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Pesquisa e extensão no fortalecimento das demandas econômicas, sociais e culturais locais no âmbito do IFC Reitoria

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Pesquisa e extensão no fortalecimento das demandas

econômicas, sociais e culturais locais

no âmbito do IFC

Reitoria

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João Célio de AraújoJosé Carlos Brancher

Michel Goulart da SilvaRomano Roberto Valicheski

(organizadores)

Pesquisa e extensão no fortalecimento das demandas econômicas, sociais e culturais locais no âmbito do IFC

IFC Blumenau

2014

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Copyright IFC - Instituto Federal Catarinense

Todos os direitos reservados

Reitor: Francisco José Montório Sobral

Pró-Reitor de Extensão : José Carlos Brancher

Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação : Romano Roberto Valicheski

Capa: Cecom - Câmpus Videira (Maria José de Castro Bomfim)

Diagramação: Cecom - Câmpus Videira (Maria José de Castro Bomfim)

P474 Pesquisa e extensão no fortalecimento das demandas

econômicas, sociais e culturais locais no âmbito do IFC. / João Célio de Araújo ... [et al.] (organizadores).

Blumenau : IFC, 2014. 94 p. : il., color ; 21 cm

ISBN 978-85-68261-01-9.

Inclui bibliografias.

1. Pesquisa. 2. Ciência Estudo e ensino. 3. Ensino

profissional. I. Araújo, João Célio de. II. Título.

CDD 001.42

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Deisi Martignago – CRB 14/726

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Nesta publicação, encontramos estudos cujas abordagens vão desde

contribuições na área das Ciências Agrárias, Humanas até Tecnológicas,

as quais refletem, através de seus nove artigos, parte do conhecimento e

da produção científica do Instituto Federal Catarinense, com relatos de

pesquisas realizadas nos diferentes Câmpus, sinalizando a maneira como

aplicamos e atendemos às demandas e aos arranjos produtivos locais. Diante disto, nota-se o estímulo do diálogo com diferentes áreas

do conhecimento, ampliando-se, com esta publicação, o debate como

forma de incentivo a novas produções e à atuação em novas áreas. Nesta perspectiva, encontramos, na abertura deste volume, “A

pesquisa aplicada e a extensão tecnológica no apoio ao fortalecimento

das demandas locais no âmbito do Instituto Federal Catarinense.” onde

é destacada a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, num

conjunto de ações que, devem ser legitimadas. O resultado deste trabalho se apresenta como forma de

socialização desse conhecimento, ao permitir o acesso às pesquisas

desenvolvidas pelos nossos servidores e discentes. Nota-se que os autores se empenharam verdadeiramente em

apresentar seus estudos e socializar seus conhecimentos no universo

da pesquisa no âmbito do IFC. Deste modo, é imperativo destacar que

a pesquisa no IFC é, sem sombra de dúvida, uma realidade e continuará

sendo fortalecida, corroborando o papel dos Institutos Federais. Quanto ao papel da Pesquisa nos Institutos Federais, cabe

destacar o cumprimento da Lei nº11.892/2008 que institui a Rede Federal

de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a qual preceitua,

como uma das finalidades dos Institutos Federais realizar e estimular

a pesquisa aplicada, dispondo também esta ação em seus objetivos, de

modo a estimular o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas,

estendendo seus benefícios à comunidade. Estamos, portanto, solidificando ações de pesquisa em nosso

Prefácio

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ambiente acadêmico, em sintonia com as políticas Inclusivas de Educação

do MEC. A Pesquisa, articulada à Extensão e ao Ensino, possibilita

avanços nos processos e nas práticas pedagógicas e permite desembocar

na sociedade de uma maneira em geral, o atendimento às demandas e

arranjos produtivos locais. Esta publicação não se limita, apenas, ao campo da divulgação

científica, mas que articula todas as unidades do IFC revelando novos

paradigmas e atuando, desta forma, na busca da excelência, promovendo

novas aprendizagens, estimulando nossos servidores e discentes a

desvendarem o universo da pesquisa, evidenciando o amadurecimento

da Pesquisa no IFC. A todos, uma excelente leitura!

Francisco José Montório SobralReitor do Instituto Federal Catarinense (IFC). Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

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Sumário

A pesquisa aplicada e a extensão tecnológica no apoio ao

fortalecimento das demandas locais no âmbito do Instituto

Federal Catarinense

Diagnóstico anatomopatológico de doenças em animais

de produção na região Oeste de Santa Catarina

Avaliação da citotoxicidade e atividade coagulante de

extrato de folhas e flores de Asclepias Curassavica

A difusão e a realidade do conhecimento sobre plantas

tóxicas nas pequenas propriedades rurais

Efeito das plantas de cobertura nos atributos físicos

do solo, suprimento de nitrogênio e produtividade do

milho

Propagação de aceroleira (Malpighia Spp.) por estaquia

em casa de vegetação

Desenvolvimento de um equipamento de termoanálise

para medir o grau de modificação de ligas de alumínio

eutéticas fundidas

Contribuição para a melhoria no desenvolvimento de

software em Videira e região

Atividades culturais no Instituto Federal Catarinense:

uma contribuição para manter e cultivar os costumes e as

tradições de Videira e região

7

13

23

31

41

57

67

79

87

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A pesquisa aplicada

e a extensão

tecnológica no apoio

ao fortalecimento

das demandas

locais no âmbito do

Instituto Federal

Catarinense

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João Célio de Araújo*

José Carlos Brancher**

Michel Goulart da Silva***

Romano Roberto Valicheski****

Quando os institutos federais foram criados, por meio da Lei Nº 11892,

de 29 de dezembro de 2008, uma de suas mais prementes preocupações

passava pela inserção de cada campi dentro da realidade local em que

estava inserido. Segundo a referida lei, que criou a Rede Federal de

Educação Profissional, Científica e Tecnológica, os Institutos Federais

são

instituições de educação superior, básica e profissional,

pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de

educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades

de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e

tecnológicos com as suas práticas pedagógicas (BRASIL, 2008).

Entre outras finalidades, essas instituições visam “orientar sua

oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento dos

arranjos produtivos, sociais e culturais locais, identificados com base no

mapeamento das potencialidades de desenvolvimento socioeconômico e

cultural no âmbito de atuação do Instituto Federal” (BRASIL, 2008).

O Instituto Federal Catarinense (IFC) nasceu da unificação de

cinco escolas agrotécnicas instaladas em Santa Catarina, nas cidades de

* Diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Instituto Federal Catarinense (IFC). Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. Doutor em Irrigação e Drenagem pela Universidade de São Paulo (USP).**Pró-Reitor de Extensão do Instituto Federal Catarinense (IFC), Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, Mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).***Técnico em Assuntos Educacionais do Instituto Federal Catarinense (IFC). Doutorando em História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).****Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Instituto Federal Catarinense (IFC). Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).

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Araquari, Camboriú, Concórdia, Rio do Sul e Santa Rosa do Sul. Em sua

trajetória particular, cada uma dessas escolas constituiu numerosas redes

com agentes econômicos, políticos e culturais em suas respectivas cidades

e regiões. Por sua vez, os novos campi do IFC, instalados em outras seis

cidades, foram estruturados buscando respeitar os anseios da população

que circunda nossa instituição.

O conceito de arranjo produtivo local (APL) é um dos fundamentos

das políticas relacionadas à expansão dos institutos federais. Entende-se

pelo conceito de APL as “aglomerações de empresas localizadas em um

mesmo território, que apresentam especializações produtivas e mantém

algum vínculo de articulação, interação cooperação e aprendizagem entre

si e com outros atores locais”. Essa concentração geográfica de empresas

e instituições “inclui fornecedores especializados, universidades,

associações de classe, instituições governamentais e outras organizações

que proveem educação, informação, conhecimento e/ou apoio técnico”

(MATTIODA, 2011, p. 42.).

Essa relação com os APL ocorre por meio da indissociabilidade

entre as ações de ensino, pesquisa e extensão. Segundo a lei de criação

dos institutos, cabe a essas instituições “realizar e estimular a pesquisa

aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o

desenvolvimento científico e tecnológico” (BRASIL, 2008). Nesse sentido,

além de oferecer educação profissional pública e gratuita, cabe aos

institutos federais também realizar investigações acerca de problemas

colocados pela realidade local e intervir sobre os mesmos. Para tanto, a lei

de criação dos institutos federais mobiliza dois conceitos centrais nesse

processo: o de pesquisa aplicada e o de extensão tecnológica.

Entende-se como pesquisa aplicada aquela que objetiva gerar

conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas

específicos, com o objetivo de transformar em ação concreta os resultados

do trabalho. Extensão tecnológica, por sua vez, se refere ao

Processo educativo, cultural, social, científico e tecnológico que

promove a interação entre as instituições, os segmentos sociais e

o mundo do trabalho com ênfase na produção, desenvolvimento

e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos visando o

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desenvolvimento sócio-econômico sustentável local e regional

(CONIF, 2013, p. 16).

Em outros termos, o conceito de extensão tecnológica vincula

não apenas as ações de ensino e de pesquisa às demandas regionais,

mas também associa as ações de extensão às demandas prementes

das comunidades no entorno dos campi dos Institutos Federais. Esses

elementos são enfatizados pelo documento produzido pelos pró-reitores

de extensão, quando afirmam:

A extensão tecnológica da Rede Federal de EPCT tem como

diferencial o atendimento aos segmentos sociais e ao mundo do

trabalho com ênfase na inclusão social, emancipação do cidadão,

favorecendo o desenvolvimento local e regional, a difusão do

conhecimento científico e tecnológico, a produção da pesquisa

aplicada e a sustentabilidade sócio-econômica (CONIF, 2013, p.

20).

Como resposta às necessidades colocadas pelos APL das regiões

em que estão localizados seus campi, o IFC lançou, no ano de 2013, o

edital de apoio a projetos que tenham como foco ações de pesquisa

e extensão voltadas à realidade local. Nesse edital, cujos projetos

executados deram origem aos artigos que compõem este volume, foram

analisadas e aprovadas propostas que contemplavam uma diversidade de

áreas do conhecimento, passando pelas Ciências Agrárias, Humanas e

Tecnológicas.

Na formulação dos projetos, os proponentes deveriam partir de

problemas locais que poderiam necessitar da intervenção do instituto

federal. Com isso, estruturando o projeto em duas grades etapas, os

proponentes deveriam, em primeiro lugar, responder aos problemas

propostos, produzindo novos conhecimentos por meio da pesquisa

aplicada. Em um segundo momento, deveriam buscar formas de fazer

o conhecimento produzido intervir sobre o meio local em que estão

inseridos, por meio de diferentes ações de extensão, como prestação de

serviço ou a realização de eventos.

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Os problemas apresentados pelos projetos apresentavam a

necessidade de intervenção, por meio da pesquisa e da extensão, nos

processos de produção agrícola, de criação de animais, de desenvolvimento

tecnológico e até mesmo da preservação cultural local, ente outras questões

de grande importância. O presente volume, que entregamos aos leitores,

proporciona um panorama da produção de conhecimento realizada no

âmbito do IFC e da relação desta instituição com as comunidades em que

seus campi estão inseridos.

Referências

BRASIL. Lei Nº 11892, de 29 de dezembro de 2008.

Conselho Nacional das Instituições Federais de Educação Profissional e

Tecnológica (CONIF). Extensão Tecnológica: Rede Federal de Educação

Profissional, Científica e Tecnológica. Cuiabá (MT): CONIF/IFMT, 2013.

MATTIODA, Eliana. APL’s de sucesso: estudo de caso de três Arranjos

Produtivos Locais do Rio Grande do Sul. São Paulo: Blucher Acadêmico,

2011.

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Diagnóstico

anatomopatológico

de doenças em animais

de produção na

região Oeste de Santa

Catarina

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Caroline do Couto*

Ianara Galvagni*

Ricardo Evandro Mendes**

Renata Assis Casagrande**

Introdução

A produção animal apresenta participação significativa na economia

do estado de Santa Catarina. A região Oeste é a maior produtora de suínos,

aves e bovinos de leite, assim como tem boa expressão na produção de

bovinos de corte e pequenos ruminantes do estado. A região abriga o maior

número de pequenas propriedades rurais do estado (38,3%) (IBGE, 2011).

Nessa região há ainda grande destaque para o complexo agroindustrial

voltado ao mercado nacional/internacional, a exemplo da BRF (Sadia e

Perdigão), Seara, Tirol, Copérdia e Aurora.

No entanto, a falta de conhecimento técnico-científico dos

produtores rurais, bem como a deficiência do controle sanitário, possui

uma tendência em diminuir a eficiência produtiva dos rebanhos,

principalmente pela dificuldade na tomada de decisões em relação ao

método de controle e prevenção das enfermidades (RIET-CORREA et al.,

2007).

O diagnóstico das doenças que ocorrem no campo é importante

para diminuir a distância entre os produtores rurais e o conhecimento

desenvolvido nas instituições de ensino superior. A necropsia é a

principal ferramenta de diagnóstico de doenças em rebanhos produtivos

(McGAVIN & ZACHARY, 2009). Também salienta-se a importância de

realizar o diagnóstico de zoonoses, monitorando e impedindo o contato

de pessoas com animais doentes, além das principais enfermidades que

podem ser transmitidas para outros animais na mesma propriedade

(SANTOS & ALESSI, 2010).

*Aluno(a) graduação em Medicina Veterinária - Instituto Federal Catarinense (IFC) - Concórdia.**Professores do curso de Medicina Veterinária, Laboratório de Patologia Veterinária, IFC-Concórdia.

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O objetivo desse trabalho é o diagnóstico, o treinamento e a

educação continuada em Patologia Veterinária das doenças que acometem

os animais de produção, tanto para auxiliar os profissionais atuantes no

campo nas medidas de controle e prevenção das doenças, como para os

alunos de graduação em Medicina Veterinária que tem a oportunidade de

conhecer a realidade de trabalho da região, assim como para os produtores

rurais e toda a comunidade através da formação de profissionais

mais capacitados para atender as reais necessidades da região Oeste

Catarinense. Este trabalho descreve os casos diagnosticados pelo Bloco

de Patologia IFC-Concórdia desde o início do seu funcionamento até

setembro de 2014.

Material e Métodos

Durante os meses de janeiro de 2013 a setembro de 2014, realizou-

se o diagnóstico das enfermidades dos animais de produção encaminhados

ao Bloco de Patologia Veterinária do Instituto Federal Catarinense –

Campus Concórdia, onde foram realizados exame de necropsia; exame

histopatológico de animais mortos que foram submetidos à necropsia; e

exame histopatológico de fragmento de tecido de animais vivos colhidos

através de biópsias.

