perfil da pop rua teresina

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05/07/2015 1 Ângela Chantal Psicóloga CRP-21/00944 Teresina/PI julho/2015 PERFIL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO MUNICÍPIO DE TERESINA/PI: Diagnóstico preliminar sobre a população em situação de rua no município de Teresina [email protected] População em Situação de Rua 08:38 [email protected] 2 De acordo com a Política Nacional para População em Situação de Rua: “Grupo populacional heterogêneo, caracterizado por sua condição de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade dos vínculos familiares e pela falta de moradia convencional regular. São pessoas compelidas a habitar logradouros públicos (ruas, praças, cemitérios, etc.), áreas degradadas (galpões e prédios abandonados, ruínas, etc.) e, ocasionalmente, utilizar abrigos e albergues para pernoitar”.

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05/07/2015

1

Ângela Chantal

Psicóloga

CRP-21/00944

Teresina/PI – julho/2015

PERFIL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO

MUNICÍPIO DE TERESINA/PI:

Diagnóstico preliminar sobre a população em situação

de rua no município de Teresina

[email protected]

População em Situação de Rua

08:38 [email protected] 2

De acordo com a Política Nacional para População em Situação de Rua:

“Grupo populacional heterogêneo, caracterizado por sua condição de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade dos vínculos familiares e pela falta de moradia convencional regular. São pessoas compelidas a habitar logradouros públicos (ruas, praças, cemitérios, etc.), áreas degradadas (galpões e prédios abandonados, ruínas, etc.) e, ocasionalmente, utilizar abrigos e albergues para pernoitar”.

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Situações em relação à permanência das pessoas no espaço da rua: As pessoas que ficam na rua – configuram uma situação

circunstancial que reflete a precariedade da vida, pelo desemprego ou por estarem chegando à cidade em busca de emprego, de tratamento de saúde ou de parentes. Costumam passar a noite em rodoviárias, albergues, ou locais públicos de movimento.

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As pessoas que estão na rua –aquelas que já não consideram a rua tão ameaçadora. Passam a estabelecer relações com as pessoas que vivem na ou da rua, assumindo como estratégia de sobrevivência a realização de pequenas tarefas com algum rendimento. É o caso dos guardadores de carro, descarregadores de carga, catadores de papéis ou latinhas.

As pessoas que são da rua – são aquelas que já estão faz um bom tempo na rua e, em função disso, foram sofrendo um processo de debilitação física e mental, especialmente pelo uso do álcool e das drogas, pela alimentação deficitária, pela exposição e pela vulnerabilidade à violência.

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Para alguns autores, a rua simboliza transitoriedade

e imediatismo, devido à violência iminente e à

necessidade de conseguir comida e outras coisas.

Significa liberdade sem horários, sem

responsabilidades e é um espaço psicológico no qual

os grupos têm histórias iguais e os mesmos

problemas que os levaram para lá, possibilitando que

se identifiquem.

Sentem-se à vontade e são respeitados, isso dá

força e conforto.

As instituições de acolhimento devem compreender

esse processo, para assim entender a relação do

usuário com o espaço institucional.

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A rua é um espaço articulado que convida o

educador para o embate.

Não é mais aquele espaço solto, bagunçado,

movimentado, mas sim um espaço onde as coisas

são definidas, onde os atores sociais executam e

exercem os seus papéis de forma ordenada e

correlacionada.

O educador social terá que se encaixar nessa

sincronia, pois, ele é o estranho, o invasor, o de

fora, aquele que vai alterar um determinado ritmo

das coisas e trazer à tona, num aberto quadro de

enfrentamento, questões que outros preferiram não

ver, quanto mais enfrentar.

