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Pia Obra de Santa Doroteia 1) A PIA OBRA DE SANTA DOROTEIA E O INSTITUTO DE PAULA FRASSINETTI Trabalho realizado na Província Norte no ano de 1985 por ocasião dos 150 anos da Pia Obra

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Pia Obra de

Santa Doroteia

1) A PIA OBRA DE SANTA DOROTEIA E O INSTITUTO DE PAULA FRASSINETTI

Trabalho realizado na Província Norte no ano

de 1985 por ocasião dos 150 anos da Pia Obra

Page 2: Pia Obra de Santa Doroteia · 2012. 12. 14. · 2 No ano de 1815, os sacerdotes Lucas e Marco dei Conti Passi, de Bergamo, instituíram a Pia Obra de Santa Doroteia que tinha por

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No ano de 1815, os sacerdotes Lucas e Marco dei Conti Passi, de Bergamo, instituíram a Pia

Obra de Santa Doroteia que tinha por finalidade a educação cristã das meninas através de piedosas

senhoras, que vivendo em suas famílias participavam desta associação de caráter eminentemente

pastoral.

SANTA DOROTEIA foi escolhida como patrona da Obra dos Passi porque o seu exemplo

arrastava numerosos pagãos à verdadeira fé. A jovem era tida em Capadócia como um modelo de

virtudes, mas as que mais brilharam em sua vida foram: coragem, constância e zelo, apanágios da

FÉ EM CRISTO.

Numa de suas viagens apostólicas, Lucas Passi passou em Gênova e tendo ouvido falar

sobre a recente comunidade de Paula Frassinetti, dirigiu-se a São Teodoro para “negociar” com

Paula a direção da Pia Obra. Esta forma de apostolado era conhecida por Paula, pois seu irmão

D. José adotava-a em sua paróquia. No fundo, “a educação das meninas de todas as classes

sociais, sobretudo das mais pobres” era precisamente o ideal e a finalidade que levou Paula a iniciar

o seu Instituto. Por isso não só concordou com o Conde Passi em ajudar de todos os modos a Pia

Obra de Santa Doroteia, mas aceitou também que a partir deste dia — 30/11/1835 — ela própria e

as suas companheiras renunciariam ao nome de “Filhas de Santa Fé” passando a ser chamadas

“DOROTEIAS” e se ligariam à Pia Obra em voto.

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2) SANTA DOROTEIA

Segundo o Martirológio Romano, DOROTEIA,

Virgem e Mártir do século III, era natural, de Cesareia da

Capadócia. Nasceu de uma família distinta pelo sangue e,

ainda mais, pela religiosa piedade. Acredita-se que, antes

de seu martírio, seus pais tiveram a ventura de derramar o

sangue e dar a vida por Jesus Cristo.

A virtude da jovem tão conhecida era na cidade e

tanto valor lhe dava que era tida como modelo de todas

as jovens cristãs. Renunciou ao casamento para

consagrar inteiramente seu amor a Jesus Cristo. Por este

motivo era chamada de Esposa de Jesus. A coragem, a

constância e o zelo foram as virtudes que mais brilharam

em Doroteia.

Coragem na denúncia

O governador Saprício, chegando a Cesareia, foi informado do grande mérito de Doroteia, e

houve logo quem lhe dissesse que ela, pelo exemplo, era quem punha obstáculo ao cumprimento

das ordens do Imperador.

Incontinente fê-la prender, e ordenando que a trouxessem perante o seu tribunal,

perguntou-lhe o nome, iniciando o interrogatório de praxe. Depois:

— Por que negas a orar aos deuses do Império? Acaso ignoras que existem a este respeito

ordens expressas dos imperadores?

— Não ignoro os editos imperiais, mas sei também que não se deve adorar senão ao

verdadeiro Deus, que é um só, e o que chamais deuses do Império são “caricaturas” em que os

homens se comprazem para autorizar a devassidão do costumes.

