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Universidade de Innsbruck (Áustria) Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016 Sistemas agroflorestais e cadeias de valor al- ternativas Perspectivas para Amazônia? Reflorestamento Econômico C onsorciado e Adensado Um pro j eto na Amazônia brasileira Pro j eto de pesquisa da Especialização em Estudos de Desenvolvimento do Mestrado em Geografia : Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

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Universidade de Innsbruck (Áustria)

Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Sistemas agroflorestais e cadeias de valor al-ternativas

ellung Forschungsprojekt ertiefungsrichtung cklungsforschung

Masterstudiengangs raphie: Globaler el - regionale

haltigkeit

Perspectivas para Amazônia?

Reflorestamento Econômico Consorciado e AdensadoUm projeto na Amazônia brasileira

Projeto de pesquisa da Especialização em Estudos de Desenvolvimento do Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

BR 364Rio Branco 135 km

Porto Velho347 km

Serraria

Serraria

Serraria/Escola

Posto de saúde

PolíciaSerraria

Serraria

Escola

RECA

Serviços ArtesanatoHabitação

Médico/FarmáciaInstituiçõesGastronomia

Igreja

Hotel

Varejo Posto de gasolinaTelefone

Espaços inutilizados/para venda

Espaço aberto

Projeto RECAProdução sustentável na Amazônia

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Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

O que é o RECA?

O RECA é um projeto de pro-dução agroflorestal composto por 300 famílias produtoras e 100 trabalhadores sazonais. O pro-jeto, fundado em 1989 por falta de perspectivas, contribui para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Este tem por objetivo oferecer uma alternativa aos usos prevalecentes do solo na região e, assim, contribuir para a diminuição do desmatamento na Amazônia.

dededdedededede sssssssaúaúaúaúaúaúaúdededededededeeeeeeee

Onde se encontra o RECA?

O RECA está situado em Nova Califórnia, na fronteira entre os estados de Rondônia e Acre. Nova Califórnia, com cerca de 3.600 habitantes, é um típico município pioneiro com as funções de abastecimento dos agricultores das redon-dezas. A grande importância da extração de madeira é evidenciada no número de serrarias.

RECA como perspectiva?

O projeto RECA é considerado como um exem-plo de boas práticas para o desenvolvimento sustentável na região amazônica e obteve re-conhecimento não só do Estado como também de ONGS nacionais e internacionais. O projeto desenvolve alternativas econômicas através de cadeias de valor baseadas em frutos da Amazô-nia. Assim, contribui também para a conserva-ção da floresta.

Princípios do RECA

• Organização social solidária

• Respeito à sociobiodiversidade

• Diversidade através do uso sus-tentável

.

91

2

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½»½

0 10 20 30 405Meter

1 Produção 2 Entrega/ tratamento 3 Armazém

8 Sala de reuniões 9 Loja10 Adubo/ pesquisa

4 Garagem 5 Cozinha 6 Escritório 7 Dormitório

Unidade de produção do RECA

Amazônia Legal

Design da pesquisa

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Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Processo de pesquisaO projeto de pesquisa foi realizado no âmbito do pro-grama de Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional da Universidade de Inns-bruck em Austria. Na fase preparatória, o conteúdo da pesquisa foi dividido em cinco grupos temáticos.

Durante o trabalho de campo, o funcionamento do projeto RECA deveria ser compreendido localmen-te, bem como sua replicabilidade e sustentabilidade. Para este fim, foram utilizados principalmente méto-dos qualitativos.

Pesquisa de CampoApós entrevistas com especialistas de órgãos públi-cos em nível federal e estadual, foi realizado um tra-balho de campo de sete dias no RECA. Anualmente, o projeto recebe cerca de 300 visitantes por ano. Isso demonstra o interesse e a visibilidade do projeto e contribui para a transferência de conhecimento.

Condições de pesquisa• A recepção amigável e o apoio local facilitaram

a pesquisa

• As barreiras linguísticas acarretaram problemas de comunicação

• Alguns métodos foram muito complexos dadas as circustâncias

RECA como exemplo de uma alternativa sustentável para Amazônia?

Migração

Por que e de onde vieram os colonos e como é que a sua migração influenciou

as gerações seguintes?

Sistemas agroflores -tais

De que forma os sistemas agroflorestais são compos-

tos e como funcionam durante o ano?

Organização social

A organização social repre-senta a base para o sucesso

do RECA?

Questionários para as escolas

Entrevistas com especialistas

Entrevistas com atoresenvolvidos/stakeholders

Diagrama VENN

Mapeamento

Calendário agrícolaOficinasAnálise de rede

grupos de pesquisa

Quadro institucional

Quais fatores externos afetam a arena de

negociação da Amazônia?

Cadeias de valor

Como são organizadas as cadeias de valor do RECA e

onde o valor é gerado e capturado?

