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Planejamento Educacional: um desafio possível

Autora: Profª Raquel Cristina Scalabrin1¹

Orientador: Prof. Dr. Saulo Rodrigues de Carvalho2²

Resumo: O presente artigo surgiu da necessidade de compreender o trabalho do Pedagogo no processo de planejamento escolar, fortalecendo a importância de sistematizar as ações a serem desenvolvidas, buscando favorecer o significado do seu trabalho na busca de uma educação de qualidade, valorizando a organização do trabalho pedagógico. Planejar de forma participativa e democrática requer engajamento e comprometimento da equipe pedagógica, dessa forma, à luz da teoria, retomaremos nossas raízes pedagógicas e analisaremos os desafios que a educação moderna nos exige no dia a dia do nosso trabalho nas escolas. O trabalho foi realizado no formato de Grupo de Estudos, com a Equipe Pedagógica do Núcleo Regional de Educação de Guarapuava, com estudos de textos de vários autores, análises e debates sobre a realidade atual de nossas escolas, dinâmicas de grupo para ilustrar os objetivos e motivar os participantes, e, principalmente, traçar um paralelo entre as teorias e o trabalho efetivo no planejamento das ações da equipe pedagógica nas escolas.

Palavras – chave: Planejamento. Participação. Gestão Democrática. Ação.

Introdução

O planejamento no ambiente de trabalho é uma ferramenta essencial

para que as ações do cotidiano não sejam aleatórias e assistemáticas, e, na

maioria das vezes asseguram bons resultados na organização de rotinas e na

otimização de tempo e recursos humanos.

Educação de qualidade é o objetivo principal de qualquer escola. Pensar

em um norte para se chegar até isso requer estratégias claras e concisas. O

1. Pedagoga. Especialista em Administração, Orientação Educacional e Supervisão Escolar

pela ESAP, Especialista em Educação Inclusiva pela Universidade Barão de Mauá. Técnica Pedagógica do Núcleo Regional de Educação de Guarapuava-PR.

2. Doutor e Mestre em Educação Escolar pela Universidade Estadual “Julio de Mesquita Filho” – UNESP/Araraquara-SP. Professor Colaborador do Curso de Pedagogia na Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná – UNICENTRO/Guarapuava-PR.

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ato de e planejar implica pensar, repensar, enfim, definir de que maneira

chegaremos àquele determinado fim.

Não é de hoje que o trabalho dos pedagogos das escolas está

simbolicamente associado ao termo “apagar incêndios”. Todos os dias, por

diversos fatores, as equipes pedagógicas das escolas têm seu trabalho

fragmentado e aleatório. Entendemos que a falta de organização e de

planejamento está diretamente ligada ao sucesso e à valorização deste

profissional que tanto lutou para ter seu espaço no ambiente escolar.

Desse modo, nos apoiaremos na perspectiva do planejamento

participativo e democrático, como muito bem explica Dalmás (2010, p. 30), “o

planejamento é a resposta a três perguntas: “o que se quer alcançar?

(UTOPIA); a que distância se está do que se quer alcançar? (DIAGNÓSTICO);

o que será feito para diminuir a distância entre onde se está e se pretende

chegar? (PROGRAMAÇÃO)”.

Segundo Vasconcellos (1996), do ponto de vista educacional, o

planejamento é um ato político pedagógico porque revela intenções e a

intencionalidade, expõe o que se deseja realizar e o que se pretende atingir.

Dentro desta fala, Vasconcellos mostra um ponto que marca muito a

vida do professor em que no ato de planejar, primeiro vem à intenção, segundo

a exposição deste plano e terceiro a que ele vai atingir, por isso que o

professor deve sempre, dentro das suas ações, ter o hábito de fazer a ação

reflexão procurando identificar suas dificuldades e assim, corrigi-las se

necessário.