Saprício ficou surpreso diante de uma resposta tão sábia e inesperada e dissimulando a

surpresa, contentou-se em dizer-lhe com tom muito mais suave, que se quisesse evitar a sorte de

seus pais e salvar a vida, cumpria-lhe obedecer.

— Não receio os tormentos, continuou a santa, e o meu maior desejo é dar a vida por aquele

que me remiu com o seu sangue.

— E quem é este por quem tanto desejas morrer?

— É JESUS CRISTO, meu Salvador e meu Deus.

— E onde está esse Jesus Cristo?

— Como Deus, está em toda parte e como homem esta no céu, à direita de Deus Pai, onde

faz a suma felicidade dos que o servem, e onde espero possuí-lo, depois da morte, por toda a

eternidade. É lá o paraíso das delícias, doce pousada dos bem-aventurados. É para lá, Saprício,

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que vos está convidando Jesus Cristo, a vós mesmos, e onde não podeis entrar sem primeiro ser

cristão.

Desprezou o governador o que acabava do ouvir:

— Crê-me, disse ele: — Acaba com tão extravagante ideia, sacrifica-te aos deuses, casa-te,

senão mando-te condenar ao último suplício.

— Tal não permita Deus, responde a jovem, que sendo eu cristã, sacrifique aos demônios, e

que tendo a honra do ser esposa de Jesus Cristo, jamais pense em casar-me.

Zelo apostólico

Saprício, interrompendo-a, manda que a entreguem a duas mulheres chamadas Crista e

Calista (eram duas irmãs que tinham renunciado a Jesus Cristo) lhes prometendo grandes

recompensas se conseguissem perverter a fé de Doroteia. Estas tentaram, por todos os meios

fazê-la cair na apostasia. Mas, aconteceu o contrário: DOROTEIA lhes representou a desgraça em

que estavam com cores tão vivas e tão persuasivas, que tocadas pelas suas exortações,

detestaram a sua vergonhosa fraqueza. Caem de joelhos logo Crista e Calista aos pés de Doroteia

e suplicam que ore por elas para que Deus lhes aceite a penitência. Chamadas pelo governador

para saber se tinham persuadido a Doroteia que se sacrificasse aos deuses responderam que por si

mesmas tinham vivo pesar de tê-lo feito, quanto mais aconselhá-la que o fizesse.

O martírio

Saprício ficou irritado com a resposta das duas irmãs e ordenou que, se não sacrificassem de

novo, seriam lançadas, ligadas pelo dorso, numa caldeira fervente na presença de Doroteia; o que

foi logo executado. Oraram em voz alta a Jesus Cristo que aceitasse este suplício pela sua

penitência, e tiveram a dita do preceder na glória do martírio, aquela que as tinha feito entrar no

caminho da salvação.

Saprício manda que Doroteia seja torturada e que se lhe aplique, os mais desapiedosos

tormentos. Sofreu calma e até alegre o suplício do ecúlio. O mandante do crime admirado

perguntou-lhe:

— Qual a causa de sua alegria?

— É pelo fato de arrancar-vos essas duas almas, que pertenciam a Jesus Cristo, e que

quisestes inolar aos vossos deuses, alegro-me de ver que Deus serviu-se de mim para tão grande

obra. Confio que em breve lá irei no céu gozar com os bem aventurados da alegria de seus santos,

que não terá fim.

Saprício fez com que ela fosse accitada cruelmente e queimada nos lábios com tochas

acessas... Ela continuava alegre, desafiando por assim dizer, a barbaridade do juiz.

Afinal não podendo o tirano sofrer que foste vencido pela constância heróica da jovem

esposa de Jesus, condenou-a a ser decapitada. Ao saber da noticia, assim exclamou: Bendito

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sejais, Senhor, pela graça que me fazeis; agradeço-vos de me terdes concedido um lugar no vosso

paraíso, para onde me chamais.

