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ww.sky UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CECIESA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Juliana Umbelino Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA EMPRESA LP ANTENAS Administração de Empresas TIJUCAS (SC) 2007

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ww.sky

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CECIESA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Juliana Umbelino Silva

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA EMPRESA LP ANTENAS

Administração de Empresas

TIJUCAS (SC) 2007

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JULIANA UMBELINO SILVA

Trabalho de Conclusão de Estágio

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA EMPRESA LP ANTENAS

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI - Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão - CECIESA - Tijucas Orientadora: Profª. Antônia Egídia de Souza

TIJUCAS – SC, 2007

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu companheiro, Ledio,

pois sem ele tudo isso não seria possível.

À minha filha, Eduarda, que um dia irá me

compreender, pois tudo que faço é por ela também.

E aos meus pais, que amo e estimo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus

por rodear-me de pessoas especiais.

À professora Antônia, pela orientação e seus ensinamentos

que foram fundamentais para a realização deste trabalho.

A todos os professores que ao longo do curso nos passaram

ensinamentos e experiências da profissão e da vida.

À família que tão bem cuidou de minha filha para

que eu pudesse estudar tranqüila.

A meus queridos amigos, em especial, Bel e Josi,

pelo carinho e companheirismo sempre.

E a todos aqueles que contribuíram, direta ou

indiretamente para a realização deste trabalho.

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EPÍGRAFE

Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a

pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante para mim é

saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampado em meu rosto, mesmo quando a situação não

for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos

e imaginar alguém... E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta

quando não estou por perto. Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo

que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe

proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... E não brinque com ele. E que esse alguém me peça para

que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que

ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não

desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obtenha êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser

abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo

de verde e entendê-lo como "sim". Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o

quanto ele é especial e importante para mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais

pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena doar-se às

amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... E que valeu a pena!

Mário Quintana

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do Estagiário

Juliana Umbelino Silva

b) Área de Estágio

Administração Geral

c) Supervisor de campo

Ledio Laudelino Pinheiro

d) Orientador de Estágio

Profª. Antônia Egídia de Souza

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Profª. Jaqueline de Fátima Cardoso

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Ledio Laudelino Pinheiro ME.

b) Endereço

Rua Maracujá, 72 – Sertãozinho – Bombinhas - SC.

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Ledio Laudelino Pinheiro ME.

d) Duração do estágio

240 horas.

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Ledio Laudelino Pinheiro – proprietário

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Tijucas, 31 de outubro de 2007.

A Empresa Ledio Laudelino Pinheiro ME, pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua

biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o

Estágio Supervisionado, pela acadêmica Juliana Umbelino Silva.

_______________________

Ledio Laudelino Pinheiro

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RESUMO

Este trabalho teve, como objetivo geral, propor um planejamento estratégico para a empresa LP Antenas. Isto incluiu definir a missão, visão e valores da empresa; analisar o ambiente interno, identificando as forças e fraquezas; examinar o ambiente externo, ou seja, as condições externas que rodeiam a empresa em que lhe impõe ameaças e oportunidades e definir os objetivos estratégicos. Depois de examinar todos os aspectos que norteiam a empresa, de compará-los com o desempenho da concorrência e de ajustá-los à realidade do mercado, estabeleceu-se a melhor estratégia a ser adotada e propôs-se um plano de ação a fim de que a visão da empresa possa ser alcançada. O roteiro construído para auxiliar o pequeno empresário na elaboração do planejamento estratégico foi determinado com base nos moldes de planejamentos propostos pelos principais autores da área. Quanto à metodologia empregada, este trabalho caracteriza-se como uma avaliação formativa que requer uma análise qualitativa dos dados coletados por meio de observação participante da gerente-estagiária. A coleta de dados efetuou-se a partir de fontes primárias para o diagnóstico do microambiente e de fontes secundárias para o diagnóstico do macroambiente. A finalidade do presente trabalho é permitir ao seu dirigente a melhor maneira de implementar um programa estratégico que permita à empresa se manter competitiva no mercado, e também de possibilitar a tomada de decisões mais acertadas na condução da empresa. Além das estratégias e ações propostas, o benefício maior deste trabalho é a constatação da validade do planejamento estratégico para a pequena empresa enquanto processo de crescimento e desenvolvimento tanto individualmente quanto organizacionalmente. Palavras-chave: Pequena empresa. Planejamento estratégico. Estratégia.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................12

1.1 Objetivo Geral..............................................................................................................13

1.2 Objetivos Específicos.................................................................................................13

1.3 Justificativa...................................................................................................................13

2 REVISÃO TEÓRICA.................................................................................................. 15

2.1 Planejamento................................................................................................................15

2.1.1 Tipos de Planejamento.............................................................................................16

2.2 Etapas do Planejamento Estratégico...................................................................21

2.2.1 Diagnóstico Estratégico...........................................................................................21

2.2.1.1 Ambiente organizacional..............................................................................................22

2.2.1.1.1 Ambiente Externo......................................................................................................24

a) Macroambiente.....................................................................................................................25

b) Ambiente setorial..................................................................................................................26

2.2.1.1.2 Ambiente Interno.......................................................................................................26

2.2.1.2 Ferramentas de Diagnóstico..........................................................................................27

a) Cenários................................................................................................................................28

b) As cinco forças competitivas de Porter................................................................................29

c) Matriz BCG...........................................................................................................................31

d) Matriz SWOT.......................................................................................................................32

e) Matriz Ansoff........................................................................................................................34

f) Matriz GE..............................................................................................................................36

g) Competências essenciais.......................................................................................................37

h) Cadeia de Valores.................................................................................................................39

2.2.2 Visão, Missão e Valores da Empresa...................................................................41

2.2.3 Objetivos da Empresa...............................................................................................43

2.2.4 Conceitos de estratégia.............................................................................................43

2.2.4.1 Tipos de Estratégia........................................................................................................44

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a) Estratégias deliberadas .........................................................................................................45

b) Estratégias emergentes..........................................................................................................48

c) Estratégias internas e externas..............................................................................................49

2.2.5 Avaliação e controle do planejamento estratégico............................................50

3 MÉTODO..........................................................................................................................54

3.1 Delineamento do trabalho .......................................................................................54

3.2 Participantes da pesquisa......................................................................................55

3.3 Coleta de dados............................................................................................................55

3.4 Análise dos Dados.......................................................................................................56

4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO .........................................................57

4.1 Diagnóstico Estratégico............................................................................................57

4.1.1 Macroambiente...........................................................................................................57

4.1.2 Ambiente setorial.......................................................................................................60

4.1.3 Ambiente interno.......................................................................................................61

4.1.4 Matriz SWOT.............................................................................................................64

4.1.5 Visão.............................................................................................................................64

4.1.6 Missão...........................................................................................................................65

4.1.7 Valores..........................................................................................................................65

4.1.8 Objetivos estratégicos...............................................................................................65

4.1.9 Plano de ação..............................................................................................................67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................68

6 REFERÊNCIAS..............................................................................................................70

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS.....................................................................72

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1 INTRODUÇÃO

O atual cenário político brasileiro tem evidenciado a falta do conhecimento do que é saber

administrar. O Brasil já foi governado por advogados, médicos e economistas, nunca por um

administrador. Nossas empresas também não o são, e, por conseqüência, metade delas deixa

de existir em menos de dois anos.

A esperança é que esse quadro mude, já que o Brasil, hoje, tem milhares de cursos de

administração e é uma das profissões mais escolhidas. O aumento da participação dos

administradores na gestão das empresas significará uma nova era muito promissora.

Finalmente as empresas serão administradas por profissionais, e não por amadores. As

empresas terão a chance de serem mais competitivas, pois os administradores têm

competência para usar as ferramentas de gestão de maneira adequada e assim, os

investimentos gerarão empregos, e não falências.

Diante desse contexto, uma ferramenta de gestão importante para o uso do administrador é o

planejamento estratégico. O planejamento estratégico é importante especialmente para as

pequenas empresas, pois estas são extremamente vulneráveis às alterações no mercado. Essa é

a razão pela qual as empresas precisam de planejamento.

O mais importante é que o plano estratégico é uma diretriz que ajuda a empresa a desenvolver

e manter uma vantagem competitiva superior à de seus concorrentes no mercado. As

empresas familiares são comumente consideradas um entrave ao crescimento de uma região,

já que os administradores adotam um comportamento reativo e acabam não aproveitando as

novas oportunidades. A administração da empresa do tipo familiar é considerada menos

burocrática e impessoal, pois o acesso à cúpula administrativa é mais fácil, o que pode tornar

as operações mais flexíveis e as decisões mais rápidas do que nas de capital aberto sob gestão

não familiar.

Os administradores de empresas familiares vitoriosas destacam-se mundialmente pela ousadia

e pelo espírito empreendedor, diversificando os negócios da família sem perder a

competitividade. As empresas familiares são a base da economia nacional, assim como

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mundial também. A história e a formação de expressiva parte das economias mundiais estão

intimamente relacionadas à história das empresas familiares, que continuam exercendo grande

influência nos mais diferentes mercados. No Brasil, o segmento de empresas familiares é o

que mais cresce, produzindo milhões de empregos diretos.

A empresa LP Antenas Parabólicas, fundada em 1999 e que atua no ramo de prestação de

serviços e comércio de produtos na área de satélite, segurança, automação, telefonia,

informática e comunicação, também está inserida nesse conjunto e passa pelas mesmas

dificuldades relatadas acima. Nesse sentido, a proposta do trabalho de estágio é elaborar um

planejamento estratégico com o propósito de mantê-la competitiva.

1.1 Objetivo Geral

O presente trabalho de estágio tem como objetivo geral desenvolver um planejamento

estratégico para a empresa LP Antenas Parabólicas.

1.2 Objetivos Específicos

Considerando o objetivo geral apresentado acima, definem-se os seguintes objetivos

específicos:

- fazer o diagnóstico externo;

- fazer o diagnóstico interno;

- detectar as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas;

- estabelecer a missão, visão e valores da empresa;

- definir os objetivos estratégicos e estratégia;

- elaborar plano de ação.

1.3 Justificativa

No universo das pequenas empresas, o planejamento estratégico realizado como processo

contínuo de interação da empresa com o ambiente, permite estabelecer os objetivos e as

potencialidades da empresa, além de orientar o melhor aproveitamento dos recursos utilizados

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pela organização. Porém, ele é pouco utilizado, e tais organizações apresentam-se ineficientes

no processo estratégico, seja pela complexidade desta ferramenta, seja por suas características

de gestão. Assim, faz-se necessário abordar o planejamento estratégico de forma menos

complexa e formal e, principalmente, considerando-se as suas principais características de

gestão: estruturais, comportamentais e contextuais.

O objetivo desse trabalho é desenvolver e avaliar a utilização de um roteiro para auxiliar o

pequeno empresário na elaboração do planejamento estratégico, considerando suas

especificidades de gestão. O roteiro, construído com base nos modelos de planejamento

propostos pelos principais autores da área, possui a peculiaridade que lhe deve ser atribuída –

ser prático no auxílio ao pequeno empresário na elaboração do planejamento estratégico,

implicando a especificação dos tópicos essenciais e a forma de desenvolvê-los. O roteiro

proporcionará reflexões e diretrizes para as atividades da organização, como também

possibilitará a adaptação e capacidade de resposta às mudanças do mercado. Este trabalho

visa também a colaborar para um melhor entendimento do processo estratégico nas pequenas

organizações.

Esse trabalho de estágio mostra-se viável por ser desejo do fundador tornar sua empresa mais

competitiva no mercado e porque a acadêmica é gerente da empresa e sentiu a necessidade de

elaborar um planejamento estratégico.

O trabalho é viável também, por contar com o apoio da Universidade do Vale do Itajaí, que

dispõe de uma biblioteca com um vasto acervo que possibilita pesquisar sobre os temas

abordados. A UNIVALI disponibiliza também professores preparados para orientar os

acadêmicos a desenvolver e concluir seus trabalhos de estágio.

O trabalho é original dentro da empresa, uma vez que não há estudos similares anteriores.

Esse trabalho além de prestar contribuições óbvias para a empresa pesquisada, poderá

contribuir também para futuros estudos de micro e pequenas empresas, por se tratar de uma

produção acadêmica que segue os moldes científicos exigidos.

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2 REVISÃO TEÓRICA

Toda empresa deve olhar para o futuro e planejar de maneira estratégica para enfrentar um

ambiente em constante mudança. Várias pequenas empresas não fazem um planejamento por

acreditarem ser apenas formalidade de grandes empresas ou por julgarem, erroneamente, que

num ambiente tão instável o planejamento ficaria logo obsoleto. Para estabelecer alguns

aspectos, além da conceituação do termo planejamento estratégico, serão levantadas questões

sobre sua validade como ferramenta de gestão.

Avaliar e implantar a melhor estratégia condizente com a realidade da empresa é o ponto

culminante do planejamento estratégico. A empresa deve escolher um caminho de ação, quais

os objetivos e metas ela quer alcançar e como o planejamento poderá contribuir para isso.

2.1 Planejamento

O fato de estarmos inseridos num ambiente instável torna o planejamento algo indispensável,

pois é ele que tornará possível prever mudanças e antecipar ações para que a empresa

continue atualizada e competitiva no mercado. De acordo com Kotler e Armstrong (2003), o

planejamento rende benefícios independentemente se a empresa é grande ou pequena, nova ou

antiga no mercado.

Dornelas (2001, p. 93) afirma que: “é notória a falta de cultura de planejamento do

brasileiro”, e como conseqüência disso as pequenas empresas têm dificuldade em sobreviver.

Elas acabam caindo em armadilhas no gerenciamento do dia-a-dia, algumas como falta de

experiência, falta de dinheiro, difícil obtenção de crédito, localização imprópria, entre outras.

Uma solução para esses problemas seria o planejamento.

