) Pré-planejamento Operacional

Segundo Catelli et al. (2001), a fase do pré-planejamento

tem a finalidade de garantir as escolhas das melhores

alternativas que viabilizem as diretrizes estratégicas. Esta

fase inicia com a determinação de objetivos e metas

operacionais da empresa, tendo como produto um conjunto de

alternativas de ações.

Portanto, o pré-planejamento operacional é obtido pelo

conjunto de alternativas operacionais aprovadas, tendo o

envolvimento dos gestores e o apoio do sistema de simulação de

resultados econômicos.

b) Planejamento Operacional – Médio e longo prazo

O planejamento operacional de médio e longo prazo,

conforme Catelli et al. (2001), refere-se ao detalhamento das

alternativas selecionadas, dentro de uma perspectiva de tempo

considerada pela empresa como médio e longo prazo, através da

quantificação analítica de recursos, volumes, preços, prazos,

investimentos e demais variáveis planejadas.

É necessário, para viabilizar essa fase, a identificação,

como pré-requisito, do conjunto de alternativas operacionais

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Page 19: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

aprovadas, do envolvimento e participação dos gestores e o

apoio de um sistema de orçamento eficiente.

c) Planejamento Operacional – curto prazo

O objetivo do planejamento de curto prazo como forma de

assegurar a otimização do desempenho é planejar as ações em um

momento mais próximo dos acontecimentos, tendo maior segurança

no conhecimento das variáveis envolvidas.

Conforme Catelli et al. (2001) este processo consiste na

identificação das variáveis internas e externas de curto

prazo, na adequação do plano operacional de médio e longo

prazo à realidade operacional do curto prazo, na decisão da

manutenção ou revisão dos planos originais para o curto prazo

e na consolidação e harmonização das alternativas.

O planejamento operacional de curto prazo destaca-se por

apresentar diferenças em relação ao planejamento de médio e

longo prazo, tendo um tempo de atuação mais curto uma

flexibilidade maior e riscos menores.

Finalmente, é possível, por meio do planejamento,

estabelecer planos desde a mais ampla até a mais restrita área

de responsabilidade da empresa, conciliando as metas

estratégicas e operacionais à missão e à continuidade da

organização como um todo. Os planos derivados dos

planejamentos se tornarão a base para a etapa de execução do

processo decisório.

2.2.4 Execução

Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 49),

A execução é a fase do processo de gestão, na qual, as coisas acontecem, as ações emergem. Estas ações devem estar em concordância com o previamente planejado.

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Page 20: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Assim, o planejamento precede as ações de execução, sendo por meio destas que surgem os resultados.

A execução caracteriza a fase onde os planos são

implementados, as ações se concretizam e as transações

ocorrem. Neste momento, é possível que ajustes ainda sejam

feitos para uma adequação do planejamento operacional.

Segundo Catelli et al. (2001), são pré-requisitos para a

execução: o plano operacional de curto prazo aprovado e o

sistema de apoio à execução das operações.

Dessa forma, a execução das atividades é de grande

relevância para as empresas, pois é pelas decisões sobre os

eventos, nesta fase, que o resultado econômico está sendo

gerado.

2.2.5 Controle

Conforme Catelli et al. (2001), esta fase caracteriza-se

pela implementação de ações corretivas, quando há divergência

entre os resultados realizados e os esperados.

Pode-se dizer que o controle é um sistema de feedback que

possibilita a comparação dos desempenhos realizados com os

objetivos que foram planejados. A sua importância também está

na avaliação da qualidade do processo decisório e no seu

aperfeiçoamento.

Dessa forma, é indispensável um eficiente sistema de

informações, que demonstre a necessidade de ações corretivas

em tempo adequado, para que o controle obtenha um desempenho

satisfatório. Além disso, o processo decisório deve ajustar-se

constantemente às mudanças do ambiente, com o intuito de

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Page 21: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

estabelecer o melhor direcionamento das ações necessárias para

o atendimento do resultado econômico planejado.

A partir dos conceitos e premissas apresentados para o

Sistema de Gestão e também antes de apresentar-se o Sistema de

Informações para o Modelo GECON é de fundamental importância

apresentar resumidamente aspectos relativos a teoria da

decisão, mensuração e informação, pois os autores do GECON

basearem-se nestas teorias para o desenvolvimento do Modelo.

2.3 Teoria da Decisão

Conforme Guerreiro (1989, p.40), ”a teoria da decisão não

toma decisão, mas ela oferece uma estrutura formalizada na

qual os parâmetros de decisão e restrições podem ser

organizados e cuidadosamente examinados”.

A teoria da decisão através de estudos busca o

entendimento de instrumentos que auxiliem na escolha de

alternativas que maximizem os ganhos ou minimizem as perdas no

alcance dos objetivos de satisfação da organização,

(GUERREIRO, 1989).

De acordo com Ansoff (1977) apud Guerreiro (1989, p. 53-

54), as decisões tomadas em uma organização distinguem-se em

três categorias:

a) Decisões estratégicas: ocupam-se com a busca de solução para problemas externos, basicamente com a escolha dos produtos e mercados adequados;b) Decisões administrativas: buscam maneiras de otimizar as atividades realizadas na empresa, estruturando os recursos de maneira que possam ser executadas com os melhores resultados possíveis;c) Decisões operacionais: visam a maximizar a eficiência do processo de conversão de recursos da empresa, tais decisões envolvem fixação de preços,

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Page 22: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

estratégias de marketing, programas de produção, níveis adequados de estoque, etc.

Ainda, Simon (1960) apud Guerreiro (1989, p. 54),

classifica as decisões em:

a) Decisões programadas: aquelas repetitivas e rotineiras, cuja abordagem já está pré-definida, ou seja, são padronizadas;b) Decisões não programadas: são decisões novas, não estruturadas e com conseqüências importantes, que requerem uma abordagem específica. Tais decisões não são padronizadas, ou seja, não há um método pré-definido de resolução do problema apresentado.

Segundo Guerreiro (1989, p. 56-57), as etapas do processo

decisório têm uma perfeita correspondência com o ciclo de

planejamento, execução e controle das atividades empresariais.

O autor identifica cada uma das etapas com as fases do ciclo

gerencial da seguinte forma:

Planejamento:

Caracterização da necessidade de decisão ou definição do problema; Formulação dos objetivos e das alternativas de ação; Obtenção de informações relevantes, necessárias às alternativas de produção; Avaliação e classificação das alternativas em termos de contribuição para o alcance do objetivo; Escolher a melhor alternativa de ação;

Execução:

Implementação da alternativa escolhida (ação);

Controle:

Avaliação dos resultados; Implementação de medidas corretivas necessárias.

Neste contexto empresarial, em que o processo decisório

presente em todas as fases do processo de gestão

(planejamento, execução e controle), torna-se importante o

estabelecimento de modelos de decisão, com técnicas de

mensuração adequadas, capazes de fornecer informações que

auxiliem os gestores no processo e que a decisão tomada

maximize o resultado esperado pela organização.

22

Page 23: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

2.4 Teoria da Mensuração

Através da teoria da decisão verifica-se que as

informações para tomada de decisão dos gestores, deverão ter

qualidade, ou seja, serão úteis no processo decisório se a

mensuração dos eventos ou operações da empresa for realizada

adequadamente, com critérios que atendam às necessidades do

modelo decisão definido pela gestão da empresa.

Conforme Guerreiro (1989) a teoria da mensuração refere-se

ao complexo problema de avaliar ou estimar os dados de maneira

a estabelecer sua correta interpretação. Os gestores, na

necessidade de tomarem decisões, esperam que as mensurações

contábeis expressem de forma correta as situações e eventos

realizados na empresa, com o objetivo de tomar as melhores

decisões.

É fundamental, desta forma, que as variáveis necessárias

ao processo decisório, sejam corretamente mensuradas, a fim de

proporcionar, não somente a melhor decisão para a empresa,

como também, o controle e avaliação do resultado das

atividades.

Neste sentido, Mock e Grove apud (Almeida, 2001, p. 313),

definem mensuração como “[...] um conjunto específico de

procedimentos para atribuir números a objetos e eventos, com o

objetivo de prover informação válida, confiável, relevante e

econômica para o tomador de decisão”.

Para Hendricksen e Breda (1999, p. 304-305), tratando das

informações sob a perspectiva da contabilidade, uma das

ferramentas usada no processo decisório, afirmam que:

23

Page 24: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

“[...] mensuração é o processo de atribuir valores monetários significativos a objetos ou eventos associados a uma empresa, e obtidos de modo a permitir a agregação (tal como a avaliação total dos ativos) ou a desagregação, quando exigidas em situações específicas”.

