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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: O Texto Poético em sala de aula: construindo caminhos para a formação do leitor

Autor Maria Zélia Bezerra Lopes

Escola de Atuação Colégio Estadual Barão do Rio Branco – E.F.M.P.

Município da escola Assaí

Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio

Orientador Ms. Miguel Heitor Braga Vieira

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar _______________

Público Alvo Estudantes da 5ª B do período matutino

Localização

Colégio Estadual Barão do Rio Branco – E.F.M.P.

Rua Manoel Ribas, 1103 Centro Assaí-PR

Apresentação

A elaboração deste material didático-pedagógico, em forma de uma unidade didática, com o título: O Texto Poético na Sala de Aula: construindo caminhos para a formação do leitor, justifica-se diante da constatação de que o desinteresse pela leitura e a consequente defasagem em número e qualidade de leitores se fazem presentes, tornando-se mais evidentes com o passar das séries. Também pela necessidade de trazer discussões e reflexões para dentro do ambiente escolar, baseando-se no Método Criativo de Aguiar e Bordini (1988), sobre a importância da leitura. Dentro de tal abordagem, procuramos mostrar os benefícios do texto poético, por meio do prazer, da emoção e da imaginação, visando a propiciar aos estudantes da 5ª série (6º Ano) do ensino fundamental a leitura de textos de uma forma lúdica. Esta produção tem como público alvo os estudantes da 5ª Série do Ensino Fundamental, especificamente a 5ª B do período matutino, do Colégio Estadual Barão do Rio Branco – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, da cidade de Assaí-Pr. Assim, o material ora proposto tem como objetivo avaliar as possibilidades do texto poético aliado ao método criativo, de uma forma lúdica, em contribuir para despertar no estudante o gosto pela leitura.

Palavras-chave Leitura. Formação do Leitor. Texto Poético.

SUMÁRIO

Apresentação........................................................................................................04

Introdução.............................................................................................................05

I - Constatação de uma carência..........................................................................06

II - Coleta desordenada de dados........................................................................11

III - Elaboração interna dos dados........................................................................15

IV - Constituição do projeto criador.......................................................................22

V - Elaboração material........................................................................................26

VI – Divulgação do trabalho.................................................................................27

Recursos..............................................................................................................28

Avaliação..............................................................................................................28

Fundamentando as ideias....................................................................................28

Referências..........................................................................................................37

4

Apresentação

O Texto Poético na Sala de Aula: construindo caminhos para a formação do

leitor é uma unidade didática apresentada a Secretaria de Estado da Educação

(SEED), como material didático-pedagógico resultante do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE) em Língua Portuguesa, através da Instituição

de Ensino Superior (IES) Universidade do Norte do Paraná (UENP), sob a

orientação do Prof. Ms. Miguel Heitor Braga Vieira.

A elaboração deste material se justifica diante da constatação de que o

desinteresse pela leitura e a consequente defasagem em número e qualidade de

leitores se fazem presentes, tornando-se mais evidentes com o passar das séries.

Também pela necessidade de trazer discussões e reflexões para dentro do ambiente

escolar sobre a importância da leitura, além do trabalho didático pedagógico

desenvolvido com a utilização deste na escola, baseado no Método Criativo de

Aguiar e Bordini (1993). Dentro de tal abordagem, procuramos mostrar os benefícios

do texto poético, por meio do prazer, da emoção e da imaginação, visando a

propiciar aos estudantes da 5ª série (6º Ano) do ensino fundamental a leitura de

textos de uma forma lúdica.

Esta produção tem como público alvo os estudantes da 5ª Série do Ensino

Fundamental, especificamente a 5ª B do período matutino, do Colégio Estadual

Barão do Rio Branco – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, da cidade de

Assaí-Pr.

Assim, o material ora proposto tem como objetivo avaliar se o texto poético

aliado ao método criativo, de uma forma lúdica, pode contribuir para despertar no

estudante o gosto pela leitura.

5

O nosso cotidiano está repleto de emoções, sentimentos e imaginações das

mais variadas, depende apenas da situação e da pessoa que a interpreta. O que é

engraçado e divertido para uns pode ser chato e nem um pouco atrativo para outros.

Tudo vai depender do toque do olhar de quem está diante do fato verídico ou

imaginário. Uma coisa é certa: estas sensações fazem parte do ser humano e se

fazem presentes, às vezes, de maneira mais intensa em uns do que em outros. Os

mais sensíveis fazem uso desta percepção aguçada para descreverem o mundo

como eles sentem e vêem. Os que não são premiados com tamanha destreza

podem admirar e se deliciar com tanta beleza passada para o papel de diversas

maneiras, como veremos a seguir:

GOSTO DE CHUVA

Para a terra a chuva é doce. Para a fonte, confidente. Para a criança, bolinhos com canela, lareira, histórias. Para os sapos – uma festa! Para mim – alma lavada. Para quem dorme a chuva tem A magia do canto das sereias. (LIA, 2004, p.17)

Professor, procurar levar os estudantes a perceberem em que os dois textos

se assemelham e quais são as suas diferenças.

Qual a sua

maneira de ver o

mundo?

“As cidades de Paranaguá e Morretes decretaram estado de emergência na tarde desta sexta-feira (11) por conta dos estragos pela chuva que cai no litoral desde a noite de quinta-feira (10) e persistiu durante todo o dia”. (fragmentos)

Figura 1: Fragmentos de notícia Fonte: <http://www.gazetadopovo.com.br/verao/conteudo.phtml?id=1104832> acesso em: 02 maio 2011.

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Após a leitura dos textos, responda: Qual é o tema usado nos textos? Falam

de um mesmo assunto? A maneira de expor a idéia foi a mesma? A palavra “chuva”

é vista com o mesmo enfoque pelos autores? Tratam de fatos reais ou não?

I - Constatação de uma carência:

O professor, através da observação constante da turma, constata a

dificuldade dos estudantes em lidar com textos poéticos, seja na leitura, na

interpretação ou na produção dos mesmos.

Começar a aula ouvindo a música “Sempre te amei” – de João Márcio1, um

pout-pourri de cantigas de roda “Ciranda Cirandinha”, “Terezinha de Jesus” e

“Escravos de Jô”, uma parlenda “Cadê o toucinho que estava aqui?”, uma cantiga de

ninar “Boi da cara preta” e um poema “Gosto de Chuva” da poetisa Bárbara Lia2.

Sempre Te Amei Por muito tempo procurei Pra minha vida uma razão Até que um dia encontrei A dona do meu coração Um rosto lindo de menina Com traços fortes de mulher Seu jeito meigo me fascina Sem você não sei mais viver

1 Márcio Adriano Sérgio – conhecido como João Márcio da dupla João Márcio e Fabiano. Compositor paranaense respeitado, com inúmeras canções nas vozes de grandes artistas do cenário musical brasileiro. Algumas de suas composições: Sempre te amei, Sol e Lua e Minha Sina. O cantor reside em Ibiporã-PR. 2 Bárbara Lia Soares - Escritora e poetisa assaiense. Publicou os livros de poesia: O Sorriso de Leonardo, O Sal das Rosas e A Última Chuva e o romance Solidão Calcinada. Hoje reside em Curitiba-PR.

