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MANUALBOAS PRÁTICASPARA CULTURAS EMERGENTES

A CULTURA DA BATATA-DOCE

Pensar Global,pela Competitividade,Ambiente e Clima

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A CULTURA DA BATATA-DOCE

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Ficha técnica

Título: Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes

A Cultura da Batata-Doce

Autor: Associação dos Jovens Agricultores de Portugal

Lisboa | 2017

Grafismo e Paginação: Miguel Inácio

Impressão: GMT Gráficos

Tiragem: 250 ex.

Depósito Legal: 436269/18

ISBN: 978-989-8319-23-4

Distribuição Gratuita

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Índice

Introdução

1 - Origem

2 - Taxonomia e Morfologia

3 - Requisitos Edafoclimáticos

3.1 - Clima3.1.1. - Temperatura3.1.2 - Precipitação

3.2 - Solos

4 - Ciclo Biológico

5 - Tecnologias de Produção

6 - Sistemas de Produção

7 - Material Vegetal7.1 - Variedades7.2 - Produção de Rama

8 - Particularidades do Cultivo

8.1 - Escolha da parcela8.2 - Preparação do terreno8.3 - Plantação8.4 - Desenho da plantação8.5 - Fertilização8.6 - Rega

9 - Pragas e Doenças

10 - Colheita

11 - Cura

12 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

Bibliografia

Pensar Global, pela Competitividade, Ambiente e Clima

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Introdução

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Introdução

No âmbito da candidatura �Pensar Globalpela Competitividade, Ambiente e Clima�,inserida na operação 2.1.4 � Ações de infor-mação, com o objetivo de reunir, divulgare disseminar informação técnica, organiza-cional e de mercados, valorizando oambiente e o clima, foi definido como metaa elaboração de um conjunto de elementosnos quais se inclui o presente �Manual deBoas Práticas para Culturas Emergentes�.

Este manual, a par dos outros elementosprevistos neste projeto, visa dotar os agen-tes do setor agrícola, em particular osassociados da AJAP, de um conhecimentomais aprofundado sobre 15 culturas emer-gentes aliadas às boas práticas agrícolas.

A cultura da batata-doce insere-se noreferido conjunto de culturas consideradasemergentes, o qual foi aferido através darealização de inquéritos a nível nacional, porparte dos técnicos da AJAP, junto de organis-mos e instituições de referência do setor,tendo em conta a atual conjuntura, ou seja,considerando as culturas que se destacampela componente de inovação aliada à renta-bilidade da exploração agrícola, aumentan-do assim a competitividade do setor.

Para a elaboração deste manual, foramconsultadas diferentes fontes bibliográficas,bem como produtores e especialistas quecontribuíram de forma determinante paraa valorização da cultura da batata-doce.

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1 - Origem

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1 - Origem

A batata-doce é uma cultura originária daAmérica do Sul e Central, existindoevidências do seu uso há mais de dez milanos em cavernas do vale de Chilca no Peru,obtidas com base em análises de batatasdoce secas encontradas, e na AméricaCentral, através de escritos arqueológicosdescobertos na região ocupada pelos Maias.

A batata-doce foi introduzida na Europa nofinal do século XV aquando do regresso deCristóvão Colombo, após a descoberta daAmérica. Posteriormente foi levada pelosportugueses para Angola, Moçambique,Índia e Timor, disseminando-se peloscontinentes africano e asiático.

Atualmente o maior produtor de batata--doce é a China com 91% da produção mun-dial, seguindo-se a Nigéria que representaapenas 2% da produção mundial.

Em Portugal, a batata-doce é uma culturaem expansão. Segundo dados do INE, em2014 o aumento de área plantada face a2012 foi de 12%, que correspondeu a um au-mento de produtividade de 13%. As zonasde Portugal onde existe maior concentraçãoda produção de batata-doce é a zona doParque Natural Sudoeste Alentejano e CostaVicentina, existindo em Aljezur uma varieda-de com Indicação Geográfica Protegida.