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A Política Nacional para Inclusão Social

da População em Situação de Rua (2008)

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Princípios Fundamentais:

Promoção e garantia da cidadania e dos direitos

humanos;

o respeito à dignidade do ser humano, sujeito de

direitos civis, políticos, sociais, econômicos e

culturais;

o direito ao usufruto, à permanência, à acolhida e

à inserção na cidade;

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a não discriminação por motivo de gênero,

orientação sexual, origem étnica ou social,

nacionalidade, atuação profissional, religião,

faixa etária e situação migratória;

e a supressão de todo e qualquer ato violento e

ação vexatória, inclusive os estigmas negativos e

preconceitos sociais em relação à população em

situação de rua, promovendo a construção de

processos de superação da situação de

vulnerabilidade e risco (situação de rua) em que

se encontram crianças, adolescentes, adultos e

idosos.

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Profissionais devem buscar conhecer:

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As condições em que o usuário vive;

As causas de ida e de sua permanência na rua;

Sua estratégia de sobrevivência;

A procedência;

As relações afetivas e de vizinhança;

A inserção em grupos ou famílias;

As aspirações;

E as relações estabelecidas com instituições.

Estratégias utilizadas

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Observação;

Estabelecimento de vínculos;

Escuta;

Conjunto de ações que operacionalizam

e qualificam procedimentos de

atendimento, de encaminhamento e de

acompanhamento.

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O profissional, nesse sentido, deve

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Buscar a resolução de necessidades

imediatas;

Promover a inserção na rede de serviços

socioassistenciais e das demais políticas

públicas, na perspectiva da garantia dos

direitos.

Ou seja, atuar no sentido de viabilizar os

encaminhamentos, conforme a urgência

requerida pela situação.

Os serviços ofertados à população em

situação de rua conforme a política

nacional abrangem ações no campo

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da educação,

do trabalho,

da qualificação,

da saúde,

da moradia

e da assistência social - a que tem maior

visibilidade quanto à atuação junto ao

segmento.

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A população que faz das ruas seu espaço

principal de sobrevivência apresenta altos

riscos de vulnerabilidades e, com isso,

faz-se necessária a adoção por parte do

Estado de políticas públicas para esse

segmento populacional, a fim de

minimizar suas violações de direitos.

No município de Teresina, serviços

para pessoas em situação de rua:

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Centro Pop

CREAS/SEAS

Casa do Caminho

Consultório na Rua

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No município de Teresina, serviços

que atendem pessoas com vivência

de rua:

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Abrigos Institucionais (Casa de Punaré, Reencontro);

CREAS (PAEFI, LA/PSC, PCDIF);

Centro Dia;

CRDH;

CRAS (PAIF, SCFV)

Outros.

Resgate Histórico

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1988 - Constituição Federal do Brasil

Constituição Cidadã – fundamentada nos

princípios de cidadania.

Novo olhar para a população em situação de

rua, especialmente crianças e adolescentes,

amparados pelo artigo 227 da Carta Magna,

ratificado, mais tarde, pelo ECA.

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1991 – criação Conselho Municipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente de Teresina;

Dezembro de 1992 –primeira reunião do CMDCAT

1993 – Secretaria Municipal da Criança e do Adolescente

(SEMCAD), órgão responsável pela execução e avaliação

de políticas de assistência e proteção à criança e ao

adolescente.

A SEMCAD, através de parcerias realizadas com

entidades representantes da sociedade civil, passou a

executar ações visando "levar pra casa" as crianças em

situação de rua (RAMOS, CARVALHO, 2008).

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1ª metade da década de 1990 – 1ª contagem visando a conhecer

a realidade das crianças e adolescentes em situação de rua.

1.169 meninos (79,63%)

299 meninas (20,37%) no espaço da rua.

1996 – 3.297 crianças e adolescentes.

2000 – parceria entre a Secretaria Municipal da Criança e do

Adolescente (SEMCAD) e a Ação Social Arquidiocesana (ASA), a

partir da qual a equipe da Educação Social de Rua foi

reestruturada, e a metodologia de trabalho redirecionou o foco

central do atendimento para a família, não apenas para a criança

e o adolescente.