Serão necessárias aproximadamente duas aulas para que todas as atividades sejam concluídas.

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Foi numa noite de verão Quando cruzei o seu olhar Vi em seus lindos olhos negros O brilho claro do luar Senti meu corpo estremecer Quando seu lábios eu toquei Enlouquecido de paixão Meu coração lhe entreguei Será pra sempre em minha vida Tudo aquilo que sonhei Você é a dona dos meus dias Com quem eu sempre viverei Sem você não tem mais sentido Não consigo imaginar Vai ser pra sempre em meu caminho A luz do sol o meu destino E pra sempre irei te amar Sem você não sei mais viver Foi numa noite de verão Quando cruzei o seu olhar Vi em seus lindos olhos negros O brilho claro do luar Senti meu corpo estremecer Quando seu lábios eu toquei Enlouquecido de paixão Meu coração lhe entreguei (SERGIO, 1998) <http://letras.terra.com.br/joao-marcio-e-fabiano/1226117/> acesso em: 28 abr. 2011.

1- Ciranda Cirandinha Ciranda, cirandinha, Vamos todos cirandar! Vamos dar a meia volta, Volta e meia vamos dar. O Anel que tu me destes Era vidro e se quebrou; O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou, Por isso dona Rosa Entre dentro desta roda, Diga um verso bem bonito, Diga adeus e vá se embora <http://letras.terra.com.br/cantigas-populares/983988/> acesso em: 19 de abr. 2011.

2- Terezinha de Jesus

Terezinha de Jesus de uma queda Foi-se ao chão Acodiram três cavalheiros Todos de chapéu na mão

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O primeiro era seu pai O segundo o seu irmão O terceiro foi aquele A quem a Tereza deu a mão Terezinha levantou-se Levantou-se lá do chão E sorrindo disse ao noivo Eu te dou meu coração Da laranja eu quero um gomo Do limão quero um pedaço Da menina mais bonita Quero um beijo e um abraço <http://letras.terra.com.br/cantigas-populares/984009/> acesso em: 19 abr. 2011.

3- Escravos de Jó Escravos de Jó jogavam caxangá Tira, bota deixa o Zé Pereira ficar Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue za (bis) <http://letras.terra.com.br/cantigas-populares/983989/> acesso em: 19 abr. 2011.

"Cadê o toucinho Que estava aqui? O gato comeu Cadê o gato? Fugiu pro mato Cadê o mato? O fogo queimou Cadê o fogo A água apagou Cadê a água? O boi bebeu Cadê o boi? Foi amassar o trigo Cadê o trigo? Foi fazer o pão Cadê o pão? O padre pegou Cadê o padre? Foi rezar a missa Cadê a missa? Já se acabou."

<http://www.mingaudigital.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=29> acesso em: 31 mar. 2011

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Boi da Cara Preta Boi, Boi, Boi Boi da cara preta Pega essa menina que tem medo de careta <http://letras.terra.com.br/eliana/400302/> acesso em: 31 mar. 2011

GOSTO DE CHUVA Para a terra a chuva é doce. Para a fonte, confidente. Para a criança, bolinhos com canela, lareira, histórias. Para os sapos – uma festa! Para mim – alma lavada. Para quem dorme a chuva tem A magia do canto das sereias. (LIA, 2004, p.17)

Conversar com a turma, observando os textos, o que eles têm em comum?

Levar a turma a perceber a presença da poesia em todos os exemplos.

Todos estes exemplos apresentam poesia de formas diferentes. Vocês sabem

o que é poesia? E o que é poema? Vocês conhecem algum poema? Em seguida,

apresentar o poema: “Tudo a ver “de Elias José.

A poesia tem tudo a ver com tua dor e alegrias, com as cores, as formas, os cheiros, os sabores e a música do mundo. A poesia tem tudo a ver com o sorriso da criança, o diálogo dos namorados, as lágrimas diante da morte,

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os olhos pedindo pão. (fragmentos)

<http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_infantil/elias_jose.html> acesso em: 03 maio 2011.

Sobre o que fala o texto lido? O que o autor quis dizer com o título do poema?

O que os poemas podem nos dizer? O texto apresenta rimas? É possível produzir

um poema sem rimas? Vocês sabem o que é verso? E estrofe? No texto,

conseguem localizar os versos e as estrofes? Em seguida, a turma será dividida em

grupos de quatro ou cinco pessoas. Cada grupo irá conversar e se lembrar de

poemas que já conheçam. Então, um integrante de cada grupo irá ler o poema que

se lembraram.

Explicar ao estudante os termos: poesia e poema.

sf (gr poíesis+ia1) 1 Arte de escrever em verso. 2 Conjunto das obras em verso escritas numa língua. 3 Cada um dos gêneros poéticos. 4 Composição poética pouco extensa; pequeno poema. 5 Qualidades que

caracterizam os bons versos. 6 Caráter do que desperta o sentimento do belo; inspiração. 7 Elevação nas idéias, no estilo. (fragmentos)

sm (gr poíema) 1 Obra em verso. 2 Composição poética do gênero épico, mais ou menos extensa e com enredo. 3 Epopéia. 4 Obra em prosa em que há ficção e estilo poético. 5 Assunto ou coisa digna de ser cantada em verso.

Figura 2: Poesia Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/por

tugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=poesia> acesso em:

23 maio 2011.

Figura 3: Poema Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/por

tugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=poema> acesso em:

23 maio 2011.

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Os poetas trabalham os textos poéticos de várias formas, entre elas:

II - Coleta desordenada de dados:

Após a recordação dos poemas por eles conhecidos, através de um bate-

papo, procurar introduzir algumas características da poesia que sejam importantes

para o trabalho com os poemas que serão apresentados a seguir: a letra das

músicas apresentadas no exercício anterior, também da parlenda e do poema.

Procurar instigar a turma a refletir, a trocar informações e a chegar às conclusões.

Na medida do possível, a professora irá introduzindo dados importantes como: o que

é rima, versos, estrofes.

Levar os estudantes à biblioteca da escola. Mostrar a eles a estante em que

os livros de poesia estão colocados e incentivá-los para que possam manusear a

variedade de textos poéticos existentes na escola. Lembrando que, todo este

material, está à disposição quando quiserem ler. Destacar também que temos em

Assaí muitos poetas, alguns renomados com livros editados e premiados. O

Poema

Canções

de ninar

Acróstico

Haicai

Canções

Cantigas

de Roda

Parlenda

Textos

Poéticos

Figura 4: Diagrama de textos poéticos Fonte: Pela autora, 2011.

Serão necessárias aproximadamente três aulas para que todas as atividades sejam concluídas.

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professor convidará a turma para montar um painel com a foto, vida e alguns

poemas destes assaienses. O painel ficará exposto na entrada principal da escola.

Pedir que todos peguem as folhas recebidas com os textos lidos e então fazer

outros questionamentos: como podemos identificar estes textos como sendo

poemas? Qual a diferença entre eles e uma notícia de jornal ou uma propaganda de

revista? Questionar sobre a forma dos textos: como eles se dispõem no papel?

