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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUÇÃO – GESTÃO ESTRATÉGICA Planejamento Estratégico (Importante passo para sobrevivência das organizações no mercado) Thiago Saraiva Boueri Rio de Janeiro Janeiro de 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS GRADUÇÃO – GESTÃO ESTRATÉGICA

Planejamento Estratégico (Importante passo para sobrevivência das organizações no mercado)

Thiago Saraiva Boueri

Rio de Janeiro Janeiro de 2007

Thiago Saraiva Boueri

Planejamento Estratégico (Importante passo para sobrevivência das organizações no mercado)

Trabalho apresentado à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de Pós Graduado em Gestão Estratégica.

ORIENTADOR: Prof. Mario Luis

Rio de Janeiro 2007

A minha Família e amigos os quais me ajudaram muito neste trabalho.

RESUMO

O presente trabalho aborda o tema Planejamento Estratégico onde o mesmo

estratégico gera um constante desafio aos gestores na busca da efetividade na

organização. O planejamento estratégico conhecido e utilizado hoje é resultado

da contribuição de inúmeros precursores que, no decorrer dos tempos, foram

desenvolvendo e divulgando suas descobertas, estudos e práticas. Muitos

desses precursores são autores preocupados com a solidificação do

embasamento que justifique a prática do planejamento estratégico nas

organizações. Os modelos de planejamento e as opções de estratégias

empresariais foram sendo adaptados e melhorados ao longo dos anos por

pesquisadores da Administração Estratégica, que, inserindo novas variáveis e

abordagens, adequaram os modelos de planejamento e identificaram novas

opções estratégicas para ambientes cada vez mais turbulentos e imprevisíveis.

Devido à acirrada competição entre as organizações no atual cenário

econômico, as empresas estão sempre buscando melhorias. Neste sentido, é

de fundamental importância que a organização tenha uma administração

eficaz. Com o intuito de mostrar a importância do Planejamento Estratégico na

gestão das organizações, busquei explanar seus aspectos mais relevantes e

ressaltar sua importância para o planejamento das organizações com o

embasamento técnico – cientifico os gestores podem tomar decisões mais

seguras na administração das organizações e com isso consigam,

sustentabilidade e vantagens competitivas, em um mercado onde o presente e

o futuro estão marcados pela competição acirrada e pela incerteza

macroambiental.

Palavras-chave: Planejamento estratégico, Plano estratégico, Modelos

Estratégicos.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................... I. O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO........................................................

1.1- A EVOLUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO................... 1.2- O PENSAMENTO ESTRATÉGICO.................................................. 1.3- O QUE É PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO..................................

II. PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO..........................................................................................

2.1- PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO..................... 2.2- ETAPAS BÁSICAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.......... 2.3- OS MODELOS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO............................................................................... 2.4- BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO....................

III. ESTUDO DE CASO - PERSIANAS PRESIDENTE................................... 3.1- PERSIANAS PRESIDENTE UMA EMPRESA FAMILIAR QUE

SOBREVIVE NOS DIAS DE HOJE................................................. 3.1.1 HISTÓRIA ................................................................................... 3.1.2 O COMEÇO.................................................................................. 3.1.3 O AUGE........................................................................................ 3.1.4 O DECLÍNIO................................................................................. 3.1.5 ATUALMENTE.............................................................................

3.2- O MERCADO................................................................................. 3.3- ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA ELABORAÇÃO DO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO................................................. 3.3.1 MISSÃO........................................................................................ 3.3.2 VISÃO........................................................................................... 3.3.3 VALORES..................................................................................... 3.3.4 ANÁLISE DO AMBIENTE............................................................. 3.3.5 AS CINCO FORÇAS DE PORTER............................................... 3.3.6 MATRIZ SWOT............................................................................. 3.3.7 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS.................................................... 3.3.8 OBJETIVO FINANCEIRO............................................................. 3.3.9 ESTRATÉGIAS............................................................................. 3.3.10 CONSIDERAÇÃO FINAL..............................................................

CONCLUSÃO............................................................................................ REFERÊNCIAS.........................................................................................

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INTRODUÇÃO

A proposta deste Trabalho é mostrar a importância e necessidade das

organizações desenvolverem o pensamento e o planejamento estratégico.

É fato notório que o impacto das mudanças no ambiente de negócios

atinge a todos. A questão hoje é como desenvolver metodologias de inovação

nas empresas que lidem com ameaças e antecipem oportunidades. Indo além,

como transformar problemas e ameaças em oportunidades e como converter

oportunidades em resultados sustentáveis no tempo. E esta necessidade

depende essencialmente de planejamento estratégico.

O planejamento estratégico é o método pelo qual a empresa define a

mobilização de seus recursos para alcançar os objetivos propostos. É um

planejamento global a curto, médio e longo prazo.

O modelo de administração utilizado pela empresa é um fator importante

e determina a forma pela qual os gestores percebem os desafios do ambiente

em que vive. A Administração tornou-se elemento fundamental na sociedade.

