petição inss - menor impúbere

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Dr. Jardel Nilton Siqueira OAB/MG 135.259 EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL, DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE PARACATU/MG. URGENTE – Natureza Alimentar PRIORIDADE – Pessoa Portadora de Doença Grave Justiça Gratuita (NOME), brasileiro, menor impúbere, nascido em 10(dez) de julho de 2012(dois mil e doze), natural de Paracatu/MG 1 , inscrito no CPF/MF sob nº 020.407.616-16, portador da carteira de identidade (RG) nº MG-20.062.883 SSP MG 2 , residente e domiciliado à Rua Maria M. Silva, Casa nº 10, Bairro Cidade Nova II, Cidade de Paracatu, Estado de Minas Gerais, CEP 38.600-000 3 , neste ato representado por 1 Cópia da Certidão de Nascimento do REQUERENTE, matrícula (número), anexa, doc.3 2 Cópia da Carteira de Identidade Civil (RG) do REQUERENTE, anexa, doc.1 3 Cópia do comprovante de residência do REQUERENTE, anexa, doc.2 Escritório à Rua Tocantins, nº 54, bairro Bela Vista – Unaí/MG CEP 38.610-000. Endereço virtual: [email protected] e telefones (38)9803-9286 e (61)8125-5520.

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Modelo de Petição de Requerimento de Benefício Assistencial à menor impúbere portador de deficiência física. Ação movida contra o INSS.

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Dr. Jardel Nilton SiqueiraOAB/MG 135.259

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL, DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE PARACATU/MG.

URGENTE – Natureza AlimentarPRIORIDADE – Pessoa Portadora de Doença GraveJustiça Gratuita

(NOME), brasileiro, menor impúbere, nascido em 10(dez) de julho de

2012(dois mil e doze), natural de Paracatu/MG1, inscrito no CPF/MF sob nº

020.407.616-16, portador da carteira de identidade (RG) nº MG-20.062.883 SSP MG2,

residente e domiciliado à Rua Maria M. Silva, Casa nº 10, Bairro Cidade Nova II,

Cidade de Paracatu, Estado de Minas Gerais, CEP 38.600-0003, neste ato representado

por seus genitores, (NOME DO PAI), pai, Assistente Administrativo, nascido em 22 de

setembro de 1968, natural de Paracatu/MG, filho de (filiação), inscrito no CPF/MF sob

nº (CPF)4, portador da carteira de identidade (RG) nº (RG)5 e da CTPS nº (CTPS) série

0050/MG DRT MG Paracatu/MG6, e (NOME DA MÃE), mãe, nascida em 16 de março

de 1973, natural de Sete Lagoas/MG, filha de (filiação), inscrita no CPF/MF nº (CPF),

portadora da carteira de identidade RG (RG)7 e da CPTS nº (CTPS) série 114/MG DRT

1 Cópia da Certidão de Nascimento do REQUERENTE, matrícula (número), anexa, doc.32 Cópia da Carteira de Identidade Civil (RG) do REQUERENTE, anexa, doc.13 Cópia do comprovante de residência do REQUERENTE, anexa, doc.24 Cópia do comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoa Física – CPF/MF de (nome do pai), anexa, doc.95 Cópia da Carteira de Identidade Civil (RG) de (nome do pai), anexa, doc.16 Cópias das páginas de 6 à 9 (Qualificação Civil) da CTPS de (nome do pai), anexas, docs.4/67 Cópia da Carteira de Identidade Civil (RG) de (nome da mãe), anexa, doc.1

Escritório à Rua Tocantins, nº 54, bairro Bela Vista – Unaí/MG CEP 38.610-000.Endereço virtual: [email protected] e telefones (38)9803-9286 e (61)8125-5520.

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Paracatu/MG8, ambos brasileiros, maiores e capazes, casados9, entre si, sob regime de

comunhão parcial de bens, por seu advogado10, que ao final subscreve e assina, cujo

endereço para intimações e notificações consta no rodapé desta página, vêm, à ilustre

presença e Vossa Excelência, com todo respeito e acatamento devido, propor a presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO

CONTINUADA, COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,

pessoa jurídica de direito público, com endereço à Rua Josino Valadares, nº 25 Centro,

nesta Cidade de Paracatu, Estado de Minas, CEP 38.600-000, pelos motivos de fato e

de direito adiante delineados.

1 PRELIMINARES

1.1 JUSTIÇA GRATUITA

O REQUERENTE é menor impúbere, sem qualquer patrimônio ou renda

pessoal, absolutamente dependente de seus genitores, os quais não possuem condições

financeiras de arcar com as custas processuais e eventuais ônus de sucumbência sem

que venha a ser comprometido o sustento familiar, conforme firmam declaração11 de

pobreza para fins processuais.