Conforme Oliveira (2005, p. 36), “planejamento é um processo de estabelecimento de um

estado futuro desejado e um delineamento dos meios efetivos de torná-lo realidade.” Por essa

razão ele deve anteceder qualquer decisão e ação. Um planejamento pode ter várias

dimensões, a que corresponde ao assunto abordado como produção, finanças, marketing; a

que corresponde aos elementos do planejamento, como propósitos, objetivos, estratégias; à

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dimensão de tempo do planejamento, que pode ser, por exemplo, de longo, médio ou curto

prazo; às unidades organizacionais onde o julgamento é elaborado e uma quinta dimensão que

corresponde às características do planejamento que podem ser representadas por

complexidade ou simplicidade, qualidade ou quantidade, planejamento estratégico ou tático,

confidencial ou público, formal ou informal, econômico ou caro.

Planejar é determinar a direção a ser seguida para alcançar um resultado desejado. É decidir o

que fazer antecipadamente, e mais importante, como, quando e quem fazer. De acordo com

Lacombe e Heilborn (2003, p. 161), “planejar não se refere a decisões futuras, pois isto não

existe; decisões são sempre tomadas no presente. Ele é executado no presente: seus resultados

é que se projetam no futuro.” Portanto, se não há planejamento no presente, não se tem

condições de implantar o que se deseja no futuro.

Oliveira (2005) afirma que, o objetivo do planejamento é o desenvolvimento de processos,

técnicas e atitudes administrativas que vão dar condições de se avaliar as implicações futuras

de decisões presentes, atendendo aos objetivos empresariais que por fim, facilitarão a tomada

de decisão do futuro, de maneira mais rápida e eficiente. Por se tratar de um pensamento

futuro, o planejamento é de natureza complexa e as incertezas aumentam devido à

instabilidade do ambiente. Há três tipos de planejamento, o estratégico, o tático e o

operacional. O planejamento estratégico considera a empresa como um todo, mas, isolado, ele

se torna insuficiente. O ideal é integrá-los a fim de se obter um resultado mais eficaz.

2.1.1 Tipos de Planejamento

Para que uma empresa se torne competitiva no mercado globalizado, deve aperfeiçoar

continuamente produtos, técnicas de vendas, processos, etc., procurando adaptar sua estrutura

organizacional a esta nova realidade de constantes incertezas, que podem representar ameaças

ou oportunidades. O planejamento estratégico auxilia os dirigentes a tomarem decisões, a se

anteciparem às mudanças ou mesmo a se prepararem para tal. Assim, o planejamento

estratégico deve possuir como principal característica a flexibilidade, com o intuito de

permitir o ajuste necessário face às incertezas do mercado.

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O planejamento estratégico é a base do planejamento da empresa. No planejamento

estratégico a empresa terá definido sua missão, seus objetivos e o quê e como fará para

alcançá-los. De acordo com Lacombe e Heilborn (2003, p. 163), “planejamento estratégico

refere-se ao planejamento sistêmico das metas de longo prazo e dos meios disponíveis para

alcançá-las.” O planejamento deve ter relação direta com os elementos estruturais mais

importantes da empresa e com sua área de atuação, considerando os aspectos internos e

principalmente, os externos no qual a empresa está inserida.

Planejamento estratégico, segundo Oliveira (2005, p. 47), “é o processo administrativo que

proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela

empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma

inovadora e diferenciada.” O autor defende que a contribuição do planejamento estratégico

reside muito mais no processo de planejar, o qual requer uma leitura da realidade interna e

externa da organização, do que pelo resultado final, ou seja, o plano propriamente dito.

Oliveira (2005) acrescenta que, o propósito do planejamento estratégico pode ser definido

como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, que proporcione

uma situação viável para avaliar as implicações futuras das decisões presentes em função dos

objetivos organizacionais previamente estabelecidos, que facilitarão a tomada de decisão, no

futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. Dessa forma, o planejamento

estratégico contínuo, tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório e,

consequentemente, a provocar o aumento da possibilidade dos alcances dos objetivos da

organização.

No Brasil, segundo Bethlem (1999), são poucas as empresas que produzem o planejamento

estratégico e dentre estas é menor ainda o número das que mantém atualizados os dados

através dos inputs obtidos pelos mecanismos de controle. Isso, conforme o autor, deve-se a

dois motivos principais. O primeiro diz respeito ao fato de que o planejamento e a

manutenção do mesmo coexistem com a ação propriamente dita, e esta ação não ocorre de

forma linear, mas com várias linhas paralelas, simultaneamente e entrecruzando-se. O

segundo é a existência de uma equipe de metaprocesso que garanta a continuidade do

planejamento estratégico.

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Contudo, a mais grave e crítica constatação desse autor em relação ao planejamento

estratégico, repousa sobre as dificuldades encontradas na fase de obtenção de dados. De

acordo com ele, o Brasil é um “país em que as informações são escassas e mal disseminadas.”

Além disso, deve haver uma flexibilidade muito grande ao se considerar os dados da

economia tanto no nível nacional como no estadual e municipal, pois a informalidade pode

esconder em até 100% os números declarados pela economia formal.

Grande parte das pequenas empresas ignora o planejamento estratégico devido a alguns

fatores como a falta de recursos para a contratação de profissionais para suprir a falta de

conhecimento administrativo, excesso de tarefas operacionais no dia-a-dia do dirigente,

centralização do poder, entre outros.

Segundo Ward (2003), o principal obstáculo que impede o crescimento de uma empresa

familiar é a carência de um sistema conceitual para pensar no futuro da empresa, ou seja, o

planejamento. Um planejamento adequado pode direcionar tanto o negócio quanto a família.

No entanto, os proprietários se sentem ameaçados, pois estão acostumados a se portar de

maneira autônoma, e a própria natureza do procedimento do planejamento exige que dividam

a responsabilidade pelas decisões e compartilhem informações financeiras confidenciais com

outros integrantes da empresa. Em outras palavras, eles vêem-se obrigados a abdicar de um

poder que prefeririam conservar em suas mãos.

O autor afirma que os principais argumentos a favor do planejamento são os seguintes:

� aumenta as opções e a capacidade de resposta diante da mudança;

� gera mais informação e, com isso, reduz a incerteza;

� aumenta a capacidade da organização de entender o funcionamento do negócio e

diminui as especulações improdutivas sobre o que está acontecendo;

� permite que se descubra a necessidade da mudança;

� ao tornar públicas as idéias, aumenta a capacidade da organização de alcançar seus

objetivos;

� confirma algumas hipóteses e questiona outras que devem ser modificadas com o

passar do tempo;

� ajuda a preservar recursos valiosos;

� estimula a empresa a competir;

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� contribui para preservar a instituição para além da existência dos diretores-chave.

Quase todas as questões envolvidas no planejamento são apropriadas a ambas as situações: a

familiar e a empresarial. Daí a utilidade de envolver no processo os membros da família, pois

os acontecimentos familiares têm influência decisiva na escolha da estratégia da empresa.

De acordo com Tiffany e Peterson (1998), as razões para o fracasso do planejamento

estratégico nas pequenas empresas são as seguintes:

� ausência de uma visão de longo prazo;

� incapacidade de definir metas e objetivos claros;

� compreensão equivocada do que os clientes querem;

� visão subestimada da concorrência;

� planejamento financeiro inadequado;

� procedimentos e sistemas ineficazes;

� incapacidade de mudar;

� incapacidade de comunicar o plano para os demais membros da organização.

Faz-se necessário elaborar um planejamento procurando-se neutralizar as razões apresentadas

acima. Os autores apresentam uma série de elementos essenciais ao planejamento estratégico,

que são:

� participação de todos (proprietários, gerentes e supervisores) na definição de metas e

objetivos;

� obtenção de todas as informações possíveis sobre os clientes;

� identificação e análise dos concorrentes;

� levantamento dos pontos fortes e fracos da empresa em relação às oportunidades e

riscos;

� determinação das capacidades necessárias ao sucesso;

� relação de ações que a empresa pode desenvolver para agregar valor para o cliente;

� realização de um bom planejamento financeiro;

� elaboração de versões diferentes para o futuro da empresa.

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Diante das razões para o fracasso da elaboração e implantação do planejamento estratégico

nas pequenas empresas e dos elementos essenciais a um planejamento bem realizado, tem-se a

seguinte dificuldade: aliar as limitações e particularidades da empresa à realização de um

planejamento estratégico que seja simples, apresente resultados práticos e a auxilie a tornar-se

mais competitiva.

Além disso, na visão de Tiffany e Peterson (1998), o planejamento estratégico não vem sendo

utilizado no segmento das pequenas empresas por duas razões básicas:

� as metodologias existentes foram desenvolvidas para a grande empresa e a sua

aplicação, na pequena empresa, não deve ser feita apenas de forma simplificada, pois,

embora os dois segmentos necessitem de uma ferramenta que os auxilie a direcionar

suas ações futuras, a pequena empresa comporta-se de forma diferente em relação à

identificação de suas necessidades e o estabelecimento de estratégias;

� o processo de planejamento estratégico, na pequena empresa, deve considerar suas

especificidades, principalmente as características referentes ao pequeno empresário,

caso contrário o processo não será contínuo, impossibilitando a obtenção dos

resultados esperados.

Nota-se assim, devido a algumas características presentes na sua gestão, que a pequena

empresa ainda apresenta grandes dificuldades no processo de elaboração do planejamento

estratégico. O planejamento estratégico, entre outros benefícios, pode ajudar o pequeno

empresário a adotar esta ferramenta como incremento de competitividade.

No que diz respeito ao planejamento tático, segundo Oliveira (2005), o objetivo desse é

otimizar determinada área de resultado, como principais divisões, funções empresariais, etc., e

não a empresa como um todo. Ele trabalha com decomposição de objetivos, estratégias e

políticas estabelecidos no planejamento estratégico. O processo de planejamento tático

realiza-se dentro da estrutura do planejamento estratégico só que num período de tempo mais

curto, e se desenvolve em nível organizacional inferior.

Já o planejamento operacional, na opinião do mesmo autor, é a formalização por meio de

documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. É

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elaborado, normalmente, pelos níveis organizacionais inferiores com foco nas atividades do

dia-a-dia da empresa.

Para Lacombe e Heilborn (2003, p. 164), “o planejamento operacional é que especifica que

recursos devem estar disponíveis para cada produto e fornece os cronogramas.” Os diversos

planejamentos operacionais devem estar coerentes entre si e com o planejamento estratégico.

O planejamento operacional tem como resultado cronogramas, tarefas específicas e alvos

mensuráveis, envolvendo gerentes de cada unidade onde são desenvolvidos os planos. Seu

horizonte de tempo é mais curto que o do planejamento tático, podendo ser mensal, semanal

ou até mesmo diário.

2.2 Etapas do Planejamento Estratégico

Na visão de Oliveira (2005), o conhecimento detalhado de uma metodologia de elaboração e

implementação do planejamento estratégico nas empresas propicia um embasamento teórico

necessário para otimizar a sua aplicação. O administrador deve dominar a teoria e a prática. A

teoria dá sustentação na tomada de decisões, principalmente, na atual conjuntura de

constantes mudanças nos ambientes organizacionais.

Segundo o autor, o planejamento estratégico possui quatro aspectos de atuação:

� o que a empresa pode fazer em termos de ambiente externo;

� o que a empresa é capaz de fazer em termos de capacidade e competência;

� o que a alta administração da empresa quer fazer, consideradas as expectativas

pessoais e grupais;

� o que a empresa deve fazer, considerada as restrições sociais e éticas.

2.2.1 Diagnóstico Estratégico

No atual ritmo de mudanças ambientais, nenhuma empresa pode considerar-se imune às

ameaças do ambiente, tais como a obsolescência do produto ou a saturação do mercado. Por

essa razão, todas as empresas devem fazer revisões periódicas de suas estratégias dentro de

um processo contínuo de identificação das ameaças e oportunidades.

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O diagnóstico estratégico é a fase inicial de todo planejamento estratégico e busca identificar

a empresa no contexto do ambiente no qual está inserida. O diagnóstico envolve uma reflexão

sobre o desempenho passado da empresa, sua situação atual e suas perspectivas de futuro. O

ponto de partida para a percepção de tais perspectivas é a disponibilidade e a qualidade das

informações disponíveis sobre o ambiente.

Conforme Oliveira (2005), a finalidade do diagnóstico estratégico é saber como a empresa

está, no momento presente, quanto aos seus aspectos internos e externos, ou seja, qual a atual

situação da empresa em relação ao ambiente que a cerca e exerce pressões sobre ela. O autor

recomenda que haja um equilíbrio no conhecimento dos fatores internos e externos, para que

decisões futuras encontrem embasamento e sustentação, pois qualquer decisão deve levar em

conta a interdependência dos fatores internos e externos de uma organização.

Ao analisar o ambiente que afeta as empresas é relevante considerar o que é dito por Bethlem

(1999). Ele coloca em pauta a questão da validade das informações em relação a duas

variáveis: tempo e observador. De acordo com o autor, nem a informação com o passar do

tempo é a mesma, nem o observador continua sendo o mesmo, portanto a informação pode ter

se transformado ou até mesmo invalidado. Isso não anula o planejamento, mas é uma dura

crítica ao planejamento “estruturado” onde as informações são consideradas precisas e

imutáveis durante o período do processo.

De acordo com Oliveira (2005), a primeira etapa do diagnóstico estratégico é a análise do

ambiente que consiste em monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e as

oportunidades presentes e futuras, que possam influenciar na capacidade da empresa em

atingir seus objetivos. A análise ambiental aborda os três níveis distintos do ambiente

organizacional: interno, externo e setorial.

2.2.1.1 Ambiente organizacional

Manter uma empresa competitiva num cenário de constantes transformações e com pouca

margem para erros implica em dispor, em todo o momento, de um panorama claro e confiável

do ambiente e de um plano estratégico capaz de fornecer respostas apropriadas a cada nova

situação.

