pedro luiz avallone curso

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Relatório Final de Atividades “ANÁLISE DAS PROPRIEDADES METALOGRÁFICAS DE FIXADORES EMPREGADOS EM VEÍCULOS DA DÉCADA DE 40 E 60 Pedro Luiz Avallone Relatório Final de Atividades de Iniciação Científica Relativo ao período de 01/02/2013 a 30/06/2013 Faculdade de Tecnologia de Sorocaba Sorocaba, 30 de Maio de 2013

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Page 1: Pedro Luiz Avallone CURSO

Relatório Final de Atividades

“ANÁLISE DAS PROPRIEDADES METALOGRÁFICAS DE FIXADORES

EMPREGADOS EM VEÍCULOS DA DÉCADA DE 40 E 60”

Pedro Luiz Avallone

Relatório Final de Atividades de Iniciação Científica

Relativo ao período de 01/02/2013 a 30/06/2013

Faculdade de Tecnologia de Sorocaba

Sorocaba, 30 de Maio de 2013

Page 2: Pedro Luiz Avallone CURSO

1

ÍNDICE

LISTA DE FIGURA .............................................................................................................. 2

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 2

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 3

2.1 FIXADORES ............................................................................................................... 3

2.2 INTRODUÇÃO A METALOGRAFIA ........................................................................... 4

2.2.1 BREVE HISTÓRICO DA MACROGRAFIA ........................................................... 5

2.1.3 ENSAIOS METALOGRÁFICOS ........................................................................... 6

2.3 PREPARAÇÃO DO MATERIAL ................................................................................. 7

2.3.1 CORTE ................................................................................................................. 7

2.3.2 EMBUTIMENTO ................................................................................................... 8

2.3.3 LIXAMENTO ......................................................................................................... 8

2.3.4 POLIMENTO ........................................................................................................ 9

2.3.5 ATAQUE QUÍMICO .............................................................................................. 9

3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 10

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 17

4 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 20

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 20

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 22

Page 3: Pedro Luiz Avallone CURSO

2

LISTA DE FIGURA

Figura 1. Imagens do fixador de 1942...............................................................................10

Figura 2. Imagens do fixador de 1963................................................................................11

Figura 3. Imagens do fixador de 1966 ( Modelo A)............................................................12

Figura 4. Imagens do fixador de 1966( Modelo B).............................................................13

Figura 5. Imagens do Processo de corte utilizando a serra policorte “Cut-Off”.................14

Figura 6. Equipamento Durômetro com escalas Rockwell B e C......................................14

Figura 7. Imagens do Processo de embutimento..............................................................15

Figura 8. Imagens do Processo de lixamento....................................................................15

Figura 9. Imagens do Processo de Polimento...................................................................16

Figura 10. Imagens do Processo de ataque químico........................................................16

Figura 11. Imagens do Processo de Análise.....................................................................16

Figura 12. Resultado da analise química das amostras.....................................................17

Figura 13. Imagens micrográficas ampliadas em duzentas vezes das estruturas dos

fixadores.............................................................................................................................18

Figura 14. Imagens da macrografia dos fixadores..............................................................19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição química dos fixadores analisados..................................................17

Tabela 2. Média das durezas das amostras.......................................................................18

Page 4: Pedro Luiz Avallone CURSO

3

1 INTRODUÇÃO

A indústria automobilística movimenta o mercado brasileiro lançando automóveis

com tecnologias avançadas e design para todos os gostos. Porém, existe um público

específico que não se encanta com tanta modernidade e prefere os modelos mais

clássicos, onde encontram principalmente a riqueza de detalhes que nos modelos mais

modernos não são tão evidenciados. O grande alvo desse mercado é a paixão dos

colecionadores, que não fazem esforços para comprar essas relíquias,

independentemente do valor que irá ter que investir.

Neste trabalho procurou-se determinar a metodologia de confecção, características

mecânicas, químicas e metalográficas de fixadores de rodas de quatro automóveis

fabricados entre as décadas de 40 e 60. E possíveis sinais de desgaste dos elementos

em função do tempo de utilização e fabricação.

