“perigo de lavagem de dinheiro não é problema exclusivo da

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4409 • Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 10 PATACAS JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013 PUB “Inseparáveis” da História de Macau Centrais e Última FOTO JTM an, na Argélia, de pai francês, morto em 1914 na batalha do Marne, e de mãe de origem espan- hola: Albert Camus transformou-se no mais conhecido, lido e discutido pied noir (como se chamavam os franceses ar- gelinos), agora revis- itado em ano de cen- tenário, celebrado mais intensamente em França, mas com ecos um pouco por todo o mundo culto e em mais fugazes memórias mediáti- cas, distribuídas en- tre evocações de circunstância mui- tas e alguns ensaios bem mais sérios. A sua biografia é sobe- jamente conhecida, vivida na infância em Argel com dificul- dades, estudante li- ceal graças ao apoio do seu professor primário, Louis Ger- main, e estudante universitário mercê do apoio de um dos seus mestres de Liceu, Jean Grenier. Por Argel, licenciou- se em Filosofia, escreveu uma tese equivalente a mes- trado sobre Plotino e concluiu uma dissertação de dou- toramento sobre Santo Agostinho. Estaria fadado para uma carreira aca- démica, não fosse a tuberculose que, desde 1930, o fragilizou para sempre. Em 1935, adere ao Partido Comunista, mas rapidamente se incompatibiliza com as suas posições face ao problema argeli- no que, muito mais tarde, durante a guer- ra que estala desde 1954, vai dividir Camus mais profundamente. Por 1939, o lusofonias nº 22 | 02 de Dezembro de 2013 Este suplemento é parte integrante do Jornal Tribuna de Macau e não pode ser vendido separadamente COORDENAÇÃO: Ivo Carneiro de Sousa TEXTOS: • O Rio de Janeiro: encanto, favelas, macumba e muita paciência • No Recife: bumba-meu-boi • S. Salvador da Bahia: barroco e candomblé • De São Paulo a Iguape • A Romaria do Bom Jesus de Iguape • Porto Alegre: cidade feia, Erico Veríssimo e a decadência europeia • A Pedra que Cresce • Epílogo em actualidade Dia 10 de Dezembro: A Claridade de Cabo Verde APOIO: Albert Camus no Brasil Deputados pedem casas para agentes policiais Págs. 6 e 7 “Fashion Link” quer mais visibilidade Pág. 15 Violência marca protestos na Tailândia Pág.18 Universidade de Macau no “top 10 “ da Electrónica Pág. 14 “Perigo de lavagem de dinheiro não é problema exclusivo da RAEM” Págs 2 e 3 JOSÉ CARAPINHA EM ENTREVISTA AO JTM Suplemento Lusofonias

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4409 • Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 10 PATACAS

JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

PUB

“Inseparáveis” da História de Macau Centrais e Última

FOTO

JTM

Nasceu em 1913, em Mondovi, hoje Dré-an, na Argélia, de pai francês, morto em 1914 na batalha do Marne, e de mãe de origem espan-hola: Albert Camus transformou-se no mais conhecido, lido e discutido pied noir (como se chamavam os franceses ar-gelinos), agora revis-itado em ano de cen-tenário, celebrado mais intensamente em França, mas com ecos um pouco por todo o mundo culto e em mais fugazes memórias mediáti-cas, distribuídas en-tre evocações de circunstância mui-tas e alguns ensaios bem mais sérios. A sua biografia é sobe-jamente conhecida, vivida na infância em Argel com dificul-dades, estudante li-ceal graças ao apoio do seu professor primário, Louis Ger-main, e estudante universitário mercê do apoio de um dos seus mestres de Liceu, Jean Grenier. Por Argel, licenciou-se em Filosofia, escreveu uma tese equivalente a mes-trado sobre Plotino e concluiu uma dissertação de dou-toramento sobre Santo Agostinho. Estaria fadado para uma carreira aca-démica, não fosse a tuberculose que, desde 1930, o fragilizou para sempre. Em 1935, adere ao Partido Comunista, mas rapidamente se incompatibiliza com as suas posições face ao problema argeli-no que, muito mais tarde, durante a guer-ra que estala desde 1954, vai dividir Camus mais profundamente. Por 1939, o

lusofoniasnº 22 | 02 de Dezembro de 2013

Este suplemento é parte integrante do Jornal Tribuna de Macau e não pode ser vendido separadamente

COORDENAÇÃO:Ivo Carneiro de Sousa

TEXTOS:• O Rio de Janeiro: encanto,favelas, macumba e muita paciência• No Recife: bumba-meu-boi• S. Salvador da Bahia:barroco e candomblé• De São Paulo a Iguape• A Romaria do Bom Jesus de Iguape• Porto Alegre: cidade feia, EricoVeríssimo e a decadência europeia• A Pedra que Cresce• Epílogo em actualidade

Dia 10 de Dezembro:A Claridade

de Cabo Verde

APOIO:

Albert Camusno Brasil

Deputados pedem casas para agentes policiais

Págs. 6 e 7

“Fashion Link”quer maisvisibilidade

Pág. 15

Violência marca protestos na Tailândia Pág.18

Universidade de Macau no “top 10 “ da Electrónica Pág. 14 “Perigo de lavagem de

dinheiro não é problema exclusivo da RAEM” Págs 2 e 3

JOSÉ CARAPINHA EM ENTREVISTA AO JTM

Suplemento Lusofonias

02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Colaboradores: Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, Helder Fernando, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

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JOSÉ CARAPINHA EM ENTREVISTA AO JTM

“Actuações mais políticas do que técnicas”nas avaliações ao risco de lavagem de dinheiroO domínio do sector do jogo e o bom desempenho de Macau despoletou o alerta para o risco de branqueamento de capitais e, acima de tudo, a atenção para o nível de segurança implementado pelo regulador. José Carapinha não fala em nome do Gabinete de Informação Financeira, para onde foi destacado em 2007, mas explica do ponto de vista de um jurista que lida com a matéria de branqueamento de capitais há vários anos, os riscos que Macau corre e de onde vem, na sua óptica, tanta pressão internacional, apontando o factor político como uma das explicações para o teor das acusações que são feitas ao que se passa na RAEM, nomeadamente, pelo Congresso norte-americano

Sandra Lobo Pimentel

Macau tem vindo a sofrer pres-sões internacionais por causa do sector do jogo, nomeada-

mente, críticas de que é uma região per-meável ao branqueamento de capitais. Como avalia essas pressões e os funda-mentos apresentados?

- Penso que é muito mau e como diz o ditado, ‘quem não se sente, não é filho de boa gente’. O problema está em que, re-correntemente, o que se verifica são infor-mações colocadas em relatórios mais ou menos formais, ou em entrevistas mais ou menos ocasionais, afirmações gratui-tas e extremamente voluntariosas, que não correspondem à realidade e tentam apenas denegrir a imagem de Macau e que são próprias ou de falta de informa-ção, ou desinformação, ou, até mesmo, falta de vontade de obter informação. Naquele recente relatório do congresso norte-americano, assiste-se a dois tipos distintos. Um das pessoas que testemu-nharam e que estão mais ou menos in-formadas, que colocam algumas críticas ao sistema, mas não são tão bombásticas como as conclusões que são apresentadas no relatório, e outro do tipo de pergun-tas que são colocadas pelos comissários, eivadas de uma série de generalidades, sem fundamento, só com lugares comuns e onde o tema recorrente é que Macau já superou seis vezes as receitas de Las Ve-gas.

- Isso significa que as pessoas que prestam depoimento ou tiram conclu-sões não têm conhecimento do que se passa em Macau?

- As pessoas que prestam depoimen-to até têm conhecimento do que se pas-sa em Macau e são, por isso mesmo, co-medidas nas conclusões que tiram. Já as conclusões que depois são tiradas pela comissão, que não têm só por base os de-poimentos, mas aquilo a que chamam as ‘open sources’, ou seja, como artigos de jornais e opiniões esparsas na imprensa, não são suportadas pelos mesmos depoi-mentos. Se os analisarmos, e o relatório é público, é fácil perceber que há uma incoerência entre as duas coisas. Não sei se as perguntas que são feitas são só para consumo interno.

- Acha que se trata de uma questão política?

- Pessoalmente, não vejo muitas ou-tras razões que não essa. Se calhar tam-bém ficava incomodado, se tivesse uma jurisdição com um território com muito mais quilómetros que Macau e com qua-

se 300 casinos e estivesse a fazer um sexto das receitas no jogo. Talvez por isso este-jam a lançar o labéu da suspeição, do di-nheiro sujo e do crime organizado sobre Macau. O Secretário Francis Tam quando deixou a ideia de que havia parcialidade foi comedido precisamente pela natureza política do cargo que ocupa, porque, a meu ver, não há dúvida nenhuma.

- E por quê esta necessidade de res-ponder ao relatório?

- Começa a ser demais. É bem verdade que, regra geral, e é boa política, que paí-ses e jurisdições não comentem sobre re-latórios para consumo interno de outros. Trata-se de um relatório dirigido ao con-gresso dos Estados Unidos. Mas o proble-ma está em que, ao fim de várias acusa-ções à imagem de Macau, chega-nos mais um chorrilho. E chega-se a um ponto em que, ou se dá um basta, ou se quiserem fazer acusações ao menos tentem provar.

- Diz, portanto, que não há provas da-quilo que os norte-americanos dizem?

- Digo apenas que acho curioso que

os órgãos reguladores internacionais do branqueamento de capitais sejam, sobre-tudo, órgãos técnicos, e depois, na práti-ca, vemos actuações mais políticas do que técnicas.

- Mas não são só os relatórios que fa-zem estas acusações. Houve reportagens no estrangeiro e há pouco tempo esteve no território um especialista britânico, John Hardy, que alertou para o elevado risco por haver muita liquidez associa-da ao sector do jogo. Como especialista, concorda com esta análise do risco?

- Não é preciso ser um cientista aero-náutico para saber que indústrias como a dos casinos apresentam, de facto, riscos de branqueamento de capitais. Mas fa-lamos dos casinos, e, que eu saiba, não obstante Macau ser, indubitavelmente, líder mundial, há casinos aqui, como há em Singapura, Mónaco, Inglaterra, Esta-dos Unidos, Austrália ou Portugal. O pe-rigo está aqui como em qualquer parte do mundo. O problema está no labéu que se resolveu criar há muitos anos, de que os

casinos de Macau estão associados ao cri-me organizado, e nos outros locais não. E isso é que não pode ser. Se queremos ser honestos, o perigo de lavagem de dinhei-ro é transversal a todas as jurisdições que licenciam um casino. Não é um problema exclusivo de Macau. O que incomoda é que parece que só aqui se fazem associa-ções ao crime organizado.

- Mas os ‘junkets’ são frequentemen-te associados a essa reputação. É essa a verdade das coisas?

- Basta ler atentamente os regula-mentos administrativos que se aplicam ao primeiro licenciamento do jogo e ao licenciamento dos ‘junkets’. Acho mui-to curioso que se afirme que existe um ambiente regulatório dos ‘junkets’ displi-cente, quando o tipo de informação que um candidato tem que apresentar junto da Inspecção de Jogos quase o põe ‘nu’ em frente ao director de Jogos. E acho engraçado falar nesse relaxamento da nossa supervisão, quando esse anexo ao regulamento administrativo, não é, nem mais, nem menos, do que uma cópia dos regulamentos utilizados pela Comissão de Jogo do Nevada. Quando nestes rela-tórios nos criticam o modelo, não sei se não será uma auto-crítica.

- E a avaliação de risco que foi anun-ciada recentemente, o que pode signifi-car?

- Neste momento, em Macau, está a acontecer algo extraordinariamente im-portante que é essa avaliação. Já saíram notícias nos jornais sobre isso, uma vez que nos foram colocadas questões, mas que já levaram a algumas afirmações, al-gumas das quais, pouco abonatórias. Um dos jornais dizia qualquer coisa como, ‘13 anos depois da RAEM, é a primeira vez que é feito um estudo desta natureza’, o que me deixou incomodado. Isto porque, parece que era obrigatório fazê-lo e não foi feito, o que não é verdade. Esta obri-gação existe desde 2012, quando foi apro-vada a nova versão das recomendações da ‘Financial Action Task Force’ (FATF) e porque houve uma alteração da filosofia. Até aqui, as avaliações eram conduzidas de forma a ver se os sistemas regulatórios estavam conformes às recomendações. Agora, há 11 resultados imediatos que os sistemas têm que provar que alcançam, e o factor eficácia passa a ser o enfoque fundamental para todas as avaliações futuras. E um dos pilares fundamentais trata-se da identificação, avaliação e per-cepção do nível de risco, o que nos leva a esta avaliação.

- As outras jurisdições faziam esta avaliação?

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | LOCAL 03JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Se queremos ser honestos, o perigo de lavagem de dinheiro é transversal a todas

as jurisdições que licenciam um casino. Não é um problema exclusivo de Macau.

O que incomoda é que parece que só aqui se fazem associações ao crime organizado

- Nunca se ter feito esta avaliação não significa, de modo algum, que não se fizesse ideia dos riscos. Até aqui, a Autoridade Monetária fazia avaliações aos ban-cos, como a Inspecção de Jogos, estou em crer, também fazia aos casinos. Ou seja, tratava-se de avaliações secto-riais. Agora, em 2012, passa a ser obrigatório. Não tenho dados científicos para dar, mas creio que no mundo, não deve haver mais do que 10 países com esta avaliação de risco feita.

- Há uns meses dizia que em termos de legislação, já muito foi feito. O que falta então?

- Nas conclusões e recomendações do relatório dos EUA, diz que as reformas potenciais a levar a cabo pelo Governo de Macau deviam incluir legislação sobre congelamento de bens, que, pelo que sei, está-se a ac-tuar nesse sentido, e que se reforce as diligências sobre os clientes por parte dos casinos, que se sabe que está a ser aplicado, entre outras. Mas um dos argumentos que continuam a insistir tem a ver com os limites de apostas a partir dos quais se fazem diligências junto dos clientes. Em Macau instituímos o limite de 500 mil patacas e so-mos sistematicamente criticados nos relatórios interna-cionais, uma vez que o limite recomendado pela FATF é o mesmo que se pratica nos Estados Unidos, que até tem dois, um de três mil dólares e outro de 10 mil. Ou seja, estamos a falar de valores entre 24 mil patacas e 80 mil. Sabendo que temos 28 milhões de visitantes anuais, arriscando que 27 milhões jogam nos casinos somas que sabemos que são altas e muitas ultrapassam esses mon-tantes, teriam que ser identificados milhões de clientes. Nós sabemos qual o padrão de jogo em Macau e isto é ir-realista e temos tentado argumentar deste modo. Se com o patamar de meio milhão de patacas, a Inspecção de Jogos já está a receber centenas de milhares de relatórios, imagine-se com estes limites que são recomendados.

- Com o contínuo crescimento do jogo e dos espa-ços que vêm por aí, a regulação neste âmbito vai ter alguma dificuldade? Ou sendo as mesmas operadoras, a questão está controlada?

- Não gostava de fazer especulação sobre isso. Cabe ao Governo decidir se vai conceder mais licenças ou não. De um ponto de vista meramente teórico, já temos um quadro regulatório muito razoável, estão em curso uma série de medidas que visam o reforço desse quadro, e, partindo do princípio que o Governo não discrimina quem está e quem vem, se esse quadro for aplicado, certamente vamos ficar com um sistema adequado para todos.

- Mas o problema do risco de branqueamento de capitais não é exclusivo dos casinos. Que outras áreas apresentam risco?

Avaliador da Mongólia em 2015José Carapinha tem 50 anos, nasceu em Elvas, e está em Macau há quase 23. É jurista dos quadros da Au-toridade Monetária de Macau, onde ingressou em 1998, e foi destacado para o Gabinete de Informa-ção Financeira em 2007. Desde 2000 que começou a acompanhar as matérias relacionadas com o bran-queamento de capitais e a participar em reuniões

do Grupo Ásia Pacífico, entidade da qual Macau faz parte. Fez treino como avaliador por três vezes, ten-do depois ingressado na equipa do APG e participou em avaliações a outras jurisdições, entre as quais, a Timor-Leste. Foi recentemente convidado e autoriza-do pelo Governo da RAEM a participar na avaliação da Mongólia, que deve ocorrer em 2015.

- Este relatório fala, por exemplo, mais uma vez, do Banco Delta Ásia, que em 2007 foi isolado no contexto internacional. E mais uma vez, se desenterrou o fantas-ma do Delta Ásia, porque não houve outros dados que identificassem um risco presente e actual no sector ban-cário. Curiosamente, e a propósito de dois pesos e duas medidas, no ano passado, quando o HSBC foi accionado pelo governo de Nova Iorque por uma acção de lavagem de dinheiro para traficantes de droga e tráfico de armas, não me lembro de ter sido designado como de primeira preocupação para lavagem de dinheiro. É fácil ser for-te com os fracos, por exemplo, com um banco pequeno como o Delta Ásia, mas o HSBC, que movimenta três tri-liões de dólares por dia, se fosse designado, podia criar risco sistémico no sector bancário. Que eu saiba ainda ninguém foi levado a tribunal por causa deste caso.

- Mas quer dizer com isso que o caso do Banco Del-ta Ásia não envolveu nenhuma ilicitude?

- Foi uma caso esporádico que ocorreu há sete anos e, ao que parece, e é do conhecimento público, porque não tive envolvimento neste caso, na altura houve as-sociação a uma empresa norte-coreana que andaria a passar dólares falsos para a Coreia do Norte. Mas neste relatório já vêm dizer que era para lavagem de dinheiro de traficantes de droga. Na altura, isso não ficou expres-so. É como pegar numa arvore eventualmente doente, e diz-se que a floresta está infestada.

- E considera que a acusação tem alguma coisa a ver com o jogo?

- Curiosamente não. Teve mais a ver com a prolifera-ção de armas nucleares, problema sucessivamente asso-ciado à Coreia do Norte. Se virmos o contexto histórico em que a designação foi feita, penso que foi para colocar pressão para resolver a questão do programa nuclear. Daí que estes relatórios me levem a crer que o que está em causa é a política e não outros problemas.

- Acerca da passagem de dinheiro nas fronteiras, sa-bendo que os jogadores que vêm do Continente fazem apostas muito altas nos casinos, é normal que se ques-tione a forma como o dinheiro passa, ou não?

