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Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens Brasileiros 2013 www.parcipatorio.juventude.gov.br

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Secretaria Nacional da Juventudewww.juventude.gov.br

Secretaria-Geral da Presidência da Repúblicawww.secretariageral.gov.br

Secretaria-Geral daPresidência da República

Secretaria Nacional deJuventude

Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos

Jovens Brasileiros 2013

www.participatorio.juventude.gov.br

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www.participatorio.juventude.gov.br

Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos

Jovens Brasileiros 2013

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Dilma RousseffPresidenta da República

Michel TemerVice-Presidente da República

SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Gilberto CarvalhoMinistro de Estado Chefe

Diogo de Sant’AnaSecretário Executivo

SECRETARIA NACIONAL DE JUVENTUDE

Severine Carmem MacedoSecretária Nacional de Juventude

Ângela Cristina Santos GuimarãesSecretária Adjunta

Francisco Rodrigo Josino AmaralChefe de Gabinete

Elisa Guaraná de CastroCoordenadora-Geral de Políticas Transversais

FICHA TÉCNICA

Elaboração/SupervisãoHelena Wendel Abramo, Elisa Guaraná de Castro, Gustavo Venturi, Ana Laura Lobato e Carla de Paiva Bezerra

Colaboração EspecialRegina Novaes e Eliane Ribeiro

ConsultoriaAnna Luiza Souto, Maria Virgínia de Freitas, Rita Dias e Sônia Hotimsky

Equipe Técnica Mônica Sacramento Costa e Valéria Viana Labrea

Aplicação da PesquisaGestão Venturi Associados e Análise Final Pesquisas

Projeto gráfico Aline Magalhães Soares e Mariana Karilena Moura da Silva (SNJ) e Daniela Rodrigues (Njobs Comunicação)

DiagramaçãoDaniela Rodrigues (Njobs Comunicação)

RevisãoAline Magalhães Soares, Mariana Karilena Moura da Silva e Elisa Guaraná de Castro (SNJ) Fernandan Gomes (Njobs Comunicação)

ColaboraçãoFrances Mary Coelho da Silva, Sérgio Alli, Murilo Parrino Amatneeks e Bruno de Oliveira Elias

ApoioUnesco Brasil

Brasília, novembro de 2013

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EMEN

TAA Pesquisa Agenda Juventude Brasil é uma pesquisa de opi-nião de caráter nacional que busca levantar as questões da Juventude Brasileira de forma ampla e abrangente, de modo a possibilitar a análise e reflexão sobre perfil, demandas e formas de participação da juventude brasileira. Pretende sub-sidiar a elaboração de políticas públicas pensadas de forma integrada, a partir do universo juvenil.

De responsabilidade da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) da Secretaria Geral da Presidência da República, inse-re-se nas atividades do Participatório – Observatório Parti-cipativo da Juventude. Foi desenvolvida por um conjunto de consultoras, aplicada entre abril e maio de 2013, com a coor-denação geral de Gustavo Venturi. A pesquisa contou com o apoio da Unesco Brasil.

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SUM

ÁRI

OApresentação .................................................................... 7A pesquisa ........................................................................ 9Metodologia .................................................................... 11

PERFIL E CONDIÇÃO JUVENIL .................................... 13

1. Juventude e idade ...........................................................14

2. Sexo ..................................................................................15

3. Cor ....................................................................................15

4. Religiões ...........................................................................16

5. Jovens do campo e da cidade ...........................................18

6. Configuração familiar .......................................................20

7. Estratos socioeconômicos ................................................21

8. Escolaridade ....................................................................22

9. Condição de atividade ......................................................24

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO .......29

10. Uso de computador, formas de uso e locais de acesso à internet ............................................................32

11. Finalidades de uso da internet e do celular ....................33

A ESCOLA E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL ................. 39

12. Experiência educacional ................................................40

13. Percepções sobre a escola ..............................................44

14. Formação profissional ....................................................46

15. Cursos técnicos ou profissionalizantes .................................47

O MUNDO DO TRABALHO......................................... 49

16. O primeiro trabalho ........................................................50

17. Trabalho e faixa etária ....................................................50

18. Formalidade no trabalho ................................................51

19. Das jornadas de trabalho ...............................................52

20. Procura de trabalho ........................................................53

21. Jovens que não trabalham .............................................54

22. Percepções do mundo do trabalho ................................56

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VIOLÊNCIA CONTRA A JUVENTUDE NEGRA ............... 61

23. Experiências de discriminação .......................................64

TEMAS DA JUVENTUDE E PERCEPÇÕES DO PAÍS ........ 67

24. Realização pessoal ..........................................................68

25. Quais são os problemas que mais preocupam os jovens atualmente .....................................................69

26. Diferentes âmbitos para discutir os assuntos .................71

27. Os problemas do Brasil que mais incomodam os(as) jovens ...................................................................74

28. O que os jovens mais valorizam no Brasil .......................75

29. Expectativas com a vida, para o país e para a garantia de direitos.......................................................................77

30. Valores considerados fundamentais pelos jovens ..........80

VIDA POLÍTICA .......................................................... 83

31. A política é importante ...................................................84

32. Título de eleitor ..............................................................85

33. Os jovens podem mudar o mundo .................................86

34. Valorização das formas de atuação e grau de participação ...................................................................87

POLÍTICAS PARA A JUVENTUDE ................................. 93

35. As ações do governo para a juventude ...........................94

36. Conhecimento de políticas por parte dos jovens ...........97

37. Prioridades da ação governamental ............................101

38. Ações para enfrentar a violência ..................................103

39. Melhor política para enfrentar a violência no país ......104

40. Políticas de saúde ........................................................106

41. Mais e melhores políticas ............................................107

Observações finais ..........................................................109

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APRE

SEN

TAÇÃ

OUma das diretrizes que guiam a ação da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) é que os jovens devem ser reconhecidos como sujeitos de direitos e de políticas públicas. Para isso, é fundamental conhecer suas realidades, questões, opiniões e demandas, além das características sociais, demográficas, po-líticas e culturais que nos revelam o quadro geral das condi-ções de vida da população juvenil no Brasil.

Produzir esse conhecimento é um desafio para a SNJ, desde a sua criação em 2005. No documento do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), intitulado Política Nacional de Juventu-de: Diretrizes e Perspectivas consta que:

[...] as iniciativas governamentais têm cada vez mais sido construídas a partir de diagnósticos sobre as principais carências da população, suas necessidades mais prementes. Portanto, passa a ser ainda mais relevante atuar sobre a elaboração de pesquisas e diagnósticos, de modo a melhorar continuamente suas metodologias, com o objetivo de afinar a relação entre o olhar das instituições de pesquisa e as necessidades das camadas da popu-lação pesquisadas (CONJUVE/FES, 2006).

Em 2009, junto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplica-da (Ipea), foi elaborada a primeira proposta de Observatório de Políticas Públicas de Juventude. Ela foi retomada e apro-fundada em 2011, na atual gestão da SNJ, incorporando o ob-jetivo de fortalecer a capacidade de coordenação das políticas públicas de Juventude, por meio da articulação das iniciativas governamentais e da intensificação da participação social. Ao mesmo tempo, reconhecendo que são os jovens o público mais assíduo no ambiente virtual, a SNJ decidiu investir na comunicação das redes sociais para criar canais de diálogo e de produção de conhecimento sobre/para e com os jovens.

Articulando essa proposta com o objetivo estratégico da SNJ e da Secretaria-Geral da Presidência da República, de fazer da participação social um método de governo, foi criado o Participatório: Observatório Participativo da Juventude, um observatório, dotado de uma plataforma virtual, que tem por finalidade a produção de conhecimento, dados, monito-ramento, avaliação e gestão da informação das políticas pú-blicas de Juventude, a partir da mobilização e participação de jovens, organizações juvenis, redes de pesquisadores, gesto-res e parceiros.

A Pesquisa Agenda Juventude Brasil, realizada em 2013, compõe as ações estratégicas da SNJ para construir uma

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política nacional de juventude que dialogue com a realida-de dos jovens que estão, em sua grande maioria, atuando de forma efetiva no dia a dia de seu território, seja ele no campo ou na cidade.

Acreditamos que os resultados da Pesquisa Agenda Juventude Brasil possam se constituir como um instrumento fundamen-tal para a formulação de Políticas Públicas de Juventude, con-tribuindo para compreendermos quem são, como vivem, o que sentem e percebem os(as) jovens brasileiras(os), e quais suas principais demandas.

Nesse sentido, a Secretaria Nacional de Juventude dá conse-quência à colaboração no aprofundamento do conhecimento da sociedade brasileira sobre sua juventude.

Severine Carmem de MacedoSecretária Nacional de Juventude

Secretaria-Geral da presidência da República

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A PE

SQU

ISA

Desde os anos 1990, quando questões da juventude come-çaram a ganhar maior espaço na agenda pública, identifica-se a necessidade de estudos de larga abrangência nacional, que avancem além das estatísticas oficiais e que possibilitem comparações das características das juventudes nos países e entre os países.1

No Brasil, uma primeira pesquisa de grande porte deste tipo foi realizada em 2003. Com o objetivo de apreender os inte-resses e preocupações dos jovens, a pesquisa Perfil da Juven-tude Brasileira foi construída como parte do Projeto Juventu-de, desenvolvido pelo Instituto de Cidadania.

Após essa iniciativa, outras pesquisas deram continuidade ao aprofundamento da compreensão da juventude enquan-to alvo de políticas públicas. São elas: Juventudes Brasileiras, realizada em 2004 pela Unesco, e Juventudes sul-americanas: diálogos para a construção da democracia regional, realizada em 2008, pelo Ibase e Instituto Pólis.

A Secretaria Nacional de Juventude desenvolveu este novo estudo com o intuito de não apenas traçar o perfil da atual juventude brasileira, mas, principalmente, de acompanhar as tendências de comportamento e a opinião dos jovens, identi-ficar as demandas por políticas públicas e aferir a ressonância de algumas respostas em curso.

O levantamento aproveita a estrutura e muitas questões das pesquisas acima mencionadas, o que permite desenvolver comparações e indicar tendências, incorporando novas indaga-ções colocadas pelo presente, aproveitando temas levantados por outras pesquisas importantes realizadas nesse interregno.

Organizada em blocos temáticos referentes à condição juve-nil, educação, trabalho, saúde (envolvendo os temas de dro-gas e de sexualidade), cultura e lazer, participação política e violência, esta pesquisa foi realizada em todo o território na-cional, sendo representativa para o meio urbano e rural e com resultados comparáveis aos da pesquisa de 2003.

Dados detalhados que traçam o perfil da amostra (em ter-mos de sexo, idade, cor, situação de domicílio, renda, nível de escolaridade e condição de trabalho) são importantes para o diagnóstico ao relacionar a realidade dos jovens com suas questões, valores e opiniões.

1 ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M.G. Juventude, Juventudes – o que une e o que separa. Brasília, 2006. p. 11.

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A apresentação dos resultados preliminares da Agenda Juven-tude Brasil: Pesquisa Nacional Sobre Perfil e Opinião dos Jo-vens Brasileiros 2013 tem foco nas questões relativas ao perfil e condições de vida, à educação e ao trabalho, à violência, às percepções sobre o país, à participação política e a políticas públicas, de modo a iluminar os interesses e o comportamen-to da juventude brasileira, da qual parte significativa esteve nas ruas no primeiro semestre deste ano reivindicando mais e melhores políticas públicas de transporte, saúde, educação e novas formas de participação política.

Os demais resultados serão lançados posteriormente em publicações que a SNJ está organizando, acompanhados de novas leituras.

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MET

OD

OLO

GIA

Universo e Amostragem

A pesquisa é estatisticamente representativa do universo da população entre 15 e 29 anos, residente no território brasi-leiro. Para tal, valeu-se de uma amostra composta por 3.300 entrevistas, distribuídas em 187 municípios, estratificados por localização geográfica (capital e interior, áreas urbanas e rurais) e em tercis de porte (municípios pequenos, médios e grandes), contemplando as 27 Unidades da Federação.

A amostragem foi feita de forma probabilística nos primeiros estágios (sorteio dos municípios, dos setores censitários, dos quarteirões e dos domicílios), combinada com controle de co-tas de sexo, idade e por condição do ponto (urbano ou rural) para a seleção dos indivíduos (estágio final).

As margens de erro se situam entre dois e três pontos percen-tuais, conforme os resultados (de dois pontos para perguntas feitas ao total da amostra, e de três pontos para as perguntas incluídas em uma das três subamostras).

Os critérios de dispersão, seleção e tamanho da amostra de jovens entrevistados(as) garantem a representatividade dos resultados obtidos – guardados os parâmetros estatísti-cos do desenho amostral – para o conjunto do universo em foco: 48,85 milhões de jovens, correspondentes a cerca de 1/4 da população brasileira (PNAD 2012 –IBGE).

Abordagem

Foi feita a aplicação de questionários estruturados, em entre-vistas pessoais e domiciliares (tempo médio de uma hora de aplicação). Total de 161 perguntas, parcialmente distribuídas em três subamostras equivalentes (A, B e C), igualmente re-presentativas do universo investigado.

A pesquisa de campo foi realizada entre abril e maio de 2013.

Para ler os dados – A comparação com a pesquisa do Projeto Ju-ventude, que subsidiou a criação da SNJ em 2003, permite duas leituras longitudinais: uma transversal, comparando os resultados dos jovens entre 15 e 24 anos de hoje, com os dos jovens de 15 a 24 anos de uma década atrás; outra de coorte, comparando os jo-vens hoje entre 25 e 29 anos, com os jovens que em 2003 tinham de 15 a 19 anos.

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Perfil e condição juvenil

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A juventude brasileira é grande, diversa e ainda muito atravessada por desigualdades. Isso significa que é preciso compreender as diferentes situações que configuram a reali-dade da condição juvenil no nosso país.

Os resultados apresentados a seguir têm a função de desenhar um breve retrato da juventude brasileira e assinalar as variáveis pelas quais se poderá analisar as opiniões, valores e percepções dos jovens ouvidos nessa pesquisa.

1. Juventude e idade O escopo da pesquisa é o que vem sendo tomado, nos últimos anos, como o segmento juvenil da população brasileira compreendido pelo grupo etário de 15 a 29 anos, refe-rendado pela Constituição Brasileira, artigo 227, e agora pelo Estatuto da Juventude que acaba de ser sancionado.

Segundo o Censo de 2010, há no Brasil 51,3 jovens de 15 a 29 anos de idade, o que equi-vale a cerca de ¼ da população do país. Esse arco de idade se justifica pela extensão do período de transição que constitui a etapa juvenil marcada na atual conjuntura histórica por trajetórias relativamente longas, intermitentes e muitas vezes não lineares de for-mação, inclusão e desenvolvimento da autonomia.

Por isso, é importante compreender a juventude a partir das faixas etárias internas a este grupo para iluminar as diferentes situações e respostas dos jovens segundo os momentos dis-tintos de suas trajetórias. Nesse sentido, optamos por definir as faixas etárias em 15 a 17 anos, 18 a 24 anos e 25 a 29 anos de idade, diferentemente dos parâmetros de intervalos quinque-nais de idade (15-19 anos, 20-24 anos e 25-29 anos). Essa definição segue o recorte que vem sendo adotado por políticas públicas no país destacando as diferenças de momentos do ciclo de vida dos jovens que vai da adolescência à estruturação da vida adulta. A distribuição da ju-ventude pesquisada segundo as faixas etárias2 definidas está representada no gráfico a seguir:

47%

33%

20%15 a 17 anos

18 a 24 anos

25 a 29 anos

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra e por cota. Espontânea. P. Cota 2 – Qual é a sua idade?

2 Tal como no Censo de 2010, a distribuição da juventude entre as faixas de idade 15-19 anos, 20-24 anos e 25-29 anos é de cerca de 33% para cada faixa etária.

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2.SexoA distribuição entre homens e mulheres no segmento juvenil brasileiro é equilibrada, tal como indicado no Censo de 2010. A amostra desta pesquisa foi construída para refletir essa distribuição: 49,6% de homens e 50,4% de mulheres.

Homem

Mulheres

Sexo

50,4%

49,6%

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra e por cota. Espontânea. P. Cota1 – Sexo | P. Cota 2 – Qual é a sua idade?

3. CorCom relação à cor, seis em cada dez entrevistados declarou-se de cor preta ou parda (15% e 45%, respectivamente); os de cor branca são 34%. Esses dados apresentam uma diferença expressiva e muito interessante em relação aos dados levantados pelo IBGE no Censo 2010, em que a proporção de pretos, pardos e branco nesse segmento etário foi de 7,9%, 45,9% e 44,7%, respectivamente. Na pesquisa Agenda Juventude Brasil, a pro-porção de jovens que se declara preta é quase o dobro do que a identificada pelo Censo.

34%

45%

15%

6% Cor/Raça

Branco

Pardo

Preto

Amarelo/indígena

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Espontânea e múltipla, em %.P153. No Brasil tem gente de várias cores ou raças. Qual é sua cor ou raça? P154. (se P153 = 6 a 16) Você diria que a sua cor ou raça é:P155. Considerando as combinações de cor ou raça dos seus avós e dos seus pais, você tem combinação das cores ou raças:

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Uma explicação possível para essa diferença é a de que, no Censo, a informação de cor de todos os que compõem a família é dada por apenas um de seus membros – comumente a mãe ou o pai – enquanto nesta pesquisa coletou-se, exclusivamente, a autodeclaração dos próprios jovens3. Essa constatação corrobora a hipótese – já apontada em pesquisas anteriores4 – de que há uma tendência, nessa geração, de maior identidade racial entre os jovens negros, acompanhando o aumento da visibilidade da questão racial no país e das políticas de afirmação racial.

4. ReligiõesA maioria dos jovens pesquisados se declarou católica (56%); os evangélicos represen-tam pouco mais de ¼ da amostra (27%). Cerca de um em cada seis jovens não tem religião (16%, incluído 1% de ateus). Na comparação com a pesquisa Projeto Juventude (2003), os católicos diminuíram em dez pontos percentuais (somavam então 65%), en-quanto os evangélicoscresceram (eram 22%), assim como os sem religião (estes foram os que mais aumentaram, relativamente, indo de 10% para 15%).

56

29

26

27

2

3

15

1

Católica

Praticante

Não praticante

Evangélica

Espírita Kardecista

Outras religiões

Ateu/ Agnóstico

Não tem religião, mas acredita em Deus

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Espontânea e múltipla, em % .

3 A pesquisa utilizou essa forma de aplicação com pergunta espontânea, seguida pela estimulada, para aproximar das categorias do censo.

4 IBASE/PÓLIS. Pesquisa sobre juventudes no Brasil – Relatório Quantitativo, 2008; CORROCHANO et al. Jovens e Trabalho no Brasil, 2008.

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COMPARAÇÕES LONGITUDINAIS

TRANSVERSAL COORTE

15 a 24 anos 15 a 19 anos

25 a 29 anos

2003 2013 2003 2013

Católica 65 55 65 57

..praticante - 30 - 28

..não praticante - 25 - 28

Evangélica 22 29 22 24

Espírita Kardecista 2 2 1 2

Outras religiões 2 3 2 4

Não tem religião, mas acredita em Deus 10 15 10 16

Ateu/ Agnóstico 1 1 1 1

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Espontânea e múltipla, em % P152a. Você tem religião? Vou falar algumas religiões para que você me diga quais pratica. P152b. Você frequenta, mes-

mo que de vez em quando, alguma outra religião? (Se sim) Quais? P152c. Você acredita na existência de Deus?

A tendência acima descrita se confirma quando observamos a opção religiosa segundo as faixas etárias, apresentadas no quadro a seguir. Vemos que quanto mais jovens, me-nos católicos e mais evangélicos.

15 a 17 (19,4%) 18 a 24 (47,5%) 25 a 29 (33,1%)

Católica 49,2 52,9 54,1

Evangélica 31,4 28,3 24,9

Espírita 0.9 1,7 1,9

Afro 1,1 0,8 1,4

Outra 0,9 0,7 0,9

Sem religião 16,4 15,5 16,8

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base total.

Quanto maior a idade aumentam as chances do jovem ser católico e diminuem as de ser de religião protestante.

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5. Jovens do campo e da cidadeA composição da amostra, no que diz respeito à situação de domicílio (urbano e rural) seguiu a distribuição encontrada no Censo 2010 (84,8 % na cidade e 15,2 % no campo).

Situação de domicílio

85

74

8

2

15

5

10

1

MORA NA CIDADE

Cresceu na cidade

Cresceu no campo

Meio a meio

MORA NO CAMPO

Cresceu na cidade

Cresceu no campo

Meio a meio

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra. P2. Você passou a maior parte da sua infância na cidade ou no campo (na roça, colônia, sertão, floresta)? P2a. (Se mora na cidade, mas viveu no campo ou meio a meio) Há quanto tempo você mudou para uma cidade?