De acordo com Chiavenato (2003, p. 5) “[...] a administração está sendo

considerada a principal chave para a solução dos mais graves problemas que

atualmente afligem o mundo moderno”. Para que uma organização possa

sobreviver no atual cenário econômico, onde o nível de competição é elevado e

as mudanças são rápidas, as empresas necessitam tomar decisões cada vez

mais precisas, rápidas e bem planejadas.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Neste ambiente, as grandes empresas – que possuem capital para

investir em novas tecnologias e contratar profissionais capacitados –

conseguem tomar decisões mais ágeis do que as pequenas e médias

empresas – onde, geralmente, devido à falta de recursos, estrutura e pessoal

os gestores deixam de processar informações importantes e muitas vezes não

conseguem acompanhar as mudanças.

O planejamento estratégico começou a ser utilizado nas organizações na

década de 50, mas só em 1965 é que alguns autores começaram a difundir a

necessidade de definir estratégias empresariais. Neste mesmo ano a Shell

incorporou um sistema denominado de “Planejamento Unificado de

Maquinário”, com o intuito de fornecer detalhes de planejamento para toda a

cadeia de atividades - desde a extração do petróleo até o posto de gasolina.

Mas foi a partir dos anos 90 que as organizações passaram a mudar o foco do

planejamento do futuro para obter vantagens competitivas no presente.

Para Maximiano (2000, p. 102), “é o processo de elaborar uma estratégia

baseada na análise dos ambientes externo e interno da organização e consiste

em definir objetivos para a relação com o ambiente, levando em conta os

desafios e as oportunidades internos e externos”. O PE determina a forma de

ser da organização, desde a formulação da filosofia, visão, missão, seus

objetivos, suas metas, seus programas e as estratégias a serem utilizadas para

assegurar a sobrevivência da empresa. No planejamento estratégico, identifica-

se fatores e potenciais que resultem em vantagem competitiva para a

organização num determinado período. Com o passar dos anos o planejamento

estratégico passou a ocupar espaço nas organizações como ferramenta de

gestão administrativa.

No Brasil, as pequenas e médias empresas deixam ao mesmo tempo em

que mais geram emprego, são também as mais afetadas pelas alterações no

mercado, por isso o planejamento estratégico torna-se tão importante para o

sucesso das pequenas empresas. Mas devido ao medo dos executivos de que

ele seja muito sofisticado e exija grandes equipes e salários elevados o

Planejamento Estratégico vem sendo utilizado por poucas empresas. Neste

sentido o presente trabalho busca discorrer sobre o assunto de forma simples,

visando tornar o planejamento estratégico numa ferramenta de gestão mais

acessível para as pequenas organizações.

I.O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Nesse capítulo apresentaremos o Planejamento Estratégico, falaremos

de sua evolução, o pensamento sobre o assunto e o que é o planejamento

estratégico.

1.1 - A EVOLUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

O planejamento estratégico tem evoluído ao longo da história, tanto

em sua forma como em sua concepção, em especial na medida em que a

sociedade avançava da era industrial para a era da informação e, dessa, para a

era do conhecimento.

A origem do planejamento estratégico pode ser identificada nas mais

antigas civilizações. Os reis, governantes e administradores sempre tiveram a

necessidade de decidir antecipadamente o que fazer, o porquê de fazer, como

fazer e o quando fazer, para alcance do sucesso e avanço de seus recursos no

longo prazo. Apesar de todos esses anos, décadas, séculos e milênios de

amostras de planejamento estratégico exercido na prática, somente nos anos

50 surge o Planejamento Estratégico com a finalidade de tratar do problema

econômico entre oferta e demanda.

Na década de 70, o planejamento estratégico surgiu caracterizado por fórmulas

simplistas de difícil utilização e, nos anos 80, sofreu um declínio, sendo deixado

para segundo plano (MINTZBERG e AHLSTRAND 2000). Esse declínio

ocorreu pela ascensão de novos modelos de gestão como Programas de

Qualidade Total, Administração por Objetivos, Reengenharia, Seis Sigma,

Produção Enxuta, Teoria dos Jogos, Empowerment, Organizações Virtuais, E-

bussiness, entre outros. Um estudo realizado por Davenport (2004) mostrou

que desde “Vencendo a Crise”, livro escrito por Tom Peters em 1982,

apareceram quase setenta novas ferramentas de gestão. As empresas, nessa

época, buscam vantagens competitivas apenas em ferramentas de gestão da

moda, deixando de lado análises mais profundas, reflexões e a criatividade

necessária para o sucesso de longo prazo.

Entretanto, muitos especialistas como Peter Druker, Michael Porter, Henry

Mintzberg, entre outros, vêm chamando atenção para o risco das empresas em

adotarem soluções genéricas sem um alinhamento com enfoque estratégico,

criando, assim, uma desvinculação das realidades da empresa e culturas

organizacionais forçadas. Porter (2002) explica que, nos anos 90, estabeleceu-

se um caos conceitual referente a Planejamento Estratégico. O autor

argumenta que muitas empresas perderam seus posicionamentos encantadas

com novos modelos gerenciais, os quais acabaram falhando um após outro.

Joyce, Nhoria e Roberson (2003) realizaram uma pesquisa com 160 empresas

no período de 10 anos (entre 1986 e 1996), com o objetivo de identificar os

motivos pelos quais algumas empresas prosperam nos contextos mais difíceis,

enquanto que outras do mesmo setor de atividade, com um porte parecido e

utilizando uma tecnologia semelhante, entraram em decadência. A pesquisa

mostrou que o planejamento estratégico aparecia em primeiro lugar como uma

das práticas mais importantes e fundamentais realizadas pelas empresas com

maior sucesso. Dessa forma, Joyce, Nhoria e Roberson (2003), mostraram que

a estratégia é um fator chave para o sucesso das empresas.