- É. Há várias formas de como o dinheiro passa as fronteiras identificadas no relatório, que é do domínio público e quem quiser pode ler. Mas o Governo neste momento está a actuar no sentido de controlar o fluxo de dinheiro, é um processo em curso.

- E qual é o ónus do Governo de Macau e qual o do Governo Central?

- Diria que o Governo de Macau tem que se preocu-par com o controlo à entrada e é nisso que está a actuar. Como digo, o processo está em curso para se prepararem mecanismos de controlo de transferências de capitais

através da fronteira. É óbvio que o que potencialmente vai entrar aqui, tem que sair do lado de lá, mas também há aqui, potencialmente, um mito de que há muito di-nheiro a entrar e se calhar não há assim tanto dinheiro a cruzar a fronteira, mas outros expedientes pelos quais os jogadores obtêm os valores para ir jogar.

- Mas é um tema sensível, porque se o dinheiro não passar a fronteira é a sustentabilidade da indústria de Macau que está em risco.

- Haverá mecanismos para controlar quem e o quê está a passar a fronteira. Há outra coisa que também é preciso desmistificar, porque até parece que todo o di-nheiro que se joga em Macau é dinheiro sujo. É patente o crescimento económico do lado de lá da fronteira, a emergência de uma classe média com poder de compra, o número de pessoas com esse poder que começam a aparecer nas cidades associado à apetência que os chi-neses têm pelo jogo, fazem com que o dinheiro que vem seja mais do que legítimo, sejam homens de negócios ou outros.

- A percepção das pessoas de Macau qual será? A do dinheiro sujo ou a de que há parcialidade nas avalia-ções que têm sido feitas?

- O instinto que tenho é que, tirando aqueles que, re-correntemente, têm necessidade dos seus cinco minutos de fama nos meios de comunicação social, não creio que a população tenha percepção com grande acuidade so-bre se há um problema de lavagem de dinheiro nos ca-sinos de Macau ou se há muito dinheiro a passar a fron-teira. Acho que a população vê os casinos a prosperarem e está, naturalmente, feliz porque comparticipa dos pro-veitos que estes geram. Mas ainda assim, há sectores que usam outros argumentos.

- E outros riscos? Por exemplo, a área do retalho, já que em Macau há muitas marcas de luxo, não constitui um potencial risco?

- É da responsabilidade da Direcção dos Serviços de Economia. Essas entidades, teoricamente, estão obriga-das a cumprir a lei do branqueamento de capitais, de onde, também, há obrigação de apresentarem relatórios de transacções suspeitas. Na verdade, e este é um dado objectivo, não temos recebido muitos, à excepção dos ca-sinos e dos bancos.

- Mas é ou não uma área sensível?- Penso que é uma área onde terão que ser feitos al-

guns esforços no sentido de aumentar a percepção e o alerta para as obrigações relativas ao branqueamento de capitais, no sentido de sensibilizar essas entidades, e es-perando que num futuro próximo, um maior número de relatórios comecem a chegar.

- No entanto, o regulador fica um pouco dependen-te da diligência de quem é regulado, ou seja, bancos, casinos, retalhistas.

- De facto, essa é uma das coisas mais cruéis deste sis-tema da FATF, que criou um caleidoscópio de medidas a implementar, muitas delas recaem nos governos, no sis-tema regulatório ou legislação, mas, em última análise, quem está na linha da frente do combate ao branquea-mento de capitais são as entidades que reportam. Na generalidade das vezes, tudo começa por uma operação suspeita detectada por um caixa de um banco, de um casino ou um empregado de balcão de uma joalharia. Como o sistema foi arquitectado, põe o sector privado como a longa mão dos governos no sentido de policiar potencias actividades criminosas.

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201304 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação N.° 390/AI/2013

---Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor 劉思津 (portador do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W39723XXX), que na sequência do Auto de Notícia n.° 1.1/DI-AI/2012 de 06.01.2012, levantado pela DST, por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.ºs 361-B-361-K, Edf. I On Kok, 10.° andar C e utilizada para a prestação ilegal de alojamento, bem como por despacho da signatária de 15.11.2013, exarado no Relatório n.° 455/DI/2013, de 09.10.2013, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenada a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e n.° 1 do artigo 15.°, todos da Lei n.° 3/2010. ---O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. ---Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010. ---Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.---O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. ---Direcção dos Serviços de Turismo, aos 15 de Novembro de 2013.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação N.° 399/AI/2013

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se os infractores NG HONG YI (Portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 13285xx(x)) e WU WANFANG (Portadora do Salvo-Conduto de Dupla Viagem da R.P.C. n.° W57222xxx), que na sequência do Auto de Notícia n.° 24/DI-AI/2012, de 07.03.2012, levantado pela DST e por despacho da signatária de 15.11.2013, exarado no Relatório n.° 470/DI/2013, de 31.10.2013, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório, por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 898, Edifício Amizade 4.° andar G, Ma-cau e utilizada para a prestação ilegal de alojamento. --No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. --A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 1 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. --O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. --Direcção dos Serviços de Turismo, aos 15 de Novembro de 2013.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de Turismo

Mandado de Notificação N.° 400/AI/2013

--Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor NG HONG YI (Portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 13285xx(x)), que na sequência dos Auto de Notícia n.° 24.1/DI-AI/2012, de 07.03.2012, levantado pela DST e por despacho da signatária de 15.11.2013, exarado no Relatório n.° 471/DI/2013, de 31.10.2013, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório, por quem angariar pessoa com vista ao seu alojamento na fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 898, Edifício Amizade 4.° andar G, Macau e utilizada para a prestação ilegal de alojamento.--No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito sobre a matéria constante daquele Auto de Notícia, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito. Nos termos do n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010 não é admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo. --A matéria constante daquele Auto de Notícia constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, tal facto é punível nos termos no n.° 2 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010. --O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau. --Direcção dos Serviços de Turismo, aos 15 de Novembro de 2013.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Tribunal condenou 12 pessoas por violação da lei eleitoralO Tribunal Judicial de Base condenou 12 pessoas por vio-lação da lei eleitoral para a Assembleia Legislativa, infor-mou através de comunicado, o gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai. Nas eleições le-gislativas que decorreram em 15 de Setembro do corrente ano, foram detectados 13 casos de suposta violação da lei, dos quais resultou apenas uma ab-solvição, com os restantes ar-guidos a serem condenados. Dos 12 arguidos julgados em primeira instância, 11 pratica-ram um crime de desobediên-cia qualificada, por terem usa-do nas assembleias de voto, e sem autorização prévia da Co-missão Eleitoral, equipamen-tos de telecomunicação e apa-relhos de registo e captação de imagem em fotografia ou vídeo. Desses, 10 foram con-denados a pena de multa, ten-do confessado o crime peran-te o Juiz, e um foi condenado a uma pena de três meses de prisão suspensa na sua execu-ção pelo período de dois anos, uma vez que não confessou o crime, nem se mostrou arre-pendido, refere o comunicado. O outro arguido também foi condenado a pena de três me-ses de prisão, mas substituída por 90 dias de multa, em con-sequência de ter votado com uma camisola que tinha um logótipo de uma das listas que concorriam na eleição.

CONHECIDA CLASSIFICAÇÃO DE MACAU EM FÓRUM INTERNACIONAL

Fiscalidade “maioritariamente em cumprimento”Na sexta reunião do Fórum Global sobre Transparência e Troca de informações para fins fiscais, que decorreu em Jacarta, Macau conheceu o relatório da segunda fase de avaliação, obtendo a classificação de “maioritariamente em cumprimento” do padrão internacional acordado

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ARQ

UIVODe acordo com as Normas Internacionais de Trans-

parência e Troca de informações para fins fiscais, a RAEM encontra-se “maioritariamente em cumpri-

mento”. A classificação foi conhecida na sexta reunião do Fórum Global que se realizou em Jacarta, na Indonésia, di-vulgou a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

Foi oficialmente anunciada a aprovação do Relatório da segunda fase de avaliação da RAEM, significando que o ter-ritório “atingiu, em termos legais e na execução prática, o padrão internacional acordado para a implementação da tro-ca de informações para fins fiscais”.

O certame também ficou marcado pelo arranque na adop-ção do sistema geral de avaliação para os 50 países e regiões, que inclui a RAEM, tendo classificado e comparado os res-pectivos relatórios.

Sobre o resultado obtido por Macau, obteve o segundo melhor em quatro níveis diferentes de avaliação, nomeada-mente, “em cumprimento”, “maioritariamente em cumpri-mento”, “parcialmente em cumprimento” e “em não cum-primento”, sendo determinado com base nas classificações obtidas nos vários itens analisados no relatório.

Informações divulgadas pela DSF, dão conta que, no total de 50 países e regiões avaliadas, 18 países e regiões, incluin-do a República Popular da China, a Índia, a Coreia do Sul e o Japão, receberam uma classificação geral de “em cum-primento”, enquanto 26 países ou regiões receberam uma classificação geral de “maioritariamente em cumprimento”, entre os quais se incluem algumas das principais economias mundiais, como os Estados Unidos, o Reino Unido, a Ale-manha, a Itália e o Brasil, e países ou regiões próximas da RAEM, como Hong Kong e Singapura.

Houve dois países ou regiões classificados como “par-cialmente em cumprimento” e quatro que obtiveram a pior classificação, ou seja, considerados “em não cumprimento”.

Segundo a tutela, “para além da aprovação do relatório e do resultado da avaliação obtida, vem simbolizar que a RAEM já possui capacidade suficiente, tendo já atingido o

padrão internacionalmente acordado na execução de troca de informações para efeitos fiscais, reflectindo ainda que a RAEM assumiu o compromisso na cooperação fiscal interna-cional”.

A DSF reforça que “a troca de informações fiscais é uma das importantes medidas de cooperação fiscal internacional sendo uma prioridade em termos de trabalho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)”, sublinhando que “oferece um sentido positivo para evitar a evasão fiscal internacional no âmbito da globalização econó-mica e vai ajudar a criar um ambiente fiscal justo e construir uma ordem económica internacional harmoniosa”.

Macau está a cumprir na troca de informações fiscais

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | LOCAL 05JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

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UIVOPedro André Santos

Sandra Lobo Pimentel

O anterior presidente da Assembleia Legislativa vai receber a mais alta distinção da RAEM, anunciou ontem o Governo. Na lista de 40 medalhas e títulos honoríficos constam, entre outros, Raimundo do Rosário, Amélia António, IPOR, a Comissão do Grande Prémio ou o “chef” António

RAIMUNDO DO ROSÁRIO, AMÉLIA ANTÓNIO, IPOR E “CHEF” ANTÓNIO, ENTRE OS MEDALHADOS

Lau Cheok Va recebe Grande Lótus

O Governo da RAEM anunciou ontem a atri-buição de 31 medalhas

e nove títulos honoríficos a in-dividualidades e entidades que se notabilizaram por feitos pes-soais, contributos para a socie-dade ou serviços prestados ao território.

No topo da lista surge o ex--presidente da Assembleia Le-gislativa Lau Cheok Va, que vai receber a medalha de Honra Grande Lótus, a mais alta distin-ção da RAEM.

Ho Lai Cheng, presidente honorária da Associação Geral das Mulheres de Macau, será distinguida com a Lótus de Ouro, enquanto que Lei Sio Iok, também presidente honorária da mesma associação, e Jia Rui, atleta de Wushu que ganhou três medalhas nos últimos Jo-gos da Ásia Oriental - incluindo duas de ouro - irão receber a Ló-tus de Prata.

As medalhas de Honra, com os graus de Grande Lótus, Ló-tus de Ouro e Lótus de Prata, “visam galardoar a prestação de serviços excepcionais para a imagem e bom nome, ou com grande relevância para o desen-volvimento da RAEM”.

Na lista das personalidades e instituições agraciadas com medalhas surgem ainda, entre outros, Raimundo Arrais do Ro-sário, chefe das Delegações Eco-nómicas e Comerciais de Macau em Lisboa e Bruxelas (Mérito

profissional), a Comissão do Grande Prémio de Macau (Mé-rito turístico), coordenada por João Manuel Costa Antunes, António da Conceição, dono do restaurante António (Mérito turístico), o Instituto Português do Oriente (Mérito cultural) e Amélia António (serviços comu-nitários).

Em declarações ao JTM, o director do IPOR considerou a distinção como “uma honra” e o “reconhecimento pelo trabalho que temos feito na divulgação da língua portuguesa”. “Pode ser vista também como mais um si-

nal que o Governo está atento ao IPOR e à importância da língua portuguesa no território. É tam-bém uma distinção que tem que ser repartida por todos aqueles que, ao longo dos anos, partilha-ram a sua visão na estrutura do IPOR, desde os docentes aos alu-nos, dirigentes e trabalhadores”, disse João Laurentino Neves.

“Muito orgulhoso e honra-do” manifestou-se também An-tónio José da Conceição, “chef” e proprietário do restaurante “An-tónio”. “É sinal que temos esta-do bem e temos dado um bom nome a Macau e a Portugal. Foi

uma sensação espectacular [re-ceber a notícia], não há dúvida, e que nos vem trazer maior res-ponsabilidade. É preciso não es-quecer que a medalha tem atrás toda uma equipa que trabalha aqui, bem como os próprios clientes”, sublinhou.

O JTM contactou ainda Amé-lia António, mas a presidente da Casa de Portugal em Macau re-meteu um comentário para mais tarde, por ainda não ter tido co-nhecimento oficial da atribuição da medalha.

As medalhas de Mérito vi-sam “agraciar os que se notabi-

lizem ou distingam no exercício de actividades profissionais, fomento e desenvolvimento in-dustrial, comercial e turístico, no exercício da actividade educati-va, no contributo activo em prol do desenvolvimento artístico e cultural, do bem-estar da socie-dade e de actividades filantró-picas e no domínio desportivo”. Além das instituições e indivi-dualidades já referidas, serão entregues ainda medalhas de Mérito a Leong Keng Seng, Lui Va Long (profissional), Cheong Lok Tin, Lei Chi Fong e Si Tou Tek Lam (industrial e comer-cial), Chan Chi Kwan, Yip Wai Ming Evelyn, Vong Kuoc Ieng e Choi Sok I (educativo), Dai Dingcheng e Associação dos Ca-lígrafos e Pintores Chineses (cul-tural), Ung Pui Kun (altruístico), Lau Hong Meng, Mak Chi Kun e Choi Tat Meng (desportivo).

As restantes medalhas se-rão entregues aos Serviços de Zonas Verdes e Jardins do Insti-tuto para os Assuntos Cívicos e Municipais, Cheang Mui Leng, Lam Wai Hou e Wong I Lin (de-dicação), Lou Kan Sam, Liang Baijin e Sam Weng Kan (serviços comunitários).

O Governo decidiu ainda atribuir títulos honoríficos de valor a Che Chon Seng, Wong Ka Fai, Tan Chih Wei, Iao Chon In, Chong Ka Seng, Kuok Kin Hang, Feng Xiao, Liu Qing e Cai Aolong.

A cerimónia de imposição das medalhas e títulos honorífi-cos decorrerá em meados deste mês, indicou o Governo, sem precisar uma data concreta.

Lau Cheok Va vai receber Grande Lótus pouco tempo depois de ter deixado a AL

TRIBUNAL NÃO ACEITOU OS ARGUMENTOS DA OPERADORA

Aumento de tarifas negado à Reolian O procedimento cautelar intentado pela Reolian contra o Governo para que fosse pago o aumento das tarifas inicialmente contratado não foi aceite pelo Tribunal Administrativo, que entendeu que o retardamento do pagamento não iria causar lesão grave e dificilmente reparável aos interesses e direitos da operadora de autocarros

Já é conhecida a decisão do Tribunal Administrativo (TA) que procedeu ao julgamento do procedimento cautelar de intimação para um comportamento in-

tentado pela Reolian contra a RAEM. A operadora não vai, para já, receber o aumento de tarifas que pedia, isto porque, o Tribunal entendeu que o retardamento “não iria causar lesão grave e dificilmente reparável aos inte-resses e direitos” da operadora de autocarros.

Uma comunicação do gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, esclarece que a Reolian pretendia o pagamento em 15 dias da diferença entre o preço inicialmente constante no contrato e os que se apli-

caram a partir de Junho de 2012, ou seja, um montante a rondar 36,6 milhões de patacas.

O procedimento cautelar visava obrigar o Governo a pagar os serviços prestados segundo o novo preço e intimar a praticar os actos necessários ao pagamento das respectivas facturas.

No entanto, o TA entendeu que um dos requisitos daquele instrumento legal não estava preenchido. “O Tribunal ouviu, de forma suficiente, as alegações das partes, e fez análise plena de diversos aspectos inclusive a morosidade do processo de falência e do processo ju-dicial intentados pela requerente”, lê-se.

Essa morosidade, entendeu, “não implicou à perda definitiva da sua utilidade, além disso, não houve prova de que a requerente estaria exposta ao risco de não re-

cebimento do referido pagamento por sua dificuldade financeira, e o resultado da sentença apenas resultará num eventual pagamento tardio”.

O TA disse ainda que a situação financeira da Reolian “depende de muitos factores que esta não se logrou ale-gar nem comprovar por exclusiva responsabilidade do prolongado incumprimento do dever do pagamento”, não permitindo concluir que se estivesse numa situação de perigo.

A falta de verificação deste requisito fez com que o resto do pedido não fosse apreciado, uma vez que para ser deferido um procedimento cautelar, é necessário que se verifiquem todas as condições que constam da lei, fi-cando a Reolian sem o direito ao pagamento do aumen-to, pelo menos, para já e através deste mecanismo.

