perfil nutricional e inflamatÓrio de indivÍduos ......mais doses para homens e ingestão de quatro...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
PERFIL NUTRICIONAL E INFLAMATÓRIO DE
INDIVÍDUOS COM PRESENÇA E AUSÊNCIA DE
SÍNDROME METABÓLICA
WANDERSON HUGO DRESCHER
Cuiabá-MT, fevereiro de 2019
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
PERFIL NUTRICIONAL E INFLAMATÓRIO DE
INDIVÍDUOS COM PRESENÇA E AUSÊNCIA DE
SÍNDROME METABÓLICA
WANDERSON HUGO DRESCHER
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de
Nutrição da Universidade Federal de Mato
Grosso como parte dos requisitos exigidos para
obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob
orientação da Professora Naoel Hassan Feres.
Cuiabá-MT, fevereiro de 2019
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RESUMO
Diversos estudos têm documentado a associação entre inflamação e desfechos metabólicos e fisiológicos. Há
evidências que na Síndrome Metabólica (SM), representada por alterações na glicemia, nos lipídeos e na pressão
arterial, existe ligação estreita com os processos inflamatórios e ao estresse oxidativo. O Fator Inflamatório (FI)
da dieta é uma ferramenta para avaliar seu potencial inflamatório. O objetivo foi descrever o perfil nutricional e
inflamatório de servidores públicos de uma universidade de Cuiabá-MT, com presença e ausência de síndrome
metabólica. Trata-se de um estudo transversal, com 20 adultos de ambos os sexos, participantes do projeto
Cárdio-UFMT. O consumo alimentar foi avaliado a partir da média de 3 recordatórios de 24h, sendo o FI da
dieta calculado a partir do IF RATING SYSTEM™. A resistência insulínica (RI) foi avaliada pela classificação de
HOMA-IR. Para diagnóstico de SM considerou-se o critério do NCEP-ATPIII (2001). Dados secundários foram
coletados dos prontuários de atendimento. Para análise estatística utilizou-se SPSS, versão 17.0 (frequências
absolutas, médias e desvio padrão), teste Shapiro Wilk e o teste t de student (p<0,05). Idade média da amostra
estudada foi 43,95±10,1 anos, sendo 55% do sexo masculino, 95% com excesso de peso e 90% apresentou dieta
inflamatória, ambos maiores no sexo masculino. A prevalência de SM, RI e inflamação foi de 45%, 75% e
100%, respectivamente. Conclui-se que o estudo evidencia a grande prevalência de excesso de peso, RI, SM,
inflamação e o FI da dieta elevado, sendo fatores de risco para doenças crônicas.
PALAVRAS-CHAVE: Índice inflamatório, dieta, síndrome metabólica.
ABSTRACT
Several studies have documented the association between inflammation and metabolic and physiological
outcomes. There is evidence that in the Metabolic Syndrome (MS), represented by changes in glycemia, lipids
and blood pressure, there is a close connection with inflammatory processes and oxidative stress. The
Inflammatory Factor (IF) of the diet is a tool to evaluate its inflammatory potential. The objective was to
describe the nutritional and inflammatory profile of public servants of a University of Cuiabá-MT, with presence
and absence of metabolic syndrome. It is a cross-sectional study, with 20 adults of both sexes, participants in the
Cardio-UFMT project. The food consumption was evaluated from the average of 3 24-hour recalls, the IF of the
diet being calculated from the IF RATING SYSTEM ™. Insulin resistance (IR) was assessed by the HOMA-IR
classification. For the diagnosis of MS, the NCEP-ATPIII criterion (2001) was considered. Secondary data were
collected from care records. Statistical analysis was used SPSS, version 17.0 (absolute frequencies, means and
standard deviation), Shapiro Wilk test and student t test (p <0.05). Mean age of the sample studied was 43.95 ±
10.1 years, 55% were male, 95% were overweight and 90% presented an inflammatory diet, both of which were
larger in males. The prevalence of MS, IR and inflammation was 45%, 75% and 100%, respectively. It is
concluded that the study shows the high prevalence of overweight, IR, SM, inflammation and IF of the high diet,
being risk factors for chronic diseases
KEY WORDS: Inflammatory index, diet, metabolic syndrome.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
1.1 DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS .................................................. 7
1.2 SÍNDROME METABÓLICA ..................................................................................... 9
1.3 PROCESSO INFLAMATÓRIO ................................................................................ 10
1.3.1 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ATMS (ANTECEDENTES, TRIGGERS,
MEDIADORES E SINTOMAS) NO PROCESSO INFLAMATÓRIO .......................... 11
1.4 DIETA E INFLAMAÇÃO ............................................................................................. 12
2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 16
2.2 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 16
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 16
3. CAUSÍSTICA E MÉTODOS ........................................................................................ 17
3.1 DELINEAMENTO E LOCAL DO ESTUDO ........................................................... 17
3.2 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................ 17
3.3 AMOSTRA ................................................................................................................ 17
3.4 MATERIAL E MÉTODO .............................................................................................. 18
3.4.1 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ............................................................................. 18
3.4.2 AVALIAÇÃO DO FATOR INFLAMATÓRIO DA DIETA ................................. 18
3.4.3 AVALIAÇÃO DE SÍNDROME METABÓLICA, RESISTÊNCIA INSULÍNICA E
INFLAMAÇÃO ............................................................................................................... 19
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................. 20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 21
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 30
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 31
APÊNDICE ............................................................................................................................. 35
Apêndice 1: Termo de Concentimento Livre e Esclarecido – via do pesquisador; ............. 35
Apêndice 2: Termo de Concentimento Livre e Esclarecido – via do participante; ............. 37
6
Apêndice 4: Exemplo de ficha de registro alimentar de dia atipico de final de semana. .... 39
Apêndice 5: Orientações para preenchimento, via do voluntário. ....................................... 40
ANEXOS ................................................................................................................................. 41
Anexo 1 – Índice de Massa Corporal - Classificação do Estado Nutricional para Adultos. 41
Anexo 2 - Relação Cintura-Quadril - Classificação do Risco de Morbidades para Adultos.
.............................................................................................................................................. 41
Anexo 3 – Tabela de classificação do Fator Inflamatório da dieta, segundo o IF Rating
system™ . .............................................................................................................................. 41
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1. INTRODUÇÃO
1.1 DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
Nas últimas décadas pôde-se notar dois fenômenos nacionais que transformaram a
população brasileira: a transição demográfica e epidemiológica, com tendência para o
envelhecimento da população e diminuição das doenças infecto parasitárias e paralelamente o
aumento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como doenças
cardiovasculares (DCV), diabetes Mellito (DM), câncer e doenças respiratórias crônicas
(SCHMIDT et al., 2011).
O perfil de morbimortalidade pode ser considerado um indicador relativamente
sensível das condições de vida e do modelo de desenvolvimento de uma população, sendo
resultado da interação de diversos fatores interdependentes, como estilo de vida, condições
socioeconômicas, alimentação, atividade física e acesso aos serviços de saúde, entre outros
(MALTA et al., 2017).
De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (2018), do total de óbitos
ocorridos no mundo em 2016, 71% foram relacionados às DCNT, sendo de longe a principal
causa de morte no mundo, atingindo 41 milhões de pessoas. Quatro grupos de doenças
respondem pela grande maioria desses óbitos: DCV responsáveis por 31% de todas as mortes
mundiais, câncer representando 16%, doenças respiratórias crônicas atingindo 7% e DM
resultando em 3%.
Do total, 75% foram mortes prematuras (idade entre 30 e 69 anos), demonstrando
que as DCNT não são apenas um problema de saúde para indivíduos idosos. O risco de óbito
por uma das quatro principais DCNT é de 18%, com o risco um pouco maior para homens
(22%) do que para as mulheres (15%) (WHO, 2018).
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As DCNT se tornaram um problema de saúde global, onde 78% das mortes por
DCNT ocorreram em países de baixa e média renda, risco de morte de 21% e 23%
respectivamente, sendo quase o dobro do percentual para adultos em países de alta renda
(12%) (WHO, 2018).
