perfil do trabalhador da construção civil de feira de santana

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9 Sitientibus, Feira de Santana, n.26, p.9-29, jan./jun. 2002 O PERFIL DO OPERÁRIO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE FEIRA DE SANTANA: REQUISITOS PARA UMA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Cristóvão César C. Cordeiro* Maria Isabel G. Machado** RESUMO A evolução da importância da gestão da produção na Cons- trução Civil, principalmente através de programas setoriais de qualida- de, tem alterado a rotina das empresas construtoras. Por outro lado, pesquisas de universidades também têm encontrado espaço no setor. Entretanto, alguns obstáculos presentes no desenvolvimento desses es- forços esbarram, muitas vezes, no paradigma da má qualificação da mão-de-obra. Entendendo que falta uma formação que propicie, aos gerentes de obra, uma visão mais adequada das relações interpessoais, buscou-se, neste trabalho, realizar, um breve diagnóstico das características da mão-de-obra da Construção Civil de Feira de Santana, de forma a sub- sidiar os esforços na melhoria da qualidade no setor. Objetivou-se apre- ender o entendimento do contexto de vida do operário, ouvindo suas necessidades e agregando valor ao processo de qualificação. Levanta- ram-se aspectos que podem ser usados para nortear estratégias de desen- volvimento de recursos humanos e de qualidade de vida no trabalho, ressaltando os possíveis benefícios advindos dessa iniciativa. PALAVRAS-CHAVE: Construção Civil; Operários; Recursos Humanos; Qualificação Profissional. ABSTRACT The evolution of production management in Civil Construction has changed construction companies’ routines. University studies have been growing in this field and have helped its development. Therefore, according to the general opinion, results are not effective due to the lack *Prof. Assistente, DTEC (UEFS). Mestre em Engenharia Civil (UFF). E-mail: [email protected] **Engenheira Civil. Especialista em Gerenciamento da Construção Civil (UEFS). Universidade Estadual de Feira de Santana – Dep. de Tecnologia. Tel./Fax (75) 224-8056 - BR 116 – KM 03, Campus - Feira de Santana/BA – CEP 44031-460.

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Construção civil

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  • 9Sitientibus, Feira de Santana, n.26, p.9-29, jan./jun. 2002

    O PERFIL DO OPERRIO DA INDSTRIA DACONSTRUO CIVIL DE FEIRA DE SANTANA:REQUISITOS PARA UMA QUALIFICAO PROFISSIONAL

    Cristvo Csar C. Cordeiro*Maria Isabel G. Machado**

    RESUMO A evoluo da importncia da gesto da produo na Cons-truo Civil, principalmente atravs de programas setoriais de qualida-de, tem alterado a rotina das empresas construtoras. Por outro lado,pesquisas de universidades tambm tm encontrado espao no setor.Entretanto, alguns obstculos presentes no desenvolvimento desses es-foros esbarram, muitas vezes, no paradigma da m qualificao damo-de-obra. Entendendo que falta uma formao que propicie, aos gerentesde obra, uma viso mais adequada das relaes interpessoais, buscou-se,neste trabalho, realizar, um breve diagnstico das caractersticas damo-de-obra da Construo Civil de Feira de Santana, de forma a sub-sidiar os esforos na melhoria da qualidade no setor. Objetivou-se apre-ender o entendimento do contexto de vida do operrio, ouvindo suasnecessidades e agregando valor ao processo de qualificao. Levanta-ram-se aspectos que podem ser usados para nortear estratgias de desen-volvimento de recursos humanos e de qualidade de vida no trabalho,ressaltando os possveis benefcios advindos dessa iniciativa.

    PALAVRAS-CHAVE: Construo Civil; Operrios; Recursos Humanos; Qualificao Profissional.

    ABSTRACT The evolution of production management in Civil Constructionhas changed construction companies routines. University studies havebeen growing in this field and have helped its development. Therefore,according to the general opinion, results are not effective due to the lack

    *Prof. Assistente, DTEC (UEFS). Mestre em EngenhariaCivil (UFF). E-mail: [email protected]

    **Engenheira Civil. Especialista em Gerenciamento da ConstruoCivil (UEFS).Universidade Estadual de Feira de Santana Dep. de Tecnologia.Tel./Fax (75) 224-8056 - BR 116 KM 03, Campus - Feira deSantana/BA CEP 44031-460.