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201306 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Leong Veng Chai quer que surdos-mudostrabalhem na Prisão Depois do Governo ter anunciado que vai contratar 100 trabalhadores do Nepal para o Estabelecimento Prisional, por não falarem canto-nês e assim ficarem privados de co-municar com os reclusos, o depu-tado Leong Veng Chai sugeriu na Assembleia Legislativa que estes postos de trabalho sejam ocupados por residentes surdos-mudos, pro-movendo assim o emprego entre os portadores de deficiência. “O que vou dizer pode ter um sabor discri-minatório, mas se me enganar corri-ja-me. Pode ter em conta as pessoas com deficiência para esse trabalho e assim dar-lhes mais oportunidades de trabalho”, disse o deputado. O director do Estabelecimento Prisio-nal rejeitou a ideia ao afirmar que não devem ser os civis a desempe-nhar este tipo de cargos e recordou um episódio que ocorreu antes de dirigir a Prisão, quando foi cha-mado, enquanto engenheiro, para acompanhar inspectores da Polícia Judiciária a verificar um cadáver após homicídio. “Na altura, chama-ram um trabalhador civil para levar os inspectores? Não há necessidade de ter pessoas com deficiência a tra-balhar na prisão”, disse. Já o depu-tado Ho Ion Sang mostrou-se preo-cupado com a melhoria de canais para que as pessoas surdas-mudas possam apresentar queixas quando são lesadas ou presenciam um cri-me, salientando que, hoje em dia, o fax não é o meio mais conveniente, podendo por isso o Governo consi-derar aplicações de telemóvel para permitir a denúncia escrita o mais rápido possível.

F.A.

NOVOS ATERROS PODEM SER SOLUÇÃO PARA TRAÇAR PLANO

Deputados defendem casas para agentesA atribuição de casas aos agentes da PSP poderia ser uma das principais medidas para estabilizar os profissionais daquele sector e atrair novos elementos, entendem os deputados. O Secretário para a Segurança prometeu encaminhar a sugestão para a tutela responsável pela política de habitação, mas o Hemiciclo exortou Cheong Kuoc Vá a apresentar um plano

Fátima Almeida

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GCS

No debate do segundo dia das LAG para a área da Segurança, várias vozes sopraram à mesma velo-cidade ao pedir a criação de um plano de reserva

de casas nos novos aterros para os agentes. Com a flutua-ção do mercado do imobiliário, a exigência dos deputados centrou-se na construção de habitações sobretudo para os profissionais da linha da frente, expostos a riscos.

Mak Soi Kun foi o primeiro a lançar a ideia, recupera-da pelo colega de bancada Zheng Anting, que considera que os agentes merecem mais atenção. “Muitas pessoas me disseram que desempenhar o cargo de polícia é a sua missão, mas [com esta profissão] não conseguem ter uma casa própria. Todos os dias vão para a rua e põem a vida em risco em prol da população”, afirmou o deputado, per-guntando se o governante irá incluir nas suas políticas a construção de casas para as corporações.

Ouvindo ainda a mesma sugestão de Ng Kuok Cheong, o Secretário para a Segurança foi parco em respostas, afir-mando que apenas lhe é possível cooperar com a tutela encarregue da construção de casas públicas. “Vamos dia-logar com o Secretário responsável pela política de habita-ções para que possamos apresentar a situação das nossas corporações”, afirmou Cheong Kuoc Vá.

Mak Soi Kun não ficou satisfeito com a resposta do go-vernante e alertou que esta medida iria permitir “atrair mais pessoas para a polícia”, que tem muitos profissio-nais a chegar à idade de aposentação. Pereira Coutinho também se juntou a este coro de vozes, mas a posição do Secretário não se alterou. “Se apenas atribuirmos casas no âmbito dos agentes da PSP o restante pessoal também vai ficar atento a esta questão. E, por outro lado, esta política diz respeito a outra tutela”, disse o Secretário.

Face à posição de Cheong Kuoc Vá, os deputados op-taram por sugerir que o governante gize pelo menos um plano. “Nos novos aterros, nas terras que serão destinadas

para os residentes de Macau, pode ser reservado espaço para resolver esta questão. Os agentes não estão com pres-sa, ou seja, numa situação de ‘despejo’ imediato, por isso há possibilidade de ponderar nos novos aterros. O que é preciso é ter um plano”, frisou Ng Kuok Cheong.

Já Pereira Coutinho exortou o Secretário a tomar a ini-ciativa de colocar esta questão ao líder do Governo. “Tem que pedir ao Chefe do Executivo para reservar terrenos”, disse, notando que devem também ser disponibilizadas creches para os filhos dos agentes.

Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos

NOTIFICAÇÃO EDITAL

(Convocação para a Audiência dos Interessados)

Em cumprimento do disposto no nº 2 do artigo 72º e nos termos e para os efeitos dos artigos 93º e seguintes do Código do Procedimento Administrativo, notifica-se ZHU XIAN FENG, titular do Passaporte da República Popular da China nº G53035987, para no prazo de 10 (dez) dias a contar da publicação destes éditos, comparecer na sede da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, sita na Avenida da Praia Grande, n.º 762-804, edifício “China Plaza”, 21º andar, durante o horário de expediente, a fim de dar cumprimento à audiência dos interessados, no âmbito do procedimento de Infracção Administrativa que se encontra a decorrer nesta Direcção de Serviços e no qual é interessado, em consequência da violação do disposto na alínea 1) do nº 1 do artigo 2º da Lei nº 10/2012.

Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, 27 de Novembro de 2013.

O Director,Manuel Joaquim das Neves

Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos

NOTIFICAÇÃO EDITAL

(Convocação para a Audiência dos Interessados)

Em cumprimento do disposto no nº 2 do artigo 72° e nos termos e para os efeitos dos artigos 93° e seguintes do Código do Procedimento Administrativo, notifica-se MA BEN, titular do Passaporte da República Popular da China nº E21297528, para no prazo de 10 (dez) dias a contar da publicação destes éditos, comparecer na sede da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, sita na Avenida da Praia Grande, n.º 762-804, edifício “China Plaza”, 21º andar, durante o horário de expediente, a fim de dar cumprimento à audiência dos interessados, no âmbito do procedimento de Infracção Administrativa quese encontra a decorrer nesta Direcção de Serviços e no qual é interessado, em consequência da violação do disposto na alínea 1) do n° 1 do artigo 2° da Lei nº 10/2012.

Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, 27 de Novembro de 2013.

O Director,Manuel Joaquim das Neves

Terminal Marítimo do Porto Exterior

Espaços a Ceder para Comércio

Área para ServiçosDesde 150 a 550 pés quadrados

Publicidade ÁreasDe 3 x 5 pés ou de 28 x 5 pés

Os interessados poderão contactar por e-mail: [email protected], por telefone: (853)8790-7133, por correio: Terminal Marítimo do Porto Exterior, sala 1099, Piso-1, Macau.

E ainda em pessoa para esclarecimentos e visita aos espaços acima mencionados.(Guardamos Sigilo)

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | LOCAL 07JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Questionados conhecimentos linguísticos dos polícias A deputada Chan Hong pediu ao Go-verno para apresentar dados sobre o nível de conhecimento linguístico dos agentes, mas o Secretário para a Segu-rança disse que estas informações se-riam prestadas por escrito, garantindo, para já, que é exigido aos profissionais manter conversações com os turistas de modo a dar-lhes as indicações necessá-rias. “Qual é o nível do Inglês e do Man-darim do pessoal da linha da frente. Há melhorias?”, questionou a deputada, re-ferindo-se apenas àquelas duas línguas. Cheong Kuoc Vá disse que tem havido um reforço por exemplo de tradutores e intérpretes de Chinês-Português para auxiliar o trabalho e recentemente fo-ram contratados alguns profissionais com conhecimento de Inglês.

Penas mais severas para condutores alcoolizadosO Secretário para a Segurança disse ser favorável ao agravamento das penas para a condução sob o efeito de álcool. “Na nossa opinião deve ser elevada a moldura penal e também valor das mul-tas”, referiu o governante, que mostrou ainda “abertura” para implementar um sistema de pontos acumulados devido às infracções cometidas, desde que se chegue a um consenso sobre esta medi-da já praticada noutras regiões.

Deputados querem ajudar a combater trabalho ilegalO combate ao trabalho ilegal voltou a ser um tema presente no debate com o Secretário para a Segurança. Depois de Cheong Kuoc Vá já ter afirmado que a revisão das leis para um controlo mais efectivo não é da competência da sua tutela, Ng Kuok Cheong questionou o governante sobre a possibilidade dos deputados ajudarem nesta missão so-bretudo nos casos de ilegalidade de-tectados em casinos. O Secretário pro-meteu entregar a sugestão ao grupo interdepartamental sob alçada da Di-recção dos Serviços para os Assuntos Laborais. Em reposta a questões sobre os não residentes em Macau, o gover-nante disse que por ano são repatriadas 100 pessoas.

Agentes merecemmais apoio na reformaO regime de previdência ao qual a maioria dos funcionários públicos está sujeita lançou dúvidas aos deputados por não oferecer as mesmas garantias do regime de aposentação, que actual-mente é aplicado apenas aos magistra-dos e em caso de acidente. “O regime de previdência não se aplica aos ma-gistrados porquê? Porque o regime de aposentação é melhor”, destacou Pe-reira Coutinho. “A própria Secretária para a Administração e Justiça optou pelo regime de aposentação e porquê? Porque no de previdência não há ga-rantias”, disse por sua vez Leong Veng Chai, sugerindo que outros sectores das forças de segurança integrem também o regime de aposentação. O Secretário voltou, contudo, a frisar que a elabora-ção ou eventual revisão destes regimes são da responsabilidade de outra tutela e recordou que o regime de previdência “foi aprovado na Assembleia Legislati-va e com muitos votos”.

DEPUTADOS APONTAM FALHAS AO SISTEMA DE REGALIAS

Mais regalias para travar “fugas” nas Forças de SegurançaOs deputados estão preocupados com o futuro das corporações policiais e pedem por isso que haja mais promoção de jovens profissionais para assegurar cargos de chefia que são deixados, por exemplo, por quem se reforma. Durante o debate com o Secretário para a Segurança, foi sublinhado que há fuga de agentes, porque estes não têm oportunidades suficientes

O Secretário para a Segurança avançou que este ano já foram premiados 500 funcionários da sua tutela, a maioria dos quais integram a PSP,

mas os deputados apontaram falhas ao sistema de regalias e de promoção temendo que este sector não consiga atrair novos elementos, nem substituir cargos como os de director. O abandono da profissão é outro factor que alarma os deputados. Porém, Cheong Kuoc Vá defendeu-se, enumerando a subida do montante de vários subsídios e garantindo que tem sido promo-vida a mobilidade.

“O deputado Mak Soi Kun pode ficar descansado porque temos programas de promoção para cargos su-periores e as acções de formação são sucessivas”, disse o Secretário. “Nestes últimos dois anos foram elevados vários tipos de subsídios como o dos motoristas, altas entidades e oficiais da PJ. Com isto, podemos dizer que foram já reforçadas as suas regalias” considerou.

Para Mak Soi Kun, os prémios monetários não são o único elemento fundamental para estabilizar os re-cursos humanos das forças de segurança, sugerindo que ao mesmo tempo se dê mais atenção à promoção dos jovens. “Chegou a pensar na formação dos seus sucessores? Tem de dar oportunidade aos mais jovens. Se não lhes der oportunidades vai afectar-lhes a mo-ral. Se não atribui promoções tem de aumentar os ven-cimentos, porque sem prendas nem dinheiro é difícil”, disse o deputado.

Zheng Anting concordou com o colega de bancada evidenciando que não estão a ser dadas condições su-ficientes aos profissionais da segurança. “Comparan-do com os outros funcionários públicos em geral, os polícias enfrentam mais riscos, por isso, ofereça-lhes melhores condições, porque com isso vai beneficiar a população. Não sei se ouviu as vozes do seu pessoal?”, questionou. “São necessárias mais regalias para atrair os jovens”, insistiu o deputado.

Mostrando-se preocupada com o futuro dos cor-pos policiais, a deputada Chan Hong chegou mesmo a sugerir a revisão do regime de promoção. “Há pes-soas que deixam as fileiras da PSP depois de dois anos de serviço. O desafio é cada vez maior e o trabalho de mais alto risco, ao mesmo tempo estão sujeitos a um regime disciplinar, por isso, a pressão é cada vez maior”, alertou, pedindo ainda medidas mais concre-tas para o acompanhamento psicológico dos agentes.

O envelhecimento do pessoal das corporações foi

Fátima Almeida um dos argumentos usados no Hemiciclo para mostrar que há profissionais que vão deixar a carreira para se reformar, ficando lugares em branco. “Há 16 superin-tendentes, mas nove já se vão aposentar. Há reservas para assumir este tipo de cargos?”, questionou Mak Soi Kun.

O Secretário para a Segurança atestou a veracidade dos dados do deputado, mas vincou que o tempo de serviço actualmente prolonga-se, uma vez que “seria um desperdício”, tal como acontecia na década de 80, os funcionários aposentarem-se com “48 e 49 anos”, uma vez que na Europa a idade de reforma ronda os 65 anos. Para descansar o Hemiciclo, Cheong Kuoc Vá avançou que vão integrar a corporação três intenden-tes e cinco sub-intendentes.

Olhando para o passado, o governante reconheceu, contudo, que comparativamente a Hong Kong, Ma-cau necessitou de mais tempo para preparar os seus recursos humanos após a transferência. “Os comandos superiores foram embora em 1999 e a camada média teve de ser promovida, enquanto que em Hong Kong já estava uma equipa formada para assegurar a substitui-ção”, disse o Secretário, insistindo na estratégia actual. “Tanto atribuímos prémios como sanções. Este sistema tem sempre vindo a ser cumprido. E vamos continuar as acções de formação para que haja mais promoções (…) Há mais oportunidades de mobilidade ascenden-te”, garantiu.

Segundo Cheong Kuoc Vá, a sua tutela “abriu cursos para intendentes, tendo os formandos sido integrados na formação após um processo de selecção”. Para a fre-quência de algumas acções, o exame de admissão “é fle-xível” porque “os jovens não praticam desporto e pas-sam muito tempo ao computador”, mas após oito meses de treino “os formandos têm que conseguir cumprir to-das as exigências para que sejam considerados aptos”.

Pereira Coutinho não duvida que muitas pessoas pretendem integrar as forças de segurança, mas voltou a alertar para a dificuldade dos profissionais se conse-guirem manter nos seus cargos. “Há uma perda de 100 profissionais por ano. Há uma taxa de mais de 1.000 que pretendem entrar, mas depois não se conseguem manter. Gasta-se muito dinheiro na formação, mas há uma perda contínua. Enquanto Secretário deve apre-sentar soluções ao Chefe do Executivo para evitar esta perda e reter talentos nas corporações”, frisou.

Cheong Kuoc Vá notou que há de facto um reforço de recursos humanos de 900 agentes e uma diminuição de 100, que se aposentam ou são transferidos para a Polícia Judiciária.

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Deputados exortaram Cheong Kuoc Vá a oferecer melhores condições a agentes das Forças de Segurança

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201308 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

• • • BREVES

Dono de merceariamorreu após agressãoO dono de uma pequena mercearia, localizada no cruzamento entre a Travessa e a Rua 5 de Outubro, morreu na madrugada passada após ter sido agredido por um indivíduo do Inte-rior da China, de 37 anos, que foi detido pelas autoridades. Segundo a PJ, o agressor estava alcoolizado e foi impedido de fugir por pes-soas que se encontravam no local. A vítima, um residente de 63 anos, ainda foi conduzida ao hospital público mas não resistiu aos feri-mentos.

DSAT promete entregar hojerelatório sobre autocarrosWong Wan, director dos Serviços para os As-suntos de Tráfego (DSAT), assegurou ontem que o organismo que dirige irá entregar hoje ao seu “superior” um relatório sobre as críticas feitas pelo CCAC relativamente ao modelo de autocarros. Na sexta-feira, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, disse aos jornalistas que o documento incluirá uma análise jurídica sobre o contrato de concessão do serviço de autocarros e uma comparação com o relatório do CCAC.

Burlas em casinos deixamquarteto em prisão preventiva

Quatro indivíduos da China Continental, com idades compreendidas entre 24 e 35 anos, foram colocados em prisão preventiva por alegada prática de burlas que lesaram casinos de Macau num total de 2,8 milhões de patacas. Segundo o Ministério Público, no dia 24 de Novembro, os suspeitos apostaram num casino com 523 fichas falsas, com o valor unitário de mil dólares de Hong Kong, acabando por ser detidos nas Por-tas do Cerco e confessado o crime. Entre Junho e Agosto de 2013, a rede terá usado 2.850 fichas falsas em vários casinos.

Atropelamento provocoumorte de idosa na TaipaUma mulher de 72 anos faleceu no sábado após ter sido atropelada por uma carrinha na Estra-da Governador Nobre de Carvalho, quando tentava atravessar a rua. A vítima é oriunda do Interior da China e veio visitar a família em Macau. O condutor, de 50 anos, “passou” no teste de álcool.

Fogo em toldo de casa fez soar alarme na Rua CentralOs Bombeiros foram chamados ontem, pelas 18:30, a apagar um incêndio num edifício da Rua Central, num incidente que não causou ví-timas nem obrigou à evacuação de moradores, mas condicionou o trânsito na zona. Fonte dos Bombeiros explicou ao JTM que as chamas de-flagraram num toldo colocado no exterior de uma casa, mas acabaram por ser extintas antes da chegada dos “soldados da paz”.

Jóias em ouro e relógios impulsionam importaçõesMacau exportou produtos no valor de 7,43 mil milhões de patacas entre Janeiro e Outubro, um aumento anual de 9% que não impediu um agravamento de 14% do défice comercial, uma vez que as importações subiram 13% para 65,70 mil milhões. Segundo dados oficiais, entre ou-tros bens de consumo, foram importados 7,71 mil milhões de joalharia em ouro (mais 27%), 5,03 mil milhões em relógios de pulso (mais 22%) e 2,21 mil milhões em produtos de beleza, maquilhagem e de cuidado da pele (mais 74%).

VÍTIMA VENCEU MEDO DE PERDER “BLUE CARD”

Empregada acusa patrãode assédio sexualCinco dias depois de alegadamente ter sido vítima de coacção sexual uma trabalhadora não residente denunciou o caso à polícia. O patrão não foi detido, mas terá de se apresentar ao Ministério Público

Uma empregada doméstica, de nacionalidade fili-pina, queixou-se à Polícia de Segurança Pública (PSP) de ter sido vítima de coacção sexual por

parte do patrão. A jovem, de cerca de 20 anos, disse que a queixa só avançou cinco dias depois da ocorrência do caso, porque tinha medo que o patrão cancelasse o títu-lo de identificação de trabalhador não residente (“blue card”).