Política regional na AmazôniaSustentabilidade versus modernização

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Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Fase 1Exploração/Incorporação

Fase 7Inconsistência

Fase 6Sustentabilidade

Fase 2Colonização agrária

Fase 3Modernização

Fase 5Extração de recursos

Fase 4Necessidades básicas

Construção das rodovias

Construção das rodovias, coloni-zação agrária

Novos projetos de assentamento, desenvolvimentorural

Subsídios para a pecuária

Represas, mine-ração, ampliação da infraestrutura

Zoneamento, pro-teção e uso ad-aptado

Sustentabili-dade vs. Modernização

Desde 1966 Década1990Desde meados década 1980Década 1980Desde1975Década 1970 Hoje

Fases de planejamento na Amazônia

Políticas contraditórias na AmazôniaAs atuais tendências de desenvolvimento regional são altamente ambivalentes. Por um lado, o Brasil busca um desenvolvimento sustentável adequado à conservação da natureza, por outro lado, conti-nua com a política de „valorização“ dos recursos regionais.

Belém

Cuiabá

Arco do desmatamento

Manaus

Rio Branco

MadeiraRECA

SurinameGuiana Guiana Francesa

Atlântico

Venezuela

Colômbia

Peru

Bolívia

Desenvolvimento regionalCentros regionais fragmentadosOleodutoDireção da modernização agráriaRegiões de conflitos chavesCorredores de exportação Novas represasEixos das cidades pioneiras Centros de extração de recursos naturais (gás natural, petróleo, minerais)Regiões pioneiras (Pecuária, agricultura de soja e familiar)

Desenvolvimento sustentávelGrandes terras indígenas e unidades de conservaçãoCorredores ecológicosgrandes reservas extrativistas

Incorporação da AmazôniaApós um longo período de estagnação a partir de 1970, houve um „boom de desenvolvimento“ na Amazônia. Causas foram:

• construção de estradas

• assentamento de pequenos agricultores

• aumento do número de fazendas de gado

• instalação de hidrelétricas

• exploração dos recursos naturais

Os impactos do desenvolvimento e do cresci-mento populacional foram:

• desmatamento da floresta

• conflitos de interesse e de terra

• deslocamento da população

Amazônia LegalA região delimitada da Amazônia Legal tem 5 milhões de km² e abrange nove estados, formando a maior área contínua de floresta tropical do planeta. Hoje vivem aproximadamente 25 milhões de pessoas na região, principalmente nas cidades. Disparidades ecológicas, étnicas, sociocul-turais e demográficas extremas marcam a Amazônia. A maior parte dos conflitos de terra do Brasil é encontrada aqui.

Programas do Estado

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Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Inconsistência

A sustentabilidade está longe de ser alcançada. De um lado é necessário:

• Estabelecimento do monitoramento do desma-tamento e conscientização local

• Integrar a regularização fundiária e e os limites de desmatamento (Terra Legal - CAR)

Do outro lado, o Estado financia a construção de rodovias, grandes barragens em nome do „desenvolvimento regional“ (PAC I e II, IIRSA).

Necessidades básicas e extração de recursosMedidas contraditórias caracterizaram a década de 1980: O programa POLONOROESTE na Ama-zônia ocidental financiou a pavimentação da BR-364 Cuiabá-Porto Velho. As condições de vida e de produção dos pequenos agricultores em Rondônia melhoraram a partir do desenvolvi-mento rural integrado. O aumento da migração levou ao aumento do desmatamento.

Desenvolvimento sustentávelOs primeiros passos rumo ao desenvolvimen-to regional sustentável foram dados a partir da década de 1990: • Implementação do programa de conservação da

Amazônia PPG7• Zoneamento ecológico e socioeconômico para o ordenamento territorial e medidas de proteção (ZEE, PLANAFLORO, PRODEAGRO, RESEX)• Promoção de sistemas agroflorestais (PAF) e em-préstimos para pequenos agricultores (PRONAF)• Projetos para conter as mudanças climáticas (Fun-do Amazônia)

1965 1970 1980 1990 2000 2010

POLAMAZONIA PIN POLONOROESTE

PLANAFLORO PRODEAGRO

Grande Carajas

Meio ambiente

Zoneamento

Financiamento

Infraestrutura

Desenvolvimentoregional

Colonização

POLONOROESTE

Código FlrorestalPAF PPG7

PPCDAm ARPA PAS REDD+

CARTerra Legal

CARTerra Legal

SNUCPLANAFLORO RESEXPRODEAGRO ZEE

RLAPP

PINPAD

PIC

PRONAF PADICFCO/FNO/FNE

FUNDO AMAZÔNIAARPA

PIN POLONOROESTE IIRSAPAC I+II

RECA

Da colonização agrícola à modernizaçãoMuitos programas governamentais para a Amazônia

têm a construção de estradas e a „valorização“ da flores-

ta como objetivos (PIN, Polamazônia). Inicialmente, foi o

assentamento das famílias. Com a mudança do objetivo

em direção a modernização da região, houve uma re-

orientação do apoio governamental como segue: • de pequenos agricultores aos agricultores mais capi-

talizados• subsídios fiscais para a pecuária extensiva de gado

Arena de negociação da Amazônia

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Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Arena de negociação da AmazôniaSob a perspectiva da ecologia política, o desenvolvi-mento regional da Amazônia pode ser descrito como uma rede complexa de atores locais e externos, com atividades concorrentes, interesses distintos e opções de execução. A eliminação das contradições inerentes à política governamental da região se coloca como um dos principais desafios para o futuro do desen-volvimento regional sustentável.