No enfoque contábil tradicional, em consonância aos

Princípios Fundamentais de Contabilidade, o resultado é obtido

mediante a confrontação das receitas com os custos e despesas

do período. No enfoque econômico, o resultado é gerado pelo

aumento no valor presente do patrimônio líquido da empresa,

sendo reconhecido no momento em que ocorre independente de ter

sido realizado ou não (CATELLI; GUERREIRO, 2001).

Segundo Guerreiro (1991), os conceitos de lucro econômico

e resultado econômico atendem de maneira adequada os modelos

de decisão do GECON. Sendo que as informações que eles

produzem, são mais eficazes tanto para o proprietário do

capital como para o gestor dos recursos.

Para Peleias (1999) no que se refere à mensuração, o

modelo deve permitir que se identifiquem corretamente os

efeitos econômicos, decorrentes de cada alternativa de ação

considerada pelo gestor.

Isto proporciona uma avaliação econômica racional de parte

dos gestores, permitindo verificar se os efeitos econômicos

decorrentes de cada alternativa de ação considerada pelo

gestor durante o processo decisório.

Conforme Catelli e Guerreiro (2001, p. 90-91) no conceito

de lucro e resultado econômico, e avaliação dos ativos, é

necessário a caracterização das premissas fundamentais, tais

como:

24

Page 25: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

- O mercado é o validador do “potencial de serviços” dos diversos ativos;- Deve ser levando em consideração o valor do dinheiro no tempo;- A empresa opera de acordo com o postulado da continuidade;- A empresa, na hipótese da descontinuidade, deve avaliar seus ativos a valores de realização.- Do ponto de vista econômico, “potencial de serviços”, “serviços futuros” dizem respeito ao montante da riqueza que o ativo pode gerar para a empresa;- O potencial de serviço de cada natureza de ativo deve ser analisado à luz da sua função dentro da empresa, na continuidade de suas operações;- O potencial de serviço do ativo independe da forma como ele é financiado;- Determinado ativo pode possuir um potencial de serviço dependendo da empresa que o possui;- Um ativo cuja função é totalmente dissociada das operações da empresa em sua continuidade normal deve ser avaliado por valor de venda;- A riqueza da empresa aumenta à medida que o mercado reconhece um maior ou menor valor para os bens e serviços que ela possui;- A riqueza de uma empresa aumenta pela agregação de valor proporcionada por seu processo de transformação de insumos em produtos e serviços;- O modelo de decisão do proprietário do ponto de vista racional-econômico, ou seja, independentemente de valores sociais ou não econômicos, considera: (1) a continuidade d investimento no empreendimento é preservada, se o montante de riqueza a ser produzido pelo menos é superior ao seu valor de venda; (2) a continuidade do investimento no empreendimento é preservada, se o montante da riqueza a ser produzido pelo mesmo é superior ao montante da riqueza a ser produzido por outro tipo de investimento com o mesmo nível de risco.

Guerreiro (1989), afirma que sobre conceitos e premissas

abordados ainda existe certo grau de subjetividade, mesmo

assim, eles devem fundamentar as informações contábeis geradas

durante a gestão da empresa e no processo decisório.

O sistema de mensuração da empresa deve permitir a

quantificação física e monetária dos eventos e dos ativos, de

maneira que se possa identificar o efeito econômico associado

a cada alternativa de ação considerada pelo gestor.

E, por fim, sistema de mensuração deve estar alinhado com

o modelo de decisão, com o objetivo de que as informações

25

Page 26: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

possam orientar o gestor na tomada de decisões apropriadas

proporcionando a otimização do resultado da empresa.

2.5 Teoria da Informação

Glautier e Undersown apud Guerreiro (1989) afirmam que o

propósito da informação é capacitar uma organização a alcançar

seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos, tais como:

homens, materiais, máquinas, dinheiro e outros ativos. Neste

contexto, a informação é também um recurso, sendo que a teoria

da informação considera então o problema, do uso eficiente da

mesma, observando a relação custo-benefício da informação

gerada.

Para Hendricksen e Breda (1999), um dado é considerado

informação quando é útil à pessoa que o recebe. Os autores

acrescentam que uma informação deve ser capaz de reduzir

incertezas e de fornecer aos usuários conhecimentos com valor

superior ao custo incorrido na sua obtenção.

O valor da informação pode ser determinado através da uma

abordagem quantitativa, Guerreiro (1989, p. 137) afirma que “o

valor da informação, no sentido mais amplo de utilidade e

importância, é obtido de uma análise qualitativa”.

Entende-se que uma informação é útil ao processo decisório

quando é gerada a partir da utilização de procedimentos de

mensuração adequados, sendo disponibilizadas a tempo de

reduzir as incertezas sobre o ambiente, auxiliando desta

forma, no resultado final da empresa. Sempre analisando a

relação custo/benefícios da mesma.

26

Page 27: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

De acordo com Guerreiro (1989) as decisões tomadas pelos

gestores dependem da qualidade das informações

disponibilizadas, e conseqüentemente, a concepção de sistemas

de informações adequados, sendo estes, os instrumentos que

viabilizam as características desejadas de uma informação.

Dessa forma, entende-se que o modelo de informação deve se

adequar a todo o processo de gestão, compreendendo as fases de

planejamento, execução e controle e, para tanto, deverá

possuir as seguintes características: compor-se por um

conjunto de subsistemas que recebam dados das operações da

empresa; coletar dados sobre o ambiente externo onde a empresa

opera; tratar tanto de dados passados como dos dados futuros;

incorporando os conceitos da teoria da informação, decisão e

mensuração e ser suportado adequadamente por um sistema de

processamento de dados.

27

Page 28: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA GESTÃO ECONÔMICA

Almeida (2001) salienta a importância da informação na

gestão da empresa, lembrando que as empresas atuam em um

processo de troca de recursos com o sistema interno e o meio

ambiente, construindo relacionamentos e gerenciando as

variáveis internas e externas que influenciam na busca dos

melhores resultados, no cumprimento de sua missão e na sua

continuidade.

Nakagawa (2003) salienta que a informação nos últimos

tempos é utilizada desde a estratégia da empresa e tem

tornado-se um instrumento importantíssimo para o êxito das

empresas.

Almeida (2001, p. 309) evidencia “a necessidade de

disponibilizar ao gestor um instrumento que o apóie no

processo de gestão, no fornecimento das informações

requeridas”, neste contexto apresentam-se então aos gestores a

controladoria um sistema de informação que efetivamente supram

as necessidades das empresas.

Bio (1996, p. 26) apresenta os aspectos que devem ser

considerados em um sistema de informações empresariais:

- O sistema total é uma extensão do processamento integrado de dados que resulta na integração de todos os subsistemas principais num único sistema;- O trabalho administrativo deve ser organizado de forma que permita que a empresa seja vista como uma entidade integrada;- 0 sistema deve incorporar as informações necessárias para planejamento e controle;- O sistema deve gerar informações necessárias para auxiliar os administradores de todos os níveis a atingirem seus objetivos;- O sistema deve prover informações suficientes e precisas na freqüência necessária;- O processamento eletrônico de dados deve representar um papel importante, porque se torna necessário automatizar para prover informações exatas rapidamente;

Page 29: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

- Técnicas científicas devem ser usadas na análise dos dados.

Estes aspectos devem ser observados para que o sistema de

informação possa se constituir como vantagem competitiva a

empresa e também para que as informações sejam utilizadas

pelos gestores da melhor forma possível.

Na análise de Almeida (2001, p. 316), ”as características

do sistema de informações dependem do sistema de gestão a quem

deve dar o devido suporte, sobretudo no modelo de gestão

empresarial”. Dessa forma o sistema de informação dá

sustentação ao sistema de gestão desde o nível gerencial até o

operacional.

As características necessárias ao sistema de informações,

conforme Almeida (2001, p. 317), resumem-se em: “atender o

modelo de decisão dos diferentes gestores e atender ao que foi

estabelecido”.

Também conforme Almeida (2001, p. 317) os sistemas de

informações devem ser estruturados para:

- Depender cada vez mais da informação;- Estimular o gestor a tomar as melhores decisões para a empresa;- Incorporar, conceitos, políticas e procedimentos;- Informar, estimulando uma atitude proativa;- Levar em conta os aspectos operacionais, econômicos e financeiros;- Medir os resultados;- Possibilitar a operacionalização;- Possibilitar o controle em nível de áreas operacionais, de administração operacional e da empresa em sua totalidade;- Possuir um banco de dados integrado;- Ser formal e possibilitar interface entre os sistemas operacionais;- Ser proporcional à complexidade operacional, volume versus necessidade.

29

Page 30: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Pelo apresentado verifica-se que o sistema de informação

deve ser estruturado pela alta administração da empresa, em

conjunto com a controladoria e os gestores, na busca de

informações que conduzam as melhores decisões visando à

eficiência e eficácia da empresa.