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2 - Taxonomia e Morfologia

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2 - Taxonomia e Morfologia

A batata-doce pertence à ordem das Convol-vulaceae, género Ipomoea e espécie Ipomabatatas L.. É uma planta perene, mas cultiva-da como anual, sendo uma cultura consi-derada rústica, por apresentar uma granderesistência a pragas e pouca resposta à apli-cação de fertilizantes.

O caule da planta da batata-doce é cilíndricoe o seu comprimento varia consoante o tipode crescimento da variedade e a disponibi-lidade de água no solo. Em cultivares ere-tas o caule pode atingir cerca de 1 m de altu-ra e nas variedades prostradas pode atingirmais de 5 m de comprimento. Existem tam-bém variedades que podem apresentarcaules com características combinadas. Acor do caule também difere consoante avariedade, podendo variar entre verde avermelho-arroxeado em função daquantidade de antocianinas.

As folhas da cultura de batata-doce sãosimples, alternadas e largas, com formato,cor e recortes variáveis. O formato pode va-riar entre arredondada, reniforme, cordifor-me, deltoide ou hastada. O recorte podevariar entre superficial e muito lobado,podendo ter entre 3 a 7 lóbulos. A cor dafolha pode variar entre o verde amarelado,verde ou com pigmentação roxa em parteou completa, existindo variedades cujasfolhas são inicialmente roxas e, com amaturação, ficam verdes.

A batata-doce apresenta uma inflorescênciadefinida bípara, com flores hermafroditas,mas de fecundação cruzada. A floraçãopode ser nula, pouco ou muito abundanteconsoante a variedade, produzindo floresroxas no interior e brancas no exterior dapétala. Desde a fertilização da flor até àdeiscência do fruto decorrem cerca de seissemanas.

Morfologia da Planta de Batata-doce

Fonte: Adaptado de Huaman, 1992

Rebento Apical

FlorFolhas

Inflorescência

Frutos

Entrenó

Caule Principal

Raiz Lenhosa

Caule Secundário

Raízes TuberosasRaízes Fibrosas

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O fruto da planta de batata-doce é umacápsula mais ou menos esférica, pubescenteou glabra, com uma ponta terminal e de corcastanha ou preta após a maturação.

A batata-doce apresenta um sistema radi-cular profundo (75 a 90 cm) e ramificado,permitindo-lhe explorar um maior volumede solo e absorver água em camadas maisprofundas, apresentando dois tipos deraízes: raízes absorventes, responsáveis pelaabsorção de água e extração de nutrientesdo solo e raízes tuberosas ou de reserva,que correspondem à parte da planta cominteresse comercial, devido à sua concentra-ção de amido e outras reservas nutritivas.

O tamanho e formato das raízes tuberosasvaria principalmente de acordo com acultivar e o tipo de solos, podendo ser influ-enciados por outros fatores. O formato émuito variável, podendo ir desde umaforma mais redonda e regular a uma formalonga e irregular. A cor da epiderme variado branco ao roxo, enquanto que a cor doparênquima varia entre as cores branca,creme, amarela e laranja, com intensidadee pigmentação diferentes, consoante asvariedades e condições ambientais.

Morfologia das raízes tuberosas

Fonte: Adaptado de Huaman, 1992

Morfologia Externa

Extremidade ProximalGomos Adventícios

Extremidade Distal

Haste de Raíz

Rama

Nódulo

Morfologia Interna

Anel Vascular

Córtex

Epiderme

Parênquima Central

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

3.1 - Clima

A batata-doce é uma cultura tropical quepode ser plantada em regiões até 40o delatitude, tanto para Norte como para Sul, ealtitude até 2.700 m acima do nível do mar.No entanto, os melhores rendimentos decolheita são em zonas muito húmidas, comgrande exposição solar, temperaturasmédias de 20oC durante pelo menos 4meses. Em regiões de clima temperado esujeitas a geadas, a batata-doce deve serplantada pelo menos cinco meses antes deocorrerem as primeiras geadas.

Os principais requisitos climáticos queafetam o rendimento e a qualidade da cul-tura são a temperatura e a precipitação.