RECA - constelação de atoresA rede RECA mostra como os atores governamen-tais em todos os níveis são importantes localmente. Na sociedade civil e no setor privado, os atores in-ternacionais são majoritariamente representados. No início, o apoio das ONGs para RECA foi extre-mamente importante. Atualmente, estas quase não têm importância para o projeto.

INTERNACIONAL

NACIONAL

ESTADUALESTADUAL

LOCAL/

APOIOREGULAÇÃO

REGIONAL

ICMBio

INCRA

FUNAI

IBAMA

SUDAM

SEMA

BASA

SEDAM

BANCO BRASIL

INPAINPE

GIZ BANCO MUNDIAL

EMBRAPA SEAGRI

EMATER

IDAM

IDARON

Instituições na Amazônia

Meio ambiente Agricultura

Desenvolvimento regional Educação agrária

Cooperaçãointernational Proteção indígena Monitoramento

EMATEREMBRAPAIDAMMDAMAPASEAGRI

IBAMAMMAICMBioINPASEDAM

GIZ

BASABanco do BrasilBNDESBanco mundial

SUDAMINCRA

FUNAI

EFA

INPE

Categorização das instituições federais e estauai

Veterinário

IDARON

Bancos

EconomiaEstado

Sociedade Civil

GIZ

Diözese Acre

Banco do Brasil

MLAL

MDAMMA

SEDAM Extrema

IDAM Extrema

Natura

BNDES

INCRA

IDARON N.C.

PESCARE

CCFD

Sicoob

EFA

USAIDCebemo

IBD

MAPA

EMATER N.C.

Rede de atores do RECA

Rede de atoresDiferentes interesses e objetivos dos atores deter-minam o desenvolvimento regional na Amazônia. O Estado desempenha um papel fundamental. No entanto, as inconsistências nas estratégias de desenvolvimento regional resultam em políticas fragmentadas para a Amazônia. As razões são:

• Tamanho e diversidade da região

• Interesses divergentes entre valorização e proteção

• Responsabilidades difusas entre os níveis federal, estadual e municipal

Rumo ao NorteColonizaçáo Agrária

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Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Apogeu da colonização agrária nas décadas de 1970/80A mudança da mão de obra intensi-va para um modo de produção ca-pitalista (ex. boom da soja) e a piora nas condições de vida no meio rural durante a ditadura militar levaram ao

deslocamento de pequenos agricul- tores do Sul.

A seca e a fome levaram à migração des-de o Nordeste.

„Terra sem homens para homens sem terra“Construção da Transamazônica (ligação leste-oes-te) e a BR-364 Cuiabá-Porto Velho, uma das primei-ras ligações norte-sul, permitiu o fluxo para áreas periféricas inexploradas e, portanto, o início da co-lonização agrícola.

Promessas de terras por parte do Estado (100 ha por família) no âmbito do programa PIN motiva-ram a migração da população rural desfavorecida para o Centro-Oeste e Amazônia.

Segunda grande onda de migraçãoAo longo dos anos, as condições de vida dos co-lonos foram se deteriorando devido a redução de benefícios e queda nos rendimentos. O pro-grama POLONOROESTE (construção de estra-das e desenvolvimento rural), financiado pelo Banco Mundial, trouxe temporariamente me- lhores condições de vida e de produção para os pequenos agricultores em Rondônia. Estas levaram a um aumento acentuado da migração na década de 1980.

Projeto RECA como perspectiva de futuro A maioria dos pequenos agricultores pesquisados veio originalmente do Sul do Brasil. Eles migraram nas décadas de 1970/1980 em busca de alternativas aos problemas sociais e econômicos enfrentados em suas cidades originárias. Estes, a partir da par-ticipação no projeto RECA em Nova Califórnia, en-contraram, finalmente, as condições de vida ade-quadas para se estabelecer permanentemente.

terra“e-oes-

primei-a áreas da co-

100 hamotiva-orecida

Escala da migraçãoNova CalifórniaAgricultura prejudicial para a saúdeRazões econômicas apesar da propriedadeRazões econômicas: falta de terraSecaNenhuma especificação