Foram empregadas técnicas metalográficas que é o estudo dos produtos

metalúrgicos onde se pode determinar “algumas características micro e macroestrutural

de um item de aço ou ferro fundido, testar uma hipótese relacionada ao comportamento

ou desempenho de um item de aço ou ferro fundido e investigar as eventuais causas

estruturais de determinado comportamento ou desempenho de um item de aço ou ferro

fundido” segundo Copaert (2008).

Inicialmente foi discutido com o Orientador Prof. Dr. Marcos Chogi Iano o tema da

Iniciação Científica e como seriam realizadas as pesquisas e partes práticas. Em seguida,

iniciou-se a revisão bibliográfica na Biblioteca da Faculdade de Tecnologia de Sorocaba

“José Crespo Gonzales” e Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,

Campus Sorocaba. Após realizada essa etapa, iniciou-se os testes práticos com o auxílio

dos Professores e Auxiliares de Docentes do laboratório de Materiais da FATEC

Sorocaba.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 FIXADORES

O Pequeno Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse (1980), define fixador como:

“Peça ou aparelho para fixar”. Os mesmos foram desenvolvidos para serem removidos e

reintroduzidos sem reduzirem sua eficácia e podendo ser produzidos em diferentes

classes dos materiais.

Page 5: Pedro Luiz Avallone CURSO

4

Inicialmente os fixadores não continham roscas, eram apenas lisos e por isso não

eram eficazes na fixação das peças. Com o passar do tempo foi desenvolvida as

primeiras roscas que eram afiladas a mão ou consistiam de um fio enrolado em volta de

uma haste e posteriormente soldados. Com o tempo desenvolveu-se equipamentos para

produzir a rosca, porém roscas menores eram cortadas por tornos primitivos o que

significava ser impossível obter uniformidade na usinagem. Contudo, para a rosca da

porca combinar com a do parafuso era uma questão de sorte, quando davam eles eram

marcados como pares e nunca mais poderiam ser trocados.

Sendo assim, era necessário existir a intercambiabilidade das partes, a qual

eliminaria a falta de uniformidade do rosqueamento das porcas com os fixadores e

proporcionaria rapidez e agilidade na montagem e desmontagem. Até o fim do século

XVIII a técnica padrão para formas de roscas largas era a colocação de uma matriz ou de

um instrumento de corte contra um fixador quente sem rosca. Outro problema era a

quantidade de passos e diâmetros dos fixadores, que foi resolvido em 1800 pelo inglês

Henry Maudeslay, o qual construiu o primeiro equipamento que possibilitava o operador

fazer fixadores com qualquer passo e diâmetro.

Hoje a técnica padrão é a de rolar roscas, mantendo as matrizes rosqueadas

contra o fixador ainda sem rosca e girá-lo. Comparando a usinagem com essa técnica, a

principal diferença é que o torno corta a rosca removendo material, enquanto as matrizes

rolantes formatam a superfície sem perda de material. O forjamento contínuo a frio é o

processo pelo qual a maioria das porcas e fixadores são produzidos atualmente.

2.2 INTRODUÇÃO A METALOGRAFIA

A metalografia consiste no estudo da estrutura dos materiais. Subdivide-se em

micrografia e macrografia. A macrografia serve para análise da estrutura dos materiais a

olho nu, enquanto que a micrografia consiste em uma análise mais profunda da estrutura

do material e são necessários equipamentos como microscópios.

Para a análise da estrutura dos materiais é necessário que estes sejam

preparados, a fim de que contornos de grão sejam vistos mais facilmente. É de extrema

importância que a preparação do material seja feita corretamente, caso contrario os

resultados podem ser alterados. Portanto para a realização das técnicas de preparação

do material, é essencial que haja conhecimento e um bom treinamento para que os

resultados não sejam alterados. Essas alterações podem decorrer em virtude de

Page 6: Pedro Luiz Avallone CURSO

5

temperaturas altas na superfície, por encruamentos, ou por outros fatores decorrentes da

falta de conhecimento para realização do procedimento.