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    of technical knowledge and expertise of the human resources. This paperis based on the argument that site managers show a lack of interest whenthe subject is related to human relationships and interaction in the workenvironment. In this case, this study presents a scenario of characteristicsof the human labor force in the Civil Construction field in Feira deSantana, Brazil. The result is a proposal that could improve this sectorof the industry. This paper presents guidelines for a training programtaking into account the workers lifestyles, their needs and desires. Inparticular, the study will present the benefits that a human resourcespolicy would provide in improving the quality of life in the work environment.

    KEY WORDS: Construction Industry, Construction Workers, Human Resources, Professional Training.

    1 INTRODUOA Indstria da Construo Civil (ICC) no Brasil um ramo

    da indstria que absorve um grande nmero de trabalhadorese possui destaque na economia nacional, com uma represen-tao de 9% do PIB, considerando-se, apenas, as empresasconstrutoras (COMISSO DA INDSTRIA DA CONSTRUOCIVIL - ICC, 1999).

    Segundo MESEGUER (1991), a ICC caracteriza-se peloseu carter provisrio e nmade. Tal fato dificulta a garantiado conforto dos operrios que a executam, alm de apresentaraltos ndices de acidentes do trabalho. Nesse tipo de indstria,h uma grande variabilidade do produto final, e a mecanizao reduzida. Conseqentemente, h uma intensa utilizao demo-de-obra.

    Segundo o Subcomit da Indstria da Construo Civil noPrograma Brasileiro de Qualidade e Produtividade (1997), area de recursos humanos no setor caracterizada por insu-ficincia de programas de treinamento institucionalizado nasempresas, pouco investimento em formao profissional, declniodo grau de habilidade e qualificao dos trabalhadores deofcio ao longo dos ltimos anos, elevada rotatividade damo-de-obra e falta de programas de formao em nvel ope-rrio. Aliem-se a isso as condies de trabalho insatisfatriase um processo produtivo com muitos riscos.

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    A modernizao da Construo Civil com nfase no mbitoda gesto da produo passou a exigir mais produtividade equalidade do produto, principalmente visando a implantao detcnicas gerenciais mais modernas, incorporando princpios danova filosofia de construo. COFFEY (2000) ressalta que ocomprometimento e o envolvimento dos trabalhadores so aspectosessenciais no gerenciamento dos recursos humanos, dentro daLean Construction. SABOY (1998) afirma que extremamenteimportante a valorizao da mo-de-obra, uma vez que essaque tem a possibilidade de dar ou no qualidade ao produto.Ento, se no h uma preocupao com os operrios, paratrein-los, capacit-los, criar uma fidelidade com a empresa, ese no se tem conscincia de que a qualidade do produtodepende desses operrios, no haver comprometimento coma qualidade. De acordo com FARAH (1996), as construtorasque valorizam seus operrios, alm de estarem assegurandolugar no mercado, provavelmente iro crescer em conseqn-cia dessa valorizao.

    Assim, todas as novas tcnicas de gesto que vm sendoaplicadas bem como o movimento pela implantao de sis-temas da qualidade impulsionado pelo Programa Brasileiro deQualidade e Produtividade no Habitat PBQP-H e seus congneresestaduais como o Qualihab em So Paulo e o Qualiop na Bahia- possuem como fator crtico a participao dos trabalhadorespara que haja sucesso nessa implementao. Todavia, faz-senecessrio conhecer melhor essa fora de trabalho para quedesse modo se possa investir adequadamente em seus oper-rios procurando dar importncia formao profissional, formao escolar bsica, aos treinamentos e valorizao daprpria mo-de-obra.

    A noo de gerao de valor considerada por KOSKELA(2000) diz respeito, tambm, ao cliente interno, sendo para issonecessrio conhecer e interpretar adequadamente as neces-sidades e requisitos desse tipo de cliente, que na ICC melhorrepresentada pelos operrios.

    O Grupo de Pesquisa em Inovao da Construo doDepartamento de Tecnologia da UEFS tem buscado caracteri-zar melhor esse objeto de estudo que so os operrios da

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    Construo Civil de Feira de Santana, para melhor subsidiaras aes da instituio e os futuros projetos de pesquisa quevenham a interferir na realidade local. Esse artigo baseia-seno Trabalho Monogrfico do Curso de Especializao em Gerenciamentoda Construo Civil de MACHADO (2000), com a orientao eacompanhamento de Cordeiro.

