pensão por morte rural - tiago moreira paiva x inss

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Página1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA SUBEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PORTO VELHO-RO TIAGO MOREIRA PAIVA, brasileiro, menor impúbere, nascido em 03/01/1997, portador do CPF/MF 034.842.432-95, neste ato representado por sua irmã ELISABETE PAIVA DE SOUZA, brasileira, casada, autônoma, portadora do RG n. 663.667 SSP/RO e inscrita no CPF n. 791.155.602-44, residente e domiciliada à Rua Itatiaia, n. 10412, Bairro Mariana, cidade Porto Velho/RO, por intermédio de seu advogado, vem à presença de Vossa Excelência, promover a presente AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE RURAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA Rua Dimarci de Oliveira, nº 1465, São João Bosco, Porto Velho-RO , Cep: 76.803-692 – Tel: (69)3301-7376 jsadv.com.br

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA SUBEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PORTO VELHO-RO

TIAGO MOREIRA PAIVA, brasileiro, menor impúbere, nascido em 03/01/1997, portador do CPF/MF 034.842.432-95, neste ato representado por sua irmã ELISABETE PAIVA DE SOUZA, brasileira, casada, autônoma, portadora do RG n. 663.667 SSP/RO e inscrita no CPF n. 791.155.602-44, residente e domiciliada à Rua Itatiaia, n. 10412, Bairro Mariana, cidade Porto Velho/RO, por intermédio de seu advogado, vem à presença de Vossa Excelência, promover a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE RURAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face ao INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal, com representação nesta cidade, localizada à Rua José de Alencar, n. 2613, Centro - CEP: 76.801-900, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

Rua Dimarci de Oliveira, nº 1465, São João Bosco, Porto Velho-RO , Cep: 76.803-692 – Tel:(69)3301-7376

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PRELIMINARMENTE – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, cumpre esclarecer que o Requerente declara que é pobre em conformidade com os ditames legais, de maneira que não tem condições de arcar com custas judiciais sem que venha comprometer o seu sustento bem como o da sua própria família.

Em situações como esta, a Constituição da República imuniza os mais necessitados, com o PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO e, sem falar que a Lei 1050/60, também garante isentar a quem precisa ter acesso a justiça.

O fato é que o PRINCÍPIO DA ISONOMIA acaba por prosperar de maneira claramente, pois que a justiça é o único meio de resolução de celeumas e, se não servir para todos, tornar-se-á o maior retrocesso da humanidade que há séculos entregou ao Estado o poder de jurisdição.

Por essas razões, o Requerente suplica que lhe seja concedido o BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA.

DOS FATOS

O Requerente é filho do senhor Ilmar Paiva. O de cujus era segurado do Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, NIT n .0011773450527 .

DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO DA PENSÃO POR MORTE.

Depois do falecimento do genitor em 23 de agosto de 2014, o Requerente, em 23/12/2014 pleiteou junto ao Posto de Benefícios do requerido INSS, o Benefício de Concessão de Pensão por Morte – ao qual fazia jus por força do artigo 226 parágrafo 3o da Constituição Federal e demais dispositivos legais.

Ocorre que, em 24/03/2015, seu procurador, verificando no sistema do INSS, baixou o indeferimento

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do pedido, sob alegação de "falta de qualidade de segurado do Regime Geral de Previdência Social - RGPS”.

Tal assertiva não é verdadeira e não justifica o indeferimento do pedido de pensão por morte sob o argumento da falta de qualidade de segurado do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, uma vez que, o falecido era trabalhador rural, e o menor representado por sua irmã, sempre trabalhou ajudando seu pai na lavoura.

Acontece que o Autor em visão do INSS, não apresentou as documentações que são consideradas importantes para se considerar trabalhador rural, mas o Autor juntou todas as documentações possíveis, inclusive o Título de propriedade rural, entregue pelo INCRA, que comprova que o pai do Autor, vivia do trabalho rural, fazendo jus, ao menor o direito a pensão por morte rural do seu genitor falecido.

