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Povo da Beira 9 de Agosto de 2011 4 9 de Agosto de 2011 Povo da Beira 5 Do alto de um outeiro sobranceiro a Castelo Bran- co, o Hotel Tryp Colina do Castelo promete aos seus clientes uma vista sobre toda a cidade. Este hotel, locali- zado junto do castelo local, acolhe sobretudo turistas e famílias durante o Verão, época em que se regista um decréscimo do segmento empresarial. O director desta unida- de hoteleira, Manuel Veloso, afirma que a taxa de ocupa- ção registada no mês de Ju- lho foi de 52%, um valor 4% superior ao mesmo período em 2010. Mas há um senão: os números foram consegui- dos “com preços mais redu- zidos”. Recorrendo também a promoções e reduções de preços, Manuel Veloso con- fia que o Colina do Castelo garanta no final de Agosto uma taxa de ocupação mé- dia idêntica à do ano passa- do, na ordem dos 65%. O Best Western Hotel Rainha D. Amélia é o ou- tro hotel de Castelo Branco. Situado próximo do centro da cidade, aposta principal- mente no segmento empre- sarial e, ao longo de 2011, tem registado uma quebra de 5% face ao ano anterior. Para o mês de Agosto, o ho- tel prevê uma taxa de ocu- pação média entre os 60 e 65%, que deverá confirmar a tendência de decréscimo. Mais complicada pro- mete ser a vida para as residenciais da cidade, já que a maioria destes es- tabelecimentos não está vocacionada para o turis- mo e é incapaz de cativar turistas. A pesquisa do Povo da Beira revela que em Agosto são expectá- veis quebras médias en- tre os 30% e os 60% face ao ano passado. Das uni- dades de alojamento con- tactadas, algumas registam taxas de ocupação inferiores a 20% e nenhuma supera os 50%. Promoções e pacotes para prolongar estadias Os turistas não são apenas em menor número, como também se retraem mais nas estadias e nos con- sumos. O Hotel Rainha D. Amélia aposta em pacotes atractivos para fazer com que os clientes fiquem o maior número de noites pos- sível. O mesmo faz o Hotel Colina do Castelo, bem como várias residenciais e casas de turismo no espaço rural localizadas na região. Em alguns alojamentos, como na Casa de Castelo Novo, no concelho do Fun- dão, o cliente apenas paga o preço inteiro se pernoitar uma só noite. Outro fenómeno que se verifica, segundo o director do Colina do Castelo, é “um menor consumo dos chama- dos extras, como bebidas, e dos serviços periféricos do hotel”. Manuel Veloso exemplifica com o facto de alguns clientes optarem pela estadia sem pequeno- -almoço. Para conquistar clientes estrangeiros (40% do total) e emigrantes de férias na re- gião, este hotel procura valo- rizar os encantos do interior do país, promovendo pas- seios pela natureza e aldeias históricas, e menus dedica- dos à gastronomia regional. Todavia, esses encantos não são, só por si, suficien- tes para dinamizar o turis- mo, na opinião de várias unidades de alojamento urbano e rural. Estas casas lamentam a falta de diverti- mentos na região, que torna difícil contrariar a brevidade das estadias. Maria Goulão Avelar, da Casa das Jardas, unidade de turismo rural em Idanha- -a-Nova, conta que “as pessoas passeiam por Mon- santo, Penha Garcia, Ida- nha-a-Velha e em três dias vêem tudo. Ficam muito satisfeitas, mas ficam pouco tempo”. Na cidade de Castelo Branco os lamentos têm o mesmo tom resignado. “Para divertimento há a pis- cina-praia e o que mais? De- pois há o castelo, museus, e a parte antiga, mas isso é uma coisa que se vê depres- sa”, refere Manuel Celorico, responsável da Residencial Arraiana. Alguns raios de sol para aquecer o turismo rural O Solar de Alcains, com nove quartos, começou a funcionar “a sério” há dois anos e o proprietário garan- te que a crise económica não tem afectado o crescimento desta casa. Luís Monteiro diz que “em Julho a taxa de ocupação média foi superior a 40%, mas no mês de Agos- to já temos mais 70% de re- servas confirmadas do que as feitas nesse mês. E depois muitas reservas são feitas em cima da hora”. O responsável estima que, entre os hóspedes do So- lar de Alcains, 60% sejam es- trangeiros. “Só não tive clien- tes da Ásia”, diz com humor. Luís Monteiro explica