Todos os animais receberam um número de registro. Dos

animais submetidos ao procedimento de necropsia foram colhidos

fragmentos de todos os órgãos e tecidos (encéfalo, coração, pulmão,

músculos, linfonodos, baço, fígado, estômago, intestinos, rins, adrenais,

bexiga, órgãos reprodutores e glândulas), fixados em formalina 10% por

24 a 48 horas. Após, os órgãos foram processados rotineiramente para

histopatologia, que nesse processo incluiu: o corte de todos os órgãos

numa espessura de 3mm, processamento em histotécnico (passagem em

diferentes concentrações de álcool para desidratação do tecido, após em

xilol para impregnação da parafina), confecção dos blocos de parafina

para então serem cortados numa espessura de 3µm em micrótomo e

posterior fixação dos tecidos em lâmina de vidro. Na sequência, foram

corados pela técnica de hematoxilina e eosina, ou quando necessário,

por outras colorações especiais. Com as lâminas dos tecidos prontas,

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visualizou-se em microscópio óptico, sendo registradas todas as lesões

observadas.

Para cada caso foi emitido um laudo final com o diagnóstico da

doença que causou a morte do animal, sendo este entregue ao veterinário

responsável pelo caso e ao proprietário.

Nos casos em que o exame histopatológico não permitiu concluir

o diagnóstico definitivo da doença, foram realizados exames adicionais

com uso de técnicas mais específicas de diagnóstico como bacteriologia,

sorologia, PCR, parasitológico, dentre outras. Nesses casos os materiais

foram encaminhados para laboratórios e instituições de pesquisas

específicas.

Quando solicitado pelo veterinário ou produtor rural, foram

realizadas visitas técnicas para a observação da propriedade em que

ocorreu mortalidade de animais de produção, e concomitantemente,

realizou-se as necropsias dos animais mortos. Em outras situações optou-

se por buscar os animais nas respectivas localidades e transportá-los até o

Laboratório para a realização do exame necroscópico. Em todos os casos,

antes da realização de qualquer procedimento, obteve-se o histórico junto

ao produtor e/ou médico veterinário sobre o ambiente, alimentação, sinais

clínicos, sucesso ou insucesso do tratamento dentre outras informações

relevantes para o diagnóstico.

Resultados e discussão

Durante os meses de janeiro de 2013 a setembro de 2014 foram

realizadas 641 necropsias em animais encaminhados ao Bloco de Patologia

Veterinária do Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia. Do

total de animais submetidos ao procedimento 32,76% (210/641) eram

animais de produção. Desses, 52,86% (111/210) eram bovinos; 31,43%

(66/210) suínos; e 15,71% (33/210) ovinos. Em 93,33% (196/210) dos casos,

foi possível concluir o diagnóstico da causa da morte e em 6,67% (14/210)

o diagnóstico definitivo não foi estabelecido ou estava em andamento. Os

casos foram classificados de acordo com a etiologia das doenças e a espécie

animal (Gráfico 1). Nos bovinos as principais causas de morte foram de

origem infecciosa-bacteriana [27,03% (30/111)], seguido de distúrbios

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causados por agentes físicos (DCAF - traumatismo, distocias, rupturas/

torções de órgãos, presença de corpo estranho, predação) [15,32% (17/111)]

e doença metabólica [13,51% (15/111)]. Nos suínos, o percentual de animais

acometidos por doença infecciosa-bacteriana foi de 45,46% (30/66), sendo

esta a principal causa de morte nessa espécie, seguida de DCAF com

16,67% (11/66) e doença infecciosa-viral [13,64% (9/66)]. Nos ovinos, as

causas de morte de maior ocorrência foram doenças parasitária [21,22%

(7/33)] e DCAF [18,18% (6/33)].

Os resultados obtidos permitem afirmar que as causas de

mortalidade em animais são diversas, mas que as de origem infecciosas-

bacteriana são as mais frequentes em animais de produção [30%

(63/210)] seguidas de DCAF [16,19% (34/210)]. As demais causas de morte

em animais de produção foram: doença metabólica [8,1% (17/210)];

aborto de causa indeterminada [7,14% (15/210)]; parasitária [7,14%

(15/210)]; neoplasmas [5,23% (11/210)]; infecciosa-viral [4,29% (9/210)];

intoxicação por planta [4,29% (9/210)]; doença idiopática [3,33% (7/210)];

nutricional [2,38% (5/210)]; parasitária e metabólica [1,43% (3/210)];

parasitária e infecciosa bacteriana [0,95% (2/210)]; intoxicação por

substância química [0,95% (2/210)]; causas diversas [0,95% (2/210)];

eutanásia por conveniência [0,48% (1/210)]; e infecciosa viral e bacteriana

[0,48% (1/210)]. Em 4,29% (9/210) dos casos não se estabeleceu um

Gráfico 1. Causas de morte em animais de produ-ção diagnosticadas pelo Bloco de Pato-logia Veterinária do IFC-Concórdia no período de janeiro de 2013 a setembro de 2014.

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diagnóstico definitivo e em 2,38% (5/210) os casos ainda estavam em

andamento ou aguardavam resultados de exames complementares.

Durante o mesmo período também se realizou 426 exames

anatomopatológicos, sendo 9,86% (42/426) em animais de produção.

Desses, 69,05% (29/42) eram bovinos; 23,81% (10/42) suínos; e 7,14% (3/42)

ovinos. Em 80,95% (34/42) dos casos foi possível concluir o diagnóstico

do material enviado e em 19,05% (8/42) o diagnóstico definitivo não

foi estabelecido ou estava em andamento (Gráfico 2). Nos bovinos os

diagnósticos de maior ocorrência foram de origem infecciosa-bacteriana

[17,24% (5/29)], neoplasmas [17,24% (5/29)] e parasitária [17,24% (5/29)],

seguidos de DCAF [13,80% (4/29)], doença metabólica [10,34% (3/29)] e

aborto de causa indeterminada [3,45% (1/29)]. Nos suínos, o percentual

de animais diagnosticados com doença infecciosa-viral foi de 40%

(4/10), sendo este o diagnóstico de maior ocorrência nessa espécie,

seguido de doença infecciosa-bacteriana 20% (2/10), doença nutricional

[10% (1/10)] e doença idiopática [10% (1/10)]. Foram realizados exames

anatomopatológicos em três ovinos e os diagnósticos foram doença

parasitária, infecciosa-bacteriana e neoplasma [33,33% (1/3) cada].

Os resultados obtidos permitem afirmar que os achados

anatomopatológicos encontrados nos materiais e amostras enviados

ao Bloco de Patologia Veterinária são diversas, mas que as de origem

infecciosa-bacteriana

são as mais frequentes

em animais de produção

[19,05% (8/42)] seguidas

de doenças parasitárias

[14,26% (6/42)] e

neoplasmas [14,26%

(6/42)].

Gráfico 2. Diagnósticos anatomopatológicos em ani-mais de produção das amostras enviadas ao Bloco de Patologia Veterinária do IFC-Concórdia no período de janeiro de 2013 a setembro de 2014.

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Foram realizadas ainda visitas técnicas em propriedades rurais

do município de Concórdia e região, que apresentavam mortalidade em

animais de produção. Nestas visitas, foram observados os principais

aspectos relacionados ao manejo dos animais, bem como conversado com

o proprietário, procurando obter informações relevantes para conclusão

do diagnóstico. Posteriormente, realizou-se a necropsia dos animais

mortos.

No município de Concórdia foram visitadas propriedades

localizadas nas comunidades de Barra do Tigre, Primeiro de Setembro,

Barra Fria, Cachimbo, Canavense, Costa e Silva, Gasperini, Lageado dos

Pintos, Pinhal, Planalto, Rancho Grande, Rigon, Salete, Saltinho, Sede

Brum, Presidente Kennedy, Distrito de Santo Antônio e Vila Fragosos.

No município de Peritiba realizou-se visitas nas comunidades Caravaja,

Vila Nova, Lageado Mirim e Luciano; em Alto Bela Vista nas comunidades

Dois Vicente, Floresta e Schuck; em Ipira nas linhas São Luis e Filadélfia;

em Piratuba nas linhas São Paulo e Uruguai; em Arabutã na comunidade

de Jundiaí; em Itá na linha Adolfo Konder; em Lindóia do Sul na linha

Sanga Martins; em Seara na comunidade de Caçador; em Ipumirim

na linha Dois Irmãos; em Jaborá na comunidade de Castelhano; e em

Irani na linha Aparecida. Esses doze municípios visitados pertenciam

ao Alto Uruguai Catarinense (AMAUC) (Figura 1). Também foi realizada

visita técnica no município de Capinzal (comunidade de Alto Alegre),

abrangendo-se assim, treze municípios da região Oeste Catarinense.

Figura 1. Mapa dos municípios pertencentes à Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense – AMAUC em que se realizou visitas técnicas e exames necroscópicos (asteriscos vermelhos).

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O atendimento às propriedades rurais é importante para diminuir

a distância existente entre o conhecimento técnico-científico produzido

nas instituições de ensino com os produtores rurais ou proprietários de

animais. A realização de necropsias e análises histopatológicas é uma

importante ferramenta de diagnóstico, permitindo que medidas de

controle e prevenção de doenças possam ser instituídas rapidamente,

evitando a disseminação das enfermidades e maiores perdas econômicas

para os produtores rurais. O serviço de extensão no diagnóstico

em patologia veterinária serviu para treinamento dos estudantes,

atualização dos alunos sobre as enfermidades que estão ocorrendo no

campo e permitiu ainda divulgar o trabalho prestado pelo IFC-Concórdia

à comunidade, auxiliando no reconhecimento do mesmo como uma

instituição de ensino superior.

Conclusão

O trabalho possibilitou determinar que as enfermidades de maior

ocorrência em animais de produção na região oeste de Santa Catarina

são de origem infecciosa bacteriana ou causadas por agentes físicos. O

conhecimento das doenças que acometem os rebanhos é importante

para auxiliar os veterinários atuantes no campo na adoção de medidas de

controle e prevenção de doenças, diminuindo os prejuízos econômicos na

produção animal e aumentando a rentabilidade desse sistema.

Os casos recebidos e as atividades desenvolvidas serviram

como aprendizado e formação acadêmica complementar aos alunos da

graduação do curso de Medicina Veterinária. Os alunos envolvidos tiveram

a oportunidade de conhecer a rotina laboratorial e extensiva desenvolvida

em centros de diagnóstico de doenças em animais, entender como são

visualizadas as alterações patológicas e praticar os conhecimentos

obtidos no curso. O trabalho contribuiu para formar profissionais mais

capacitados para atender as necessidades dos produtores rurais do Oeste

Catarinense.

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21 VV

Agradecimentos

Ao Instituto Federal Catarinense por possibilitar o

desenvolvimento desse projeto e pelo custeio das bolsas de pesquisa

e extensão e demais recursos orçamentários. Também por todo apoio

prestado ao curso de Medicina Veterinária. Às Pró-Reitoria de Extensão

e de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PROEX/PROPI) pelo incentivo

à iniciação científica dos alunos de graduação. A todos os veterinários

que nos enviaram os animais de produção, sendo eles: Ademar Mori,

Claudinei Volpini, Diovane dos Santos Medeiros, Edgar Gheller, Eduardo

Peres Neto, Fabrisio Broll, Flávio L. Hanauer Gauer, Ildo Dal Pozzo,

Luciane Wicket, Marcos Loureiro, Melchior Conte, Rodrigo Pivatto, Taíza

Schiavini, Tarcísio Martini e Wanderson Biscola Pereira.

Referências

IBGE. Pesquisa Pecuária Municipal 2003-2010, Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/

producaoagropecuaria/default.shtm>.

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Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 1475p.

RIET-CORREA, F.; SCHILD, A. L.; LEMOS, R. A. A.; BORGES, J. R. J.

Doenças de Ruminantes e Equídeos. 3.ed. 2 v., Santa Maria: Pallotti, 2007.

694p.

SANTOS, R. L.; ALESSI A. C. Patologia veterinária. São Paulo: Roca, 2010.

904p.

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Avaliação da

citotoxicidade e

atividade coagulante

de extrato de folhas

e flores de Asclepias

Curassavica

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24 VV

Carla Imlau*

Daiane Karen Wentz*

Marina Caus Santos*

Patrícia Giacomin*

Jéssica Scortegagna*

Letícia Ribeiro Rafagnin*

Mário Lettieri Teixeira*

Introdução

A presença de substâncias químicas com diferentes propriedades

farmacológicas e toxicológicas é uma característica de muitas plantas

do grupo das Angiospermas pertencentes às famílias Asclepiadaceae,

Euphorbiaceae e Moraceae, entre outras. As plantas da família

Asclepiadaceae incluem mais de 2.000 espécies classificadas em 280

gêneros e estão distribuídas em todo o mundo, nas regiões tropicais e

subtropicais. A maioria dos representantes da família Asclepiadaceae

são ervas perenes e seu látex é usado exclusivamente como um remédio

comum para a cicatrização de feridas e para parar o sangramento em

cortes frescos por curandeiros tradicionais (MUEEN e RANA, 2005;

MUTHU et al., 2006). A composição do látex destas plantas, comumente, é uma mistura

de várias enzimas hidrolíticas, em que as proteases são as principais

enzimas responsáveis pelas ações farmacológicas e toxicológicas

observadas. Estudos tem demonstrado que cisteína-proteases extraídas

de Calotropis gigantea e as serina-proteases de Synadenium grantii

afetam a hemostasia formando coágulos de fibrina (RAJESH et al., 2006).

Semelhante a outras plantas destas famílias, a Asclepias curassavica,

popularmente conhecida como oficial-de-sala, também é uma boa fonte

de enzimas proteolíticas, como cisteína-proteases (LIGGIERI et al., 2004). As principais atividades econômicas do Oeste Catarinense estão

* Curso de Medicina Veterinária, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Concórdia, Concórdia/SC

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25 VV

estruturadas em cadeias produtivas, nas quais as agroindústrias são os

atores determinantes de suas trajetórias, obedecendo a determinações

que vêm do mercado e/ou da legislação do setor. Atualmente, Santa

Catarina é o quinto maior produtor de leite do Brasil e o estado ainda

registra um crescimento anual de 10% na produção. Até o final de 2013

os produtores catarinenses devem chegar à casa dos três bilhões de litros

(TESTA et al., 2013). Desta forma, a ausência de informações sobre a presença de

plantas tóxicas no local de pastoreio pode acarretar na diminuição da

produção leiteira e em casos mais graves a redução do número de animais.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar, de forma preliminar, as

propriedades citotóxicas dos extratos brutos de folhas (EBF) e flores

(EBFL) de A. curassavica, bem como a interferência destes extratos no

processo de coagulação sanguínea.

