pequenas histórias, grandes amizades - vol. 01

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Vol. 01 ano – Turma 2010 Colégio Adonai Pequenas histórias, grandes amizades

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Narrativas produzidas em duplas ou trios, pela turma do 8º ano 2010, Colégio Adonai - Anápolis-GO. sob a orientação e revisão da professora: Elaine Batista Corrêa Leite

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Vol. 01

8º ano – Turma 2010

Colégio Adonai

Pequenas histórias, grandes amizades

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Tudo começou com uma proposta aos alunos do 8º ano, turma 2010. Após a leitura e apreciação da obra: Amizade Improvável – Uma aventura Urbana, escrita pelas autoras: Índigo, Ivana e Maria José Silveira. Desafiamos

os leitores para que, em grupos de dois ou três escolhessem um tema, depois cada um contaria uma parte da história de acordo com seu ponto de vista, avançando na sequência dos fatos, dando a eles sua própria interpretação e montando uma única história em conjunto.

Desafio aceito! Usaram as ferramentas da internet como o e-mail, o Orkut, o MSN para multiplicar o tempo, diminuir as distâncias, entrelaçarem as ações e até para produzirem textos visuais. Surgiram então histórias incríveis!

Foi uma experiência muito rica, não só por dar espaço para novos autores mostrarem seu talento, mas também pelo exercício de passar por todas as etapas da narrativa . Isso fortalece a cumplicidade desses amigos escritores e também convida-nos como leitores a viajarmos por essas aventuras.

Em “Confissões Virtuais” duas amigas, a princípio pelo blog, aconselham Marília: adolescente cujos pais estão se separando, porém a distância geográfica entre as garotas parece estar, repentinamente, muito menor que elas pudessem imaginar.

Com “Amigas em Liberdade” conheceremos uma brasileira fascinada por ciência, que ganha uma bolsa de estudos na Universidade da Flórida. Lá ela conhece duas jovens. Juntas essas amigas vivem muitas aventuras e amadurecem para o amor, profissionalmente e para a vida.

Anna Lara, Isadora e Ingrid contam-nos as aventuras de três jovens em um dos acampamentos promovidos anualmente pelo colégio onde estudam e confirmam: “Amizade é para se guardar debaixo de sete chaves.”

Em “Pet Star, Danielle e Alyne unem a causa social em defesa dos animais abandonados à doçura de duas adolescentes que não se conformam e entram em ação para fazer a diferença”.

Bianca, Gabriel e Jhennipher mostram que a lealdade é uma base sólida para relacionamentos; Kemilly, Mariana Carrilho e Isabelly conduzem-nos por uma trama em que uma adolescente de cabelos azuis descobre o amor são as “Aventuras na Amizade”.

Louize e Charllote, mocinhas acostumadas ao conforto e segurança se veem perdidas em uma ilha deserta, mas contam com a coragem de Alice, a corajosa mineira para sair de uma tremenda enrascada, a aventura resulta em “Uma amizade para toda a Vida”.

Há também aventuras de espiões em sua luta para livrar o Rio de Janeiro de um míssil Iraniano. Em “Zona de Risco”, Marco Antônio, Marco Aurélio e Lucas Augusto nos conduzem nessa perigosa missão.

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E quem diria? Vítor Oliveira Dias nos reporta, pelo túnel do tempo, ao ano de 1.822 . Clóvis, um intrépido adolescente que acaba de chegar de Paris, nos conta: “A Abolição do meu Jeito”

Esses jovens talentosos nos presenteiam com “Pequenas aventuras, Grandes Amizades”, um livro construído pelo esforço de muitos. Empenhamo-nos em publicar todas as histórias, mas infelizmente alguns dos escritores deixaram de realizar a última etapa: corrigir o texto impresso e encaminhar o arquivo digital. A eles nosso reconhecimento, pois construíram excelentes histórias. Será que ficaram com medo de se tornar famosos? Sabe-se lá o que vai nessas mentes criativas! Guilherme Aidar, Matheus Arquino e Lucas César, também o Kévin, que mudou, não respondeu mais aos e-mails. A todos vocês meus sinceros agradecimentos pelo privilégio de ler, em primeira mão, o trabalho que agora divulgamos.

Professora Elaine Batista Corrêa Leite

Abril de 2011.

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Louvamos ao Senhor Deus, autor da vida e de nossas histórias de vida, conforme canta o Salmista:

“Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.”

Salmo 139:14-16

Agradecemos àqueles que participaram conosco a escritura dessas histórias. Não é tão fácil escrever uma história, desafio maior é escrevê-la a duas ou três mãos.

Gratos à administração do Colégio Adonai representada pela diretora Jossane Déborah César Nascente e Pastor José Clarimundo César por nos apoiar na realização desse projeto.

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Pet Star ............................................................................................................05

Uma amizade para toda vida .........................................................................10

Confissões Virtuais.........................................................................................33

Aventuras na amizade ....................................................................................51

Amizade é para se guardar debaixo de sete chaves ...................................64

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Como tudo começou!

Meu nome é Ana Luiza, tenho 17 anos, eu e Beatriz fazemos 3º ano, estamos quase nos formando, nós queremos ser veterinárias e nós ajudamos os animais abandonados a encontrarem um lar para morarem, quando encontramos animais que foram abandonados e estão doentes, nós os levamos para o pet shop da tia Rose, ela nos ajuda a cuidar dos animais e a achar um lar para eles. Eu e Beatriz nos conhecemos na escola. Assim como eu, ela ama animais e acha errado uma pessoa abandoná-los na rua, pois eles são como nós, também têm sentimentos.

Tudo começou há algum tempo quando voltávamos da escola e vimos um cachorrinho abandonado e tivemos a idéia de encontrar um lar para ele e para todos os outros que nós encontrássemos nas ruas. Algumas pessoas não querem adotar os animais apenas pelo fato que nós os encontramos nas ruas, e as pessoas pensam que eles estão doentes por isso não os adotam.

Nosso maior sonho é construir um pet shop só para cuidar dos animais abandonados, já recebemos doações expressivas para comprar um pet shop que está à venda, mas ainda falta muito dinheiro, porém se Deus quiser nós vamos conseguir! Esses animais precisam muito da nossa ajuda, pois quase todos estão machucados ou doentes.

É triste saber que uma pessoa teve coragem de abandonar, por exemplo, um animal cego na rua, sendo que ele pode ser atropelado, pois não tem como se defender. Os animais que encontramos nas ruas normalmente estão judiados, doentes e também muito sujos, por isso muitas pessoas deixam de adotá-los. Então os levamos para a dona Rose, a fim de que ela encontre um lar para eles, quando chegamos lá com os animais a dona Rose dá banho neles, aplica-lhes vacinas e remédios. Eles sofrem muito quando estão na rua, pois passam fome, sede e além de tudo isso correm risco de serem atropelados.

Os animais precisam de um lar, eles também podem nos fazer felizes, não é porque sejam irracionais que devemos tratá-los de outra forma. Eles também precisam se alimentar e beber água, afinal eles são como nós.

Meus pais falaram que vão nos ajudar a comprar o pet shop, e minha propôs a ser nossa motorista e que podemos usar o carro dela para salvar os bichinhos.

Um sonho que está prestes a ser realizado!

Meu nome é Beatriz tenho 17 anos, moro com meus pais, e quase sou vizinha da Ana Luíza, nós estudamos juntas desde quando fazíamos o 7º ano,

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o nosso sonho é ter um pet shop e sermos veterinárias para podermos ajudar todos os animais que moram nas ruas da nossa cidade.

Os meus pais não me apóiam muito, e nem querem que eu seja veterinária, pois acham que cuidar de animais é perda de tempo. Eles não gostam de animais, por isso não me apoiam e acham que o meu sonho é uma loucura.

Eu não gosto que meus pais falem mal dos animais, que eu e a Ana Luiza encontramos todos os dias no meio das ruas passando frio, fome e sede.

Sempre amei animais desde pequena, o meu sonho é cuidar de todos eles, para que não sofram mais nas ruas da cidade, que possam ser felizes e ter uma família.

Nós cuidamos desses animais, para que eles não passem mais fome, sede e frio novamente e para que eles sejam felizes e encontrem um lar para morarem e não serem maltratados.

Sempre que eu passo em frente a um pet shop, entro, vou em direção dos animais, chego bem pertinho e vou brincar com cada um deles para distraí-los um pouco, mas tem pessoas que os maltratam, até mesmo dentro de um pet shop, e esses animais se sentem ameaçados por isso.

Acho que esses animais gostam tanto de mim, sentem meu cheiro de longe, logo ficam alegres e começam a brincar comigo e às vezes com as outras pessoas que estão perto também, quase sempre que eles estão presos em uma gaiola eles só dormem porque não têm nada melhor para fazer.

Eu e a Ana Luiza estamos tentando arrecadar muito mais dinheiro para comprarmos o pet shop, estamos ansiosas para começarmos a cuidar dos animais.

Eu quero sempre estar disposta para poder ajudar esses animais, pois eu sei do que eles precisam e o que passam nas ruas, e eu não quero que a vida deles continuem assim, eu quero que mude para melhor...

Vou fazer de tudo para estar sempre cuidando de cada um com muito amor e carinho, para que eles possam estar sempre limpinhos e nunca machucados ou até mesmo com carrapatos que ficam chupando o sangue deles, e sempre também quero alimentar cada um, passear e brincar com todos eles.

A ansiedade aumenta e o sonho se realiza!

A cada dia que passa conseguimos arrecadar mais dinheiro e nosso sonho está prestes a se realizar, estou tão feliz com isso.

Hoje Beatriz e eu achamos um gatinho e dois cachorros perdidos na rua. Tentamos achar um lar para eles e, felizmente uma mulher, que passava na rua nos viu e adotou o gatinho. Um homem, acompanhado de seu pequeno filho, ficou com um dos cachorrinhos, o outro infelizmente ninguém quis adotar, mas nós o levamos para o pet shop da dona Rose, e mais tarde tivemos a

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notícia de que ele havia sido adotado por um casal. Felizmente agora ele encontrou um lar, vai ser feliz e trazer alegria para as pessoas que o adotaram.

Quando chegamos em casa, mamãe nos chamou para comprarmos o que faltava para o pet shop. Eu e a Beatriz estamos muito felizes, papai disse que arrecadou muito dinheiro na empresa e o que faltar para comprar o pet shop ele vai completar.

Já faz muito tempo que eu e Beatriz pegamos os animais abandonados nas ruas e os levamos para a dona Rose, mas agora tudo vai ser diferente, a gente vai poder cuidar, brincar e sair para passear à noite com eles. Ah, também eu já arrumei uma veterinária para trabalhar no nosso pet shop, ela é amiga da minha prima, se chama Alice, tem 21 anos e é muito legal, tenho de que os animais vão gostar dela.

Papai disse que, vai pagá-la, vai fazer de tudo para nos ajudar e quer que sejamos felizes. Mamãe também disse que vai nos ajudar o tanto que ela puder. Os pais de Beatriz também nos ajudaram, mesmo sendo contra o que estamos fazendo, eles estão se acostumando com a idéia e até estão torcendo para que nosso pet shop seja o maior sucesso.

Papai já me deu o resto do dinheiro que faltava para comprar o pet shop amanhã, eu e Beatriz vamos lá falar com a dona, para fecharmos o negócio.

No dia seguinte fui falar com a dona do pet shop e ela disse que infelizmente já havia vendido, tentei ligar para Beatriz, mas ela não me atendeu, então resolvi passar na casa dela e ela não estava lá, então decidi ir para casa. Quando cheguei, abri a porta: não tinha ninguém; de repente apareceram todos e gritaram: ‘Surpresa! ’Papai entregou-me uma chave, compreendi tudo!

Fiquei tão feliz, quis devolver o dinheiro que estava comigo, mas ele não aceitou, pois se nós precisássemos de alguma coisa para o pet shop já teríamos em caixa, não consegui falar nada mais que: “Obrigada papai, te amo muito!”.

Aquele foi o melhor dia da minha vida, Beatriz já sabia da surpresa, e, aliás, foi ela que levou papai e mamãe até o pet shop, para que eles o comprassem. O nosso sonho já havia se realizado. No outro dia, fomos ao pet shop após a aula, e tinha outra surpresa para nós: mamãe tinha arrumado tudo enquanto eu e Beatriz estávamos na escola, ela e papai pegaram os animais, que estavam na dona Rose e os levaram para o nosso pet shop. Que alegria!

A Tragédia

Tenho mais outras duas amigas que também adoram animais, queria que elas nos ajudassem no pet shop, mas elas estão se formando em engenharia.

Certo dia a mãe de uma dessas meninas atropelou um cão, ela ficou desesperada e não sabia o que fazer, ficou muito preocupada com esse animal, então as meninas ligaram para a Ana Luisa e disseram o que havia

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acontecido, então Ana disse para as meninas levarem o cachorro para o nosso pet shop.

Quando elas chegaram no pet shop, a veterinária levou o cãozinho para a sala de cirurgia, pois ele estava bastante machucado e perdendo muito sangue, graças a Deus a cirurgia foi um sucesso, mas ele havia pegado uma infecção muito forte, por isso ficou internado por duas semanas, mas não resistiu, então o coloquei em uma caixa de madeira e enterrei num terreno próximo ao pet shop.

Anos depois...

O nosso pet shop foi enchendo de animais, as pessoas passaram a adotar os animais para os filhos, ou para dar de presente à namorada ou ao namorado.

Fiquei muito feliz, pois aqueles animais iriam ter uma casa e também iriam ser felizes por ter uma nova família e por poder passear na rua e brincar...

As pessoas pegavam os animais com tanto carinho e amor para cuidar de cada um, que nem tinha como negar nenhum, por fim, o fluxo de animais era intenso, na medida em que chegavam uns, saíam outros. Estávamos cada vez mais experientes em cuidar de animaizinhos doentes ou atropelados, e já não víamos mais animais abandonados pelas ruas. As campanhas e ações comunitárias divulgaram o nosso sonho: animais bem cuidados, seres humanos mais conscientes!

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Meu nome é Alyne, tenho 14 anos, sou uma menina muito engraçada, extravagante e gosto muito de ler livros e estudar. Futuramente pretendo fazer faculdade de medicina, mestrado nos Estados Unidos e mais uma faculdade de direito, moro em Anápolis – GO.

Meu nome é Danielle, tenho 13 anos, nasci e moro em Anápolis – GO. O que me incentivou a escrever esse livro foi um trabalho escolar em dupla. E o objetivo do livro é conscientizar as pessoas de não deixarem os animais e as pessoas nas ruas, e tentarem fazer de tudo para ajudá-los.

Espero que gostem do livro, pois ele foi preparado com muito carinho para vocês.

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Louíze, gaúcha tulipinha

Não sei por que me chamam de Tulipinha, mas no fundo eu gosto. Talvez porque é como se com esse apelido eu me sentisse mais amada, já que passo a maior parte do tempo sozinha em casa. Minha mãe, Cândida, é diretora de um dos colégios mais famosos da minha cidade; o Colégio Pitágoras, tem o Ensino Fundamental e Médio lá, então acho que nunca vou precisar de me mudar de colégio. Meu pai, Rodolfo, um arquiteto bem sucedido que viaja bastante por todo país, já fez casas para gente famosa e construiu um cenário uma vez para uma novela "Chocolate com pimenta" ele diz que é muito cobiçado por causa de seu talento, mas acho isso um extremo convencimento. Vez ou outra ele chega aqui com um sotaque diferente, como quando foi pra Goiás e voltou falando “uai, nóis tinha abeRto...” eu achei muito engraçado.

Não tenho irmãos, é alguma coisa de incompatibilidade sanguínea entre meus pais, eles disseram que eu sou uma vitória, que nunca imaginariam que eu nasceria viva, e se eu nascesse saudável, mamãe poderia morrer.Pensaram até em colocar meu nome de Vitória, mas não deu certo, a filha de uma amiga muito chegada da minha mãe tem esse nome, então meus pais decidiram que meu nome seria Louíze. Acho um nome bonito. Por isso vivo sozinha, amigos eu tenho muitos, mas minha mãe não deixa ir pra casa deles, então vivo estudando, navegando na internet e ouvindo música. Minhas melhores amigas são: Maria Eduarda, Alessandra, Flávia e por último o ‘sortudo’, o único menino, o Paulo, que todo mundo conhece por Parafuso.

Bem, quero me apresentar da devida forma. Louíze Dakan Lima é o meu nome, tenho 13 anos e moro no Paraná, ruiva de olhos verdes, com sardinhas no rosto, sou uma típica garota mimada, e que na medida do possível tenho tudo o que quero, acho que meus pais me dão várias coisas para compensar o tempo que passo sozinha. Meu sonho é ser escritora e jornalista, publicar inúmeros livros, e ser âncora de um jornal na Rede Globo, também amo tudo relacionado à História e à Matemática. Sou uma garota de alegria invejável, mas me estresso com facilidade. Tia Berê diz que tenho o pavio curto, até concordo com ela, mas o que me irrita mesmo é bagunça. Barbaridade tchê! Aquelas casas desarrumadas. Sou muito detalhista e adoro escrever a meu respeito, certa vez ganhei um diário, papai o trouxe de uma viagem que fez para o Piauí mas só me entregou meses depois, ele é um homem "bem esquecido", porque trabalha de mais com seu cérebro deixando-o sobrecarregado e impossibilitando-o de realizar algumas tarefas. Li sobre isso alguns dias atrás. Até gostei de escrever, mas depois mamãe o achou e ficou me fazendo perguntas, como “_Quem é Paulo, que dia você colou na prova e não me contou?" Nossa fiquei zangada, Paulo era um antigo amigo e não foi

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bem cola, estava apenas conferindo respostas baah! Daí joguei fora o diário e nunca mais quero ter outro.

Nesse momento estou conversando com a Duda e a sandrinha no meu 'PC', elas me chamaram para ir à sorveteria, minha mãe como sempre disse não. As meninas ficaram decepcionadas, Maria Eduarda disse:

_ Bah, tua mãe é muito brava tchê!

E a Alessandra disse: _Demora a fazer calor aqui, estamos sempre tomando leitE quentE ou tererê e quando faz calor tua mãe nem deixa nós nos divertimos, que péssimo tchê. Chateei !

Algumas palavras que falo são diferentes e já até me compliquei por causa disso, mas é porque moro no Paraná-SC uma cidade pouco conhecida chamada Pato Branco. Aqui a gente puxa o “E” e temos gírias diferentes do resto do Brasil. Na verdade, aqui é tudo bem diferente, quase todo ano neva e faz muito frio, quando é calor é pouco tempo, e temos que aproveitar. As pessoas são muito mal educadas, não todas as pessoas é claro, aqui em casa somos muito amorosos uns com os outros; mamãe, papai, vovó, titia e aí vai. Isso porque todos acharam que quando eu nasci fosse morrer (como já citei acima), então não me importo com toda essa ‘bajulação’. Maior parte das famílias se reúne aos domingos para fazer churrasco. Aproveito essas oportunidades e chamo minhas abilguinhas (ou amigas) para almoçar aqui em casa. Nós fazemos a festa, quem não gosta muito disso é minha avó, Dona Maria Bernardes, uma coordenadora aposentada, que diz que não quer mais ver ‘piás’ correndo e gritando, já aturou isso 36 anos e não agüenta mais. Barbaridade tchê. Já tenho 13 anos e não corro nem grito, fico apenas rindo “extremamente escandaloso” como diz a mamãe.

Então é isso, amanhã tenho prova de Geografia e o 9º ano é bastante puxado, daí tenho que estudar. Até porque às 19h minha mãe chega e eu já tenho que saber toda a matéria.

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Hoje estou um pouco deprimida, meus pais brigaram, e quando isso acontece parece que tudo ao meu redor se mistura. Minha mãe quando está brava faz coisas que eu não entendo, como me deixar ir pra casa das minhas amigas e meu pai que é sempre tão liberal não deixa eu ir nem na porta de casa. Ou seja; do mesmo jeito não saio. Na verdade nem sei precisamente o motivo da briga, sei que é alguma relacionada a compras. Mamãe é uma daquelas 'gastadoras compulsivas' e quer ir todo dia com uma roupa diferente para a escola, papai não gosta nada disso, na verdade, acho que é ciúmes, minha mãe é muito bonita então isso gera algumas brigas de vez em quando, mas é muito raro eles realmente (penso eu) vão viver "felizes para sempre".