que “há muitos estrangeiros que fazem por estrada o per- curso entre Madrid e Lisboa e pernoitam aqui, porque a região fica mais ou menos a meio da viagem. E há outros que querem conhecer Portu- gal, visitar o interior do país. Quase todos vêm da zona de Coimbra, passam por aqui, e depois dirigem-se para Évora”. Quem também está a crescer é a Casa de S. Tor- cato Moradal, localizada próximo da aldeia do Estrei- to, no concelho de Oleiros. “Este ano está a ser melhor do que o ano passado, e em breve vamos aumentar a ca- pacidade de cinco para dez quartos”, garante José Bár- tolo. O proprietário desta unidade de turismo rural as- segura que “os dez quartos devem estar prontos durante Agosto e clientes não vão faltar”. “Mais quartos tives- se, mais alugaria”, diz. Festival Boom deixa saudades O festival Boom, que decorre em Idanha-a-Nova no mês de Agosto, de dois em dois anos, traz consigo milhares de jovens e um di- namismo importante para a economia do concelho. Em 2010, a edição mais recente do certame provocou uma enchente em grande parte das unidades hoteleiras e de turismo rural da região. Contactadas pelo Povo da Beira, várias casas de turismo rural no concelho idanhense dizem sentir sau- dades do festival. Porém, não escondem que os pro- blemas são mais profundos. O mês de Julho foi, regra ge- ral, muito fraco e as reservas para Agosto são escassas. Algumas destas casas, mes- mo durante o mês de Julho, registaram dias sem qual- quer ocupação. Tiago Carvalho Castelo Branco Castelo Branco Sociedade de Ferragens Progresso Albicastrense, Lda Cimentos Tijolos Telhas, Vigas e Blocos, Tintas Louças Sanitárias Azulejos Móveis de Wc Tubos Galvanizados P.V.C e Polietileno, Ferros e Aços MATERIAIS -DE- CONSTRUÇÃO FERRAGENS E ARTIGOS DE DECORAÇÃO Zona Industrial, Rua F lote K 13 Tel.: 272 344 573 / 344 582 / 320 860 * Fax 272 328 388 6000-459 Castelo Branco - [email protected] - www.soferragens.pt Quebras em Castelo Branco atingem os 60%, mas também há casos de sucesso Hotéis e casas de turismo rural tentam dar a volta a ano difícil É Verão, mas o clima de crise paira como uma nuvem negra sobre hotéis, residenciais e casas de turismo rural em Castelo Branco e concelhos limítrofes. Ora de mansinho, impondo promoções e ajustes de preços, ora com uma violência que ameaça a sobrevivência de várias unidades de alojamento. Mas algumas casas de turismo no espaço rural garantem ao Povo da Beira que, no recorte de céu que as cobre, nunca o sol brilhou tanto. A Casa S. Torcato Moradal é ladeada pelas serras do concelho de Oleiros Casa das Jardas, a sete quilómetros da vila de Idanha-a-Nova O Hotel Colina do Castelo aposta em preços mais reduzidos para cativar turistas “A crise ainda não aqui chegou”, garante o proprietário do Solar de Alcains 1800 aficionados comprovam vitalidade da tauromaquia Corridas de touros regressaram a Castelo Branco Há quase 20 anos, des- de 1993, Castelo Branco não acolhia uma corrida de touros. Na passada sexta- -feira, dia 5 de Agosto, mais de 1800 pessoas encheram quase por completo a praça de touros desmontável, ins- talada no campo de futebol junto ao Nercab. O espectáculo, organi- zado pela Associação Cul- tural e Desportiva da Ca- rapalha e patrocinado pela Churrasqueira da Quinta, dividiu-se em duas partes. Primeiro, o cavaleiro Miguel Moura, de apenas 15 anos, entrou em praça para lidar dois novilhos da ganadaria do seu pai, João Moura, ficando as pegas a cargo dos forcados amado- res do Ribatejo e S. Man- ços. A seguir foi a vez de en- trarem em praça os cavalei- ros João Moura e Manuel Telles Bastos, que lidaram touros da ganadaria Ro- dolfo Proença. As pegas voltaram a estar a cargo dos forcados amadores do Ribatejo e S. Manços, e, no final, o jovem Miguel Mou- ra regressou para lidar um touro. Numa nota negativa, um jovem forcado, feri- do durante uma pega, foi transportado para o Hospi- tal Amato Lusitano. Tiago Carvalho Pela primeira vez na re- gião, o jovem Miguel Moura considerou que “o touro correspondeu às expectativas e a estreia não podia ter corrido melhor”. “Tive muito gos- to em tourear em Castelo Branco”, rematou O cavaleiro João