Diante de tanta má vontade, o Autor, por intermédio de sua representante legal, decidiu ingressar direto na Justiça Federal, para pleitear a Ação de concessão de benefício por pensão por morte rural, já que foi indeferido o pedido, sendo que o menor necessita desse benefício para custear suas necessidades, e assim poder ajudar sua irmã, que agora arca com todas as despesas tanto de sua família, como com os cuidados com o irmão menor, sendo que sua situação financeira é precária para custear as despesas de seu irmão.

III - DO MÉRITO

III – A) DA PENSÃO POR MORTE

A pretensão da Parte Autora vem amparada no art. 74 da Lei n.º 8.213/91, com redação dada pela Lei n.º 9.528/97, que disciplina:

Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:

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I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste;

II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior;

III - da decisão judicial, no caso de morte presumida (sem grifo no original). (Grifou-se)

Logo, para a concessão do benefício de pensão por morte é necessário o preenchimento dos seguintes pressupostos: a) a ocorrência do evento morte; b) a demonstração da qualidade de segurado do de cujus e; c) a condição de dependente de quem objetiva a pensão, requisitos preenchidos pela Parte Autora conforme se demonstrará a seguir.

Ademais, a pensão por morte é o benefício pago aos dependentes do segurado que falecer, conforme previsão do art. 201, V, da Constituição Federal.

Segundo a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte, deve-se aplicar, para a concessão do benefício de pensão por morte, a legislação vigente ao tempo do óbito do instituidor. No presente caso, a Lei 8.213 de 24 de julho de 1991. (AgRg no REsp 778.012/MG, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 20/10/2009, DJe 09/11/2009 e AC 2006.38.00.027290-4/MG, Rel. Desembargador Federal Francisco De Assis Betti, Segunda Turma, e-DJF1 p.225 de 29/10/2009).

III-B) COMPROVAÇÃO DO ÓBITO

O óbito ocorrido em 23/08/2014 comprovado no Guia de Sepultamento, em anexo.

III-C) CONDIÇÃO DE DEPENDENTE

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A Lei 8.213/91 estabelece, em seu art. 16, os beneficiários de pensão por morte de segurado do INSS, a saber:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;II - os pais;III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes.§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.

O entendimento do TRF-1ª Região quanto à comprovação da dependência econômica da filha em relação ao genitor é no sentido de que a legislação previdenciária não estabelece qualquer tipo de limitação ou restrição aos mecanismos de prova, sendo, pois, admissível prova testemunhal. Senão vejamos:

PREVIDENCIÁRIO E PENSÃO POR MORTE. APELAÇÃO. FILHO MENOR. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA. DE CUJUS.

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TRABALHADORA RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. CORROBORAÇÃO POR PROVA TESTEMUNHAL. JUROS MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. O filho, na condição de beneficiário do Regime Geral da Previdência Social, é dependente da ex-segurada, cabendo-lhe a concessão de pensão por morte, sendo desnecessária a comprovação da dependência econômica, que, neste caso, é presumida. Exegese do parágrafo 4º do artigo 16 da Lei n.º 8.213/1991. 2. Os documentos acostados aos autos são admitidos como início de prova material que, corroborado por prova testemunhal idônea, enseja o reconhecimento do exercício da atividade rural, para fins de concessão de pensão por morte. 3. O benefício pensão por morte, nos termos do art. 26, inciso I, da Lei n.º 8.213/1991, independe de carência. 4. Direito reconhecido à parte demandante desde o requerimento administrativo, com o pagamento das parcelas vencidas desde então. 5. Juros de mora a partir da citação válida, Súmula n.º 204-STJ, segundo os índices da caderneta de poupança, tendo em vista o julgamento do REsp n.º 1270439, relator Ministro CASTRO MEIRA, em 26/06/2013, Primeira Seção, sob os auspícios do artigo 543-C, que decidiu que a declaração de inconstitucionalidade, por arrastamento, do artigo 5º, da Lei n.º 11.960/09, por meio da ADI nº 4357 não alcançou os juros. 6. Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre as parcelas vencidas. Art. 20, parágrafo 4º, do CPC. Súmula nº 111/STJ. 7. Apelação e remessa obrigatória improvidas. (TRF-5 - REEX: 107787220134059999, Relator: Desembargador Federal Sérgio Murilo Wanderley Queiroga, Data de Julgamento: 23/01/2014, Terceira Turma, Data de Publicação: 05/02/2014)