De acordo com a vítima, o suspeito abordou-a en-quanto estava a trabalhar, no início da noite do passado dia 22, e perguntou-lhe se estava melhor dos problemas dermatológicos na cara. De seguida, ofereceu-se para aplicar uma pomada que resolveria o problema, acaban-do por espalhar o produto na cara e no peito da empre-gada.

Ainda segundo a jovem, o patrão não ficou por aí e mandou-a despir-se, o que a fez fugir para o quarto. No entanto, apesar da resistência da empregada, o homem terá conseguido abraçar e apalpar a jovem. A queixosa declarou ainda que, após ter empurrado o patrão, este

mostrou-lhe o órgão sexual e exigiu-lhe que tocasse nele. O caso seguiu para o Ministério Público, onde o sus-

peito se deverá apresentar pelo “próprio pé”, já que não foi detido pelas autoridades policiais.

Chantageados pelas “amigas”Noutros casos também de cariz sexual, dois residen-

tes foram burlados, através da Internet, depois de con-versarem sem roupa no “Skype”. Em ambos os casos, as vítimas conheceram as mulheres no “Facebook”.

Os vídeos das conversas “a nu” eram depois usados para chantagear os homens, com as suspeitas a exigirem o pagamento de cinco mil dólares americanos, ou seja cerca de 40 mil patacas, para evitar a divulgação pública das imagens.

Segundo a Polícia Judiciária, nenhum dos indiví-duos pagou a quantia exigida.

L.F.

Rede de prostituiçãoexplorava jovens de 16 anosAs autoridades encontraram num apartamento três jovens, incluindo duas menores, que foram atraídas para trabalhar como prostitutas em Macau

A Polícia Judiciária (PJ) dete-ve um homem oriundo da China Continental, suspeito

de ser membro de uma rede crimi-nosa, que controlava três jovens que trabalhavam como prostitutas. Duas delas têm apenas 16 anos.

Cartões de visita, aparentemente normais, espalhados nos passeios da Avenida da Amizade alertaram a PJ e levaram à detenção de um indi-víduo, de 45 anos, que os andava a distribuir.

Segundo as autoridades, o sus-peito confessou que trabalhava para um grupo criminoso do Continente Chinês que lidava com prostituição.

Com base em informações do detido, a PJ encontrou as jovens, também da China Continental, num apartamento no NAPE. As três de-clararam que foram convencidas a trabalhar em Macau, sendo que de-pois de arranjarem um lugar para viver, deveriam entrar em contacto com o grupo, para comunicar os nú-

meros de telefone e morada. De acordo com o homem deti-

do, os clientes telefonavam para o número indicado nos cartões e as chamadas eram transferidas para o Continente, onde uma pessoa ne-gociava o preço dos serviços sexuais e combinava o local. As mulheres eram depois contactadas pelo grupo, que transmitia as condições acorda-das.

Alguns dias mais tarde, outra pessoa ia buscar o dinheiro, corres-pondente a metade do total pago pelo cliente. O suspeito disse ainda que cada jovem podia render ao gru-po até 50 mil patacas por mês.

A PJ está a trabalhar em conjunto com as autoridades do Continente chinês na investigação do caso.

100 patacas por um “blue card”A PSP deteve um homem do

Continente Chinês por estar na pos-se de um “blue card” obtido com do-cumentação falsa.

O suspeito explicou que um ami-go na China Continental ofereceu--se para arranjar um documento de identificação que lhe facilitasse as vi-sitas ao território. Em troca, tinha de dar apenas fotografias e 100 patacas.

Os documentos indicam que o suspeito trabalha para uma em-presa, localizada na Rua Central da Areia Preta, como funcionário de ar-mazém e tem um ordenado de 8.000 patacas.

No entanto, a PSP descobriu que tanto a empresa como a agência de emprego estão fechadas, sendo im-possível entrar em contacto com elas. As autoridades suspeitam que sejam apenas uma fachada.

Segundo os registos, há mais dois indivíduos com “blue cards” asso-ciados à mesma empresa, pelo que se suspeita que também estes possuam aquele documento para poder vir ao território sem grandes dificuldades, e não por motivos de trabalho.

L.F.

Droga explica desmaios em dois “McDonald’s”

Funcionários do “McDonald’s” encontraram uma mulher e um homem, ambos residentes da RAEM, desmaiados nas casas-de-banho de dois estabelecimentos da cadeia de “fast-food”, na Rua do Campo e junto ao Jardim Luís de Camões. Nos dois casos, foram encontrados ao lado dos dois, no chão, instrumentos usados para consumo de droga. Os exames toxicológicos levados a cabo no Hospital Conde de São Januário revelaram a presença de metadona e morfina no organismo de ambos. Na mulher foram também detectadas heroína e midazolan, uma droga com propriedades sedativas.

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Vítima tem cerca de 20 anos

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013

Valor patrimonial do edifício da Escola Portuguesa poderá vir a ser reconhecido pela RAEM

JTM | LOCAL 09JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

CENTRO DOCOMOMO, LIDERADO PELO ARQUITECTO RUI LEÃO

Mais um pedido de classificação do edifício da Escola PortuguesaA solicitação foi formalizada junto do Governo da RAEM pelo centro de pesquisa e documentação Docomomo Macau. O presidente, o arquitecto Rui Leão, explicou que a iniciativa é independente de outras, e que há vários anos que pede atenção às autoridades da RAEM e de Portugal para o valor patrimonial do edifício da Escola Portuguesa

O centro de pesquisa e documen-tação Docomomo Macau, soli-citou ao Governo a classificação

do Edifício Escola Portuguesa de Ma-cau, a ex-Escola Comercial Pedro No-lasco.

A formalização do pedido ocorreu no final da semana passada junto do Instituto Cultural e do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, isto, na mesma semana em que se soube da intenção da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau (EPM) de avançar com um pedido da mesma natureza.

A solicitação, clarificou Rui Leão ao JTM, “é completamente independente” de outras intenções similares, no entan-to, diz ter ficado “muito contente” com o projecto da Associação de Pais, subli-nhando que “é salutar que outras enti-dades lutem pela mesma causa”.

“Tenho acompanhado a EPM e a es-trutura do edifício desde 2004”, referiu o arquitecto, assinalando que quando o ex-primeiro-ministro português, José Sócrates, visitou o território, em 2007,

Sandra Lobo Pimentel

levantou a mesma hipótese junto das autoridades e do cônsul-geral. “Sub-meti um abaixo assinado comentando a questão do valor patrimonial do edifí-cio e do risco que corria”.

Mais recentemente, houve novas

diligências. “Quando a imprensa noti-ciou que o Governo de Macau ia dele-gar a decisão sobre o destino da EPM no Governo português, escrevemos uma carta ao ministro da Educação e ao cônsul-geral em Macau e Hong Kong

levantando, mais uma vez, a questão”.Para o presidente do centro Doco-

momo, o edifício “é representativo da boa arquitectura que existe em Macau”, acrescentando que “presta-se muito a ser reaproveitado”, caso não continue a albergar a EPM e esta vir a passar para novas instalações.

O arquitecto sugere mesmo que o edifício possa, no futuro, albergar “um centro cultural e da comunidade por-tuguesa” realçando que “está muito próximo do centro e tem uma predis-posição para uso público”, condições reunidas para uma instalação dessa na-tureza.

A resposta do Instituto Cultural não se sabe quando chegará, “até porque a lei ainda não entrou em vigor”, mas a Docomomo prepara-se para fazer ou-tras solicitações. “Estamos preocupa-dos com outros edifícios e outras peças patrimoniais e vamos comunicar ao IC a nossa agenda”.

O objectivo é “sensibilizar o Gover-no” para o valor de vários edifícios do território, e Rui Leão promete ter um trabalho de documentação preparado para dar apoio para a divulgação e con-servação.

JOGO E TURISMO MANTÊM AUMENTO NOS DOIS DÍGITOS

PIB cresceu 10,5%até SetembroO crescimento da economia de Macau manteve-se nos dois dígitos até Setembro, graças sobretudo ao contributo dos sectores do jogo e turismo. O investimento do sector público caiu mais de 50% no terceiro trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) de Ma-cau aumentou 10,5%, em termos reais e homólogos, para 103.218

milhões de patacas no terceiro trimestre do ano.

De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), o cresci-mento foi impulsionado principalmente pela subida da exportação de serviços, no-meadamente no âmbito do sector do jogo (+13,3%) e de outros serviços turísticos (+8,1%).

O deflator implícito do PIB, que mede a inflação global, ascendeu 7,5% em termos anuais.

A despesa de consumo privado aumen-tou 5,3%, em termos anuais, devido, por um lado, ao crescimento do número de empre-gados e ao rendimento do trabalho e, por outro, à baixa taxa de desemprego (1,9%).

Na mesma linha, a despesa de consumo final do Governo subiu 3,4% face ao terceiro trimestre de 2012, com a remuneração dos funcionários e as compras líquidas de bens e serviços a registarem crescimentos de 1% e 6,3%, respectivamente, indica a DSEC.

A formação bruta de capital fixo - que re-

flecte o investimento - manteve-se “estável” face ao mesmo trimestre de 2012. O investi-mento realizado pelo sector privado subiu 15,1%, impulsionado principalmente pela expansão de 23,4% do investimento em construção, não obstante a queda de 12,7% do efectuado em equipamento.

Já o investimento do sector público so-freu uma descida significativa de 51,4%, graças ao decréscimo acentuado do inves-timento em construção (-57,8%), por causa da conclusão do projecto de construção da Universidade de Macau na ilha da Monta-nha no primeiro semestre. Por outro lado, o investimento em equipamento do Governo aumentou 67,8% em termos anuais.

A DSEC informou ainda que o cresci-mento da exportação de mercadorias de-sacelerou para 6,8%, em termos anuais, por oposição à importação que se expandiu 16,2%, devido sobretudo a acréscimos da despesa de visitantes, do consumo priva-do e do investimento também privado em construção.

Nos três primeiros trimestres do ano o PIB também cresceu 10,5%, em termos reais, relativamente ao mesmo período de 2012.

ACIDENTE DE FERRY CASOU 85 FERIDOS

Lixo flutuante investigado pelas autoridadesO acidente com um ferry que fazia a travessia entre as RAE’s na madrugada de sexta-feira, voltou a levantar a questão do lixo que flutua nas águas do Delta. A bordo seguiam 105 passageiros, 85 dos quais ficaram feridos, dois com gravidade

Na madrugada de sexta--feira, pouco depois da uma da manhã, um ferry

que fazia a travessia entre Macau e Hong Kong embateu contra um ob-jecto desconhecido ao largo da ilha de Hei Ling Chau. A bordo estavam 105 passageiros, e o acidente resul-tou em 85 feridos, entre os quais, 16 de Macau, 51 de Hong Kong e 18 de outros locais, incluindo uma portu-guesa.

A Shun Tak, empresa responsá-vel, emitiu um comunicado garan-tindo que o veículo teria comple-tado recentemente a revisão anual, tendo sido encaminhado para as au-toridades marítimas de Hong Kong para investigação ao acidente.

A imprensa da região vizinha noticiou que o objecto no qual o ferry embateu não foi até agora en-contrado, mas o governo local está a tomar medidas para prevenir que acidentes similares venham a ocor-rer.

A questão do lixo flutuante vol-

tou, assim, a estar na ordem do dia, e alguns peritos locais dizem que as águas onde o acidente ocorreu sofrem desse problema, com todo o tipo de objectos difíceis de identificar no escuro da noite e a uma distância de segurança, lembrando que o ferry não conseguiria dar uma resposta rá-pida caso avistasse o objecto.

Depois da ocorrência, o Gover-no de Macau destacou pessoal para Hong Kong para prestar assistência. Em comunicado, a Direção dos Ser-viços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA, antiga Capitania dos Portos), informou ter enviado, a par com o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo, pessoal para prestar ajuda aos 16 residentes de Macau feridos.

Também o cônsul-geral de Por-tugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, se inteirou da situação, uma vez que, disse à agência Lusa, uma cidadã portuguesa ficou ferida ligei-ramente no acidente.

S.L.P. com agências

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Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201310 JTM | PUBLICIDADE

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | LOCAL 11

12 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013

ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES JÁ COMEÇOU

“Este é o núcleo onde nos juntamos e a cultura se fortalece”Centenas de representantes da diáspora estão no território para mais um Encontro das Comunidades Macaenses. A sessão de boas-vindas, realizada sábado na Escola Portuguesa, possibilitou muitos reencontros entre amigos e familiares

Descobrir as raízes, reencontrar amigos, visitar fa-miliares ou simplesmente conviver. Cada uma das mais de 800 pessoas que participam no Encontro

das Comunidades Macaenses deste ano traz um progra-ma próprio para cumprir mas, no conjunto, o significado do evento, diz Nuno Prata da Cruz, macaense radicado nos Estados Unidos, é o de “fortalecer uma cultura” que de outra forma “provavelmente desapareceria”.

“Macau, como dizem os americanos, é o ground zero, é a nossa raiz. Sem os Encontros, pouco a pouco eu creio que a cultura macaense se iria dissipando. É muito im-portante manter este ground zero, um centro, um núcleo onde nos juntamos e onde a cultura se fortalece”, afirma o antigo presidente do Lusitano Club da Califórnia, defen-dendo que os Encontros deviam realizar-se todos os anos e não de três em três como acontece agora.

A edição de 2013 arrancou no sábado, com uma sessão na Escola Portuguesa que marcou a chegada dos partici-pantes, provenientes das comunidades macaenses radi-cadas na Austrália, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Por-tugal e em Hong Kong. Para muitos, a participação nos Encontros é já um ritual de muitos anos. Joseph A. Chen é vice-presidente do Macau Club de Toronto e participa no Encontro desde “meados dos anos 90”. Em 1968, com 12 anos de idade, saiu de Macau na companhia do pai em direcção ao Canadá, onde ainda vive. Depois de um afas-tamento que durou vários anos, diz que foi por causa dos Encontros que começou a saber “mais sobre a história” dos familiares, “onde viviam, como viviam” e “porque deixaram Macau”.

“Os Encontros são uma grande oportunidade que as pessoas de Macau que estão no estrangeiro têm. Todos saíamos há muito tempo e é sempre bom voltar às ori-gens”, declara. Este ano veio sozinho mas há três anos esteve acompanhado pela filha, que pela primeira vez conheceu Macau. “Para mim teve um grande significa-

Roque Rosa Branco, vice-presidente da Casa de Macau em São Paulo “Vivo no Brasil há mais de 50 anos e já não vinha a Macau há seis. Nos Encon-tros juntamo-nos com os amigos que não vemos há muitos anos. É preciso convi-ver e dar vida a amizades que continuam

apesar da distância que nos separa. É mesmo para ma-tar saudades. (…) Macau está feio. No nosso tempo era bem mais bonito. Era só casinhas e praticamente não tinha prédios. Havia dois prédios em Macau inteiro, um de sete e outro de 10 andares. Muita coisa melhorou, mas nesse aspecto de urbanismo, sinceramente acho que ficou pior. Macau era igual a uma aldeiazinha do interior de Portugal, as casinhas eram idênticas. Senta-va-me na esquina da rua a comer chao fan ou chao min, sentado na rua mesmo. Hoje nem parar posso, senão levo trombada na hora. (…) Para mim, o Liceu Nacional

Infante D. Henrique é dos sítios mais especiais em Ma-cau, que foi onde estudei. Mas também gosto muito da Igreja de S. António, onde fui baptizado”

Maria Roliz, presidente do Lusitano Club da Califórnia“No nosso Clube desenvolvemos sobre-tudo actividades culturais e desportivas, tentamos cativar os mais jovens e inte-ressá-los pelas actividades que desenvol-vemos. As actividades desportivas que

organizamos são muito relacionadas com a cultura por-tuguesa e Americana. (…) Muitos jovens do nosso clube sentem-se macaenses de alguma forma, embora já tenham nascido nos EUA. Culturalmente são americanos, mas à medida que vão crescendo e chegam aos trinta e poucos querem começar a saber mais sobre a sua herança fami-liar e cultural. Por isso, tentamos levá-los a eventos onde

conhecem pessoas mais ou menos com as mesmas idades para que possa haver maior ligação entre eles”

Iana Assumpção, directorasociocultural e desportivada Casa de Macau no Rio de Janeiro“Não é fácil muitas vezes chamar os jo-vens para participar nas nossas activi-dades, como cursos de mandarim ou de culinária macaense. Muitos deles são fi-

lhos e netos de pessoas que nasceram em Macau e foram para o Brasil há muitos anos. Eu nasci no Brasil e moro lá, mas considero-me muito macaense, porque vivo a cultura de Macau na minha casa. Acho que não são só macaenses os que nascem e vivem em Macau. Há muita gente na diáspora que ama Macau e que faz por merecer fazer parte desta cultura, que a promove. São macaen-ses também, mesmo não tendo nascido aqui. Amo muito

Vozes da Saudade

do e ela também gostou muito. Esteve aqui com jovens de todo o mundo e julgo que foi uma descoberta para ela também”, conta.

Silvana Assumpção, presidente da Casa de Macau do Rio de Janeiro, nasceu no Rio e o pai é de Macau. Diz que vem aos Encontros sempre com a ideia de “rever mem-bros da família e de conviver”. No Brasil, a comunidade macaense “já foi maior” mas ainda assim a Casa que di-rige conta ainda com cerca de “70 sócios”. “Organizamos encontros e convívios mensais, muito dedicados à gastro-nomia Macaense. É mais uma forma de as pessoas se reu-nirem e comunicarem porque às vezes mesmo estando na

mesma cidade não conseguimos estar juntos muitas vezes “, conta, acrescentando que vem “todos os anos a Macau”, “uma ou duas vezes por ano”.

Edite Lopes saiu do território em 1979 em direcção a Portugal para trabalhar no Gabinete de Macau em Portu-gal. Hoje vive metade do ano em Macau e a outra metade em Portugal. Garante ficar “impressionada de cada vez que aterra no território”. “Macau realmente mudou muito, era uma cidade pacata mas agora é uma cidade super desenvol-vida, com muitos turistas, no nosso tempo não havia estes belos hotéis que existem hoje. Era muito diferente”, garante.