No Brasil, o total de óbitos por DCNT atingiu 74%, destacando-se dentre elas, as
DCV 28%, câncer 18%, doenças respiratórias crônicas atingiram 6% e DM 5% (WHO, 2018).
Tornando-se uma condição sensível e que necessita atenção por parte do sistema de saúde
brasileiro.
A Pesquisa de Orçamento Familiar – POF 2008-2009, revelou um aumento do
consumo de alimentos com alto teor de açúcar, sódio e gordura e diminuição do consumo de
fibras, frutas e verduras, evidenciando o processo de transição nutricional, baseada na má-
alimentação da população brasileira, contribuindo em grande parte para o desenvolvimento
das DCNT (MALTA et al., 2017).
Dessa maneira a Vigilância Epidemiológica (VE) das DCNT deve avaliar as
tendências e a magnitude de exposição, visto que no Brasil persistem políticas de saúde em
optar maciçamente pela medicina curativa, pelo atendimento e tratamento das DCNT em
serviços de urgência, emergência ou sob hospitalizações, as quais possuem custos elevados e
não favorecem as mudanças desejáveis (LESSA, 2004).
As quatro principais DCNT listadas pela Organização Mundial da saúde, estão
causalmente ligadas a quatro fatores de risco comportamentais modificáveis principais:
tabagismo, uso excessivo de álcool, inatividade física e alimentação não saudável (WHO,
2018). Ainda, possuem riscos não-modificáveis como idade, sexo, hereditariedade e raça
(BRASIL, 2005).
Esses quatro fatores de risco modificáveis são comuns na população brasileira.
Segundo resultados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), cujos resultados são representativos para
pessoas maiores de 18 anos nas capitais brasileira, em 2017:
10,1% eram fumantes, sendo maior entre o sexo masculino (13,2%) do que no
feminino (7,5%). Ainda, a frequência de fumantes passivos, atingiu 6,7%, sendo duas vezes
maior em homens (9,6%) do que em mulheres (4,3%) (BRASIL, 2018).
Entre toda população adulta estudada, a frequência de consumo regular de
frutas e hortaliças (cinco ou mais dias da semana), atingiu 34,6%, sendo maior no sexo
feminino (40,4%) do que entre o sexo masculino (27,8%) e frequência do consumo de
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refrigerantes foi de 14,6% em toda a população, sendo maior no sexo masculino (17,4%) do
que no sexo feminino (12,2%) (BRASIL, 2018);
Em relação a atividade física no tempo livre equivalente a 150 minutos de
atividade moderada por semana, foi de 37% na população estudada, sendo maior entre os
homens (43,4%) do que entre as mulheres (31,5%). Ainda, a frequência de ver televisão ou
usando computador, tablete ou celular por três ou mais horas diárias foi de 61%, sem
diferença entre os sexos (BRASIL, 2018).
A frequência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas (ingestão de cinco ou
mais doses para homens e ingestão de quatro ou mais doses para mulheres, em uma mesma
ocasião dentro dos últimos 30 dias), foi de 19,1%, sendo maior no sexo masculino (27,1%) do
que entre o sexo feminino (12,2%) (BRASIL, 2018).
Essas mudanças no padrão alimentar e estilo de vida observadas na população
brasileira colocam novos desafios para todos os setores governamentais. As doenças crônicas
se não adequadamente prevenidas e gerenciadas, por serem doenças em geral de longa
duração, estão entre as que mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde, onde
no ano de 2002 a estimativa de gastos do SUS com as DCNT ultrapassou os 7,5 bilhões de
reais (BRASIL, 2005).
Desta maneira, hábitos de vida se delineiam como moduladores do estado de saúde
do indivíduo, onde conhecer todos os aspectos e tendências das DCNT é de extrema
importância para geração de conhecimento sobre essas doenças e fatores de riscos associados
para implantação de políticas públicas voltadas para sua prevenção e controle (MALTA et al.,
2017).
1.2 SÍNDROME METABÓLICA
Os quatro principais fatores de risco para as DCNT, levam a quatro alterações
metabólicas e fisiológicas importantes, como o aumento da pressão arterial, sobrepeso e
obesidade, aumento da glicemia e aumento dos lipídios sanguíneos (WHO, 2018), os quais
possuem grande impacto no aparecimento da síndrome metabólica (SM), que se caracteriza
como um transtorno complexo que possui um conjunto de fatores de risco cardiovascular
usualmente relacionado com à resistência à insulina (RI) e à deposição central de gordura
(Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2005).
De acordo com National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel
III (NCEP – ATPIII) (2001), utilizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005), o
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diagnóstico de SM é realizado pela presença de três dentre quaisquer dos cinco componentes
adotados: intolerância à glicose, obesidade abdominal, hipertrigliceridemia, HDL-colesterol
baixo e hipertensão. Conforme a Internacional Diabetes Federation (2006), para caracterizar
SM, fixaram o critério de obesidade abdominal que deve ser somado a mais dois critérios já
citados. A SM aumenta em até 2,5 vezes a mortalidade geral (BARBALHO et al., 2015).
De acordo com estudos epidemiológicos transversais, a prevalência de SM nos
Estados Unidos de acordo com os critérios da ATP-III, foi de 21,8%, sendo mais alta em
pessoas mais velhas (PENALVA, 2008). No Brasil, Carvalho (2017), relatou a presença de
SM no estado de São Paulo em 12,2% da população adulta jovem estudada e de RI em 12,3%,
sendo maiores no sexo masculino.
Há uma notável semelhança entre os fatores de risco para desenvolvimento das DCV,
diabetes e obesidade, por esta razão, muitos estudos são realizados a fim de entender esse
conjunto de fatores de risco e propor terapias para tratamento ou prevenção das complicações
de tais doenças de maneira eficaz (MALTA et al., 2017).
É relatado que quanto maior a associação de importantes fatores de risco (IMC >30,
RCQ elevada e resistência à insulina) com o agrupamento de mais de uma anormalidade
metabólica (hipertensão, diabetes, hipertrigliceridemia, HDL-colesterol baixo e ácido úrico
elevado), maior é a probabilidade de desenvolver a SM (VOLP et al., 2008).
A SM é um distúrbio crônico e que tem sido relacionado com o aumento de citocinas
pró-inflamatórias como Interleucina-6 (IL-6), Interleucina-1beta (IL-1b), Fator de Necrose
Tumoral alfa (TNF-Alfa) e Proteína C reativa (FAROOQ et al., 2015). A inflamação pode
levar a RI, que exerce importante papel na patogênese da SM (CARVALHO, 2017).
A RI, em contrapartida, pode ser considerada o principal fator que acentua a
inflamação, por promover um defeito na ação específica da insulina nos tecidos-alvos, o que
leva um aumento do processo inflamatório crônico de baixa intensidade (VOLP et al., 2008),
e também tem relação de causalidade com o aumento da pressão arterial, hipertrigliceridemia
e redução do HDL-colesterol (Sociedade Brasileira de Cardiologia 2005). A inflamação está
presente nas DCNT e a mesma precede o desenvolvimento dessas doenças (VOLP et al.,
2008).
1.3 PROCESSO INFLAMATÓRIO
Processo inflamatório é caracterizado como o conjunto de alterações bioquímicas,
fisiológicas e imunológicas em resposta a injúrias, lesões ou irritações de origem externa ao
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corpo, exceto em doenças autoimunes (GERALDO & ALFENAS, 2008). Trata-se de um
mecanismo de defesa natural do organismo que envolve o recrutamento de leucócitos e
liberação de diversos mediadores inflamatórios (CARVALHO, 2017).
A inflamação crônica se caracteriza com o desenvolvimento da resposta imune
humoral específica e da resposta imune celular, gerando um estado persistente de destruição
tecidual e tentativa de reparo dos prejuízos causados pelo agente inflamatório. Já a resposta de
fase aguda é a que ocorre logo após a agressão com o recrutamento de leucócitos no foco da
lesão e liberação de mediadores inflamatórios (GERALDO & ALFENAS, 2008).