    Nesse sentido, tornou-se oportuno fazer um estudo paraconhecer o perfil dos trabalhadores em Feira de Santanaatravs de algumas empresas de edificaes verticais. Osdados levantados nessa pesquisa permitiro contribuir para oconhecimento da situao do trabalhador da Construo Civilde Feira de Santana e para subsidiar melhorias no setor, coma identificao dos principais problemas que afligem amo-de-obra na local, bem como para aferir possveis peculi-aridades no perfil dessa mo-de-obra, fazendo-se relao comoutros estudos em outras regies.

    Na pesquisa original, buscou-se caracterizar a condiode vida do trabalhador da Construo Civil, levando em con-siderao: estado civil, grau de escolaridade, idade, sexo,formao profissional, ocupao atual, experincias anterio-res, renda familiar, salrio, estudo, domiclio, local de residn-cia, meios de transporte utilizados para locomoo pessoal,grupo familiar do trabalhador quanto ao nmero de componen-tes da famlia, situao salarial, treinamentos. Este artigo,entretanto, procura dar nfase aos aspectos que podem condicionara qualificao profissional do operrio de Construo Civil naCidade de Feira de Santana, fornecendo diretrizes para aimplantao de projetos de qualificao profissional.

    2 A INDSTRIA DA CONSTRUO CIVIL NA BAHIAA indstria da Construo Civil um importante setor

    gerador de emprego contribuindo para o desenvolvimento dopas. Dados da Comisso da Indstria da Construo CIC daFIESP/CIESP e da Trevisan Consultores (1999) constataramque o setor, considerando o chamado Construbusiness, par-ticipa com 14,8% do PIB e gera 13,5 milhes de empregos

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    diretos, indiretos e induzidos, numa proporo de 285 indiretospara cada 100 diretos.

    De acordo com o Diagnstico Competitivo da Indstria daConstruo Civil na Bahia (1999), a participao do setor noPIB do estado de 2,4%. J o setor de Edificaes o queapresenta o mais baixo ndice de escolaridade entre os subsegmentosidentificados pelo SINDUSCON/BA..

    Ainda de acordo com o Diagnstico, os problemas enfren-tados pela indstria baiana so semelhantes aos da indstriabrasileira e esto relacionados com a baixa produtividade damo-de-obra, o baixo nvel de industrializao do processoconstrutivo, os altos ndices de desperdcios, a baixa qualidadedos produtos oferecidos, alm de outros fatores relacionadosao mercado que afetam a competitividade das empresas baianasde construo.

    3 A BUSCA DA QUALIDADE E O NOVO PERFIL DO OPERRIO DA CONSTRUO

    A Construo Civil, em destaque o segmento de Edificaes,apresenta elevada dificuldade para modernizar-se, principal-mente em relao gesto dos recursos. Muitas vezes, no casoda implantao de um programa de qualidade e produtividade,verifica-se, no perodo inicial, que existe uma certa resistnciados operrios. Por outro lado, a implementao de determina-dos procedimentos e tecnologias exige uma reformatao decompetncias que vai desde os operrios at a alta adminis-trao das empresas construtoras, passando pelos engenhei-ros e gerentes de obra. Ento, antes de ocorrerem mudanasno ambiente de trabalho, de fundamental importncia aconscientizao dos trabalhadores envolvidos, independentedo nvel hierrquico desses trabalhadores na organizao.Essa conscientizao pode ocorrer desde simples treinamen-tos para os nveis gerenciais menores at atravs de processosde aprendizagem organizacional, como a Action Learning, quevm sendo aplicados em algumas empresas no Brasil e noExterior, principalmente com os profissionais da Alta Adminis-

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    trao (HIROTA, 1996). Todavia, apesar de a realidade damaioria das empresas baianas ainda se mostrar distante dessaltima abordagem, a necessidade de se apreender os proce-dimentos escritos e a conseqente alterao na rotina diriaproporcionada pela implantao de Sistemas da QualidadeEvolutivos nos moldes do Programa de Qualidade de ObrasPblicas do Estado da Bahia (QUALIOP) e do Programa Bra-sileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H) tmimpulsionado a procura por competncias que necessitam sersupridas de forma imediata, principalmente por um novo perfilde operrio.

    Nesse quadro, faz-se necessria a considerao sistem-tica dos anseios do cliente interno. A satisfao e a motivaodos operrios so fatores importantes para que uma filosofiade qualidade tenha sucesso dentro de uma empresa. preciso,entretanto, que se conheam quais so essas necessidades equais fatores so significativos para que haja esse grau decomprometimento por parte dos trabalhadores, levantando aspectosde seu contexto social e outros relativos qualidade de vidano ambiente de trabalho que possam nortear estratgias decapacitao que venham a atender s demandas de qualifica-o profissional dos operrios.

