pesquisa biográfica john maynard keynes

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  • 1

    Bruno Turetto Rodrigues

    Augusto Santos Antico

    Pesquisa Biogrfica

    Sobre John Maynard Keynes

    Pesquisa apresentada para a disciplina Introduo Economia II, do Curso de Cincias Econmicas, ministrado pelo Prof. Dr. Jos Geraldo Portugal Junior, Sala 127, Turma NB2.

    Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo

    2012

  • 2

    Sumrio

    Capa 1

    Sumrio 2

    Pesquisa Biogrfica 3

    Referencias Bibliogrfica 8

  • 3

    Keynes considerado dentro do campo acadmico um dos maiores economistas, ou o

    maior, do sculo XX. Teve destaque importante em negociaes internacionais, participao

    como representante da Inglaterra no Tratado de Paz de Versalhes, no Tesouro Nacional da

    Inglaterra, protetor cultural, articulista de imprensa, dentre outros cargos, mas, em destaque,

    foi responsvel pelo surgimento da Teoria Geral para a economia, estudando intrinsecamente

    e botando em prtica tudo o que havia se estudado de economia at o momento, com foco na

    crise da dcada de 30 onde procurava a sada dos pases da crise, sendo mais futuramente

    creditada a criao do FMI e da ONU.

    John Maynard Keynes nasceu no ano de 1883 em Cambridge, Inglaterra, cidade onde

    sua me Florence exerceu inmeros cargos pblicos, dentre eles, Prefeito, e seu pai John

    Neville destacou-se como professor e administrados, portanto Keynes vem ao mundo dentro

    de um quadro familiar e social estritamente acadmico. Educou-se em Cambridge ao longo do

    qual se dedicou desde cedo ao estudo da Matemtica, Filosofia e Humanidades.

    Keynes vem a ingressar o estudo na rea das cincias econmicas ao participar de

    debates e atividades polticas no partidrias e principalmente ao entrar e criar vnculos na

    sociedade secreta Os Apstolos onde associa-se as irms Stephen( Vanessa Bell e Virginia

    Wolf) e acaba criando a futura Bloomsbury Group. Acabam cultivando dentro do grupo

    Bloomsbury um ideal da luta pela ampliao do papel da mulher na sociedade, pela

    desinibio sexual e contestavam os valores morais herdados da sociedade vitoriana.

    Deixa a universidade e ingressa no funcionalismo pblico em 1906, contudo logo sai

    por problema relacionado a colegas. Passa a trabalhar em sua dissertao com o propsito de

    voltar vida acadmica, enquadrando se cada vez mais no campo da economia, ao escrever os

    fundamentos filosficos da probabilidade. Em 1908 negada a sua entrada como acadmico

    em Cambridge, no aprovando consequentemente seu trabalho de probabilidade. A convite de

    Alfred Marshall e Arthur Pigou, sem qualquer vnculo com a universidade, volta a Cambridge

    para ministrar a disciplina de Economia, na qual ctedra at ento pertencia a Marshall. De

    1908 a 1915 dedica-se intensamente ao ensino de Economia e se familiariza com o saber

    econmico da ortodoxia, concebendo a cincia como uma Cincia Moral.

  • 4

    Volta ao Tesouro Nacional em ao qual permanece at 1919, com o final da Primeira

    Guerra Mundial. Aps a primeira guerra, na Conferencia de Paz de Versalhes critica a posio

    dos aliados sobre sua tomada de escolhas para a Alemanha e consequentemente para toda a

    Europa. Deixa assim o posto no tesouro nacional e volta a Cambridge publicando o The

    Economic Consequences of The Peace.

    Aps seu retorno a Cambridge Keynes comea a dedicar-se intensamente ao debate

    sobre a poltica econmica vigente e reduz cada vez mais sua vida acadmica em Cambridge.

    Tem-se ai a nova fase da vida de Keynes, Homem de negcios, jornalista e autor de sucesso

    pblico.

