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SÉRGIO HELLE

FORTALEZA-CE2013

1a. Edição

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p inturas

SÉRGIO HELLE

tex tos de aber tura

I Z ABEL GURGEL

tex tos sobre os re t ra t ados

ANA K ARL A DUBIEL A

colaboração

Fc . CAMPELO

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A partir de um retrato do meu pai O único retrato do meu pai jovem revela a beleza de nascença que o acompanhou até a morte. Um moço tão à vontade no paletó com gravata quanto no olhar melancólico que vai bem em quase todas as artes (da literatura ao cinema), pode doer de mansinho uma vida inteira e não deixar rastro em qualquer suporte material. Dilaceração que se realiza no silêncio, entre lonjuras e lentidão. Ele tem entre dezoito e vinte e poucos anos. Os anos variavam no relato que se repetia sobre a feitura do retrato; a Fortaleza, no começo dos anos de 1940, já se distanciava daquela que se aformoseara na virada dos anos de 1800 para os de 1900, mas nada que pudesse anunciar a ruína de experiência de cidade na qual vivemos hoje.

O fotógrafo, cinco anos mais velho, é o mesmo que daria à cidade um de seus retratos mais comovedores, o das rotinas de vidas invisíveis em um Mucuripe em preto & branco, tão solar, tão real, que só sendo ficção. Comovedor, enternecedor, com as alegrias sem solenidade do cotidiano de

sobre retratosPOR IZABEL GURGEL

meninos e meninas, homens e mulheres do mar, à beira do mar, com tempos que o tempo devorou; seus “mesmos tristes” ecoando nos nossos, como na música de Tom Jobim, Retrato em Branco e Preto. Ô, Seu Chico Albuquerque, receba nossos agradecimentos. O Mucuripe do começo dos anos de 1950 se realiza, quando evocado pela memória, com a poesia da coletânea de fotos que o senhor fez.

Não havíamos nascido ainda – o pintor dos retratos da exposição Perfil Cearense e eu –, mas o encontro com as imagens alarga nosso tempo. Agora me faz pensar em Câmara Cascudo escrevendo algo como nossa contemporaneidade é coisa de milênios. Um pedaço da geografia física e humana de Fortaleza refulge no papel sensibilizado pela luz com a qual Seu Chico (des)escreveu paisagens, fez retratos. E ainda que não fosse meu pai, o retrato de Rosalvo Gurgel Oliveira é uma escola. Talvez não sejamos mais do que uma tentativa de existir em um brevíssimo espaço de tempo. Por isso, para isso, a nós humanos o ofício e a bendição de urdir ficções. Como as mulheres e os homens do mar fazem redes. Fisgar a vida.

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vida do lugar onde os bebês não cessam de receber nas águas do batismos os nomes de Marciano e Marcianas, como a partir do Juazeiro brotam mais Cíceros e Cíceras e do Canindé, mais Franciscos e Franciscas.

Marciana é mártir, reverenciada na gruta ou santuário erigido no local do Cruzeiro da Marciana, outrora uma estradinha, hoje uma das laterais do retângulo principal do vilarejo. Ali se guardam os ex-votos trazidos por romeiros e moradores pagadores de promessas. Ali, diz-se, foi encontrado o corpo de Marciana depois de muitos maltratos e malfazejos. Ali, foi-se fazendo santa. A partir dali surgiu o Planalto.

Escrava de uma das antigas fazendas da região, Brasil do século 19, Marciana apaixonou-se por um escravo, propriedade de outra família dona de terras. A senhora de Marciana, que nos relatos tem nome e sobrenome, não aprovou o namoro e de tudo fez para impedir que prosperasse. Chegou a “piar” a negra, como se faz com galinhas para evitar que fujam. Mesmo com os pés amarrados, mais para peixe do que para pássaro, feito água de rio rumo ao mar, Marciana fugia para encontrar o namorado. Uma vez, encontrou a morte.

A brotar milagres, a fé na Santa cresce e vai além das fronteiras do Planalto. A carência de registros históricos que comprovem sua existência é um deserto mudo frente à força de vida que dela emana. À esquerda do altar da capela de Senhora Santana, um retrato de Santa Marciana atesta sua existência. Olhos azulados, pele escura. Um ouvinte mais arguto, entre tantos a

quem fui contando a história da Santa e do Planalto, o estudioso Edilberto Mendes, dramaturgo, pesquisou o que só olhei e me deixou impressionada, e fez uma primorosa ficção em forma de dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará “A santa negra dos Inhamuns: um estudo das performances que atualizam o culto à escrava Marciana em Planalto, Arneiroz, Ceará” (http://hdl.handle.net./123456789/697).

Procuro Edilberto enquanto faço este texto para que me confirme a existência do retrato e o lugar que ocupa na capela. O real transborda, sabemos. Tantos anos sem voltar lá, o que me garante a veracidade da lembrança? Descrevo o visto. Ele confirma. Digo que estou escrevendo um texto sobre retrato e o da Marciana voltou à cena como

Demócrito Dummartécnica mista sobre tela 75 x 100cm 2008

Da iminência da ausênciaJorge Luis Borges, o escritor argentino com rosto moldado para o retrato, um certo aire de haver sido tocado pelo eterno, de quem olhamos os retratos para tê-lo por perto, como para se acercar, no sentido mais restrito da palavra, o de diminuir distâncias, Borges dizia que quando um homem morre, morre com ele uma série de circunstâncias. Cito de memória e já me perco na vastidão que seu dito abre para contar do mapa

escrito na pele, melhor, da cartografia à flor da pele que se faz ao longo de uma vida. Do que se tornou o rosto de um. E deixa de existir. Vai-se. Passa. E jamais se realiza outra vez do mesmo modo. Talvez a iminência da ausência seja a fonte de onde jorram os retratos.

Do retrato de Santa MarcianaJulho é um mês festivo no Planalto, distrito de Arneiroz, no Sertão dos Inhamuns, extensões de um Ceará profundo, quase primordial. É o mês da festa da padroeira, Senhora Santana, e de celebrar Santa Marciana, sem registro oficial no panteão de mártires e santidades da Igreja Católica. Em torno de Marciana, o Planalto se fez, a vida se faz. Anos depois de ter visitado o lugar, a memória me devolve um retângulo de piçarra em torno e a partir do qual talvez pouco mais de uma centena de casas resuma a povoação.

Um grupo de teatro, Plarc – Planalto, Arte e Cultura, encena um único espetáculo, ano após ano, A Vida de Marciana, com texto e direção de Ivanildo Sales. Das primeiras vezes em que ouvi o relato sobre a encenação, em 2005, 2006, cerca de quarenta pessoas estavam diretamente envolvidas na peça. Cem casas e quarenta pessoas fazendo teatro. Arquivei o Planalto na minha escala de exageros como “uma pequena Grécia no sertão”. O teatro mobiliza o mundo inteiro do Planalto, dá sentido à

Ivan Bezerra e Ivan Filhotécnica mista sobre madeira 140 x 89cm 2003

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mundos que dizem dos modos de ver e olhar, de mostrar e ser visto. Este texto é um retrato possível, talvez, da perplexidade ante ao que não conhecemos, ao mistério que somos, ao que não sabemos. Retratos podem ser tentativas silenciosas de perguntas. Entre tantas que a vida nos faz. Todas elas passam pela nossa experiência de tempo, esse material de que somos feitos, isso que nos come. ...O retrato ao longo da história da humanidade é uma série de modos de fazer, de práticas distintas, abrigados sob o mesmo nome. O que se faz hoje com uma câmara digital e a possibilidade de uma memória infinita para tudo guardar – como a memória de Funes,

tatuado na memória. Explícito, reluzente, como uma estampa de calendário.

Edilberto agora me conta a origem do retrato. Foi comprado de um galego, como nós no Ceará chamamos uma das atualizações dos mascates. Um vendedor, que fazia todo o Planalto porta a porta, chegou um dia com a estampa na moldura, atestando ser um retrato da Santa Marciana. Dona Sinhá, uma das primeiras moradoras do lugar, bem que tentou resistir, explicando que não existia

imagem da Santa, não era possível, que todos sabiam, já haviam procurado muito e não existia, Marciana não era ainda reconhecida pela Igreja. Em vão. O retrato foi comprado. Sob clamor geral, o quadro foi para o lado esquerdo do altar da capela. Foi a última vez que o galego passou por lá.

Lembro que ao voltar da primeira vez no Planalto, procurei no balcão-ateliê do meu pai uma réplica do retrato da Santa. Extinto o ateliê de alfaiate, ele então fazia quadros e colagens e nosso gosto por estampas de calendário se renovava a cada ida dele ao Centro de Fortaleza. Nunca vi outra cópia do retrato da Santa. Ainda hoje, descendo a rua Floriano Peixoto vindo da Praça do Ferreira em direção ao Passeio Público, às vezes me ocorre que vou dar com os olhos em Marciana ali pela calçada do Casablanca. Ou ela vai me encontrar. Talvez façamos retratos não só para provar a existência, atestá-la. Só existir não basta. Podem ser também exercícios da invenção de si....Não é só neste texto que misturo paisagem e retrato, reduzo registro fotográfico a retrato, escrevo rosto como se um retrato fosse; borro as fronteiras entre as técnicas e as tecnologias, valho-me da ilusão de eternidade para dizer de imagens que, acreditamos, perduram, ficam, imagens do que não pôde/não pode permanecer. Não é só neste texto que os tempos estão embaralhados. Há mundos tão vastos entre o que retrata e o que se deixa retratar, entre o que retrata e o que pode ser retratado, entre o que retrata e o que suporta/permite ser retratado, quanto Tereza Ximenes

técnica mista sobre madeira 90 x 67cm 1997 Aléxia Brasiltécnica mista sobre madeira 67 x 67cm 1996

o memorioso, personagem de Borges – não se contrapõe ao retrato único de uma vida inteira que perdurou até o século 20. O dar-se um rosto. Ou o inventar-se um rosto. Não sei o que dizer do largo tempo de distância entre um e outro. Nem das variadas possibilidades de retrato que nos deu a literatura oral, a música, o teatro, a dança antes de contarmos com quaisquer suportes materiais de registro e fixação. Mas todos dizem de como se vive no tempo, com ele, contra o tempo, para além dele. Todos nos acenam com perguntas que mudam com o tempo, apesar dele, graças a ele.