A inflamação crônica é responsável pela lesão tecidual inicial por meio da ativação a
longo prazo do sistema imune inato (GERALDO e ALFENAS, 2008), que induzirá a
produção de citocinas pró-inflamatórias como a IL – 6, 1 e 18 e TNF, também induz a
produção de chemocinas como MCP-1, e marcadores de inflamação sintetizados pelos
hepatócitos como a Proteína C Reativa (PCR) e Fibrinogênio (VOLP et al., 2008), esses
biomarcadores de inflamação promoverão a disfunção endotelial, mobilização de gorduras,
hiperglicemia, resistência à insulina e estresse oxidativo levando a manifestações de DCNT
como as DCV, o DM, o câncer, amplificados pela obesidade (GERALDO & ALFENAS,
2008).
Há indícios que a inflamação crônica de baixa intensidade esteja presente em várias
DCNT (GERALDO e ALFENAS, 2008) e esteja associada à Síndrome Metabólica (SM),
composta por vários elementos ateroscleróticos (LESSA, 2004). A SM vem se tornando cada
vez mais comum no desenvolvimento de DCV prematuras, sendo considerada um fator tão
importante quanto o tabagismo (PENALVA, 2008).
1.3.1 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ATMS (ANTECEDENTES,
TRIGGERS, MEDIADORES E SINTOMAS) NO PROCESSO
INFLAMATÓRIO
Para compreender mais sobre os efeitos da alimentação na inflamação do organismo,
é importante entender o funcionamento do sistema ATMS:
Antecedentes - está relacionado com o indivíduo: fatores genéticos,
hipersensibilidade alimentar, função intestinal, história clínica, história de vida, hábitos
alimentares, ou seja, os fatores de risco em que o indivíduo está exposto no momento em que
podem anteceder o aparecimento de alguma patologia (PASCHOAL et al., 2007).
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Triggers (gatilhos) - quando acionados desencadeiam inúmeras reações
negativas ao organismo, como por exemplo, os Lipopolissacarídeos (LPS) originados das
paredes celulares de bactérias intestinais Gram-negativas e atravessam a barreira intestinal
(num quadro de impermeabilidade intestinal) e se ligam a um complexo de receptores
CD11b/CD18 e Scavenger nos macrófagos e monócitos, especialmente, promovendo a
interação com proteínas intracelulares, favorecendo a ativação do Fator Nuclear kappa beta
(NFkB) o qual migra para o núcleo, e estimula a transcrição de genes que codificam as
citocinas pró-inflamatórias, como o TNF e IL-6 (PASCHOAL et al., 2007), estes por sua vez,
são reguladores da síntese de PCR pelos hepatócitos no fígado. Elevações dos níveis de PCR
são encontrados em resposta inflamatória aguda e crônica (VOLP et al., 2008).
Há estudos demonstrando que o consumo elevado de alimentos com carga glicêmica
alta, desequilíbrio no consumo de ácidos graxos ômega 6 em relação ao ômega 3, deficiência
de vitamina D, falta de compostos bioativos e antioxidantes na alimentação, também levam a
ativação do fator de transcrição NFkB e seguido aumento de citocinas inflamatórias
(PASCHOAL et al., 2007).
Mediadores e sintomas, que são quaisquer substâncias, enzimas ou fatores
ambientais que causem os sintomas, destruição de tecidos e o comportamento em relação à
doença. Podem ser hormônios, neurotransmissores, citocinas, radicais livres, fatores de
transcrição, fatores cognitivos e emocionais (medo, baixa autoestima, crença em relação a
doença, entre outros), fatores sociais e culturais (solidão, condições comportamentais, entre
outros) (PASCHOAL et al., 2007).
No hipotálamo, os mediadores inflamatórios, promovem o feedback positivo de
produção do cortisol, ativador da Lipoproteína Lipase (LPL) no tecido visceral, tendo
relevância na relação de inflamação e do estresse com a adiposidade abdominal; no fígado,
estimulam produção de PCR, amiloide sérica A (SAA) e fibrinogênio, diminuem a síntese de
HDL-c e aumentam a síntese de TG (PASCHOAL et al., 2007).
No endotélio, estimulam as moléculas de adesão plaquetária (VCAM & ICAM) e
diminuem a produção de óxido nítrico, relevantes para patogênese da aterosclerose; e nos
adipócitos, de maneira geral, favorecem o aumento da síntese de leptina, diminuição da
síntese de adinopectina, aumento da produção de cortisol, aumento do inibidor do ativador do
plasminogênio-1 (PAI-1) (PASCHOAL et al., 2007).
1.4 DIETA E INFLAMAÇÃO
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Afim de controlar o processo inflamatório, tem sido discutida atualmente a
capacidade da dieta em induzir ou reduzir tais processos, dessa maneira, podendo
desempenhar papel muito importante na regulação da inflamação crônica, a qual se deve pela
exposição prolongada e contínua à alimentos pró-inflamatórios, em doses de baixo grau, que
se instala de maneira insidiosa no organismo (CAVICCHIA, 2009).
A alimentação inadequada é um fator de risco para DCNT, a qual tem grande
influência no perfil de morbimortalidade do indivíduo, onde a adoção de um padrão alimentar
com consumo excessivo de cereais refinados, alimentos ultraprocessados, lácteos integrais,
carne vermelha, refrigerantes, doces, uso de óleos e açúcares de adição, entre outros hábitos,
promovem o aumento da ingestão calórica, resistência à insulina, perfil lipídico aterogênico,
estado pró-inflamatório, disfunção endotelial e estado de estresse oxidativo, aumentando
dessa maneira o risco para doenças crônicas e mortalidade associada (BRESSAN et al., 2009).
Em contrapartida, um padrão alimentar saudável com o consumo diário de cereais
integrais, frutas e hortaliças, frutos secos, aves e peixes, lácteos desnatados, óleos vegetais e
consumo moderado de álcool, levam a diminuição de todos os fatores já citados e consequente
diminuição do risco para doenças crônicas e mortalidade associada (BRESSAN et al., 2009).
Estudos mostram que um padrão alimentar ocidental, caracterizado pelo elevado
consumo de carne vermelha, laticínios com alta quantidade de gordura, cereais refinados e
açúcares simples, estão associados a altos níveis de citocinas inflamatórias (PCR e IL-6) no
organismo (ESTRUCH, 2010). A ingestão alimentar excessiva induz ao maior risco para
doenças inflamatórias (MONTONEN et al., 2013).
Segundo Ostan et al. (2015), o padrão alimentar mediterrâneo, caracterizado pelo
elevado consumo de grãos integrais, pescados, hortaliças verdes e frutas, consumo moderado
de azeite de oliva e álcool e pouca quantidade de carne vermelha e manteiga, está associado a
menores níveis de citocinas inflamatórias como PCR e efeito protetor sobre doenças ligadas a
inflamação crônica, como câncer, DM, DCV e SM.
Ainda, dietas com alta ingestão de carne vermelha, produtos ricos em gordura,
carboidratos simples, são associados a altos níveis de PCR séricos, em contrapartida, dietas
com alta ingestão de grãos integrais, frutas e vegetais, somadas à ingestão de azeite de oliva e
baixa ingestão de carne vermelha, se correlacionam a menores níveis de inflamação
(JENKINS et al., 2002; CAVICCHIA et al., 2009).
O consumo elevado de açúcar e cereais refinados, ácidos graxos trans e saturados,
carnes processadas, alimentos alergênicos, elevado consumo de Ômega-6 e baixo consumo de
ômega-3, elevado consumo de cafeína e adoçantes artificiais, estão associados ao aumento da
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ativação do fator de transcrição NFkB, que estimula a inflamação no organismo (GERALDO
& ALFENAS, 2008; MOHANTY et al., 2000).
Perini et al. (2010), constataram que menores níveis de citocinas inflamatórias são
encontrados em um padrão alimentar rico em ácidos graxos ômega 3, fibra, vitaminas E, C,
beta caroteno e magnésio e inclusão moderada de álcool. As frutas e hortaliças são ricas em
micronutrientes antioxidantes que podem modular o estado inflamatório, estudos
observacionais indicam que a ingestão total de antioxidantes ou a ingestão de vitaminas do
complexo B, C, E e do selênio, estão associadas a menores concentrações de PCR e um menor
risco para SM (LARSSON e WOLK, 2014).