Os princípios que devem nortear os sistemas de informações

para a Gestão Econômica, conforme Guerreiro (1989, p. 307-308)

são:

1. Princípio do condicionamento sistêmico: o sistema de informação depende do sistema de gestão e este do sistema institucional (crenças e valores);2. Princípio da coerência do processamento de dados: o mesmo sistema que processa o realizado processa o orçado;3. Princípio da utilidade da informação: a informação só é útil se atende o modelo de decisão do usuário;4. Princípio da avaliação de desempenho (accountability): os gestores recebem autoridade para decidir sobre os recursos da empresa e devem, portanto prestar contas de suas ações (avaliação de desempenho das áreas organizacionais);5. Princípio do controle: as causas dos desvios devem ser segregadas de forma que propicie e facilite as ações necessárias;6. Princípio da avaliação do resultado: todos os bens e serviços gerados pelas diversas atividades da empresa devem ter os seus resultados mensurados;7. Princípio da mensuração econômica: a avaliação de desempenho e a avaliação de resultado devem ser efetuadas com base em conceitos econômicos;8. Princípio da tridimensionalidade da gestão: todo processo de tomada de decisão envolve o aspecto operacional, financeiro e econômico;9. Princípio da caracterização dos eventos econômicos: devem ser identificados os eventos econômicos que serão mensurados e reportados pelo sistema de informação;10. Princípio da motivação das pessoas para a eficácia empresarial: devem ser utilizados conceitos e critérios que sejam lógicos, racionais e imparciais, que estimulem os gestores a implementarem ações que beneficiem a empresa como um todo;11. Princípio da identificação do modelo de decisão dos gestores: em nível de cada evento econômico deve ser analisado como os gestores tomam as decisões, para que possam ser caracterizadas as informações adequadas;12. Princípio da otimização do resultado econômico: a luz da tridimensionalidade da gestão, o resultado econômico deve ser otimizado prioritariamente ao resultado operacional e ao resultado financeiro;

30

Page 31: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

13. Princípio do patrimônio líquido como valor de custo da empresa para seus proprietários: a mensuração do patrimônio deve ser efetuada com base em conceitos de forma que o patrimônio líquido da empresa represente o valor de custo para seus proprietários, ou seja, se a empresa fosse vendida por esse valor o resultado do proprietário seria nulo.

Embasado nestes princípios o sistema de informações terá

condições de suportar as informações para uma gestão econômica

eficaz, porém cabe salientar que há necessidade de um modelo

de decisão e de um modelo de mensuração também voltados à

gestão econômica para dar suporte às decisões que levem a

empresa ao resultado econômico otimizado.

Desta forma os sistemas de informações para a gestão

econômica que viabilizam a administração por resultados,

possuem um modelo de decisão adequado para apoiar as escolhas

requeridas, um modelo mensuração que reflita com fidelidade os

impactos econômicos do processo e um modelo de informação que

dê suporte ao sistema de gestão e assim formam um modelo de

gestão que ampara a controladoria e os gestores com

informações indispensáveis ao planejamento, execução e ao

controle e permitindo a tomada de decisões eficazes.

Conforme Catelli et al (2001, p. 296) “a concepção e a

implementação dos subsistemas de informação para o modelo

Gecon, necessitam de três quesitos fundamentais: modelo de

decisão, modelo de mensuração e modelo de informação”, os

quais serão abordados nos próximas tópicos.

3.1 Modelo de decisão

No contexto ambiental de competição, onde as empresas,

para alcançarem seus objetivos, necessitam desenvolver novas

31

Page 32: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

metodologias em todas as áreas e, principalmente, na gestão, o

modelo GECON objetiva fornecer informações confiáveis, no

momento certo para a tomada de decisão, favorecendo os

gestores e a empresa como um todo.

Conforme, Parisi e Nobre (2001) o processo de decisão é um

evento que envolve, pelo menos, duas alternativas para a

escolha da que melhor exprime os objetivos da empresa. O

gestor, ao escolher uma das alternativas, deve estar ciente do

resultado e também do efeito que a decisão tomada irá provocar

na sua área e também na empresa como um todo.

Almeida (2002) salienta que a decisão envolve expectativas

quanto ao ambiente futuro, quais sejam: certeza, incerteza,

risco, complexidade e conflito.

Catelli et al. (2001) entende como necessário para

auxiliar a tomada de decisão dos gestores as seguintes

informações:

- Informações específicas que subsidiem o planejamento

estratégico (subsistema de informações sobre variáveis

externas e internas);

- Informações que subsidiem o processo de escolha das

alternativas (subsistema de simulações);

- Informações que subsidiem o planejamento operacional

(subsistema orçamentário);

- Informações que subsidiem o controle das operações

realizadas (subsistema de apuração de resultados);

O processo de decisão desta forma necessita das

informações destes subsistemas para uma perfeita interligação

com as funções de gestão, planejamento, execução e controle.

32

Page 33: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

O modelo de decisão do sistema de informações para gestão

econômica deverá partir das seguintes diretrizes básicas,

conforme Guerreiro (1989, p.65):

O modelo de decisão do gestor deve estar harmonizado com a missão de sua área de responsabilidade e esta, harmonizada com o modelo de gestão da empresa; O modelo de decisão do gestor deve estar harmonizado com modelo de gestão econômica da empresa; A função-objetivo do modelo de decisão do gestor corresponde à otimização do resultado econômico das operações; O modelo de decisão não deve ser caracterizado apenas com base em uma metodologia descritiva, tendo em vista que os gestores não utilizam necessariamente os melhores modelos, e que, por outro lado, esses modelos estão condicionados a informações disponíveis no momento; Deve ser utilizada uma metodologia normativa, explorando o comportamento da empresa, ao invés de estudar detidamente os processos mentais dos administradores; O modelo de decisão deve ser caracterizado considerando o aspecto da motivação do gestor que o impulsiona e acarreta a eficácia da organização.

Parisi e Nobre (2001, p. 128) apresentam, adicionadas às

diretrizes mencionadas por Guerreiro, algumas premissas

importantes:

- O modelo de decisão deve congregar um componente racional, o qual é fundamentado na necessidade da obtenção de resultados econômicos, mantendo assim a congruência com o modelo de gestão;- O resultado econômico é visto como a melhor medida da eficácia da empresa, sendo que o desempenho dos gestores é avaliado pelo resultado econômico que atingem, em relação ao previamente estabelecido; - O modelo de decisão deve ser único, devendo ter como pressuposto o método de custeio variável, apurar as margens de contribuição em função dos aspectos econômicos e financeiros dos eventos e em conformidade com o processo físico e operacional.

O modelo de decisão do GECON é baseado no lucro e em razão

do lucro, os gestores devem tomar as decisões que melhor

contribuam para o resultado global da empresa e desta forma

serão avaliados quanto à eficácia de suas áreas.

Verifica-se o importante papel da controladoria na Gestão

Econômica que será o de evitar que os interesses individuais

33

Page 34: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

dos gestores prevaleçam sobre os interesses da empresa como um

todo.

Conforme apresenta-se na figura 2, através das informações

do modelo de decisão devem ser definidas e decididas todas as

operações da empresa, desde o planejamento estratégico até e o

controle. O gestor deverá sempre buscar a decisão que traga o

resultado econômico ótimo para empresa e é por esta decisão

que será avaliado posteriormente.

Figura 2: Estrutura básica do modelo de decisãoFonte: Adaptado de Guerreiro (1989, p. 67).

Conforme verifica-se na figura 3, no modelo GECON a

avaliação de desempenho e de resultado é feita por área e, ou

mesmo, por evento; assim a informação é um recurso estratégico

para a sobrevivência, continuidade e desenvolvimento da

empresa. Os gestores das áreas dependem das informações, tanto

internas quanto externas a organização, apresentadas através

de simulações de alternativas e dentro do modelo conceitual de

decisão, para que desta maneira as informações contribuam de

forma eficiente, norteando as decisões, objetivando o

cumprimento da missão e a maximização do resultado global da

empresa.

PLANEJAMENTO OPERACIONALPLANEJAMENTO

ES

TR

AT

ÉG

ICO

EXECUÇÃO

CONTROLE

Receita Operacional(-) Custo Variável Operacional(=) Margem de contribuição operacional

Receita Financeira(-) Custo financeiro(=) Margem contribuição financeira

(-) Custos/despesas fixas

(=) RESULTADO ECONÔMICO

34

Page 35: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Figura 3: Modelo de Decisão em Gestão EconômicaFonte: Catelli e Santos (2003, p. 14).

Cabe salientar que as decisões tomadas pelos gestores em

suas áreas impactaram outras áreas da empresa e a empresa como

um todo, desta forma as decisões sempre deverão ser tomadas

levando em contas não somente a gestão operacional, mas também

a gestão financeira e a gestão econômica da empresa, conforme

visualiza-se na figura 4.

