plano avaliação

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O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (PARTE I) A auto-avaliação é, sem dúvida, um instrumento importante pois permite conhecer os inputs, o processo e os outputs para chegar aos outcomes/impactos que a Biblioteca Escolar (BE) tem na população escolar. Desta forma, fica-se a conhecer os benefícios da interacção dos utilizadores com a biblioteca escolar, o valor que lhe atribuem na aquisição de conhecimentos e competências diversificadas. Em termos qualitativos, a auto-avaliação preocupa- se com as evidências que permitirão tirar conclusões dos resultados obtidos, com vista à melhoria da BE e demonstrar a sua contribuição e impacto no processo de ensino e aprendizagem. O Plano de Avaliação da BE tem de partir da questão: O que queremos avaliar para melhorar? A promoção das literacias de informação, tecnológica e digital são metas incluídas no Projecto Educativo do Agrupamento (PEA) e no Plano Anual de Actividades (PAA), dado que foram diagnosticadas dificuldades nessas áreas, nos alunos. A BE pretende rentabilizar os recursos materiais e humanos, pondo-os ao serviço do ensino e aprendizagem dos alunos e tornar-se um parceiro activo neste processo. Assim, e tendo em conta os pontos fortes encontrados, neste domínio: Os alunos encontram-se muito motivados para utilizarem as novas tecnologias de informação; Os alunos têm mais sucesso educativo utilizando as tecnologias digitais; A utilização de tecnologias digitais promove progressos nas diferentes áreas curriculares e não curriculares; Sílvia da Veiga Bastos

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Page 1: Plano avaliação

O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (PARTE I)

A auto-avaliação é, sem dúvida, um instrumento importante pois permite conhecer os inputs, o processo e os outputs para chegar aos outcomes/impactos que a Biblioteca Escolar (BE) tem na população escolar. Desta forma, fica-se a conhecer os benefícios da interacção dos utilizadores com a biblioteca escolar, o valor que lhe atribuem na aquisição de conhecimentos e competências diversificadas.

Em termos qualitativos, a auto-avaliação preocupa-se com as evidências que permitirão tirar conclusões dos resultados obtidos, com vista à melhoria da BE e demonstrar a sua contribuição e impacto no processo de ensino e aprendizagem.

O Plano de Avaliação da BE tem de partir da questão: O que queremos avaliar para melhorar?

A promoção das literacias de informação, tecnológica e digital são metas incluídas no Projecto Educativo do Agrupamento (PEA) e no Plano Anual de Actividades (PAA), dado que foram diagnosticadas dificuldades nessas áreas, nos alunos. A BE pretende rentabilizar os recursos materiais e humanos, pondo-os ao serviço do ensino e aprendizagem dos alunos e tornar-se um parceiro activo neste processo.

Assim, e tendo em conta os pontos fortes encontrados, neste domínio:

Os alunos encontram-se muito motivados para utilizarem as novas tecnologias de informação;

Os alunos têm mais sucesso educativo utilizando as tecnologias digitais;

A utilização de tecnologias digitais promove progressos nas diferentes áreas curriculares e não curriculares;

E os pontos fracos: Equipamento informático insuficiente; Inexistência de catálogo online; Relutância por parte dos professores em utilizar as TIC

(muito por falta de formação) Fraco domínio nesta área de conhecimento

Sílvia da Veiga Bastos

Page 2: Plano avaliação

Proponho, então a avaliação do Domínio A – Apoio ao Desenvolvimento Curricular, para este ano lectivo.

A BE pode contribuir positivamente para o ensino e a aprendizagem, estabelecendo-se uma relação entre a qualidade do trabalho da e com a BE e os resultados escolares dos alunos. Com o apoio da Direcção e das PB/Equipa, a BE pode ser finalmente reconhecida como um pilar fundamental de sustentação ao sucesso da escola. Assim, e de acordo com objectivos definidos, a análise dos resultados obtidos pelo MAABE poderão/deverão contribuir para uma melhoria contínua e um desenvolvimento de boas práticas, inseridos num processo cíclico de planeamento, execução e avaliação.