Dessa forma, este trabalho de pesquisa buscou trazer à tona uma

reflexão sobre o planejamento como norteador da organização do trabalho

pedagógico do pedagogo, com vistas ao planejamento participativo e

estratégico, buscando soluções para os limites que a realidade escolar

apresenta atualmente.

O formato da unidade didática foi um Grupo de Estudos, favorecendo a

democracia, o estudo e a troca de experiências entre os profissionais da

escola, proporcionando uma interação e entrosamento da equipe de maneira

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geral, bem como as dinâmicas de grupo serão vivenciadas e servirão de mola

propulsora da mudança de paradigmas da equipe, afinal, motivação é

importante para que todos se sintam efetivamente “jogando no mesmo time”,

bem como os grupos foram pensados a fim de resolver o problema que sempre

existiu para reunir os profissionais dos turnos, manhã, tarde e noite.

Assim, acreditamos que conseguiremos minimizar a fragmentação do

trabalho da Equipe Pedagógica e compreender o sentido do planejamento

participativo como norteador deste trabalho, objetivando a excelência na

educação de maneira geral.

E, com isso, tornar clara sua função e o seu valor na organização do

trabalho pedagógico escolar, tendo um norte, um objetivo claro e

principalmente comum entre todos os membros da gestão escolar como um

todo e com os educadores.

Planejar é preciso?

“- Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?

- Isso depende bastante de onde você quer chegar, disse o Gato.

- O lugar não me importa muito..., disse Alice.

- Então não importa que caminho você vai tomar, disse o Gato.”

(Lewis Carroll)

O Planejamento deveria ser o ponto de partida no processo de ensino e

aprendizagem, pois nele se reflete a práxis do professor e, por consequência,

exige dedicação, análises e reflexões. Dessa mesma maneira acontece com o

planejamento da equipe pedagógica, onde, fica evidente no reflexo sistêmico

ou não das ações realizadas pelos profissionais.

O que acontece em muitas instituições de ensino é a banalização do ato

de planejar, para muitos pedagogos, tornou-se um “ritual” que deve ser

cumprido anualmente, o que favorece que seu trabalho se torne aleatório e

muitas vezes ficando aquém do que se espera. Nesse sentido Luck (2000)

afirma que:

A escola faz parte de uma realidade social mais ampla e deve compreendê- la, para nela situar-se adequadamente e corresponder às

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necessidades de formação de pessoas que essa realidade demanda. Numa sociedade que se globaliza e que se orienta pela construção do conhecimento e pela mudança contínua, mudam as perspectivas das necessidades educacionais dos alunos. É preciso compreender os cenários e visualizar os desafios que os alunos enfrentarão ao sair da escola, a fim de organizar um processo educacional significativo. Essa compreensão deve articular-se com uma compreensão da comunidade e condições internas da escola, até mesmo para se identificar o que aí precisa ser modificado do ponto de vista estrutural e funcional, a fim de que se possa atender aquelas necessidades.

Luckesi, (1992, p.121) cita que é “um conjunto de ações coordenadas

visando atingir os resultados previstos de forma mais eficiente e econômica”.

Sendo assim podemos afirmar que o planejamento é também uma ação de

organização, fundamental a toda ação educacional.

Nesse sentido também percebemos as tendências implícitas no

planejamento do pedagogo, o qual reflete questões ideológicas, políticas

particulares, como afirma Luck, (2008, p.23):

(...) o planejamento expressa uma preocupação única: a de que ações significativas sobre uma dada realidade sejam praticadas de forma sistemática, a partir de uma visão clara da sua necessidade [...]”. Refletindo claramente com a visão do autor, planejar encontra-se caracterizado pelos traçados que delimitam as atividades da escola, sendo coerente a preocupação dos sujeitos com os fatores que podem ou não corresponderem com os ideais almejados, no desenvolvimento do trabalho pedagógico.