Espero que tudo isso passe ! Mas não vou me zangar, saí super bem na minha prova de Geografia e já sei a nota, pois minha mãe é minha professora e diretora do colégio onde estudo. Tirei um 100 na prova e meu nome está em

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primeiro lugar no "Ninho de Ouro” (um 'placar' no qual estão os nomes das pessoas mais inteligentes do Colégio Pitágoras). Quem não gosta muito disso é a Cláudia, ela acha que tudo tem que ser dela e para ela, o pior é que ninguém gosta dela. Eu tenho dó, mas nunca consegui conversar com ela, da vez que tentei, ela gritou tão alto comigo que fiquei com vergonha, daí veio o Parafuso e disse que gritar não iria adiantar nada, mas ele falou isso de um jeito meio engraçado, com um sotaque carioca que só ele tem. Senti-me bem melhor.

Meu pai acabou de chegar e minha mãe está na sala, quando eles não estão "de bem", papai vem direto falar comigo:

__Filha já está dormindo? Tenho novidades. Diz papai com aquela voz rouca dele.

__Estou aqui pai, no meu quarto, ouvindo música. Me conta, o que foi?

__Vou essa madrugada para Tocantins, apenas uma semana, vou supervisionar uma obra. Fica com Deus e se cuida meu anjo!

__Tudo bem papai, vou sentir saudades, conversa com a mamãe viu? Vai com Deus e se cuida também. Boa viagem!

__Também vou sentir saudades minha Tulipinha linda. Falo sim, com a sua mãe. Boa noite. Encerra a conversa saindo do quarto.

Respondo um boa noite bem baixinho. Baah! Outra viagem!

__Boa noite, filha. Minha mãe acaba de gritar, não sei por que, mas ultimamente acho que ela se esqueceu do tulipinha.

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Tenho uma ótima notícia, na verdade nem sei se é tão boa, mas a mamãe estava me contando que recebeu um telefonema de uma mulher que vai vir morar aqui no Sul e a filha dela, uma tal de Alice, vai estudar na mesma escola e na mesma sala que eu. Ela está vindo de MG. Quem sabe uma nova amiga ?!

Ah, e tem mais, acabo de conhecer uma menina pela internet, ela mora na Itália, mas parece que está de mudança para o Brasil, nem sei muito, mas se ela vier vai ser ou pra SP ou pra SC... Uau ! Imagina eu com mais duas amigas. VIBREI.

Quando cheguei da escola papai já estava em TO, parece que ele e a mamãe estão de boa, nem sei, mas acho que sim porque hoje mamãe está tão feliz. Ele ligou no meu celular e disse que já está com "saudades da tulipinha do papai" foi assim mesmo que ele falou, com esse jeito dele de me mimar. Claro, a conversa foi bem mais longa que isso.

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Apesar de algumas divergências, estou muito alegre, consegui o que tanto desejava, passei na primeira etapa do 'Campeonato de conhecimentos gerais', bom, resumindo, é tudo sobre História e Geografia, são três provas em cada etapa, cada prova tem oito questões daí como passei na primeira etapa, vou ter que estudar bastante porque vai dificultando cada vez mais. São cinco etapas e acho que consigo, até porque mamãe estuda comigo.

E tem mais, amanhã vai ter noite do pijama na minha escola, mamãe 'tava' me contando quantas coisas vai ter lá. Parece que vai ser perfeito. Bom, não vai ser só uma noite, vão ser dois dias daí fiquei muito feliz.

Charlotte,a extravagante italiana

Me chamo Charlotte sou uma filha um pouquinho mimada, exigente e extravagante, sou uma típica menina de classe privilegiada em pleno século 21. Porém não sou somente uma menina rica e mimada sou uma boa pessoa apesar de não parecer. O meu Pai vive se gabando porque tem uma filha loira de olhos azuis, não perde a chance de me apresentar para seus amigos e me presenteia com vestidos feitos sob medida para satisfazer minhas fantasias, que incluem casar com um príncipe e tornar uma princesa.

Tenho apenas 14 anos moro na Itália tenho dois irmãos Sabrina e Eric. Minha irmã tem oito anos e é outra que papai gosta de mimar. Eu a acho linda, somos um pouco diferentes na aparência: ela é morena puxou o meu pai, eu puxei minha mãe: loirinha dos olhos claros, meu irmão se parece com os dois: tem olhos claros e é moreno, tem 17 anos, ele é modelo de uma das maiores marcas de roupas da Itália.

Nós nos damos super bem, às vezes temos algumas briguinhas mas logo passa. Desculpe! Não apresentei meus pais, minha mãe se chama Eliza e meu pai Túlio. Meu pai tem cinco megas empresas cada uma em um país, inclusive no Brasil. Ele ofereceu um emprego para um homem que morava lá. Ele ganhava 470 reais por mês e meu pai ofereceu 6.000 mil reais por mês. Esse episódio aconteceu no RS em uma pequena cidade interiorana.

Acho que estava feliz, pois não faz isso todo dia, ele e minha mãe estão fazendo 15 anos de casados por isso vamos passar alguns anos no Brasil. Como meu pai é louco por seu trabalho. Garanto que só quer ir para cuidar da empresa que tem lá. Sei que durante esses anos vai ser tudo novo, escola, amigos, casa, costumes etc. Meus irmãos não gostam muito da novidade, pois deixar a vida boa que temos na Itália não é tão fácil assim. Tenho várias amigas, meu sonho é ser cientista, acho que quando cientista nunca fica entediado, pois sempre tem algo para aprender e descobrir. Cada detalhe, além de meu avô ser um grande cientista.

Amanhã será meu primeiro dia de aula, já estou no Brasil, aqui em uma cidade chamada Pato Branco. Espero me dar bem, e que esse novo país seja ótimo!

Alice,dramática mineira

Meu nome é Alice, eu faço o 9° ano, e eu moro a 30 km da minha escola, todo dia tenho que acordar 5h da manhã pra chegar às 7h30min, eu

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vou de Kombi, é o único jeito que minha mãe, Amélia, tem pra me levar, afinal ela trabalha de vender pão de queijo, então a gente sai juntas, meu lanche todos os dias é pão de queijo, eu já enjoei. Às vezes troco com meus amigos, porque a gente não tem dinheiro pra comprar outras coisas para eu levar. Nas escolas mais próximas à minha casa só tem até o 9° ano, portanto, esse é meu último ano escolar. Um dia desses perguntei pra minha mãe, o que eu iria fazer depois que parasse de estudar, mamãe disse que eu ia vender pão de queijo com ela, eu achei meio estranho, porque não sei nem fazer ainda. Quanto aos meus irmãos, eu tinha dois irmãos e todos morreram em um acidente, nunca gostei de falar disso com ninguém, por isso quando me perguntam prefiro falar que não tenho irmãos. Hoje é um dia diferente, eu estou muito feliz, minha mãe conseguiu comprar um novo caderno pra mim, ela me disse que vendeu muito pão de queijo, porque é época da festa das massas (na qual eu e minha família vamos todo ano) . Estou louca para ir pra aula, mostrar aos meus amigos o meu caderno novo. Na minha escola não tenho muitos amigos, mais os poucos são muito legais ...

_ Aliiiiiiiiiiiiice, venha menina vamos nos atrasar!

_ Já vou mãe!

Minha mãe só me chama de meu amor, mais quando está estressada me chama pelo meu nome, então é bom me apressar.

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII !

Ah, esse é o sinal da escola, a primeira aula é a da Senhora C., na verdade o nome dela é Carla mais todo mundo a chama de Senhora C. Ela é professora de história, e é muito brava, se a gente se atrasar na aula dela leva advertência, bem como a Kombi chegou mais tarde do que o normal, é melhor eu me apressar.

_ Bom dia Senhora C. !

_ Bom dia loirinha, (é assim que a Senhora C. me chama ela nunca conseguiu decorar meu nome, e como eu sou bem branquinha e meus cabelos são clarinhos daí o apelido).

_ Sente – se já vamos dar início a nossa aula.

A aula passou rápido, não sei por que, as aulas dela costumam ser bem chatas, mais enfim vem a Selma professora de matemática, ela é a mais legal de todas.

__ Alice Vieira da Silva sua mãe veio lhe buscar mais cedo, por favor dessa que ela está aguardando na secretaria.

Nossa que milagre que aconteceu, minha mãe nunca me buscou na hora, muito menos mais cedo. Antes que eu falasse mais alguma coisa a professora Selma chegou e me disse novamente o recado.

__ Uai professora hoje vai ter matéria nova sô ! Posso sair mesmo assim

__ Alice, depois te dou uma aula de reforço pode ir sim minha querida.

__ Brigada professora, beijo!

Eu sai correndo, nem esperei a professora falar mais nada. Pronto vi a Kombi da minha mãe da janela do corredor, agora estou muito feliz, não sei se foi alguma coisa feliz que aconteceu, ou se foi algo triste, mais de qualquer jeito é ótimo sair da escola.

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__ Mãe ! Que bom que você veio me buscar mais cedo, mas o que é que aconteceu? Já vendeu todos os pães de queijo? Alguém morreu? O que foi?

__ Calma meu amor, os pães de queijo não acabaram e ninguém morreu, o que aconteceu, foi que seu pai acabou de me ligar do Paraná, ele conseguiu um emprego lá e uma casa pra mode nóis morá !

__Mãe! Que boa notícia, mais nóis vamos morar na roça?

__ Não meu amor, a gente vai morar, em uma favela.

__ FAVEEEEEEELA ?

__ Amor, deixa eu explicar, uma favela é um monte de casas juntas em um morro, mas a gente vai morar em baixo, e não vamos nos misturar com os traficantes, ladrões, etc., eu também não sei direito, vamos logo que a gente chega lá amanhã depois do almoço, e sobrou alguns pães de queijo do trabalho, não deu tempo de vender tudo eu trouxe pra gente comer.

Ontem eu viajei, e dormi a viagem inteira.

Ainda é cedo, estou dentro da Kombi chacoalhando mais que tudo.

Estou bem espremida, apoiando em uma caixa, na qual eu dormi em cima ontem. Eu e a mamãe estamos indo pro Paraná lá em Santa Catarina, pra encontrar meu pai. Tem muito tempo que eu não o vejo, acho que tem uns três meses, ele conseguiu um emprego lá e uma casa própria, na favela, melhor que nada, antes ele era agricultor a gente morava na roça e eu demorava 1 hora pra chegar na escola. Falando em escola, eu acordei não foi por livre e espontânea vontade, foi justamente porque mamãe queria me contar da nova escola, meu pai conseguiu uma bolsa, em uma escola de gente rica, eu só estudei em escolas públicas, então não sei bem como funciona isso, mas espero fazer muitos amigos.

Mamãe disse que mesmo a Kombi estando velha e estragada a viagem rendeu e a gente já está chegando.

Agora eu vou me arrumar para encontrar meu pai, falta pentear essa “juba” minha ainda.

Uma amizade em vários ângulos

Tenho um monte de novidades! Primeiro que a noite do pijama estava tudo de bom, teve muitas coisas divertidas e agente nem dormiu, minha mãe realmente sabe como lidar com adolescentes, mas quando falei isso pra ela me falou uma coisa que meio que me 'chocou'. Ela disse bem assim (sem comer nenhuma palavra) “Esse negócio de educador tulipinha, tem passado de geração em geração, sua avó foi uma ótima coordenadora, eu sou professora e diretora e quero que você também siga esse caminho." Baah! Tenha dó, quero ser escritora e jornalista! Mas foi bom, ela me chamou novamente de t-u-l-i-p-i-n-h-a!

Agora estou aqui novamente estudando, vou fazer uma das provas amanhã, hoje é dia de folga da mamãe, na verdade, ela que cria seus feriados, eu até gosto quando ela fica comigo aqui em casa.

__Louíze, já está estudando?- Indaga mamãe.

__Claro né mãe, como sempre!Não vai me ajudar não baah? -Digo, um pouco mal-humorada.

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__Hoje não, estou cansada da noite do pijama. Você é capaz, e também tenho que organizar umas coisas para a escola.

Estou ansiosa, amanhã vou ver a mineirinha e a italiana. Nessa mesma conversa mamãe disse que elas já tinham se matriculado, elas se matricularam no dia da noite do pijama e com toda a correria minha mãe nem lembrou de me contar, ela disse que a mineira chama Alice é loira e é uma graça, veio de uma família pobre ganhou uma bolsa lá na escola. Já a italiana é uma "típica aborrecente" foi assim que a mãe falou, ela disse que Charlotte (esse é o nome dela) é linda e também é loira, e o cabelo dela é apaixonante, parece que vou ser a única ruiva.

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Nossa que felicidade! As meninas são muitíssimo agradáveis. A Charlotte é um pouco metida, mas é tão legal, ela é tão bonita, é um pouco mais alta que eu, e a mineirinha tem um sotaque muito diferente, igual o de quando papai foi pra Goiás. Ela disse que eu sou muito c-e-n-o-s-a. Nem entendi direito mas parece que é engraçada lá em MG. Ela também é linda, mas de boca fechada, os dentes dela são tortos, mas coitada ela não tem condição para pagar um tratamento odontológico, vou ajudá-la, pelo menos espero, ela é um pouco insensível, ás vezes parece que só pensa nela mesma, mas tudo bem, cada um tem seu estilo. Hoje levou uma coisa diferente, parece um elástico mas é de comer, não lembro o nome, pão de alguma coisa, mas é tão ruim. A Charlotte foi com uma sandália muito linda, eu queria uma, mas, só vende em Portugal. Ela já foi em oito países diferentes e sabe falar quatro ou cinco idiomas. E eu que só sei mandarim, português e inglês.Mas já é um avanço.

Acho que essa nossa amizade vai gerar uma longa aventura. Agora vou almoçar, mamãe já está brava.

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__ Vamos Louíze, já está atrasa. Quer perder a prova?-Grita mamãe de dentro do carro.

__ Já vou, estou terminando de me arrumar! - Respondo saindo toda desajeitada.

__ Minha filha, boa prova vai dar tudo certo, você estudou tanto. - Fala mamãe ligando o carro.

Não respondo, apenas me concentro nos livros, agorinha vou fazer duas provas, e preciso de saber de tudo. Encerro a conversa com meu silêncio.

Tick-tick ! Mamãe acaba de estacionar o carro.

__Baah filha, vai se sair bem! Te espero aqui, beijo! - Diz mamãe.

Apenas corro, já estou atrasada, realmente acho que saiu um beijo misturado com obrigada da minha boca.

Aqui estou eu , sentada na cadeira, prestes a testar meus conhecimentos, essa prova é decisiva e preciso de me acalmar. Se passar vou para a 3ª etapa.

TRRRiiiiiiiiiiiii!

Acaba de tocar o sinal, estou aqui afundada em desespero, não consigo responder três questões e tenho apenas 15 minutos para terminar. Minha mãos tremem, meus pés deslizam dos meus sapatos, a caneta mexe e...Eu finalmente lembro de tudo!

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__Pronto terminei. - Digo à professora. Ela simplesmente sorri.

Ao conferir o resultado, a vitória: passei mais uma vez.Vou para a 3ª etapa, que é daqui a um mês. Minha felicidade só aumenta mais!

Uma nova vida

Até que enfim, cheguei aqui no Paraná, mas até agora não vi meu pai, minha mãe disse que a gente está quase chegando em casa.

__ Filha levanta chegamos!

__ Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh ( dei um grito ) num acredito sô! Descemos do carro.

__ Mãe a gente não vai chegar nunca? Já tem 10 minutos que a gente está caminhando.

__ Calma minha filha, eu avisei que a gente moraria em um morro, mas nem é tão ruim assim, vamos!

__ PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI! Pulei no colo do meu pai, nossa a emoção de ver ele de novo é tão boa não sei nem explicar, ele está tão diferente, está mais bonito.

__ Minha filha, que saudades de você. Logo me largou e foi abraçar mamãe.

__ Meu bem, graças a Deus que eu consegui trazer vocês pra cá, não estava mais agüentando de saudade.

E filha como você cresceu meu pirulito !

__ Meu bem, queria tanto ver a nossa casa, me mostre tudo, mas antes, Alice já pra cama.

__ Mais mãe ...

__ Não tem mais, já é tarde e amanhã você tem que acordar cedo pra ir pra sua nova escola.

__ Tá bom, tá bom. Boa noite pra vocês!

__ Boa noite meu amor.

__ Boa noite filha.

Estou muito ansiosa, e curiosa, que não é novidade, porém hoje estou mais ainda porque eu vou pra minha nova escola, pelo primeiro dia, estou tão feliz não sei nem onde é essa escola, nem quantos amigos vou ter, mais espero conhecer muitas pessoas legais.

AAAAAAAAAAAAHHH! Outra coisa mega legal que aconteceu comigo foi que: meus dentes são tortos, horríveis, mas à noite escutei meu pai dizendo que conseguiu um tal de “plano odontológico”, nem sei o que é isso direito, só sei que é pra arrumar meus dentes, por isso estou muito feliz.

Minha mãe já está brava, quando começa a me chamar de Alice não é boa coisa.

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

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Mal cheguei na escola, e já percebi uma coisa igual a minha outra, aqui eles também têm aquele sinal chato.

AH! Já esbarrei com a filha da diretora nos corredores, se eu não me engano o nome dela é Louise, ela parece ser um amor de pessoa, ela é linda, tem um cabelo ruivo A P A I X O N A N T E. E também tem os dentes lindos, iguais aos meus daqui uns dias, se Deus quiser! Não esquecendo da roupa, nossa cada uma mais linda que a outra, só hoje ela já trocou duas vezes, porque derramaram suco no intervalo.

Tem também a tal de Charlotte, nem sei pronunciar direito, ela é Italiana, muito gente fina, ela também é loira como eu, parece uma princesinha. Essas foram as única, que até agora eu acho que serão minhas grandes amigas. Agora tem uma por exemplo, acho que o nome dela é Cláudia, não gostei nenhum pouco dela, aquela cabrita é feia, e muito chata.

Compartilhando segredos

Segundo dia com as meninas e muitas novidades!Sempre pensei que famílias mais pobres tivessem muitas pessoas, mas hoje descobri que não é bem assim. Alice nem tem irmãos, é filha única, já Charlotte, tem dois ou três, o irmão dela, Erick é bem bonito, na verdade todos da família dela são. Elas me acham um pouco diferente, de onde vieram não é muito comum pessoas com sarda no rosto nem ruivas. Às vezes isso até que é bom, sempre gostei de ser diferente.

Acho que estou sendo injusta, parece que esqueci meus antigos amigos, hoje a Duda veio falar comigo, ela disse bem assim: “Tchê! Tu nem liga mais para nós né Tulipinha!"- Eu dei um abraço bem forte nela e disse que sempre gostei de fazer novas amizades, mas as velhas nunca esqueço, acho que ela compreendeu. Baah! Agora não sei o que eu faço, não quero parar de ser amiga da 'antiga turma', mas também não consigo deixar Alice e Charlotte de lado. Vou pensar em uma solução.

Nossa, quase me esqueço, Parafuso estava contando que talvez vai ter que voltar para o RJ, a família dele é toda de lá, e parece que a avó está muito doente, nos últimos meses já teve dois derrames e um enfarto, ninguém entende porque ela ainda não morreu. Fiquei muito triste, baah! Vou sentir saudades.

A Flávia amou a mineira, mas não foi "com a cara" de Charlotte, então acho que realmente vou ter que me decidir,ou Duda, Sandrinha, Flávia e Parafuso, ou Alice e Charlotte.

Mas enquanto não decido vou para meu curso de Inglês.

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A tristeza decidiu bater na minha porta, estou até chorando, Parafuso vai mesmo para o Rio, quando me contou isso hoje pela manhã na escola, fiquei sem palavras, acho que só agora pude soltar meus sentimentos. Foram quatro anos de amizade pra terminar assim? Que barbaridade tchê! Estou absolutamente intrigada.

Maria Eduarda, Flávia e Alessandra também ficaram chocadas, mas nem por isso deixaram de perguntar se eu prefiro elas ou "a mineira favelada e a italiana esnobe", falaram dessa maneira mesmo. Alice e Charlotte disseram que não se importavam com a minha escolha, sempre queriam ser minhas amigas. Que escolha difícil essa.

Mas aqui em casa está uma bagunça, o que acaba me irritando, houve um problema na obra do papai lá em Tocantins, e ele até hoje não chegou de viajem,

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acho que voltará amanhã ou depois de amanhã.