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Para comprovar sua dependência econômica, a parte Autora juntou aos autos a cópia da carteira de identidade, a certidão de óbito e a sua certidão de nascimento, na quais constam que ele era filho do falecido, para fins de obtenção do benefício previdenciário de pensão por morte, conforme definido pelo inciso II do art. 16 da Lei 8.213/91.

Portanto, é crível que a dependência da Autora em relação ao instituidor é presumida, sendo a mesma parte legítima para requerer o que lhe é de direito.

III-D) QUALIDADE DE SEGURADO DO DE CUJUS

Ressalte-se que não há carência para o benefício de pensão por morte, nos termos do art. 26, I, da Lei n. 8.213/91.

O instituidor durante toda a sua vida, sempre laborou na área rural, prova disso é o título de propriedade rural no BR 319, Zona Rural, Lote 52, Gleba 1, Sítio Santa Helena datado de 29.10.1991, no qual está sob o domínio de Raimundo Alves de Oliveira, local onde o de cujus trabalhava até a data de sua morte, conforme documentos em anexo.

Corroborando a referida declaração tem-se a guia de sepultamento do de cujus do dia 23.08.2014, onde consta na qualificação do mesmo como agricultor na data de seu falecimento.

Demais disso, na Certidão de Óbito de 23.08.2014, consta como qualificação do de cujus a profissão de agricultor igualmente como encontrada na guia de sepultamento.

Por fim, o comprovante de residência é prova suficiente que antes da morte o de cujus morava na zona rural, posto que a conta de energia estava no seu nome.

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Nesses lotes rurais o mesmo plantava mandioca, milho, café, manga e dentre outros cereais e grãos que utilizava para plantar na área, colher para vender e manter sua subsistência familiar.

Logo, demonstrada a qualidade do segurado, resta caracterizado um dos requisitos principais para a concessão do pensão por morte. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO E PENSÃO POR MORTE. APELAÇÃO. FILHAS MENORES. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA. DE CUJUS TRABALHADORA RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL. JUROS MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Ao cônjuge, companheiro (a) e filhos não emancipados e menores de 21 (vinte e um) anos, na condição de beneficiários do Regime Geral da Previdência Social, como dependentes do segurado, é cabível a concessão de pensão por morte, sendo dispensável a comprovação da dependência econômica, que, neste caso, é presumida. Exegese do § 4º do art. 16 da Lei nº 8213/91. Nos demais casos, a dependência deverá ser comprovada. 2. É possível a comprovação da condição de trabalhadora rural e do tempo de serviço através de depoimentos testemunhais e de documentos os quais, apesar de não servirem como prova documental stricto sensu, já que não previstas na legislação, têm o condão de fortalecer a prova testemunhal, funcionando como início de prova material, tais como: certidão de óbito, informando a profissão da extinta como a de agricultora, fl. 09; declaração de exercício de atividade rural, entre 2008 e 2010, passada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Seca/PB,