É importante ressaltar que, conforme diz Gandin (2011, p.27) planejar, “é

de fato, definir o que queremos alcançar; verificar a que distância, na prática,

estamos do ideal e decidir o que se vai fazer para encurtar essa distância”. E

dessa forma, o potencial desse planejamento tem maiores chances de ter êxito

e alcançar os objetivos finais.

No entanto, quando não se planeja e vai fazendo as coisas de modo

aleatório, sem saber aonde quer chegar, ou simplesmente vai reagindo aos

fatos, facilmente se cai no vazio, chegando ao final do dia com a estranha

sensação de não ter feito nada de significativo. “(...) a ação aleatória, sem fins

definidos, desemboca no ativismo” (LUCKESI, p.1996, 102).

Isso se dá, também, quando não há articulação entre a gestão dos

diversos setores que fazem parte do ambiente escolar. Agindo dessa maneira,

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o trabalho fica fragmentado e tende ao fracasso ou à perda de potenciais

resultados positivos.

A participação, no ato de planejar e de administrar decisões em equipe,

é questão de democracia e profissionalismo. O planejamento participativo diz

respeito a esse trabalho em equipe, onde todos têm voz e vez, são

protagonistas do seu próprio dia a dia em consonância com os documentos

norteadores da prática pedagógica tais como Projeto Político Pedagógico e

Regimento Escolar.

O planejamento participativo visa não só democratizar as decisões, mas

estabelecer o as prioridades para as pessoas envolvidas no processo e

constitui-se em um ato de cidadania, na medida em que esse processo

possibilita a definição da concepção de educação com o qual a escola deseja

trabalhar.

A tomada coletiva de decisões tem como objetivo, não só a democracia

das decisões, mas o estabelecimento de prioridades entre os envolvidos,

apontando os caminhos que estão com mais urgência na pauta de votação

para temas futuros. “O Planejamento participativo permite coordenar ideias,

ações, perspectivas e compartilhar preocupações e utopias, em vez de priorizar

a conformação de instâncias formais e estáticas. ” (DALMÁS, 2010, p.47)

Dessa forma, entendemos que a sistematização das ações planejadas

participativamente nos conduzirão à bons caminhos no sentido de que nos

levam a repensar nossas práticas pedagógicas e o efetivo trabalho do

pedagogo escolar como articulador do processo de ensino e aprendizagem,

bem como, utiliza as ideias de Dalmás (2010, p. 27), quando menciona que “O

diálogo-comunicação é elemento essencial no processo de intercâmbio de

vivências, experiências, interações diálogos entre os participantes”.

Metodologia, Resultado e Discussões

Com base nos fundamentos da Pesquisa Ação (THIOLLENT, 2000) foi

realizado um trabalho direcionado à Equipe Pedagógica, onde oferecemos o

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formato de grupo de estudo, com a proposta de se trabalhar textos dos autores

citados, visando uma retomada das questões inerentes ao Planejamento, ao

Planejamento Participativo e, posteriormente à elaboração do Plano de

Trabalho da Equipe Pedagógica para o ano de 2017, em oito encontros e 4

horas de duração.

Para entendermos a realidade e vislumbrar de maneira adequada os

temas propostos organizamos uma entrevista que diagnosticou o nível de

apropriação da temática Planejamento e Planejamento Participativo a qual foi

realizada de maneira particular, oferecendo aos participantes do grupo de

estudos uma profunda reflexão acerca do assunto.

Em análise feita a partir das respostas, ficou evidente que os

profissionais têm clareza sobre a temática, alguns realizam planejamento

organizado de suas ações, outros planejam de uma maneira mais superficial,

porém, todos entendem a importância de se sistematizar ações.