Materiais e métodos

Exemplares de A. curassavica foram recolhidos da mata da

região, sendo realizada a identificação botânica por meio de excicata. Os

extratos foram preparados à base de folhas e flores. O extrato bruto das

folhas (EBF) foi preparado a partir de 200 g de folhas com 320 mL de água

acidificada (pH 5,0) e foi submetido ao processo de extração por maceração

no período de 3 dias. O extrato bruto das flores (EBFL) foi preparado com

50 g das mesmas e 80 mL de água acidificada (pH 5,0), e procedido da

mesma forma que o extrato de folhas. A avaliação da citotoxicidade foi

mensurada pela capacidade de lisar eritrócitos bovinos. A dosagem de

hemoglobina livre foi realizada submetendo uma suspensão de hemácias

a 2% a diferentes concentrações dos extratos de A. curassavica (1/1, ½, ¼,

1/8, 1/16, 1/32, 1/64, 1/128, 1/256, 1/512), por um período de 5 minutos de

incubação em temperatura ambiente. Após esse período, foi verificada a

formação de um botão no fundo de cada tubo e, logo em seguida foi feita

a mensuração da fração de hemoglobina livre (Hemoglobina – Labtest,

Minas Gerais, Brasil). Como controle negativo foi utilizado solução

fisiológica (NaCl 0,9%) e como controle positivo solução de KCN 0,01%.

Este teste foi realizado em triplicata, da mesma forma, que o teste de

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26 VV

dosagem de hemoglobina, o sobrenadante foi utilizado para a dosagem de

lactato desidrogenase. Ao sobrenadante foi adicionado 1 mL do reagente

de trabalho do kit Labtest (Minas Gerais, Brasil) e realizada a leitura da

absorbância (A) de cada tubo em 340 nm durante o intervalo de 1 minuto.

A concentração de lactato desidrogenase (LDH) foi calculada de acordo

com a equação (LDH (U/L) = [Afinal - Ainicial/ 2] x 8095). Como controle

negativo foi utilizado solução fisiológica (NaCl 0,9%) e como controle

positivo sangue hemolisado de bovino a 1% sendo o teste realizado em

triplicata. Para a avaliação da atividade coagulante, foi coletado 4,5 mL

de sangue bovino e colocado em tubos de ensaio, contendo 100 µL dos

extratos de A. curassavica e cronometrado imediatamente o tempo para a

formação do coágulo. O controle negativo utilizado foi solução de citrato

de sódio 22,5 mM e o controle positivo foi solução fisiológica (NaCl 0,9%),

sendo realizado em triplicata.

Resultados e discussão

A atividade hemolítica dos extratos de A. curassavica foi

determinada pela percentagem de lise de eritrócitos. De acordo com este

estudo, houve lise celular a partir da concentração 1/64 do EBF e 1/32 para

o EBFL (Figura 1).

Figura 1. Avaliação da citotoxicidade dos extratos brutos de folhas (EBF) e de flores (EBFL) de Asclepsia curassavica em relação à percentagem de eritrócitos lisados de acordo com a quantificação de hemoglobina livre. Extrato Bruto de Folhas. Extrato Bruto de Flores.

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27 VV

As células tratadas com as diferentes concentrações dos extratos

de A. curassavica resultaram no aumento dos níveis de liberação de LDH.

Na concentração 1/64 do EBF, a concentração extracelular de LDH foi de

15,27 % e para a concentração de 1/32 do EBFL foi de 4,63%, em relação ao

padrão positivo (Figura 2).

Figura 2. Avaliação da citotoxicidade dos extratos brutos de folhas (EBF) e de flores (EBFL) de Asclepsia curassavica em relação à percentagem de eritrócitos lisados de acordo com a quantificação de lactato desidrogenase liberada (LDH). Extrato Bruto de Folhas. Extrato Bruto de Flores.

A perda da integridade da membrana celular está intimamente

relacionada com a concentração dos extratos (EBF e EBFL). O tubo controle

demorou 3’40’’ para coagular, enquanto o tubo EBFL 3’07’’ e o tubo EBF

2’09’’. Em relação à atividade anticoagulante, o tubo controle levou 2’36’’

enquanto o tubo EBFL demorou 1’45’’ e o tubo EBF 1’38’’, respectivamente.

Diante destes resultados, observou-se a rápida coagulação do sangue em

contato com o extrato bruto da planta. O tubo EBF foi o que apresentou o

maior potencial de coagulação.

A análise preliminar da citotoxicidade dos extratos brutos

de A.curassavica foi investigada em eritrócitos de bovinos. As células

tratadas com os EBF e EBFL mostraram resultados semelhantes

neste estudo, em que a extensão do dano celular foi proporcional a

concentração dos respectivos extratos. Desta forma, a viabilidade celular

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28 VV

diminui progressivamente com o aumento da concentração dos extratos.

Diferentes níveis de citotoxicidade podem ser relacionados com os

parâmetros bioquímicos das células envolvidas, como a composição da

membrana do plasma e a atividade metabólica, do tempo de exposição

ao agente tóxico, e também o ensaio de toxicidade usado (PAPO e SHAI,

2005). Um dos indicadores de morte celular é a liberação de conteúdos

intracelulares para o meio extracelular, e a quantificação da LDH no

sobrenadante do meio de cultura de células, indica lesão da membrana

celular e consequente morte celular (DECKER e LOHMANN-MATTHES,

1988). O ensaio de LDH indica, portanto, a perda de integridade da

membrana plasmática das células tratadas.

As espécies que pertencem à família Asclepiadaceae geralmente

contêm enzimas proteolíticas no seu látex, o qual apresenta na sua

composição uma mistura complexa de componentes, como proteínas,

vitaminas, carboidratos, lipídios, terpenos, alcalóides e aminoácidos

livres. A presença de certas enzimas como quitinases e proteases em

vacúolos de látex sugere que estas podem ser responsáveis por mecanismos

de defesa da planta, quando a célula vegetal for lisada (VIERSTRA, 1996).

O látex desta planta tem sido usado na medicina popular como emético

e vermífugo (TREJO et al., 2001). Sendo assim, A. curassavica, apresenta

propriedades tóxicas, por possuir diversos glicosídeos, entre eles a

asclepiadina que é um glicosídeo cardioativo (LI et al. 2009). Entretanto,

na literatura existem poucos estudos em relação às características

toxicológicas. Ainda, de acordo com vários fatores, como sazonalidade,

temperatura, disponibilidade hídrica, radiação ultravioleta, adição de

nutrientes, poluição atmosférica, danos mecânicos e ataque de patógenos

podem interferir no teor de metabólitos secundários (GOBBO-NETO e

LOPES, 2007).

Conclusões

Ao término desta pesquisa, constata-se que os EBF e EBFL da

A. curassavica apresentam um potencial efeito citotóxico e atividade

coagulante. A ingestão desta planta por animais pode oferecer riscos à

saúde dos mesmos de acordo com este estudo de avaliação preliminar de

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29 VV

citotoxicidade.

As perspectivas deste trabalho remetem à identificação e à

caracterização físico-química deste(s) composto(s) presentes nas folhas

e flores da planta A.curassavica. Portanto, mais estudos devem ser

realizados a fim de compreender a complexidade do mecanismo de ação,

bem como a relação estrutura-atividade dos compostos ativos presentes

nos extratos. Estes estudos devem envolver a caracterização molecular

e a interação dos compostos químicos presentes nos extratos com os

receptores de membrana celular.

Agradecimentos

Este trabalho foi financiado pelo IFC.

Referências

DECKER, T.; LOHMANN-MATTHES, M.L. A quick and simple method

for the quantitation of lactate dehydrogenase release in measurements of

cellular cytotoxicity and tumor necrosis factor (TNF) activity. Journal of

Immunological Methods, v. 115, p. 61-69, 1988.

GOBBO-NETO, L.; LOPES, N. P. Plantas medicinais: fatores de influência

no conteúdo de metabólitos secundário. Química Nova, v. 30, n. 2, p. 374-

381, 2007.

LI, J. Z.; QING, C.; CHEN, C. X.; HAO, X. J.; LIU, H. Y. Cytotoxicity of

cardenolides and cardenolide glycosides from Asclepias curassavica,

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LIGGIERI, C.; ARRIBERE, M. C.; TREJO, S. A.; CANALS, F.; AVILES, F. X.;

PRIOLO, N. S. Purification and biochemical characterization of asclepain

c I from the latex of Asclepias curassavica. Protein Journal, v. 23, p. 403-

411, 2004.

MUEEN, K.; AHMED, K.; RANA, A. C. Calotropis species (Ascelpediaceae)

- A comprehensive review. Pharmacognosy Magazine, v. 1, p. 48-52, 2005.

MUTHU, C.; AYYANAR, M.; RAJA, N. Medicinal plants used by traditional

healers in Kancheepuram District of Tamil Nadu, India. Journal of

Ethnobiology and Ethnomedice, v, 2, p. 43-48, 2006.

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30 VV

PAPO, N.; SHAI, Y. Host defense peptides as new weapons in cancer

treatment. Cellular and Molecular Life Sciences, v. 62: p. 784-790, 2005.

RAJESH, R.; NATARAJU, A.; RAGHAVENDRAGOWDA, C.D.; Frey, B.M.;

Frey, F.J.; Vishwanath, B.S. Purification and characterization of a 34-kDa,

heat stable glycoprotein from Synadenium grantii latex: action on human

fibrinogen and fibrin clot. Biochimie, v. 88, p. 1313-1322, 2006.

TESTA, V. M.; MELLO, M. A.; FERRARI, D. L.; SILVESTRO, M. L.;

DORIGON, C. A escolha da trajetória da produção de leite como estratégia

de desenvolvimento do Oeste Catarinense. Epagri. Florianópolis. 120 pp,

2013.

TREJO, S. A.; LÓPEZ, L. M. I.; CIMINO, C. V.; CAFFINI, N. O.; NATALUCCI,

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isolated from latex of Asclepias fruticosa. Journal of Protein Chemistry,

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VIERSTRA, R. D. Proteolysis in plants: mechanisms and functions. Plant

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A difusão e a

realidade do

conhecimento sobre

plantas tóxicas

nas pequenas

propriedades rurais

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32 VV

Daiane Karen Wentz*

Carla Imlau*

Marina Caus Santos*

Patrícia Giacomin*

Jéssica Scortegagna*

Letícia Ribeiro Rafagnin*

Mário Lettieri Teixeira*

Introdução

A presença de substâncias químicas com diferentes propriedades

farmacológicas e toxicológicas é uma característica de muitas plantas

do grupo das Angiospermas pertencentes às famílias Asclepiadaceae,

Euphorbiaceae e Moraceae, entre outras. As plantas da família

Asclepiadaceae incluem mais de 2.000 espécies classificadas em 280

gêneros e estão distribuídas em todo o mundo, nas regiões tropicais e

sub-tropical (MUTHU et al., 2006).

A composição do látex destas plantas, comumente, é uma mistura

de várias enzimas hidrolíticas, em que as proteases são as principais

enzimas responsáveis pelas ações farmacológicas e toxicológicas

observadas (RAJESH et al., 2006). Um exemplo disto é a formação de

fibrina durante a coagulação do sangue e hidrólise da fibrina em fases

posteriores, em que a ingestão do látex e/ou seiva desta planta pode

causar um efeito toxicológico bastante severo, podendo, inclusive, levar

a um quadro clínico irreversível. Desta forma, a ingestão de plantas por

animais só é considerada maléfica quando o número de mortes atinge

um considerado patamar, e desta forma, estudos toxicológicos são

desenvolvidos para averiguar esta determinada situação (OMOLAJA

e FUNMI, 2003; PATTANAIK et al., 2008). Ficina, uma protease de

cisteína a partir de Ficus carica ativa o fator X do plasma humano e

induz a coagulação (RICHTER et al., 2002). Recentemente, estudos tem

* Curso de Medicina Veterinária, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Concórdia, Concórdia/SC

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33 VV

demonstrado que cisteína-proteases extraídas de Calotropis gigantea e as

serina-proteases de Synadenium grantii afetam a hemostasia formando

coágulos de fibrina (RAJESH et al., 2005; RAJESH et al., 2006). Semelhante

a outras plantas destas famílias, a Asclepias curassavica (Asclepiadaceae),

popularmente conhecida como oficial-de-sala, também é uma boa fonte

de enzimas proteolíticas, como cisteína-proteases (LIGGIERI et al.,

2004).

As principais atividades econômicas do Oeste Catarinense estão

estruturadas em cadeias produtivas, nas quais as agroindústrias são os

atores determinantes de suas trajetórias, obedecendo à determinações

que vêm do mercado e/ou da legislação do setor. Como uma atividade

econômica em expansão, a bovinocultura de leite vem implementando o

ciclo da seletividade dos produtores de matéria-prima. Esta seletividade

se dá conforme a eficiência em relação aos custos-resultados que cada

agente econômico produz. A seletividade ocorre mediante exigências,

como a ampliação de volume, de qualidade biológica do leite ofertado

e de adequação às normas sanitárias vigentes. A presença de agentes

químicos pode ocorrer na medida que o animal tenha um contato com

os mesmos. Desta forma, os produtores, tendo o conhecimento de que

existem plantas tóxicas na sua propriedade, podem fazer um manejo

adequado do rebanho. A bovinocultura de leite possui um diferencial-

chave em relação à suinocultura ou avicultura. Enquanto estas produções

são feitas em galpão (confinados), sendo os grãos (milho e soja) a base

para alimentação dos suínos e aves, a bovinocultura de leite alia sua

exigência de galpão (estábulo para ordenha, etc) às condições de oferta

de pasto para alimentação dos animais. Ou seja, na produção de leite,

a princípio, ocorre uma menor dependência de grãos. Isto pode dar ao

produtor que dispuser de terra uma maior autonomia no fornecimento

de alimento, ou seja, menor custo na produção da matéria-prima, tendo

uma vantagem em relação a custos-resultados. Atualmente, Santa

Catarina é o quinto maior produtor de leite do Brasil e o estado ainda

registra um crescimento anual de 10% na produção. Até o final de 2013,

os produtores catarinenses devem chegar à casa dos três bilhões de litros

(TESTA et al., 2013).

Desta forma, a ausência de informações sobre a presença de

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34 VV

plantas tóxicas no local de pastoreio pode acarretar na diminuição

da produção leiteira e em casos mais graves a redução do número de

animais. Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar e disseminar o

conhecimento em relação às mesmas na região de estudo.

Materiais e métodos

Para realizar este estudo, escolheu-se utilizar a pesquisa do tipo

exploratória. De acordo com Cervo e Bervian (1996), este tipo de pesquisa é

baseada na observação, registro e análise dos resultados, correlacionando

os mesmos a fatos ou fenômenos sem nenhum tipo de manipulação. Desta

forma, os estudos descritivos buscam descrever conjunturas a partir de

dados elementares arrolados em um primeiro momento, por meio de

entrevistas pessoais ou discussões em grupo, pautando e ratificando as

hipóteses alçadas na demarcação do problema de pesquisa. Foi realizado

um questionário fechado realizado no município de Arabutã, sendo que

a amostra populacional avaliada foi uma parcela constituída por 55 das

376 propriedades que desenvolvem atividades de bovinocultura de leite

e de corte na cidade. Segundo dados do setor de tesouraria da prefeitura

municipal, até dezembro de 2013, a amostra foi definida segundo

Gomes e colaboradores (2013) em split 80/20, erro amostral de +/- 10%,

grau de confiança de 95%. Os questionários foram aplicados durante o

mês de maio/2014. Foi elaborada uma cartilha com informações básicas

das plantas tóxicas mais citadas como presentes ou importantes para

a população em questão, e foi distribuída com o apoio da Prefeitura

Municipal. A análise dos dados dos prontuários foi feita pelo software

estatístico Stats D+ (versão 1.0) por análise estatística descritiva.