Motivos da migração

"Viemos para ficar!"Os pioneiros

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Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Silvino - migrou por razões políticas e econômicas • Vida: nascido em Marcelino Ramos (Rio Gran-

de do Sul), 75 anos, casado• Migração: 5 mudanças, primeiro para Santa Ca-

tarina e em 1988 para Nova Califórnia• Razões: falta de terras em Santa Catarina, sofri-

mento na ditadura militar, pobreza• Problemas iniciais: Malária, mudanças nas con-

dições de cultivo, falta de apoio financeiro e para a comercialização

José - da produção de arroz para os SAFs• Vida: nascido em Fortaleza (Ceará), 61 anos e ca-

sado

• Migração: 2 mudanças, plantou nos primeiros anos seringueiras, desde 1988 em Nova Califór-nia

• Razões: Seca no Nordeste que dificultava a pro-dução de arroz

• Problemas iniciais: frutos e métodos de pro-dução desconhecidos, malária

Engilberto - um dos fundadores do Projeto RECA• Vida: nascido em Apiúna (Santa Catarina),

início dos 80, casado, 5 filhos• Migração: 2 mudanças, na metade da década

de 80 foi com sua esposa para Nova Califórnia• Razões: difíceis condições de trabalho, espe-

rança de conseguir terra junto ao INCRA• Problemas iniciais: desconhecia os métodos

de cultivo, infestação por fungos, malária

Através da organização conjunta e métodos agrícolas alternativos, superou-se em grande parte as dificuldades iniciais. As gerações futuras já encontram um ambiente adaptado.

Origem, chegada, futuroComparação das três gerações

As chances iniciais de sucessoA "geração pioneira", em grande parte original-mente do Sul, emigrou principalmente por razões existenciais. Ela formou a base para uma ocupação duradoura da região.

Criar um modo de vida para as gerações sub-sequentesOs pioneiros se adaptaram à nova situação. O local de nascimento de seus filhos e netos já se encon-tra predominantemente na Grande Região Norte. A geração pioneira foi "pé na estrada", em busca de uma nova vida. Os mais jovens já permanecem na região.

Assentamento duradouro e enraizamentoO RECA suporta as perspectivas futuras locais e dos pequenos agricultores. Para alguns, é também uma alternativa ao trabalho nas serrarias. A cooperativa tem uma contribuição importante para o enraiza-mento do povo. Para uma migração bem-sucedi-da, é também importante o estabelecimento de grupos de ofício não-agrícolas, tais como varejo, educação e profissionais liberais.

Uma história de sucesso?Ao longo das décadas, pode-se estabelecer uma estrutura de assentamento duradoura e que ofe-rece boas condições de vida para as pessoas. Em contraste com outras regiões pioneiras de Rondô-nia, houve continuação do fluxo de migrantes para Nova Califórnia.

Só o tempo poderá dizer como o progresso técnico, desmatamento, as mudanças climáticas e a política influenciarão esta história de colonização.

S u l

e s t eS u du

C e n tt r o -OO e s ts t e

N o r d e s t eN o r t e

2 pessoas

n= 54 estudantes(idade: min. 10, max. 25 anos)

Região de nascimento

S u l

e s t eS u du

C e n tt r o -OO e s ts t e

N o r d e s t e

N o r t e

2 pessoas

n= 15 pessoas do estudo quali-tativo (idade 50+)

Região de nascimento

S u l

e s t eS u du

C e n tt r o -OO e s ts t e

N o r d e s t eN o r t e

2 pessoas

n= 67 pais(Idade: min. 26, max. 67 anos)

Região de nascimento

Região de nascimen-to da geração pio-neiro

Região de nascimen-to da geração dos pa-rentes

Região de nasci-mento da 3a ge-ração

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Organização social do RECA

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Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Como o RECA é estruturado?O projeto foi criado em 1989 como associação. Segundo a legislação brasileira, no entanto, asso-ciações não podem participar do mercado. Por- tanto, uma cooperativa foi fundada para vender os produtos processados. Ambas as formas orga-nizacionais existem hoje em paralelo. Isto repre-senta um desafio para a administração do proje-to. Hoje, 300 famílias estão associadas ao projeto RECA. Estas estão organizadas em 12 grupos que têm coordenação própria.

Comunidade como peculiaridadeO sucesso do projeto é desenvolver sua própria forma de organização. Participação, estreitos laços sociais e a comunidade são as peculiaridades do projeto RECA.

Todas as decisões são feitas nos 12 grupos. A re-produtibilidade do projeto em outras regiões pres-supõe essa estrutura de gestão integrada e parti-cipativa.

Relação emocionalAmbiente familiar

Grupo de coordenação

Integração das famílias

Vice-presidente do RECA

Presidente do RECA

Família

Coordenador do grupo

Coligação dos grupos

Representação das mulheres

VANTAGENS DAESTRUTURAPARTICIPATIVA

Para fazer parte do RECA, cada membro tem que passar por um período probatório de um ano. Isso garante a

qualidade do projeto e da organização social.Participação nas reuniões mensais dos grupos.O empenho ativo nos grupos é requisito para a participação no projeto.