Em consonância com essas situações descritas pela equipe pedagógica,

estudamos as ideias de Angelo Dalmás (2010, p.29), que propõe uma análise

sobre a realidade vivenciada, traçando um paralelo entre a utopia, o que temos

como realidade, para posteriormente organizar uma programação com

objetivos e estratégias de ação para se alcançar, conforme o autor destaca:

O diagnóstico é a comparação entre o que se pensou como ideal e a realidade educativa da escola. É um julgamento entre a teoria e a prática escolar. Pelo diagnóstico, o grupo determina a que distância está entre a realidade e a utopia, isto é, procura descobrir a real situação em que a comunidade educativa se encontra na sua aproximação ao ideal estabelecido. Feito isso, define-se a programação para resolver os problemas, atender necessidades e reforçar avanços, a fim de transformar a situação existente. Este passo é o resultado técnico das decisões que envolvem a fixação dos objetivos, políticas e estratégias.

As discussões acerca da reflexão crítica do texto proporcionaram uma

inquietação sobre as realidades vivenciadas no dia a dia do trabalho e nas

possibilidades que surgirão após essa mudança de paradigmas. De um modo

geral, as pessoas entendem e são apoiadoras do processo de planejamento

como suporte de um trabalho sistematizado, entretanto, na prática, algumas

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ainda não o fazem efetivamente. A tirinha abaixo ilustra uma realidade

vislumbrada e muito citada nos encontros do Grupo de Estudos:

Figura 3: Tirinha da Mafalda

http://observatoriodajuventude.ufmg.br/juviva-conteudo/05-03.html

Analisando a tirinha, podemos perceber que a personagem busca

“planejar sua vida com clareza”, e apresenta dificuldade se ser objetiva na

tarefa. É o que geralmente acontece, faz-se muito, e chega-se a lugar algum.

Luck (2000, p.5), analisa este processo de forma muito coerente:

É importante evidenciar os aspectos fundamentais expressos neste conceito: - a disciplina e a consistência, que se contrapõem ao trabalho reativo, aleatório e baseado em impressões vagas e dispersas da realidade; - a tomada de decisões, que depende de um julgamento avaliativo de dados e informações objetivos, completos e corretos sobre a realidade interna e externa da escola; - a orientação para resultados, com forte e abrangente visão de futuro, que pressupõe o enfoque na transformação da organização escolar, para que não apenas acompanhe a dinâmica social, mas se antecipe a ela, como condição para que se ofereça aos alunos um processo educacional significativo, condizente com a sociedade atual, dinâmica, complexa e em rede, baseada no conhecimento.

Corroborando com as contribuições de Dalmás, e, no decorrer da

análise teórica e prática do trabalho realizado, estudamos a produção de

Heloísa Luck (2000, p.3), onde pudemos perceber as especificidades do

planejamento meramente burocrático, de caráter funcional e o planejamento

estratégico. O planejamento funcional apresenta algumas limitações, conforme

cita a autora:

Cabe ressaltar que esse planejamento tem caráter normativo, resultando num plano muitas vezes considerado como uma peça burocrática, utilizada para formalizar e legitimar ações ou como peça de caráter mágico que apresenta uma proposta tão bem organizada, tão logicamente concatenada, que deveria realizar-se por si própria.

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Nessa fase do estudo, conseguimos identificar que, em vários

momentos, a preocupação com a questão burocrática está muito presente no

ato de planejar, assim como, notamos a fragilidade do processo democrático

que, muitas vezes, acontece de maneira pouco participativa e isolada,

desfavorecendo a tomada de decisões coletiva e o trabalho conjunto. Houve

situações em que ficou evidente, inclusive, que os problemas de

relacionamento interpessoais dificultam consideravelmente o trabalho

participativo e coletivo. Nessa perspectiva, Luck (2000, p.9) nos orienta com

suas ideias:

Um bom plano estratégico trata clara e diretamente das questões, sem subterfúgios ou floreios. Ao mesmo tempo, utiliza linguagem clara e sem rebuscamentos. Não deve resultar, por conseguinte, em planos sofisticados e detalhistas, que abordam múltiplas questões e meandros. Seu papel é o de estabelecer linhas de ação e não passo a passo de procedimentos a serem seguidos – caso cheguem a esse nível de detalhamento, perdem flexibilidade e força estratégica.