Moura é uma figura mundial do toureio a cavalo. Em Castelo Branco, mostrou-se satisfeito pela moldu- ra humana que encheu a praça de touros. Quanto à actuação do filho, considerou que Miguel Moura “esteve francamente bem”. “Está a seguir as pisadas do pai?”, perguntámos. Respondeu: “Vamos ver se consegue ser melhor”. Manuel Telles Bastos é neto de David Ribeiro Telles e sobrinho de João Telles e de António Tel- les. O cavaleiro realçou a satis- fação do público: “As pessoas ficaram muito agradadas com o espectáculo, viram alguns touros muitos bons e os toureiros corres- ponderam”. Miguel Moura João Moura Manuel Telles Bastos A tourada está de regresso à praça de touros insta- lada junto ao Nercab já no próximo domingo, dia 14 de Agosto. Aproveitando a infra-estrutura montada, irá realizar-se naquele local um espectáculo de acrobatas es- panhóis que fazem acrobacias com touros. O presidente da Associação Cultural e Desportiva da Carapalha (ACDC) anunciou ao Povo da Beira o novo evento de tourada, que foi mantido em segredo até ao dia da corrida de touros. No que se refere ao espectáculo da passada sexta- -feira, José Perquilhas considerou que a corrida de touros “correu dentro das expectativas” e sublinhou que “há vin- te anos que não havia um espectáculo destes na cidade”. O presidente da ACDC disse que, no próximo ano, esta associação poderá voltar a apostar num espectáculo de tauromaquia. Tourada acrobática em Castelo Branco No próximo domingo Região Vinícola da Beira Interior disputa o prémio transfronteiriço “Arribes 2011” Cerca de 350 vinhos produzidos em toda a pe- nínsula ibérica apresen- taram-se a concurso para disputarem o prémio “Ar- ribes 2011”, um certame transfronteiriço que decorre na região do Douro Inter- nacional. “Estamos perante um projecto transfronteiriço que paulatinamente vai procurando novas oportu- nidades para os produtores vitivinícolas das Arribas do Douro”, disse à Lusa José Luís Pascual, presidente da Associação Vindouro/ Vinduero, a promotora da iniciativa. Do total dos vinhos a concurso, mais de uma centena são portugueses provenientes de regiões viti- vinícolas tão distintas como o Minho, Bairrada, Dão, Alentejo, Setúbal, Beira In- terior ou Trás-os-Montes. No entanto, a maior representação nacional no certame ibérico é assegura- da por vinhos produzidos na Região Demarcada do Douro. “Os produtores de vi- nho portugueses procuram o mercado espanhol para aumentarem as suas expor- tações estando presentes em várias organizações vitivi- nícolas como a Associação Vindouro/Vinduero, Rota Internacional do Vinho ou o Salão Internacional do Vinho, instituições frontei- riças que estão na origem do prémio Arribes 2011”, acrescentou Pascual. O júri do concurso é composto por 15 personali- dades ligadas ao sector viti- vinícola oriundas de países como Espanha, Portugal, Alemanha e Estados Uni- dos da América. Só a Rota Internacio- nal do Vinho agrega cerca de 70 parceiros portugue- ses e espanhóis oriundos de sectores que vão desde a restauração, produtos endó- genos, produção de vinho e azeite ou turismo em espa- ço rural e meio ambiente. “A organização faz a ligação entre municípios raianos conseguindo mes- mo posicionar a região transfronteiriça do Douro, num destino turismo de ex- celência para os apreciado- res do enoturismo”, rema- tou José Luís Pascual. Os dois países ibéricos “unidos” são capazes de or- ganizar rotas turísticas que projectem a região trans- fronteiriça para os merca- dos internacionais, já que os produtos ali produzidos começam a ser conhecidos e procurados pelos merca- dos externos. “Temos que colocar no panorama internacional a conjugação de esforços entre a região de fronteira. Não se pode ter uma atitu- de isolada, tudo porque os mercados externos são mais difíceis de conquistar”, sin- tetizou o responsável. Para os apreciadores de bons vinhos, “as inicia- tivas promovidas pelos três organismos, ibéricos asso- ciados entre si, são enca- radas como uma forma de “potenciar o enoturismo” numa região com história e potencial ambiental. A gala da entrega dos prémios “Arribes 2011” está agendada para o próxi- mo outono.

