planejamento agregado
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Material auxiliar para aula de Planejamento AgregadoTRANSCRIPT
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Aula Nº 8 – Planejamento Agregado da Produção
Objetivos da aula:
O objetivo dessa aula é apresentar um modelo para definirmos estratégias,
com o fim de administrar a produção, balanceando a previsão de demanda
com a capacidade produtiva da empresa e os recursos existentes
para aumentar ou diminuir a produção, com os menores custos totais
operacionais..
Planejamento agregado é uma ferramenta e um processo de balanceamento
da produção com a demanda prevista (já estudada na 3ª aula), projetado
para médios prazos, em geral 6 meses, 1 ou 2 anos. Algumas empresas
que atuam em mercados relativamente estáveis aplicam esse método
para períodos maiores e, ano a ano, fazem os ajustes necessários para
corrigir eventuais acidentes de demanda. É um método utilizado por
empresas que têm poucos produtos na sua linha de fabricação, ou que
ainda produzam outros bens vendidos de forma casada com esses, que
são os mais importantes.
Iremos trabalhar ao longo de toda essa aula com os dados da empresa a
seguir, que fabrica uma peça especial para um tipo de máquina. Ela possui
16 funcionários na produção e cada um produz 1.000 peças por mês ou
2.000 por bimestre. No nosso exemplo, vamos trabalhar com os bimestres
do ano, para podermos nos concentrar no método e não trabalhar com
tabelas longas com 12 meses. Depois de entendido o método, extrapolá-
lo para 12 meses ao ano ficará simples.
Usaremos, como ferramenta, a planilha eletrônica Excel e, ao longo do
exercício, iremos supondo valores de custos para os recursos utilizados.
Seja a previsão de vendas bimestrais para 2007 a da tabela a seguir:
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Bimestre Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
P r e v i s ã o
(pçs) 24.000 26.000 30.000 36.000 42.000 34.000 192.000
A produção de 192.000 peças ao ano resultaria em uma produção média
bimestral de 32.000 peças. Graficamente, teríamos:
No primeiro bimestre, produziríamos 32.000 peças e a demanda seria de
24.000, resultando em um estoque de 8.000 peças. No segundo bimestre,
teríamos mais estoque se acumulando. Qual é a melhor forma de administrar
essa situação? Produzir e estocar, ou produzir só a quantidade demandada,
reduzindo o quadro de funcionários, fazendo horas extras nos períodos
de maior demanda? Como devemos administrar essa situação? É o que
veremos hoje.
A empresa deverá contabilizar todos os seus custos, fixos e variáveis, e
distribuí-los na produção. Para o nosso exemplo, vamos admitir que a
empresa tenha os seguintes custos:
Custo médio de contratação de 1 funcionário R$ 1.000,00.
Custo médio de demissão de 1 funcionário R$ 3.000,00.
Custo médio de estocagem R$ 1,00 por (peça x bimestre).
Custo total médio de produção normal R$ 2,00 por peça.
Custo total médio de produção na hora extra R$ 2,80 por peça.
Como já vimos na 2ª aula, os custos fixos fazem com que o custo total
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unitário varie conforme a quantidade produzida. A empresa deve ter, em
seu histórico, o custo médio (que não é muito difícil de calcular) para poder
utilizar esse método.
Existem três estratégias principais de trabalhar essa situação e, depois,
existem outras tantas que mesclam essas três estratégias iniciais. Vamos a
elas.
Primeira Estratégia: Manutenção da força de trabalho atual. Como no
início do período (nos três primeiros bimestres) a produção é maior que a
demanda, podemos produzir a mais e estocar para compensar o período
no qual essa situação se inverter. Essa situação será representada na tabela
a seguir.
A montagem dessa planilha é feita da seguinte forma:
1 Previsão de Demanda. Nesta linha, estão todas as previsões de demanda
para 2007, a cada bimestre (JF = janeiro e fevereiro etc.).
2 Estoque inicial. Quantidade de peças estocadas que inicia o período, que
é o estoque final do período anterior.
3 Quantidade inicial de funcionários. Como já explicado, funcionário
produz 2.000 peças por bimestre.
4 Contratações. Funcionários contratados para trabalhar no período (nesta
primeira estratégia, não teremos funcionários contratados).
5 Funcionários demitidos no período. (nesta primeira estratégia, não
teremos funcionários demitidos).
6 Quantidade total de funcionários. Funcionários que iniciaram
trabalhando mais contratações e menos as demissões.
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8 Produção regular. É o resultado do número de funcionários (linha 6)
vezes 2.000 peças que cada um produziu por bimestre.
9 Horas extras. Quantidade de peças a serem produzidas em horas extras
(esta estratégia não prevê horas extras).
10 Subcontratação. Contratações de terceiros, quando houver.
11 Total. É a quantidade total de peças produzidas na produção regular
somadas com produção nas horas extras e com as peças produzidas pela
eventual sub contratação.