Falei pra mamãe de Charlotte e de Alice, que agora elas são minhas amigas, ela amou a idéia e disse que elas podem vir aqui pra casa, mas eu não posso ir pra casa delas. Barbaridade tchê! Queria uma mãe mais liberal!

Me acalmei um pouco, não quero que ninguém me veja chorando e agorinha mamãe chega.Vou tomar um banho bem quente e ver se fico mais tranquila.

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Aqui estou eu mais uma vez, hoje me aconteceram tantas coisas...

Papai chegou de viagem essa madrugada e me trouxe uns bombons deliciosos lá de Palmas-To, acordei quatro horas da madrugada pra vê-lo, tudo bem que depois dormi de novo, mas cheguei lá na escola com muito sono, resolvi levar um bombom e uma carta(que eu fiz ontem)para o Parafuso, como uma despedida, quando cheguei lá na escola me disseram que ele já tinha partido para o RJ, foi uma emergência, quando fui falar com a mamãe ela disse que já sabia, mas não me falou porque não queria me ver triste. BAAH ! Triste ficaria de toda a forma. Mas as novidades não terminam por aí não, Sandra veio falar comigo hoje, que eu tinha que decidir logo e que se eu não preferisse a amizade dela, ela ia me esquecer de vez, falou de um jeito bem grosseiro, Maria Eduarda e Flávia estavam atrás concordando com tudo. Nessas horas vemos os verdadeiros amigos.

Então criei coragem e disse que preferia quem me queria, e que elas não estavam sendo as amigas de sempre, foi uma conversa assim:

_Tchê, vocês não são amigas nada,vou arrumar alguém que me queira. Barbaridade! Amo todas do fundo do meu coração, mas acho que o ciúme estão deixando vocês diferentes, que escolha difícil, mas não consigo viver sem ninguém de vocês, então deixa eu ser abilguinhas de todo mundo não posso?-disse fazendo cara de drama. Flávia ficou irada e disse

_Barbaridade digo eu, você tem duas opções, nós ou a Alice e a Charlotte, e aí quem você quer ?

Nossa fiquei parada sem responder nada , mas daí eu pensei muito e disse:

__ Prefiro as ‘abilguinhas’ verdadeiras, Alice e Charlotte! - Nem acredito que fiz isso, mas falei mesmo e virei as costas - elas não acreditaram e ficaram paralisadas ali um bom tempo. Depois disso fui procurar minha mãe contei tudo e perguntei se podia chamar minhas novas melhores amigas para irem lá em casa. Essa parte foi boa e até compensou a briga, mamãe disse que eu poderia chama-las para virem pra cá no final de semana, baah. Fiquei mega feliz, e como hoje já é quinta, amanhã as meninas já estão aqui.

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Dia mais feliz do mundo. Agorinha as meninas chegam, estou mega ansiosa, nem vamos dormir em casa, de tardezinha vamos para o quiosque do meu pai, lá está o helicóptero particular dele, e como temos um trabalho sobre fotos, já até separei minha máquina digital para levar. Sempre ganhei nesses trabalhos de fotos, ano passado foi sobre animais em extinção, fui em um zoológico e até entrei na jaula de um orangotango. Esse ano é sobre transportes, e vou fazer sobre helicóptero.

Oops, o interfone está tocando, deve ser elas.

São elas mesmas, e já estão subindo. Daí a ansiosidade.

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Aqui estamos, dentro do helicóptero, já passa das onze da noite, mamãe disse que era para irmos dormir, mas quem acabou dormindo foi o papai, ela está lá dentro assistindo TV, estamos só nós e o Antônio aqui no quiosque, Antônio ou Tonhim é o piloto particular do papai, ele tem uma cara de bravo daí nunca falei com ele, mas ele fica em um quartinho longe, então agente nem o vê.

Amanhã eu, Alice e Charlotte vamos acordar mais cedo e vir para o helicóptero tirar as fotos, mas tem de ser bem cedo, antes que alguém acorde, mamãe não sabe desse trabalho, ela não gosta muito dessas vindas ao helicóptero, então isso fica entre eu e as meninas.

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Estamos dentro do helicóptero, são cinco horas da manhã, estão todos dormindo ainda, menos a gente, é claro! Todo mundo de óculos porque estamos com o olho inchado de sono, mas tudo bem, vai dar umas fotos legais, já tiramos umas 20 fotos e agora as meninas estão escoradas nas quatro poltronas que tem aqui dentro, Charlotte está quase dormindo, e Alice já está até babando, acho que também vou dormir, mas aqui dentro, porque se formos entrar lá de novo, alguém vai acordar,a porta está meio emperrada e faz um barulho horrível para abrir. Bom é isso, só não posso perder o horário, porque as 8 hr. Toinho sai no helicóptero e eu nem sei para onde ele vai, mamãe diz que é sempre um mistério, às vezes para uma ilha, às vezes para a fazenda de um parente. Papai confia muito nele e deixa ele fazer esse passeios nos finais de semana.

Charlotte já 'pegou' no sono, e eu também vou.

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AAAAH! SOCORRO. Acabei de acordar, são 7h da manhã e nesse momento estou vendo Antônio vindo nessa direção,ele não pode nos ver aqui, já acordei as meninas, Charlotte quase gritou e tive que tapar a boca dela, porque se não iria gritar igual uma louca desesperada. Baah, nem sei o que eu faço,acho que vou partir para a aventura. Estamos atrás das poltronas espremidas para ninguém nos ver, Alice acha o máximo nunca andou nem de táxi, ainda mais de helicóptero. Toinho acabou de entrar e já sinto as hélices girando, cada vez mais me distancio do chão... Estou com medo, Charlotte disse que vai gritar para esse homem parar de pilotar, mas como? Que angústia tchê, nem sei quando voltarei...

E o papai e a mamãe? Vão sentir minha falta, e os pais das meninas? Vão achar que seqüestramos elas,ou coisa assim, está tudo muito estranho daí estou desesperada.

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Não podemos conversar, já que aqui dentro tem uns microfones e todo barulho chega à cabine do piloto, então estamos nos falando através de mímica. A melhor na mímica é Alice, já que uma vez participou de um concurso chamado"Falando através do tato". Nos comunicamos assim, é um pouco engraçado mas não posso rir, já que tenho uma risada escandalosa como diz a mamãe.

Acho que já estamos "voando" há uns 6 minutos, não sei onde estamos, ás vezes ergo a cabeça para olhar,mas tenho medo de Toinho me ver, a última vez que olhei acho que estávamos em Curitiba, já a sobrevoei várias vezes então acho esse um bom palpite. Tenho medo de ir para um lugar muito estranho, nessa hora meus pais já deram por nossa falta. Cada vez fico mais nervosa!

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Alice disse que está muito entusiasmada, e que amou a experiência de 'voar', já Charlotte está tremendo, na verdade elas não falam, apenas gesticulam e eu adivinho...Poxa que medo !

Ah, Charlotte trouxe uma bolsa, deve ter alguma coisa útil lá dentro, mas quando o helicóptero parar olharemos, nossa estou tão nervosa e ansiosa que minha bexiga 'taqueasse "falando pra eu ir fazer xixi".

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Estamos com um frio na barriga (as meninas fizeram que sim com a cabeça, como se concordassem), ai ai, estamos voando há um tempinho já. 'Oops', espera, estamos aterrissando...Poxa chegamos ! Vou ver como é aqui se dá para sobreviver.

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Toinho acabou de sair do helicóptero, e nós vamos descer, ouvimos ele entrando em algum lugar, na verdade aqui é bem deserto, então nós ouvimos um barulho de alguém caminhado e depois uma porta se fechando, deveria ser ele (imaginamos), sempre soube de seus passeios misteriosos, mas não sabia que era em um lugar tão isolado assim. O pior é que nós não sabemos o dia que ele vai embora, daí só nos resta esperar. A gente já pode conversar e já vamos descer, coloquei minha máquina digital dentro da bolsa de Charlotte. As meninas já estão descendo e eu também.

--------------------------------------------em algum lugar----------------------------------------

Realmente em algum lugar...Estamos aqui mesmo no RS, em um lugar chamado Ilha Grande dos Marinheiro, - ouvi Toinho falar pelo rádio, é bem deserto, estou aqui sentada com minhas amigas debaixo de uma árvore, Toinho sumiu, já o procuramos, mas nada, a minha certeza é que ele foi embora, ouvi o barulho do helicóptero, estou desesperada, mas já foi. Realmente ele foi embora, e levou com ele minha esperança.

Enquanto eu e Alice procurava, Charlotte ficava de vigia perto do avião, ficou lá um bom tempo, mas depois ouviu uns barulhos, achou que eram bichos e saiu correndo.Quando voltamos, era somente mais um lugar vazio, sem pessoas e nem o helicóptero estava lá. Estou estranhando, pra onde Toinho teria ido? Se tivesse uma casa teríamos achado

Já passa de uma da tarde e nós comemos apenas bolacha que tinha dentro da bolsa de Charlotte, além do pacote de bolacha, tem um kit completo de maquiagem,celular, GPS, espelho, barras de cerais, esmalte, blusas, calças e umas peças íntimas.É muita coisa, mas essa era a mala dela de passar o fim de semana no quiosque. Claro, o celular está descarregado, e o carregador ela esqueceu, o GPS a boba da Alice fez ele pifar. Quando Charlotte mostrou ele, Alice ficou super-empolgada, e o deixou cair, daí ele quebrou. Nossa estou com medo do que vai acontecer, como vamos sobreviver.

Aqui é assim: tem água, areia, árvores, coqueiros, água, areia, árvores, bananeiras e só. Pessoas? Nenhuma, só a gente.Alice está feliz por estar aqui e triste por pensar que talvez nunca mais veja seus pais, e Charlotte está aprendendo como é viver fora de um casarão cercado por seguranças...

Essa aventura daria um livro!

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Quase seis da tarde, na verdade estamos imaginando que seja esse horário, não temos nenhum relógio e nos orientamos pelo pôr do sol, e estamos quase mortas de fome, bebemos água do rio que tem aqui e nesse momento estamos tentando fazer uma cabana para dormirmos. Estou tão confusa e com medo. AAH Charlotte acaba de me chamar, na verdade de dar mais um daqueles escandalosos gritos dela, vou ver ali a barraca, estamos fazendo alguma coisa para dormirmos, sei fazer umas coisas, papai me ensinou.

__ Vem logo garota, para de frescura. - Charotte acaba de gritar

__Já vou amiga! – respondo.

Olho para o último raio de sol do dia, meu coração está procurando um lugar para se alegrar, dos meus olhos saem uma lágrima que ao anoitecer vai se transformar em tempestade.

Ouço meu nome novamente, dessa vez é Alice, vou indo, caminhando, chorando!

Ilha Grande dos Marinheiros - uma experiência única

Estamos em uma ilha, é linda, quando chega porque depois de algum tempo você só quer sair dela, por sorte trouxe uma mala cheia de coisas incluindo roupas, comida, meu celular que descarregou e um GPS que a anta da Alice quebrou. Bom, a comida acabou; estou morrendo de sono e de fome. Acabei de gritar Louíze para ajudar Alice a fazer nossa cabana porque estou muito cansada.

Acho que está começando a chover e bem forte. Pelo menos as cabanas estão quase prontas, vamos ficar seguras e secas lá dentro, pelo menos até essa tempestade passar.Na verdade só falta uns ‘acabamentos’e nossa ‘tenda’ fica pronta.Ainda bem que Alice é acostumada com desmoronamento já que sempre morou em favela ou roça.

Opa, Louíze acaba de me chamar.

__Charlotte, vem, a chuva está ficando mais grossa, acabamos a cabana vem! - Louíze diz acenando com a mão.

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Louíze disse que ouviu um barulho lá fora. Ela acha que é alguma coisa que caiu no meio da mata, eu particularmente acho que é psicológico, mas vamos investigar. Tenho que admitir que estou com nojo de entrar na mata, odeio aranhas e já está escurecendo. Ai que frio, estamos com roupas diferentes já que emprestei minhas roupas para as meninas, estamos com fome, comemos peixe que pescamos, banana, coco, ainda bem que sou escoteira e realmente sei sobreviver na mata. Sei acender fogo, amarrar cipós entre outras coisas. Animais? Tem e muitos mas durante a noite deixamos uma fogueira acesa que os espanta, e durante o dia nem ficamos quietas pra ver se tem, vez ou outra aparece uns calangos, aranhas ou formigas, uma vez apareceu uma cobra, mas logo foi embora.

Estamos aqui no meio da mata tentando sobreviver, Louíze ficou vigiando a barraca e eu e Alice viemos, não sei se era melhor ficar sozinha ou

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vir desbravar uma mata no escuro, a única claridade é a ‘luz’ do fogo que acendo às vezes.

__Ai, ai! – gritos - estou correndo, na verdade, estamos correndo, pisamos em uma coisa muito estranha e quando iluminei, Alice gritou e eu sai correndo, era umas coisas que pareciam cadáveres, nós nos assustamos tanto que Louíze ouviu nossos gritos e se apavorou.

__Que medo! Querem me matar é gurias? - Grita Louíze desesperada.

Não temos nem voz, apenas respiramos e corremos para a barraca. Coragem de voltar lá, não temos, vamos apenas nos acalmar e tentar dormir. Espero que dê tudo certo!

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Acordei mais cedo, na verdade nem dormi direito, decidi me aventurar, pesquei três peixinhos, acendi o fogo, não foram bem fritos, mas torrados, as meninas comeram e então fomos nos divertir um pouco.

Tomamos banho no rio, depois comemos banana, falamos nossos maiores sonhos, sobre o que queríamos para o futuro, nossos nomes preferidos e muitas outras coisas, depois fizemos ‘guerrinha’ de areia. Cansamos e deitamos. Rimos de tudo. Às vezes chego a pensar que essa aventura é a melhor coisa que já me aconteceu.

Sobre ontem à noite, nem vamos mais falar sobre isso. Esquecemos tudo. Agora vamos tentar achar comida. Aqui o maior desafio é sobreviver!

O começo do fim

Eu estou aqui, em baixo de uma árvore gigante, cada vez mais encolhida, com medo de tudo.

Mais um dia se passa, e a cada dia dá mais medo, e saudade de casa. Não sei o que eu faço, as meninas, uma mais fresca que a outra, não sabem nem fazer uma cabana, e eu perdida, sem rumo, sem tudo. Estamos cada dia mais fracas, mais sozinhas, e nossa esperança se diminui a casa instante.

Minha curiosidade, às vezes colabora, ontem mesmo nós estávamos com fome, muita fome. Determinada eu fui para a mata, e lá encontrei um buraco, no qual eu me enfiei e achei alguns alimentos que foram deixados ali, por homens, como eu sei? Eu os encontrei mortos na entrada do buraco, eram sete homens, devem ter sido atacados por uma espécie de bicho, mas eu não quero ficar aqui pra descobrir qual foi.

Está ficando tarde, e o céu fica cada vez mais escuro, a mata cada vez mais misteriosa, e a esperança de sair daqui cada vez menor.

As meninas devem agradecer por terem uma amiga como eu, pelo menos eu sei fazer cabana, caçar e pescar.

Eu tenho medo, muito medo do que possa acontecer com a gente, de agora pra frente.

Não contei às meninas, mais minha barriga dói todos os dias, eu fico fraca toda manhã ao acordar, eu assustador que este lugar, de dia é lindo mais a noite é muito sombrio.

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Meses já se passaram, e cada dia mais, eu acredito que nunca conseguiremos sair deste lugar. Todos os dias, a gente se divide e durante horas procuramos alimento, pessoas, e um jeito de sair daqui, e quanto mais andamos, mais percebemos que é tudo em vão.

Pessoas mortas em muitos cantos, e eu não gosto de falar isso para as meninas, mas acho que nosso drástico fim será morrer em baixo de grandes árvores, até que alguém venha parar aqui e nos encontre, até porque um dia Louíze comentou que aqui no Rio Grande do Sul neva nessas épocas, e faz um frio de matar, eu só vi neve por televisão, então até que seria interessante nevar, mas eu preferia viver sem ver a neve, do que morrer nela.

Agora o céu já está totalmente coberto por nuvens pretas, e há muita neblina, estou com vontade de chorar, mas tenho que ser dura, para minhas amigas sentirem segurança, e não medo. Na fazenda, já tiveram noites piores que essa, noites em que só se ouvia lobos e corujas, essa floresta, não pode ser pior. Mesmo com tantas experiências assustadoras, está difícil de criar coragem para ir mata adentro procurar um abrigo, porque a madrugada será longa, e de intensa chuva. Nessa semana, tive sonhos estranhos, acho que é um sinal, sonhei com aviões, e com pessoas chamando o meu nome, será que sairemos da ilha? Isso agora é minha maior vontade.

Nessas horas é que dá saudade da fazenda, dos professores chatos da escola, e dos alunos que só falavam mal de mim. Queria poder voltar pra lá! Charlotte e Louíze são muito legais, mas às vezes me tratam com indiferença, e eu odeio isso. Como no dia em que eu quebrei sem querer o tal de GPS da Charlotte, ela me chamou de burra, e ficou um dia sem falar comigo. Eu me pergunto: pra quê isso? Só por causa de um “celular gigante”?

Estou notando meus cabelos crescerem, minhas unhas estão enormes e três já quebraram, os pêlos das axilas estão grandes e o mau cheiro aumenta ao longo dos dias.

Pronto aqui estou eu de pé, e disposta a achar um meio de sairmos dessa assombrosa ilha.

Me distanciei das meninas, Charlotte está procurando um brinco dela, que ela diz que eu deixei cair da sua mochila, quando fui pegar um grampo, para tentar arrumar o GPS, e Louíze, chora muito, não sei bem o que faz agora, mais deve estar se lamentando. Estou cada vez mais longe, e parece que vejo coisas, seres estranhos, e folhas se mexendo.

Estou começando a sentir pingos de água em meu corpo, eles caem cuidadosamente, e vão molhando tudo, inclusive eu. Não consigo mais ver nenhuma das garotas. Agora parece que o medo sumiu, não sei por que mais me sinto melhor longe das meninas, às vezes elas me apavoram ou me contam lendas da ilha, isso me deixa mal.

Aqui estou eu, perdida em um lugar, que nem sei onde fica, será que estou muito longe da grande árvore? Eu sempre me localizo pela grande árvore, ela é meu ponto de chegada – saem risos baixos de minha boca.

Gotas que ficam cada vez maiores, e mais fortes, se escorregam em meu corpo.

Parece que vi algo, acho que é uma caixa, vou me aproximar para ver melhor. Sim é uma caixa, mas é diferente, não é de papelão, ela é como um bote inflável.

NÃO! Como eu não percebi isso antes, não é uma caixa, é uma das partes de um balão! Agora eu estou muito feliz, estou tremendo de frio, minhas roupas estão molhadas, meu cabelo todo embaraçado, mas o que importa, é que eu achei um meio

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de sairmos da ilha. O melhor de tudo é que é muito leve, eu consigo carregar, agora estou pegando ele, meus pés estão cheios de lama, todos picados, e minhas mãos escorregadias, segurando bem forte, nossa salvação.

__ LOUÍZE, CHARLOTTE! Olhem o que eu achei, venham ver, vocês ficarão muito felizes, é nossa salvação, achei como vamos sair da ilha! Até que enfim, depois de meses tentando, de meses mal tendo o que comer, - acredito que os mais difíceis da minha vida -, eu descobri que tudo o que a gente fez, nada, absolutamente nada foi em vão.

As meninas iam chegando perto, Charlotte muito sorridente, e Louíze, com aparência cansada, mas com um sorriso - acredito eu que era forçado – estampado em seu rosto, e as lágrimas foram se misturando com as gotas de chuva, e já não se sabia se ela estava ou não em prantos.

__O que é isso?

__Charlotte, será que não vê? É a parte de baixo de um balão, como se fosse um “baú”.

__Nossa como conseguiu achar isso?

__Eu estava andando, e avistei isso em baixo de uma árvore.

__ Mas será que não vê que tem furos! Ah! todo esse alarme pra nada.

__Como sempre você só critica né, se não quiser sair da ilha com isso arrume uma coisa melhor, pra que serve as coisas que você trouxe? não é possível que não tenha alguma coisa que a gente possa usar para tampar os furinhos. Mas ainda tenho que achar a parte de cima do balão, se não é impossível sairmos daqui, mas enquanto eu procuro, vocês duas poderiam ir arrumando o resto.