1.2 PRIORIDADE PROCESSUAL

O REQUERENTE é portador de doença rara e grave, conforme atestam os

relatórios médicos anexos12, em especial aquele emitido pelo Dr. Luzimar Bruno Farias,

em que o especialista assevera que “Miguel Felipe hoje com 18 meses tem histórico de

ter nascido com uma doença rara e grave (...)”. Portanto se requer o benefício da

prioridade processual, nos termos do artigo 1.211-A do vigente Código de Processo

Civil.

8 Cópias das páginas de 6 à 9 (Qualificação Civil) da CTPS de (nome da mãe), anexas, docs.7/89 Cópia da Certidão de Casamento de (nome do pai) e (nome da mãe), anexa, doc.1010 Procuração anexa, doc.1111 Declaração de Pobreza para Fins Processuais anexa, doc.1212 Relatórios Médicos anexos, docs. 13/16

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2 FATOS E FUNDAMENTOS

Estabelece a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo

203, que a assistencia social será prestada a quem dela necessitar independentemente de

contribuição à seguridade social, pelo que, dentre seus objetivos, no inciso V do artigo

mencionado, firma a garantia, nos termos a lei, de “um salário mínimo de benefício à

pessoa portadora de deficiência” que comprove “não possuir meios de prover à

própria manutenção ou de tê-la provida por sua família”.

Para a efetividade do dispositivo constitucional, nasceu a Lei 8.742, de 07

de dezembro de 1993, que em seus artigos 2º, I, e, e 20 caput, como não poderia deixar

de ser, regula o comando maior, garantindo a assistência social pecuniária mensal no

valor de um salário mínimo, através de um Benefício de Prestação Continuada, cuja

concessão se encontra sujeita a dois requisitos básicos, os quais: ser a pessoa do

beneficiário portador de deficiência ou idoso e não ter condições de prover a própria

manutenção ou tê-la provida por sua família.

2.1 DO REQUERIMENTO DO BENEFÍCIO E SUA NEGATIVA

O REQUERENTE, pessoa portadora de deficiência, conforme

demonstrado no item 2.2 a seguir, e em estado de miserabilidade social, conforme

demonstrado no item 2.3 em frente, buscando fazer valer seu direito constitucional de

amparo assistencial, requereu em 26 de março de 2013, às 13h48min, junto ao

REQUERIDO o “Benefício de Prestação Continuada a Pessoa com Deficiência”,

previsto na Leio Orgânica de Assistência Social – LOAS, em seu citado artigo 20,

conforme faz prova Termo de Requerimento13 anexo.

O requerimento em comento restou identificado no sistema informatizado

do REQUERIDO sob “número do benefício: 7001690792”.

Contudo, o REQUERIDO injustamente indeferiu o requerimento

protocolado pelo REQUERENTE proferindo decisão14, em 16 de abril de 2013,

presente no sistema informatizado da autarquia previdenciária, na qual consta como

motivo do indeferimento o fator renda per capita familiar.

13 Cópia do Termo de Requerimento de Benefício de Prestação Continuada a Pessoa com Deficiência, anexa, doc. 22 (fls. 1/2)14 Impressão da página do sistema informatizado DATAPREV que consta o despacho de indeferimento on-line do benefício nº 7001690792 NOME, anexa, doc. 23

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Tal decisão fora comunicada ao REQUERENTE através da

“COMUNICAÇÃO DE DECISÃO”15 que trouxe a informação do indeferimento sob

motivo de que a “renda per capita familiar é igual ou superior a 1/4 (um quarto) do

salário mínimo vigente na data do requerimento”.

Deste modo, o REQUERENTE se viu obrigado a buscar as vias judiciais

para vindicar o Benefício Assistencial que lhe é devido, para tanto se faz necessário

demonstrar a sua situação fática quanto ao preenchimento de tais requisitos, conforme

faremos adiante.

2.2 DA CONDIÇÃO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Para fins de concessão do previsto benefício assistencial de prestação

continuada, estabeleceu a lei de regência, em seu art. 20, §2º, que “considera-se pessoa

com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física,

mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem

obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com

as demais pessoas”.

No caso em comento, em relatório, o Médico Pediatra Intensivista, Dr.

Luzimar Bruno Ferreira, atestou que o REQUERENTE é “portador de Esquizencefalia

bilateral, acompanhada de Hidrocefalia com necessidade de derivação ventrículo

peritoneal” e que “apresenta retardo do desenvolvimento neuropsicomotor”16.