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Para isso, Oliveira (2005) propõe a análise interna que são os pontos fortes e fracos e a análise

externa da empresa compostas pelas variáveis ameaças e oportunidades. A essência de uma

estratégia competitiva é relacionar a empresa com o ambiente externo, analisando com maior

profundidade este ambiente e as forças que o controlam, e conduzindo a empresa no sentido

de aproveitar as condições que se apresentam.

No entanto, adequar uma empresa para as transformações no ambiente não é uma tarefa

trivial, e muitas vezes sua cultura e sua estrutura são negligenciadas pelos seus gestores. Isso

cria incompatibilidades por vezes insuperáveis entre o plano e a realidade. Segundo Tavares

(2000, p. 330), “quanto maior for o conhecimento do ambiente externo e do ambiente

organizacional, maior será a clareza com que se aflorará uma estratégia que pareça mais

lógica.”

Na visão de Bowditch e Buono (2004), as organizações são sistemas abertos influenciados por

uma multidão de forças e mudanças ambientais. Há diversos fatores ambientais que

influenciam a filosofia e a prática gerencial e, em última análise, a eficácia gerencial e

organizacional. Essas pressões e forças têm grandes implicações no modo em que se pensa

nas formas adequadas de gerência e organização. Alguns dos principais fatores que

influenciam a maneira de reagir ao ambiente são: mudanças políticas, sociais, econômicas e

tecnológicas e as tensões por elas geradas; as pressões crescentes da concorrência e um

mercado emergente efetivamente global.

Os autores supracitados recorrem a duas distinções analíticas feitas por muitos teóricos da

organização como modo de definir o ambiente organizacional: o ambiente geral versus o

específico e o ambiente real versus o percebido. O ambiente geral da organização se refere

aos fatores, tendências e condições gerais que afetam potencialmente a todas as organizações,

tais como condições tecnológicas, fatores sociais, interações políticas, condições econômicas,

fatores demográficos, a estrutura legal, o sistema ecológico, fatores de mercado e condições

naturais.

O ambiente específico enfoca fatores e as condições externas que tenham relevância imediata

para a organização. Esse ambiente inclui os clientes, fornecedores, sindicatos, autoridades

regulamentadoras, grupos de interesse público, associações de classe e outras entidades

relevantes da organização (BOWDITCH & BUONO, 2004).

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O ambiente real consiste das entidades, objetos e condições que existem fora da empresa, é

aquele visto através da percepção do gerente, é mensurável e externo à mesma. O ambiente

percebido, por sua vez, reflete a interpretação subjetiva do primeiro. Embora essas percepções

também sejam eventos reais, do ponto de vista de suas conseqüências, elas ocorrem dentro da

organização. É relevante perceber que embora as organizações possam aprender sobre e se

adaptar ao seu ambiente, elas também podem, em graus diferentes, igualmente modificar e

controlar o ambiente (BOWDITCH & BUONO, 2004).

2.2.1.1.1 Ambiente Externo

O ambiente externo da empresa é constituído por todos os fatores de meio ambiente que

possam ter influência na atuação da empresa. Pode ser realizada, levando-se em conta a

economia, o mercado potencial de atuação, o mercado total e o setor no qual a organização

opera. Com essa análise, a empresa deverá levantar as ameaças e oportunidades existentes no

negócio e, a partir disso, terá condições de avaliar que oportunidades poderão ser exploradas e

de saber como prevenir-se das ameaças.

Segundo Oliveira (2005, p. 92), “o ambiente empresarial não é um conjunto estável”, e sim,

dinâmico que atua com grandes quantidades de forças, de diferentes dimensões e naturezas, e

que mudam a cada momento, pelo fato de cada força interagir de uma maneira diferente com

o ambiente.

Para o autor, as oportunidades certas serão escolhidas se:

� o foco residir na maximização de oportunidades e não na minimização das ameaças e

de riscos;

� todas as principais oportunidades forem analisadas conjunta e sistematicamente;

� forem compreendidas quais oportunidades se adaptam à atividade básica da empresa;

� se houver equilíbrio entre oportunidades imediatas e de longo prazo.

Conforme Bethlem (1999), o que ocorre no exterior da empresa está totalmente fora de seu

controle. Porém, para diminuir as incertezas, é importante para a empresa prever, mesmo que

aproximadamente, o que deverá ocorrer em seu ambiente. O ambiente externo da empresa

pode ser dividido por fronteiras, em regiões, mercados ou ramo de negócios. A empresa

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encontra-se em um ambiente externo que em termos geográficos e de operação pode ser

mundial, nacional, regional ou local, ou todos eles.

É necessário levantar e coletar dados sobre esses ambientes e sobre os diversos fatores desses

ambientes que têm reflexo na empresa e em seus produtos e mercado. Esses fatores podem ser

sociais, culturais, econômicos, políticos, tecnológicos e psicológicos que acabam

influenciando indiretamente na empresa.

a) Macroambiente

Para Oliveira (2005), o macroambiente de uma empresa é constituído de variáveis ambientais

tais como: variáveis econômicas, sociais, políticas, demográficas, culturais, legais,

tecnológicas e ecológicas. Para melhor analisar o macroambiente é indispensável conhecer as

forças dessas variáveis.

Segundo Wright, Kroll e Parnell (2000), as forças econômicas afetam o poder de compra dos

consumidores. Alterações na renda da população ou mudanças nos hábitos de compra dos

consumidores podem acarretar necessidade de mudanças nas estratégias. Os indicadores

econômicos auxiliam as organizações nas tomadas de decisão.

Os autores afirmam que, as forças político-legais vêm em forma de leis, agências

governamentais e grupos de pressão que influenciam e limitam várias organizações e

indivíduos em uma dada sociedade. Já as forças demográficas são de grande interesse dos

profissionais porque envolve pessoas, e o mercado é constituído por pessoas. Portanto, tudo

que se refere à demografia, é de grande importância para a análise empresarial.

De acordo com Kotler e Armstrong (2003), as forças culturais mostram alterações lentas e

graduais, mas quando ocorrem, devem receber atenção especial das organizações, pois é na

cultura de um povo que se encontram seus valores básicos, suas percepções, preferências e

comportamentos. As forças tecnológicas é a força mais significativa que atualmente molda o

destino das organizações, tanto pela rapidez com que se desenvolve quanto pelo alto custo que

representa para as empresas.

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E, por fim, as forças naturais, alvo de muitas atenções nas últimas décadas, determinam os

níveis de matérias-primas, o custo da energia e o nível de poluição, cujas variações podem

limitar as ações de uma empresa. As organizações que tiverem maior capacidade de se

adaptarem mais rápido às mudanças do ambiente conseguirão se desenvolver e sobreviver no

mercado (OLIVEIRA, 2005).

b) Ambiente setorial

Além de analisar o ambiente interno e externo da organização, é necessário dispensar uma

atenção especial ao ambiente setorial, ou seja, o ambiente imediato em que a empresa

compete. Analisar o setor, conforme Tavares (2000), é medir qual o grau de dificuldade que

um novo participante encontrará ao entrar nesse ambiente. É estar atento aos efeitos que os

produtos substitutos podem promover na lucratividade da organização. É conhecer qual o grau

de importância que a empresa tem para seus fornecedores, é estar atento às pressões que os

grupos de compradores exercem sobre a organização.

Segundo o autor, dada a natureza dinâmica desse tipo de ambiente, sua análise deve também

ocorrer em bases contínuas, a partir do levantamento de informações sobre os concorrentes

atuais e potenciais. A maior ameaça à vantagem competitiva de uma organização é a mudança

nas regras do jogo pela concorrência. A organização precisa entender suas fontes de vantagem

competitiva e determinar quais são os recursos para melhorá-la em seu benefício.

2.2.1.1.2 Ambiente Interno

A análise do ambiente interno visa identificar os pontos fortes e fracos da organização a partir

da identificação dos fatores chaves de sucesso e as variáveis críticas correspondentes. Para

Oliveira (2005, p. 102), “essa análise deve tomar como perspectiva para comparação as outras

empresas de seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou apenas concorrentes

potenciais.”

Conforme o autor, para facilitar esta análise interna, a empresa pode ser dividida em quatro

grandes funções. A função marketing deve ocupar-se dos aspectos que liguem a empresa ao

mercado. A função finanças deve apresentar os índices financeiros que compõe uma empresa,

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para que comparados a exercícios anteriores ou a empresas similares, possam dar subsídios

aos gerentes nas tomadas de decisão.

Já a análise da função produção deve retratar a situação da empresa desde a estrutura física

que ela dispõe, quanto aos processos produtivos, custos, suprimentos até o nível de qualidade

que oferece. E, finalmente, a função recursos humanos analisa todos os aspectos da mão-de-

obra que dispõe e/ou necessita. O gestor deve avaliar se a forma de atuação no presente traz

os resultados esperados, seus pontos fortes e fracos. A forma de atuação vigente reflete a

estratégia e sua análise deve abordar o desempenho dos produtos, atuação no mercado e

desempenho financeiro (OLIVEIRA, 2005).

Segundo Bethlem (1999), a definição dos pontos fortes e fracos deve ser realizada,

analisando-se: as capacidades da empresa, os diferenciais, os produtos, os colaboradores e a

força de venda, a situação financeira, o estoque, o atendimento ao cliente, os custos, o

processo produtivo e outro itens específicos para cada empresa. O gestor deve procurar

identificar e avaliar entre os componentes avaliados, suas fraquezas para procurar neutralizá-

las e, ao mesmo tempo, explorar suas potencialidades.

O autor acredita que, a análise da empresa como um todo serve para compatibilizar a

estratégia com os recursos de que a empresa dispõe; serve para quantificar a diferença entre os

recursos existentes e os recursos necessários para que sejam alcançados os objetivos das

estratégias propostas; serve para orientar um plano de obtenção de recursos ou para

determinar uma escala de prioridades e, serve para rever as estratégias diante das mudanças

constantes que sofrem os recursos.

2.2.1.2 Ferramentas de Diagnóstico

Na administração, as ferramentas de diagnóstico do ambiente que afetam as organizações são

de grande importância, uma vez que ajudam a ordenar as informações e colocam-nas

disponíveis. É necessário, no entanto, ressaltar alguns pontos a respeito das limitações no

desenvolvimento e uso dessas ferramentas.

Bethlem (1999) afirma que, o primeiro ponto é sobre a validade das informações que compõe

estas ferramentas. As informações coletadas sobre o ambiente interno, externo e setorial de

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uma organização sofrem mutações constantes ao longo do tempo, ou seja, uma informação é

verdadeira neste momento, para este observador, mas no momento seguinte e para outra

pessoa a informação pode ter uma conotação completamente diferente.

Outro ponto importante, conforme já foi colocado anteriormente pelo autor, mas é imperativo

relembrar, é o problema gerado pela má qualidade das informações disponíveis no Brasil. Esta

má qualidade é uma das principais causas da discrepância entre as previsões lançadas pelas

ferramentas de diagnóstico e os resultados efetivamente alcançados pelas organizações e até

mesmo pelo governo.

No entanto, e a despeito dessas dificuldades, o gestor deverá saber extrair as informações

gerencias necessárias para que a empresa consiga ser eficaz. No presente trabalho serão

apresentadas várias ferramentas de diagnóstico que embora não eliminem as possibilidades de

erro na escolha da estratégia, buscam minimizar tais riscos.

a) Cenários

A crescente imprevisibilidade das mudanças ambientais torna extremamente difícil formular

suposições seguras, nas quais as previsões possam ser baseadas. Segundo Wrigth, Kroll e

Parnell (2000, p. 76), “um meio de enfrentar esse problemático estado de coisas é desenvolver

múltiplos cenários em relação ao futuro.” Por meio deles, o administrador pode formular

várias descrições alternativas de tendências e eventos futuros. Ao formular cenários, os

gestores, por meio de planos contingenciais, devem identificar as principais forças no

macroambiente e no setor, a fim de avaliar as possíveis inter-relações e estimar a influência

sobre os eventos futuros.

Porém, para Porter (1989, p.411), “o planejamento de contingência é raro na prática, e

geralmente testam estratégias incrementalmente relativas a apenas uma ou duas incertezas

básicas.” Esses planos raramente examinam estruturas futuras alternativas e quando se

defrontam com uma incerteza considerável, as empresas costumam selecionar estratégias que

preservem a flexibilidade.

Bethlem (1999) afirma que, a dificuldade principal de geração de cenários é a de combinar o

número muito grande de variáveis, algumas das quais com grande amplitude de variação. Na

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construção dos cenários dá-se, em geral, atenção a variáveis do meio ambiente, como as

geográficas, políticas e geopolíticas, as sociais, econômicas, psicológicas e tecnológicas.

Por fim, conforme Oliveira (2005, p. 134), “a elaboração dos cenários estratégicos é a

culminação de um processo que deve considerar todos os executivos-chaves da empresa que,

normalmente, são envolvidos no planejamento estratégico.” Isso porque, sua finalidade

principal é estimular maior interesse e aceitação dos cenários como importantes para o

processo de planejamento estratégico.

b) As cinco forças competitivas de Porter

De acordo com Porter (1986), o grau de concorrência em uma empresa depende de cinco

forças competitivas básicas. O conjunto dessas forças determina o potencial de lucro final da

empresa, que é medido em termos de retorno a longo prazo sobre o capital investido. A chave

para o desenvolvimento de uma estratégia é pesquisar em maior profundidade e analisar as

fontes de cada força.

As cinco forças de Porter são:

� a entrada de novos competidores;

� a ameaça de produtos substitutos;

� o poder de negociação dos compradores;

� o poder de negociação dos fornecedores;

� a rivalidade entre os competidores existentes.

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Figura 01: Forças que dirigem a concorrência na indústria. Fonte: Porter (1986, p. 23).

O modelo de Porter pretende permitir encontrar os fatores que determinam a atratividade e o

bom posicionamento de uma empresa dentro de um ramo de negócio, e como estes fatores

vão influir na escolha da estratégia competitiva da empresa. Porter apresenta uma

metodologia analítica para compreender e avaliar os ramos de negócio e a posição

competitiva das empresas.