Usam todo o espaço das linhas? Ficam no meio da linha? Pulam linhas? O que

estes textos têm em comum? Sobre o que falam?

Em seguida, apresentar a música “Não Pode Negar” de João Márcio. Os

estudantes receberão a letra da música, farão a leitura e acompanharão cantando.

Não pode negar Sinto que entre nós está pintando o fim Ninguém pede um tempo quando está feliz Talvez eu não deva te falar de mim Mas é que eu não sei ainda o que é que eu fiz Se quiser me falar Tô aqui pra escutar Se não der pra ficar Vou tentar não chorar Só quero te lembrar Que o perfume e o espinho Fazem parte da flor Que o ciúme e o carinho Fazem parte do amor Pode não entender O meu jeito de amar Mas eu amo você Não pode negar Sinto uma dúvida no teu olhar O silêncio não me deixa te ajudar Onde te encontrar, como te descobrir Se nem mesmo sei onde te perdi

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Se quiser me falar Tô aqui pra escutar Se não der pra ficar Vou tentar não chorar Só quero te lembrar Que o perfume e o espinho Fazem parte da flor Que o ciúme e o carinho Fazem parte do amor Pode não entender O meu jeito de amar Mas eu amo você Não pode negar Que o perfume e o espinho Fazem parte da flor Que o ciúme e o carinho Fazem parte do amor Pode não entender O meu jeito de amar Mas eu amo você Não pode negar Não pode negar Não pode negar (SÉRGIO, 2002) <http://letras.terra.com.br/joao-marcio-e-fabiano/1686990/> acesso em: 03 ago. 2011.

O poema é formado por quantas linhas? Há palavras com o mesmo som no

final? Em quantas partes se divide o texto?

Comente a parte do texto:

“Só quero te lembrar Que o perfume e o espinho Fazem parte da flor Que o ciúme e o carinho Fazem parte do amor”

Explique a parte do texto: “Sinto que entre nós está pintando o fim”.

Deixar que eles cheguem às conclusões, só então esquematizar juntos o que

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sf (provençal ant rima, do gr rhythmós) 1 Correspondência de sons finais entre dois ou mais versos. 2 Uniformidade de som na terminação de duas ou mais palavras. 3 Palavra que rima com outra. sm pl Versos. R. aguda: V rima masculina. R. alternada: aquela em que os versos rimam alternadamente, isto é, o 1.º com o 3.º, o 5.º e os demais ímpares, e o 2.º , com o 4.º, o 6.º e os demais pares. (fragmentos)

sf (gr strophé) 1 Partes de igual ou diferente número de versos em que se dividem algumas composições poéticas; estância. (fragmentos)

sm (lat versu) 1 Palavra ou reunião de palavras sujeitas a certa medida e cadência, seguindo regras fixas, convencionalmente adotadas. 2 Cada linha de uma composição poética. 3 As composições poéticas em geral. 4 Versificação, metrificação. (fragmentos)

é rima, verso e estrofe, retomando a letra da música para exemplificar.

Figura 5: Rima Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=rima> acesso em: 03 maio 2011.

Figura 6: Estrofe Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=estrofe> acesso em: 03 maio 2011.

Figura 7: Verso Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=verso> acesso em: 03 maio 2011.

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III - Elaboração interna dos dados:

Apresentar a classe várias fichas coloridas contendo de um lado uma foto do

poeta com um resumo da sua vida e obra e do outro alguns poemas do autor. Serão

usados poemas de poetas assaienses, Bárbara Lia, Otávio Roth, Elias José, Ruth

Rocha, Olavo Bilac, Patativa do Assaré, Manoel Bandeira, Cora Coralina, entre

outros. Cada um escolherá uma ficha. Em seguida, será feita uma roda de leitura.

Lerão o poema escolhido e comentarão sobre o autor. Se preciso for, farão uso do

dicionário para esclarecer algumas palavras desconhecidas. Dando continuidade à

atividade, entre os poemas apresentados na ficha, escolherá um para transcrevê-lo

e ilustrá-lo em uma folha, representando o que sentiu do poema. Os textos ilustrados

serão afixados no mural. Neste dia, cada um levará a ficha escolhida para casa e

lerá com seus familiares.

Em seguida, apresentar poemas considerados alegres e engraçados como:

Crianças lindas

São duas crianças lindas Mas são muito diferentes! Uma é toda desdentada, A outra é cheia de dentes... Uma anda descabelada, A outra cheia de pentes! (fragmentos)

Rocha, Ruth. Crianças Lindas. <http://bazardapoesia.blogspot.com/2010/04/criancas-lindas.html> acesso em: 06 abr. 2011. Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela. Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado. Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito de Tarzan. Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço. (fragmentos)

Serão necessárias aproximadamente seis aulas para que todas as atividades sejam concluídas.

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quadrinha sf (dim de quadra) Espécie de trova popular, cuja letra é formada por quatro versos, normalmente de sete sílabas cada um, muito usada para desafios e provérbios populares.

Roth, Otávio. Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz. <http://comunicacaoelinguagem.blogspot.com/2009/05/poemas.html> acesso em: 06 abr. 2011.

No poema de Ruth Rocha há rimas? Que sentimentos ele desperta? Ler o

texto dividindo a turma por fila, cada fila lerá um verso. Levar os estudantes a sentir

o jogo de rima presente no poema. No poema de Otávio Roth, fazer a leitura,

levando-os a perceber a sonoridade do texto. O que acontece neste poema? O que

são essas “coisinhas” apresentadas pelo poeta? Vocês também gostam dessas

coisinhas? Os sons se repetem no final das palavras? Vocês sabem como

chamamos essa repetição de sons? Quais são os sons repetidos no poema? Quais

as rimas?

Mostrar ao estudante, através de quadrinhas, que os poetas procuram inovar,

brincar com as palavras usando vários recursos poéticos como: rimas, repetição de

versos, aliterações. Incentivar a turma para que localizem nas quadrinhas os

recursos usados pelos autores.

Ser criança

Ser criança é coisa boa. É estudar, comer, dormir. É ter muito tempo à toa, aguardando um bom porvir.

Porphírio Rodrigues

Disponível em: <http://peregrinacultural.wordpress.com/2009/04/14/ser-crianca-quadrinha-de-

porphirio-rodrigues/> acesso em: 05 maio 2011.

Quando as rimas acontecem? No 1º e 3º versos? No 2º e 4º versos? Vocês

concordam com o que o poeta diz? Que outras atividades são realizadas por uma

criança? Agora, escreva a sua quadrinha: ser criança. Os textos produzidos serão

Figura 8: Quadrinha Fonte: <http://www.dicionarioweb.com.br/quadrinha.html> acesso em: 05 maio 2011.

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fixados no mural.

Em seguida, com o poema “A Boneca” de Olavo Bilac levar os estudantes a

observarem a presença das rimas no final dos versos: 1º e 3º e o 2º com o 4º. Em

seguida, farão uma declamação representando a cena acontecida no poema. Para

isso, formarão equipes, distribuindo o papel das duas meninas e o narrador. Todos

terão a oportunidade de apresentar-se.