O especialista mencionado atestou17, ainda, que o REQUERENTE:

… tem histórico de ter nascido com uma doença rara e grave a qual a acomete o sistema nervoso central, trazendo um importante atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, tais como crescimento e desenvolvimentos prejudicados, necessitando de fisioterapia motora e respiratória, aumento de líquor no sistema nervoso central. Já necessitou de cinco intervenções cirúrgicas para colocação de

15 Cópia da Comunicação de Decisão destinado a NOME, quanto ao indeferimento do benefício nº 700.598.071-0, anexa, doc. 2416 Relatório Médico datado de 27/09/2012, cópia anexa, doc. 13 17 Relatório Médico datado de 01/07/2013, cópia anexa, doc. 14

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DVP (derivação ventrículo peritoneal) Faz uso de anticonvulsionantes...

Tal diagnóstico é corroborado pelo Relatório Médico18 de lavra do

Neurocirgião, Dr. Leopoldo Mandic F. Furtado, datado de 07/08/2013, que, dentre

outras informações, assim consigna: “Informo que o paciente NOME possui

hidrocefalia congênita”.

De mesmo modo diagnosticou a Médica Pediatra, Dra. Marízia Soares da

Silva, que em seu relatório, dentre outras coisas, com relação ao REQUERENTE,

asseverou: “Nasceu com hidrocefalia extrema”.19

O mesmo diagnóstico médico pode ser verificado no “Sumário de Alta

Hospitalar”20, do Instituto Biocor, assinado pelo Dr. Clayton Lucas da Silva Lopes,

referente à passagem do REQUERENTE por aquela unidade em 24/12/2012, onde no

motivo da internação, dentre outras informações, registra-se: “PACIENTE PORTADOR

DE HIDROCEFALIA”. Bem como, no campo “CID Alta”, registrou-se: “G910-

HIDROCEFALIA COMUNICANTE”.

Tais informações se repetem nos sumários de alta21 referentes a posteriores e

quase mensais passagens de internação do paciente.

Quanto à condição do REQUERENTE de pessoa com deficiência,

conforme definição legal, para fins de concessão do benefício ora pretendido, evidente

não restar dúvidas neste tocante, tanto que o próprio REQUERIDO, em todas as suas

comunicações de decisão22, ao indeferir o benefício traz como único motivo a questão

da renda familiar superior ao limite legal para concessão.

Deste modo, resta que conforme asseverou a própria autarquia

previdenciária, o único motivo para a negativa fora o limite de renda per capita familiar,

este que trataremos no tópico adiante, não restando dúvidas quanto à condição do

18 Relatório Médico datado de 07/08/2013, cópia anexa, doc. 1519 Relatório Médico datado de 23/11/2012, cópia anexa, doc. 1620 Sumário de Alta Hospitalar, datado e 30/12/2012, cópia anexa, doc. 1721 Sumários de Alta Hospitalar, datados de 21/01/2013, 25/02/2013, 21/08/2013 e 08/09/2013, cópias anexas, docs. 18 à 2122

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REQUERENTE de pessoa com deficiência para os fins legais de concessão do

benefício pretendido.

2.3 DA AUSÊNCIA DE MEIOS DE PROVER A PRÓPRIA

MANUTENÇÃO E DE TÊ-LA PROVIDA POR SUA FAMÍLIA

Diz o artigo 20, da Lei Ordinária Federal nº 8.742, de 07 de dezembro de

1993:

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. § 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.(...)§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.

Contudo, no que tange especialmente o parágrafo 3º supra transcrito,

verifica-se que sua inconstitucionalidade fora reconhecida pelo Supremo Tribunal

Federal nos autos da Reclamação nº 4374, em julgado do dia 18/04/2013, cujo acórdão

de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, onde em seu voto condutor deixou assentado,

dentre outras coisas que:

Portanto, além do já constatado estado de omissão

inconstitucional, estado este que é originário em relação à edição da LOAS

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em 1993 (uma inconstitucionalidade originária, portanto), hoje se pode

verificar também a inconstitucionalidade (superveniente) do próprio

critério definido pelo § 3º do art. 20 da LOAS. Trata-se de uma

inconstitucionalidade que é resultado de um processo de

inconstitucionalização decorrente de notórias mudanças fáticas

(políticas, econômicas e sociais) e jurídicas (sucessivas modificações

legislativas dos patamares econômicos utilizados como critérios de

concessão de outros benefícios assistenciais por parte do Estado

brasileiro).

Deste modo, resta que o critério da renda per capita não deve ser jamais o

único balizar de aferição da condição de miserabilidade para fins de concessão do

benefício assistencial com estampa constitucional. Ainda, que se considerarmos esse

único e frio critério objetivo previsto na Lei Ordinária 8.742/1993, resta que o limitador

de renda per capta inferior a ¼ do salário mínimo já não se presta a tal função visto que

inconstitucional, imoral e injusto, tanto do ponto de vista jurídico, quanto politico,

econômico e social.