    Conforme levantado antes, alm do elevado nmero deempresas envolvidas na implantao de Sistemas da Qualida-de Evolutivos, outros dois fatores pressionam a melhora notratamento da questo da gesto de recursos humanos na ICCbaiana: a aplicao de novas tecnologias e a necessidade deatendimento s exigncias da Norma Regulamentadora 18 Condies e Meio Ambiente do Trabalho na Indstria da Cons-truo Civil. No primeiro caso, a adoo de novas tcnicas eequipamentos tem sido impulsionada fortemente nos ltimosanos devido globalizao, que permitiu a entrada de empre-sas multinacionais no mercado de materiais de construo e deequipamentos. O problema consiste na adaptao desses materiaise equipamentos a uma mo-de-obra que no consegue apre-ender seu potencial de uso, muitas vezes manuseando essesprodutos por determinao dos superiores que, por sua vez,tambm no conseguem compreender plenamente todos os

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    benefcios possveis desta ou daquela tecnologia e tomamdecises de uso entre uma e outra tcnica sem os devidosconhecimentos para isso. Tal postura acontece na ICC brasi-leira como um todo, e na Bahia no diferente, o que gera,no mnimo, o uso inadequado dessas tecnologias. Com refe-rncia ao atendimento NR-18, CORDEIRO (1999) identificouuma peculiaridade em relao s obras na Bahia e em Feirade Santana em particular. Notou-se que os itens da Normarelativos qualidade de vida do operrio (refeitrio, alojamen-to, banheiros) possuam um ndice de cumprimento inferior aositens relacionados, explicitamente, com a segurana. Isso re-fora a hiptese de que os empresrios da Construo Civilbaiana e feirense, principalmente, no possuem o entendimen-to claro do conceito de qualidade de vida no meio ambiente detrabalho e, conseqentemente, no possuem polticas de RecursosHumanos ou mesmo de treinamento. No caso da NR-18, COR-DEIRO (1999) cita que um dos fatores apontados pelos empre-srios como crtico para a plena implementao dessa normafoi, exatamente, a falta de conscincia dos trabalhadores quanto questo da segurana, o que denota a necessidade deprogramas intensivos de treinamento/educao para tentarresolver a questo.

    4 MTODO4.1 CONSIDERAES GERAIS

    A pesquisa aborda os resultados referentes caracteriza-o do operrio da Construo Civil de empresas incorporadorasna Cidade de Feira de Santana, especificamente aquele quedesenvolve atividades nos canteiros de obras.

    As empresas pesquisadas caracterizam-se por possuirsede local e atuao na regio de Feira de Santana e soincorporadoras e construtoras. Elas atuam na construo deedificaes verticais e horizontais, sendo grandes respons-veis pelo crescimento vertical da cidade. So significativas, noque tange ao uso de tecnologias modernas, e tm mais de oitoanos atuando nesse setor.

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    As informaes necessrias ao perfil do trabalhador foramobtidas por meio de entrevistas realizadas nos canteiros, como recurso de questionrio. Entretanto, o universo amostralcorresponde aos funcionrios que estavam trabalhando nasempresas, naquela fase da construo, na ocasio da pesqui-sa, ocorrendo, dessa forma, uma variao de categorias entreas empresas pesquisadas. Cabe ressaltar que a amostragemtem carter pontual.

    4.2 MTODO

    O plano amostral da pesquisa compreendeu trs empresasselecionadas intencionalmente, de acordo com os critriosrelativos ao porte das obras e da participao no mercadolocal. Alm disso, foram considerados, tambm, critrios refe-rentes ao porte tecnolgico e ao ramo de construo dessasempresas. As trs empresas representavam, poca, a tota-lidade das empresas construtoras de edificaes verticais deFeira de Santana.

    O universo da pesquisa foi composto por uma amostra de100 trabalhadores; os dados foram levantados por meio deentrevistas estruturadas, realizadas com operrios e em visitass empresas nos meses de novembro e dezembro de 1999. Foirealizada uma escolha aleatria, porm, distribuda homogeneamenteentre as funes.

    O universo amostral no correspondeu a 100% dos ope-rrios das empresas pelos seguintes motivos:

    a) funcionrios deslocando-se entre vrias obras;b) alguns funcionrios afastados (frias, problemas de

    sade etc.);c) tempo restrito para realizar a pesquisa.A ferramenta utilizada para coleta de dados foi um ques-

    tionrio que teve como base o trabalho de JOBIM (2000) nacidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Tal modeloprocurou abordar aspectos que ajudassem a contextualizar ea destacar os requisitos e as necessidades dos trabalhadores,tornando transparente esses pontos para subsidiar futurasintervenes.

