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Povo da Beira 9 de Agosto de 20114 9 de Agosto de 2011 Povo da Beira 5
Do alto de um outeiro sobranceiro a Castelo Bran-co, o Hotel Tryp Colina do Castelo promete aos seus clientes uma vista sobre toda a cidade. Este hotel, locali-zado junto do castelo local, acolhe sobretudo turistas e famílias durante o Verão, época em que se regista um decréscimo do segmento empresarial.
O director desta unida-de hoteleira, Manuel Veloso, afirma que a taxa de ocupa-ção registada no mês de Ju-lho foi de 52%, um valor 4% superior ao mesmo período em 2010. Mas há um senão: os números foram consegui-dos “com preços mais redu-zidos”.
Recorrendo também a promoções e reduções de preços, Manuel Veloso con-fia que o Colina do Castelo garanta no final de Agosto uma taxa de ocupação mé-dia idêntica à do ano passa-do, na ordem dos 65%.
O Best Western Hotel Rainha D. Amélia é o ou-tro hotel de Castelo Branco. Situado próximo do centro da cidade, aposta principal-mente no segmento empre-sarial e, ao longo de 2011, tem registado uma quebra de 5% face ao ano anterior. Para o mês de Agosto, o ho-tel prevê uma taxa de ocu-pação média entre os 60 e 65%, que deverá confirmar
a tendência de decréscimo.Mais complicada pro-
mete ser a vida para as residenciais da cidade, já que a maioria destes es-tabelecimentos não está vocacionada para o turis-mo e é incapaz de cativar turistas. A pesquisa do Povo da Beira revela que em Agosto são expectá-veis quebras médias en-tre os 30% e os 60% face ao ano passado. Das uni-dades de alojamento con-tactadas, algumas registam taxas de ocupação inferiores a 20% e nenhuma supera os 50%.
Promoções e pacotes para prolongar estadias
Os turistas não são apenas em menor número, como também se retraem mais nas estadias e nos con-sumos.
O Hotel Rainha D. Amélia aposta em pacotes atractivos para fazer com que os clientes fiquem o maior número de noites pos-sível. O mesmo faz o Hotel Colina do Castelo, bem como várias residenciais e casas de turismo no espaço rural localizadas na região. Em alguns alojamentos,
como na Casa de Castelo Novo, no concelho do Fun-dão, o cliente apenas paga o preço inteiro se pernoitar uma só noite.
Outro fenómeno que se verifica, segundo o director do Colina do Castelo, é “um menor consumo dos chama-dos extras, como bebidas, e dos serviços periféricos do hotel”. Manuel Veloso exemplifica com o facto de alguns clientes optarem pela estadia sem pequeno--almoço.
Para conquistar clientes estrangeiros (40% do total) e emigrantes de férias na re-
gião, este hotel procura valo-rizar os encantos do interior do país, promovendo pas-seios pela natureza e aldeias históricas, e menus dedica-dos à gastronomia regional.
Todavia, esses encantos não são, só por si, suficien-tes para dinamizar o turis-mo, na opinião de várias unidades de alojamento urbano e rural. Estas casas lamentam a falta de diverti-mentos na região, que torna difícil contrariar a brevidade das estadias.
Maria Goulão Avelar, da Casa das Jardas, unidade de turismo rural em Idanha--a-Nova, conta que “as pessoas passeiam por Mon-santo, Penha Garcia, Ida-nha-a-Velha e em três dias vêem tudo. Ficam muito satisfeitas, mas ficam pouco tempo”.
Na cidade de Castelo Branco os lamentos têm o mesmo tom resignado. “Para divertimento há a pis-cina-praia e o que mais? De-pois há o castelo, museus, e a parte antiga, mas isso é uma coisa que se vê depres-sa”, refere Manuel Celorico, responsável da Residencial Arraiana.
Alguns raios de sol para aquecer o turismo rural
O Solar de Alcains, com nove quartos, começou a funcionar “a sério” há dois anos e o proprietário garan-te que a crise económica não tem afectado o crescimento desta casa. Luís Monteiro diz que “em Julho a taxa de ocupação média foi superior a 40%, mas no mês de Agos-to já temos mais 70% de re-servas confirmadas do que as feitas nesse mês. E depois muitas reservas são feitas em cima da hora”.
O responsável estima que, entre os hóspedes do So-lar de Alcains, 60% sejam es-trangeiros. “Só não tive clien-tes da Ásia”, diz com humor.