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2001 – 1.358 crianças e adolescentes em

situação de rua

estratégias de enfrentamento a essa questão social,

a partir de parcerias entre organizações não-

governamentais e governamentais: Casa Criança

Cidadã (1996), Projeto Vem Pra Casa: Educação

Social de Rua (1996), Projeto Família Legal (1999),

Casa de Metara (1999), Nau Cidadã (1999), Casa de

Punaré (2000).

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2005 – I Encontro Nacional sobre População em

Situação de Rua

Marco inicial por parte da iniciativa federal, que

pode efetivamente criar mecanismos para a

construção de políticas públicas adequadas

para essa população.

Nesse encontro foi destacada a importância da

realização de estudos que possam quantificar e

permitir a sua caracterização socioeconômica.

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2005 – Nova versão da PNAS. Inicia-se um processo de

fusão da SEMCAD, que executava a política de Proteção

Especial à Criança e ao Adolescente, com a SEMTCAS,

órgão gestor e executor da Política de Assistência Social

no município.

2007/2008 - Pesquisa Nacional sobre a População em

Situação de Rua:

Pesquisa essa feita com pessoas com 18 anos

completos ou mais, vivendo em situação de rua,

abrangendo 71 cidades brasileiras, retirando somente

São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, pois já

havia ou estariam realizando pesquisas semelhantes.

Em Teresina: 370 pessoas em situação de rua;

Ao todo, foram identificados 31.922 adultos em situação

de rua nos 71 municípios.

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2007 – SEMCAD é extinta e as ações da SEMTCAS ampliam-se.

– Criação do primeiro Centro Especializado de Assistência Social (CREAS) o qual passou a executar e referenciar ações de proteção social especial de média complexidade, entre elas, o acompanhamento à população de rua através do Serviço de Abordagem de Rua (SAR). O Serviço passou então a atender a todo o público em situação de rua, não apenas crianças e adolescentes, e os educadores de rua passaram a ser chamados de Agentes de Proteção Social (APS).

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2008 – Implantado o CREAS II

2009 – Política Nacional para População em

Situação de Rua:

Estabeleceu agenda mínima de ações, cujas

propostas deverão ser detalhadas em programas,

planos e projetos dos Ministérios e dos diversos

órgãos, os quais deverão determinar as estratégias e

os mecanismos de operacionalização.

2009 – inaugurada a Casa de Passagem Casa do

Caminho, espaço para pernoite.

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2010 – Após a aprovação da Tipificação Nacional de

Serviços Socioassistenciais (Resolução nº 109, de 11 de

novembro de 2009, do CNAS), o SAR passou a se

chamar Serviço Especializado em Abordagem Social

(SEAS).

2012 – Implantados mais dois CREAS, totalizando

quatro (Norte, Sul, Leste e Sudeste) e o Centro de

Referência Especializado para População em Situação

de Rua (Centro Pop), que executa, além do SEAS, o

Serviço Especializado para Pessoas em Situação de

Rua.

– Consultório na Rua

2013 – 584 pessoas adultas em situação de rua.

2014 –inaugurado o Restaurante Popular.

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Perfil da população em situação de

rua em Teresina

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247 pessoas em situação de rua.

A maioria dos entrevistados é formada por pessoas adultas (69%);

Homens (187- 76%);

Pessoas negras, ou pardas (196 - 80%);

Solteiras (121 - 49%);

Nascidas no Piauí (146 – 58%);

Uso de substâncias psicoativas (165 – 67%)

Sabem ler e escrever, ou E. Fundamental Incompleto (111 – 45%).

Possui pelo menos de um documento (154 – 81%)

Idade

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69% adultas (31 a 60 anos); 21% jovens (19 a 30 anos); 4%

idosas; 1% é adolescente; e 5% não sabe, ou não informou a

idade. Não foram identificadas crianças nesse período.

A partir desses dados, percebe-se que as diversas ações

desenvolvidas no município de Teresina junto a crianças e

adolescentes em situação de rua nas últimas décadas tiveram

resultados significativos.