2.2.1 BREVE HISTÓRICO DA MACROGRAFIA

A metalografia, encarada como uso de aspectos visuais do metal para controle de

suas propriedades, teve origem no oriente por volta do ano 800 D.C. Nesta época

usavam-se matériais compósitos como aço de alto carbono, ou combinação de aço e

ferro, para produção de aço por forjamento, o que produzia uma microestrutura visível a

olho nu. A conferência da macroestrutura do material servia não apenas para conferir a

qualidade estética do material, mas também para conferir parâmetros de qualidade do aço

Damasco. Também se supõe que está técnica era utilizada para determinar a qualidade

das espadas Japonesas, que eram constituídas de um núcleo de ferro, cercado por aço

temperável, que também foram desenvolvidas na mesma época.

No século XVI, surgiu na Europa os primeiros livros que abordavam aspectos

práticos da metalurgia extrativa, incluindo ensaios de controle de corpos-de-prova, pratica

muito importante para o desenvolvimento da metalografia no inicio do século XX.

A primeira descrição do uso da fractografia para aferir a qualidade do processo foi

feita por Biringuccio, em 1540. Em 1574, Ercker descreveu um procedimento similar, mas

usando ensaio de impacto em corpos-de-prova entalhados para controle de qualidade dos

lingotes de cobre, bronze e prata. Em 1627, Savot usou o aspecto granulométrico mais

refinado da fratura de corpos-de-prova como medida indireta da maior resistência ao

impacto dos sinos fundidos em liga Cu-Sn-Bi (precursor da Lei de Hall-Petch,

desenvolvida por volta de 1950). ( BREVE HISTÓRIA DA METALOGRAFIA – USP)

Outro fator muito importante foi à descoberta da microscopia ótica. Em 1665 Hook

publicou a primeira imagem fractográfica obtida por microscopia. Em 1722 foi publicado

por De Réaumur mais um estudo, onde revelava as superfícies de fratura de varias

classes de aço e ferro. Em 1862, Kirkaldy relacionou a alteração no aspecto da fratura de

ferro e aço forjados com tratamento térmico, enquanto, em 1868, Tschernoff discutiu o

efeito do teor de carbono e do tratamento térmico do aço no tamanho de grão da fratura.

O primeiro ensaio de investigação metalográfica em metal for realizado pelo inglês

Henry Sorby em 1863. Sorby adaptou o microscópio óptico para trabalhar com a luz

refletida na pesquisa da microestrutura de meteorito de ferro, e tornou-se o primeiro

pesquisador a estudar como a microestrutura do aço variava com a sua composição

Page 7: Pedro Luiz Avallone CURSO

6

química, tratamento térmico e processo de manufatura, sendo reconhecido como o pai da

metalografia, apesar de seu relativo desinteresse por metalurgia. A metalografia passou a

ter destaque, em detrimento da fractografia, no final do século XIX.

No Brasil, Antônio Francisco de Paula Souza, exerceu um papel estratégico para

industrialização do estado de São Paulo, em certo ponto da vida dedicou-se à formação

da Escola Politécnica, que foi inaugurada em 1894. Paula Souza tinha plena convicção da

necessidade do ensino científico para a industrialização do Brasil. Para garantir o ensino

prático de disciplinas tecnológicas, fundou-se junto à escola o Gabinete de Resistência

dos Materiais (1899), projetado pelo professor suíço Ludwig von Tetmayer.

