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  • Escola Politcnica da Universidade de So Paulo Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundaes PEF-5711 Fundamentos da Mecncia Computacional

    __________________________________________________

    Plasticidade 3D aplicada ao concreto armado

    Trabalho de avaliao da disciplina

    Henrique Towata Sato 5694821

    Prof. Dr. Paulo de Mattos Pimenta

    08 de julho de 2013

  • 1

    1 Objetivo

    O presente trabalho busca aprofundar e apresentar uma aplicao da teoria desenvolvida ao

    longo do curso de Introduo Mecnica Computacional, ministrado pelos professores Paulo

    de Mattos Pimenta e Adnan Ibrahimbegovic ao longo do primeiro semestre de 2013.

    Ser abordado a aplicao da plasticidade tridimensional sob os critrios de resistncia da

    norma brasileira de concreto armado.

    2 Critrio de Resistncia

    O Critrio de resistncia plastificao considerado ser composto de mltiplas superfcies

    visando a adequao do modelo ao prescrito na norma NBR6118:2003. Para a descrio

    destes critrios ser convencionado que as tenses principais em um dado estado mltiplo de

    tenses so representadas por , considerando-se tenso de trao como positiva e de compresso como negativa.

    Figura 1 Crculos de Mohr

    A norma brasileira de concreto armado estabelece tenses limites atravs de duas inequaes

    no item 8.2.6, a primeira das inequaes descreve que se deve ter uma tenso mxima menor

    que a resistncia do concreto trao direta (), ou seja:

    O critrio de trao mxima tambm conhecido como critrio de Rankine, representando a

    ruptura frgil do concreto trao, sendo aplicado a materiais granulares.

    Em termos de invariantes pode-se expressar este critrio como:

    , , = 13 +233 cos

    A segunda inequao descrita na norma :

    + 4

  • 2

    Tal critrio pode ser classificado como um critrio de Drucker-Prager, j que pode ser

    expresso com invariantes na forma de:

    , = + Este tipo de critrio est ligado tenso de cisalhamento como limitante, o cisalhamento

    limite, entretanto varia conforme a intensidade da compresso mdia ou hidrosttica.

    A representao dos critrios combinados no domnio das tenses apresentada abaixo

    conforme a NBR6118, alm deste como comparao so apresentados os critrios de

    Rankine, Rankine & Von-Mises e por fim Rankine & Drucker-Prager:

    Figura 2 acima - a superfcie de ruptura conforme apresentada na NBR 6118; abaixo critrios de resistncia comunmente

    encontrados em softwares de elementos finitos

  • 3

    importante salientar que o critrio mais comunmente utilizado para o concreto simples o

    de Rankine & Von-Mises tendo sido validado por resultados experimentais como os de

    Kupfer e Gerstle (1973) conforme compilado por Feenstra e Borst (1993) na figura abaixo:

    Figura 3 comparao do critrio de Rankine-Von Mises com resultados experimentais

    3 Plasticidade cenceituao e aplicao no concreto

    armado

    O modelo plstico clssico, ou modelo plstico de Saint-Venant representado por um slido

    que desliza com atrito sobre uma superfcie, conforme apresentado na figura abaixo:

    Figura 4 representao do modelo constitutivo da plasticidade simples

    No concreto armado a plastificao pode ser entendida, no caso da flexo, como o

    progressivo aumento da curvatura da viga e o aumento da profundidade da linha neutra

    gerando a fissurao da regio do concreto sujeito trao, a deformao e escoamento do

    ao e a plastificao da regio do concreto sujeito compresso.

  • 4

    Figura 5 representao da fissurao de uma viga fletida no Estdio 2

    Entretanto no usual ou prtica a considerao de um modelo plstico para a representao

    de estruturas reticuladas de concreto armado, isto, pois surgem dificuldades na representao

    dos materiais trabalhando em conjunto bem como a necessidade de se considerar o histrico

    de carregamentos e deformaes da estrutura.

    Por outro lado, o Teorema Esttico da Anlise Plstica estabelece que, dado um campo de

    tenses qualquer em equilbrio com um carregamento externo e o campo de tenses em

    equilbrio com o carregamento externo correspondente ao colapso plstico, o fator de

    carregamento do campo de tenses qualquer ser sempre menor que o fator de carregamento

    referente situao do colapso plstico.

    Portanto poder-se-ia considerar para o dimensionamento um campo de tenses qualquer, que

    respeite as condies de equilbrio, e este estaria a favor da segurana em relao real

    situao de colapso.

    importante notar que o teorema esttico leva em conta uma srie de hipteses, dentre elas:

    A validade do princpio da Mxima Dissipao Plstica;

    a linearidade geomtrica;

    a ductilidade infinita.

    O terceiro item citado especialmente importante na considerao da plasticidade em

    estruturas reticuladas de concreto, pois implica em deformaes, rotaes e deslocamentos

    pequenos, de tal forma que possam ser suportados pela estrutura sem o comprometimento

    desta no que diz respeito ao Estado Limite Ultimo bem como ao Estado Limite de Servio.

    3.1 BR6118

    A NBR6118/2003 leva em conta estes fatores para a determinao de critrios para a anlise

    estrutural, em especial para a anlise de estruturas reticuladas.

  • 5

    O item 14 da NBR6118/2003 estabelece as premissas para a anlise estrutural, em particular

    o item 14.6.4 e seus subitens estabelecem o procedimento para a redistribuio de esforos

    nos modelos elstico-lineares e seus limites, e o item 14.6.5 estabelece como avaliar a

    ductilidade de rtulas plsticas.