Segundo Bethlem (1999), as empresas, por meio de suas estratégias, podem influenciar as

cinco forças. A metodologia das cinco forças não elimina a necessidade de criatividade de

novas formas de competição em uma indústria. Algumas empresas escolhem suas estratégias

sem considerar as conseqüências a longo prazo sobre a estrutura do ramo. Se essas empresas

obtêm êxito, imaginam uma melhora em sua situação competitiva, mas se esquecem de prever

as conseqüências da reação dos competidores, onde todos podem ficar numa situação difícil e

acabar destruindo toda uma estrutura de um ramo de negócio.

CONCORRENTES NA INDÚSTRIA

Rivalidade entre as Empresas Existentes

ENTRANTES POTENCIAIS

COMPRADORES FORNECEDORES

Ameaça de produtos ou serviços substitutos

Poder de negociação dos fornecedores

Ameaça de novos entrantes

Poder de negociação dos compradores

SUBSTITUTOS

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Conforme Tavares (2000, p. 345), “a competitividade desenvolve-se onde quer que o contexto

permita e encoraje tipos de estratégia e de modelos organizacionais que a favoreçam.” A

vantagem competitiva materializa-se à medida que o mercado escolhe o produto da

organização e não a de seu concorrente.

c) Matriz BCG

A estrutura do portfólio do BCG foi desenvolvida em 1967 pelo Boston Consulting Group

(BCG), uma firma de consultoria americana especializada em planejamento estratégico.

Desde então, a estrutura vem sendo retrabalhada. O modelo original do BCG é ilustrado pela

matriz mostrada a seguir. A taxa de crescimento do mercado é indicada pelo eixo vertical, e a

participação de mercado da empresa é indicada pelo eixo horizontal. Cada um dos círculos

representa uma unidade de negócio. O tamanho dos círculos reflete as vendas anuais da

unidade de negócio, a posição horizontal indica sua participação de mercado e a posição

vertical ilustra a taxa de crescimento do mercado no qual a empresa compete (WRIGHT,

KROLL & PARNELL, 2000).

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Figura 02: Estrutura da matriz BCG original. Fonte: Reimpresso a partir de Long Range Planning, v. 10, HEDLEY, B. Strategy and the “business portfolio”, p. 9-15. Copyright (1977), com a permissão da Pergamon Press Ltd.: Headington Hill Hall, Oxford OX3 OBW, UK (apud WRIGHT, KROLL & PARNELL, 2000, p. 167).

De acordo com os autores, uma estrela é uma unidade de negócio que tem grande participação

em mercado com altas taxas de crescimento. Os pontos de interrogação são unidades de

negócio com pequena participação em mercados que crescem rapidamente. Uma vaca leiteira

é uma unidade de negócio que tem grande participação em um mercado que cresce

lentamente. Os abacaxis são unidades de negócio que têm pequena participação de mercado

em setores de crescimento lento. Uma empresa deve ter principalmente estrelas e vacas

leiteiras, alguns pontos de interrogação e poucos ou quase nenhum abacaxi.

d) Matriz SWOT

O nome SWOT é um conjunto de letras que tem origem em quatro palavras do idioma inglês:

strenght = força; weakness = fraquezas; opportunities = oportunidades e threats = ameaças.

Essa é uma ferramenta muito utilizada na organização do planejamento estratégico, pois

permite identificar as forças e fraquezas da organização em relação à concorrência e as

oportunidades e ameaças existentes no mercado.

Estrelas Pontos de interrogação

Vacas leiteiras Abacaxis B

aixa

T

axa

de c

resc

imen

to d

o m

erca

do

Alta

Alta Participação relativa Baixa de mercado

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Figura 03: Relação entre os aspectos da análise SWOT e o ambiente. Fonte: Serra, Torres e Torres (2003, p. 87).

Para Serra, Torres e Torres (2003), os quatro aspectos da análise SWOT podem ser vistos

segundo duas dimensões principais: interna e externa (fatores internos da organização estão

relacionados com as suas forças e os externos, com suas fraquezas), e positiva e negativa (é

positiva a relação entre as forças e as oportunidades e negativa a relação entre as ameaças e as

fraquezas). A relação entre as forças e as ameaças pode indicar vulnerabilidade, entre as

fraquezas e as oportunidades pode significar limitação.

Forças Proteção por patente Instalações modernas Vantagens de custo

Recursos financeiros

Oportunidades Novos mercados

Alianças estratégicas Acesso a novas tecnologias Novos produtos e serviços

Alavancagem

Fraquezas Distribuição falha

Altos custos de produção Gerenciamento inadequado

Limitações financeiras

Ameaças Regulação governamental

Novos concorrentes Mudanças no gosto dos

consumidores Problemas

Vulnerabilidade

Limitações

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Forças

Fraquezas

Oportunidades

Ameaças

Figura 04: Representação gráfica, clássica, da análise SWOT. Fonte: Serra, Torres e Torres (2003, p. 87).

Conforme os autores supracitados, uma força é algo que a empresa faça bem ou que constitua

uma característica que aumente a sua competitividade. Fraqueza é algo que falta à empresa,

que ela execute mal ou que a ponha em desvantagem em relação à concorrência.

Na visão de Wright, Kroll e Parnell (2000), o objetivo dessa matriz é possibilitar que a

empresa se posicione para tirar vantagem de determinadas oportunidades do ambiente e evitar

ou minimizar as ameaças ambientais. Com isso, a empresa tenta enfatizar seus pontos fortes e

moderar o impacto de seus pontos fracos. A análise também é útil para revelar pontos fortes

que ainda não foram plenamente utilizados e identificar pontos fracos que podem ser

corrigidos. O conhecimento da capacidade da empresa permite à administração formular

estratégias realistas para que seus objetivos sejam atingidos.

e) Matriz Ansoff

De acordo com Ansoff (1990), esta matriz é a primeira etapa para desenvolver um esquema

para um perfil de potencialidades, no qual se avalia um determinado padrão de competências

e recursos relativamente a algum nível de referência. A matriz confronta as áreas funcionais

de uma empresa com as habilidades e as competências relevantes para cada área.

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Instalações e equipamentos

Recursos Humanos

Potencialidades organizacionais

Potencialidades de gestão

Administração geral e finanças

*Equipamento de processamento de dados

*Profundidade da administração geral *Finanças *Relações industriais *Assessoria jurídica *Recrutamento e treinamento de pessoal *Contabilidade *Planejamento

*Estrutura multidivisional *Financiamento de consumidores *Financiamento de empresas industriais *Planejamento e controle *Processamento automatizado de dados

*Gestão de investimentos *Controle centralizado *Administração de sistemas de grande porte *Controle descentralizado *Atividade intensiva em pesquisa e desenvolvimento *Atividade capital intensiva *Atividade intensiva em bens *Atividade cíclica *Muitos clientes *Poucos clientes

Pesquisa e desenvolvimento

*Equipamento especializado de laboratório *Equipamento geral de laboratório *Equipamento de teste

*Áreas de especialização *Pesquisa avançada *Pesquisa aplicada *Projetos de produtos: especificações para indústria, consumidor e militares *Projetos de sistemas *Projeto industrial: empresa e consumidor

*Desenvolvimento de sistemas *Desenvolvimento de produtos *Desenvolvimento de processos: usos industriais e de consumo *Adequação e especificações militares

*Utilização do estado avançado da arte *Aplicação do estado corrente da arte *Otimização entre custo e desempenho

Operações *Fábrica para operações gerais *Maquinaria de precisão *Equipamento de processamento *Produção automatizada *Instalações com área de serviço elevada *Ambiente controlado

*Operações de máquinas *Produção de ferramentas *Montagem *Maquinaria de precisão *Trabalho com pequena tolerância *Operação de processos *Planejamento de produtos

*Produção em massa *Processo de fluxo contínuo *Processo em lotes *Oficina *Montagem de produtos complexos *Controle de qualidade *Compras

*Operação sob demanda cíclica *Qualidade conforme especificações militares *Controle rigoroso de custos *Programação rígida

Marketing *Armazenamento *Pontos de varejo *Escritórios de venda *Escritórios de assistência *Equipamento de transporte

*Venda de porta em porta *Venda no varejo *Venda no atacado *Venda direta à indústria *Venda ao Departamento da Defesa *Venda entre indústrias *Engenharia de aplicações *Propaganda *Promoção de vendas *Assistência técnica *Administração de contatos *Análise de vendas

*Venda direta *Rede de distribuidores *Cadeia de lojas *Organização de assistência ao consumidor *Organização de assistência à indústria *Apoio a produtos para Departamento de Defesa *Controle e distribuição de estoques

*Marketing industrial *Venda a consumidores *Marketing para o Departamento de Defesa *Marketing para estados e municípios

Quadro 01: Lista de verificação para perfis de competitividade e potencialidades. Fonte: Ansoff (1990, p. 88).

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O autor afirma que as competências e os recursos individuais podem ser organizados segundo

as mesmas áreas funcionais principais que são: pesquisa e desenvolvimento, operações,

marketing e administração geral e finanças. Dentro de cada uma dessas áreas funcionais,

reconhece-se a presença de quatro categorias de competências e recursos: instalações e

equipamento, competências em termos de pessoal, competências organizacionais e

competências gerenciais.

O resultado é uma lista das principais habilidades e competências encontradas na empresa, e

avaliadas relativamente a outras empresas com as mesmas potencialidades. Para Ansoff

(1990, p. 89), “o perfil de potencialidades é o perfil básico de referência para a empresa.” Este

perfil é relativamente permanente e exige atualização somente quando ocorrem mudanças

importantes nas potencialidades.

f) Matriz GE

Essa estrutura foi desenvolvida em 1979 pela GE com o auxílio da McKinsey and Company,

uma empresa de consultoria. De acordo com Wright, Kroll e Parnell (2000), a matriz GE

classifica as unidades de negócio de acordo com o poder de atratividade de seu setor (baixo,

médio ou alto) e com a força da unidade de negócio (fraca, média ou forte).

Os autores acreditam que, a unidade de negócio ideal é aquela que é forte em relação a seus

concorrentes e atua em um setor atrativo. O modelo enfatiza as condições sob as quais um

negócio pode ser rentável. Portanto, este procedimento facilita o processo decisório inerente

aos assuntos estratégicos por parte dos executivos da empresa.

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Figura 05: Estrutura de negócios de McKinsey/GE e os multifatores de avaliação. Fonte: Oliveira (1991, p. 249).

Segundo Oliveira (1991), o modelo de avaliação das possibilidades compreende duas

dimensões compostas de três posições alternativas cada uma delas. As dimensões são: força

do negócio e atratividade do setor. São medidas por meio de variáveis das possibilidades de

negócio. A principal dificuldade de aplicação deste modelo é a atribuição de pesos entre as

diversas variáveis que o compõe.

Para o autor, através da disposição das dimensões dentro do esquema apresentado acima é

possível perceber que o modelo proposto pela GE inspira-se em grande parte na matriz de

atratividade de mercado, e como tal, para diferentes setores, diferentes serão os pesos

atribuídos, assim como a disponibilidade de informações poderão revelar-se distintas.

g) Competências essenciais

Na visão de Hamel e Prahalad (1995), uma empresa deve ser vista não apenas como um

portfólio de produtos ou serviços, mas também como um portfólio de competências. Para que

a perspectiva das competências essenciais se estabeleça dentro de uma organização, toda a

equipe de gerência precisa compreender detalhadamente e participar das cinco tarefas

Investimento e Crescimento

Crescimento Seletivo

Selecionar

Crescimento Seletivo

Selecionar

Desinvestir/ Retirar

Selecionar

Desinvestir/ Retirar

Desinvestir/ Retirar

ALTO MÉDIO BAIXO

ATRATIVIDADE DO SETOR

BA

IXA

M

ÉD

IA

AL

TA

FO

A D

O N

EG

ÓC

IO

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fundamentais da administração das competências: identificar as competências essenciais

existentes, definir uma agenda de aquisição das mesmas, desenvolvê-las e defender suas

lideranças.

Os autores afirmam que, uma matriz competência-produto pode ser útil para definir a

aquisição de competências essenciais e metas de distribuição. A matriz distingue as

competências existentes das novas competências e os produtos-mercados existentes dos novos

produtos-mercados.

Figura 06: Definição da Agenda de Competências Essenciais. Fonte: Hamel e Prahalad (1995, p. 264).

O quadrante inferior esquerdo (Preenchimento dos espaços) representa o portfólio existente

de competências, produtos ou serviços da empresa. O mapeamento das competências que

mantêm os mercados de produtos finais permite à empresa identificar oportunidades para

fortalecer a posição de um determinado produto no mercado, importando competências que

talvez residam em outras partes da empresa.

Liderança em 10 Que novas competências essenciais precisaremos para criar, proteger e ampliar nossa franquia nos mercados atuais?

Megaoportunidades Que novas competências essenciais precisaríamos criar para participar de mercados mais interessantes no futuro?

Preenchimento dos espaços Qual é nossa oportunidade para melhorar nossa posição nos mercados existentes, alavancando melhor as atuais competências essenciais?

Espaços em branco Que novos produtos ou serviços poderíamos criar, redistribuindo de forma criativa ou recombinando as atuais competências essenciais?

Existente Novo

Mercado

Nova

Existente

Competência essencial

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O quadrante “Liderança em 10” sugere que a meta é identificar quais novas competências é

preciso desenvolver para manter e ampliar a franquia de uma empresa em seus atuais

mercados. A agenda de desenvolvimento de competências de uma empresa deve incluir a

compreensão das novas competências que um dia podem suplantar sua base tradicional de

habilidades.

O quadrante “Espaços em branco” refere-se às oportunidades que não se incluem dentro do

alcance de produto-mercado das unidades de negócios existentes. Nesse caso, a meta é

imaginar oportunidades de ampliar as competências essenciais existentes em novos mercados

de produtos.