3.1.1 - Temperatura

A batata-doce é uma cultura provenientede regiões com temperaturas elevadas,sendo a sua temperatura ótima de cresci-mento entre 20 e 30oC, beneficiando, con-tudo de temperaturas noturnas entre 15 e20oC. As temperaturas noturnas promo-vem o crescimento das raízes de reserva ea produção de amido, enquanto que as tem-peraturas elevadas durante o dia promovemo crescimento vegetativo e a produção deaçúcar. Para temperaturas inferiores a 10 oC,

o crescimento da planta é retardado poden-do estagnar, diminuindo a respetiva produ-tividade.

3.1.2 - Precipitação

A cultura da batata-doce tem uma boaprodução em regiões com uma precipitaçãomédia anual de 750 a 1.000 mm, sendonecessário cerca de 500 a 600 mm durantea fase de crescimento. Esta cultura, porém,não tolera o encharcamento, formandoraízes tuberosas finas e alongadas quandohá excesso de humidade no solo.

3.2 - Solos

Para o cultivo de batata-doce devem serutilizados solos leves, arenoargilosos, soltos,bem estruturados, com média ou alta fertili-dade, bem drenados e com bom areja-mento. Apesar da batata-doce conseguirdesenvolver-se em qualquer tipo de solos,as condições mencionadas facilitam ocrescimento lateral das raízes, evitando aformação de batatas tortas ou dobradas.As operações de colheita são também favo-recidas nestes solos, permitindo o arranquedas batatas com menor índice de danos.

O excesso de matéria orgânica, azoto ehumidade provocam um aumento da multi-plicação das ramas e uma diminuição naformação de raízes de reserva. Esta é umacultura com poucas exigências de fertili-

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zação do solo devendo ser plantada emrotação com culturas mais exigentes, demodo a aproveitar os efeitos residuais dafertilização precedente.

A batata-doce é uma planta muito toleranteàs variações de acidez no solo, podendocrescer e produzir em solos com pH de 4,5a 7,5. Contudo o nível ideal de pH para ocrescimento desta cultura está entre 5,6 e6,5.

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4 - Ciclo Biológico

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4 - Ciclo Biológico

O ciclo da cultura varia entre 90 e 240 diasdependendo da cultivar e das condiçõesambientais. Durante o crescimento anualda planta são identificadas três fasesfisiológicas:

A primeira fase, ou fase inicial, ocorredesde a plantação até à formação dasraízes de reserva. Esta fase caracteriza-sepor um crescimento rápido das raízes elento das ramas e ocorre de 40 a 60 dias.

A segunda fase, ou fase intermédia,ocorre desde a formação das raízes tube-

rosas até ao desenvolvimento máximodas folhas. Nesta fase predomina o cres-cimento vegetativo das ramas, ocorre umaumento expressivo da área foliar e inicia--se o desenvolvimento das raízes tubero-sas. A fase intermédia tem uma duraçãode cerca de 60 a 120 dias, sendo que nasua fase final cessa a formação de novasraízes de reserva.

Na terceira e última fase (fase final) preva-lece a tuberização, onde ocorre um rápidoaumento das raízes tuberosas, o amarele-cimento e a queda de folhas velhas, redu-zindo a área foliar. Esta fase acaba nacolheita das raízes e tem uma duração decerca de 45 a 90 dias.

Preparação do viveiro

Plantação

Sementeira

Fase inicial

Fase intermédia

Fase final

Colheita

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Ciclo Anual da Cultura de Batata-doce

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: Mianda et al, 1995; Glória, 2009

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5 - Tecnologias de Produção

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5 - Tecnologias de Produção

A cultura de batata-doce é normalmentecultivada em modo tradicional ao ar livre.As plantas devem ser plantadas ou seme-adas em camalhões com cerca de 25 a 35cm de altura, entre finais de maio e junho.A propagação das plantas deve ser feita emviveiros, entre janeiro e março, podendo--se recorrer a estufas para obter plantasisentas de vírus.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A janela de plantação situa-se entre omês de abril e o mês de julho.Nos camalhões de plantação, distan-ciados em cerca de 1,6 m, as duas linhasde plantas devem ficar com uma distân-cia de 0,45 m, com 0,30 m entre plantasna mesma linha.(André Miranda � Algeruz - Palmela, 2017)

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6 - Sistemas de Produção

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6 - Sistemas de Produção

Em Portugal através do uso de diferentesvariedades e mantendo as condições ótimasde solo, é possível produzir batata-doce du-rante quase o ano inteiro, prolongando aépoca de colheita entre agosto e fevereiro.Este calendário de produção permite queos países europeus exportadores de batata--doce, como a Alemanha e o Reino Unido,possam exportar batata-doce a partir docontinente europeu, durante quase todo oano, não necessitando de importar de paísescomo os Estados Unidos da América.