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fl. 13; certidão de nascimento da falecida, na qual seus genitores se declaram agricultores, fl. 21; ficha de associação ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Seca, datada do ano 2009, fl. 15; carteira de filiação ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Seca, fl. 29. 3. O benefício pensão por morte, nos termos do art. 26, inciso I, da Lei n.º 8.213/1991, independe de carência. 4. Direito reconhecido as demandantes desde o óbito da instituidora do benefício, haja vista não decorrer o prazo elencado no art 74, da Lei n.º 8.213/91, em relação à menor impúbere. 5. A teor das decisões proferidas pelo STF, por ocasião do julgamento das ADI's n.º 4357/DF e 4425/DF, que atingiram, por arrastamento, o art. 1-F da Lei n.º 9.949/97, ficam apenas os juros moratórios calculados conforme a redação conferida pelo art. 5º da lei 11.960/09 do citado preceptivo, devendo a correção monetária observar o IPCA. 6. Conforme inúmeros precedentes deste e. Tribunal, a verba honorária deve ser fixada em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, a teor do parágrafo 4º do art. 20 do CPC, respeitado o teor da Súmula nº 111 do col. Superior Tribunal de Justiça. Apelação provida. (TRF-5 - AC: 19176320144059999 , Relator: Desembargador Federal José Maria Lucena, Data de Julgamento: 03/07/2014, Primeira Turma, Data de Publicação: 24/07/2014)

PREVIDENCIÁRIO E PENSÃO POR MORTE. APELAÇÃO. FILHO MENOR. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA. DE CUJUS. TRABALHADORA RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. CORROBORAÇÃO POR PROVA

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TESTEMUNHAL. JUROS MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. O filho, na condição de beneficiário do Regime Geral da Previdência Social, é dependente da ex-segurada, cabendo-lhe a concessão de pensão por morte, sendo desnecessária a comprovação da dependência econômica, que, neste caso, é presumida. Exegese do parágrafo 4º do artigo 16 da Lei n.º 8.213/1991. 2. Os documentos acostados aos autos são admitidos como início de prova material que, corroborado por prova testemunhal idônea, enseja o reconhecimento do exercício da atividade rural, para fins de concessão de pensão por morte. 3. O benefício pensão por morte, nos termos do art. 26, inciso I, da Lei n.º 8.213/1991, independe de carência. 4. Direito reconhecido à parte demandante desde o requerimento administrativo, com o pagamento das parcelas vencidas desde então. 5. Juros de mora a partir da citação válida, Súmula n.º 204-STJ, segundo os índices da caderneta de poupança, tendo em vista o julgamento do REsp n.º 1270439, relator Ministro CASTRO MEIRA, em 26/06/2013, Primeira Seção, sob os auspícios do artigo 543-C, que decidiu que a declaração de inconstitucionalidade, por arrastamento, do artigo 5º, da Lei n.º 11.960/09, por meio da ADI nº 4357 não alcançou os juros. 6. Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre as parcelas vencidas. Art. 20, parágrafo 4º, do CPC. Súmula nº 111/STJ. 7. Apelação e remessa obrigatória improvidas. (TRF-5 - REEX: 107787220134059999 , Relator: Desembargador Federal Sérgio Murilo Wanderley Queiroga, Data de Julgamento:

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23/01/2014, Terceira Turma, Data de Publicação: 05/02/2014)

Portanto demonstrado no caso que até a data do óbito o instituidor exercia a atividade rural, mantém-se a qualidade de segurado do mesmo, bem como a dependência econômica da Autora em relação ao instituidor é presumida em razão da sua idade, faz jus a mesma a concessão do benefício pleiteado, pois os requisitos estão devidamente preenchidos.

IV-E) DA PROVA TESTEMUNHAL

Desde o momento em que a Requerente se viu constrangida com o afastamento de seu direito, vem tentando coletar provas que devam ajudar a convencer o nobre julgador em declarar a existência da união estável, e lhe conceda o direito pleiteado.

Acontece que, uma prova que, apesar de se tratar de um pedido de benefício previdenciário, devem-se levar em consideração as provas testemunhais que serão ofertadas na audiência de instrução e julgamento.

É que normalmente a prova exclusivamente testemunhal para fins de comprovação não vem ganhando forças de convencimento pelos órgãos judiciários, e tão somente para corroborar documentos anexados aos autos.