Izabel Gurgel é jornalista. Vive em Fortaleza. Dirige o Theatro José de Alencar.

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portante, sendo distinguidas pela eficiência e ética com que tratam seus compromissos.

A empresa faz segurança patrimonial para condomínios resi-denciais, fábricas, shoppings e hotéis, construindo, antecipa-damente, um projeto de segurança personalizado, de acordo com cada cliente. Ele atribui o sucesso conquistado em sua terra natal ao feliz casamento entre o que aprendeu na mari-nha e o seu perfil empreendedor. “Nosso sucesso se deve, so-bretudo, à credibilidade que conquistamos”, garante Castelo Branco, que investe principalmente na qualidade de sua equi-pe, com frequentes cursos, palestras e treinamentos técnicos de atendimento ao público. O empresário segue os rastros do pai, um oficial da Polícia Militar correto, firme em suas convic-ções. “Sou do tempo em que os melhores exemplos humanos eram cultivados todos os dias”, lembra. E resume em uma pa-lavra sua trajetória de vida: “Coragem. Primeiro para deixar a Marinha, depois para voltar a Fortaleza sem nada certo. É preciso coragem para começar tudo de novo. E isso eu tive”, assume Castelo Branco.

Antônio Carlos Castelo Branco é Oficial Superior da Marinha do Brasil (na reserva) e administrador de empresas (UFPA). Nas-ceu em Fortaleza, onde iniciou seus estudos, primeiramente no Colégio Capistrano de Abreu e depois no Colégio São João. Aos 16 anos, foi morar em Belém do Pará, onde trabalhou em uma fábrica de propriedade da família. Posteriormente, aten-dendo ao próprio chamado vocacional, ingressou na Marinha de Guerra. “Foi na Marinha que tive o melhor aprendizado de ci-vismo, amor ao trabalho e moralidade – valores do cerne dessa amada instituição. Tive a honra de aprender com os exemplos dos meus superiores, pares e subordinados”. Na reserva, foi diretor de uma grande firma de segurança no Rio de Janeiro, tendo optado, depois, por regressar à sua terra natal, onde fundou a Castelo Borges Vigilância e Segurança e a C & B Ser-viços, que atendem a diversos segmentos empresariais da eco-nomia cearense. Em todo o decorrer de sua vida profissional, teve a preocupação de aprofundar seus estudos acadêmicos, em cursos no Brasil e no exterior, o que o capacitou a prestar um serviço de qualidade ao empresariado brasileiro. Junto com sua família, vem fazendo de suas empresas uma referência im-

castelobranco

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castelobranco

técnica mista sobre tela 104 x 73cm

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não a chegada”, diz Cláudio Bernardo. Entre a literatura e a espiritualidade, o dançarino lê de Franz Kafka a Fernando Pes-soa, de Michel Tournier a Santa Teresa D’Ávila e a biografia de São Francisco de Assis.

O amor à cultura, anterior à dança, é o que o impulsiona a imaginar espetáculos como ParaBach – peça para seis bai-larinos, que criou em homenagem aos dez anos da Paracuru Companhia de Dança: “Eu acredito que a beleza pode salvar o mundo. E a peça traz essa sensibilidade, a vontade de ver e viver melhor, de alcançar o sublime”, descreve Cláudio Ber-nardo, um dançarino e coreógrafo aclamado mundialmente, que redescobre a arte universal em uma aldeia de pescado-res do litoral cearense e nos concertos do compositor alemão Johann Bach, unindo-os. A identidade cearense e o conceito de beleza que permeiam toda a coreografia foram vistas gra-tuitamente em Fortaleza e também em festivais de dança de Cuba, Argentina, Colômbia, Uruguai, Panamá e Costa Rica. Cláudio Bernardo também criou Caim (1988), Equus e Histó-ria do sal (1990), Serra, A Última Ceia e Sodoma (1991), Di-latatio e Raptus (1992), Vá (1993), Ilagik, Cidades Invisíveis e A Voz Humana (1994), Três Poemas (1995), Geometria do Abismo (1996), Sístole, O Jardim de Graves e Agudos e The Girl and Death (1997), Incandescência e A Fauna (1999), The Rite – o Sacrifício e Meu Sagrado Coração, o Bêbado (2001), Paixão (2002), Off Key (2003), The Waves (2004), A Biblio-teca EMDP (2006), Identificazione de una Donna (2008), O Assalto do Céu (2009) e No Coração da Tempestade (2011). “Eu faço as peças em cima das pessoas, como elas são, do ambiente no qual elas vivem”, afirma o coreógrafo, que já tem em mente novos projetos como o solo Só20 (2013), V.T.R.O.L. (2015) e D. Giovani (2017).

O dançarino e coreógrafo Cláudio Bernardo nasceu em Forta-leza, em 15 de outubro de 1964. Sua história começa quando seus pais se conhecem em um baile, casam-se e continuam bailando, como um prazeroso ritual, aos fins de semana. Ainda adolescente, no auge da discoteca, Cláudio Bernardo ganhou concurso de dança, junto com a irmã. Um professor assistiu à apresentação dos dois na TV e se interessou em dar aula ao casal. Aos 17, Cláudio Bernardo foi morar em São Paulo, onde estudou no Ballet Stagium e recebeu o convite para trabalhar na companhia. Autodidata, estudou profundamente Psicologia.

Aos 21 anos, começou a coreografar. No início dos anos 80, en-controu o coreógrafo Victor Navarro e trabalhou três anos com ele. Em 1986, conheceu Maurice Béjart, dançarino e coreógra-fo francês, e ficou estudando na escola Béjart Ballet Lausan-ne. Ganhou um concurso de jovens coreógrafos e voltou para Bruxelas, onde integrou um movimento de dança contempo-rânea belga. Foi ali que fez sua primeira coreografia e turnê internacional: Vita Nostra. Em Bruxelas, também trabalhou com Frédéric Flamand, da Refinaria Plan K. Em 1990, ainda mais livre e original, quis voltar ao Brasil. Ao estudar o movimento dos trabalhadores de Serra Pelada, descobriu um outro Brasil e criou o espetáculo que o projetou definitivamente na dança: Usdum, vencedor do prêmio europeu Sociedade dos Autores de Artes Dramáticas, em 1991. Em seguida, fundou sua própria companhia, As palavras, cuja inspiração, como o nome indica, é a literatura. De lá para cá, foram 40 coreografias. Em 2010, O assalto do céu ganhou o prêmio de melhor espetáculo do ano, da imprensa de Bruxelas.

A busca pela espiritualidade é um elemento cada vez mais constante em suas coreografias: “O que importa é a travessia,

cláudiobernardo

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cláudiobernardo

técnica mista sobre tela 100 x 75cm

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Sua principal referência profissional é o trabalho do professor Ronaldo Pontes, dono da Clínica Fluminense de Cirurgia Plásti-ca (RJ), onde se aprofundou nesse tipo de atendimento exclusi-vo e individualizado, entre 2004 e 2007, durante sua residência médica. Em Detroit, Orlando e Dallas, nos Estados Unidos, fez cursos de aperfeiçoamento em cirurgias de nariz, transplante capilar e rejuvenescimento facial. Hoje, é membro da Socieda-de Brasileira de Cirurgia Plástica, Sociedade Internacional de Transplante Capilar, diretor da Clínica Blue D Cirurgia Plástica & SPA e da Unique Hair Transplante.

Os clientes de outros estados e diversos países, especialmente das regiões Norte e Nordeste, Europa, Estados Unidos e Áfri-ca, chegam a 50% dos pacientes, nos meses de julho, agosto e setembro. Parte dessa clientela é resultado de seu trabalho em Cabo Verde e Lisboa, onde manteve clínica e consultório. Entre seus planos futuros, está a mudança de sua clínica para sede ampliada e definitiva, com a instalação de um SPA médi-co. “Também estamos nos preparando para que o conceito da Clínica Blue D e SPA alcance outras regiões brasileiras e outros países, o que é um resultado natural da qualidade do nosso trabalho”, diz o cirurgião plástico.

Casado com Patrícia Dias e pai de dois filhos, Danilo Dias adora jogar golfe, viajar e colecionar cervejas raras e especiais.

Danilo Dias nasceu em Fortaleza, em 23/6/1977, e se formou em Medicina na UFC (2000). Antes mesmo de entrar na uni-versidade, tinha um sonho: o de fazer as pessoas mais felizes consigo mesmas, tendo um maior cuidado com sua saúde, com seu corpo. No início, o foco era se firmar no mercado e dar vi-sibilidade a um trabalho diferente dos tratamentos existentes. Abriu sua própria clínica em 2007, realizando 44 cirurgias no primeiro ano. Atualmente, são quase 300 por ano. Especializou-se em cirurgia plástica, estética e transplante capilar. Seguindo uma tendência mundial, a maior demanda de sua clínica é de cirurgias estéticas da face e corporal. Aos poucos, foi se tor-nando também uma referência entre os homens, que já chegam a 40% do total de procedimentos (cirurgias de nariz, face e ca-pilar). Um destaque inovador é a cirurgia de videoendoscopia facial, (plástica facial por vídeo) com tempo de recuperação reduzido e cicatrizes imperceptíveis.

Outro diferencial importante da Clínica Danilo Dias – Cirurgia Plástica é o atendimento personalizado e a atenção com cui-dados em domicílio. “Conquistamos clientes que precisam de acompanhamento pós-operatório, em casa, com visitas de uma enfermeira e cuidados especiais. É uma clientela fiel. Agora, não busco mais aumentar o número de clientes, mas investir ainda mais na qualidade de um tratamento de alto nível, que não havia antes na cidade”, afirma o Dr. Danilo Dias.

danilodias

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danilodias

técnica mista sobre tela 115 x 90cm

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gravadora CBS já havia lançado uma coletânea de suas letras intitulada Fausto Nilo – 12 letras de sucesso, com suas prin-cipais canções gravadas por Chico Buarque, Bethânia, Nara Leão, Gal Costa, Ney Matogrosso, Geraldo Azevedo, Elba Ra-malho, Dominguinhos, Moraes Moreira, Simone, Amelinha, Lulu Santos, Pepeu Gomes, Luiz Gonzaga, e pelo grupo A cor do som. Ganhou dois prêmios Sharp, na categoria Melhor Música Popular, em 1987 e 1995, e o troféu Playboy (1982).