O gráfico acima mostra que parte dos jovens pesquisados (16%) experimentou mudan-ça de situação do domicílio. É digno de nota o registro de que um em cada cinco jovens passou pelo menos parte da infância no campo, bem como 5% cresceu na cidade, o que pode estar relacionado à circulação dos jovens entre campo e cidade. Vale ressal-tar que o Brasil experimenta uma perda constante de população rural jovem maior de 15 a 29 anos, numa proporção que equivale à metade do total de pessoas que migra do campo para a cidade.5

5 Entre 2000 e 2010, a população rural brasileira sofre um decréscimo de 2 milhões de pessoas. Dessas, um milhão tinha entre 15 e 29 anos (IBGE, Censo 2000 e 2010).

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HOMENS MULHERES

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anos Tota

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anos

18 a 24

anos

25 a 29

anos

Peso 100% 50% 10% 24% 16% 50% 10% 23% 17%

NO CAMPO OU PARTE NA CIDADE, PARTE NO CAMPO/ MEIO A MEIO

13 13 9 14 14 13 9 13 15

Para trabalhar/ buscar em-prego/ trabalho 4 5 0,3 5 7 3 4 4

A família mudou 3 3 4 3 3 4 3 3 5

Para estudar/ por causa de estudo, escola 2 2 2 1 2 3 3 3 2

Outras respostas 1 1 1 1 1 2 2 1 2

Não respondeu 2 2 2 3 2 2 3 2 1

NUNCA SAIU DO CAMPO 8 8 10 8 7 8 9 8 7

PASSOU A MAIOR PARTE NA CIDADE 79 78 81 78 78 79 82 79 78

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Espontânea.P2b. Por que você mudou do campo (roça, floresta etc.) para a cidade?

Como pode ser observado na tabela acima, as razões apontadas pelos jovens entrevis-tados para a migração do campo para a cidade, quando não são para acompanhar a família, estão relacionadas a trabalho e estudos.

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6. Configuração familiarA maior parte dos jovens ainda é solteira (66%) e vive com os pais (61%). Um terço (32%) são casados ou vivem com seus cônjuges. Embora mais da metade (52%) vivam em famí-lias chefiadas por pai ou mãe, cerca de 18% deles são os principais responsáveis e outros 16% têm o companheiro(a) como responsável pelo domicílio onde moram.

No conjunto da pesquisa, são 40% os que têm filhos, mas essa condição varia profunda-mente segundo sexo: enquanto pouco mais de um quarto (28%) dos homens são pais, mais de metade das mulheres (54%) vive a condição de maternidade.

Essa condição, naturalmente, cresce com o avançar da idade, mas sempre em maior pro-porção para as mulheres, chegando a 70% na faixa que vai dos 25 a 29 anos.

Posse de filhos, por sexo e idade

TOTA

L

SEXO E IDADE

HOMENS MULHERES

Tota

l 15 a 17

anos

18 a 24

anos

25 a 29

anos Tota

l 15 a 17

anos

18 a 24

anos

25 a 29

anos

Peso 100% 53% 10% 51% 39% 47% 4% 24% 20%

TEM FILHOS 40 28 1 19 48 54 17 47 69

1 24 19 1 15 30 31 14 31 33

2 11 6 3 11 16 2 14 22

3 3 3 1 1 6 5 1 1 9

4 ou mais 2 1 0 2 2 0 5

NÃO TEM FILHOS(AS) /NUNCA TEVE

60 72 99 81 52 46 83 53 31

Média (de filhos) 2 1 2 1 2 2 1 1 2

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Entrevistadas que já tiveram relações sexuais (81%).P114. Você tem ou teve filhos, sejam naturais, adotados ou enteados que você cria ou criou? (Se sim) Ao todo, quan-

tos filhos você tem ou teve?

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7. Estratos socioeconômicosConsiderando a renda domiciliar per capita, 28% estão nos estratos baixos (até R$ 290,00/mês), 50% nos médios e 11% nos estratos altos (acima de R$ 1.018,00/mês). O recorte de renda segue o aplicado no estudo sobre estratos econômicos do Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAE6.

Renda mensal domiciliar per capita

Extremamente pobre

Pobre

Vulnerável

Baixo E. Médio

Médio E. Médio

Alto E. Médio

Baixo E. Alto

Alto E. Alto

Estratos Altos: 11

Estratos Médios: 50

Estratos Baixos: 28

4 9

16

17 15

17

9

2

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra estimulada e única.P157. Somando tudo que você ganhou, considerando salários, benefícios, pensões, bolsas, mesada ou qualquer outra

fonte de renda, de quanto foi, aproximadamente, a sua renda pessoal no mês passado? P87. Contando com você, quantas pessoas moram neste domicílio atualmente?P161. Somando a sua renda com a renda dessas pessoas que moram com você, considerando os ganhos de qualquer

natureza, de quanto foi aproximadamente a renda familiar em sua casa no mês passado?

6 Comissão para Definição da Classe Média no Brasil, acessível em http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/Relatório-Definição-da-Classe-Média-no-Brasil1.pdf <http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/Relatório-Definição-da-Classe-Média-no-Brasil1.pdf>

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8. Escolaridade De modo geral, os resultados de escolaridade estão próximos daqueles indicados no último censo demográfico e confirmam tendência indicada pelos dados da PNAD 2012, de diminuição dos jovens que não passaram do Ensino Fundamental e aumento dos que chegaram ao Ensino Médio. O censo apontou Alfabetização/EJA mais Fundamental: 35,9%; Médio 46,3%; Superior 16,2%; nunca estudou 1,6%. Enquanto nesta pesquisa, três anos depois, obtivemos os seguintes resultados: 16% dos jovens atingiram o Ensino Fundamental incompleto, enquanto 11% deles concluíram o Fundamental; 21% alcança-ram o Ensino Médio incompleto e 38% concluíram o Ensino Médio; por fim, 13% deles seguiram até o Ensino Superior (incluindo Pós-graduação).

Até Fundamental incompleto

Fundamental completo

Médio incompleto

Médio completo

Superior (incompleto a Pós) 16%

11%

21%

38%

13%

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: amostra total.P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?P43. Qual foi o último ano de estudo que você completou?

O ganho de escolaridade nessa geração de jovens é um dos fatos mais notáveis na aná-lise das tendências dos últimos anos no país. Como pode ser observado no quadro a seguir, na pesquisa realizada em 2003, apenas 6% dos jovens de 15 a 24 anos tinham Ensino Superior, enquanto atualmente são 10%. Já de 25 a 29 anos temos 19% dos jo-vens com o Ensino Superior. O maior contingente do segmento juvenil, mais da metade (59%), tem como escolaridade o Ensino Médio. E ainda temos uma queda significativa de jovens com apenas o Ensino Fundamental.

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COMPARAÇÕES LONGITUDINAIS

TRANSVERSAL COORTE

15 a 24 anos 15 a 19 anos 25 a 29 anos

2003 2013 2003 2013

ATÉ FUNDAMENTAL 41 29 46 23

Até 4ª série/ Até 5º ano 8 7 6 10

De 5ª a 8ª série/ De 6º a 9º ano 33 23 40 13

MÉDIO OU TÉCNICO 52 60 52 58

1º a 2º ano - Médio incompleto 25 26 34 12

Médio completo ou Técnico 27 34 18 46

SUPERIOR OU MAIS 6 10 2 19

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJBase: amostra total. P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?P43. Qual foi o último ano de estudo que você completou?

Essa geração é bem mais escolarizada que as precedentes, mais de 50% chegou ao Ensi-no Médio, enquanto este nível de escolaridade foi alcançado por apenas ¼ de seus pais. Percebe-se, assim, uma diferença bastante significativa de escolaridade dos jovens em relação a seus pais.

Pai Mãe10

25

23

22

5

15

Não estudou

1ª a 4ª série

5ª a 8ª série

Médio

Superior

Não sabe

8

29

28

23

6

6

Não estudou

1ª a 4ª série

5ª a 8ª série

Médio

Superior

Não sabe

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJBase: Total da amostra.Pergunta: Estimulada e única, em %. P39. Falando agora de educação, até que ano da escola sua mãe (ou responsável do sexo feminino) completou? P40. E seu pai (ou responsável do sexo masculino), até que ano de escola ele completou?

Quando observamos a escolaridade segundo o estrato de renda, vemos nitidamente o impacto da desigualdade social na elevação do nível de formação: quanto maior a renda, menor a proporção de jovens nos níveis iniciais da escolaridade.

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Est. Baixo (%) Est. Médio (%) Est. Alto (%)

Fundamental 43 23 10

Médio 54 64 53

Superior 4 13 37

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ

9. Condição de atividadeNormalmente se percebe o jovem apenas na sua condição de estudante. Mas quando se observa o conjunto da população juvenil brasileira, em relação à sua condição de atividade, nota-se que ela está mais presente no mundo do trabalho (74%, sendo que 53% trabalham e 21% procuram trabalho) do que na escola (37%). É importante notar também que mais de um quinto desses jovens vivem conjuntamente os dois mundos, ao conciliar escola e trabalho (14%) ou ao procurar trabalho enquanto estuda (8%).

Os dados são semelhantes àqueles levantados pelo Censo 2010, que apontam 53,5% dos jovens de 15 a 29 anos trabalhando e 36% estudando. A proporção daqueles que estão simultaneamente no mundo da escola e no mundo do trabalho também é coerente com os dados da pesquisa: 22,8%.

Condição de atividade

74

53

14

40

21

8

12

26

15

11

PEA

TRABALHA

Trabalha e estuda

Trabalha e não estuda

DESEMPREGADO/A

Desempregado e estuda

Desempregado e não estuda

NÃO PEA (não trabalha nem procura)

Só Estuda

Não estuda

52

22 PEA que estuda

PEA que não estuda

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJBase: Total da amostra. Pergunta: Estimulada e única, em %. P65/P67. Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado? Qual das seguintes situações se aproxima mais

da sua. Você: P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?

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Essa relação, contudo, diferencia-se enormemente conforme a idade: enquanto a maio-ria dos adolescentes de 15 a 17 anos está estudando (65%), e apenas 16% trabalhando, no segmento entre 25 e 29 anos a equação se inverte: mais de 70% estão na PEA (traba-lhando ou procurando trabalho), enquanto apenas 12% ainda estudam.

PEA / Não-PEA e status de estudo por faixa etária

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra/Estimulada e única, em %. P65/P67. Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado? Qual das seguintes situações se aproxima mais

da sua. Você: P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?

No conjunto da população juvenil, a situação em relação à presença na escola vem sendo alterada tendo em vista que o acesso ao ensino vem crescendo significativamente nos últi-mos dez anos.7 Atualmente 1/3 dos jovens brasileiros estuda, outro 1/3 já terminou e 1/3 parou antes de concluir o grau desejado. Ou seja, 1/3 dos jovens não estar na escola não é necessariamente compreendido como negativo, e sim como o término de um ciclo.

Está estudando

Parou de estudar

Terminou os estudos

37%

33%

30%

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em %. P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?

7 Segundo os dados da PNAD, caiu de 2001 para 2010, cerca de 25%, o número de jovens que não completaram o segundo ciclo do Ensino Fundamental e em torno de 20% para o Ensino Médio.

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Quando observamos essa condição pela faixa etária, temos que, entre aqueles com ida-de de 15 a 17 anos, a grande maioria está estudando e 10% deles interromperam os estudos antes de concluir o grau desejado.

85

33

1410

36 42

4

3143

0

20

40

60

80

100

15 - 17 18 - 24 25 - 29

Estuda Parou de estudar Terminou os estudos

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Espontânea e única, em %.P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?

Se três em cada quatro jovens fazem parte da PEA, pouco mais da metade está efetiva-mente trabalhando, pois uma parcela significativa de jovens vive situações recorrentes de desemprego. É fundamental olhar para essa condição a partir das faixas de idades internas ao conjunto da juventude. No gráfico a seguir, podemos perceber que a dificul-dade maior de inserção no mercado de trabalho se dá mais fortemente entre os jovens com idade inferior a 24 anos de idade. Um em cada quatro jovens de 15 a 24 anos de idade está procurando trabalho.

22

54

72

23

24

14

9

12

10

46

10

4

0 10 20 30 40 50 60 70 80

15-17

18-24

25-29

Nunca trabalhou não procura Já trabalhou e não procura Procura Trabalha

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em %. P65/P67. Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado?

Para compreendermos melhor como as trajetórias dos jovens são compostas por per-cursos de formação, inserção profissional e constituição de família nuclear, podemos verificar como esses diferentes eventos ocorrem por faixa etária. Apresentamos um gráfico sintético de quatro eventos que julgamos fundamentais na vivência da juventu-de e sua entrada na vida adulta.

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15 a 17 18 a 24 25 a 29

Estuda Trabalha Casado Tem filho

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Amostra total.

Ao observarmos esses mesmos eventos segundo a diferença de sexo, veremos o descompas-so entre a entrada no mercado de trabalho e a constituição de família, uma vez que homens e mulheres jovens têm, em média, o mesmo percentual de estudantes, mas a inserção no trabalho é bem superior para homens e inversa, no caso dos filhos, para as mulheres.

37 37

65

42

27,4 37,4

28

54

0

20

40

60

80

100

Estuda Trabalha Casado Tem filho

Homens Mulheres

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Amostra Total.

Nos dois gráficos acima, podemos observar as diferenças da experiência da formação, da inserção no mercado de trabalho, da constituição de família e da maternidade/pa-ternidade durante a juventude. No primeiro, ao comparar as faixas de idade, vemos que entre os adolescentes (15-17) e os mais velhos (25-29) as situações diferem bastante. Entre os adolescentes (15 a 17 anos de idade), a atividade mais importante é realmente o estudo, uma vez que mais de 80% deles estudam e 22% trabalham, enquanto 2,8% são casados ou vivem com seus companheiros(as) e 6,1% têm filhos. Para os jovens de 18 a 24 anos de idade, o quadro muda significativamente, dado que 33% deles estudam, 54% trabalham, enquanto 1/3 deles é casado e tem filhos. Já entre os mais velhos, de 25 a 29 anos de idade, a situação é inversa aos de 15 a 17 anos, sendo que apenas 14% deles estudam e a maioria trabalha (72%), metade deles está casada e 58% têm filhos.

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Tecnologia de informação e comunicação

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Todas as pesquisas recentes apontam a velocidade com que as novas gerações absorvem o uso das novas tecnologias de informação e comunicação. Os dados a seguir confirmam essas tendências.

Meios pelos quais costuma se informar sobre o que acontece no Brasil e no mundo

0,1 0,4 1

4 5

17 21

23 56

83

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Não repondeu

Outras respostas

Nenhum destes/ Não se informa

Rádio comunitária

Revistras impressas

TV paga (cabo, satélite)

Rádio comercial

Jornais Impressos

Internet

Televisão aberta

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada, em %. P127. Falando um pouco de comunicação, por intermédio de quais destes meios você costuma se informar sobre o

que acontece no Brasil e no mundo?

No que se refere aos meios de comunicação que os jovens costumam usar para se infor-mar sobre o que acontece no Brasil e no mundo, 83% deles mencionam a televisão aber-ta, 56% a internet, 23% os jornais impressos, 21% as rádios comerciais e 17% a TV paga.

À exceção das rádios comerciais, todos os demais meios de comunicação citados apre-sentam variações entre os jovens do meio urbano e os da área rural.

Urbano Rural Branco Negro Est. Baixo

Est. Médio

Est. Alto

Tv 81,4 92,6 80 84,5 91,2 83,6 71,3Tv Paga 10,8 1,4 11,1 8,6 3,1 9,5 17,1Radio 1,0 1,2 1,3 0,9 1,0 0,9 1,5Jornal 1,5 1,0 1,0 1,5 1,3 1,0 2,5Revista 0,1 0,4 0,2 0,2 0,1 0,1 0,4Internet 4,9 1,8 5,8 3,9 2,3 4,7 6,7Outro 0,3 1,6 0,6 0,5 1,1 0,2 0,6

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.. Base: Total da amostra/Estimulada, em % P127. Falando um pouco de comunicação, através de quais destes meios você costuma se informar sobre o que acontece no Brasil e no mundo?

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Enquanto a TV aberta é o meio de informação acessado em maior medida por aqueles que moram no campo (92% de menções entre os entrevistados das áreas rurais ante 81% dos de áreas urbanas), a internet, jornais e TV paga são citados em maior proporção por jovens das cidades: 38% dos jovens do campo se informam via internet frente a 59% dos moradores das cidades; jornais impressos são meios de informação usados por 15% contra 24%, respectivamente, e a TV paga constitui uma referência de informação para apenas 3% dos jovens do campo e para 20% dos da cidade.

No que concerne à variável raça/cor, os dados indicam que os jovens brancos usam mais a internet e a TV paga como fonte de informação comparativamente aos autode-clarados pretos e pardos; 60% dos entrevistados de raça/cor branca acessam notícias via internet ante 53% dos jovens pretos/pardos; quanto à TV paga, são 22% em face de 15%, respectivamente.

No que diz respeito à variável socioeconômica, se por um lado a TV aberta é o meio de informação mais acessado pelos jovens de baixa e média renda (91% dos jovens po-bres, 84% dos segmentos intermediários e 67% dos de renda alta), entre os mais ricos a internet figura em primeiro lugar: 73% dos jovens de alta renda acessam notícias via internet, ante 60% dos de renda média e 40% dos mais pobres. Além disso, os jovens de baixa renda usam as rádios comercias para se manterem informados em maior medida que os de renda alta (24% de citações entre os estratos baixos e 17% entre os altos). Por outro lado, os jovens dos segmentos de renda alta são os que mais se valem de jornais impressos (30% deles ante 19% dos estratos de renda baixa) e da TV paga (36% e 7%, respectivamente) para se manter atualizados.

Uso de computador e internet

20

80

0 50 100

NÃO USA COMPUTADOR NEM INTERNET

USA COMPUTADOR E/OU INTERNET

1

4

75

0 20 40 60 80

Usa computador, mas não acessa internet

Usa internet, mas não computador (só pelo

celular)

Usa computador e internet

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em (%).P128. Você usa computador e internet, mesmo que não seja em casa?

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10. Uso de computador, formas de uso e locais de acesso à internet

Percebemos que oito em cada dez entrevistados (80%) usam computador e/ou internet, sendo a grande maioria (75%) usuária de ambos. Quando observamos esse acesso pelas diferenças de cor, território e renda, vemos que os jovens negros têm, em média, 10% menos acesso do que os brancos. Quanto ao território, os rurais têm um acesso ainda mais restrito do que os jovens urbanos, sendo 55,5% e 83,1%, respectivamente. No caso do estrato social, vemos claramente que quanto maior a renda da família, maior o aces-so a computador e internet, de modo que, para os estratos mais baixos, o acesso é de 59,7%; para os de estrato médio, é de 84,5%; e nos estratos mais altos, somam 90,7% o total de jovens com acesso à internet pelo computador ou celular.

Branco Negro Urbano Rural Est. Baixo Est. Médio Est. Alto

Sim 84,4 76,1 83,1 55,5 59,7 84,6 90,7

Não 15,6 23,9 16,9 44,5 40,3 15,4 9,3

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra

Com relação ao local de acesso à internet, a maioria dos entrevistados (55%) mencionou acessar a rede com maior frequência em casa, 10% em lan house /cyber café e 6% do celular/internet móvel. Apenas 4% dos jovens disseram ser mais usual navegar na rede no seu local de trabalho.

Casa

Lan house/ cyber café

Do celular/ internet móvel

Trabalho

Casa de amigos(as)/parentes

Escola/ faculdade/ cursinho

Telecentros públicos

Associação de moradores/centros comunitários

Outro local

Não acessa

55

10

6

4 3 2

0,3 0,3 0,3 19

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em (%). P129. De qual local acessa a internet mais vezes?

As respostas dos entrevistados a essa questão foram analisadas a partir de tabelas que consideram os usuários e não usuários da rede e também a partir de um recorte que con-templa as respostas dadas apenas por aqueles que acessam a internet. Os comentários aqui feitos consideram tão somente as variações que não advêm exclusivamente da dife-rença entre o montante de usuários e não usuários da rede (abordada no item anterior).

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11. Finalidades de uso da internet e do celular

Quanto às finalidades de uso da internet, as principais citadas pelos jovens são: sites de relacionamento (56%); buscar notícias sobre a atualidade (43%); pesquisas/mecanismos de busca (31%); baixar músicas e vídeos (23%); e enviar/ receber e-mails e mensagens (23%). Assim como na questão anterior, aqui serão pontuadas somente as variações que não são reflexo da diferença entre usuários e não usuários de internet.