GESTOR

Missão, Crençase Valores

PLANEJAMENTO EXECUÇÃO CONTROLEProcesso de Gestão

AMBIENTE REMOTO

AMBIENTE PRÓXIMOFORNECEDORESCLIENTES / CONSUMIDORESCONCORRENTESPRODUTOS/RECURSOS

SISTEMA SÓCIO--POLÍTICO--PSICO--CULTURAL

SISTEMADE

INFORMAÇÕES

SISTEMA FÍSICO-OPERACIONAL

Modelo de Gestão

ModeloOrganizacional

TRANSAÇÕES/EVENTOScompras, produçào, vendas, serviços, investimentos, captações etc.

Receita Operacional(-) Custos/Despesas Operacionais

Margem de Contribuição OperacionalReceita Financeira(-) Custos/Despesas Financeiras

Margem de Contribuição Financeira(-) Custos Identificados

(=) Resultado Econômico

MODELO DE DECISÃORO> R1>R2>Rn

ALTERNATIVAS A0 A1 A2 An

R0 R1 R2 Rn

35

Page 36: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Figura 4: O Modelo de Decisão e o impacto da informação econômica financeira nas dimensões da empresaFonte: Catelli e Santos (2003, p. 15).

Os gestores então não devem limitar-se a execução apenas,

mas, sim, a uma gestão eficaz, o que envolve planejar e

controlar os eventos e atividades de sua área, visualizando

não somente o resultado operacional, mas, também, o melhor

resultado econômico e financeiro, ou seja, buscar a otimização

dos recursos aplicados na empresa (ativos) e a maximização do

retorno dos acionistas.

Para que o modelo de decisão do GECON seja eficiente

utilizam-se um conjunto de conceitos que permitam medir o

resultado econômico, que são apresentados pelo modelo de

mensuração.

3.2 Modelo de Mensuração

PATRIMÔNIO

ATIVO

Disponível

Recebíveis

Estoques

Fixos

Intangíveis

PASSIVO

Exigibilidades

PATR. LÍQUIDO

GESTÃO OPERACIONAL DIMENSÃO OPERACIONAL

Quantidades e atributos físicos dos recursos consumidos e dos produtos e serviços gerados

Qualidade dos produtos e preferências do cliente

Gestão do tempo Indicadores físicos e qualitat.

GESTÃO FINANCEIRA

RECEBIMENTOS E APLICAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

DIMENSÃO FINANCEIRA

Fluxo de pagamentos e recebimentos

Taxas de juros, câmbio e prazos Captação de recursos financeiros Aplicação de recursos financeiros Risco

GESTÃO ECONÔMICA DIMENSÃO ECONÔMICAReceitas Operacionais(-) Custos Variáveis = Margem de Contrib. Operacional.(-) Custos Fixos= Resultado Operacional(+/-) Margem Financeira= Resultado Econômico

MENSURAÇÃO POR CRITÉRIOS ECONÔMICOS

MENSURAÇÃO POR CRITÉRIOS ECONÔMICOS

PROCESSO

PROCESSO

VALOR ECONÔMICO

DOS RODUTOS (RECEITAS)

RECURSOS PROCESSO PRODUTOS

VALOR ECONÔMICO

DOS RECURSOS (CUSTOS)

PAGAMENTOS E CAPTAÇÃO

DE RECURSOS FINANCEIROS

GESTÃO PATRIMONIAL

ANTES DA DECISÃOANTES DA DECISÃO

APÓS A DECISÃOAPÓS A

DECISÃO

PATRIMÔNIO

ATIVO

Disponível

Recebíveis

Estoques

Fixos

Intangíveis

PASSIVO

Exigibilidades

PATR. LÍQUIDO

Fonte: Catelli et al (1999)

36

Page 37: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Mensurar significa medir ou determinar a medida. No

contexto da gestão econômica, visa atribuir valores aos eventos

ou objetos e, a partir deste valor, oferecer informações

econômicas adequadas aos usuários do sistema.

Para que o resultado planejado seja adequadamente

mensurado é necessário um modelo de mensuração que forneça

informações confiáveis e que permita as melhores alternativas

ao gestor visando à tomada de decisões corretas na busca do

resultado otimizado.

Ressalta Garcia (1999) que o modelo de mensuração permite

que o resultado econômico das diversas operações da empresa,

tais como: produtos, clientes, centros de resultados, áreas de

responsabilidades, entre outros, possam ser corretamente

mensurados, ou seja, reflitam a variação da riqueza da empresa

de um período para o outro.

Assim, o modelo de mensuração apresenta-se como uma

ferramenta utilizada no sistema de informação do GECON

permitindo a determinação de como os dados e resultados serão

medidos e desta forma gerando informações precisas para os

gestores.

Conforme Scherer (2002), a apuração de resultado gerencial

do GECON baseia-se no conceito de agregação contínua de valor,

reconhecendo que a riqueza se dá pela confrontação entre as

receitas obtidas e os custos consumidos à medida que as

operações da empresa vão ocorrendo e consumindo os insumos e se

transformam em produtos ou serviços e não somente na venda e na

apuração do resultado final da organização.

Scherer (2002 p. 60) complementa

37

Page 38: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Que o GECON busca um modelo de mensuração do resultado voltado para a correta mensuração do lucro e do patrimônio da empresa, onde o patrimônio líquido tem que expressar o seu valor efetivo, isto porque o principal usuário da informação contábil é o investidor, que busca informação não somente de custos, mas do valor do capital investido e do aumento da riqueza da empresa.

Guerreiro (1989, p. 93-102) estabelece as etapas

necessárias para caracterização do modelo de mensuração do

sistema de informação de gestão econômica:

1- Identificar o tipo de decisão a ser tomada

Pode-se classificar as decisões tomadas pelos gestores

quanto a sua natureza em estratégicas e operacionais; as

decisões operacionais classificam ainda em correntes

(rotineiras, ou seja, estabelecer o volume de produção, em

função da procura pelos produtos) e especiais (ocorrem

eventualmente, um exemplo, tirar um produto de linha). Já as

estratégicas são de ordem qualitativa, portanto a mensuração é

voltada para as decisões operacionais que envolvem os eventos

econômicos.

2- Identificar o sistema relacional empírico

A partir dos eventos econômicos e os tipos de decisão a

ser tomada serão definidos os objetos para os quais se

atribuirá valores numéricos.

Guerreiro (1989, p. 94) considera “a função-objetivo do

modelo de decisão é a otimização do resultado econômico dos

eventos.” Dessa forma as decisões operacionais devem buscar a

otimização por meio da transformação dos recursos em

produtos/serviços.

O sistema relacional empírico corresponde então aos

recursos consumidos e aos produtos e serviços gerados pelas

operações da empresa.

38

Page 39: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

3 – Identificar as características de interesse de medição

Para o sistema de informação de gestão econômica, a

medição dos recursos é estabelecida assim, o valor dos fatores

de produção e dos produtos fabricados serão avaliados pelo

valor de mercado. Diferentemente da contabilidade tradicional

em que os produtos são custeados pelo método de custeio por

absorção.

4 – Identificar a unidade de mensuração

A escala de medida é a monetária isto porque as decisões

voltam-se para o resultado econômico, não excluindo as

informações em quantidades físicas, que eventualmente o gestor

necessite para avaliação e tomada de decisões operacionais.

5 – Definir a base conceitual (critérios de mensuração)

A Gestão econômica busca a otimização do resultado

econômico, conforme Catelli et al. (2001), os conceitos e

premissas incorporados no modelo de mensuração do GECON

voltam-se para a correta mensuração do lucro econômico e do

patrimônio líquido da empresa que deverá representar o valor

efetivo do mesmo.

6 – Analisar o sistema de mensuração caracterizado à luz

do “purpose view” (informação adequada) e do “factual view”

(confiabilidade, validade, tipo de escala e significado

numérico)

Por último, o sistema de informação deve ser analisado

pela sua eficácia e eficiência.

Para Guerreiro (1989, p. 102) a eficácia do modelo de

mensuração indica “se o critério de mensuração proporciona

informações adequadas ao modelo decisão do usuário”.

39

Page 40: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

E quanto à eficiência, corresponde a medição das

qualidades do processo de mensuração, tais como:

confiabilidade, validade, tipos de escala e significado

numérico.

Resumindo, o modelo de mensuração deverá representar em

unidades físicas e monetárias os recursos utilizados e os

produtos produzidos, baseado nos conceitos que atendam o modelo

de decisão da empresa.

Para uma correta mensuração dos resultados econômicos dos

eventos/transações realizadas, e para atender as necessidades

do modelo de decisão, que evidenciem a agregação da riqueza, o

modelo de mensuração adotado pelo GECON, utiliza conceito de

resultado econômico que se baseia nos seguintes critérios de

mensuração, conforme Catelli et al. (2001, p. 288-289) que

serão explicados com conceitos de diversos autores:

a) Resultados tempo/conjunturais

Resultados tempo/conjunturais, conforme (Lemes, 2001, p.

