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Conhecendo o
Perfil Profissiográfico Previdenciário
PPP
Professora Liliana DelfinoE-mail: [email protected]: @dra.lilianadelfino
▪ INTRODUÇÃO
A partir de 01/01/2004 se tornou obrigatório a apresentação do Perfil
Profissiográfico Previdenciário para fins de comprovação do exercício da
atividade especial.
Fundamentação: Artigo 148 da IN INSS/DC 96/2003
Art. 148. A comprovação do exercício de atividade especial será feita pelo Perfil
Profissiográfico Previdenciário-PPP, emitido pela empresa com base em laudo técnico de
condições ambientais de trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
segurança, conforme o Anexo XV desta Instrução Normativa ou alternativamente até 31 de
dezembro de 2003, pelo formulário DIRBEN-8030 (antigo SB - 40, DISES-BE 5235, DSS-
8030), observado o disposto no art. 187-A e no § 2º do art. 199 desta Instrução.
O PPP foi instituído pela Instrução Normativa nº 99 de 05 de dezembro de
2003, e sua definição está no artigo 146:
“Art. 146. O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) constitui-se em um documento
histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos,
registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que
este exerceu suas atividades. (BRASIL, 2003)”.
A IN também trouxe no Anexo XV, o modelo de PPP a ser preenchido pelas
empresas e suas instruções de preenchimento.
▪ Finalidade:
A principal finalidade do PPP é comprovar as condições para habilitação de
benefícios e serviços previdenciários, em especial, o benefício de auxílio-
doença;
Fundamentação – IN INSS 99/2003
IN INSS 45/2010
▪ QUEM DEVE PREENCHER O PPP
O PPP é obrigatório para todas as empresas que expõe seus empregados a
agentes nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes
prejudiciais à saúde ou à integridade física.
O PPP deverá ser emitido pela empresa empregadora, no caso de empregado;
pela cooperativa de trabalho ou de produção, no caso de cooperado filiado;
pelo órgão gestor de mão-de-obra ou pelo sindicato da categoria, no caso de
trabalhador avulso portuário que exerça suas atividades na área dos portos
organizados e pelo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso
portuário que exerça suas atividades na área dos terminais de uso privado e
do não portuário.
Fundamentação – IN INSS 69/2013
▪ PPP EMITIDO PELO SINDICATO
Conforme artigo 272 da IN INSS 45/2010 o Sindicato só poderá emitir PPP somente para trabalhadores avulsos a eles vinculados.
▪ QUANDO O PPP DEVE SER EMITIDO?
a) por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da
cooperativa, sindicato ou
órgão gestor de mão de obra, com fornecimento de uma das vias para o
trabalhador, mediante recibo;
b) sempre que solicitado pelo trabalhador, para fins de requerimento de
reconhecimento de períodos
laborados em condições especiais;
c) para fins de análise de benefícios e serviços previdenciários e
quando solicitado pelo INSS;
d) para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos
uma vez ao ano, quando da
avaliação global anual do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA);
e) quando solicitado pelas autoridades competentes.