Resultados e discussão

O projeto de extensão verificou que, na população consultada, a

maioria (50,91%) está há mais de 20 anos na atividade, podendo-se dizer

que essa população possui muita experiência, porém devido a forma

tradicional, e muitas vezes à dificuldade em conseguir conhecimentos

novos, podem ocorrer enganos ou equívocos em relação a quais plantas

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35 VV

são as mais tóxicas. Contudo, a maioria deles aprendeu a discernir

plantas tóxicas de outras com o dia-a-dia, observando seus animais, o

que comprova que a população conhece os riscos que as plantas tóxicas

representam. Além disso, a composição do tamanho das propriedades dá-

se principalmente por propriedades de 10 a 20 hectares (Tabela 1).

Tabela 1. Perfil dos produtores rurais pesquisados em relação aos anos de atividade agrícola e tamanho da propriedade rural.

A bovinocultura leiteira mostrou-se uma importante atividade

econômica para os munícipes, sendo a principal fonte de renda para

25,46% das propriedades consultadas e uma atividade secundária de

suma importância para 69,09% dos agricultores, seguida da suinocultura

em 10,91% das propriedades do município, como atividade secundária. A

bovinocultura de corte é uma atividade que se mostrou de pouca extensão

no município, sendo a mais importante em 7,27% das propriedades, e

uma atividade secundária em 3,64% delas (Tabela 2).

Tabela 2. Perfil dos produtores rurais pesquisados em relação à atividade principal e secundária da propriedade rural.

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Em relação a situação atual de conhecimento, 52,73% dos

bovinocultores declararam não receber informações sobre as plantas

tóxicas, e os 42,27% que recebem afirmam que o médico veterinário

é responsável, em 53,85% dos casos, por levar o conhecimento sobre as

plantas tóxicas aos produtores. Em contrapartida, boletins informativos

são pouco usados, e para tanto foi criada uma cartilha educativa com

informações básicas sobre as plantas tóxicas mais citadas e mais

frequentes nas propriedades do município. A criação de uma cartilha

impressa é importante pois é uma forma de chegar rapidamente a muitas

propriedades, além de ser um método muito usado e consagrado para

outros fins, como qualidade de produtos, e informações sobre manejos

em outros sistemas de criação, como por exemplo, de suínos ou aves

(Tabela 3).

Tabela 3. Perfil dos produtores rurais pesquisados em relação ao recebimento de informações e instruções sobre plantas tóxicas.

Em relação às plantas mais encontradas na região, e mais citadas

pelos produtores, pode-se destacar a Samambaia (Pteridium aquilinum),

apontada como tóxica por 26,18% dos bovinocultores, e presente em

32,52% das propriedades. A ingestão da planta pode ter efeito agudo,

que, mesmo raro, causa edema de garganta, hemorragias cutâneas

e de cavidade naturais, pelo arrepiado, depressão, além de mucosas

pálidas e com petéquias. Porém, a forma de manifestação mais comum

é a crônica, causando anemia, hematúria enzoótica, carcinoma de células

escamosas(esôfago, faringe e rúmen), timpanismo e emagrecimento

progressivo.

No caso da mamona (Ricinus comunis), apontada como tóxica

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37 VV

e presente nas propriedades por 11,52% e 14,63% respectivamente,

a importância biológica dá-se pela ingestão de folhas e sementes,

principalmente, que causam no bovino um andar desequilibrado, com

tremores musculares, e dificuldade de caminhar longas distâncias,

fazendo com que procure ficar deitado. Ocorre também eructação

excessiva (arroto) acompanhada por sialorreia (baba).

Na intoxicação por sementes o animal demonstra fraqueza,

apatia e diarreia sanguinolenta, além de insuficiência respiratória. Outra

planta muito citada foi a Oficial-de-sala (Asclepias curassavica), que

14,66% consideram tóxica, e 19,51% declararam que está presente em suas

propriedades. A planta possui glicosídeos digitálicos e um látex tóxico, que

é, porém, um elemento que prejudica altamente a palatabilidade, fazendo

com que não haja relatos na região sobre intoxicações espontâneas

decorridas devido a ingestão da planta, sendo possível concluir que a

planta, apesar de conter quimicamente moléculas e substâncias capazes

de intoxicar o animal, não possui representatividade clínica prática,

sendo importante que os produtores a conheçam por conter substâncias

tóxicas, mas que sejam mais atentos a plantas que possuem casuística

reconhecida e confirmada, como é o caso da Samambaia (Pteridium

aquilinum), do Timbó (Ateleia glazioviana), da Maria-mole (Senecio

brasiliensis) e do Carrapicho (Xanthium strumarium).

Em relação à Maria-mole (Senecio brasiliensis), 12,57% dos

produtores relataram que a conhecem e 16,26% dos entrevistados declaram

que ela está presente na propriedade. A planta possui ação hepatotóxica

por alcalóides pirrolizidícos, que inibem a síntese de ureia e a eventual

intoxicação pro amônia no Sistema Nervoso Central, causando também

paralisação do rúmen, sangue nas fezes e frequência cardio-respiratória

aumentada.

O Carrapicho (Xanthium strumarium) é conhecida como tóxica

por 11,52% e está presente em 14,63% das propriedades. Possui ação

hepatotóxica e um glicosideo triterpenoide que causa necrose hepática

e sinais clínicos e morte associadas à insuficiência hepática aguda,

alterações digestivas, dor abdominal, tremor muscular. 

Timbó (Ateleia glazioviana) foi citada como tóxica por 10,47%

dos entrevistados. A ingestão dessa planta causa apatia, letargia e

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cegueira, “morte súbita” e insuficiência cardíaca, tremores, respiração

ofegante, falha reprodutiva, abortos e nascimento de bezerros fracos que

geralmente morrem após algumas horas. As mortes concentram-se nos

meses de junho e julho, diminuindo a partir do mês de agosto.

Erva-de-rato ou café-bravo (Palicourea marcgravii) foi

reconhecida como tóxica por 3,66% dos entrevistados, e segundo

eles, ausente nas propriedades, isso porque a região não possui uma

disseminação do crescimento da planta. Outra planta que segundo

os proprietários não é encontrada na região é o Pessegueiro-bravo

(Prunus shaerocarpa), citado como tóxico por 9,42% dos bovinocultores

questionados.

Com relação aos casos confirmados por médico veterinário,

apenas 23,64% dos bovinocultores citaram que houve alguma intoxicação

na propriedade do período de janeiro de 2013 a abril de 2014. Esse

número é considerado baixo, mas vale ressaltar que, muitas vezes,

as informações dadas para evitar intoxicações ocorrem, geralmente,

durante atendimentos de animais com quadros clínicos suspeitos de

intoxicações, o que diminui muito a confiabilidade destes dados, levando

em consideração que em muitos casos de intoxicações o diagnóstico é

inconclusivo, e nem todos os proprietários buscam profissionais que

possam realizar o diagnóstico após a morte do animal.

Conclusão

De acordo com os resultados encontrados, pode-se dizer que os

bovinocultores conhecem a maioria das plantas tóxicas da região, e que

a casuística é baixa. Porém, seria necessário que essas plantas fossem

erradicadas das propriedades, fator que foi disseminado juntamente

a cartilha com informações básicas sobre as plantas tóxicas mais

citadas da região. As principais formas de eliminação divulgadas foram

desenraizamento, roçada e o manejo de pastagens, já que a ingestão de

plantas tóxicas dá-se principalmente pela escassez de alimento.

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39 VV

Agradecimentos

Este trabalho foi financiado pelo IFC.

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Efeito das plantas

de cobertura nos

atributos físicos do

solo, suprimento

de nitrogênio e

produtividade do

milho

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Sidinei Leandro Klöckner Stürmer*

Gilmar Silvério da Rocha*

Romano Roberto Valicheski*

Rodrigo Salvador**

Herberto Lopes**

Guilherme Vitória**

Francieli Steffler Weber**

Tainah Triani Alves**

Introdução

No cenário atual dos sistemas agrícolas, o solo tem grande importância

na produção de alimentos, fibras e principalmente na manutenção da

qualidade ambiental. No entanto, com o manejo inadequado do solo a

desestruturação do mesmo está em constante crescimento. Pesquisas

relatam que a compactação corresponde a 82% do total de solos fisicamente

degradados no mundo, o que corresponde a 68,3 milhões de hectares.

A diminuição das operações agrícolas não é condição suficiente

para evitar a compactação, a menos que seja suplementada com rotação

de culturas e com uso de plantas que produzam grande quantidade de

massa para promover a cobertura do solo e que possuam sistema radicular

profundo (CARDOSO et al., 2003). Para Alvarenga et al. (1996) as raízes

podem estar envolvidas, direta ou indiretamente, na estabilização do solo,

pois o emaranhado que elas formam aproxima e protege os agregados do

solo, em especial os macroagregados e, indiretamente, devido à exudação

pelas raízes e decomposição das mesmas, fornecendo materiais orgânicos

estabilizantes e deposições de carbono abaixo da superfície do solo.

Algumas espécies produzem enorme quantidade de raízes, como

as gramíneas, que possuem sistema radicular abundante e, embora não

possuam raízes muito desenvolvidas, ocorrem em grande quantidade

(JIMENEZ, et al. 2008). Além do processo mecânico de descompactação

* Docente, IFC Campus Rio do Sul.** Discente, IFC Campus Rio do Sul.

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do solo, com escarificadores e subsoladores, a utilização de espécies de

plantas de cobertura, sobretudo com a utilização da rotação de culturas

em espécies com sistema radicular bastante agressivo e profundo, faz-se

necessário, pois além da proteção da superfície do solo com a presença de

resíduos vegetais, as raízes dessas espécies vão se decompor, deixando

canais que proporcionarão o aumento do movimento de água e a difusão

de gases (MÜLLER et al., 2001; JIMENEZ, et al. 2008).

A utilização de plantas de cobertura é uma prática que

proporciona melhoria nas condições químicas, físicas e biológicas do

solo. Seus diversos efeitos têm sido constatados na proteção do solo,

mediante a redução das perdas por erosão, o que proporciona ganho de

matéria orgânica, aumento da CTC, amenizando também os problemas

de compactação e trazendo os nutrientes mais profundos para a superfície

(ALCÂNTARA et al., 2000).

A introdução das espécies de cobertura do solo pode representar

melhorias nas condições de fertilidade e estrutura do solo, além da

recuperação da bioestrutura e auxiliando na adubação nitrogenada

(leguminosas) e na produção de matéria orgânica (gramíneas). As

espécies utilizadas devem repor ao solo as quantidades de nutrientes que

as plantas dele retiram, além dos perdidos pelas colheitas. Essa prática

evita que o solo se esgote ou se torne deficiente (VASCONCELLOS et al.,

2002).

As espécies escolhidas para o sistema devem ser selecionadas

pelo potencial de produção de fitomassa, pela capacidade de incorporar

ou reciclar nutrientes ao solo, pela velocidade e uniformidade do

desenvolvimento vegetativo e pela facilidade de manejo. Existem também

algumas plantas com função de “descompactar” o solo, isto é, elas podem

proporcionar um rompimento mais uniforme da camada compacta, além

de contribuírem na melhoria do estado de agregação do solo (JIMENEZ et

al., 2008; CONTE et al., 2008).

Essas plantas, além de fazerem parte da diversificação de um

agroecossistema, podem ser excelentes adubos, pois além de protegerem

o solo, podem ser a ele incorporados, servindo como matéria orgânica.

Quando são usadas plantas leguminosas, sua associação com bactérias do

gênero Rhizobium proporcionam a fixação de nitrogênio do ar no solo,

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reduzindo o consumo de adubo sintético nitrogenado (PEDROSO, 2005).

O aumento da disponibilidade de N para a primeira cultura

cultivada em sucessão às leguminosas pode ser de efeito imediato, podendo

fixar cerca de 50 a 200 kg ha-1 (AMADO et al., 2002). Assim, normalmente

é a produção de matéria seca que determinará o total de N a ser fixado ao

solo pelas leguminosas, podendo permanecer no solo por médio e longo

prazo, reduzindo dessa forma a necessidade de outras fontes de N para

maximizar o rendimento de culturas utilizadas na rotação (AMADO et al.,

2002).

Nesse sentido, o conhecimento do efeito de diferentes plantas de

cobertura sobre a compactação, dinâmica dos nutrientes e produtividade

das culturas pode auxiliar na escolha de critérios de uso e manejo do solo

a serem adotados por agricultores da região do Alto Vale do Itajaí-SC e,

consequentemente, promover a preservação de sua qualidade.

Material e métodos

O experimento foi conduzido no Instituto Federal Catarinense

- Câmpus Rio do Sul – SC, em uma área agricultável localizada

aproximadamente a 5 km da Sede do Câmpus. O delineamento

experimental adotado foi o de blocos ao acaso com parcelas subdivididas

com quatro repetições. Como plantas hibernais foram utilizadas ervilhaca

(Vicia sativa), tremoço-branco (Lupinus albus), aveia-preta (Avena

strigosa) e azévem (Lolium multiflorum). Além disso, uma área foi mantida

sem plantas de cobertura, representando o tratamento testemunha. Cada

parcela teve dimensões de 6m x 16m, perfazendo área útil total de 96m2.

As subparcelas tiveram dimensões de 4m x 6m (24m2), nas quais foram

aplicadas as doses de nitrogênio (0, 100, 200 e 300 kg ha-1) para o milho.

A semeadura das espécies de adubos verde foi realizada

manualmente a lanço, realizando uma gradagem leve na superfície do

solo para cobrir as sementes. A quantidade de sementes distribuídas

para a implantação das culturas hibernais foi de 65 kg ha-1 para a aveia

preta, 25 kg ha-1 para o azevém, 60 kg ha-1 para o tremoço branco e 40

kg ha-1 para a cultura da ervilhaca. No momento da semeadura também

foram removidos todos os restos de culturas presentes na área, bem como

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a vegetação viva existente na superfície do solo das parcelas tidas como

testemunha. Quando as plantas de cobertura atingiram a plena floração,

foram dessecadas para viabilizar a semeadura do milho.

A semeadura do milho foi realizada em 8 linhas, espaçadas de

0,80m por parcela, procurando-se estabelecer uma população final de

60.000 planta ha-1 (aproximadamente 5 plantas/m). Para a adubação

de base foi utilizado o fertilizante mineral formulado 07-28-14, sendo a

quantidade distribuída, calculada de acordo com os resultados obtidos na

análise química do solo.