    A partir de 1925 inicia-se um novo perodo de transio na vida de Keynes que

    culminar na sua personalidade final, e consequentemente em sua Teoria Geral. Em 1908 ao

    inicio de sua vida, na permanncia da sociedade secreta e do Bloomsburry Group, Keynes tem

    suas primeiras relaes homossexualidade com outros indivduos da sociedade, dentre eles

    Duncan Grant e Lytton Strachey. Contudo em 1921 vem a se apaixonar pela bailarina russa

    Lydia Lopokova, uma das atrizes de Ballets Rusees de Serguei Diaguilev. um momento

    to grande para a personalidade de Keynes que registra Galbraith Ser que tanta beleza e

    inteligncia jamais se juntaram como quando a linda Lopokova e Keynes se casaram. Nesse

    mesmo perodo vem a iniciar um contato intenso com Denis Robertson, grande personalidade

    que veio a ser um dos fatores a influenciar a Teoria Geral.

    nesse momento que Keynes comea a se distanciar da antiga ortodoxia economia

    vigente at o momento, para iniciar sua crtica. Na dcada de 1920, a economia inglesa

    passava por sucessivas crises que acabaram culminando com a grande depresso dos anos 30.

    Diante dessa realidade Keynes intuitivamente comea a critica a antiga ortodoxia, em

    principal, a Lei de Say. Da critica Keynes procura uma explicao analtica para o

    desemprego e tenta dar fundamento as sugestes de interveno estatal como geradora de

    demanda para garantir nveis elevados de emprego.

    A sua primeira tentativa de superar a teoria clssica acaba resultando na publicao de

    A Treatise on Money em 1930, contudo foi um fracasso, pois no explica o que realmente

    propunha as flutuaes de emprego e produo.

  • 5

    Assim, avaliando sua criticas, e aprofundando seus estudos no sistema econmico

    atravs dos trabalhos de Malthus, Hobson, Marx dentre outros, segue-se sua pesquisa no

    perodo entre 1930 e 1935 que vem a culminar em 1936 na Teoria Geral do Emprego, do

    Juro e da Moeda. A teoria geral muito reflete as ideias e crticas de um conjunto de

    discpulos como Joan e Austin Robson, Robertson, dentre outros, na qual interagiu muito

    enquanto estudava no perodo de 30 a 35. Publica sua obra como o objetivo de escapar dos

    ensinamentos da Lei de Say, tornada obsoleta pela crise da dcada dos anos 30. Seu sistema

    de anlise criava um paradigma consistente e adequado ao combate a um dos mais

    angustiantes problemas do momento, a recesso e o desemprego.

    Ao lanar a Teoria Geral empolga de imediato os economistas pelo mundo inteiro,

    gerando inmeras crticas, principalmente pelos economistas que passaram sua vida inteira no

    estudo da ortodoxia da economia, isso sem falar do grande apego pelos novos economistas

    que buscavam um rompimento com o antigo mtodo de estudo. Como diz Samuelson sobre a

    teoria geral:

    um livro mal escrito e mal organizado... No serve para uso em classe. arrogante, mal-

    educado, polemico e no muito generoso com os agradecimentos. cheio de falcias e confuses:

    desemprego involuntrio, unidades de salrio, equivalncia de poupana e do investimento, carter

    intertemporal do multiplicador, interaes da eficincia marginal sobre a taxa de juros, poupana

    forada, taxa de juros especficos, e muitos outros... depois de entendida a sua analise, se mostra

    obvia e ao mesmo tempo nova. Em resumo, um trabalho de gnio.

    Em seu livro Keynes mostra o carter intrinsecamente instvel do capitalismo

    mostrando que a operao da Mo invisvel, ao contrario do que sustentado pela ortodoxia

    no produz a harmonia entre o interesse dos empresrios e do bem estar global. Em busca de

    seu ganho Maximo, o comportamento individual e racional dos agentes econmicos pode

    gerar crises a despeito do bem estar do funcionamento das foras automticas dos mercados

    livres. Keynes ento explicita as principais determinantes da demanda e da oferta agregada.

