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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA ARIEL EXPOSITO TAMAYO PLANO DE AÇÃO PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS EM PACIENTES COM HIPERTENSAO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ÁREA DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MARIA DO CAMRO BARBOSA E SANTOS, AVEIRO - PARÁ SANTARÉM - PARÁ 2018

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Page 1: PLANO DE AÇÃO PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO ...€¦ · importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Nesse contexto, a Estratégia de Saúde da Família

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

ARIEL EXPOSITO TAMAYO

PLANO DE AÇÃO PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO

MODIFICÁVEIS EM PACIENTES COM HIPERTENSAO ARTERIAL E

DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ÁREA DA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE MARIA DO CAMRO BARBOSA E SANTOS, AVEIRO - PARÁ

SANTARÉM - PARÁ

2018

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ARIEL EXPOSITO TAMAYO

PLANO DE AÇÃO PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO

MODIFICÁVEIS EM PACIENTES COM HIPERTENSAO ARTERIAL E

DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ÁREA DA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE MARIA DO CAMRO BARBOSA E SANTOS, AVEIRO - PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do

Pará, para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientador: Professora Denise da Silva Pinto

SANTARÉM - PARÁ

2018

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ARIEL EXPOSITO TAMAYO

PLANO DE AÇÃO PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO

MODIFICÁVEIS EM PACIENTES COM HIPERTENSAO ARTERIAL E

DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ÁREA DA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE MARIA DO CAMRO BARBOSA E SANTOS, AVEIRO - PARÁ

Banca examinadora

Professora. Denise da Silva Pinto – Universidade Federal do Pará

Professora. Valquiria Rodrigues Gomes – Universidade Federal do Pará

Aprovado em Santarém, em 14 de Dezembro de 2018.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os que me apoiaram e àqueles que

contribuíram direta e indiretamente para sua realização.

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AGRADECIMENTOS

A Deus que é a inspiração da minha vida e à minha família

que facilita a dedicação ao meu trabalho com seriedade e

profissionalismo.

Aos meus colegas de trabalho e amigos pelo apoio prestado e

aos pacientes que são o objetivo do meu esforço para

proporcionar-lhes uma melhor qualidade de vida.

À todos os professores, pelos importantes ensinamentos

científicos e pessoais transmitidos e em especial à orientadora

Denise da Silva Pinto pelo apoio e dedicação.

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“A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar

são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia”.

(Friedrich Nietzsche)

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RESUMO

No Brasil, as doenças cardiovasculares representam importantes problemas de saúde pública,

pois é a primeira causa de morte no país. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a

Diabetes Mellitus (DM), doenças crônicas não transmissíveis, constituem-se os mais

importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Nesse contexto, a Estratégia de

Saúde da Família (ESF) configura-se como elemento chave no desenvolvimento das ações

para o controle da HAS e DM, uma vez que, através de uma equipe multidisciplinar, há

atuação na promoção da saúde, prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos

mais freqüentes, na manutenção da saúde e no estabelecimento de vínculos de compromisso e

de corresponsabilidade com a comunidade. O problema mais relevante na ESF Maria do

Carmo Barbosa e Santos é a elevada frequência de fatores de risco modificáveis de HAS e

DM. Este trabalho tem como objetivo, elaborar um plano de intervenção para reduzir os

fatores de riscos modificáveis da Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus tipo 2 na área da

Unidade Básica de Saúde Maria do Carmo Barbosa e Santos, no município de Aveiro, Pará.

Utilizou-se o Método do Planejamento Estratégico Situacional (PES) e foi realizada uma

revisão da literatura sobre o tema com base em dados eletrônicos de bibliotecas virtuais como

Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) bem

como no acervo da biblioteca virtual do NESCON, manuais, diretrizes, livros texto e

materiais oferecidos no Curso de Especialização em Atenção Básica disponibilizados no site

dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCs), na Base de dados Pub Med (Medline) e dados

pesquisados nos registros da própria Unidade Básica de Saúde.Ao final da intervenção,

espera-se que seja minimizada a prevalência de HAS e DM com a melhoria da qualidade de

vida dos portadores destes agravos na área adstrita da Estratégia Saúde da Família..

Palavras-chave: Hipertensão Arterial. Diabetes Mellitus. Atenção Básica. Aveiro.

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ABSTRACT

In Brazil, cardiovascular diseases represent important public health problems, as it is the

leading cause of death in the country. Systemic Arterial Hypertension (SAH) and Diabetes

Mellitus (DM), chronic noncommunicable diseases, are the most important risk factors for

cardiovascular diseases. In this context, the Family Health Strategy (FHS) is a key element in

the development of actions for the control of hypertension and DM, since, through a

multidisciplinary team, there is action in health promotion, prevention, recovery and

rehabilitation of more frequent illnesses and diseases, in maintaining health and establishing

bonds of commitment and co-responsibility with the community. The most relevant problem

in the Maria do Carmo Barbosa and Santos FHS is the high frequency of modifiable risk

factors of SAH and DM. The objective of this study is to develop an intervention plan to

reduce the modifiable risk factors of Arterial Hypertension and Type 2 Diabetes Mellitus in

the area of the Maria do Carmo Barbosa and Santos Health Basic Unit, in the city of Aveiro,

Pará. the Strategic Situational Planning Method (PES) and a review of the literature on the

subject was carried out based on electronic data from virtual libraries such as the Virtual

Health Library (VHL), the Scientific Electronic Libray Online (SciELO) as well as the library

collection (NCD), manuals, guidelines, textbooks and materials offered in the Specialization

Course in Primary Care available on the Health Sciences Descriptors website (DeCs), Pub

Med Database (Medline) and data searched in the records of the Unit At the end of the

intervention, it is expected that the prevalence of SAH and DM will be minimized with the

improvement of the quality of life of bearers of these diseases in the attached area of the

Family Health Strategy ..

Keywords: Hypertension. Diabetes Mellitus. Basic Attention. Aveiro. .

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente Comunitário de Saúde

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVE - Acidente Vascular Encefálico

BVS - Biblioteca Virtual em Saúde

CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DECS - Descritores em Ciências da Saúde

DM - Diabetes Mellitus

DST - Doença Sexualmente Transmissível

ESF - Estratégia de Saúde da Família

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família

NESCON – Núcleo de Educação em Saúde Coletiva

OMS - Organização Mundial da Saúde

PA - Pará

PSF - Programa Saúde da Família

SUS – Sistema Único e Saúde

UBS - Unidade Básica de Saúde

US – Unidade de Saúde

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1- Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico 23

da comunidade adscrita à equipe da Estratégia Saúde da Família, Unidade Básica de Saúde

Maria do Carmo Barbosa e Santos, município de Aveiro, estado do Pará.

Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “ A alta 38

prevalência de pacientes portadores de doenças crônicas degenerativas como o diabetes

mellitus e a hipertensão.”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família

Maria do Carmo Barbosa e Santos, do município Aveiro, Estado do Pará

Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “ Conhecimento 39

insuficiente sobre a Hipertensão e Diabetes”, na população sob responsabilidade da Equipe de

Maria do Carmo Barbosa e Santos , do município Aveiro, Estado do Pará

Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Risco 40

Cardiovascular aumentado”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da

Família Maria do Carmo Barbosa e Santos, do município Aveiro, estado do Pará

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

1.1 Aspectos gerais do município 12

1.2 Aspectos da Comunidade 14

1.3 O sistema municipal de saúde 15

1.4 A Unidade Básica de Saúde Maria do Carmo Barbosa e Santos, Aveiro – PA 17

1.5 A Equipe de Saúde da Família, da Unidade Básica de Saúde Maria do Carmo Barbosa e

Santos, Aveiro – PA 19

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Estratégia Saúde da Família Maria do

Carmo Barbosa e Santos, Aveiro- PA 20

1.7 O dia a dia da Equipe Estratégia Saúde da Família Maria do Carmo Barbosa e Santos,

Aveiro- PA 21

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade (primeiro passo) 22

1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de intervenção (segundo

passo) 23

2 JUSTIFICATIVA 25

3 OBJETIVOS 26

3.1 Objetivo geral 26

3.2 Objetivos específicos 26

4 METODOLOGIA 27

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 28

5.1 Doenças Crônicas 28

5.2 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 29

5.3 A Diabetes Mellitus (DM) 32

6 PLANO DE INTERVENÇÃO 35

6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo) 35

6.2 Explicação do problema selecionado (quarto passo) 35

6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo) 37

6.4 Desenho das operações (sexto passo) 37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 42

REFERÊNCIAS 4

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1 INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares principalmente a hipertensão arterial e o diabetes

mellitus tem atingido alta prevalência na população mundial, tornando-se assim um sério e

relevante problema de saúde público, devido ao impacto que suas complicações trazem para

sistema público de saúde, sociedade, indivíduo e para a família

Atualmente o Diabetes Mellitus (DM) é uma doença que tem despertado o interesse

de muitos profissionais da saúde e da população, pois é uma patologia crônica de grande

escala em todo mundo, e que no decorrer dos anos tornou-se motivo de preocupação para a

saúde pública. Segundo Souza et al. (2013, p.98), o diabetes é responsável por cerca de 4

milhões de mortes a cada ano, o que representa um percentual de 9% da mortalidade em todo

o mundo. Essa doença se destaca também pela variedade de complicações que causa

independente da sua classificação.

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma condição clínica que se caracteriza por

níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se muitas vezes a alterações dos

órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas com

aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. É considerado o principal

fator de risco para complicações tais como acidente vascular encefálico, infarto agudo do

miocárdio e doença renal crônica. Dados estatísticos revelam que, no Brasil, a prevalência

geral é de 35,8 % nos homens e 30 % nas mulheres, semelhante à de outros países. Um total

de 22 estudos encontrou prevalências entre 22,3% e 43,9% (média de 32,5%), com mais de

50% entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70 anos (SBC; SBH; SBN, 2012).