Pensando na capacidade de um alimento induzir em maior ou menor grau a
inflamação crônica de baixa intensidade, foi proposto uma classificação para os alimentos, o
Fator Inflamatório (FI). Trata-se de um instrumento utilizado para avaliar o potencial
inflamatório da dieta, variando de números positivos (anti-inflamatórios) e negativos
(inflamatórios), podendo classificar a dieta quanto ao grau de inflamação dos alimentos
ingeridos (REINAGEL, 2017).
Estudos transversais avaliaram a associação do potencial inflamatório da dieta com
os biomarcadores de inflamação no organismo. Shivappa et al. (2015), utilizaram uma
amostra de 2524 indivíduos, geralmente saudáveis, com idade entre 33 e 55 anos, o qual foi
constatado associação positiva e significativa entre o potencial inflamatório da dieta e
biomarcadores inflamatórios como IL-6 e homocisteína e PCR (WIRTH et al., 2014).
Ainda, recentemente Shivappa et al. (2017), buscaram associação entre FI e
biomarcadores inflamatórios em 532 adolescentes de um estudo transversal europeu, os quais
encontraram associação entre dietas inflamatórias e o aumento dos níveis de vários
marcadores como TNF-alfa, IL-1, 2, e moléculas de adesão celular vascular (VCAM).
Ruiz-Canela et al. (2016) através de uma revisão sistemática para examinar os
achados referentes a utilização do potencial inflamatório dietético e fatores de risco
cardiometabólicos, concluíram ser uma ferramenta útil para avaliar a capacidade inflamatória
da dieta e compreender as relações entre dieta, inflamação e doenças crônicas.
Para determinar o FI de um alimento, em 2007 foi proposto o IF Rating™, a
classificação surgiu a partir de um algoritmo utilizado para calcular o FI de determinado
alimento, sendo observado mais de 20 fatores diferentes que afetam o potencial de inflamação
do alimento como, índice glicêmico, compostos antiinflamatórios, vitaminas, minerais,
antioxidantes, ácidos graxos essenciais, quantidade e tipo de gordura (REINAGEL, 2017).
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Desta maneira, para cada fator, são adicionados ou subtraídos pontos com base na
quantidade desse nutriente presente no alimento e através de comparações com efeitos
documentados de várias dosagens desse nutriente na inflamação em humanos, resultando na
classificação do FI. Todos os anos são feitas atualizações de acordo com novas descobertas na
literatura científica (REINAGEL, 2017).
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2. OBJETIVOS
2.2 OBJETIVO GERAL
Descrever o perfil nutricional e inflamatório de servidores públicos de uma
universidade de Cuiabá-MT, com presença e ausência de síndrome metabólica;
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar a amostra segundo estilo de vida (tabagismo, atividade física),
antecedentes patológicos e estado nutricional;
Avaliar o consumo alimentar em servidores com presença e ausência de
síndrome metabólica;
Identificar a prevalência de síndrome metabólica na população em estudo;
Calcular o índice inflamatório da dieta por meio da análise dos recordatórios
alimentares de 24h;
Comparar o índice inflamatório da dieta em servidores com e sem síndrome
metabólica;
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3. CAUSÍSTICA E MÉTODOS
3.1 DELINEAMENTO E LOCAL DO ESTUDO
Trata-se de um estudo prospectivo, de corte transversal analítico, a partir de amostra
não probabilística, desenvolvido na cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, mais
precisamente na Coordenação de Assistência Social e Saúde do Servidor (CASS), do Campus
da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com servidores ativos, participantes do
projeto de extensão “Saúde cardiovascular do servidor: atendimento e educação nutricional –
CARDIO-UFM”, assistidos por docentes e discentes do curso de nutrição.
3.2 ASPECTOS ÉTICOS
O estudo planejado respeitou todos os aspectos éticos previstos na resolução 466/12
do Conselho Nacional de Saúde - CNS21, com aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa
com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso, CAAE:
84775818.4.0000.8124.
3.3 AMOSTRA
A população alvo do estudo foi composta por servidores públicos, de ambos os
sexos, com idade entre 20 e 59 anos, participantes do atendimento nutricional ambulatorial do
projeto de extensão “CÁRDIO-UFMT”, da Faculdade de Nutrição (CAAE
20848213.1.0000.5541), atendidos em primeira consulta, entre o período de junho a dezembro
de 2018.
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Foram incluídos na amostra aqueles que concordaram em participar da pesquisa,
respondendo as questões do pesquisador e concordaram em assinar o termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE) (apêndice 1), o qual foi claramente explicado, deixando ao
participante a segurança e sigilo em relação as informações pessoais a serem coletadas e
outros dados da pesquisa, com total liberdade de que, a qualquer momento poderia estar
deixando de participar sem nenhum comprometimento ou ônus, sendo entregue uma via do
termo ao participante (apêndice 2).
Foram excluídos da amostra, indivíduos com idade inferior a 20 anos e igual ou
superior a 60 anos; gestantes e àqueles que recusaram a preencher o recordatório de 24 horas
domiciliar.
3.4 MATERIAL E MÉTODO
Considerou-se neste estudo o índice inflamatório da dieta, dados antropométricos,
perfil lipídico, glicemia de jejum, pressão arterial e consumo alimentar.
Dados secundários foram coletados da ficha de atendimento nutricional
individualizada, padronizada seguindo o protocolo e aplicada em indivíduos em atendimento
nutricional pelo projeto de extensão “Cárdio-UFMT”, tais como: sexo, idade, hábitos de vida
(tabagismo, prática de atividade física), antecedentes pessoais, níveis de pressão arterial,
dados antropométricos (peso, altura, circunferência da cintura e quadril), dados bioquímicos
(glicemia de jejum, perfil lipídico, PCR, Insulina e marcadores hepáticos).
3.4.1 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
O Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado através da relação do peso (Kg)
dividido pela altura² (m) desenvolvido por Lambert Quélet no fim do século XIX (ANEXO
1). A Razão Cintura Quadril (RCQ) foi calculada através da fórmula: circunferência de
cintura (cm) /circunferência de quadril (cm), ambas descritas preconizados pela Organização
Mundial da Saúde (WHO, 2000) (ANEXO 2).
3.4.2 AVALIAÇÃO DO FATOR INFLAMATÓRIO DA DIETA
Para análise da ingestão alimentar habitual foi aplicado dois recordatórios de 24h (na
primeira consulta e no 1º retorno) sob a responsabilidade do pesquisador (Apêndice 3), e
19
outro desenhado especificamente para este estudo e preenchido pelo próprio participante da
pesquisa, em regime domiciliar, referente a um dia não convencional (sábado, domingo ou
feriado) (Apêndice 4), com todas as orientações de como realizar o seu preenchimento
(Apêndice 5).
Para determinação das características nutricionais da ingestão habitual dos
recordatórios de 24 horas, os alimentos descritos em medidas caseiras foram convertidos em
gramas do alimento e analisados segundo a característica centesimal do mesmo, utilizando-se
as Tabela Brasileira de Composição de Alimento (TACO, 2011), Tabela de composição
Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil (IBGE, 2011), Tabela de composição
química dos alimentos (USDA, 2002) e Tabela Tucunduva (2016).
Para calcular a variável de desfecho, o FI da dieta, foi utilizado o IF ranting™ of
common foods proposto por Reinagel (2017), que fornece uma estimativa do efeito
inflamatório de mais de 2300 alimentos, com base na composição nutricional dos mesmos.
Para determinação do FI, foram convertidas as quantidades alimentares consumidas em
medidas caseiras, registradas em gramas, assim gerando uma classificação para cada
alimento, por fim, somou-se as classificações de todos os alimentos, tendo como resultado um
número positivo ou negativo, que expressou a capacidade anti-inflamatória ou inflamatória da
dieta, respectivamente. A classificação do FI do recordatório foi realizada de acordo com
Reinagel (2017) (ANEXO 3) adaptado para este estudo, onde foi considerada uma dieta anti-
inflamatória quando apresentou FI >0 e inflamatória quando apresentou FI <0.