A boneca

Deixando a bola e a peteca, Com que inda há pouco brincavam, Por causa de uma boneca, Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira: “É minha!” “É minha!” a outra gritava; E nenhuma se continha, Nem a boneca largava. (fragmentos)

<http://bazardapoesia.blogspot.com/2010/06/boneca.html> acesso em: 06 abr. 2011.

Qual a rima usada no poema? Sobre o que fala o texto? A briga pode resolver

tudo? O diálogo, nesta situação, não evitaria a perda da boneca?

Mostrar aos estudantes a variedade de textos poéticos que existe: os que

falam de experiências da vida (solidão, velhice), os que são escritos na primeira

pessoa (emoções do sujeito), os que são ditos em forma de música e os que falam

sobre questões políticas e sociais.

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TEXTO POÉTICO

infância morte problemas sociais amor solidão

Levar as músicas: “Cavalo Enxuto” de Tião Carreiro e Pardinho, “Gordinho

Largadão” de Diego de Souza3, além dos poemas “Lia Morena” e “Adeus às Asas”

de Bárbara Lia, “O que mais dói” de Patativa do Assaré, “Minha Desgraça” de

Álvares de Azevedo e “Mãe” de Regina Goes4, para a sala de aula, onde todos

acompanharão ouvindo e lendo a letra. Levar o estudante a compreender que a

poesia fala de assuntos variados relacionados ao nosso dia a dia.

Após fazer a leitura dos textos, responda:

Qual o tema apresentado em cada poema? Isto acontece no nosso cotidiano? O

autor faz alguma crítica? Qual o sentimento demonstrado no texto? Quanto à

estrutura, é possível identificar o texto como sendo um poema? Apresenta rimas?

Cavalo Enxuto

Eu tenho um vizinho rico Fazendeiro endinheirado Não anda mais a cavalo Só compra carro importado Eu conservo a minha tropa O meu cavalo ensinado O fazendeiro moderno Só me chama de quadrado Namorando a mesma moça Veja só o resultado Um dia a moça falou Pra não haver discussão Vamos fazer uma aposta A corrida da paixão

3 Diego Freitas de Souza – é um jovem compositor londrinense, além de ser baterista, percussionista, violonista, e produtor musical, gravando em vários estúdios do Brasil. 4 Regina Aparecida Goes Tarosso – professora de Língua Portuguesa do Colégio Barão, poetisa assaiense, autora de muitos poemas.

Figura 9: Diagrama de temas do poema Fonte: Pela autora, 2011.

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Granfino corre no carro Você no seu alazão (fragmentos) <http://letras.terra.com.br/joao-marcio-e-fabiano/982064/> acesso em: 11 abr. 2011.

LIA MORENA

Estranha menina nascida Em uma terra estranha – Assaí... De mil e um caminhos estranhos,

sai – sozinha. Da solidão nada sei,

eu sou estranha, até a solidão se esconde em minhas entranhas.

LIA, 2007, p.14. ADEUS ÀS ASAS Mudou o gosto da goiaba madura Não vejo aranhas tecendo fios de prata Nenhum besouro verde de bom agouro As estrelas se afastam expulsas pelo néons da cidade O mundo virou alguma coisa Alguma coisa que não tem mais cheiro ou cor ou brilho Alguma coisa que plastifica a alma Alguma coisa inodora e impura Não mais o orvalho na pétala Cristal líquido em surdina prece a bailar diante dos olhos serenos enquanto balançam verdes os galhos da amendoeira Cerro os olhos para relembrar: O orvalho. O gosto da goiaba madura A astuta aracnídea construindo redes em desalinho, diante do nosso espanto Aquela estrela que me seguia na rua escura da infância Tudo perdido em um túnel sem acesso As belas coisas roubadas quando perdemos a inocência ou quando nos despimos das asas (LIA, 2010, p.4.)

O que mais dói O que mais dói não é sofrer saudade Do amor querido que se encontra ausente

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Nem a lembrança que o coração sente Dos belos sonhos da primeira idade. Não é também a dura crueldade Do falso amigo, quando engana a gente, Nem os martírios de uma dor latente, Quando a moléstia o nosso corpo invade. (fragmentos) Patativa do Assaré

<http://www.olhoscriticos.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=125> acesso em: 05 abr. 2011.

MINHA DESGRAÇA Minha desgraça, não, não é ser poeta, Nem na terra de amor não ter um eco, E meu anjo de Deus, o meu planeta Tratar-me como trata-se um boneco... Não é andar de cotovelos rotos, Ter duro como pedra o travesseiro... Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido Cujo sol (quem m’o dera)! é o dinheiro... Minha desgraça, ó cândida donzela, O que faz que o meu peito assim blasfema, É ter para escrever todo um poema, E não ter um vintém para uma vela. Azevedo, Manoel Antônio Álvares de. Minha desgraça. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000088.pdf> acesso em: 05 abr. 2011. Mãe Mãe uma palavra tão simples E repleta de significados. Mãe é vida, é paz, é tranqüilidade, é amor, é garra, é ferocidade. Mãe é inspiração Quando acalentamos um sonho, É solidificação Quando estamos fracos, É correção Quando estamos errados, É emoção Quando somos elogiados. (TAROSSO, 1997)

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Gordinho Largadão Faz academia, mas não adianta nada Eu que sou gordinho, domino a mulherada Camisa colada, pagando de gatão A mulherada tira sarro E gosta do Gordinho Largadão Me chamam de fofinho É um jeitinho carinhoso Olha lá o bobinho Com a cara de invejoso Pega peso o dia inteiro Se preocupa com o supino E eu sorrindo Olha que palhaçada Não lhe dou com essas parada Na minha cola Fica muita mulherada Faz academia, mas não adianta nada Eu que sou gordinho, domino a mulherada Camisa colada, pagando de gatão A mulherada tira sarro E gosta do Gordinho Largadão (x2) Me chamam de gracinha Eu dou uma risadinha Olha lá o machão Tá com a cara no chão E você no aquecimento Toma muito suprimento Eu não aguento Tô numa alegria Tô dormindo na cozinha E a mulherada Me tratando na boquinha Faz academia, mas não adianta nada Eu que sou gordinho, domino a mulherada Camisa colada, pagando de gatão A mulherada tira sarro E gosta do Gordinho Largadão (x5) (SOUZA, 2010)

<http://www.vagalume.com.br/cristiano-e-fabiano/gordinho-largadao.html> acesso em: 14 jun. 2011.

Neste momento, serão levados para a sala de aula os três professores de

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Língua Portuguesa do Colégio Barão que escrevem poemas, também um poeta

assaiense, que não trabalha na escola. Todos terão a oportunidade de fazer

perguntas aos convidados, sobre como começaram a escrever, qual a inspiração

para escrever, sobre que temas gostam de abordar nos poemas. Mostrar aos

estudantes que todos podem escrever poemas e que o poeta não está totalmente

longe, só nos grandes centros, mas pode estar muito perto de nós, como os

professores da escola em que eles estudam. Fazer uma exposição dos textos

poéticos produzidos pelos entrevistados.

Observação: Professor, caso não tenha pessoas que escrevam poemas na

sua escola ou na sua cidade, sugiro que apresente aos estudantes, a vida e obra de

poetas da região ou do estado.