1.1 Aspectos gerais do município

O município de Aveiro localiza-se no Estado do Pará, na Região Norte do Brasil e

compõe a região Oeste do Pará, mesorregião do Médio Tapajós, microrregião de Itaituba,

ocupando uma superfície de 17 158 km² e tem uma população de cerca de 15 mil habitantes.

Tem a sua origem numa aldeia de índios Mundurucus (tapajós-tapera) que foi

elevada a freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Aveiro em 1781. Essa aldeia obteve a

denominação portuguesa de lugar de Aveiro, por ato do governador e capitão-general, José de

Nápoles Tello de Menezes, em 23 de agosto de 1781, que nomeou, na mesma ocasião o

morador Francisco Alves Nobre para administrá-la. Constatou-se, nos registro oficial a

existência antes de 1781, da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Aveiro, do que se

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concluiu, portanto, que o ato de criação desse lugar foi somente uma confirmação, pois o local

já era conhecido como Aveiro e foi elevado a município em 1883 e compreende atualmente os

distritos de Aveiro, Brasília Legal e Pinhel.

A sede do Município de Aveiro está localizada ás margens do Rio Tapajós com as

seguintes coordenadas geográficas: ao Norte – Santarém, Juriti e Belterra. Leste – Santarém e

Ruropólis, ao Sul – Rurópolis e Itaituba e Oeste – Estado do Amazonas. Situado a 40 metros

de altitude. As coordenadas geográficas do município. Latitude: 3º,36’, 39”, Sul Longitude:

55, 19’, 13”, Oeste.

As características climáticas do município não diferem muito das de sua região. A

temperatura do ar é sempre elevada, com média anual de 25, 6°c e valores médicos para a

máxima de 31°c e, para a mínima de 2,5ºc. Quanto á unidade relativa apresenta valores acima

de 80%, em quase todos os meses do ano. A pluviosidade aproxima-se dos 2.000mm anuais,

porém é um tanto irregular, durante o ano. As estações chuvosas coincidem com os meses de

dezembro até o mês de junho e, as menos chuvosas, de julho-novembro. O tipo climático da

região é o Ami que se traduz como um clima cuja média mensal de temperatura mínima é

superior a 18°c. Tem uma estação seca de pequena duração e amplitude térmica inferior a 5°c

entre as médias do mês mais quente e do mês menos quente. O excedente de água do solo,

segundo o balanço hídrico, corresponde aos meses de fevereiro-julho, com um excedente de

água que se intensifica entre agosto-dezembro, sendo setembro o mês de carência, ao se

constatarem menos.

A geologia no município de Aveiro e representada predominantemente pelos

sedimentos terciários da Formação de Barreiras constituídas de arenitos, argilitos calinícos e

siltitos e subordinadamente, ao Sul do Município, pelos sedimentos paleozóicos da Bacia do

Amazonas, onde despontam o Grupo Urapadi, com as formações Trombetas – siluriano,

maecuru (devoniano inferior) e Ererê (Devoniano Médio). Formação Curuá (Devoniano

Superior) e Nova Olinda (Carbonífero Superior). Estão presentes ainda, manchas de rochas

básicas de mesozóica, que correspondem ao Diabásio Penatecaua. Recobrindo toda essa

seqüência, estão os sedimentos inconsolidados do Quaternário Sub-atual e Recente,

localizados nas margens dos rios. Acompanhando a geologia, o relevo possui áreas em

colinas, planaltos tabulares, baixo platôs, amazônicos, terraços e várzeas que

morfoestruturalmente correspondem ao Planalto Rebaixado da Amazônia – Médio Amazonas.

A maior parte de Aveiro está urbanizada mais não deixa de ter uma vegetação

maravilhosa, rica, recoberta pela Floresta Densa com emergentes. Em áreas isoladas, ocorre a

Floresta Aberta mista (com palmeiras). Ao longo das margens do rio Tapajós existem

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influências de inundações pequenas em algumas partes do município, estas são as mais

afastadas.

Os solos de Aveiro, predominantemente, pelo Latossolo Amarelo distrófico, textura

argilosa, Podzólico Vermelho – Amarela textura argilosa, Podzólico Vermelho – Amarelo

cascalhento textura argilosa, pequenas machas de Latossolo Vermelho – Amarelo distrófico

textura argilosa, terra Estruturada eutrófico terxtura.

1.2 Aspectos da Comunidade

A cidade de Aveiro é um município brasileiro do Estado de Pará com uma população

de 15. 767 habitantes segundo uma estimativa do último censo. Os habitantes se chamam

aveirenses.

Aveiro é uma cidade tranqüila boa de residir, localizada a 794 km da capital Belém.

Possui um artesanato onde suas principais peças produzidas e confeccionadas em barro, palha

e madeira. As peças de caráter utilitário (panelas, vasos, chapéus e tipitis) ganham destaque.

A festa da Santa padroeira, Nossa Senhora da Conceição, constitui a principal

manifestação religiosa do município de Aveiro. Outras festas, porém, movimentam a

população da cidade durante o ano. A festa de São José do Sagrado Coração de Jesus, a de

São João Batista e a do Balão Vermelho, também fazem parte do calendário de eventos locais.

As manifestações populares de Aveiro apresentam grande expressividade. Apesar

disso, poucos são os grupos típicos existentes no município. Nesse aspecto, merecem

destaque a Desfeiteira e Amazurra, apresentadas durante as festividades religiosas. Esses

grupos, através de suas apresentações e indumentárias, preservam a cultura local. Valendo

lembrar que apenas uma Biblioteca Pública promove a preservação e divulgação da cultura do

Município.

No município está a localidade de Fordlândia, restos do que foi um fracassado

projeto de plantação de seringueiras, às margens do Rio Tapajós, patrocinado por Henry Ford

e propriedade da Companhia Industrial Ford do Brasil. De 1927 a 1945 a Ford gastou milhões

de dólares no que seria uma cidade modelo norte-americana no coração da mata Amazônica.

Quanto asso aspectos educacionais, em 2015, os alunos dos anos inicias da rede

pública da cidade tiveram nota média de 4 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, essa nota

foi de 2.9. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos dos anos iniciais

colocava esta cidade na posição 72 de 144. Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a

posição passava a 134 de 144. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de

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96.1 em 2010. Isso posicionava o município na posição 53 de 144 dentre as cidades do estado

e na posição 4499 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Já em relação à saúde a taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 20.73 para

1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarréias são de 0.1 para cada 1.000 habitantes.

Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 29 de 144 e 139 de 144,

respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 1113 de

5570 e 4734 de 5570, respectivamente.

O município apresenta 7.5% de domicílios com esgotamento sanitário adequado,

51.4% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 0% de domicílios urbanos

em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e

meio-fio).

Os resíduos sólidos são classificados segundo a sua origem, como: Urbanos: incluem

o resíduo domiciliar gerado nas residências, o resíduo comercial, produzido em escritórios,

lojas, hotéis, supermercados, restaurantes e em outros estabelecimentos, os resíduos de

serviços, oriundos da limpeza pública urbana, alem dos resíduos de varrição das vias públicas,

terrenos, córregos, praias, podas, capinações.

As pessoas vivem basicamente da agricultura, pecuária, e pesca. Praticamente toda a

população mais carente recebe ajuda de programas sociais, grupos religiosos, pessoas

solidárias e assistência social do município.

1.3 O sistema municipal de saúde

O Fundo Municipal de Saúde é instituído por Lei Municipal nº 380 de 17/11/1998,

sendo administrado pelo Secretário Municipal de Saúde. A administração dos recursos se dá

de forma direta da União ao município e concentra recursos financeiros destinados a ações e

serviços públicos de saúde como atendimento ambulatorial, distribuição de medicamentos,

agentes comunitários, vigilância sanitária, dentre outros.

O Conselho Municipal de Saúde foi criado pela lei 378/98, de 17 de novembro de

1998. É composto por 08 membros titulares e 08 membros suplentes, obtendo-se paridade em

sua composição. Os atuais Conselheiros Municipais de Saúde são nomeados pelo Decreto Nº

033/2013 GAB/PMA, de 22 de agosto de 2013. Este colegiado possui um calendário de

reunião mensalmente aprovado pela sua plenária, e muitas vezes, realiza reuniões

extraordinárias para deliberar assuntos específicos. É representado por 25% seguimento de

Gestor/prestador de serviços, 25% do seguimento de trabalhador de saúde e 50% do

seguimento de usuários. Dispõe de sua Mesa Diretora e sua Secretaria Executiva para

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Coordenar os direcionamentos e ações administrativas pertinentes ao Conselho. Os assuntos

deliberados em plenárias são emitidas Resoluções homologando as decisões acordadas.

O Conselho Municipal hoje possui em sua estrutura física, Secretaria Executiva, com

01 (uma) profissional para atendimento dos expedientes, tem ponto de internet e espaço físico

cedido pela prefeitura municipal de Aveiro para funcionamento. Não possui ainda recursos

orçados específicos aos custos do conselho, porém sempre que as equipes de saúde das UBS

precisam se deslocar para desenvolver alguma ação necessitam, portanto de apoio de

transporte, materiais, alimentação e etc. Sendo assim solicitam para a Secretaria Municipal de

Saúde e na medida do possível, são atendidas.

Sabe-se que há a necessidade de tomar algumas medidas, por exemplo: atualizar o

Regimento Interno que se encontra defasado, Auxiliar a o Programa CEREST para montar

Comissão do Trabalhador, Montar comissões específicas para melhor se trabalhar, melhor

direcionamentos e ações.

O sistema municipal de saúde do município contempla alguns programas como:

Saúde (epidemiologia), Atenção Básica (agentes comunitários de saúde, Estratégias de Saúde

da Família, saúde bucal), Vigilância sanitária e outros.