Para Kaplan e Norton (2004), o planejamento estratégico está em fase de

renovação e reinvenção. Os autores argumentam que as empresas voltam a

usar a ferramenta como forma de sustentabilidade, recuperando sua relevância

perante as organizações.

1.2 - O PENSAMENTO ESTRATÉGICO

O pensamento estratégico, segundo Almeida (2003) é similar, mas não

deve ser confundido com planejamento estratégico. O seu foco é nas questões

macro, que envolvem o futuro da instituição. Sem um planejamento organizado

e um sistema de informações, as preocupações do dia-a-dia tendem a

prevalecer, e o futuro é negligenciado. Enquanto processo, o pensamento

estratégico envolve um grupo de técnicas analíticas para a extração de temas e

padrões de informações, que delineiam a estratégia da organização. Enquanto

instrumento de gestão, ele encoraja os líderes a uma pausa regular para

examinar os assuntos críticos e engajar o staff de diferentes partes da

instituição, no processo de geração de idéias e mudança.

Seguem abaixo algumas questões sobre o pensamento estratégico:

• Como será o setor/Indústria futuramente?

• Em quais mercados a empresa atuará/competirá?

• Quem serão os concorrentes/competidores?

• Quais produtos/serviços serão oferecidos?

• Quais valores agregados/diferenciais serão oferecidos aos

clientes?

• Qual será o porte e a lucratividade desejada para a empresa?

Premissas básicas para o pensamento estratégico:

• Compreender claramente o ambiente atual;

• Posicionamento do setor atualmente;

• Mudanças e transformações nas dimensões Políticas, Sociais,

Econômicas, Tecnológicas e Culturais.

1.3 - O QUE É PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO?

Como todos sabem o conceito de “estratégia” é oriundo de um cenário

de guerra. Chiavenato(2003) diz que “As constantes lutas e batalhas ao longo

dos séculos fizeram com que os militares começassem a pensar antes de agir.

A condução das guerras passou a ser planejada com antecipação”, basta

assistir a um bom filme de guerra para ver claramente a estratégia aplicada.

Este conceito sofreu uma série de refinamentos e hoje sem planejamento uma

empresa não sobrevive.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Almeida (2003) esclarece que o planejamento estratégico é uma atividade

que, através do ambiente de uma organização, cria a consciência de suas

oportunidades e ameaças para o cumprimento de sua missão e estabelece o

propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as

oportunidades e evitar os riscos. Nessa mesma linha de pensamento, Oliveira

(1999, p.24) reconhece que a sua finalidade é “estabelecer quais serão os

caminhos, os cursos, os programas de ação que devem ser seguidos para

alcançar os objetivos ou resultados pela empresa”. Da mesma forma Wright,

Kroll e Parnell (2000, p.24), preconizam que ela “refere-se aos planos da alta

administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os

objetivos gerais da organização”. Por fim, para Certo e Peter (1993, p.17), ela é

definida como “um curso de ação com vistas a garantir que a organização

alcance seus objetivos”. Portanto, planejamento estratégico é a capacidade da

empresa em projetar e selecionar estratégias para a realização dos objetivos

organizacionais, mostrando como a organização escolhe evoluir da situação

presente até uma situação desejada no futuro.

A elaboração de um Planejamento Estratégico aumenta a probabilidade

de que, no futuro, a organização esteja no local certo, na hora certa. Um plano

estratégico oferece uma visão de futuro. Independente do porte da

organização, o plano estratégico indica a direção certa.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Para Drucker (1984), “planejamento estratégico é um processo contínuo de,

sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido,

tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematicamente as

atividades necessárias à execução destas decisões e, através de uma

retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões

em confronto com as expectativas alimentadas”.

Existe, porém, uma diferença entre planejamento e estratégia:

segundo Ansoff e Mc. Donnell (1993), enquanto planejamento é a união da

programação no tempo caracterizada por articular e elaborar visões já

existentes, a estratégia é a combinação da intuição e criatividade em

perspectivas integradas de direção. O planejamento é uma programação

projetada ao futuro com a qual os objetivos são definidos, estratégias

estabelecidas e recursos alocados visando a sua implementação. Segundo os

autores, a parte analítica dessa abordagem recebeu o nome de estratégias, e o

processo pelo qual os administradores conjuntamente formulam estratégias

tem sido chamado de planejamento estratégico. Já para Mintzemberg (2001), o

planejamento é uma análise, diferentemente da estratégia, que é a síntese. O

ponto essencial dessa abordagem é que as melhores estratégias são visões e

não planos, e o planejamento é a articulação de estratégias ou de visões já

existentes. Estabelecer estratégias é absorver as aprendizagens dos

dirigentes, suas experiências pessoais, as experiências de outros dados

obtidos por pesquisas ou por outros meios, sintetizando-os na visão da direção

a ser seguida.

II.PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Nesse capítulo falaremos sobre o processo de implementação do

planejamento estratégico, as suas etapas, os modelos e os benefícios de sua

aplicação.