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    5 RESULTADOS

    Apresentam-se, a seguir, os dados relativos s questeslevantadas, com um breve comentrio acerca da significnciados resultados encontrados em cada questionamento.

    Tempo que leva para ir de casa at o trabalho

    De acordo com as entrevistas (figura 1), entre 30 e 45minutos o tempo gasto pela maioria (44,12%) dos operriospara ir de casa at o trabalho. A maioria deles efetua essepercurso de bicicleta, aproveitando a topografia pouco aciden-tada da cidade. Apenas 1,96% levam mais de duas horas parachegar ao local de servio. Esse dado corresponde aos ope-rrios que esto trabalhando em obras afastadas da cidadeque residem; alguns disseram que moram, por exemplo, emSalvador e, por isso, necessitam de dois nibus para chegarao local de trabalho.

    Figura 1 -Tempo gasto para percorrer a distncia entre a casae o trabalho

    menos de 30 minutos

    29%

    entre 30 e 45 minutos

    44%

    entre 1,1 e 1,30 hora4%

    entre 45,1 e 60 minutos

    14%

    entre 1,31e 2 horas7%

    mais de 2 horas2%

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    O tempo correspondente ao trajeto entre a casa e otrabalho pode influenciar no cumprimento das tarefas na obrae no ndice de acidentes do trabalho, bem como deve serconsiderado, caso se opte por adotar turnos extras para trei-namentos. No caso, o fato de o deslocamento ser efetuado debicicleta pode auxiliar na disposio matinal, por um lado e noesgotamento fsico ao final do dia, o que prejudicaria o apren-dizado.

    Funes anteriores

    Constata-se que um elevado nmero de operrios desem-penhou as mais diversas funes antes de trabalhar na Cons-truo Civil. Um elevado nmero de operrios oriundo docampo, onde desenvolvia atividades. Outros eram artesos,camels, frentistas, seguranas, tratoristas, mecnicos, padei-ros. Isso confirma os resultados que evidenciam que a forma-o ocorre dentro da prpria obra, onde os operrios iniciamcomo serventes, funo que no exige qualificao, e, nodecorrer do tempo, aprendem alguma tarefa especfica.

    Das funes exercidas anteriormente pelos serventes,verificou-se que um nmero significativo deles foi marceneiro,agricultor, arteso (22,22%) e tambm j exerceu outras fun-es na Construo Civil, de pedreiro, por exemplo. Possivel-mente eles exercem uma funo inferior por falta de oportuni-dade aps mudana de emprego, para evitar o desemprego,aceitam uma funo que no requer a mesma habilidade.

    Outra funo na Construo Civil

    A maioria dos entrevistados, 61,76%, afirmou ter condi-es de desenvolver outras atividades na Construo Civil.Contudo, desempenhar outra funo significa ser capaz deexerc-la, no apenas conhecer outra funo. Apesar disso,fica evidente a necessidade de treinamento desses operrios,visto que parcela significativa deles 38,24% no estcapacitada para desempenhar outra funo.

    Parte das modernas filosofias de gesto exigem um ope-rrio que saiba desenvolver vrias funes. Assim, esses operrios

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    tm que saber executar vrias tarefas para que possam par-ticipar das diversas etapas da obra. Esse operrio teria, ento,teoricamente, maiores oportunidades para se aperfeioar, jque no precisaria trocar de empresa ou mesmo de setor. necessrio que as empresas se conscientizem da importnciada manuteno dos trabalhadores na empresa aps o trminode cada obra.

    Tempo de servio na empresa

    Conforme a figura 2, o percentual de operrios com menosde trs meses na empresa superior aos que esto h maisde dez anos. Aproximadamente 82% dos entrevistados traba-lham h, no mximo, trs anos na empresa. Essa rotatividadepode no estar relacionada, diretamente, com a vontade dotrabalhador, mas, s atividades desenvolvidas pela empresa.Apenas uma pequena parte dos trabalhadores entrevistados,2,94%, est nas empresas desde que essas foram fundadas.