Actualmente, Edite Lopes faz parte da direcção da

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | LOCAL 13JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES JÁ COMEÇOU

“Este é o núcleo onde nos juntamos e a cultura se fortalece”Centenas de representantes da diáspora estão no território para mais um Encontro das Comunidades Macaenses. A sessão de boas-vindas, realizada sábado na Escola Portuguesa, possibilitou muitos reencontros entre amigos e familiares

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conhecem pessoas mais ou menos com as mesmas idades para que possa haver maior ligação entre eles”

Iana Assumpção, directorasociocultural e desportivada Casa de Macau no Rio de Janeiro“Não é fácil muitas vezes chamar os jo-vens para participar nas nossas activi-dades, como cursos de mandarim ou de culinária macaense. Muitos deles são fi-

lhos e netos de pessoas que nasceram em Macau e foram para o Brasil há muitos anos. Eu nasci no Brasil e moro lá, mas considero-me muito macaense, porque vivo a cultura de Macau na minha casa. Acho que não são só macaenses os que nascem e vivem em Macau. Há muita gente na diáspora que ama Macau e que faz por merecer fazer parte desta cultura, que a promove. São macaen-ses também, mesmo não tendo nascido aqui. Amo muito

mais Macau do que o Brasil. Gosto muito da gastronomia e gosto muito do Patuá”

Elsa Nogueira, membro da Casa de Macau na Austrália“Tenho 72 anos e vim com o meu marido australiano ao Encontro. Trouxe uma fo-tografia da década de 50 onde estou eu e outros amigos da altura. Gostava de tentar encontrar algumas pessoas que estão na

imagem e que já não vejo há muitos, muitos anos. Éramos todos alunos do Seminário, do Liceu e da Escola Comercial. Tínhamos entre 18 e 20 anos e mais tarde acabaríamos por sair de Macau para o Brasil, para a América, para o Canadá. Fui para a Austrália onde vivo há 46 anos. (…) Gosto de vir ao Encontro porque dá-me um prazer imenso ver algumas caras que ainda tenho frescas na minha memória de quan-do tinham 17 ou 18 anos”.

mesma cidade não conseguimos estar juntos muitas vezes “, conta, acrescentando que vem “todos os anos a Macau”, “uma ou duas vezes por ano”.

Edite Lopes saiu do território em 1979 em direcção a Portugal para trabalhar no Gabinete de Macau em Portu-gal. Hoje vive metade do ano em Macau e a outra metade em Portugal. Garante ficar “impressionada de cada vez que aterra no território”. “Macau realmente mudou muito, era uma cidade pacata mas agora é uma cidade super desenvol-vida, com muitos turistas, no nosso tempo não havia estes belos hotéis que existem hoje. Era muito diferente”, garante.

Actualmente, Edite Lopes faz parte da direcção da

Casa de Macau em Portugal e defende que os Encontros têm um papel importante a cumprir no “fortalecimento” da cultura macaense. “Mas é também uma altura para po-dermos conviver com os nossos conterrâneos que saíram há muitos anos para todo o mundo e que podemos reen-contrar aqui, e reviver todas as memórias e o tempo que estivemos separados”, conta.

Uma das maiores comunidades macaenses no estran-geiro é a que se encontra radicada nos Estados Unidos. Maria João da Cruz, vice-presidente do Lusitano Club da Califórnia, conta que a instituição tem cerca de 800 mem-bros, desenvolvendo várias actividades como “cursos de gastronomia, actividades desportivas e cursos de lín-guas”. “Essas actividades permitem que os pais venham e que tragam os filhos para começar a introduzi-los na cultura macaense. Principalmente por volta dos 30 anos, muitos destes jovens casam-se e querem mostrar aos fi-lhos a cultura deles, a cultura dos avós e dos bisavós. E o nosso clube é formado assim: unindo toda a família”, ex-plica, acrescentando que os Encontros de Macaenses são quase já um “ritual”.

Pedro Almeida, membro da Casa de Macau do Rio de Janeiro, salienta que aproveita os Encontros sobretudo para “rever amigos de infância, da escola e do Liceu” e outros locais que fizeram parte da sua juventude em Ma-cau, onde viveu até 1969. “Gosto muito do Farol da Guia e da Nossa Senhora da Penha. Antigamente conseguiam-se ver estes monumentos de muitos locais de Macau, mas hoje infelizmente é só prédios”, lamenta.

A edição deste ano do Encontro das Comunidades Ma-caenses prolonga-se até ao próximo sábado. Para hoje está marcada, às 11:00, uma cerimónia junto ao Monumento da Diáspora Macaense e um debate sobre a “Identidade Macaense”, pelas 15:00, no auditório do Secretariado Per-manente do Fórum, no edifício “FIT Centre”.

A.J.

MOM

ENTOS

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201314 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

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TRÊS ARTIGOS ACEITES PARA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

Universidade de Macauno “top 10” da ElectrónicaA Universidade de Macau está entre as 10 universidades do mundo com maior número de artigos científicos aceites para as “Olimpíadas da Electrónica”

Três artigos científicos basea-dos no excelente desempe-nho de circuitos integrados

na linha da frente da tecnologia microelectrónica, que foram pro-jectados por professores e alunos de doutoramento da Universida-de de Macau (UM) e se destinam a aplicações inovadoras e origi-nais na área das comunicações sem-fios, foram aceites para apre-sentação na 61ª edição da “IEEE International Solid-State Circuits Conference – ISSCC 2014”, que se realizará em Fevereiro de 2014, em São Francisco, nos EUA, e deverá contar com a presença de mais de 3.000 representantes de instituições académicas e indus-triais.

Referindo que esta confe-rência é reconhecida como as Olimpíadas da Electrónica, a UM sublinhou que estará en-tre as 10 universidades de topo a nível mundial em termos do maior número de comunicações apresentadas, ombreando com prestigiadas instituições, como a Universidade de Michigan, “Ko-rean Advanced Institute of Scien-ce Technology”, “Massachusetts Institute of Technology”, e as Universidades da Califórnia, em Berkeley e Los Angeles (UCLA),

entre outras.“Considerando a contribuição

em termos do primeiro autor dos artigos, a UM, com três comuni-cações, encontra-se no primeiro lugar entre todas as universi-dades da China Continental, de Hong Kong e Macau, e no quar-to lugar entre universidades de toda a Ásia”, acrescentou a UM, em comunicado.

Os três artigos da UM foram desenvolvidos por três douto-randos, Yan Zushu, Lin Zhi-cheng e Lin Fujian, orientados pelo Prof. Elvis Mak Pui-In, Prof. Matthew Law Man-Kay e Prof. Rui Martins, tendo ainda a colaboração do Prof. Franco Ma-loberti, os quais desenvolvem a sua actividade científica no La-boratório de Referência do Es-tado em Circuitos Analógicos e Mistos em Muito Larga Escala e na Faculdade de Ciências e Tec-nologia, da UM.

“Estas verdadeiras Olimpía-das da Electrónica seleccionam os artigos com um critério ex-tremamente rigoroso, tendo sido aceites apenas 206 comunicações para o ISSCC 2014, pertencendo metade a trabalhos apresentados pela indústria de ponta em elec-trónica”, frisa a mesma nota.

24 CASOS DE INFECÇÃO REGISTADOS ATÉ OUTUBRO

Informar para prevenir na luta contra a SidaO Dia Mundial de Luta contra a Sida foi ontem celebrado em Macau com uma campanha de prevenção realizada por cerca de duas dezenas de pessoas. Entre Janeiro e Outubro deste ano foram registados 24 novos casos de infecção

Um grupo de cerca de duas dezenas de pessoas esteve ontem à noite nas zonas do Largo do Senado e Porto

Interior a interagir com residentes no âmbito da celebração do Dia Mundial de Luta contra a Sida.

Durante a iniciativa, foram entregues pacotes com preservativos, lenços e folhetos informativos sobre a doença, bem como o habitual lanço vermelho, símbolo de solida-riedade e o comprometimento no combate da doença.

“Todos os anos organizamos actividades para aproximar as pessoas, e explicar um pouco mais sobre o HIV e a discriminação que existe. O objectivo é espalhar mais in-formação às pessoas, é bastante importante porque em Macau ainda existe a discrimina-ção do HIV. É uma zona de muita prostitui-

Pedro André Santos ção e com problemas de droga, e é bastante importante divulgarmos mais informação”, disse ao JTM Luís Carvalhais, coordenador de departamento de redução de danos da Associação de Reabilitação de Toxicodepen-dentes de Macau (ARTM).

A organização, recorde-se, foi distin-guida recentemente nos prémios “Business Awards” vencendo na categoria dedicada a organizações não-governamentais. “O que nos dá prazer é que há reconhecimento por parte da sociedade que nós existimos, e que o nosso trabalho começa a ter resultados e começa a ser aceite pela população. Acho que isso é o mais importante”, concluiu Luís Carvalhais.

De acordo com os Serviços de Saúde, entre Janeiro e Outubro deste ano foram re-gistados 24 novos casos de infecção no ter-ritório, números ainda preocupantes mas inferiores aos do período homólogo de 2012 (26 casos). Dos casos registados este ano, 13 envolvem residentes.

Voluntários distribuíram informações sobre a Sida

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Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | LOCAL 15JTM | LOCAL 15JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

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Susana Diniz

MARATONA INTERNACIONAL DE MACAU

Vitória queniana em tempo recordeNuma prova dominada por quenianos, Julius Maisei venceu ontem a Maratona de Macau com uma marca recorde. No escalão feminino, a vitória pertenceu a uma atleta da Coreia do Norte e na Meia Maratona dois portugueses subiram ao pódio

O queniano Julius Maisei venceu a 32ª edição da Maratona Interna-cional de Macau com o tempo de

2:12.43 horas, batendo assim o recorde es-tabelecido em 2011 pelo compatriota Ste-phen Chemlany (2:12.49 horas). O pódio voltou a ser dominado por quenianos, com Julius Kiprono Mutai e Elijah Mwa-niki Mbogo a conseguirem o segundo e terceiro lugares.

Já o português Bruno Fraga terminou em 12º lugar, cumprindo os 42,19 quiló-metros em 2:24.59 horas, atrás de nove quenianos e dois norte-coreanos. Além de Bruno Fraga, só outro atleta lusófono terminou entre os 15 primeiros, o brasi-leiro Eliesio Miranda da Silva (14º).

Na prova feminina, venceu a norte--coreana Mi Gyong Kim, que superou as quenianas Purity Kimetto e Matebo Che-misto. Entre as 15 primeiras ficou apenas uma atleta lusófona, a brasileira Luciclei-de Gabriel de Assis (10º).

Na Meia Maratona dois portugueses subiram ao pódio. Miguel Ribeiro foi segundo na prova masculina e Elisabete Lopes, vencedora do ano passado, ga-rantiu um terceiro lugar. Miguel Ribeiro cumpriu os 21 quilómetros em 1:06.27 horas, tempo próximo do seu recorde, tendo sido apenas superado pelo quenia-no Silas Muturi Gichovi (1:04.36), seguin-

do-lhe, em terceiro, o também queniano John Lorira. Elisabete Lopes terminou atrás das quenianas Edinah Koech e Nao-mi Muriuki.

“Fiquei próximo do meu recorde pessoal, deu para ver que estou bem, o clima não dificultou grande coisa, ape-sar do vento, foi bom”, disse Miguel Ri-beiro à agência Lusa no final da corrida,

que marcou a sua estreia em Macau. Ao salientar que “fez-se sentir sobretudo o vento e a humidade nem tanto”, o atleta considerou que “a temperatura estava boa” e que, por isso, teve as “condições ideais para fazer uma boa prova” na qual diz ter superado as expectativas “em ter-mos de tempo” e cumprido o objectivo de “ficar entre os cinco primeiros”. Em

Macau, acrescentou, “só falta uma coisa, o público, mas também se deve à hora da prova”, que começou às 05:30.

Por sua vez, Elisabete Lopes disse que a “prova correu bem e que o [seu] objecti-vo, que era o pódio, está cumprido”.

Fernanda Ribeiro, que chefiou a de-legação portuguesa em Macau, consi-derou que a participação da comitiva foi positiva. “O tempo esteve excelente, foi a primeira vez que estive em Macau sem calor e humidade e isso ajudou os nossos atletas, por isso, acho que correu tudo muito bem e quero dar os parabéns a Macau por organizar esta competição há tantos anos e por nos convidar, por-que acho que é muito importante estar-mos aqui”, disse.

Para o ano, Fernanda Ribeiro garante que, se for convidada, voltará a Macau, mas para correr.

Os três melhores classificados da Ma-ratona de Macau têm direito a 20.000, 8.000 e 5.000 dólares americanos, respec-tivamente, sendo que o total de prémios atingiu 187 mil dólares. Porém, graças à excelente marca, Julius Masei conquistou também os prémios Recorde e o Bónus, arrecadando um total de 35 mil dólares.

A Maratona juntou cerca de mil atle-tas, mas no conjunto das três provas (ma-ratona, meia e mini), registaram-se 6.000.

MODA VOLTOU A LEVAR “GLAMOUR” AO ALBERGUE

“Fashion Link” ambiciona mais visibilidadeO Albergue SCM acolheu mais um desfile do “Macau Fashion Link”, evento que pretende ajudar designers a desbravar mercados no Continente chinês, sudeste asiático e países lusófonos

A terceira edição do desfile “Macau Fashion Link” encheu o pátio do Al-

bergue de beleza e “glamour”, no sábado à noite. Na edição deste ano, o espectáculo contou com a presença de designers de Macau, China Continental, Por-tugal, Angola e Moçambique, o que se insere nos objectivos do evento no sentido de promover as indústrias criativas locais, apoiar a cooperação com a pro-víncia de Guangdong e promo-ver as relações entre Macau e os países lusófonos.

Em declarações ao JTM, Ma-nuel CS - criador da marca “Li-nes Lab” em parceria com Clara Brito - sublinhou a importância do “Macau Fashion Link”, de-signadamente por “potenciar as

ligações com estes criativos”. Quanto a projectos futuros,

Manuel CS disse estar sempre atento às ofertas existentes em Macau e espera que a próxima edição do evento promovido pelo Albergue SCM conquiste eficácia, tanto na vertente co-mercial como promocional.

Para o próximo ano, o cria-dor acredita que a iniciativa poderá contar com um formato um pouco diferente, mas “sem-pre com estas linhas principais de acção e com intenção de estar vivo e continuar”.

Manuel CS pretende ainda que as marcas possam expan-dir-se para o exterior e que o “Macau Fashion Link” ganhe mais visibilidade. “Uma das coisas que se tem que pensar é a promoção lá fora deste grupo de designers”, afirmou, susten-tando que “Macau tem a possi-bilidade de abrir o mercado da

China e do sudeste asiático”. Na edição deste ano do “Ma-

cau Fashion Link” participaram marcas de Macau, como as de Bárbara Diaz, San Lee e Lines Lab, o estilista Victor Zhu, de Shenzhen, bem como a portu-

guesa Sara Lamúrias, a moçam-bicana Marinela Rodrigues e o angolano Louis de Gama.

Além do desfile, o programa incluiu um seminário direccio-nado para jovens locais interes-sados no sector da moda. Entre

13 de Dezembro e 10 de Janeiro, a “Macau Lines Lab” vai ain-da organizar no Albergue uma “pop-up shop”, onde serão ven-didas peças dos estilistas repre-sentados no “Macau Fashion Link”.

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201316 JTM | LOCALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Vítor Rebelo

Josecler vai ter nova experiência como treinador em Macau, depois de dois anos no Ka I

Os dirigentes do Chau Pak Kei querem elevar o nível do clube e convidaram Josecler para um novo projecto. O técnico já garantiu dois jogadores brasileiros. Josecler não ficou no Ka I por razões financeiras

Josecler estava sem clube há algu-mas semanas, depois de não ter chegado a acordo para a renova-

ção do contrato com o Ka I, mas de-morou pouco a confirmação da sua continuidade no futebol de Macau e concretamente na I Divisão.

O treinador brasileiro, que levou o Ka I ao título da Bolinha, com um triunfo categórico de 4-0 na final so-bre o Meng Ian, e que fechou em ter-ceiro na Liga de Elite da temporada passada, para além de ter ido à final da Taça, onde perdeu face ao Benfica, decidiu aceitar o convite endereçado pelos responsáveis do Chau Pak Kei.

O clube foi campeão da II Divisão em 2011 e no ano passado conseguiu alcançar, com alguma facilidade, um dos principais objectivos, a perma-nência no escalão principal, tendo até criado alguns embaraços a equipas consideradas grandes.

Agora, no segundo ano do projecto da Liga de Elite, os “patrões” do Chau Pak Kei parecem querer investir um pouco mais no plantel, tentando voos mais altos.

“É com esse objectivo que o clube se vai apresentar na temporada que se avizinha e eu sou parte desse projec-to. Aceitei por isso de bom grado este convite que os responsáveis do Chau Pak Kei me fizeram e à segunda con-versa que tivemos tudo ficou acerta-do”, começou por dizer Josecler, que vai assim ter a sua segunda experiên-cia como treinador, depois de dois anos no Ka I.

“Eu estava sem clube a aguardar o que pudesse acontecer, quando surgiu o convite do Chau Pak Kei, com a sa-tisfação de ouvir da boca do presiden-te a valorização do meu trabalho em Macau. Para mim é um desafio inte-ressante, uma vez que o clube está à procura do seu espaço no futebol da I Divisão, tentando melhorar o que já fizeram na época passada. Penso que posso dar alguma coisa à equipa, onde irei trabalhar com Ignácio Hoi, que já esteve à frente da equipa em 2012.”

O treinador brasileiro diz que o plantel que está a ser formado dá ga-rantias de um bom campeonato.

“Gosto de enfrentar situações difí-ceis e pelo facto de ir ter gente para me apoiar, ao contrário do Ka I em que era praticamente sozinho a fazer tudo, já é um bom sinal e pode resul-tar. Mas acima de tudo quero dizer que o que pretendo fundamentalmen-te é honrar o meu trabalho, indepen-dentemente da divisão onde estiver. Quero dar continuidade ao trabalho que vim fazendo ao serviço do Ka I.”

Reforços brasileiros O Chau Pak Kei já garantiu alguns

reforços, quando estamos sensivel-mente a um mês de se iniciar mais um campeonato da variante de onze.

Há muito habituado a lidar com jogadores seus compatriotas, Josecler

assegurou a presença de Mayckol e Diego Patriota, ex-Ka I, mas poderá ainda haver mais um brasileiro ou tal-vez elementos da China.