E por fim, as oportunidades representadas no quadrante “Megaoportunidades” não se

sobrepõem à atual posição no mercado nem aos seus atuais dotes de competência. Aqui, a

abordagem à estratégia poderia ser uma série de aquisições ou pequenas parcerias

direcionadas através das quais a empresa poderia adquirir acesso e compreender as

competências necessárias e começar a conhecer suas possíveis aplicações.

Depois de estabelecidas as competências existentes, escapar da miopia dos atuais mercados

servidos e criar uma agenda de competências direcionada para o futuro, uma empresa pode

passar às tarefas finais da administração do caminho de migração para o futuro: o marketing e

o mercado global (HAMEL & PRAHALAD, 1995).

h) Cadeia de Valores

Segundo Porter (1999), a vantagem competitiva não pode ser compreendida observando-se a

empresa como um todo. Ela tem sua origem nas inúmeras atividades distintas que uma

empresa executa no projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de seu

produto. Cada uma destas atividades pode contribuir para a posição dos custos relativos de

uma empresa, além de criar uma base para diferenciação.

Conforme o autor, um conceito importante que acentua o papel da tecnologia da informação

na competição é da cadeia de valores. O conceito identifica as várias atividades diferenciadas,

do ponto de vista tecnológico e econômico, que a empresa desempenha para executar seu

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negócio. Essas atividades são chamadas atividades de valor. O negócio é rentável quando o

valor que cria é superior ao custo do desempenho das atividades de valor.

MARG

EMM

ARGEMA

TIV

IDA

DE

S D

E A

PO

IO

ATIVIDADES PRIMÁRIAS

INFRA-ESTRUTURA DA EMPRESAGERÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA

AQUISIÇÃO

LO

GÍST

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INT

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NA

OP

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ÕE

S

LO

GÍST

ICA

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NA

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T

EV

EN

DA

S SERVIÇOS

Figura 07: A Cadeia de Valores Genérica. Fonte: Porter (1989, p. 35).

As atividades de valor dividem-se em nove categorias genéricas. As atividades primárias são

as que compõem a criação física, a comercialização e a entrega do produto ao comprador,

além do suporte e dos serviços de pós-venda. As atividades de apoio proporcionam os

insumos e a infra-estrutura que possibilitam a execução das atividades primárias. É a infra-

estrutura da empresa que sustenta toda a cadeia. As atividades são interdependentes e

conectadas por elos. Os elos surgem quando a maneira como uma atividade é desempenhada

afeta o custo ou a eficácia de outras.

A função da cadeia de valores de uma empresa é a vantagem competitiva no custo ou na

diferenciação. “Os elos não apenas conectam as atividades de valor dentro da empresa, mas

também geram interdependências entre sua cadeia de valores e as dos fornecedores e dos

canais de distribuição.” (PORTER, 1999, p. 86). O autor afirma que: “a empresa é capaz de

criar vantagem competitiva, através da otimização desses elos com o exterior.”

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Segundo Tavares (2000), a cadeia de valor e o modo como uma organização executa

atividades individuais diferem das outras empresas. Refletem suas histórias, habilidades

pessoais e sucesso na implementação de estratégias e a economia básica das atividades nas

quais estão inseridas. As diferenças das cadeias de valores entre organizações concorrentes

são fontes básicas de vantagens competitivas já que, uma comparação entre elas expõe as

diferenças entre os concorrentes e determina a vantagem competitiva de cada um.

O autor acredita que a cadeia de valores é um sistema de atividades interdependentes, que

formam elos que podem resultar em vantagem competitiva de duas formas: otimização e

coordenação, estes serão viabilizados por meio da identificação dos elos.

2.2.2 Visão, Missão e Valores da Empresa

Oliveira (2005) conceitua visão como sendo os limites que o proprietário da empresa

consegue enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla.

A visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser desenvolvido

pela empresa. Enfim, a visão representa o que a empresa quer ser.

Para Tavares (2000), a partir de uma visão do futuro é que se pretende saber como a

organização quer ser vista e reconhecida. A organização precisa basear-se no futuro para

estabelecer como pretende atuar no presente. Para tanto, é necessário ser seletivo em relação

ao passado e aberto ao aprendizado no presente. E, ainda, buscar agregar novos fatores e

eventos considerados indispensáveis à construção do futuro.

De acordo com o autor, a elaboração da visão deve considerar pelo menos cinco fatores:

� habilidade em acumular e aplicar criativamente o aprendizado sobre o mercado e seu

ambiente de atuação;

� participação na mente dos consumidores, por meio da marca;

� capacidade de criar e administrar alianças, coalizões e parcerias;

� desenvolvimento de competências distintivas;

� habilidade em desenvolver e explorar o potencial humano, como suporte aos fatores

anteriores.

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A missão, na opinião de Oliveira (2005, p. 126), “é uma forma de se traduzir determinado

sistema de valores e crenças em termos de negócios e áreas básicas de atuação, considerando

as tradições e filosofias da empresa.” A missão é a razão de ser da empresa. É neste ponto que

se procura determinar qual o “negócio” da empresa, qual a razão de sua existência e em que

tipos de atividades a empresa deverá se concentrar no futuro.

Segundo Tavares (2000, p. 180), “para ser consistente, a missão precisa ser mantida e

desenvolvida ao longo do tempo.” Deve viabilizar a criação de novas demandas e o ingresso

em novos mercados. Deve buscar o desenvolvimento de suas habilidades e competências e

buscar a capacidade de estabelecer alianças e parcerias.

Conforme o autor, a organização ao definir sua missão deve fazer-se os seguintes

questionamentos:

� Quem é e onde está nosso cliente?

� Quem poderá vir a ser nosso cliente?

� O que podemos fazer para manter os primeiros clientes e conquistar os demais?

� O que compra nosso cliente?

� Como nossas competências distintivas poderão ser utilizadas para significar vantagem

competitiva sustentável?

Por fim, “a declaração de missão de sua empresa visa a comunicar interna e externamente o

propósito de seu negócio. Define quem você é e o que faz” (TIFFANY & PETERSON, 1998,

p. 22).

No que diz respeito aos valores da empresa, Oliveira (2005, p. 89) afirma que, “eles

representam o conjunto dos princípios e crenças fundamentais de uma empresa, bem como

fornecem sustentação a todas as suas principais decisões.” Segundo o autor, a prática tem

demonstrado que o debate e a consolidação de fortes e sustentados valores são de elevada

importância para a maior qualidade do processo e dos resultados do planejamento estratégico

nas empresas.

O autor argumenta que, os valores da empresa têm relação direta com as questões éticas e

morais da empresa. Se esses valores forem realmente verdadeiros ajudarão a empresa a ser

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mais competitiva e a influência destes ocorre principalmente sobre as questões políticas da

empresa. Por fim, a prática tem demonstrado que a consolidação de valores sustentados eleva

a qualidade do processo e dos resultados do planejamento estratégico nas empresas.

2.2.3 Objetivos da Empresa

Na visão de Tavares (2000), os objetivos referem-se aos alvos que deverão ser conquistados

para transformar a visão em realidade, por meio da canalização de esforços e recursos ao

longo de períodos de tempo predefinidos. Os objetivos buscam especificar resultados em um

horizonte de tempo pré-estipulado para seu cumprimento. Esses podem abranger a dimensão

externa e interna da organização. Suas funções devem ser claramente compreendidas, suas

fontes oportunamente utilizadas e sua abrangência, prazos e forma estabelecidos de maneira

prioritária.

Segundo Ansoff (1990, p. 47), “quando são explicitados dentro da empresa, os objetivos se

transformam em ferramentas de muitas aplicações na avaliação do desempenho, no controle,

na coordenação, bem como em todas as fases do processo decisório.” Já de acordo com

Chiavenato e Sapiro (2003, p. 248), “as organizações perseguem seus objetivos para assegurar

resultados para melhorar a si mesmas.” Sendo assim, os objetivos devem ser desafiadores para

assegurar um sentimento humano de superação dos desafios, mas não a ponto de se tornarem

algo impossível.

Muito embora os interesses dos vários stakeholders sejam diferentes, fica claro que, quando a

organização é próspera, ela tem maior capacidade de servir e agradar a todos de modo

equilibrado. Sem dúvida, este é o maior desafio no processo de definição dos objetivos de

uma organização: contemplar todas as perspectivas de ganhos e benefícios, conforme a visão

de cada stakeholder.

2.2.4 Conceitos de estratégia

O conceito de estratégia é uma das palavras mais usadas no dia-a-dia dos administradores, e

por ser tão difundida, apresenta muitas conceituações diferentes. Para Ansoff (1990, p. 96),

“estratégia é um conceito fugaz e um tanto abstrato.” Sua formulação não produz qualquer

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ação produtiva concreta imediata na empresa. O autor afirma ainda que, é um processo

dispendioso tanto em termos de tempo quanto de dinheiro e questiona se a estratégia é

realmente útil para o desempenho da empresa.

Contudo, na visão de Porter (1999, p. 63), “estratégia é criar uma posição exclusiva e valiosa,

envolvendo um diferente conjunto de atividades.” Se existisse apenas uma única posição, não

haveria necessidade de estratégia. Todas as empresas seguiriam os mesmos modelos e teriam

êxito. O segredo da estratégia competitiva é ser diferente, isso significa escolher,

decididamente, um conjunto diferente de atividades para proporcionar um mix único de

valores. Mas a idéia principal da estratégia está nas atividades, a opção de desempenhá-las de

maneira diferente dos concorrentes, do contrário, a estratégia será incapaz de resistir à

competição.

Porter (1999, p.73) finaliza completando que: “estratégia é a criação de compatibilidade entre

as atividades da empresa.” Seu sucesso depende de várias atividades e da integração entre

elas. A gerência focaliza-se em supervisionar funções independentes enquanto que a eficácia

operacional determina o desempenho relativo da empresa.

2.2.4.1 Tipos de Estratégia

A estratégia é de extrema importância para a empresa. O conceito básico de estratégia está

intimamente relacionado à ligação da empresa com o seu ambiente. Oliveira (2005, p. 191)

afirma que, “numa empresa, a estratégia está relacionada à arte de utilizar, adequadamente, os

recursos físicos, financeiros e humanos, tendo em vista a minimização dos problemas e a

maximização das oportunidades.”

Para Chiavenato e Sapiro (2003, p. 38), “a estratégia significa o comportamento global da

organização em relação ao ambiente que a circunda.” Quase sempre os motivos da estratégia

estão no ambiente. Segundo os autores, a estratégia precisa ser formulada e compreendida por

todos os membros da organização. Ela precisa ser planejada, implementada e avaliada quanto

a seu desempenho e resultados.

Conforme Oliveira (2001, p. 57), “a formulação das estratégias empresariais representa a

primeira etapa do processo considerado e envolve, entre outros aspectos, alto nível de

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criatividade por parte dos executivos da empresa.” Para a formulação de estratégias, devem-se

considerar, inicialmente, três aspectos:

� a empresa, com seus recursos, seus pontos fortes, fracos e neutros, bem como sua

missão, propósitos, postura estratégica, objetivos, desafios e políticas;

� o ambiente, em sua constante mutação, com suas oportunidades e ameaças;

� a integração entre a empresa e seu ambiente, visando a melhor adequação possível;

neste aspecto, inserem-se a amplitude e a abordagem da visão dos executivos da

empresa.

A formulação da estratégia empresarial é complexa, pois depende de inúmeros fatores e

condições que se alternam e se modificam incessantemente. Para Mintzberg, Ahlstrand e

Lampel (2000), as estratégias podem ser definidas como deliberadas ou pretendidas, aquelas

cuja intenção prévia foi realizada, e as emergentes ou não realizadas, nas quais os padrões se

desenvolveram sem intenções.

EstratégiaPretendida

EstratEstratéégiagiaNãoNão

RealizadaRealizada

EstratEstratéégiagiaEmergenteEmergente

EstratégiaRealizada

ObjetivoE. Deliberada

Figura 08: Estratégias deliberadas e emergentes. Fonte: Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000).

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a) Estratégias deliberadas

Nas estratégias deliberadas o que é realizado coincide exatamente com o que foi previamente

pretendido, portanto, como Mintzberg e Quinn (2001, p. 28) acreditam, “intenções precisas

devem ter sido estabelecidas de antemão pela liderança da organização; essas intenções

devem ter sido aceitas por todos como se originaram e, em seguida, realizadas sem

interferência das forças políticas, tecnológicas ou de mercado.”

Dentre as estratégias deliberadas encontram-se as estratégias competitivas genéricas. Porter

(1986) parte do princípio de que a rentabilidade de uma organização resulta da posição que a

mesma ocupa dentro do setor no qual atua.

No conceito do autor supracitado, as empresas descobriram diversas maneiras de obter um

retorno maior sobre o investimento e, a melhor estratégia é uma solução única que reflete suas

circunstâncias particulares. Entretanto, num sentido mais amplo, pode-se encontrar três

estratégias genéricas internamente consistentes, que podem ser utilizadas isoladamente ou de

forma combinada, para criar uma posição defensável a longo prazo e superar concorrentes.

As três estratégias genéricas são: liderança no custo total, diferenciação e enfoque. Algumas

empresas podem seguir mais de uma abordagem, mas isto é raramente possível. A colocação

em prática de qualquer uma destas estratégias exige comprometimento e apoio total de toda a

organização. O objetivo destas estratégias é superar todos os concorrentes.

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Figura 09: Três Estratégias Genéricas. Fonte: Porter (1986, p. 53).

Segundo Porter (1986), a liderança no custo exige a construção agressiva de instalações em

escala eficiente e uma perseguição vigorosa de reduções de custo. A posição de custo dá à

empresa uma defesa contra a rivalidade dos concorrentes, porque seus custos mais baixos

significam que ela ainda pode obter retornos depois que seus concorrentes tenham consumido

seus lucros na competição.

