peca teatral monologo

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  • 7/25/2019 Peca Teatral Monologo

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    Monlogos

    Os monlogos abaixo devem ser decoradose testemunhados. As pessoas representamos personagens abaixo, que devem estarcaracterizados de acordo com as vestestpicas do pas. A sugesto que ostestemunhos sejam utilizados no decorrer doculto, intercalando com outras partes daprogramao.

    Soon Ok LeeCoria do NorteMeu nome Soon Ok Lee e sou da Coria do Norte. Vivi num campo de reeducao e souuma das seis pessoas que saram de um desses campos com vida. Fui ensinada, durantetoda minha vida e tambm na escola, que religio como uma droga que inibe acriatividade e a lgica humana. Fui bem treinada para nunca pensar na existncia de Deus.

    A f dos cristos na Coria do Norte impressionante. Eles se recusam a adorar o falecidopresidente e seu filho como deuses, e por isso a opresso contra eles lderes tentameliminar todas as religies atravs de intensa perseguio. As pessoas que no negam a fso mandadas para campos de concentrao e para prises, e dificilmente saem de l comvida, a menos que neguem a f. Alguns so executados.

    Vi muitas coisas terrveis acontecendo aos cristos quando estava na priso. s mulheresque chegavam l grvidas era oferecida uma bebida abortiva e elas podiam decidir sematavam o filho daquela maneira ou se preferiam esperar o nascimento para que o bebfosse morto. Muitas viram a morte de seus filhos recm-nascidos. Vi tambm prisioneiroscristos serem obrigados a derramar ferro derretido em outros cristos que estavamdeitados no cho e, algumas vezes, outros eram forados a andar sobre o corpo falecidode um cristo. Todos que estvamos l ramos obrigados a assistir quela cena terrvel.

    Todo tipo de tortura era possvel. Choques eltricos, socos e pontaps, fome, sede, frio,calor, afogamentos... Tudo faz parte de uma rotina que os carcereiros chamam de

    reeducao. Se um guarda da priso descobre um jeito de convencer uma pessoa anegar sua f, ele ser promovido. Assim, eles tentam de todo jeito conseguir isso. No permitido a um cristo levantar os olhos ao cu, pois cremos que l a habitao do nosso

    Deus e, por isso, todos os cristos so impedidos de olhar para cima ou sero espancados.Os maus tratos que os cristos recebiam eram maiores do que os que eram dados a outrosprisioneiros.

    Os cristos recebiam menos alimento e roupa e ficavam isolados dos outros prisioneiros.Havia momentos em que, enquanto alguns cristos eram espancados, outros ficavam ameia distncia, comeavam a cantar hinos e a dizer: "Amm". Os guardas pensavam queeles estavam loucos e os levavam de volta para a sala de tortura com choques eltricos.Nunca vi algo parecido antes. Eu tambm pensei que eles estivessem loucos, mas erampessoas que no se tornavam amargas depois das torturas e chegavam at mesmo amorrer em lugar de outros. Eu ficava impressionada com tais atitudes!

    Esse comportamento dos cristos me fez querer conhecer esse Deus, pois no conseguiacompreender como eles podiam crer e sofrer por um Deus invisvel. Um dia tive a

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    oportunidade de olhar para o cu e perguntei: "Por que voc est fazendo isso comigo?" Vimuitos prisioneiros morrerem nos anos em que estive na priso. Contudo eles nuncanegaram o Deus que est no cu. Eu no compreendia o que os fazia no temer a morte.

    Sua inacreditvel f despertou uma grande pergunta em meu corao: "O que eles viram eo que estou perdendo?

    No momento em que foi feito o anncio da minha libertao, todos levantaram os olhospara mim. Seus olhos tinham um brilho celestial. Eu sabia que eles estavam me dizendo:"Quando voc sair da priso, seja uma testemunha por ns. Voc no est saindo apenaspara ter uma vida melhor, mas para falar sobre o que passamos aqui. Eles estavam mepedindo para falar sobre a f e o testemunho deles.