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País

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7 - Material Vegetal

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7 - Material Vegetal

7.1 - Variedades

A escolha da variedade está diretamenterelacionada com o local, a época de plantio,a adubação, a finalidade de produção e apreferência dos mercados. Em Portugal, avariedade mais comum é a Lira que é umacultivar com Indicação Geográfica Protegidada região de Aljezur. Algumas das muitasvariedades utilizadas são apresentadas naTabela abaixo.

7.2 - Produção de Rama

A propagação de batata-doce pode serfeita por sementeira, divisão de caulesou rebentos, produzidos pela germina-ção de gomos das raízes de reserva ouatravés de estacas retiradas de ramos

vigorosos, devendo ser retiradas daspartes mais recentes do caule, até cercade 60 cm da extremidade. Dessa formaconsegue-se garantir um enraizamentorápido e que a contaminação por pragase doenças seja baixa.

O método mais utilizado é o de germi-nação de gomos das raízes de reserva.Este método consiste em plantar raízesde batata-doce selecionadas da culturado ano anterior. As raízes são enterradascom 10 a 15 cm de profundidade e comum compasso de 50 cm na linha e 60 cmna entrelinha. Durante a fase inicial decrescimento é necessário garantir a pro-teção contra o frio, uma fertilização erega adequadas, e um controlo de pragaspara que as mudas cresçam com qualida-de. Estas raízes produzem vegetaçãoaérea, por rebentação, de onde são de-pois retiradas porções do caule, junto aosolo, com cerca de 25 cm de compri-mento e com 6 a 8 nós, sendo posterior-mente armazenadas à sombra durantedois ou três dias, promovendo a forma-ção de raízes. Após este processo sãoplantadas nos campos. Este processodura cerca de 3 meses e obtém-se rendi-mentos de cerca de 860 mudas/kg debatata-doce, podendo repetir-se a ope-ração de corte a cada 60 dias.

Antes da plantação das raízes no viveiro,pode existir uma operação de pré-ger-minação cujo objetivo é a estimulação

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Lira

Beauregard

Centennial

Covington

Hernandez

Jewel

Murasaki

Nancy Hall

Variedades de Batata-doce

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90-100

90-100

110-120

110-130

110-120

100-110

100-110

Vermelhae Arroxeada

Rosa claro

Laranja

Rosa

Vermelho

Castanhoclaro

Roxo escuro

Laranja claro

Amarela

Laranja

Laranjaescuro

Laranja

Laranjaescuro

Laranja

Creme

Laranjaclaro

Elevado

Elevado

Variável

Elevado

Elevado

Variável

Normal

Baixo

Fonte: Kemble et al., 2006; Saha et al., 2015

Variedade Dias para Pele Interior Rendimento Dias para Maturação

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das plantas à germinação, promovendoo aumento do número de mudas, a velo-cidade de crescimento no viveiro e adiminuição dos custos de produção. Estaetapa consiste na colocação de batatasem câmaras ventiladas com temperatu-ras entre 21 e 27oC e humidade relativade 90% durante 21 a 30 dias.

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8 - Particularidades do Cultivo

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8 - Particularidades do Cultivo

8.1 - Escolha da parcela

A escolha da parcela tem de ter em consi-deração as necessidades de solo, exposiçãosolar e temperatura da cultura da batata--doce. Devem ser escolhidas parcelas emlocais abrigados do vento, com muita exposi-ção solar e solos arenosos.