Jovens – configuram-se, na atual conjuntura, como o público

mais vulnerável a mortes por causas externas (óbitos por

violência conjunta decorrentes de homicídios, suicídios,

agressões e acidentes de trânsito), seja em decorrência da

desigualdade socioeconômica, seja por estar inserido em

realidades de maiores riscos impostos ou autoinfligidos.

Idosos - ?

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Trajetória

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52% - estão em situação de rua há mais de 2 anos;

11% - um a dois anos;

21% - no máximo, há um ano

e 16% não sabe ou não respondeu.

46% são de Teresina,

12% de outro município do Piauí

e 29%, de outro estado

A maioria relata que nunca viveu em outra cidade (33%)

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De acordo com os entrevistados, os principais motivos

que os levaram ao espaço da rua são:

alcoolismo e/ou drogas (35%),

conflitos familiares (18%),

desemprego(8%),

preferência/opção própria (6%),

violência/ameaça (4%),

trabalho (3%),

tratamento de saúde (2%),

perda de moradia (2%),

não sabe, não lembra ou não respondeu (10%),

outros (12%).

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A situação de rua não pode ser explicada a partir de um

único motivo. Tratar-se um fenômeno de múltiplas

determinações:

Fatores estruturais - ausência de moradia, desemprego,

falta de renda, mudanças econômicas e institucionais de

forte impacto social, entre outros.

Motivos biográficos - têm relação com a história de vida de

cada indivíduo: o rompimento de vínculos familiares,

transtornos mentais, uso/abuso de drogas e infortúnios

pessoais (morte de todos os familiares, roubro de todos os

bens, etc.

Causas naturais - decorrentes de desastres, como

terremotos, inundações, etc.

Relações Familiares e Comunitárias

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79% informaram que não vive com a sua família no

espaço da rua; 44% afirmou que possuem filhos, destes,

17% possui apenas um filho, 18% possui 2, 18% possui 3

e os demais possuem 4 ou mais, ou não respondeu.

25% possuem residência fixa, 48% não possuem e 27%

não respondeu.

À noite, 16% dorme em casa, 18% em casa de

passagem, 61% passa a noite no espaço da rua e 5% em

outro lugar, ou não informou.

51% possuem endereço de referência – 13% Centro pop

como referência, 2% Casa do Caminho e 85% declarou

que seu endereço de referência é outro.

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Ocupação e Renda

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37% trabalho eventual/bicos

1% formal

32% já trabalhou formalmente com carteira de trabalho

14% possui algum curso profissionalizante

27% possui renda de 50 a 200 reais por mês, 38% não informou renda

41% desejam exercer outra ocupação, 41% não desejam, 18% não informou.

Dos 247 apenas 03 declararam serem pedintes.

21% analfabeto

39% desejam retomar os estudos

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Existe uma expectativa da sociedade em geral

de que as pessoas em situação de rua busquem

outras alternativas de vida, geralmente

associando a situação atual a um processo de

escolha, responsabilizando o próprio indivíduo,

ou à falta de oportunidades, responsabilizando o

estado, ou a própria sociedade. Para os

profissionais que atuam com essa população, é

importante que ambas as alternativas sejam

consideradas e ponderadas.

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Silva (2014) - há certa margem de escolha por parte deles para estarem nessa situação, entretanto, para eles escolherem, pra desejarem, é preciso que tenham informações de que alternativas eles têm.

Com a informação, cabe a eles escolherem se continuam na situação ou não.

“Então [...] o porquê a gente aborda, é para que essas meninas e esses meninos tenham oportunidade de escolher. (fala de um profissional)”.

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O trabalho dos educadores deve amparar-se nestas

questões e ser entendido como um processo

educacional, por meio do qual pode-se apresentar

ao usuário informações que apontem para

alternativas ou oportunidades que contribuam para a

ressignificação de sua vida. Assim, seu principal

objetivo é tentar despertar o “desejo pela mudança

daquela realidade, o interesse pela construção de

um projeto de vida, que supere aquela situação

imediata e parta para o campo dos desejos, dos

sonhos”.