No momento em que ia sendo conduzido para o lugar do suplício, um jovem advogado, de

nome Teófilo, grande inimigo dos cristãos, para zombar dela disse:

— Peço-vos, esposa de Jesus, que me mandeis algumas flores e frutos do jardim do vosso

esposo, quando lá chegardes.

— Sim, mandarei, foi a resposta.

Chegada ao cadafalso, um lindo menino apareceu-lhe trazendo três maçãs e com as folhas

ainda verdes e um ramalhete de flores e não estávamos em época de frutas... A santa rogou-lhe

que as oferecesse, de sua parte, a Teófilo.

Posta de joelhos, cortaram-lhe a cabeça no dia 6 de fevereiro de 308.

O milagre

Contava Teófilo aos seus amigos como acabava do zombar de Doroteia, quando um menino,

chegando-se a ele, o chama à parte e lhe apresenta as rosas e as maçãs em nome de Doroteia,

e logo desapareceu. Milagre estrondoso: a Capadócia estava coberta de gelo...

Teófilo, sentindo-se de repente mudado, bradou que Jesus Cristo era único, o verdadeiro

Deus e ditosos aqueles que, como Doroteia dão por Ele o seu sangue.

Estrondou por toda a parte a súbita e milagrosa conversão de Teófilo. Interrogaram-no e ele

confessou a fé de Jesus Cristo, publicou altamente o milagre e não tardou em ter parte na glória de

Santa Doroteia, sofrendo generosamente o martírio por Jesus Cristo.

(Textos tirados do opúsculo: Obra Pia de Santa Doroteia, editado em Recife: PE. em 1892)

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3) A PIA OBRA DE SANTA DOROTEIA

Resumo histórico

A Pia Obra de Santa Doroteia foi fundada no ano de 1815 pelos RR, irmãos Lucas e Marco,

dos Condes Passi de Bergamo. Deram-lhe o nome de Santa Doroteia, Virgem e Mártir da

Capadócia, por causa do apostolado exercido por esta santa em favor de duas jovens apostatas

Crista e Calista.

A Obra propagou-se rapidamente na Lombardia, na Suíça, em Veneza, no Piemonte, na Itália

central e em Nápoles. Pelo ano de 1835, foi confiada de ‘modo especial ao nascente Instituto,

fundado pela Venerável Madre Paula Frassinetti (que da dita obra tomou o nome) e aos 19 de maio

de 1841 recebia solene aprovação da Santa Sé com o breve Inter Praecipuas Curas do Papa

Gregório XVI dirigido aos Condes Passi. O mesmo Pontífice com Bula de 13 de julho de 1832,

concedia várias indulgências às Cooperadoras da Pia Obra de algumas dioceses, e Sua Santidade

Leão XIII com outra Bula de 27 de janeiro de 1888 ampliava as ditas indulgências e as estendia a

toda a Pia Obra em geral.

O primeiro manual foi dedicado a S. M. Carolina Augusta, imperatriz da Áustria, Rainha da

Hungria. O Patriarca de Veneza, Tiago, oferecendo o manual à Imperatriz, exprime-se nestes

termos: “A obra que se oferece a Vossa Majestade Imperatriz, Real, Apostólica, é certamente uma

das melhores idealizadas e instituídas para impedir o progresso da corrupção do século”.

Fim

“Escolher em cada Paróquia com aprovação do Pároco algumas senhoras piedosas, que,

auxiliadas por outras de igual virtude tomem cuidado das meninas de todas as condições com o

consentimento dos pais para as instruir, e de um modo suave e fácil informá-las na virtude e

defendê-las dos perigos circunstantes.” (Do Breve de Aprovação de Gregório XVI)

Organização do Apostolado Indireto:

• Sendo a Obra exclusivamente paroquial, é seu Diretor o Pároco. A ele compete a escolha das

Cooperadoras e a divisão dos grupos; preside as reuniões mensais, que deverão ser sempre em

dia determinado, dependendo da assiduidade das cooperadoras todo bom resultado.