490), “referem-se a resultados gerados em função do

custo/receita dos valores no tempo e de mudanças conjunturais

que determinam alterações nos ativos e passivos da empresa”.

Para Catelli e Guerreiro (2001), são os impactos

financeiros e patrimoniais causados em função dos prazos de

financiamento das compras, vendas, empréstimos, e outras

operações da empresa, ou ainda correspondentes às alterações

de preços, taxas de inflação, câmbio, juros, etc.

É importante salientar que os impactos causados pelo tempo

são reconhecidos e possibilitam a avaliação das decisões

tomadas pelos gestores nas transações.

40

Page 41: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

b) Custos correntes à vista

O GECON adota valores dos preços e custos correntes a

vista, que conforme Guerreiro e Paccez (2001, p. 446), “são

aqueles vigentes no mercado em uma determinada data”.

O custo a ser lançado na compra é pelo preço ou custo a

vista, se a escolha for pela compra a prazo o custo financeiro

será lançado separadamente, como outro evento/transação.

c) Valor de mercado

Valor de mercado que, segundo Guerreiro e Paccez (2001, p.

446), “no contexto da gestão econômica, corresponde ao preço

para a empresa dado as condições do mercado”.

Este procedimento garante a empresa que os ativos estejam

sempre avaliados corretamente tanto para venda quanto para sua

reposição.

d) Equivalência de capitais

Pires e Nascimento (2005, p. 101) definem equivalência de

capitais como o: “capital no momento zero é equivalente no

tempo, em função de uma determinada taxa, ao capital no

momento um”.

e) Reconhecimento de ganhos pela valorização de ativos

No GECON os ativos da empresa são avaliados pelo valor de

mercado, e sua variação é constante, e a empresa deve desta

forma deve conforme Guerreiro (1989, p. 206), “incorporar os

ganhos e perdas decorrentes das valorizações e desvalorizações

dos ativos que a empresa possui”.

Corroborando, Pereira (2001), apresenta que como a riqueza

da empresa sofre constantes variações, para uma correta

41

Page 42: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

mensuração e avaliação do resultado econômico os ganhos e

perdas decorrentes devem ser reconhecidos, mesmo que ainda não

realizados.

f) Reconhecimento da receita pela produção de bens e

serviços

Para Guerreiro e Garcez (2001), o sistema de gestão

econômica tem como premissa que as receitas são geradas

durante a realização de cada transação, evento, atividade

realizada pelas áreas da empresa.

Dessa forma, “todas as atividades consomem recursos e

geram um determinado resultado econômico”. (GUERREIRO e

GARCEZ, 2001, p. 448).

Assim, as receitas não são reconhecidas apenas quando da

venda dos produtos e serviços, mas conforme vão ocorrendo as

operações, permitindo conforme Pereira (2001), demonstrar a

contribuição de cada evento no resultado da empresa, e isto é

fundamental sob a ótica do GECON.

g) Depreciação econômica

No GECON o valor de um ativo é estabelecido pela sua

capacidade de geração de benefícios futuros, desta forma a

conforme Pereira (2001, p. 231) “a depreciação dos ativos

corresponde à perda de seu potencial de geração de benefícios

futuros para a empresa”. Diferentemente da contabilidade

tradicional em que a depreciação é calculada através de taxas

estabelecidas.

h) Custeio Direto

No modelo GECON, as responsabilidades de um gestor

restringem-se aos fatores por ele controláveis, portanto não

42

Page 43: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

devem ser responsabilizados pelos efeitos de decisões de

outros gestores. O método de custeio direto, permite que se

verifique a margem de contribuição operacional, pois aloca aos

produtos e serviços somente os custos variáveis a eles

identificáveis (CATELLI et al., 2001).

Conforme Nascimento (1998, p.147), “se custos fixos não

puderem ser diretamente identificados com alguma atividade,

devem ser suportados pela atividade-empresa no final do

período”.

i) Margem de Contribuição

O GECON utiliza o método de custeio direto, conforme

(Miranda et al., 2003), o qual tem a finalidade “de medir a

margem de contribuição das atividades na margem global da

empresa”. Através do modelo de decisão da gestão econômica,

podem ser apuradas as margens de contribuição operacional,

financeira e econômica de cada transação, evento, atividade,

ou áreas no resultado global da empresa.

j)Resultado Econômico Operacional

Conforme Catelli e Guerreiro (1992, p.11) apud Pereira

(2001, p. 233):

“a informação do resultado econômico gerado por uma atividade permite a identificação da formação do lucro, ou seja, quais atividades contribuem mais ou menos para a formação do resultado econômico global da empresa, qual atividade vale a pena terceirizar, qual a atividade vale a pena manter,e qual a perda econômica pela manutenção de atividades estratégicas deficitárias”.

Dessa forma, O resultado econômico operacional é calculado

por meio da mensuração do correto valor econômico dos recursos

consumidos e gerados, em cada evento, permitindo avaliação do

resultado dos eventos, das áreas da empresa e de qual a

contribuição cada área teve no resultado global da empresa.

43

Page 44: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

j)Resultado Econômico Financeiro

Além de apurar o resultado econômico operacional dos

eventos, para que possa identificar corretamente o lucro

econômico, é necessário apurar o resultado econômico

financeiro, originado pela compra e venda, a prazo, dos

produtos e serviços, sendo este calculado através do confronto

entre as receitas e despesas financeiras.

l) Preço de Transferência

Para Pereira (2001, p. 243) “o preço de transferência pode

ser entendido como o valor pelo qual e transferido um

produto/serviço, entre as diversas áreas e atividades da

empresa”, e permite um controle das relações entre as áreas e

o reconhecimento da receita gerada pelas atividades.

O GECON utiliza o preço de transferência baseado no valor

de mercado, que apresente a melhor alternativa, para que se

possa apurar corretamente o resultado das áreas.

m) Custo de Oportunidade

Conforme Pires e Nascimento (2005, p. 103) no GECON, o

conceito de custo de oportunidade é adotado em duas situações:

Para cálculo do custo de oportunidade do acionista: o custo de oportunidade do acionista corresponde à remuneração mínima exigida por ele sobre o investimento que realizou na empresa. Considerando que todos os ativos e passivos estão sob a gestão de uma determinada área, tais áreas devem “pagar” aos acionistas o custo de oportunidade dos ativos que estão sob sua responsabilidade e “receber” a receita de oportunidade dos passivos que administra (GUERREIRO, 1992). Para formação do preço de transferência: o preço de transferência pode ser estipulado a partir de vários critérios, sendo um deles, o de custo de oportunidade.

Devido a grande importância que exercem no GECON,

especialmente para avaliação de desempenho, o custo de

44

Page 45: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

oportunidade e os preços de transferências serão abordados em

itens específicos.

n) Orçamento (Original, Corrigido e Ajustado) e Realizado

(em Nível do Padrão e Efetivo)

Para Catelli apud Pereira (2001, p. 249-250), os

orçamentos:

São a expressão, em termos financeiros, dos planos da administração para operação da empresa durante um período específico de tempo e funcionam como um instrumento de controle administrativo de três maneiras:1 – Como meio de organização e direção de um grande segmento do processo de planejamento administrativo;2 – Como uma contínua advertência em procurar desenvolver os planos e programas guiando a administração no dia a dia;3 – Como avaliador de performance real.

Verifica-se a importância do orçamento no processo de

gestão da empresa, desde o planejamento das operações até o

controle do realizado, possibilitando a avaliação de

desempenho das áreas e ainda um acompanhamento das variações

ocorridas.

o) Variação (Inflação, Ajuste de Plano, Volume,

Eficiência)

Para uma correta avaliação de desempenho no GECON, é

necessário conforme Pereira (2001, p. 254), “a evidenciação

das variações desses fatores, por meio da decomposição dos

orçamentos”.

Os fatores que devem ser ajustados nos orçamentos são em

relativos a inflação do período, alterações relativas aos

ajustes necessários nos planos iniciais, quanto ao volume de

produção, preço dos recursos e também em relação aos níveis de

eficiência atingidos.

p) Custos Controláveis versus Custos não Controláveis

45

Page 46: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Segundo Pereira (2001, p. 237) a utilização do conceito de

controle envolve:

- Clara definição das funções e responsabilidades dos gestores;- Identificação das variáveis controláveis e não controláveis pelo gestor; e- Participação dos gestores no planejamento de suas atividades.

Dessa forma, o gestor de uma área não poderá ser

responsabilizado pelos custos que não estão sob sua

responsabilidade, nem mesmo pelas decisões tomadas por outros

gestores.

q) Centro de Resultado e Centro de Investimento

De acordo com Pereira (2001), os custos, receitas e

ativos, são identificados com as áreas de responsabilidade da

empresa, e através desta identificação surgem os centros de

custos, de resultados e/ou de investimentos.