2.3.1 Critérios Legais Supervenientes de Aferição da Carência

Financeira

Em que pese a norma de regência traga estampado o critério de renda per

capita não superior a ¼ do salário mínimo para aferição da condição de miserabilidade

econômica, há de se ressaltar que tal norma data do início da década de 90, ainda no

século passado. De lá para cá o pais passou por inúmeras transformações políticas,

sociais e econômicas. Vejamos as palavras do Ministro Gilmar Mendes, em seu voto

condutor na RCL 4374/PE, sobre o tema:

A decisão do Tribunal foi proferida no ano de 1998, poucos anos após a edição da LOAS (de 1993), num contexto econômico e social específico. Na década de 1990, a renda

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familiar per capita no valor de ¼ do salário mínimo foi adotada como um critério objetivo de caráter econômico-social, resultado de uma equação econômico-financeira levada a efeito pelo legislador tendo em vista o estágio de desenvolvimento econômico do país no início da década de 1990. É fácil perceber que a economia brasileira mudou completamente nos últimos 20 anos. Desde a promulgação da Constituição foramrealizadas significativas reformas constitucionais e administrativas, com repercussão no âmbito econômico, financeiro e administrativo. A inflação galopante foi controlada, o que tem permitido uma significativa melhoria da distribuição de renda. Os gastos públicos estão hoje disciplinados por Lei de Responsabilidade Fiscal, que prenuncia certo equilíbrio e transparência nas contas públicas federais, estaduais e municipais. Esse processo de reforma prosseguiu com a aprovação de uma reforma mais ampla do sistema de previdência social (Emenda 41, de 2003) e uma parcial reforma do sistema tributário nacional (Emenda 42, de 2003). Nesse contexto de significativas mudanças econômico-sociais, as legislações em matéria de benefícios previdenciários e assistenciais trouxeram critérios econômicos mais generosos, aumentando para ½ do salário mínimo o valor padrão da renda familiar per capita.

Como destacado no voto transcrito, diversas leis supervenientes no trato da

causa social se utilizaram de critérios mais generosos para a aferição da miserabilidade

econômica, prevalecendo um balizar de renda de ½ salário per capita para tal fim,

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dentre as quais, emblemático o parágrafo 2º, do artigo 2º, da Lei Ordinária Federal nº

10.689, de 13 de junho de 2003, que criou o Programa Nacional de Acesso à

Alimentação – PNAA, ao assim asseverar: “Os benefícios do PNAA serão

concedidos, na forma desta Lei, para unidade familiar com renda

mensal per capita inferior a meio salário mínimo”23.

Deste modo, visto que o REQUERENTE é totalmente inapto ao labor,

além de não possuir idade para tal, e não aufere qualquer renda ou possuí qualquer

patrimônio, resta que jamais conseguiria subsistir por seus próprios meios.

Assim, analisaremos a família do REQUERENTE quanto as suas condições

de miserabilidade econômica e social.

2.3.2 Composição Familiar

A família do REQUERENTE é composta por 04(quatro) pessoas, a saber:

o NOME, menor impúbere, 02(anos) de idade, pessoa portadora de

deficiência – REQUERENTE;

o MARIA VICTÓRIA DA SILVA FERREIRA24, menor

impúbere, 08(oito) anos de idade - IRMÃ consanguínea bilateral

do REQUERENTE;

o (nome do pai), 45(quarenta e cinco) anos – PAI do

REQUERENTE; e

o (nome da mãe), 41 (quarenta e um) anos – MÃE do

REQUERENTE.

2.3.3 Renda Familiar

A família do REQUERENTE, antes de seu nascimento era composta com

apenas 03(três) membros, sendo os cônjuges e a então única filha. Sobreviviam da soma

da renda do casal, sendo que a cônjuge virago trabalhava de forma assalariada auferindo

mensalmente 01 (um) salário mínimo.

23 Sem grifos no original.24 Cópia da Certidão de Nascimento de MARIA VICTORIA DA SILVA FERREIRA, anexa, doc. 25

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Acontece que com o nascimento do pequeno Miguel, ora REQUERENTE,

toda a situação financeira e social da família viria a se alterar.

Nasceu, o REQUERENTE, portador de doença rara, dependente de

cuidados médicos constantes e acompanhamento em tempo integral, conforme se

verifica dos relatos médicos anexos. Vejamos.