A Atenção Básica na assistência à saúde em Aveiro está estruturada a partir das

equipes de saúde distribuída nas 06 unidades de saúde (US) sendo 05 em zona rural nas

seguintes comunidades: Cametá, Pinhel, Santa Cruz, Brasília e Ford lândia; 01 na zona urbana

onde são prestados os serviços de assistência à saúde do Centro de Saúde de Aveiro e da

Estratégia de Saúde da Família Maria do Carmo B. Santos. A implantação dessas unidades

rurais ocorreu nas maiores comunidades e mais distantes com características da Atenção

Primária à Saúde. O processo de melhoria do modelo assistencial foi estruturado a partir da

implantação do Programa Saúde da Família na sede do município. As UBS se constituem

porta de entrada do SUS e têm objetivo de oferecer assistência integral às necessidades

básicas de saúde, promover ações de promoção de saúde e prevenção de agravos. O

atendimento por profissional médico está descentralizado com a vinda do Projeto Mais

Médicos para o Brasil, hoje no município podemos encontrar 05 médicos contratados pelo

projeto. As unidades de saúde beneficiadas são: Estratégia Saúde da Família – Maria do

Carmo Barbosa dos Santos, Centro de Saúde de Aveiro, Posto de Saúde de Fordlândia e Posto

de Saúde de Brasília Legal.

No atendimento nas unidades de saúde são ofertadas consultas nas áreas de clínica

geral, encaminhamento para especialistas se necessário, solicitação de exames laboratoriais

(básicos são á nível municipal) e de imagem (este não dispõe no município), atendimento ao

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pré-natal de baixo risco, exames ginecológicos e coleta de material citopatológico,

puericultura, avaliação antropométrica, suplementação, imunização, triagem neonatal,

acompanhamento ao hipertenso e diabético, consulta de enfermagem, curativos, retirada de

pontos, ações de planejamento familiar, dispensação de medicamentos. A enfermeira é

responsável pelo gerenciamento e supervisão da equipe de saúde e da Unidade. Uma

atribuição comum a todos da equipe é a realização de visita domiciliar por diferentes motivos

como o de cadastramento da família realizada pelo agente comunitário de Saúde.

Através da visita domiciliar são realizadas ações de busca ativa, acompanhamento

dos casos considerados como risco no território de pacientes acamados, idosos, portadores de

agravos crônicos, etc. Outra atribuição comum são as ações de promoção e prevenção da

saúde que as Unidades de Saúde oferecem de acordo com as necessidades locais como grupos

de caminhada, grupos de orientações para pacientes portadores de Hipertensão e Diabetes,

grupos de atividade física, entre outros.

São realizadas ações educativas nos espaços coletivos, como escolas, grupos

comunitários e orientações individuais em temas como: auto – cuidado, alimentação saudável,

noções sobre sexualidade, reprodução e planejamento familiar, prevenção de câncer de mama

e colo de útero, aconselhamento sobre DST/AIDS, cuidados com a gravidez, amamentação,

os riscos do tabagismo, etc.

O trabalho realizado pela equipe da Unidade de Saúde visa além do atendimento à

demanda espontânea e o atendimento ao seu território de responsabilidade, a unidade organiza

a atenção a algumas áreas e / ou grupos de população considerados de maior risco ou de

interesse epidemiológico através de programas. O objetivo destes programas é de possibilitar

adequado controle e avaliação de resultados, como, por exemplo: controle de Hipertensão e

Diabetes, saúde da Mulher (pré-natal, detecção precoce de câncer ginecológico e mama,

planejamento familiar), saúde da Criança (puericultura, imunizações e vigilância ao recém-

nascido de risco), controle da Tuberculose e Hanseníase, Saúde Mental, manejo do tabagismo,

assistência ao portador de asma, assistência farmacêutica, saúde do idoso, rede de proteção à

criança e adolescentes vítimas de violência e apoio social.

1.4 A Unidade Básica de Maria do Carmo Barbosa e Santos, Aveiro – PA

A Maria do Carmo Barbosa e Santos, Aveiro – Pará, encontra- se localiza na zona

urbana e funciona 08h/dia do horário de 07:30-11:30 e de 13:30-17:30 h. Sua estrutura física é

composta por: 01 sala de procedimentos, 02 Consultório Médico e ginecológico, 02 salas de

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enfermaria 01 sala para os agentes de saúde 01 Sala de Vacina, 01 Recepção, 01 Sala de

Expurgo, 01 sala de preparo e esterilização de material, farmácia e cozinha.

UBS é mantida em uma estrutura com boas condições de edificação, instalações

relativamente novas construídas especificadamente a este fim, com um espaço suficiente para

atender a comunidade.

Mas mesmo com todos os recursos e estruturas disponíveis ao cuidado e ao trabalho

em saúde, na UBS, os serviços públicos municipais passam por necessidade de melhorias em

diversos níveis como: estrutura física, recursos tecnológicos, recursos humanos, dentre outros.

A equipe atende um total de 2.648 pacientes cadastrados em 748 famílias, Dos

usuários cadastrados tem o diagnóstico de Hipertensão Arterial 300 representando 26,84 % e

Diabetes Mellitus tipo 2, 59 pacientes para um percentual de 15,83 % do total de pacientes

cadastrados.

A equipe de saúde atende a população através de visitas domiciliares, consultas

médicas, consultas de enfermagem; procedimentos e assistência de enfermagem, grupos

educativos entres outros. Os grupos são realizados pelos enfermeiros, e os agentes de saúde,

se necessário por equipe multiprofissional. Existem ainda exames laboratoriais que são

realizados no município.

Os serviços de saúde no município como atendimento médico e de enfermagem são

demanda espontânea e agendada, os atendimentos odontológicos são agendados pelos agentes

comunitários de saúde e são atendidos na unidade.

Apesar do pouco tempo de atividade percebe-se que existem pontos onde devem ser

melhorados tanto estruturalmente, como em relação à abordagem dos problemas de saúde

mais prevalentes na população.

Observou-se que muitos desses indivíduos não aderem bem ao tratamento, tanto

medicamentoso, quanto às mudanças de estilo de vida, mesmo após exaustivas tentativas de

conscientização de todos da equipe de saúde. Esse comportamento tem acarretado um

aumento de pacientes fora do controle da HAS ou da DM, que muitas vezes necessitam de

internação e atendimento de urgência. Tal fato pode ocasionar consequências desastrosas para

a saúde, além de onerar o sistema e não contribuir para o exercício pleno da proposta da

atenção básica que consiste na promoção, prevenção, cura e reabilitação, com ênfase nos dois

primeiros pilares.

Verificou-se que o cadastro das famílias não descrevia os dados necessários para o

acompanhamento adequado do usuário. Tal situação incorria no fato deste não ter

atendimento específico na unidade de saúde, levando-o ao uso inadequado da medicação e

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19

acompanhamento insuficiente, sem realização dos exames complementares. Além disso,

evidenciou-se que há, por parte dos clientes, falta de informações sobre a doença, como a

importância de seu tratamento, as mudanças no estilo de vida, incluindo alimentação saudável

e atividade física.

1.5 A Equipe de Saúde da Família, da Unidade Básica de Maria do Carmo Barbosa e Santos,

Aveiro – PA

Em relação aos recursos humanos em Saúde a referida UBS Maria do Carmo

Barbosa e Santos possui 03 médicos, 02 enfermeiros, 04 técnicos de enfermagem, 06 agentes

comunitários de saúde e 01 agente operacional de serviços gerais, 01 Dentista, 01 auxiliar de

odontologia. Cada profissional tem carga horária semanal de 40h, exceto os médicos que

podem apresentar uma dedicação mínima de 32h para atividades na ESF, sendo as outras 8h

reservadas para prestação serviços na rede de urgência do município ou para atividades de

especialização em saúde da família, residência multiprofissional e/ou medicina de família e de

comunidade, bem como atividades de educação permanente e apoio matricial.

A equipe tem consciência de que o papel da Estratégia Saúde da Família (ESF) é

identificar os principais agravos à saúde e as situações de risco que acometem as famílias, de

maneira a proporcionar melhorias na qualidade de vida da população. Nesse aspecto, é

fundamental o desenvolvimento de ações para o enfrentamento doenças como hipertensão e

diabetes, fortalecendo a ações de prevenção da doença, promoção e recuperação da saúde de

forma integral e contínua.

As ações programáticas na unidade estão sendo feitas e aplicadas com a colaboração

de toda equipe. Embora existam dificuldades como o nível socioeconômico da população e

pouca cooperação no comparecimento às consultas programadas, levando ao maior trabalho

das ACS. Tem-se o cadastramento de todos os usuários com HAS e DM em prontuários, o

que facilita o trabalho. Acredita-se que se conseguir diminuir o número de atendimento de

urgência, assim como o número de consultas não urgentes fora das programadas, haverá uma

melhor qualidade de vida para os usuários e menor custo para a gestão municipal

A equipe trabalha em prol da promoção da saúde, uma vez que na a Constituição de

1988, privilegia-se as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, colocando-se

essas três ações em um mesmo plano. Ao se discutir a promoção da saúde no Programa Saúde

da Família (PSF), considerou-se esta como o objetivo principal dos profissionais do PSF e

nomeou-se a promoção como gênero e a prevenção como espécie.

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20

O município conta com outros programas como a Estratégia Saúde da Família (ESF)

e do Programa Saúde da Família no âmbito do Município é o modelo assistencial

fundamentado nas diretrizes do SUS, em ações de promoção à saúde através da atuação

multiprofissional em um território, onde são estabelecidas ações a partir do reconhecimento

da realidade local e das necessidades de sua população e dos problemas de saúde do território

e da comunidade.

O trabalho também ocorre de forma multiprofissional através de profissionais do

Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) entre outros profissionais que atuam de forma

direta e indireta no trabalho em saúde realizado pela equipe.

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Estratégia Saúde da Família Maria do

Carmo Barbosa e Santos, Aveiro- PA

O atendimento realizado pelas equipes de estratégia saúde da família Maria do

Carmo Barbosa e Santos à comunidade de Aveiro subdivide-se em: acompanhamento e visitas

domiciliares no território, acolhimento e triagem, consultas e avaliações grupos operativos,

grupos terapêuticos, estratégias de educação e de vigilância em saúde.