    Figura 2 - Tempo de servio na mesma empresa

    7,84%

    14,71%

    18,63%

    41,18%

    10,78%

    3,92% 2,94%

    0,0%

    5,0%

    10,0%

    15,0%

    20,0%

    25,0%

    30,0%

    35,0%

    40,0%

    45,0%

    menos de3

    meses

    de 3 a 6meses

    de 6,1 a 12meses

    de 1,1 a 3 anos

    de 3,1 a 5anos

    de 5,1 a 10 anos

    mais de 10anos

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    A rotatividade pode ser atribuda a diversos fatores quevo desde o processo de seleo da mo-de-obra at a crisee recesso econmica. O processo de seleo baseia-se emcritrios que variam de empresa para empresa, assim como emfuno da disponibilidade da mo-de-obra. Outro fator determinanteda rotatividade refere-se s etapas da construo, quando osoperrios so contratados para executar as tarefas especficase, com a finalizao das etapas ou da obra, na sua maioria, soliberados.

    Outro dado importante a ser observado que aproxima-damente 8% dos entrevistados encontram-se, h menos de trsmeses, vinculados empresa na qual trabalham atualmente, oque refora a tese da prtica constante do perodo de expe-rincia (90 dias). A empresa acredita que isso seja uma van-tagem, uma vez que no onera com gastos referentes contrataoe ao pagamento, no final do contrato, de forma integral, dashoras correspondentes ao aviso prvio, reduzindo, e muito, ocusto da dispensa. Esse contrato indica ao empregador ashabilidades do operrio e, conseqentemente, a permannciaou no no processo produtivo.

    Tempo de servio na funo atual

    O tempo de servio na mesma funo pode demonstrar aresistncia de alguns operrios ou a falta de interesse nodesenvolvimento profissional, mas, tambm, pode denotar aausncia de uma poltica de recursos humanos por parte dasempresas construtoras da cidade.

    Conforme observado na figura 3, ressalta-se o percentualdaqueles que tm de um a cinco anos na funo atual, repre-sentando 40,20%. Entretanto, os que tm mais de dez anos naprofisso aparecem 18,63%, o que um percentual significa-tivo. Dentre esses, um entrevistado que exerce a funo demestre se orgulhou em dizer que est na mesma funo desde1964.

    Supe-se que, devido falta de estabilidade do empregoe falta de perspectiva dentro Construo Civil, muitos ope-rrios no investem na profisso, procurando aperfeioamen-

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    to. De acordo com as entrevistas, alguns consideram que jsabem tudo e no tm mais o que aprender, porm, casohouvesse oportunidade para trabalhar em outros setores, elessentiriam mais disposio para se aperfeioar.

    Tempo de servio na Indstria da Construo Civil

    Buscou-se aferir o tempo de servio do trabalhador nosetor de modo a identificar o grau de acomodao e a conse-qente resistncia em aceitar aperfeioamentos associados sinovaes ou, ainda, a falta de oportunidade em outras reas.

    Assim, com relao ao tempo de trabalho na ConstruoCivil, percebe-se, analisando a figura 4, a pouca renovaodos operrios, pois mais de 50% deles esto no setor daConstruo Civil h mais de dez anos. Questionados sobreesse tempo de servio, muitos demonstraram satisfao, enquantooutros gostariam de possuir uma profisso no relacionadacom o setor.

    Figura 3 - Tempo de servio na funo atual

    6,86%10,78%

    12,75%

    40,20%

    10,78%

    18,63%

    0,0%

    5,0%

    10,0%

    15,0%

    20,0%

    25,0%

    30,0%

    35,0%

    40,0%

    45,0%

    menos de 3 meses

    de 3 a 6 mese

    de 6,1 a 12meses

    de 1,1 a 5 anos

    de 5,1 a 10 anos

    mais de 10anos

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    Com isso, verifica-se que as empresas da ConstruoCivil, atravs de seus administradores, devem procurar darnfase s reas de recursos humanos atravs de aes quetragam melhorias para os operrios. Seria necessrio aprofundaro levantamento de seus anseios, objetivos e descontentamen-tos, pois, solucionando essas questes, seria mais fcil implan-tar qualquer programa de melhorias.

    Formao Profissional

    As novas filosofias da gesto da qualidade baseiam-se noaperfeioamento contnuo da qualidade da produo, que sse viabiliza com os elementos integrantes do processo deproduo, com destaque para capacitao, motivao e trei-namento dos recursos humanos. Nesse sentido, procurou-seavaliar qual o nvel de formao profissional dos operrios daICC de Feira de Santana.

    Observou-se que o nmero de operrios com algum tipode formao profissional muito reduzido 3,92%, especial-mente, se consideradas, nesse quadro, as tendncias atuais certificao do sistema de qualidade e de gesto das em-presas.