Atualmente, desenvolve projetos arquitetônicos (predominante-mente de uso público) e projetos de urbanismo. Entre as obras de edificação de uso público em que foi coautor, atuando com o parceiro Delberg Ponce de León, destacam-se a reforma e a adaptação da Ponte dos Ingleses, o Mercado São Sebastião, a nova Praça do Ferreira, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, todos em Fortaleza. Recentemente, juntou-se aos par-ceiros Ricardo Muratori e Esdras Santos e venceu o concurso nacional para o projeto de Reordenação Urbana da Avenida Beira Mar, ora em execução.

A Quixeramobim de sua infância povoa suas canções, ainda que recriada com os tons imaginários da memória. Apaixona-do pela urbanidade e estudioso do urbanismo, Fausto Nilo usa uma singular estratégia, entre tantas, em seu processo de cria-ção (na arquitetura e na música): “eu vou atrás do que meu inconsciente me mostra como provocante, em um cruzamento das memórias mais importantes, do presente que me desafia e do futuro que nos espera”. Além dos já citados, ficaram na história da MPB sucessos como Esquinas do deserto, Pão e poesia, Pequenino cão, Santa fé (tema de abertura da novela Roque Santeiro), Meninas do Brasil, entre tantas outras.

Fausto Nilo é um arquiteto atuante e, ao mesmo tempo, com-positor letrista com cerca de 450 canções, muitas de grande sucesso. É natural de Quixeramobim (5/4/1944), mas deixou a cidade natal aos 11 anos e foi para Fortaleza, onde estudou no velho Liceu do Ceará e posteriormente se formou na primeira turma de Arquitetura da Universidade Federal do Ceará (1970). Em 1971, recém-formado, mudou-se para Brasília e lecionou no curso de arquitetura da UnB, por dois anos. Em 1975, após um breve período de retorno a Fortaleza, mudou-se para São Pau-lo, onde trabalhou na Companhia do Metrô, desenhando a Es-tação Santa Cecília. Ao final de 1976, foi morar no Rio de Janei-ro e lá permaneceu por 15 anos, atuando prioritariamente nas letras de canções. Compôs seu primeiro grande sucesso, Fim do mundo, em 1972, em parceria com Raimundo Fagner (gra-vada por Marília Medalha). Depois, compôs Dorothy Lamour, com Petrúcio Maia, eternizada na voz de Ednardo. Conside-ra seus parceiros mais importantes: Fagner, Geraldo Azevedo, Dominguinhos e Moraes Moreira. Na arquitetura, destaca-se a parceria com Delberg Ponce de Leon. “Sou um privilegiado: de dia, a arquitetura; à noite, as poesias das canções. Há quem diga que são atividades conflitantes, mas para mim a poética é a mesma”, diz o autor de Zanzibar.

Fausto Nilo gravou o primeiro disco interpretando suas canções em 1997, com o título Esquinas do Deserto. Depois, veio Casa Tudo Azul, em 2002, Verso e Voz ao Vivo, em 2004, e Fausto Nilo, em 2008. Em 2010, lançou Quando fevereiro chegar - uma lírica de Fausto Nilo, em que juntou em torno de sua obra carna-valesca intérpretes como Caetano Veloso, Ivan Lins, Elza Soa-res, Fernanda Takai, Fagner, Moraes Moreira, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Zeca Baleiro e Jorge Vercillo. Antes, em 1987, a

fausto nilo

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técnica mista sobre tela 107 x 73cm

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de Dança, onde foi diretora substituta. Em Fortaleza, foi diretora Artística do Theatro José de Alencar (1994 a 1998).

Além do impecável currículo artístico, as histórias de vida de Fer-nanda Quinderé são um tesouro à parte. Depois do divórcio, de volta ao Rio, ela reencontrou um antigo amor de adolescência, o pianista Luiz Eça, e com ele viveu as mais incríveis histórias, que resultaram no livro Bodas da solidão – um olhar azul para Luiz Eça. Nele, disseca os bastidores de um grande amor, da Bos-sa Nova, da música instrumental e da MPB, os encontros com Miéle, Leny Andrade, Ronaldo Bôscoli, Tom Jobim, Sivuca, Peri Ribeiro, Artur Moreira Lima, Dorival e Nana Caymmi, Quarteto em Cy,João Nogueira,Wanda Sá. Além deste tocante e discreto ro-mance autobiográfico, a “artista de mil faces” escreveu outros sete livros (de crônicas e poesias) e se prepara para lançar mais dois: Madame Rian e Vinícius cheio de graças. Na inauguração da TV Diário, leu o editorial que abria as atividades da emisso-ra e, por seis anos, apresentou o programa Ponto de Encontro. Em seguida, dividiu o programa Tarde Livre, com Carla Soraia. Escreveu, em parceria com Luiz Eça, o seriado de dez capítu-los Luizinho no mundo dos sons, para a TV Mexicana (no Brasil, adaptado para um musical de teatro, entrou em cartaz no Teatro Villa-Lobos) e participou da novela Meu bem, meu mal, da TV Globo. Serena e apaixonada ao mesmo tempo, Fernanda Quin-deré respira cultura e é workaholic assumida: “Para mim, arte e cultura são sinônimos de prazer, por isso não tenho hora, nem dia para trabalhar”, define-se.

Fernanda Quinderé (1/2/1938), carioca de nascimento e filha de pais cearenses, é atriz, diretora e autora de teatro, escritora, compositora, produtora cultural. As mil facetas de sua exitosa carreira, de seis décadas, são alvo de homenagens, medalha e condecorações que a fazem, de fato, destaque cultural cearen-se. Sua atuação, nas mais diversas atividades culturais, a fez merecer, em 2002, o título de Cidadã Cearense, na Assembleia Legislativa. Também recebeu a Medalha Boticário Ferreira, na Câmara Municipal de Fortaleza (ambos por indicação de Cláu-dio Pereira), diploma de Mérito Cultural da Academia Cearense de Letras e Diploma de Reconhecimento ao Apoio e Divulga-ção das Artes. Também é “Amiga da Marinha” e “Amiga da Po-esia”, além de vários prêmios conquistados por seu trabalho, especialmente no teatro. Integrante da Academia Fortalezense de Letras, Fernanda começou no teatro amador, em Fortaleza (1952). Dois anos depois, encenou em São Paulo Os Deuses Riem, de A. J. Cronin, no I Congresso Musical da Juventude. Em 1959, recebeu das mãos de Teotônio Vilela o prêmio de Me-lhor atriz do Norte e Nordeste, pela atuação em Nós, as Teste-munhas, de Eduardo Campos, no III Festival Nortista de Teatro Amador (Maceió/Alagoas).

Depois Fernanda casou-se, foi morar em Teresina, teve cinco filhos e depois voltou a Fortaleza. De volta ao Rio, trabalhou na UNIRIO, na gestão do reitor B. de Paiva, no Serviço Nacional de Teatro, assessorando Orlando Miranda, no Instituto Nacional de Artes Cênicas, no Teatro Tereza Rachel e no Serviço Brasileiro

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técnica mista sobre tela 89 x 100cm

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com texto e foto, os destaques da pintura cearense. “Estudei pintura em tela na Paraíba, adoro Picasso, alguns artistas ce-arenses e paraibanos”, diz Hilma Braga, mostrando algumas obras de arte na sala de sua casa.

Desde 2011, dedica-se integralmente às duas revistas, mas ja-mais deixou de fotografar. O amor por livros, que divide com a filha Yasmin, a faz preferir o impresso ao livro eletrônico: “Adoro o cheiro, a textura do papel. Para mim, ler um livro sem essas sensações, perde toda a graça”, afirma a empresária.

Com uma longa e exitosa trajetória no entretenimento social em Fortaleza, Hilma tem projetos ousados para o futuro. Um deles é o de investir em moda, para agregar ainda mais conhecimen-to às áreas que já domina, como a fotografia, o jornalismo e a publicidade. Depois de viagens aos principais centros culturais da Europa, como Paris, Milão, Barcelona e Bruxelas e de ter ido a dois festivais Cannes Lions, é hora de colher os frutos, lapidar desejos, refletir e cuidar do que já conquistou.

Católica, mãe de Yasmin (14) e Kahlil (29), Hilma Braga é uma mulher perseverante, de fé: “O mais importante é estar com Deus e agradecer por tudo o que consegui através dele e da minha fé. Aos poucos, fui construindo um network em Fortaleza, a credibilidade e a confiança do povo cearense no meu trabalho. Agora, é seguir em frente, crescendo e acredi-tando, sempre”, conclui Hilma, com a sua costumeira e sábia simplicidade.

Hilma Braga nasceu na Paraíba, sob o signo de aquário (16/2). Veio para Fortaleza há duas décadas e lançou uma das primeiras revistas sociais do estado, a Life Estilo, que já tem dez anos. Há cinco anos, inovou mais uma vez com o lançamento da Life Teens, para o público infantil e ado-lescente da capital. Hoje, além de empresária, atua como editora-chefe das duas revistas.