Apresentam-se os conceitos de centro de custos, centro de

resultados e centros de investimentos, conforme Pereira (2001,

p. 239-242):

- Centros de custos: quando a uma atividade são associados somente os custos incorridos;- Centros de resultados: correspondem normalmente a uma divisão, ou conjunto de atividades, às quais são associados seus respectivos custos e receitas, cuja confrontação revela o resultado gerado;- Centros de investimentos: o investimento numa atividade é representado por uma parcela do capital (ativo, patrimônio), a disposição dessa atividade, que gerará benefícios a empresa. A associação dos centros resultados aos investimentos realizados na atividade, tem-se os centros de investimentos.

A adoção dos centros de investimentos pela empresa é

preferível à medida que oferece uma forma de controle, na

qual, os gestores busquem sempre a melhor atuação e

consequentemente tomem as melhores decisões, melhorando o

desempenho de suas áreas.

46

Page 47: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

A utilização dos centros de investimentos permite também

uma avaliação do resultado das áreas mais eficaz, pois além do

confronto entre custos e receitas, apura também o resultado

obtido em relação ao investimento de recursos feito na mesma.

Este processo acaba gerando uma evolução das contribuições

das áreas, pois vão sendo estimuladas a sempre a buscar os

melhores resultados o que no final do processo leva ao

resultado ótimo esperado pela empresa.

No GECON, são utilizados os centros de resultados e

centros de investimentos, ao invés de centros de custos.

Proporcionando assim, não só a identificação e mensuração dos

custos, das receitas em cada um dos eventos/atividades

realizadas pela empresa, o que permite a apuração do resultado

obtido por elas.

r) Custos Fixos Identificáveis

É fundamental para a correta mensuração do resultado

econômico, segundo Catelli et al. (2001, p. 288):

A identificação e associação direta e objetiva dos benefícios e custos com os eventos e atividades, e que o rateio de custos fixos estruturais aos eventos e atividades preconizados por algumas técnicas de custeio, distorce significativamente o custo e o resultado das atividades.

Também de acordo com Catelli e Guerreiro (1993), os custos

fixos são de responsabilidade dos gestores de cada área, e o

produto não deve ser onerado por estes custos. Se o rateio dos

custos fixos for efetuado, ficam prejudicadas as informações

de rentabilidade do produto e a avaliação de desempenho do

gestor e de sua área de atuação, pois reduzindo os custos sob

sua responsabilidade dissolve-se sua responsabilidade sobre

eles.

47

Page 48: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

s) Goodwill

Outro elemento que deve ser mensurado e que altera a

riqueza da empresa é o Goodwill que corresponde, segundo

Pereira (2001, p. 226):

Além do conjunto de ativos, direitos e obrigação, há um componente de seu patrimônio que se refere ao valor adicional da empresa, que sempre existe e decorre do agregado de todos seus fatores de produção, de sua imagem, de sua participação de mercado, da imagem de seus proprietários, etc.

v) Controlabilidade

Conforme Pereira (2001) o gestor ao assumir

responsabilidade deve então reportar-se e apresentar os

resultados de suas decisões a alta administração.

No processo de gestão, onde as decisões são tomadas pelo

gestor de cada área, a avaliação de desempenhos requer segundo

Pereira (2001, p. 216), “uma clara definição de autoridades e

responsabilidades, considerando-se apenas as variáveis por

eles controláveis”.

Neste contexto, a avaliação de desempenho permite a

verificação de como esta a gerência dos recursos em poder dos

gestores das áreas.

Desta maneira cabe a alta administração da empresa e a

contralodoria, disponibilizar as informações necessárias sob

os eventos econômicos da empresa embasados nos princípios

apresentados para que se efetue a correta mensuração dos

custos e receitas formadores do resultado econômico,

propiciando assim que as decisões sejam tomadas de forma

acertada buscando a otimização do resultado econômico da

empresa. Com isto também proporcionando uma correta avaliação

48

Page 49: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

de resultados e desempenhos dos gestores, áreas, e produtos da

empresa.

3.2.1 Custo de oportunidade

O conceito de custo de oportunidade conforme Guerreiro

(1989, p. 300) “é o valor de um recurso em seu melhor uso

alternativo”.

O conceito custo de oportunidade para o GECON é utilizado

principalmente na formação do preço de transferência, pois

permite a melhor formação dos resultados internos da empresa e

consequentemente a formação correta do resultado econômico da

empresa.

Segundo, Oliveira e Pereira (2005), O cálculo a ser feito

é o confronto de preços dos produtos e serviços gerados por

outras empresas (mercado), com os custos incorridos na

produção interna. Desta forma, obtêm-se a capacidade interna

da empresa em suportar as mesmas condições ambientais a que as

demais empresas estão sujeitas.

Conforme Oliveira e Pereira (2005), a adoção do conceito

de custo de oportunidade, apóiam algumas definições do GECON,

tais como:

- As alternativas consideradas devem ser viáveis e possíveis diante da estrutura operacional do negócio;- A diferença entre o custo de oportunidade dos recursos consumidos no processo de obtenção de produtos/serviços e o custo efetivamente incorrido espelha o valor adicionado pela atividade (resultado econômico);- Para avaliação de desempenhos das áreas, devem ser consideradas as alternativas que estão dentro dos limites de autoridade e responsabilidade dos seus respectivos gestores; e- O mercado desempenha importante papel na determinação do custo de oportunidade.

49

Page 50: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Dessa forma, o gestor, na escolha de uma alternativa em

detrimento de outras, deve analisar aquela, na qual, os

recursos possam ser utilizados visando o resultado ótimo para

sua área e para a empresa como um todo. Deverá também estar

ciente, dos benefícios que foram perdidos em função da

alternativa escolhida.

Conforme Oliveira e Pereira (2005), o emprego deste

conceito permite também a mediação das relações econômicas

entre as áreas, abrangendo o seguinte:

- O mercado representa a fonte alternativa de obtenção de bens e serviços;- Os efeitos das decisões tomadas pelos gestores, são fixados em suas próprias áreas, evitando-se o repasse de ineficiência entre as mesmas;- Orienta os gestores para a tomada das decisões que mais interessam à empresa como um todo e não à sua área específica;- Incorpora um parâmetro de alta qualidade ao processo decisório dos gestores;- Contempla a noção de valor econômico, consubstanciado pela melhor oportunidade identificada no mercado para obtenção dos produtos, tendo em vista a missão das áreas;- Restringe a amplitude da noção de preços, visto que a oportunidade (preço) é específica para entidade em questão, devendo considerar as particulares dificuldades ou facilidades enfrentadas para adquirir ou colocar os bens e serviços demandados, frente à alternativa de produzi-los internamente;- Permite avaliações corretas da evolução do patrimônio da entidade; e- Os preços praticados por outras empresas no mercado, ao serem incorporados à estrutura de resultados internos de uma empresa, confrontados com os custos incorridos para produzi-los internamente, fornecem uma idéia da capacidade da atividade interna em suportar condições competitivas.

A utilização do custo de oportunidade nos preços de

transferência permite uma melhor avaliação das atividades e

também apóiam de forma lógica as decisões dos gestores.

50

Page 51: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

3.2.2 Preço de Transferência

Conforme apresentado, no GECON as áreas da empresa

realizam atividades, que podem ser transformadas em produtos e

serviços, que posteriormente serão vendidos ou transferidos

aos clientes (internos ou externos).

De acordo com Oliveira e Pereira (2005), para a correta

gestão econômica das áreas e da empresa, é necessário que seja

apurado o resultado de cada atividade, de forma a verificar a

contribuição desta no resultado global da organização. Dessa

forma o conceito de preço de transferência, deve motivar os

gestores a buscarem o melhor para empresa como um todo, não

devendo priorizar sua área de atuação.

De acordo com Pereira (2001) o preço de transferência pode

ser estabelecido de três formas: pelo custo, pelo valor de

mercado ou pela livre negociação entre os gestores.

Oliveira e Pereira (2005) apresentam os pontos negativos

da utilização dos preços de transferência baseados em custos,

pois estes não permitem que se identifique o resultado gerado

pela atividade; apresentam distorções causadas pelos critérios

de rateio e ainda permitem o repasse de ineficiência de uma

área para outra. Em relação ao preço de transferência

negociado entre os gestores, sofrem a influência da habilidade

de negociação dos gestores e do poder político envolvido nas

transações.

Em relação ao preço de mercado Oliveira e Pereira (2005),

apresentam que mesmo acaba incluindo em seu valor elementos

não constantes internamente na empresa, tais como: impostos,

comissões, fretes, custos financeiros, custos de pós-venda,

etc.