Outro reforço é o paraguaio Ismael, que esteve ao serviço do Pau Peng da II Divisão, a que se juntam jovens chi-neses e um ou outro português, como é o caso de André Pinto, que esteve já a treinar no Ka I nos últimos meses da passagem de Josecler.

“Penso que os dirigentes do Chau Pak Kei não querem mais do que qua-tro ou cinco estrangeiros, dando-se prioridade a jovens, na sua maioria chineses. Tem de haver de facto essa injecção de juventude.”

E até onde poderá ir este Chau Pak Kei? “No futebol são onze contra onze e por isso nunca se sabe. Temos de contrariar aquela ideia de que os chi-neses entram em campo, olham para o adversário teoricamente mais forte e parecem derrotados à partida. Temos de entrar motivados em qualquer jogo, esse é sempre o meu espírito. Não pro-meti nada aos responsáveis do clube, mas claro que um dos objectivos é a manutenção na I Divisão. A partir daí vamos trabalhar para alcançar os me-lhores resultados. O que é preciso é correr muito dentro do campo, para depois se ver quem é o melhor.”

Josecler não quis deixar de explicar as razões da sua saída do Ka I, algu-mas semanas depois desse título im-portante na Bolinha.

“Foram razões unicamente finan-

ceiras, uma vez que eu lhes apresentei uma proposta e eles responderam com outra que era muito inferior à minha. Foi como uma traição e eu assim não poderia continuar. O meu trabalho não foi reconhecido, até porque eu fa-zia de tudo no clube, era o treinador, o adjunto, preparador, massagista, car-regador das bolas. Estive dois anos a carregar essa bagagem. Preciso de al-guém para me ajudar e agora no Chau Pak Kei vai ser diferente.”

Mesmo assim o brasileiro não sai triste. “Não, claro que não, antes pelo contrário, saio satisfeito pelo trabalho que desenvolvi, porque isso é o mais importante. Tenho alegria pelo que fiz e faço.”

Mudanças nos bancos

Este é assim mais um episódio da “dança de treinadores” antes da tem-porada de 2014 do “bolão”, tendo-se registado também outras surpresas.

O Ka I vai ser orientado por Chan Man Kin, que havia sido dispensado do seu “quase eterno” Lam Pak, sen-do coadjuvado por Emanuel Noruega, que alinhou como jogador do lam Ieng na temporada passada.

O Benfica contará com o português Paulo Bento, que já tinha sido o trei-nador do Monte Carlo há dois anos, sucedendo a Bruno Álvares.

Monte Carlo que também decidiu reestruturar a equipa técnica.

Tam Iao San, obreiro da conquis-ta do título em 2013, terá outras fun-

ções, de apoio ao técnico que se sen-tará no banco em cada jogo, Chu Hon Ming, conhecido por William, antigo guarda-redes da selecção e de equipas como o Lam Pak.

O próprio Lam Pak vai apostar ainda mais em jovens locais, sob o co-mando de um veterano, Che Chi Man.

Campeonato promete

Por todas estas razões e porque as principais equipas estão em evolução, Josecler antevê um campeonato forte e interessante.

“Vai ser uma boa época, com várias equipas a quererem estar entre os pri-meiros. O Benfica volta a ser um dos mais fortes candidatos, porque conti-nua bem estruturado, mas há outros clubes, como o Monte Carlo que tem uma base formada há muito tempo. O Lam Pak com elementos jovens. O Sporting preparado para ganhar espa-ço na I Divisão. O Chau Pak Kei a pro-curar igualmente melhorar. Acredito que vai ser interessante e difícil para todos”, antevê o técnico.

Josecler decidiu exercer a função de treinador no futebol de Macau, depois de vários anos como jogador, no Lei Kei e no Monte Carlo e antes de vir para o território em três clubes de Hong Kong, Fu Chai, Fukien e Ki-tchee.

No Brasil, Josecler vestiu camisolas do Flamengo (alguns meses), Noroes-te de São Paulo, Batalhense, Alagoas e Ipanema, sua terra natal.

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TREINADOR BRASILEIRO CONTINUA NA LIGA DE ELITE

Josecler assume comando do Chau Pak Kei

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | DESPORTO 17JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Insultos e assobios

Mais de duas centenas de adeptos insultaram e assobiaram a equipa do FC Porto à chegada ao Estádio do Dragão, depois de os tricampeões terem perdido pela primeira vez nesta edição da I Liga de futebol. Assim que o autocarro entrou nas imediações do es-tádio, os adeptos insultaram os jogadores e a equipa técnica, tentando atingir o autocarro e lançaram alguns petardos, tendo um deles atingido um dos agentes da Polícia de Se-gurança Pública que estava no local. Logo após o final do jogo, cerca de 100 adeptos do clube “azul e branco” já se tinham reunido junto ao autocarro, nas imediações do Estádio Cidade de Coimbra, dirigindo insultos à passagem do treinador e jogadores e apelando à demissão de Paulo Fonseca.

LIGA PORTUGUESA

“Caldo entornado” no DragãoO FC Porto perdeu com a Académica por 1-0 e agravam-se as dissidências no campo portista com os adeptos a questionarem treinador e jogadores. Na última madrugada em Macau, Sporting e Benfica podem ter ultrapassado os dragões

Os primeiros 45 minutos pauta-ram-se pelo equilíbrio entre as duas equipas, embora a Acadé-

mica tenha entrado mais pressionante na partida. Logo no primeiro minuto da partida, os “estudantes” reclama-ram grande penalidade de Josué sobre Ivanildo, que é tocado dentro da área portista.

Aos 19 minutos, o colombiano Jack-son Martinez teve nos pés o primeiro golo do jogo, mas Ricardo fechou os ca-minhos da sua baliza e defendeu com as pernas o remate do avançado portista.

A “Briosa” respondeu, aos 28 minu-tos, por Abdi, que conseguiu ultrapas-sar o defesa central Maicon, mas depois não teve arte para contornar Helton que

ficou com o esférico.Um minuto depois Danilo quase

marcava com um remate de fora de área, mas valeu a defesa de Ricardo para canto.

A “Briosa” chegou ao intervalo a ganhar por 1-0 com o golo de Fernan-do Alexandre, que, na sequência de um pontapé de canto, “fuzilou” a baliza de Helton, ao segundo poste, após um cor-te defeituoso de Fernando.

Na jogada anterior, Marcelo isolara--se e efectuou um chapéu ao guarda-re-des portista, com Mangala a salvar de cabeça sobre a linha de golo para canto.

Na segunda parte, a equipa de Paulo Fonseca surgiu mais dinâmica e, aos 49 minutos, Jackson atirou de cabeça à tra-

ve da “Briosa”.Com a Académica mais metida no

seu meio-campo, o FC Porto assumiu as despesas do jogo e, aos 61 minutos, poderia ter igualado a partida, numa jogada em que a bola esteve quase a en-trar por três vezes, uma delas embaten-do no poste.

Apesar do domínio territorial, os “azuis e brancos” só voltaram a criar perigo aos 68 minutos, mas Licá não

conseguiu emendar um cruzamento da esquerda.

Aos 85 minutos, o árbitro lisboeta João Capela descortinou uma grande penalidade na área da Académica, num lance de difícil análise, mas, chamado à conversão, Danilo permitiu a defesa de Ricardo.

Com esta vitória, a Académica pas-sou a classificar-se a meio da tabela.

JTM com Lusa

• • • POLIDESPORTIVOBale brilha em Espanha O Real Madrid venceu o Valladolid por 4-0, numa noite inspirada de Gareth Bale, que assinou um “hat-trick” e assistiu Benzema para o outro golo, no encontro da 15.ª jornada da Liga espanho-la de futebol. A goleada caseira permite aos “blancos” somar 37 pontos, menos três do que o primeiro classificado, o Barcelona, que jogava depois do fecho desta edição. Outros resultados: Ge-tafe,1 –Levante,0; Villarreal,1 –Malaga,1; Elche,0 - Atletico Ma-drid,2; Celta Vigo,3 –Almeria,1; Espanyol, 1 - Real Sociedad, 2 e Real Betis,2 -Rayo Vallecano,2.

Bayern continua a somarO campeão alemão, Bayern Munich continua a somar pontos na liderança da Bundesliga. Ontem venceu o Braunschweig por 2-0, numa jornada em que o segundo classificado, o Borussia Dort-mund foi vencer no campo do Mainz 05 por 3-1. Outros resulta-dos: Wolfsburg,1 - Hamburger SV,1; Bayer Leverkusen,3 - Nur-nberg,0; Hertha Berlin,0 - Augsburg,0; Schalke,3 - Stuttgart,0 e Hoffenheim,4 -Werder Bremen,4.

AC Milan regressa aos triunfosO AC Milan regressou ontem aos triunfos na Liga italiana de fu-tebol, após cinco encontros sem vitórias, ao vencer no terreno do Catânia, por 3-1, em jogo da 14.ª jornada. Numa semana compli-cada na vida do clube, com a ameaça de demissão do vice-presi-dente Adriano Galliani, os “rossonero” regressaram aos triunfos, subindo provisoriamente ao nono posto, com 17 pontos, metade dos da líder Juventus. Nos outros encontros de ontem, dois em-pates a uma bola no Parma-Bolonha e no Genova-Turim

Lille é 2º em França O Lille retomou o segundo lugar da Liga francesa de futebol, vol-tando a ultrapassar o Mónaco, ao vencer no recinto do Valencien-nes, por 1-0, em jogo da 15.ª jornada da prova. O Lille soma agora 33 pontos, menos um do que o líder Paris Saint-Germain, que receberá o Lyon, e com um de vantagem sobre o Mónaco, que também venceu o Rennes, por 2-0.

PREMIER LEAGUE

Chelsea isola-se no segundo lugarAo empatar ontem em Londres frente ao Tottenham por 2-2, o Manchester United ficou a nove pontos do líder Arsenal nesta primeira época em que David Moyes assumiu o lugar de Sir Alex Ferguson. O Chelsea é segundo a quatro pontos, e o City subiu ao terceiro lugar a seis

A jogar em casa, os “spurs” adiantaram--se no marcador aos 18 minutos, por intermédio do defesa Kyle Walker,

mas aos 32 minutos, uma má recepção do mes-mo lateral do Tottenham permitiu a Rooney fazer o empate. O brasileiro Sandro recolocou, aos 54 minutos, os londrinos em vantagem, com um espectacular remate de fora da área, e os “red devils” viriam a empatar três minutos depois, novamente por Rooney, na marcação de uma grande penalidade.

Em Stanford Bridge, o Southampton adian-tou-se no marcador nos segundos iniciais da partida e o Chelsea só começou a dar a volta ao resultado na segunda parte. Com uma se-gunda parte demolidora, a equipa de Mouri-nho isolou-se no segundo lugar a quatro pon-tos do líder.

Em casa, o Manchester City subiu ao ter-ceiro lugar, após vencer o Swansea ppor 3-1, enquanto em Hull City, a equipa local bateu o Liverpool por 3-1, remetendo a equipa de Brendan Rogers para o quarto lugar

No sábado, o Arsenal vencera por 3-0 no estádio do Cardiff City, com o médio Aron Ra-msey a destacar-se, ao abrir e fechar a conta-gem com golos marcados aos 29 e 90 minutos.

O Everton obteve a maior goleada da ronda até ao momento, ao vencer por 4-0 na recepção ao Stoke City, igualando o número de pontos de Chelsea e Liverpool, mas tendo mais um

jogo realizado.O West Ham afastou-se do fundo da tabela

classificativa, ao impor-se por 3-0 em casa ao Fulham, com três golos marcados durante a se-gunda parte, tal como o Norwich, que venceu por 1-0 na recepção ao “lanterna vermelha” Crystal Palace, enquanto Aston Villa e Sunder-land não foram além do “nulo”.

O Newcastle, subiu provisoriamente ao quinto lugar depois de vencer por 2-1 o West Bromwich Albion.

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201318 JTM | ACTUALJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Este tema foi aflorado por mim, de forma muito genérica, não há muito tempo, mas porque se revela de actualidade vol-

to a ele, com a atracção de quem observa um fenómeno quase “exótico” a desenrolar-se pe-rante os seus olhos.

É fascinante observar o quanto a História, em certos dos seus traços mais gerais, se repete amiúde!

Vem isto a propósito da versão mais moder-na da tentativa escocesa para se separar, por re-ferendo, do Reino Unido.

As datas serão a de Setembro de 2014 para o voto sobre esta matéria e 2016 para a separação oficial do Reino Unido, se o “sim” vencesse no acto de consulta popular...repudiando assim um Acto de União entre as coroas inglesa e es-cocesa que data de 1707.

Pelos vistos, pelo menos para alguns, três séculos não são quase nada, na perspectiva da relação histórica entre povos e entre poderes que os representam.

Alex Salmond, o Primeiro-Ministro da Es-cócia, apresentou as razões de tal iniciativa, numa conferência de imprensa que coincidiu com a divulgação de um volumoso Livro Bran-co a favor da independência.

Confesso que não tive ainda nem tempo nem coragem para ler as seiscentas e tal pági-nas do documento que consubstancia outras tantas respostas às questões que o escocês co-mum se coloca, sobre a magna temática de um possível divórcio político com Westminster.

As interrogações inevitáveis ocorrem: por quê independência e por quê agora?

As explicações são sempre, historicamente, de duas ou três ordens: sentido de identidade cultural própria; percepção de que à tal iden-tidade não é dada relevância e representação proporcionais, no sistema político da união; e desejo de gerir directamente os recursos pró-prios.

Há, pois, neste quadro complexo de moti-vações, o histórico e o cultural, o político e o económico.

Do histórico herda-se sempre a noção, em casos análogos, de que alguém dominou e/ou domina outros que a eles estão subalternizados.

Pelo cultural se sublinha a ideia de que se vai perdendo identidade e que isso é intole-rável.

No plano político rejeita-se o lugar de mi-noria no sistema que outros propuseram ou impuseram.

E no campo económico persiste a velhíssi-ma questão de todos os separatismos, a de que outros beneficiam dos recursos que só aos au-tóctones deviam pertencer...

No caso escocês como é de regra em si-tuações análogas, os unionistas negam o bem fundado de todas ou de algumas das razões e dizem que o aprofundamento da autonomia é melhor solução do que a ruptura.

E sublinham ironicamente que tal separa-ção afinal não seria assim tão absoluta, pois a independência, no desenho dos seus defen-sores, não poria em causa nem a Rainha como chefe de Estado, nem a União Europeia...

Ora, quanto a esta e pensando imediata-mente na Catalunha, o PM espanhol já veio dizer: NÃO!

E omitiu o óbvio - o provável efeito de do-minó, não apenas sobre Espanha, mas sobre a Europa, do separatismo escocês.

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Escócia,o efeito de dominó

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

TAILÂNDIA

Protestos degeneram em violência

Pelo menos cinco pessoas morreram nos confrontos entre apoiantes e opositores do Governo da Tailân-dia perto de uma universidade de Banguecoque,

numa altura em que os protestos antigovernamentais se intensificaram.

O subcomissário-geral da polícia, Veerapong Chiew-preecha, disse a uma televisão estatal que os incidentes, em que houve troca de tiros, ocorreram durante a noite de sábado e madrugada de ontem, perto da Universidade de Ramjamhaeng e do estádio Rajamangala.

Até ontem à noite, as autoridades apenas confirmaram mortes na universidade.

A polícia teve dificuldades para conseguir restaurar a ordem na zona da universidade e o estádio, onde estu-dantes universitários que protestavam contra o Governo tailandês atacaram um táxi e um autocarro com “camisas vermelhas”.

Os manifestantes chegaram a ocupar ontem um clube da polícia onde se encontrava a Primeira-Ministra, Yinglu-ck Shinawatra, o que obrigou à sua retirada para um lugar secreto.

Mais tarde, a polícia disparou tiros com balas de borra-cha perto de um quartel do Exército tailandês, tendo ainda recorrido por várias vezes a granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água contra os manifestantes que tentaram

Inicialmente pacíficos, os protestos anti-governamentais na Tailândia entraram numa escalada de violência que já causou pelo menos cinco mortos

invadir a sede do Governo.A Primeira-Ministra tinha prometido que não ia usar a

força e que a polícia estaria desprovida de armas de fogo, para evitar um conflito sangrento, mas o rumo dos aconte-cimentos levou a polícia a pedir mesmo apoio do Exército nas ruas.

Os protestos contra o Governo de Yingluck Shinawatra duram há semanas, mas intensificaram-se com um apelo dos líderes de movimentos que têm estado na organização de alguns destes movimentos para um esforço final para depor o Governo.

O Governo tailandês sobreviveu a uma moção de cen-sura no parlamento mas a Primeira-Ministra continua a enfrentar muita oposição nas ruas, que exigem a demissão do executivo tailandês e dizem que este é manipulado por Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck que foi Primeiro--Ministro entre 2001 e 2006, mas está actualmente no exílio no Reino Unido.

JTM com Lusa

MOÇAMBIQUE

Queda de avião da LAM fez 33 mortosOs corpos das 33 vítimas do acidente com um avião moçambicano já foram trasladados para a capital da Namíbia

Um avião das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que fazia o voo Maputo-Luanda,

caiu na sexta-feira no norte da Namí-bia, vitimando todos os ocupantes: seis tripulantes e 27 passageiros, incluindo cidadãos de Moçambique, Angola, Portugal, França, China e Brasil.

Segundo o investigador criminal Willie Bampton, que tem conduzido as operações de investigação, os cor-pos e restos mortais foram transferi-dos ontem num aparelho militar da Namíbia. O aparelho foi encontrado

no sábado carbonizado no Parque Na-cional de Bwabwata.

O avião da LAM terá iniciado uma descida vertiginosa antes de embater no solo, informou uma página elec-trónica especializada em desastres ae-ronáuticos, adiantando que o coman-dante do voo era um “piloto sénior”, com mais de 4.000 horas de voo.

Num relatório preliminar sobre o acidente, o sítio “The Aviation Herald” adiantou que, antes de desaparecer do radar, a aeronave Embraer ERJ-190 iniciou, “de repente”, uma descida a

uma velocidade de cerca de 5.000 pés (1.500 metros) por minuto.

Ontem, “rangers do Parque Na-cional de Bwabwata relataram que ambas as caixas negras (dados de voo e gravador de voz da cabine) fo-ram encontradas e recuperadas por investigadores do acidente”, indica o relatório.