No presente caso é diferente, pois se trata do pleito de pensão por morte e a maioria dos magistrados entende que uma vez convencidos pelos depoimentos testemunhais, devem conceder a pensão por morte.

Neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. TRABALHADOR RURAL. INDÍGENA. ATIVIDADE RURAL COMPROVADA POR PROVA TESTEMUNHAL BASEADA EM INÍCIO DE PROVA DOCUMENTAL. CÔNJUGE. TERMO INICIAL. ÓBITO POSTERIOR ÀS ALTERAÇÕES

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DA LEI 9.528/97. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS PROCESSUAIS. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA CONCEDIDA. POSSIBILIDADE: REQUISITOS PREENCHIDOS. (5) 1. A antecipação de tutela é concedida quando, existindo prova inequívoca, se convença o Juiz da verossimilhança da alegação e ocorrer fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou ficar caracterizado abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu (art. 273, I e II, do CPC), impondo-se sua confirmação. 2. Comprovada a qualidade de trabalhador rural do falecido, por prova testemunhal baseada em início de prova documental (certidão de óbito do Sr. Gilmar Barros da Silva, falecido em 19.06.1999, estando qualificado como agricultor (fl. 12); declaração expedida pela FUNAI, datada de 12.04.1999, na qual consta que o de cujus, Sr. Gilmar Barros da Silva, índio do Aldeamento Brejo dos Padres, tinha direitos para vender ou comprar artigos de artesanato, animais e vegetais isentos de impostos nos termos do Estatuto do Índio (fl. 23); declaração expedida pelo Posto Indígena Pankararu, datada de 14.11.1994, na qual consta que o de cujus, Sr. Gilmar Barros da Silva, índio do Aldeamento Brejo dos Padres tem direito de comercializar produtos de origem indígena como frutas e verduras em feiras livres, estando isento de impostos (fl. 24), os suplicantes fazem jus ao benefício previdenciário de pensão por morte. 3. Considerando que há declaração expedida pela FUNAI atestando o trabalho rural do de cujus, bem como convivência e prole comum do casal, é de se concluir pela procedência do pleito. 4. O termo inicial do benefício deve ser mantido na data do óbito para os autores Gilkiane Queiroz de Barros e Gilmar Barros da Silva Júnior e em relação à autora Gilvanete Maria de Queiroz deve ser deferido a partir da data do requerimento administrativo. 5. "A

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pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data do óbito ou da decisão judicial, em caso de morte presumida." (Art. 74 da Lei 8.213/91, em sua redação anterior à modificação introduzida pela Lei 9.528/97.) 6. A dependência econômica do cônjuge sobrevivente e dos filhos em relação ao ex-segurado é presumida (Lei 8.213/91, art. 16, § 4º). 7. A correção monetária e os juros devem incidir na forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal 8. Verba fixada em conformidade com o artigo 20, § 4o, do CPC, e a jurisprudência desta Corte. 8. Verba honorária arbitrada em conformidade com o artigo 20, § 4o, do CPC, e a jurisprudência desta Corte. 9. Nas causas ajuizadas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição federal (§ 3º do art. 109 da CF/88), o INSS está isento das custas somente quando lei estadual específica prevê a isenção, o que ocorre nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rondônia e Mato Grosso. Em se tratando de causas ajuizadas perante a Justiça Federal, o INSS está isento de custas por força do art. 4º, inc. I, da Lei 9.289/96, abrangendo, inclusive, as despesas com oficial de justiça. 10. Apelação e remessa oficial a que se dá parcial provimento. (TRF-1 - AC: 740 BA 67.12.00740-1, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL ÂNGELA CATÃO, Data de Julgamento: 08/11/2012, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: e-DJF1 p.1031 de 12/04/2013)

Evidentemente, a Requerente apresenta provas relacionadas ao seu vínculo com o de cujus, todavia, se por ventura o nobre julgador não seja convencido por elas, deve observar o depoimento pessoal, testemunhais e até mesmo de familiares, na qualidade de informante. Todo esforço para que se alcance a verdade absoluta.