A coligação dos grupos escolhe um representante para a coordenação:- Troca de experiência- Progresso em novas formas de cultivo- Aprimoramento da produção- Questões gerais

função representativaTrabalho em conjunto

Participação nas reuniões e eventosdo RECA

Eleito por dois anosResponsável pela coordenação do projeto, colaboração dos grupos e gestão participativa.

Coligação dos grupos- Emancipação- Equidade de gênero- Fortalecimento da comunidade- Soluções para os problemas diários- Melhoria da qualidade de vida

Dinâmicas da produção- Comercialização comunitária

- Apoio na organização do orçamento- Troca de expêriencia sobre cultivos bem sucedidos

- Compartilhamento de máquinas agrícolas- Gestão de conhecimento

Reuniões de coordenação para:

- Eleição do gerente do projeto- Decisões estratégicas

- Monitoramento das dinâmicasde produção

Rede social RECA Juntos para o sucesso

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A rede sob a perspectiva dos atores

Os membros do projeto RECA formam uma rede social própria. Esta inclui tanto os conta-tos dentro e fora do projeto. As famílias podem, portanto, se apoiar em relacionamentos, que vão desde o nível local ao nível internacional.

Aspectos positivos incluem o fortalecimento dos laços sociais, oportunidades de financiamento institucional e a melhoria nas vendas de seus pro-dutos.

A comunidade em focoO intercâmbio intensivo com o outro reforça a coesão da comunidade, bem como o projeto. Isto se revela na confiança entre as famílias e atores mais próximos.

É atribuída maior importância às relações estreitas entre os atores locais do que às instituições nacio-nais e estaduais.

Diagrama VENN de uma família do RECA

Análise da rede social das famílias do RECA DesafiosOs desafios ocorrem principalmente no nível na-cional. A cooperação com as instituições é muitas vezes caracterizada pela incerteza e falta de apoio financeiro.

Da mesma forma, as vendas de produtos é em grande medida confinada regionalmente. Para aumentar o alcance e a consolidação do projeto são necessários subsídios e apoio.

dentro do RECA organizacional

fora do RECA

dentro do RECA

fora do RECA institucional

INCRA

NATURAEscola

EMATER

EMBRAPA Acre

SICOOB

Outros grupos

Igreja

Banco Amazônia

Amigos Grupo

Entrevistado Contatos

Instituição nacional

Igreja

Fonte de rendaOrganização (RECA)

Outros instituições

Instituição estadual

Serviços doRECA

relação fraca relação forte

Fora do RECA

Dentro do RECA organizacionalDentro

do RECA

Fora doRECA institucional

famiília

grupo

amigos

técnicos

ajudantes na colheta

EMATER Rondônia

EMBRAPA Rondônia

BASA

INCRA

igreja

comercializaçãodireta

natura

serraria

escola

distributor de café

funcionários

outros gruposEMATER Acre

alta prioridade

baixa prioridade

roA famiília

os fun

Agricultura sustentável Do uso inapropriado da terra aos sistemas agroflorestais

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Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Uso da terra na Amazônia A colonização da região amazônica levou ao des-matamento de grandes áreas. Estima-se que cerca de 18% da floresta original foi desmatada. O uso da terra na Amazônia é, em grande medida, ina- propriado e com consequências negativas para o meio ambiente.

Fatores do Desmatamento• Investimento em infraestrutura• Agricultura em pequena e grande escala• Pecuária extensiva de gado (70% do desmata-

mento)• Indústria madeireira

• Mineração

Problemas como a degradação das florestas tro-picais e terras agrícolas, mudanças climáticas e a globalização exigem estratégias holísticas. Os SAFs são uma forma alternativa de usa da ter-ra sustentável, resiliente e viável a longo prazo, além de servir como modelo de adequação so-cioeconômica e ambiental.

Sistemas Agroflorestais (SAF)Os SAFs são uma alternativa sustentável à agricul-tura convencional. As lavouras, a silvicultura e a pe-cuária são desenvolvidas de maneira integrada na mesma área.

SAFs são sistemas fechados, auto-sustentáveis e fornecem para os solos, plantas e animais os se-guintes benefícios:

• Fornecimento melhorado de nutrientes e pro- priedades do solo

• Melhoria do microclima

• Proteção contra o vento, alta irradiação e chuva pesada

• Redução da erosão do solo

Dinâmicas do desmatamento em Nova Califórnia (RO)

Exemplo de combinação das plantas de um AFS

Açaí

anda

res

AbacaxiCanstanha do Pará

Banana Café

Cupuaçu Mandioca

Pupunha Rambutão

1986 2001 2016

Sistemais agroflorestais (SAF) do RECATamanho da propriedade e uso da terra

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Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

SAFs em vez de monocultura?Através do método de mapeamento, foram inves-tigados onze estabelecimentos do projeto RECA. O tamanho varia de 5 a 108 ha. Cada proprieda-de produz entre seis e doze produtos diferentes, que não são destinados exclusivamente para uso comercial.