As variáveis físicas foram analisadas em duas etapas. A primeira

análise foi feita antes da semeadura das plantas hibernais para levantar

dados a respeito dos atributos físicos e químicos iniciais do solo, e

a segunda, feita após plena floração das gramíneas e leguminosas

utilizadas como cobertura do solo. Foram coletadas amostras deformadas

e indeformadas de solo nas camadas de 0,00 a 0,07m; 0,07 a 0,14m e 0,14

a 0,21m.

Para a determinação da densidade do solo foi utilizada a

metodologia do anel volumétrico, de acordo com os procedimentos

descritos em EMBRAPA (1997). A densidade de partículas foi

determinada medindo-se o volume ocupado por 20g de terra fina seca

em estufa (TFSE), com o emprego de álcool etílico e balão volumétrico

aferido de 50 mL. A partir dos dados de densidade do solo e densidade de

partículas foi determinada a porosidade total do solo.

A microporosidade foi obtida pelo método da mesa de tensão,

com amostras saturadas, aplicando-se uma tensão de 60 cm de altura

de coluna de água, a qual retira a água dos macroporos (poros com Ø >

0,05 mm). Após as amostras atingirem o equilíbrio, estas foram levadas à

estufa a 105ºC, e pesadas novamente após secagem. A macroporosidade,

por sua vez, foi obtida com a seguinte equação:

Macroporosidade = Porosidade Total – Microporosidade

A resistência mecânica do solo à penetração (RP) foi determinada

com auxílio de um penetrômetro de haste metálica, marca FALKER,

modelo Penetrolog 1020. Este equipamento permite registrar valores

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de resistência mecânica à penetração com intervalos de 0,01 m. Os

dados obtidos foram expressos em MPa, considerando críticos para o

desenvolvimento das raízes valores superiores a 2,00 MPa.

A condutividade hidráulica (Ks) em solo saturado foi determinada

pelo método do permeâmetro de carga constante.

Para a análise granulométrica, realizou-se a dispersão química

do solo com NaOH 1M, associada à agitação mecânica com agitador

horizontal, durante 12 horas. Após a agitação, a suspensão foi passada em

peneira de 53µm, a qual retém a areia e deixa passar a suspensão de silte

e argila para uma proveta de 1L. A areia, depois de transferida para uma

placa de petri e seca em estufa (105-110ºC), foi determinada usando-se

uma balança de precisão. A argila foi determinada pelo método da pipeta,

coletando-se uma alíquota de 50 mL durante o processo de sedimentação

da suspensão coletada na proveta. O silte foi determinado pela diferença

das outras frações em relação à amostra original.

As variáveis analisadas nas plantas de cobertura do solo ocorreram

no período de máximo desenvolvimento vegetativos das espécies, ou seja,

no florescimento das plantas. Em cada parcela experimental foi lançado

ao acaso um quadrado de madeira (com 1m2 de área interna), cortando-

se junto ao solo todas as plantas inseridas nesta área. A quantidade da

fitomassa produzida na área coletada foi quantificada com o uso de uma

balança de precisão, sendo a fitomassa produzida estimada então para

um hectare.

Após a quantificação da fitomassa, o material coletado foi

acondicionado em sacos de papel devidamente identificados, sendo

então submetidos a secagem em estufa a uma temperatura de 65-70ºC

com circulação forçada de ar até atingir peso constante, quantificando-se

então, a matéria seca, sendo estimada, respectivamente, para um hectare.

Após a determinação da quantidade de massa seca produzida

pela parte aérea, o material vegetal coletado foi triturado em moinho tipo

Wiley, provido de facas e peneiras de aço inoxidável. O material triturado

foi acondicionado em recipientes plásticos até o momento da análise. O

procedimento analítico e a metodologia seguida para digestão sulfúrica

do tecido vegetal, bem como a determinação dos teores de nitrogênio, é o

descrito por Tedesco (1997). Após determinação do teor de N na fitomassa

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das diferentes espécies de adubos verde, com base na quantidade de

massa seca produzida por cada espécie, foi determinada a quantidade de

nitrogênio existente em um hectare de lavoura.

Para determinação do teor de nitrogênio no milho, foi coletada

a folha inteira oposta e abaixo da primeira espiga (superior), excluída

a nervura central. A coleta foi efetuada logo após o aparecimento da

inflorescência feminina (embonecamento), uma vez que é nesta fase que

as plantas requerem maior quantidade de nitrogênio. Após a coleta das

folhas estas foram lavadas por meio de imersão rápida em água destilada

para retirar a poeira, e em seguida submetidas a secagem em estufa a 60

°C até obtenção de peso constante.

A produtividade do milho foi determinada em 4 linhas centrais

de cada tratamento, sendo colhidos 2m de cada linha, totalizando 8 m

lineares por tratamento. A debulha das espigas foi feita utilizando-se um

debulhador manual. A massa de sementes obtida em cada tratamento foi

quantificada após padronização da umidade a 13%, sendo estimada para

um hectare.

Resultados e Discussão

De acordo com análises físico-químicas anteriores ao início do

experimento, o solo da área experimental pode ser classificado como de

média fertilidade. A classe textural foi classificada como franca, uma vez

que este solo apresenta aproximadamente 30% de areia, 44% de silte e 26%

de argila, sem variações significativas entre as camadas avaliadas.

Os demais atributos físicos do solo antes na implantação do

experimento para as camadas de 0,0-0,07m, 0,07-0,14m e 0,14-0,21m são

apresentados na Tabela 1. Observa-se que para a densidade do solo, há um

pequeno incremento no valor deste atributo nas camadas mais profundas

(0,07-0,14m e 0,14-0,21m) quando comparado com a camada superficial.

Este fato pode estar relacionado ao manejo do solo nesta área agrícola, na

qual adotava-se o cultivo mínimo, sendo a cada dois anos efetuada uma

subsolagem até 0,25m de profundidade, seguido de uma gradagem até

aproximadamente 0,10m de profundidade, com revolvimento superficial

do solo e manutenção de áreas adensadas em subsuperfície.

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PT – Porosidade Total; Mac – Macroporosidade; Mic – Microporosidade; Ds – Densidade do solo; Ks – Condutividade hidráulica em solo saturado e; RPcc – Resistência mecânica à penetração na capacidade de campo.

Tabela 1. Caracterização física do solo nas parcelas experimentais antes da implantação do experimento.

Os maiores valores de densidade do solo em camadas mais

profundas estão refletidos em maiores valores de resistência mecânica à

penetração (RP) nas mesmas camadas, embora ainda não se caracterizavam

como restritivos ao desenvolvimento radicular das plantas. Além disso, a

densidade do solo também está associada aos valores de macroporosidade,

microporosidade e da porosidade total. A condutividade hidráulica do solo

saturado encontrava-se com valores próximos a 100 mm h-1 na superfície,

enquanto que na camada intermediárias estes valores apresentavam uma

redução de aproximadamente 50%. Esse comportamento em relação este

atributo físico pode representar problemas com a drenagem de água na

lavoura.

Na Tabela 2 são apresentados os valores de alguns atributos

físicos do solo, para as camadas de 0,0-0,07m, 0,07-0,14m e 0,14-0,21m,

após dois anos de condução do experimento.

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Tabela 2. Porosidade total (PT), Macroporosidade (MAC), Microporosidade (MIC) e Densidade (Ds) do solo em três camadas sob distintas plantas de cobertura.

Nota-se que, de modo geral, os valores da porosidade total

não foram significativamente afetados pelas plantas de cobertura em

nenhuma das camadas avaliadas, embora seus valores absolutos tenham

sido ligeiramente inferiores aos valores no início do experimento. Klein

(2014) cita que de modo geral os solos apresentam porosidade total próxima

aos 50%, corroborando os valores encontrados para este solo. Em relação

ao diâmetro dos poros no solo percebe-se que em relação à área original

houve um aumento dos macroporos e uma diminuição dos microporos.

Não se percebeu, no entanto, diferenças na porosidade em função das

plantas de cobertura utilizadas. Bertol et al. (2000) mostram que os

sistemas de manejo afetam menos a porosidade total em comparação

com a macro e microporosidade, uma vez que a PT depende do efeito

combinado das duas. Assim, citam os autores, que é mais importante

estudar o comportamento relativo da macro e microporosidade com a

porosidade total do solo.

Assim como para a porosidade, a densidade do solo também

não foi significativamente afetada pelas plantas de cobertura do solo.

Mesmo assim, percebeu-se um aumento na densidade do solo atual em

( 3

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50 VV

comparação com o início do experimento. Vários autores citam que

um dos principais atributos físicos afetados pelo sistema de plantio

direto é a densidade do solo. Costa et al. (2003) afirmam que os efeitos

do manejo do solo sobre os seus atributos dependem dos sistemas de

culturas utilizados, da umidade do solo no momento em que as operações

agrícolas são realizadas e também são dependentes do tempo de uso

dos diferentes sistemas. Neste sentido, percebe-se que apenas dois anos

de cultivo com plantas de cobertura do solo não foram suficientes para

alterações substanciais nas propriedades físicas do solo.

O efeito das plantas de cobertura nas características químicas,

físicas e biológicas do solo e produtividade das culturas depende do

adequando aporte de fitomassa ao solo, em quantidade, qualidade e

frequência (Agroconsult, 2008). Nesse sentido, a quantidade de fitomassa

seca e verde produzida pelas plantas hibernais de cobertura do solo foi

bastante distinta (Figura 1).

As gramíneas avaliadas, aveia e azevém, produziram em

torno de 20 Mg ha-1 de massa verde na parte aérea, evidenciando

crescimento bastante similar. As leguminosas, por sua vez, apresentaram

comportamento distinto entre si. Enquanto a ervilhaca produziu na parte

aera apenas 10 Mg ha-1, o tremoço produziu aproximadamente 30 Mg

ha-1. Nota-se que a quantidade foi de aproximadamente 200% a mais

que a ervilhaca. Esses dados são bastante similares aos encontrados por

Dahlem et al. (2014) para a região Sudoeste do Paraná.

Em relação à fitomassa seca, no entanto, os valores foram

diferentes. O azevém apresentou maior produção de fitomassa seca

enquanto que a ervilhaca apresentou menor produção. A menor produção

de fitomassa por parte da ervilhaca se deve ao seu maior ciclo. Como as

plantas foram semeadas e avaliadas nas mesmas datas, provavelmente

esta planta teria um potencial maior de produção de fitomassa. A maior

produção de fitomassa seca por parte das gramíneas se deve à menor

quantidade de água presente nos tecidos vegetais em comparação com

as leguminosas. O percentual de MS nas espécies foi de 44, 35, 25 e 18%,

respectivamente, para azevém, aveia, ervilhaca e tremoço.

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Figura 1. Produção de fitomassa seca e verde pela parte aérea das plantas hibernais de cobertura do solo.

Outro importante aspecto das plantas de cobertura e que

está relacionado à melhoria das características químicas, físicas e

produtividade das culturas, além da produção de fitomassa, é a quantidade

de nitrogênio fixado pelas plantas. O milho é uma das espécies comerciais

mais exigentes em fertilizantes, mormente os nitrogenados, que

apresentam forte influência na produtividade da cultura. O uso exclusivo

de fertilizantes químicos representa custos adicionais, que podem

ser diminuídos com o uso de plantas fixadoras de nitrogênio, como as

leguminosas.

O teor de nitrogênio (Figura 2) presente nos tecidos vegetais

das plantas de cobertura avaliadas foi bastante distinto. Enquanto que

as gramíneas apresentaram entre 1 e 1,5% de sua fitomassa seca sendo

representada por N, para as leguminosas este percentual foi de 2,5-

3,0%, evidenciando a sua eficiência na fixação biológica de nitrogênio

atmosférico.

Em função da quantidade de N nos tecidos vegetais e produção

total de fitomassa seca, as plantas de cobertura utilizadas no estudo

fixaram 66, 84, 95 e 170 kg de N por hectare, respectivamente para ervilhaca,

aveia, azevém e tremoço. Percebe-se que a quantidade total de N fixado

é muito dependente da quantidade de fitomassa produzida. A fitomassa

produzida apresenta grande variação nos anos, o que pode resultar em

quantidades diferentes de N fixado ao solo. Mesmo assim, os resultados

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encontrados neste estudo são similares aos encontrados por Dahlem et

al. (2014). Nesse sentido, de acordo com o citado por Amado et al. (2002)

a utilização de plantas de cobertura antecedendo a cultura do milho pode

resultar no aumento da produtividade devido a disponibilização de N

para a cultura e contribuir para a redução da necessidade de aplicação de

fertilizantes minerais nitrogenados.

Figura 2. Teor de nitrogênio no tecido vegetal das plantas hibernais de cobertura do solo.

A produtividade do milho (Tabela 3) foi afetada tanto pelas

culturas de cobertura que antecederam o milho como pelas doses de

fertilizante mineral nitrogenado aplicado. Quando desconsiderada a

dose de fertilizante aplicado percebe-se que o milho apresentou maior

produtividade quando antecedido por ervilhaca. Para as demais plantas

de cobertura não se percebeu diferenças significativas entre as plantas

hibernais de cobertura.

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Tabela 3. Produtividade de milho (kg ha-1) sob distintas plantas hibernais de cobertura do solo e doses de fertilizante nitrogenado aplicado.

Quando avaliado o efeito sinérgico das plantas de cobertura e das

doses de fertilizante mineral nitrogenado aplicado, nota-se que para o ano

agrícola de 2013-2014 a maior produtividade de milho ocorreu quando se

utilizou ervilhaca e adição de 200 kg ha-1 de nitrogênio.

Conclusão

Para as condições ambientais da região do Alto Vale do Itajaí e

para os tratamentos avaliados, pode-se concluir que, em solo sob SPD

com alto teor de silte:

não são suficientes para alterar de modo significativo os atributos físicos

do solo, com exceção da densidade do solo.

hibernais depende da fitomassa produzida e do tipo de cultura utilizada.

a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados no milho.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao apoio recebido da Pró-Reitoria de

Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação e da Pró-Reitoria de Extensão do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense pela

concessão de bolsas de iniciação científicas referentes ao Edital 195/2013.

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54 VV

Referências

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Propagação de

aceroleira (Malpighia

Spp.) por estaquia em

casa de vegetação

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Frank Ramos Machado*

Dhiogo Freccia Simão*

Ivar Antonio Sartori**

Nestor Valtir Panzenhagen**

Introdução

A flora brasileira é rica em frutas comestíveis, as quais constituem

um patrimônio genético e cultural de inestimável valor (MIELKE et al.,

1990). Dentre as espécies destacam-se a aceroleira (Malpighia glabra L.),

originária da América Central e Norte da América do Sul. Esta espécie

teve despertado o interesse pelo elevado teor de ácido ascórbico (vitamina

C) em seu fruto, em torno de 1.500 a 4.600 mg por 100 g de polpa, sendo

uma fruta altamente requisitada no mercado mundial para o preparo de

sucos, no consumo in natura e na a fabricação de geleias, vinhos e licores

caseiros (PIO, 2003).