Charlotte ficou meio indecisa, querendo dizer um não, até que enfim as duas concordaram.

__Meninas, antes precisamos dormir, não achei nenhum lugar, se porém procurarmos juntas, vamos conseguir muito rápido, aí a gente descansa e amanhã bem cedo começamos a arrumar as coisas pra ir embora.

__Eu também acho, eu particularmente estou muito cansada, vamos procurar um abrigo logo, disse Louíze.

Nós duas olhamos para Charlotte com um olhar de súplica.

__O que estão olhando? Porque ainda não começaram a busca?

Todas nós rimos, pela primeira vez no meio de tanta confusão, sobrou um tempo para um abraço.

Aqui estamos nós, andando em meio à lama, todas molhadas, e a Charlotte tossindo muito. Eu me lembro que estava aqui há 10 minutos com os pés na lama, é até engraçado, mas agora está melhor, porque estou com as minhas amigas, e a cada dia que ficamos sozinhas nesse lugar, além da saudade eu vejo o quanto eu gosto delas, e o quanto eu preciso delas, pra absolutamente tudo, e nem sei o que eu seria sem elas.

__ ACHEI!

__Quem disse isso? Eu falei meio rouca. A neblina estava forte, não dava pra identificar ninguém.

__Aqui é a Charlotte, foi eu que gritei, venham meninas na direção sul da ilha a sua esquerda, vocês vão ver um buraco.

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Como eu estava perto da Louíze eu agarrei nos braços dela, e nós fomos juntas.

__Ufa! Chegamos – agora eu já estava totalmente rouca.

__Meninas eu estou com muito sono, boa noite.

__Boa noite Louíze, eu também vou dormir, boa noite Charlotte.

__Nossa você está rouca Alice, quem sabe não acorda melhor amanhã? Boa noite pra vocês.

Não temos relógio, e eu sou péssima em noção de hora, deve ser de madrugada, ou à noite, nem sei, as meninas estão dormindo, mas eu? Não consegui.

Acho que vou ficar acordada, não tenho sono, estou ansiosa, e quando estou assim eu fico com insônia. Eu estou pensando em ir agora mesmo procurar o resto do balão, eu já sei que não vou conseguir dormir mesmo.

Lá vou eu, mais uma vez em pé, sozinha na noite, com os pés gelados, pregados na lama, e dessa vez ainda estou sem voz.

Não sei por onde começar, mas vou em direção contrária a grande árvore, quem sabe encontro coisas novas.

Eu e minha mãe sempre andávamos no matagal, perto da nossa fazenda, ela dizia que tinham muitos lobos e onças lá por isso eu só podia ir até lá com ela. Eu fico pensando imagine só quando eu contar pra ela, que eu andei em uma floresta cheia de mortos, sozinha e andei a noite, não quero nem pensar a reação dela.

Parece que achei alguma coisa bem em cima de uma árvore, mas essa é pequena, acho que a sorte está comigo, vou subir.

Nossa nem acredito, está muito bom para ser verdade, aqui está a parte de cima do balão, só falta alguns retoques. Agora já estou mais tranqüila, vou voltar e tentar dormir, mas esqueci de alguma coisa, onde eu estou?

Essa não! Me perdi da grande árvore, agora não posso mais voltar, agora morrerei aqui só. Só me resta chorar e esperar a morte.

__ Alice tem como você ficar calada, estou tentando dormir, e larga de drama guria, pra que chorar desse tanto tchê?

__Louíze? Como que achou aqui?

__Não é muito difícil né, com você gritando que nem uma louca, aqui do lado do lugar onde eu estou dormindo.

__Como assim? Onde a gente está? Eu pensei que eu estava longe de vocês!

__Mas não está, você está do lado do buraco onde a gente estava tentando dormir, agora entra e descansa, o resto é amanhã.

__Nossa a sorte está mesmo comigo, vamos entrar logo.

Nossa acho que hoje não era mesmo meu dia de morrer, ainda bem, agradeço toda hora por isso, ainda nem acredito que me perdi assim tão perto das meninas.

Mas enfim, acho melhor eu dormir, amanhã será um longo dia.

......

__Acorda, Louíze acorda, acorda, acorda!

__O que foi dessa vez? Será que eu não vou poder dormir em paz?

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__Desculpa, mais é muito urgente, eu esqueci a parte de cima do balão, em cima daquela arvora, eu tinha achado ele, vamos lá pegá-lo, por favor eu tinha achado ele.

__Calma! Agora respira báh, tu é muito estressada guria.

__Você quer ou não sair dessa ilha ?

__Claro.

__Então vamos lá pegar a parte de cima do balão.

__Tá bom, fazer o que né.

Louíze concordou, e veio comigo, mais eu vejo que ela está triste, deve ser a saudade que a perturba tanto, vejo lágrimas caindo na face dela e aos poucos se misturando com a chuva que não para de cair, e cada vez com mais força.

A visão de cima da árvore baixa é linda, mais da grande árvore se consegue ver absolutamente tudo, porém consigo ver as gotas de água caindo cautelosamente no chão e formando poças de lama.

Agarrei com todas as minhas forças, a parte de cima do balão, e de tão feliz que eu fiquei, gritei e pulei da árvore. Acho que não foi uma boa idéia, fiquei toda ralada, eu levei um tombo feio. Nem esse tombo foi suficiente para me deixar triste, agora eu jurei pra mim mesma que iria dormir.

__Vamos Louíze, agora vamos dormir.

__Me acorda e agora manda eu dormir? – suspiros – Me desculpe abilga, estou irritada ultimamente.

__Então se acalma amiga olha, a gente dorme até a hora que quiser, não temos que ir para a escola de manhã, sendo assim, quando acordarmos a gente continua o trabalho, pode ser? – Pode não, deve – risos –

E eu que achei que nunca mais iríamos nos abraçar, pela segunda vez houve um caloroso abraço entre nós.

Já amanheceu, e como sempre eu acordei primeiro, ainda estou deitada, mas é só pra não acordar Louíze, ainda escuto seus roncos, ela deve estar muito cansada, ontem foi uma noite e tanto, Charlotte também já acordou, logo depois de mim, escutei folhas sendo espremidas no chão, com bastante cautela, olhei para o lado e logo depois ela saiu, ela está em algum lugar lá fora, só não sei onde. Eu ainda estou em silêncio esperando Louíze acordar, acho que vai demorar um pouco, então eu vou levantar e procurar Charlotte.

Aqui na ilha, nós não demoramos a nos arrumar, até porque, só precisamos “abaixar” o cabelo, passar a mão para tirar um pouco da sujeira da roupa e pronto.

Com bastante cuidado já estou saindo, Louíze precisa dormir, ontem ela estava muito cansada. Já estou aqui do lado de fora, até agora nenhum sinal da Charlotte, o que será que ela está fazendo, é melhor eu ir atrás dela.

Não foi difícil achá-la, bem ali, em bananeira a poucos metros do buraco, lá estava Charlotte, toda cuidadosa com um grande galho na mão, “batendo” nas folhas da árvore, acho que ela queria que as bananas caíssem. Pensei em ir ajudá-la, mas achei que ia ser bom pra ela aprender a se virar sozinha, então fiquei ali atrás da grande árvore, apenas olhando.

Poucos minutos depois, lá estavam as bananas caindo, algumas se despedaçavam, mais outras ficaram inteirinhas, eu confesso que me surpreendi, Charlotte não é tão fresca como eu pensava. Ainda escondida voltei para ver se

Louíze havia acordado, cheguei lá e nada, a doce menina ainda dormia.

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__Bom dia Alice!

Olhei para trás, e por um minuto pareceu minha mãe me chamando, não era ela, era Charlotte, com as mãos carregadas de banana.

__Bom dia Charlotte!

__AH! Hoje eu acordei disposta e fui pegar nosso café da manhã.

__Bananas?

__Sim bananas. Hoje como o dia vai ser longo, nada de peixe, temos que nos alimentar bem e de coisas que não fazem mal.

__Tá bom, já tinha enjoado de peixe mesmo – risos .

__Bom dia gente!

__Louíze? Está viva?

__Você é muito engraçada Charlotte.

__Eu sei.

__Bom dia, né?

__Bom dia Alice.

__Dormiu bem?

__É, poucas horas, mas dormi.

__Poucas horas? Como assim Louíze? A gente foi dormir cedo.

Eu não queria contar para Charlotte o que tinha acontecido ontem, eu tinha medo da reação dela, e não queria que ela ficasse com mais medo, então me comuniquei com Louíze por olhares e acho que ela entendeu.

__Charlotte eu quis dizer poucas horas, porque na minha casa, nós dormimos bem mais cedo, então eu estou desacostumada.

__Ufa!

__Ufa? Alice o que foi? Disse Charlotte de voz baixa.

__Nada, eu só estava pensando alto, porque eu achei a parte de cima do balão ontem e esqueci de contar pra vocês, aí eu lembrei e disse uffa, menos uma coisa pra nos preocuparmos entendeu?

__Ah, sim!

__Meninas agora chega de conversa e vamos comer logo, porque hoje o dia será longo – disse Louíze desviando o assunto.

Comemos todas as bananas, não sobrou nenhuma, acho que isso nos deu ânimo para andar o resto do dia.

O plano agora é outro, antes eu iria procurar a parte de cima do balão e as meninas iam arrumar a parte de baixo, mais agora a parte de cima já está aqui, então vamos mudar tudo.

__Meninas, prestem atenção, já que já está tudo aqui, só faltam os retoques, cuidaremos juntas dessa parte, para ser bem rápido.

__Eu tenho uma idéia – disse Louíze empolgada – vamos tampar os buracos com coco, assim não irá sair fácil.

__Eu concordo com ela – disse Charlotte –

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__Então mãos à obra.

O objetivo era pegar coco para tampar os buracos, mas quem disse que uma de nós queria subir no coqueiro. Resolvemos tirar zerinho ou um, Louíze perdeu, então teve que subir.

Foi jogando os cocos para Charlotte, ela pegava e me dava, enquanto eu abria, cortava, e já tampava os buracos.

Demorou uma tarde, para que o balão ficasse perfeito, agora só faltava fazê-lo funcionar. Charlotte entrou em ação, a nossa escoteira que graças a Deus sabia fazer fogo com pedra, acendeu o balão e nós o deixamos esquentar a noite toda e fomos dormir.

Logo de manhã, todas nós de tão ansiosas, nem comemos nada e já fomos com o balão para o pico da montanha mais próxima, Charlotte aumentou o fogo, nós entramos nele e lá estávamos nós voando.

É tão mágico que não consigo explicar as emoções que senti, mas acho que posso comparar voar, com a maravilhosa sensação de estar cada vez mais perto de casa.

Louíze só chorava, e pensava nas piores coisas que podiam acontecer com a gente. Charlotte estava mais calma, só queria chegar em casa, ela já tinha voado antes, e de coisas bem melhores que um balão “reformado”, então eu era a mais emocionada de todas, nunca tinha visto algo assim, nunca tive uma sensação tão maravilhosa, nem uma experiência tão encantadora como essa.

Um final feliz, uma amizade para toda a vida

Aqui estou eu, vagando dentro de um balão, não brota mais lágrimas, acho que já chorei demais. A saudade aperta, a distância é tão grande e as possibilidades de morrermos são infinitas.

Foi e ainda está sendo uma aventura intensa. Tenho saudade de meus pais, de toda a minha família, e gostaria muito de saber a reação deles ao me ver, isto é, se eu chegar lá.

Tantas coisas aconteceram nesses exatos sete meses que passamos na ilha, sim, sete meses passando pela sombra da morte. Foi muito difícil, mas sobrevivemos até aqui, e espero ter vida até chegar em Pato Branco. Estou fedida daí, claro, tomamos banho semanalmente, mas ficar sete meses com apenas duas roupas realmente não é nada fácil. Minhas unhas estão grandes e tortas, meus cabelos de toda a parte do corpo estão enormes. Mas chega de individualismo. As meninas também estão aqui, e muito “descuidadas”, assim como eu , é claro. Na verdade são três gurias nojentas dentro de um balão remendado por coco que eu mesma peguei. Mas o importante é que sobrevivemos. Baah! Estou com uma dor de dente muito forte, acho que estou com cárie, mas não da pra ver sem espelho. Minha máquina descarregou, tiramos fotos da ilha para mostrar que realmente foi verdade.

Sempre gostei de estudar, e perdi tantos meses de aula, estamos (de acordo com os meu cálculos em ) em Março, e eu perdi duas fases do concurso de conhecimento gerais. Mas acho que valeu apena, quer dizer, alguém se perguntaria: Você está dizendo que gostou de ficar ‘presa’ em uma ilha sete meses? – Sim, minha resposta seria sim, claro nunca mais quero voltar, mas estava ali com minhas melhores amigas e com Deus, e não morri. Me diverti tanto, e aprendi tantas coisas

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naquele lugar que creio que nunca aprendi nos 13 anos de minha vida. Alice sempre estava comigo quando precisei dela, a guria acordava cedo, entrava na mata, chorava comigo. Isso sim é que chamo de amizade. E Charlotte?Sempre batalhando, dando uma de ‘durona’ não chorando perto de nós, nos alegrando, nos ajudando a sobreviver. Realmente tenho as melhores amigas do mundo!

Baah! Quantas vezes quis nunca ter estado naquela ilha tchê, mas agora aqui dentro desse balão, em algum ponto do universo, sei que se desistisse naquele momento poderia ter sido a pessoa mais tola. Não sabemos se estamos no caminho certo ou não, mas realmente espero estar indo para o Sul. Quando olho para baixo, vejo apenas água, e isso me assusta, não sei minha direção.

__Amiga, olha que mundo mais lindo. -Escuto Alice dizendo para Charlotte. Me intrometo na conversa e digo:

__Gente, quando passar o mar nós damos um jeito de descer, estou vendo algo ali na frente, parece uma cidade, não consigo ver direito. Mas nós vamos sobreviver, disso tenho certeza!

__É eu espero, não quero morrer tão jovem e bela. Não mereço-Diz Charlotte com sua voz de esnobe! Risos.

Me surpreendo comigo mesma, dois minutos atrás estava crendo que caminhava para a morte, queria apenas me deitar e esperar ser levada, mas agora, tenho tanta vontade da vida que isso me deixa mais feliz. Lembro de cada aventura ali vivida, cada medo, cada receio, cada sobressalto, cada momento, cada tudo.E jamais esquecerei dessas coisas, simples, mas que marcam toda uma história.

__Olha gente, olha, olha, olha! -gritos de desespero partem de Charlotte. _Terra à vista, terra. Conseguimos! Sãs e salvas.

__Sim, é a cidade da qual eu falava. - Meus olhos brilham.

__Tulipinha, você estava certa, mas como vamos sair daqui? – Diz Alice encerrando a conversa.

Gritamos, mas não de medo, dessa vez, de alegria e de vitória. Não sabemos onde estamos mas estamos em cima de uma cidade. Agora temos que tentar descer, como, não sei mas tentaremos.

Para fazer o balão voar, colocamos vários cocos e bananas e depois quando estávamos no pico da montanha, jogamos tudo, ele voou até aqui, mas agora temos que descer, como não sabemos ainda. Posso ver um jeito diferente no olhar das gurias, seus olhos brilham como nunca, chamo isso de alegria baah!

Alice me chama e aponta para alguma coisa, é uma montanha muito alta e se o vento colaborar chegaremos bem rápido ali.

Sim, esse vento deve ter GPS, estamos tão perto do pico da montanha que seria capaz de saltar. Não só seria como vou! Adrenalina deveria ser meu sobrenome.

__Não tem tempo para pensar gurias! Vamos agora! - Digo me preparando para pular.

__Não posso, e se eu cair? Me machucar? Rasgar meu vestido? - Pergunta Charlotte.

__Vai ficar sozinha Charlotte? Vamos logo - Diz Alice.

Fico feliz, dois a um. Ganhamos!

Charlotte se prepara, nós nos preparamos!

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___AAH! AAH! Um grito que parece um coro!

Fácil não foi nos machucamos muito. Alice se esfolou toda, eu estou com as roupas rasgadas e bastante machucada, Charlotte está até bem, seu enorme vestido a protegeu. Logo que chegamos, já descemos a montanha e fomos procurar ajuda.

__Gente estamos em Curitiba, conheço aqui muito bem. Vamos achar um telefone e ligar para nossos pais. - Digo superentusiasmada.

__Ei, olha isso - Alice com um papel na mão - somos nós, estão nos procurando, é sim!

Choros. Vemos nossas fotos estampadas em cada poste, e todos na rua nos olham com cara de ‘quem comeu e não gostou’ como diz o papai. Entramos em uma mercearia e pedimos telefone, o homem nos reconheceu e prontamente se ofereceu para ajudar. Em questão de minutos estávamos cercadas de policiais, curiosos, crianças. E ao ligar para minha casa nada! Nenhum sinal de vida, as meninas tentam ligar também...Nada! Saímos e ao chegar lá fora vemos o carro da mãe de Charlotte ali parado, e dele descem nossos parentes, é as noticias se espalham muito rápidas.

Choros, gritos, desesperos. Sim estávamos ali todos chorando e ao abraçar mamãe e papai, senti um amor como nunca, as meninas também choravam, como eu disse, todos estavam emocionados.

E como em um daqueles desenhos da Disney que no final tudo se encaixa, nós encontramos nosso final feliz.

Bem, detalhe eu não vou contar, nisso eu me reservo, mas todas nós tomamos banho, nos arrumamos, e nossos pais se tornaram grandes amigos.

Ah, e tem mais, Túlio, pai de Charlotte conseguiu um ótimo emprego para o pai de Alice, e papai está construindo uma nova casa para ela, e o melhor, seremos vizinhas. Até hoje mamãe não entende como sobrevivemos, e papai não entende como Toinho não nos viu. O Toinho? ‘tá’ ótimo, ele não foi despedido, e continua fazendo seus passeios misteriosos nos finais de semana. Ele nunca quis revelar aonde foi naquela ilha, apenas diz que não entenderemos e que não existe nenhuma casa lá, ele vai lá pra “refrescar a mente” como diz. Nós não acreditamos, mas também não temos coragem de dizer que duvidamos, acho que isso realmente será um eterno mistério. Baah, tudo se acertou. Na escola está tudo ótimo e vou poder ir novamente para a competição de conhecimentos gerais. As meninas estão melhores do que nunca e mamãe disse que agora posso ir pra casa delas, não entendi porque, mas também não ousei perguntar. Está tudo ótimo do jeito que está!

Eu e as gurias agora usamos um anel de amizade, que é a prova de que uma amizade pode sim ser duradoura. Na verdade, eterna!

Para todo o sempre

Nove anos se passaram, cada uma seguiu seu rumo, sua vida, Louíze se formou em jornalismo, e hoje apresenta jornal na Rede Globo, Alice fez um curso de biologia e gostou tanto que acabou se formando, Charlotte passou na USP e trabalha como cientista. Elas continuam se vendo, mas agora, todas têm famílias para cuidar, se casaram e

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são mães de belos filhos.O anel da amizade continua lá, no mesmo dedo. Realmente,

uma amizade para todo o sempre!

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Nascidas em Anápolis, realizam a primeira obra como um projeto escolar. São três grandes amigas. Realmente transmitiram ao livro essa “energia” jovem, provando que a amizade pode surgir em qualquer lugar das mais inesperadas formas.

Amanda Moreira: sorridente e estudiosa, sonha

em ser uma arquiteta bem sucedida. Ao interpretar

Louíse no livro, deixa evidente seu comportamento. É

uma garota sonhadora e determinada. Afrma ter

aprendido muitas coisas ao escrever a obra.

Mariana Rezende:

futura farmacêutica, é uma

menina sorridente e cativante. Muito estudiosa e

persistente. Interpreta Alice no livro. Mostra, em alguns

momentos, seu temperamento: Indecisa e encantadora.

Thaís Christine: com criatividade para dar e

vender interpreta Charlotte. Thaís deseja ser médica, é

uma menina engraçada e que faz amigos facilmente, com

sua voz maravilhosa conquista a todos.