    Diz que os nveis de produo e emprego so determinados pela igualdade entre oferta e

    demanda agregada, sem a garantia de que todos aqueles que queriam trabalhar possam

    efetivamente encontrar emprego.

  • 6

    A demanda agregada ento dita como constituinte por bens de consumo e a demanda

    por bens de investimento. A demanda por bens de consumo depende da renda, a de bens de

    investimento depende da expectativa de lucro. Nas flutuaes do nvel de investimento reside

    a chave da compreenso dos movimentos cclicos do capital. Assim a instabilidade do sistema

    capitalista tanto pode vir a ocorrer de flutuaes na expectativa empresarial quanto ao lucro

    futuro como do comportamento da taxa de juros.

    Explica o porqu a deciso de acumular pode ser postergada e assim levar a crise. Em

    primeiro, a deciso de expandir ou criar uma nova fbrica tambm uma deciso de deixar

    um ativo de liquidez universal, como uma moeda, por exemplo, para entrar em um ativo cuja

    liquidez depende do mercado, como o caso de uma mquina. Assim a deciso de investir

    tambm uma deciso de assumir o risco de iliquidez dependendo do mercado no futuro. Em

    segundo o risco da iliquidez a partir da demanda de dinheiro.

    Keynes, em sntese, diz que a escolha intemporal entre reter ativos de liquidez universal

    de um lado, e empreender a criao de ativos de liquidez de outro o que acaba futuramente

    levando a economia a uma estagnao ou crise.

    A soluo Keynes deixa ao Estado, dizendo, portanto, que ao Estado cabe eliminar a

    carncia de demanda efetiva em momentos de recesso e desemprego, atravs do dficit

    oramentrio e emitindo ttulos para extrair a renda no gasta do setor privado e com ela

    garantir o fim da ociosidade.

    Portanto, a causa maior da depresso a poupana excessiva em face da expectativa

    de um lucro futuro num momento de elevada preferncia pela liquidez. Assim a crise

    representa a carncia de investimento e ociosidade de maquinas e homens, e no carncia de

    poupana como at o momento pregado pela ortodoxia econmica.

    Em meados de 1937 sofre um severo ataque cardaco deixando o economista seriamente

    frgil e a partir de ento no mais se dedica a teoria econmica, retirando-se da vida

    acadmica. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial volta ao Tesouro Britnico a pedido do

    Primeiro Ministro para desempenhar papel critico na organizao com os gastos blicos. Em

    1944 por fazer parte do Tesouro vai a Conferencia de Bretton Woods cujo propsito era

    organizar uma agencia multilateral e supranacional de financiamentos. No incio de 1946

    atende conferencia de Savannah, onde junto a um economista americano fundou o Fundo

    Monetrio Internacional e o Banco Mundial.

  • 7

    Em 21 de abril de 1946 vem a falecer de causas naturais, no deixando filhos. Keynes possua

    o desejo de ser enterrado na Capela de Kings College em Cambridge, contudo seu irmo no

    possuindo o conhecimento do ultimo desejo de Keynes, o grande mestre da Teoria Geral

    cremado e suas cinzas so espalhadas no vale de Tilton no condado de Sussex, Inglaterra.

    John Maynard Keynes deixou um legado imensurvel para a cincia econmica, criando

    repercusses pelo mundo acadmico, contudo por mais criticas que se faa no h pessoa que

    retire de Keynes o posto de maior economista do sculo XX.

    Keynes deixa o mundo da economia para ir imortalidade acadmica com os seguintes

    ltimos dizeres: Gostaria de ter tomado mais Champgne.

  • 8

    Referencias Bibliogrficas

    MOURA da SILVA, A. Ensaio biobibliogrfico sobre John Maynard Keynes. In:

    MAYNARD KEYNES, J. Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda So Paulo:

    Abril Cultural, 1985.

    HUNT, E.K. Historia do Pensamento Econmico. So Paulo: Elsevier, 2004.

    SCHWARTZ, G. Keynes: um conservador autocrtico. So Paulo: Brasiliense, 1984.