Ainda de acordo com o TAH, a aeronave Embraer ERJ-190 foi fabri-cada em 2012, tendo iniciado servi-ços com a LAM em Novembro do ano passado.

Os Estados Unidos aconselharam as suas companhias

aéreas a notificar as autori-dades chinesas sobre pla-nos de voo para viagens na região da zona de defesa recentemente estabelecida por Pequim.

De acordo com a agên-cia Reuters, as autoridades americanas disseram espe-rar que as empresas operem em consonância com docu-mentos que alertam sobre a segurança de voos, emitidos

pelos governos estrangei-ros, ressalvando porém que a decisão “não indica que o Governo dos EUA aceita as exigências da China”.

A recomendação con-trasta com a atitude do Japão, cujas duas maiores companhias aéreas fizeram um acordo com o Governo japonês para voar pela zona sem notificar a China.

Pequim passou a exigir a identificação aos aviões estrangeiros que passem na zona sobre o Mar da China

Oriental, incluindo os de passageiros.

Um responsável do governo dos EUA disse à Reutes que a atitude chine-sa parece ser uma tentativa unilateral de mudar o sta-tus quo no Mar da China Oriental, o que pode “ele-var o risco de erro de cálcu-lo, confrontos e acidentes”. “Pedimos que o Governo chinês seja cauteloso e con-tido, e estamos a consultar o Japão e outros [países] afec-tados na região”, afirmou.

A zona abrange as ilhas Diaoyu/Senkaku, envolvi-das numa tensa disputa ter-ritorial entre Japão e China.

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, deve visi-tar esta semana a China, o Japão e a Coreia do Sul para tentar amenizar as tensões sobre o assunto.

Na sexta-feira, a China destacou caças após dois aviões dos EUA e dez aero-naves japonesas, incluindo caças F-15, terem entrado na zona.

CHINA

Zona aérea gera cautela nos EUAEUA continuam a rejeitar as exigências de Pequim, mas recomendaram às transportadoras que forneçam planos de voo às autoridades chinesas

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | ROTEIRO 19JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Telejornal + 360° (Diferido) 14:55 Debate das Linhas de Acção Governativa para 2014 - Área da Economia e Finanças (Directo) 20:30 Telejornal 21:05 TDM Desporto 22:00 Caminho das Índias (India - A Love Story) 23:00 TDM News 23:30 Magazine Liga dos Campeões

30 FOX SPORTS13:00 Liga Bbva 2013/14 Getafe CF vs. Levante UD 14:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Roda JC Kerkrade vs. Twente Enschede 16:00 Rebel TV 20 16:30 Feast Week Presented By Lowe’s Old Spice Classic 18:30 Courtside Jones 19:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 19:30 La Liga Review 20:30 Football Asia 2013/14 21:00 Ultimate Fighter 23:00 (LIVE) FOX SPORTS Centrall

31 STAR SPORTS12:00 Emirates Australian Open Day 1 15:00 IRB Sevens World Series 2013/14 17:00 FIA World Rally Championship 2013 18:00 Liga Bbva 2013/14 Getafe CF vs. Levante UD 19:30 Emirates Australian Open Day 4 Highlights 20:30 (LIVE) Score Tonight 2013 20:55 (LIVE) Russian Premier Liga 2013/14 FK Rostov-Na-Donu vs. CSKA Moscow 23:00 Motorsports@ Petronas 23:30 Liga Bbva 2013/14 Highlights Elche CF vs. Atletico de Madrid

40 FOX MOVIES10:55 Titanic 14:05 Hansel & Gretel: Witch Hunters 15:35 Prometheus 17:40 Shanghai Noon 19:30 The Walking Dead 21:00 The Girl With The Dragon Tattoo 23:30 Friends With Kids

41 HBO12:25 Snow White And The Huntsman 14:30 Dr. Seuss’ The Lorax 16:00 Coach Carter 18:15 The Bourne Legacy 20:30 Hello Ladies 21:00 Boardwalk Empire 22:00 Eastbound & Down 22:30 The Lucky One 00:15 Running With Scissors

42 CINEMAX11:45 Maverick 14:00 Bad Boys 16:00 The 7Th Voyage Of Sinbad 17:30 Justice League: Doom 19:00 Grabbers 20:45 Get Smart’S Bruce And Lloyd Out Of Control 22:00 Beverly Hills Cop Ii 23:45 Highway

50 DISCOVERY13:00 How It’s Made 13:30 How Do They Do It? 14:00 Mythbusters 5 15:00 Who The (Bleep) 16:00 Scorned: Love Kills 17:00 Bering Sea Gold 18:00 How Do They Do It? 18:30 How It’s Made 19:00 Man Vs. Wild 20:00 Deadliest Catch 21:00 Bear Grylls: Escape From Hell 22:00 Car Vs Wild 23:00 Dual Survival 00:00 Deadliest Catch

51 NGC12:30 Car Sos 13:25 Dog Whisperer 14:20 I, Predator 15:15 Strippers: Cars For Cash 16:10 Vinnie Jones: Russia’S Toughest 17:05 Comet Of The Century 18:00 Health Secrets Behind Korean Cuisine 19:00 I Wouldn’T Go In There 20:00 Car Sos 21:00 Strippers: Cars For Cash 22:00 Vinnie Jones: Russia’S Toughest 00:00 The Border

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Jfk Assassination: The Definitive Guide 16:00 America’S Book Of Secrets 17:00 Stan Lee’S Superhumans 18:00 Kings Of Restoratio 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Kings Of Restora-tion 21:00 Counting Cars 22:00 Pawn Stars 23:00 Kings Of Restoration 00:00 The Pickers

55 BIOGRAPHY13:00 I Survived 14:00 Four Heavenly Kings: Andy Lau 15:00 Shoot

For The Sky 16:00 Diana vs The Queen 17:00 Reno vs Relocate 17:30 Celebrity House Hunting 18:00 Storage Wars 19:00 Britney Spears 20:00 Storage Wars 22:00 Billy The Exterminator 23:00 Confessions: Animal Hoarding 00:00 Storage Wars

62 AXN13:00 The Voice 14:50 Wipeout 15:45 The Firm 16:40 Falling Skies 17:30 Breaking The Magician’S Code 18:20 Csi: Ny 20:10 The Hero 21:05 The Amazing Race 22:00 Vantage Point 23:40 Hawaii Five-0 00:35 The Amazing Race

63 STAR WORLD12:55 How I Met Your Mother 13:45 MasterChef US 14:35 America’s Next Top Model 15:25 Million Dollar Decorators 16:15 Private Practice 17:05 MasterChef US 18:00 Carrie Diaries 18:55 How I Met Your Mother 20:45 New Girl 21:40 Raising Hope 22:35 Carrie Diaries 23:30 Revenge 00:25 Private Practice30 - FOX Sports

82 RTPI15:00 Telejornal Madeira 15:41 Venezuela Contacto - 2013 16:12 Príncipes do Nada 16:38 Repórter Madeira 17:03 MARIA E AS OUTRAS 18:38 Mar de Letras 19:11 O Teu Olhar ( Telenovela) 20:03 Trio d´Ataque 21:00 Jornal da Tarde-Directo 22:15 O Preço Certo 23:04 Venezuela Contacto - 2013 23:35 Os Nossos Dias em Directo-Directo 02:00 Portugal em Directo-Directo 03:01 Bem-vindos a Beirais 04:00 Telejornal-Directo 05:03 MARIA E AS OUTRAS 06:39 Tec@Net 06:57 Prós e Contras-Directo

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

150C/22 0C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 10.80 10.93YUAN (RPC) 1.270 1.322

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

21:00

FOX MOVIES

The Girl with the Dragon Tattoo

• • • AMANHÃ 03/12

• • • HOJE 02/12130C/210C

CINETEATROS1 Ender’s Game14:30 • 16.30 • 19.30 • 21.30

S2 Thor: The Dark World14:30 • 16.30 • 21.30

TORRE DE MACAUCarrie14:30 • 16:30 • 19:30 •21:30

GALAXY

THEATER VÁRIOSDelivery Man- 12:30• 14:40 • 16:40 • 20:30 • 23:00 • 23:10

THEATER VÁRIOSSnowpiercer-13:50• 16:10 • 18:45 • 20:40 • 23:15

THEATER VÁRIOSDoomsday Party-14:50 • 23:30

THEATER VÁRIOSMalavita-14:35 • 18:40 • 22:55

THEATER VÁRIOSCarrie-12:45• 16:40 • 20:45

THEATER VÁRIOSEscape Plan - 17:10 • 23:15

THEATER DIRECTOR’S CLUB 2The Counselor- 14:30 • 15:25 • 18:30 • 19:20 • 22:30

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201320 JTM | OPINIÃOJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

NESTE LUGARHelder Fernando*

Os deuses estão em coma?1Como é que uma série de básicos,

alguns deles acomodados em lu-gares responsáveis na política le-

gislativa (legislativa q.b.) desta RAEM “governada pelas suas gentes”, possui a tacanhez bastante, e a falta de pudor, em vir para a praça pública expressar o seu desdém para com quem chega do exterior, incluindo pessoas cujos conhe-cimentos seriam fundamentais para o progresso da região? Na sua cegueira, incluem no desprezo os próprios com-patriotas.

A sovinice intelectual, para não di-zer desgraçada ignorância militante, vai ao ponto de esquecerem que também eles se refugiaram em Macau, alguns com histórias de início de vida por aqui que nem é bom lembrar. Essa aversão declarada aos profissionais que vêm de fora é um truque baixo. Essa gente é ma-nhosa. Diz uma coisa e mete-se noutras. Quando a negociata é paga com for-tunas vindas de fora, venham lá como vierem e o que representem, aí já está tudo bem. Por serem manhosos apoiam os que favorecem as suas jogadas. E são apoiados. Entretanto, a RAEM não sai disto tão cedo, pelo contrário, aumenta o número de patos bravos, aumenta a falta de pudor, a asneirada arrogante. E os de classe média e baixa que se lixem, ainda há muitos milhões no Continente para quem uma tigela de arroz é a fonte da existência, como ciclicamente aler-tam os próprios governantes do poder central.

Os naturais de Macau com posições influentes que se rebelem contra esta

destruição da sua alma mater regional. Se assim entenderem. O que não é cla-ramente entendível se o estão fazendo ou querendo fazer. Até parece que o crescimento económico é incompatível com o desenvolvimento intelectual das pessoas, a começar nos políticos.

2Chega a parecer que na RAEM há um novo programa de ensino onde o maior e primeiro objectivo é, em

permanência, fazer tudo, seja lá o que for, para ser aguerrido, insaciável, ar-rogante, não olhar a meios para obter muito, muito dinheiro e muito rapida-mente.

Gente assim não sabe nem sonha o que é a pedagogia da cultura alargada, da aprendizagem da ternura e do res-peito, do sentimento de empatia por ou-tros. A filosofia do empurrão, do cospe e foge, da humilhação do mais fraco e da vénia ademane e cínica diante do mais forte.

Gente assim desconhece porque quer qual deverá ser o seu papel na so-ciedade. Os filhos deste modelo de vida são os que enterrarão Macau. Um ou outro já começou a fazê-lo.

Que desgraçado entendimento de “um país dois sistemas” e de “Macau governada pelas suas gentes”. As divin-

dades adormeceram?

3Hoje, num determinado conceito de deus, na mitologia hindu e nas suas concepções filosófico-religio-

sas mais conhecidas, será a grande festa de Shiva, a deusa (ou deus?) da Dança e do Movimento.

Escreveu Nietzsche, no seu Zarastus-tra que “só poderia acreditar num deus que soubesse dançar”. Não tenho com-petência para deduzir se a dança deva funcionar como parâmetro de vida. Mas, observando os mais dominantes parâmetros de vida que, asfixiadores, nos cercam até se proporem esmagar--nos, será a dança mil vezes preferível. A dança é sinal de música, de vitalidade, do prazer e da estética que pode ter a sensualidade.

Essa figura central que é Shiva, no simbolismo e no mistério será um dos 3 pontos de equilíbrio do universo: com Brahma, muitas vezes representado com

4 cabeças, o deus da criação do univer-so, e Vishnu, protector dessa criação, deus muito retratado com 4 braços, so-bre as ondas e de flor de lótus de mil pétalas, ou com anel luminoso no dedo indicador.

Afinal, o que desejo destacar é o pa-pel da dança como arte porventura tão antiga como a vida humana. Dançar vem das expressões primitivas, comu-nhões místicas, rituais religiosos ou pa-gãos, comemoração de paixões, gestos de aproximação, transmissão de valores.

Porque destaco este Dia em honra de Shiva, a deusa da Dança?

Por a dança ser uma magnífico atri-buto de comunicação. Razão tem o Gil-berto Gil que numa velha canção sua, lembra que os deuses estão “todos em coma”, menos Shiva.

* Radialista. Escreve neste espaço às segundas-feiras.

Essa aversão declarada aos profissionais que vêm de fora é um truque baixo. Essa gente é manhosa. Diz uma coisa e mete-se noutras. Quando a negociata é paga com fortunas

vindas de fora, venham lá como vierem e o que representem, aí já está tudo bem.

EDITAL

Prédio em mau estado de conservaçãoEdital n.º : 66/E/2013Processo n.º : 28/AR/2013/FLocal : Rua da Mitra n.º 11, Edf. Chi Tat, Macau.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, em uso das competências delegadas pelo n.º 8 do artigo 1.º do Despacho n.º 003/SOTDIR/2013, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 46, II Série, de 13 de Novembro de 2013, faz saber por este meio aos condóminos, inquilinos ou demais ocupantes do edifício acima indicado que o pilar estrutural P3# e a viga estrutural V6-2# na escada comum do r/c, a parede da escada e a parede exterior do 4.º andar se encontram em mau estado de conservação, bem como a infiltração de água na escada do edifício conforme o parecer da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, pelo que, nos termos do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto e por meu despacho de 30/08/2013, no prazo de 30 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, devem proceder à conservação e reparação da escada comum do edifício, bem como à averiguação e à reparação da infiltração de água da escada do edifício acima indicado.

Para o efeito, deverão apresentar previamente nestes Serviços o projecto de obra respectivo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto.

Caso não seja dado cumprimento ao teor do presente edital, esta Direcção de Serviços proceder-se-á à aplicação da multa estabelecida no artigo 67.º do citado diploma legal.

Na falta de pagamento voluntário da despesa, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças.

Nos termos do artigo 59.º do mesmo decreto-lei e das competências delegadas pelos nºs 1 e 4 da Ordem Executiva nº 124/2009, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2009, da minha decisão do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

RAEM, aos 26 de Novembro de 2013

A Subdirectora dos ServiçosEngª Chan Pou Ha

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | OPINIÃO 21JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Dito

Isabel Castro, in “Hoje Macau”

(...) “É por causa de discursos como os da menina Song, feitos por gente saltitante a pulular na Assembleia Legislativa e noutros sítios onde é fácil chamar a atenção do povo, que Macau está como está: sem gente que chegue, em número e em quali-dade” (...)

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

02/12/1993

ASSEMBLEIA NÃO QUIS TERMINAR INJUSTIÇAAo contrário do que se preconizara neste Jornal, a Assembleia Legisla-tiva entendeu não pôr fim à injus-tiça relativa na questão do corte do subsídio de habitação ao cônjuge so-brevivo. Antes de se iniciar o debate sobre o projecto de lei que manteria a atribuição do subsídio, foi pedido um curto intervalo, durante o qual foi elaborada pela maioria dos de-putado chineses uma proposta de adiantamento na apreciação docu-mento. A justificação apresentada por Vítor Ng, foi a de que, embora se reconheça haver alguma injustiça no factor dos cônjuges sobrevivos poderem continuar a habitar a casa atribuída pelo Estado, sendo corta-do o subsídio de habitação aos que não conseguiram residência, se en-tende que haverá outras situações de injustiça também por resolver, não devendo a Assembleia tratá-las caso a caso. Como por outro lado, o Exe-cutivo anuncia nas linhas de acção governativa para 94 uma nova refor-ma administrativa, julga-se ser essa a altura apropriada para resolver o assunto. A proposta seria aprovada com dez votos favoráveis, três con-tra e nove abstenções. Antes o plená-rio ouvira uma cuidadosa apresenta-ção feita pelo deputado Leonel Alves ao projecto de lei do arrendamento imobiliário, que introduz profundas alterações no relacionamento entre senhorios e inquilinos. Tratando-se de uma matéria sensível e com im-portantes reflexos na vida de parte da população, os signatários do pro-jecto defenderam a necessidade de se fazer ampla divulgação do texto legal, auscultando não só as associa-ções directamente interessadas mas também o cidadão comum, de for-ma a conseguir-se uma lei com largo consenso e geralmente entendida e aceite. Também o secretário-adjunto Jorge Rangel foi ao plenário apre-sentar a proposta de lei sobre o novo regime financeiro das autarquias, su-blinhando que ela merecera já a con-cordância dos novos responsáveis pelas autarquias, surgindo como um instrumento indispensável a uma maior autonomização das câmaras municipais.

“Sã sonho di tudo gente,Vai di volta pa tera únde nacê...

Quim nádi assi sunhá?”

Adé, “Lóngi di su tera”

Com um agradável convívio de boas-vindas na Escola Portu-guesa de Macau, marcado por

muita alegria e abraços comovidos de amigos que o tempo e a distância tinham afastado, e uma sessão sole-ne de abertura, seguida de jantar de gala, com a presença de altas entida-des da RAEM, teve início auspicioso, no passado fim-de-semana, o Encontro das Comunidades Macaenses de 2013, cujo interessante e diversificado pro-grama se desenvolverá até 7 do cor-rente, compreendendo hoje, 2.ª feira, uma cerimónia junto do Monumento de Homenagem à Diáspora Macaense e um debate sobre a “Identidade Ma-caense”, a par de uma apresentação do papel de Macau como plataforma para a cooperação económica e comer-cial entre a China e os países de língua portuguesa.

O dia 3 foi reservado para as reu-niões de trabalho do Conselho das Co-munidades Macaenses, com a eleição dos titulares dos órgãos sociais para o próximo triénio, podendo os demais participantes fazer uma visita guiada a locais de interesse histórico-cultural, sendo o dia 4 consagrado à cultura ma-caense, com uma sessão no Centro de Actividades Turísticas promovida pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) e outra no Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, em que se comemo-rarão o 142.º aniversário da Associação Promotora da Instrução dos Macaen-ses e os 90 anos de funcionamento da-quele modelar estabelecimento educa-tivo, por onde passaram gerações de macaenses.