    Nunca vou poder esquecer a viso daqueles olhos suplicantes. Hoje eu conheo overdadeiro Deus, o Senhor dos senhores e Rei sobre todos, graas a tantos testemunhosmarcantes que vi de perto. Agora vivo na Coria do Sul e ajudo no preparo e apoio acristos norte-coreanos refugiados que desejam um dia voltar ao pas. O meu povo precisade suas oraes. No se esqueam de ns.

    LaylaOriente Mdio

    Meu nome Layla e sou de um pas do Oriente Mdio. Desde a minha infncia frequentavaa igreja com meus pais e irmos, todos cristos, mas isso no omite o fato de que seguir aJesus seja algo fcil. Os muulmanos so maioria no pas e isso sempre trouxe muitosproblemas e ameaas nossa liberdade de f.

    Quando eu tinha 15 anos estava mais envolvida na igreja e me dedicava muito leitura da

    Bblia. Eu estava participando de uma jornada bblica para adolescentes em minha igreja.Tnhamos que ler todo o Novo Testamento e fazamos encontros regulares para aprender ediscutir vrias questes. Nesse perodo, comecei a ser seguida por alguns rapazesmuulmanos. Eles iam at mesmo em frente igreja e ficavam gritando de longe que euera muito bonita e tinha que me casar com um bom muulmano.

    Aquilo tudo me assustava e meus pais tambm temiam por minha segurana. Uma vezesses rapazes me cercaram quando eu estava no mercado e me empurraram de um ladopara outro.

    Alguns dias se passaram e tudo estava mais sossegado. Mas certo dia, quando eu voltavada escola, vi de longe um rapaz falando ao celular e, de repente, um carro parou minhafrente e eu fui jogada l dentro. Fui seqestrada. Eles me fizeram escrava, me ofereceramcomo esposa a um homem e me foraram a tornar-me muulmana. Foram dias terrveis eeu tinha certeza de que minha famlia estava apavorada. Havia um primo distante meuenvolvido no seqestro.

    Uma vez consegui ligar para meu pai e disse-lhe que estava viva. No podia falar maisnada, pois se eu fosse pega seria espancada. Minha famlia conseguiu uma maneira deentrar em contato com meus seqestradores e disseram que queriam me ver, s para tercerteza de que eu estava bem. O encontro aconteceu, mas eu fui instruda a dizer queestava muito bem e que agora era muulmana, que havia encontrado o caminho certo, ese eu no dissesse isso eles matariam meus pais e tambm a mim. Um homem tinha umafaca nas minhas costas, de modo discreto para que meu pai no percebesse, enquanto eudizia aquelas palavras que me ordenaram. Minha vontade era correr para os braos dos

    meus pais, mas eu no podia fazer nada.

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    Depois de um bom tempo, aquele homem cansou-se de mim e me ofereceu a um amigo.Meus sofrimentos foram multiplicados e tudo o que eu tinha eram trechos da Palavra deDeus na minha mente, e a isso eu me apegava. Nesse novo lugar eu tambm era escravae tinha que acordar ao cantar do galo. Comeava a trabalhar quando ainda estavaamanhecendo e no podia dormir antes da meia-noite. Eu dormia num quarto que eratrancado por fora e sentia nojo quando aquele homem se aproximava de mim. Mesmo ao

    saber que eu estava grvida, ele no aliviou minha jornada de trabalho.

    Quando meu filho nasceu, eu contava as histrias da Bblia pra ele, apesar de no melembrar de muitas.

    Um dia esqueceram a porta do meu quarto aberta e eu aproveitei a madrugada para fugir.Eu caminhava com o beb durante as noites e durante o dia me escondia.Foi muito difcil aminha jornada, mas eu estava disposta a tudo para me livrar daquela vida. Depois de unsdias cheguei casa do lder da igreja onde cresci. Ele e sua esposa me receberam commuito carinho. A reaproximao da minha famlia tambm no foi fcil, pois ter um filhosem estar casada representa uma grande desonra para todos.

    Deus foi o meu sustento nas horas de tribulao. Assim como eu, muitas jovens criststm sido seqestradas, feitas escravas, casadas fora e foradas a se converter aoislamismo. Talvez nem todas tenham o final que eu tive, por isso precisamos de seu apoioe oraes.

    Extrado e adaptado do site http://www.domingodaigrejaperseguida.org.br(2011)