(Fundamentação: "caput" e § 7º do art. 266 da Instrução Normativa
INSS nº 77/2015)
▪ NÃO EMISSÃO DO PPP:
Caso a empresa não mantenha laudo técnico atualizado ou não
elabore o PPP poderá sofrer pena de multa, conforme artigo 58, §3º
da Lei 8213/91:
“Art. 58. § 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com
referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus
trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição
em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no
art. 133 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
▪ PRAZO PARA EMISSÃO DO PPP:
O prazo para a empresa fornecer o PPP ao trabalhador é de 30 (trinta) dias,
contados a partir da rescisão do contrato de trabalho, conforme disposto no
artigo 68, § 8º do Decreto nº 3.048/99
▪ EXEMPLOS DE PROFISSÕES QUE GERAM DIREITO A
APOSENTADORIA ESPECIAL, COM BASE NOS
DECRETOS 83.080/1979 e 53.831/64:
•Trabalhador de Construção Civil;
•Frentista de Posto de Gasolina;
•Motorista e Cobrador de Caminhão;
•Ajudante de Caminhão;
•Motorista e Cobrador de Ônibus;
•Enfermeiro (a);
•Auxiliar de Enfermagem;
•Impressor (a);
•Segurança e Vigilante;
•Operadores de Máquinas;
•Médicos e Dentistas;
•Aeronautas e Aeroviários;
•Maquinistas; Telefonista;
•Pintores de Pistola;
•Metalúrgicos; Soldadores;
•Trabalhadores sujeitos a ruídos acima de 80 decibéis;
•Forneiros;
•Fundidores;
•Alimentadores de Caldeiras;
•Gari;
•Operador de Raios-X;
•Tratorista;
▪ DO PREENCHIMENTO DO PPP – PERFIL
PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
Para que a atividade especial seja reconhecida o PPP deve estar
preenchido de forma correta, além de ser realizado por Médico ou
Engenheiro do Trabalho, sendo que de acordo com a Instrução
Normativa INSS/PRES nº 85 de 18/02/2016, anexo XV, o qual
prevê que o PPP deve conter os seguintes requisitos:
Link com modelo de PPP e explicação unitária de cada campo:
https://www.inss.gov.br/wp-
content/uploads/2017/05/IN85PRESINSSanexoI_PPP.pdf
1ª PARTE:
“Dados Administrativos:
1- CNPJ do Domicilio tributário/CEI,
2-Nome Empresarial,
3-CNAE,
4-Nome do trabalhador,
5-BR (Beneficiário Reabilitado)/PDH (Portador de
deficiência habilitado),
6-NIT,
7-Data de nascimento,
8-Sexo,
9-CTPS,
10-Data da emissão,
11-Regime de revezamento,
12-CAT registrada,
12.1-Data do Registro,
12.2-Número da CAT,
13-Lotação e Atribuição,
13.1-Período,
13.2-CNPJ/CEI,
13.3-Setor,
13.4-Cargo,
13.5-Função,
13.6-CBO (classificação brasileira de
ocupação),
13.7-Código GFIP,
14-Profissiografia,
14.1-Período
14.2-Descrição das Atividades. (BRASIL,
2016)”.
2ª PARTE:
A segunda parte do formulário PPP, deverá conter os dados relacionados aos registros ambientais, quais
sejam:
“Registros Ambientais:
15- Exposição a fatores de riscos,
15.1-Período,
15.2-Tipo,
15.3-Fator de risco,
15.4-Intensidade/concentração,
15.5-Técnica utilizada, (Caso o agente de risco não seja mensurável, o campo será preenchido com
NA=Não Aplicável)
15.6-EPC Eficaz (S/N),
15.7-EPI Eficaz (S/N),
15.8-CA EPI (Caso não seja utilizado EPI, o campo será preenchido com NA=Não Aplicável)
15.9-Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados,
16. Responsável pelos registros ambientais,
16.1-Período,
16.2-NIT,
16.3-Registro Conselho de Classe,
16.4-Nome do profissional legalmente habilitado (profissional responsável pela LTCAT)
3ª PARTE:
Já na terceira parte do PPP refere-se aos Resultados de Monitoração Biológica,
que deverá constar os seguintes dados:
17-Exames médicos e clínicos e complementares (quadros I e II, da NR-07),
17.1-Data,
17.2-Tipo,
17.3-Natureza,
17.4-Exame (R/S),
17.5-Indicação de Resultados,
18-Responsável pela monitoração biológica,
18.1-Período,
18.2-NIT,
18.3-Registro conselho de classe,
18.4-Nome do profissional legalmente habilitado. (BRASIL, 2016)”.
4ª PARTE:
Por fim, a quarta parte do formulário deverá constar os Responsáveis pelas
Informações
19-Data da Emissão do PPP,
20-Representante legal da empresa,
20.1-NIT,
20.2-Nome, carimbo e assinatura (BRASIL, 2016).
Campo Observações: Devem ser incluídas neste campo informações
necessárias à análise do PPP, bem como facilitadoras do requerimento do
benefício, como por exemplo: esclarecimento sobre alteração de razão social
da empresa, no caso de sucessora ou indicador de empresa pertencente a
grupo econômico.