51

Page 52: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Dessa forma conforme Oliveira e Pereira (2005) o modelo de

preço de transferência a valores de mercado, observando o

conceito do custo de oportunidade, é o que melhor estrutura-se

para o GECON, isto porque parte da seguinte premissa:

De que o valor dos produtos e serviços transacionados entre as unidades deverá refletir o valor do benefício possível de ser auferido na melhor alternativa econômica de obtenção dos bens e serviços demandados. Por melhor alternativa econômica, entende-se aquela que possibilite à organização o maior incremento de resultado possível.

Os preços de transferências devem basear-se nos valores de

mercado porque estes representam uma das opções de compra de

bens e serviços.

Cabe a cada área da empresa, neste processo a decisão que

melhor atenda aos objetivos da empresa, ou seja, otimização do

resultado, tendo então o gestor duas opções: produzir ou

comprar externamente.

Oliveira e Pereira (2005), apresentam o modelo de preço de

transferência baseado no custo de oportunidade, como o que

melhor otimiza os resultados econômicos e que proporciona uma

melhora no nível de eficácia da empresa.

3.3 Modelo de Informação

Conforme Figueiredo e Caggiano (1997), o modelo de

informação tem como objetivo fornecer informações que suportem

52

Page 53: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

a tomada de decisão na busca de um resultado econômico ótimo

para a empresa, adequando desta forma o sistema de informação

ao modelo de decisão da empresa.

O modelo de informação possui determinadas características

da informação que segundo Guerreiro (1996, p. 108) “a tornam

um elemento indutor e facilitador das ações dos gestores para

a otimização do resultado econômico”.

O GECON conforme Catelli apud Almeida (2001, p. 316),

necessita de um sistema de processamento eletrônico de dados

que propicie:

- que as informações sejam distribuídas aos gestores e acessadas diretamente por eles, conforme suas necessidades;- permita facilidade de interação do usuário;- seja um banco de dados unificado e estruturado pelo conceito de engenharia de informações;- forneça informações com oportunidade para as ações gerenciais no momento da ocorrência dos eventos; e - que espelhe o que realmente ocorre a nível operacional.

Almeida (2001) descreve que o modelo de informação do

GECON deve ter características que atendam ao modelo de

decisão e mensuração. A interação dos modelos ocorre em duas

etapas: a primeira, envolvendo o planejamento, execução e

controle; e a segunda, relativa à mensuração do resultado, o

que se verifica na figura 5.

Guerreiro (1989), explica que os modelos de decisão e

mensuração impactam nas informações geradas e nas decisões

tomadas, sendo que as informações geradas pelo modelo de

informação devem conter os princípios que norteiam os modelos

de decisão e mensuração para que atendam as necessidades de

informações gerenciais da empresa, conforme demonstra-se na

figura 5.

53

Page 54: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Figura 5: Interação entre os modelos de decisão, mensuração e informação

Fonte: Guerreiro (1989, p. 138)

As seguintes características, juntamente com os princípios

já apresentados, são necessárias aos sistemas de informações

para atender ao modelo GECON, conforme Guerreiro (1989, p. 139

– 144):

a) Adequação à decisão: a informação deve se adequada ao tipo de decisão, ou seja, deve suprir o modelo de decisório, do tomador de decisão.b) Valor Econômico: deve modificar o conhecimento que o usuário possui do seu ambiente,de tal forma que esse conhecimento aumente o valor esperado de uma decisão,em montante superior ao custo de geração da informação.c) Oportunidade: a informação deve ser disponibilizada para o usuário no momento oportuno. A informação recebida após os eventos, sobre os quais é necessário agir, é inútil.d) Precisão: a informação deve ser precisa, não correta ou exata, ou seja, deve corresponder qualitativa e quantitativamente ao objeto que se deseja medir de acordo com às regras e critérios definidos de mensuração;e) Relevância: a informação deve primar por um conteúdo significativo relativamente à decisão que se deseja implementar.f) Objetividade: a informação deve ser objetiva, ou seja, seu conteúdo não deve ser influenciado por subjetivismo ou interpretação pessoal, relatando o que efetivamente aconteceu. g) Relatividade: a informação deve estar num contexto com outros dados do mesmo tipo (histórico ou projetados), ou afins com os dados apresentados.

MODELO DE

DECISÃO

MODELODE

MENSURAÇÃO

MODELODE

INFORMAÇÃO

INFORMAÇÃO

TOMADADE

DECISÃO

54

Page 55: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

h) Exceção: a informação deve enfatizar as exceções, ou seja, orientar as ações para o que está ocorrendo fora dos parâmetros predefinidos. i) Entendimento: a informação deve ser facilmente compreensível pelo usuário. j) Acionabilidade: a informação deve ser preparada e encaminhada a indivíduos que possuam a apropriada influência ou poder de ação sobre os eventos. k) Motivação: a informação deve ser preparada de forma a motivar o individuo a tomar as melhores decisões que visem os melhores interesses da empresa.l) Confiabilidade: a informação deve ser gerada por um sistema que possui alta probabilidade de funcionar adequadamente. Quanto mais vital é a informação, tanto mais importante que o sistema de informação seja confiável. m) Adequação à organização: a informação deve ser adequada ao nível hierárquico definido pela estrutura de organização, ou seja, o conteúdo, o nível de detalhe, a periodicidade das informações são especificados de acordo com as decisões tomadas em cada nível. n) Segmentação: as informações relativas à gestão econômica não podem ser veiculadas através de um único relatório. Assim, elas são segmentadas por centros de custos, centros de resultado, área de responsabilidade, ordem de produção, produto e famílias etc. o) Consistência e integração: [...] as informações devem constituir um conjunto planejado de tal forma que a análise de uma informação sintética reportada à alta administração, por exemplo, possa ser feita através das informações analíticas dirigidas aos níveis hierárquicos subordinados. p) Uniformidade de critérios: a informação para efeito de avaliação de desempenho/controle de uma atividade ou evento deve ser gerada através da utilizando-se os mesmos critérios empregados na fase de planejamento.q) Identificação das causas: as informações na fase de controle devem indicar ou possibilitar a inferência das causas de um determinado resultado.

Essas características devem orientar o modelo de

informação para que o mesmo forneça a melhor resposta aos

gestores e estes, por sua vez, escolham as melhores

alternativas em busca da otimização do resultado da empresa.

Com a adoção das características e princípios citados, os

sistemas garantirão a qualidade das informações fornecidas em

termos de confiabilidade, oportunidade, objetividade e

utilidade.

55

Page 56: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

O modelo de informação, para o GECON, deve viabilizar a

tomada de decisão eficaz e dar suporte a processo de gestão

(planejamento operacional de médio, longo e curto prazo, e

também nas fases de execução e controle).

Segundo Guerreiro (1989, p. 145) “a interação entre os

modelos de decisão ocorre em dois níveis: a nível de processo

gerencial (planejamento, execução e controle) e a nível da

equação de resultados”.

A figura 6 apresenta a interação entre o modelo de decisão

e o modelo de informação.

No nível de processo de gestão o modelo de informação,

conforme Guerreiro (1989, p. 145) deve contemplar os conceitos

de: “orçamento original, orçamento corrigido, orçamento

ajustado, padrão, real, variação total, variação de inflação,

variação de ajuste de plano, variação de volume e variação de

eficiência”, que são apresentados na figura 6, representando o

modelo de informação do sistema de informação de gestão

econômica.

EQUAÇÃO DERESULTADO

ORÇAMENTO

PADRÃO REAL

VARIAÇÕES

ORIG COR. AJUST TOTALDE

INFLAÇÃOAJUSTEDE PLANO VOL QT.

(+) Receita Operac.

(-) Custo Var. Operac.

(=) Margem Operac.

(+) Receita Financ.

(-) Custo Financ.

(=) Margem Financ.

(-) Custo Fixo

(=) Resultado Econ.

Figura 6: Modelo de Informação do Sistema de Informação de Gestão EconômicaFonte: Adaptado de Guerreiro (1989, p. 146)

56

Page 57: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Já o nível de equação de resultados conforme Guerreiro

(1989) deve ser representado pelo modelo de informação tendo

por base as características e os conceitos aplicados ao modelo

de mensuração, conforme se verifica na equação de resultado da

figura 6.

No modelo GECON para cada fase do processo de gestão é

necessário um sistema de informação gerencial, com

características adequadas, que atendam de forma eficaz as

necessidades dos gestores na tomada de decisão. (CATELLI,

PEREIRA E VASCONCELLOS (2001).

Com esta finalidade, o sistema de informações para o GECON

é subdividido nos seguintes subsistemas: subsistema de

informação sobre os ambientes externo e interno; subsistemas

de simulações; subsistema orçamentário; subsistema de

informação de resultados realizados. (CATELLI, ET AL. 2001).

a) Subsistema de Informações sobre ambientes externos e

internos

Catelli et al. (2001, p. 295) explicam que o objetivo

desse subsistema é “subsidiar os gestores durante a fase de

planejamento estratégico sobre os ambientes externo e

interno”.