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Povo da Beira 9 de Agosto de 20114 9 de Agosto de 2011 Povo da Beira 5

Do alto de um outeiro sobranceiro a Castelo Bran-co, o Hotel Tryp Colina do Castelo promete aos seus clientes uma vista sobre toda a cidade. Este hotel, locali-zado junto do castelo local, acolhe sobretudo turistas e famílias durante o Verão, época em que se regista um decréscimo do segmento empresarial.

O director desta unida-de hoteleira, Manuel Veloso, afirma que a taxa de ocupa-ção registada no mês de Ju-lho foi de 52%, um valor 4% superior ao mesmo período em 2010. Mas há um senão: os números foram consegui-dos “com preços mais redu-zidos”.

Recorrendo também a promoções e reduções de preços, Manuel Veloso con-fia que o Colina do Castelo garanta no final de Agosto uma taxa de ocupação mé-dia idêntica à do ano passa-do, na ordem dos 65%.

O Best Western Hotel Rainha D. Amélia é o ou-tro hotel de Castelo Branco. Situado próximo do centro da cidade, aposta principal-mente no segmento empre-sarial e, ao longo de 2011, tem registado uma quebra de 5% face ao ano anterior. Para o mês de Agosto, o ho-tel prevê uma taxa de ocu-pação média entre os 60 e 65%, que deverá confirmar

a tendência de decréscimo.Mais complicada pro-

mete ser a vida para as residenciais da cidade, já que a maioria destes es-tabelecimentos não está vocacionada para o turis-mo e é incapaz de cativar turistas. A pesquisa do Povo da Beira revela que em Agosto são expectá-veis quebras médias en-tre os 30% e os 60% face ao ano passado. Das uni-dades de alojamento con-tactadas, algumas registam taxas de ocupação inferiores a 20% e nenhuma supera os 50%.

Promoções e pacotes para prolongar estadias

Os turistas não são apenas em menor número, como também se retraem mais nas estadias e nos con-sumos.