• A Zeladora-Geral é escolhida entre as senhoras mais respeitáveis da Paróquia. Toca-lhe, de

acordo com o Vigário, escolher as Zeladoras e Vice-Zeladoras. De modo especial compete-lhe a

correção daquelas meninas mais rebeldes aos avisos das Vice-Zeladoras. Deve estar sempre

atualizada com o movimento e deverá possuir aqueles dotes que lhe atraiam a estima e o afeto

das Cooperadoradoras: uma vida exemplar, prudência, zelo, doçura e, sobretudo amor à Pia

Obra. No desempenho de seu cargo será coadjuvada por uma Vice-Zeladora Geral.

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• As Secretárias são as Irmãs de Santa Doroteia — Em virtude do voto que fazem a Deus de

cultivar e promover a Pia Obra, esta tornou-se de caráter de especial estabilidade. As Irmãs

Doroteias acham sempre meios de sustentá-la, de animar os Párocos e as Cooperadoras e

tomam o cuidado de compilar os Catálogos, dando uma cópia ao Diretor e outra a Zeladora

Geral; lavram as atas das reuniões mensais registrando os fatos mais importantes e no fim do

ano preparam o espelho geral do Centro para ser apresentado ao Ordinário do lugar na Reunião

Geral. A assiduidade das Irmãs à reunião mensal é um poderoso estímulo para que as

Cooperadoras intervenham também pontualmente mensais à Pia Obra.

Direto:

• Já de certa idade e com mais experiência da vida, as Zeladoras servem de guia ‘e sustentam as

jovens Vice-Zeladoras, das quais procurarão ter contínuas informações sobre as meninas que

lhes são confiadas, enquanto de sua parte se empenharão em conhecer cada uma delas com o

fim de animá-las com os seus conselhos nas diversas necessidades que possam ocorrer.

Juntamente com as Vice-Zeladoras poderão acompanhar as meninas à Igreja e ajudá-las a se

preparar para bem receber os Sacramentos, sobretudo quando pela primeira vez se devem

aproximar do Banquete Eucarístico.

• As Vice-Zeladoras exercem o ofício mais delicado e espiritualmente mais importante da Pia

Obra. O seu primeiro cuidado deve ser o de conhecer as meninas, afeiçoar-se-lhes, porque o

fruto desta Obra está todo no AMOR: amor de Deus, amor das Vice-Zeladoras para com as

meninas, amor das meninas para com as suas Vice-Zeladoras.

São deveres da Vice-Zeladora:

• coadjuvar o pároco em todas as suas iniciativas, conduzindo nos dias festivos as meninas à

Santa Missa, preparando-as para receber, como convém, os Sacramentos, ensinando-lhes o

catecismo e, conforme a idade encaminhá-las para uma associação já existente na paróquia.

• duas Vice-Zeladoras estão escaladas para cada um dos grupos em que estão divididas as

meninas para zelar sobre elas na rua, fábrica ou escola, acompanhando-as nas suas várias

manifestações juvenis. Encontrando-as, interroga-as sobre a frequência aos Sacramentos e

ao Catecismo Paroquial, afasta-as das más companhias, procura evitar que estejam paradas

nas ruas e se ponham em contato com pessoas de outro sexo; oferece-lhes boas leituras a

fim de desviá-las daquelas que poderiam lentamente envenenar-lhes o espírito. Na época da

matrícula escolar, persuade-as a preferir as escolas onde se respeita a religião, a virtude e a

moral.

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Meios de que se serve a Pia Obra

Encontros:

Os encontros das Vice-Zeladoras com as meninas são recomendados de modo especial pela

Pia Obra.

Dado à vizinhança de habitação, será fácil encontrar-se muitas vezes a Vice-Zeladora com as

meninas do seu grupo, o qual não deve ter mais de dez, a fim do se tornar mais fácil e eficaz seu

trabalho.