É graduada em Comunicação Social, Publicidade e Propagan-da e tem no currículo vários cursos de fotografia pela Escola Pan-americana de Arte e Design (SP). Abriu seu primeiro es-túdio fotográfico em João Pessoa e explorou no mercado uma nova tendência de fotos, com sofisticação e irreverência. Em 1993, veio para Fortaleza e deu continuidade ao seu trabalho com a criação do Hilma Braga Art Studio, onde ela mesma foto-grafava e revelava as fotos em seu próprio laboratório. No ano de 2001, lançou o primeiro livro, Divas, com fotos em preto e branco de 66 mulheres cearenses. Três anos depois, publicou o segundo: Musas, uma seleção de mulheres e seus talentos, nas mais diversificadas áreas de atuação. Musas é um mergulho no universo e na alma femininas, onde Hilma expressa seu próprio encanto pela magia de fazer arte com a câmera, que surgiu ain-da criança, com a máquina de seu pai, que sempre registrava os melhores momentos da família em sua Kodak.

Filha de fazendeiro e empresário e de uma professora, Hilma, a caçula, prima pela simplicidade, sensibilidade e força. Apaixo-nada por artes, ela criou uma coluna na Life Estilo onde retrata,

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técnica mista sobre tela 115 x 86cm

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rurgia laparoscópica no IRCAD, especialização em Cirurgia Geral na Universidade Livre de Berlim (Alemanha), no Instituto Karolinska em Estocolmo (Suécia) e no MGH Havard (EUA), atuação como membro fundador da Associação Nacional dos Hospitais Privados do Brasil e integrante das mais importantes sociedades e asso-ciações de medicina nacionais e internacionais, especialmente na área de oncologia.

Dr. Hipólito Monte também não parou de sonhar: há novidades em gestação para o Monte Klinikum, um dos maiores e mais bem equipados do Nordeste. “Eu não sou realizado profissionalmente, porque o potencial sempre cresce à medida que os desafios apa-recem. Só depois de superá-los, poderei dizer se valeu a pena”, diz o criador e diretor geral do Monte Klinikum, fazendo segredo sobre seus planos futuros. Atualmente, o Monte Klinikum tem 100 leitos e um diferencial: todo o ar que circula dentro dele é trocado de hora em hora, através de uma turbina ecológica que utiliza ar umidificado com água gelada, para não ressecar a pele. A recicla-gem anual do corpo médico e auxiliar é outra prioridade.

Pessoalmente, Dr. Hipólito é comedido, gosta de um ambiente clean, poucos móveis e adornos em casa. Adora carros, relógios, estudar Medicina e a leitura de uma poesia. Seu único vício é a medicina. Sabe que o seu exercício, assim como no futebol, tem data certa de parar, mas segue planejando, pesquisando e geran-do saúde. O menino que foi expulso do colégio porque levou um violão para tocar, o mesmo que ficou encantado com o médico de seu pai e com tantos outros, diz claramente o que significa o Monte Klinikum para ele: “É a razão do meu viver, mais um filho que tive, e como todo bom filho, me traz preocupações, mas também me enche de orgulho. Ninguém constrói um mundo sozinho e muita gente que está aqui me ajudou a concretizar as minhas aspira-ções”, disse Dr. Hipólito, ao receber o título de Cidadão Cearense na Assembleia Legislativa do Ceará, em 2011. “Tenho a certeza de um longo caminho a percorrer e de muito por fazer pela medicina cearense, que precisa ser encarada com seriedade pela socieda-de, pois estamos muito bem no cenário nacional. O exercício da Medicina exige dedicação quase que exclusiva, ética profissional, atualização constante e encarar o paciente sem distinção de clas-se socioeconômica. Ser médico não é apenas uma arte, mas um conjunto de atitudes, atos, fatos que o tempo - e somente o tempo - se encarregará de mostrar, revelando o que você é”.

O Dr. Hipólito Souza Monte nasceu em 9/12/53 em Mossoró (RN) e veio aos 12 anos para Fortaleza, para continuar seus estudos. Eis que um dia foi acompanhar seu pai a um médico, no centro da ci-dade, e se impressionou com aquele homem de branco, elegante, muito educado, impecavelmente vestido. Era o Dr. Edson Braga. Hipólito Monte não entendia nenhuma palavra do que ele falava ao seu pai, mas nunca mais o esqueceu. Adulto, formou-se em Medi-cina pela UFC e fez residência no Hospital São Raimundo, com o Dr. Pontes Neto e Dr. Haroldo Juaçaba. Recém-formado, começou a trabalhar dia e noite para juntar dinheiro e aprofundar seus estu-dos na Alemanha: operava na Aldeota, depois ia para o Hospital de Maracanaú e de lá para a fábrica Guararapes, onde era médico do trabalho. Também trabalhou no Instituto de Prevenção do Cân-cer e aos domingos dava plantão no Frotinha de Parangaba. Foi nesse tempo que entrou em contato com um cirurgião da Universi-dade Livre de Berlim e, por conta própria, partiu para a Alemanha, quatro anos depois de sua formatura. Após enfrentar as barreiras da língua e do desconhecido, começou a acompanhar o chefe da clínica cirúrgica da Universidade Livre de Berlim, aperfeiçoando, principalmente, a técnica de cirurgia abdominal e vascular. Partici-pou de vários simpósios em cidades alemãs. Entre uma atividade e outra, rabiscava seu grande sonho: as dependências do hospital que, um dia, iria construir. Para permanecer na Alemanha, Hipólito Monte teve que pedir autorização especial ao próprio Ministro do Exterior – e conseguiu. Aceitou convite para ir a Estocolmo e atra-vessou o muro de Berlim, conheceu de perto a sabedoria e técnica da medicina escandinava.

De volta ao Brasil, em 1986, tratou de dar forma ao seu sonho. Primeiro teve consultório na rua Maria Tomásia, depois na Vicente Leite e exatamente cinco anos depois de seu regresso ao Ceará, em 1991, abre o Monte Klinikum (Monte, o sobrenome; Klinikum, clínica em alemão). Atualmente, já tendo 15 mil cirurgias realiza-das, todas anotadas a mão em vários cadernos que conserva ao lado de sua mesa de trabalho, o Dr. Hipólito Monte continua em plena atividade: são 50 cirurgias/mês, em média. A grande maio-ria delas feitas por videolaparoscopia, o que reduz o risco de in-fecção e o período de internação. Como um ritual, todos os anos visita dois centros de medicina: o de Massachusetts, em Boston, um dos mais avançados do mundo, e o IRCAD, em Estrasburgo (França), especializado em cânceres do aparelho digestivo. No ex-tenso currículo, destacam-se os cursos de pós-graduação em ci-

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técnica mista sobre tela 109 x 77cm

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no, Zico Ribeiro, Carlos Magno, Walter Pinto e Carlos Machado e nas emissoras de televisão (Tupi e Excelsior).

No repertório clássico, montou cerca de vinte espetáculos, en-tre eles O Morro dos Ventos Uivantes, A Bela Adormecida, She-razade, A Valsa Proibida, A Viúva Alegre, Mártir de Gólgota, Otelo, Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Gisele, Iracema e Dom Quixote, além de Os Deserdados, do cearense Manuelito Eduardo.

Entre as diversas premiações e homenagens que recebeu, Hugo Bianchi conquistou o primeiro lugar no Festival Interna-cional de Dança Amazônica, em 2001, segundo lugar em 2002 e terceiro, em 2003. Foi condecorado com a Medalha Boticário Ferreira (Câmara Municipal de Fortaleza), Troféu Albanisa Sa-rasate (Festival Vida & Arte), Troféu Sereia de Ouro (Sistema Verdes Mares), Medalha CBDD (Rio de Janeiro) e homenagens da Assembleia Legislativa do Ceará, Secretaria de Cultura do Ceará e do Theatro José de Alencar.

Hugo Bianchi ainda frequenta todos os dias o Theatro e super-visiona a Academia de Balé Hugo Bianchi, que criou em 1966 e que atualmente tem seis professores. Um de seus orgulhos é o de ter formado as grandes bailarinas da cidade, que o aju-daram a difundir a dança em vários bairros de Fortaleza, com suas academias de dança. Em uma época em que pouco se falava em dança, Hugo Bianchi ensinou ballet a mais de duas mil alunas. “Elas foram se formando e criando suas próprias academias, que hoje são muitas, e fico contente com isso”.

Um dos grandes nomes do ballet e da dança no Brasil é um fortalezense, nascido em 1926: Hugo Alves Mesquita, que, por sugestão de um jornalista, adotou o sobrenome italiano, Bianchi. Bailarino e coreógrafo autodidata, Hugo Bianchi fun-dou a primeira Academia de Dança no Ceará, inicialmente com o nome de Eros Volúsia, depois Academia Hugo Bianchi. Começou a carreira aos 16 anos, no Ginásio Santa Maria, fa-zendo teatro, mas ao ver os filmes de Fred Astaire no cinema, “saía pulando no meio da rua” e se encantou definitivamente pela dança.

Em 1948, conheceu o Theatro José de Alencar, de onde nunca mais saiu: primeiro, instalou ali sua academia de ballet por 10 anos e depois uma sala no fundo do teatro, onde ministrou seus cursos por mais 14 anos. Hoje, aos 87 anos de idade, foi contra-tado pelo Governo do Ceará como funcionário do Theatro. “Só aqui me sinto em casa, esta é a minha casa” diz o bailarino no pátio do TJA. Ainda rapaz, Bianchi foi selecionado pela baila-rina Marquise Branca, nascida em Juazeiro do Norte, mas que trabalhava no Rio de Janeiro, para trabalhar como “galã ligeiro” em uma tourné, por São Luis, Teresina, Belém e Manaus.

Formado pelo Serviço Nacional de Teatro do Rio de Janeiro, aperfeiçoou sua técnica com Eros Volúsia, Dina Nova, Maria Olenewa, Vaslav Veltchek, Tatiana Leskova e David Dupré, além de cursos no Teatro Colón de Buenos Aires e no American Ballet e New York Ballet nos Estados Unidos. Integrou o Corpo de Bai-le do Conservatório, hoje Centro Nacional de Artes da Secção do Teatro, da UNIRIO e atuou nas companhias Vicente Celesti-

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técnica mista sobre tela 100 x 70cm

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colaboram em casos de grandes tragédias. Houve a arreca-dação de água para os desabrigados pela enchente do Crato, artigos de higiene e mantimentos para as vítimas de desaba-mentos de encostas no Rio de Janeiro, entre outros. Com o in-tuito de debater as questões mais urgentes do fisco, a auditora também criou o projeto Conversa com o Fisco, onde acontecem discussões tributárias e palestras eventuais e interativas. Os in-gressos são lençóis brancos – uma demanda da Santa Casa de Misericórdia. Foi agraciada com o Prêmio Joaseiro (2008), na categoria Relevantes Serviços à classe dos Auditores Fiscais. Esse prêmio é um programa institucional da AUDITECE - Asso-ciação dos Auditores e Fiscais do Tesouro do Estado do Ceará que visa reconhecer o mérito dos profissionais que se desta-caram por ações ou trabalhos bem sucedidos que trouxeram resultados significativos para a causa fazendária.