Um encontro na escadaria das Ruí-nas de S. Paulo, para fotografia de gru-po, missa e Te-Deum na Sé Catedral e um convívio juvenil no Albergue da Santa Casa da Misericórdia preenchem a tarde de quinta-feira, dia 5, sendo o dia seguinte também dedicado aos jo-vens da diáspora, com um passeio e um convívio gastronómico (“Cozinha-çám maquista pa jóvi-jóvi). A festa de encerramento será no salão principal de um dos modernos hotéis do Cotai,

com muita música e variada “petis-queira”.

Cultura macaenseA sessão organizada pelo IIM, com

o título “O papel cultural da diáspora macaense”, incluirá a apresentação de novas edições, a entrega do Prémio Identidade ao grupo Dóci Papiaçám di Macau, a doação de um quadro a óleo de Marciano Baptista e a apresentação dos projectos “Memória de Macau”, da Fundação Macau, “Recovering the History of a Lost Culture”, de Roy Xa-vier, director do Portuguese-Macanese Studies Project da Universidade da Califórnia (Berkeley), e da revisão e reedição do livro “Famílias Macaen-ses”, de Jorge Forjaz.

As novas edições são “Cardeal D. José da Costa Nunes, Apóstolo do Oriente”, “Memórias do Romanceiro de Macau”, “Em Homenagem a Fran-cisco Hermenegildo Fernandes, Cama-rada de Sun Yatsen” e “Reminiscences of a Wartime Refugee”, de, respectiva-mente, José Valle de Figueiredo, J. J. Monteiro, Fok Kai Cheong, J. P. Braga e Barney Koo, e Frederich (Jim) Silva. Mais cinco importantes títulos a juntar à vasta bibliografia da memória ma-caense.

Passagem do testemunhoAlgumas mudanças vão ocorrer

nas reuniões do dia 3 de Dezembro, na constituição dos órgãos do Conse-lho das Comunidades Macaenses, uma das quais será a minha substituição como presidente do respectivo Conse-lho Consultivo, que exerci nos últimos anos, devendo, também a meu pedido, deixar a presidência da Assembleia Geral da APIM, no acto eleitoral de Dezembro, embora me mantenha dis-ponível para prestar a ambos os or-ganismos toda a colaboração ao meu alcance.

Ao longo da última década e meia, ao retomar com intensidade a activi-dade associativa, fui desempenhando altos cargos em variadas instituições

Filo-filo di Macau lóngi di su tera

FALAR DE NÓSJorge A. H. Rangel*

da sociedade civil de Macau, Portugal e Brasil, mas creio ser chegada a hora da passagem do testemunho. Comecei já a fazê-lo em muitas delas.

Recordar o nosso AdéQue maneira melhor de saudar os

conterrâneos da diáspora do que atra-vés de versos do nosso sempre lembra-do Adé? Ele dedicou este poema “a to-dos os amigos que se encontram longe da sua terra amada”:

Lóngi di su Tera

Lóngi di tera amado,Su pensamento prendido ali...

Vivo disconsolado,Qui di tristéza nádi sentí;

Onçôm olá su vidaAbandonado na solidám,

Lóngi di su quirida,Co alma inchido di iscuridám.

Sã sonho di tudo gente,Vai di volta pa tera únde nacê...

Quim nádi assi sunhá?Tudo anôte na ora di vai durmí,

Rezá inchido di fé,Pedí estunga grándi graça:Olá di nôvo nôs-sua tera,Olá Sol nacê pramicedo,

Andá na lugar únde nôs ôtrora corê...

Quelê longi, quelê tánto tempo passado,Coraçám sã nádi mudá,Lôgo guardá esperánça,

Vai di volta pa tera qui nôs divera querê.

Únde têm más pobrézaQui unga alma vazio di amôr?

Mundo nom têm belézaQuelora vida perdê su côr.

Sono entristecido,Sunhá co tera únde nacê,

Su coraçám dorido,Mortificado di padecê.

São palavras de muita ternura que todos os conterrâneos conhecem. Pala-vras de saudade, amor e amizade que desejo também aos que vieram e aos muitos que ficaram longe, continuando a ter Macau na memória e no coração.

Bem-vindos Amigos!

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2.ªs feiras.

• • • CARTOON • • •

FOI DESCOBERTO O SANTUÁRIO BUDISTA

MAIS ANTIGO QUE SE CONHECE!

POSSO FAZER-LHE UMAPERGUNTA RELACIONADACOM A REENCARNAÇÃO?

COMO AGUENTAM O SISTEMA DE SEGURANÇA SOCIAL?

TENTAMOS NÃO PENSAR NISSO

SIM, ESTAMOSMUITO CONTENTES

POR FAVOR

JTM/DN

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 201322 JTM | LAZERJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Miranda Kerr posa com “micro-biquini” Miranda Kerr posou com um “micro-biquini” da Chanel, lançado em 1996, para um vídeo da revista i-D, que assinala o lançamento da nova plataforma digital da publicação. O vídeo reúne 26 modelos, uma para cada letra, e inclui Natalia Vodianova, Cara Delevingne, Isabeli Fontana, Joan Smalls, Georgia May Jagger e Lara Stone, entre outras.

Rachel Wood protesta contracorte de cena “picante” do seu filmeEvan Rachel Wood desabafou no seu perfil no Twitter após saber que uma cena de sexo oral da sua personagem no filme “Charlie Countryman” foi cortada. A actriz acusou a Motion Picture Association of America, entidade que representa os maiores estúdios de Hollywood, de ser machista, pois considera que se a cena fosse com os papéis invertidos tal situação não aconteceria. A sequência cortada é uma cena em que a personagem de Evan Rachel Wood recebe sexo oral do personagem Charlie, vivido por Shia LaBeouf. O filme chegou a ser exibido integralmente no Festival de Sundance deste ano, mas voltou à sala de edição para ajustes finais antes de entrar em cartaz.

Morreu Paul Walker, protagonista de “Fast & Furious”O actor Paul Walker, um dos protagonistas da saga “Fast & Furious”, faleceu no sábado num acidente de trânsito, segundo confirmou o seu agente. De acordo com o portal TMZ, Walker estava a regressar de um evento de caridade na companhia de um amigo. O actor estaria como passageiro do carro, que perdeu o controlo e bateu “num poste ou numa árvore”, pegando fogo de seguida. Tanto o actor como o amigo faleceram no local.

Sharon Stone homenageada em MarrocosSharon Stone foi homenageada na cerimónia de abertura do 13º Festival Internacional de Cinema de Marraquexe, em Marrocos. A actriz recebeu o prémio das mãos do cineasta Martin Scorsese, por quem foi dirigida em “Casino”. “Há duas palavras que me colocaram num avião da Índia para Marrocos com os meus três filhos: Martin Scorsese”, disse a actriz, que estava a fazer um trabalho para a AMFAR em Mumbai.

Negado novo pedido de julgamento de O. J. SimpsonO. J. Simpson viu negado o pedido por um novo julgamento, mantendo-se assim a condenação do antigo jogador de futebol americano por roubo, sequestro e outras acusações, que o deixarão preso pelo menos até 2017, disse a advogada do ex-atleta. Simpson, 66 anos, alegava que o seu advogado na época da condenação, em 2008, o tinha representado de forma inadequada. Recorde-se que, em 1995, O. J. Simpson foi considerado inocente da acusação de ter assassinado a ex-mulher, Nicole Brown, e um amigo dela, Ronald Goldman.

A russa mais sexy do ano Irina Shayk foi eleita a russa mais sexy de 2013 pela edição da revista Maxim do seu país. A namorada de Cristiano Ronaldo destronou a cantora e apresentadora Vera Brezhneva, vencedora nos dois últimos anos. A fechar o pódio, ficou a actriz Ravshana Kurkova.

VER VÍDEO NA EDIÇÃO ONLINE DO JTM www.jtm.com.mo

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 JTM | LAZER 23JORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Gente Gira

O que falta em Macau?

Macau é uma cidade com vá-rias culturas, ocidentais e orientais, e isso é algo que

chama a atenção para quem cá vem visitar. Uma das coisas que mais gosto é a gastrono-mia do território, porque é deliciosa, e alguns dos pra-tos locais são muito especiais para mim. As pessoas de Macau são muito próximas umas das outras, e toda

a gente, em geral, tem uma boa relação com a família e os amigos, e isso é importante. A sociedade vive em harmonia e não há tantos momentos enervantes como noutros locais. No entanto, para as mulheres, sobretu-do as jovens como eu, faltam mais centros comerciais para irem fazer compras. Existem alguns, mas não os suficientes, a meu ver. Como sou estudante, sinto que as instalações públicas para estudar não chegam para

as nossas necessidades, especialmente nas zonas dos bairros. O Governo deveria ter mais atenção nesse sentido e, por exemplo, criar mais bibliotecas ou salas de estudo nas locais habitacionais. As ruas também poderiam ser melhoradas, porque estão sempre mui-to sujas e com muito lixo. Não é fácil, por vezes, andar em alguns sítios por casa disso, e o Executivo deveria preocupar-se mais nesse aspecto.

por Angel Chan

Aniversário em famíliaOs aniversários são sempre muito importantes já que, para além de assinalarem uma

data muito especial para a pessoa, permitem o convívio com a família e os amigos. Francisco César celebrou mais um aniversário e contou com a presença da família,

com uma festa feita em casa. O facto de se poderem ter juntado todos para celebrar o acontecimento foi o momento mais especial do dia, disse ao GENTE GIRA Sílvia César,

filha do aniversariante. Parabéns!

Uma satisfação a dobrar

Carina Ribeiro surge na fotografia com o filho Isaac,

que comemorou recentemente três anos de idade. Este foi o seu primeiro ano na Escola Primária Luso-chinesa da

Flora e foi também onde se assinalou o aniversário, pelo

menos a primeira parte, disse ao GENTE GIRA a mãe Carina Ribeiro. Foi um dia cheio de

alegria, brincadeira e felicidade, acrescentou, aproveitando para destacar o brilho nos olhos do

seu filho pela emoção de se estar a divertir tanto. Depois

de celebrar com os professores e os colegas foi a vez de

festejar em casa com a família, e por isso ficou duplamente

satisfeito.

Encontro com uma

estrelaManny Pacquiao

esteve recentemente em Macau e ninguém

ficou indiferente. Laranja Vera Carter

teve a oportunidade de conhecer o campeão

de boxe filipino e ficou a fotografia para mais

tarde recordar. Um momento emocionante,

e também de muito nervosismo, disse ao

GENTE GIRA, mas que acabou por correr muito

bem já que Pacquiao é uma pessoa muito amigável e divertida.

Coordenação:Pedro André Santos

Envie as suas fotos para: [email protected]

No Porto, à chegada da equipa portista ao Estádio do Dragão, depois da derrota em Coimbra, cerca de 250 adeptos portistas ati-raram três tochas e um petardo contra o auto-carro, tendo ferido um dos polícias de serviço. Mais tarde, e apesar dos reforços policiais, os jogadores foram insultados e quando come-çaram a sair nas suas viaturas, estas foram alvejadas com garrafas e pedras. Dizem os “media” portugueses em jeito de compreen-são para estes incidentes que “os adeptos es-tão claramente insatisfeitos com a carreira da equipa”.

No País de Gales, o ex-jogador do Cardiff Aaron Ramsey regressou pelo Arsenal de Londres à sua terra jogando contra o clube que o viu nascer e que necessitava de ganhar, pois en-contra-se nos últimos lugares. Ramsey mar-cou dois dos três golos na decisiva vitória do Arsenal e os adeptos do Cardiff premiaram--no com palmas e gritos de apoio, despedin-do-o entusiasticamente até desaparecer nos balneários. Os media britânicos destacaram a categoria do jogador e o fair-play dos adeptos galeses.

Porto e Cardiff, duas formas diferentes de entender o futebol...

José Rocha Dinis

Duas formas diferentesde entender o futebol

ENPASSANT

24 JTM | ÚLTIMAJORNAL OFICIAL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES 2013

Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2013 • Fecho da Edição • 02:00 horas

FOTO

GCS

Lei da importaçãode trabalhadores “inclinada” para as grandes empresasA discussão sobre os trabalhadores não resi-dentes mudou de cenário e passou da Assem-bleia Legislativa para o programa da TDM “Fórum Macau”. O presidente da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Mé-dias Empresas de Macau, Fong Kin Fu, defen-deu no programa que a lei da contratação de TNR’s está “inclinada” para as grandes em-presas, concordou com a prioridade dada à contratação de residentes, mas disse que é uma tarefa “muito difícil”. “Os patrões das PME’s estão muito preocupados com a demissão dos trabalhadores”, porque “os salários ofereci-dos nunca podem competir com as grandes empresas”. Além disso, defendeu que a im-portação de mão-de-obra deve ser gradual. A deputada Lei Cheng I, da Federação das As-sociações dos Operários de Macau, represen-tou uma visão oposta, exortando o Governo a apertar as políticas de importação. Já Alex Choi, académico da Universidade de Macau, afirmou que a baixa taxa de desemprego não significa exactamente falta de trabalhadores no mercado, sugerindo que o Governo adopte uma política de importação de mão-de-obra, “que equilibre o desenvolvimento e harmonia social”. Noutro fórum, realizado pela Asso-ciação Novo Macau, ouviram-se queixas de patrões acerca de problemas com empregadas domésticas, indicando furtos e falta de regu-lação pela lei, e negando que haja exploração.

V.C.

Comércio sino-lusófono subiu menos de um por cento até OutubroAs trocas comerciais entre a China e os países lusófonos aumentaram 0,81% entre Janeiro e Outubro, face ao período homólogo de 2012, para 109 mil milhões de dólares. A segunda economia mundial comprou aos oito países lusófonos bens avaliados em 73,5 mil milhões de dólares (menos 1,16%), contra vendas de 35,5 mil mi-lhões (mais 5,16%), segundo dados da Alfândega da China, divulgados pelo Fórum Macau. O Brasil mantém--se como o principal parceiro económico da China, com um volume de trocas de 74,2 mil milhões de dólares (mais 3,30%). As exportações brasileiras ascenderam a 45 mil milhões de dólares (mais 1,42%) e as importações totalizaram 29,21 mil milhões (mais 6,34%). Já com Angola, as trocas diminuíram 5% para 30,1 mil milhões de dólares. Com Portugal, registou-se uma queda de 4,54% para 3,21 mil milhões de dólares numa balança comer-cial favorável à China, que vendeu produtos no valor de 2,03 mil milhões de dólares (menos 2,64%) e importou mercadorias avaliadas em 1,18 mil milhões de dólares (menos 7,66%).

Sul-coreano venceu Open de Badminton de MacauO sul-coreano Son Wan-ho venceu ontem o Open de Badminton de Ma-cau na categoria de singulares masculinos, derrotando na final o atleta formosino Hsueh Hsuan-yi pelos parciais de 21-11 e 21-15. Foi a segunda vitória de Son Wan-ho desde que regressou à competição após ter cum-prido um ano de serviço militar. Nas senhoras, o título ficou entregue à indiana Sindhu, de apenas 18 anos, que negou à canadiana Michelle Li a hipótese de conseguir a primeira vitória de sempre numa final para a América do Norte. Nos pares as vitórias sorriram para Hoon Thien How e Tan Wee Kiong (Malásia), nos homens, e Bao Yixin e Tang Jinhua (Chi-na), nas senhoras. P.A.S.

CHEFE DO EXECUTIVO ELOGIA COMUNIDADE MACAENSE

“Inseparáveis” da história de Macau

Recordando que “a comunidade macaense existe em Macau há quase cinco séculos, testemunhan-do o intercâmbio das civilizações oriental e oci-

dental”, Chui Sai On considerou-a como “um elemento inseparável da história de Macau, parte integrante da população e dotada de uma cultura única”.

Ao discursar na abertura oficial do 5º Encontro das Comunidades Macaenses, o governante salientou que a “convivência harmoniosa entre comunidades tem sido sempre uma valiosa tradição da sociedade” local e cons-tatou que as comunidades macaense e portuguesa “têm participado e contribuído activamente nos diferentes domínios para a sociedade, contribuindo empenhada-mente para o progresso” de Macau.

Perante centenas de macaenses da diáspora, prove-nientes dos quatro cantos do mundo, o Chefe do Exe-cutivo afirmou que a “língua e a cultura e as memórias agradáveis [de Macau] são o laço que os une”, e consi-derou que, “independentemente do lugar onde vivem, as gentes de Macau mantêm sempre vivo e firme o seu espírito empreendedor”.

“Os amigos macaenses residentes assumem um im-portante papel de ponte de intercâmbio entre Macau e o

A comunidade macaense é um “elemento inseparável” da história do território, frisou ontem o Chefe do Executivo da RAEM

exterior”, defendeu Chui Sai On, apontando o Encontro de Macaenses como uma iniciativa que “reforça a ami-zade desta comunidade e promove o intercâmbio econó-mico e cultural entre Macau e o exterior”.

Por sua vez, o presidente da Comissão Organizadora do evento salientou que a “realização, ao longo destes anos, dos cinco encontros não teria sido possível sem o apoio do Governo e de entidades privadas locais”, agra-decendo nomeadamente o apoio de Stanley Ho.

José Manuel Rodrigues aproveitou para pedir ao Governo da RAEM apoio para a classificação da gastro-nomia macaense e do patuá como património da Chi-na, depois de terem sido considerados como património imaterial de Macau. “Esperamos poder em breve elevar a nossa gastronomia a Património Nacional da Repú-blica Popular da China, estando agora em elaboração o processo de candidatura que será submetido, até finais do próximo ano, a Pequim”, disse.

O mesmo responsável disse ainda que, em respos-ta ao “crescente interesse pelo patuá, não só em Macau como também nas Casas de Macau da diáspora, bem como à atenção que investigadores e estudiosos lhe estão a dedicar, prepara-se também a sua candidatura a patri-mónio nacional” da China.

No jantar de abertura oficial do Encontro marcaram também presença Edmund Ho, actual vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, e Xu Zé, subdirector do Gabinete para os Assuntos de Macau e Hong Kong do Conselho de Estado da China.