2.1 - PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

De acordo com Certo (2003), o processo de planejamento estratégico

inicia-se com a identificação das principais questões estratégicas para a

empresa. Questões estratégicas são os principais temas que podem abalar o

negócio atual e representam as principais preocupações da alta administração.

A natureza estratégica da questão está associada ao alto grau de incerteza e

ao alto impacto no futuro do negócio.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Essas questões orientam todo o processo e devem ser respondidas pelo

Plano Estratégico a ser elaborado pela empresa.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

O processo de Planejamento Estratégico pode ser dividido em três

grandes etapas:

• Primeira etapa: Os estrategistas, principais gerentes e diretores

da organização, são responsáveis por essa etapa, que consiste

na definição de metas globais e formulação de estratégias

deliberadas, que devem ser implementadas conforme planejado.

Várias ferramentas gerenciais são utilizadas com objetivo de

analisar o ambiente externo e interno da empresa. O processo

tem caráter participativo e proporciona condições favoráveis para

o desenvolvimento do pensamento estratégico, permitindo que os

envolvidos internalizem os conceitos, ferramentas e metodologias

e possam utilizá-los no dia-a-dia dentro das organizações.

• Segunda etapa: consiste no desdobramento das metas globais ao

longo da organização e da elaboração de planos de ação em

todos os níveis, o que garante a efetiva implementação das ações

estratégicas e a obtenção dos resultados planejados. Nas etapas

de formulação estratégica e desdobramento das metas, o

pensamento precede a ação.

• Terceira etapa: é caracterizada pelo controle sistemático da

implementação do plano estratégico e dos resultados em relação

às metas definidas. Esta etapa do processo é emergente, ou seja,

além da implementação do plano formal, novas ações devem ser

propostas e algumas ações do plano formal podem ser

abandonadas em função das mudanças dos ambientes interno e

externo. Nas etapas de implementação do plano e controle, a

ação impulsiona o pensar e do pensar emerge a nova estratégia.

Seguem abaixo as principais condições para se obter êxito na

implementação do planejamento estratégico:

• A alta gestão deve estar comprometida de maneira irrestrita com

o planejamento:

o O comprometimento da alta gerência da empresa com o

planejamento, leva à todos os outros níveis hierárquicos

a idéia do entusiasmo e aval da diretoria da empresa;

o Alguns membros se desestimulam em virtude da

necessidade de envolvimento de tempo e participação

pessoal no processo;

• Formação da secretaria de planejamento:

o este é grupo que será responsável pela elaboração dos

elementos estratégicos;

o a secretaria é responsável pela divulgação das

informações (apenas as necessárias) aos níveis

hierárquicos da empresa inferiores.

• Seminários ministrados para os diferentes níveis hierárquicos.

Estes seminários têm o objetivo de treinamento e conscientização

dos colaboradores:

o Nestes seminários, devem ser transmitidas informações

essenciais para a criação e gestão do planejamento;

o Ensina também a metodologia que está sendo usada.

• Demarcação das responsabilidades:

o Neste estágio, todos os envolvidos no planejamento

estratégico recebem suas responsabilidades dentro do

planejamento.

• Definição do calendário estratégico:

o Definição da extensão (número de anos) que o

planejamento deve cumprir. Nas empresas de tecnologia

de ponta este número gira em torno de 5 anos.

• Comunicação interna eficiente sobre a implantação e do

planejamento estratégico:

o A criação de um clima de otimismo e de cooperação por

parte dos componentes da empresa acontece neste

momento quando é enviada pela alta gestão uma circular

dando conta do início das atividades do processo de

implantação do planejamento estratégico.

2.2 – ETAPAS BÁSICAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Para elaborar o planejamento estratégico deve-se fazer inicialmente a

análise do ambiente em que a empresa está inserida, definição da missão,

visão, valores, objetivos, formulação de estratégias, planos e ação, indicadores

de desempenho.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

a) Missão: é a razão de ser da empresa. A definição da Missão da empresa é

de fundamental importância para seu crescimento ordenado, pois, é ela que

caracteriza o negócio, isto é, define o que a empresa é.xxxxxxxxxxxxxxxxxx

b) Visão: Defini o que a empresa quer, aonde ela que chegar. Através da visão

é possível identificar as expectativas e desejos dos gestores. È a visão que

impões os limites que os administradores conseguem distinguir num

determinado período de tempo.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

c) Valores: os valores também são de fundamental importância, pois, eles

estabelecem as normas e as atitudes que levaram a empresa para um

crescimento sustentável e duradouro.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

d) Análise do Ambiente: esta análise permite que a empresa identifique as

variáveis – internas e externas - que a afetam. Através da análise do ambiente

a organização pode identificar os riscos e oportunidades - presentes e futuros -

que podem afetá-la.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

A Análise Interna identifica os pontos fortes (as características que dão

vantagem competitiva) e os pontos fracos (fatores que tornam a organização

vulnerável) dentro da própria organização. A Análise Externa analisa a relação

entre a empresa e o ambiente em que vive em termos de oportunidades e

ameaças. As Oportunidades são as situações que a organização pode

aproveitar de forma mais eficaz enquanto as ameaças são as situações que

colocam uma organização em risco.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Após identificar as principais ameaças e oportunidades, forças e

fraquezas, a empresa pode classificar seu negócio com base nas quatro

características descritas abaixo:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

1. Um negócio ideal é alto em termos de oportunidades e baixo em termos de

ameaças;

2. Um negócio especulativo é alto tanto em termos de oportunidades como de

ameaças;

3. Um negócio maduro é baixo em termos de oportunidades e baixo em

ameaças;

4. Um negócio arriscado é baixo em termos de oportunidades e alto em

ameaças.