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Capítulo 1 - Marília Ramos

“Oi, mais um dia eu voltei do júri, é como vocês sabem não está sendo moleza pra eu ter que ir à corte e fingir que entendo tudo o que eles falam, e mais uma vez a discussão foi com quem irá ficar minha guarda, já cansei disso sabia? Queria ficar sozinha acho que daria mais lucro”. Acabei de postar isso no meu blog, acho que nele é o único lugar onde eu fico à vontade para poder expressar o que sinto, já que ninguém sabe quem eu sou mesmo. Lá eu sou a Manu, o que não tem nada a ver com meu nome de verdade. Por isso me sinto livre para discutir sobre tudo o que quero, e ainda tenho pessoas que me ajudam, isso é ótimo, contar com a ajuda de um desconhecido.

Ah, me chamo Marília Ramos, filha única de Julieta e Fábio Ramos, tenho 15 anos, e moro no Rio de Janeiro capital, tenho uma vida muito digamos que sozinha, porque passo a maior parte do tempo sem amigos e sem irmãos. Mas não é por escolha que não tenho amigos, é pelo fato de eu não conseguir me relacionar com eles, sempre fui muito quieta no meu canto, já fiz terapia para mudar isso, mas foi dinheiro jogado fora.

Meus pais trabalhavam juntos, meu pai construía as casas e minha mãe decorava, mas com o início da separação, eles resolveram se separar até no trabalho, que infantilidade isso porque se dizem adultos. Meus pais estão se separando e é muito difícil pra mim, nunca imaginei que isso aconteceria em momento algum da minha vida, fui descobrir a causa esses dias, meu pai estava tendo um caso com uma amiga dele e minha mãe descobriu, mas não havia me contado porque disse que eu já tinha problemas demais, eu não concordei com isso.

Problemas na escola são uma coisa, mas me privar do que está acontecendo em minha casa já é demais, eu estudava no Colégio Durvalino Damas, mas fui expulsa porque tive sérias discussões com professores, alunos, mas isso não importa vou estudar em um novo colégio agora no meio do ano, ele se chama Colégio Santos Drummond, já ouvi falar demais desse colégio, dizem que é muito bom, só espero que nesse eu não venha a ter problemas, mas acho que não vou não, porque agora estou mais ainda quieta no meu canto, a separação de meus pais afetou meu humor mais ainda, enfim só vou ter problemas se pisarem no meu calo.

Se os problemas vierem vou fazer o que faço de melhor, ir ao meu blog e desabafar em linhas e mais linhas, e quem sabe receber conselhos da Rafa e da Paty, umas meninas que conheci no blog elas são como umas conselheiras pra mim, mas como eu, duvido que o nome delas seja “Rafa” e “Paty” mesmo, mas pouco me importo só sei que elas me ajudam muito.

Ah, também me esqueci de comentar sobre mim, bem tenho a altura mediana, cabelo vermelho (que dá um trabalhão para manter a cor), meus olhos são um azul diferente que não sei explicar, meu estilo não é muito

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aprovado por meus pais, porque gosto de roupas mais pro estilo roqueiro, mas não aquelas saias e botas horríveis! Sou uma roqueira moderninha como diz minha mãe. Apesar do estilo roqueiro não gosto daquelas coisas deprimente que eles gostam, simplesmente só gosto de algumas roupas. Amo maquiagens sempre fortes, de preferência que destaquem meus olhos e minha boca, gosto também de valorizar meu corpo, por isso uso muito: vestido, saias, shorts, regatas, etc.

O melhor de tudo é que nesse colégio que vou estudar agora estou livre daqueles uniformes nojentos e que não combinam comigo e que me deixam mais sem bumbum, agora posso colocar e testar várias combinações de roupas a cada manhã, admito estou um pouco assustada para o primeiro dia de aula, não sei como as pessoas irão olhar pra mim, mas já penso como será: “Nossa, olha aquela menina, que feia, aquela roupa toda esquisita, que menina triste, não será enturmada, com certeza deve ser emo ou gótica”.

Eu sinto uma raiva quando olham pra mim e pensam isso, mas não devo me precipitar, já estou criando problemas antes de entrar no colégio, minha terapeuta uma vez me disse isso, que eu tenho que parar de me precipitar, então vamos tentar aproveitar o dinheiro que meus pais gastaram na terapia.

“Estou muito ansiosa para meu primeiro dia de aula, depois que voltar do colégio, irei contar tudo para vocês como foi meu primeiro dia, não vejo a hora.” E assim encerrei no meu blog hoje.

Capítulo 1 - Elisa Landerfelt.

Tenho que me acostumar com essas viagens, em 15 anos, estou passando pela 4ª viagem. Agora é o Rio de Janeiro, cidade grande, primeira boa escolha que meu pai faz. As outras cidades sempre eram pequenas e com poucos tipos de diversão. Acabei de chegar na nova casa, gostei dela, é bem espaçosa, terei uma suíte só pra mim. Estou ajudando meus pais a desempacotarem as coisas, não vejo a hora que ligar meu computador e contar como foi a minha viagem para meus amigos, quer dizer, para meus "amigos" virtuais que lêem meu blog. Gosto de visitar o dos outros, ontem encontrei o blog de uma menina aqui do Rio, seus pais estão se divorciando, acho que vou tentar ser uma conselheira virtual para ela.

__Elisa tome cuidado com esta caixa, tem peças de vidro ai. – disse minha mãe (Carmem Landerfelt). Ela é um pouco neurótica às vezes, não em deixa sair muito por ser menina, mas meu irmão pode fazer o que quer, fico meio nervosa com essa situação, mas ela fala que no tempo dela menina ficava em casa ajudando mãe, já tentei discutir sobre como é o mundo hoje em dia, mas tem que ser tudo como era antes. Ela é dona de casa, e de noite faz faculdade, não sei como será agora com essa mudança de cidade, mas ela disse que não deixaria de realizar seu sonho.

Já sei mais ou menos como será minha vida aqui, continuarei fazendo as mesmas coisas que fazia em Rio Claro. Continuarei com meu curso de inglês todas as terças e quinta, minha aula de violino segunda e quarta e sexta feira livre e de segunda a sexta de manha, no meu novo colégio Santos

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Drummond. O pior é que pela primeira vez vou ter que estudar na mesma escola que meu irmão. Vou fazer o 1º ano e ele o 2º pela segunda vez, repetiu por falta de competência. Ele tem 17 anos, se chama Diego, não sei como e nem por que, mas ele faz todas as meninas ficarem gamadinhas por ele, mas realmente eu não vejo nada de especial nele.

__Toma cuidado, não ouviu o que a mãe disse não? – diz Diego, ao passar ao meu lado esbarrando em mim e dando uma risada de deboche.

__ AAAH! Você me irrita. – gritei com muita raiva, mas logo fui me acalmando quando vi meu pai chegando por trás, passando a mão nas minhas costas e dizendo: - Isso que ele quer, ver você estressada. Tenta não extravasar quando ele fizer brincadeirinhas de mau gosto.

__ Ai, você não sabe como isso irrita. – ele apenas saiu em direção à porta pegar mais uma caixa com uma risada.

Eu gosto do meu pai, ele sempre me defende quando estou em uma discussão com meu irmão, minha mãe pelo contrário sempre defende ele. Mas já acostumei com isso, tenho que perceber que o mundo não gira em torno de mim. Meu pai já fez vários cursos, direito, biologia e administração de empresas. Ele sempre gostou muito desses assuntos, mas percebeu que o que o seu forte mesmo estava em administração de empresas, com cinco anos de curso e mais um ano pensando sobre o que seria sua empresa. No começo do ano criou sua própria empresa, cujo nome é “Casas Landerfelt”. Não é muito conhecida, mas com essas mudanças o desejo dele é colocar em várias cidades uma loja.

Capítulo 1 - Fernanda Reis.

Já estou farta de tanta falsidade pra cima de mim por causa do meu jeito digamos... “descolado”, todos me acham a patricinha, filhinha de papai, mas não é essa imagem que quero passar. Apesar de todos os meus bens materiais, eu não sou muito feliz, na verdade eu sei que todos os meus amigos têm apenas interesses pessoais e materiais, não gostam de mim sinceramente.

Ah, estava me esquecendo de me apresentar, sou a Fernanda Reis, mais conhecida como Nanda. Na minha escola, Santos Drummond aqui no Rio, todos me acham popular, mal sabem eles o fracasso da minha vida pessoal. Ser filha de um artista tão famoso como o meu pai, não é tão bom quanto parece. Ele nunca tem tempo pra mim, e não posso me esquecer também dos meus problemas com a minha mãe, que está sempre estressada comigo. Ela diz que não sou uma boa filha, porque sempre estou no meio de alguma encrenca e nunca estou satisfeita com o que ela diz me oferecer.

Uma das melhores coisas que tenho na minha vida é meu blog, porque sempre posso dizer o que sinto sem ninguém saber quem eu sou (meu nome lá é Paty). Eu conheci duas garotas no blog, Manu e Rafa, claro que esses não são seus verdadeiros nomes, mas eu estou as ajudando em alguns problemas pessoais, afinal eu sei bem o que é isso, e elas também sempre me ajudam quando preciso. Um dia gostaria de conhecê-las pessoalmente, porque um dos únicos momentos de paz do meu dia é quando falo com elas.

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Mas chega de falar sobre o meu blog, vou falar um pouco da minha aparência, tenho os cabelos lisos e loiros, os olhos azuis, gosto de usar saias, vestidos, e adoro acessórios e bolsas. Fazer compras é um dos meus hobbys, é algo que me distrai dos meus problemas.

Meus pais não são separados, mas acho que se fossem seria melhor, os dois vivem brigando, sempre discordam um do outro e nunca tem tempo para conversarem com calma a respeito da nossa família. Meu pai sempre muito atarefado com seu emprego, que é sempre cheio de repórteres atrás dele, querendo fofocas e mais fofocas sobre ele, e na maioria das vezes conseguem, meu pai se chama Augusto Reis, o melhor ator de teatro e novela desses tempos. Que como disse nunca tem tempo para a família, minha mãe Dulce Reis é uma simples dona de casa, mas com nervos à flor da pele, nunca vi uma mulher que não faz quase nada, mas vive estressada como ela, sinceramente não entendo.

Ah, já ia me esquecendo, tenho um irmão, mas ele não mora comigo, está fazendo intercambio, ele tem 21 anos, e se chama Alberto Reis, ele é um cara muito legal e quando estava no Brasil me ajudava pra caramba, mas agora ele só pode me dar conselhos via internet, ou visitando meu blog.

Enfim, minhas lindas e livres férias acabaram, e vou ter que voltar a estudar, estudo em um colégio muito conhecido daqui do Rio, é o Santos Drummond, um ótimo colégio, eu como disse sou a mais popular de lá, todos querem ficar à minha volta para verem se algum dia podem sair na capa de alguma revista ao meu lado, ou seja: ninguém é meu amigo porque de verdade quer, é mais pelo interesse.

Quem sabe com essa volta não entre alguém naquele colégio que de verdade queira ser meu amigo, estou torcendo por isso.

Capítulo 2 – Marília Ramos

Acabei de acordar, não sei o que uso, nem sei se quero ir para o colégio, só sei que estou com uma fome de louco, acho que é por causa da ansiedade. Então me levantei e fui me arrumar, coloquei uma saia preta, minha melissa vermelha de salto, uma blusa listrada, minha pulseira preta com detalhes prata, e um perfume maravilhoso. Fui para o banheiro, escovei meus dentes e tudo mais. Minha maquiagem como de costume foi uma sombra preta para destacar meus olhos e um batom vermelho, combinando com meu cabelo. Estava querendo prender o cabelo, mas resolvi que não; então fui tomar o café da manhã. Encontrei minha mãe à mesa, com uma cara horrível parecendo uma zumbi, tentei conversar, mas ela não quis papo, então deixei de lado, a única conversa concreta que tivemos foi:

__Estou te aguardando no carro.

__Tá bom, já vou. -falei com um tom meio frio.

Fui ao meu quarto e peguei um caderno e uma caneta, acho que para o 1° dia de aula não precisaria de mais. Então entrei no carro com

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minha mãe. No caminho ela me disse para que eu tentasse ser o mais educada possível e que tentasse me enturmar com as pessoas. Até parece que quero isso, meu pai também me ligou, desejou boa sorte e desligou; isso é comum da parte dele.

Quando cheguei ao colégio, dei tchau para minha mãe e desci do carro, dei um suspiro bem grande e pensei: Vai dar tudo certo. Então fui a caminho da porta, perguntei ao porteiro aonde poderia encontrar a coordenadora ou a diretora, ele me disse para seguir reto, e virar na 3° porta à direita. Achei bem fácil, então segui calmamente. Chegando lá, vi dois alunos saindo da sala da diretora, uma menina com uma ENORME cara de nerd, e um rapaz muito bonito, e que parecia ser irmão da menina, então entrei na sala e Dona Patrícia explicou-me todas as normas da escola e entregou uma folha de horário de aulas e provas. Já ia saindo de sua sala e pediu para que uma auxiliar da escola me encaminhasse até a sala, no caminho fui observando o colégio: era muito bonito! Enorme, com muitas árvores.

Chegando à sala, eu já fui logo para um canto para ficar quietinha, enquanto o tempo passava ia observando as pessoas que chegavam. Nossa, parecia que todo mundo chegava aos grupos! Era grupinho de nerd, de populares, de bagunceiros, e eu a deslocada. Percebi também que havia uma menina na sala que não foi muito difícil descobrir seu nome, era uma tal de Nanda, muita gente estava ao redor dela ou chamando-a, ela fazia parte do grupo dos populares e devia servir como um ídolo para eles, eu achei que aquela garota tinha uma cara de metida, e que ela eu já poderia descartar a possibilidade ser minha amiga. Eu não tava a fim de me juntar com esse tipo de gente, pensei em tentar com o grupo dos nerds, mas fala sério! Eu nerd? nem querendo! Com os bagunceiros também não iria dar certo, pois se arrumasse mais problemas acho que minha mãe e meu pai me deserdariam, resolvi ficar sozinha mesmo.

Passou a primeira, a segunda, a terceira aula, em seguida o intervalo, resolvi ficar em um canto do pátio lendo meu livro. Só depois do intervalo que notei a presença da menina que tinha encontrado mais cedo na sala da diretora, ela era como eu deslocada, mas acho que queria fazer amigos, isso deveria ser a única diferença entre nós, ela era morena, com cabelo longo e negro(belo cabelo), acho que com ela eu daria certo, mas como disse, ela tinha uma cara de nerd, então resolvi nem tentar.

Para minha falta de sorte, na quinta aula, que era uma aula de Ciências o professor(que não parecia nada amigável), passa um trabalho, tem lógica? Trabalho no PRIMEIRO dia de aula, achei aquilo um absurdo. Só sei que era sobre a anatomia do corpo humano, seria feito em trios, pensei logo: Tomara que eu não saia com dois nerds. Depois dele falar um monte de trios eu ouço:

__Agora o trio de número cinco quando eu falar seus nome por favor, se levantem. – E continuou- Fernanda Reis, Elisa Landerfelt e Marília Ramos.

Quando vi, a Nanda se levantou seguida de mim e da menina com cara de nerd que acabo de descobrir seu nome: Elisa. Bem então nos

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reunimos e fomos conversar, Nanda parecia querer fazer amizade, muito educada e cheia de blá blá blá, Elisa como eu estávamos mais caladas, por fim decidimos nos reunir na casa de Elisa esta tarde mesmo, para fazermos o trabalho.

Capítulo 2. – Elisa Landerfelt

__Elisa, Elisa... Levanta filha, são 06:00 horas. Vá se arrumar para não se atrasar, principalmente no seu primeiro dia.

__Ok mãe. – falei com uma voz rouca. Sentei na cama, espreguicei-me e fiquei por uns minutos pensando como seria. Levantei e liguei o computador, enquanto carregava, fui até o banheiro, lavei o rosto, fiz minhas necessidades. Voltei pro quarto, sentei na cadeira em frente ao computador, conectei a internet, abri meu blog, já sabia o que ia postar naquela manhã, procurei as melhores palavras e fui digitando o que sentia: “Estou muito nervosa, não tenho amigo nenhum, aqui e nem em outra cidade. Vou ficar muito excluída, deslocada. Todos devem ter amigos, colegas para ficarem juntos no intervalo e até mesmo aquela pessoa com quem você direto briga na escola.” Usei exatamente estas palavras, não tinha mais o que falar, já havia se passado 15 minutos, desliguei o computador, peguei minha calça jeans preferida, uma blusa rosa e uma melissa preta de salto. Fui até a prateleira, procurei o caderno novo, peguei juntamente com minha bolsinha e apetrechos escolares.

Minha mãe apareceu mais uma vez no meu quarto, e vendo-me pronta sorriu e chamou-me para tomar o café. Deixei minha bolsa na cama, fui pra cozinha, todos já estavam sentados comendo: Sentei do lado da minha mãe, meu irmão ficava me fitando e dando risada debochada, do que eu não sei. Bebi um suco de laranja e comi um pão de queijo, dou uma risada irônica para meu irmão e um tapinha fraco em seu ombro.

__Estão prontos? Eu e seu pai só estamos esperando vocês. – minha mãe berrava do seu quarto para não nos atrasarmos. Assim que ouvi corri pro banheiro, penteei meu cabelo, coloquei um brinco, escovei os dentes e passei uma leve maquiagem. Peguei a bolsa em cima da cama, avisei minha mãe que já estava pronta e fiquei na sala os esperando.

Assim que todos já estavam prontos, entramos no carro e o frio na barriga cada vez mais forte, cada metro que o carro percorria o coração acelerava, olhei para meu irmão e ele estava super tranqüilo, não sei como, ou talvez estivesse fingindo, só sei que estava muito nervosa. Fechei os olhos, tentei me tranqüilizar quando percebi que o carro parou de transitar. Abri as portas: dos olhos e do carro, sem vontade alguma, desci e fiquei parada olhando os alunos.

__Relaxa filha, vai dar tudo certo. – meu pai disse com a cabeça para fora do carro.

__É maninha, tudo certo. – ouvi a voz do Diego ao meu lado e com aquela risada irônica de sempre dele. Quando ouvi isso fiquei mais preocupada

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ainda, com certeza ele estava planejando algo, e não era nem um pouquinho agradável.

Passei pelo portão, a diretora nos viu e chamou até sua sala. Entregou-nos um papel com o horário das aulas, outro papel contendo informações sobre aulas especiais e mais um sobre horários de prova. Levou-nos até nossas salas, sentei bem no fundo, na última carteira: Abri meu caderno, nem prestei muita atenção na aula, apenas fiquei observando cada aluno. Reparei que havia a popular da sala, riquinha metidinha, de primeira impressão não gostei dela, mas não vou julgá-la. Muitas meninas puxam saco dela, só pelo dinheiro eu creio, têm os outros que são os bagunceiros, os nerds e os que não têm muita maturidade.

O que chamou mais minha atenção foi uma menina, que é isolada, não tem amigos, senta no canto, sozinha, não conversa com ninguém. Martelava em minha cabeça: “Ela é novata como eu ou não gosta mesmo de amigos?” Sei lá, ela não tem cara de que é de muitos amigos.

Tivemos seis aulas. Uma inclusive de ciências, e o professor passou um trabalho; fiquei com muito medo de sobrar no final da escolha, mas o professor disse que os grupos seriam formados a partir do sorteio de nossos nomes. O bom é que independente de quem fosse, teríamos a oportunidade de nos conhecer e talvez até sermos amigos. O professor pegou todos os nomes, colocou em um copo e balançou, fiquei ansiosa para saber com quem ficaria, fiquei atenta, fui ouvindo nomes e nomes, eram grupos de três. Ele falava nomes e parecia que nunca acabava, quando ouvi o meu, foi o primeiro de um grupo que seria formado. Esperei ouvir os outros dois, e por pura coincidência saíram os nomes de duas meninas: Fernanda e Marília. Fiquei esperando para conhecê-las. Elas se levantaram, vieram em minha direção e sentaram ao meu lado. A gente ficou ali até terminar a aula conversando sobre o trabalho, o nosso tema era anatomia humana.

Já foi decidido o dia que nós vamos nos encontrar, será na minha casa, passei meu endereço e espero ansiosa a presença das duas esta tarde.

Capítulo 2. – Fernanda Reis

"Acabei de chegar da escola, foi muito bom...estou sem tempo para postar, mas depois eu conto tudo para vocês, vou almoçar agora, e depois vou sair e volto só no final da tarde." Desliguei o computador e desci para a cozinha, já ouvia minha mãe chamar para o almoço.