O funcionamento da unidade ocorre entre 7:00 h as 17:30 horas. Para o perfeito

funcionamento, é necessário o apoio dos agentes comunitários de saúde, que se revezam

durante a semana, segundo uma escala, em atividades, relacionadas à assistência, como

recepção e arquivo, sempre que o auxiliar de enfermagem ou o enfermeiro está presente na

Unidade.

Os principais tipos de serviços prestados na UBS são consultas médicas agendadas,

consultas de demanda espontânea, urgências, atendimento de cuidado continuado,

acompanhamento de gestantes, pré-natal, distribuição de preservativos, puericultura,

acompanhamento de hipertensos e diabéticos, crianças desnutridas, grupos de risco (etilistas e

fumantes), entre outros.

Motivada com a questão das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), a

equipe de Saúde da Família, da Unidade Básica de Maria do Carmo Barbosa e Santos, Aveiro

– PA priorizou a hipertensão e o diabetes, no município de Aveiro e o seu impacto no sistema

de saúde, portanto diante da possibilidade de modificar este panorama, pensou em ações a

serem desenvolvidas a partir de um plano de intervenção. Essa medida teve como intuito

realizar ações que propiciassem a redução das internações por estas afecções, além de buscar

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21

uma atuação sobre os fatores que contribuem negativamente no controle dos níveis glicêmicos

e pressóricos dos usuários e proporcionar qualidade de vida, especialmente, aos idosos.

A equipe atua de forma integrada e com competências bem estabelecidas, na

abordagem da HA e da DM. Todos os profissionais empenham-se nas estratégias de controle

dessas enfermidades, tanto na definição do diagnóstico clínico quanto na conduta terapêutica

e também nos esforços requeridos para informar e educar o portador de hipertensão arterial e

diabetes mellitus.

1.7 O dia a dia da Equipe Estratégia Saúde da Família Maria do Carmo Barbosa e Santos,

Aveiro- PA

O trabalho no dia a dia da equipe Estratégia Saúde da Família, desenvolvido na UBS

Maria do Carmo Barbosa e Santos no Município de Aveiro consiste em realizar atividades

através da prestação de serviços de atendimento, tratamento, consultas clinicas, ações de

prevenção e cuidado relacionadas à saúde da comunidade diariamente na qual se insere no

território da equipe ESF, área esta de grande vulnerabilidade social, o trabalho executado pela

equipe consiste na construção de estratégias de promoção, e cuidado a saúde da comunidade

por meio da atenção sanitária, educação em saúde, prevenção e cuidados a saúde coletiva.

Os profissionais possuem uma rotina pré-estabelecida, programada pelos

coordenadores e pela equipe de modo antecedente. São projetadas todas as atividades que

serão realizadas, incluindo os recursos humanos físicos e materiais necessários para sua

execução.

São feitas montagens de cronogramas e de materiais com conteúdos em educação em

saúde, realizadas montagens de planilhas com dados epidemiológicos do território e perfil da

população.

Diariamente realizam visitas domiciliares subdivididas em grupos e áreas em que

prestam a atenção a famílias. Cada grupo profissional recebe um número de famílias para que

acompanhamento sistematicamente o trabalho em saúde efetivando o melhor acolhimento,

acompanhamento e a referencia e contra referencia.

Entre o processo de trabalho que se inicia desde o acolhimento até o

encaminhamento para consultas especializadas, todos os profissionais participam de

atividades como grupos em saúde.

O tempo de trabalho da Equipe Maria do Carmo Barbosa e Santos está ocupado

quase que exclusivamente com as atividades de atendimento da demanda espontânea (maior

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parte) e com o atendimento de alguns programas, como, pré-natal, puericultura, controle de

câncer de mama e ginecológico, atendimento a hipertensos e diabéticos, e acompanhamento

de crianças desnutridas.

A equipe criou também grupo de hipertensos e diabéticos, para melhor

acompanhamento dos casos no território. Em relação aos grupos de hipertensos e diabéticos, a

equipe resolveu condicionar a “troca das receitas” à participação nas reuniões.

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade (primeiro passo)

O reconhecimento da área de atuação da equipe estratégia saúde da família é um

importante aspecto que torna a atuação profissional mais eficiente e direcionada.

O trabalho de identificação dos principais problemas de saúde do território possibilita

traçar ações, potencializar o trabalho para construção de um diagnóstico situacional da área.

O maior contingente populacional em todas as micro áreas são homens e mulheres

com idade de 20 a 60 anos. População considerada ativa e produtiva.

O segundo maior contingente populacional identificado na área de atuação da equipe

estratégia saúde da família Maria do Carmo Barbosa e Santos, Aveiro- PA são jovens e

adolescentes, em idade escolar, o que apresenta maior probabilidade de problemas

correlacionados a faixa etária como consumo de álcool e outras drogas, doenças sexualmente

transmissíveis, já que jovens correm risco maior desse tipo de problema.

A partir do diagnóstico situacional, seguida da análise dos dados obtidos e da

interpretação das descobertas realizadas pela equipe de saúde da família em conjunto com

dados extraídos da unidade de saúde UBS foi possível traçar uma estimativa rápida dos

principais problemas de saúde e os principais riscos de morbidade a população evidenciados

na área de abrangência.

Um conjunto de problemas de saúde prevalentes e de alta incidência de pacientes

portadores de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus foi identificado no território que levam

a doenças secundárias cujo percentual de morbidade apresenta-se significativamente elevado,

emergiu a necessidade de discutir ações pontuais em decorrência da relevância e dificuldades

em solucionar o alto índice de paciente com quadro hipertensivo e diabético.

Outros problemas também são identificados na área de abrangência como o

tabagismo, etilismo, pacientes em tratamento de saúde mental, crianças desnutridas,

problemas de má alimentação, sedentarismo, estresse, alto percentual de pessoas que mantém

relações sexuais desprotegidos (Risco de DST), portadores de condições complexas de saúde

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(transtornos psicológicos, abuso infantil, violência doméstica, problemas mentais, deficiências

físicas e mentais). Outro dado identificado é que maior parte da população não possui planos

de saúde sendo o SUS a principal porta de entrada para o atendimento a saúde. Por meio desta

estimativa foi possível ter uma visão geral dos problemas de saúde expostos pelos agentes

comunitários, e pela equipe multiprofissional de saúde, evidenciando, assim, a necessidade de

priorização das ações e o direcionamento das atividades praticas da ESF.

Estes problemas de saúde são significativamente graves, e estão correlacionados a

condições como estilo de vida, informações ou desconhecimento, baixa adesão ao tratamento,

ma alimentação, entre outros aspectos.

Evidencia-se, portanto, a necessidade de se utilizar um plano de ação interventivo de

modo a auxiliar na redução dos altos índices de prevalência das doenças crônicos

degenerativas na comunidade de Aveiro - Pará.

Esse plano de intenção será traçado baseado nas principais diretrizes de saúde e

cuidado à Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus estipuladas pelo Ministério da Saúde.

1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de intervenção (segundo

passo)

Através da análise do diagnóstico territorial, foi identificado um alto índice de

portadores da Diabetes Mellitus com baixa adesão aos tratamentos. Baseado no diagnóstico o

profissional da área da saúde passa a ter insumo para atuar e projetar atividades moldadas às

necessidades de campo, evitando atividades obsoletas e a protelação da atuação.

O diagnóstico situacional da comunidade são elementos primordiais para elaboração

de ações voltadas a realidade e as necessidades da comunidade. O plano de intervenção foi

construído com base nos dados extraídos dos relatórios. O Quadro 1, a seguir, explana a

classificação dos principais problemas identificados no território de acordo com o nível de

prioridade e capacidade de enfrentamento.

Quadro 1 Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da

comunidade adscrita à equipe da Estratégia Saúde da Família, Unidade Básica de Saúde

Maria do Carmo Barbosa e Santos, município de Aveiro, Estado do Pará

Problemas Importância* Urgência** Capacidade de

enfrentamento***

Seleção /

Priorização****

Alto índice de

hipertensos

Alta 7 Total 1

Alto índice de Alta 2 Total 2

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diabéticos

Maus hábitos

alimentares

Alta 7 Parcial 1

Risco cardiovascular

aumentado devido

presença de hipertensos e

diabéticos

descompensados.

Alta 7 Parcial 1

Sobrepeso/obesidade Alta 4 Parcial 1

Fonte:

*Alta, média ou baixa

** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30

***Total, parcial ou fora

****Ordenar considerando os três itens

Para direcionamento e enfrentamento de problemas estratégicos a construção de um

plano de intervenção deve estar apoiado numa análise ampla, capaz de vislumbrar diferentes

dimensões da realidade local organizando-se em torno de propostas concretas na busca de

soluções criativas.

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2 JUSTIFICATIVA

No campo da saúde, muito se discute quanto às estratégias de amparo e cuidado aos

indivíduos, que levem em conta suas necessidades, e que estejam congruentes com a realidade

financeira e infra-estrutural dos sistemas públicos de saúde (BRASIL, 2013).

As doenças crônicas degenerativas são graves problemas de saúde pública que

afetam a milhares de pessoas em todo mundo. Estão associadas a um conjunto de

multifatores, cuja etiologia é interligada a uma interação contínua entre, o comportamento da

população, o perfil genético, o nível de conhecimento, a adesão aos tratamentos e o estilo de

vida (LEON, 2016).

As doenças crônicas degenerativas como o diabetes mellitus e a hipertensão arterial

levam à deterioração progressiva da saúde, e elevam o número de óbitos em decorrência da

sua significativa prevalência e gravidade (FORTES; LOPES, 2004).