Após a análise dos ambientes e identificação dos pontos fortes, fracos,

oportunidades e ameaças, pode-se obter a matriz SWOT que faz uma análise

da situação da empresa e fornece orientações estratégicas. Para elaborar a

matriz SWOT deve-se seguir os passos descritos a seguir:xxxxxxxxxxx

1. Dividir os pontos fortes identificados em dois grupos: os que estão e os que

não estão associados a oportunidades potenciais ou ameaças latentes em seu

setor;

2. Separar os pontos fracos da forma descrita anteriormente;xxxxxxxxxxx

3. Construir uma matriz com quatro quadrantes;xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

4. Incluir os pontos fortes e fracos, juntamente com as oportunidades e

ameaças, em cada quadrante.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

A matriz SWOT resume-se em eliminar os pontos fracos em áreas onde

existem riscos e fortalecer os pontos fortes em áreas onde se identificam

oportunidades.

Com a matriz SWOT elaborada a empresa pode analisar e resolver com maior

facilidade os problemas da encontrados e depois aproveitar as oportunidades

identificadas.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

e) Objetivos: correspondem à explicitação da missão. Geralmente estão

associados a números e datas e fornecem detalhes do que deve ser feito. Os

objetivos são divididos em estratégicos – que tratam de questões relacionadas

com a competitividade da empresa e as perspectivas de longo prazo – e

objetivos financeiros que se relacionam com as receitas, retorno sobre o

investimento, poder de empréstimo, fluxo de caixa, dentre outros.

f) Estratégias: A estratégia pode ser definida como um conjunto de ações

planejadas elaboradas com o intuito de se atingir os objetivos definidos pela

empresa dentro de um prazo pré-definido. A implementação da estratégia é um

fator critico para o sucesso da gestão estratégica, pois, uma estratégia clara e

programas de apoio bem delineados podem ser inúteis se a empresa falhar em

sua implementação cuidadosa. Pessoal capacitado, bem treinado e que

executam bem suas tarefas são funcionários que estão preparados para seguir

as estratégias definidas pela empresa. Para uma implementação de estratégias

bem sucedida a organização deve compartilhar os valores organizacionais.

Para que o planejamento estratégico dê os resultados almejados é importante

que a organização após a implementação do planejamento faça uma análise

dos resultados obtidos com o intuito de assegurar um funcionamento

adequado, atingindo desta forma os objetivos propostos.xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

2.3 – OS MODELOS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO

O enfoque evolutivo do planejamento estratégico, ao invés de

descartar os enfoques antecedentes, assimila os seus elementos mais valiosos

e condizentes com as mudanças.

A literatura sobre planejamento estratégico é ampla e apresenta

muitos modelos com diferentes etapas a serem seguidas. É observado que os

modelos vêm sendo adaptados com a inserção de novas variáveis e

abordagens, na tentativa de desenvolvimento do modelo ideal.

Embora cada modelo tenha características distintas, pode-se

observar que todos os modelos apresentam seis macro-etapas bem definidas:

(1) definição das Diretrizes Estratégicas, que determinam como a empresa

deverá atuar no ambiente; (2) a análise estratégica do ambiente interno, que

compreende um levantamento das informações sobre a organização, buscando

identificar suas potencialidades e fraquezas; (3) análise estratégica do

ambiente externo, que compreende a análise do macro-ambiente, da indústria,

da concorrência, do mercado, e previsões futuras; (4) formulação dos objetivos

e metas que a empresa pretende alcançar; (5) escolhas e definição das

estratégias, visando a estabelecer uma posição futura para atender os

objetivos estabelecidos, e (6) implementação do plano estratégico. Cada

macro-etapa analisada anteriormente possui suas particularidades, revelando

elementos específicos a serem considerados para a realização do

planejamento estratégico.

Segundo Kaplan e Norton (2004, p.5), “não existem duas

organizações que pensem sobre estratégia da mesma maneira”, o que leva a

concluir que o modelo a ser escolhido deve seguir a linha de cultura,

aprendizado e conhecimento da organização.

Porter (1986) define que o objetivo de uma estratégia é encontrar

uma posição dentro do mercado, de forma que a companhia possa se defender

contra forças competitivas dos concorrentes ou influenciá-las a seu favor.

Segundo Porter (1999), o ponto de partida do desenvolvimento de uma

estratégia competitiva eficaz é ter em mente o objetivo principal de obter um

bom retorno sobre os investimentos para os acionistas e demais

colaboradores. No quadro abaixo, o autor apresenta os princípios do

posicionamento estratégico.

1º O posicionamento estratégico deve começar com o objetivo certo: superioridade

no longo prazo do retorno sobre o investimento.

2º A estratégia da empresa deve possibilitar o cumprimento de uma proposição de

valor, ou um conjunto de benefícios para os clientes, diferente do oferecido pelo

concorrente.

3º A estratégia deve refletir-se numa cadeia de valor específica. Para desenvolver

vantagem competitiva sustentável, a empresa precisa executar atividades diferentes

dos rivais ou executar de maneira diferente as mesmas atividades dos rivais.