8.2 - Preparação do terreno

A preparação do solo começa com umalimpeza do terreno, seguindo-se uma araçãodo terreno, a cerca de 30 a 35 cm de profun-didade, e a elaboração de camalhões com20 a 30 cm de altura em solos arenosos (emsolos mais argilosos a altura deve ser supe-rior). Se necessário os solos devem ser fertili-zados de acordo com as análises ao solo eas necessidades da variedade a cultivar.

8.3 - Plantação

A plantação pode ser feita manual oumecanicamente. Na plantação manual faz--se a distribuição das ramas no solo e, emseguida, faz-se um sulco com o auxílio deum sacho, onde é depositada a base darama, enterrando dois a três nós. No final,o solo ao redor da rama é calcado e regado,de modo a facilitar o enraizamento.

Na plantação mecânica é utilizado umplantador que realiza a abertura do rego, écolocada a rama no solo, com o auxílio deuma pinça, e é posteriormente fixadacalcando o solo. Por fim, o plantador temum sistema de rega que após a fixação darama ao solo deixa cair a quantidadenecessária de água para promover oenraizamento.

Como a cultura da batata-doce é muitosuscetível ao frio, só deve ser plantada apartir de maio, quando as temperaturasfavorecem o crescimento das raízes e daparte aérea da planta.

8.4 - Desenho da plantação

O espaçamento da cultura varia consoanteo hábito de crescimento, área foliar, ciclovegetativo, profundidade, extensão e rami-ficação do sistema radicular das variedades,a finalidade da produção, tipo e fertilidadedo solo, local e época de plantio e equipa-mentos disponíveis para as operaçõesculturais. Contudo os espaçamentos maisutilizados variam entre 25 a 40 cm na linhae 80 a 100 cm na entrelinha, obtendo umadensidade média de 35.000 plantas/ha.

8.5 - Fertilização

O solo contém uma diversidade de ele-mentos minerais que as plantas neces-sitam. Quando são insuficientes é neces-sário fornecê-los através da fertilização,

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que tem por objetivo a otimização daprodutividade da cultura.

Na cultura da batata-doce os nutrientescom maior importância são o potássio eo azoto, devendo ser aplicados em quan-tidades ótimas, uma vez que tanto oexcesso como a carência destes nutri-entes tem efeitos negativos na qualidadefinal.

O potássio (K) acelera o crescimento dasfolhas na cultura da batata-doce e pro-move a transferência de hidratos decarbono nas plantas. Estas característi-cas promovem a formação das raízes dereservas, aumentando o seu número,tamanho e teor de vitamina A.

O azoto (N) promove o crescimento ve-getativo e foliar da cultura da batata--doce. Quantidades excessivas ou ina-dequadas deste nutriente são determi-nantes para a cultura da batata-doce epodem afetar negativamente a produ-tividade da cultura, através do cresci-mento foliar excessivo ou da senescênciaacelerada das folhas. A absorção máximade azoto pelas plantas de batata-doceocorre cerca de três a quatro semanasapós a transplantação, sendo a alturamais indicada para que ocorra a fertiliza-ção deste nutriente de modo a obterelevados rendimentos de produção.

Outros nutrientes a ter em consideraçãona cultura da batata-doce, apesar da suamenor importância na qualidade e pro-dutividade da cultura, são o fósforo, en-xofre, magnésio e ferro, por terem umpapel essencial nas reações químicas queestimulam a fotossíntese e o crescimentodas raízes de reserva. O cálcio, manganêse zinco por terem um papel importanteno desenvolvimento e sanidade das fo-lhas, especialmente durante a fase inicialde crescimento destas. Finalmente, oboro que influencia o desenvolvimentoda raiz, sendo essencial para a obtençãode raízes de reserva de qualidade.

O método de fertilização de batata-docecom melhores resultados é o orgânico,por promover o arejamento e enfraque-cimento do solo, facilitando o crescimen-to lateral das raízes, e por permitir umalibertação lenta de nutrientes promo-vendo um maior equilíbrio entre a forma-ção das partes vegetativas e a acumu-lação de reservas. São utilizados, em mé-dia, entre 20 a 30 toneladas de estrumepor hectare, adicionados depois da la-voura.