Criar algo que seja considerado único ao âmbito empresarial é diferenciar o produto. A

diferenciação é uma estratégia viável para obter retornos acima da média em uma empresa

porque ela cria uma posição defensável para enfrentar as cinco forças competitivas. Ela

proporciona isolamento contra a rivalidade competitiva devido à lealdade dos consumidores

com relação à marca como também à conseqüente menor sensibilidade ao preço (PORTER,

1986).

A última estratégia genérica, na visão de Porter (1986), é enfocar um determinado grupo

comprador, um segmento da linha de produtos ou um mercado geográfico. A estratégia

repousa na premissa de que a empresa é capaz de atender seu alvo estratégico estreito mais

eficientemente do que os concorrentes que estão competindo de forma mais ampla.

Consequentemente, a empresa atinge a diferenciação por satisfazer melhor as necessidades de

seu alvo particular.

DIFERENCIAÇÃO

LIDERANÇA NO CUSTO TOTAL

ENFOQUE

Apenas um Segmento Particular

No Âmbito de Toda a Indústria

Unicidade Observada Pelo Cliente

Posição de Baixo Custo

VANTAGEM ESTRATÉGICA A

LV

O E

ST

RA

GIC

O

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b) Estratégias emergentes

Abordar as estratégias emergentes requer uma definição mais ampla do conceito. Para os

defensores desta linha de pensamento, como Mintzberg e Quinn (2001, p. 32), “estratégia não

é apenas uma idéia de como lidar com um inimigo em um ambiente de concorrência”. A

estratégia implica entender as organizações como “instrumentos para percepção coletiva e

ação”. Dentro desta linha de pensamento, a estratégia pode ser vista sob diversas perspectivas:

� Estratégia como um plano: neste aspecto, a estratégia diz respeito a como os líderes

tentam direcionar a organização em seu modo de atuação. Como um plano, a

estratégia tem duas características essenciais, as ações são previamente preparadas e

são desenvolvidas consciente e deliberadamente.

� Estratégia como padrão: o padrão pode ser estabelecido de modo intencional ou não,

mas é entendido como uma estratégia. Ao poucos, algumas abordagens bem

sucedidas se fundem em um padrão de ação, tornando-se uma estratégia.

� Estratégia como posição: é quando uma organização define sua posição dentro do

ambiente no qual atua, onde ela utiliza seus recursos para superar a concorrência.

Nesta perspectiva, a atenção volta-se para o ambiente externo e pressupõe uma

comparação da organização com os que a cercam.

� Estratégia como perspectiva: é como um filtro através do qual a organização percebe

a realidade e estabelece maneiras de lidar com ela a partir de si mesma, de seu modo

de ver a realidade, porém de modo coletivo.

� Estratégia como pretexto: é o campo da concorrência direta onde as manobras têm a

intenção de obter vantagem. Uma organização pode dar o passo em uma direção

apenas para desencadear uma reação da concorrência e/ou manobras intermediárias

desviam a atenção do concorrente possibilitando que a organização alcance os

objetivos finais.

Portanto, o termo estratégia, segundo os autores supracitados, conduz às questões mais

fundamentais sobre as organizações como instrumentos para percepção coletiva e ação.

Utilizando-se das várias definições é que se pode evitar alguma confusão e, desta forma,

enriquecer a habilidade de compreender e administrar os processos pelos quais as estratégias

se formam.

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c) Estratégias internas e externas

O confronto entre a realidade externa e interna permite que a organização escolha uma

estratégia mais adequada a seu estágio de crescimento e proporcione um posicionamento

competitivo pretendido. Entre as estratégias mais usuais, encontram-se a de sobrevivência,

crescimento, manutenção e desenvolvimento.

De acordo com Oliveira (2005), a estratégia de sobrevivência deve ser adotada somente

quando não existe alternativa, ou seja, apenas quando o ambiente e a empresa estão em

situação inadequada, do contrário, as conseqüências podem ser desastrosas. Resulta quase

sempre da combinação de fatores externos e internos. Entre os primeiros, sobressaem os que

não são assimilados pela organização, como as recessões econômicas, as mudanças de hábito

de seus consumidores ou mudanças nas regras competitivas. Internamente, a má gestão ou a

ausência de uma clara definição do negócio podem produzir uma crise que coloque em risco

sua sobrevivência.

Tavares (2000) afirma que, a estratégia de crescimento é recomendável quando o porte da

empresa é um limitador para atender satisfatoriamente à demanda do mercado. Ainda, quando

o tipo de produto ou segmento a torna vulnerável à ação da concorrência, estimulando a busca

de novos mercados.

Para Oliveira (2005), a estratégia de manutenção é recomendável quando a organização está

enfrentando ou espera encontrar dificuldades, e a partir dessa situação prefere tomar uma

atitude defensiva diante das ameaças. A empresa identifica um ambiente com predominâncias

de ameaças, mas como possui uma série de pontos fortes, ela quer continuar mantendo sua

posição no mercado conquistada até o momento.

Na percepção do autor citado, a ênfase da estratégia de desenvolvimento localiza-se em duas

direções principais. Pode-se ou procurar novos mercados e clientes, diferentes dos conhecidos

atualmente, ou procurar novas tecnologias diferentes daquelas que a empresa domina. A

combinação desses dois eixos, mercadológico e tecnológico, permite ao gestor construir

novos negócios no mercado. A empresa tem que se desenvolver para apoiar seu crescimento.

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A implementação de estratégias abrange o tipo de posicionamento externo e a adequação

interna mais apropriada a esse posicionamento. Essa implementação decorre da estratégia

considerada mais adequada, dada a variedade de situações e de contextos considerados. Entre

estas estratégias estão a incrementalista, a de inovação e a de desinvestimento.

Na visão de Tavares (2000), na estratégia incrementalista, a empresa procura maximizar seus

recursos em suas relações com o mercado. As decisões são construídas a partir das outras que

estão em curso. Esta estratégia pode ser uma boa prática para organizações bem posicionadas

atuando em mercados maduros.

O autor argumenta que, a estratégia de inovação é recomendável para resolver o problema de

baixo potencial de crescimento dos produtos em mercados notadamente maduros, excesso de

disponibilidade de recursos e riscos apresentados pelos mercados atuais. A disponibilidade de

recursos permite que a empresa incursione em novos mercados, com novos produtos.

Há circunstâncias em que uma empresa deve considerar a possibilidade da estratégia de

desinvestimento: perda de economia de escalas por mudanças tecnológicas, mudanças no

ambiente competitivo que podem não mais justificar a manutenção de determinada unidade e,

por fim, necessidade de gerar fluxo de caixa por meio da venda de uma unidade para resolver

uma eventual dificuldade da empresa (TAVARES, 2000).

2.2.5 Avaliação e controle do planejamento estratégico

O papel desempenhado pela função de controle e avaliação no processo de planejamento

estratégico, no conceito de Oliveira (2005, p. 265), “é acompanhar o desempenho do sistema,

através da comparação entre as situações alcançadas e as previstas, principalmente quanto aos

objetivos, desafios e metas, bem como da avaliação das estratégias e políticas adotadas pela

empresa.”

De acordo com Tavares (2000, p. 387), “o controle é um instrumento para verificação entre o

que está previsto e o que está efetivamente ocorrendo.” É um conjunto de indicadores que

permite verificar se tudo está saindo como previsto. Envolve o estabelecimento de

procedimentos capazes de corrigir o processo decisório, indicando onde e quando intervir,

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para que o processo possa seguir seu curso apropriado. Envolve também a avaliação da

interação da organização com os eventos fora de sua órbita de influência, situados no

ambiente externo e os que podem ser diretamente controlados, situados no ambiente interno.

Segundo o mesmo autor, a avaliação é o mecanismo que visa medir a efetividade das ações.

Consiste em identificar o impacto das decisões no processo. A avaliação demonstra as causas

do distanciamento entre a definição de objetivos e sua concretização.

Oliveira (2005) afirma que, a função controle e avaliação num processo de planejamento

estratégico têm finalidades como:

� identificar problemas, falhas e erros que se transformam em desvios do planejado,

com a finalidade de corrigi-los e de evitar sua reincidência;

� fazer com que os resultados obtidos com a realização das operações estejam próximos

dos resultados esperados e possibilitem o alcance dos desafios e consecução dos

objetivos;

� verificar se as estratégias e políticas estão proporcionando os resultados esperados,

dentro das situações existentes e previstas;

� proporcionar informações gerenciais periódicas, para que seja rápida a intervenção no

desempenho do processo.

A partir de suas finalidades, a função controle e avaliação pode ser utilizada como

instrumento administrativo para:

� corrigir ou reforçar o desempenho apresentado;

� informar sobre a necessidade de alterações nas funções administrativas de

planejamento, organização e direção;

� proteger os ativos da empresa contra furtos e desperdícios;

� garantir a manutenção ou aumento de eficiência, eficácia e efetividade na consecução

dos objetivos, desafios e metas da empresa;

� informar se os programas, projetos e planos de ação estão sendo desenvolvidos de

acordo com o estabelecido e apresentando os resultados desejados;

� informar se os recursos estão sendo utilizados da melhor maneira possível.

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Do ponto de vista do autor, percebe-se que a função controle e avaliação está no mesmo nível

de importância das demais fases de um planejamento estratégico. Inclusive representa a

atividade básica para a retroalimentação deste processo.

O planejamento estratégico necessita de mecanismos que o mantenham sempre atualizado, de

modo que possa conviver com a dinamicidade do mercado. Para tanto, são necessários

métodos de controle e avaliação das estratégias em tempo real e que meçam os objetivos não-

financeiros que interferem no desempenho da organização. Um método bastante difundido no

meio empresarial é o Balanced Scorecard, que possibilita o detalhamento da estratégia.

Em 1990 surgiu um estudo motivado pela crença de que os métodos existentes para avaliação

do desempenho empresarial, em geral apoiados nos indicadores contábeis e financeiros,

estavam tornando-se obsoletos. David Norton, executivo principal da Nolan Norton, foi o

líder do estudo, que teve Robert Kaplan como consultor acadêmico. Representantes de

dezenas de empresas, dos mais variados ramos, reuniram-se a cada dois meses daquele ano a

fim de desenvolver um novo modelo de medição de desempenho. Nascia o Balanced

Scorecard (balanced = equilibrado, balanceado e scorecard = cartão para registro de

resultados) ou BSC.

De acordo com Kaplan e Norton (1997), o Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia

das empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um

sistema de gestão estratégica. Ele continua enfatizando a busca de objetivos financeiros, mas

também inclui os vetores de desempenho desses objetivos. O scorecard mede o desempenho

organizacional sob quatro perspectivas equilibradas: financeira, do cliente, dos processos

internos da empresa, e do aprendizado e crescimento. O BSC permite que as empresas

acompanhem o desempenho financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, o progresso na

construção de capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o

crescimento futuro.

Conforme os autores, empresas inovadoras adotaram a filosofia do scorecard para viabilizar

processos gerenciais críticos como:

� esclarecer e traduzir a visão e a estratégia;

� comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas;

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� planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas;

� melhorar o feedback e o aprendizado estratégico.

A verificação contínua e em tempo real do desempenho da estratégia, permite ao gestor não

somente confirmar se os resultados financeiros serão os desejados, mas, e principalmente, se a

estratégia adotada poderá levar a empresa a alcançar suas aspirações maiores. Caso isso não

vá confirmando-se, a curto prazo, o gestor terá a oportunidade de rever tanto suas ações como

a própria estratégia adotada.

Kaplan e Norton (1997) acreditam que, as empresas que quiserem sobreviver e prosperar na

era da informação devem utilizar sistemas de gestão e medição de desempenho derivados de

suas estratégias e capacidades. O Balanced Scorecard preenche a lacuna existente na maioria

dos sistemas gerenciais, como a falta de um processo sistemático para implementar e obter

retorno sobre a estratégia. Os processos gerenciais construídos a partir do scorecard

asseguram que a organização fique alinhada e focalizada na implementação da estratégia de

longo prazo. Portanto, o Balanced Scorecard é a base para o gerenciamento das empresas na

era da informação.

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3 MÉTODO

Neste capítulo será descrito o modo como foi desenvolvido o trabalho de estágio. Nele serão

apresentados os fatores que motivaram a escolha do tipo de metodologia, os participantes da

pesquisa, o tipo de coleta de dados e finalmente como os dados foram tratados.

3.1 Delineamento do trabalho

De acordo com Roesch (1999), o resultado satisfatório de um trabalho, como este, depende de

como ele vai sendo delineado. Muitas escolhas devem ser feitas, e deve haver coerência nas

opções. O primeiro item a ser determinado é o tipo de estágio que será executado. Para

determinar o tipo de estágio é necessário que seja observado o objetivo a que se propõe o

trabalho em questão.

Este trabalho de estágio teve por objetivo estabelecer e implementar um planejamento

estratégico. O planejamento estratégico, segundo Oliveira (2005, p. 47), “é o processo

administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor

direção a ser seguida pela empresa.”, ele diz respeito à melhoria e aperfeiçoamento dos

sistemas ou processos de uma empresa e, para esta finalidade a avaliação formativa é a mais

indicada, pois, conforme Roesch (1999, p. 74) afirma, “a avaliação formativa normalmente

implica um diagnóstico do sistema atual e sugestões para sua reformulação.”

Segundo Staw (1977 apud ROESCH, 1999, p. 145), em pequenas empresas, não há

possibilidade de fazer inferências causais válidas, pois o alto grau de interação entre os

indivíduos envolvidos produzem pouca validade interna para o experimento. Portanto, para

realizar mudanças de pequeno porte, o ideal é usar primariamente técnicas de análise

qualitativa. Dessa forma, a pesquisa qualitativa é apropriada para a avaliação formativa,

quando se trata de melhorar a efetividade de um programa.

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3.2 Participantes da pesquisa

Sendo o estudo de que se trata este trabalho um planejamento estratégico, entende-se que os

universos a serem estudados são bastante amplos. Segundo Roesch (1999), os participantes de

uma pesquisa são um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito

específico de um estudo. Os participantes da pesquisa desse trabalho de estágio foram os

colaboradores, os fornecedores e os clientes da empresa.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi efetuada a partir de fontes primárias, que se caracterizam como tal, por

serem dados brutos que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisadores.