Sílvia da Veiga Bastos

Page 3: Plano avaliação

PLANO DE AVALIAÇÃO

Domínio A – Apoio ao Desenvolvimento Curricular

Subdomínio – A. 2 – Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

IndicadoresA.2.1 Organização de actividades de formação de utilizadores na escola /agrupamento

Identificação do problema/diagnóstico

Os alunos não têm no geral conhecimento sobre a CDU, a forma como estão organizados os livros, pelo que revelam dificuldade em encontrar os livros que pretendem nas estantes da biblioteca

Factores críticos de sucesso

O plano de trabalho da BE inclui actividades de formação de utilizadores com as turmas e com os docentes no sentido de promover o valor da BE, motivar para a sua utilização, esclarecer sobre as formas como está organizada e ensinar a utilizar os diferentes serviços.

Alunos e docentes desenvolvem competências para o uso da BE revelando um maior nível de autonomia na sua utilização após as sessões de formação de utilizadores.

Instrumentos de recolha e Evidências Sugeridas

Plano de Acção da BE Plano Anual de Actividades (PAA) Actividades de sensibilização, divulgação e formação sobre a BE a todos os alunos

da escola e aos professores Participação em reuniões com os professores/Actas Registos dos contactos Recolha e tratamento de diversos questionários e grelhas Elaboração de estatísticas e relatórios mensais

Público-alvo PB, professores e alunos

Actividades de sensibilização, divulgação e formação têm lugar no início do ano lectivo

Sílvia da Veiga Bastos

Page 4: Plano avaliação

Calendarização Mensalmente são divulgados os relatórios sobre o funcionamento da BE no CP Reuniões (mensalmente) Aplicação de questionários, grelhas e tudo o mais realizar-se-á ao longo do ano

Acções para melhoria

Aperfeiçoar o guião existente, de forma a proporcionar uma informação mais completa

Produzir e partilhar materiais para a formação com outras escolas e BE Planificar regularmente com todos os professores actividades no âmbito da

literacia da informação Continuar a levar os alunos do 4º ano à BE do agrupamento, no final do ano lectivo

Benefícios esperados

Mudanças de comportamento Mudança de atitudes e valores Bem-estar individual Inclusão social Motivação Orientações para definições de acções de melhoria

Sílvia da Veiga Bastos

Page 5: Plano avaliação

Domínio A – Apoio ao Desenvolvimento Curricular

Subdomínio – A. 2 – Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

IndicadoresA.2.2 Promoção do ensino em contexto de competências de informação.

Identificação do problema/diagnóstico

Existem poucos computadores na escola Nem todos os alunos possuem “Magalhães” e a maioria não funciona em condições Os professores têm pouca formação na área as TIC

Factores críticos de sucesso

A BE procede, em ligação com as estruturas de coordenação educativa e de supervisão pedagógica, ao levantamento nos currículos das competências de informação inerentes a cada área disciplinar com vista à definição de um currículo de competências transversais adequado a cada ano de escolaridade.

A BE promove, com as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e os docentes, a integração de um plano para a literacia da informação no projecto educativo e curricular e nos projectos curriculares das turmas.

A BE propõe um modelo de pesquisa de informação a ser usado por toda a escola. A BE estimula a inserção nas unidades curriculares, ACND e outras actividades, do

ensino e treino contextualizado de competências de informação. A BE produz e divulga, em colaboração com os docentes, guiões de pesquisa e

outros materiais de apoio ao trabalho de exploração dos recursos de informação pelos alunos.

A equipa da BE participa, em cooperação com os docentes, nas actividades de ensino de competências de informação com turmas/ grupos/ alunos.

Instrumentos de recolha e Evidências Sugeridas

PAA Registos de actividades Referências à BE nos Projectos Curriculares de Turma Referências à BE no Projecto Educativo Registos das reuniões e dos contactos Materiais de apoio produzidos e editados Blogue da BE

Público-alvo PB, professores e alunos (actividades mais complexas para os alunos dos 3º e 4º

Sílvia da Veiga Bastos

Page 6: Plano avaliação

anos)

Calendarização

Actividades ao longo do ano lectivo Reuniões ao longo do ano (mensalmente) Mensalmente são divulgados os relatórios sobre o funcionamento da BE no CP Aplicação de questionários, grelhas e tudo o mais realizar-se-á ao longo do ano

Acções para melhoria

Introduzir uma política orientada para o ensino sistemático e em contexto curricular de competências de informação.

Planear antecipadamente com os docentes o trabalho de pesquisa a realizar na BE. Incentivar a formação dos docentes e da equipa da BE na área da literacia da

informação. Estabelecer um plano articulado e progressivo (ao longo dos vários anos/ ciclos de

escolaridade) para o desenvolvimento das competências de informação.