Em 1906 enviou o engenheiro Hippolyto Pujol para a Europa visitar laboratórios

onde nesta época a metalografia microscópica já estava consolidada. De volta ao Brasil,

em 1907, Pujol trouxe material didático e um microscópio Zeiss do tipo Martens,

permitindo a instalação de um laboratório de metalografia microscópica no Gabinete de

Resistência de Materiais da Escola Politécnica. Em 1910, o ensino prático de metalografia

fazia parte da cadeira de “Curso experimental de Resistência dos Materiaes” da Escola

Politécnica e em 1912, a Revista Politécnica publicou os primeiros artigos de metalografia

no país. Dos trabalhos de metalografia produzidos pelo Gabinete entre as décadas de 10

e 20 e que puderam ser recuperados, há uma indicação de que seu objetivo era o

controle de qualidade de componentes metálicos usados na construção civil.

A partir da década de 30, graças ao trabalho sistemático de Hubertus Colpaert, a

técnica de metalografia se consolida no Brasil como uma importante ferramenta de ensino

e de desenvolvimento industrial, principalmente em casos de análise de falha, controle de

qualidade, engenharia reversa e otimização microestrutural através de tratamentos termo-

mecânicos.

2.1.3 ENSAIOS METALOGRÁFICOS

Os ensaios metalograficos relacionam a estrutura do material com suas

propriedades físicas, mecânicas, processo de fabricação, tratamentos, desempenho de

suas funções e outros. Pode ser Macrográfico ou micrográfico, o ensaio macrográfico é a

análise da seção de uma peça previamente polida e em geral atacada por um reagente

específico e apropriado para cada tipo de metal, de modo a expor à macro-estrutura da

peça em análise. Esta análise macrográfica é feita a olho nu ou no máximo com auxílio de

lupa.

Page 8: Pedro Luiz Avallone CURSO

7

Já no ensaio micrográfico também é necessário que seja feito o ataque com

reagentes específicos, para que seja exposta a microestrutura do material e assim

possibilitar sua análise. Neste tipo de ensaio são necessário aparelhos de microscopia

ótica para que sejam determinados os constituintes, e textura do material.

Através deste método de ensaio é possível verificar os grãos do material e como

este é formado, e assim chegar a conclusões sobre as propriedades mecânicas do

material conforme análise de como estes se organizam na estrutura do material.

A formação de diferentes tipos de grãos pode se dar por diversos motivos, tais

como processo de fabricação, trabalhos mecânicos aplicados, ou ainda tratamentos

térmicos efetuados no material.

O Ensaio de Micrografia pode fornecer as seguintes características de um metal:

tamanho de grão, nível de inclusão, classificação de estruturas cristalinas, dimensão e

distribuição de grafitas, dimensionamento de descarbonetação superficial,

dimensionamento de profundidade de tratamentos.

2.3 PREPARAÇÃO DO MATERIAL

A preparação do material a ser analisado, segue a seguinte ordem; corte,

embutimento, lixamento, polimento, e ataque químico.

2.3.1 CORTE

Conforme o que se deseja verificar, deve se escolher a seção a ser cortada,

Longitudinal ou transversal, pois cada uma permite a análise de pontos distintos, sendo

assim, temos:

O corte longitudinal permite verificar:

• Se a peça é fundida, forjada ou laminada;

• Se a peça foi estampada ou torneada;

• A solda de barras

• A extensão de tratamentos térmicos superficiais, etc.

O corte transversal permite verificar:

• A natureza do material;

• A homogeneidade;

• A forma e dimensões das dendritas;

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8

• A profundidade de têmperas, etc

Os cortes podem ser feitos por abrasão a seco ou úmido, torneamento, serragem,

e cisalhamento. Destes os que mais se adapta a metalografia é o de abrasão a úmido,

que é feito com disco abrasivo, e uma boa refrigeração, que é feita para solucionar o

aquecimento do material, o que poderia vir a alterar sua estrutura.

2.3.2 EMBUTIMENTO

É utilizado para peças e corpo de prova de pequeno porte e pode ser a frio ou a

quente. Este processo é de grande importância, pois facilita o manuseio de peças

pequenas e evita que as arestas rasguem a lixa e o pano de polimento, além de evitar o

abaulamento dos corpos de prova durante o polimento, o que influencia na observação

microscópica. O embutimento com resinas sintéticas são neutros em relação às soluções

de ataque e impedem a infiltração das soluções em poros e fendas. A dureza pode ser

adaptada à dureza do material a ser embutido, através de aditivos específicos.