Pequenas propriedades• Alta proporção de sistemas agroflorestais

• Baixo percentual de floresta primária

• Quase não há monocultura

• Em grande parte apenas pequenos animais

• Apenas uma pequena parte da área total desmatada

Se há pasto suficiente disponível, opera-se a criação de bovinos. As maiores diferenças po-dem ser encontradas nos sistemas de uso da terra. As pequenas unidades familiares diferem muito das grandes fazendas no uso da terra. Abaixo são indicadas as principais diferenças entre os dois casos:

Grandes propriedades • Baixa proporção de sistemas agroflorestais

• Alto percentual de floresta primária

• Quota de 10% de monocultura

• Frequente uso de pecuária adicional

• 1/3 de área total desmatada

Estrutura dos SAFs• 15 hectares de área média de sistemas agroflo-

restais por propiedade

• Áreas absolutas dos SAFs muito parecidas em todas propriedades

• A maior carga de trabalho limita o avanço dos sistemas agroflorestais

• O aumento da área total leva ao aumento do percentual de monocultura e pasto

MonoculturaOutrosMata primáriaÁguaPastagemSistema agroflorestal

LegumesPalmeira grandesÁrvore grandePalmeira pequenaÁrvore pequenoArbusto

EstufaArmazémEstábuloCasaGalinhasGado

As espécies diferentes demostram a diversidade dos usos de terra. Cada espécie fornece vários produtos diferentes. A apresentação dos produtos e as cadeias de valor segue.

Distribuição média do uso da terra

Pequenos estabelecimentosØ Tamanho do estabelecimento:

30 ha

Grandes estabelecimentos Ø Tamanho do estabelecimento:

90 ha

Sistema agroflorestal RECAComposição, funcionamento e carga de trabalho

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Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Diversidade como estratégiaCada planta em um Sistema Agroflorestal (SAF) tem uma função ecológica e econômica específica no esta-belecimento. A diversidade do SAF demanda maior carga de trabalho em comparação à produção con-vencional. Entretanto, há também vantagens: segu-rança alimentar através de auto-consumo, menor de-pendência em relação ao preço de um único produto, menor necessidade de área, fertilizantes, pesticidas e investimento de longo prazo (madeiras nobres).

O clima como definidor de tarefasO tempo de trabalho mais intensivo do ano é durante o inverno chuvoso, uma vez que a maio-ria dos produtos são colhidos, semeados e plan-tados. Na estação seca, são realizados principal-mente os tratamentos no SAF.

Apesar do aumento da carga de trabalho, os SAFs oferecem numerosas vantagens por sua diversida-de e sinergias resultantes. Somente com oportu-nidades de comercialização adequadas é possível garantir uma gestão sustentável da terra. Portan-to, eles nunca podem ser separados de suas con-dições sócioeconômicas.

Nome Foto Ecologia Comerciali-zação

Cupuaçu (Theobroma grandifloris)

Necessita sombra, fornece material orgânico

Fruto para o RECA e para consumo próprio

Açaí solteiro (Euterpe oleracea)

Oferece sombra, nível médio

Fruto para o RECA

Pupunha (Bactris gasipaes)

Oferece sombra, nível médio

Palmito & semen-tes para o RECA, fruto para o consumo próprio

Castanha do Pará(Bertholletia excelsa)

Copa da árvore superior (ca. 50m), fornece sombra

Castanhas para o RECA

Café(Coffea robusta)

Utiliza a sombra e fornece sombra para o solo

Venda dos grãos para comprado-res locais

Banana (Musa paradisiaca)

Fornece somb-ra , material or-gânico

Fruto para o consumo próprio

Rambutão (Nephelium lappaceum)

Oferece somb-ra, nível médio material orgânico

Fruto para o consumo próprio e venda nos mer-cados locais

Mandioca(Manihot esculenta)

Estrato her-báceo na parte inferior

Raízes como base da alimentação

Cumarú(Dipteryx odorata)

Oferece sombra, a queda de fol-has fornece ma-terial orgânico

Madeira nobre para serrarias e compradores

Açaí Cupuaçu Pupunha

0

30

60

90

120

150

0

50

100

150

200

250

300

350Carga horária mensal & índice pluviométrico

AltoMédio

Baixo

Colheita

Plantio

Tratos

Calendário agrícola

carga de trabalho

hora

s de

trab

alho

precipitação (mm

)