Além de sua dedicação e amor à fiscalização pública, Isabel Pires tem ainda três grandes paixões: marketing, moda e antiguidades. Criou o blog Glamour Urbano e o site www.glamoururbano.com, que nasceram dos cursos e palestras sobre Gestão de Carreiras, na área de Imagem Profissional. Atualmente, o site tem mais de cem mil acessos e é um de seus passatempos preferidos. O apreço por antiguidades foi o que a moveu, em coautoria com Jaime Cavalcante, na complexa tarefa de reunir documentos, textuais e iconográficos, móveis e diversos objetos que integram o Memorial da Sefaz, hoje aberto ao público.

Isabel Pires é auditora fiscal da Secretaria da Fazenda do Cea-rá, e tem uma trajetória de ineditismo e ousadia em uma profis-são notadamente masculina. Foi a primeira presidente feminina da Associação dos Auditores e Fiscais da Receita Estadual do Ceará (Auditece), de 2009 a 2011, e anteriormente ocupou a Diretoria de Comunicação e Eventos da mesma instituição. Atu-almente, é vice-diretora da Escola Superior de Estudos e Pes-quisas Tributárias – ESET.

É mestre em Administração de Empresas pela Universidade Fe-deral do Ceará - UFC e também professora na graduação e pós-graduação da Faculdade Vale do Jaguaribe (FVJ) e da Fametro. Atua como instrutora da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, na área de aperfeiçoamento da Imagem Profissional.

Como diretora de Comunicação da Auditece, criou projetos inovadores, que foram replicados em vários estados. Um des-ses projetos é o Café com leis, que agrega diversas áreas do conhecimento, através de palestras mensais de especialistas de cada setor. Como ingresso, cada participante contribui com café ou leite, que são doados para instituições carentes. O pro-jeto se expandiu para outros estados, como o Amazonas, Bahia e Tocantins (que adotou a proposta com outro nome).

Outro projeto criado por Isabel Pires foi o Fisco Solidário, uma campanha em que os auditores e demais funcionários do fisco

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técnica mista sobre tela 130 x 60cm

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fazer o mesmo”, define. No cotidiano efervescente do jornal, a presidente do Grupo procura manter os princípios passados de geração em geração, dando continuidade ao trabalho da famí-lia Rocha Dummar, iniciado em 1928, em clima de companhei-rismo e cumplicidade: “Sinto como se todos nós que fazemos o jornal fôssemos uma comunidade alternativa, onde se sonha junto, luta junto e encara junto o que está acontecendo no mun-do. O cheiro, a essência disso tudo é muito forte. Todos os dias, resgato essa missão em mim: a de manter o equilíbrio e fazer d’O Povo uma referência de credibilidade, confiança e liberda-de, nesse mar revolto de informações desencontradas do nos-so tempo”, diz Luciana. Entre os compromissos assumidos, ela cita a relação entre o jornal e a sociedade, “fundada em proce-dimentos transparentes e participativos desde a fundação por Demócrito Rocha”, fortalecidos por instrumentos como o cargo de ombudsman, o Conselho Editorial e o Conselho Consultivo de Leitores.

Em 2013, Luciana Dummar participou de sessão solene na As-sembleia Legislativa do Ceará e recebeu, na Câmara Municipal, a maior comenda de Fortaleza, a Medalha Boticário Ferreira - ho-menagens ao aniversário de 85 anos do jornal O POVO. “Tenho orgulho de nossa história, de ter passado por tudo que passamos, lado a lado com a história do nosso povo cearense, com seus de-safios, vitórias e dificuldades. Lá se foram 85 anos, daqui a pouco, será um século..., honro cada passo dessa trajetória, reafirmando o compromisso de meu pai, assumido em 2008, quando O Povo fez 80 anos: manter firme a luta por uma imprensa cada vez mais livre, mais atuante”, almeja. Ao lado do pai, Demócrito Dummar, e dos irmãos, Luciana contribuiu para promover a modernização editorial e gráfica do jornal, além de incorporar novos meios de comunicação ao Grupo, como a TV O POVO.

“Foi em cima de um banco da Praça do Ferreira que o meu bi-savô, Demócrito Rocha, fez um discurso anunciando a criação de um novo jornal em Fortaleza. Posso dizer, então, que a Praça do Ferreira foi o berço que embalou o nascimento d’O Povo, disse a presidente do Grupo de Comunicação O Povo, Luciana Dummar, em homenagem aos 85 anos do jornal. Ela nasceu em Fortaleza, em 26/12/1967 e se formou em Administração de Empresa pela UNIFOR – Universidade de Fortaleza.

“Nascida e criada” dentro do jornal, já na infância escuta-va as conversas e os debates entre seu pai, Demócrito Rocha Dummar, e a avó, Albanisa, em torno do fazer jornalístico. “Eles eram pessoas fantásticas, cada um a seu modo, com jeitos di-ferentes de lidar com as questões e, por isso mesmo, com opi-niões tão enriquecedoras. Sem dúvida, meu pai e minha avó são a minha maior referência e inspiração”, diz.

Aos 16 anos, começou a trabalhar na Biblioteca Pública do Es-tado do Ceará, em uma tarefa que marcou sua vida: a microfil-magem de toda a trajetória d’O Povo desde 7/1/1928 até então, organizando o mais rico acervo jornalístico do Ceará. “Naquele momento, ficou claro que minha vocação era o jornalismo. Está na veia, é uma missão de vida. Esse trabalho foi definitivo, por-que consegui ver os desafios da imprensa com um apuro que só uma pesquisa como aquela me daria”, conclui a bisneta de Demócrito Rocha.

Mãe de um casal de filhos, Luciana vive entre os compromis-sos do jornal e os pessoais, onde se destaca, sobretudo, sua espiritualidade. “Vivo profundamente esse ecumenismo interno que tão bem define a minha vida. É como descascar cebolas, em busca da essência de mim mesma, e estimular os outros a

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técnica mista sobre tela 110 x 80cm

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precisei parar um pouco para buscar o equilíbrio entre o lado profissional e o pessoal, para não deixar a desejar nenhum dos papéis”, afirma Lúcia.

Adepta dos hábitos saudáveis, Lúcia Praciano segue com disciplina uma nutritiva dieta alimentar, faz exercícios físicos diários, adora viajar, escutar música de qualidade e ler. Um de seus diferenciais é a paixão por joias e moda, cujo uso é pautado pelo bom senso e bom gosto. Sensível à sua função social no mundo, procura sempre ajudar ao próximo, principalmente às crianças. Nisso se resume os seus planos para o futuro: tornar-se, a cada dia, uma pessoa melhor e mais espiritualizada.

Entre os acessórios prediletos de Lúcia Praciano estão as bolsas Chanel (tem uma coleção) e Fendi, além de peças do estilista Lino Villaventura. Para ela, viver bem é poder cultuar o amor, as grandes emoções da vida e ter paz.

Lúcia Praciano, com seus gestos singelos e elegantes, é um retrato da mulher contemporânea de sucesso. Tem personalidade forte e é movida por suas emoções. Dedica seu tempo e entusiasmo a cultuar seus valores e princípios, entre eles, cuidar do bem-estar de sua família. Casada com o conceituado empresário Tadeu Costa, é mãe de duas filhas: Marine, a primogênita, e Marianne. Ela atribui a Deus as suas vitórias, especialmente a força que sempre tem para enfrentar os desafios e os momentos mais difíceis de sua vida.

Empreendedora, dirigiu uma empresa familiar no ramo das telecomunicações por 16 anos. Preferiu parar, após pensar que a maior parte do tempo que dedicava ao trabalho fazia falta no cotidiano de seu bem mais precioso: a família. Por esse motivo, decidiu se dar férias por tempo indeterminado, para acompanhar o crescimento e as necessidades de suas filhas. “Quando me dedico a uma tarefa me entrego de corpo e alma, sou obstinada e me cobro bastante em fazer o melhor, por isso

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técnica mista sobre tela 129 x 64cm

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pela cultura são latentes. Revelam seu interesse pelo cinema, por exemplo, que o atraiu para participações em três filmes: A ilha da morte, de Wolney Oliveira; Sedição de Juazeiro, de Daniel Abreu; e um filme espírita, que está sendo realizado pela Casa de Cinema de Fortaleza.

Em 2003, Nilo Tabosa começou a reunir um grupo de amigos para dividir um dos seus grandes prazeres: a gastronomia. A cada semana, um amigo convidava o restante do grupo para sua casa e criava os mais incríveis pratos, saboreados com um ótimo papo. Atualmente, o grupo é formado por profissionais liberais e se reúne, em média, de uma a duas vezes por semana. “Os integrantes mudam, mas sempre fica aquilo que nos une: o amor por um bom garfo. Já fizemos festivais de pães caseiros e estamos sempre tentando superar nossos talentos culinários”, diz o advogado, que comprou seu apartamento, principalmente, pela dimensão da cozinha. A coleção de xícaras, resultado de suas viagens pelo mundo, é um mimo para os amigos especiais, que não costumam sair de mãos vazias de sua casa. Um símbolo de quem prima pela arte do encontro, através de aromas e sabores de uma acolhedora mesa.

Nilo Tabosa é advogado e nasceu em Fortaleza no dia 29 de outubro de 1959. Além da graduação em Direito (Unifor), também se formou em Geografia (Uece), uma de suas grandes paixões. Descendente de uma linhagem de advogados de renome, a família Quezado, Nilo Tabosa especializou-se em Direito do Trabalho, assim como o seu pai, Jefferson Quezado, que foi Delegado Regional do Trabalho do Ceará.