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8.6 - Rega

Apesar da batata-doce ser uma plantaresistente à seca, uma boa irrigação dacultura promove a qualidade da batata--doce e o rendimento da cultura. A irriga-ção deve ser equilibrada e ter em consi-deração a fase de crescimento em queas plantas se encontram.

Na fase inicial da cultura, durante osprimeiros dias após a plantação, a regadeve ser efetuada cerca de duas vezespor semana, para promover o crescimen-to das raízes. Entre o 20º e o 40º dia dacultura, a rega deve ser efetuada umavez por semana, de modo a que ocorraa formação da batata. Na última fase dacultura, durante a maturação da batata--doce, a rega deve ser diminuída de modoa que não existam alterações no sabore na capacidade de conservação da raiz,e de forma a prevenir o aparecimentode podridões.

Tradicionalmente a rega é feita por rego(feita de um lado de cada linha e não nomeio das linhas). A rega pode ser feitatambém por sistema gota-a-gota. Seexistir ocorrência de chuvas deve serefetuado um levantamento das ramasenraizadas, para que não haja diminuiçãoda produtividade, com criação de raízesadventícias nas ramas.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A rega é uma operação importante nodesenvolvimento da cultura. Com umadisponibilidade de água otimizada asproduções podem chegar a 35 ton/ha. (André Miranda � Algeruz - Palmela, 2017)

Intervalo de valores adequados à cultura da batata-doce obtido de análises foliares

Fonte: Adaptado de O�Sullivan, Asher, Blamey, 1997

Azoto (N)

Fósforo (P)

Potássio (K)

Cálcio (Ca)

Magnésio (Mg)

Enxofre (S)

Elemento nutritivo

4,2-5,0

0,26-0,45

2,8-6,0

0,9-1,2

0,15-0,35

0,35-0,45

Macronutrientes (%)

Ferro (Fe)

Boro (B)

Manganês (Mn)

Zinco (Zn)

Cobre (Cu)

Molibdénio (Mo)

Elemento nutritivo Micronutrientes (ppm)

45-80

50-200

26-500

30-60

5-14

0,5-7

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9 - Pragas e Doenças

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9 - Pragas e Doenças

Tendo em conta que estamos perante umacultura emergente, a batata-doce emPortugal tem registado poucas pragas edoenças, sendo que raramente sãodetetados problemas fitossanitários.

Existem, no entanto, registos da ocorrênciade cigarrinha verde, Empoasca fabalis,ataques esporádicos de aranhiço vermelhoe alguns fungos, bem como a presença delarvas de pequenos insetos coleópterosdo género Agriotes spp. que afetam a quali-dade dos tubérculos.

Para cada uma destas pragas e doençastanto o diagnóstico como os tratamentosdeverão ser elaborados por técnicos espe-cializados na cultura, tendo em conta osprodutos homologados, dado que conso-ante as características climáticas e edáficasdas explorações, as recomendações detratamento poderão variar.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Durante o desenvolvimento da culturada batata-doce, tem-se verificado a pre-sença de algumas pragas de solo, nomea-damente o alfinete - Agriotes spp. e aindada cigarrinha verde, Empoasca fabalis.(André Miranda � Algeruz � Palmela 2017)

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10 - Colheita

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10 - Colheita

A data de colheita da batata-doce deve terem consideração o estado de desenvol-vimento das raízes e as exigências do mer-cado face às dimensões das plantas. Assimsendo, a época de colheita ocorre, normal-mente, após 4 meses da data de plantação.No entanto, esta varia consoante as varieda-des presentes, sendo que as variedades pre-coces podem ser colhidas ao final de 90 diase as variedades tardias após 180 dias desdeo início da cultura. Em Portugal, a colheitada batata-doce ocorre entre os meses desetembro a outubro, altura em que ocorreo amarelecimento da parte aérea e a quedade grande parte das folhas.