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Entretanto, esse ainda é um desafio a ser superado

com a população em situação de rua no município

de Teresina.

Através do levantamento realizado, percebe-se que

ainda são tímidos os desejos de mudança, ou a

construção de sonhos entre eles.

Dos entrevistados, 39% manifestaram o desejo de

retomar os estudos e 41% disseram que desejam

exercer outra ocupação. Mas não se percebe em

seus discursos uma associação direta entre os

desejos e as estratégias para alcancá-los.

Local de Permanência

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Os locais de maiores concentrações são o

Centro comercial de Teresina e a Rodoviária;

Ao se considerar as quatro zonas da cidade, o

maior número é encontrado na zona sul,

seguida da zona leste.

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A circulação do capital ocorre com maior

intensidade nos grandes centros urbanos,

favorecendo as alternativas de trabalho para

garantir a subsistência diária, ainda que

estas sejam precárias.

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As áreas de concentração de atividades

econômicas comerciais, bancárias ou atividades

religiosas e de lazer (supermercados, lojas,

bancos, igrejas, bares, praias, centros culturais,

centros esportivos etc.) atraem muita gente e são

áreas preferidas pelas pessoas em situação de rua,

pela facilidade de receber doações ou obter

rendimentos realizando atividades econômicas

informais, como a venda de mercadorias de baixo

valor comercial, guarda de carro, serviços de

engraxates, revenda de ingressos para acesso a

atividades culturais e/ou esportivas etc.

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Pessoas em situação de rua procuram permanecer em

lugares que favoreçam sua subsistência: abrigos,

albergues, repúblicas e outros tipos de acolhida

temporária oferecidos por organizações públicas ou

privadas, sem fins lucrativos; além de ruas, praças,

avenidas, viadutos, canteiros, jardins, cemitérios, entre

outros, que podem ser utilizados como acomodação,

abrigo e atendimento às necessidades de higiene,

limpeza e alimentação, em pontos estratégicos

(bancos de praças, marquises, banheiros públicos,

chafarizes, bicas, represas, postos de gasolina,

refeitórios públicos, refeitórios de instituições privadas

sem fins lucrativos…

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Portanto, a conjugação de vários fatores, como a

maior circulação do capital, a infraestrutura, a

arquitetura e a geopolítica dos grandes centros, ajuda

a explicar por que esse fenômeno é essencialmente

um fenômeno urbano.

Os municípios, pouco urbanizados, não oferecem as

possibilidades alternativas de abrigo e sustento

oferecidas pelos grandes centros urbanos.

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Acesso a Políticas Públicas,

Programas e Benefícios Sociais

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19% têm acesso à saúde

4% às Educação,

25% à Assistência Social,

2% à SSP,

49% não respondeu ou não sabe

Casa do Caminho: 43% conhece, 35% já foi atendido

Centro Pop: 30% conhece, 27% já utilizou o serviço .

SEAS: 66% conhece, 58% já foi atendido.

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“Apesar das lutas que vêm sendo desencadeadas

nas últimas décadas por setores organizados desse

segmento articulados com outros sujeitos sociais em

torno do acesso às políticas sociais, quando se

busca conhecer as estratégias do Estado, nas três

esferas de governo, para o enfrentamento desse

fenômeno, não são encontradas políticas sociais

acessíveis a esse grupo populacional, mas apenas

alguns programas de natureza residual, como

abrigos e albergues.” (SILVA, 2009).

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Saúde

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30% possui alguma doença grave, crônica ou

deficiência, destes, 30% possui transtorno mental

67% dependência química

41% desejam tratamento,

68% usa há mais de 3 anos,

33% começou a usar por influência de amigos,

72% consomem no espaço da rua,

41% consome com amigos,

26% já fez tratamento (21% no CAPS, 37% em

comunidade terapêutica)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Ângela Chantal

Psicóloga – CRP-21/00944

[email protected]

(86)9900-5150 / 9532-5441