Dra. Daniellle Melard N. Rocha, CRM MG 54424:

O lactante NOME é portador de Esquizoencefalia bilateral, acompanhada de hidrocefalia com necessidade de derivação ventrículo peritoneal. Apresenta retardo do desenvolvimento neuropsicomotor e necessita de viagens frequentes para acompanhamento pela neurologia pediátrica e neurocirurgia pediátrica.25

Dr. Luzimar Bruno Ferrira, CRM MG 28611:

Miguel Felipe hoje com 18 meses tem histórico de ter nascido com uma doença rara e grave a qual acomete o sistema nervoso central, trazendo um importante atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, (...) necessitando de deslocamentos constantes para avaliação dos medicamentos. Há uma necessidade constante de sua mãe para os cuidados da criança, visto que a criança apresenta distúrbio de deglutição, necessitando de alimentações especiais e cuidados na ingestão.26

25 Relatório Médico datado de 27/09/2012, cópia anexa, doc. 1326 Relatório Médico datado de 01/07/2013, cópia anexa, doc. 14, fls. 1/2

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Para cuidar do filho portador de deficiência, a mãe do REQUERENTE se

viu obrigada a abdicar do trabalho assalariado e por consequência a família que naquele

momento ganhava um novo membro perdeu considerável parcela de sua renda.

Do nascimento do REQUERENTE em diante, a família deste passou a

contar única e exclusivamente com a renda auferida por seu genitor. Ressalta-se que os

gastos não só avolumaram em virtude das despesas ordinárias de um novo membro, mas

sobretudo pelas despesas extraordinárias advindas dos cuidados médicos e hospitalares,

dos medicamentos e da alimentação especial de que necessita o pequeno Mateus Felipe.

Deste modo, visto que a única renda da família é a auferida pelo senhor Nilo

Ferreira, pai do REQUERENTE, e que este recebe a título de salário o montante bruto

de R$1.019,25 (um mil e dezenove reais e vinte e cinco centavos), conforme se infere

dos demonstrativos de pagamento anexos27, sendo a família composta de quatro

membros, temos que a renda per capta familiar deste é de R$254,81 (duzentos e

cinquenta e quatro reais e oitenta e um centavos). Ou seja, renda per capita familiar

pouco acima de 1/3 do salário mínimo.

Em verdade, nem isto, visto que se tomarmos a renda líquida do seu único

arrimo, já com todos os descontos ordinários em folha, veremos que esta sobrevive

mensalmente com algo em torno de R$888,67 (oitocentos e oitenta e oito reais e

sessenta e sete centavos), perfazendo uma renda per capita de R$ 222,17 (duzentos e

vinte e dois reais e dezessete centavos). Ou seja, renda per capita familiar abaixo de 1/3

do salário mínimo.

Pior, bem pior ainda. Na ponta do lápis se tomarmos a média mensal de

despesas médicas do REQUERENTE, visto que somente o seu indispensável plano de

saúde co-participativo consome algo em torno de R$ 236,61 (duzentos e trinta e seis

reais e sessenta e um centavos)28, aqui não inclusos medicamentos e alimentação

diferenciada, veremos que sobra para o sustento familiar algo em torno de R$652,65

(seiscentos e cinquenta e dois reais e sessenta e cinco centavos), perfazendo um renda

per capita R$ 163,02 (cento e sessenta e três reais e dois centavos). Ou seja, renda per

capita familiar abaixo de 1/4 do salário mínimo.

27 Impressos dos Demonstrativos de Pagamento dos meses de outubro, novembro e dezembro/2013, anexos, docs. 26/2828 Valor obtido através da média dos recibos do plano de saúde dos meses de maio à julho de 2014, cujas cópias anexas, docs. 29/31

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3 NECESSIDADE DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

3.1 FUMAÇA DO BOM DIREITO

A fumaça do bom direito resta evidente no caso em tela, visto que a dicção

legal se encaixa perfeitamente no aos fatos. Vejamos.

Diz a Lei Ordinária Federal nº 8.742/ 1993 que:

Art. 2o A assistência social tem por objetivos: I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: (...)e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; (...)Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.29

A condição de deficiente do REQUERENTE resta estampada nos diversos

relatórios médicos acostados a essa inicial, tal como amplamente esclarecido no item

2.2.

A condição de pessoa sem meios suficientes de prover sua própria

manutenção nem de tê-la provida por sua família, resta suficientemente esclarecido no

item 2.3.

Em verdade, o único argumento utilizado administrativamente pelo

REQUERIDO para negar o benefício seria o fato de que a renda per capita familiar do

REQUERENTE supera o limite previsto em critério objetivo traçado no §3º, do artigo

20, da Lei 8.742893. Mas como visto tal dispositivo já fora declarado inconstitucional

29 Sem grifos no original

Escritório à Rua Tocantins, nº 54, bairro Bela Vista – Unaí/MG CEP 38.610-000.Endereço virtual: [email protected] e telefones (38)9803-9286 e (61)8125-5520.