Na realidade da equipe da ESF Maria do Carmo Barbosa e Santos, Aveiro – Pará são

constantes os atendimentos de pacientes com HAS e DM, com mau controle, que evoluíram

com complicações cardiovasculares graves, mas possivelmente evitáveis, como Infarto Agudo

do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral, por exemplo.

Com a implantação deste plano de intervenção para organizar a atenção aos usuários

portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus espera-se reduzir o número de

atendimentos espontâneos por crises hipertensivas e de usuários com diabetes

descompensados nas consultas da unidade de saúde.

Considerando a relevância e a complexidade da temática, para os profissionais da

área e para as equipes de estratégia e saúde da família, muito se tem discutido quais meios

capazes de alcançar positivamente esses pacientes como forma de ampliar a esfera de atenção

e cuidados de maneira preventiva.

Assim, é importante propor ações educativas que possam minimizar os problemas

advindos da ausência de tratamento e controle de doenças como as doenças crônicas

degenerativas principalmente considerando as possíveis complicações graves, advindas do

não acompanhamento em pacientes portadores de Diabetes e Hipertensão, desta forma

evidencia-se a importância, relevância e a responsabilidade dos profissionais de saúde no

papel de auxiliar na promoção de uma vida saudável nas populações.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

- Apresentar um plano de intervenção para reduzir os fatores de riscos modificáveis da

hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2 na área Unidade Básica de Saúde Maria do

Carmo Barbosa e Santos no município de Aveiro- Pará.

3.2 Objetivos específicos

- Apresentar uma revisão de literatura sobre os temas hipertensão arterial e diabetes mellitus,

visando o embasamento teórico do plano de intervenção;

- Propor ações para melhorar a adesão de hipertenso e diabéticos ao programa de saúde;

- Propor ações para estabelecer um processo de trabalho da equipe de saúde da família

adequado para enfrentar o problema, com prevenção das complicações decorrentes da HAS e

do DM, promoção da saúde e prevenção de casos novos na comunidade;

- Propor ações para aumentar o nível de conhecimento da população sobre hipertensão arterial

e diabetes mellitus;

- Desenvolver ações educativas para promoção da saúde e prevenção da hipertensão e diabetes

e suas complicações;

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4 METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma proposta de intervenção subdividido em etapas

sustentadas por bases literárias analisadas sistematicamente e construídas a partir de livros,

artigos e teses com validade científica direcionado pelos seguintes descritores em ciências da

saúde: Saúde da Família, Doenças Crônicas, Hipertensão arterial e diabetes Mellitus.

O plano de ação aqui proposto foi construído por etapas como: diagnóstico

situacional e construção teórica do estudo, análise de território identificação dos principais

problemas enfrentados no território, construção dos principais nós críticos, priorização dos

problemas, construção do Planejamento Estratégico Situacional, gerando a proposta de

intervenção.

As ações de intervenção (plano de ação) foram projetadas de acordo com a realidade

local, identificadas pela observação e descrição dos dados observados em campo, da rotina da

UBS, e do fluxo de atendimentos realizados diariamente pela unidade. O plano de intervenção

foi descrito sistematicamente ao longo da discussão realizada neste trabalho.

Após a priorização do problema, foi feita uma revisão de literatura sobre o tema

Hipertensão Arterial Sistêmica, com pesquisa bibliográfica, do tipo revisão narrativa,

considerando as revistas indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no Scientific

Eletronic Libray Online (SciELO) bem como no acervo da biblioteca virtual do NESCON,

manuais, diretrizes, livros texto e materiais oferecidos no Curso de Especialização em

Atenção Básica disponibilizados no site dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCs), na

Base de dados Pub Med (Medline) e dados pesquisados nos registros da própria Unidade

Básica de Saúde.

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5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Doenças Crônicas

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as doenças degenerativas em

especial o diabetes e a hipertensão são um grave problema de saúde pública no Brasil e no

mundo já que afetam populações em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

As doenças crônicas apresentam altas taxas de mortalidade e seus fatores

predominantes são relacionadas ao estilo de vida das populações, sendo os maiores fatores de

causa o estresse e o sedentarismo (MACHADO, 2014).

De acordo com Oliveira, (2013) as doenças crônicas, e suas complicações

secundárias configuram como uma das principais causas de morte e de incapacidade em todo

mundo. As doenças degenerativas alteram o funcionamento das funções normais do corpo e

causam danos temporários ou permanentes em tecidos ou órgãos.

Os agravos não transmissíveis representam um fator de risco independente, linear e

contínuo, convocando para ampla discussão de sua conduta, diagnóstica e terapêutica

(LEWINGTON et al., 2012).

As doenças crônicas constituem problema de saúde grave que leva a um significativo

impacto e com efeitos de grande magnitude, responsáveis por 80% da carga de doença dos

países (OMS, 2003).

As doenças crônicas compõem o conjunto de condições patológicas crônicas que em

geral, estão relacionadas a causas múltiplas (BRASIL, 2013).

As doenças crônicas degenerativas recebem essa nomenclatura em decorrência das

mesmas provocarem a degeneração de órgãos alvo no organismo, a medicina moderna dispõe

de inúmeros tratamentos para controle dessas doenças, porém, ainda não existe nenhuma

medicamento ou tratamento farmacológico que leve a cura destas doenças.

Os pacientes portadores de doenças crônicas normalmente são caracterizados por

sintomas de início gradual, com longa ou indefinida duração com possíveis períodos de

agudização, de prognóstico usualmente incerto, e que a longo prazo quando não tratado pode

gerar incapacidades (BRASIL, 2013).

As doenças crônicas apresentam forte carga de morbidades relacionadas que causam

um impacto socioeconômico no País. As doenças crônicas são responsáveis internações

recorrentes e superlotações de unidades de saúde e à medida que a doença se agrava a

situação e a qualidade de vida desses pacientes é deteriorada.

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Os agravos não transmissíveis representam estão entre as principais causas de perdas

de mobilidade, lesões permanentes (AVC, AVE) amputações de membros, casos de pacientes

destinado tratamento dialítico e envolvem também perda significativa da qualidade de vida.

Os determinantes sociais também impactam fortemente na prevalência das doenças crônicas.

Outras questões como as desigualdades sociais, o baixo nível de escolaridade e as

desigualdades no acesso à informação, e a saúde determinam, segundo Schmidt et al., (2014)

de modo geral, maior prevalência das doenças crônicas em populações de baixa renda ou em

vulnerabilidade social, mas tais agravos também são identificados nas demais classes sociais

decorrentes do estilo de vida evidenciado na modernidade.

Os cuidados e a atenção terapêutica aos portadores dessas doenças deve se dar de

forma integral e sistematizada, e principalmente voltadas a prevenção e a mudança do estilo

de vida (MALTA; MERHY, 2013).

A baixa aderência aos tratamentos em pacientes portadores de doenças crônicas

como o diabetes e a hipertensão chegam a ser apenas de 20%. A hipertensão afeta de 11 a

20% da população adulta com mais de 20 anos. O diabetes atinge todas as faixas etárias, sem

qualquer distinção de raça, sexo ou condições sócio-econômicas. Na população adulta, sua

prevalência é de 7,6%.5 (OMS, 2003).

5.2 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma condição clínica que se caracteriza por

níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se muitas vezes a alterações dos

órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas com

aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. É considerado o principal

fator de risco para complicações tais como acidente vascular encefálico, infarto agudo do

miocárdio e doença renal crônica. Dados estatísticos revelam que, no Brasil, a prevalência

geral é de 35,8 % nos homens e 30 % nas mulheres, semelhante à de outros países. Um total

de 22 estudos encontrou prevalências entre 22,3% e 43,9% (média de 32,5%), com mais de

50% entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70 anos (SBC; SBH; SBN, 2012).

As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte em todo o

mundo, sendo que cada vez mais pessoas morrem anualmente dessas doenças em relação a

qualquer outra causa e, no Brasil, são a primeira causa de morbimortalidade em adultos.

Destaca-se que a Hipertensão Arterial Sistêmica, ao mesmo tempo em que é uma doença

cardiovascular, multiplica o risco para adquirir outras doenças cardiovasculares (SILVA,

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CADE, MOLINA, 2013, p. 440). A mortalidade por doenças cardiovasculares aumenta com a

elevação da pressão arterial a partir de 115/75 mmHg de forma linear, contínua e

independente (SBC; SBH; SBN, 2012).

A medida da Pressão Arterial deve ser realizada em toda avaliação por médicos de

qualquer especialidade e demais profissionais da saúde. Considera-se com o hipertenso aquele

com pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica

maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-

hipertensiva (BRASIL, 2013). O diagnóstico deverá ser sempre validado por medidas

repetidas, sem condições ideais, em, pelo menos, três ocasiões (SBC; SBH; SBN, 2012).

Os procedimentos de medida da pressão arterial são simples e de fácil realização,

mas nem sempre são realizados de forma adequada. É necessário haver o preparo adequado

do paciente, uso de técnica padronizada e de equipamentos calibrados. A aferição pode ser

realizada pelo método indireto com técnica auscultatória com uso de esfigmomanômetro de

coluna de mercúrio ou aneróide devidamente calibrados, ou com técnica oscilométrica pelos

aparelhos semiautomáticos digitais de braço validados (SBC; SBH; SBN, 2012).

Muitos estudos demonstraram que a detecção, o tratamento e o controle da HAS são

fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares (SBC; SBH; SBN, 2012). Por ser

geralmente assintomática, seu diagnóstico e tratamento é freqüentemente negligenciado e a

adesão ao tratamento é menor que a esperada, o que determina um controle muito baixo da

Hipertensão Arterial Sistêmica em todo o mundo (BRASIL, 2013).