O Hotel Rainha D. Amélia aposta em pacotes atractivos para fazer com que os clientes fiquem o maior número de noites pos-sível. O mesmo faz o Hotel Colina do Castelo, bem como várias residenciais e casas de turismo no espaço rural localizadas na região. Em alguns alojamentos,

como na Casa de Castelo Novo, no concelho do Fun-dão, o cliente apenas paga o preço inteiro se pernoitar uma só noite.

Outro fenómeno que se verifica, segundo o director do Colina do Castelo, é “um menor consumo dos chama-dos extras, como bebidas, e dos serviços periféricos do hotel”. Manuel Veloso exemplifica com o facto de alguns clientes optarem pela estadia sem pequeno--almoço.

Para conquistar clientes estrangeiros (40% do total) e emigrantes de férias na re-

gião, este hotel procura valo-rizar os encantos do interior do país, promovendo pas-seios pela natureza e aldeias históricas, e menus dedica-dos à gastronomia regional.

Todavia, esses encantos não são, só por si, suficien-tes para dinamizar o turis-mo, na opinião de várias unidades de alojamento urbano e rural. Estas casas lamentam a falta de diverti-mentos na região, que torna difícil contrariar a brevidade das estadias.

Maria Goulão Avelar, da Casa das Jardas, unidade de turismo rural em Idanha--a-Nova, conta que “as pessoas passeiam por Mon-santo, Penha Garcia, Ida-nha-a-Velha e em três dias vêem tudo. Ficam muito satisfeitas, mas ficam pouco tempo”.

Na cidade de Castelo Branco os lamentos têm o mesmo tom resignado. “Para divertimento há a pis-cina-praia e o que mais? De-pois há o castelo, museus, e a parte antiga, mas isso é uma coisa que se vê depres-sa”, refere Manuel Celorico, responsável da Residencial Arraiana.

Alguns raios de sol para aquecer o turismo rural

O Solar de Alcains, com nove quartos, começou a funcionar “a sério” há dois anos e o proprietário garan-te que a crise económica não tem afectado o crescimento desta casa. Luís Monteiro diz que “em Julho a taxa de ocupação média foi superior a 40%, mas no mês de Agos-to já temos mais 70% de re-servas confirmadas do que as feitas nesse mês. E depois muitas reservas são feitas em cima da hora”.

O responsável estima que, entre os hóspedes do So-lar de Alcains, 60% sejam es-trangeiros. “Só não tive clien-tes da Ásia”, diz com humor.

Luís Monteiro explica

que “há muitos estrangeiros que fazem por estrada o per-curso entre Madrid e Lisboa e pernoitam aqui, porque a região fica mais ou menos a meio da viagem. E há outros que querem conhecer Portu-gal, visitar o interior do país. Quase todos vêm da zona de Coimbra, passam por aqui, e depois dirigem-se para Évora”.

Quem também está a crescer é a Casa de S. Tor-cato Moradal, localizada próximo da aldeia do Estrei-to, no concelho de Oleiros. “Este ano está a ser melhor do que o ano passado, e em breve vamos aumentar a ca-pacidade de cinco para dez quartos”, garante José Bár-tolo.

O proprietário desta unidade de turismo rural as-segura que “os dez quartos devem estar prontos durante Agosto e clientes não vão faltar”. “Mais quartos tives-se, mais alugaria”, diz.

Festival Boom deixa saudades

O festival Boom, que decorre em Idanha-a-Nova no mês de Agosto, de dois em dois anos, traz consigo milhares de jovens e um di-namismo importante para a economia do concelho. Em 2010, a edição mais recente do certame provocou uma enchente em grande parte das unidades hoteleiras e de turismo rural da região.

Contactadas pelo Povo da Beira, várias casas de turismo rural no concelho idanhense dizem sentir sau-dades do festival. Porém, não escondem que os pro-blemas são mais profundos. O mês de Julho foi, regra ge-ral, muito fraco e as reservas para Agosto são escassas. Algumas destas casas, mes-mo durante o mês de Julho, registaram dias sem qual-quer ocupação.