O embutimento pode ser:

A frio – quando se usa resinas sintéticas de polimerização rápida;

A quente – quando a amostra é embutida em materiais termoplásticos por

meio de prensas.

2.3.3 LIXAMENTO

Este processo ocorre para que se possa preparar o material para o polimento e

sejam eliminados riscos e marcas mais profundas. É um dos processos mais demorados,

e deve ser executado de maneira cautelosa, sempre obedecendo à ordem de lixas.

Existem dois processos de lixamento, o manual que pode ser úmido ou seco e o

automático. A técnica de lixamento manual consiste em se lixar a amostra

sucessivamente com lixas de granulometria cada vez menor, mudando-se de direção

(90°) em cada lixa subsequente até desaparecerem os traços da lixa anterior.

A sequência adequada de lixas para o trabalho metalográfico com aços deve ser

220, 320, 400, 600. Para um lixamento eficaz é necessário o uso de técnicas adequadas,

pois de acordo com a natureza da amostra, pressão de trabalho e velocidade de

lixamento, pode surgir deformações na superfície por amassamento e aumento da

temperatura.

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9

2.3.4 POLIMENTO

Está operação visa um acabamento superficial polido, livre de marcas, para este

fim utilizam-se abrasivos como pasta de diamante ou alumina. Antes, porém é necessário

que seja feita uma limpeza cautelosa no material, a fim de que sejam retiradas quaisquer

impurezas, como solventes, poeiras e outros. A operação de limpeza pode ser feita

comumente com água, no entanto como este material deverá ser seco antes do inicio do

polimento, aconselha se que está limpeza seja feita com líquidos de baixo ponto de

ebulição, tal como o álcool etílico, para que essa secagem seja mais rápida.

Alguns cuidados devem ser tomados nesta operação:

A superfície deve estar rigorosamente limpa;

A escolha adequada do material do polimento;

Evitar polimentos demorados

Nunca polir amostras diferentes sobre o mesmo pano de polimento (por

causa da diferença de dureza entre elas, um pequeno cavaco da amostra mais dura irá

riscar a mais macia);

Evitar fricção excessiva;

Evitar pressão excessiva sobre a amostra. (aplicar um pouco mais que o

próprio peso da amostra)

2.3.5 ATAQUE QUÍMICO

Depois de pronta a amostra é submetida ao ataque químico, após se ter a

superfície polida, está reflete a luz, o que impossibilita a analise do material.

O ataque é feito agitando-se a superfície polida mergulhada no reativo posto numa

pequena cuba. A duração do ataque depende da concentração de reativo e da natureza e

textura da amostra. Em média, a duração do ataque para ferro fundido e aços comuns é

de 5 a 15 segundos. Após o ataque lava-se imediatamente a superfície atacada com

álcool e em seguida efetua-se a secagem, passando-se primeiramente um pequeno

chumaço de algodão umedecido com álcool e depois um jato de ar quente à superfície.

O ataque químico pode ser divido em dois grupos:

Micro ataque - Evidencia a estrutura íntima do material em estudo para que

este seja analisado por microscópio óptico.

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10

Macro ataque - Evidencia a macroestrutura, para que melhor possa ser

observado a olho nu, ou com lupa com aumento de no Maximo 10X.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste trabalho foram analisados parafusos de fixação das rodas de automóveis da

década de 40 e 60 (Figura 1, 2, 3 e 4):

Amostra 1 – 1942;

Figura 1. Imagens do fixador de 1942

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11

Amostra 2 - 1963;

Figura 2. Imagens do fixador de 1963

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12

Amostra 3 – 1966, Modelo A;

Figura 3. Imagens do fixador de 1966 ( Modelo A)

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13

Amostra 4 – 1966, Modelo B.