E de fontes secundárias, definidas como dados que já foram coletados, tabulados, e às vezes,

até analisados e estão disponíveis aos interessados. Esses dados são disponibilizados em

documentos e relatórios já existentes.

Os dados para diagnóstico interno foram coletados dentro da empresa por meio do

conhecimento da gerente que é a própria estagiária e que fez uma observação participante e

também por meio de entrevista informal com o fundador. Foram coletados dados sobre os

concorrentes levando em consideração a localização do estabelecimento, o tamanho e a

facilidade de acesso. Também foram levantadas questões como políticas de preço, prazos e

forma de comunicação dos concorrentes diretos, que estão próximos geograficamente e os

concorrentes indiretos, que estão menos próximos, mas ainda assim acessíveis.

A análise setorial foi concebida por meio dos depoimentos e da experiência dos gestores da

empresa, pois são dados subjetivos e que requerem convivência dentro do ramo de negócio

para poder conhecê-los.

Para a construção da missão, visão e valores da empresa foi promovido um workshop, na

própria empresa, onde todos os colaboradores estavam presentes para debater os aspectos que

implicam na existência da empresa, seus objetivos futuros e a forma de alcançar esses

objetivos. A coleta de dados para o diagnóstico do macroambiente foi elaborado a partir de

fontes oficiais, como sites dos governos federal, estadual e municipal.

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3.4 Análise dos Dados

Na pesquisa qualitativa, ao encerrar a coleta de dados, o pesquisador se depara com uma

quantidade imensa de informações em forma de texto, os quais terá que organizar para depois

interpretar, conforme afirma Roesch (1999). Para tanto, foi utilizado a técnica de análise de

conteúdo.

Embora os dados estatísticos obtidos por meio da quantificação consigam demonstrar padrões

e regularidades fornecendo informações importantes, a análise qualitativa dos dados é

utilizada para que seja possível uma compreensão mais ampla das informações coletadas, uma

vez que este tipo de análise considera a perspectiva das pessoas envolvidas no processo. A

comparação entre a realidade da empresa e as teorias disponíveis nas bibliografias, torna

possível reconhecer como seguras as sugestões para a solução de problemas encontrados.

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4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Este trabalho teve como objetivo desenvolver um planejamento estratégico de uma micro

empresa e ao mesmo tempo disponibilizar ferramentas de feedback que permita a

realimentação do processo, de modo que seus administradores possam estar sempre

conectados com a dinâmica do mercado para agirem ou reagirem às pressões do mesmo.

Por meio do resgate da história e das estratégias vigentes, será possível compreender a

estrutura atual da empresa. O diagnóstico identificará a posição que a empresa ocupa dentro

da região na qual atua, as oportunidades e as ameaças encontradas no ambiente próximo a ela

e possibilitará também entender um pouco mais o comportamento macro do setor de prestação

de serviços no ramo da eletrônica.

A partir da visão, dos valores e da missão da empresa serão traçadas as estratégias para

alcançar os objetivos de curto prazo. O BSC servirá para acompanhar o desempenho das

estratégias, permitindo que sejam tomadas as medidas corretivas necessárias.

4.1 Diagnóstico Estratégico

Para fazer o diagnóstico da empresa, recorrem-se a dados internos, dados sobre a

concorrência, dados sobre o setor e sobre o macro ambiente.

4.1.1 Macroambiente

A elaboração de cenários é fundamental para o processo decisório estratégico. A especulação

sobre o futuro, com vistas a iluminar as decisões estratégicas, exige uma visão da totalidade

do ambiente externo. Além de conhecer os cenários, há que se avaliá-los e há que prospectar

suas influências no futuro da empresa. Esse processo gera uma conscientização interna sobre

as ameaças e oportunidades do futuro e induz mudanças de cunho organizacional e

operacional na empresa.

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Atualmente, pode-se perceber o lado mais brilhante da economia brasileira: a ascensão do

mercado de capitais, a globalização de um número cada vez maior de grupos e empresas, o

aumento da competitividade, o vigor do mercado interno e das exportações, a entrada recorde

de investimentos estrangeiros, juros em queda e expectativa de crescimento de 5% do PIB.1

Contudo, o Brasil ainda tem muito que aprender. Existem ainda muitos entraves ao

crescimento do país: o nível de investimento quase inexistente na infra-estrutura, uma das

mais altas cargas tributárias do mundo (uma das grandes culpadas pelo fechamento de micro-

empresas), falta de capacidade de gerenciamento dos governos e um viés anti-setor privado.

A região sul do país destaca-se como a segunda região mais industrializada do país e é um

grande pólo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência européia. Essa

região, que inclui os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, reúne os

melhores indicadores nacionais em educação, saúde e qualidade de vida e apresenta altos

índices sociais em vários aspectos: possui o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

do Brasil, 0,807 - único classificado como elevado2 –, possui a segunda maior renda per

capita, 10.723,60 reais, a mais elevada expectativa de vida e é a região mais alfabetizada,

93,7% da população.3

Santa Catarina é exemplo de equilíbrio e dinamismo na economia e isso se reflete nos

elevados índices de crescimento, alfabetização - o segundo maior índice do Brasil -, emprego

e renda per capita de 12.159 reais - a quinta maior do país -, muitos superiores a média

nacional. Santa Catarina possui um poderoso setor industrial e, apesar de não ter recebido

grandes investimentos estrangeiros, está entre os estados que dispõe de maior potencial para

os negócios. Pólos diversificados estão distribuídos por várias regiões do estado, no Vale do

Itajaí, por exemplo, situa-se um dos mais importantes parques têxteis do país.4

No litoral norte do estado está Bombinhas, um pequeno município de apenas 34 km² - o

menor de Santa Catarina - e 11.659 habitantes.5 Bombinhas possui no turismo sua principal

fonte econômica, recebendo na temporada de dezembro a março uma população flutuante de

1 Adaptado de Exame. São Paulo: Abril, v. 41, n. 14, 1º agost. 2007. 2 Disponível em <http://www.ipea.gov.br.>. Acesso em: 2 agosto 2007. 3 Disponível em <http://www.ibge.org.br>. Acesso em: 2 agosto 2007. 4 Disponível em <http://www.sc.gov.br>. Acesso em: 14 agosto 2007. 5 Disponível em <http://www.ibge.org.br>. Acesso em: 2 agosto 2007.

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84.045 pessoas. Com 60% do seu território localizado no entorno da Reserva Marinha do

Arvoredo, essa península, muito recortada de praias e costões transformou-se na Capital

Brasileira do Mergulho Ecológico. Além do turismo, a cidade tem como fonte econômica a

pesca e o cultivo de marisco.6

Bombinhas está muito próxima da capital, apenas 78 km, e de cidades importantes como Itajaí

e Balneário Camboriú. As três atividades econômicas que mais empregam são: o setor de

serviços, a administração pública e o comércio.7 Percebe-se que, nas variações econômicas,

sociais, demográficas e culturais, tanto global quanto regionalmente, os aspectos são muito

positivos e geram grandes oportunidades para a LP Antenas.

O avanço tecnológico é bem recebido pelo proprietário da empresa que está sempre se

atualizando e fazendo cursos de todos os tipos de equipamentos que entram ou ainda irão

entrar no mercado. As novidades são bem absorvidas pela empresa que busca transformar o

que poderia ser uma ameaça para alguns em oportunidade de crescimento, inovação e

diferenciação do negócio.

No que diz respeito às variáveis político-legais, a Constituição Federal de 1988 estabelece que

a União, os estados e os municípios devem dispensar, às microempresas e empresas de

pequeno porte, tratamento jurídico diferenciado e favorecido. O objetivo claramente expresso

é incentivar o desenvolvimento dessas empresas por meio da simplificação de suas obrigações

administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação dessas por meio

de lei.

A lei geral da micro e pequena empresa, sancionada no dia 14 de dezembro de 2006, institui

benefícios e privilégios, tais como o acesso facilitado e privilegiado às licitações públicas, a

simplificação das relações trabalhistas, o protesto de títulos, o acesso à Justiça e os incentivos

ao crédito, à capitalização, à inovação tecnológica e ao associativismo.8

Na prática, a lei promove melhoria no ambiente geral para os negócios, retirando amarras,

liberando o seu desenvolvimento e tornando mais amena a vida dos empresários. Para isso,

6 Disponível em <http://www.bombinhas.sc.gov.br>. Acesso em: 14 agosto 2007. 7 Disponível em <http://www.sebrae-sc.com.br>. Acesso em: 21 agosto 2007. 8 Disponível em <http:// www.leigeral.com.br>. Acesso em: 20 agosto 2007.

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atende às principais reivindicações do segmento: redução de tributos e de burocracia e criação

de novas oportunidades de negócios.

Essa lei representa um marco importante para o cumprimento da justiça tributária no país e

para o relacionamento entre governo e classe empresarial. Certamente é um marco que

reconhece a importância econômica destes empreendimentos que, principalmente, possuem a

expressiva capacidade de realizar transformações sociais no país. Portanto, no presente

momento, os aspectos político-legais parecem estar a favor da empresa LP Antenas.

4.1.2 Ambiente setorial

A rivalidade entre os concorrentes no ramo de negócios da LP Antenas é intensa. Foram

pesquisados concorrentes que atuam na cidade de Bombinhas e na cidade vizinha de Porto

Belo. Em Bombinhas há quatro lojas que oferecem produtos e serviços similares e cerca de

seis concorrentes trabalhando na informalidade. Já em Porto Belo, há quatro concorrentes

atuando.

Os tipos de produtos e serviços oferecidos pelos concorrentes são iguais ou similares aos da

LP Antenas. Todos oferecem garantia de um ano nos produtos e de noventa dias na mão-de-

obra. Alguns praticam menores preços, mas, segundo alguns novos clientes, pecam na

qualidade do serviço prestado. Alguns oferecem o financiamento como forma de pagamento,

e ainda pagamentos via boleto e cartão de crédito. Há, ainda, concorrentes que oferecem seus

produtos via internet por meio de site próprio. É um importante diferencial que a empresa LP

Antenas não possui.

Observa-se claramente pelo número crescente de concorrentes que a barreira de entrada de

novos competidores é pequena. Não é necessário alto investimento em estrutura ou estoque. O

acesso aos fornecedores é simples, pois mesmo não admitindo, muitos distribuidores vendem

sem exigir o cadastro nacional de pessoa jurídica. Outra desvantagem é o fato de não existir

um conselho que registre a categoria, portanto qualquer pessoa pode auto intitular-se técnico

em eletrônica.

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O poder dos fornecedores é pequeno, pois são muitos e eles competem entre si principalmente

nos quesitos preço e prazo. A LP Antenas conta com vinte e dois fornecedores dos mais

variados tipos de produtos. Entre os que a empresa compra com mais freqüência

(semanalmente) estão cinco fornecedores localizados entre Joinville e Blumenau. O

fornecedor entra em contato com a empresa, esta faz o pedido e o distribuidor vem entregar a

mercadoria sem custo adicional de frete. O pagamento não precisa ser efetuado toda a

semana; existe uma credibilidade e à medida que a empresa escoa seu estoque, ela paga

gradativamente os fornecedores com cheques pré-datados dos clientes. Esse fato demonstra

uma relação de confiança e o excelente conceito que a LP Antenas mantém junto a alguns

fornecedores mais antigos.

O poder dos compradores é alto à medida que barganham por melhores preços e melhores

prazos. Como a empresa não oferece grandes condições de pagamento, acaba por baixar os

preços dos produtos e serviços. Outra ameaça constatada é a diminuição do poder de compra

da população fixa. Devido às conseqüências da sazonalidade que qualquer cidade turística

enfrenta, muitas pessoas vivem o restante do ano apenas do que ganharam nos meses de

verão. Portanto, no período de março a novembro, há uma queda na demanda por produtos e

serviços não só da LP Antenas, mas de todo o comércio da região.

O fundador e técnico da empresa acredita que a ameaça de produtos substitutos é pequena. No

caso da antena parabólica, um produto substituto é a televisão via cabo, porém, é difícil que

esse sistema opere numa cidade pequena e de baixo poder aquisitivo durante a maior parte do

ano. Em outros casos, toda inovação tecnológica é bem absorvida pela empresa que oferece

produtos de última geração.

4.1.3 Ambiente interno

Com base na entrevista informal com o fundador da empresa, foi possível diagnosticar o

ambiente interno dela. De acordo com Gil (1994), esse tipo de entrevista é o menos

estruturado possível. É como uma simples conversação, porém com o objetivo de coletar

dados. Esse tipo de entrevista tem a finalidade de obter uma visão geral do problema

pesquisado e identificar alguns aspectos da personalidade do entrevistado.

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A LP Antenas Parabólicas iniciou suas atividades formalmente em 23 de novembro de 1999.

Inicialmente, seu proprietário, Ledio Laudelino Pinheiro, trabalhava como autônomo desde

1990, utilizando apenas um telefone celular e indo a capital comprar peças toda vez que

realizava uma venda.

Em 1999, a empresa localizava-se no bairro de Canto Grande em baixo da casa do fundador.

A loja era pequena, 25 m², num local afastado e com pouco fluxo de pessoas. Em 2004, Ledio

concluiu a obra de 250m² com dois apartamentos no pavimento superior e duas lojas

comerciais no térreo. Numa dessas lojas, em 2005, inaugurou-se sua nova loja, agora num

local movimentado e com grande fluxo de carros. No ponto de vista do fundador, a nova loja,

com 50m², possibilitou a ampliação dos produtos oferecidos e dos serviços prestados,

aumentando assim o número de clientes e a responsabilidade da empresa em continuar

atendendo com qualidade.