Após o falecimento do pai, Nilo Tabosa criou a Quezado Advocacia e Assessoria Empresarial, juntamente com seu pai adotivo Geraldo Quezado, que hoje funciona no bairro Dionísio Torres. Foi juiz de paz do Cartório Registral do Mucuripe, por cinco anos, e membro do Conselho Consultivo da OAB/CE. Além da marca da família Quezado na advocacia, Nilo Tabosa tem como diferenciais importantes a total dedicação a cada cliente e o empenho em fazer justiça nas causas nas quais atua.

Pai presente e carinhoso, Nilo se define como homem de fé de orientação espírita. Ele tem três filhos: Aglais, que, seguindo os caminhos do pai, optou pelo Direito, e os gêmeos Geraldo Neto e Eduardo. Entre os objetos de decoração de seu apartamento, a história de seus antepassados, a espiritualidade e o gosto

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técnica mista sobre tela 103 x 77cm

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No site www.rosalvoponte.com.br, imagens e informações apresentam com elegância a abrangência de seus projetos de decoração para festas temáticas, casamentos e eventos corporativos. Há 25 anos no mercado e seis no mercado de Fortaleza, Rosalvo Ponte construiu um conceito de vida e de profissionalismo, onde tem por lema a palavra: super-ação = superação: “Gosto muito da junção dessas duas palavras. Por isso, estudo, viajo, experimento o novo, revejo conceitos e no-vas roupagens. Clientes muito exigentes contribuem para sair-mos do lugar comum e vejo nessa postura uma oportunidade de me superar”, conclui.

Com foco no conforto, na beleza e, principalmente nos deta-lhes de cada projeto, Rosalvo Ponte faz o elo entre o sonho e o orçamento do cliente: “Para mim, um projeto sofisticado é o que fica dentro da condição social do meu cliente”, afirma Rosalvo Ponte, que considera seu trabalho como seu maior or-gulho. Criar um momento único e especial em cada festa, com uma lista de convidados bem cuidada e uma decoração que garanta a atmosfera desejada pelo anfitrião é o que ele mais gosta de fazer. Nos momentos de descanso e lazer, prefere viajar e conhecer o mundo.

O decorador de festas e cenógrafo Rosalvo Ponte é um empresá-rio de sucesso no segmento de festas. Acredita tanto no ramo em que atua, que consegue garantir a admiração de parceiros e de clientes. Construiu uma carreira sólida e uma empresa muito bem estruturada, na praça de Fortaleza. Filho de renomada banquetei-ra de Sobral, Socorro Ponte, desde cedo Rosalvo teve inclinação para o desenho. Suas habilidades chamavam tanto a atenção, que aos 15 anos assinou seu primeiro projeto. Poucos profissio-nais, mesmo nos dias de hoje, fazem projetos, mas, para ele, esta prática é essencial, pois garante exatidão e transparência. O foco de Rosalvo é garantir a satisfação de quem o contrata.

Veio estudar em Fortaleza, cursou Arquitetura e se graduou na faculdade de Design. Em seguida, abriu uma empresa especia-lizada em decoração de festas de casamentos, aniversários (15 anos), formaturas e corporativos, a Rosalvo Ponte Decorações.Com acervo de ponta, mais de 20 funcionários, o compromisso maior da empresa é a busca pela excelência. Apaixonado pelo que faz, Rosalvo se sente realizado por ter se destacado no ramo, mas se sente um eterno aprendiz: “Ainda não repetimos nenhum projeto, por isso preciso estar me movimentando o tempo todo, fugindo do que é cômodo. Preciso estar sempre muito antenado, me superando, estudando, pesquisando, é isso que as pessoas esperam de mim quando me contratam”, diz: Rosalvo Ponte.

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técnica mista sobre tela 100 x 100cm

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Dies de Gravata Olot, catálogo – Espanha. Entre as exposições individuais, Hiatos, em Fortaleza fruto do prêmio de Melhor Desenho da XIII Unifor Plástica. Em 2009, recebeu o prêmio de Melhor Pintura pela Bienal da Unifor. Suas obras podem ser vistas nos acervos MAUC-Ce, IBEU_Ce, UFRN Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) e coleções particulares.

“Partindo do enigma borgiano do qual sua sensibilidade se nu-tre, a sua poética é a do sonho e da memória e cada cena pin-tada é como a lembrança de algo que foi ou poderia ter sido. Em seus quadros, a aparição de figuras e objetos em primeiro plano, como num teatro onírico onde a luz é a abstração, dialo-ga permanentemente com os sentidos da recordação. (...) Há partituras de silêncios e harmonias em cada um desses qua-dros, e disso se depreende a sensação de transcendência que a verdadeira arte inspira. Assim como na poesia da palavra há ritmo e melodia, na poética das formas canta a música da luz”, diz Weydson Barros Leal, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA).

Sobre si mesmo, Rian Fontenele fala pouco; elege a ruminação de um rebuliço íntimo, resgatando o que há de eterno na Arte e transgredindo-o com o efêmero, que arde em movimentos sinu-osos da pele e da alma, sempre em busca de novas perguntas e tessituras que as traduzam. “A magia é fazer exatamente o que estou fazendo: um trabalho de laboratório, em que o que me interessa é a tessitura, todo o resto é consequência. Algo nasce e sigo nele até a exaustão, que se dá entre um e dois anos. Não importa a um artista um produto, mas toda a sua obra, como um permanente exercício de coerência”, revela.w w w . r i a n f o n t e n e l e . c o m

A gravura, a pintura e o desenho passeiam pela literatura e trans-bordam, ao mesmo tempo, leves e densas. O artista plástico e arquiteto Rian Fontenele, nascido em Ubajara, em 14/12/1977, veio morar em Fortaleza aos 12 anos e muito cedo aprendeu a ser independente. A arte de pintar o mundo e os sentimentos, manifestada aos 10 anos, o fez procurar o curso mais próximo de seus talentos, na época: o de Arquitetura e Urbanismo/UFC. Manteve o escritório de arquitetura por uma década e resolveu fechá-lo há três anos, para fazer da vida uma obra de arte: “faço do meu sonho o meu cotidiano”, diz Rian, que atualmente mora num grande galpão no Centro. O ambiente intimista e único, projetado por ele, desvela as suas três paixões: pintura, litera-tura e arquitetura. Um dos mais valorizados artistas cearenses, Rian Fontenele acorda diariamente com o sol, para fermentar o que ele chama de “sarcerdócio”. Utiliza o que aprendeu como arquiteto, o planejamento e o foco, e revela a essência: “o gati-lho de toda a minha obra é a literatura, a narrativa poética”. Um quadro nasce do poema Novembro de Garcia Lorca, outro de Drummond, Hilda Hilst, Orides Fontela ou Jorge Luis Borges. A forma e o que há de invisível entre a sombra e a luz causam em quem vê um efeito epifânico e sensações quase antitéticas, entre o incômodo, a interrogação e a plenitude – mas o que permanece é a estética de um poema pictórico. Entre as diversas linguagens, o artista já produziu desenho livre com Cecília Castellini; xilogravura com Eduardo Eloy; estudou gravura em Metal com Raul Cara na escola D´Art Da Vinci e fez cursos de desenho e história da arte em Barcelona, Espanha. Participa de exposições nacionais e internacionais: Circunstan-tes - Galeria Casa D´Art - Fortaleza; Aproximações - Galeria Nagy Lajos - Museu Histórico e Artístico do Maranhão e 30

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técnica mista sobre tela 120 x 75cm

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Em 2006, abriu a Cantina Caravaggio, que foi eleito pela revista Veja o melhor restaurante italiano e o melhor restaurante de Fortaleza, em 2007, oferecendo um mix entre a comida italiana e francesa, crepes, doces e salgados. No Moranga e na Cantina há a marca, o diferencial de Markan: “O meu maior prazer é ver o resultado da primeira garfada, a expressão que causa no amigo, no cliente. Isso é o que me faz feliz e me incentiva a deixar minha marca pessoal na criação de cada prato”, ressalta.

Caçula de uma família de cinco filhos (quatro mulheres), Roberto é uma pessoa empreendedora e enxerga sempre novas possibilidades. Do conceito de que “menos é mais”, resultaram a intimidade da sala de estar do Moranga e o loft onde mora. Roberto Markan viu seus mesmos ideiais de vida quando conheceu a França, em uma de suas pesquisas gastronômicas. “O ar retrô, de bistrô, que eu havia criado aqui é o mesmo que vi lá e isso foi uma boa surpresa, porque pensei em tudo antes de conhecer a França, principalmente, o berço gastronômico de Lion”, revela Markan.

Em seu escritório, por trás de um birô de mais de cem anos e um móvel-vitrola, Roberto Markan fala de seu fascínio por antiguidades e antiquários. Outro adorno sofisticado para um jeito simples de ver a vida. Nas horas vagas, põe a companheira Debby no carro e vai para o seu pequeno sítio em Sucatinga (Beberibe), com direito à casa de pescador e tudo. A nostalgia romântica da região, o cavalo, vacas, galinhas, peru e a boa convivência com a vizinhança proporcionam o merecido descanso. Em cima de um grande cajueiro, na companhia de Debby, sempre ao pé da árvore, Roberto Markan costuma refletir e tomar decisões importantes.

Roberto Markan é empresário, dono do restaurante Moranga, de cardápio inspirado na culinária francesa, e da Cantina Caravaggio, especializada em comida italiana. Ele nasceu em Fortaleza, em 28/9/1975 e começou o curso de Ciências Sociais (Unifor). Interrompeu a graduação para estudar na Inglaterra por cinco meses e se encantou com a capital inglesa, à qual retornou, anos depois. Um encontro marcante foi com seu tio Geraldo Markan, teatrólogo e sociólogo da UFC, cuja visão de mundo o fascinou. De volta a Fortaleza, começou a trabalhar com uma de suas grandes paixões: os animais. Abriu um pet shop, em seguida uma segunda loja, que administrou por seis anos. Fechado o ciclo, seguiu em busca de sua paixão primeira, que herdou de sua mãe e o faz lembrar-se de cheiros e sabores da infância: a gastronomia.