Mes

es

Janeiro

Fevereiro

Março

carga de trabalho precipitação (mm)

jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

Wertschöpfung beschreibt die Wertsteigerung des Ausgangsprodukts in verschiedenen Produktionsschritten. Die Wertbindung bezieht sich auf die tatsächlich ökonomisch umgesetzten und verdienten Werte. Wertschöpfung beschreibt die Wertsteigerung des Ausgangsprodukts in verschiedenen Produktionsschritten. Die Wertbindung bezieht sich auf die tatsächlich ökonomisch umgesetzten und verdienten Werte. Produtos do RECA

Universidade de Innsbruck (Áustria)

Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Do fruto ao produto finalA base da cadeia de valor alternativa do RECA são frutos da Amazônia. Alguns deles são cultivados em sistemas agroflorestais, outros são coletados na floresta. O RECA processa estes em produtos de base natural intermediários e finais. Assim, o sistema econômico é muito diferente das con-dições prevalecentes em outras atividades da re-gião, como a extração de madeira e pecuária.

Venda no BrasilApesar da baixa capacidade, o RECA estabeleceu uma marca regional para produtos até então des-conhecidos. A cidade de São Paulo e do Rio de Jan-eiro são uns dos principais mercados consumido-res. O RECA também comercializa seus produtos alimentícios fora do Brasil, diretamente e através de grandes distribuidores. Produtos como óleos são utilizados por empresas para a produção de bens de luxo e alto valor agregado.

A atuação do RECA vai do processamento das frutas até a comercialização destas. Estas etapas da produção e a estrutura dos atores podem ser representados em cadeias de valor agregado e redes de produção.

Venda local em Nova Califórnia

Parte do palmito do RECA e da polpa de frutas é vendida diretamente em uma loja de fazenda na BR-364. A loja foi fundada como uma iniciativa do grupo de mulheres e premiado a nível nacio-nal. Nesta é possível que membros vendam seus produtos caseiros. Os principais clientes são mo-radores e viajantes.

polpa polpa manteiga tronco frutasóleo

sucopalmito

licor

remédiossorvete cosméticosgeleia

sementes

Açaí Cupuaçu PupunhaCastanha do Pará

Visão Geral da produção do RECA: de frutos aos bens intermediários e finais

S u l

d e s t eS u d

Centro -Oeste

N o r d e s t e

Centro

N o r t e

Localização dos distribudores

Nova Califórnia

Goiânia

Rio de Janeiro

Brasília

São Paulo

Salvador

Porto VelhoRio Branco

Venda dos produtos do RECA no Brasil

Valor agregado e valor capturado

Universidade de Innsbruck (Áustria)

Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

O valor agregado descreve o aumento de valor do produto inicial ao produto final em várias etapas da produção. O valor capturado se refere aos valores eco- nomicamente auferidos.

Valor agregadoAs cadeias de valor abaixo foram categorizadas em relação ao processo e atores referentes. Estas são resultado de pesquisas qualitativas.

Valor para quem?• Agricultores membros do RECA capturam

localmente um maior valor que não-membros

• Processamento de produtos de alta qualidade tem alto valor agregado, mas o valor captura-do localmente é baixo

As características especiais• A produção está concentrada em bens de

consumo e de luxo sem exportação direta

• Apesar da produção diversificada, o RECA possui poucos compradores

• Diferentes relações entre atores nas diferentes cadeias de valor

Cadeia de valor „Frutos“• Produtor dominante: RECA é o maior comprador

local, já que existem elevados requerimentos de transporte e armazenamento

• RECA já produz o produto final

Cadeia de valor „Cosméticos“• Comprador dominante: Dado o poder de mercado

do comprador, há oscilações nos preços

• Conflitos entre ideologias de valor socioecológico e de mercado

• Transferência de conhecimento parcial através de projetos conjuntos

Cadeia de valor „Pupunha-Sementes“• Produção de palmito no Sul não oferece con-

corrência, já que vai para outro mercado consumidor

• Moderada relação produtor – consumidor

• Valor capturado posterior é desconhecido

Produçãode palmito noSul do Brasil

ProdutoresRECA

Recurso natural

Extrati-vistas

RECA

Manteigade cupuaçu

Óleo cru

Beneficiamento

compradorescapitalizados

Empresas decosméticos

Refinação e comercialização

Cumarú

[Sementes]de Cupuaçu

Castanha do Pará

Óleo refinadoCosmeticos

Varejo

Cosméticos

Consumo

Produtores RECA

Recurso natural

RECA

Extração de sementes

Beneficiamento

RECA

Distribuição

Fruto da Pupunha

++

+ Captura do valor

Agregação do valor

Sementes como entrada para nova

cadeia de valor

ProdutoresRECA

Matéria-prima

Extrati-vistas

RECA

Polpa

Beneficiamento

Reca únicocomprador

Outros compradores

nenhuma con-corrência de preço

RECA Distri-buidor

Distribuição em escolas, gastronomia e

supermercados

Comerciali-zação diretaAçai

CupuaçuPalmito

Varejo

Sorvete Suco

Consumo

produtor dominantelocal regional/nacional

comprador dominantelocal (inter)nacional

local nacionalrelações de poder equilibradas

++

+

++

+

Concorrência de preço

Agregação do valor

Captura do valor

Captura do valor

Agregação do valor

Suporte

Regulamentações

Apoio financeiro: Fundo Amazônia Tecnologia e conhecimento: IDAM, IDARON,EFA, EMATER