    3.2 Regies de descontinuidade

    Embora no seja necessria para uma anlise comum a aplicao da teoria da plasticidade aos

    elementos lineares, em outras regies, em que h descontinuidade do perfil de deformao,

    ou seja, em que no vlida a hiptese de Bernoulli, onde se tm um estado mltiplo de

    tenses mais complexo, a considerao da plastificao recomendada, para isso ser

    adotada uma abordagem voltada aplicao com elementos finitos, os prximos itens

    detalham a teoria e metodologia de aplicao.

    4 Plasticidade considerando 3 dimenses

    Seguindo o raciocnio desenvolvido no livro Nonlinear Solid Mechanics do professor

    Adnan Ibrahimbegovic, sero deduzidas as formulaes e avaliado o modelo para a

    plasticidade tridimensional de acordo com o modelo de Prandtl-Reuss.

    O tipo de plasticidade considerada ser a dita padro, sendo caracterizada por trs fatores

    principais:

    A decomposio da deformao em parte elstica e plstica;

    a representao da funo da energia livre em forma quadrtica em temos das

    deformaes e variveis auxiliares;

    a representao da funo de plastificao em forma quadrtica em termos da tenso e

    variveis auxiliares.

    O campo de deformaes funo tanto da posio quanto do pseudo-tempo (tempo usado

    para fracionar a aplicao dos carregamentos):

    , ! Sendo u o vetor de deslocamento, x o vetor posio e t o pseudo-tempo.

    As deformaes so tomadas como infinitesimais ou seja:

    = #$%#&' (% ('; +#$%#&'+ 1

    Alm disso, a hiptese de pequenas deformaes permite a representao das tenses

    diretamente no slido na configurao indeformada. Desta forma as equaes cinemtica e

    esttica, so respectivamente:

  • 6

    - = . /01234 + 5 = 6

    Para a plasticidade padro considera-se que a resposta elstica se mantm linear, desta

    forma a energia livre potencial na forma quadrtica em termos de deformao dada por:

    78, 89, = 12 8 89 =8 89 +12 >?>

    Por fim a funo de plastificao na forma quadrtica em termos da tenso dada por:

    @3, A = 3 C3 DE AF 0;IJ 0;IJ@3, A Note que na equao acima foi tomado um critrio de resistncia simplificado em que a

    tenso limite para plastificao em uma direo qualquer E. Por fim proposta a modificao para mltiplas superfcies de plastificao, sendo que cada

    uma das funes @% representa uma superfcie diferente: 0 = @3 = 0 = @3 = 0 = @3 =

    0 = @3 = 4 K&, 0 = @3 = 4 K&, 0 = @3 = 4 K&,

    Ao termos mltiplas superfcies de plastificao necessrio saber quantas e quais

    superfcies esto ativas para a determinao da direo e taxa de deformao plstica.

    0 = #M9#3 -9J = OIPJ9

    %Q#@%#3

  • 7

    5 Exemplo prtico

    O exemplo prtico apresentado nesta seo apresentado tambm por Ibrahimbegovic

    (2009), toma-se uma chapa delgada com um furo circular central sujeita compresso. O

    Modelo constitutivo tomado o que considera plasticidade e dano acoplados (embora a

    formulao de modelos com dano simples ou associado plasticidade no sejam abordados

    no presente trabalho, a bibliografia indicada pode ser consultada), o critrio de resistncia o

    de Drucker Prager (discutido no item 2).

    Figura 6 perspectiva representando as superfcies limites para o critrio de Drucker-Prager e Von Mises

    O modelo de dano adotado busca representar o ganho de resistncia do concreto devido ao

    confinamento, sendo assim funo da parte esfrica do tensor de tenses:

    @R3, AR = !T234 VR AR Sendo:

    VR o limite elstico para o dano AR a varivel de encruamento devido ao dano Para a representao do encruamento foi tomada um relao linear:

    AR>R = ?R>R Os parmetros adotados para o material foram:

    Mdulo de Young W = 240XYZ Mdulo de cisalhamento [ = 92XYZ Tenso limite de plastificao E = 170^YZ ngulo de atrito interno tan = 0,6

  • 8

    Limite elstico para o dano V = 210^YZ Mdulo do encruamento por dano ?R = 200

    Abaixo so apresentados os resultados referentes ao modelo de dano puro (a) e dano

    associado plasticidade (b). apresentado e analisado apenas um quarto do domnio descrito

    j que se faz uso dos eixos de simetria ao longo dos eixos da placa.

    Figura 7 resultados da varivel de encruamento,

  • 9

    6 Bibliografia

    ABNT NBR 6118 Projetos de estruturas de concreto Procedimento.

    FEENSTRA, P. H.; BORST, R. Aspects of Robust Computational Modeling for Plain and

    Reinforced Concrete. Heron, v.38, n.04, Delft, Netherlands, p.3-76,1993

    KUPFER, H. B; GERSTLE, K. H. Behavior of Concrete Under Biaxial Stresses. Journal of

    Engineering Mechanics, ASCE, v.99, n.4, p.853-866, 1973.

    IBRAHIMBECOVIC, A.. Nonlinear Solid Mechanics Theoretical Formulations and Finite

    Element Solution Methods. SPRINGER, 2009.

    PIMENTA, PAULO DE MATTOS. Fundamentos da Mecnica dos Slidos e das Estruturas.

    So Paulo: Escola Politcnica da Universidade de So Paulo, 2006.