Benefícios esperados

Orientações para definições de acções de melhoria Aumento da auto-confiança Aquisição de destreza Incremento na literacia de informação Motivação Aquisição de novos conhecimentos

Domínio A – Apoio ao Desenvolvimento Curricular

Subdomínio – A. 2 – Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

Sílvia da Veiga Bastos

Page 7: Plano avaliação

IndicadoresA.2.3 Promoção do ensino em contexto de competências tecnológicas e digitais.

Identificação do problema/diagnóstico

Fraca qualidade nos computadores a utilizar Alguns professores não integram as TIC na aprendizagem dos alunos, restringindo a

informação que não seja proveniente do manual escolar ou da sua própria contribuição

Factores críticos de sucesso

Os projectos escolares de iniciativa da BE, ou apoiados por ela, incluem actividades de consulta e produção de informação e de intercâmbio e comunicação através das TIC: actividades de pesquisa, utilização de serviços Web e software educativo

A BE colabora na concepção e dinamização de actividades de educação para e com os media.

A BE produz, em colaboração com os docentes, materiais informativos e de apoio à adequada utilização da Internet: guiões de pesquisa, grelhas de avaliação de sítios, listas de apontadores, guias de procedimentos, outros.

Instrumentos de recolha e Evidências Sugeridas

Referências à BE nos projectos curriculares das turmas. Materiais de apoio produzidos e editados. Registos de projectos/ actividades. Análise dos questionários a alunos e professores (retirados do MAABE na RBE) Estatística e relatório mensal da frequência e utilização de suportes e fundo documental da

BE PAA Projecto Educativo Registos das reuniões e dos contactos Blogue da BE

Público-alvo PB, professores e alunos (actividades mais complexas para os alunos dos 3º e 4º

anos)

Calendarização

Actividades ao longo do ano lectivo Reuniões ao longo do ano (mensalmente) Mensalmente são divulgados os relatórios sobre o funcionamento da BE no CP Aplicação de questionários, grelhas e tudo o mais realizar-se-á ao longo do ano

Acções para melhoria Divulgação de documentos, criados pela BE em CP

Sílvia da Veiga Bastos

Page 8: Plano avaliação

Produzir guiões e outros materiais de apoio à pesquisa e utilização da informação pelos alunos

Reforçar a articulação entre a BE e o trabalho de sala de aula Dinamização de sessões de informação/formação para os professores Dinamização de sessões leitura e debate de artigos de revistas, por exemplo

Benefícios esperados

Aumento da auto-confiança Aquisição de destreza Incremento na literacia de informação Motivação Aquisição de novos conhecimentos Orientação na definição de acções para a melhoria

Domínio A – Apoio ao Desenvolvimento Curricular

Subdomínio – A. 2 – Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

IndicadoresA.2.4 Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de informação dos alunos.

Sílvia da Veiga Bastos

Page 9: Plano avaliação

Identificação do problema/diagnóstico

Detectadas poucas ou nenhumas capacidades dos alunos em termos de pesquisa de informação em ambientes digitais digitais, nomeadamente as competências deficitárias em torno da recolha e selecção de informação, sintetização e posterior produção de textos.

Factores críticos de sucesso

Os alunos utilizam, de acordo com o seu ano de escolaridade, linguagens, suportes, modalidades de recepção e de produção de informação e formas de comunicação variados entre os quais se destaca o uso de ferramentas e media digitais.

Os alunos demonstram, de acordo com o seu nível/ano de escolaridade, compreensão sobre os problemas éticos, legais e de responsabilidade social associados ao acesso, avaliação e uso da informação e das tecnologias.

Os alunos revelam, em cada ano e ao longo de cada nível/ano de escolaridade, progressos no uso de competências tecnológicas, digitais e de informação nas diferentes disciplinas e áreas curriculares/áreas de conteúdo.

Instrumentos de recolha e Evidências Sugeridas

Análise do PAA Materiais de apoio produzidos e editados Trabalhos escolares dos alunos Comparar resultados escolares Análise dos questionários a alunos e professores (retirados do MAABE na RBE) Estatística e relatório mensal da frequência e utilização de suportes e fundo

documental da BE Observação de comportamentos face ao acesso, avaliação e uso da informação e

das novas tecnologias Recolha e tratamento estatístico de questionários e grelhas Elaboração e análise de estatísticas e relatórios mensais

Público-alvo Alunos (actividades mais complexas para os alunos dos 3º e 4º anos)

Calendarização

Actividades ao longo do ano lectivo Reuniões ao longo do ano Mensalmente são divulgados os relatórios sobre o funcionamento da BE no CP Aplicação de questionários, de grelhas e observações serão realizadas

repetidamente ao longo do ano A análise da avaliação dos alunos terá lugar no final de cada período

Acções para melhoria Incentivar os docentes e continuar a frequência da PB em formações na área das TIC e da literacia da informação.