Autodidata, Roberto Markan (o “Xon”), filho de empresário e dona de casa, abriu o Moranga no jardim da casa da mãe, na Praia de Iracema, em 2002. No início, a família não acreditava no sucesso da empreitada, mas a “magia das mãos” de Roberto Markan conquistou não só a família, como uma clientela especial e fiel, que buscava arte e sabor conjugados, além de um ambiente intimista, à meia-luz. De vez em quando, a mãe tocava piano para os clientes. “O Moranga fica na casa em que eu nasci. Logo na entrada, tem uma árvore dentro da sala. No começo, o estilo do restaurante era mais rústico. Hoje, está entre o rústico, o discreto e o requintado. Em todo prato, sempre há um carinho meu, algo a mais que as pessoas gostam, porque sempre voltam”, diz Markan. O restaurante, que já recebeu personalidades internacionais como a Shakira, o Gerard Piqué e a comitiva da Fifa, é sempre indicado aos hóspedes dos grandes hotéis da cidade. Foi lá a comemoração da vitória da Espanha sobre a Itália, na Copa das Confederações. Como tantos outros clientes, Shakira o cumprimentou, dizendo: “Voltei, porque gostei”.

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técnica mista sobre tela 110 x 80cm

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Empírica de cozinheiros”. Graduou-se como Cozinheiro-Chef Internacional pelo The Culinary Institute of America/New York em associação com o Senac-SP. Especializou-se também em confeitaria como Chef Patissier pela École Ritz Escoffier/Paris, além de ter feito diversas especializações pela École Lenotre, em Plaisir, na França. É chefe-executivo e sócio do AliceS há 17 anos (grupo de empresas que inclui os três buffets, uma empresa de catering, que realiza eventos no local indicado pelo cliente, uma de representação de equipamentos de gastronomia e uma de locação de materiais).

Prestou diversos serviços paralelos à sua atividade principal, como consultorias, peças publicitárias para o setor de alimentação, desenvolvimento de embalagens para indústria alimentícia, treinamentos e demonstrações de novas tecnologias para cozinhas comerciais e industriais. Lecionou como professor convidado na pós-graduação em Hotelaria da Faculdade de Hotelaria e Turismo do Senac-SP/Hotel Águas de São Pedro e na pós-graduação em Gastronomia da Fanor/Fortaleza. Iniciou um trabalho engajado de acompanhamento de jovens em formação no setor hoteleiro/alimentício, através de visitas técnicas de alunos do Pró-Jovem (programa de assistência da Prefeitura de Fortaleza) e alunos do curso de Gastronomia da Universidade Federal do Ceará, onde é professor efetivo. Atualmente, mantém uma coluna regular de Gastronomia e Cultura no caderno People do jornal O Povo.

O empresário e professor universitário de Gastronomia (UFC), Rodrigo Viriato, nasceu em Fortaleza, em 15/5/1978. Filho de funcionário do Banco Central e de uma decoradora de festas infantis, Rodrigo se graduou em Ciências Contábeis (UFC), mas resolveu investir em sua própria empresa, em sociedade com o irmão mais velho, Haroldo Euclides. Inicialmente, uma empresa de locação de materiais de eventos que cresceu e se transformou num buffet, atendendo a uma crescente demanda dos clientes de sua mãe.

Depois do AliceS Bufet, localizado na região da Água Fria, em Fortaleza, foram abertas mais duas empresas: AliceS Garden e Viriato Gastronomia. “O que diferencia os três buffets é a arquitetura: o AliceS tem o pé direito mais alto, de seis metros. O Garden é mais intimista e o Viriato é todo de vidro e mais rústico”, explica Viriato. Com foco em festas de casamento e eventos empresariais de alto padrão, os buffets primam pelo cardápio diferenciado e um enxoval especial de louças, prataria e cristais. “O cliente diz o que precisa e nosso extenso cardápio se adapta ao seu desejo, pois desenvolvemos qualquer possibilidade, de cozinhas internacionais regionais a clássicas”, afirma Viriato, que adora a imersão nos trabalhos culinários e prima pelo bom atendimento ao cliente.

Rodrigo Viriato é mestre em Educação Brasileira na linha de pesquisa “Currículo: estudando a formação Formal e

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técnica mista sobre tela 110 x 78cm

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também escreveu É pra ler ou pra comer? (2005), A casa dos Benjamins (2005), O peixinho de Pedra (2006), O anjo do lago (2006), Vende-se uma família (2007), O mistério da professora Julieta (2008), Tempo de Caju (2008, 2ª ed, 2010), A Rendeira Borralheira (2009), A quarta-feira de Jonas (2010), A Bailarina Fantasma (2010) e Inventário de Segredos (2010).

Socorro Acioli está entre os 20 autores selecionados pela terceira edição da Revista Machado de Assis – Literatura Brasileira em Tradução, dedicada à literatura infanto-juvenil (2013). A publi-cação, que tem como objetivo difundir a literatura brasileira no exterior, é uma iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e foi lançada na Feira do Livro para Crianças de Bolonha (Itália).

A obra da autora é representada pela Agência Riff para o Bra-sil e exterior. (www.agenciariff.com.br). Entre seus admiradores confessos estão a escritora Marina Colasanti, Adriana Falcão e Frei Betto, que diz: “Inventário de segredos é um livro fasci-nante! Através de volteios poéticos, que mais parecem borda-dos nordestinos, a autora, Socorro Acioli, conduz o leitor por múltiplas e divertidas situações. Trata-se de uma obra que faz pensar, rir e admirar”. Sobre o ofício de escrever ficção, define: “A literatura ensina a amar o imperfeito”; “quando eu escrevo, sou a pessoa mais feliz do mundo”.

Socorro Acioli é escritora e jornalista, mestre (UFC) e douto-randa (Universidade Federal Fluminense) em Literatura, além de ter sido professora da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda (CE). Cinco de seus livros, entre eles A bailarina fan-tasma e Inventário de Segredos, receberam o selo Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Ju-venil. Nascida em Fortaleza (24/2/1975), Socorro escreveu O pipoqueiro João aos oito anos e de lá para cá não parou mais. Começou publicando pequenas biografias, como Frei Tito e Rachel de Queiroz, na Coleção Terra Bárbara e só investiu no talento para a ficção infantil em 2004, com Bia que tanto lia – uma história do livro para crianças (Edições Demócrito Rocha).

Em 2006, foi a única brasileira selecionada para participar da oficina de roteiros Como contar um conto, ministrada pelo es-critor colombiano Gabriel Garcia Màrquez, (autor de Cem anos de Solidão e Prêmio Nobel de Literatura) na Escuela de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba. Em seguida, ga-nhou bolsa de pesquisa da Biblioteca de Munique, na Alema-nha, onde morou por dois meses, e foi convidada pelos Centros Culturais das Embaixadas do Brasil em La Paz (Bolívia), Praia (Cabo Verde), Beirute (Líbano), Pretória (África do Sul) e Rose Hill (Ilhas Maurício) para proferir palestras sobre sua obra e ministrar seminários sobre Literatura Brasileira. Socorro Acioli

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técnica mista sobre tela 100 x 65cm

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e na firmeza do olhar. Assim cresceram todos os herdeiros, que se tornaram profissionais graduados nas mais diversas áreas do conhecimento.

Depois de aposentada, dona Susie fez questão de manter os hábitos que cultivou a vida inteira: as constantes viagens e o grande círculo de amizades. Duas vezes por ano, costuma visi-tar países de sua predileção. Por ser uma pessoa extremamen-te social, o convívio com novos e antigos amigos consiste em uma prática diária. Também fazem parte do seu ativo cotidiano os exercícios físicos com um personal trainer. Atenta aos pro-blemas sociais, mantém sua contribuição periódica a institui-ções filantrópicas. “O que mais admiro em minha mãe é o seu jeito de orientar os filhos, sem nunca interferir em sua decisão final. Até hoje, ela administra sua vida pessoal sozinha e jamais se refere a ninguém de forma negativa, não ataca a honra de quem quer que seja”, ressalta o filho Nilo. Entre os amigos, a imagem de dona Susie é a de uma mulher dócil, afetiva, leal, ponderada, sempre a postos para socorrer as pessoas nos mo-mentos mais difíceis.

No dia 20 de abril, nasceu em Quixadá Susie Yolette, matriarca da família Tabosa Quesado. Veio para Fortaleza ainda criança, quando foi interna do Colégio Juvenal de Carvalho. Extremamen-te católica e sempre à frente do seu tempo, duas de suas carac-terísticas mais marcantes, dona Susie começou a trabalhar nos Correios ainda mocinha – fato incomum entre as mulheres de sua época. Conheceu o advogado Jefferson Quezado, casou-se com ele e foram morar em Baturité, onde ele foi tabelião. Após o nascimento do segundo filho, a família retornou a Fortaleza, passando a residir no então bucólico bairro de Jacarecanga, próximo a à Praça do Liceu, onde Susie teve mais seis filhos. Atualmente, ela espera, ansiosa, a chegada do primeiro bisneto.

Filha do médico Nilo Tabosa e de Aurea Costa Sousa, pren-dada dona de casa, dona Susie descende da tradicional família Tabosa, oriunda de Itapipoca. “Ela é o nosso esteio familiar, o elo que agrega a família, promovendo encontros semanais. Sua presença é tão forte que todos os seus filhos vieram morar perto dela”, diz o filho advogado Nilo Tabosa Neto. A receita para educar os oito filhos consiste no diálogo

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técnica mista sobre tela 103 x 80cm

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Um rio de contos (ed. Tágide, de Portugal), O conto brasileiro contemporâneo (ed. Laiovento, de Santiago de Compostela), 50 versões de amor e prazer – contos eróticos (Geração Editorial), Wir sind bereit (Lettretage) e Entre as quatro linhas – contos brasileiros sobre futebol (Assoziation).