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nos autos da Reclamação nº 4374, bem como nos autos dos Recursos Extraordinários nº

567985 e 580963, ambos com repercussão geral.

Ainda que inconstitucional não fosse tal dispositivo, restaria que este traça

apenas um critério objetivo de aferição, não podendo obstar a concessão do benefício

nos casos em que a miserabilidade reste configurada em concreto, no despontar de reais

condições de vulnerabilidade financeira pessoal e familiar. No caso em comento, essa

condição de vulnerabilidade, incapacidade de sustento por meios próprios ou da família,

resta evidente no item 2.3, onde se verifica que a família sobrevive a duras penas, tendo

de arcar com despesas de saúde diversas que impactam diretamente no já minguado

provento auferido pelo único arrimo da família, visto que a cônjuge virago resta fadada

a cuidar de seu filho portador de necessidades especiais.

Salta aos olhos de qualquer humano que a saúde e dignidade do

REQUERENTE e de sua família restam severamente comprometidas pela carência de

recursos para subsistência.

3.2 PERIGO DA DEMORA

O benefício pleiteado possuí caráter notadamente alimentar. Como já dito,

salta aos olhos de qualquer ser humano que a saúde e dignidade do REQUERENTE e

de sua família restam severamente comprometidas pela carência de recursos para

subsistência.

O REQUERENTE, e sua família, padece mês a mês, dia a dia, em sua

dignidade, pela falta de recursos para a própria subsistência. Tal situação afeta não só a

manutenção da própria saúde do REQUERENTE, que como visto é portador de doença

rara e grave, impossibilitando por vezes o custeio de tratamento e a medicação

adequada, como também a saúde alimentar, psíquica, espiritual e cultural deste e de toda

a sua família, que se vê privada de alimentos, constrangida por dívidas, angustiada pela

incapacidade financeira e ceifada de acesso aos meios de cultura e educação.

4 HONORÁRIOS CONTRATUAIS

Conforme o princípio da retribuição integral, consagrado nos artigos 389,

395 e 404 do vigente Código de Processo Civil, aquele que deu causa ao processo deve

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restituir os valores despendidos pela outra parte com os honorários contratuais, nesse

sentido vem decidindo a jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça. Vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS. VALOR DEVIDO A TÍTULO DE PERDAS E DANOS. IMPROVIMENTO. 1.- Aquele que deu causa ao processo deve restituir os valores despendidos pela outra parte com os honorários contratuais, que integram o valor devido a título de perdas e danos, nos termos dos arts. 389, 395 e 404 do CC/02. (REsp 1.134.725/MG, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, DJe 24/06/2011) 2.- Agravo Regimental improvido.(STJ - AgRg nos EDcl no REsp: 1412965 RS 2013/0354393-1, Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data de Julgamento: 17/12/2013, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/02/2014)

Aqui vale ressaltar que, em seu voto condutor, no julgado de ementa supra

colada, a eminente Ministra Nancy Andrighi, esclarece:

Por fim, para evitar interpretações equivocadas da presente decisão, cumpre esclarecer que, embora os honorários convencionais componham os valores devidos pelas perdas e danos, o valor cobrado pela atuação do advogado não pode ser abusivo. Dessarte, se o valor dos honorários contratuais for exorbitante, o juiz poderá, analisando as peculiaridades do caso concreto, arbitrar outro valor, podendo utilizar como parâmetro a tabela de honorários da OAB.

Assim, no presente caso, o REQUERIDO, ao negar indevidamente o

benefício a que faz jus o REQUERENTE, compeliu-o à via judiciária, onde lhe restou

inevitável constituir advogado, mediante contrato, como forma de garantir o devido

patrocínio técnico de sua causa.

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A título de honorários advocatícios contratuais se pactou o valor

corresponde a 20%(vinte por cento) sobre o êxito real na causa, a serem adimplidos ao

final da demanda, conforme faz prova contrato anexo30.

Tal valor jamais poderá ser considerado exorbitante visto que no limite

mínimo normativo previsto na Parte Especial, item I, alinea a, da Resolução nº

CP/01/12, que dispõe sobre a Tabela de Honorários Advocatícios no Estado de Minas

Gerais, nos seguintes termos:

I - PARTE ESPECIAL1- AÇÕES DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA OU CONTENCIOSASalvo outra disposição em contrário, em todas as ações voluntárias ou contenciosas, independentemente de solução amigável ou contenciosa, deverão ser cobrados honorários mínimos de 20% sobre o VALOR REAL da causa.