Tiago Carvalho

Castelo Branco Castelo Branco

Sociedade de Fer ragens Prog resso Alb icas t rense, LdaC i m e n t o sTijolos

Te l h a s , V i g a s e B locos, T in tas

Louças SanitáriasA z u l e j o s M ó ve i s d e W c

Tu b o s G a l va n i z a d o sP.V.C e Polietileno, Ferros e Aços

MATERIAIS -DE-

CONSTRUÇÃO

FERRAGENS E ARTIGOS

DE DECORAÇÃOZona Industrial, Rua F lote K 13

Tel.: 272 344 573 / 344 582 / 320 860 * Fax 272 328 3886000-459 Castelo Branco - [email protected] - www.soferragens.pt

Quebras em Castelo Branco atingem os 60%, mas também há casos de sucesso

Hotéis e casas de turismo rural tentam dar a volta a ano difícilÉ Verão, mas o clima de crise paira como uma nuvem negra sobre hotéis, residenciais e casas de turismo rural em Castelo Branco e concelhos limítrofes. Ora de mansinho, impondo promoções e ajustes de preços, ora com uma violência que ameaça a sobrevivência de várias unidades de alojamento. Mas algumas casas de turismo no espaço rural garantem ao Povo da Beira que, no recorte de céu que as cobre, nunca o sol brilhou tanto.

A Casa S. Torcato Moradal é ladeada pelas serras do concelho de Oleiros

Casa das Jardas, a sete quilómetros da vila de Idanha-a-NovaO Hotel Colina do Castelo aposta em preços mais reduzidos para cativar turistas

“A crise ainda não aqui chegou”, garante o proprietário do Solar de Alcains

1800 afi cionados comprovam vitalidade da tauromaquia

Corridas de touros regressaram a Castelo BrancoHá quase 20 anos, des-

de 1993, Castelo Branco não acolhia uma corrida de touros. Na passada sexta--feira, dia 5 de Agosto, mais de 1800 pessoas encheram quase por completo a praça de touros desmontável, ins-talada no campo de futebol junto ao Nercab.

O espectáculo, organi-zado pela Associação Cul-tural e Desportiva da Ca-rapalha e patrocinado pela Churrasqueira da Quinta, dividiu-se em duas partes.

Primeiro, o cavaleiro Miguel Moura, de apenas 15 anos, entrou em praça para lidar dois novilhos da ganadaria do seu pai, João Moura, ficando as pegas a cargo dos forcados amado-res do Ribatejo e S. Man-ços.

A seguir foi a vez de en-trarem em praça os cavalei-ros João Moura e Manuel Telles Bastos, que lidaram

touros da ganadaria Ro-dolfo Proença. As pegas voltaram a estar a cargo dos forcados amadores do Ribatejo e S. Manços, e, no final, o jovem Miguel Mou-ra regressou para lidar um

touro.Numa nota negativa,

um jovem forcado, feri-do durante uma pega, foi transportado para o Hospi-tal Amato Lusitano.

Tiago Carvalho

Pela primeira vez na re-gião, o jovem Miguel Moura considerou que “o touro correspondeu às expectativas e a estreia não podia ter corrido melhor”. “Tive muito gos-to em tourear em Castelo Branco”, rematou

O cavaleiro João Moura é uma fi gura mundial do toureio a cavalo. Em Castelo Branco, mostrou-se satisfeito pela moldu-ra humana que encheu a praça de touros. Quanto à actuação do fi lho, considerou que Miguel Moura “esteve francamente bem”. “Está a seguir as pisadas do pai?”, perguntámos. Respondeu: “Vamos ver se consegue ser melhor”.

Manuel Telles Bastos é neto de David Ribeiro Telles e sobrinho de João Telles e de António Tel-les. O cavaleiro realçou a satis-fação do público: “As pessoas fi caram muito agradadas com o espectáculo, viram alguns touros muitos bons e os toureiros corres-ponderam”.