IV- Constituição do projeto criador:

Neste instante, apresentar aos estudantes alguns tipos de poemas como:

acróstico, parlenda, haicai, cantigas de roda, canções de ninar. Vocês se lembram

de poemas que se encaixam nestes modelos?

Doce Fernando Olharzinho triste de menino doce Ao olhar toca-me Devolvendo a doçura Anjinho puro, alegria, formosura Felicidade estampada Espalhando fantasia Reconhece a candura Não teme a alegria Anda sempre preocupado Não perde a atenção Doce vida criança Olha só com o coração! (TAROSSO, 1997)

AcrósticoAcrósticoAcrósticoAcróstico: sm (acro3+gr stikhos) Composição

poética em que as letras iniciais, mediais ou finais de cada verso, reunidas, formam um nome de pessoa ou coisa, tomado como tema.

Serão necessárias aproximadamente quatro aulas para que todas as atividades sejam concluídas.

Figura 10: Acróstico Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=acróstico> acesso em: 14 jun. 2011.

23

O que representa este acróstico para a autora? Quem é pessoa

homenageada no texto? Vamos escrever um acróstico com o nome de uma pessoa

querida por vocês? Todos os textos irão para o mural, após serem lidos e

reestruturados.

Pipas perdidas Viram lâmpadas No paraíso (LIA, 2010, p.15) A abelha tristonha, fauna e flora devastadas, produz mel amargo. Leila Míccolis <http://www.seabra.com/cgi-seabra/haikai/randtxt.pl/haikai.html> acesso em: 31 mar. 2011. Sobre o que falam as poetisas? Há a presença de críticas nos poemas

citados?

Recordando o tempo de criança, vamos cantar a canção de ninar Dorme

Neném. Vocês se lembram desta canção? Seus pais e familiares cantavam para

vocês?

Dorme Neném

Dorme neném que a cuca vai pegar, mamãe foi para roça e papai foi trabalhar. Dorme neném que a cuca vai pegar, mamãe foi para roça e papai foi trabalhar. <http://letras.terra.com.br/temas-infantis/461786/> acesso em: 31 mar. 2011.

Em seguida, apresentar a cantiga de roda: Ciranda Cirandinha. Vocês já

cantaram esta música? Ela é comum em suas brincadeiras?

Ciranda Cirandinha

Ciranda Cirandinha Vamos todos cirandar Vamos dar a meia volta Volta e meia vamos dar

Haicai:Haicai:Haicai:Haicai: sm (jap haikai) Lit Pequena composição poética japonesa, em que se cantam as variações da natureza e a sua influência na alma do poeta. Consta de dezessete sílabas, divididas em grupos de cinco, sete, cinco.

Figura 11: Haicai Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=haicai> acesso em: 14 jun. 2011.

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O Anel que tu me destes Era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou

<http://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/> acesso em 31 mar. 2011.

Também ler a parlenda. Conhecem esta brincadeira? Ela faz parte das suas

brincadeiras do cotidiano?

"Lá em cima do piano Tem um copo de veneno Quem bebeu , morreu O culpado não fui eu. Lá na rua vinte e quatro A mulher matou um gato Com a sola do sapato O sapato estremeceu A mulher morreu O culpado não fui eu."

<http://www.mingaudigital.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=29> acesso em: 31 mar. 2011.

Levar a turma para visitar, no Laboratório de Informática, alguns sites que

divulguem poemas dos mais diversos tipos e que falem sobre seus autores, como:

http://antoniomiranda.com.br

http://memoriaviva.com.br/drummond/verso.htm

http://aindamelhor.com/poesia/poesias11-cecilia-meireles.php

http://livropalavrasepoesia.blogspot.com

Fazer com que a turma perceba como é vasto e rico o mundo poético. Como

tantos textos diferentes são criados em vários lugares, por vários autores e, muitas

vezes, falam do mesmo assunto, porém de uma maneira totalmente diferente. Vocês

conseguem perceber a riqueza que se tem num texto poético? O que ele pode nos

transmitir através das emoções? Do modo de pensar?

Levar os estudantes a perceberem a essência da poesia, como o poeta vê o

mundo ao seu redor e o jeitinho especial que ele registra estas emoções e estes

sentimentos. Cada um procura pegar a essência do que vê no dia a dia, em vários

ParlendaParlendaParlendaParlenda:::: sf (de parlar) 1 V parlenga. 2 Folc Versos de cinco ou seis sílabas recitados para entreter, acalmar ou divertir as crianças, ou para escolher quem deve iniciar determinado jogo ou aqueles que devem tomar parte em determinada brincadeira.

Figura 12: Parlenda Fonte: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=parlenda> acesso em: 14 jun. 2011.

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Poesia Concreta: O poema transforma-se em objeto visual, valendo-se do espaço gráfico como agente estrutural: uso dos espaços brancos, de recursos tipográficos, etc.; em função disso o poema deverá ser simultaneamente lido e visto. (fragmentos)

temas e assuntos e acrescenta o seu jeito particular, sua opinião. Isso leva a tantos

textos inéditos, falados de uma mesma temática. É a pitada particular do autor que

dará o sabor inovador nos textos poéticos.

O poeta Manoel Bandeira usou a sua pitada particular para representar, em

versos, o som produzido por um trem. Os estudantes lerão em voz alta o poema “O

Trem de Ferro”, reproduzindo esta rica sonoridade. Após, farão uma visita à

biblioteca da escola, para mostrar a riqueza dos poemas brasileiros.

Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força (trem de ferro, trem de ferro) (fragmentos) <http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=861> acesso em: 26 jul.

2011.

Apresentar aos estudantes, através da TV multimídia, os poemas concretos

que foram digitalizados, abaixo, mostrando que a poesia digital acrescenta sons e

formas a estes poemas.

Figura 13: Poesia concreta Fonte: <http://educaterra.terra.com.br/literatura/litcont/2003/04/22/001.htm> acesso em: 30 jun. 2011.

26

* O tempo está passando do poeta Márcio Valério – disponível em

<http://www.youtube.com/watch?v=1vngr64S6ew&feature=related> acesso em: 30

jun. 2011.

* Cinco poemas concretos - Adaptação para o audiovisual dos poemas concretos

"Cinco" (de José Lino Grunewald, 1964), "Velocidade" (de Ronald Azeredo, 1957),

"Cidade" (de Augusto de Campos, 1963), "Pêndulo" (de E.M. de Melo e Castro,

1961/62) e "O Organismo" (de Décio Pignatari, 1960). Direção: Christian Caselli.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=yC3e7rmSYM4&feature=related>

acesso em: 30 jun. 2011.

O que este tipo de poema pode nos transmitir? As emoções e os sentimentos

apresentados nos outros tipos de textos poéticos estão presentes nestes poemas?

Os sons e as imagens apresentados no vídeo são coerentes com a mensagem dos

poemas?

V - Elaboração material:

É chegado o momento em que cada estudante produzirá o seu poema. Para

isso, será criado um ambiente aconchegante preparado com música ambiente para

estimular a inspiração e produção do tão esperado texto poético. Após, formarão

equipes de quatro ou cinco integrantes para discutirem e reestruturarem seus textos,

com auxílio da professora. Em seguida, cada um transcreverá seu poema numa

folha de sulfite e fará a ilustração. Todos os poemas serão expostos no mural da

Serão necessárias aproximadamente três aulas para que todas as atividades sejam concluídas.