4º As estratégias poderosas envolvem trade-offs. As empresas precisam fazer

escolhas, elas devem abandonar ou abrir mão de algumas características dos

produtos, serviços, ou atividades, a fim de serem inigualáveis em outras.

5º A estratégia define o modo como se encaixam os elementos das atividades das

empresas. A estratégia envolve o exercício de escolhas interdependentes, ao longo

de toda a cadeia de valor; todas as atividades da empresa devem ser mutuamente

reforçadas.

6º A estratégia requer continuidade de direção. A empresa deve definir uma

proposição de valor a ser sustentada no longo prazo, mesmo que isso signifique a

renúncia a certas oportunidades.

Os Princípios do posicionamento estratégico

Fonte: Porter (1999)

Porter (1989) argumenta que a estratégia consiste em selecionar um

conjunto de atividades em que a organização será excelente, criando a

diferenciação sustentável no mercado. Isso pode consistir em fornecer aos

clientes um maior valor do que os concorrentes ou em fornecer valor

comparável, porém com um custo mais baixo que os concorrentes. Sua

solução é ser diferente. Portanto, o autor sugere que as empresas escolham

sempre um conjunto diferente de atividades em relação aos concorrentes para

fornecer um conjunto único de valor. Além disso, o autor alerta que, para as

empresas serem diferentes de seus concorrentes, precisam fazer escolhas, ter

foco e saber o que fazer e o que não fazer. Caso não ocorram “trade-offs”, não

haverá necessidade de escolha e, portanto, não haverá necessidade de

estratégia. Sem o “trade-off”, as empresas voltam a concorrer pela eficácia

operacional.

A essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar

uma organização ao seu meio ambiente. Porter (1986) descreve a estratégia

competitiva como ações ofensivas ou defensivas a fim de criar uma posição na

indústria contra as forças competitivas e com o propósito de obter um melhor

retorno sobre o investimento. Entretanto, desloca a atenção para três

estratégias genéricas que podem ser usadas para superar os concorrentes ao

enfrentar as cinco forças competitivas, melhorando sua posição a longo prazo:

liderança no custo total, diferenciação e enfoque.

Almeida (2003) aborda a complexidade das estratégias buscando

sua compreensão nos padrões de comportamento das organizações; sugere

algumas respostas para diversas perguntas. No processo de adaptação

organizacional, os autores ressaltam que a adaptação é o tópico de maior

interesse gerencial e estaria recebendo apenas um limitado tratamento teórico.

Muito embora a adaptação organizacional seja um processo complexo e

dinâmico, ela pode ser amplamente conceituada como um ciclo de

ajustamentos potenciais requerendo a simultânea solução de três dos maiores

problemas: empreendedorismo, engenharia e administração.

Estratégia, para Certo (1993), é um modelo ou um plano que integra

os principais objetivos, políticas e seqüências de ação num todo sinérgico. Para

o autor, uma estratégia bem formulada apóia o líder e distribui os recursos da

organização numa postura única e viável, baseada nas competências e

deficiências internas relativas, na antecipação de alterações do meio-ambiente

e nas mudanças contingenciadoras dos concorrentes.

Mintzberg (2001) sugere que a estratégia escolhida pela

organização deve ser criativa e inovadora, assegurando seu êxito nos negócios

atuais, ao mesmo tempo em que constrói as competências essenciais do

amanhã. O autor alerta que a estratégia realizada de uma organização nem

sempre coincide com a estratégia pretendida, devido às constantes mudanças

verificadas no atual ambiente turbulento dos negócios. Segundo o autor, a

formulação de estratégias gera uma atividade contínua entre cinco dimensões:

estratégias pretendidas, estratégias deliberadas, estratégias emergentes,

estratégias realizadas e estratégias não realizadas. Conseqüentemente, a

estratégia realizada acaba sendo uma composição de ações planejadas e

reações necessárias para condições imprevistas.

Embora cada situação seja única, existem alguns critérios comuns

que tendem a definir uma boa estratégia. Na ótica de Oliveira (1999), o fato de

que uma estratégia tenha funcionado em determinada situação não é um

critério suficiente para determinar os resultados finais de uma organização. Há

que se considerar, também, outros fatores, como sorte, recursos existentes,

implementação e erros inimigos. O autor sugere que, para a avaliação das

estratégias, deve-se levar em conta o seu grau de clareza, impacto

motivacional, consistência com o meio competitivo, grau de risco, horizonte do

tempo, valores pessoais dos estrategistas e sua praticabilidade.

2.4 - BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Seguem abaixo algumas vantagens advindas do planejamento

estratégico, conforme Oliveira (1999) e quais os principais benefícios que estes

podem trazer para as empresas em situações de turbulências:

• Torna o processo decisório mais eficiente, já que todos os níveis

hierárquicos da empresa (estratégico, tático e operacional) são

estimulados a sempre participarem no processo de tomada de

decisões;

• Cada nível hierárquico pode medir seu desempenho baseado nos

objetivos por eles concebidos durante a elaboração do plano

estratégico;

• Facilita e agiliza a integração da informação na empresa, pois a

própria elaboração do plano estratégico requer uma consolidação

das informações;

• Formação de espírito de equipe que vem naturalmente com

implantação do planejamento estratégico.