De acordo com o Ministério da Saúde, deve-se considerar no diagnóstico da

Hipertensão Arterial Sistêmica, além dos níveis tensionais, o risco cardiovascular global

estimado pela presença dos fatores de risco, a presença de lesões nos órgãos-alvo e as

comorbidades associadas. Na avaliação do paciente hipertenso, a avaliação do risco

cardiovascular é de fundamental importância para orientar a conduta terapêutica e o

prognóstico de cada paciente. Para a estratificação do risco cardiovascular, é necessário

pesquisar a presença dos fatores de risco, das doenças cardiovasculares e das lesões em órgão-

alvo. A classificação de risco de cada indivíduo deve ser avaliada pelo cálculo do escore de

Framingham (BRASIL, 2013). Trata-se de conhecimento importante a ser aplicado pelas

equipes da estratégia de saúde da família, pois conhecer o risco coronariano dos portadores de

Hipertensão Arterial Sistêmica pode auxiliar no planejamento e na avaliação das ações de

saúde, melhor direcionando os planos de cuidados a esses portadores e melhor definindo os

intervalos de vigilância e a intensificação das ações de saúde (SILVA, CADE, MOLINA

2013, p.441).

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Quanto à magnitude da Hipertensão Arterial Sistêmica sabe-se que há grande

variação “a depender dos atributos biológico-demográficos das populações, do estilo de vida

predominante em cada uma delas, do ambiente físico e psicossocial e até das características da

organização dos serviços de saúde e das respectivas interações entre estes vários elementos”

(LESSA, 2014, p.112).

O controle da Hipertensão Arterial Sistêmica depende de medidas farmacológicas e

não farmacológicas. Estima-se que apenas um terço das pessoas acompanhadas em serviços

de saúde tem sua pressão arterial mantida em níveis adequados, e isso é justificado pela

insuficiente adesão às mudanças nos hábitos de vida. Estudos revelam uma redução

estatisticamente significante nos valores das pressões arteriais naqueles que adotaram tais

mudanças. Os grupos operativos se configuram como uma ferramenta positiva nesse contexto,

incentivando a adequação de alguns comportamentos, o que promove melhoria dos níveis

pressóricos (OLIVEIRA et al., 2013, p. 178).

O desafio do controle da Hipertensão Arterial Sistêmica é da Atenção Básica, espaço

prioritário e privilegiado de atenção à saúde que conta com equipe multiprofissional e cujo

processo de trabalho inclui vínculo com a comunidade, favorecendo as ações de prevenção e

promoção de saúde. É importante registrar que a adoção da estratégia Saúde da Família como

política prioritária de atenção básica, por sua conformação e processo de trabalho,

compreende as condições mais favoráveis de acesso às medidas multissetoriais e integrais que

a abordagem das doenças crônicas não transmissíveis exige (BRASIL, 2012). As ações

educativas promovidas pelos profissionais estimulam o desenvolvimento da autonomia do

individuo e, dessa forma, possibilitam as discussões e orientações quanto à adoção de

mudanças no estilo de vida (OLIVEIRA et al., 2013, p.178).

Segundo Nobre et al. (2014, p. 84) e Meireles et al. (2013, p. 23), o diagnóstico e o

controle adequado da HAS são essenciais para diminuição da incidência das Doenças

Cardiovasculares. Os resultados encontrados por Moraes e Freitas (2015, p. 92) evidenciaram

elevada prevalência de doença isquêmica do coração na população por eles estudada, e fatores

potencialmente modificáveis, como a HAS, estiveram associados ao desfecho. No

entendimento de Lessa (2014, p.47), a HAS é a doença vascular mais prevalente e o fator de

risco mais potente para doenças cerebrovasculares, que são predominante causa de morte no

Brasil.

Como exposto por Travagim et al. (2014, p. 292), além das Doenças

Cardiovasculares, a HAS também constitui fator de risco para a Doença Renal Crônica. A

HAS é um dos principais grupos de risco para o desenvolvimento da Doença Renal Crônica e

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estudos evidenciam que o controle dos níveis pressóricos pode minimizar a progressão da

Doença Renal Crônica ou mesmo impedir o seu aparecimento (PACHECO, 2013 apud

TRAVAGIM et al., 2014, p. 292).

Nobre et al. (2014, p.87) apontam que os fatores de risco para HAS são: idade,

gênero e etnia, excesso de peso e obesidade, ingestão de sal, ingestão de álcool, sedentarismo,

fatores socioeconômicos e genética. Muraro et al. (2013, p. 57) afirmam que existe relação de

causa e efeito entre aumento de massa corporal e de pressão arterial que já foi demonstrada

em diversos estudos. Sabe-se que, em nível individual, dieta rica em sódio e álcool e pobre em

potássio e fibras está relacionada com o aumento dos níveis de pressão arterial. Segundo

Moreira et al. (2013, p. 106), a HAS em adolescentes associou-se à obesidade e linearmente à

circunferência abdominal, o que evidencia a relevância do excesso de peso como fator de

risco associado à HAS já nessa faixa etária. De acordo com os resultados encontrados por

Ferreira et al. (2014, p.86), associações da HAS com cor de pele poderiam representar

predisposição genética, enquanto que consumo exagerado de certos alimentos ou

sedentarismo poderiam refletir hábitos de vida pregressos favoráveis à elevação da pressão

arterial; enquanto que, o encontro de maior chance de eventos cardiovasculares entre os

hipertensos sinalizaria a ocorrência da principal complicação

5.3 A Diabetes Mellitus (DM)

A Diabetes Mellitus (DM) é definida como uma anormalidade endócrino-metabólica,

caracterizada por uma deficiência absoluta do hormônio insulina ou por uma resistência à

ação desta, o que interfere na entrada de glicose na célula e aumenta a concentração

plasmática (ADA, 2014, p. 113). É uma doença que apresenta alta prevalência e está

relacionada a elevadas taxas de morbimortalidade (ALVES et al., 2016, p.4), representando

um importante problema de saúde pública (FREITAS; GARCIA, 2013, p.11).

A Diabetes Mellitus afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo, e está

se tornando a epidemia do século. Até o ano de 2025, a previsão é de que esse número chegue

a 380 milhões (BRASIL, 2013). Estudo realizado pela Vigitel3 mostrou que a doença acomete

5,6% da população adulta brasileira. A capital com o maior número de pessoas com Diabetes

Mellitus é Fortaleza, com 7,3% de casos. Vitória teve o segundo maior índice, com 7,1%,

seguido de Porto Alegre, com 6,3%. Os menores índices foram registrados em Palmas, com

2,7%, Goiânia, com 4,1% e Manaus, que apresentou 4,2% de pessoas com DM (BRASIL,

2012).

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33

A classificação atual da doença baseia-se na etiologia do diabetes e distingue:

diabetes tipo 1, que resulta primariamente da destruição das células beta pancreáticas ,

acometendo principalmente crianças e jovens e; diabetes tipo 2, que resulta em geral de graus

variados de resistência à insulina e deficiência relativa de secreção da insulina. A DM tipo 2

abrange cerca de 85 a 90% dos casos de diabetes e atinge principalmente a população adulta

acima de 40 anos, embora recentemente tenha crescido a prevalência em faixas-etárias mais

precoces associado ao aumento da prevalência da obesidade em proporções mundiais. A

classificação contempla ainda a categoria “outros tipos de diabetes”, que contém várias

formas de DM decorrentes de alterações genéticas ou o uso de fármacos, e a diabetes

gestacional, diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir após

o parto (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2013, p. 72).

Gastos relacionados à DM, mundialmente, no ano de 2010, foram estimados em

11,6% do total dos gastos com atenção em saúde (INTERNATIONAL DIABETES

FEDERATION, 2013). A DM, em conjunto com a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS),são

responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no Sistema Único de

Saúde (SUS) e representam, ainda, mais da metade do diagnóstico primário em pessoas com

insuficiência renais crônicas submetidas à diálise (SCHMIDT et al., 2015). Estima-se que,

após conviver por 15 anos com o DM, 2% dos indivíduos acometidos apresentarão cegueira,

10%, problemas visuais graves, de 30% a 45%, algum grau de retinopatia, de 10% a

20%,algum grau de nefropatia, de 20% a 35% ,algum grau de neuropatia, e de10% a 25%

apresentarão doenças cardiovasculares(ALVES, 2016, p. 3).

A evolução para a diabetes mellitus ocorre ao longo de um período de tempo

variável, passando por estágios intermediários: glicemia em jejum alterada, que representa um

estágio precoce de disfunção das células beta; e a tolerância à glicose diminuída, que

configura um quadro de resistência à insulina na presença de glicemia em jejum normal. Esses

são estágios anteriores ao diabetes propriamente dito, mas que, muitas vezes, já estão

acompanhados por distúrbios metabólicos e associados a um risco aumentado de doenças

cardiovasculares (FEDERACÍON INTERNACIONAL DE DIABETES, 2018; WHO, 2012).

A doença é a 6ª causa mais freqüente, como diagnóstico primário, de internação

hospitalar e a 4ª causa da mortalidade no mundo, geralmente associada a doenças

cardiovasculares, colecistopatias, acidentes vasculares cerebrais ou dislipidemias. É

responsável por 15% de todos os casos de cegueira adquirida, 50% das amputações não-

traumáticas de membros inferiores e 35% dos estágios finais da doença renal. Apesar disso,

50% dos diabéticos desconhecem sua condição e 25% não buscam tratamento. Dos 50%

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conscientes da doença, apenas 50% apresentam boa adesão à dieta, o que provavelmente se

deve à frequente necessidade de mudanças do hábito alimentar, às complexas instruções

recebidas ou à falta de instruções adequadas e a não-compreensão dos objetivos do

tratamento. Há tendência ao aumento da prevalência: estima-se que, nos próximos 10 anos,

deverão existir 239 milhões de diabéticos (FERREIRA, 2014, p. 408).

Nas últimas décadas, a DM tem apresentado um aumento em sua prevalência, em

decorrência, principalmente, das mudanças no estilo de vida das pessoas, relacionadas aos

hábitos alimentares e aos níveis de atividade física; da maior urbanização; da industrialização;

do desenvolvimento econômico; da crescente globalização do mercado de alimentos; e da

maior sobrevida de pessoas com DM. Cabe mencionar, ainda, que a DM não é uma doença

nova e há muito tempo acompanha a humanidade (OPAS, 2013).