    Figura 4 Tempo de servio na Construo Civil

    2,94%

    13,74%10,78%

    5,88% 7,84%

    58,82%

    0,0%

    10,0%

    20,0%

    30,0%

    40,0%

    50,0%

    60,0%

    70,0%

    menos de 1ano

    de 1 a 3 anos de3,1 a 5anos

    de 5,1 a 7anos

    de 7,1 a 10anos

    mais de 10anos

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    Esse ndice de operrios com formao profissional apon-ta para a possibilidade de que o aprendizado ocorra atravsda observao de outros profissionais, o que pode conduzir avcios e comprometer os padres de qualidade e boas tc-nicas da empresa.

    Dos operrios com formao profissional (SENAI ou simi-lar), os que aparecem em maioria so os que tm a funo dearmador. Constata-se que a faixa etria dos operrios comformao profissional est situada entre 31 e 50 anos de idade.

    Grau de Instruo

    A identificao do grau de instruo determinante nadefinio das abordagens para a qualificao profissional,atravs de treinamento ou de programas educacionais. Umpercentual de 3,93% dos operrios entrevistados so analfa-betos1, enquanto que o percentual de operrios que possuemo segundo grau completo corresponde a apenas 1,96% dospesquisados (Figura 5). Entretanto, se for considerado o con-ceito de analfabeto funcional2, esse nmero sobe para 33,34%,o que significa que um tero da mo-de-obra incapaz de lerum procedimento de execuo ou uma simples placa de segu-rana.

    Figura 5 - Escolaridade dos entrevistados

    3,93%

    29,41%

    13,73%

    35,29%

    6,86% 6,86%

    1,96% 1,96%

    0,0%

    5,0%

    10,0%

    15,0%

    20,0%

    25,0%

    30,0%

    35,0%

    40,0%

    no

    esc

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    Muitos dos que possuem a quarta srie completa vieramda zona rural, onde, muitas vezes, as escolas ofereciam o cursoapenas at essa srie. Verifica-se que 89% dos entrevistadosno possuem o primeiro grau completo. Questionados sobre apossibilidade de voltar a estudar, a maioria (81,37%) afirmaque gostaria de retornar escola, enquanto que 16,67% nopretende voltar e 1,96% est estudando. Alm desse levanta-mento quantitativo, observaram-se alguns aspectos qualitati-vos na pesquisa, provenientes de declaraes do tipo:

    Gostaria de voltar, mas a cabea no d mais e o cansaodo trabalho, tambm, n! Oficial pedreiro.

    Outros esto estudando devido ao programa de alfabeti-zao oferecido pelo SENAI, segundo o qual, aps o expedientede servio, os trabalhadores tm aula na prpria obra.

    Cursos e Treinamentos

    Conforme visto, a capacitao profissional uma condioessencial para um desempenho satisfatrio das empresas deconstruo no contexto atual. Para isso, preciso desenvolveruma conscincia crtica e transformadora no operrio, aten-dendo, assim, tanto aos seus interesses como aos da empresa.

    Constata-se, atravs do estudo sobre o perfil do trabalha-dor da Construo Civil, que os operrios esto conscientesda necessidade da formao profissional, visto que 78,43% dosentrevistados tm interesse em participar de algum curso outreinamento. Alguns entrevistados perguntavam quando iriamfazer o curso, apesar de outros considerarem que j sabemdemais no demonstrando interesse em participar de curso outreinamento. Os cursos mais requisitados esto demonstradosna figura 6.

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    No item outros, vrios cursos relacionados ConstruoCivil so mencionados, juntamente com outros de outras reas.Os citados na pesquisa com maior freqncia foram: projetos(leitura),desenho, rea de telefonia, mecnica de mquinas.

    Quanto ao turno de preferncia para a realizao doscursos, a maioria (77,5%) prefere o turno da noite, porquepoderia conciliar com o horrio de trabalho.

    O local ideal para a realizao dos cursos e treinamentos o prprio local de trabalho (62,50%). Os entrevistados queoptaram pelo curso no prprio local de trabalho, argumentamque os cursos fora do local de trabalho seriam impossveisdevido ao gasto com transporte.