3.4.3 AVALIAÇÃO DE SÍNDROME METABÓLICA, RESISTÊNCIA
INSULÍNICA E INFLAMAÇÃO
A variável independente do estudo foi à presença de Síndrome metabólica
estabelecida pela NCEP – ATPIII (2001): a) obesidade abdominal: quando a circunferência da
cintura for maior que 88 cm em mulheres e maior que 102 cm em homens; b) concentração
plasmática de triglicérides 150mg/dL; c) concentração plasmática de HDL-c inferior a
40mg/dL para homens e 50mg/dL para mulheres; d) pressão arterial sistólica 130mmHg ou
pressão arterial diastólica 85mmHg; e) glicemia de jejum 110mg/dL.
Para o cálculo de resistência insulínica, utilizou-se o modelo matemático de
avaliação da homeostase para resistência à insulina (HOMA IR), descrito na Diretriz da
20
Sociedade Brasileira de Diabetes (2017): HOMA IR = [(glicemia em mg/dl)x(insulinemia em
uU/mL)]/405. Utilizando como ponto de corte para resistência insulínica HOMA IR >2,71.
Para classificar os níveis de PCR, adotou-se >3mg/L para alto grau de inflamação e
<3mg/L baixo grau de inflamação.
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todas as informações obtidas foram registradas em um banco de dados no software
Microsoft Excel 2013 e analisadas no Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0
(SPSS Inc, Chicago, IL, USA) através de estatística descritiva, sendo que as variáveis
contínuas foram apresentadas em medidas de tendência central (média e desvio padrão) e as
variáveis categóricas apresentadas por frequências absolutas e relativas.
Para verificar normalidade da amostra utilizou-se o teste de Shapiro Wilk e para
identificar a existência de associação entre as variáveis do estudo, foi aplicado o teste t de
student (p<0,05).
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A população estudada foi composta por 20 servidores públicos, de ambos os sexos,
com idade média de 43,95±10,1 anos, sendo 55% do sexo masculino, com estilo de vida
sedentária em 40% da amostra (sem prática de atividade física) e 100% sem história de
tabagismo. Quanto aos antecedentes patológicos, encontramos a presença de hipertensão
(45%), DM (35%), dislipidemia (35%), depressão (15%) e hipotireoidismo (15%), sendo mais
prevalentes para o sexo masculino.
Tabela 1. Frequência e distribuição percentual de estilo de vida e de doenças
crônicas, segundo sexo, de servidores públicos de uma universidade, Cuiabá-MT, 2018.
Variáveis Masculino Feminino
Frequência
(n=11)
Percentual
(%)
Frequência
(n=9)
Percentual
(%)
Atividade física
Ativo 6 30 6 30
Sedentário 5 25 3 15
Tabagismo
Fumante 0 0 0 0
Não fumante 11 55 9 45
Antecedentes pessoais
Diabetes do tipo 2 1 5 1 5
Dislipidemia 4 20 3 15
Depressão 3 15 0 0
Hipertensão 6 30 3 15
Hipotireoidismo 3 15 0 0
De acordo com o relatório da OMS (2018) sobre doenças crônicas em cada país no
ano de 2016, o Brasil apresentava 47% dos brasileiros sedentários, evidenciando a exposição
a esse fator de risco modificável para as DCNT, percentual que se assemelha a amostra
estudada. Ainda, segundo o relatório, a maior causa de óbitos no Brasil foram as DCV (28%),
22
também sendo as mais presentes na população estudada, esses dados refletem que as DCNT
são um problema de saúde global, as quais precisam ser prevenidas e gerenciadas de maneira
a promover a qualidade de vida e saúde na população.
Os Índices de Massa Corpórea (IMC) dos participantes da presente pesquisa
variaram entre 23,88 kg/m² e 43,78 kg/m², com IMC médio de 31,5 kg/m² sendo que 5%
estavam com peso adequado; 95% com Sobrepeso e/ou obesidade, sendo maior para o sexo
masculino (55%) e nenhum com baixo peso (Tabela 2).
Esses dados revelam a busca maior por atendimento para o excesso de peso e
encontram-se em consonância com as recentes estatísticas divulgadas pelo Ministério da
saúde referentes ao ano de 2017. A Pesquisa VIGITEL, divulgada em 2018, indicou que a
prevalência de excesso de peso na cidade de Cuiabá é de 49,7%% nas mulheres e de 65,8%%
nos homens, maior que nas pesquisas anteriores.
A transição do perfil nutricional ocorrida nos últimos 30 anos trouxe consigo sérios
problemas de saúde, dentre eles o sobrepeso, a obesidade e suas comorbidades. O estilo de
vida da população está intimamente ligado a essa realidade (MALTA et al., 2017).
Além da diversidade de medidas e doenças associadas, a obesidade é também
multideterminada e influenciada por múltiplos fatores, tais como a história de vida, além de
fatores biológicos e culturais. Apesar da influência de fatores biológicos e genéticos, os
fatores comportamentais (históricos e culturais), tais como a escolha por alimentos, além da
rotina alimentar e da prática de atividade física, tem sido apontados como preponderantes na
determinação do quadro (ABESO, 2016).
Outro ponto avaliado no estudo foi a presença de SM e RI. A SM descreve um
conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam num indivíduo e aumentam as
chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. Encontramos na amostra
estudada uma prevalência de SM significativa, atingindo 45% dos indivíduos e com
resistência à insulina em 75%, segundo o índice HOMA IR sendo mais prevalente para o sexo
masculino.
A SM tem herança poligênica, em que o acúmulo de gordura abdominal exerce papel
fundamental para a alta morbimortalidade. Esse depósito de gordura abdominal tem forte
relação com o desenvolvimento de RI e consequente hiperglicemia de jejum, acompanhados
por aumento na liberação de mediadores pró-inflamatórios, principalmente no tecido adiposo
(TA), no fígado e no músculo esquelético (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2005).
A incapacidade da insulina plasmática atingir os tecidos alvos e promover adequada
captação de glicose, caracteriza o estado de RI. Acredita-se que um dos fatores responsáveis
23
por desencadeá-la é a obesidade abdominal, visto o aumento do acúmulo de gordura visceral e
maior fluxo de ácidos graxos livres na corrente sanguínea, sendo principal fator patogênico no
desenvolvimento da SM e aterosclerose (LUCCA e OLIVEIRA, 2014).
De acordo com os níveis de PCR sanguíneos, 100% dos servidores apresentaram um
grau de inflamação, sendo que 86,67% apresentaram alto grau de inflamação, sendo maior no
sexo feminino (46,67%). Partindo do pressuposto de que a PCR, produzida pelos hepatócitos,
indica inflamação no organismo (VOLP et al., 2008) e a mesma segue com alterações
teciduais e metabólicas, é considerada fator de risco para o desenvolvimento de DCNT,
principalmente as DCV (GERALRO e ALFENAS, 2008).
Tabela 2. Frequência e distribuição percentual do índice de massa corporal (IMC),
proteína C reativa (PCR), avaliação da homeostase para resistência à insulina (HOMA- IR),
fator inflamatório da dieta e síndrome metabólica, segundo sexo de servidores de uma
universidade em Cuiabá-MT, 2018.
Variáveis Masculino Feminino
Frequência
(n=20)
Percentual
(%)
Frequência
(n=20)
Percentual
(%)
IMC
Baixo peso 0 0 0 0
Peso adequado 0 0 1 5
Excesso de peso 11 55 8 40
Síndrome metabólica
Sim 5 25 4 20
Não 6 30 5 25
HOMA IR
Com resistência insulínica 10 50 5 25
Sem resistência insulínica 1 5 4 20
PCR
Grau de inflamação baixo 1 6,66 1 6,66
Grau de inflamação alto 6 40 7 46,67
Fator inflamatório da dieta
Anti-inflamatória 0 0 2 10
Pró-inflamatória 11 55 7 35
Alguns estudos mostram que a PCR pode ser utilizada como um marcador
inflamatório para detecção inicial de doenças ateroscleróticas, em virtude de ser o marcador
de inflamação mais estudado e mais utilizado na predição de eventos cardiovasculares.
Estudos prévios mostram que esta proteína pode exercer importantes efeitos pró-inflamatórios
e, quando se liga a moléculas resultantes de inflamação ou infecção, desencadeia a ativação
do complemento, o que leva à lesão tecidual (GERALDO e ALFENAS, 2008).