A colheita da batata-doce pode ser realizadamanual ou mecanicamente, ocorrendo,independentemente do método utilizado,em duas fases. A primeira fase, denominadade Leaf pulling, consiste na eliminação daparte área da cultura e deve ser realizadaimediatamente antes da colheita da batata--doce, para que não ocorram danos nas raí-zes de reserva. A segunda fase, que consistena colheita das batatas-doces pode realizar--se manualmente com o auxílio de umaenxada ou mecanicamente através dorevolvimento do solo, que irá expor as raízesde reserva que são posteriormente colhidase selecionadas por tamanhos. Durante estafase é necessário ter atenção ao métodoutilizado para o revolvimento do solo e expo-sição das batatas-doces, para que não ocor-ram cortes ou ferimentos nas mesmas.

Durante a colheita é necessário ter emconsideração não só o clima, devendo asbatatas ser apanhadas se houver umperíodo de precipitação intensa, mastambém as técnicas aplicadas de modo anão causar danos na pele da batata-doce.

Em média, uma exploração de batata--doceatinge produtividades entre 20 a 40 tone-ladas por hectare.

Após a colheita, as raízes necessitam de umperíodo de tratamento, denominado decura, de modo a terminar o desenvolvi-mento da pele, aumentando o tempo deconservação.

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11 - Cura

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11 - Cura

A cura tem como objetivos finalizar odesenvolvimento da pele, com a formaçãode uma camada arrolhada e suberina, ecicatrizar cortes e feridas provenientes dacolheita. No final da cura a pele da batata--doce funcionará como uma barreira a orga-nismos de decomposição e à desidrataçãodurante o armazenamento. A cura promoveum aumento da qualidade, da doçura e omelhoramento da textura da batata-doce.

A cura pode ser realizada em campo ou emcâmaras de cura. Para ser realizada nocampo é necessário que as noites estejamfrias e que não exista probabilidade deocorrência de geadas. Este método consisteem deixar a batata-doce no campo duranteoito dias.

Quando realizada em câmara, a cura temuma duração de 3 a 6 dias, a uma tempe-ratura constante de 30oC, e com humidaderelativa entre 85 a 90%. Como durante estafase da maturação da planta existe umgrande consumo de oxigénio e consequen-temente a libertação de dióxido de carbono,as câmaras devem estar equipadas com umsistema de ventilação que permita a reno-vação do ar.

Após a cura, a batata-doce deve ser armaze-nada num intervalo de temperatura de 10a 15oC e com uma humidade relativa de 85

a 90%. Em média, a batata-doce ao fim de12 meses de armazenamento obtêm perdasde 15 a 25%, sendo este o tempo máximode armazenamento aconselhado.

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12 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

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12 - Produção Integrada eAgricultura Biológica

As questões relacionadas com a preservaçãoambiental, manutenção da biodiversidade,sustentabilidade no uso dos recursosnaturais e responsabilidade social, impulsi-onadas por uma cada vez maior conscien-cialização/exigência por parte dos consu-midores, têm sido os grandes motores docrescimento da agricultura biológica e daprodução integrada.

Em Portugal, a produção de batata-docetem ainda uma fraca expressão, sendo de2.692 hectares a área dedicada a esta cultura,segundo dados de 2014 da FAO. No entanto,a área de produção tem tido um aumentoconsiderável nos últimos dois anos, o quetorna a batata-doce uma das culturasemergentes no panorama agrícola nacional.

No que se refere à Produção Integrada, umdos constrangimentos decorre daexpressão que a cultura ainda tem no nossopaís, pelo que não existem produtosfitofarmacêuticos homologados, existindosim autorizações ao abrigo dos usos meno-res para a utilização de alguns produtosfitofarmacêuticos.

No entanto, sendo notório o crescenteinteresse por parte dos consumidores, emque ao aumento do consumo de batata--doce se associa um estilo de vida saudável,

a opção por sistemas de agricultura maissustentáveis, como o Modo de ProduçãoBiológico e Produção Integrada podem seropções cada vez mais interessantes.

Por outro lado, a obtenção de certificaçãoem Modo de Produção Biológico ou Produ-ção Integrada, permite acrescentar valor,uma vez que os mercados do Norte da Euro-pa são muito sensíveis, impondo por vezesa certificação como condição de entradados produtos.

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Bibliografia

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Pensar Global, pela Competitividade, Ambiente e Clima

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