O mesmo balizar normativo, em seu artigo 2º assim estabelece:

Art. 2º. O objetivo primordial da presente tabela é a fixação de honorários mínimos para evitar o aviltamento da profissão.

Certo que restará provida a ação, deste modo, deve o REQUERIDO

restituir integralmente a despesa que lançou sobre os ombros do REQUERENTE,

decorrente da contratação de causídico, quando indevidamente lhe negou benefício

assistencial a que faz jus, obrigando-lhe a percorrer vias judiciais.

Nunca é demais pontuar que o processo não pode importar prejuízos à parte

a quem, ao final, se reconheça ter razão.

Neste tocante, valiosa lição de Luiz Antonio Scavone Júnior31, vejamos:

Os honorários ressarcitórios, convencionais ou arbitrados, representam dispêndio do credor e, por essa razão, perdas e danos decorrentes do inadimplemento das obrigações, notadamente em razão da

30 Contrato de Prestação de Serviços Advocatícios anexo, doc. 32, fls. 1/2 31 Em sua obra intitulada “Do descumprimento das obrigações: consequências à luz do princípio da restituição integral. São Paulo: J. de Oliveira, 2007, p. 172-173.”, citado pela Min. Nancy Andrighi, em seu voto condutor no REsp 1027797/MG.

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necessidade de contratação de advogado para efetivar o direito de receber o objeto da prestação da relação jurídica obrigacional.Rompe-se, em razão do ordenamento jurídico, o entendimento corrente, porém equivocado, que decorria do direito anterior, segundo o qual apenas haveria lugar para a condenação do devedor nos honorários de sucumbência.Não é crível, ante o princípio da restituição integral, que os honorários pagos pelo credor sejam por ele suportados sem qualquer ressarcimento pelo devedor, que a eles deu causa32.

Neste tocante, importante esclarecer que os honorários contratuais são de natureza

totalmente distinta das dos honorários de sucumbência, visto que aqueles possuem

caráter ressarcitório, visando resguardar a restituição integral à parte que logrou êxito

em demonstrar seu direito em juízo, tal como esclarecido, e estes são verbas autônomas,

devidas pelo vencido diretamente ao advogado da parte vencedora, conforme

demonstraremos adiante.

5 HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Assegura o artigo 22, da Lei Ordinária Federal nº 8.906/1994, que dispõe

sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil -OAB, aos inscritos

na OAB, o direito aos honorários convencionados e aos de sucumbência. Tal caráter

autônomo da verba sucumbencial resta evidente no artigo 23 do mesmo diploma.

Portanto, não há que se confundir honorários contratuais a ser ressarcido

pela parte vencida à parte vencedora, em consagração ao princípio da restituição

integral, com os honorários de sucumbência, verba autônoma definida em lei.

32 Sem grifos no original.

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Neste sentido, valioso esclarecimento da Ministra Nancy Andrighi em seu

voto condutor no REsp 1027797/MG, em trecho adiante transcrito.

Os honorários mencionados nos referidos artigos33 são os honorários extrajudiciais, pois os sucumbenciais relacionam-se com o processo e constituem crédito autônomo do advogado. Assim, como os honorários contratuais são retirados do patrimônio do lesado, para que haja reparação integral do dano sofrido o pagamento dos honorários advocatícios previsto na Lei Civil só pode ser o dos contratuais.Nesse tocante, é elucidativa a doutrina de Luiz Antonio Scavone Júnior (Do descumprimento das obrigações: conseqüências à luz do princípio da restituição integral . São Paulo : J. de Oliveira, 2007, p. 172-173):Sendo assim, os honorários mencionados pelos arts. 389, 395 e 404 do Código Civil, ressarcitórios, evidentemente não são aqueles decorrentes do Estatuto da Advocacia, ou seja, os honorários de sucumbência; de outro lado, são pagos diretamente pelo credor ao advogado e constituem em prejuízo (dano emergente) decorrente da mora e do inadimplemento.………………………………………………………………………………………………Assim os honorários atribuídos a título de sucumbência não se confundem como os honorários ressarcitórios, convencionais ou arbitrados34.