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V-RENÚNCIA AOS VALORES EXCEDENTES À 60 SALÁRIOS MÍNIMOS

A autora, de acordo com os poderes conferidos na procuração anexa, renuncia expressamente aos valores excedentes a 60(sessenta) salários mínimos, considerando que este é o teto fixado em lei para fins de estabelecimento da competência do Juizado Especial Federal.

VI - DAS FUTURAS NOTIFICAÇÕES – INTIMAÇÕES E DAS PUBLICAÇÕES NO DIÁRIO OFICIAL

Requer-se que as futuras notificações / intimações relativamente à lide que se instaura sejam encaminhadas ao escritório de advogados contratados, ao qual, para os fins que se destina o artigo 39, inc. I, do Código de Processo Civil, no endereço, sito: Rua Dimarci Oliveira, nº 1465, Bairro São João Bosco, em Porto Velho/RO, CEP: 76.803-692.

Requer ainda que, as futuras publicações no Diário Oficial sejam feitas exclusivamente em nome dos Advogados HELITON SANTOS DE OLIVEIRA, inscrito no OAB/RO n. 5792, e VINÍCIUS JÁCOME DOS SANTOS JÚNIOR, inscrito no OAB/RO n. 3099, requerimento esse que se faz com espeque no art. 236, §1º, do Código de Processo Civil.

VII - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o Requerente suplica que:

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a) a citação do requerido INSS, para contestar a ação, sob pena de revelia e confissão dos fatos alegados; bem como sua intimação para que, até a audiência, junte aos autos o processo administrativo;

b) ao final, julgar totalmente procedente a presente ação, deferindo-se a pensão por morte em favor da requerente na condição de dependente do segurado falecido, condenando-se o requerido ao pagamento dos honorários advocatícios e custas processuais conforme prevê a Lei, acrescidos de juros de 1% ao mês e correção monetária até o efetivo pagamento;

c) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita por ser a autora pobre na acepção legal do termo (Lei nº 1060/50);

d) determinar que as futuras publicações no Diário Oficial sejam feitas exclusivamente em nome dos Advogados VINICIUS JACOME DOS SANTOS JUNIROR, brasileiro, solteiro, inscrito na OAB/RO nº 3099, HELITON SANTOS DE OLIVEIRA, brasileiro, solteiro, inscrito na OAB/RO nº5792, requerimento esse que se faz com espeque no art. 236, §1º, do Código de Processo Civil.

Declara o patrono que a esta subscreve, nos termos do artigo 365 e incisos, do Código de Processo Civil, que às cópias ora juntadas a exordial são autênticas, podendo ser confrontadas com os documentos originais, caso seja necessário.

Protesta provar o alegado, especialmente por meio de prova documental e testemunhal, depoimento pessoal do Requerente e do Requerido, este, sob pena de confissão; oitiva de testemunhas; realização de perícias; juntada de novos documentos; pareceres e jurisprudência, e demais meios de provas em direito admitidos, consoante disposição do artigo 332, do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa, o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) conforme dispõe o artigo 260 do Código de Processo Civil.

Rua Dimarci de Oliveira, nº 1465, São João Bosco, Porto Velho-RO , Cep: 76.803-692 – Tel:(69)3301-7376

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Page 16: Pensão Por Morte Rural - Tiago Moreira Paiva x Inss

Pági

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Nestes termos, pede deferimento.

Porto Velho, 15 de abril de 2015.

VINICIUS JÁCOME DOS SANTOS JÚNIOR HELITON SANTOS DE OLIVEIRA

OAB/RO Nº 3099 OAB/RO Nº 5792

Rua Dimarci de Oliveira, nº 1465, São João Bosco, Porto Velho-RO , Cep: 76.803-692 – Tel:(69)3301-7376

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