Produzir guiões e outros materiais de apoio à pesquisa e utilização da informação pelos alunos.

Sílvia da Veiga Bastos

Page 10: Plano avaliação

Reforçar a articulação entre a BE e o trabalho de sala de aula. Promover o projecto “Aprender com o Magalhães” para todos alunos do 1º ciclo em

conjunto com PB Assegurar a articulação da BE com o trabalho realizado na sala de aula Reforçar a adopção de um modelo de pesquisa para toda a escola

Benefícios esperados

Mudança de atitudes e valores Inclusão social Orientações para definições de acções de melhoria Aumento da auto-confiança Aquisição de destreza Incremento na literacia de informação Aquisição de novos conhecimentos

Domínio A – Apoio ao Desenvolvimento Curricular

Subdomínio – A. 2 – Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

IndicadoresA.2.5 Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à formação da cidadania e à aprendizagem ao longo da vida.

Identificação do problema/diagnóstico Fraco domínio das TIC face aos desenvolvimentos actuais nesta área

Factores críticos de sucesso Os alunos aplicam modalidades de trabalho diversificadas – individual, a pares ou

em grupo – e realizam tarefas diferenciadas, de acordo com a estruturação espacial e funcional da BE.

Os alunos estabelecem entre si um ambiente de confiança e de respeito mútuo, cumprindo normas de actuação, de convivência e de trabalho, inerentes ao sistema de organização e funcionamento da BE.

Os alunos revelam valores de cooperação, autonomia e responsabilidade, conformes a uma aprendizagem autónoma, activa e colaborativa

Os alunos demonstram atitudes de curiosidade, iniciativa, criatividade e reflexão

Sílvia da Veiga Bastos

Page 11: Plano avaliação

crítica, necessárias a uma aprendizagem baseada em recursos.

Instrumentos de recolha e Evidências Sugeridas

Observação de utilização da BE Observação das actividades Análise do desempenho dos alunos Regimento da BE Questionários aos alunos e professores retirados do MAABE da RBE

Público-alvo PB, professores e alunos (actividades mais complexas para os alunos dos 3º e 4º

anos)

Calendarização

Actividades ao longo do ano lectivo Reuniões ao longo do ano (mensalmente) Divulgação mensal do relatório da BE no CP Aplicação de questionários, de grelhas e observações serão realizadas

repetidamente ao longo do ano A análise da avaliação dos alunos terá lugar no final de cada período

Acções para melhoria

Envolver os alunos na vida da BE, promovendo o Projecto “Monitores da BE” Acção na orientação dos alunos na utilização das diferentes áreas funcionais da BE Valorizar o papel dos procedimentos e atitudes nos processos de aprendizagem. Mobilizar a escola para a criação e aplicação de um código de conduta, coerente e

de aplicação generalizada.

Benefícios esperados

Mudanças de comportamento Bem-estar individual Inclusão social Motivação Aumento da auto-confiança Incremento na literacia de informação Aquisição de novos conhecimentos Orientação na definição de acções para a melhoria

Sílvia da Veiga Bastos

Page 12: Plano avaliação

Sílvia da Veiga Bastos

Page 13: Plano avaliação

Conclusão

Com vista ao sucesso educativo dos alunos, é de extrema importância apresentar periodicamente à Direcção da escola, ao Conselho Pedagógico e aos professores os impactos/outcomes referentes ao trabalho da BE, uma vez que, a partir de uma reflexão conjunta, poder-se-á alcançar a melhoria desejada de uma forma mais eficaz.

Ou seja, a partir da análise dos resultados/impactos obtidos deve proceder-se à elaboração de um relatório de auto-avaliação que identificará, com base nas evidências, os pontos mais e menos conseguidos. Esse relatório será discutido e aprovado em Conselho Pedagógico, assim como, o plano delineado em função da melhoria de serviços (mais tarde apresentado à Comunidade Educativa), mas tendo sempre como objectivo final as metas definidas no Projecto Educativo do Agrupamento.

Bibliografia

Texto da sessão O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de Operacionalização (Parte I)

RBE (2010), Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (Out.2010)

Sílvia da Veiga Bastos