Oratório festivo:

O Oratório é valioso auxílio para as Cooperadoras da Pia Obra e um meio fácil para cultivar a

piedade e conseguir eficazmente o alto fim a que se propõe. Seria desejável que fosse posta à

disposição do Oratório uma capela. Aí deveria estar sempre um sacerdote para confessar as

meninas e durante a Missa não haveria de faltar uma explicação do Evangelho adaptada à idade

das crianças.

Os Recreatórios:

A Pia Obra se serve deste meio para conseguir seu ideal de preservar do mal jovens e

crianças.

São sempre as Cooperadoras que ajudam ao Pároco, prestando-se de boa vontade para

vigiar as crianças durante os jogos a fim de que lhes sirva de proveito físico e moral.

Nos lugares destinados às recreações, se porão alguns dísticos com mensagens.

As Irmãs Doroteias não podem evidentemente assumir parte ativa em todos os oratórios

festivos: a sua cooperação limita-se a estabelecê-los segundo as normas da Pia Obra, deixando

depois a direção e o exercício ao zelo das senhoras Zeladoras e Vice-Zeladoras.

(Do “Pequeno Manual da Pia Obra de Santa Doroteia”— Impressa Poliglota do Vaticano — 1922)

4) PLANO DA PIA OBRA

ORIGEM

1815 - Fundadores – Lucas e Marco Passi

1835 - Incorporada ao Instituto de Santa Doroteia

1841 - Aprovação solene – Gregório XVI

Berço - Bergamo

FIM Proteger do mal e cultivar no bem os corações infantojuvenis.

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APOSTOLADO

Indireto

Direto

Pároco

Zeladora (Mor)

Secretárias (Irmãs)

Zeladoras

Vice-Zeladoras

• Escolher as cooperadoras;

• Dividir os grupos;

• Preside: às reuniões.

• Estar a par do movimento da Pia Obra;

• Corrigir as meninas mais rebeldes;

• Edificar com sua vida exemplar.

• Compilar os Catálogos;

• Lavrar as atas;

• Estimular a propagação da Pia Obra;

• Visitar os Centros.

• Guiar e orientar as Vice-Zeladoras;

• Auxiliar as Vice-Zeladoras no desempenho de seus deveres.

A G I R COM E P O R A M O R

Alimentar a piedade das meninas

Evitar perigos

• levando-as à Santa Missa; • ensino de Catecismo; • preparação à 1a Comunhão e aos

sacramentos; • ingressando-as nas Congregações.

• das más leituras;

• das más companhias;

• das escolas leigos.

MEIOS • Encontro – Vice-Zeladoras com as meninas; • Oratórios festivos – Local dos exercícios de piedade; • Recreatórios – Divertimentos inocentes.

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5) A PIA OBRA DE SANTA DOROTEIA NAS CONSTITUIÇÕES DE 1851 3a parte – Cap. III

A Pia Obra consiste em um caridoso zelo e vigilância exercido pelo Pároco, Irmã Doroteia,

senhoras e jovens dirigido às meninas mais necessitadas. (Plano Resumido, 3)

“Sejam muito solícitas em informar-se se há na paróquia meninas más e abandonadas, e

destas, como as mais necessitadas de ajuda, se tenha particular cuidado, procurando por todos os

modos fazê-las inscrever SE na Pia Obra; igualmente, que dela não se excluam, em caso que não

tenha outra solução, a fim de que, por quanto é da sua parte, que nenhuma venha a extraviar-se do

redil do Divino Pastor.” (Parte 3a

Cap. III no 27)

Pontos de destaque:

• As Irmãs do Instituto devem ser a alma da Pia Obra no 1.

• A Pia Obra está sintetizada no método e funciona como uma “máquina” onde as partes são

condicionadas para um só fim, no 4.

O desempenho de cada uma das partes é considerado essencial, 7 a 12.