27

escola.

A turma irá para o Laboratório de Informática e terá contato com o blog da

poetisa assaiense Bárbara Lia: chaparaasborboletas.blogspot.com, que tem

acompanhado o projeto e teve alguns de seus poemas trabalhados pelos

estudantes. Serão postados alguns poemas e comentários da turma, neste blog,

com a autorização da autora. Além de enviarem poemas, uns aos outros, via e-mail.

Mostrando assim que a tecnologia é uma grande aliada para o incentivo à leitura.

VI - Divulgação do trabalho:

No dia do encerramento do projeto, nos períodos matutino e vespertino, a

poetisa Bárbara Lia irá falar um pouco da sua vida e obra, declamará alguns de seus

poemas e será entrevistada pelos estudantes do colégio.

Como poesia expressa emoção, sentimento e alegria, este é o momento

propício para divulgar os poemas feitos pela turma para a comunidade escolar. Isto

acontecerá numa noite especial de declamações, no auditório do colégio, com a

participação de todos estudantes envolvidos no projeto, além da poetisa Bárbara Lia,

o Maestro Edinho e seu filho, Diego de Souza, compositor e músico, ambos de

Londrina – Pr, além da dupla sertaneja João Márcio e Fabiano de Ibiporã – Pr, que

tiveram alguns de seus poemas e letras de música analisados durante o

desenvolvimento do projeto, e também estarão presentes pais, professores,

funcionários, poetas assaienses, que também serão homenageados, e envolvidos na

educação do município. Os estudantes declamarão seus poemas, também a poetisa

fará uma apresentação de seus livros e poemas premiados e reconhecidos pela

crítica literária brasileira, além da dupla sertaneja e do músico Diego de Souza que

cantarão algumas de suas músicas analisadas pelos estudantes em sala de aula.

Serão necessárias aproximadamente quatro aulas para que todas as atividades sejam concluídas.

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RECURSOS:

· CD com as músicas ou clipe musical das mesmas;

. Pendrive (gravações dos poemas concretos digitalizados retirados da Internet);

. TV Multimídia;

· Computadores conectados à Internet;

· Dicionário;

· Lápis, caderno e lápis de cor;

· Fichas elaboradas pela professora contendo fotos, vida e obra dos poetas citados

neste material;

·Textos impressos com as letras das canções e dos poemas trabalhados.

AVALIAÇÃO:

A avaliação será conduzida de forma contínua, dando prioridade à qualidade

e ao processo de aprendizagem. Por isso, ocorrerá durante todas as atividades, por

observação direta das respostas dadas pelos estudantes (oralmente e/ou por

escrito) aos questionamentos propostos, além de sua participação no

desenvolvimento das atividades.

Ainda, tencionamos que a avaliação tenha essencialmente um caráter

diagnóstico para orientar a intervenção pedagógica, podendo sugerir eventuais

mudanças de rumo para favorecer o aprendizado e maior participação dos alunos

nas aulas.

Importância da leitura

Leva-se em consideração, no presente estudo, que é por meio do

desenvolvimento da leitura que o estudante terá maiores chances na sua vida

profissional e pessoal, pois tende a construir um saber muito mais crítico e

construtivo, alicerçado no mundo letrado, com muitas leituras de mundo.

Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa postulam

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que:

É nos processos educativos, e notadamente nas aulas de Língua Materna, que o estudante brasileiro tem a oportunidade de aprimoramento de sua competência lingüística, de forma a garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade. (2008, p. 38)

Também neste sentido, Martins (2004) apresenta três níveis de leitura que

se inter-relacionam: sensorial, emocional e racional. Segundo a autora, o nível

sensorial é definido no primeiro contato com o texto ou situação apresentada,

usando os sentidos, que, por sua vez, transmitem uma percepção imediata do

mundo, causando prazer ou recusa. O emocional nos faz sentir a nossa própria

interpretação e mostra os sentimentos que sentiríamos se estivéssemos no

momento descrito no texto. Já o racional, que os intelectuais acham mais correto,

procura a compreensão certa dentro do texto.

Além disso, a leitura permite que falemos, escrevamos e nos comuniquemos

melhor com as pessoas, melhorando as nossas relações.

Como nos apresenta SILVA (2005, p. 115)

[...] uma pedagogia de leitura não tem conteúdo exclusivamente didático ou técnico, dependendo também, e principalmente, do projeto – político e teórico – que a fundamenta. Um projeto que objetive suprimir as deficiências do sistema educacional brasileiro tende a colocar em primeiro plano a sólida formação do leitor, esperando, no mínimo, torná-lo apto a compreender o(s) sentido(s) do(s) texto(s), no máximo que esse leitor se mostre crítico e/ou criativo perante os materiais lidos e o mundo a que esses se referem.

Para Aguiar e Bordini (1988, p.19), “O primeiro passo para a formação do

hábito de leitura é a oferta de livros próximos à realidade do leitor, que levantem

questões significativas para ele”. Ainda acrescentam que a literatura brasileira e a

literatura infanto-juvenil contemplam os quesitos ao ofertarem ao estudante textos

que lhe permitem se identificar seja pela linguagem, pelo ambiente, pelos

personagens ou pelos problemas citados. As autoras completam “A familiaridade do

leitor com a obra gera predisposição para a leitura e o consequente

desencadeamento do ato de ler”. Segundo Aguiar e Bordini (1988), é no ato de ler

que o indivíduo procura satisfazer uma necessidade de cunho informativo ou

recreativo, que está vinculada a muitos fatores: “os alunos são sujeitos diferenciados

que têm, portanto, interesses de leitura variados”. (AGUIAR E BORDINI, 1988, p.19).

Maria da Glória e Vera (1988) apresentam que, de acordo com pesquisas,

30

os interesses de leitura das crianças e dos jovens apresentam alguns fatores

importantes como a idade, a escolaridade, o sexo e o nível socioeconômico. Assim,

a idade do leitor determina seus interesses, pois a criança, o adolescente e o adulto

apreciam leituras diferenciadas. Também, conforme a escolaridade do estudante, o

interesse pela leitura sofrerá uma variação. Acrescentam ainda que, o sexo, nos

seus fatores biológicos e culturais, é responsável pelas diferenças de

comportamento que acarretarão as escolhas quanto à leitura: os homens optam por

temas mais arrojados como aventuras, ficção científica, já as mulheres,

genericamente falando, preferem as histórias de amor, família. Quanto ao nível

socioeconômico do leitor, as autoras finalizam mostrando que os textos com

ingredientes mágicos fazem sucesso entre os menos favorecidos e que os

privilegiados preferem a leitura engajada.

Após este trabalho de sondagem dos interesses, Aguiar e Bordini (1988)

recomendam que é o momento ideal para a escolha de um método pedagógico

adequado a fim de nortear todo trabalho de classe e extraclasse a ser realizado, que

poderá ser modificado de acordo com os interesses da turma.