Sentei-me em frente a minha mãe e meu pai na ponta, almocei pouco, estava sem fome, acho que era ansiedade, não sei nem como dizer, hoje me atrasei ao acordar. Não deu tempo de fazer o primeiro post. Mas vou dizer, meu dia na escola foi bem legal. Com a exceção do que sempre acontece, aquelas pessoas ao meu redor, cheias de falsidade, não sei mais como me comportar diante disto, tento me controlar para não perder a cabeça e falar coisas que não são agradáveis. Bom, hoje na escola tinha duas novatas, uma era roqueira, minha primeira impressão não foi nada bondosa, mas tenho que me lembrar, que eu quero mudar, eu preciso, estou cansada de ganhar fama

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por tratar mal os outros. Ela parecia ser tímida e meio isolada. Agora a outra, ela parece ser mais extrovertida, mas mesmo assim esconde um pouco da timidez, percebi que ela estava nervosa, os gestos que fazia a acusava.

Com o decorrer da aula, o professor de ciências passou um trabalho para a turma, eram grupos de três, e por incrível que pareça, eu fiquei com elas, achei bom que não ia ter aquelas pessoas interesseiras no meu grupo, e também porque pode ser uma oportunidade de conhecer melhor cada uma. Ficamos até terminar a aula conversando aonde iríamos nos reunir e como seria dividido cada dever, decidimos tudo e deu tudo certo. Ah, estava me esquecendo, seus nomes são, Elisa e Marília. Elisa, a que parece ser extrovertida, mas tímida, e Marília a roqueira. Hoje nos reuniremos na casa da Elisa, ela já passou o endereço, não vejo a hora de poder conhecê-las.

Meus pais estranharam, não comi quase nada, fiquei muito pensativa durante o almoço, só pensando no meu dia na escola, terminei de almoçar, subi para meu quarto, tomei um banho, e coloquei uma saia jeans com uma blusa branca comprida e um colete por cima, coloquei minha sapatilha, peguei uma caderno extra que não utilizo muito e mais uma caneta azul, fiquei na sala até dar a hora que ir pra casa dela, esperei até dar 14:00 horas, assim que vi no relógio, 13:50 horas, senti um frio na barriga, chamei minha mãe para me levar na casa dela, mostrei o papel do endereço, ela leu e me chamou pro carro, entrei no banco de trás, coloquei o cinto e fui percebendo todo o trajeto feito.

Minha mãe parou em frente a uma casa e disse:

__ Acho que é essa, de acordo com o endereço - me entregou o papel e reforçou: – Essa deve ser a casa dela.

Observei a casa, era bonita! Desci do carro. Toquei o interfone.

Capítulo 3 – Marília Ramos

- Começando a história.

Assim que entrei no carro, senti um alivio muito profundo, no caminho de casa fui contando para minha mãe como foi meu dia, ela ficou tão surpresa quanto eu ao saber que já teríamos que fazer um trabalho logo de cara assim. Expliquei o que tinha achado da escola, e também comentei muito sobre Elisa e Nanda, minha mãe pediu para que eu pegasse essa oportunidade e tentasse me relacionar com elas.

Chegando em casa almocei. Estranho, no almoço minha mãe havia ficado tão calada, e percebi que tinha sido após um telefonema que ela havia recebido. Então terminei meu almoço e lavei minha louça, minha mãe aproximou-se e perguntou:

__Você seria capaz de me trocar pelo seu pai?

__Mas é claro que não mãe, por que quer saber isso?

__Porque o advogado ligou e falou que o juiz decidiu que você é quem irá escolher com quem irá ficar.

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Nessa hora senti um nó na garganta tão grande, como iria decidir de uma vez por todas com quem ficar? Então respondi para minha mãe:

__Vou pensar sobre isso. – Fui diretamente para o quarto, liguei o computador e acessei meu blog, na esperança de encontrar a Paty ou a Rafa, mas no final só encontrei a Rafa e fui pedir conselhos para ela. Ela me disse que eu devia pensar com calma, mas que devia ficar com minha mãe, pois ela é a que mais precisa de apoio neste momento, conversamos por um tempo até que vi a hora, já eram 13h30min, tinha que me arrumar para ir para a casa da Elisa, então me despedi da Rafa e fui me arrumar. Coloquei uma roupinha até bonita: um short e uma bata azul escura, com a mesma maquiagem de cedo (estava sem inspiração), fiz uma trança em meu cabelo, coloquei uma argola repleta por strass, peguei um livro de Ciências da minha outra escola, um caderno e uma bolsinha velha.

Desci procurando minha mãe, e a achei triste no sofá da sala, tentei conformá-la dizendo:

__Mãe, eu não vou te deixar, que se dane o pai, é você com quem eu realmente me importo.

Ela sorriu, e falou para irmos logo se não nos atrasaríamos. Fui observando o trajeto para a casa da Elisa, e ela não morava tããão longe da minha casa como eu imaginava. Cheguei lá e era uma casa até que bonita, toquei o interfone e ficamos aguardando no portão, minha mãe me olhando, sorriu para mim, até que ouvi uma voz perguntando quem era, respondi que era a Marília Ramos para fazer o trabalho com a Elisa Landerfelt. Eu sei que pode parecer muito formal, mas não pensei em outra coisa para dizer, então me despedi da minha mãe e entrei na casa, chegando lá havia um jardim muito bonito, e fui levada para dentro por uma mulher, acho que era a mãe de Elisa, não tinha certeza.

Ela me levou em direção a um quarto, Elisa abriu a porta e com ela estava a Nanda. Então Elisa disse:

__Mãe, esta é a Marília, eu acho que ela é novata como eu na escola. E Marília está é minha mãe Carmem.

__É um prazer conhecê-la Marília. – disse Dona Carmem muito educada.

__Igualmente, e sim sou novata na escola. – respondi.

Então já tirei minha primeira conclusão acertei que a mulher era a mãe de Elisa, e também descobri que Elisa deveria me achar uma deslocada.

Cumprimentei Nanda, e começamos a pesquisar sobre o trabalho no Google, no meio do trabalho conversamos muito, até que achei as duas simpáticas, mas era muito pouco tempo para muita amizade, então resolvi esfriar um pouco o assunto e voltei a falar sobre o trabalho. Nanda querendo voltar para o assunto comentou sobre meu cabelo, disse que a cor era muito linda, e se era difícil de manter. Respondi com um obrigado, e disse que sim, era difícil para manter a cor.

Continuamos a fazer o trabalho, quando ouvimos uma batida na porta do quarto de Lisa (apelido de Elisa ela me pediu para chamá-la assim), então o

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menino que havia visto hoje cedo com Lisa aparece na porta, vem em nossa direção:

__Olá Lisa, olá meninas.

__Oi Diego, essas aqui são Nanda e Marília.

__Oi Diego prazer, sou Nanda! -disse ela na maior educação.

__E você é a Marília? –pergunta Diego para mim, como se houvesse algum comentário sobre mim na casa dos Landerfelt.

__Sim, e você é o menino bonito que vi hoje cedo na escola. – respondo.

Só depois que falei que fui perceber que falei “menino bonito”, de onde tirei isso? Acabo de conhecer o menino e já falo isso? Ele dá uma risada e comenta:

__Muito obrigada pelo elogio, mas o que estão fazendo?

__Nada que seja do seu interesse Diego - diz Lisa.

__Trabalho de Ciências. – eu falo.

__Finalmente não está só naquele blog ridículo que ficou durante as férias.

__Sai daqui Diego! – diz Lisa enfurecida.

Diego sai do quarto dando tchau para gente fazendo um charme: piscando o olho e mandando beijinho. Assim que ele sai eu comento com Elisa que seu irmão é bem bonito, Nanda concorda, mas diz que não é tanto assim. Elisa cai na risada e fala que já está acostumada com esse tipo de reação das meninas para com o irmão dela.

Prosseguimos com o trabalho, quando terminamos tudo, eram umas 16h30min, como não tínhamos muita amizade o trabalho rendeu. Nesse momento, peço para Lisa, que me deixe só entrar no meu blog rapidamente para ver se achava uma amiga minha on-line (a Rafa ou a Paty). Então ela diz:

__Você também tem um blog?

__Sim, por quê?

__Porque também tenho um. – diz Lisa.

Em seguida Nanda diz:

__Eu também tenho um, construí durante as férias, e tenho duas conselheiras.

__Eu já tinha o meu, mas só resolvi usar nas férias também, tenho duas amigas que me ajudam.

__Ei, estou na mesma situação que vocês. – diz Lisa um pouco agitada.

Então me afasto um pouco, e começo a pensar que elas poderiam ser Rafa e Paty, ou seria loucura demais pensar que as duas meninas que me ajudaram durante as férias, que me deram um monte de conselhos, estariam ali na minha frente?

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Capítulo 3 - Elisa Landerfelt

- Começando a história.

Fiquei muito pensativa em meu quarto, como reagiria quando minhas “companheiras de trabalho” chegassem. Fiquei pensando quais seriam as palavras certas para serem ditas, quando ouvi a voz da minha mãe me chamando para o almoço, sai do quarto e corri para a cozinha, estava com muita fome e ainda tinha que avisar sobre o trabalho para minha mãe. Ela é tranqüila, acho que nem vai brigar comigo.

__Ah, fez meu prato favorito mãe, obrigada. – dei um beijo em sua bochecha e sentei ao seu lado como de costume. Fui me servindo e até coloquei mais que o normal. __Mãe, meu professor de ciências passou um trabalho para fazer em trios formados a partir de sorteio. As duas colegas virão às 14:00. Ok? Vou aproveitar esse trabalho para tentar enturmar com elas, pelo que conversamos na escola, parecem ser legais.

__Tudo bem meu anjo, se precisar de ajuda em alguma coisa, pode me chamar.

Apenas dei um sorriso e continuei comendo, Diego ficou me olhando e parecia que queria falar algo.

__As menininhas da sua sala são bem bonitinhas, estive observando durante o intervalo, pelo menos acho que é da sua sala. Só espero que suas “companheiras” não sejam como aquelas nerdinhas, ou melhor dizendo, como você né?! – meu irmão com seus comentários só para me irritar.

__Não comecem, por favor ! – Disse meu pai tentando nos tranquilizar. Terminei de comer, lavei meu prato e encaminhei-me pro quarto. Na hora que estava passando pela copa minha mãe pergunta: - Vai fazer o que agora?

__Vou pro computador, ver se consigo achar alguma coisa do trabalho já para adiantar. – Lógico que eu não ia adiantar trabalho, ia ver meu blog... mas minha mãe enche meu saco quando fica sabendo que tenho conta em rede sociais públicas, diz que fico me expondo.

__Tudo bem. Vai lá.

Fui para o quarto, liguei o computador e fiquei no blog, vi um post da Manu para mim, disse que precisava da minha ajuda, rapidamente respondi seu post, esperei ela dizer qual era seu problema, ela resumiu tudo pois tinha um compromisso, não me lembro certamente suas devidas palavras, mas ela dizia mais ou menos assim: “Rafa, eu não sei o que fazer, o juiz disse que tenho que escolher entre meu pai ou minha mãe, não sei com qual dos dois ficar, pois os amo muito, me ajuda :/” Na hora fiquei sem reação, não tinha idéia do que poderia dizer, nunca passei por isso, mas tentei me passar por ela, procurei uma maneira delicada para falar para ela: “Manu, nem sei o que falar, nunca passei por isso, mas pensa com quem você acha que será mais feliz, não pense no que eles podem te dar, e sim no amor mais verdadeiro, aquele que vai te dar mais atenção.”

Mandei exatamente isso para ela, esperei ter ajudado, quando vi seu post: “Acho que vou escolher minha mãe, ela tem tempo para mim, ela me

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escuta, ela sabe me amar independente do que eu diga para ela nas minhas crises. Não sei como meu pai vai reagir, mas é a minha escolha e está decidido.” Quando li seu post, vi que sua situação já estava praticamente quase toda resolvida, mandei outro post me despedindo, pois tinha que me arrumar para esperar as meninas. Desliguei o computador, fui tomar um banho, coloquei a mesma calça da escola, só mudei a blusa por uma branca e coloquei uma rasteirinha. Liguei novamente o computador, sentei na minha cama e comecei a ler um livro, aliás, é a melhor coisa que posso fazer além de mexer no meu blog.

Estava sentada na beira da cama concentrada na leitura e ouço o interfone, olho no relógio de parede, vejo que já está na hora. Levanto-me e logo vou à procura do meu perfume no guarda-roupa, passo no pescoço e no pulso, abro a porta para esperar quem havia chegado e vi que era Nanda, ela já estava bem na minha frente, pedi para que entrasse, puxei uma cadeira para ela se sentar. Sentei ao seu lado e começamos a conversar. Enquanto Marília não chegava, peguei um livro de ciências e comecei a folhear. Folheava e pensava como poderia deixar minha timidez, fiquei muito nervosa. Mas mesmo assim arrisquei uma conversa:

__Você é filha de um ator, não é?

__Sim, infelizmente sou. – ela responde com um ar de tristeza.

__Nossa, as pessoas só devem ser carinhosas com você por causa disso, não querendo ofender seus amigos.

__Não discordo de você Lisa, isso que você disse é a mais pura e amarga verdade.

Neste momento ouvimos o interfone tocar, era Marília, então ela subiu, e veio para o meu quarto, começamos a fazer o trabalho e a conversar, mas o estranho era que Marília parecia que não queria muito papo com a gente então resolvi não forçar.

Minutos depois meu irmão aparece no meu quarto, com certeza para ver minhas amigas, para ver se eram bonitas, ele ficou meio que jogando um charminho quando saiu do meu quarto piscando e mandando beijinhos. Meu irmão gerou uma discussão sobre meu blog que ele sempre fala mal, diz que é uma perda de tempo, e por causa desse seu comentário descubro que Marília e Nanda também possuem um blog. Continuamos nosso trabalho, sem muita conversa, eu estava muito tímida, e a Marília não parecia uma pessoa com paciência para timidez, ou conversas sem futuro. Terminamos nosso trabalho por volta de 16:00, 16:30, então Marília pede para que ela entre no seu blog.

E aí, veio uma das coisas mais confusas que poderia ter acontecido hoje. Descobrimos que todas as três tínhamos um blog, duas conselheiras, e que nas férias tínhamos estabelecido uma relação maior com nossas conselheiras.

Neste momento fiquei surpresa, e comecei a pensar que a Manu podia ser a Nanda, e a Paty ser a Marília, e vice-versa, e percebi que Marília havia se afastado um pouco de nós, por vergonha ou não sei o que ao certo, só sei que nós três ficamos em um espanto enorme, sem saber o que fazer e agora ainda mais sem conversa.

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Capítulo 3 – Fernanda Reis

- Começando a história.

Enquanto esperei pela abertura do portão, fiquei pensando em como seria a casa de Elisa por dentro, fui recepcionada pela mãe de Elisa. Muito bonita ela, e educada. No caminho para o quarto de Elisa, vi um rapaz, acho que era irmão de minha colega, um rapaz até que bonito.

Quando cheguei ao quarto de Elisa, ela me chamou para sentar e começamos a conversar:

__Elisa, você estudava aonde?

__Eu morava em Rio Claro, e me mudei pra cá esses dias mesmo, e me chame de Lisa, me sinto menos formal. – E ela deu uma risada.

__Tudo bem então. E como você já deve saber me chame de Nanda!

__É já estou ciente disso.

__Mas cadê a Marília, já não era pra ela estar aqui?

__Sim, mas até agora não chegou.

Então continuamos a conversar. Lisa parecia muito tímida, e talvez um pouco assustada comigo eu penso, mas por que eu não sei, Lisa começou a folhear um livro, enquanto eu dava uma olhada nas roupas que estavam meio jogadas pelo chão, belas roupas para serem tratadas daquela forma. O interfone tocou e Marília chegou, ela estava bonita com um penteado de trança, e uma bata que eu particularmente gostei muito.

Então começamos a fazer o trabalho, o irmão de Lisa veio nos visitar e depois saiu, percebi que ele gosta de implicá-la. Mas ele nos conduziu a um assunto que no final nos deixou muito confusas eu penso. Ele iniciou o assunto do blog, que foi interrompido para continuarmos o trabalho, mas depois retornado no termino do trabalho. Ficamos as três sem reação, seria possível, que minhas conselheiras, Manu e Rafa estivessem diante de mim? É meio louco de se pensar, mas o mundo é tão pequeno que isso tinha uma enorme probabilidade de ocorrer, mas não! Seriam coincidências demais, coisa demais para um dia só.

Então continuamos a conversar, até que Marília se encoraja e fala:

__No meu blog, meu nome é Manu, meus problemas são sempre gerados em torno da separação de meus pais e meus problemas em me relacionar. – ela falou muito confiante, de que seríamos eu e Lisa suas conselheiras.

Neste momento Lisa se encoraja também e fala, bem tímida:

__No meu blog eu sou a Rafa, e ajudo você Marília com os problemas de seus pais, e você me ajuda!

Então também senti que eu devia me encorajar e disse:

__E eu sou a Paty, a que ajuda vocês, e a quem vocês ajudam.

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Neste momento só restou um silêncio, e depois algumas risadas, na verdade muitas risadas vindas de Marília, que pela primeira vez sorriu. Parecia que estava nervosa e aliviada. Então disse:

__Para tornar isso menos formal, por favor me chamem pelo meu apelido Marilu.

Então começamos a conversar. Eu mal podia acreditar que as minhas melhores amigas estavam diante de mim, foi um sonho sendo realizado.

Capítulo – Marília Ramos

- Conclusões finais.

Depois dessa incrível descoberta, e dessa enorme amizade criada, não tem como deixar de comprovar como o mundo é MINUSCULO! Quem diria que em um pequeno dia isso tudo aconteceria? Meio sinistro isso, mas muito divertido.

Hoje quando cheguei à escola, me sentia diferente, talvez mais leve, não sei ao certo. Não sentia isso há um bom tempo. Entrei na minha sala e não encontrei nem Lisa nem Nanda, só pessoas com olhares estranhos para mim, mas isso pouco me importava no momento.

Sentei no canto que tinha sentado ontem e fiquei esperando minhas amigas. Nanda chegou, ficamos rindo e conversando por um bom tempo, depois chegou Lisa e continuamos conversando e rindo. Nanda disse que o blog parece que está na sala agora, pois elas me deram conselhos sobre minha vida.

Isso tudo está sendo muito divertido para mim. Quem imaginaria algo do tipo? Enfim, agora até vontade de acordar cedo eu tenho e quem sabe se além de amigas eu não possa ser a cunhadinha da Lisa. Quando falei isso, ela riu muito e disse que até podia ser.

Enfim, agora é só esperar essa última aula acabar para eu fazer um post para todas as pessoas que têm blog, porque elas precisam saber dessa história.

Capítulo 4 – Elisa Landerfelt

- Conclusões finais.

Sinceramente não sei mais o que pensar. É muita coisa para um dia só, eu estou no Rio não tem nem uma semana, e no meu primeiro dia de aula acontecem tantas coisas assim?

Será o destino ou pura sorte? Bem, eu fiquei feliz ao saber que agora eu poderei contar com minhas amigas Manu e Paty, ou melhor dizendo agora, Marilu e Nanda, e que a partir dessa descoberta poderemos construir uma amizade e tanto.

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Mas então resolvemos continuar a conversar, Marilu e Nanda ligaram para suas mães avisando que iriam demorar mais um pouco o trabalho, o que era uma mentira, era só para termos mais tempo para conversamos sobre isso.

Continuamos nossa conversa, aproximadamente às 18:30, foi quando a mãe das meninas chegaram para buscá-las. Então, continuamos pelo blog. Era conversa que não acabava mais: era uma dando conselho pra outra, uma rindo da outra, parecia que nos conhecíamos há anos.

Nunca pensei que a Nanda e a Marilu fossem pessoas tão legais como são, a Marilu até se soltou mais depois que descobriu quem éramos.

Mas mesmo com tanta felicidade Marilu resolve perguntar uma coisa que gerou muita dúvida entre nós:

__Será que na escola seremos assim como estamos? Ou isso será como antes, só pelo blog mesmo, porque duvido que vocês Nanda e Lisa queiram andar com uma menina como eu. Nanda, você e a Lisa até que vai; vocês combinam, mas eu não tenho nada a ver com vocês.