Podemos representar num gráfico “a máquina” da Pia Obra na Paróquia:

Diretor – Pároco

Secretária – Uma Irmã Doroteia

Zeladora-Mor – uma senhora de virtude

Companhias

1 Zeladora 2 Vices

1 Zeladora 2 Vices

1 Zeladora 2 Vices

1 Zeladora 2 Vices

MENINAS

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• As Irmãs funcionam como SECRETÁRIAS DA PIA OBRA.

A Secretária-Geral coordena as Secretárias das paróquias.

Encargos da Secretária-Geral (chave de comunicação e informação):

• Reuniões com as Irmãs-Secretárias das Paróquias;

• Participação das reuniões gerais da Zeladora-Mor com as Zeladoras que se farão nas Casas

do Instituto;

• Comunicação de notícias às Secretárias das Paróquias;

• Participação de reuniões particulares nas diversas paróquias;

• Cada ano dará o quadro geral da Pia Obra ao Bispo e à Superiora;

• Preside às reuniões mensais na ausência do Pároco;

• Registro de acontecimentos significativos;

• Registro dos dados das meninas. no 15 a 24;

• Registro dos dados das meninas.

• Algumas regras relativas à Pia Obra

• Não se fala com os parentes a respeito dos defeitos das meninas.

• Cuidado para que a Pia Obra não se torne pesada e insuportável. Mantenha a simplicidade

no que é essencial.

• Não confundir a Pia Obra com o catecismo. Ela é simplesmente correção fraterna facilitada e

reduzida a método.

• Tenha-se grande solicitude em preparar jovens para assistentes (vice-zeladoras), no 31.

• Preparo das Irmãs para o apostolado Pia Obra - no 32.

• Modo de conquistar os corações para Deus. - no 33.

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6) O VOTO DE PROMOVER A PIA OBRA DE SANTA DOROTEIA

PAULA, assumindo direção da Pia Obra de Santa Doroteia naquele histórico 30/11/1835,

demonstrou que considerava aquele apostolado conforme os seus desejos e aceitando-o, daria

impulso ao seu nascente Instituto. Aceitou a mudança do nome: renunciariam ao nome de “Filhas

da Santa Fé” e passariam a ser chamadas “Doroteias”. Considerou a Pia Obra como “primeiro e

principal meio a que se propõe o Instituto para obter o seu fim” (Const. Plano Resumido 3). E

decidiu também que suas religiosas se obrigassem com voto a trabalhar nela. Assim, foi

acrescentado um quarto voto aos três considerados essenciais da vida religiosa.

Como nos dias de hoje não se pode exercer a função da Pia Obra em sua forma primitiva,

este quarto voto não mais existe.

Em junho de 1965, as Superioras Provinciais reunidas em Roma para estudarem o trabalho do

aggiornamento das Constituições, decidiram pedir à Sagrada Congregação dos Religiosos a

dispensa do quarto voto — “o do promover a Pia Obra de Santa Doroteia”. O protocolo da petição

leva o no 7 698/65. Pelo Rescrito do 31/03/1965 foi concedida a dispensa do quarto voto às novas

professandas e, pelo de 13/03/1965 foi concedida a dispensa do quarto voto às Irmãs que o

emitiram e que, agora, não podendo vivenciá-lo na forma primitiva, desejam ser dispensadas.

Se a Obra de Santa Doroteia como um todo, com a sua estrutura originária já não existe,

continuam, porém, com perene atualidade os seus elementos constitutivos:

• trabalho paroquial, realizado em estreita colaboração pela religiosa com os leigos sob a

direção do pároco;

• assistência, formação espiritual, moral, cultural e profissional das crianças e das jovens

mais necessitadas;

• utilização dos meios mais oportunos segundo as circunstâncias.

Daqui deriva, por conseguinte, a possibilidade e o empenho de revitalizar, dando-lhe uma forma

nova com estrutura “adaptadas às exigências dos tempos e dos lugares” (Cfr. Doc. VII do Capítulo XIII)

No dizer de Pio XII, a Pia Obra de Santa Doroteia foi “mensageira e precursora da Ação

Católica”.

Em linguagem moderna, podemos defini-la como preparação dos leigos para o apostolado.