0 10 20 30 40 50 60

Sites de relacionamento/ conhecer Buscar notícias sobre atualidade

Pesquisas/ mecanismos de busca Baixar música/ vídeos

Mandar ou receber e-mail/ mensagens/ Navegar no YOUTUBE

Jogar Ajudar nas tarefas escolares

Buscar informações sobre eventos Trabalhar/ manter contatos profissionais

Procurar emprego Comprar

Participar de movimentos políticos/ sociais/ Acessar sites com conteúdo sexual

Assistir filmes Buscar cursos para fazer (on line/

Assistir a novela Transação bancária

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em (%). P130. Você usa a internet para quais finalidades?

Dentre as finalidades elencadas, baixar músicas e vídeos é uma prática mais comum en-tre os jovens que moram nas áreas urbanas (26%) do que entre os moradores do campo (10%). As demais variações observadas na tabela com os dados cruzados por local de domicílio se dão pelo fato de os jovens da cidade acessarem mais a internet do que os do campo, e não porque as finalidades são de fato diferentes.

Os homens acessam a rede para baixar músicas e vídeos em maior medida do que as mulheres: são 27% deles ante 19% delas. Outro ponto que chama atenção é que os entrevistados mais velhos, em maior proporção do que os mais jovens, usam a internet para buscar notícias. São 45% dos entrevistados de 25 a 29 anos ante 37% dos que têm entre 15 e 17 anos.

O recorte sexo-idade mostra que as mulheres mais jovens são as que mais usam a in-ternet para acessar redes sociais. Isso se faz visível tanto quando comparadas às mais

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velhas quanto também com homens da mesma faixa etária. São 74% das jovens com idade entre 15 e 17 anos que usam a internet para se conectar às redes sociais ante 62% das moças de 18 a 24 anos, 50% das mais velhas (entre 25 e 29 anos) e 61% dos meninos da faixa mais jovem.

Do ponto de vista socioeconômico é interessante notar que, entre aqueles que dizem usar a internet, os mais pobres são os que mais a utilizam para acessar redes sociais; já as finalidades buscar notícias, pesquisas, baixar músicas e mandar/receber e-mails são mais mencionadas pelos mais ricos. Dentre os usuários da internet, 76% dos jovens de estratos de baixa renda respondem usá-la para acessar redes sociais (48% dos 63% de usuários) ante 60% dos de alta renda (58% de 96% de usuários neste segmento). A fina-lidade buscar notícias, por sua vez, é mencionada por 59% dos que têm renda mais alta perante 31% dos jovens de segmentos de baixa renda; o uso da internet para pesquisas e mecanismos de busca é apontado por 40% e 21%, respectivamente; ainda considerando esses dois estratos de renda, baixar músicas é citado por 30% ante 15% e trocar e-mails por 39% perante 12%, respectivamente.

Posse de celular

2

9

89

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Não respondeu

Não tem celular

Tem celular

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em (%). P131. Você tem celular? P132. (Se sim) No seu dia a dia, quais usos você costuma fazer do celular ?

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Usos que costuma fazer do celular

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2631

5489

0 20 40 60 80 100

Não respondeu

Outros

Jogar

Conectar-se a redes sociais

Busca de informações pela internet

Fotografar ou filmar

Ouvir música

Comunicar-se via mensagens de texto…

Fazer e/ou receber ligações

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em (%).

A internet é utilizada por 79%, e nove em cada dez jovens possuem celular (89%). O principal uso do celular é a comunicação, por chamadas ou mensagens de texto, mas ganham presença outros usos, como ouvir música, fotografar, filmar, buscar informações pela internet e conectar-se a redes sociais.

Quase nove em cada dez jovens (89%) declarou ter celular; apenas 9% disseram não possuí-lo.

No que se refere a essa questão, o local de moradia e a renda domiciliar per capita res-pondem por distinções significativas. Os jovens da cidade possuem celular em maior proporção do que os do campo. Enquanto 91% dos moradores das áreas urbanas têm esse equipamento, dentre os habitantes do meio rural são 77%.

O cruzamento renda e posse de celular produz diferenciações já previsíveis: um menor número de jovens de estratos de renda baixa possuem celular comparativamente aos dois outros estratos socioeconômicos: 82% dos mais pobres têm telefone móvel frente a 92% e 96% do grupo de renda média e dos mais ricos, respectivamente.

Já no que diz respeito aos usos que os jovens fazem do celular, os mais citados foram: fazer ou receber ligações telefônicas (89%), comunicar-se via mensagens de texto (54%), ouvir música (31%), fotografar ou filmar (26%) e buscar informações pela internet (20%).

Vale frisar que as tabelas analisadas incluem jovens que têm e não têm celular, mas co-mentaremos aqui somente as variações cuja explicação não decorre exclusivamente da diferença entre o montante de usuários e não usuários de telefonia móvel. Ou seja, para avaliar se as diferenças apresentadas nas tabelas são de fato significativas, checamos se o mesmo vale igualmente ao considerarmos somente os que disseram ter celular.

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Peso 100% 35% 16% 7% 11% 65% 4% 10% 38% 13%

* POSSE DE CELULAR (Total da amostra - Estimulada e única)

Tem celular 89 82 75 88 89 93 82 89 94 98

Não tem celular 9 15 22 11 9 5 18 9 4 0,2

Não respondeu 2 2 3 1 2 2 2 2 2

** USO QUE COSTUMA FAZER DO CELULAR NO DIA A DIA (Amostra A - Espontânea e múltipla)

TEM CELULAR 91 85 78 83 94 95 82 93 96 100

Fazer e ou receber ligações telefônicas 89 82 75 79 94 92 75 87 93 99

Comunicar-se via mensagens de texto / SMS

54 44 37 42 55 59 53 67 57 60

Ouvir música 31 29 26 19 40 31 26 35 31 29

Fotografar ou filmar 26 22 23 17 25 28 23 31 28 25

Busca de informações pela internet

20 14 11 13 19 23 16 21 21 36

Conectar-se a redes sociais 18 12 9 10 17 21 22 22 19 25

Jogar 15 15 15 8 19 16 12 17 15 17

NÃO TEM CELULAR 9 15 22 17 6 5 18 7 4

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. P131. Você tem celular? P132. (Se sim) No seu dia a dia, quais usos você costuma fazer do celular?

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Dito isso, pode-se afirmar que os jovens que moram no meio urbano usam mais o celular para mensagens de texto e busca de informações pela internet do que aqueles que re-sidem no meio rural. Enquanto 57% dos jovens das cidades incluem entre as finalidades do celular o envio de SMS, entre os do campo são 38% que se valem do aparelho para tal. Quanto a buscar informações pela internet, são 22% dos jovens das cidades que a mencionam ante 11% dos do campo. Cabe pontuar que as demais variações observa-das na tabela com dados cruzados por local de moradia decorrem do maior número de usuários nas áreas urbanas do que nas rurais, e não necessariamente do tipo de uso que fazem do celular.

As variáveis sexo e idade produzem pelo menos duas diferenciações: a primeira é que os homens usam mais seus celulares para ouvir música do que as mulheres: são 34% deles ante 28% das moças. Além disso, o uso do aparelho para trocar mensagens de texto cai à medida que a idade aumenta. Esse tipo de uso foi citado por 62% dos jovens com idades entre 15 e 17 anos, por 57% dos que têm de 18 a 24 anos e por 45% dos entrevistados de 25 a 29 anos.

Ao analisar os resultados a partir do recorte por renda domiciliar per capita, chamam atenção dois pontos que não se explicam somente pela variação no número de jovens que têm versus os que não têm celulares. O primeiro deles é que os entrevistados do segmento de renda intermediária usam mais seus aparelhos para trocar mensagens de texto do que os jovens dos estratos de baixa renda. São 58% dos jovens dos segmentos de renda média ante 44% dos mais pobres. O segundo comentário refere-se ao uso do celular para buscas na internet, cuja maior menção dá-se entre os mais ricos: são 31% deles perante 21% dos entrevistados de segmentos de renda intermediária e 15% dos de baixa renda que se valem do celular para acessar a internet.

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A escola e a formação profissional

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12. Experiência educacional Como já apontamos anteriormente, a experiência da escolarização cresceu imensamen-te nessa geração de jovens, tanto no que diz respeito ao contingente que tem acesso aos diferentes níveis de formação quanto aos anos de escolaridade alcançada.8 Embora ainda estejamos longe dos patamares desejáveis, principalmente no que se refere ao Ensino Médio e ao Ensino Superior, é forçoso reconhecer que a velocidade da inclusão educativa processada nos últimos anos no país configura uma mudança geracional notá-vel no que se refere à experiência educacional. A maior parte dessa experiência se pro-cessa no sistema público de ensino e/ou em função das políticas públicas de educação.

Perguntados sobre a natureza administrativa das instituições onde estudam ou estuda-ram, as respostas dos jovens entrevistados nos mostram que, nos níveis básicos de ensi-no, o domínio do setor público foi claramente maior: no primeiro ciclo do Ensino Funda-mental, 62% estudaram somente em escola pública, contra 31% em escola particular; no segundo ciclo do Ensino Fundamental, 69% frequentaram apenas escola pública e 21% somente escola particular; e, por fim, no Ensino Médio regular, foram 65% apenas na escola pública e 18% somente na particular. Em apenas três níveis, uma maior parcela de jovens estuda ou estudou no setor privado: a Educação Infantil (em que 47% a fizeram apenas em escola particular, contra 44% somente em pública), o Ensino Médio Técnico (com 14% frequentando apenas a escola particular e 7% a escola pública), e o ensino superior (que teve 31% estudando só em instituição particular e apenas 5% em pública).

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Infantil

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Médio

Técnico

Graduação

Pós-graduaçãoNão frequentou ou não respondeu

Ambos

Só particular

Só publica

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Estimulada e única, em %.P47. Considerando todos os seus anos de estudo, você estudou: apenas em escolas públicas, somente em escolas

particulares ou em ambas?

8 Segundo os dados da PNAD, a evolução da escolaridade média no segmento de jovens entre 15 e 29 anos no Brasil passou de sete anos de escolaridade em 1999 para nove anos em 2011.

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É necessário, contudo, continuar avançado no processo de garantia de uma educação continuada e de qualidade para todos. Há ainda uma série de desafios a serem supera-dos no que diz respeito à superação de desigualdades que marcam distintas trajetórias de escolarização entre os jovens.

Apesar de os índices terem melhorado nos últimos anos, um dos principais ainda é o alto grau de reprovação e abandono (cerca de 1/3 no gráfico a seguir) que os jovens experimentam na sua vida escolar. O relato da experiência desses jovens aponta que a maior incidência desses problemas ocorre ainda no Ensino Fundamental, em que 35% foram reprovados em alguma série, contra apenas 4% no Ensino Médio e 6% em ambos os níveis de ensino.

Vale notar também que 17% dos jovens já abandonaram os estudos alguma vez, sendo 12% em uma ou mais séries do Ensino Fundamental, 3% no Ensino Médio, 1% em ambos os níveis e 1% em um ou mais semestres do ensino superior.

Nesse sentido, um dado importante para qualificar a situação da escolaridade é a razão entre a idade e a escolaridade atingida, como podemos ver no gráfico a seguir, que nos indica uma parcela de cerca de 1/3 dos jovens entrevistados com defasagem (grau de escolaridade inferior ao esperado para a idade), que se manifesta principalmente no nível fundamental.

Escolaridade com ou sem defasagem9

35 16

7 11

65 4

10 38

13

COM DEFASAGEM

..Até fundamental incompleto

..Fundamental completo

..Médio incompleto

SEM DEFASAGEM

..Fundamental completo

..Médio incompleto

..Médio ou técnico completo

..Superior ou mais

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Espontânea em única, em %. P43. Qual foi o último ano de estudo que você completou?

9 Foram definidos SEM DEFASAGEM aqueles que declararam sua escolaridade como fundamental completo e têm entre 15 e 16 anos, fora isso é COM DEFASAGEM. Quem declarou sua escolaridade como médio incompleto e tem entre 15 e 18 é SEM DEFASA-GEM, fora isso é COM DEFASAGEM. No caso do incompleto, ressaltar para as pessoas de 18 anos: se está no 1º do Ensino Médio é COM DEFASAGEM; se está no 2º do Ensino Médio e tem 18 anos é SEM DEFASAGEM.

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Quando observada a defasagem segundo as diferenças de território, cor e renda, vemos que esta é significativamente maior entre os jovens rurais que não completaram o Ensi-no Fundamental, cuja parcela é igual ao dobro dos jovens urbanos na mesma condição. Entre os jovens negros, a defasagem no mesmo nível de escolaridade é também maior que a dos brancos. Já a diferença entre os jovens mais pobres e os mais ricos é altamente significativa, sendo apenas de 5% para os estratos altos e de mais de 25% entre os estra-tos mais baixos.

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Rural Urbano Negro Branco Est. Baixo Est. Médio Est. Alto

Fundamental Incompleto Fundamental Completo Médio Incompleto

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única em %.P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?

Nesta pesquisa, pudemos perguntar sobre as razões pelas quais os jovens interrom-pem os estudos e, nesse sentido, pudemos observar que as principais motivações são de ordem econômica (26%), seguida por motivações pessoais (22%) e também razões familiares (21%).

Os motivos econômicos são o maior fator, mas não exatamente a necessidade de traba-lhar: discriminada entre falta de dinheiro e a dificuldade de conciliar trabalho e estudo, é claramente o primeiro fator que concentra as respostas desta categoria (1/4 dos que abandonaram alguma vez os estudos se refere a esse motivo).

As dificuldades de arranjos familiares, que se dividem entre cuidar de irmãos (8%) e cuidar de filhos (7%) podem também ser vistos nessa ótica de dificuldades econômicas, somando nesse sentido, mais 15% dos jovens que abandonaram os estudos.

Outra ordem de fatores está mais vinculada a dificuldades de acesso ou da relação dos jovens com estudo/escola: falta de vontade de estudar (17%), o fato de terem estudado apenas até onde queriam (6%), falta de vagas (13%), conflitos com colegas ou situação de discriminação na escola (8%).

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0 5 10 15 20 25 30 35 Falta de vontade de estudar

Estudou até onde quis Se mudou

Para cuidar do filho Para cuidar de um parente

Se casou Sofria discriminação

Não tinha vaga Falta de Dinheiro

Dificuldade de conciliar c/ trabalho Motivos de saúde

Mulher

Homem

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ..Base: Total da amostra/Estimulada e única em %.P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?P42. (Se nunca foi à escola) Quais foram os principais motivos para você nunca ter estudado?

Ao observarmos os motivos de interrupção dos estudos segundo o sexo dos jovens entre-vistados, chegamos a indicações bastante distintas, exceto pela falta de vontade de estu-dar, que é expressiva nos dois casos. A falta de dinheiro parece pesar muito mais para os homens do que para as mulheres, enquanto a necessidade de cuidar de um irmão ou ou-tro parente só ocorre entre as mulheres, sendo o terceiro motivo mais citado entre elas.

Curiosamente, a interrupção dos estudos para cuidar do filho ou porque se casou é apon-tada por homens com peso mais forte do que para as mulheres no primeiro caso, e no segundo nem chega a ser um fator para as mulheres. O fator que pesa mais nesse item é a diferença de renda: manifesta-se em 8% nos estratos baixos, 7% nos médios e 3% nos altos.

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13. Percepções sobre a escolaUma questão importante trabalhada na pesquisa foram as percepções dos jovens sobre a escola. Quase 90% dos jovens entrevistados disseram que gostam ou gostavam de es-tudar quando estavam nessa situação. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), os objetivos da educação são o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. E os dados coletados mostram que, em certa medida, todos esses elementos estão presentes nas motivações dos jovens, com especial destaque para a inserção profissional.

Quando convidados a indicar as principais razões para estudar, os jovens apontam pri-mordialmente os motivos econômicos (45%), tendo como principal motivação a prepa-ração para o mercado de trabalho (44%). Para outros 31%, há motivos escolares envol-vidos, como a conquista do diploma (16%), a preparação para o vestibular e Enem (9%) e o maior acesso à cultura (3%). Além disso, 15% mencionaram motivos sociais, como o de se tornar um cidadão melhor (8%), para se expressar e se comunicar mais (5%) e conhecer pessoas/fazer amizades (2%).

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Entende os jovens

Interessa pelos problemas dos jovens

Interessa pelos problemas do bairro

Faz atividades para os não estudantes

Está ligada na qualidade

Nada Pouco Mais ou menos Muito

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Jovens que estudam ou já estudaram Amostra C/Estimulada e única, em %. P49a. (Se estuda) Para você, qual é a principal razão ou motivação para estudar? (Se parou/ terminou) Qual foi a

principal razão ou motivação para você ter estudado?P49b. (Se estuda) Para que mais você estuda? (Se parou/terminou) Por quais outras razões você estudou?

No gráfico acima estão indicadas as opiniões dos jovens entrevistados sobre a escola. Ainda que seja possível identificar entre eles uma visão crítica sobre o grau de investi-mento que a escola faz na compreensão da realidade dos jovens, do bairro ou da socie-dade, por outro lado há um reconhecimento da importância da escola em vários aspec-tos de suas vidas, seja pessoal, profissional ou na relação com as pessoas e a sociedade. Isso também ajuda a compreender a valorização da questão educacional como uma con-quista mais ou menos consolidada na experiência desta geração. Quando convidados a qualificar o aprendizado obtido nas escolas, os jovens apontam positivamente para vários aspectos, como se pode ver no gráfico a seguir.

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Conseguir trabalho

Futuro profissional

Cotidiano

Entender a realidade

Fazer amigos

Ajudar a melhorar o Brasil

Ganhar dinheiro no futuro

Comunicar melhor

Se preparar para o ENEM ou vestibular

Conhecer seus direitos e deveres

Nada

Pouco

Mais ou Menos

Muito

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Entrevistados(as) que estudam ou já estudaram – Amostra C Estimulada e única, em %P54. Você acha que o que você aprendeu ou viveu na escola foi: muito importante, mais ou menos importante, pouco

importante ou nada importante para os seguintes aspectos da sua vida.

Na percepção dos jovens a escola parece ter contribuído mais fortemente no âmbito pessoal e profissional do que propriamente para a continuidade dos estudos em etapas superiores. Para 71% dos jovens entrevistados, as coisas aprendidas na escola foram muito importantes para se comunicarem melhor. Numa mesma direção, podemos veri-ficar que seis em cada dez jovens indicam como sendo muito importante a contribuição da escola para fazer amigos. Nesse sentido, somos convidados a adensar nossa reflexão sobre o papel da escola na sociabilidade dos jovens, levando em conta que este continua sendo um espaço privilegiado em nossa sociedade para a constituição de redes de rela-ção e interações sociais, estimulando e fortalecendo laços de amizade e afeto por meio dos quais os jovens se percebem e se realizam enquanto sujeitos sociais.

A contribuição da escola no futuro profissional e para conseguir um trabalho também aparece como sendo muito importante, fatores indicados por 65% e 62% dos entrevis-tados, respectivamente. A efetividade da experiência escolar para o conhecimento e continuidade nos estudos também é reconhecida pela maioria dos jovens, embora num patamar um pouco menor no que diz respeito à preparação para o vestibular.

Esse reconhecimento da importância da escola se consolida na verificação de que a de-manda por educação permanece alta. Mais de seis em cada dez entrevistados (66%) gostariam de estudar até o Ensino Superior ou mais, sendo 45% apenas até o Ensino Superior, 9% até o Mestrado, 8% até o Doutorado, e 3% até uma especialização lato sen-su. Outros 14% gostariam de chegar até o fim do Ensino Médio regular, 5% até o Ensino Médio técnico e 2% até o fim do Ensino Fundamental completo. Apenas 9% dos jovens entrevistados não gostariam de estudar mais.

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14. Formação profissionalPara além da formação regular, percebe-se que uma significativa parcela de jovens inves-te também em outros cursos de formação, nas mais diversas áreas. A avaliação positiva de impacto na inserção profissional e remuneração para aqueles que fizeram cursos téc-nicos ou profissionalizantes é também altíssima e, ainda assim, como veremos a seguir, no item do trabalho, a falta de qualificação e de experiência são apontadas como fatores de grande dificuldade para conseguir um trabalho.

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OUTRO

CURSINHO PRÉ-VESTIBULAR

LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS, ESPANHOL ETC.)

ARTÍSTICO (TEATRO, DANÇA, MÚSICA ETC.)