De acordo com CASTRO & KLUGE (2003), a aceroleira suporta

diversos tipos de propagação existentes, seja por intermédio de sementes,

estaquia, enxertia, alporquia e mergulhia. No Brasil, RITZINGER et al.

(2003) reportam que a expressiva maioria dos plantios comerciais de

acerola foi estabelecida, de forma generalizada, com base em mudas

obtidas de sementes, havendo, em decorrência disto, uma grande

desuniformidade entre plantas, com reflexos negativos na produtividade

e qualidade de frutos. Desse modo, o emprego da propagação vegetativa

deve ser preferido, pois permite a multiplicação (clonagem) de indivíduos

com características agronômicas superiores, permitindo uma maior

renda ao produtor. Em escala comercial, o método de propagação que

tende a ser o mais utilizado é a estaquia, pois tem proporcionado maior

precocidade na produção e garantia na manutenção das características

genéticas da planta matriz.

De acordo com FIGUEIREDO et al. (1995), as auxinas estimulam

*Instituto Federal Catarinense/Agronomia/Campus Santa Rosa do Sul, Estudantes de Graduação**Professores Orientadores, IFC/Agronomia/Campus Santa Rosa do Sul.

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a divisão celular, modificações da parede celular e a atividade enzimática.

Segundo FACHINELLO et al. (1995), uma das formas mais comuns de

favorecer o balanço hormonal para o enraizamento é a aplicação exógena

de auxinas, como o ácido indolbutírico (AIB) e o ácido naftalenoacético

(ANA). Segundo RITZINGER e GRAZZIOTTI (2005), a base das estacas pode

ser tratada com reguladores de crescimento como o ácido indolbutírico

(AIB), visando acelerar a emissão de raízes, sendo os melhores resultados

obtidos em concentrações de 2.000 a 2.800 mg L-1. Já para LOPES et al.

(2003), os melhores resultados de enraizamento de estacas de aceroleiras

foram obtidos com a aplicação de AIB nas concentrações e 1.500 e 2.000

mg L-1.

Outra possibilidade que pode viabilizar e incrementar o

enraizamento de estacas é a prática do estiolamento dos ramos. Para

FACHINELLO et al. (1995), esta prática poderá proporcionar o aumento da

concentração de co-fatores de enraizamento e estimular o enraizamento

de estacas. Conquanto, testaremos neste experimento também

ranhuras na base da estaca como forma de estimular os fitormônios de

enraizamento.

O presente trabalho teve por objetivos estudar a propagação

vegetativa de aceroleira em casa de vegetação visando incrementar o

índice de sobrevivência de mudas.

Metodologia

O experimento foi conduzido em casa de vegetação do IFC

Campus Santa Rosa do Sul, localizado na comunidade de Vila Nova, no

município de Santa Rosa do Sul/SC, contendo sistema de nebulização

intermitente. O delineamento experimental adotado foi completamente

casualizado, com 40 repetições para cada tratamento.

A estaquia foi realizada em novembro de 2013 e, de acordo com

LIMA et al. (2006), os ramos coletados apresentavam entre 10 e 12 cm

de comprimento, sendo retirados da porção mediana dos mesmos, de

plantas com seis anos de idade. Estes foram cortados em bisel, tanto na

base das estacas, logo abaixo de um nó, como no ápice, logo acima de um

nó. Os tratamentos foram assim distribuídos: T1 - Testemunha (estacas

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com um par de folhas); T2 - Pré-estiolamento de ramos, com a presença

de um par de folhas nas estacas; T3 - Pré-estiolamento de ramos, com

ausência de folhas nas estacas + AIB 2.000 mg L-1; T4 - Pré-estiolamento

ramos, com estacas sem folhas + AIB + ranhuras na base; T5 - Ranhuras

na base das estacas, com presença de um par de folhas; e T6 - Ranhuras na

base das estacas com presença de um par de folhas + AIB 2.000 mg L-1.

Foram coletados dados experimentais relativos ao número de

brotações, altura do ramo principal de crescimento, a quantidade final de

estacas enraizadas, bem como o peso de raízes e parte aérea, em massa

seca e úmida. O substrato utilizado foi composto de 33% de argila, 33% de

casca de arroz carbonizada e 33% de areia grossa. O manejo da correção

do substrato e da adubação do mesmo foi realizado com o uso de calcário

dolomítico e adubos minerais contendo os elementos N, P e K.

Foram utilizados sacos de polietileno, com altura de 15,0cm e

com capacidade de 1,2 litros, preenchidos integralmente com o referido

substrato. Nos tratamentos com ácido indolbutírico (AIB), foi realizada

a imersão de 3,0cm da base das estacas nesta solução a 2.000 mg L-1,

durante dez segundos, sendo imediatamente plantadas, de acordo com

BORDIN et al. (2003) e LOPES et al. (2003).

O estiolamento de ramos foi realizado no pomar de aceroleiras

do Campus Santa Rosa do Sul, 21 dias antes da realização do plantio das

estacas. Esta prática foi realizada em alguns ramos destas plantas a partir

do ensacamento de ramos com lona preta e cobertura externa com saco

de papelão de cor clara, com o objetivo de proporcionar o escurecimento

interno e diminuir o aquecimento do material ensacado.

Já a prática das ranhuras na base das estacas foi realizada

imediatamente antes do plantio das estacas, a partir da formação de 4

a 6 ranhuras verticais na casca, de 3,0cm cada, na base da estaca, com o

auxílio de um canivete.

A irrigação na casa de vegetação foi realizada por um conjunto

de microaspersores, acionados para nebulizar o ambiente em horários

previamente definidos, às 08:00h, 12:00h, 17:00h e 24:00h, por três

minutos em cada período, visando manter a umidade dos substratos.

A adubação de cobertura, com N, P e K foi realizada uma única

vez, no mês de fevereiro de 2014. Assim como a adubação, os demais

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tratos culturais, como o controle manual de plântulas espontâneas, foram

realizados uniformemente em todos os tratamentos.

As análises estatísticas foram realizadas pelo sistema ASSISTAT

versão 7.7, (SILVA & AZEVEDO, 2009) ao nível de 5% de probabilidade de

erro e, em caso de significância foi aplicado para separação de médias o

teste de Tukey.

Resultados e discussão

A Tabela 1 - expressa a massa média seca e úmida de raízes das

plantas, de aceroleiras propagadas por estaquia, aos 160 dias após a

instalação do experimento.

Médias seguidas por letras distintas entre si diferem ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey.

Tabela 1 – Massa média úmida e seca (g) do sistema radicular de mudas de aceroleira (Malpighia spp.) propagadas por estaquia, em casa de vegetação com controle de irrigação aos 160 dias após a instalação do experimento. Santa Rosa do Sul, SC.

Verifica-se que houve maior desenvolvimento radicular das

aceroleiras nos tratamentos T3, T4 e T6. Nestes três tratamentos,

similarmente, foi realizada a aplicação exógena de auxinas pela imersão

de estacas em solução de ácido indolbutírico (AIB), com ou sem o pré-

estiolamento e com a presença ou ausência de ranhuras na base das

estacas, o que demonstra a importância deste hormônio no favorecimento

da formação do sistema radicular de estacas de aceroleiras concordando

com BORDIN, et al. (2003) e LOPES et al. (2003). Já a superioridade do

crescimento radicular obtida no tratamento T4 (Tabela 01 e Figura

01) demonstra que há interação conjunta da aplicação de AIB, do pré-

estiolamento das estacas e da presença de ranhuras na base das mesmas.

A Tabela 2 expressa a massa úmida e seca (g) da parte aérea

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de mudas de aceroleira propagadas por estaquia, aos 160 dias após a

instalação do experimento. De maneira geral observa-se certa semelhança

nos resultados de crescimento radicular e desenvolvimento da parte

aérea. Quando comparado aos demais tratamentos, verifica-se que

houve maior desenvolvimento foliar, em massa úmida, no tratamento

T4, em que foi realizada a aplicação exógena de auxinas pela imersão de

estacas em solução de ácido indolbutírico (AIB), após o pré-estiolamento

e a realização de ranhuras na base das estacas. Já, quando se considera

a matéria seca foliar, há, igualmente, uma superioridade nos resultados

obtidos pelo tratamento T4 que, no entanto, não diferiu significativamente

dos tratamentos T3 e T6.

Médias seguidas por letras distintas entre si diferem ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey. Tabela 2 – Massa média úmida e seca (g) da parte área de mudas de aceroleira (Malpighia spp.) propagadas por estaquia, em casa de vegetação com controle de irrigação aos 160 dias após a instalação do experimento. Santa Rosa do Sul, SC.

Fonte: Do autor, em 17 de abril de 2014.

Figura 01Enraizamento de estaca de aceroleira, 160 dias após a instalação do tratamento T4, em que foi realizada a aplicação exógena de auxinas pela imersão de estacas em solução de ácido indolbutírico (AIB), após o pré-estiolamento e a realização de ranhuras na base das mesmas. Santa Rosa do Sul/SC.

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Similarmente aos resultados de desenvolvimento radicular,

observou-se, de maneira geral, a importância da aplicação exógena

de auxinas pela imersão de estacas em solução de ácido indolbutírico

(AIB). Esta observação está amparada pelos diversos resultados obtidos

por FIGUEIREDO et al. (1995), FACHINELLO et al. (1995), LOPES et al.

(2003) e RITZINGER E GRAZZIOTTI (2005). Por outro lado, a prática do

pré-estiolamento de ramos e de ranhuras na base das estacas também

contribuíram para promover maior desenvolvimento foliar concordando

com FACHINELLO et al. (1995).

A Tabela 3 mostra o percentual de plantas viáveis, que

efetivamente desenvolveram o sistema radicular e parte aérea, aos 160

dias após a instalação do experimento.

Tabela 3 - Percentagem de mudas viáveis de aceroleira (Malpighia ssp.), com formação de raízes e crescimento vegetativo da parte aérea, propagadas por estaquia, em casa de vegetação com controle de irrigação aos 160 dias após a instalação do experimento. Santa Rosa do Sul, SC.

Os resultados mostram que o enraizamento de estacas atingiu 80%

quando estas foram previamente estioladas e quando se realizou a prática

de ranhuras na base e imersão em ácido indolbutírico a 2.000 mg L-1 em

estacas sem a presença de folhas. Já GONTIJO et al. (2003), ao testarem

o enraizamento de estacas tratadas com diferentes concentrações de

AIB, constataram que a presença de dois pares de folhas em estacas de

aceroleira proporcionou maior número e massa seca de raízes por estaca.

Os autores afirmam, ainda, que as folhas são requisitos essenciais para

o enraizamento das estacas, tendo demonstrado grande participação no

processo de enraizamento, por contribuírem com substâncias benéficas

ao mesmo. No entanto, no presente trabalho verificou-se, de maneira

generalizada, um melhor desenvolvimento e formação de mudas viáveis

de aceroleiras quando as estacas foram cultivadas sem a presença de

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folhas. Estes resultados podem ser devidos aos longos períodos de

intervalos de acionamento dos microaspersores, o que promoveu, já a

partir da segunda semana após a instalação do experimento, uma intensa

queda foliar das estacas dos Tratamentos T1, T2, T5 e T6, provavelmente

ocorrida pela baixa intensidade de molhamento foliar e consequente

desidratação da mesma, com prováveis reflexos negativos à integridade

hídrica das estacas. Estes resultados, contudo, demonstram a viabilidade

da propagação de estacas de aceroleiras sem folhas para ambientes com

deficiência ou menor intensidade de molhamento foliar.

Considerações finais

As práticas associadas da aplicação exógena de auxinas

pela imersão de estacas em solução de ácido indolbutírico (AIB), do

estiolamento de estacas sem folhas e de ranhuras na base proporcionaram

maior peso seco e úmido, tanto da parte aérea como do sistema radicular

e formação de mudas viáveis de aceroleiras propagadas por estaquia.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal Catarinense pela bolsa de pesquisa

institucional disponibilizada e a todos os que direta ou indiretamente

contribuíram no desenvolvimento da presente pesquisa.

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Desenvolvimento

de um equipamento

de termoanálise

para medir o grau de

modificação de ligas

de alumínio eutéticas

fundidas

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68 VV

Mário Wolfart Junior*

Diego Rodolfo Simões de Lima*

Tomaz Fantin de Souza*

Gianpaulo Alves Medeiros*

Tarcila Pedrozo Benemann*

Vinicius Peccin Beppler*

Introdução

O alumínio é um dos materiais mais econômicos e atrativos para uma

vasta gama de aplicações nas indústrias automobilística, aeronáutica,

naval, médica, entre outras. Suas principais características de fundição

são: baixa viscosidade, o que facilita o preenchimento de seções finas;

baixa temperatura de fusão, possibilitando o emprego de moldes

metálicos; elevado coeficiente de transferência de calor, possibilitando a

realização de ciclos de fundição mais curtos.

O silício é considerado um dos principais candidatos a elemento

de liga para fundição de alumínio por aumentar a fluidez da liga, reduzir a

temperatura de fusão e diminuir a contração durante a solidificação, além

de apresentar baixa densidade, o que é uma grande vantagem na redução

do peso total do componente fundido. As ligas de alumínio-silício apesar

de apresentarem vantagens como, por exemplo, uma elevada resistência

à corrosão, são muito frágeis devido a sua microestrutura grosseira em

função da presença do Si. Um tratamento conhecido por “modificação”

melhora as características desta microestrutura, conferindo uma melhor

resistência mecânica e uma boa ductilidade.

A modificação com Sr melhora as propriedades da liga como,

por exemplo, a resistência mecânica, além de possuir um custo médio,

fácil estocagem, menor reatividade com refratários, e a não produção

de gases (fumo). A grande desvantagem consiste no fato de favorecer a

solubilidade do hidrogênio e a formação de porosidades.

A liga A269, fornecida pela empresa SUMESA, foi escolhida neste

*IFC Luzerna

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69 VV

projeto por ser utilizada em grande escala na produção de blocos de

motores de automóveis e motocicletas e pistões, dentre outros. Esta é uma

liga eutética, com aproximadamente 11,9% de silício (Si). A microestrutura

desta liga apresenta o silício em forma de lâminas ou plaquetas aciculares.

A morfologia do silício pode então prejudicar as propriedades mecânicas

metalúrgicas dos componentes com ela fabricados, apresentando

uma vida em fadiga extremamente baixa. Sendo assim, é de grande

importância a mudança da morfologia desta microestrutura almejando

melhoria nas propriedades, como por exemplo, um aumento significativo

na vida em fadiga.