1. A Pia Obra teve seu período áureo no Brasil. Faça uma pesquisa nos arquivos de Manaus,

Belém e São Luís sobre documentos da Pia Obra e remetam o que achar interessante —

Breve de aprovação, folhetos, fotografias, catálogos, atas, etc. — para a Casa Provincial a

fim de que seja elaborado ainda este ano um documento:

“A Pia Obra de Santa Doroteia no Brasil”

2. Detectar a presença do “espírito da Pia Obra” nos setores de evangelização que

assumimos hoje (Diretivas. no 18 )

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7) A OBRA DE SANTA DOROTEIA Declaração do Capítulo Geral XIII — Roma — 1966

1. O Decreto Perfectae Caritatis traça uma clara diretiva para a atualização das obras

próprias de cada Congregação:

“Mantenham e realizem fielmente os Institutos as obras que lhes sejam

próprias e acomodem-nas, tendo em conta a utilidade da Igreja universal

e das dioceses, às necessidades dos tempos e lugares, provendo-se de

novos e oportunos meios, deixando de lado aquilo que hoje menos

corresponde ao genuíno espírito e natureza do Instituto”.

A definição de Obra de Santa Doroteia encontra-se nas nossas Constituições, no 280:

“Esta Obra de apostolado consiste em assistir, fora da Casa religiosa, às

crianças e jovens espiritualmente mais necessitadas, aproximando-se

delas e acompanhando-as no seu ambiente, especialmente de trabalho,

por meio de cooperadoras leigas oportunamente preparadas pelas

próprias Irmãs”.

Desta definição se conclui natureza da Obra:

a) apostolado externo;

b) apostolado de leigos em favor de leigos;

c) formação destes apóstolos, leigos, orientada pelas Irmãs.

2. Os Documentos Conciliares põem bem em evidência a justa autonomia das realidades

terrestres e dão aos leigos a consciência da sua vocação específica na Igreja da sua posição

apostólica nos mundos de maneira que em muitos meios eles constituem a presença da Igreja e

ninguém os pode substituir:

“O apostolado do meio social, isto é, empenho em informar de espírito

cristão a mentalidade e os costumes, as leis e as estruturas da

comunidade em que se vive, incumbência e encargo de tal modo próprios

dos leigos que nunca poderão ser plenamente desempenhados por

outros”. (AA 13)

3. Com a “fidelidade” ao carisma da Fundadora, requerida pela Igreja, pertence-nos, nesta

hora de renovação pastoral, ir à fonte do nosso genuíno espírito e reacender em cada uma de nós

aquela chama de zelo apostólico que é a característica dos primórdios e da história da nossa

Congregação. Não só isto, mas pertence-nos, ainda:

a) descobrir as “necessidades dos tempos e dos lugares” para desenvolver, em relação a estes, o

nosso trabalho apostólico;

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b) Servir-se de “novos e oportunos meios” para atingir os nossos objetivos e ‘sermos filhas

genuínas da Igreja, como era a nossa Madre Fundadora.

4. Necessidades dos tempos

a) A evangelização é, sem dúvida, uma das mais urgentes da Igreja, por causa do

naturalismo que invade a sociedade, as instituições, a mentalidade e a vida humana;

b) A socialização, tendência intensificada e estimulada pelos meios de comunicação

social, hoje intensamente sentida e expressa nas “atividades de grupo” de várias

naturezas, que vão desde o âmbito de uma aldeia ou de cidades, ao âmbito nacional

e internacional. Diz o P. Lombardi, S.J.:

“O homem está de tal modo inserido na comunidade, que não se pode

santificar fora dela: devemos tornar comunitária a realidade religiosa”.

c) A promoção social das classes subdesenvolvidas é outra realidade que exige a

presença da Igreja;

d) A emancipação da mulher, que tende a ter direitos iguais aos do homem, embora

conservando as características particulares da sua constituição biopsicológica

feminina; isto exige que se lhe dê uma orientação segura, para que não se extravie ao

assumir estas novas posições.