INFORMÁTICA, SEJA HARD OU SOFTWARE

ESPORTIVOS (ACADEMIA, FUTEBOL ETC.)

Frequenta Frequentou Nunca

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra C/Estimulada e única, em %. P58a. Você frequenta ou já frequentou algum destes cursos...? (Se outro) Qual?

Dentre os cursos mais frequentados, a informática e os esportes são os de maior desta-que dentre aqueles que fazem ou já fizeram, com 60% e 47%, respectivamente. Cursos de línguas estrangeiras foram frequentados por apenas 1/4 da amostra (24%), a maior parte (16%) em escolas particulares, mas 54% dos entrevistados afirma que gostaria de fazer esse tipo de curso. Uma parcela menor ainda fez cursinhos pré-vestibulares (15%), embora haja um grande contingente que pretende fazer nos próximos cinco anos (41%).

Ainda nesse âmbito, pouco mais de 1/5 da amostra faz ou fez cursos artísticos (23%) ou quer fazer (21%) – esta é a única modalidade de cursos extraescolares nos quais a maioria é ou foi processado em cursos gratuitos: 11% públicos, 3% projetos sociais e 8% particulares.

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fissio

nal

47

15. Cursos técnicos ou profissionalizantesCom relação a cursos técnicos ou profissionalizantes, constata-se também uma parcela ainda pequena de quem faz ou fez: 6% da amostra faz atualmente, e mais 9% já fizeram. A maioria, de novo, em cursos particulares (24%); 16% em cursos públicos; e 9% em cur-sos no Sistema S. Se é relativamente pequena a parcela de jovens que já recebeu forma-ção profissionalizante (15% do total) a demanda é grande: há um contingente expressivo de jovens que querem fazer um curso técnico ou profissionalizante: 38% da amostra.

0,18 0,43 1 1

4 5

7 8

11 16

Menos de um mês (de 16 a 29 dias)

Menos de um mês (até 24h)

Menos de um mês (de 25 horas a 15

Não respondeu/ não aplicou

1 a 3 meses

4 a 6 meses

6 meses a 1 ano

Mais de 2 anos

Não sabe/ não lembra

Mais de 1 ano a 2 anos

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra C/Estimulada e única, em %. P59a. Você está fazendo, já fez ou gostaria de fazer algum curso técnico ou profissionalizante, ou algum curso de qua-

lificação para o trabalho ou de especialização? P59c. Qual a duração do curso? P59d. Esse(s) curso(s) foi oferecido por uma escola:

Para aqueles que fizeram cursos profissionalizantes, é muito positiva a avaliação do be-nefício agregado: quase a totalidade dos entrevistados que fizeram curso técnico ou de qualificação profissional (96%) afirmou que o curso contribuiu ou pode contribuir para conseguir um emprego ou trabalho: 85% acham que o curso contribuiu muito, 10% dis-seram que contribuiu mais ou menos e 1% afirmou que contribuiu pouco. Apenas 3% dos que fizeram o curso acham que ele não contribuiu em nada. É também altíssima (95%) a proporção de jovens que acreditam que o curso contribuiu ou pode contribuir de alguma forma para melhorar a sua remuneração em algum trabalho: 84% acham que contribui muito, 10% mais ou menos e 2% um pouco. Apenas 3% também apontam que não contribuiu em nada.

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O mundo do trabalho

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16. O primeiro trabalhoA grande maioria dos jovens tem sua primeira inserção no mundo do trabalho mesmo antes de completar 18 anos de idade (65%) seja pela necessidade, seja pela busca da independência, como mostramos anteriormente. Ao todo, estamos falando de sete em cada dez jovens brasileiros que têm ou já tiveram algum trabalho remunerado.

Idade do primeiro empregoHomem Mulher Branco Negro Urbano Rural

Até 15 anos 40 30 34 36 33 47

16 a 17 30 29 32 29 31 22

18 a 21 24 34 28 29 30 23

Mais de 22 3 5 3 3 3 4

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados(as) que trabalham ou já trabalharam. Estimulada.P70. Que idade você tinha quando fez seu primeiro trabalho remunerado?

Ao observarmos pelo território, pela cor ou pelo sexo, veremos que viver no campo aumenta enormemente as chances de os jovens terem uma inserção antes dos 15 anos de idade no mundo do trabalho. É significativo também observar que, entre os jovens do sexo masculino, isso representa 40% entre aqueles que tiveram o primeiro emprego antes dos 15 anos.

17. Trabalho e faixa etáriaEssa relação, contudo, diferencia-se enormemente conforme a idade: enquanto a maio-ria dos adolescentes de 15 a 17 anos está estudando (65%), e apenas 16% trabalhando, no segmento entre 25 e 29 anos a equação se inverte: mais de 70% está na PEA (traba-lhando ou procurando trabalho), enquanto apenas 12% ainda estuda.

Estar fora da escola pode significar duas situações muito distintas: se um terço dos jovens (33%) parou de estudar antes de concluir o grau almejado, é importante as-sinalar que mais de ¼ dos jovens (29%) não está estudando porque considera que já concluiu os estudos.

É residual a porcentagem de jovens que nunca estudou (menos de 1%). A relação com a escola se generalizou para todos os segmentos sociais. As desigualdades persistem, no entanto, quanto ao nível de escolaridade alcançado.

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PEA / Não-PEA e status de estudo por faixa etária

6

39

61

16 15 16 11

20

38

2

49

10 1

6 12 12 13

0

10

20

30

40

50

60

70

15-17 18-24 25-29

Só trabalha Trabalha e estuda Estuda e procura trabalho

Não estuda e procura Estuda e não procura Nem estuda nem procura

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra/Estimulada e única, em %. P65/P67. Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado? Qual das seguintes situações se aproxima mais

da sua. Você: P41. Atualmente você está estudando, parou de estudar ou terminou os estudos?P71. No seu trabalho você é: No seu último trabalho você é/era:

Ao observarmos por faixa de renda, identificamos uma enorme variação desta condição. Enquanto para os jovens dos estratos baixos a PEA é igual a 64% e apenas metade deles exercem alguma atividade remunerada, entre os jovens dos estratos altos a PEA soma 84% dentre os quais nove em cada dez têm algum trabalho.

18. Formalidade no trabalhoDentre os jovens que trabalham, já trabalharam ou estão procurando trabalho (74%), a situação de ocupação em que estão ou já estiveram é fortemente marcada por sua classe social, sua cor e também o sexo. Dentro de cada uma dessas perspectivas vemos a diferença com que não só o acesso, mas sobretudo a qualidade da inserção no mercado de trabalho está marcada.

Perfil da PEA Formal e Informal segundo estrato de renda, cor/raça e sexoHomem Mulher Branco Negro Ex. Baixo Ex. Médio Ex. Alto

Formal 49 35 49 39 22 49 65

Informal 26 22 19 27 32 23 16

Outros 3 2 2 2 4 1 2

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra/Estimulada e única, em %. *Outros – situações de Assalariado no campo/boia fria/sazonal e estagiário(a) (formal ou informal).

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Nos estratos mais altos de renda, quase o total de jovens estão ou estiveram em em-pregos formais, enquanto nos estratos mais baixos a informalidade é superior em 10% à formalidade no trabalho. Jovens de cor branca têm 30% mais chances de ter emprego formal do que jovens negros. E de mesmo modo, vemos que homens jovens possuem 25% mais chances de ter uma ocupação formal do que as mulheres jovens.

19. Das jornadas de trabalhoEntre os que trabalham, quase a metade o faz cumprindo uma jornada de mais de 40 horas semanais. Apenas 16% têm uma jornada de meio período (que corresponda a menos de 24 horas semanais), como recomenda a Agenda de Trabalho Decente para a Juventude. Ou seja, o trabalho tem se constituído como atividade estruturante das tra-jetórias dos jovens, tendo eles uma inserção formal ou informal.

Horas de trabalho remunerado por semana

2

5

2

6

37

46

Até 6 horas

Mais de 6 a 12 horas

Mais de 12 a 18 horas

Mais de 18 a 24 horas

Mais de 24 a 40 horas

Mais de 40 horas

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Entrevistados que estão trabalhando – Amostra B.P65. Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado?P66. (Se trabalha) Aproximadamente quantas horas de trabalho remunerado você fez na semana passada?P67. (Se não trabalha) Qual das seguintes situações se aproxima mais da sua. Você:

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20. Procura de trabalhoQuando perguntados sobre como conseguiram o primeiro trabalho, os jovens apon-tam principalmente para três formas: familiares, amigos ou vizinhos e por conta pró-pria (de porta em porta, placas), representando 40%, 36% e 10%, respectivamente. Ou seja, a grande maioria deles conseguiu o primeiro emprego por meio de sua rede estreita de relações.

Como conseguiu o primeiro trabalho remunerado

2 1 1 1 1 1 1 3 3

10 36

40

Outros

Através de estágio

Através de agência de emprego

Através do currículo

Projetos sociais/programas de governo

Por anúncio ou oferta via internet

Pelo programa Jovem Aprendiz

Através da escola /universidade

Por anúncio em jornal impresso

De porta em porta/ vendo placas nas ruas

Através de amigos ou vizinhos

Com ajuda dos pais ou de parentes

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados(as) que trabalham ou já trabalharam - Amostra B/Estimulada P70a. Como você conseguiu seu primeiro trabalho?

No entanto, é interessante observar como o Programa Jovem Aprendiz aparece ao lado de instrumentos já bastante usuais para procura de trabalho, como agências de empre-go e pela internet.

Já entre as dificuldades de conseguir trabalho, as três mais citadas entre os jovens fo-ram: falta de experiência, 42%; distância ou dificuldade de chegar ao local, 24%, e esco-laridade insuficiente, 22%. E quando observamos estas três principais dificuldades pelas características de cor, sexo e território, vemos que a falta de experiência afeta a todos muito fortemente, mas há variações quanto à distância e escolaridade, especialmente para os jovens rurais, para os homens.

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Dificuldades na procura de trabalhoUrbano Rural Homem Mulher Branco Negro

Falta de experiência 44 36 42 43 42 42

Distância/difícil chegar 22 28 26 21 26 23

Escolaridade insuficiente 22 25 24 21 19 23

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Entrevistados(as) que trabalham ou já trabalharam - Amostra B.P75. E quais são as principais dificuldades que você encontra quando procura trabalho? O que mais dificulta con-

seguir trabalho?

Se, por um lado, a falta de experiência se destaca entre as maiores dificuldades de se con-seguir um trabalho, por outro, temos um número significativo de jovens que estão inseri-dos no mercado de trabalho enquanto ainda estudam (14%), de modo que possamos inde-xar a aposta na formação como elemento para melhor inserção profissional. É importante anotar também que, entre aqueles que estão estudando, 8% estão à procura de trabalho.10

21. Jovens que não trabalham Dentre os 47% dos jovens que não exerciam nenhuma atividade remunerada no momento da pesquisa, 56% deles já trabalhou e mais da metade destes está procurando novo traba-lho. Para aqueles que estão à procura de trabalho, o tempo, bem como a forma de procura, é variado e ainda assim conseguir trabalho tem sido um grande desafio para os jovens.

Isso significa que o trabalho faz ou fez parte da experiência de vida de quatro em cada cinco jovens brasileiros. É o que leva muitos pesquisadores que se dedicam ao tema a afirmar que a juventude brasileira é uma juventude trabalhadora, ou que o trabalho também constitui a juventude no Brasil.11

10 Os dados são semelhantes àqueles levantados pelo Censo 2010, que apontam 53,5% dos jovens de 15 a 29 anos trabalhando e 36% estudando. A proporção daqueles que estão simultaneamente no mundo da escola e no mundo do trabalho também é coerente com os dados da pesquisa: 22,8%.

11 Abramo, Helena. “Considerações sobre a tematização de juventude no Brasil”, in Peralva, Angelina e Spósito, Mari-lia (orgs.) iJuventude Contemporaneidade Revista Brasileira de Educação, n. 5/6, São Paulo: ANPED, p.23-36, 1997.Peralva, Angelina e Spósito, Marilia (orgs.) Juventude Contemporaneidade Revista Brasileira de Educação, n. 5/6, São Paulo: ANPED, 1997.Corrochano, Carla - O trabalho e a sua ausência: narrativas de jovens do Programa Bolsa Trabalho no município de São Paulo. São Paulo: USP, Faculdade de Educação, Tese de Doutoramento, 2008. At http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-06042009-102813/pt-br.php

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Situação, tempo de procura e forma de busca de trabalho

BASE: Entrevistados(as) que não estão trabalhando

(Estimulada, em %)

Nunca fez nenhum trabalho remunerado e não está

procurando trabalho

Nunca trabalhou, mas está procurando trabalho

Já trabalhou e está procurando trabalho

Já trabalhou, mas não está procurando trabalho

32

12

33

23

Situação

2

12

18

21

22

26

Não sabe/ Não respondeu

Mais de 1 ano

Até 1 mês ou 29 dias

Mais de 6 a 12 meses

Mais de 1 a 3 meses

Mais de 3 a 6 meses

Está procurando trabalho

Tempo de procura Recorre a amigos e parentes 48 Recorre a agência pública de emprego 23 Internet 23 Recorre a agencia privada de emprego 19 Classificado de jornais 19 Enviando/ colocando currículo nas empresas 12 Concursos públicos 8 Indo diretamente nas empresas 6 Escola/ universidade 6 Pelo CIEE - Centro de Integração Escola Empresa 1 Outras 3

Forma de procura (Espontânea, em %)

(Espontânea, em %)

BASE: Entrevistados(as) que estão procurando trabalho

BASE: Entrevistados(as) que estão procurando trabalho

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.P67. Qual das seguintes situações se aproxima mais da sua. Você: P68. Há quanto tempo você está procurando trabalho? P69. Como você procura trabalho?

Parcela igual (cerca de 1/5), contudo, estava procurando trabalho, portanto desempre-gado, no momento da pesquisa.

Situação dos que não estão trabalhando

32

23

12

33

Nunca fez nenhum trabalho remunerado e não está procurando trabalho

Já trabalhou, mas não está procurando trabalho

Nunca trabalhou, mas está procurando trabalho

Já trabalhou e está procurando trabalho

Não-PEA

PEA

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados que não estão trabalhando.P65. Atualmente você está fazendo algum trabalho remunerado?P66. (Se trabalha) Aproximadamente quantas horas de trabalho remunerado você fez na semana passada?P67. (Se não trabalha) Qual das seguintes situações se aproxima mais da sua. Você:

Por fim, é importante salientar a existência de um contingente significativo de jovens que não estavam nem estudando, nem trabalhando no momento da pesquisa, represen-tando ¼ dos jovens pesquisados (26%). Ao separar, porém, nessa situação, aqueles que estão à procura de trabalho, essa parcela se reduz para 11% em situação de nem traba-lha, nem estuda e não está procurando trabalho, situação que varia bastante conforme a idade, adensando-se nos segmentos mais velhos.

É importante lembrar que, como já apontamos antes, a relação dos jovens tanto com o mundo do trabalho quanto com o mundo escolar se desenvolve por meio de percursos

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que nem sempre são lineares e contínuos. Assim, o estado de nem estuda, nem trabalha muitas vezes é conjuntural, não significando um desafiliamento absoluto ou definitivo desses espaços da vida social.

Se olharmos essas porcentagens através dos recortes de sexo e idade, veremos que a maior parte dos denominados “nem nem” se concentra entre as jovens que são mães, com baixa renda, e que adiam a entrada ou se retiram do mercado de trabalho restrin-gindo sua atividade à esfera da reprodução.

22. Percepções do mundo do trabalhoNo intuito de qualificar a compreensão sobre o modo como os jovens dão sentido à sua vida laboral, foram investigadas não só as condições de trabalho, mas também sobre quais palavras eles pensam quando o assunto é trabalho.

O termo necessidade apareceu em primeiro lugar, seguido por independência e por realização pessoal. Mas quando observamos a soma das palavras mencionadas, a independência sobe de posição. Desse modo, podemos indicar que na verdade não há uma sobreposição entre a necessidade e o desejo pelo trabalho. Estes são fatores que estão correlacionados e conformam aspectos de escolha pessoal, mas também ligados à configuração familiar e a outros arranjos da rede de relações nas quais os jovens estão inseridos.

Palavras que se aproximam mais quando se pensa em trabalho

1

10

13

33

42

51

50

0,35

4

4

14

20

25

32

Exploração

Direito

Obrigação

Crescimento

Realização pessoal

Independência

Necessidade 1º lugar

Soma das menções

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total – Estimulada.P62a. Falando de trabalho, qual das seguintes palavras se aproxima mais do que você pensa sobre trabalho. Para você,

trabalho é: 1º lugar P62a/b. Falando de trabalho, qual das seguintes palavras se aproxima mais do que você pensa sobre trabalho. Para

você, trabalho é: 1º e 2º lugares

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Quando observamos esses termos e o peso atribuído pelos jovens segundo o território (ur-bano, rural), a cor e a faixa de renda, vemos que a necessidade aparece maior exatamente naqueles casos em que há menor e pior acesso ao trabalho. Já a independência apresenta leve alteração em cada um dos três segmentos. A realização pessoal varia conforme a ren-da e o território, mas não conforme a cor, ainda que o acesso ao trabalho e à renda seja diferenciado entre brancos e negros, como pode ser observado na tabela a seguir.

Urbano Rural Branco Negro Ex. Baixo Ex. Médio Ex. Alto

Necessidade 31 36 31 33 34 32 28

Independência 26 22 26 25 24 24 28

Realização pessoal 20 16 20 20 17 21 24

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.

Quando perguntados sobre os aspectos mais importantes na procura de trabalho, os jovens apontam predominantemente para o salário, 63%, seguido pela segurança da carteira assinada, 34%, e em terceiro lugar aparecem a localização/facilidade de acesso e a chance de crescimento na carreira, com 17% de menções. Em certa medida, esses aspectos levantados como prioritários contradizem uma representação comum de que os jovens deliberadamente circulam pelos postos de trabalho desprezando elementos fundamentais, como a estabilidade. O que nos parece é que, para além do próprio fluxo volátil do mercado de trabalho diante da economia crescente, há em curso uma dificul-dade efetiva de se fixar em postos de trabalho, seja pela precarização, seja pela falta de qualificação e experiência.

Trabalho que mais gostaria de fazer / chance de fazer esse trabalho79

6334

2916

1042

62

13

TEM ALGUM TRABALHO QUE GOSTARIA DE…

.TEM CHANCE

..grande

..média

.PEQUENA/ NENHUMA/ NÃO SABE

..pequena

..nenhuma

..não sabe

JÁ FAZ O QUE GOSTA

NENHUM/ NÃO PRETENDE TRABALHAR

NÃO SABE

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra C – estimulada. P64. Você diria que a chance real de você fazer esse trabalho um dia é:

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Do acesso e das condições de trabalho

1. Acesso e condições de trabalho

Quando perguntados se havia um determinado trabalho que gostariam de fazer e como avaliam as chances de conseguir esse trabalho, os jovens responderam, na grande maio-ria (79%), que sim, há outro trabalho que gostariam de ter e acreditam ter chances de conseguir. Apenas 6% deles já exercem uma atividade de que gostam.

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Violência contra a juventude negra

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Um dos dados mais contundentes da pesquisa é aquele que permite visualizar o peso que tem a violência na vida dos jovens. Metade deles já perdeu uma pessoa próxima (parente ou amigo) de forma violenta: por acidente de carro ou por homicídio.

49 51

JÁ PERDEU PARENTE

4

0,09

0,20

3

21

22

Não respondeu

Não sabe

Recusa

Se matou

Morreu assassinado/a

Acidente

NUNCA PERDEU NENHUM PARENTE

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. .Base amostra A – estimulada.P147c. Ele(a) morreu assassinado(a), em acidente de trânsito ou se matou?

Ao separar, dentre as causas das mortes, aquelas que se referem a assassinatos, teremos que ¼ da população jovem do Brasil carrega a condição de ter tido uma pessoa muito próxima vítima de homicídio. Isso configura uma experiência geracional de alta dramati-cidade, que explica o peso que o tema da violência alcança dentre as preocupações dos jovens, como veremos adiante.

A seguir, observa-se que as vítimas, na maioria dos casos, são amigos, irmãos, primos ou tios desses jovens, ou seja, companheiros de geração. O mesmo dado também pode indicar que esse fenômeno de jovens que perderam amigos e conhecidos está relacio-nado, em muitos casos, com o contexto socioespacial, ou seja, o local de moradia e as relações ali estabelecidas para além das relações familiares.

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Viol

ênci

a co

ntra

a ju

vent

ude

negr

a

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Vínculo com as pessoas próximas que morreram de forma violenta

P147a. O que essa pessoa era sua? P147b. Que idade você tinha?