Principais objetivos:

• Criar uma visão de futuro para empresa;

• Estabelecer um guia/mapa da direção a ser seguida;

• Projetar a posição que a empresa deseja ocupar.

(BENSENY,2003)

III - ESTUDO DE CASO – PERSIANAS PRESIDENTE

3.1 PERSIANAS PRESIDENTE UMA EMPRESA FAMILIAR QUE

SOBREVIVE NOS DIAS DE HOJE.

3.1.1 HISTORIA

3.1.2 O COMEÇO

A Persianas Presidente foi fundada em 1951, pelo Sr.João Luis

Fernandes da Costa. Sua primeira sede foi na rua General Caldwell, no centro

do Município Rio de Janeiro, uma loja de rua onde o Sr. João Luis, comprava e

vendia as suas persianas e cortinas.

Em 1977, o Sr. Antonio Carlos Machado Tinoco, adquiriu a empresa

Persianas Presidente do Sr. João Luis, o qual não estava mais interessado no

ramo de persianas e cortinas pois estava investindo em um novo ramo de

negócio, não se interessando mais pela loja de persianas.

Sobre nova direção com animo renovado e idéias novas, o Sr. Antônio

Carlos, começou a dar nova vida a empresa que antes vinha dando prejuízo.

Em pouco tempo sobre sua administração a empresa voltou a dar lucro e

crescer no mercado, que nessa época havia pouca concorrência.

Passado 3 anos, O Sr. Antônio Carlos, aproveitando-se do lucro que a

empresa vinha obtendo e da consolidação no mercado, observou que havia

uma nova alternativa para sua empresa. O mercado estava aquecido e as

empresas fornecedoras de persianas e cortinas, aproveitando-se da situação,

começaram a subir os seus preços, dificultar a entrega dos materiais e

começaram a fornecer para concorrentes da Persianas Presidente, visando

conter o crescimento da mesma. E é nesse novo contexto que o Sr. Antônio

Carlos, fugindo da dependência de seus fornecedores, investe na sua própria

fábrica de persianas. Com a fabricação própria e sem depender de

fornecedores, a Persiana Presidente pode enfim baixar os seus preços

aumentar o seu marketing share e ainda passou a vender persianas prontas

para os seus próprios concorrentes, consolidando ainda mais a sua ascensão

no mercado.

Continuando com o seu espírito empreendedor, o Sr. Antônio Carlos,

aproveitando-se da facilidade de ter uma fábrica própria, inventou novos

modelos de persiana e produtos de decoração para casa, onde um deles teve

grande sucesso e até hoje é muito utilizada, que são as portas sanfonadas. Os

primeiros exemplares eram feitos de papelão e tiveram como seu grande

comprador a extinta loja de departamento Mesbla.

3.1.3 O AUGE

No início dos anos 90, começaram as aberturas de filiais pelo Rio de

Janeiro, onde as primeiras foram, a loja do Rio Design no Leblon e uma loja

âncora no setor de decorações, no Via Parque Shopping. Chegando a ter um

total de 6 lojas mais a fábrica situada na Rua André Cavalcante,152 Bairro de

Fátima, Rio de Janeiro.

3.1.4 O DECLÍNIO

No final dos anos 90 e início do ano 2000, com a entrada no mercado

dos produtos Chineses, de baixa qualidade e preço baixo, começa o declínio

no mercado onde empresas tradicionais do ramo começam a fechar suas

portas. Como as Persianas Pan América e Columbia. As empresa que

continuaram no ramo como a Presidente, tiveram uma grande perda de

marketing share e foram “obrigadas” a realizar processos dolorosos de

downsizing e reengenharia.

3.1.5 ATUALMENTE

Atualmente a Persianas Presidente, encontra-se estruturada da seguinte

maneira: Continua com a mesma fábrica no mesmo local, com os mesmos

equipamentos de meados dos anos 80, apenas uma loja no Leblon, sua mão

de obra está escassa, não foi informatizada, o Sr.Antônio Carlos não tem mais

o mesmo ânimo que levou a se tornar referência no setor nos anos 90 e a

empresa hoje se contenta em ganhar um lucro baixo dando apenas para se

manter aberta pagando suas contas.

3.2 O Mercado

Hoje o mercado de persianas no Rio de Janeiro esta subdividido da

seguinte maneira:

Cinco fabricas no município do Rio de Janeiro, uma em Marica com centro de

distribuição na Capital e um grande centro de distribuição no bairro de Rocha

Miranda onde sua produção é feita em São Paulo.

Essas fabricas fornecem seus materiais para a rede varejista e “biscateiros”

(pessoas físicas que não tem CNPJ).

3.3 ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA ELABORAÇÃO DO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.

3.3.1 Missão:

Atender a todas as classes da população com materiais de qualidade,

preços acessíveis, bom atendimento, rigor no prazo de entrega e ser lembrado

como referencia no ramo de persianas sempre que alguém pensar em comprar

esse material.

3.3.2 Visão:

Voltar a ser líder de mercado dentro dos próximos 5 anos, retornando

com seu espírito empreendedor, lançando novos produtos de ponta.

3.3.3 Valores:

Inovadora , espírito empreendedor , visão de futuro, Qualidade no

serviço e no produto.