5. Necessidades dos lugares

Existe uma variedade muito grande, conforme os países e as localidades, que

impõe uma atividade apostólica correspondente. Esta organizar-se é:

a) no âmbito das paróquias, quer urbanas, quer rurais, de pobres ou de ricos, com

população densa ou dispersa, etc.;

b) em nível diocesano ou regional;

c) no âmbito nacional e internacional.

6. Emprego de meios oportunos

Para adaptar a Obra de Santa Doroteia, como meio correspondente aos nossos

tempos, às múltiplas necessidades atuais, em todas as regiões, considera-se oportuno:

a) aplicá-la não só às crianças, mas às pessoas necessitadas espiritualmente e

dar maior interesse e desenvolvimento à formação apostólica do laicato

feminino, juvenil e adulto;

b) realizá-la em dois níveis:

• individual;

• comunitário: “comunidade de base”, paróquia, diocese, região, nação;

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c) inseri-la na estrutura própria de qualquer setor comunitário, assumindo o

método de trabalho que lhe for próprio, para conseguir, quer direta quer

indiretamente, que os leigos da comunidade se tornem apóstolos entusiastas;

d) fazê-la trabalhar como pioneira na organização comunitária, onde esta ainda

não exista;

e) fazê-la entrar na “Pastoral de Conjunto”.

7. São estas as perspectivas que o Capítulo Geral XIII abre, para uma “fidelidade renovada”

ao espírito apostólico da Madre Fundadora, a qual, abraçando a Obra de Santa Doroteia,

“inteiramente conforme aos seus desígnios”, compreendeu, com visão profética, como seria

importante formar leigos apóstolos. E como, nos primórdios da Congregação nascente, esta Obra,

segundo a expressão da própria Madre Fundadora, foi “o meio de que Deus se serviu para

dilatarmos a nossa ação em proveito das almas”, assim também em nossos dias, ela continua a ser

um meio oportuno com que a Congregação correspondendo à sua vocação apostólica, vai ao

encontro das necessidades da Igreja e do mundo.

8. Dada a urgência atual de haver apóstolos leigos bem formados para a “sacralização da

ordem temporal”, o espírito da Obra de Santa Doroteia deve estar presente em todas as formas de

apostolado da nossa Congregação.

9. As Irmãs que trabalham na Obra de Santa Doroteia, assim entendida, procurem:

a) intensificar muito a sua vida de oração e aprofundar a teologia da vida religiosa, a

fim de que o primeiro elemento de formação que oferecem aos leigos seja o

testemunho de uma fé viva e de uma caridade sincera, de uma autêntica fidelidade

ao espírito da Igreja e vida religiosa;

b) estudar, profundamente, os documentos conciliares para lhes assimilar o Espírito.

De modo especial estudem aqueles que se referem à formação e ao apostolados

dos leigos;

c) esforçar-se por conhecer, mediante um prudente mas fraternal diálogo com os

leigos, o seu modo de pensar, de sentir, as suas aspirações, o seu gênero de vida,

a sua mentalidade religiosa, visto que a ação apostólica parte das “realidades

concretas” em que eles vivem; isto concorrerá certamente para maior eficácia de

trabalho, ao mesmo tempo que há de completar a formação, a preparação

específica das Irmãs;

d) orientar os leigos para que, nas diversas formas e modalidades do apostolado único

da Igreja, que se deve ir adaptando continuamente às novas necessidades dos

tempos, se tornem verdadeiros cooperadores de Cristo, trabalhando sempre na

obra do Senhor com plena consciência de que o seu trabalho não é em vão no

Senhor”. (AA 33)

OBS. — Esta declaração da Obra de Santa Doroteia está relacionada ao sétimo subtema do

XIII Capítulo Geral (1966) apresentado pela Província Brasil-Nordeste, na pessoa da Superiora

Provincial de então — Ir. Maria José Torres.

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