Outro ponto relevante do grupo de estudos foi a análise do Planejamento

Estratégico como aliado na sistematização das ações e na potencialização do

sucesso de resultados. O grupo se interessou em saber sobre a temática e em

como utilizá-la em seu dia a dia.

O enfoque foi que tanto planejamento Participativo quanto o Estratégico

andam em consonância, com base nisso, o planejamento da Equipe

Pedagógica ficou organizado participativa e estrategicamente, como afirma

Luck (2000, p.6):

(...) tratam, portanto, ambas as modalidades de planejamento, de duas dimensões de uma mesma condição e que, portanto, quando se pretende agir de modo mais consistente possível, são empregadas conjuntamente. Cabe ressaltar que os trabalhos da área social sobre planejamento estratégico incorporam a dimensão participativa como uma das precondições para sua efetivação plena.

Outro aspecto citado durante as leituras e análises realizadas é de que

as reuniões de equipe favorecem o trabalho coletivo, inclui todos os envolvidos

no planejamento e são a mola propulsora para que as pessoas criem vínculos

positivos, desenvolvendo senso crítico e aceitando os pontos de vista

contrários aos seus. A interação do grupo colabora, também, para o processo

de avaliação de todas as ações, que fazem parte de todo o processo.

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Com a avaliação, a equipe identificará possíveis mudanças a serem

feitas ou pequenas adequações, conforme a realidade exigir. Nesse sentido,

Dalmás ( 2010, p. 27) cita:

O ato de avaliar é o motor que assegura o dinamismo do plano, pela constante atualização através de sucessivas revisões e reformulações. Possui duplo aspecto: de controle e de realimentação. Acaba-se confrontando os resultados alcançados com os resultados desejados (objetivos), para analisar as causas dos acertos ou dos desvios ocorridos.

Destacamos que durante o processo de planejar, a avaliação é

fundamental, não apenas ao final, mas ao longo do percurso, sendo uma

ferramenta de direção do trabalho. Percebemos que a constante avaliação é

determinante para alcançar mais rapidamente os objetivos definidos e

direcionar a metodologia de trabalho a ser utilizada. Para entendermos

claramente, analisemos a figura a seguir, notando que a avaliação e a

redefinição de estratégias se interligam com o planejamento em si,

evidenciando sempre a continuidade e a interdependência de todas as fases de

implementação.

Figura 2: Esquema de Planejamento Estratégico

Fonte:

http://slideplayer.com.br/slide/1849544/7/images/8/O+Planejamento+Estrat%C3%A9gico+e+as

+Dimens%C3%B5es+Organizacionais.jpg

Considerações Finais

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Durante a realização da revisão bibliográfica, ficou evidente que a

organização do trabalho do pedagogo está diretamente ligada à sua eficácia e,

consequentemente, à importância de seu papel no processo de ensino e

aprendizagem. As teorias buscam dar suporte e embasamento aos

profissionais nas mais variadas formas de trabalho no âmbito do planejamento,

sejam elas individuais, coletivas, democráticas, participativas e estratégicas.

A pedagogia moderna enfrenta desafios de sua época, tanto em sala de

aula quanto nas equipes pedagógicas, as demandas mudam rapidamente e

exigem posturas e métodos diferenciados para que a aprendizagem se efetive,

isso é um fato notório nas escolas e na sociedade em geral. As nossas

crianças e adolescentes estão em constante busca do diferente, do que atrai

sua atenção e nós, educadores, precisamos repensar nossa forma de se

trabalhar, pois, afinal, os alunos são nosso motivo principal de enfoque. Eles

precisam aprender. Os professores precisam ensinar.

Nesse sentido, os pedagogos e pedagogas estão nas escolas como

pensadores desse processo, organizadores do trabalho pedagógico, pois são

sabedores das diferentes correntes e teorias de aprendizagem, conduzindo,

assim, a gestão pedagógica da escola.