Então Nanda veio com uma resposta que até eu me espantei:

__Nossa Marilu, pelo amor de Deus! Eu estou farta daqueles meus amigos falsos e interesseiros, já estava mais do que na hora de vocês aparecerem, e lembre-se do que você já me disse, pare de tirar conclusões precipitadas!

Continuamos a conversar até varar a noite, no outro dia eu mal acreditava que aquilo de fato havia acontecido, era meio estranho de se pensar.

Então, tomei meu café da manhã e fui para o colégio numa felicidade que não cabia defeito algum. Entrei na sala mais confiante que tudo e vi que Nanda e Marilu já estavam juntas conversando e dando risadas.

Me juntei a elas, e ficamos conversando até o sino bater, todos olhando para nós, meio que tipo, “O que a Nanda está fazendo com elas?”. Mas Nanda nem estava ligando para isso.

Capítulo 4 - Fernanda Reis

- Conclusões finais.

Como havia dito é sorte demais para uma pessoa só: nossa, amei minha descoberta! Virei a noite ontem no blog com as meninas, hoje acordei só o caco de tanto sono, mas isso não importa, vou para o colégio com uma coisa na cabeça : Tenho amigas de verdade agora.

Cheguei à sala e a Marilu estava lá; não havia visto a Lisa, meus falsos amigos vieram falar comigo e já chegaram falando mal da Marilu; que ela era muito estranha, e que estavam na dúvida se ela era roqueira, emo ou uma largada da vida. Olhei para a cara deles falei umas poucas que não vou repetir e sai.

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Sentei-me na frente de Marilu e começamos a conversar enquanto Lisa não chegava. Marilu confessou-me que tinha achado tudo isso muito confuso, mas quem de nós não havia pensado o mesmo não é?

Enquanto ríamos e conversávamos, a Lisa chegou, sentou-se conosco e continuamos a conversar. O pessoal da sala olhando com discriminação para com nossa “nova” amizade. Mas pouco me importava, estava feliz demais para me importar com isso.

Eu tentei contar a história para minha mãe no carro, mas ela é muito grande e cheia de detalhes. Não canso de falar estou maravilhada com isso, finalmente AMIGAS, amigas de verdade, que mesmo sem saber que eu sou filha de ator e tudo, foram mais minhas amigas do que ninguém nunca foi. Amo saber disso.

Eu e Lisa, estávamos conversando com Marilu, mesmo ela estando feliz com nossa amizade, não podia deixar de esquecer de seu problema em casa, seu pai havia, e ela tinha ficado muito confusa, pois ele havia dito que a amava muito, e que nunca queria tê-la magoado, coisa que ele não tinha dito há um mês. O blog parece que funciona na sala agora.

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Cláudia Milena Mendonça Mazon, nasceu em 1997, na cidade de Anápolis-Goiás.

No livro ela é a personagem Marília Ramos.

Antes só havia praticado sua escrita em poesias. No futuro será uma brilhante advogada e psicóloga.

Meu nome é Gabriella tenho 13 e construí a personagem Fernanda Reis para esta história, achei um pouco difícil realizar esse trabalho, mas gostei da experiência. Com a ajuda das minhas amigas descobri que posso, cada vez mais dominar a arte de escrever.

Meu nome é Késia e sou responsável pela

criação da personagem Elisa Landerfelt.

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Capítulo 1: Bianca Gold

A festa da Lara está HORRÍVEL, já liguei para meu motorista um milhão de vezes, mas até agora nenhum sinal daquele inútil.

Já estou no meu banheiro tomando um banho, amanhã tenho um longo dia de compras com a Lara, mas claro não vou falar por que fui embora mais cedo da festa dela, mamãe às vezes fala para mim que nem sempre podemos ser sinceras, pois às vezes a sinceridade machuca. Mamãe é uma pessoa muito educada, calma e ocupada, ela sempre fica no escritório resolvendo as causas dela, já foi duas vezes premiada como a advogada que mais ganha causas no Brasil. Sempre quando chego da escola ela está no escritório, ou ao telefone, foram poucas vezes que saímos juntas para fazer compras, quem cuida mais de mim é minha avó Maria e a Cida nossa empregada. Ela mora conosco, tem um quarto lá nos fundos que é só dela. Já meu pai, tem dias que nem o vejo, ele viaja demais é um dos maiores empresários do Brasil, e como não dá para ficar sem dinheiro, ele me deu um cartão de crédito, sempre quando eu preciso peço para o Ridoval, meu motorista pegar o dinheiro no caixa eletrônico. Vou dormir, estou morrendo de sono, nem vai dar tempo de passar minha máscara facial.

Ainda é cedo, mas já levantei para me arrumar, estou quase pronta meu motorista foi pegar a Lara na casa dela, coitada ela não tem motorista, então sempre que precisa sair o pai dela tem que levá-la, mas hoje ele não pode, pois está viajando. AH ELA JÁ ESTÁ CHEGANDO. Hoje a Cida está tão ocupada que nem vou tomar café em casa para não ocupá-la.

__Oi, amiga eu não te falei que a minha festa seria a melhor que você já foi?

__Hum, hum.

__Mas você gostou?

__Não foi ruim. Vamos para o shopping logo. O Ridoval está nos esperando. Você vai tomar café no shopping ou você já comeu?

__Eu ainda não comi e você?

__Também não, a Cida está muito ocupada então não quis incomodá-la. Vamos! O Ridoval, ainda tem que levar o carro para lavar depois que ele nos deixar no shopping.

Já é noite, agora que cheguei em casa minha mãe por incrível que pareça não está no escritório dela. Ela e meu pai estam na sala fazendo uma escrição para eu ir num acampamento da igreja. ODEIO acampamentos, as camas são HORRÍVEIS, NÃO SE TEM PRIVACIDADE, E NINGUÉM DE INTERRESSANTE, meu namorado não vai, o acampamento vai durar três

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semanas e ele está de recuperação e então ele não poderá ir. Eu me arrependi de ter subornado a professora para eu não ficar de recuperação, poi teria sido melhor do que ir a esse acampamento. HHHHHHAAAAA EU NÃO QUERO IIIIIIIIIRRRRRR.

Capítulo 2: Gabriel Durante

Meu nome é Gabriel Durante Sampaio, tenho 16 anos. Sou filho de umas das mais magníficas, perfeitas mulheres do mundo, é minha mãe! Ela não é modelo ou coisa parecida, ela é dona de uma rede de revistas para meninas adolescentes chamada “Lipstick”, aquelas revistinhas bestas que só tem fotos de meninos sem camisa, bandinhas sem graça dando entrevistas, meninos contando seus segredos para todas as meninas, sem ao menos conhecê - las, eca, podre!

Eu admiro como essas meninas gostam disso, mas graças a essas meninas minha mãe lucra muito, enquanto isso se torna conhecida, o nome dessa mãe tão fantástica é Roberta Machado Sampaio. Mas não é porque ela é dona dessa rede de revista que se torna tão fantástica assim, não, é porque ela é superlibal deixa eu sair com meus amigos à noite sem hora pra chegar, me dá R$100,00 de mesada e nem liga muito para acompanhar minhas atividades escolares, ao contrário da minha avó.

Eu moro com minha mãe e minha avó de criação porque eu fui adotado, aos dois anos de idade num orfanato em São Paulo, mas ela sempre me tratou como se eu fosse mesmo filho dela, agora ela está viúva. Quando eu tinha cinco anos meu pai de criação sofreu um acidente de carro junto com meu avô, então eu sou o único homem da casa. Mas mudando de assunto, porque eu não gosto de lembrar destas coisas.

Como eu ia contando antes, minha avó ama ficar vigiando minhas notas na escola, e eu odeio isso, esses dias mesmo tirei 7,0 em uma prova de biologia e ela achou ruim, a prova valia 10,0, nunca vi "veia" mais enjoada do que essa viu, eu estudo até mais que deveria, nunca tirei abaixo de 6,5 e ela ainda me manda estudar mais para ter um bom emprego no futuro.

Mas mesmo assim amo muito ela e ela também me ama que eu sei, porque ontem mesmo ela me inscreveu para um acampamento aí. Ela sabe que eu amo acampamentos, acho que vai ser ótimo esse acampamento!

Capítulo 3: Jennipher Monroe

Tá chegando o tão esperado acampamento. Acho que lá vai ser um lugar que vou ter pra esfriar a cabeça do que ultimamente esteve acontecendo comigo, mas falo disso depois.

Aqui em casa ta uma bagunça, meus pais sempre me deixaram fazer o que eu quisesse, mas não era porque eu tinha permissão que eu passava dos limites, mas agora eles começaram a brigar, meu pai começou a interferir no

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que eu faço, e minha mãe briga com ele. Tingi meu cabelo e acho que isso pra ele foi a gota d’água.

__Ela só tem 14, não tem direito de fazer nada ainda, olha o cabelo dela.

__Ela tem que ser livre, e além do mais ela nunca extrapola.

__Não? Olha o cabelo dela! – grita.

__Ta azul e daí?!

__O que as pessoas vão falar? Na certa vão dizer que são péssimos pais.

__Mas não devemos nada a ninguém, deixem falar, não acha que a felicidade de sua filha vale mais que isso?!

__Sim – ele fala e encerra a conversa.

Minha mãe sempre me defende, mesmo não gostando muito do meu estilo e do meu cabelo (que de fato é azul!), ela me defende sempre me apóia, mesmo quando a minha atitude não é muito sensata, ela ta sempre lá me dando uma força, ela é como uma amiga, do mesmo jeito que conto as coisas pras minhas amigas, conto pra ela, com certeza uma mãe que todo mundo quer ter, e felizmente eu tenho.

Ela trabalha em uma agencia de descobrir talentos, como alguém que canta super bem, dança ou vem incluso no pacote; a dança e a musica.

Morávamos na Califórnia, porque favorecia o trabalho da minha mãe, mas depois resolvemos vir para São Paulo, escolha dela. Quanto ao meu pai, ele é engenheiro mecatrônico.

Meu pai costumava ser relaxe, mas agora ele não aceita muito minhas decisões, e não sei se é porque não temos uma relação tão boa como tenho com a minha mãe, não sou amiga do meu pai, porque ele não me escuta muito, então desisti.

Tenho um irmão mais velho, ele tem 17, o nome dele é Christopher e é muito bonito, fazer o quê, ninguém mandou ele ser meu irmão (brincadeirinha). Ele é até legal comigo, não brigamos muito, temos uma relação estável. Meu irmão é músico, um grande músico. Ele é até educado e está solteiro, a garota que ficar com ele vai dar sorte.

Acho que a educação que temos hoje é graças aos nossos pais, ele nunca nos prenderam muito e sempre confiaram em nós, o que facilita na relação “pai e filho”, e nós também facilitamos, é fácil não ser desobediente com muitas regras, mas da mesma forma que é fácil pra eles dizerem sim é fácil dizerem não.

Sou esforçada na escola, e tenho um relacionamento muito serio com Deus, Ele além de Pai é também um amigo, o que ajuda muito. Apesar de ter um estilo diferente, e sem muitas regras dentro e fora de casa, eu e meu irmão fomos criados dentro da casa de Deus, o que quero que aconteça quando eu tiver filhos e nossa ainda ta longe (risos).

Daqui a alguns dias vou pra um acampamento da minha igreja, e estou muito animada, vão pessoas de várias nacionalidades diferentes, acho que serão três semanas muito abençoadas, vai ser um acampamento com

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momentos pra Deus e para diversão, para conhecer pessoas novas. Mas sei também que muitas pessoas vão me rejeitar por ter um estilo diferente, mas assim pelo menos vou poder saber quem serão aqueles indicados a verdadeiros amigos.

Capítulo 4: Odeio Acampamentos

Já estou no acampamento, chegamos agora vamos tomar banho e dormir, pois amanhã tem varias gincanas e cultos (que por coincidência eu acho bem chato!). Têm muitas pessoas aqui, uns meninos que ficam jogando bola, uma menina de cabelo colorido, azul, meio estranho... AH! Ia me esquecendo das monitoras: são umas mulheres chatas que ficam enchendo seu saco, vigiando você e seus mínimos movimentos.

Já estou saindo do banheiro, vou me arrumar, tomar um lanche e dormir.

A sirene já bateu e era hora da tortura dessas camas horríveis e eu nem trouxe minha máscara facial, não coube na mala, eu ia trazer duas malas só que não pode. AFF... As luzes se apagaram, lá fora está um escuro danado.

Estava morrendo de sede, eram 2 horas da manhã, fui beber água, não dava para esperar.

__AHHHHHH! Olha por onde você anda menina!

__Desculpa, é que tá "meio" escuro, e não dá pra ver nada. - disse Jhennipher.

__Desculpe a curiosidade, mas o que você está fazendo aqui as altas horas da noite?

__Eu vim no banheiro e você? - disse ela sem parecer preocupada.

__Eu vim beber água.

__Você já conheceu alguém legal no acampamento?

__Acho que na verdade você é a primeira que fala comigo.

__Ah, eu também, é que as pessoas me ignoram pela minha aparência, pelo menos você não, ah os meninos são legais, depois se quiser eu te apresento.

__Gostei do seu cabelo! - o cabelo dela era azul, muito diferente, legal- é diferente!

__Ah, nem todo mundo gosta - ela disse dando um sorrizinho bonitinho.

__Acho que vou ir dormir, estou muito cansada, e amanhã tem um dia cheio de gincana.

__É mesmo, tomara que a gente fique na mesma equipe Até amanhã, no café.

__Até.

__Ah antes que eu me esqueça, qual o seu nome?

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__Monroe, Jhennipher Monroe e você?

__Gold, Bianca Gold.

A Jhennipher é legal, com um estilo bem diferente do que estou acostumada, mas legal. Tomara que a gente fique na mesma equipe na gincana amanhã, porque eu não conheço ninguém aqui ainda, e ela pode ser um escape para eu conseguir me enturmar.

No dia seguinte começou a gincana, e fizeram a divisão de equipes, dividiram em quatro equipes: Água, Terra, Fogo e Ar. Eu fiquei na equipe fogo, e graças a Deus a Jhennipher ficou também, e os meninos de quem ela falou também ficaram na mesma equipe. A primeira tarefa era um jogo de futebol de sabão, misto, com meninas e meninos do mesmo time.

Capítulo 5: Super-Acampamento

Enfim cheguei ao acampamento e já fui jogar bola com uns meninos que conheci no ônibus durante a viagem, como sempre ARRASEI no futebol, meu time ganhou de lavada 4x1, depois do jogo, na hora que eu fui tomar banho passei perto do bebedouro da ala das meninas, vi duas meninas conversando e 'talz', uma era tão, mais tão patricinha que dá vontade até de vomitar olhando aquela coisa andando, parece até que a bunda dela vai cair, mas a outra, MEU DEUS, que menina viu um avião! Nunca vi uma menina tão bonita igual ela, o cabelo dela era um pouco estranho, mas muito 'massa', era azul, os olhos castanhos claros, tomara que amanhã eu crie coragem de ir até ela pra gente conversar.

Depois que tomei meu banho, desfiz as malas e fui direto pra cama, antes dos outros meninos, porque eu amo ficar na última cama do beliche.

No outro dia já começamos a gincana, e por minha sorte todos os meninos com que eu fiz amizade e a menina, que eu ainda não sei o nome, ficaram na minha equipe, a equipe fogo. O primeiro jogo da gincana foi futebol de sabão, estava muito bom, disputado pela a equipe fogo e a equipe água. Meu time ganhou como sempre e enquanto isso eu nem conversei com a menina dos cabelos azuis.

Capítulo 6: Chegando ao acampamento

O tão esperado acampamento chegou, só levei o básico na mala, não preciso de muito luxo, não acho muito necessário, mas não só básico do tipo: escova de dente e fio – dental.

Esse acampamento tem tudo pra ser muito bom, e também adoro ir a acampamentos da igreja não só pela diversão igual muitas pessoas, mas também pelas oportunidades de passar momentos maravilhosos com Deus.

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Dentro do ônibus acabei não conhecendo ninguém, mas tudo bem, que venham as amizades certas na hora certa.

Eu tenho certeza que a gincana vai ser muito boa, já que gosto muito d4e atividades ao ar livre, como futebol, vôlei (que eu me destaco), e etc.

Eu nem gostava muito de futebol, comecei depois que eu comecei a torcer pro meu time de coração, o Corinthians (TODO PODEROSO TIMÃÃÃO), afinal, minha família roda é corintiana, graças a Deus, imagina se fosse são paulinos. Mas até que me dou muito bem com são paulinos, meu ex era, mas agora só quero namorar quando Deus me der à luz de que é o garoto certo, porque o último me magoou muito, mas hoje somos amigos, porém confesso que ainda gosto muito dele.

Voltando ao assunto do acampamento; eu conheci uns meninos que estavam jogando futebol hoje, eles são super gente boa, só que vieram mais pela diversão. Não conheci todos, tinha um lá que eu queria muito ter conhecido, ele é muito lindo, tem olhos azuis, mas não simples azuis, são azuis como eu nunca vi antes. Apesar de ainda gostar do menino que me magoou, quero conhecer esse, ele parece ser legal.

Eu já desfiz as malas, e peguei um beliche legal, não fiquei em baixo, ainda bem! Porque é muito ruim. Toda hora alguém subindo e descendo, incomoda. Eu procuro ficar mais quieta, sem essa agitação, pois sei bem o quanto isso é chato.

Ah! Conheci uma menina suuuper patricinha hoje quando fui ao banheiro. Apesar de ser patricinha ela aparenta ser legal pela rápida conversa que tivemos, o nome dela é Bianca Gold. Ela é meio metidinha, mas acho que acabaremos sendo amigas neste acampamento, e a cara dela já me disse que ela não é muito fã de acampamentos, principalmente de igrejas, eu sei que ela vai mudar de ideia, sempre mudam.

No dia seguinte fora fazer a divisão das equipes por causa da gincana, fiquei na equipe fogo, a mesma da Bianca e dos meninos que eu conheci no futebol.

A primeira prova que recebemos foi futebol de sabão; É muito legal. A gente acabou vencendo, o nosso time era muito forte.

Capítulo 7: Acampamentos não são tão ruins!

(alguns dias depois)

Já estamos no penúltimo dia do acampamento, ainda é cedo, porém já levantei para arrumar minhas coisas, porque hoje vai ter uma trilha numa mata aqui perto. Depois que vim para esse acampamento mudei de opinião sobre várias coisas que falei sobre acampamentos, as pessoas são legais tem varias coisas interessantes. Vou arrumar a minha mochila para a trilha, na verdade é uma caça ao tesouro das equipes de gincanas, enfim, é a última atividade que vamos fazer antes do encerramento. Não posso esquecer-me de colocar os

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sanduíches naturais dentro da minha mochila, pois vamos passar a tarde toda na trilha, voltaremos ao entardecer por isso vou levar minha blusa de frio. Ah os meninos estam aqui na ala das meninas eu fiz amizade com todos eles, inclusive conheci um menino supergente boa o Gabriel, ele é muito engraçado, apresentei ele para a Jhennipher acho que vai rolar um clima...

Não posso me atrasar o pessoal está me chamando e as monitoras já estão enchendo a paciência, não aguento mais essas monitoras que ficam mandando em mim, nem minha mãe consegue por ordens! Imagina se elas vão conseguir! Já são 08h30min: a gente vai sair para a caça ao tesouro às 09h.

Capítulo 8: A fantástica caça ao tesouro!

Hoje é o penúltimo dia do acampamento, e vai ter uma caça ao tesouro em uma trilha aqui perto, amo caças ao tesouro, vai ser muito empolgante.

Faz tempo que eu não faço trilha, nem sei qual foi a última que fiz. E a trilhar é o melhor local que eles poderiam ter escolhido pra caça ao tesouro.

Mudando de assunto, eu finalmente conversei com a menina de cabelo azul. O nome dela é Jhennipher Monroe, ela é super legal, gente boa, e não sei não, mas eu acho que ela também sentiu uma quedinha por mim, também quem não se apaixona por um menino que nem eu. E outra coisa, a menina que eu pensava que era patricinha chata, ela é super legal, porém é um pouco patricinha ainda, ela me contou que antes odiava acampamentos, no entanto depois desse acampamento mudou totalmente de idéia, isso é bom, fico feliz.

Agora vou arrumar minhas coisas na mochila para a trilha. Os monitores falaram pra gente levar blusa de frio, porque vamos voltar ao entardecer.