24
Os mediadores inflamatórios produzidos pelas células de defesa, estimulam a
produção de PCR e outras citocinas inflamatórias no fígado e apresentam influência na
fisiologia dos lipídios sanguíneos, promovendo a diminuição das concentrações de HDL-
colesterol, que participa do transporte reverso de colesterol no organismo e aumento da
síntese de triglicerídeos, os quais possuem grande influência no desenvolvimento das DCV e
placa aterosclerótica (PASCHOAL et al., 2007; LUCCA e OLIVEIRA, 2014).
A dieta também exerce influência no estado de inflamação do organismo,
promovendo o aumento do risco para DCNT. Na amostra estudada, 90% apresentaram dieta
inflamatória, sendo maior no sexo masculino (55%). As médias dos FI foram -732,62±342,49
e -736,75±587,69 nos sexos masculino e feminino respectivamente, ambas sendo classificadas
dietas fortemente inflamatórias.
Vale ressaltar que o padrão alimentar brasileiro possui grande influência no padrão
ocidental, caracterizado pelo elevado consumo de carnes vermelhas e processadas, grãos
refinados, gordura saturada e açúcares, leite e derivados integrais e baixo consumo de frutas e
verduras, sendo esta, considerada uma dieta predominantemente pró-inflamatória,
contribuindo para o desenvolvimento de doenças inflamatórias e crônicas (LOPEZ-GARCIA
et al., 2006; NEUSTADT, 2006; ESTRUCH, 2010).
A fim de entender um dos influenciadores do estado inflamatório, na Tabela 3 são
descritas as frequências e percentuais dos alimentos mais consumidos entre os servidores e o
FI em 100g de cada um. Como analisado anteriormente, grande parte dos alimentos
constituem o padrão alimentar ocidental, o qual possui grande influência, como dito, no
desenvolvimento de doenças crônicas (BRESSAN et al., 2009).
Alimentos tradicionais no Brasil, como o arroz e feijão, são consumidos por todos os
servidores estudados. Ainda, pão francês (90%), biscoitos do tipo cream cracker (80%),
refrigerante de cola (60%) e açúcar (95%) também estão amplamente presentes na
alimentação dos servidores. Muitos estudos têm associado a ingestão de carboidratos
refinados e glicose com o aumento da síntese e atividade do NFkB, que regula a atividade de
genes que sintetizam biomarcadores inflamatórios, promovendo a inflamação crônica no
organismo (GERALDO e ALFENAS, 2008).
O lipídio é um dos nutrientes mais estudados e seu papel em promover a inflamação
(BARBALHO et al., 2015). A ingestão de alimentos ricos em gordura foi associada ao
aumento de IL-18 e à redução simultânea da concentração de adiponectina, uma citocina
sintetizada pelo tecido adiposo que possui uma função anti-inflamatória e de aumento da
sensibilidade insulínica (GERALDO e ALFENAS, 2008; BARBALHO et al., 2015).
25
Alimentos que possuem maior quantidade de gordura mais consumidos no presente estudo
foram mussarela (75%), leite integral (75%), margarina (80%).
Outro ponto observado através do consumo alimentar, foi a baixa variedade e
consumo, pouco acima da média, de frutas, verduras e legumes. Sendo maior que o percentual
da população brasileira descrito pelo IBGE (2018) na pesquisa VIGITEL em 2017. Tais
alimentos são fontes de nutrientes importantes como fibras, vitaminas e minerais,
responsáveis pela manutenção de diversos processos no organismo (CARVALHO, 2017).
Assim os mais consumidos foram alface (60%), banana (85%), cenoura (65%) e tomate
(65%).
Tabela 3. Frequência, percentual e Fator Inflamatório (FI) dos alimentos mais
consumidos de acordo com os recordatórios alimentares de servidores públicos de uma
universidade em Cuiabá-MT, 2018.
Alimentos Recordatório alimentares
Frequência (n=20) Percentual (%) FI em 100g
Açúcar 19 95 -526,88
Alface 12 60 148,96
Arroz 20 100 -100,96
Banana 17 85 -51,05
Biscoito cream cracker 16 80 -373,01
Cenoura 13 65 203,00
Feijão 20 100 -16,94
Frango grelhado 14 70 -53,44
Leite integral 15 75 -18,58
Margarina 16 80 -144,94
Mussarela 15 75 -27,62
Ovo 17 85 -109,76
Pão francês 18 90 -190,75
Pão integral 15 75 -135,79
Refrigerante de cola 12 60 -11,95
Tomate 13 65 10,98
O consumo de alimentos com capacidade inflamatória, por um longo período, leva a
ativação do sistema imune inato, gerando uma inflamação crônica de baixa intensidade,
particularmente nas artérias vasculares causam a formação de placas ateroscleróticas
compostas principalmente de lipídios, cálcio e células inflamatórias promovendo lesão do
endotélio e fixação das placas. Como são processos lentos e assintomáticos, podem levar anos
para se manifestar, desta maneira dar atenção a marcadores inflamatórios e combater as
causas de inflamação são importantes indicadores de qualidade da alimentação e de vida
(LUCCA e OLIVEIRA, 2014; BARBALHO et al., 2015)
26
Tabela 4. Médias e desvios padrões de características da dieta, exames bioquímicos
e marcadores antropométricos, segundo presença de síndrome metabólica, de servidores
públicos de uma universidade em Cuiabá-MT, 2018.
Variáveis Síndrome metabólica (SM)
Com SM Sem SM Valor de p¹
Características da dieta
VET² (Kcal) 1894,0 ± 593,5 2165,7±531 0,980
Kcal/Kg 20,8 ± 8,3 26,7±6,1 0,372
Carboidrato (%) 49 ± 7,3 49,2±8 0,455
Proteína (%) 22,3 ± 4,4 19,4±4,5 0,805
Gramas de Proteína/Kg 1,1 ± 0,4 3,2±6,2 0,083
Lipídios (%) 28,8 ± 4,4 31,4±6,2 0,088
Gordura Saturada (g) 22 ± 6,8 25±9 0,804
Gordura Poli-insaturada (g) 11,3 ± 7 16±8,2 0,295
Gordura Monoinsaturada (g) 21,3 ± 7,2 26,1±12,4 0,265
Colesterol (mg) 461,6 ± 202 365,3±197,7 0,904
Fator Inflamatório -672,4 ± 466,4 -785,3±461,8 0,865
Exames bioquímicos
PCR (mg/L) 5 ± 1³ 4,1 ± 2³ 0,073
Colesterol sanguíneo (mg/dL) 184,3 ± 21,2 207,4 ± 36,1 0,293
HDL-Colesterol (mg/dL) 42,3 ± 7,5 50,7 ± 10,1 0,420
Triglicerídeo (mg/dL) 173,7 ± 75,6 124,5 ± 71,5 0,927
Glicemia de jejum (mg/dL) 106 ± 16 92,1 ± 8 0,010*
Insulina de jejum (uUI/mL) 16,9 ±4,3 14 ± 5 0,620
HOMA IR 4,5 ± 1,2 3,1 ± 1,1 0,950
TGO (U/L) 20,7 ± 7,6 27,5 ± 13,7 0,198
TGP (U/L) 30,4 ± 18 28,9 ± 14,4 0,474
Gama-GT (U/L) 25,7 ± 20,2 32,5 ± 6,4 0,118
Vitamina D (ng/dL) 22,7 ± 5,2 36,7 ± 12,1 0,002*
Vitamina B12 (pg/mL) 354,5 ± 100,3 533,4 ± 111,2 0,356
Dados antropométricos
RCQ 0,93 ± 0,09 0,86 ± 0,05 0,016*
IMC (kg/m²) 34,3 ± 4,3 29,2 ± 3 0,496
CC⁴ (cm) 107,1 ± 9,7 92,7 ± 7 0,353
Peso (kg) 94,4 ± 14,6 81,3 ± 10,6 0,269
Notas:
¹ Valor de p significância <0,05;
² Valor energético total;
³ Para n=15
⁴ Circunferência de Cintura;
As variáveis que apresentaram diferenças significativas entre os grupos com e sem a
presença de SM foram glicemia, vitamina D e RCQ. Como citado, a SM é um transtorno
complexo, caracterizado por uma série de fatores de riscos, geralmente relacionados coma
resistência insulínica, os quais aumentam significativamente os riscos de desenvolver DM e
DCV como a hipertensão e aterosclerose (Sociedade brasileira de cardiologia, 2005).