O trabalho realizado pelo grupo de estudos, buscou fazer a retomada

teórica de todo esse processo, destacando as teorias de planejamento,

planejamento participativo e planejamento estratégico, numa visão democrática

e reforçando o enfoque do pedagogo como mediador de todas as questões

pedagógicas da escola.

Percebemos, a partir dos debates que os textos proporcionaram, que

existe uma fragilidade nesse relacionamento entre professores e pedagogos, e

a partir disso, evidenciando que as funções de cada um não estão claras. Os

relatos apresentados evidenciam uma realidade escolar frágil e que age para

resolver problemas momentâneos, quase que por impulso.

As teorias sugerem um trabalho programado, planejado, com vistas a

redimensionar esses comportamentos de reflexo, em detrimento à reflexão.

Refletir esse cotidiano e essas novas demandas é um trabalho teórico e de

função específica do pedagogo escolar.

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Trabalhamos, à luz das teorias, essas soluções para redimensionar o

trabalho do pedagogo, procurando estabelecer metas e objetivos claros e

concisos tendo como foco o planejamento participativo e estratégico de suas

ações na equipe pedagógica e, por consequência, em todo o ambiente escolar.

Entendemos que o planejamento é o fio condutor de um trabalho

eficiente e eficaz, que, se organizado de maneira sistemática, em conjunto e

democraticamente, proporcionará ao pedagogo e aos profissionais da escola

um novo olhar sobre a importância que ele tem na condução e na organização

do trabalho pedagógico como um todo.

A partir dessas contribuições, ficou claro que o pedagogo busca a

aceitação de seu trabalho frente às questões pedagógicas da escola, e a

solução proposta pelo planejamento estratégico evidenciaria o primeiro passo

rumo a este objetivo. Pautamos assim, dentro das atividades, reflexões e

dinâmicas, do grupo de estudos, um esquema de trabalho, um plano de ação

para ser efetivado na escola.

Este plano de ação, elaborado coletivamente, busca diminuir a distância

entre o ponto em que estamos e o ponto onde queremos chegar. Nele,

debatemos a necessidade da avaliação constante para reinventar ou replanejar

os enfoques que se fizerem necessários para alcançar determinado objetivo,

sem deixar de lado as reuniões ao longo desse processo, a fim de se manter o

diálogo democrático que é fundamental para o sucesso do processo de

maneira geral.

Dessa forma, entendemos que o planejamento participativo e estratégico

se mostra como uma ferramenta de uso constante da equipe pedagógica, que,

hora define objetivos, hora traça estratégias, hora avalia mudanças, sempre

com vistas ao aluno e à educação formal. Nisso, o reconhecimento profissional

do pedagogo escolar, será uma consequência, pois a questão mais importante

de todas, que se mostra como cerne do estudo, e não pode ser nada mais,

nada menos, que a aprendizagem dos nossos alunos.

Referências

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DALMÁS, Ângelo. Planejamento Participativo na Escola. Ed. Vozes: 16ª

edição, 2010.

GANDIN, Danilo; CRUZ, Carlos H. Carrilho. Planejamento na sala de aula. 11

ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

LUCKESI, Cipriano C. Planejamento e Avaliação escolar: articulação e

necessária determinação ideológica. IN: O diretor articulador do projeto da

escola. Borges, Silva Abel. São Paulo, 1992. FDE. Diretoria Técnica. Série

Ideias nº 15.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo:

Cortez, 1996.

LUCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. 20 ed. Petrópolis:

vozes, 2008.

LUCK, Heloisa. A Aplicação do Planejamento Estratégico na Escola.

Revista Gestão em Rede, n°19, 2000.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 10. Ed. São Paulo.

Autores Associados. 2000.

VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento: Projeto de Ensino

Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. 15º ed. São Paulo: Libertad,

1996.

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