O novo local é bom, pois é passagem obrigatória para outros bairros, está próximo de um

grande posto de gasolina, de um mercado, de uma farmácia e de outros comércios. É a única

loja do ramo no bairro. As principais lojas concorrentes também possuem boa localização e

estão situadas em bairros mais movimentados. Na comparação efetuada, é possível constatar

que a LP Antenas é uma das empresas mais antigas juntamente com outro concorrente no

bairro de Bombas.

Ao longo dos anos, pôde-se perceber que a mão-de-obra especializada na região é escassa,

portanto a empresa enfrenta dificuldades em contratar bons técnicos. A empresa conta, hoje,

além da gerente, com apenas um colaborador para auxiliar o técnico responsável, que é o

proprietário da empresa. A demanda é grande, aumentando vertiginosamente na temporada de

verão. A empresa vê-se obrigada a selecionar os melhores serviços, pois é impossível atender

a todos.

A gerente considera que não existe uma forma de recrutamento, seleção e treinamento de

possíveis colaboradores e que a falta de uso de equipamentos de segurança por parte do

técnico e do auxiliar representa uma grande desvantagem para a empresa como um todo.

O investimento em propaganda é pequeno, porém constante. Periodicamente faz-se anúncio

na rádio local e anualmente anuncia-se no guia da cidade no qual se encontram as principais

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lojas de Bombinhas. A LP Antenas já foi patrocinadora do time local de futebol e

constantemente doa brindes para sorteios beneficentes nos quais a empresa é divulgada.

A empresa não possui um controle quantitativo sobre os produtos que vende e os serviços que

presta para os seus clientes. Sabe-se que antenas e alarmes são os produtos mais vendidos e os

que geram maior lucro para a organização. Entretanto, tudo é baseado na percepção, já que

nada é devidamente controlado, não há como saber exatamente qual a participação de cada

produto e serviço prestado.

Por meio de entrevista informal, pode-se constatar que alguns clientes mais antigos mantêm

com o técnico da empresa uma relação de confiança, fidelidade e muitas vezes até de

amizade. Apesar de não possuir um atendimento pós-venda, a empresa cultiva estes bons

clientes dando sempre uma atenção especial e procurando sempre atendê-los

preferencialmente. Entre esses clientes estão duas grandes construtoras da cidade e algumas

pousadas.

A LP Antenas oferece, hoje, a seus clientes, a forma de pagamento de até quatro vezes sem

juros no cheque. A empresa já fez parceria com uma financiadora na qual era possível o

parcelamento em até doze vezes no boleto ou cheque. Não houve uma boa aceitação por parte

dos clientes, pois os juros que a financiadora cobrava eram excessivos. A empresa também

não adotou o sistema de cartão de crédito pelo fato da procura ser relativamente baixa e por

causa dos custos altos para manter esse tipo de sistema.

No aspecto financeiro, a empresa não enfrenta grandes dificuldades pelo fato de o proprietário

ter outras fontes de rendimento. Contudo, não há um monitoramento detalhado de receita e

despesa e o proprietário não diferencia as despesas da empresa das pessoais. A inadimplência

também é grande por não existir um cadastro correto de clientes e nenhuma consulta às

agências de proteção ao crédito.

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4.1.4 Matriz SWOT

Forças

- Boa localização. - Imóvel próprio. - Por ser uma micro-empresa, é flexível. - Experiência e habilidade técnica. - Capital de giro disponível. - Excelente conceito junto a fornecedores. - Fidelidade dos clientes. - Colabora com a comunidade por meio de doações de produtos.

Fraquezas

- Elevado índice de inadimplência. - Inexistência de uma política de crédito e cobrança. - Inexistência de uma política de conquista de novos clientes. - Não há atendimento pós-venda. - Quantidade de colaboradores insuficiente. - Falta de uso de equipamentos de segurança.

Oportunidades

- Crescimento do turismo na região. - Explorar novo canal de venda (internet). - Aumento da população na temporada de verão. - Fornecedores em abundância. - Evolução tecnológica.

Ameaças

- Diminuição do poder de compra da população. - Carga tributária excessiva. - Crescente aumento de concorrentes. - Poder de negociação dos compradores.

Fonte: Elaborado a partir de dados primários e secundários.

4.1.5 Visão

Com base no workshop realizado com todos os colaboradores, em relação ao atendimento, à

sua estrutura e à qualidade dos serviços prestados, sendo assim um diferencial, foi possível

identificar a visão da empresa.

“Proporcionar a satisfação de nossos clientes e ser reconhecida como sinônimo de qualidade e

confiança mediante a excelência na prestação de serviços em três anos.”

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4.1.6 Missão

Também com base no workshop realizado e na vontade do fundador da empresa de ter os

valores de seu negócio traduzidos, construiu-se a missão.

“Comercializar produtos tecnologicamente inovadores nos segmentos de satélite, segurança,

comunicação e informática, agregando serviços complementares que resultem em soluções

para nossos clientes.”

4.1.7 Valores

• Agir com transparência e coerência, respeitando os valores da empresa e das pessoas.

• Trabalhar de forma integrada e cooperativa, buscando o consenso para atingir os

objetivos comuns.

• Agir com determinação e empenho, envolvendo-se de forma responsável na execução

das tarefas.

• Ser capaz de executar tarefas em tempo e menor custo, buscando sempre o

aprimoramento técnico e pessoal.

• Estimular a melhoria contínua.

• Atender às necessidades dos clientes.

• Manter uma conduta ética e a integridade em nossas relações.

• Ter compromisso com os resultados e com o sucesso do negócio.

4.1.8 Objetivos estratégicos

Com base na visão, missão e no ambiente no qual a empresa está inserida, construíram-se os

seguintes objetivos estratégicos a serem realizados no prazo máximo de três anos:

• aumentar a lucratividade;

• diminuir a inadimplência;

• investir em mais um segmento de mercado (monitoramento);

• captar clientes (pessoa jurídica);

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• fidelizar clientes;

• montar política de crédito e cobrança;

• adquirir equipamentos de segurança para todos os técnicos;

• aquisição de um sistema de informação a fim de manter um cadastro fiel de clientes e

para que haja um controle eficiente de estoque, receita e despesa;

• contratar mais dois colaboradores fixos, um para ficar na loja e outro para trabalhar em

campo e mais dois temporários para trabalhar no verão;

• fornecer treinamento técnico.

Para alcançar esses objetivos, com base na análise efetuada pelo proprietário da empresa e

pela gerente e estagiária, acredita-se que a melhor estratégia a ser adotada é a de enfoque e

liderança no custo total. O enfoque será dado a um grupo seleto de clientes. Os alvos

estratégicos serão duas grandes construtoras e algumas pousadas. A estratégia será baseada

em atender as necessidades específicas desta clientela que também irá dispor de atendimento

preferencial sempre.

No atendimento desse segmento em particular, pretende-se alcançar a liderança no custo

total. A LP Antenas possui capital de giro necessário para utilizar-se dessa estratégia. O que

será necessário implantar é um controle rígido de custo com relatórios freqüentes e

detalhados.

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4.1.9 Plano de ação

Objetivos Indicadores Metas Ações Finanças - Aumentar a

lucratividade - Investir em mais um segmento de mercado (monitoramento de alarme)

- 30%

- no ano de 2008 - março de 2008

Clientes - Captar clientes (pessoa jurídica) - Fidelizar clientes - Diminuir a inadimplência

- 5 novos clientes - 30% - 10%

- no ano de 2008 - até 2010 - no ano de 2008

- Fazer um plano de comunicação - Criar um site - Ampliar prazos e formas de pagamento - Fazer pesquisa sobre perfil do cliente - Estreitar relacionamento com clientes - Atender todos os clientes em tempo ágil e com qualidade - Montar política de crédito e cobrança

Processos internos

- Montar política de crédito e cobrança - Adquirir equipamentos de segurança para os técnicos - Aquisição de sistema de informação

- 6 kits de segurança

- janeiro de 2008 - janeiro de 2008 - janeiro de 2008

- Fazer reuniões mensais com contador e com a empresa de software para ajustar sistema de informação - Ter técnicos suficientes para atender toda a demanda - Manter controle de estoque, receitas e despesas

Aprendizado e

crescimento

- Recrutar e selecionar pessoal capacitado - Promover treinamento e desenvolvimento

- 4 colaboradores - 100%

- dezembro de 2007 - dezembro de 2007

- Recrutamento e seleção com base nas habilidades técnicas - Promover cursos dentro da empresa - Fazer reuniões mensais

Fonte: Elaborado a partir de dados primários e secundários.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ambiente empresarial dos dias de hoje exige, cada vez mais, um gerenciamento que

antecipe as transformações no ambiente e que indique as melhores alternativas para a

organização. No entanto, na maioria dos casos a formulação de estratégias não segue um

roteiro bem definido, nem envolve todos os elementos que podem contribuir de forma efetiva

com o processo. Em geral, ela é baseada na percepção intuitiva dos gestores, sem avaliar com

rigor as restrições do ambiente e as competências necessárias para sua execução. Tal situação

é uma das causas principais para os fracassos dos planos estratégicos que, como indica a

literatura, superam com grande margem as experiências bem sucedidas.

Este trabalho teve por objetivo a elaboração de um roteiro que possa conduzir a formulação, a

implementação e o acompanhamento de uma estratégia para uma pequena empresa. Seu ponto

de partida é a rede de relações entre os fatores determinantes para a condução de um negócio

e a constatação de que o planejamento deve se basear nesses relacionamentos.

Para concluir os objetivos deste trabalho, realizou-se uma revisão bibliográfica do tema, com

a descrição do processo de construção de um planejamento estratégico de vários autores

conceituados na área. O trabalho desenvolveu-se por meio da observação participante da

estagiária que também é gerente da empresa e por estar diretamente envolvida com o

planejamento estratégico, o que é amplamente positivo no sentido de um conhecimento sobre

o processo, entretanto pode por vezes envolver um viés involuntário da estagiária ao atribuir a

determinados aspectos importância maior do que realmente eles têm.

Na etapa de coleta de dados começaram a surgir as primeiras dificuldades. De um lado, as

informações internas da empresa nunca antes discutidas; necessitou-se de vários dias de

conversa entre a estagiária e o fundador da empresa para que houvesse uma seleção de

informações importantes sem incorrer em devaneios. Por outro lado, informações sobre o

macroambiente disponibilizadas de maneira dispersa e que muitas vezes não conseguiram

retratar fielmente a realidade de que se necessita.

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A dificuldade para se analisar o macroambiente deve-se à diversidade de fontes, na dispersão

dos dados, que se encontram isolados em locais diversos, além de alguns estarem obsoletos.

Por ser uma cidade pequena, foi difícil encontrar informações sobre o desempenho do

comércio. Também a falta de informações consistentes e organizadas de modo a atender

profissionais não especializados em economia, dificulta a formulação de cenários ou até

mesmo do entendimento do momento econômico pelo qual o país passa.

Na coleta de dados sobre o setor no qual a empresa atua, analisando-se as cinco forças

competitivas de Porter, o receio foi outro. Nessa etapa, a preocupação residia sobre a

possibilidade de ser parcial, isso porque as informações sobre as forças competitivas são

totalmente subjetivas, baseadas na experiência e no conhecimento de como o setor atua. Ter

uma visão tendenciosa compromete o resultado do trabalho, assim como fazer as perguntas

erradas também. Procurou-se, portanto, manter a imparcialidade, tão necessária ao

administrador.

Em relação aos concorrentes houve alguma dificuldade para se obter dados. Foi feita uma

identificação e análise do atendimento das lojas concorrentes. Algumas informações foram

obtidas por meio de entrevista informal com fornecedores e alguns clientes que migraram

dessas lojas. A estagiária esteve em cada uma das lojas concorrentes como cliente para uma

melhor observação.

Se fosse possível recomendar algo a qualquer empresa, a sugestão seria o planejamento

estratégico, não só pelo resultado em forma de plano de ação, mas principalmente pelo

processo em si. Coletar e analisar dados sobre o ambiente interno da empresa é a melhor

forma de identificar seus problemas para poder saná-los e conhecer seus pontos fortes para

poder usá-los em favor próprio. Na análise do ambiente externo ficaram mais claros os fatores

que afetam direta e indiretamente a empresa e a necessidade de uma postura pró-ativa sempre.

Ao concluir este trabalho, a estagiária satisfaz suas expectativas iniciais de visualizar a

empresa e poder contribuir com alternativas que levem ao sucesso nos negócios. Existe a

plena consciência de que o planejamento deve ser sempre flexível e, portanto revisto

constantemente. Isso por que, quando a realidade muda, há que se reajustar o conjunto de

ações para o novo momento. O planejamento estratégico deve ser como as empresas do

futuro: acompanhar a dinâmica e a velocidade do mercado e do mundo.

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6 REFERÊNCIAS

Os autores citados neste item foram utilizados como base na revisão teórica e nos aspectos

metodológicos. Trata-se de especialistas nas áreas de planejamento estratégico, administração

e metodologia, além de sites e periódicos relacionados ao tema.

ANSOFF, Igor. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. BETHLEM, Agrícola. Estratégia empresarial: conceitos, processo e administração estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. BOMBINHAS. Disponível em <http://www.bombinhas.sc.gov.br>. Acesso em: 14 agosto 2007. BOWDITCH, James L.; BUONO, Anthony F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. BRASIL. Disponível em: <http://www.leigeral.com.br>. Acesso em: 20 agosto 2007. BRASIL. IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.org.br>. Acesso em: 2 agosto 2007. BRASIL. IPEA. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 2 agosto 2007. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. EXAME. São Paulo: Abril, v. 41, n. 14, 1º agost. 2007. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. HAMEL, Gary; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995. KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. LACOMBE, Francisco; HEILBORN, Gilberto. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Juliana Umbelino Silva

Estagiário

Ledio Laudelino Pinheiro

Supervisor de Campo

Profª. Antônia Egídia de Souza

Orientador de Estágio

Profª. Jaqueline de Fátima Cardoso

Responsável pelos Estágios em Administração