(Espontânea e única, em %) Base: Total da amostra A

Média em anos = 10 anos e 4 meses

3

2

3

3

11

12

18

OUTROS

AVÓS

IRMÃOS

PAIS

TIOS

PRIMOS

AMIGOS

0,33

1

1

Até 5 anos

6 a 10 anos

11 anos ou mais

Que idade você tinha?

VÍNCULO

* Citou mais de um vínculo e não definiu por quem teve maior sentimento pela perda

*

*

AMIGOS 1818

PRIMOS 12Primo e outro 0,19Prima 1Primo 10TIOS 11Tio 9Tia 1Tio e outro 0,53PAIS 3Pai 2Mãe 0,33Padrasto 0,34IRMÃOS 3Irmão 3Irmã 0,21AVÓS 2Avô 1Avó 1OUTROS 3Marido 0,38Madrinha 0,27Namorada 0,08Sobrinho 0,24Cunhado 0,27Outra 1

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total A – estimulada.P147a. O que essa pessoa era sua? P147b. Que idade você tinha?

Constata-se que a juventude brasileira, de modo geral, não apenas se configura como o alvo mais frequente da violência urbana, especialmente nas periferias, em suas diversas formas, mas também como vítima indireta da violência que, quando não a acomete, atinge um semelhante ou alguém de seu convívio.

Sabe-se que, no Brasil, a violência letal tem cor, renda e território. Assim como a taxa de homicídios atinge muito mais jovens negros,12 a experiência de perder alguém próximo também os afeta mais intensamente: entre os jovens entrevistados, foram os pretos e pardos que relataram em maior proporção a experiência de perder alguém próximo de forma violenta: (54%) ente pretos e pardos e (45%) entre os brancos.

Os diversos estigmas relacionados à juventude, sobretudo às juventudes negras, do campo e das periferias da cidade, e a invisibilização de suas necessidades e demandas na mídia e por boa parte dos poderes públicos endossam as preocupações dos jovens quanto à sua longevidade diante da violência. A conquista de dignidade e qualidade de vida diante dos elevados números de mortes e demais consequências das violências urbanas é hoje o maior desafio para esses cidadãos e cidadãs jovens do país, especial-mente os do sexo masculino.

12 Vide Mapa da Violência 2013.

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23. Experiências de discriminação Pode-se observar, a partir das percepções sobre discriminações, que a violência que hoje atinge fortemente a juventude brasileira, direta e indiretamente, está profundamente arraigada em processos de estratificação social baseados na cor e na raça, em seu cará-ter sociológico, no sentido negativo e degenerativo que a afrodescendência recebeu ao longo da história deste país.

Quando perguntados se já sofreram algum tipo de discriminação, 26% dos entrevistados disseram que sim, dos quais 7% disseram ser por causa da aparência, 6% por sua condi-ção social e 5% por sua cor/raça.

Muito embora apenas a última alternativa seja explícita quanto às discriminações de cunho racial, as discriminações quanto à aparência também são comumente derivadas dos processos de racismo, que subjugam não apenas a pele escura e os traços fenotípi-cos negros e indígenas – como os cabelos crespos dos afrodescendentes, ou os traços e estrutura faciais não brancos, por exemplo –, mas também todo um conjunto de expres-sões estéticas relacionadas às culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas.

Tal fato pode ser observado, por exemplo, no repúdio às indumentárias tradicionais de povos de terreiros e de indígenas, nas vestimentas típicas dos adeptos dos movimentos hip-hop, nos penteados derivados de culturas africanas, entre outros.

Idade que tinha quando se sentiu discriminado

Até 14 anos

Com 15 a 17 anos

Com 18 a 21 anos

Com 22 anos ou mais

33 20

22

21

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados(as) que já se sentiram humilhados(as), desrespeitados(as) ou discriminados(as) – Amostra A –

espontânea.P134a/b. Descreva como foi a pior experiência de humilhação, desrespeito ou discriminação que você sofreu: quem

desrespeitou você? Quantos anos você tinha?

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Quando convidados a indicar quando e onde ocorreu a pior experiência de desrespeito e ou discriminação sofrida, constatou-se que a maior parte dos entrevistados sofreu discriminação na infância e no início da adolescência, tendo como principal referência o ambiente escolar, seguido respectivamente pelo local de trabalho e pelo domicílio. A escola aparece, mais uma vez, como um espaço em que valores e identidades são cons-truídos e reforçados. Por isso é importante reconhecer a necessidade de se fortalecer a valorização das identidades negras e indígenas, bem como das diferentes expressões por orientação sexual e de gênero.

0 10 20 30 40

Na escola/ colégio/ faculdade

No trabalho/ empresa/ casa do patrão

Em casa Na rua/ na rua que mora/ próximo de casa

No bairro/ comunidade/ cidade/ onde morava

Em órgãos públicos especificados (posto de saúde/ hospital/ clínica/ delegacia de polícia)

Em casa de parentes (casa da mãe/ sogra/ tio)

Em empresas/ agência onde procurava emprego

Em casa de amigo/ namorado/ vizinho

Em bares

Na praça/ passeio/ quadra de esportes/ campo de futebol/ clube/ academia

No transporte coletivo/ terminal de ônibus/ trânsito

Na internet (Facebook)

Em outra cidade

Em baile/ festa/ boate/ danceteria/ casa de shows

Na igreja

Não respondeu/ não aplicou

Não sabe/ não lembra

Em estabelecimentos comerciais (banco/ shopping/ loja/ mercadinho/ restaurante/ feira/ farmácia/ concessionária de automóveis)

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados(as) que já se sentiram humilhados(as), desrespeitados(as) ou discriminados(as) – Amostra A –

espontânea e múltipla.P134c. Descreva como foi a pior experiência de humilhação, desrespeito ou discriminação que você sofreu: Onde

aconteceu isso? (Em que tipo de lugar: na rua, na escola etc.)

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Temas da juventude e percepções do país

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Quais são os temas mais importantes para a juventude brasileira de hoje? Esse é um tópico presente em todas as pesquisas de opinião com jovens. Nesta pesquisa, procura-mos levantar, por meio de diferentes perguntas, como os jovens avaliam suas condições de vida, perspectivas de melhora e de futuro e também como veem o país.

As respostas comparadas dessas perguntas nos permitem levantar hipóteses mais ricas e matizadas sobre as percepções da juventude brasileira.

Uma observação importante para a leitura dos gráficos a seguir: em algumas perguntas, as respostas foram estimuladas, em outras, foram espontâneas. Em algumas delas foi solicitado que se indicasse mais de uma resposta e, nesses casos, as respostas são apre-sentadas segundo duas possibilidades: a primeira menção ou a soma delas. Nos gráficos a seguir é possível ler as respostas pela comparação do que é citado ou assinalado em primeiro lugar (barras verdes) ou pela soma das três primeiras menções (barras azuis).

24. Realização pessoalNo esforço de conhecer as preocupações dos jovens, bem como os temas que julgam de maior importância, foram investigados os aspectos associados à realização pessoal, à probabilidade de suas efetivações e às ações em curso para alcance de suas realizações.

O que gostaria que acontecesse para se sentir realizado

Realização financeira

Moradia

Família

Estudo

Emprego/trabalho

25%

22%

13% 30%

48%

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Entrevistados(as) que já estão realizados(as) – (3%) – Amostra C – Espontânea e múltipla.P11a. Pensando no futuro, o que você gostaria que acontecesse na sua vida, para você se sentir realizado(a)? Qual é

o seu maior sonho na vida?

Entre os aspectos de suas vidas apontados pelos jovens como importantes para se senti-rem realizados, o emprego/trabalho representa 48%, seguido pelos estudos e realização financeira, com 30% e 25% cada um. Só então aparecem a moradia e a família com 22% e 13% das respostas dos jovens.

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Quanto convidados a avaliar as chances de efetivamente ocorrer o que julgam neces-sário para se sentirem realizados, a grande maioria dos jovens ( 86%) acredita que há chances de isso acontecer.

25 22 13 30

48

10 2

7

40

37

0

10

20

30

40

50

60

70

80

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Realização financeira Moradia Família Estudo Emprego/trabalho

Faz algo a respeito Gostaria que acontecesse

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ..Base: Entrevistados(as) que já estão realizados(as) – (3%) – Amostra C – Espontânea e múltipla.P12. E qual é a chance real, em sua opinião, de que isso [resposta da P.11a] aconteça? Você diria que a chance de que

esse seu sonho aconteça de verdade é

Curiosamente a situação dos estudos é inversa à do trabalho, na medida em que o es-forço para que a realização ocorra é maior do que a expectativa, enquanto no âmbito do trabalho o desejo de realização é superior à realização de ações para que efetivamente se sintam realizados nesse aspecto.

25. Quais são os problemas que mais preocupam os jovens atualmente

O que mais preocupa pessoalmente os jovens hoje é, na declaração espontânea, em primeiro lugar, a questão da violência (citada por 43% dos jovens), corroborando a cons-tatação do quanto essa experiência se configura como constitutiva dessa geração.

Em segundo lugar, aparece a questão do emprego ou profissão (pouco mais de 1/3 da mostra, 34%), corroborando os dados recolhidos ao longo da pesquisa, que demonstram a importância da experiência do trabalho na vida da juventude brasileira.

Depois, num terceiro patamar, as questões de saúde (26%) e educação (23%). Chama a atenção que educação não esteja no topo da lista; uma hipótese é a de que ela se man-tenha como assunto de importância e interesse, mas não mais como de grande preocu-pação, uma vez que esta geração vive a experiência de ter tido um ganho nesse campo, em relação às gerações passadas.

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Drogas, crise econômica e família aparecem num quarto degrau, com uma parcela de 17% a 18% de jovens fazendo referência a cada um desses temas.

24

19

7

9

8

9

8

2

2

2

1

2

2

0

0

0

3

1

43

34

26

23

18

18

17

8

8

6

6

4

3

1

1

1

3

1

SEGURANÇA/ VIOLÊNCIA

EMPREGO/ PROFISSÃO

SAÚDE

EDUCAÇÃO

DROGAS

CRISE ECONÔMICA/ FINANCEIRA

FAMÍLIA

ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL

ASSUNTOS PESSOAIS

MEIO AMBIENTE/ INFRAESTRUTURA

QUESTÕES SOCIAIS

MORADIA

FOME/ MISÉRIA

TRANSPORTE

RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS/…

GRAVIDEZ

NENHUM PROBLEMA ME PREOCUPA

NÃO SABE/ NÃO LEMBRA

1º lugar

Soma das menções

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra A/Espontânea em %. P16. Quais são os problemas que mais lhe preocupam atualmente?

Para os sete temas citados, em primeiro lugar, quando observados segundo o estrato so-cial, verificamos que aumenta a preocupação com a violência conforme aumenta a renda, enquanto sobre o trabalho a relação é inversa. Quanto à saúde, à educação e às drogas, a preocupação também aumenta conforme a renda, mas com uma diferença pequena.

Est.Baixo Est.Médio Est.Alto 15-17 18-24 25-29Violência 18 25 29 26 23 25Emprego 24 19 10 8 23 21Saúde 8 8 6 4 7 10Educação 8 10 11 22 8 4Drogas 9 6 10 9 6 9Crise econômica 8 9 12 6 11 9Família 12 7 7 7 7 11

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.

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Por outro lado, ao considerarmos as diferenças etárias, vemos que a preocupação com a violência diminui com o avanço da idade, ainda que timidamente. Já o emprego sobe muito da primeira para a segunda faixa e tem uma queda relativa para o grupo de 25 a 29 anos de idade, de modo que, mais uma vez, para o grupo de 18 a 24 anos de idade o desemprego fica em evidência. A preocupação com a saúde aumenta consideravelmen-te conforme o avanço da idade.

26. Diferentes âmbitos para discutir os assuntos

Na sequência, perguntamos em que diferentes âmbitos (na família, com os amigos, com a sociedade) os jovens gostariam de discutir uma mesma série, predeterminada, de assuntos:

Assuntos que gostaria de discutir com os pais ou responsáveis

45

32

31

27

24

21

17

17

16

14

11

8

4

1

Educação e futuro profissional

Violência

Drogas

Desigualdade social e pobreza

Religião

Cidadania e direitos humanos

Relacionamentos amorosos

Sexualidade

Racismo

Política

Meio-ambiente e desenvolvimento sustentável

Artes (música, teatro, literatura etc.)

Nenhum/ mais nenhum (espontânea)

Não sabe

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra C/Estimulada e múltipla, em %. P19a. Quais destes assuntos ou temas são os três que você mais gostaria de discutir com os seus pais ou responsáveis?

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Dentre os assuntos que os jovens mais gostariam de discutir com seus pais ou respon-sáveis, os principais citados pelos entrevistados foram: a educação e o futuro profis-sional (45%), a violência (32%), drogas (31%), desigualdade social e pobreza (27%), religião (24%), cidadania e direitos humanos (21%). Contudo, se observarmos segundo os estratos de renda, teremos que o desejo de discutir com os pais sobre o tema da violência é bem maior entre os jovens mais pobres do que entre os ricos, ficando em 34% e 27%, respectivamente.

Assuntos que gostaria de discutir com amigos41

31

30

29

26

23

21

19

15

13

12

12

1

1

1

Drogas

Sexualidade

Violência

Educação e futuro profissional

Relacionamentos amorosos

Racismo

Artes (música, teatro, literatura etc.)

Desigualdade social e pobreza

Religião

Cidadania e direitos humanos

Meio-ambiente e desenvolvimento sustentável

Política

Outros

Nenhum/ mais nenhum (espontânea)

Não sabe

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra C/Estimulada e múltipla, em %. P19b. E quais desses assuntos são os três que você mais gostaria de discutir com seus(suas) amigos(as)?

Já no que diz respeito aos temas a serem conversados com os amigos, os mais citados foram: drogas (41%), sexualidade (31%), violência (30%), educação e futuro profissional (29%), relacionamentos amorosos (26%), racismo (23%) e artes (21%).

Observando a priorização dos temas a serem discutidos com amigos segundo a diferença de renda, podemos identificar que essa variável é reveladora de alguns contrapontos. Os jovens pertencentes aos estratos mais altos de renda, por exemplo, manifestam, em menor medida que os demais segmentos, o desejo de discutir com amigos questões relativas à violência e ao racismo. No que se refere à violência, 22% deles mostram-se predispostos a tal, frente a 34% dos jovens de estratos médios e 29% dos de baixa renda. Quanto ao racismo e também à educação/ futuro profissional, a distinção se faz notar entre os jovens de estratos altos e médios: no primeiro caso, 17% e 24%, respectivamen-te, mostram-se favoráveis a tratar o tema no seu círculo de amizades. O inverso se dá com relação à educação e futuro profissional, em que 27% dos entrevistados pertencen-tes aos estratos de renda média e 34% daqueles de renda alta se predispõem a discutir esse assunto com colegas.

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Assuntos que considera mais importantes para serem discutidos pela sociedade

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Desigualdade social e pobreza

Drogas

Violência

Política

Cidadania e direitos humanos

Educação e futuro profissional

Racismo

Meio ambiente e desenvolvimento sustentável

Religião

Sexualidade

Artes (música, teatro, literatura etc.)

Relacionamentos amorosos

Não sabe

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ..Base: Total da amostra C/Estimulada e múltipla, em %. P19c. E quais são os três que você acha mais importantes para serem discutidos pela sociedade em geral?

No que diz respeito, por fim, aos assuntos a serem discutidos com a sociedade em geral, foram citados principalmente: desigualdade social e pobreza (40%), drogas (38%), vio-lência (38%), política (33%), cidadania e direitos humanos (32%), educação e futuro pro-fissional (25%), racismo (25%) e meio ambiente e desenvolvimento sustentável (24%).

Os temas da violência e das drogas são assuntos importantes para serem discutidos em todos os âmbitos, demonstrando que é um assunto próximo do cotidiano dos jovens e ao mesmo tempo uma questão a ser enfrentada no plano da sociedade.

A variação do terceiro elemento é, contudo, bastante expressiva: a questão do estudo e do futuro profissional é o assunto mais citado como importante para ser debatido com a família, enquanto ocupa apenas a 6ª posição como assunto de relevância social. Na sociedade é o tema da desigualdade e da pobreza que ganha expressiva relevân-cia, aparecendo pouco como assunto para discutir com amigos, mas não tão longe das prioridades para debater com a família. Por outro lado, sexualidade é francamente um tema para debater com amigos, ocupando pouco espaço de interesse como tema para a família ou a sociedade.

A renda produz inflexões no posicionamento dos entrevistados a respeito dos assuntos importantes de serem discutidos pela sociedade. Por exemplo: os jovens mais ricos mos-tram-se mais favoráveis a que a temática da desigualdade e da pobreza seja pauta de debate público: 52% deles declaram-se nesse sentido, contra 38% dos entrevistados de renda intermediária e 37% dos estratos baixos. No que concerne às drogas, os jovens de estratos médios posicionam-se mais favoravelmente do que os de renda alta a que esse tema integre a agenda pública: são 39% deles, frente a 32% dos mais ricos. Quanto aos assuntos política, cidadania e direitos humanos, os jovens de baixa renda declaram me-nor interesse em ver tais temas na agenda da sociedade, comparativamente aos demais

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grupos: 28% deles, 36% dos segmentos médios e 35% dos entrevistados de estratos de renda alta acham que a política é tema importante a ser discutido pela sociedade. No que diz respeito a “cidadania e direitos humanos”, 26% dos jovens pertencentes aos es-tratos de renda baixa, 35% dos situados em estratos intermediários e 37% daqueles com patamar de renda alta compartilham tal opinião.

27. Os problemas do Brasil que mais incomodam os(as) jovens

Diante de uma lista de problemas, os jovens indicaram aqueles que mais os incomodam no país. A corrupção foi citada por 67% dos entrevistados (sendo citada em primeiro lugar por 36% deles); o poder dos traficantes foi mencionado por 46% (sendo 13% como primeira opção); a grande desigualdade entre ricos e pobres por 42% (sendo 20% na primeira posição); e o racismo e outras formas de discriminação (34%).

Problemas que mais incomodam no Brasil1º lugar Soma das menções

36

13

20

10

5

4

4

3

4

67

46

42

34

26

25

22

20

17

A corrupção

O poder dos traficantes

A grande desigualdade entre ricos e pobres

O racismo e outras formas de discriminação

O despreparo e a violência da polícia

A destruição do meio ambiente

A lentidão e outros problemas da Justiça

A falta de perspectiva profissional para os jovens

O despreparo do povo

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra A/Estimulada em %. P24. Pensando no Brasil, qual destes problemas mais te incomoda hoje? E em segundo lugar? E em terceiro lugar?

Vale a pena reparar, em primeiro lugar, a diferença de resultado entre os problemas que mais preocupam os próprios jovens, citados espontaneamente, e esta indicação, estimu-lada, dos problemas do país.

Podemos perceber que o tema de destaque recorrente nas duas aferições é o da violên-cia, aqui presente em dois itens: o poder os traficantes, mencionado por quase metade, e o despreparo da polícia, citado por ¼ dos jovens.

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A corrupção, que não havia aparecido espontaneamente como uma preocupação que afeta particularmente a vida dos jovens, é, por outro lado, identificada como um proble-ma de primeiro plano, quando estimulada e remetida ao país.

A desigualdade volta a aparecer como um problema central na nossa sociedade, para parcela significativa dos jovens.

No tocante à importância atribuída ao enfrentamento das desigualdades sociais, a va-riável renda produz modulações na opinião dos respondentes. Os jovens mais pobres demonstram, comparativamente aos mais ricos, maior sensibilidade ao tema: 85% dos entrevistados pertencentes a estratos de renda baixa consideram-no crucial e 12% mais ou menos importante, versus 74% e 20% dos de renda alta, respectivamente.

Finalmente, cabe destacar outras distinções a partir da diferença de renda. Fazer gran-des obras de infraestrutura, acelerar a reforma agrária, enfrentar mudanças climáticas e controlar o aumento da população são desafios citados com maior recorrência pelos jovens de renda baixa do que pelos estratos de renda alta. No primeiro caso, os percen-tuais são, respectivamente, 77% e 70%; no segundo, 65% e 56%; o enfrentamento das mudanças climáticas é mencionado por 67% dos jovens pobres e por 58% dos ricos, e o controle do aumento da população é apontado por 66% e 46%, respectivamente.

28. O que os jovens mais valorizam no Brasil

O que os jovens avaliam como mais positivo no país: em primeiro lugar, a possibilida-de de estudar, escolhida por 63% dos respondentes. Pode-se dizer, portanto, que uma expressiva maioria de jovens reconhece e valoriza os avanços no campo educacional efetuados nas últimas duas décadas.