▪ PRINCIPAIS CASOS DE NÃO ACEITAÇÃO DO PPP
1. Não conter a assinatura e identificação do empregador;
2. Não constar o nome do profissional legalmente habilitado, responsável
pelos registros ambientais e de monitoração biológica;
3. Não indicação da necessária habitualidade e permanência à
exposição a qualquer agente biológico,
4. Preenchimento do Código GFIP errado
5. Período de trabalho descrito no PPP é diferente daquele da Carteira de
Trabalho.
6. Ausência do Fator de Risco
Obs: código 00 – não esteve exposto
CBO - Classificação Brasileira de Ocupações – campo 13.6
A Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, instituída por portaria
ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a
identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins
classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Os
efeitos de uniformização pretendida pela Classificação Brasileira de
Ocupações são de ordem administrativa e não se estendem as
relações de trabalho. Já a regulamentação da profissão,
diferentemente da CBO é realizada por meio de lei, cuja apreciação é
feita pelo Congresso Nacional, por meio de seus Deputados e
Senadores , e levada à sanção do Presidente da República.
▪ COMO COMPROVAR O PERÍODO ESPECIAL SEM O
PPP
Passo 1 – Comprove que você não conseguiu o PPP
Passo 2 – Pesquise pela Empresas desaparecidas
Passo 3 – Busque a massa falida das empresas falidas
Passo 4 – Solicite Laudo e perícia por similaridade
Passo 5 – Utilize a prova testemunhal
▪ PRINCIPAIS AGENTES NOCIVOS
RUÍDO:
Fundamentação:
I — até 5 de março de 1997, véspera da publicação do Decreto nº 2.172, de
5 de março de 1997, será efetuado o enquadramento quando a exposição
for superior a oitenta dB (A), devendo ser informados os valores medidos;
II — de 6 de março de 1997, data da publicação do Decreto nº 2.172, de 5
de março de 1997, até 10 de outubro de 2001, véspera da publicação da
Instrução Normativa INSS/DC nº 57, de 10 de outubro de 2001, será
efetuado o enquadramento quando a exposição for superior a noventa dB
(A), devendo ser informados os valores medidos;
III — de 11 de outubro de 2001, data da publicação da Instrução Normativa
INSS/DC nº 57, de 10 de outubro de 2001, véspera da publicação do
Decreto nº 4.882, de 18 de novembro de 2003, será efetuado o
enquadramento quando a exposição for superior a noventa dB (A), devendo
ser anexado o histograma ou memória de cálculos; e
IV — a partir de 01 de janeiro de 2004, será efetuado o enquadramento
quando o Nível de Exposição Normalizado — NEN se situar acima de 85
(oitenta e cinco) dB (A) ou for ultrapassada a dose unitária […]. (BRASIL,
2015).
▪ ELETRICIDADE:
Fundamentação:
A exposição à eletricidade deve ser acima de 250 volts para estar configurada a
atividade especial, motivo que descaracteriza o eletricista da construção civil em
algumas ocasiões.
Decreto 93.412/1986
Decreto 53.831/64, item 1.1.8
▪ Observação:
A caracterização e comprovação da atividade especial são regidas pela
Legislação Previdenciária vigente ao tempo de sua prestação, sendo oportuno a
transcrição do art. 70 do Decreto nº. 3.048/1999, com a redação que lhe foi
dada pelo Decreto nº. 4.827/2003:
Art.70. (...) § 1º A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob
condições especiais obedecerá ao disposto na legislação em vigor na época da
prestação do serviço. § 2º As regras de conversão de tempo de atividade sob
condições especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo
aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer período.
▪ USO DO EPI:
Em relação ao ruído, ainda que haja o fornecimento do EPI, sempre haverá o
direito à aposentadoria especial.
Em relação a outros agentes nocivos, a existência do EPI, por si só, não
elimina este direito. Tem que ficar comprovado que o equipamento, de fato,
neutraliza o agente nocivo.
A mera juntada do PPP, referindo a eficácia do EPI, não retira o direito do
interessado em produzir prova em sentido contrário.