Guerreiro (1999, p. 105) apresenta como características

desse subsistema: “banco de dados; informações de diversas

naturezas sobre o ambiente externo; altamente flexível; pouco

estruturado”.

57

Page 58: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

A análise externa do ambiente da empresa é normalmente

traduzida em oportunidades e ameaças de mercado, bem como

pontos a serem corrigidos ou aperfeiçoados pela empresa. Já no

ambiente interno verifica-se os pontos fortes e fracos do

sistema operacional da empresa.

b) Subsistema de Simulações

Conforme Catelli et al. (2001, p. 296) o subsistema de

simulações objetiva “subsidiar os gestores durante a fase de

pré-planejamento, gerando informações dos resultados

econômicos das alternativas simuladas buscando a otimizacão do

mesmo”.

A simulação conforme Berto e Nakao (2002) permite a

experimentação e o teste das mudanças de cenário, conforme as

estratégias, as táticas e as políticas adotadas no processo

operacional, objetivando verificar as conseqüências destas

mudanças nos planos, sem a necessidade da utilização dos

recursos.

Berto e Nakao (2002) aduzem que o processo de simulação

permite a verificação das conseqüências com a alteração de

algumas variáveis que afetam o processo que se está

analisando. Cada mudança de valor nas variáveis representa uma

nova alternativa para análise dos gestores, auxiliando-os no

processo de tomada de decisão.

Guerreiro (1999, p. 105) apresenta as características

necessárias a este subsistema:

- descentralização; - mensuração de receitas, custos e resultados; - respeito às variáveis do evento econômico; contemplação de variáveis relevantes;

58

Page 59: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

- interação com usuário; - alta flexibilidade;- rapidez no tempo de resposta;- obediência ao modelo de mensuração da controladoria.

A simulação auxilia os gestores na busca da otimização dos

resultados conforme os cenários que lhe são impostos pelo

mercado e pela realidade operacional da empresa.

c) Subsistema Orçamentário

Catelli et al. (2001, p. 296) explicam que o objetivo

desse subsistema é “subsidiar os gestores durante a fase de

planejamento operacional de curto, médio, longo prazos,

gerando informações dos eventos econômicos planejados”.

Para Figueiredo e Caggiano (1997) o subsistema

orçamentário simula os desempenhos das transações e eventos

baseado nos planos aprovados, permitindo comparações com os

eventos realizados, subsidiando de informações no apoio a

gestão.

Guerreiro (1999, p. 106) apresenta as características

necessárias a este subsistema:

- centralização; - detalhamento das informações no mesmo nível do

realizado; - contemplação das variáveis analíticas dos eventos econômicos; - alta estruturação (sistema de contabilidade de eventos

planejados);- compatibilidade com base conceitual do realizado;- obediência ao modelo de mensuração da controladoria.

O objetivo do subsistema orçamentário é permitir aos

gestores e a controladoria um planejamento financeiro adequado

para as operações da empresa.

59

Page 60: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

d) Subsistema de Informações de Resultados Realizados

Catelli et al. (2001, p. 296) definem a importância do

subsistema de informações de resultados realizado, pois,

auxiliam “os gestores durante a fase de controle gerando

informações detalhadas sobre os eventos econômicos

realizados”.

Guerreiro (1996, p. 106) apresenta as características

necessárias a este subsistema:

- centralização; - detalhamento das informações no mesmo nível do orçado; - contemplação das variáveis analíticas dos eventos econômicos; - alta estruturação (sistema de contabilidade de eventos realizados);- compatibilidade com base conceitual do orçado;- obediência ao modelo de mensuração da controladoria.

O subsistema de informação de resultados realizados

objetiva o controle dos eventos planejados com os eventos

realizados na empresa, permitindo uma análise das variações e

a realização das projeções futuras.

Conforme a Figura 7, o sistema de informações sobre o

processo de gestão, que atenda plenamente o processo deve ser

subdivido em subsistemas, os quais subsidiam os gestores com

informações importantes e necessárias à tomada de decisão, de

acordo com CATELLI ET AL (2001).

60

Page 61: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

Figura 7: Sistemas de Informações. Fonte: Catelli et al. (2001 p. 295).

O GECON através do modelo de informação, do modelo de

decisão e do modelo de mensuração estrutura um sistema de

informações econômicas, divididos em subsistemas, que apóiam o

processo de gestão em todas as fases do processo, fornecendo

informações que auxiliam a tomada de decisão.

3.4. Avaliação de Resultados e Desempenhos na Gestão Econômica

Através do sistema de informações para gestão econômica,

embasado nos modelos de mensuração, decisão e informação, o

GECON permite o desenvolvimento de um processo de gestão que

avalia os resultados e desempenhos das atividades e dos

gestores, importantíssimo a alta administração e a

controladoria.

Para Catelli et al (2001, p. 298), a avaliação ocorre da

seguinte forma:

- Avaliação de resultados: consiste na avaliação das contribuições econômicas dos produtos e serviços

Sistema de informações

Sobre os ambientes externos e internos

Planejamento Estratégico

Sistemas Informações Sistemas de Informações Operacionais

Planejamento e Controle

Sistema de Informações – GECON

Módulo de Simulações

Módulo dePlanejamento

Módulorealizado

Modelos de mensuração e informação

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Page 62: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

gerados pelas atividades em relação ao resultado global da empresa.

- Avaliação de desempenhos: consiste na avaliação dos resultados gerados pelas atividades sob responsabilidade dos gestores, considerando a contribuição das áreas ou atividades no resultado global da empresa.

A figura 8, abaixo, representa esses conceitos de

avaliação de resultado e desempenho.

Figura 8: Conceito de Avaliação de Desempenhos e Avaliação de Resultados na Gestão econômicaFonte: Pereira (2001 p. 224).

De acordo com Pereira (1993), para avaliação de resultados

é necessária a correta utilização do resultado econômico,

incluindo, além da capacidade econômica (lucratividade), custo

do capital, mensuração do valor da empresa, mensuração dos

custos e receitas associados aos produtos e serviços, dados

que serão fornecidos pelo sistema de informações do GECON,

conforme já mencionado.

Já a avaliação de desempenho, para que possa ser

comparada, requer informações relativas ao desempenho

planejado e o desempenho realizado nas áreas.

Dessa forma, conforme Pereira (1993) para uma correta

avaliação de desempenho, é necessário ter bases, as quais

denominam-se: padrões e orçamentos.

Receitas com produtos

(-) Custos variáveis(=) Margem de contribuição(-) Custos fixos(=) Resultado operacional(+/-) Resultado Financeiro(=) Resultado Econômico

Resultado com produtos

Resultado das atividades

Avaliação de resultados

Avaliação de desempenhos

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Page 63: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

De acordo com Pereira (2001, p. 248), “os padrões envolvem

a noção de padrões físicos (índices padrões) e monetários

(valores-padrão) com relação ao custo (valor dos recursos) e à

receita (valor dos produtos e serviços)”.

Pereira (2001) define que “o custo padrão expressa os

padrões físicos e de preços por unidade de produto ou serviço,

considerando elementos do custo com matéria prima, mão de

obra, etc”.

Pereira (1993), explica que com relação à avaliação de

desempenho os padrões devem:

- Refletir os custos dos recursos e as receitas dos produtos e serviços, adequadamente, a fim de que as variações (em termos físicos ou monetários) ocorridas em uma atividade não sejam repassadas as outras, garantindo bases válidas e justas para avaliação de desempenho;- Resultar de estudos científicos que lhe garantam a confiabilidade como uma meta a ser permanentemente perseguida;- Revisão permanente, para que, se ocorrerem alterações, elas sejam consideradas na análise;- Serem analíticos, revelando os vários elementos de custos envolvidos nas atividades;- Orientar a avaliação dos resultados por produto e serviços;- Espelhar as diretrizes e metas da empresa.

Para Pereira (1993), os orçamentos devem expressar

quantitativamente os planos de ação para um período, baseado

nos modelos de gestão e modelos de mensuração, servindo de

base para a coordenação, implantação e controle dos planos.

Pereira (2001) observa que os orçamentos devem ser

flexíveis para que, em caso de alterações de volumes, possam

ser alterados, garantindo a comparação do desempenho planejado

com o alcançado. Os orçamentos flexíveis requerem a utilização

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Page 64: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

do custeio variável para a apuração das margens de

contribuição dos produtos e atividades.

Ao final do processo verifica-se que o modelo de gestão

econômica – GECON permite através de um sistema de informações

econômicas, todo um ferramental necessário aos gestores e a

controladoria, para uma gestão eficiente e eficaz, auxiliando

em todas as fases do processo de gestão. Permite uma correta e

justa avaliação de desempenhos e resultados, em todos os

níveis, desde o evento até o resultado global da empresa,

resultando em uma administração voltada para busca de um

resultado ótimo para empresa.

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Page 65: Plano de Aula 02 - Sistemas de Informações e o Gecon

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