Em segundo lugar, é assinalada a liberdade de expressão, com 55% de escolha, expressan-do o reconhecimento da garantia de um direito fundamental da vida política democrática.

Há uma valorização também do clima de estabilidade: democracia com a estabilida-de econômica vêm praticamente juntas, num segundo patamar, escolhidas por quase metade dos jovens.

A possibilidade de consumo é reconhecida como positiva, mas aparece no último degrau de escolha, junto com políticas sociais, reunindo, cada uma delas cerca de 1/3 das respostas.

O que chama atenção, e deve ser ressaltado, é que apenas 4% dos jovens declara que não há nada de positivo no país.

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O que existe de mais positivo no Brasil27

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46

45

37

32

4

1

Possibilidades de estudo

Liberdade de expressão

Estabilidade econômica

Ter democracia

Possibilidade do consumo

Políticas sociais

Nenhuma/ nada é bom (espontânea)

Não sabe

1º lugar Soma das menções

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra A/Estimulada, em %. P23. E em sua opinião, qual destas coisas é o que existe de mais positivo hoje no Brasil? E em segundo lugar? E em

terceiro lugar?

A variável socioeconômica incide na opinião dos entrevistados a respeito do que há de mais positivo no Brasil hoje. Quando observadas as somatórias das três primeiras men-ções, nota-se que “as possibilidades de estudo” são valorizadas especialmente pelos jovens dos estratos baixos (65% deles frente a 58% entre os entrevistados pertencentes ao grupo de renda alta). Da mesma forma, os jovens mais pobres, em maior proporção do que os ricos, incluem as políticas sociais no rol das melhorias alcançadas pelo país. São 34% deles que citam esse aspecto, em face de 23% dos jovens dos estratos de renda alta. Por outro lado, a liberdade de expressão é mais destacada pelos entrevistados dos estratos médios (59% deles mencionam esse aspecto) e altos (54%), percentuais que caem para 46% entre os mais pobres.

Quando observada somente a primeira menção ao que existe de mais positivo no Brasil, o quadro acima descrito não se altera. Os pobres valorizam em maior medida do que os ricos as possibilidades de estudo, sendo 32% e 24% respectivamente. Já para as políticas sociais, a proporção é de 12% e 3% para os mesmo estratos, o inverso do que ocorre com a liberdade de expressão (13% dos mais pobres priorizam esse aspecto frente a 25% dos jovens de estratos altos).

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29. Expectativas com a vida, para o país e para a garantia de direitos

Ao serem estimulados a responderem sobre suas perspectivas, os jovens são mais oti-mistas quanto mais próximo é o âmbito da sua vida: apenas com relação ao mundo há mais pessimistas que otimistas (36% dos jovens afirmaram acreditar que o mundo vai melhorar, enquanto 41% dizem crer que vai piorar e 20% tendem a achar que o mundo ficará como está). No que se refere ao Brasil, o otimismo suplanta o pessimismo: para 44% o Brasil vai melhorar, enquanto para 31% vai piorar e para outros 23% o país ficará como está. Quando questionados sobre o seu próprio bairro, as perspectivas são ainda melhores, de forma que a maioria (53%) acredita que ele estará melhor daqui alguns anos, contra os que acreditam que vai piorar (15%) ou ficará como está (30%).

Desafios que precisam ser enfrentados no Brasil

99

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90

86

84

82

68

59

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57

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1

3

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12

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33

33

1

1

2

3

3

6

8

8

9

1

1

3

1

1

MELHORAR A SAÚDE DA POPULAÇÃO

MELHORAR A EDUCAÇÃO NO PAÍS

REDUZIR O DESEMPREGO

AUMENTAR O RESPEITO PELOS DIREITOS HUMANOS

REDUZIR A POLUIÇÃO

REDUZIR O TRABALHO INFANTIL

DIMINUIR A DIFERENÇA ENTRE RICOS E POBRES

FAZER GRANDES OBRAS DE INFRAESTRUTURA

ACELERAR A REFORMA AGRÁRIA

ENFRENTAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

CONTROLAR O AUMENTO DA POPULAÇÃO

Mais ou menos importante Muito importante Não é importante Não sabe

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Estimulada e única, em % / Base: Total da amostra A.P22. No Brasil existem grandes desafios que precisam ser enfrentados. Vou falar alguns deles e gostaria que você me

dissesse qual é, para você, a importância de cada um, se é muito importante, mais ou menos importante ou não é importante.

Em nenhum quesito, contudo, os entrevistados apresentaram tamanho otimismo quanto com relação à sua vida pessoal: cerca de 94% dos jovens acreditam que sua vida vai melhorar, enquanto apenas 1% acha que vai piorar e outros 4% não veem perspectiva de mudança.

Os principais motivos citados para terem perspectivas positivas quanto à sua vida pessoal estão relacionados, principalmente, à dimensão econômica e de emprego (para 52% dos entrevistados, a situação de trabalho no futuro será melhor que a vivida no presente); à questão educacional (cerca de 42% acreditam que terão melhores credenciais escolares, que possibilitarão esse avanço); e as referências pessoais/individuais (28%), sobretudo a aspectos ligados ao ganho de maturidade e maior dedicação. É interessante notar que

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ao contrário de muitas afirmações que destacam a valorização do consumo como traço característico da juventude contemporânea, nesta pesquisa o consumo não ocupa lugar de destaque na expectativa de futuro dos jovens.

Expectativas Em Relação Aos Próximos 5 Anos, por sexo e idade

SOMA DAS MENÇÕES TOTAL

SEXO E IDADEHOMENS MULHERES

total15 a 17

anos

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anos

25 a 29

anostotal

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anos

18 a 24

anos

25 a 29

anosPeso 100% 50% 10% 24% 16% 50% 10% 23% 17%O MUNDOVai melhorar 36 39 44 40 35 32 36 32 30Vai piorar 41 37 34 37 39 46 39 45 50Vai ficar como está 20 21 19 20 23 20 21 19 19Não sabe 3 3 2 3 3 3 3 3 2O BRASILVai melhorar 44 47 54 46 46 40 50 39 36Vai piorar 31 28 24 31 26 33 26 33 37Vai ficar como está 23 23 20 21 26 24 21 25 24Não sabe 3 2 2 2 2 3 4 3 3O BAIRROVai melhorar 53 58 59 58 57 48 50 49 46Vai piorar 15 13 11 12 16 18 13 18 20Vai ficar como está 30 28 26 29 26 32 36 32 31Não sabe 2 2 4 1 2 2 1 1 3A VIDA PESSOALVai melhorar 94 93 93 94 93 94 98 95 90Vai piorar 1 1 1 1 1 1 1 1Vai ficar como está 4 4 5 3 4 4 2 3 6Não sabe 2 2 1 1 2 2 0,5 2 3

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total das amostras A e C/Estimulada e única, em %. P14a. Independentemente do que você quer que aconteça, o que você acha que vai acontecer de verdade com o

mundo nos próximos cinco anos: em sua opinião o mundo vai melhorar, vai piorar ou vai ficar como está? 14b. E o Brasil, nos próximos cinco anos, vai melhorar, vai piorar ou vai ficar como está? 14c. E o seu bairro? 14d. E a sua vida pessoal, como você acha que vai estar, independentemente do que você gostaria: você acredita que vai estar melhor, pior ou igual daqui a cinco anos?

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A diferença de renda se manifesta no sentido de que uma maior parcela de jovens de renda alta afirma que sua vida vai melhorar porque está trabalhando e/ou ganha o su-ficiente (alta 18%, baixa 9%) e uma maior parcela de jovens de estratos baixos de renda aposta que vai melhorar porque vai conseguir trabalho (baixa 23%, alta 10%). Isso revela que os ganhos de inclusão via trabalho verificado nos últimos anos ainda não parecem consolidados para a parcela mais pobre da juventude que, no entanto, aposta nessa via como fator de melhora de vida.

Se, por um lado, na relação dos motivos ligados à escola/escolaridade não aparecem diferenças relevantes segundo a renda, por outro, as atribuições quanto ao esforço pes-soal crescem conforme a renda.

Perguntados sobre quais elementos são mais importantes para: a) sua vida presente; b) para melhorar de vida; e c) para garantir direitos, os jovens atribuem pesos diferentes segundo cada uma dessas dimensões: para a vida presente, o fator mais importante é a família; para melhorar de vida, o esforço pessoal; para a garantia dos direitos, as po-líticas do governo.

Percepção sobre fatores mais importantes para a vida hoje, para garantir seus direitos e para melhorar de vida

75

8

3

21

31

18

12

47

25

20

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40

68

26

10

15

23

8

7

4

69

14

9

17

O apoio da família

O seu esforço pessoal

Você ter capacidade de fazer coisas inovadoras

O apoio dos amigos ou de conhecidos

As políticas de governo

Mudanças no sistema econômico

A sua participação em organizações ou movimentos sociais

O apoio de entidades assistenciais...a vida hoje...garantir direitos...melhorar de vida

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra/Estimulada, em %. P18a. Em sua opinião, qual destes fatores é o mais importante para sua vida hoje como... (adolescente/ jovem/

adulto)? E em 2º lugar?P18b. E o que é mais importante para garantir os seus direitos? E em 2º lugar?P18c. E o que é mais importante para você melhorar de vida? E em 2º lugar?

De modo geral, esta geração tem uma percepção bastante clara quanto à mobilidade de classe social que tiveram em relação à geração de seus pais. Quando perguntados sobre essa percepção, 36% avalia que sua vida hoje é melhor do que a de seus pais, enquanto apenas 8% aponta que sua vida piorou em relação à de seus pais.

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TEVE MOBILIDADE

NÃO TEVEMOBILIDADE

Ascendeu

Descendeu

44

36

8

56

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra – estimulada – única.P17a. Considerando esta lista, a qual dessas classes econômicas você diria que pertence: P17b. E a que classe econômica pertenciam seus pais ou a família que te criou, quando você era criança?

30. Valores considerados fundamentais pelos jovens

Quando convidados a pensar em um mundo ideal e os valores que julgavam serem os mais importantes, o temor a Deus foi citado por 40% dos entrevistados (e em primeiro lugar por 22% deles); o respeito às diferenças foi mencionado por 39% (sendo 13% como primeira opção); seguido pela igualdade de oportunidades (33%), respeito ao meio am-biente (31%), solidariedade (28%) e pela justiça social (20%).

Valores mais importantes para um mundo ideal22

13 8

16 7

5 5 5

3 2

4 3

3 2

1 1 1 0 0

40 39

33 31

28 20

16 15

14 12

10 9

7 7

5 5 5

2 2

Temor a Deus Respeito às diferenças

Igualdade de oportunidades Respeito ao meio ambiente

Solidariedade Justiça social

Dedicação ao trabalho Liberdade individual

Disciplina pessoal Competência Religiosidade

Obediência à autoridade Conforto material

Respeito às diferençasLiberdade política

Criatividade e inovação Autorrealização

Prazer sexual Ser autêntico

1º lugar

Soma das menções

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. .Estimulado – Total da Base da amostra A.P21. Pensando em um mundo ideal, qual destes valores você acha que seriam os três mais importantes: em 1º lugar?

E em 2º lugar? Em 3º?

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Contudo, se observarmos essa priorização dos três valores mais citados segundo as di-ferenças de sexo, idade e renda, teremos que o temor a Deus e o respeito às diferenças são mais relevantes para mulheres do que para os homens. Quanto às faixas de idade, o temor a Deus aumenta conforme a o avanço da idade, mas o respeito ao meio ambiente e às diferenças são inversamente proporcionais à idade. No caso das diferenças de ren-da, a variação é menor se comparada àquelas do sexo e da idade.

Homem Mulher 15-17 18-24 25-29 Est. Baixo

Est. Médio

Est. Alto

Temor a Deus 35 44 35 38 44 45 37 41

Respeito ao meio ambiente 30 32 34 31 29 31 32 27

Respeito às diferenças 34 44 46 41 33 39 38 39

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.

Quando perguntados se são a favor ou contra a adoção de crianças por casais de mesmo sexo, mais da metade dos jovens se declarou a favor. O mesmo ocorreu com a reserva de cotas raciais e étnicas nas universidades, como indicado no gráfico a seguir.

51 56

13 13

35 29

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Adoção por casais de mesmo sexo Cotas raciais e étnicas nas universidades

A favor Nem a favor nem contra Contra

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Amostra A – estimulada e única. P33. Você é a favor ou contra, Totalmente ou em parte?

Os jovens pertencentes aos estratos de renda domiciliar per capita alta são mais for-temente contrários a que casais homossexuais adotem crianças do que os segmentos de renda inferior. Enquanto 42% dos entrevistados de segmentos ricos posicionam-se contra a adoção, são 36% dos estratos médios e 34% dos jovens de baixa renda que com-partilham essa opinião. Interessante notar que a renda não produz variação significativa entre aqueles que se declaram favoráveis a esse direito dos homossexuais.

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Vida política

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O reconhecimento da importância da política e da vida democrática se revela em dife-rentes respostas ao longo da pesquisa, inclusive na disposição de exercer o direito ao voto, mesmo quando ele ainda não é obrigatório. Quanto à participação, destacamos neste caderno de resultados a variação conforme a renda. Esta pesquisa, realizada entre abril e maio de 2013, já revela o que surpreendeu o Brasil em junho deste ano: a partici-pação e mobilização nas ruas e ações diretas são vistas como a forma mais potente para melhorar o Brasil.

A política é valorizada pela maioria dos jovens: 83% dos jovens acham que a política é muito, ou mais ou menos importante. E apenas 16% acham que a política não é nada importante. Nem sempre essa importância se traduz em envolvimento pessoal.

31. A política é importanteO valor atribuído à política cresce conforme aumenta a renda: 47% dos jovens de estra-tos de renda baixa consideram a política muito importante, opinião que é compartilhada por 56% dos entrevistados de estratos médios e por 70% dos de alta renda.

Percepção do grau de importância da política

54% 29%

16%

1%

Muito importante

Mais ou menos importante

Nada importante

Não sabe

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Amostra total – estimulada e única.P25. Em sua opinião, a política é uma coisa:

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32. Título de eleitorEssa importância dada à política se explicita no exercício do mecanismo básico de parti-cipação no sistema democrático, o voto, que tem forte adesão entre os jovens. É alta a porcentagem de jovens que tira o título de eleitor, mesmo nas faixas etárias em que essa adesão é facultativa. Isso demonstra um grau elevado de reconhecimento desse ritual de exercício da democracia, uma vez que 2/3 dos jovens tiraram (55%) ou pretendem tirar (10%) o título antes dos dezoito anos de idade.

Tirou título de eleitor, por idade

81

4015

214

3

10

5

Tem título, tirou com:

..16 anos

..17 anos

..18 anos

..19 anos ou mais

Não tem, vai tirar com 16 ou 17 anos

Não tem, só vai tirar o título com 18 ou mais

Não tem, não sabe quando vai tirar o título

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Amostra total – estimulada e única.P32. Você tem título de eleitor? (Se sim) Quantos anos você tinha quando tirou o título de eleitor? (Se não) Com que

idade você pretende tirar o título de eleitor?

No que se refere a essa questão, a variável renda produz diferenças: 91% dos jovens de renda alta possuem título de eleitor ante 83% dos de renda média e 78% dos pertencen-tes a estratos de baixa renda.

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33. Os jovens podem mudar o mundoÉ muito clara para os jovens a percepção sobre a capacidade da juventude de mudar o mundo. Cerca de nove em cada dez responderam que os jovens podem mudar o mundo, sendo que, para sete, eles podem mudá-lo muito.

Capacidade da juventude de mudar o mundo

1

8

22

69

91PODEM MUDAR

..muito

..um pouco

NÃO PODEM MUDAR O MUNDO

NÃO SABE

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra A - Estimulada.

Os jovens mais ricos mostram-se mais otimistas quanto ao potencial da juventude: 77% deles avaliam que os jovens podem mudar muito o mundo, enquanto 66% daqueles situados em estratos de renda média e 69% dos pertencentes a estratos baixos posicio-nam-se nessa direção.

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34. Valorização das formas de atuação e grau de participação

Dentre as principais formas de atuação política que devem ser feitas para ajudar o Brasil a mudar e a melhorar, cerca de 46% mencionam a participação em mobilizações de rua e outras ações diretas. Outros 45% citam a atuação em associações ou coletivos que se or-ganizam de alguma forma. Também se destacam a atuação em conselhos, conferências, audiências públicas ou outros canais de participação desse tipo (36%); a atuação pela Internet, opinando sobre assuntos importantes ou cobrando os políticos e governantes (35%) e a atuação em partidos políticos (30%).

Formas de atuação que podem melhorar as coisas no Brasil

Soma das menções

20

26

15

17

17

3

2

45

44

35

34

30

3

2

A participação em mobilizações de rua e outras ações diretas

A atuação em associações ou coletivos que seorganizam por alguma causa

A atuação em conselhos, conferências, audiências públicasou outros canais de participação desse tipo

A atuação pela Internet, opinando sobre assuntos importantes ou cobrando os políticos e governantes

A atuação em partidos políticos

Nenhuma/ nada pode ser feito (espontânea)/não participa de nenhuma

Não sabe/ não respondeu

1º lugar

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da amostra – estimulada.P27a. Em sua opinião, qual destas formas de atuação pode ajudar mais a mudar ou a melhorar as coisas no Brasil? P27b. E em 2º lugar?

Os entrevistados de estratos de renda média mencionam, em maior proporção do que os ricos, que querem fazer parte de clubes e outras organizações esportivas: são 43% deles perante 36% dos jovens dos estratos de renda alta.

Para a maioria dos jovens, o reconhecimento da participação política se afirma. Uma parte considerável dos jovens considera a importância da organização da sociedade em coletivos e movimentos sociais (44%) e em partidos (30%) para mudar e melhorar o país.

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Histórico e desejo de participação

46

20

26

54

39

15

PARTICIPA/ JÁ PARTICIPOU

NUNCA PARTICIPOU

20

26 39

15

Participa atualmente de alguma Não participa hoje, mas já participou Nunca participou, mas gostaria Nunca participou, nem gostaria

Participa atualmente de alguma

Não participa hoje, mas já participou

Nunca participou, mas gostaria

Nunca participou, nem gostaria

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Amostras A e C – estimulada. P28. Vou falar alguns tipos de associações, entidades e grupos e gostaria que você me dissesse se participa de algum

deles, seja de forma física, presencial, seja de forma virtual, pela internet. Para cada tipo de entidade ou de grupo que eu falar, diga-me, por favor, se você participa atualmente; se já participou; se nunca participou, mas gostaria, ou se nunca participou e não gostaria de participar.

No total, 46% dos entrevistados disseram participar ou já ter participado de pelo menos algum desses grupos, enquanto 54% disseram nunca ter participado de nenhum dos que foram perguntados.

Contudo, quando a pergunta é sobre o envolvimento pessoal em formas de associativis-mo e participação política ou social, temos uma resposta mais negativa. Com relação ao grau de associativismo, a maioria dos entrevistados afirmou que nunca participou nem participaria da maior parte dos tipos de associações, entidades e grupos citados. Dentre eles, destacam-se negativamente como entidades em que nunca participaram nem gos-tariam de participar: partido político (88%); entidade ou movimento por alguma outra causa, ou qualquer outro grupo (81%); cooperativa (74%); entidade ou grupo de mídias livres ou alternativas (66%); associação de defesa do consumidor (63%); grupo ou asso-ciação de trabalho voluntário não religioso (60%); entidade ou movimento em defesa de grupos discriminados (60%); associação profissional ou sindicato de trabalhadores (59%); movimento ligado a saúde, moradia, educação ou transportes (56%); socieda-de de amigos do bairro, associação comunitária ou de moradores (55%); grupo religio-so que se reúne para ações assistenciais ou políticas (55%); grupo artístico ou cultural (51%); e associação estudantil, grêmio ou centro acadêmico (50%). Os únicos tipos de grupos em que a maior parte nunca participou, mas gostaria de participar foram: grupo de defesa do meio ambiente ou ecológico (51%) e clube, associação esportiva, recreativa ou de lazer (42%).

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Participação em associações e entidades

55

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32

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7

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23

37

16

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1

1

1

Grupo religioso que se reúne para ações assistenciais ou políticas

Clube, associação esportiva, recreativa ou de lazer

Grupo artístico ou cultural

Sociedade de amigos do bairro,associação comunitária ou de moradores

Associação profissional ou sindicato de trabalhadores

Associação estudantil, grêmio ou centro acadêmico

Grupo ou associação de trabalho voluntário não religioso

Entidade ou grupo de mídias livres ou alternativas

Partido político

Grupo de defesa do meio ambiente ou ecológico

Movimento ligado a saúde, moradia, educação ou transportes

Alguma cooperativa (de crédito,serviço, consumo etc.)