Os principais objetivos da educação em diabetes são: reduzir as barreiras entre as

pessoas com diabetes, seus familiares, as comunidades e os profissionais da saúde; promover

a autonomia das pessoas com diabetes com relação aos seus hábitos no trato com a doença;

melhorar os resultados clínicos; prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes ou de suas

complicações agudas e crônicas; e proporcionar qualidade de vida. Destaca-se, ainda, que a

educação em diabetes deve, se necessário, contemplar os familiares ou os cuidadores,com a

finalidade de promover a manutenção dos novos hábitos e comportamentos adquiridos

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2015). Às equipes de Atenção Primária em

Saúde (APS) cabe o papel de estimular e empregar procedimentos de colaboração entre elas e

as pessoas, sustentado numa relação de diálogo entre os saberes de cuidar de si e os saberes de

cuidar do outro (BRASIL, 2014, p. 162).

O grande impacto do diabetes no incremento da morbimortalidade está relacionado

às complicações advindas do processo crônico de acúmulo de glicose no sangue. Essas

complicações podem ser classificadas como macro e microvasculares. As macro vasculares

são, principalmente, a cardiopatia isquêmica, o acidente vascular cerebral e a doença vascular

periférica. As microvasculares podem se manifestar sob a forma de lesões na retina

(retinopatia diabética, com possibilidade de evolução para cegueira definitiva); nos rins

(nefropatia diabética); ou pela neuropatia sensitiva distal, que favorece a ocorrência de

amputações de membros, principalmente inferiores. (DONAHUE, ORCHARD, 2012, p. 142;

GROOS, NENHME, 2014, p.179).

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35

6 PLANO DE INTERVENÇÃO

O plano de ações estratégicas para a diminuição de HAS e DM, problema identificado na

ESF Maria do Carmo Barbosa e Santos, caracteriza-se, principalmente, pela proposição de

estratégias de busca ativa de casos e tratamento oportuno, considerando-se, neste contexto,

quando indicado, as intervenções de tratamento coletivo.

Para a elaboração desta proposta de intervenção foram feitas perguntas como: qual

principal nó crítico identificado no território? Quais principais problemas identificados na área e

como iniciar as ações? Após construir a resposta para tais questionamentos foi possível idealizar

as e avaliar os eventuais obstáculos.

Diante as dificuldades apontadas pelos hipertensos e diabéticos, pelo o seguimento

do tratamento e as dificuldades enfrentadas pela equipe de saúde de família para reduzir a

incidência da hipertensão arterial e as complicações acarretadas na saúde dos pacientes, varias

idéias foram propostas para desenvolvimento desse projeto.

6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo)

Para a elaboração da proposta de intervenção foram extraídos os principais

problemas enfrentados pela equipe ESF Maria do Carmo Barbosa e Santos, Aveiro - PA que

foram detectados a partir do diagnóstico realizado pela equipe de saúde da família no

território através da busca de campo, e do levantamento de dados sobre o perfil populacional.

Um conjunto de problemas de saúde prevalentes foI observado no território, como

consumo de álcool e outras drogas, presença de doenças sexualmente transmissíveis, alta taxa

de obesidade e sedentarismo, mas o problema de maior prevalência selecionado foi à e de alta

incidência de pacientes portadores de doenças crônico degenerativas ou doenças não

transmissíveis em especial a diabetes Mellitus e a Hipertensão.

No cotidiano da Estratégia Saúde da Família Dona do Carmo Barbosa e Santos,

município de Aveiro – Pará foi constatada uma alta incidência de hipertensão arterial

sistêmica e diabetes mellitus e a não adesão ao tratamento é um problema de saúde importante

na região já que até agora tem 10 pacientes com diagnóstico de HSA que representa

aproximadamente o 2,83% da população e cada dia aparecem mais casos e 23 pacientes com

diabetes para um 6,5%. Dos casos com diagnostico aproximadamente 50% não cumpre o

tratamento e isso provoca um aumento na aparição de descompensações e complicações em

um período de curto, mediano ou largo prazo.

6.2 Explicação do problema selecionado(quarto passo)

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As doenças crônicas degenerativas como o diabetes mellitus e a hipertensão arterial

levam os pacientes portadores dessas enfermidades a uma grave condição de saúde que afeta

significativamente a qualidade de vida das populações, sua alta prevalência e situação de risco

faz deste problema uma preocupação em todas as esferas de cuidado e saúde humana. Suas

consequências podem levar indivíduos à incapacidade ou até a morte (FORTES; LOPES,

2004).

A atenção terapêutica e as estratégias de prevenção são elementos chaves para

manutenção da condição de saúde desses pacientes (MALTA; MERHY, 2013).

Diante disto emergiu-se a necessidade de discutir ações pontuais, e de propor

estratégias de cuidado e prevenção em decorrência da relevância para saúde pública e

dificuldades na capacidade de enfrentamento e de mudança para solucionar o alto índice de

paciente com quadro hipertensivo e diabético e que não seguem o tratamento no território.

A partir da identificação do problema selecionado evidenciada à necessidade de

ampliação das atividades em educação e prevenção dos agravos em saúde na comunidade

através de grupos de educação em saúde, palestras, ações, acompanhamento e monitoramento

de forma que possam atender uma amplitude de questões críticas identificadas e que tenham o

custo dentro da realidade dos recursos financeiros disponibilizados para as equipes da ESF.

As relevâncias na utilização de estratégias preventivas e de cuidado a saúde coletiva

consiste em proporcionar insumos para um trabalho efetivo, pré-elaborado, monitorado e

controlado de forma que possa agregar pessoas e possibilitar o esclarecimento de dúvida,

mitos, medos e promover o resgate da autonomia, do autocuidado e da motivação,

fortalecendo o reconhecimento da comunidade e seus membros como cidadãos independentes

da sua condição de saúde/doença (PICHON-RIVIÈRE, 2009).

As doenças crônicas degenerativas normalmente têm sua causa associada aos hábitos

alimentares errados, a predisposição genética, ao estilo de vida estressante e sedentário, ao

consumo abusivo de bebidas alcoólicas entre outros. São condições complexas, passiveis de

tratamento e que demandam uma estratégia continuada de cuidado e de orientação aos

pacientes.

Essa atenção integral só é possível se o cuidado for organizado e planejado partindo

de um projeto pré-estabelecidos, elaborado a partir de um planejamento coeso e aplicável

cujas etapas envolvem o estabelecimento de linhas de atenção terapêutica fundamentadas na

integralidade do cuidado.

A partir do quadro epidemiológico apresentado, serão realizadas ações cujo intuito

consiste: Fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, Fortalecendo o cuidado às

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pessoas com doenças crônicas. Garantir o cuidado integral às pessoas com doenças crônicas.

Impactar positivamente nos indicadores relacionados às doenças crônicas. Contribuir para a

promoção da saúde da população e prevenir o desenvolvimento das doenças crônicas e suas

complicações (MALTA; MERHY, 2013).

Por meio do trabalho multiprofissional deve ser realizada a atenção para as pessoas

com doenças crônicas, a atuação profissional neste caso envolve, necessariamente, o

agrupamento de profissionais que se reúne periodicamente e discute os problemas de saúde

dessa população e dos indivíduos de modo a criar condições de trabalho para mudança.

Nesse sentido, o trabalho se torna efetivo na articulação de profissionais de distintos

núcleos, com seus saberes e práticas específicos, no campo único de atuação para construção

de estratégias conjuntas de intervenção

6.3 Seleção dos nós críticos(quinto passo)

Diante da necessidade imediata em reduzir e controlar os níveis pressóricos e

glicêmicos é que se propôs a elaboração e, posteriormente, a implantação de um plano de ação

com foco principal na introdução de atividades físicas e educação alimentar para proporcionar

uma melhor qualidade de vida para os hipertensos e diabéticos.

Neste destaca-se, a nítida intensidade de usuários com sobrepeso/obesidade

associados ao sedentarismo e falta de um programa de atividade física, impactando

negativamente na demanda dos serviços de saúde com aumento das complicações

cardiovasculares e interferência direta na garantia do bem-estar físico e social da população.

Esses fatos associados às dificuldades de adesão e mudanças nos hábitos de vida

caracterizando usuários em condições de vida sedentárias e dependência em realizar as

atividades cotidianas.

O principal nó crítico identificado foi: a alta prevalência de pacientes portadores de

doenças crônicas degenerativas como o diabetes mellitus e a hipertensão.

Os principais aspectos referentes a esse problema foram: O desconhecimento dos

riscos e agravos causados pela doença, risco cardiovascular aumentado e a baixa aderência

aos tratamentos e controle terapêutico da diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica.

Nos quadros a seguir, encontram-se desenhados para cada nó crítico as operações,

resultados esperados, estratégias e responsáveis.

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6.4 Desenho das operações (sexto passo)

Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “ A alta

prevalência de pacientes portadores de doenças crônicas degenerativas como o diabetes

mellitus e a hipertensão.”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da

Família Maria do Carmo Barbosa e Santos, do município Aveiro, Estado do Pará

Nó crítico 1 Alta prevalência de pessoas com doenças crônicas degenerativas em

especial o diabetes mellitus e a hipertensão arterial. Baixa adesão ao

tratamento e aumento da demanda de atendimento de pacientes diabetes

mellitus e a hipertensão.

Operação

(operações)

-Aumentar o nível de adesão da população ao tratamento

medicamentoso e não medicamentoso;

- Promover ações com a população sobre os riscos e agravos do diabetes

mellitus e a hipertensão e das mudanças necessárias para melhoria do

estado de saúde;

-Realizar Treinamento e capacitações ara profissionais com eixos

temáticos, dentro dos quais serão desenvolvidas as linhas de cuidado

para as doenças/fatores de risco mais prevalentes

Projeto Saúde e Vida

Resultados

esperados

População mais informada sobre as complicações e agravos decorrentes

do Diabetes Mellitus e da Hipertensão arterial sistêmica não controlada,

para reduzir ao máximo o índice de complicações e agravos e promover

uma mudança no autocuidado e no comportamento e estilo de vida dos

pacientes.