Figura 4. Imagens do fixador de 1966( Modelo B)

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14

As amostras foram divididas ao meio no sentido longitudinal através da serra

policorte “Cut-off”, para se analisar as linhas de conformação reveladas no ataque

macrográfico e os filetes da rosca. O equipamento utiliza discos abrasivos 3045, indicado

para aços de até 0,45%C com refrigeração forçada (Figura 5).

Figura 5. Imagens do Processo de corte utilizando a serra policorte “Cut-Off”

Após seccionadas as amostras foi obtida a dureza das mesmas na escala

Rockwell. O equipamento durômetro (Figura 6) deve estar ajustado para escala “B” com

indentador de esfera com 1/16” e carga de 100Kgf e para escala “C” com indentador de

diamante e carga de 150Kgf.

Figura 6. Equipamento Durômetro com escalas Rockwell B e C

Page 16: Pedro Luiz Avallone CURSO

15

A operação de embutimento (Figura 7) foi realizada inserindo resina baquelite no

equipamento que alojava a peça, a temperatura começa subir até se estabilizar em 170°C

permanecendo por 3 minutos, a pressão é da ordem de 125kgf/mm² realizada pelo

macaco hidráulico durante todo o procedimento. Após realizada a cura, automaticamente

o equipamento libera água para resfriar a resina até 55°C, desligando posteriormente.

Figura 7. Imagens do Processo de embutimento

A etapa de lixamento (Figura 8) consistiu em se lixar as amostras sucessivamente

com lixas de granulometria 220, 320, 400 e 600, mudando-se a direção de lixamento em

90º em cada lixa subsequente até que superfície fique sem riscos da lixa anterior.

Figura 8. Imagens do Processo de lixamento

Após esta etapa, o polimento (Figura 9) foi realizado com pasta diamantada de 3

mícrons a fim de proporcionar um bom acabamento da superfície.

Page 17: Pedro Luiz Avallone CURSO

16

Figura 9. Imagens do Processo de Polimento

Logo após foi realizada a limpeza com algodão e álcool etílico, deixando a peça

preparada para ser atacada. O reagente utilizado para o ataque químico (Figura 10) na

micrografia foi o Nital 3% ( 3% HNO3 + 97% álcool etílico).

Figura 10. Imagens do Processo de ataque químico

Por fim, foram analisadas as amostras com o auxílio de um microscópio óptico

(Figura 11) com ampliação de 100 vezes.

Figura 11. Imagens do Processo de Análise

Page 18: Pedro Luiz Avallone CURSO

17

Para a macrografia, foi preparada uma solução inserindo 20ml de Ácido Sulfúrico

em um recipiente contendo 80ml de água osmose. Essa solução foi aquecida em 90°C e

foram inseridos os fixadores durante um período de dez minutos. Em seguida retiraram-se

os fixadores da solução e foi realizado a limpeza com álcool e algodão contendo sabão (

Sapólio®). Após realizada a limpeza a peça foi secada com o auxílio de um secador.

4 RESULTADOS

A análise química (tabela 1 e figura 12) e medição das durezas (tabela 2) foram

realizadas em todos os fixadores retirados dos veículos.

Tabela 1. Composição química dos fixadores analisados

C Si Mn P S Cr Mo Ni Al Co Cu

Amostra 01 0,430 0,208 0,830 0,012 0,011 0,016 0,003 0,011 0,003 0,005 0,043

Amostra 02 0,443 0,256 0,790 0,022 0,009 0,227 0,005 0,047 0,008 0,017 0,026

Amostra 03 0,397 0,249 0,850 0,027 0,013 0,025 0,004 0,006 0,009 0,005 0,029

Amostra 04 0,407 0,236 1,000 0,018 0,010 0,306 0,003 0,010 0,038 0,004 0,032

Figura 12. Resultado da analise química das amostras

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

C Si Mn P S Cr Mo Ni Al Co Cu

Amostra 01

Amostra 02

Amostra 03

Amostra 04

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18

Tabela 2. Média das durezas das amostras

Amostra 1 89HRB

Amostra 2 27HRC

Amostra 3 90HRB

Amostra 4 22HRC

As micrografias das estruturas das amostras dos fixadores são mostradas na figura 13.