Entidade ou movimento em defesa de grupos discriminados

Entidade ou movimento por alguma outra causa, ou qualquer outro grupo

Associação de defesa do consumidor

Nunca nem gostaria Nunca mas gostaria Participou antes Participa hoje

(mulheres, negros, indígenas, lgbt, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, idosos ou outro)

(música, hip hop, grafite/pichação, bandas, teatro, dança, literatura, fotografia, vídeo, cinema etc.)

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Amostra A e C – estimulada. P28. Vou falar alguns tipos de associações, entidades e grupos e gostaria que você me dissesse se participa de algum

deles, seja de forma física, presencial, seja de forma virtual, pela internet. Para cada tipo de entidade ou de grupo que eu falar, diga-me, por favor, se você participa atualmente; se já participou; se nunca participou, mas gostaria, ou se nunca participou e não gostaria de participar.

No que se refere às conferências de políticas públicas, embora sejam ainda pouco co-nhecidas entre os jovens: cerca de 8 em cada 10 entrevistados (81%) nunca ouviram falar delas. Vale ressaltar que, em se tratando de um mecanismo recente, é relevante que 18% tenham ouvido falar, embora nunca tenham participado e que 1% diz ter parti-cipado de alguma conferência.

Observando segundo a variável renda, destaca-se a maior ênfase dada pelos jovens de estratos de renda alta à “atuação pela internet” (39%) e à “atuação em conselhos, conferências, audiências públicas ou outros canais de participação desse tipo” (39%), comparativamente aos de renda baixa (30% e 33%, respectivamente). Da mesma forma, observa-se o maior destaque dado à atuação em partidos políticos pelos jovens mais po-bres, ante os mais ricos: 34% dos entrevistados pertencentes a estratos de renda baixa referem-se a estes, frente a 25% dos situados nos estratos altos.

Os jovens pertencentes aos estratos de renda alta participam, em proporção maior do que aqueles de menor renda, de pelo menos uma das formas elencadas pela pesquisa: são 33% deles ante 22% dos jovens de estratos médios e 16% dos mais pobres. Os 17 pontos per-centuais de diferença entre os extremos sociais aqui considerados se devem, sobretudo, à maior atuação dos mais ricos via internet (14% deles contra 6% dos jovens de baixa renda).

Há outras distinções visíveis a partir do recorte renda domiciliar per capita. Os mais ricos são os que mais participam atualmente de algum desses grupos. São 31% deles frente a 19% dos jovens de estratos de renda média e 17% dos de renda baixa.

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Há outras distinções visíveis a partir do recorte renda domiciliar per capita. Os mais ricos são os que mais participam atualmente de algum desses grupos. São 31% deles frente a 19% dos jovens de estratos de renda média e 17% dos de renda baixa.

Entre os entrevistados que mencionaram algum tipo de participação em algum desses grupos ou associações, essa participação foi principalmente presencial em: grupo reli-gioso que se reúne para ações assistenciais ou políticas (17%); clube, associação espor-tiva, recreativa ou de lazer (16%); grupos artísticos (13%); e sociedade de amigos do bairro, associação comunitária ou de moradores (9%). Em nenhuma das associações e grupos, a participação virtual superou a presencial.

Entre aqueles que participaram de algum tipo de associação mencionado, é muito pe-quena a presença de entrevistados que exerceram algum cargo da direção/coordena-ção/liderança nessas entidades, chegando a 4% nas associações estudantis e grupos reli-giosos, e a 2% nos grupos artísticos e nos esportivos. Esses mesmos tipos de associações foram os mais mencionados como possuindo somente jovens, chegando ao máximo de 13% dos casos nos grupos estudantis.

No que concerne à variável socioeconômica, os entrevistados de estratos de renda alta mostram-se mais envolvidos com a política do que aqueles pertencentes ao segmento de baixa renda. A título de exemplo, consideram-se politicamente participantes 7% dos jovens de baixa renda e 15% dos situados no segmento de renda domiciliar per capita alta; não gostam nem se envolvem com política 41% e 29%, respectivamente; não cos-tumam participar, mas se interessam por política 29% dos jovens de estratos de renda baixa e 41% dos mais ricos.

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Políticas para a juventude

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Temos assistido, nos últimos anos, a um aumento da visibilidade dos temas da juventude assim como do reconhecimento da necessidade de ações de governo para responder às diversas questões colocadas para esse segmento. Participando mais ativamente na enunciação das demandas e na cobrança de respostas existentes, os jovens expressam também a necessidade de aprimoramento das políticas públicas.

35. As ações do governo para a juventude

As ações de governo para a juventude no Brasil

18

8

20

53Conhecem as necessidades dos jovens, mas não fazem nada a respeito

Não sabem se os governos têm ou nãoações para a juventude

Apoiam e promovem programas e açõesvoltadas para a juventude

Não conhecem nem se preocupam com asnecessidades dos jovens

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. .Base: Total da amostra – estimulada. P34. Pelo que você sabe ou ouviu falar, os governos no Brasil:

Quando solicitados a opinar sobre a relação do governo brasileiro com as questões da juventude, a maior parte dos jovens (53%) apontou a alternativa que afirma que “os go-vernos no Brasil conhecem as necessidades dos jovens, mas não fazem nada a respeito”. Cerca de 1/5 (18%) apontou que “os governos apoiam e promovem programas e ações voltadas para a juventude” e apenas 8% dos entrevistados indicaram que “os governos não conhecem nem se preocupam com as necessidades dos jovens”. Mas ainda é signi-ficativa a parcela (20%) daqueles que responderam que não sabem nada sobre o tema. Essas respostas demonstram tanto a necessidade de dar mais visibilidade e acesso às políticas existentes quanto a necessidade de ampliar o escopo das respostas oferecidas.

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Urbano Rural 15-17 18-24 25-29 Est. baixo Est. Médio Est. Alto

Não conhecem nem se preocupam Conhecem e não fazem nada

Apóiam e promovem ações Não sabe

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: total da amostra – estimulada.P34. Pelo que você sabe ou ouviu falar, os governos no Brasil:

A porcentagem de jovens que têm a visão mais crítica, de que “os governos conhecem as necessidades dos jovens, porém não fazem nada a respeito” é maior no meio urbano que no rural (55% jovens urbanos manifestam essa opinião ante 39% dos jovens do cam-po) e cresce à medida que a renda aumenta: 46% dos mais pobres, 54% os jovens de estratos de renda média e 60% dos mais ricos posicionam-se nesse sentido.

Os melhores índices de quem considera que “os governos apoiam e promovem pro-gramas e ações voltadas para a juventude” estão entre as jovens mulheres (de 25 a 29 anos) e entre os não brancos (20% entre os pretos, 24% entre os amarelos versus 16% entre os brancos).

Já o desconhecimento sobre o tema é maior no campo e entre os mais pobres: 31% dos jovens do campo responderam não saber se os governos têm ou não ações para a juventude versus 18% dos que moram nas cidades. No mesmo sentido, os entrevistados pertencentes a segmentos de baixa renda domiciliar per capita são os que mais demons-tram desconhecer se os governos têm ou não ações para a juventude: são 23% deles ante 13% dos entrevistados de estratos de alta renda.

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Conhecimento de Conselho ou Secretaria de Juventude

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4estado

federal

município

EXISTE NÃO EXISTE NÃO SABE SE EXISTE OU NÃO

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Total da Amostra - Estimulada e única. P36a. Você sabe se existe um Conselho ou Secretaria de Juventude no seu município? P36b. E no seu estado? P36c. E no Governo Federal?

O desenvolvimento de estruturas específicas para políticas de juventude ainda é relati-vamente recente no país. A maioria dos órgãos executivos, assim como dos conselhos, foi criada após a instituição da estrutura do Governo Federal (em 2005) e atinge hoje cerca de 300 municípios (organismos gestores).

O conhecimento dessas instâncias gira em torno de 1/5 dos entrevistados: perguntados sobre o conhecimento da existência de Conselho ou Secretaria de Juventude em seu município, estado ou no Governo Federal, 20% dos jovens disseram existir um desses órgãos no município, 23% no estado e 21% sabem da existência da Secretaria e/ou do Conselho de Juventude na esfera federal. O desconhecimento é ainda muito grande: fo-ram 72%, 72% e 75% de respostas “não sei” quando questionados sobre cada instância federativa, respectivamente. Por fim, poucos responderam que tais órgãos não existem: 7% no que se refere ao âmbito municipal, 4% ao estadual e 4% ao federal.

Percebemos que a desigualdade de renda ainda tem interferência significativa no acesso ao conhecimento dessas instituições: os jovens dos estratos de renda alta, em maior medida que os demais, apontam a existência de Secretaria e/ou Conselho de Juventude no plano federal. São 28% deles frente a 21% dos entrevistados dos segmentos de renda intermediário e 19% dos mais pobres.

A idade e o gênero também produzem interferências: os homens mais velhos, em maior proporção do que o grupo mais jovem, dizem saber da existência de um Conselho de Juventude em seu município. São 23% deles que afirmam que ele existe ante 16% dos que têm entre 15 e 17 anos.

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36. Conhecimento de políticas por parte dos jovens

Para aqueles que expressaram alguma opinião sobre os governos do Brasil com relação às necessidades dos jovens, foi perguntado se conheciam algum projeto ou programa de governo dirigido para a juventude. Menos da metade (44%) alegaram ter conhecimento dessas iniciativas.

Conhecimento de algum projeto ou programa de governo dirigido à juventude

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados(as) que têm uma opinião sobre os governos do Brasil com relação às necessidades dos jovens -

Estimulada e única.P35a. Você conhece algum projeto ou programa de governo dirigido para a juventude?

Nesse quesito, o conhecimento tem a mesma inflexão que o reconhecimento da ação de governo: as mulheres entre 25 e 29 anos e os não brancos são os que mais afirmam conhecer projetos e programas para a juventude (49% das mulheres de 25 a 29 anos e 49% dos jovens que se declaram pretos).

Perguntados sobre qual programa conhecem, ainda considerando somente aqueles que demonstraram ter opinião sobre os governos do Brasil com relação às necessidades dos jovens, verificamos o destaque que alcança o ProJovem, de longe o mais citado, em res-posta espontânea: 19% dos jovens pesquisados, numa proporção que chega a quase me-tade do grupo que declara o conhecimento de algum programa (44%). Em segundo lugar vem o Prouni, com 7% de citações, e depois uma outra série de programas de educação.

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Projeto ou programa de governo dirigido à juventude1º

LUGARSOMA DAS MENÇÕES

CONHECE 44 44

ProJovem - Programa Nacional de Inclusão de Jovens 16 19

ProUni - Programa Universidade para Todos 4 7

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio 2 4

FIES - Programa de Financiamento Estudantil 1 2

EJA * 1

PRONATEC 1 1

Bolsa Escola * 1

Cursos/ oficinas profissionalizantes * 1

Mais Educação * 1

CNPQ 1 1

SISU - Sistema de Seleção Unificada * 1

Outros programas na área da educação 5 7

PETI 1 2

Jovem Aprendiz 1 2

Bolsa Família 1 2

Primeiro Emprego 1 1

CRASS/ CRAS 1 1

Programas de esporte/ incentivo ao esporte (s/e) * 1

Jovem Cidadão * 1

Ação Jovem 1 1

Menor Aprendiz * 1

Outros programas de outras áreas 7 11

NÃO SABE/ NÃO LEMBRA 1 1

NÃO CONHECE 56 56

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados(as) que têm uma opinião sobre os governos do Brasil com relação às necessidades dos jovens –

Espontânea.P35b. (Se conhece algum) Poderia citar o nome ou descrever esse projeto? Mais algum? P35c. (Para cada que conhece) Você sabe dizer se é da prefeitura, do governo do estado ou do Governo Federal?

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Percebe-se que o reconhecimento do ProJovem, programa criado em 2005 pelo Gover-no Federal com o objetivo de promover a inclusão de jovens em situação de vulnerabili-dade, faz-se com mais intensidade entre os segmentos que têm maior concentração de seu público foco. As referências ao ProJovem são mais altas ente os jovens pertencentes aos estratos de baixa renda (27% deles ante 18% daqueles com renda intermediária e 17% dos mais ricos); entre os autodeclarados pretos e pardos (23% de citações versus 12% de menções entre os brancos); entre os jovens rurais (26% de menções entre os jovens do campo ante 18% entre os da cidade). Também se mantém o destaque para as mulheres entre 24 e 25 anos de idade.

Ao lado do ProJovem, as ações de educação são também aquelas mais comumente re-conhecidas como políticas públicas e sobre as quais há, de modo geral, maior valori-zação no que há de positivo no país. No entanto, o conhecimento sobre as diferentes ações ainda é bastante desigual. Em resposta a uma pergunta estimulada sobre as ações de educação para a juventude, vemos que há três programas bastante difundidos (o Enem, o Prouni e o ProJovem), em relação aos quais mais de 85% da amostra demonstra conhecimento; um bloco de programas conhecidos pela maioria dos jovens entrevista-dos (Sisu, cotas nas universidades públicas, Fies). É, contudo, ainda pequena a parcela daqueles que dizem conhecer bem qualquer uma dessas ações, com exceção do Enem, em relação ao qual 54% da amostra demonstra bom conhecimento. Isso aponta para a necessidade de maior informação qualificada sobre os programas para ampliar o acesso dos jovens a elas.

Conhecimento de políticas de educação

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3

Programas de permanência nas universidades públicas

Programas de bônus nas provas de vestibular de universidades

Isenção de taxa de vestibular

Sisu - sistema de seleção unificada

Programas de cotas na universidade pública

Fies - programa de financiamento estudantil

Cursinhos populares

Projovem - programa nacional de inclusão de jovens

Prouni - programa universidade para todos

Enem - exame nacional do ensino médio

..conhece bem ..ouviu falar ..não conhece nem ouviu falar

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Total da amostra C – Estimulada.P57. Vou falar de algumas iniciativas na área de educação e gostaria de saber se você conhece ou ouviu falar delas.

Você conhece bem, já ouviu falar ou nunca tinha ouvido falar do?

A análise pelas diferenças de renda, situação de domicílio e cor nos revelam que a in-formação sobre os programas ainda é muito desigual. Em relação a quase todas as ini-ciativas, o desconhecimento é maior entre os jovens de baixa renda, entre os jovens do meio rural e pelos negros. O ProJovem é a grande exceção, sendo mais conhecido pelos jovens de mais baixa renda, pelos jovens do meio rural e pelos negros. As taxas de jovens

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que não conhecem nem ouviram falar do ProJovem diminuem conforme avançam as idades: 19% na faixa de 15 a 17 anos, 12% na de 18 a 24 anos e 14% na de 25 a 29 anos. E crescem conforme aumenta a renda: 9% nos estratos baixos, 14% nos estratos médios e 20% nos estratos altos. É também menos conhecido pelos jovens brancos (19%) que pelos jovens negros (11%).

O Enem é mais bem conhecido pelas mulheres (57%) que pelos homens (50%); pelos bran-cos (61%) que pelos pretos e pardos (48%); na área urbana (57%) que na área rural (37%). O Sisu é bem conhecido por 20% dos jovens na área urbana, contra por 11% na rural.

Projeto ou programa de juventude, por esfera federativa

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Entrevistados(as) que têm uma opinião sobre os governos do Brasil com relação às necessidades dos jovens –

Espontânea.P35a. Você conhece algum projeto ou programa de governo dirigido para a juventude?

A pesquisa aponta a proeminência da esfera federal no desenvolvimento de ações para a juventude, na percepção dos entrevistados. Quando se perguntou a esses mesmos jovens que esfera de governo era responsável pelos programas por eles citados, 18% responderam serem do Governo Federal, 13% do Governo do Estado, 8% associaram-nos à Prefeitura e 5% não souberam apontar qual era instância de governo responsável.

Os entrevistados que moram no campo indicaram mais o Governo Federal como res-ponsável pelos programas citados: foram 24% deles ante 17% dos jovens das cidades. O Governo Federal foi também mais citado pelos homens de 25 a 29 anos quando compa-rado com os mais jovens do mesmo sexo. Foram 20% dos mais velhos frente a 13% dos entrevistados com idades entre 15 e 17 anos que identificaram o programa mencionado à esfera federal. Quanto à variável socioeconômica, os jovens de estratos de renda alta apontam, em maior proporção do que os pertencentes a segmentos de renda média, o Governo Federal como responsável pelos projetos por eles mencionados: são 24% deles ante 17%, respectivamente.

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37. Prioridades da ação governamental Ao longo da investigação dos temas que afetam, preocupam e interessam os jovens brasi-leiros, perguntamos aos entrevistados sua opinião sobre qual deveria ser a prioridade da ação do governo para dar solução às questões da educação, do trabalho, da segurança e da saúde. As respostas dadas nos indicam como os jovens avaliam que devam ser investi-dos os recursos públicos para a melhoria das ações necessárias.

Ações para melhorar a educação

1º lugar Soma das menções

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24

Premiar as escolas que tiveram melhores resultados nas avaliações

Ampliar as cotas nas universidades para jovens negros ou que vêm de escolas públicas

Garantir a participação de estudantes e pais na definição do currículo e das avaliações

Mais programas de alfabetização para que os que abandonaram a escola voltem a estudar

Dar mais apoio material e financeiro (bolsas como o ProUni, transporte, livros, mais financiamento)

Ampliar o número de escolas técnicas e de formação profissional

Ampliar o número de vagas nas universidades públicas

Melhorar e fiscalizar a qualidade do ensino (+ horas de aula, mudar currículo, reprovação + rigorosa)

Investir na infraestrutura das escolas (laboratórios, equipamentos, quadras, bibliotecas)

Investir nos professores (salários, mais capacitação, melhores condições de trabalho)

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Amostra C – estimulada.P56. Em sua opinião, qual destas ações o governo deveria fazer em 1º lugar, para melhorar a situação dos jovens em

relação à educação? E em 2º lugar? E em 3º lugar?

Perguntados sobre as ações e que o governo deve realizar em primeiro lugar para me-lhorar a educação, 1/4 dos jovens (24%) disseram que o governo deveria investir nos professores, melhorando os salários e as condições de trabalho, assim como sua capaci-tação; 1/5 (20%) consideram prioritário investir na infraestrutura da escola. Parcelas se-melhantes de jovens responderam que o mais importante é a ampliação do número de vagas nas universidades públicas (15%) e a melhoria e maior fiscalização da qualidade do ensino (14%). Ao serem somadas as ações citadas como 1ª, 2ª e 3ª opções, a ordem de prioridades continua a mesma: investir nos professores (55%), investir na infraestrutura das escolas (46%), melhorar e fiscalizar a qualidade do ensino (39%), ampliar o número de vagas nas universidades públicas (38%), ampliar o número de escolas técnicas e de formação profissional (33%), dar mais apoio material e financeiro (28%) e mais progra-mas de alfabetização para que os que abandonaram a escola voltem a estudar (27%).

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Considerando-se as diferentes faixas etárias, observam-se variações significativas nas in-dicações dadas ao investimento na infraestrutura das escolas e à ampliação de vagas nas universidades públicas. Ambas são mais fortes nas faixas mais jovens, que são aqueles que estão vivendo de forma mais presente a experiência escolar. O investimento na in-fraestrutura das escolas foi indicado por 55% na faixa de 15 a 17 anos, 45% na de 18 a 24 anos e 42% na de 25 a 29 anos. A ampliação de vagas nas universidades públicas foi indi-cada por 41% na faixa de 15 a 17 anos, 40% na de 18 a 24 anos e 33% na de 25 a 29 anos.

Por outro lado, as taxas de indicação de melhoria e fiscalização da qualidade do ensino crescem conforme aumenta a renda domiciliar per capita: 32% nos estratos baixos, 39% nos estratos médios e 47% nos estratos altos.

Ações para melhorar a situação dos jovens no trabalho

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Outras

Emprestar dinheiro, crédito para jovens desenvolverem negócios

Oferecer orientação vocacional

Oferecer e apoiar a criação de mais estágios

Criar mais empregos

Apoiar a entrada no mercado de trabalho

Aumentar a escolaridade e a qualidade do ensino

Oferecer formação profissional

1º lugar

Soma das menções

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.Base: Amostra B – estimulada.P77. Em sua opinião, qual destas ações o governo deveria fazer em 1º lugar para melhorar a situação dos jovens no

trabalho? 1º lugarP77. Em sua opinião, qual destas ações o governo deveria fazer para melhorar a situação dos jovens no trabalho? 1º

e 2º lugares

Quando olhamos essas indicações segundo as características de cor, renda e território identificamos que a formação profissional é maior justamente entre aqueles com me-nor e pior inserção no mercado de trabalho (jovens do meio rural e jovens negros). É também mais citada pelos rapazes (65%) que pelas moças (56%) e entre os mais velhos, tendo sido citada por 66% dos jovens na faixa dos 25 aos 29 anos.