3.3.4 Análise do Ambiente (Interna e Externa):

Análise Interna (Pontos Fortes e Pontos Fracos)

Pontos Fortes : Possui uma fábrica própria , Uma empresa antiga de nome,

conhecida no mercado. Com produtos de qualidade.

Pontos Fracos :Maquinário antigo , Não informatizado, Mão de obra escassa.

Analise Externa (Oportunidades e Ameaças

Oportunidades: Aproveitar melhor o catálogo de clientes que possuem.

Como possuem uma fábrica própria, podem aproveitar para realizar uma

produção em larga escala de produtos com qualidade e participação de vendas

no atacado e em licitações.

Ameaças : as ameaças são as situações que colocam uma organização em

risco.

A concorrência é forte e já possui uma produção em larga escala.

Produtos Chineses de baixo preço e baixa qualidade. Concorrência possui

centro de distribuição funcionando o que garante uma entrega com maior

precisão de prazo.

Após a análise do ambiente, podemos dizer que estamos diante de um negócio

Especuulativo.

3.3.5 As Cinco forças de Porter:

Ameaças de Novos Ingressantes – Baixa Não foram criadas novas fábricas

ou novas lojas desse ramo a pelo menos 5 anos. As existentes se mantém

como podem.

Poder de barganha dos Fornecedores – Baixo onde possuem fábrica própria

e com isso produzem seu próprio produto final. Fornecedores de Matéria prima,

temos bastante o que aumenta o nosso poder de barganha.

Poder de Barganha dos compradores – Alto, como o mercado está em crise

estamos passando por um período em que quem oferece o menor preço,

conquista seu cliente.

Ameaça de produtos Substitutos – Baixa, onde mesmo com a utilização hoje

de Insulfilm nas janelas a persiana e a cortina não tem substitutos ainda.

Rivalidade entre os concorrentes existentes – Alta, temos vários

concorrentes competindo com preços.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

3.3.6 Matriz Swot:

3.3.7 Objetivos Estratégicos :

Modernização da fábrica, novos equipamentos, para possibilidade de produção

em grande escala, com qualidade. Curto Prazo

Renovar e reestruturar a força de venda – Curto Prazo

Informatizar a empresa, Administração, força de venda e Fábrica. – Médio

Prazo

Criação de um banco de dados (CRM) – Longo Prazo

3.3.8 Objetivo financeiro:

Fechar parcerias com distribuidores e fornecedores de matéria prima.

Contrato com o governo através de programas de incentivo a micro e pequenas

empresas.

3.3.9 Estratégias:

Após a reestruturação da empresa com a execução dos objetivos

traçados, teremos que procurar novos nichos de mercado como:

• Começar a Trabalhar direto com arquitetos e decoradores buscando

novos nichos de mercado.

• Produção em grande escala de persianas com medidas media das

janelas para pronta entrega e distribuir em grandes redes varejista de

construção.

• Parcerias na propaganda com fornecedores em revistas do ramo.

• Aprimorar o prazo de entrega e colocação dos pedidos.

• Fazer compras casadas com parceiros para ter maior poder de

barganha no preço.

• Compra de novos equipamentos com ajuda de créditos para micro e

pequenas empresas junto ao BNDES.

• Treinamento para funcionários em cursos oferecidos pelo SESC

SENAC.

• Informatização da linha de produção.

• Criação de banco de dados informatizados tipo CRM (atualmente feito

em fichário) para distribuição de mala direta.

• Regularização da empresa com débitos junto aos órgãos públicos para

participações em licitações.

3.3.10 Consideração Final

Com a elaboração e execução do Planejamento estratégico que sugere

novos rumos, estratégias e objetivos para a empresa, a mesma poderá se

reerguer no mercado e quem sabe voltar a ter o sucesso que teve no passado.

CONCLUSÃO

Em um ambiente de crescente aumento da competitividade de mercado

nacional e internacional, as empresas necessitam utilizar o planejamento

estratégico a fim de obterem eficiência de seus processos interno. A boa

gestão organizacional é um fator determinante para a sobrevivência das

empresas. O planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que pode

estabelecer o rumo a ser seguido pela organização, visando a integração com

o ambiente e a busca dos resultados futuros. Este planejamento é que vai lhes

dar a habilidade de lidar em momentos difíceis com as variáveis que podem

guiar a empresa para o fracasso ou então para a continuidade no mercado e

até em alguns casos habilitam estas empresas a competir de maneira mais

agressiva e segura neste mercado.

Sobre a necessidade de atender às condições aqui citadas e estudadas

é de extrema importância para o sucesso da implantação do planejamento.

Cada fase bem executada traz credibilidade ao projeto tanto para os indivíduos

mais envolvidos no projeto quanto para os menos afetados e membros

envolvidos diretamente.

Caso qualquer uma das fases não seja seguida ou cumprida de maneira

desejável, provavelmente alguns pontos do planejamento ficarão deficientes e

terão de ser corrigidos futuramente para garantir o sucesso do mesmo.

Dessa forma, mostro com esse trabalho que o planejamento estratégico

é uma ferramenta muito importante para o sucesso organizacional e que deve

ser implantado.

A utilização do planejamento estratégico nas organizações auxilia os

gestores a transformar o sonho do sucesso empresarial em ações concreta,

pois é através dele que a organização estabelece

parâmetros que vão direcionar a organização da empresa, auxiliando os

gestores na tomada de decisões.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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