Luís Monteiro explica
que “há muitos estrangeiros que fazem por estrada o per-curso entre Madrid e Lisboa e pernoitam aqui, porque a região fica mais ou menos a meio da viagem. E há outros que querem conhecer Portu-gal, visitar o interior do país. Quase todos vêm da zona de Coimbra, passam por aqui, e depois dirigem-se para Évora”.
Quem também está a crescer é a Casa de S. Tor-cato Moradal, localizada próximo da aldeia do Estrei-to, no concelho de Oleiros. “Este ano está a ser melhor do que o ano passado, e em breve vamos aumentar a ca-pacidade de cinco para dez quartos”, garante José Bár-tolo.
O proprietário desta unidade de turismo rural as-segura que “os dez quartos devem estar prontos durante Agosto e clientes não vão faltar”. “Mais quartos tives-se, mais alugaria”, diz.
Festival Boom deixa saudades
O festival Boom, que decorre em Idanha-a-Nova no mês de Agosto, de dois em dois anos, traz consigo milhares de jovens e um di-namismo importante para a economia do concelho. Em 2010, a edição mais recente do certame provocou uma enchente em grande parte das unidades hoteleiras e de turismo rural da região.
Contactadas pelo Povo da Beira, várias casas de turismo rural no concelho idanhense dizem sentir sau-dades do festival. Porém, não escondem que os pro-blemas são mais profundos. O mês de Julho foi, regra ge-ral, muito fraco e as reservas para Agosto são escassas. Algumas destas casas, mes-mo durante o mês de Julho, registaram dias sem qual-quer ocupação.
Tiago Carvalho
Castelo Branco Castelo Branco
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Quebras em Castelo Branco atingem os 60%, mas também há casos de sucesso
Hotéis e casas de turismo rural tentam dar a volta a ano difícilÉ Verão, mas o clima de crise paira como uma nuvem negra sobre hotéis, residenciais e casas de turismo rural em Castelo Branco e concelhos limítrofes. Ora de mansinho, impondo promoções e ajustes de preços, ora com uma violência que ameaça a sobrevivência de várias unidades de alojamento. Mas algumas casas de turismo no espaço rural garantem ao Povo da Beira que, no recorte de céu que as cobre, nunca o sol brilhou tanto.
A Casa S. Torcato Moradal é ladeada pelas serras do concelho de Oleiros
Casa das Jardas, a sete quilómetros da vila de Idanha-a-NovaO Hotel Colina do Castelo aposta em preços mais reduzidos para cativar turistas
“A crise ainda não aqui chegou”, garante o proprietário do Solar de Alcains
1800 afi cionados comprovam vitalidade da tauromaquia
Corridas de touros regressaram a Castelo BrancoHá quase 20 anos, des-
de 1993, Castelo Branco não acolhia uma corrida de touros. Na passada sexta--feira, dia 5 de Agosto, mais de 1800 pessoas encheram quase por completo a praça de touros desmontável, ins-talada no campo de futebol junto ao Nercab.
O espectáculo, organi-zado pela Associação Cul-tural e Desportiva da Ca-rapalha e patrocinado pela Churrasqueira da Quinta, dividiu-se em duas partes.
Primeiro, o cavaleiro Miguel Moura, de apenas 15 anos, entrou em praça para lidar dois novilhos da ganadaria do seu pai, João Moura, ficando as pegas a cargo dos forcados amado-res do Ribatejo e S. Man-ços.
A seguir foi a vez de en-trarem em praça os cavalei-ros João Moura e Manuel Telles Bastos, que lidaram
touros da ganadaria Ro-dolfo Proença. As pegas voltaram a estar a cargo dos forcados amadores do Ribatejo e S. Manços, e, no final, o jovem Miguel Mou-ra regressou para lidar um
touro.Numa nota negativa,
um jovem forcado, feri-do durante uma pega, foi transportado para o Hospi-tal Amato Lusitano.
Tiago Carvalho
Pela primeira vez na re-gião, o jovem Miguel Moura considerou que “o touro correspondeu às expectativas e a estreia não podia ter corrido melhor”. “Tive muito gos-to em tourear em Castelo Branco”, rematou
O cavaleiro João Moura é uma fi gura mundial do toureio a cavalo. Em Castelo Branco, mostrou-se satisfeito pela moldu-ra humana que encheu a praça de touros. Quanto à actuação do fi lho, considerou que Miguel Moura “esteve francamente bem”. “Está a seguir as pisadas do pai?”, perguntámos. Respondeu: “Vamos ver se consegue ser melhor”.