O aumento da escolaridade e da qualidade do ensino, por outro lado, são mais citados na área urbana (46%) que na área rural (39%), e as citações crescem conforme aumenta a renda domiciliar per capita: 43% nos estratos baixos, 45% nos estratos médios e 59% nos estratos altos.

As citações referentes à criação de mais empregos, ao contrário, aumentam conforme diminui a renda: 32% nos estratos baixos, 24% nos estratos médios e 20% nos estratos altos, indicando aqui que a demanda por ação governamental de suporte para a inserção

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laboral se faz mais premente entre os que sofrem maiores mais dificuldades no mundo do trabalho. No mesmo sentido, vemos que o apoio à entrada no mercado de trabalho é mais citado na área rural (48%) que na área urbana (37%); e a oferta e apoio à criação de mais estágios é mais citada pelos mais novos que pelos mais velhos: 17% (15 a 17 anos), 14% (18 a 24 anos) e 9% (25 a 29 anos).

Brancos Negros Ex. Baixo

Ex. Médio

Ex. Alto Urbano Rural

Formação profissional 32 39 36 37 34 36 40

Maior escolaridade/melhor ensino 39 30 30 34 47 34 26

Apoiar entrada no mercado de trabalho 11 13 12 12 7 12 12

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.

38. Ações para enfrentar a violênciaNo que concerne às percepções da juventude sobre como enfrentar o problema da vio-lência, os jovens entrevistados apontam a melhoria da conduta policial e a criação de políticas de apoio para os(as) jovens como as medidas mais importantes. Prevenir a vio-lência letal que afeta a juventude, como apontam os dados desta pesquisa, implica criar oportunidades de ampliação e garantia de outros direitos fundamentais para além do di-reito à segurança pública. Oportunizar educação de qualidade, trabalho decente, acesso ao esporte, lazer e cultura, ter direito à cidade, enfim, são elementos a considerar diante da demanda por políticas para prevenir a exposição dos jovens à violência. O papel das forças de segurança também é apontado pela maior parte das respostas à necessidade de políticas para enfrentar a violência. Da qualificação de policiais ao combate à má con-duta de profissionais da segurança e o investimento em policiamento comunitário são percebidos como importantes para que novas perspectivas de ampliação da segurança cidadã possam ser vislumbradas.

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39. Melhor política para enfrentar a violência no país

Ao observarmos as mesmas questões pelo recorte de renda, observamos que mais uma vez o tema da conduta dos policias aparece como o mais importante. Isso indica que, para os entrevistados, os óbitos, lesões físicas e prisões sofridas por jovens não depen-dem apenas da conduta ou comportamento do indivíduo em questão, mas também da abordagem dos agentes de polícia em relação a esses indivíduos.

Sem dúvida, a reincidência do tema em recortes diferentes mostra atenção e preocupa-ção gerais com a maneira como policiais e juventude têm se relacionado no país.

16

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Investir em penas alternativas para crimes de menor gravidade

Promoção de uma cultura de paz e resolução de conflitos

Aumentar a capacidade de repressão da polícia e o número de prisões

Investir no policiamento comunitário

Promover medidas para descriminalizar o uso de drogas

Promover o desarmamento da população

Diminuir a idade penal para que adolescentes recebam as mesmas penas que adultos

Combater a corrupção e má conduta de policiais

Investir na qualificação e condições de trabalho da polícia

Criar políticas de apoio a jovens, evitando seu envolvimento com a criminalidade

1ª lugar Soma das menções

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Base: Amostra Total A – estimulada. P150. Em sua opinião, qual destas ações o governo deveria fazer em primeiro lugar para enfrentar a violência no país?

0 10 20 30 40 50 60

Combater a corrupção e má conduta de policiais

Criar políticas de apoio a jovens, evitando seu envolvimento com a criminalidade

Investir na qualificação e condições de trabalho da polícia

Diminuir a idade penal para que adolescentes recebam as mesmas penas que adultos

Promover o desarmamento da população

Investir no policiamento comunitário

Promover medidas para descriminalizar o uso de drogas

Aumentar a capacidade de repressão da polícia e o número de prisões

Investir em penas alternativas para crimes de menor gravidade

Promoção de uma cultura de paz e resolução de conflitos

Outra ação

Est. Alto Est. Médio Est. Baixo

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ.

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O combate à corrupção e má conduta de policiais foi mais citado na área urbana (53%) que na área rural (44%), e também o foi em maior proporção pelos jovens de baixa renda que pelos mais ricos: foi citada por 49% dos jovens nos estratos baixos de renda domici-liar per capita, por 51% nos estratos médios e por 56% nos estratos altos. O investimento no policiamento comunitário foi recomendado por parcelas quase idênticas de jovens nos estratos baixos e médios de renda domiciliar per capita (26% e 27%); já nos estratos altos, esse índice diminuiu para 19%.

A promoção do desarmamento foi mais recomendada pelas jovens mulheres (32%) que pelos homens jovens (25%) indicando que a desconstrução da cultura de violência deve ter uma forte inflexão na mudança de valores quanto aos estereótipos de gênero. Inte-ressante notar que essa solução foi mais recomendada pelos pretos e pardos (31%) que pelos brancos (24%).

Por outro lado, a diminuição da maioridade penal foi mais recomendada pelos jovens brancos (40%) que pelos pretos e pardos (33%). Sua recomendação é maior conforme aumenta a renda domiciliar per capita: 29% entre os jovens dos estratos baixos, 37% entre os jovens dos estratos altos e 52% entre os dos estratos altos.

A promoção de medidas para descriminalizar o uso de drogas foi mais recomendada pelos jovens na área rural (37%) que na área urbana (25%); e mais recomendada nos estratos baixos de renda domiciliar per capita (31%) que nos estratos médios (26%) e altos (22%).

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40. Políticas de saúde No que diz respeito à percepção dos entrevistados sobre políticas de saúde voltadas para jovens, nota-se que são todas altamente valorizadas: 90% consideraram o planejamento familiar como muito importante, 99% têm a mesma percepção sobre a prevenção e/ou atendimento a doenças sexualmente transmissíveis e 98% deles atribuem grande impor-tância à prevenção e ao cuidado em relação ao consumo de drogas e álcool, enquanto programas voltados especificamente para a juventude. Esses resultados corroboram a hipótese de que se trata de três áreas em relação às quais os jovens apresentam uma particular vulnerabilidade – as áreas de saúde sexual e reprodutiva e de prevenção e cui-dado em relação ao consumo de drogas e álcool. Sabe-se que o atendimento nos centros de saúde volta-se prioritariamente para as mulheres e as crianças, e que os jovens são ainda pouco visibilizados como usuários, talvez por não oferecer respostas aos jovens em suas demandas específicas.

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5

3 97

94

90 1

2

1

Planejamento Familiar

Prevenção e cuidado em relação ao consumo de álcool e drogas

Prevenção e/ou atendimento a doenças sexualmente transmissíveis e Aids

..Muito importante ..Mais ou menos Não é importante

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. . Base: Amostra B – estimulada.P83. Vou falar algumas políticas de saúde para jovens e gostaria de saber se, na sua opinião, elas são muito importan-

tes, mais ou menos importantes ou não são importantes.

Na avaliação das prioridades, há uma manifestação bastante consistente no sentido de que o prioritário é aumentar o quadro dos profissionais no atendimento dos serviços de saúde, principalmente mais médicos. Dentre as necessidades mais urgentes aponta-das pelos jovens para os serviços de saúde, seis em cada dez entrevistados indicaram a contratação de novos profissionais como medida mais relevante, 37% mencionaram a melhoria na qualidade dos serviços e outros 15% salientaram a necessidade de investi-mento em infraestrutura.

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Prioridades para os serviços de saúde - Síntese

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5

1

2

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37

60

NÃO SABE (não me interesso por este assunto)

NENHUM (tem todos os serviços que o jovem necessita/ o que tem é o suficiente/sempre que precisei tinham todos os especialistas/ já tem plano de saúde)

OUTRAS GERAIS

SERVIÇO DE INFORMAÇÕES/ PALESTRAS (Sobre sexo/ Sobre drogas/Saúde básica/ Planejamento familiar/ Educação alimentar)

INFRAESTRUTURA (Mais equipamentos/ Ter aparelho de raio X/Mais postos de saúde/ Mais hospitais)

SERVIÇOS (Atendimento mais rápido/ Mais medicamentos grátis/ Exames)

CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAIS (Mais médicos/ Dentista/Clínico geral/Pediatra/ Ginecologista/Psicólogos)

Fonte: Agenda Juventude Brasil, 2013, SNJ. Espontânea e múltipla, em %.P82. Pensando nas suas necessidades de saúde, na sua opinião que tipos de serviços seria importante ter nos centros

de saúde que não tem atualmente?

41. Mais e melhores políticas Vale a pena notar que, em consonância com o que se verificou nas mobilizações ocorri-das durante este ano no país, os jovens entrevistados consideram a necessidade de mais e melhores políticas para a resolução dos problemas que os afetam, tanto no sentido da ampliação de repostas quanto na melhoria das respostas dadas. É interessante reparar a importância que os jovens dão aos recursos humanos como elemento central no de-senvolvimento das políticas sociais: na maioria dos temas pesquisados, as respostas com maiores concentrações referem-se ao investimento nos profissionais que atendem/li-dam com os jovens no exercício da função pública: contratação de médicos, enfermeiros e outros agentes nos serviços de saúde; melhoria dos salários e condições de trabalho e capacitação dos professores; capacitação e fiscalização da postura dos policiais.

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OBS

ERVA

ÇÕES

FIN

AIS

Os dados trazidos por esta pesquisa sobre a juventude brasileira con-firmam, em grande medida, certos traços já consolidados em diag-nósticos realizados anteriormente e tendências já apontadas por ou-tras pesquisas. Mas também levantam novas pistas, fornecidas não só por novas questões exploradas, mas, sobretudo, pela possibilidade de cruzar informações que descrevem as situações vividas com per-cepções e opiniões dos jovens, o que nos permite levantar interpre-tações para compor um panorama mais matizado sobre quem são, o que pensam e querem os jovens brasileiros e, sobretudo, pensar em respostas para compor uma agenda para a juventude para do Brasil.

O que é comum e o que é diferente, ou desigual, entre os jo-vens brasileiros? Os dados de perfil dos jovens entrevistados nos permitem perceber, por um lado, a existência de grandes traços comuns, configurando características geracionais e, por outro, situações profundamente diferenciadas, que resultam em uma multiplicidade de trajetórias que precisam ser consideradas, as-sim como em desigualdades que precisam ser superadas.

A recuperação econômica e o investimento em políticas públicas nos últimos anos alteraram significativamente a situação vivida pelos jo-vens no país, sobretudo no que diz respeito ao acesso à educação e ao trabalho e às condições para a participação nos processos sociais, culturais e políticos do país. Certas concentrações nas respostas da-das nos revelam uma geração que se destaca por ter experimentado possibilidades muito mais amplas de inclusão e de melhoria na qua-lidade de vida, dadas principalmente pelo avanço da escolaridade e na renda, em que pese a persistência de situações ainda graves de exclusão e dificuldades de acesso, como fica evidenciado na gravida-de da situação de violência que atinge jovens negros das periferias e no êxodo que marca a trajetória dos jovens do campo.

De qualquer modo, fica evidente que a presença da juventude ga-nhou peso no país, tanto pela visibilidade de suas questões quan-to pela sua participação .

Vimos, ao longo da pesquisa, como os jovens desta geração têm uma relação com a escola muito mais ampla e consolidada que os das ge-rações anteriores: a evolução é notável, tanto em termos de acesso quanto de anos de escolaridade alcançada, embora ainda longe de che-gar aos patamares desejados. Isso pode ser percebido na valorização dada à escola e no desejo de continuar a estudar, ainda que fique claro também o desejo de formação não se faz numa única direção, nem num mesmo padrão de percurso: um dos dados mais interessantes da pesquisa é que há desejo tanto de formação universitária quanto de formação profissional, que ainda não são experiências generalizadas para essa geração, indicando, nesse sentido, campos importantes para avançar na garantia dos direitos. De qualquer modo, essa ampliação é percebida como um ganho de direitos, e a possibilidade de estudar aparece como uma das coisas mais positivas hoje no país.

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O trabalho também se consolida como elemento central na vida dos jovens, compondo, na mesma medida que educação, a equa-ção fundamental por meio da qual se processa a inclusão, na tra-jetória que os jovens seguem em direção à vida adulta: não como etapas sucessivas, mas como dois longos percursos que se combi-nam, ou que os jovens procuram combinar, alterando-se o peso de um e outro elemento à medida que a idade avança. Isso se eviden-cia na condição de atividade: a grande maioria dos jovens, a partir dos 18 anos, independentemente da renda familiar, está no mun-do do trabalho, trabalhando, procurando emprego ou já vivendo a experiência do desemprego. Não por acaso, o trabalho estrutura suas expectativas e projetos de vida: é o que gostariam que acon-tecesse para se sentirem realizados e é também o que percebem que pode melhorar suas vidas. Por isso mesmo aparece como um dos principais temas tanto de interesse quanto de preocupação.

Como já se disse antes, a juventude brasileira é uma juventude trabalhadora; porém, essa condição comporta experiências pro-fundamente desiguais. Os dados recolhidos na pesquisa corrobo-ram tendências já levantadas por diagnósticos anteriores: os anos de recuperação econômoca produziram um relevante aumento da inserção e da formalidade no emprego, inclusive para os jovens. Apesar disso, a qualidade e estabilidade do emprego ainda são problemas particularmente graves para o segmento, em especial para os jovens de mais baixa renda e escolaridade, as mulheres, os negros e moradores de áreas urbanas metropolitanas. Nesse sentido, ainda há muito o que fazer para chegar ao que postula a Agenda de Trabalho Decente para a Juventude, no sentido de combinar, a partir do diálogo social, a conciliação de mais e me-lhores estudos e vida familiar com uma inserção ativa e digna no mundo do trabalho.

Outra experiência vivida por uma parcela significativa desta gera-ção é uma melhoria da qualidade de vida: a maioria dos jovens percebe sua situação social como melhor que a dos seus pais, e são bastante otimistas com relação ao seu futuro. Um dado in-teressante, revelado nesta pesquisa, é o de que a capacidade de consumo não é o elemento mais valorizado, nem o que sintetiza essa percepção de melhoria. A inclusão por meio da inserção no mercado de trabalho e das políticas educacionais são experiências igualmente importantes na estruturação dessa percepção.

Uma característica marcante desta geração, já amplamente cons-tatada e divulgada, é a intensidade de sua relação com as chama-das novas tecnologias de comunicação e informação, numa ten-dência que se acentua velozmente: quanto mais jovem, mais forte a relação com celular, computador e internet. Essas tendências já transformam os padrões de informação e comunicação entre os jovens, embora não se possa concluir que há uma substituição das formas de sociabilidade e participação.

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Infelizmente, é preciso apontar que há também uma dimensão que marca com dramaticidade a experiência desta geração, que é a violência. Além do número inaceitável de mortes de jovens (principalmente os pretos e pobres da periferia), que nos faz per-der vidas como se fôssemos um país em guerra, afeta profunda-mente os que ficam vivos: metade dos jovens já perdeu alguém próximo, na maioria das vezes outro jovem, de sua geração, de forma violenta (por acidente ou homicídio). Evidentemente, isso se revela nos assuntos que mais preocupam e que devem ser de-batidos e, consequentemente, enfrentados.

Como dissemos na introdução, a juventude brasileira é grande e diversa, e um dos primeiros recortes a ser considerado é aquele que se produz entre as diferentes faixas etárias; sempre ganhamos em compreensão quando a informação analisada é vista no contex-to de uma trajetória que compreende vários percursos: formação educacional, inserção laboral, de composição familiar, de inserção cidadã, de construção de referências, formação de valores e opi-niões, de definição do estilos de pensar o mundo e de agir nele. Desse modo, é bastante diferenciada a situação dos adolescentes, entre 15 e 17 anos, na sua grande maioria na escola e vivendo uma relação de ainda dependência dos pais, da dos jovens que, na faixa dos 18 aos 24 anos, estão já, na sua maioria, no mundo do trabalho; e, por fim, daqueles que, entre os 25 e 29 anos, estão, na sua maio-ria, assumindo as responsabilidades pela sua própria sustentação e a dos seus filhos.

Mas outras diferenças também estruturam experiências distin-tas da vivência juvenil, como o sexo (que por exemplo, configura para as mulheres ritmos distintos de transição para a vida adulta e maiores dificuldades no mundo do trabalho), cor (que ainda produz imensas desvantagens para os negros e indígenas, como na escola-ridade, no trabalho e na exposição a diversos tipos de discriminação e violência), situação de domicílio (os jovens do meio rural têm, de modo geral, maiores dificuldades de acesso às políticas públicas, incluindo a educação) e renda (que ainda é o principal revelador das desigualdades que estreitam os horizontes de inclusão e au-tonomia da juventude). Fica claro, desse modo, nos resultados da pesquisa que, apesar dos avanços notórios no sentido da inclusão, o país ainda tem dívidas estruturais históricas,, para serem supe-radas e situações específicas de exclusão e privação que atingem singularmente os jovens e que precisam ser enfrentadas.

A multiplicidade de elementos que compõem a vida juvenil e a plu-ralidade constituída pela diversidade de situações significam, em primeiro lugar, que o que diz respeito à juventude é sempre uma gama ampla de questões e não há apenas um grande tema que responda às suas necessidades. Como estabelecido no Estatuto da Juventude, sancionado em agosto deste ano (Lei 12.852, de 5 de agosto de 2013), são declarados direitos que devem ser garantidos

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de acordo com a especificidade dessa população o direito à cida-dania, à participação social e política e à representação juvenil; o direito à educação; o direito à profissionalização, ao trabalho e à renda; o direito à diversidade e à igualdade; o direito à saúde; o di-reito à cultura; o direito à comunicação e à liberdade de expressão; o direito ao desporto e ao lazer; o direito ao território e à mobili-dade; o direito à sustentabilidade e ao meio ambiente; o direito à segurança pública e o acesso à justiça.

A vida dos jovens brasileiros remete a todos esses campos Não por acaso, percebe-se uma diversidade de temas que os interessam e preocupam, embora algumas questões mantenham relevância es-pecial como o trabalho e a violência. Vale ressaltar que a visão que os jovens têm do país, seus avanços e problemas, não é universal Pudemos ver que há uma percepção de pontos positivos, como a possibilidade de estudar, a diminuição da pobreza, a democracia e a liberdade de expressão. Por outro lado, apresentam problemas gra-ves que persistem no país, como a violência, a corrupção a desigual-dade e o racismo. Há uma percepção de avanços que constroem uma experiência e uma expectativa de vida melhor; porém indicam uma série de desafios que precisam ser vencidos, como a qualida-de da educação, a oferta de formação profissional, mecanismos de inserção e garantia no trabalho, atendimento de saúde e ações de segurança que não vitimizem ainda mais os próprios jovens.

Pudemos ver também que parcela significativa dos jovens entre-vistados desenvolveu uma noção de direito associado às políticas públicas, e que a experiência vivida por essa geração se apoia tan-to na ampliação da capacidade de consumo quanto na vivência de ações e espaços públicos. Indiscutivelmente, há um crescimento da experiência de vivência democrática e da expressão da opinião sobre o uso dos recursos públicos na configuração das políticas. Os jovens apontam a necessidade de criação de mais ações de go-verno para a resolução de suas questões, e indicam prioridades, todas apontando para um alargamento da agenda de respostas e qualificação do atendimento.

Prefigurando o que o país assistiria um mês depois das entrevis-tas realizadas, com as manifestações de junho, os jovens demons-tram, por meio de várias respostas, a disposição de participar do debate e de interferir nos rumos do país. As respostas revelam o reconhecimento da importância da politica , o alto interesse de engajamento em eleições, a valorização das diferentes formas de atuação política para além dos processos eleitorais, revelado no dado que seis em cada sete jovens declaram que participam, já participaram ou gostariam de participar de coletivos e movimen-tos sociais. A pesquisa revela fortes indicativos do potencial que tem a juventude de contribuir para a transformação do país e para a oxigenação da vida democrática. Construindo uma agenda da juventude para o Brasil por mais e melhores políticas públicas.

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