Figura 13. Imagens micrográficas ampliadas em duzentas vezes das estruturas dos fixadores

As macrografias das amostras dos fixadores são mostradas na figura 14.

AMOSTRA 2

AMOSTRA 1

AMOSTRA 4

AMOSTRA 3

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19

Figura 14. Imagens da macrografia dos fixadores

AMOSTRA 1

AMOSTRA 2

AMOSTRA 3

AMOSTRA 4

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20

4 DISCUSSÃO

O resultado das micrografias das estruturas das amostras apresentam

semelhanças entre as amostras 2 e 3, compostas por matriz ferrítica e entre as amostras

1 e 4, que são martensíticas. A estrutura ferrítica apresenta propriedades mecânicas

inferiores em relação à martensítica.

Através dos resultados da análise química, podem-se verificar semelhanças na

composição dos fixadores retirados dos automóveis da década de 40 e 60. Observa-se

que as amostra 1 e 2 contém uma porcentagem muito superior de cromo quando

comparadas com a 3 e 4 e que na amostra 1 o manganês apresenta uma proporção

maior do que as demais amostras. Este elemento, nesta porcentagem, Souza (1989)

descreve: “proporcionará melhores propriedades ao impacto”, também interessantes

nestes elementos que estão sujeitos a estas solicitações.

A verificação dos resultados obtidos das durezas dos materiais indicam relações

mútuas com as estruturas que formam o mesmo e que a amostra da década de 40 é a

que apresenta a maior dureza.

Observa-se também na amostra 1 (Figura 13) a estrutura próxima do filete da rosca

grãos alongados devido a conformação, região a qual passa a ter uma resistência maior

comparada a outras regiões. E também se observa em todas as imagens da macrografia

(Figura 14) na região da cabeça do fixador, as linhas de conformação que foram

deformadas através de uma grande força exercida para identificação do fixador quando

foram produzidos.

5 CONCLUSÃO

Baseado nas análises realizadas pode-se afirmar que os fixadores têm

características muito parecidas, composições e processo de produção.

Analisando a Macrografia (Figura 14) percebe-se nitidamente a intercalação dos

dentes e as linhas de conformação com o mesmo sentido na região da rosca, indicando

que as roscas dos fixadores foram usinadas. Mas acima, na região central é possível

perceber através das linhas e coloração diferente que o fixador sofreu algum esforço

quando fabricado, pois, as linhas não estão homogêneas. E na região da cabeça do

fixador, é evidente a distorção das linhas, indicando que essa região sofreu a atuação de

Page 22: Pedro Luiz Avallone CURSO

21

uma grande força, que deve ser a força executada para marcar as especificações dos

fixadores.

Os esforços dos fixadores são explicados pela terceira lei de Newton: “A toda ação

corresponde uma reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário”

e sabemos que esses esforços sofridos pelos fixadores são tração, flexão e torção.

Visando esses esforços não foram detectados indícios de desgaste prematuro ou incisivo

dos fixadores em função do tempo de utilização.

Page 23: Pedro Luiz Avallone CURSO

22

REFERÊNCIAS

COPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. 4ª ed. São Paulo: Blucher,

2008.

SOUZA, S, A de. Composição química dos aços. São Paulo: Edgard Blucher, 1989.

CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 7ed. LTC, São

Paulo, 2008.

LAROUSSE, K. Pequeno Dicionário Enciclopédico. Rio de Janeiro: Larousse do Brasil,

1980.

http://www.urisan.tche.br/~lemm/metalografia.pdf (Terça 12/03/2013 às 18:27hs)

http://www.reipar.com.br ( Segunda 24/06/2013 às 20:54hs)