12 Produção – Previsão de demanda. Quantidade de peças produzidas
menos a previsão de demanda no período (bimestre).
13 Estoque final. Quantidade de peças estocadas no bimestre mais estoque
anterior.
Para esta estratégia, ajustamos a previsão de demanda anual, 192.000 peças,
e dividimos em 6 períodos iguais de 32.000 peças cada.
Dessa forma, não são necessárias horas extras, nem demissões, nem
contratações. O inconveniente dessa estratégia é o custo do estoque, que
calculamos da seguinte forma:
Total de peças estocadas (8.000 + 14.000 + 16.000 + 12.000 + 2.000) =
52.000. Custo de estocagem por bimestre = 1,00 R$ por peça.
Custo de estocagem = R$ 52.000,00.
Essa estratégia impõe um custo de estocagem, além dos custos de produção
de R$ 52.000,00.
Segunda estratégia: Contratar e demitir sempre que necessário.
Essa estratégia pressupõe que a produção seja diretamente proporcional
à quantidade de funcionários. Numericamente, ela é importante de ser
conhecida, pois, em períodos de recessão, em parte ela poderá ser adotada.
Empresas que desativam linhas de produção ou encerram atividades em
uma unidade podem utilizar essa estratégia para avaliar seus custos.
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Essa estratégia não prevê estoques e o número de funcionários é ajustado,
período a período, de forma a se produzir, exatamente, a quantidade da
demanda prevista.
Fazendo esses ajustes em todos os bimestres, teríamos um total de 9
contratações e 8 demissões, cujos custos seriam.
Demissões R$ 3.000,00 x 8 = R$ 24.000,00
Contratações R$ 1.000,00 x 9 = R$ 9.000,00
Custo total da estratégia R$ 33.000,00
Terceira estratégia: Estratégia de Nivelamento por horas extras.
Essa estratégia propõe a manutenção da força de trabalho, produzindo o
necessário para atender a demanda prevista e, quando a produção regular
não atender a demanda, produzir com horas extras. Vamos à tabela.
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Nesta situação, não temos estoques, nem demissões, nem contratações.
Teriam que ser produzidas em horas extras um total de 16.000 peças.
O custo total a ser acrescentado aos custos normais de produção é o
Custo total da estratégia: 16.000 x (2,80 – 2,00) = R$ 12.800,00.
Numericamente, a melhor das três estratégias é a terceira. Entretanto, nossa
hipótese não prevê um número limite de horas extras por período e por
funcionário, legislado conforme a categoria sindical.
Outra observação importante a ser considerada é a questão financeira.
Não foi considerado o custo de capital dos desembolsos antecipados que
poderiam ser postergados. Uma análise mais detalhada deverá considerar
o valor presente de todos os desembolsos antecipados.
A idéia de zerar os estoques também deveria ser melhor analisada. Um
estoque de segurança para cobrir eventuais aumentos de demanda ou
imprevistos na produção é sempre oportuno.
ATIVIDADE PROPOSTA
Com base na empresa utilizada nos exemplos, monte a estratégia de
trabalho, considerando as seguintes alterações: converta os bimestres em
meses, dividindo as previsões de demanda bimestrais por dois:
·Monte a planilha em meses;
·Você terá sempre 14 funcionários produzindo cada um 1.000 peças
por mês;
·Estoque final, em todos os meses, mínimo de 2.000 peças.
·Não deixe ociosidade. Os 14 funcionários deverão produzir o que
conseguirem no mês.
·Caso falte produção, o que certamente irá acontecer, estude duas
alternativas:
I.Contrate funcionários.
II.Contrate horas extras.
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Qual é o custo acima dos custos normais de produção para essas
estratégias (I e II)?
RESPOSTAS
I.(Contratação de 7 funcionários, custo de R$ 7.000,00 e estoque final
de 10.000 peças).
II.(Contratação de 26.000 horas extras, custo de R$ 20.800,00 e estoque
final de 2.000 peças).
Síntese
Vimos, hoje, como administrar a produção para ajustar a capacidade de
produção à previsão de demanda do mercado. Estudamos como variar
produção, horas extras e número de funcionários, de forma a balancear a
produção a fim de atingir os resultados desejados pela empresa.
Na próxima aula, começaremos a ver o que é Planejamento e Controle da
Produção.
Até lá.
Referências
GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da Produção e Operações. 8. ed.
São Paulo: Pioneira, 2001.
MOREIRA, D. A. Introdução à Administração da Produção e Operações.
São Paulo: Pioneira, 1998. (Aula de hoje - ver 215 a 237).
RITZMAN, L. P. ; Krajewski, L. J. Administração da Produção e Operações.
São Paulo: Pearson, 2004.
SLACK N. et al. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.