27
As características da dieta não apresentaram diferenças significativas entre os grupos,
contudo, vale ressaltar que a quantidade do consumo de colesterol e gordura saturada em
ambos os grupos encontram-se elevados, sendo estes indicadores negativos da qualidade da
dieta usual dos servidores, sendo considerados fatores de risco para desenvolvimento de DCV
e fator causal da tríade lipídica aterogênica: hipertrigliceridemia, baixo HDL-colesterol e
partículas de LDL pequenas e densas (LUCCA e OLIVEIRA, 2014).
No grupo com SM os valores séricos de vitamina D foram significativamente
menores (p=0,002), Oliveira et al. (2016) descreve que sua deficiência está relacionada ao
estado de resistência insulínica, visto que essa vitamina atua facilitando a liberação de
insulina pelas células betas pancreáticas, distúrbio metabólico encontrado em quadros de SM
(FRANCISQUETI et al., 2015)
Os dados vão de encontro com a patogênese da SM, quando o organismo se encontra
em um estado de resistência a ação da insulina, a glicose sanguínea tende a não ser utilizada
pelos tecidos alvos, gerando um estado de hiperglicemia no indivíduo (BARBALHO et al.,
2015). De acordo com a análise, a glicemia (p=0,010) é significativamente maior em
indivíduos com síndrome metabólica e por mais que os valores de HOMA-IR (p=0,950) não
apresentaram diferença significativa entre os grupos, ambos se encontram com as médias
elevadas, caracterizando RI e fator de risco para o grupo sem SM (CARVALHO, 2017).
Outra variável que não apresentou diferença significativa entre os grupos foi o fator
inflamatório da dieta (p=0,865), contudo da mesma maneira que os valores de HOMA-IR,
suas médias em ambos os grupos foram elevadas, caracterizando potencial altamente
inflamatório na população estudada, o qual vem de encontro com os valores séricos de PCR
(p=0,073), que também não apresentaram diferenças significativa entre os grupos, entretanto
em ambos, encontram-se elevados, evidenciando um estado inflamatório de baixo grau nos
indivíduos estudados (VOLP et al., 2008).
Na literatura encontramos forte associação entre níveis de PCR no organismo em
indivíduos com excesso de peso (BARBALHO et al., 2015), estado no qual 90% da nossa
amostra encontra-se classificada. Ainda, forte associação é encontrada em indivíduos com
estado hiperglicêmico (BARBALHO et al., 2015).
A hiperglicemia promove a formação de produtos avançados de glicação (AGEs), os
quais derivam da reação não enzimática da glicose com proteínas, lipídeos e também ácidos
nucleicos, que podem levar a síntese de IL-6, ativação dos macrófagos e ao estresse oxidativo,
o que culminaria com a produção de PCR, contribuindo para a inflamação e processos
trombóticos (BARBALHO et al., 2015).
28
Ainda, estudos evidenciam a capacidade da PCR em predizer eventos
cardiovasculares (VOLP et al., 2008; GERALDO e ALFENAS, 2008) e está fortemente
relacionada com os componentes da SM (BARBALHO et al., 2015), em nosso estudo, os
indivíduos com SM tiveram valores significativamente maiores da RCQ (p=0,016), índice que
também é utilizado para predizer eventos cardiovasculares e adiposidade central,
evidenciando sua relação com desfechos metabólicos e inflamação (Sociedade Brasileira de
Cardiologia, 2017; ABESO, 2016).
Desta maneira, o aumento da obesidade abdominal tem forte ralação com o estado de
hiperglicemia e RI (BARBALHO et al., 2015), ambos quadros encontrados na amostra. O
tecido adiposo visceral, possui também grande participação no estado inflamatório do
organismo como órgão endócrino responsável pela liberação de adipocinas como IL-6,
adinopectina, leptina, PAI-1, e TNF-α, onde o desbalanço na liberação destes mediadores
pode alterar o balanço energético, sensibilidade insulínica, pressão arterial e metabolismo
lipídico no indivíduo (BARBALHO et al., 2015).
Quando separamos em grupos de acordo com a presença de RI, a única variável que
apresentou diferença significativa foi o fator inflamatório da dieta (p=0,000), onde o potencial
inflamatório no grupo com a RI foi significativamente maior comparado ao grupo sem RI.
O padrão alimentar como atenuante do estado inflamatório do organismo
(SHIVAPPA et al., 2014; WIRTH et al., 2014; SHIVAPPA et al., 2017), está diretamente
relacionado com a produção de citocinas inflamatórias. Estudos demonstram que a ativação
crônica na produção dessas citocinas no interior das células que sofrem a ação da insulina,
leva a deterioração da resposta do tecido ao hormônio (SHI et al., 2006), tal alteração se dá
pela fosforilação de alguns resíduos de serina no substrato do receptor de insulina IRS-1,
impedindo a continuidade da cascata que finaliza na expressão do GLUT-4, promovendo
desta maneira a RI (FRANCISQUETI et al., 2015).
Na análise de correlação entre o fator inflamatório da dieta e a presença de síndrome
metabólica, não foi encontrada associação significativa na nossa amostra estudada. Na
comunidade científica estudos com o tema ainda são controversos.
Um estudo de coorte encontrou associação entre o potencial inflamatório da dieta e
SM em 3726 franceses, com média de idade de 48,9 anos, acompanhados durante 12,4 anos
(NEUFFCOURT et al., 2015). Ainda, um estudo transversal conduzido por Phillips et al.
(2018) com uma amostra de 1992 adultos, encontraram associação entre dietas pró-
inflamatórias e perfis desfavoráveis de lipoproteínas e aumento do risco de SM.
29
Outros estudos de caráter transversal (SOKOL et al., 2016; ALKERWI et al., 2014) e
de coorte (SEN et al., 2018) também não encontraram associação significativa nas respectivas
amostras estudas, portanto, mais estudos são necessários sobre o tema.
30
5. CONCLUSÃO
Apesar de não ter sido encontrada associação entre o FI da dieta e a SM na
população alvo, o estudo evidencia a grande prevalência de excesso de peso, resistência
insulínica, síndrome metabólica e o padrão dietético com elevado potencial inflamatório na
amostra, o que pode aumentar o risco para o desenvolvimento de doenças crônicas.
31
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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35
APÊNDICE
Apêndice 1: Termo de Concentimento Livre e Esclarecido – via do pesquisador;
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado para participar, como voluntário, da pesquisa: “Fator
inflamatório e consumo alimentar de nutrientes antioxidantes das dietas e sua associação com
marcadores de risco para síndrome metabólica e risco cardiovascular de servidores públicos de uma
universidade em Cuiabá- MT”. O objetivo deste estudo é “Avaliar a associação entre o consumo
alimentar de nutrientes antioxidantes e índice inflamatório das dietas com o risco de doenças
cardiovasculares e os componentes da síndrome metabólica, de servidores públicos de uma
universidade de Cuiabá, MT”.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder um recordatório de 24hrs, onde
serão coletados dados referentes ao hábito alimentar, além de preencher um registro alimentar de um
dia atípico de final de semana. Segundo a Resolução 466/2012 CONEP/CNS toda e qualquer pesquisa
traz potenciais riscos, nem que sejam mínimos, os possíveis riscos da pesquisa serão apenas
constrangimentos do sujeito ao responder entrevistas e/ou questionários, podendo ser interrompido a
qualquer momento pelo mesmo. Caso haja constrangimento, o mesmo será encaminhado a um local
reservado e será sugerido outro dia para realização da entrevista e/ou questionário, também podendo
desistir a qualquer momento de sua participação na pesquisa, sem quaisquer ônus.
Os dados referentes à sua pessoa serão confidenciais, e sigilosos durante toda pesquisa,
inclusive na divulgação das mesmas. Você receberá uma cópia desse termo onde tem o nome, telefone
e endereço do pesquisador responsável, para que você possa localizá-lo a qualquer tempo.
Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
da Universidade Federal de Mato Grosso, situado na Rua Fernando Correa da Costa, nº 2367, Bairro
Boa Esperança, Cuiabá –MT, CEP 78060-900, Telefone: (65)3615-8254.
Tendo em vista os esclarecimentos que recebi, e ciente dos meus direitos abaixo
relacionados, eu ___________________________________________________, portador do
36
RG/CPF: _____________________, abaixo assinado, veio por meio deste, comprovar minha
participação voluntária na pesquisa “Fator inflamatório e consumo alimentar de nutrientes
antioxidantes das dietas e sua associação com marcadores de risco para síndrome metabólica e risco
cardiovascular de servidores públicos de uma universidade em Cuiabá- MT” desenvolvida por Emilly
Della Pasqua Espindola (Matrícula: 201411512024) e Wanderson Hugo Drescher (Matrícula:
201411512019).
Cuiabá-MT, _____ de _________________ de 2018
____________________________________________________
ASSINATURA DO PARTICIPANTE
_________________________________
Telefone para contato
37
Apêndice 2: Termo de Concentimento Livre e Esclarecido – via do participante;
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado para participar, como voluntário, da pesquisa: “Fator
inflamatório e consumo alimentar de nutrientes antioxidantes das dietas e sua associação com
marcadores de risco para síndrome metabólica e risco cardiovascular de servidores públicos de uma
universidade em Cuiabá- MT”. O objetivo deste estudo é “Avaliar a associação entre o consumo
alimentar de nutrientes antioxidantes e índice inflamatório das dietas com o risco de doenças
cardiovasculares e os componentes da síndrome metabólica, de servidores públicos de uma
universidade de Cuiabá, MT”.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder um recordatório de 24hrs, onde
serão coletados dados referentes ao hábito alimentar, além de preencher um registro alimentar de um
dia atípico de final de semana. Segundo a Resolução 466/2012 CONEP/CNS toda e qualquer pesquisa
traz potenciais riscos, nem que sejam mínimos, os possíveis riscos da pesquisa serão apenas
constrangimentos do sujeito ao responder entrevistas e/ou questionários, podendo ser interrompido a
qualquer momento pelo mesmo. Caso haja constrangimento, o mesmo será encaminhado a um local
reservado e será sugerido outro dia para realização da entrevista e/ou questionário, também podendo
desistir a qualquer momento de sua participação na pesquisa, sem quaisquer ônus.
Os dados referentes à sua pessoa serão confidenciais, e sigilosos durante toda pesquisa,
inclusive na divulgação das mesmas. Você receberá uma cópia desse termo onde tem o nome, telefone
e endereço do pesquisador responsável, para que você possa localizá-lo a qualquer tempo.
Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
da Universidade Federal de Mato Grosso, situado na Rua Fernando Correa da Costa, nº 2367, Bairro
Boa Esperança, Cuiabá –MT, CEP 78060-900, Telefone: (65)3615-8254.
Tendo em vista os esclarecimentos que recebi, e ciente dos meus direitos abaixo
relacionados, eu ___________________________________________________, portador do
RG/CPF: _____________________, abaixo assinado, veio por meio deste, comprovar minha
participação voluntária na pesquisa “Fator inflamatório e consumo alimentar de nutrientes
antioxidantes das dietas e sua associação com marcadores de risco para síndrome metabólica e risco
cardiovascular de servidores públicos de uma universidade em Cuiabá- MT” desenvolvida por Emilly
Della Pasqua Espindola (Matrícula: 201411512024) e Wanderson Hugo Drescher (Matrícula:
201411512019).
______________________________ ______________________________
Wanderson Hugo Drescher Emilly Della Pasqua Espíndola
(65) 99940-4212 (65) 98454-8281
38
Apêndice 3 - Exemplo de ficha de recordatório alimentar de 24 horas de dias
semanais.
Universidade Federal de Mato Grosso
Programa Saúde Cardiovascular do Servidor
Trabalho de Graduação – Faculdade de Nutrição
Recordatório de 24 horas de Final de Semana
Nome: Data: / /
Dia da semana: ( ) Segunda ( ) Terça ( ) Quarta ( ) Quinta ( ) Sexta
Refeição/
Horário
Alimento (preparação
e/ou bebida)
Quantidade em
medidas
caseiras ou
unidade
Qnt em
gramas
Marca
comercial
Observações
39
Apêndice 4: Exemplo de ficha de registro alimentar de dia atipico de final de semana.
Universidade Federal de Mato Grosso
Programa Saúde Cardiovascular do Servidor
Trabalho de Graduação – Faculdade de Nutrição
Recordatório de 24 horas de Final de Semana
Nome: Data: / /
Dia da semana: ( ) Sábado ( ) Domingo
Refeição/
Horário
Alimento (preparação
e/ou bebida)
Quantidade em
medidas
caseiras ou
unidade
Qnt em
gramas
Marca
comercial
Observações
40
Apêndice 5: Orientações para preenchimento, via do voluntário.
Universidade Federal de Mato Grosso
Programa Saúde Cardiovascular do Servidor
Trabalho de Graduação – Faculdade de Nutrição
Recordatório de 24 horas de Final de Semana
Nome: Data: / /
Dia da semana: (X) Sábado ( ) Domingo
Refeição/
Horário
Alimento
(preparação e/ou
bebida)
Quantidade
em medidas
caseiras ou
unidade
Qnt em
gramas
Marca
comercial
Observações
Café da
manhã
8:30
Pão francês
1 unidade
Manteiga 1 colher de chá
Presunto 1 fatia
Queijo 1 e ½ fatia
Café com açúcar 1 xícara de café
+ 1 colher de
café de açúcar
Lanche da
manhã
11:00
Iogurte grego light 1 unidade 250g Nestlé Sabor morango
Granola 2 colheres de
sobremesa
Mãe terra Com cacau
Almoço
13:00
Lasanha (tentar
especificar os
ingredientes)
1 pedaço Ped.
Aproximadamente
10x10cm (5 dedos) Ingrediente: Massa
Frango
Presunto
Queijo mussarela
Azeitonas Milho e ervilha
Bacon Arroz branco 2 colheres de
servir
Coca-Cola 1 copo 500ml
Obs.:
Preencher a tabela, com o máximo de detalhes, sempre que possível;
Não esquecer nenhuma refeição sem preencher;
Em preparações com vários ingredientes, tente especificar quais foram utilizados;
Sua ajuda é muito importante para nossa pesquisa;
Em caso de dúvida, entre em contato;
41
ANEXOS
Anexo 1 – Índice de Massa Corporal - Classificação do Estado Nutricional para
Adultos.
Fonte: WHO, 2000.
Anexo 2 - Relação Cintura-Quadril - Classificação do Risco de Morbidades para
Adultos.
Fonte: WHO, 2000.
Anexo 3 – Tabela de classificação do Fator Inflamatório da dieta, segundo o IF
Rating system™ .
Fator Inflamatório Classificação
200 ou superior Fortemente anti-inflamatório
Continua
Classificação IMC Riscos de Comorbidades
Baixo peso < 18,5 Baixo
Peso Normal 18,5 a 24,9 -
Sobrepeso ≥ 25 Médio
Pré-obeso 25 a 29,9 Aumentado
Obeso I 30 a 34,9 Moderado
Obeso II 35 a 39,9 Alto
Obeso III ≥ 40 Muito Alto
Sexo Risco Aumentado
Homens ≥ 1,0
Mulheres ≥ 0,85
42
Continuação
Anexo 2 – Tabela de classificação do Fator Inflamatório da dieta, segundo o IF
Rating system™ (REINAGEL, 2017).
Fator Inflamatório Classificação
101 a 200 Moderadamente anti-inflamatório
0 a 100 Levemente anti-inflamatório
-1 a -100 Levemente inflamatória
-101 a 200 Moderadamente inflamatório
-201 ou menor Fortemente inflamatório
Fonte: Reinagel M. IF Rating ™ of Common Foods. [Internet]. 2017; 32. [Acesso em 05 janeiro
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