Tércia escreveu histórias voltadas para o público infantil, tendo, nesta área, cinco títulos, atualmente esgotados. Para os leitores juvenis, em 2010, fez Instruções para beijar, que recebeu o Prêmio Secult e foi editado pela 7 Letras, do Rio de Janeiro, e Rachel: o mundo por escrito, uma biografia da escritora Rachel de Queiroz para adolescentes, publicada pela Demócrito Rocha, de Fortaleza.

Graduada em Letras, com mestrado em Literatura Brasileira e doutorado em Linguística, Tércia é professora adjunta da Universidade Federal do Ceará. Atua ainda como fotógrafa, tendo participado já de algumas exposições individuais e coletivas. Em 2009, recebeu o prêmio de uma viagem a Veneza, pela Unifor Plástica.

Atualmente, dedica-se à escrita de um romance selecionado pela Petrobras. Paralelamente, mantém uma coluna no jornal O Povo, publicando textos quinzenais neste espaço e no blog www.literatercia.wordpress.com . Em 2012, cinquenta de suas crônicas foram reunidas no volume Os espantos.

Tércia Montenegro nasceu em Fortaleza, onde ainda hoje vive. Começou sua carreira como ficcionista em 1998, com a publicação de O Vendedor de Judas, livro que atualmente está em sua quinta edição e recebeu o selo PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola), do MEC. Em 1999, ganhou a Bolsa para Escritores Brasileiros com Obra em Fase de Conclusão, da Biblioteca Nacional, e em 2000 ganhou, com Linha Férrea, o prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira, promovido pela Revista Cult. Este livro foi publicado no ano seguinte, em São Paulo, pela Lemos Editorial.

Em 2005, Tércia publicou os contos de O resto de teu corpo no aquário, livro que foi premiado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Em 2012, foi a vez de O Tempo em Estado Sólido, volume que recebeu o prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura e o Prêmio Nacional Ideal Clube de Literatura, tendo sido selecionado pela primeira temporada de originais da editora Grua, de São Paulo. O Tempo em Estado Sólido também foi semifinalista do Prêmio Portugal Telecom, em 2013.

Seus contos integram várias antologias nacionais e estrangeiras, como 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (ed. Record), Contos cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira (Geração Editorial), Contos de agora (audiobook pela Livro Falante), Quartas histórias – contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa (Garamond),

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técnica mista sobre tela 73 x 110cm

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Teresa Borges, como comprova sua história de vida, adora viajar, frequentar lugares intimistas, curtir boa gastronomia e, principalmente, cultivar boas amizades. Uma mulher pio-neira no ofício de cerimonialista, estando à frente de festas e eventos que marcaram a vida social da cidade nos últimos 29 anos. Exigente consigo mesma e com os outros, ela se apoia na organização minuciosa e no domínio das informações ge-rais para formatar cada cerimônia, de acordo com suas pecu-liaridades. “No caso de um casamento, por exemplo, a ceri-monialista é responsável por tudo o que a mãe da noiva fazia antigamente”, diz Teresa.

Além da coordenação do cerimonial legislativo, que a permite, até hoje, ampliar uma rede de bons relacionamentos políticos e pessoais, Teresa é uma das fundadoras da Associação de Ce-rimonialistas dos Legislativos Estaduais (ABCLE), onde ocupa a vice-presidência do Conselho Deliberativo, e também é sócia fundadora do Comitê Nacional de Cerimonial Público (CNPC), onde foi diretora, e do Departamento Legislativo.

Uma boa cerimonialista deve ter pelo menos três adjetivos pri-mordiais: experiência, eficiência e discrição. Há 22 anos, Tere-sa Borges coordena o Cerimonial da Assembleia Legislativa do Ceará e é membro fundadora do Comitê Nacional de Cerimonial Público, onde ocupou a direção nacional para assuntos legis-lativos. Começou a trabalhar como oficial de gabinete do então secretário de Justiça Gentil Barreira, transferindo-se em seguida para o gabinete do governador Virgílio Távora (primeira gestão). Também foi oficial de gabinete do governador Plácido Castelo e chefe do cerimonial do governo César Cals por dois anos Logo depois, foi morar em Paris, onde residiu por seis anos e meio, aprimorando seus conhecimentos: fez o curso Civilização Fran-cesa (Sorbonne), Aperfeiçoamento da Língua Francesa (Aliança Francesa), Comunicação Social (Universidade Paris II), Empre-sas Públicas (Instituto Internacional de Administração Pública). Nesse mesmo instituto, fez curso de Diplomacia por dois anos, com estágio no Ministério das Relações Exteriores da França e na Unesco. Também estagiou na Empresa de Transportes Urba-nos da França e concluiu o curso de História da Arte no Museu do Louvre, com duração de dois anos.

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técnica mista sobre tela 120 x 80cm

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PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS FORTALEZA, BRASÍLIA, PORTO ALEGRE E HAVANA

XIII MOSTRA DOS NOVOS - Galeria Antônio Bandeira 1980UNIFOR PLÁSTICA - IV edição ANO X / V / VI / VII / VIII / X / XII / XV / XVI - Espaço Cultural da Unifor 1983 / 1984 / 1985 / 1986 / 1987 / 1989 / 1991 / 2005 / 2007 / 2009 / 2011SALÃO DE ABRIL 34° / 41° / 44° / 45° / 52° - Galeria Antônio Bandeira 1984/2001 - Centro Cultural do Abolição -1990 - Museu de Arte da UFC 1993 / 1994II PRÊMIO PIRELLI “PINTURA JOVEM” - Othon Palace Hotel 1985II/III ARTE SOBRE PAPEL - Galeria Tukano 1988 / 1990II OUTDOOR ARTE - Cidade de Fortaleza 1988TALENTO 91/92 - Espaço Cultural da Teleceará 1991 / 1992C.I.P.E. - Galeria Del Centro Provencial de Artes Plásticas y Deseño - Havana CUBA 1991ARTE PAPEL DESENHO - Domini Galeria 1992OLHARES - Espaço SEBRAE Brasília-DF 1993MUITO SIMPLES - IBEU Art-Gallery 1995I/III SALÃO DO DESENHO E DA GRAVURA - IBEU Art-Gallery 1995 / 19974º SALÃO NORMAN ROCKWELL - IBEU Art-Gallery / IV Prêmio CDL de Artes Plásticas 19986º SALÃO NORMAN ROCKWELL - IBEU Art-Gallery 20002º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA BASE AÉREA DE FORTALEZA - Ideal Clube 2000III BIENAL DO MERCOSUL - Santander Cultural Porto Alegre-RS 2001III BIENAL DO MERCOSUL - Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal Brasília-DF 2002 CALEIDOSCÓPIO - Galeria Vicente Leite 2008SALÃO DE ABRIL - DE CASA PARA O MUNDO. DO MUNDO PARA CASA - Museu de Arte Contemporânea - Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 2011

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS FORTALEZA

ABRAÇOS - Alliance Française 1988IMAGENS TRADUZIDAS - Galeria Metrópolis 1990PEQUENOS FORMATOS EM TÉCNICA MISTA - Sanatorium 1992OLHO MÁGICO - Casa Av. Dom Luis 1996ABRAÇO DE CINEMA - Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 2001 SONHOS - Festival Vida e Arte - Centro de Convenções 2005DOBRAS MOLES - Centro Cultural Oboé 2005ACQUA - Exposição e lançamento do livro ACQUA - Galeria Mariana Furlani 2010PERFIL CEARENSE - Espaço Cultura da Assembleia Legislativa de Fortaleza 2013FRAGMENTA - Galeria Mariana Furlani 2013

PRÊMIOSPRODUTO FINAL -Primeiro Prêmio - Trabalho reproduzido na capa do Cadastro Industrial, editado pela Secretaria de Indústria e Comércio 1990XII UNIFOR PLÁSTICA - Prêmio Pintura 1991I SALÃO DO DESENHO E DA GRAVURA - IBEU Art-Gallery -Prêmio Aquisição 19954º SALÃO NORMAN ROCKWELL - Prêmio de Gravura 19982º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA BASE AÉREA DE FORTALEZA - Ideal Clube - Segundo Prêmio 2000 52° SALÃO DE ABRIL - Prêmio Gravura 2001PRÊMIO ESMALTEC DE INFOGRAVURAS - Primeiro Prêmio 2009PRÊMIO VIAGEM A VENEZA - XVI Unifor Plástica 2011

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Este projeto foi apoiado pela Secretaria Estadual de Cultura através da Lei 13.811, de 06 de agosto de 2006.

Um projeto contemplado junto ao Governo do Estado do Ceará

Secretaria de Cultura via MecenatoAgradecimento: AMBEV

PATROCÍNIO

FORTALEZA CEARÁ BRASILAGOSTO DE 2013

www.sergiohelle.com.br

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PERFIL CEARENSESÉRGIO HELLEFortaleza, 2013

Este livro foi produzido usando papéis de madeira de reflorestamento,no tamanho de 22 x 26 cm com 100 páginas de miolo em couche Suzano Matte 170g/m2 impresso na Halley S/A Gráfica e Editora

ISBN 978-85-64179-12-7

[email protected]

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Perfil Cearense pretende resgatar a importância do retrato como registro artístico de uma época e sociedade específicas. Foram retratadas pessoas de diferentes segmentos da cidade de Fortaleza, que se destacaram em suas áreas de atuação e representam o momento atual da sociedade em que estão inseridas. Perfil Cearense, a segunda incursão do artista plástico Sérgio Helle no universo do retrato, é um mosaico contemporâneo dos diversos talentos urbanos que formam a Fortaleza do século XXI.

www.sergiohelle.com.br

Este projeto foi apoiado pela Secretaria Estadual de Cultura através da Lei 13.811, de 06 de agosto de 2006.

Um projeto contemplado junto ao Governo do Estado do Ceará

Secretaria de Cultura via MecenatoAgradecimento: AMBEV

PATROCÍNIO

Sérgio Helle - autorretratotécnica mista sobre madeira 92 x 70cm 1996