33 Referência feita aos artigos 389, 395 e 404 do Código Civil de 2002.34 Sem grifos no original.

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6 PEDIDOS

Por tais motivos, requer:

6.1 PRELIMINARMENTE

6.1.1 Antecipação da Tutela - recebimento da presente ação e

ANTECIPAÇÃO DA TUTELA, diante da fumaça do bom direito e do

perigo da demora, tal como demonstrado no item 3, determinando ao

REQUERIDO que conceda ao REQUERENTE, de forma imediata, o

“Benefício de Prestação Continuada a Pessoa com Deficiência”, sob

pena de multa diária no caso de descumprimento, nos termos do art. 461

CPC;

6.1.2 Justiça Gratuita - o benefício da JUSTIÇA GRATUITA, nos

termos da Lei 1060/50, por ser pessoa necessitada para os fins legais, tal

como esclarecido no item 1.1;

6.1.3 Prioridade de Tramitação - o benefício da PRIORIDADE DE

TRAMITAÇÃO, nos termos do 1.211-A CPC, por ser pessoa portadora

de doença rara e grave, tal como esclarecido no item 1.2; e

6.1.4 Citação do Réu – citação do REQUERIDO, na pessoa de seu

representante legal, para, querendo, apresentar suas razões de defesa e se

fazer presente no feito, sob pena de confissão e revelia, nos termos do

artigo 319 CPC;

6.2 NO MÉRITO

6.2.1 Concessão do Benefício – condenação definitiva do

REQUERIDO a conceder ao REQUERENTE o “Benefício de

Prestação Continuada a Pessoa com Deficiência”, confirmando a tutela

antecipada, se for o caso;

6.2.2 Pagamento Retroativo - condenação do REQUERIDO ao

pagamento das parcelas do benefício retroativas ao dia 26 de março de

2013, Data de Entrada do Requerimento – DER;

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6.3 OUTROS REQUERIMENTOS

6.3.1 Honorários Contratuais - condenação do REQUERIDO ao

pagamento dos honorários advocatícios contratuais, assumidos pelo

REQUERENTE no patrocínio da causa, no importe de 20% (vinte por

cento) sobre o valor corresponde ao quantum restar vencido, conforme

esclarecido no item 4; e

6.3.2 Custas Processuais e Honorários de Sucumbência –

condenação do REQUERIDO ao pagamento dos honorários de

sucumbência, conforme esclarecido no item 5, e custas processuais.

7 MEIOS DE PROVA

O REQUERENTE pretende provar o alegado por todos os meios admitidos

em direito, dentre os quais o pericial, documental e oral.

8 VALOR DA CAUSA

Visto que o benefício pretendido corresponde a parcelas mensais e

consecutivas, todas no valor de 1(um) salário mínimo, o qual corresponde atualmente a

R$ 724,00(setecentos e vinte e quatro reais), bem como, considerando como marco

inicial da pretensão, para efeitos de retroação, o dia de 26 de março de 2013, data da

entrada do requerimento, e que sobre tais valores deve incidir a necessária correção

monetária, teremos, como resultado atual dos valores devidos à título retroativo, o

importe de R$12.448,91 (doze mil e quatrocentos e quarenta e oito reais e noventa e um

centavos), conforme tabela seguinte:

Mês Dias Benefício INPC % - Mês INCP% - Acumulado Valor Corrigidoago/14 12 R$ 289,60 0 0 R$ 289,60 jul/14 30 R$ 724,00 0,13 7,85 R$ 780,83 jun/14 30 R$ 724,00 0,26 7,72 R$ 779,89 mai/14 30 R$ 724,00 0,6 7,46 R$ 778,01 abr/14 30 R$ 724,00 0,78 6,86 R$ 773,67 mar/14 30 R$ 724,00 0,82 6,08 R$ 768,02 fev/14 30 R$ 724,00 0,64 5,26 R$ 762,08 jan/14 30 R$ 724,00 0,63 4,62 R$ 757,45 dez/13 30 R$ 724,00 0,72 3,99 R$ 752,89 nov/13 30 R$ 724,00 0,54 3,27 R$ 747,67 out/13 30 R$ 724,00 0,61 2,73 R$ 743,77 set/13 30 R$ 724,00 0,27 2,12 R$ 739,35

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ago/13 30 R$ 724,00 0,16 1,85 R$ 737,39 jul/13 30 R$ 724,00 -0,13 1,69 R$ 736,24 jun/13 30 R$ 724,00 0,28 1,82 R$ 737,18 mai/13 30 R$ 724,00 0,35 1,54 R$ 735,15 abr/13 30 R$ 724,00 0,59 1,19 R$ 732,62 mar/13 4 R$ 96,53 0,6 0,6 R$ 97,11

R$ 11.680,53 R$ 12.448,91 Considerando a somatória das próximas doze parcelas vincendas, teremos

que o valor da causa é de R$21.136,91(vinte e um mil e cento e trinta e

seis reais e noventa e um centavos).

9 RENÚNCIA DE VERBAS SUPERIORES A ALÇADA DO JESP

O REQUERENTE renuncia às verbas que eventualmente, no momento da

propositura desta ação, superarem o teto legal de alçada deste Juizado Especial.

Termos em que pede deferimento.

Paracatu/MG, 18 de agosto de 2014.

Jardel Nilton SiqueiraOAB MG 135.259

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