Produtos

esperados

-Maior número de pacientes participando das atividades propostas para

saúde cuidado e prevenção;

- Maior adesão ao tratamento, maior compreensão da importância em

seguir o tratamento medicamentoso corretamente e da mudança do

estilo de vida;

-Reduzir a incidência, e o percentual de doenças crônicas degenerativas

na área de abrangência da equipe.

Recursos

necessários

Estrutural: planejar os recursos humanos e organizar a agenda para

atividades.

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Cognitivo: treinar equipe para atuação em campo e no atendimento aos

pacientes.

Financeiro: listar recursos materiais, recursos físicos, e estruturais para

implementação do projeto como a confecção de faixas, cartazes,

folhetos educativos, etc.

Político: mobilização social.

Recursos críticos Estrutural: Estrutura e implementar a partir dos nós críticos ações de

modo a direcionar a abordagem para cada temática e perfil

populacional;

Capacitar os profissionais para realizar as ações de modo que sintam a

importância de monitoramento, cuidado humanizado e atenção aos

pacientes.

Cognitivo: Orientações educativas as populações.

Financeiro: Buscar maiores recursos para execução do serviço e

efetivação do para o projeto

Político: Levantar os recursos necessários para aquisição de material

educativo;

Aplicar de maneira correta os recursos disponibilizados.

Controle dos

recursos críticos

Equipe de saúde;

Lideres da comunidade;

Secretaria de Esportes; Motivação Favorável

Secretaria de cultura

Ações estratégicas Apresentar projeto de intervenção e cuidado a população com doenças

crônicas por meio de um sistema amplo e multiprofissional de atenção a

saúde.

Prazo Início em 02 meses, término da primeira ação em 01 ano.

Responsável (eis)

pelo

acompanhamento

das ações

Todos profissionais da Unidade Básica de Saúde, desde a recepcionista

que fará o acolhimento na chegada, ao agente, medico, enfermeiro etc.

Serão definidas as ações de cada profissional.

Page 40: PLANO DE AÇÃO PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO ...€¦ · importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Nesse contexto, a Estratégia de Saúde da Família

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Processo de

monitoramento e

avaliação das

ações

Serão monitorados os casos e situações problema (nós críticos) no

território de modo regularmente a fim de identificar as possíveis

melhorias apresentadas em decorrência do projeto.

Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “ Conhecimento

insuficiente sobre a Hipertensão e Diabetes”, na população sob responsabilidade da

Equipe de Maria do Carmo Barbosa e Santos , do município Aveiro, Estado do Pará

Nó crítico 2 Conhecimento escasso dos usuários portadores de HAS e/ou DM sobre

as patologias.

Operação

(operações)

-Aumentar o nível de informação da população sobre hipertensão e

diabetes;

-Realizar os grupos operativos com datas fixas semanalmente, palestras

em comunidades;

-Durante as visitas domiciliares monitorizar o adequado andamento do

tratamento;

-Trabalhar a promoção de saúde durante as reuniões com comunidades

e líderes

Projeto Saiba mais sobre Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.

Resultados

esperados

Aumento do nível de conhecimento da população sobre as patologias

HAS e DM.

Produtos

esperados

Estratégias educativas propostas e concretizadas ;

Divulgação nos meios de comunicação locais;

Estruturar grupos educativos com convite para a participação de

familiares dos hipertensos e diabéticos;

Diminuição dos níveis pressóricos e glicêmicos.

Recursos

necessários

Estrutural: Capacitar equipe e apoiar na organização e divulgações do

grupo.

Cognitivo: Estudar e aprofundar os conhecimentos sobre didática de

ensino, diabetes, fatores de risco, dentre outros.

Financeiro: Programas de rádio.

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Político: Parceria com escolas locais e igrejas para mobilização social e

estímulo à participação nos grupos educativos.

Recursos críticos Estrutural: Recursos para pagar a aquisição e confecção de material

gráfico, sonoro e multimídia.

Cognitivo: Grupos de palestras e atividades educativas em ação.

Político: Realizar caminhadas, palestras e seminários

Financeiro: Programas de rádio e outros recursos necessários

Controle dos

recursos críticos

Secretaria Municipal de Saúde

Equipe de Saúde. Motivação Favorável

Lideres da comunidade

Ações estratégicas Melhorar os conhecimentos dos integrantes da Equipe de Saúde da

Família, bem como dos pacientes hipertensos e diabéticos;

Criar grupos operativos com datas fixas para a cada 15 dias realizar

palestras fora da UBS sobre os temas mais questionados, fazendo uso

de recursos interativos, dinâmicas, multimídia para chamar a atenção

dos pacientes, ouvir o que eles sabem a respeito da doença e fornecer

todas as informações importantes para melhor adesão ao tratamento.

Capacitação de pessoal (ACS)

Prazo 6 meses

Responsável (eis)

pelo

acompanhamento

das ações

Equipe da ESF

Processo de

monitoramento e

avaliação das

ações

Realização de visita domiciliar com questionamentos sobre a doença,

prevenção, tratamento e demais informações que caracterizam

conhecimentos sobre HAS e DM;

Acompanhamento dos indicadores de morbimortalidade decorrente de

HAS e DM.

Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “ Risco

cardiovascular aumentado”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da

Família Maria do Carmo Barbosa e Santos, do município Aveiro, estado do Pará

Page 42: PLANO DE AÇÃO PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO ...€¦ · importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Nesse contexto, a Estratégia de Saúde da Família

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Nó crítico 3 Sobrepeso e obesidade avançados

Operação

(operações)

Adquirir o IMC ideal.

Projeto Peso ideal é saúde

Resultados

esperados

Diminuir a prevalência de obesidade;

Reduzir IMC para dentro do esperado;

Diminuir o grau de ansiedade e ociosidade dos usuários.

Produtos

esperados

Programa de assistência nutricional diferenciada;

Projeto de atividades físicas, caminhada supervisionada na unidade de

saúde;

Programa de inserção de atividades voluntaria e empregatícias;

Promover grupos de convivência, lazer e atividade de artesanato e

cultural.

Recursos

necessários

Estrutural - realizar atividade física supervisionada 3 vezes por semana

na ESF com a participação da equipe.

Cognitivo - informação sobre alimentação saudável,elaboração e gestão

de projetos de criação de horta comunitária com participação da

comunidade e enfrentamento aos distúrbios de ansiedade;

Financeiro - financiamento dos projetos;

Político - mobilização social em torno das questões, articulação

intersetorial e aprovação e execução dos projetos;

Recursos críticos Estrutural – atuação de equipe multidisciplinar.

Cognitivo - elaboração dos projetos de criação da horta comunitária e

atividade física lazer

Financeiro - financiamento dos projetos;

Político: Conseguir espaço físico. Buscar aprovação de projetos

Controle dos

recursos críticos

Secretaria Municipal de Saúde juntamente com a equipe ESF Maria do

Carmo Barbosa e Santos.

Ações estratégicas Apresentação do projeto e apoio de todos envolvidos

Diminuir o grau de ansiedade e ociosidade dos usuários;

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Diminuição do IMC pra dentro do adequado.

Prazo 4 a 6 meses

Responsável (eis)

pelo

acompanhamento

das ações

Equipe Multiprofissional de saúde ESF Maria do Carmo Barbosa e

Santos.

Processo de

monitoramento e

avaliação das

ações

Acompanhar o estilo de vida dos pacientes hipertensos, através de

rotinas de visitação;

Propor e monitorar o cumprimento de uma agenda de atividades

físicas, bem como de um cardápio mais saudável.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo mostrou que ao se priorizar um problema e traçar um planejamento das

ações dentro do que é passível de mudança, pode interferir diretamente na qualidade da

assistência prestada e na melhoria da qualidade de vida dos usuários. Além de uma

organização dos processos de trabalho da equipe. Entretanto, há ainda muito a alcançar no que

diz respeito à implantação total do plano de ação, pois ainda encontra-se uma baixa adesão

dos usuários, pela dificuldade em compreender e entender os benefícios do controle mensal da

pressão arterial e da glicemia.

A Hipertensão arterial sistêmica e o Diabetes mellitus representam dois dos

principais Fatores de Risco para saúde das populações, a ausência de um protocolo de cuidado

e tratamento e de ações de promoção e prevenção em saúde afetam significativamente no

percentual de pessoas portadores dessas doenças, contribuindo decisivamente para o

agravamento deste cenário e do aumento na taxa de óbitos em nível nacional.

O controle da HAS e DM na Estratégia da Saúde da Família é importante devido ao

fato de serem causa direta de cardiopatia hipertensiva, também por ser fator de risco para

doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se manifestam, predominantemente, por

doença isquêmica cardíaca, cerebrovascular, vascular periférica e renal.

Vale ressaltar que, para se reorganizar a atenção e melhoria da qualidade de vida e da

assistência é necessária uma atuação tríplice entre ESF, hospitais e gestor, com ações

integradas e interligadas, para que todos atuem dentro das linhas guias e protocolos clínicos, o

que ainda constitui num desafio.

O plano foi elaborado a partir da realidade vivenciada em campo e suas ações

aplicam-se a toda equipe multidisciplinar da Estratégia Saúde da Família de forma a auxiliar

no tratamento sistematizado para redução da incidência e prevenção de agravos em

decorrência do Diabetes e da Hipertensão Arterial.

As medidas de intervenção se fazem como elementos extremante necessário no

controle de doenças crônicas, e é de fundamental importância o apoio ao estilo de vida

saudável, a educação e promoção em saúde e a detecção precoce do problema e devem manter

local de destaque nos sistemas de serviços e saúde.

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