Miguel Moura João Moura Manuel Telles Bastos

A tourada está de regresso à praça de touros insta-lada junto ao Nercab já no próximo domingo, dia 14 de Agosto. Aproveitando a infra-estrutura montada, irá realizar-se naquele local um espectáculo de acrobatas es-panhóis que fazem acrobacias com touros.

O presidente da Associação Cultural e Desportiva da Carapalha (ACDC) anunciou ao Povo da Beira o novo evento de tourada, que foi mantido em segredo até ao dia da corrida de touros.

No que se refere ao espectáculo da passada sexta--feira, José Perquilhas considerou que a corrida de touros “correu dentro das expectativas” e sublinhou que “há vin-te anos que não havia um espectáculo destes na cidade”.

O presidente da ACDC disse que, no próximo ano, esta associação poderá voltar a apostar num espectáculo de tauromaquia.

Tourada acrobática em Castelo BrancoNo próximo domingo

Região Vinícola da Beira Interior disputa o prémio transfronteiriço “Arribes 2011” Cerca de 350 vinhos

produzidos em toda a pe-nínsula ibérica apresen-taram-se a concurso para disputarem o prémio “Ar-ribes 2011”, um certame transfronteiriço que decorre na região do Douro Inter-nacional.

“Estamos perante um projecto transfronteiriço que paulatinamente vai procurando novas oportu-nidades para os produtores vitivinícolas das Arribas do Douro”, disse à Lusa José Luís Pascual, presidente da Associação Vindouro/Vinduero, a promotora da

iniciativa.Do total dos vinhos

a concurso, mais de uma centena são portugueses provenientes de regiões viti-vinícolas tão distintas como o Minho, Bairrada, Dão, Alentejo, Setúbal, Beira In-terior ou Trás-os-Montes.

No entanto, a maior representação nacional no certame ibérico é assegura-da por vinhos produzidos na Região Demarcada do Douro.

“Os produtores de vi-nho portugueses procuram o mercado espanhol para aumentarem as suas expor-

tações estando presentes em várias organizações vitivi-nícolas como a Associação Vindouro/Vinduero, Rota Internacional do Vinho ou o Salão Internacional do Vinho, instituições frontei-riças que estão na origem do prémio Arribes 2011”, acrescentou Pascual.

O júri do concurso é composto por 15 personali-dades ligadas ao sector viti-vinícola oriundas de países como Espanha, Portugal, Alemanha e Estados Uni-dos da América.

Só a Rota Internacio-nal do Vinho agrega cerca

de 70 parceiros portugue-ses e espanhóis oriundos de sectores que vão desde a restauração, produtos endó-genos, produção de vinho e azeite ou turismo em espa-ço rural e meio ambiente.

“A organização faz a ligação entre municípios raianos conseguindo mes-mo posicionar a região transfronteiriça do Douro, num destino turismo de ex-celência para os apreciado-res do enoturismo”, rema-tou José Luís Pascual.

Os dois países ibéricos “unidos” são capazes de or-ganizar rotas turísticas que

projectem a região trans-fronteiriça para os merca-dos internacionais, já que os produtos ali produzidos começam a ser conhecidos e procurados pelos merca-dos externos.

“Temos que colocar no panorama internacional a conjugação de esforços entre a região de fronteira. Não se pode ter uma atitu-de isolada, tudo porque os mercados externos são mais difíceis de conquistar”, sin-tetizou o responsável.

Para os apreciadores de bons vinhos, “as inicia-tivas promovidas pelos três

o r g a n i s m o s , ibéricos asso-

ciados entre si, são enca-radas como uma forma de “potenciar o enoturismo” numa região com história e potencial ambiental.

A gala da entrega dos prémios “Arribes 2011” está agendada para o próxi-mo outono.

o r g a n i s m o s , ibéricos asso-