    CONCLUSESPercebe-se, com essa pesquisa, que muitos so os pro-

    blemas que envolvem o operrio da Construo Civil, como,baixa escolaridade, condies adversas de trabalho com altarotatividade, insegurana no trabalho e pouca possibilidade depromoo

    A simples modernizao das empresas, com o emprego dealto nvel de tecnologia, equipamentos diferentes ou novos

    Figura 6 - Cursos e treinamentos de preferncia dos entrevistados

    2,50%3,75%

    11,25%

    30%2,50%

    6,25%

    5%5%

    3,75%3,75%

    26,25%

    0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0%

    assentador de cermica - azulejo/pisoferreiro

    carpinteiropedreiro

    pintormestre/encarregadooperador de guincho

    instalador eltricoinstalador hidrulico

    segurana do trabalhooutro

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    padres de qualidade, sem levar em considerao as crenas,os valores e os anseios dos seus funcionrios, no suficientepara garantir a competitividade no mercado atual.

    A principal observao que as variveis medidas noestudo apontam para um perfil bastante idntico aos estudosanteriores verificados no pas. Ou seja, a mo-de-obra oper-ria em Feira de Santana possui basicamente as mesmas carac-tersticas daquelas de outras cidades de mdio e grande por-tes.

    De acordo com a anlise da vida dos operrios entrevis-tados no setor da Construo Civil em Feira de Santana,percebeu-se que eles apresentam semelhana em suas traje-trias de vida. So trabalhadores com baixa escolaridade, poisesse um setor em que, ainda, para comear a trabalhar, no preciso ser alfabetizado nem conhecer a profisso. Bastacomear como servente e observar como os outros operriosrealizam suas tarefas.

    Com relao ao interesse pelo estudo, muitos dizem quegostariam de voltar a estudar, porm reclamam que aps uti-lizarem a fora fsica durante o dia todo no teriam disposiosuficiente para o estudo. Chama a ateno o alto grau deoperrios analfabetos funcionais, o que se reverte, talvez, noprincipal obstculo implantao de programas de qualifica-o profissional, exigindo o uso de recursos didticos capazesde considerar essa situao. Percebe-se um grande interessepor cursos profissionalizantes. Apesar de alguns afirmaremque j sabem tudo na Construo Civil e que no tm possi-bilidade de crescimento profissional e salarial dentro das empresas,outros confiam que novas perspectivas profissionais possamsurgir, orgulham-se em participar de pesquisas e acreditamque essas podem resultar em melhoras para o setor.

    Em sistemas gerenciais modernos, os canteiros de obrano podem caminhar isolados na busca de obter qualidade doproduto final sem a participao ativa de um staff operacionalmotivado. Antes de qualquer mudana ou implantao de melhoriase programas como o PBQP-H e sua variante local o QUALIOP,deve-se procurar conhecer os problemas que mais afligem osfuncionrios da ICC em Feira de Santana. Isso pode ser rea-

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    lizado atravs da aplicao de entrevistas com questionriosnos canteiros, com posterior anlise dos dados.

    Essa pesquisa possibilitou a formulao de algumas su-gestes que podem auxiliar em melhorias para esse setor,como:

    Existncia, dentro do canteiro de obra, de cursos dealfabetizao e profissionalizantes;

    Manuteno do quadro de funcionrios aps o trminode cada etapa da obra, por intermdio de acordos formais ouat mesmo verbais entre a empresa e o operrio, de modo agarantir que ele seja recontratado para servios que venhama surgir, para que a empresa no desperdice todo o treinamen-to empreendido com o trabalhador;

    Elaborao de plano de carreira incluindo cargos esalrios, em que o operrio mude de nvel a depender da suamelhora na produo;

    Realizao de reunies dentro dos canteiros nas quaisos funcionrios possam opinar dando sugestes que envolvama produo (o uso de ferramentas da Construo Enxuta, comoo Plano de Comprometimento, tem impulsionado essa prticaem algumas empresas, com bons resultados);

    Melhora no treinamento em segurana no ambiente dotrabalho;

    Maior atuao dos trabalhadores junto ao Sindicato dosTrabalhadores da Construo Civil - SINTRACON, uma vez quea maioria, apesar de pagar ao sindicato , desconhece a fina-lidade do mesmo.

    Esta pesquisa pode ser atualizada periodicamente paraque possam ser avaliados os principais problemas identifica-dos originalmente neste estudo. Faz-se necessrio que dife-rentes segmentos da sociedade interessados no setor, seja emnvel governamental, privado ou acadmico, envolvam-se embusca das melhorias apontadas.

    Os resultados deste estudo podem subsidiar aes futurasno sentido de melhorar as condies de vida do trabalhador,propiciando maior eficcia para adequao das relaes detrabalho na Indstria da Construo Civil.

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