O objetivo do desenvolvimento do termoanalisador, é efetuar

a análise da modificação causada pelo Sr na liga, uma vez que a adição

de Sr baixa a temperatura eutética. Na microestrutura, a influência

do estrôncio (Sr) também é visível, uma vez que a microestrutura em

forma de plaquetas aciculares original da liga transforma-se em uma

microestrutura globular, em forma de ilhas. A modificação é realizada por

meio da adição de Sr metálico ou na forma da ante liga AlSr, normalmente

da ordem de 0,005% até 0,02% de Sr em peso. Este agente modificador

inibe a nucleação de grãos eutéticos, o que resulta em uma diminuição da

nucleação da fase eutética do silício.

A termoanálise é uma das técnicas utilizadas para avaliar a

qualidade do material fundido. Por este método, valores importantes são

extraídos a partir de uma curva de resfriamento, para posteriormente

serem relacionados com as características e índices de qualidade da

liga como, por exemplo, o tamanho do grão e a morfologia do silício

(MALEKAN, 2014).

Um dos dados que podem ser extraídos com a técnica da

termoanálise é a temperatura eutética da liga, que consiste basicamente

em uma temperatura que permanece constante durante a solidificação

do material e é a mais baixa possível levando em consideração o ponto de

fusão de cada material da liga separadamente. Dessa forma todos os seus

constituintes se solidificam simultaneamente a partir do metal líquido

(ALVES, 2013).

Vários estudos apontam que existe uma relação entre a queda

da temperatura eutética com a modificação das ligas, de forma que se

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70 VV

adicionarmos um agente modificante como, por exemplo, Sr (estrôncio)

a temperatura eutética sofrerá uma queda proporcional a porcentagem

de Sr adicionado, ou seja, quanto maior a quantidade de Sr adicionado,

maior será a queda de temperatura.

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver um

equipamento capaz de realizar a termoanálise direcionada ao estudo do

grau de modificação da liga Alumínio -Silício.

Material e métodos

a) Adaptação do forno e verificação da temperatura do forno

A fusão da liga de alumínio foi realizada em um forno poço,

adaptado a partir de um forno mufla.

Devido às modificações no forno, foi necessário o controle das

temperaturas relativas ao forno e ao metal líquido. Isso se deve ao fato do

termopar de controle de temperatura do forno estar situado no fundo do

forno, gerando assim uma grande diferença entre a temperatura ajustada

no forno e a temperatura da liga fundida.

Como a temperatura de trabalho indicada para se trabalhar com

as ligas de alumino é de 750 °C, o forno foi configurado para atingir o

patamar de 850 °C.

b) Construção do equipamento de termoanálise

A etapa da construção do equipamento foi realizada conforme

descrição abaixo:

- O termopar tipo K (que fica imerso no metal líquido) é

conectado a um controlador de temperatura, que atua como uma placa

de aquisição de dados, ou seja, transforma os sinais analógicos em sinais

digitais. Estes dados são então enviados para o computador via protocolo

de comunicação modbus em uma rede RS485. Através de um sistema

supervisório Elipse Scada (versão DEMO), os dados então são lidos e

exibidos em uma tela em forma de gráfico tempo x temperatura, sendo

posteriormente salvos em uma planilha eletrônica.

Através dos gráficos gerados foi possível observar a curva de

resfriamento da liga até sua completa solidificação.

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71 VV

c) Cálculo da temperatura eutética

A equação utilizada para calcular a temperatura de fusão do Al-Si

foi desenvolvida por Modolfo e Gruzleski (DJURDJEVIC, 2012) com base

em dados obtidos através da literatura e dos experimentos dos autores.

TAlSi, E = 660.452 – (6,11 Si + 0,057 Si2) (12,6/Si) – (3,4 Cu + 1,34 Fe + 6,3 Mg

+ 1218,9Sr  – 32965 Sr2 – 4,293 Sb + 186,3 Sb2 – 495,5 Sb2) [1]

Como a equação é baseada na composição química da liga, foi

realizada a análise química na empresa Sulina de Metais (SUMESA) e

apresentou os seguintes resultados: 11,92% de Si, 1,24% de Cu, 0,355% de Fe,

0,99% de Mg, 0,0001% de Sr e 0,025% de Sb. De posse dessas informações, a

equação foi inserida em uma planilha eletrônica para facilitar os cálculos,

e a fim de confrontar a teoria com a prática, foram efetuados ensaios com

a liga não modificada.

d) Temperatura eutética x Temperatura eutética medida

A comparação entre a temperatura eutética teórica e a

temperatura eutética medida foi necessária tendo em vista que a equação

escolhida considera os elementos químicos da liga de alumínio não

modificada. Logo para validar o resultado, foram realizados ensaios que

confirmaram temperaturas bem próximas.

Para efetuar a verificação foi utilizado um cadinho de grafite

para fundir a liga na temperatura de 750 °C (definida no item 2.1) e então

vazado em um cadinho de aço inoxidável, sendo em seguida, inserido

um termopar tipo k no metal líquido. A curva de resfriamento da liga foi

então monitorada. Os valores de tempo x temperatura foram coletados

durante o resfriamento da liga até a completa solidificação, num total de

três ensaios.

e) Termoanálise

A termoanálise é a etapa fundamental do projeto, pois devem ser

tomados cuidados especiais desde o momento do abastecimento do forno

com alumínio, até a coleta dos dados do ensaio.

Os ensaios foram realizados utilizando em média 300 g de

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72 VV

alumínio em um cadinho de grafite juntamente com a quantidade

correspondente de Sr para fundir.

O metal fundido foi vazado em um cadinho de aço inoxidável,

onde o termopar tipo K conectado ao controlador era inserido no metal

líquido, em seguida o controlador enviava os dados de temperatura de

resfriamento para o computador onde o supervisório plotava uma curva

tempo-temperatura para visualização e as informações em seguida eram

salvas em uma planilha eletrônica (Excel).

Estes dados posteriormente foram utilizados para plotar um

gráfico em uma nova planilha eletrônica, onde foram inseridos também

os dados da temperatura eutética da liga sem adição de Sr, e o cálculo

do grau de modificação, que consiste basicamente na diferença entre

a temperatura eutética da liga pura e a temperatura eutética da liga

modificada.

f) Metalografia x Grau de modificação

A análise microestrutural do material foi utilizada para verificar se

a microestrutura em forma de plaquetas aciculares havia sido modificada

por uma microestrutura em forma globular em ilhas e então compará-

las com o grau de modificação calculado. As amostras foram preparadas

conforme procedimentos padrões de preparação metalográfica e em

seguida foram analisadas em um microscópio metalúrgico, sendo que as

seções analisadas sempre foram as mesmas para todas as amostras.

Resultados e discussão

a) Cálculo da Temperatura eutética.

Como visto, a temperatura eutética do alumínio pode ser

calculada através de uma equação [1], que engloba os percentuais de

determinados elementos de liga presentes no material e a temperatura de

fusão do alumínio puro que é de 660,452 °C. Com esses valores é possível

calcular a temperatura que permanece constante por um tempo maior

durante o seu resfriamento, sendo esta denominada temperatura eutética

(DJURDJEVIC, 2012).

Com base na análise química feita pela empresa SUMESA, a

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73 VV

equação [1], apresentou como resultado a temperatura de 564,15°C.

Os ensaios realizados confirmaram a validade da equação [1],

uma vez que sem a adição de nenhum elemento modificador, o resultado

do ensaio foi de 563,9 °C, valor este muito próximo da temperatura

calculada de 564,15°C.

Como por exemplo, para a liga com adição de 50 PPM de estrôncio

o valor encontrado através da equação [1] foi de 559 °C. O valor medido

através da termoanálise é de 559,9°C, observado na Figura 2. Desta forma,

levando em consideração que o resultado é similar aos obtidos nos ensaios

para obtenção da temperatura eutética sem e com adição de estrôncio e

o erro apresentado é muito pequeno, podemos considerar que a equação

[1], pode ser utilizada para qualquer outra liga de Al-Si-Cu eutética

(DJURDJEVIC, 2012).

b) Grau de modificação

Após atingir o pico, indicado na Figura 1 por (1), a primeira

depressão da curva, indicada na Figura 1 por (2), que apresenta uma

temperatura constante é denominada temperatura eutética. Quando é

feita a adição de um elemento modificador, como por exemplo, o Sr, esta

temperatura eutética diminui. A diferença (∆T) entre as temperaturas

eutética da liga modificada e da não modificada fornecem um valor

denominado de grau de modificação.

A Figura 1 ilustra essa diferença entre as temperaturas eutéticas,

além de apresentar a microestrutura da liga A269 não modificada em que

podemos observar uma matriz de alumínio com silício eutético em forma

de plaquetas aciculares.Fonte: autor

Figura 1: Curvas sobrepostas da amostra não m o d i f i c a d a e da amostra modificada

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74 VV

c) Curvas de resfriamento, Termoanálise e Microestrutura

A Figura 2 mostra a curva de resfriamento para a liga A269

modificada com 50 ppm de Sr, onde podemos observar na região

demarcada pela elipse, o ponto em que a curva se mantém constante

em uma determinada temperatura. Esta temperatura é considerada a

temperatura eutética da liga, e no caso, é de 559,9°C. A diferença entre

564,15 °C e 559,9°C é de 4,25°C, ou seja, o grau de modificação é de 4,25.

Figura 2: Curva de resfriamento e micrografia para ensaio com adição de 50 ppm de Sr. Fonte:

autor.

Já a análise microestrutural da amostra da liga modificada com 50

ppm apresentou uma modificação parcial, pois exibe uma microestrutura

composta de alumínio na matriz juntamente com a formação de uma

pequena quantidade de ilhas de silício eutético na forma fibrosa e uma

pequena parte em forma acicular.

A Figura 3 mostra a curva de resfriamento para a liga A269

modificada com 100 ppm de Sr, onde podemos observar na região

demarcada pela elipse a temperatura eutética da liga e no caso indicou

um valor de 556,9°C. A diferença entre 564,15 °C e 556,9°C é de 7,25°C, ou

seja, o grau de modificação é de 7,25.

Figura 3: Curva de resfriamento e micrografia para ensaio com adição de 100 ppm de Sr. Fonte: autor

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A análise microestrutural da amostra da liga modificada com 100

ppm exibe uma microestrutura totalmente fibrosa e em forma de ilhas, o

que sugere uma modificação total da microestrutura.

Para a adição de 150 ppm, a Figura 4 mostra a curva de

resfriamento, onde se pode observar na região demarcada pela elipse a

temperatura eutética da liga que no caso indicou um valor de 557,9°C.

A diferença entre 564,15 °C e 557,9°C é de 6,25°C, ou seja, o grau de

modificação é de 6,25.

Na análise microestrutural da amostra da liga modificada com

150 ppm pode ser observada uma microestrutura fibrosa no centro das

ilhas de sílico e na parte externa das ilhas observa-se a formação de silício

acicular indicando uma supermodificação. Além disso, o fato do grau

de modificação ter diminuído em relação a adição de 100 ppm também

indica uma supermodificação, segundo Furlan, 2008, uma adição de

aproximadamente 150 ppm pode ocasionar uma supermodificação, o que

é confirmado na avaliação destes resultados.

Figura 4: Curva de resfriamento e micrografia para ensaio com adição de 150 ppm de Sr. Fonte: autor

Levando-se em consideração que o sistema de medição possui

muitos ruídos (erros), o que pode prejudicar ou tornar, em certos

momentos, as medições imprecisas, os resultados obtidos com este

trabalho são satisfatórios e similares aos encontrados nas literaturas.

Com estes valores de grau de modificação é possível afirmar que

o equipamento de termoanálise pode ser utilizado para medir o grau de

modificação de ligas de alumínio-silício-cobre eutéticas.

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Conclusão

Al-Si-Cu sem e com adição de Sr.

transformando a microestrutura em plaquetas aciculares em ilhas de

silício eutético parcialmente fibroso. O grau de modificação com 50 ppm

é de 4,25 e representa a modificação parcial da liga A269.

transformando a microestrutura em plaquetas aciculares em ilhas de

silício eutético totalmente fibroso. O grau de modificação com 100 ppm é

de 7,25 e representa a modificação total da liga A269.

transformando a microestrutura em plaquetas aciculares em uma

microestrutura fibrosa no centro das ilhas de sílico e na parte externa das

ilhas ocorreu a formação de silício acicular.

medir o grau de modificação da liga objeto deste estudo.

Agradecimentos

A PROEX/PROPI pela concessão de bolsas de pesquisa e extensão,

ao Instituto Federal Catarinense Câmpus Luzerna pela estrutura e a

empresa SUMESA pelo apoio prestado através da doação das ligas de

alumínio e conhecimentos técnicos.

Referências

ALVES, L. Mistura eutética., 2013. Disponível em: <http://www.

brasilescola.comHYPERLINK “http://www.brasilescola.com/quimica/

mistura-eutetica.htm”/quimica/mistura-eutetica.htm>. Acesso em: 25

ago. 2014.

DJURDJEVIC, B. M., et al.; ‘Thermal Description of Hypoeutetic Al-Si-

Cu Alloys Using Silicon Equivalency’, Vojnotehcicki Glasnik / Military

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77 VV

Technical Courier, 2012, vol. LX, pag. 158.

FURLAN, T. S., Influência do teor de estrôncio na modificação da liga

A356 / São Paulo, 2008. Dissertação – Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo, Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais.

MALEKAN, M.; DAYANI, D. e MIR, A.; “Thermal Analysis Study on the

simultaneous grain refinement and modification of 380.3 aluminum

alloy”, Therm Anal Calorim, 2014, vol. 15.

PRABHU, N.K. E HEGDE, S. Modification of eutetic silicon in Al-Si Alloys,

Departament of Metallurgical & Materials Engineering, Surathkal, India

2008.

SHABESTARI, S. G. e GHODRAT, S.; “Assessment of modification and

formation of intermetallic compounds in aluminum alloy using thermal

analysis”, Materials Science and Engineering A, 2007, vol. 467.

ZHANG, Y. et al.; “Cluster-assisted nucleation of silicon phase in

hypoeutetic Al-Si alloy with further inoculation”, Acta Materialia, 2014,

vol. 70.

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Contribuição para

a melhoria no

desenvolvimento de

software em Videira

e região

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Leonardo Lopes Albuquerque*

Dieyson França*

Leila Lisiane Rossi**

Marcelo Massocco Cendron**

Introdução

Com o crescente volume de informações faz-se necessário tecnologias

adequadas e seguras para armazená-las. O profissional de informática

é bastante requisitado para suprir essas necessidades. Mas para isso é

importante estar capacitado adequadamente para garantir a qualidade

do trabalho.

Com o objetivo de contribuir para a melhoria no desenvolvimento

de software em Videira e região, o presente projeto foi desenvolvido no

Instituto Federal Catarinense - IFC - Campus Videira através de atividades

desempenhadas por duas frentes de trabalho: grupo de gerenciamento de

projetos de software, sendo este composto por membros tanto internos

quanto externos ao IFC - Campus Videira.