Proteção ambiental do Estado: IBAMA, SEDAMCertificação orgânica: IBD

Produção Beneficiamento Vendalocal

Distribuiçãoregional/nacional Processamento Distribuição

nacional

Créditos: Banco do Brasil, Sicoob, BASA

Fluxos de bens

ProdutoresRECA

Produtoresexternos

R E C A

EscolasSupermercados

Gastronomia

DemarchiFrutamilRicaele

Intermédiarios

SupermercadosGastronomia

BASFBeraca

NaturaL‘Occitane

Comércio especializado

e varejistas

Relações de mercado Estruturas de poder(controle)

Ligação relacional Compradores desconhecidos

Rede de produção do RECA

Universidade de Innsbruck (Áustria)

Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Setembro 2016

Quadro institucionalA rede de produção é utilizada para representar o efeito complexo das relações e influências exter-nas dentro da cadeia de valor. O quadro institu-cional compreende regulamentações e apoio de instituições estatais e não estatais. No entanto, as exigências se limitam principalmente à produção e ao processamento.

De pioneiro a inovador?

Como pioneiro da produção sustentável, o RECA assume um papel consolidado entre os atores. Cer-tificados orgânicos possibilitam o accesso aos mer-cados crescentes de frutos da Amazônia. Com uma comercialização mais direcionada essa tendência internacional poderia ser ainda melhor aproveita-da. A aquisição de recursos, inovações e a gestão de conhecimento com compradores representa a estratégia do RECA.

Desafios• Distância aos mercados

• Falta de apoio na comerzialização

• Pressão da extração de madeiras e pecuária

• Vulnerabilidade em frente às influências ambi-entais

Potenciais• Superar as dependências de financiamento de pro-

jetos inovadores e comerzialização direcionada

• Fomento do desenvolvimento regional por meio de uma maior captura do valor regional

Universidade de Innsbruck (Áustria)

Mestrado em Geografia: Mudanças Globais - Sustentabilidade Regional

Resultados do trabalho de campo - Septembro 2016

Resultados principais

Participação como base para o sucesso• A organização social e participação são a

base para o sucesso do RECA.

• Maior facilidade na adesão de novos mem-bros poderia acelerar a disseminação do conceito de produção sustentável na região.

• A estrutura participativa para novos pro- jetos não pode ser organizada de cima para baixo, mas de baixo para cima.

O potencial dos sistemas agroflorestais• Agrosilvicultura representa uma alternativa

econômica que contribui à proteção da flo-resta e ao respeito da sociobiodiversidade.

• A exploração de novos mercados fomen-taria a agregação de valor regional e assim a autonomia financeira do RECA.

• Outros projetos na Amazônia também já demostraram a replicabilidade do conceito de sistemas agroflorestais através da im-plementação bem sucedida.

Perspectiva para a Amazônia?Contradições nas políticas estaduais e naci-onais representam um obstáculo ao desen-volvimento para a produção sustentável da Amazônia. Um quadro institucional que ofereça incentivos à produção de sistemas agroflorestais e à comercialização dos pro-dutos, nacional e internacionalmente, seria de grande importância.

Impressum

Universität Innsbruck, Institut für Geographie

Arbeitsgruppe Entwicklungs- und Nachhaltigkeitsforschung (AGEF)

Innrain 52f, A-6020 Innsbruck (Austria)

Masterstudium „Geographie: Globaler Wandel – Regionale Nachhaltigkeit“

Vertiefungsrichtung Entwicklungsforschung: Projektstudie 2016

TeilnehmerInnen und PosterautorInnen

Julia Angermann, Simon Beizaee, Steve Borchardt, Lucia Braun, Nadine Heinrich, Christopher Jänecke,

Daniel Kees, Lukas Kindl, Yvonne Lesewa, Philipp Mack, Stefanie Mayr, Sophia Paul, Sebastian Pihan

,Nils Rabeneick, Clemens Rossmanith, Johannes Schmid, Anja Speyer, Daniel Zörgiebel

Leitung

Martin Coy, Gerhard Rainer

Kontakt

[email protected]

http://www.uibk.ac.at/geographie/agef

Empfohlene Zitierweise

AGEF – Arbeitsgruppe Entwicklungs- und Nachhaltigkeitsforschung (2016): Perspectivas para Amazônia?

Sistemas agroflorestais e cadeias de valor alternativas. Reflorestamento Econômico Consorciado e

Adensado (RECA). Um projeto na Amazônia brasileira. Universität Innsbruck, Institut für Geographie.

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