Perseguindo tal intuito, a presente proposta oferece o espaço para a

realização do processo de criação desse leitor, favorecendo para a produção de uma

leitura crítica, o que deve contribuir para a compreensão do mundo em que vive, no

sentido da prática da cidadania.

Papel da Escola

A escola, como instituição educativa, deve prever no seu PPP (Projeto

Político Pedagógico) ações que contribuam para aprimorar as competências já

citadas, para a inserção do cidadão na sociedade, de forma que ele possa atuar

criticamente e ativamente, apresentando-se a leitura como ferramenta para atender

a essa necessidade. Pois na leitura é preciso que o estudante apresente o seu ponto

de vista, conforme nos diz Filipouski e Marchi (2009, p. 11), “[...] sem o ponto de

vista do leitor, não há diálogo nem leitura”.

Zilberman (1986, p.11), por seu turno, comenta que “As afinidades entre

escola e leitura se mostram a partir da circunstância de que é por intermédio da ação

da primeira que o indivíduo se habilita à segunda”. Isto é, a escola e o ensino da

31

leitura precisam estar em plena sintonia para que o processo seja concluído com

êxito. Também confirma Kleiman (1997, p.7), “ a aprendizagem da criança está

fundamentada na leitura”, sendo a escola o único lugar onde muitos dos estudantes,

pelas suas condições, têm contato com textos.

Entretanto, a escola, a sala de aula mais precisamente, como se tem

evidenciado por meio de pesquisas diversas e por nossas próprias constatações no

cotidiano escolar, não está sendo suficientemente atrativa para chamar a atenção do

estudante para a leitura. Quanto a isso, Zilberman (1986) opina dizendo que, se a

escola tem a função de ensinar a ler que a faça em sua plenitude. No entanto,

concorrendo com tantos recursos tecnológicos entre os quais a internet, com suas

redes sociais, jogos e outros atrativos, entendemos, por nosso turno, que se pode

ter tais meios como aliados para as atividades de incentivo à leitura aqui propostas.

Assim sendo, nos resultados obtidos em tantas pesquisas realizadas por

todo o país, observarmos o baixo índice de compreensão dos estudantes em leitura

e interpretação de textos, além do aumento dos brasileiros considerados analfabetos

funcionais, isto é, dos que fazem a leitura mecânica dos sinais, mas não conseguem

interpretá-los devidamente.

Conforme nos diz PERINI (2005, p.79)

[...] a escola não está vencendo o desafio de alfabetizar funcionalmente a parcela da população que consegue chegar até ela. Dentro da parte da população que classifiquei de funcionalmente analfabeta se incluem muitos daqueles que ostentam vários anos de escolarização; tais analfabetos funcionais são encontradiços pelo menos até o nível do segundo grau.

Nesse sentido, a criança precisa ter contato com os vários tipos de textos:

jornal, revista, gibi, livro, poema, para construir a cultura de valorização da leitura.

Ressalta-se a importância deste contato e que, lendo, possa ter um olhar mais crítico

que o faça entender melhor o mundo em que vive, evitando assim, se tornar um

analfabeto funcional, com evidentes prejuízos na vida pessoal e profissional. A este

respeito, Lajolo (1986, p. 53) descreve que “Leitor maduro é aquele para quem cada

nova leitura desloca e altera o significado de tudo o que ele já leu, tornando mais

profunda sua compreensão dos livros, das gentes e da vida”.

Para que isso aconteça, é preciso que a escola tenha uma biblioteca que

chame a atenção do estudante, que faça com que ele se sinta seduzido pelo

32

ambiente acolhedor e estimulante e assim chegue aos livros. Por outro lado, há que

se ter uma reformulação na maneira como o professor cobra do estudante as

leituras feitas, seja em fichas de leitura ou provas do livro lido, pois tais ações, se

forem mal elaboradas, tornam mais distante o objetivo de formar leitores,

provocando geralmente apenas verdadeira ojeriza pelos livros. Sobre esse ambiente

propício, AGUIAR E BORDINI (1988, p. 17) descrevem:

Para que a escola possa produzir um ensino eficaz da leitura da obra literária, deve cumprir certos requisitos como: dispor de uma biblioteca bem aparelhada, na área da literatura, com bibliotecários que promovam o livro literário, professores leitores com boa fundamentação teórica e metodológica, programas de ensino que valorizem a literatura e, sobretudo, uma interação democrática e simétrica entre alunado e professor.

Conclui-se, dessa forma, pelas colocações precedentes, que a tarefa da

escola e de seus profissionais é árdua, visto que ela vem passando, ao longo dos

anos, por muitos empecilhos em relação à leitura em seu interior. Conforme nos

apresentam as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (2008), que até meados

do século XX, a leitura dos textos literários tinha como objetivo ensinar a norma culta

da língua e introduzir valores religiosos, morais e cívicos, visando a formar pessoas

obedientes à ordem estabelecida, sem se preocupar com o gosto pela leitura. E isso

fez com que, durante décadas, a escola não atribuísse à leitura a importância

necessária.

De acordo com as DCE (2008), a escola precisa proporcionar ao estudante

textos com diferentes funções sociais, visando ao seu envolvimento com as práticas

de uso da língua, enfatizando-se no presente projeto de intervenção, conforme

explicitamos, a linguagem poética em seu potencial para a criação do gosto pela

leitura.

Martins (2004) comenta que a leitura acontece quando há um diálogo entre o

leitor e o objeto lido, podendo tal objeto ser uma letra de música, um texto, uma

imagem, exercício que a escola precisa proporcionar ao estudante. A autora salienta

ainda que a função do educador é criar condições para que o estudante consiga

realizar a sua própria aprendizagem, de acordo com os interesses que a vida lhe

oferece.

33

O Texto Poético na sala de aula

Como afirma Averbuck (1986), não é obrigação da escola “fazer poetas”,

mas permitir que o estudante desenvolva a sensibilidade pelos textos literários,

poéticos e possa usar a poesia como uma forma de se comunicar com o mundo, o

que coloca a escola e seus profissionais como sendo fundamentais no processo de

formação de leitores e os textos literários como uma possibilidade nessa formação.

Lajolo (1986, p.70) comenta que “A poesia não pode ser ensinada, mas

vivida: o ensino da poesia é, assim, o de sua “descoberta”. Nesta direção, este

projeto, através dos textos poéticos, procura criar condições para despertar no

estudante de quinta série o gosto pela leitura. Por se tratar de textos curtos, com

privilegiamento daqueles em que a imaginação e a fantasia estejam presentes, com

ênfase no aspecto lúdico nas atividades propostas, pretende-se levar o estudante à

percepção de que a leitura e a arte caminham juntas, contribuindo para um melhor

entendimento do mundo de ontem e o de hoje, conforme as obras focalizadas.

Reforçando esta pretensão, Kaufman & Rodríguez (1995, p. 20) comentam

que “Os textos literários exigem que o leitor compartilhe do jogo da imaginação para

captar o sentido de coisas não ditas, de ações inexplicáveis, de sentimentos não

expressos”. Este jogo imaginário é muito atrativo para o leitor.

Torna-se muito interessante e atraente para o estudante a abordagem pelo

professor de textos poéticos contemporâneos, pois neles é usada uma linguagem do

dia a dia, próxima da sua.