Manuel Telles Bastos é neto de David Ribeiro Telles e sobrinho de João Telles e de António Tel-les. O cavaleiro realçou a satis-fação do público: “As pessoas fi caram muito agradadas com o espectáculo, viram alguns touros muitos bons e os toureiros corres-ponderam”.
Miguel Moura João Moura Manuel Telles Bastos
A tourada está de regresso à praça de touros insta-lada junto ao Nercab já no próximo domingo, dia 14 de Agosto. Aproveitando a infra-estrutura montada, irá realizar-se naquele local um espectáculo de acrobatas es-panhóis que fazem acrobacias com touros.
O presidente da Associação Cultural e Desportiva da Carapalha (ACDC) anunciou ao Povo da Beira o novo evento de tourada, que foi mantido em segredo até ao dia da corrida de touros.
No que se refere ao espectáculo da passada sexta--feira, José Perquilhas considerou que a corrida de touros “correu dentro das expectativas” e sublinhou que “há vin-te anos que não havia um espectáculo destes na cidade”.
O presidente da ACDC disse que, no próximo ano, esta associação poderá voltar a apostar num espectáculo de tauromaquia.
Tourada acrobática em Castelo BrancoNo próximo domingo
Região Vinícola da Beira Interior disputa o prémio transfronteiriço “Arribes 2011” Cerca de 350 vinhos
produzidos em toda a pe-nínsula ibérica apresen-taram-se a concurso para disputarem o prémio “Ar-ribes 2011”, um certame transfronteiriço que decorre na região do Douro Inter-nacional.
“Estamos perante um projecto transfronteiriço que paulatinamente vai procurando novas oportu-nidades para os produtores vitivinícolas das Arribas do Douro”, disse à Lusa José Luís Pascual, presidente da Associação Vindouro/Vinduero, a promotora da
iniciativa.Do total dos vinhos
a concurso, mais de uma centena são portugueses provenientes de regiões viti-vinícolas tão distintas como o Minho, Bairrada, Dão, Alentejo, Setúbal, Beira In-terior ou Trás-os-Montes.
No entanto, a maior representação nacional no certame ibérico é assegura-da por vinhos produzidos na Região Demarcada do Douro.
“Os produtores de vi-nho portugueses procuram o mercado espanhol para aumentarem as suas expor-
tações estando presentes em várias organizações vitivi-nícolas como a Associação Vindouro/Vinduero, Rota Internacional do Vinho ou o Salão Internacional do Vinho, instituições frontei-riças que estão na origem do prémio Arribes 2011”, acrescentou Pascual.
O júri do concurso é composto por 15 personali-dades ligadas ao sector viti-vinícola oriundas de países como Espanha, Portugal, Alemanha e Estados Uni-dos da América.
Só a Rota Internacio-nal do Vinho agrega cerca
de 70 parceiros portugue-ses e espanhóis oriundos de sectores que vão desde a restauração, produtos endó-genos, produção de vinho e azeite ou turismo em espa-ço rural e meio ambiente.
“A organização faz a ligação entre municípios raianos conseguindo mes-mo posicionar a região transfronteiriça do Douro, num destino turismo de ex-celência para os apreciado-res do enoturismo”, rema-tou José Luís Pascual.
Os dois países ibéricos “unidos” são capazes de or-ganizar rotas turísticas que
projectem a região trans-fronteiriça para os merca-dos internacionais, já que os produtos ali produzidos começam a ser conhecidos e procurados pelos merca-dos externos.
“Temos que colocar no panorama internacional a conjugação de esforços entre a região de fronteira. Não se pode ter uma atitu-de isolada, tudo porque os mercados externos são mais difíceis de conquistar”, sin-tetizou o responsável.
Para os apreciadores de bons vinhos, “as inicia-tivas promovidas pelos três
o r g a n i s m o s , ibéricos asso-
ciados entre si, são enca-radas como uma forma de “potenciar o enoturismo” numa região com história e potencial ambiental.
A gala da entrega dos prémios “Arribes 2011” está agendada para o próxi-mo outono.
o r g a n i s m o s , ibéricos asso-