A principal atividade do grupo foi o estudo e a aplicação de

técnicas e de metodologias ágeis como a Extreme Programming - XP e a

SCRUM no desenvolvimento e no gerenciamento de projetos de software.

A outra equipe formada por estudantes também tanto internos quanto

externos ao IFC participou de um curso de lógica e programação, na sua

maioria iniciantes.

Na sequência são apresentados os procedimentos metodológicos

usados, resultados e discussões, considerações finais e referências.

Métodos

A parte do projeto Equipe de Gerenciamento de Projetos de

Software foi desenvolvido nos laboratórios do IFC conforme descrito

*Graduando em Computação – Câmpus Videira.**Mestre em Ciência da Computação - Câmpus Videira.

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81 VV

acima, composto por uma equipe de integrantes tanto internos quanto

externos ao Instituto, sendo a grande maioria pessoas experientes na

área do desenvolvimento e gerenciamento de software. O projeto foi

iniciado em Setembro de 2013 e finalizado em Agosto de 2014. O período

inicial foi utilizado na divulgação, preparação de materiais e o contato

com os possíveis interessados em participar do projeto. Na sequência

foram estudas/revisadas e definidas as principais metodologias, técnicas

e ferramentas a serem aplicadas em um estudo de caso.

Dentre outros, foram estudadas as técnicas e as metodologias

ágeis de desenvolvimento e gerenciamento de software Extreme

Programming - XP e a SCRUM. A equipe foi dividida conforme o perfil

dos membros, sendo uma parte como programadores e a outra como

analistas e designers.

Inicialmente foi desenvolvido o cronograma do projeto usando a

ferramenta OpenProject, e a PangoScrum, para a definição das Sprints.

Os analistas e os designers foram responsáveis por todo o

levantamento inicial dos requisitos do software, obtidos por meio das

reuniões realizadas frequentemente com o proprietário do produto -

Product Owner. Na sequência foram criados os principais diagramas

usando a linguagem de Modelagem Unificada - UML. Para a fase de

projeto foram utilizadas ferramentas como a DBDesigner para o modelo

relacional de dados. Na sequência foi criado o banco de dados usando a

ferramenta MySQL.

Em paralelo foi sendo definido o layout das telas.

Seguindo a prática Stand Up Meeting da metodologia XP, toda a

equipe sempre trabalhou unida e conhecendo o sistema completo.

Como estudo de caso do projeto foi escolhido o setor de extensão

do Instituto Federal Catarinense - Campus Videira. Foram aplicadas

algumas práticas da metodologia ágil XP como a programação em pares,

código simplificado, reuniões rápidas e objetivas entre outras e a SCRUM,

sendo esta usada principalmente nas fases iniciais do projeto como na

definição das Sprints.

Para o desenvolvimento do Data Webhouse foi utilizado o

modelo multidimensional estrela, sendo este criado no banco de dados

PostgreSQL. O Schema Workbench foi usado para a criação do cubo no

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formato XML necessário para o servidor BI interpretá-lo, gerando assim

as consultas OLAPs. A parte do projeto do curso de lógica e programação

também foi desenvolvida nos laboratórios de informática do IFC através

de aulas práticas e teóricas de lógica e programação. Foram desenvolvidos

os algoritmos e na sequência transcritos para a linguagem de programação

C. No final do curso foram apresentados alguns conceitos de Arduino,

sendo estes usados na robótica. Também foi realizada a minimaratona

de programação nos moldes da Maratona de Programação da Sociedade

Brasileira de Computação – SBC, cujo objetivo foi estimular os alunos a

resolverem problemas através da lógica e programação.

Todas as equipes tiveram um bom desempenho, destacando uma

delas por ter resolvido todos os problemas propostos no menor tempo.

Resultados e discussão

Os principais resultados obtidos com o projeto são descritos a

seguir:

A troca de experiências dos membros da equipe principalmente

em relação às boas práticas de projetos de software, a melhora da qualidade

e a capacitação das equipes, o estudo e a aplicação das metodologias

em um estudo de caso, resultando assim em um protótipo do Sistema

Gerenciador de Estágios - SGE e de um Data Webhouse para os projetos

de extensão e estágios. Algumas telas do Data Webhouse e do SGE são

apresentas a seguir:

Figura 1. Exemplo de Consulta OLAP - Data Webhouse

Através da consulta OLAP da

Figura 1 é possível conhecer os

projetos de extensão realizados

por determinado professor

de um curso em determinado

ano de maneira fácil, amigável

e segura. As técnicas de

Business Inteligence - BI, ou

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seja, a Inteligência nos negócios é

imprescindível para uma empresa

concorrer melhor no seu ramo.

Geralmente são usadas técnicas de

Inteligência Artificial. No caso da

ferramenta do projeto foi usada uma

delas bastante conhecida também, o

Data Webhouse. A Figura 2 apresenta

a tela de cadastro do estagiário do

protótipo do sistema SGE

Figura2. Tela Cadastro Estagiário - Protótipo SGE

A Figura 3 apresenta a tela

de cadastro do estagiário do

protótipo do sistema SGE.

Figura 3. Tela Cadastro Professor Orientador - Protótipo SGE

A Figura 3 apresenta a

tela de cadastro do professor-

orientador do protótipo do

sistema SGE.

Como parte dos

resultados foi realizada

pela equipe do curso de

programação a Minimaratona

de Programação descrita

anteriormente.

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Figura 4. Equipes participantes da Mini-Maratona de Programação

A Figura 4 apresenta as equipes participantes da Minimaratona

de Programação.

A Figura 5 apresenta o grupo de gerenciamento de projetos de

software.

Figura 5. Grupo de Gerenciamento de Projetos de Software

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85 VV

Conclusão

Considera-se de suma importância a aplicação das metodologias

ágeis de desenvolvimento e gerenciamento de projetos de software.

Mesmo não sendo certificado com uma norma e/ou modelo de qualidade,

as boas práticas contribuem muito para o alcance dos objetivos do projeto.

A contribuição na preparação dos alunos através do curso de lógica e

programação é importante também para motivá-los e descobrir assim

possíveis talentos na área.

Como continuidade do projeto pode ser melhorado o protótipo

desenvolvido permitindo assim o funcionamento e a integração de todos

os módulos.

O Data Webhouse da mesma forma poderá ser melhorado

considerando também a alimentação contínua e atualizada dos dados a

partir de uma base relacional.

Agradecimentos

Agradecimentos a Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal

Catarinense - PROEX-IFC por disponibilizar os recursos para a realização

do projeto.

Referências

SCRUM – Scrum.Org– Disponível em: https://www.scrum.org/ - acesso

em 10 de Julho de 2014

Extreme Programming - XP – Disponível em: http://www.

extremeprogramming.org/ - acesso em 10 de Julho de 2014

Pango Scrum – Disponível em: http://pangoscrum.com/pt-BR - acesso em

10 de Julho de 2014

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Atividades culturais

no Instituto Federal

Catarinense: uma

contribuição para

manter e cultivar

os costumes e as

tradições de Videira

e região

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Vera Regina Mazureck*

Elizângela de Almeida Santos**

Roseli Schöfen***

Marizete Bortolanza Spessatto****

Leila Lisiane Rossi*****

Introdução

O presente projeto visa contribuir para manter e cultivar a cultura

italiana em Videira e região. O mesmo foi dividido em duas frentes de

trabalho: a pesquisa, a qual apresenta as atividades de coleta de dados

e organização de obra bibliográfica com receitas da culinária italiana. A

parte de extensão, por sua vez, é formada por um grupo italiano, o qual

está preparado com músicas folclóricas italianas de domínio público.

É composta também por um evento gastronômico, contando com uma

equipe formada dentre outros componentes por avaliadores dos pratos

inscritos no concurso, sendo que os melhores farão parte do livro bilíngue

que será lançado no dia do evento gastronômico em parceria com a

Secretaria Municipal da Cultura da cidade de Videira. As seções a seguir

apresentam os procedimentos metodológicos, resultados e discussões,

considerações finais e referências usadas.

Métodos

Na parte da pesquisa, fazem parte do projeto as cidades

consideradas com maior predominância de descendentes desse grupo

étnico. São elas: Arroio Trinta, Iomerê, Pinheiro Preto, Salto Veloso e

Videira [4].

Desse conjunto, foram definidas algumas comunidades

*Mestre em Pedagogia – Câmpus Videira.**Graduanda em Pedagogia – Câmpus Videira***Graduanda em Pedagogia – Câmpus Videira****Doutora em Educação - Câmpus Videira*****Mestre em Ciência da Computação - Câmpus Videira

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89 VV

adequadas ao perfil da proposta para realização de pesquisa com vistas a

conhecer como a comunidade mantém os costumes e as tradições italianas.

Nesses locais, foram aplicados questionários para identificação do que se

mantém da língua, cultura e gastronomia, entre outros fatores. Como

exemplo de perguntas do questionário aplicado destacam-se algumas

como: “As pessoas em família costumam falar italiano?” “A comida típica

italiana faz parte do cardápio da família?” “A família tem o hábito de

cantar cantigas italianas?” As possíveis respostas poderiam ser: sempre,

com frequência, raramente, nunca. Em relação à culinária, identifica-se

uma forte predominância da culinária italiana na região. Assim sendo,

o projeto oportunizou a realização de um concurso gastronômico. Um

conjunto de mais de setenta receitas foi escolhido para compor um livro

de edição bilíngue (Português/Italiano).

O livro será lançado ainda no decorrer deste ano, em evento

gastronômico a ser realizado em parceria com a Prefeitura de Videira.

Exemplares serão distribuídos, visando difundir as receitas nele contidas,

contribuindo assim para a manutenção da cultura italiana, cumprindo os

objetivos do projeto.

Na parte da extensão, as atividades de língua e canto são

desenvolvidas em um grupo de estudos, sendo realizadas nas

dependências do IFC- Câmpus Videira, além da equipe organizadora do

evento gastronômico agendado em parceria com a Prefeitura Municipal

de Videira através da Secretaria Municipal da Cultura.

Com as atividades espera-se obter os seguintes resultados:

Mapeamento da presença da cultura de origem italiana e da língua

italiana em Videira e região; Divulgação de receitas gastronômicas que

fazem parte da história de famílias de ascendência italiana; Contribuição

junto às comunidades envolvidas, por meio das atividades propostas,

motivando-as a manterem e a fortalecerem os costumes e as tradições de

origem italiana na região.

Resultados e discussão

Os principais resultados obtidos com o projeto são descritos a

seguir, considerando primeiramente a parte da extensão e na sequência a

pesquisa realizada:

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Figura 1. Grupo de Canto Italiano “Voci del Vigneto”

O grupo de canto italiano “Voci del Vigneto”, composto por

membros tanto internos quanto externos ao IFC. O repertório do grupo é

composto por músicas italianas de domínio público e preferencialmente

conhecidas pela comunidade. Vale ressaltar que no início das atividades o

conhecimento da língua italiana era bem variado entre os participantes,

tendo alguns um conhecimento avançado ou sendo a sua própria

língua materna e outros em fase inicial e necessitando, portanto, de um

nivelamento básico, possibilitando o acompanhamento das atividades.

Foi priorizado o ensino da língua principalmente por meio da música,

uma vez que o foco do projeto já descrito anteriormente foi contribuir

para manter e cultivar a cultura italiana na região e não um curso formal

com perfil acadêmico.

A Figura 1 apresenta o grupo na sua primeira apresentação

realizada na III Semana da Pedagogia do IFC, em Maio de 2014.

A Figura 2 apresenta parte do grupo Italiano na mesma

apresentação.

Figura 2. Parte do Grupo de Canto Italiano “Voci del Vigneto”

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Figura 3. Capa do Livro de Receitas Bilíngue do Concurso Mangiare

A Figura 3 apresenta a capa do livro de receitas bilíngue do

concurso Mangiare. O livro é resultado de um concurso de receitas, sendo

estas selecionadas por especialistas e pessoas experientes na área da

gastronomia. Foram selecionadas 100, receitas sendo estas apresentadas

no livro nas línguas portuguesa e italiana. Na Figura 4 é apresentado

um dos pratos cuja receita faz parte do livro. O prato foi apreciado com

outros em uma degustação realizada para a escolha/teste das receitas no

momento da avaliação.

Figura 4. Receita Mangiare - Coelho ao Vinho Branco

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Em relação a pesquisa, foram obtidos os seguintes resultados:

Foram aplicados os questionários em cinco municípios na

região [2] conforme mostrado na Figura 5 (Videira, Iomerê [1], Pinheiro

Preto, Arroio Trinta e Salto Veloso [3]), definidos pela predominância da

cultura italiana. O objetivo do questionário foi fazer um levantamento de

como as pessoas contribuem para manter as tradições italianas, seja na

gastronomia, seja por meio da língua ou da música.

No total foram aplicados 615 questionários e, como resultado da

pesquisa, conclui-se que a culinária italiana está presente sempre ou com

frequência nas famílias entrevistadas. Já a língua e o canto raramente são

mantidos por eles.

Figura 5. Cidades participantes da Pesquisa

Os questionários foram aplicados por famílias, conforme cálculo

amostral e com embasamentos em dados estatísticos do IBGE [2010] e

Secretaria da Saúde [2014].

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Conclusão

A realização de cursos abertos a toda a comunidade é de extrema

importância para as instituições de ensino. No caso específico do presente

projeto, procura-se contribuir para manter e cultivar as tradições da

cultura italiana em Videira e região, por meio do canto, da língua e da

gastronomia. Procura-se dar continuidade ao trabalho em relação ao

canto através do grupo italiano, sendo este o de maior interesse e mais

procurado pela comunidade.

Como trabalhos futuros é possível pensar em outras estratégias

e contribuições para aumentar o contato com a língua e o canto italiano

nas famílias da região, mantendo assim cada vez mais viva a cultura

predominante.

Agradecimentos

Agradecimentos a Pró-Reitoria de Extensão do Instituto Federal

Catarinense - PROEX-IFC por disponibilizar os recursos para a realização

do projeto.

Referências

[1] ANSILIEIRO, Eliane et al. Rio dos Cochos - A Bom Sucesso - Uma

História Viva entre Nós - Iomerê -SC, 2003

[2] PIAZZA, Walter F. – Italianos em Santa Catarina. Lunardelli, 2001

[3] SCAPIN, Alzira - O que somos - De onde viemos - Prefeitura de Salto

Veloso - Agência Vale Visare - Salto Veloso, 1996

[4] SILVA, Diogo Dreyer da – A Imigração Italiana – Disponível em: http://

www.educacional.com.br - Acesso em: 26 de Junho de 2014

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Capa: papel Supremo Duo Design 250g

Miolo: papel off-set 90g

Fonte: Alegreya

Fotos capa: http://pixabay.com/ , Cecom - Câmpus

Videira

Impressão e acabamento: Polimpressos