A Poesia e a Música

Segundo Averbuck (1986), ao aproximar a música da poesia é possível uma

linguagem mais direta ao jovem, e este caminho não deve ser esquecido pelo

professor. AVERBUCK (1986, p.77) comenta:

Na poesia que pode ser selecionada para níveis mais avançados de escolaridade, pensando já nos adolescentes, não é possível esquecer que a moderna música popular brasileira vem de braços com a poesia. A exploração dos elementos poéticos desenvolvidos por essa música (da Bossa Nova ao Tropicalismo) é tema que vem se oferecendo à reflexão e merece a atenção dos professores.

Lígia (1986) acrescenta que o jovem brasileiro está muito ligado à música

popular e isso permite que a literatura se aproxime de outra forma de expressão

mais popular e que esteja mais perto dos interesses dos jovens. Ainda complementa:

34

“Refaz-se, por via do alargamento do conceito de texto literário, o elo entre poesia e

música, reforçando-se a própria natureza do fenômeno poético”. (AVERBUCK, 1986,

p.78). Assim, percebemos a importância da música no ensino da poesia. Quanto à

letra das músicas, AVERBUCK (1986, p.78) comenta:

“ [...] é preciso lembrar que nas letras das músicas de grande parte dos compositores da moderna música popular brasileira aparecem processos poéticos da mais alta elaboração e que essas canções são repetidas pelos jovens com grande prazer (veja-se neste sentido inúmeras canções-poemas de Caetano Veloso e Gilberto Gil, de altíssima elaboração”.

A Leitura em Voz Alta

Este tipo de leitura é muito importante, e ao se falar em textos poéticos, a

leitura oral em voz alta se torna crucial e é preciso que esteja presente no cotidiano

da escola, para que se perceba o ritmo e musicalidade inerentes ao gênero. Quanto

à leitura de poemas, as autoras KAUFMAN E RODRÍGUEZ (1995, p.24) comentam:

Pede uma leitura em voz alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar epopéias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar ensinamentos morais (como nas fábulas). “

É na leitura em voz alta, que o estudante consegue perceber a essência do

que o poeta produziu, unindo palavras, significados, sons e rimas, tornando-se a

leitura de textos poéticos uma atividade prazerosa.

A Estrutura do Poema e a Poesia Moderna

O modo como o poema é distribuído no papel pelo poeta pode apresentar

muitos significados. Um espaço em branco no papel é lugar para que a imaginação

do leitor trabalhe. A este respeito, AVERBUCK (1986, p.80) nos diz que “O espaço

em branco é o da liberdade do leitor, de seu diálogo com o poeta”. A autora

complementa que a distribuição do poema no papel tem elementos importantes de

significados. E que nos poemas da poesia modernista, principalmente os da poesia

concretista, esses processos são bem elaborados, cabendo ao professor prestar

atenção neles, trabalhando com os estudantes o uso do espaço feito pelos poetas.

Quanto à disposição da palavra no espaço do papel, AVERBUCK (1986, p.78) ainda

salienta que “[...] o texto poético se aproxima das formas visuais de expressão

artística – desde as mais tradicionais até as mais inovadoras (veja-se os “poster-

35

poemas”, os painéis e outras formas mistas)”.

Enfim, a poesia unida a outras formas de expressão será de suma

importância para o entendimento do homem, conforme finaliza AVERBUCK (1986,

p.82):

Associada a outras formas de dizer como o teatro, a declamação, a música, a expressão visual e escrita, a poesia na escola pode cumprir, portanto um papel integrador na medida em que, apoiando-se na palavra do aluno e do poeta, busca a essência da expressão do homem.

Método Criativo

Este projeto de implementação pedagógica na escola se baseará no Método

Criativo criado por Aguiar e Bordini (1988). As autoras postulam que “O método

criativo se associa usualmente a práticas de caráter artístico, como artes cênicas,

artes plásticas, música e literatura, ou de cunho artesanal, embora pertença, como

possibilidade, a todo o fazer humano”. (AGUIAR E BORDINI, 1988, p. 62). Salientam

ainda que a criatividade vai além do simples prazer e pode tornar-se aquisição de

conhecimento se o processo for conduzido de uma maneira planejada.

Para Aguiar e Bordini (1988, p. 62):

O método criativo, assim como o científico, é um meio de apropriação e transformação da realidade, gerando prazer e conhecimento, de forma não exclusiva. Supõe uma relação do homem com o mundo, em que o alvo não é meramente o conhecimento do que existe, mas a exploração do existente para a produção de algo novo.

Segundo as autoras, para desenvolver um método criativo voltado para a

literatura, há que se atender a três fatores constituintes: o sujeito criador, o processo

de criação e o contexto cultural e histórico.

Para que tenha êxito é necessário seguir as seis etapas de desenvolvimento

do método criativo, que são:

1) Constatação de uma carência: Pode ser individual ou coletiva. Parte dos

estudantes e por eles deve ser constatada. A participação do professor se dará em

fornecer subsídios para a tomada de consciência dos estudantes a respeito desta

necessidade. Os estímulos dados pelo professor podem ser atividades diferenciadas

para sanar as necessidades apresentadas, desafios que os levem a solução ou

36

oferecer condições para que eles consigam externar suas emoções, desejos ou

problemas.

2) Coleta desordenada de dados: O professor apresenta condições para

que o estudante tenha contato com elementos da realidade e assim chegue próximo

da resolução do seu problema. Os registros poderão ser feitos em forma de listas,

fichas ou até mesmo comentários, desenhos, pinturas. Neste momento, o estudante

só recolherá textos e materiais que tenham sentido para ele.

3) Elaboração interna dos dados: Nesta etapa o estudante tentará

restabelecer o equilíbrio causado pela carência, é um tempo para o amadurecimento

das ideias. Esse período de elaboração precisa de um tempo razoável. O professor

precisa saber dosar esse tempo para não causar angústias e nem podar a

criatividade do estudante, mas é necessário estabelecer um prazo.

4) Constituição do projeto criador: Após o amadurecimento das ideias, o

estudante organiza seus dados para suprir a carência apresentada. Fará um

planejamento dos dados recolhidos e das técnicas usadas para atingir seu objetivo.

5) Elaboração material: O estudante irá realizar as operações previstas. É

importante a participação do professor, neste momento, como fonte de informação e

treinamento. Ele deverá estar preparado para atender as exigências de cada um.

Então, finalmente, será o momento da execução da solução, que acontecerá por

tentativas e erros. Até que o estudante esteja convencido de que sua produção não

precisa ser mais alterada

6) Divulgação do trabalho: É o momento que o estudante divulgará seus

resultados para a sociedade a sua volta, seja a sua turma, outras turmas, a escola,

sua família ou a sociedade local.

Segundo as autoras, o método criativo vê o estudante, ao mesmo tempo,

como indivíduo e ser social, sem podar sua sensibilidade e nem supervalorizar a

capacidade de raciocínio lógico. “Uma sala de aula em que se adote o método

criativo é um atelier de efervescência e trabalho [...]“ (AGUIAR E BORDINI,1988, p.

71)

37

REFERÊNCIAS

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