Preciso ir preparado pro que der e vier como minha mãe sempre diz: ‘’ melhor prevenir do que remediar’’.

Capítulo 9: atividade ao ar livre

Estamos chegando ao fim do acampamento, o que é uma pena. A última prova da gincana que vamos ter é a caça ao tesouro numa trilha perto do acampamento, mas apesar de perto é fácil se perder lá dentro, por isso temos que tomar cuidado.

Estou muito animada com a trilha, sou muito competitiva, o que me atrapalha muito às vezes, porque não vejo o que está bem na cara.

Apesar de nossa equipe estar com pontos na frente, não sei se vamos ganhar essa prova, é a mais difícil.

Uma coisa eu sei: a gente vai batalhar pela vitória. E para isso vou ter que equipar minha mochila para o der e vier; com comida, blusa de frio (porque vamos voltar ao entardecer), bastante água lanterna, etc.

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Minha equipe é até forte, mas acho que para essa atividade é meio lenta.

Ah, até ver a Bianca fazendo isso. Ela é minha amiga, mas todo mundo sabe que ela é fresca.

Ah acho que ta rolando uma boa amizade entre nós (eu, Bianca e Gabriel).

Eles são divertidos, e eu gosto de estar do lado deles. E quanto ao Gabriel, não vou contar ao Gabriel que estou afim dele, porque não pode rolar nada sem aprovação de Deus, dos meus pais e eu preciso querer muuuuito, bem não estou amando, estou afim, gostando. Existe uma grande diferença.

Vivo perguntando pra Deus o que eu faço, vai ver ele gosta de mim e eu machuco os sentimentos dele... Já passei por isso e não quero que outra

pessoa passe. Mas o que vai acontecer no futuro só Deus sabe.

Capítulo 10: SOCORRO!

Estamos na caça ao tesouro mais até agora nosso grupo não achou nenhuma pista. Estou desesperada procurando as pistas, mas parece que meu esforço não está adiantando. Achei que a caça ao tesouro seria legal, pois eu conheço os meninos e iria ser emocionante, porém está um desastre nosso grupo está super lento:

__Gente, as pistas não estão aqui não. É um lugar muito na cara, não esconderiam o tesouro aqui, devem estar mais pra lá- Diz Jhennipher.

__Mas para lá tem muito mosquito, eu tenho muito nojo- Eu disse.

__Por mais que você chega legal Bianca, você não deixa de ser chata, porque você é muito fresca menina! Já estou perdendo a paciência com você- Disse Gabriel.

__Tá, os mosquitos da para agüentar, mas e a lama que tá nessa mata?

__Vamos logo, eu te ajudo, eu te levo no colo sua patricinha!- Disse Gabriel.

Quando eu pisei no chão onde não tinha lama o Gabriel estava super bravo comigo. Eu vi nos olhos da Jhennipher ela estava morrendo de ciúmes. Mas nunca que eu nunca queria namorar com o Gabriel. Eu tenho namorado.

Voltando ao assunto da caça ao tesouro estou muito preocupada. Estamos nos distanciando da nossa equipe, eu, o Gabriel e a Jhennipher estamos muito longe de nossa equipe, aliás acho que nos perdemos, mas não adiantou eu alertá-los, já que eles me acharam preocupada a toa.

__Jhennipher, estamos muito longe vamos voltar. - Disse eu

__Então vai sozinha menina já te falei nos vamos procurar as pistas até achar!- Diz Jhennipher

__Mais Jhennipher acho que ela tem razão- Disse Gabriel.

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__DROGA, dois contra uma. Tá a gente volta. – disse Jhennipher chateada.

Procuramos o caminho de voltar, mas não encontramos, estávamos SUUUPER perdidos!

__Pessoal, olha o que é aquilo, parece uma caverna?- Falou Gabriel super empolgado.

__É, é uma caverna! Vamos lá ver! – Falou Jhennipher mais empolgada ainda que Gabriel.

__Então vamos. Estou com muito frio, mesmo usando blusa de frio.

Ao chegarmos lá estava quentinho. Então Gabriel falou:

__Vamos ter que dormir aqui, lá fora está muito frio. Amanhã bem cedo procuraremos o caminho de volta.

__Pessoal lembrei eu trouxe um GPS na minha mochila. Vamos voltar logo – eu disse exibindo meu GPS.

__Você está louca! Temos que passar a noite aqui, onde tem água e está quente, lá fora está um frio - Diz Gabriel como se fosse o dono da verdade.

__OPA! Pera aí, nossa Deus! Que tipo de louca traz um GPS pra fazer trilha? – a Jhennipher disse encabulada.

__O tipo da Bianca. – disse Gabriel rindo, começamos todos a rir juntos.

Depois eu fui deitar e percebi que o Gabriel e a Jhennipher ficaram conversando, mas isso já é entre eles.

Capítulo 11: A trilha inesquecível

A caça ao tesouro já começou, mal dormi a noite pensando nessa caça ao tesouro.

Na minha opinião a nossa equipe é a equipe mais devagar, os meninos dispararam na frente e eu como sou cavalheiro, fiquei esperando as meninas, a Bianca e a Jhennipher, a Bianca não para de reclamar, ela tem nojo até de mosquito, sem falar que ela tem nojo de lama também, peguei-a no colo porque senão nós íamos ficar lá até o ano que vem, que frescura, agora a Jhennipher já é bem aventureira, amo meninas desse jeito, sem frescurinhas, hoje ela está mais linda do que antes.

Meus braços estão doendo de tanto carregar a Bianca, ela não é pesada, mas andar pela mata, quase tropeçando em troncos já é difícil e ainda mais segurando uma menina. Eu acho que nós estamos muito longe da nossa equipe, e já está escurecendo, a Bianca também está preocupada e não para de reclamar de frio. Nós estamos tentando achar o caminho de volta mas não estamos conseguindo porque já está muito escuro, eu acho que devemos procurar uma caverna, ou algo parecido para passarmos a noite.

De repente, olho pro lado e vejo uma caverna, então eu falo com as meninas:

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__Pessoal, olha o que é aquilo, parece uma caverna?

__É, é uma caverna... Vamos lá para vermos- Diz Jhennipher.

__Então vamos. Estou com muito frio, mesmo usando essa blusa de frio- disse Bianca.

Chegamos à caverna, aqui está super quentinho e temos água, comida, tudo que precisamos, e mesmo assim a Bianca acha que a gente deve voltar e achar o acampamento, mas eu sei que é muito perigoso há essas horas, então não vou deixar ela voltar, o bom disso tudo é que a Jhennipher está sempre do meu lado, em tudo, até quando a Bianca fica com suas doiduras ela fica do meu lado.

Eu e a Jhennipher ficamos até ao amanhecer conversando, mas tinha que ser bem baixo, porque a Bianca já estava dormindo, antes eu não gostava da Bianca de jeito nenhum, mas agora ela está melhorando, está obedecendo minhas propostas, mais voltando ao assunto, amanhã da manhã vou fazer uma surpresa pra Jhennipher.

Capítulo 12: Aventura inesperada.

Quando iniciamos a caçada estávamos todos muito empolgados, só que fomos desanimando um pouco quando vimos que não encontraríamos nada tão cedo, só que pelo meu espírito de competição não deixei ninguém desistir.

A equipe infelizmente estava cada vez mais lenta. E com isso estávamos cada vez mais aflitos e preocupados em achar alguma coisa.

Quando resolvemos ir procurar de outro lado, porque ali não estava funcionando, a Bianca resolveu mostrar suas frescuras de novo:

__Gente, as pistas não estão aqui não, é um lugar muito na cara, não esconderiam o tesouro aqui, devem estar mais pra lá – eu disse.

__Mas pra lá tem mosquito, eu tenho muito nojo – disse a fresca da Bianca.

__Por mais que você seja legal Bianca, você é muito fresca menina! Já estou perdendo a paciência com você – disse Gabriel.

__Tá, os mosquitos dão para agüentar, mas e a lama que está nessa mata?

__Vamos logo, eu te ajudo, eu te levo no colo, sua patricinha! – disse Gabriel.

O Gabriel a levou no colo, nossa que folgada! Porque ninguém me carregou também? Eu já estava cansada de procurar.

Fomos procurando e procurando, mas quando percebemos tínhamos nos afastado do restante do grupo, e estávamos completamente perdidos, mas

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eu ainda queria concluir a tarefa, só que em uma guerra de dois contra um, eu perdi:

__Jhennipher, estamos muito longe, vamos voltar? – disse Bianca preocupada.

__Então vai sozinha! Vamos procurar as pistas até achar! – eu persisti.

__Mas Jhennipher acho que ela tem razão – disse Gabriel.

__DROGA, dois contra uma. Ta a gente volta – eu disse perdendo a razão.

Ficamos procurando o caminho de volta, mas só encontramos mato e mais mato, até o Gabriel descobrir uma caverna, onde resolvemos nos abrigar, pois estava muito frio.

Mas a Bianca disse que tinha levado um GPS, mas porque ela não avisou antes, e que tipo de gente leva um GPS pra fazer trilha? Eu hein? Só que resolvemos ignorar o GPS pelo menos por enquanto e dormir por ali mesmo.

Depois que a Bianca foi deitar, eu e o Gabriel ficamos conversando até o amanhecer, foi ótimo, a gente não se conhecia muito então, tinha muito assunto.

Capítulo 13: Enfim voltamos!

Já amanheceu são 6 h da manhã, mas já estamos procurando o caminho de volta, na verdade já estamos chegando, sabia que o meu GPS não ia ser em vão.

Graças a Deus chegamos e avistamos o ônibus do acampamento.

Ah... Eu ia me esquecendo: O Gabriel pediu a Jhennipher em namoro, só que ela recusou, eu estava espionando os dois. Pensei que os dois acabariam juntos, mas ficaram só amigos. Nada como uma grande amizade né?!

Chegamos no acampamento, na hora em que o ônibus estava quase saindo, as monitoras já tinham até chamado a polícia, estavam super preocupadas, minha avó e meu namorado foram até o acampamento e já estão até chorando, agora que me viram bem.

Quero ir a acampamentos, o Gabriel e a Jhennipher me mostraram que quando se olha algo com a mente aberta pode dar certo. Por isso hoje temos essa aventura que poderei contar com emoção. O acampamento acabou, no entanto espero que nossa amizade dure por muito tempo! (continua...)

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Capítulo 14: Voltamos são e salvos! Acordamos bem cedinho, dizendo a Bianca que são 6 h da manhã, a

Jhennipher acabou de acordar, e eu acabei de pedi-la em namoro, e para o meu azar ela não aceitou!

Ela deu seus motivos e ‘talz’, e o principal foi: a gente estar em um acampamento da igreja, e nós ainda não falamos com o pai dela, resolvemos tomar fôlego pra poder procurar o caminho de volta, só que dessa vez vamos usar o GPS da Bianca.

Achamos o acampamento! O ônibus já está quase saindo, todos estão preocupados com a gente, a mãe e o namorado da Bianca estão aqui, estão até chorando de alegria, esse foi um dos meus acampamentos preferidos, eu disse pra Jhennipher, ela respondeu com um sorriso enorme, que foi o preferido dela também e logo depois eu, ela e Bianca nos abraçamos despedindo- nos.

O acampamento acabou, no entanto espero que nossa amizade dure por muito tempo! (continua...)

Capítulo 15: De volta ao acampamento.

De manhã o Gabriel me pediu em namoro o que foi uma surpresa, mas eu

recusei. Penso que não estou preparada pra um relacionamento agora, e ele ainda nem conversou com meu pai. Então resolvemos ser amigos, acho que ele compreendeu meus motivos.

Pegamos o GPS da Bianca e conseguimos encontrar o caminho de volta para o acampamento. E quando chegamos lá o ônibus estava quase saindo e encontramos o namorado da Bianca e sua avó aos prantos de felicidade por vê-la bem, sã e salva.

Nossa! Acho que essa foi a maior aventura que já vivi com certeza uma aventura que poderei contar aos meus netinhos daqui a... MUITOS ANOS!

Eu sempre gostei de acampamentos, mas esse foi o melhor de todos e sei que tudo foi por DEUS E COMO Deus planejou.

A gente com certeza deve ter perdido a gincana, mas vivemos o que outras pessoas não viveram. Uma monitora disse que minha mãe estava preocupada, porque ligaram pra ela imediatamente depois do nosso sumiço. Mas ela disse isso em particular, acho que o Gabriel e a Bianca nem ficaram sabendo.

Depois eu, a Bianca e o Gabriel nos despedimos com um abraço bem apertado. O acampamento acabou, porém espero que nossa amizade dura por muito tempo!

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Isabelle Cristyne

Com treze anos estou decidida a ser perita. Gosto de escrever e a inspiração que tive para criar Jhenipher foi eu mesma, Jhen se parece muito comigo, como eu é um pouco anormal, mas também é temente à Deus e decidida. Sempre tive vontade de ter o cabelo azul por isso a personagem tem, se eu pudesse ser ela, eu seria.

Meu nome é Kêmilly, tenho 13 anos. Nesse livro eu adquiri muitas experiências como: trabalhar em conjunto, fazer com que todos os capítulos tivessem uma sequência lógica, o que foi muito difícil!

Só depois disso pude perceber que não é fácil ser um escritor, o contrário do que eu pensava. Espero que você tenha goste do nosso livro. Beijos ;)

Marianna Carrilho Silva, tenho 13 anos e este é o meu primeiro livro, achei a experiência muito legal principalmente porque interagi durante a produção com duas colegas. Amo ler livros no meu tempo livre. Sonho em ser advogada, e estudo bastante par que esse sonho se realiza

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Sâmia Mina

Meu nome é Sâmia Mina, tenho 13 anos, eu estudo junto com minha melhor amiga Alicia, estudamos no colégio Pitágoras, por coincidência moramos na mesma rua, a gente vai e volta da escola juntas, sempre quando há uma viagem uma chama a outra.

Nossas mães são muito amigas, por isso a gente sempre dá uma escapadinha, para paquerar, ir ao shopping, comprar roupas e principalmente estudar. Eu e Alicia vivemos muitas coisas legais, uma coisa muito engraçada que aconteceu foi quando fomos fazer trilha e nos perdemos; para não acontecer nada, entramos em uma caverna e ficamos lá; a Alicia ficou com muito medo e ficou fazendo perguntas muito estranhas: Será que vão nos encontrar? Será que vamos morrer? Será que...?

Não aguentei e mandei-a calar a boca, porque ela estava me deixando com medo, saímos da caverna e então conseguimos voltar para junto da turma.

Alicia

Meu nome é Alicia, tenho 13 anos, estudo na escola Pitágoras, a mesma que a minha melhor amiga Sâmia, por coincidência moramos na mesma rua, vamos todos os dias para a escola juntas.

Nossas famílias são muito amigas. Todos os finais de semana passamos juntas, a Samia praticamente é meu diário, quando quero desabafar é pra ela que eu vou correndo, ou até mesmo ligo, resumindo: ela é quem me dá a maior atenção do mundo.

Minha família, é assim: moro com minha mãe e meu pai, sou filha única; isso às vezes é muito bom porque fico sozinha em casa enquanto meus pais estão trabalhando, e fico sem alguém para conversar: essa é uma das partes ruins de ser filho único.

Na escola

Segunda - feira tem sexto horário, às vezes é muito chato, mas quando a Alicia está junto nada fica ruim, porque ela me faz companhia. Odiamos a professora de Português ela é muito chata; rimos da cara dela a aula inteira. Às vezes até fugimos

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desta aula. Ficamos vagando pela escola, tomando cuidado pra não sermos pegas. Eu e Alicia sentamos no fundo: lá é muito bom; rimos muito das palhaçadas que os meninos fazem.

Na hora do recreio é muito legal a gente enrola pra comprar lanche. Conversamos muito, rimos e desabafamos uma com a outra. Tem dias que os professores estão nervosos então a aula fica muito chata; eles chamam a atenção dos meninos que ficam fazendo bagunça, toda hora.

No colégio

Todo ano aqui no colégio acontece um acampamento.

São formadas duplas para as brincadeiras que acontecem lá.

É muito bom estar em um acampamento desses, ainda melhor quando a Sâmia e eu ficamos de dupla: festas, apuros e brincadeiras. É tudo muito bom!

Nós duas nos divertimos bastante apesar de tudo. Em todos os meus momentos bons ou ruins, a Sâmia está sempre ao meu lado. Espero que, mais este ano fiquemos juntas de novo!

Valentina Scroff

Meu nome é Valentina Scroff tenho 13 anos, estudava no colégio Rio Branco em Porto Alegre.

Agora vou me mudar para o Rio de Janeiro e irei estudar no colégio Pitágoras onde vou fazer o 8° ano.

__Tudo bem! Eu sou Alicia e essa e Sâmia. Bem vida a nossa escola onde estudava antes?

A Sâmia iniciou um interrogatório: onde você morava? Estudava onde? Tem quantos anos?...

Então fui contando resumidamente minha história que vocês já sabem.

Depois as duas contaram-me tudo sobre a escola, inclusive sobre um acampamento hiper legal que estava prestes a acontecer; fiquei empolgadíssima.

Acampamento

Já se passou um mês, e o acampamento começa amanhã. Estou muito ansiosa, eu não sei o que colocar na mala. Minha mãe fica gritando para andar logo, pois tenho que ir dormir, já que amanhã tenho aula bem cedinho, quando saberemos o resultado das duplas e iremos para o acampamento, mas acho que dessa vez não vou fiar com a Alicia.

Chegou o grande dia!

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__Bom dia, alunos! Diz a diretora

__Hoje vamos informar os nomes das duplas que irão para o acampamento!

__João e Maria, Claudia e Felipe, Anna Lara e Marcos, Valentina e Alicia, Samia e Mariana, Joana e Carlos, Fátima e Daniel, etc.

Nesse momento estou a caminho do ônibus para o acampamento. Entrei no ônibus e fiquei pensando: Será que vou conversar com a Alicia sobre as duplas?Acho melhor não falar nada porque ela está muito estranha comigo devido à novata Valentina.

Dia do acampamento

Chegamos ao lugar do acampamento, e muito bom e agradável.

Segundo-dia...

Acordamos cedo e tomamos café todos juntos, foi muito divertido, mas agora temos que ir para a primeira brincadeira; a professora escolheu mais de duas meninas para a minha dupla na brincadeira de hoje!

Além de Valentina e eu, Sâmia e Mariana vão participar conosco, apesar da Samia estar diferente comigo, tudo bem eu vou aguentando.

A brincadeira era a seguinte teríamos que fazer uma trilha dando a volta por todo o percurso. Então rapidamente pegamos nossas coisas e fomos, quando eu estava dentro da caverna escorreguei com minhas coisas e cai diretamente em um buraco, comecei a gritar a Valentina, só que ela não conseguiu me puxar; então chamei Sâmia e Mariana ,apenas quem deu conta foi a Samia que me puxou para fora ate que eu sai.Foi um sufoco naquele momento vi que se Samia não estivesse eu ficaria presa ate não sei quando.

Abracei-a bem apertado e disse:

__Muito obrigado por me salvar dessa amiga, te amo!

Voltamos para o acampamento, mas eu ainda estava ruim, arranhei um pouco, mas nada grave.

Amanhã, terça-feira,já estarei voltando para casa, espero estar bem melhor, agora que minha amiga Sâmia esta perto de mim estou bem melhor.

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Finalmente terça-feira: Estou arrumando minhas malas para ir embora do acampamento; louca para chegar em casa e dormir na minha cama.

Espero que eu nunca mais tenha uma briga com minha melhor amiga, porque depois disso ela me perdoou de tudo e agora, Samia, Valentina e eu seremos ótimas amigas.

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Anna Lara

Me chamo Anna Lara, tenho 14 anos curso o 8º ano, estudo na Escola Evangélica Adonai. Esse e meu primeiro livro sendo feito, gostei muito da experiência, mas dá muito trabalho, espero que gostem da minha história!

Ingrid Costa Meu nome e Ingrid Costa tenho 13 anos e estou

cursando o 9°ano, e estudo no Colégio Adonai adorei a experiência de ser autora por um dia espero, que gostem, pois não tenho muita experiência por que e meu primeiro livro.

Isadora Estéphane

Para mim, no início seria impossível realizar essa tarefa, mas o que pode ser difícil para amigas determinadas como nós? E aqui está a prova, conseguimos!