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POP AR Paulo - O Embaixador da Redenção

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Agora visualizamos Paulo, recebendo em sua vida o Cristo do Evangelho da Redenção Eterna, amando-o após persegui-lo; fazendo-o conhecido após tentar destruí-lo; colocando-o no lugar da Lei, fazendo de sua preciosa vida o bom perfume de Cristo, cheiro de vida para os eleitos e de morte para os ímpios (2 Co 2.14-16). Eis o príncipe dos Apóstolos, que percorreu meia Europa para fazer o Evangelho e o próprio Cristo conhecidos de toda gente, enfrentando os bons e os maus, os pequenos e os grandes, os judeus e os gentios, enfrentando os próprios demônios, fazendo tudo para com todos, para de alguma maneira salvar alguns.

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Page 1: Paulo - Embaixador Da Redenção - Lições Bíblicas Da Ipb

POP ARPaulo - O Embaixador da Redenção

Page 2: Paulo - Embaixador Da Redenção - Lições Bíblicas Da Ipb

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Um dos melhores comentáriosexegéticos do livro do Apocalipse,

sendo este o primeiro livro do génerovertido para o Português. , , , : ; „ ,.,,..•,-,<.?,->

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ACONSELHAMENTO APACIENTES TERMINAIS

Autora: Eleny Vassão de PaulaCavalcante

Orientação segura de como agir compessoas prestes a morrer e conduzi-lasa Cristo. 47 págs.

EXPEDIENTE

Revista Trimestral de Educação CristãIgreja Presbiteriana do BrasilJunta de Educação ReligiosaProdução, Publicação e DistribuiçãoCASA EDITORA PRESBITERIANAR. Miguel Teles Jr.,382/394 - Cambuci - São Paulo - SP - Tel:(011)270-7099Diretor-Presidente: Presb. António Ribeiro SoaresDiretor-Editor: Rev. Sabatíni LalliDiretor-Comercial: Rev. Valter Graciano MartinsAssessor: Dr. Hélio Rodrigues da ConceiçãoCorpo Redatorial:Editor Responsável: Rev. Sabatini LalliSupervisão, Adaptação e Revisão: Rev. Valter Graciaro Martins

Autoria das Lições: Rev. Valter Graciano Martins - Lições l a 3

Rev. Galdino Moreira - Lições 4 a 13

Capa, Ilustrações e Arte Final:Jader de Almeida, Makoto Déscio Kishi, Leopoldo Soares

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APRESENTAÇÃO

Chegamos ao final do curso A Redenção Eterna doHomem. Na primeira etapa visualizamos a Redenção comosemente lançada pelos Profetas veterotestamentários, em obe-diência ao Espírito Eterno, que falou por meio dos lábios un-gidos desses grandes homens, os quais eram pertencentes àsvárias camadas sociais, políticas e culturais do antigo Israel.Na segunda etapa visualizamos o próprio Messias chegandopessoalmente para cumprir tudo quanto falaram os Patriarcase Profetas antigos. Ele nasceu, viveu, ensinou, realizou por-tentos indescritíveis, sofreu, morreu, ressuscitou e voltou parao Pai, donde há de vir no tempo predeterminado pelo DeusTriúno. Na terceira etapa visualizamos o grande ApóstoloPedro experimentando em seu próprio ser os efeitos irreversí-veis do Evangelho da Redenção Eterna, e como, em seguida,ele levou esse Evangelho às multidões, conquistando a judeuse a gentios para o Reino Eterno. Agora visualizamos Paulo,recebendo em sua vida o Cristo do Evangelho da RedençãoEterna, amando-o após persegui-lo; fazendo-o conhecidoapós tentar destruí-lo; colocando-o no lugar da Lei, fazendode sua preciosa vida o bom perfume de Cristo, cheiro de vi-da para os eleitos e de morte para os ímpios (2 Co 2.14-16).

Eis o príncipe dos Apóstolos, que percorreu meia Euro-pa para fazer o Evangelho e o próprio Cristo conhecidos detoda gente, enfrentando os bons e os maus, os pequenos e osgrandes, os judeus e os gentios, enfrentando os próprios de-mónios, fazendo tudo para com todos, para de alguma manei-ra salvar alguns.

Que os milhares de alunos das centenas de Escolas Do-minicais por esse Brasil a fora desfrutem deste trimestre comentusiasmo, pois ele foi preparado para você, com amor, embusca da edificação de todos.

No amor e no serviço de Cristo

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BIBUCTECA MMttUEA Editora

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199049 Trimestre

PAULO - O EMBAIXADOR DA REDENÇÃO

Outubro

1 — Saulo de Tarso 52 — De Perseguidor a Perseguido 93 — Visão Celestial 134 — Filipos 17

Novembro

5 — Tessalônica e Beréia 216 - Grécia 257 — Éfeso 298 - Corinto 33

Dezembro

9 — Paulo e os Presbíteros , 3710 — Jerusalém 4111 - Perante Félix 4512 — Perante Agripa 4913 - Em Roma 53

Tabela de Leitura Bíblica em um ano 4

19 TrimestreVISÃO PROFÉTICADA REDENÇÃO

29 TrimestreCRISTOO REDENTOR

3g TrimestrePEDROO ARAUTO DA REDENÇÃO

1 - Convite da Graça2 • Impiedade Humana3 - A Idolatria4 - Usura e Opressão5 - Ideias e Costumes Pagãos6 - Ameaças Divinas7 - Mensagem que Quebranta8 - A verdadeira Religião9 - Conforto Divino

10 - Visão da Redenção11 - Preparação do Caminho12 - Plenitude dos Tempos

1 - Jesus de Nazaré2 • Cura Integral3 - Ministério Abrangente4 • Transfiguração5 • Morte e Vida6 - Salvação Graciosa7- Consolando os Discípulos8 - Oração Intercessõría9 - Cálice da Redenção

10- Julgamento e Condenação11 - Sacrifício Expiatório ,12 - Aurora da Ressurreição13 - Estabelecimento da Igreja

1 - A Conversão de Pedro2- A Grande Confissão3 - Queda e Arrependimento4 - Restauração5-A Plenitude do Espírito6 - Proclamando o Arrependimento7- Seu Conceito de Humildade

8 - Seu Conceito de Pureza Pessoal9 - Seu Trato com a Mentira

10 - Seu Conceito de Amor11 - Seu Conceito de Santidade12 • Amor por um Enfermo13- O Evangelizador14 -Atualidade de Pedro

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1 Saulo deTarso

Textos Básicos: At 22.3; Fp 3.1-8

Texto Central:Masoqueparamimeralucro,ístoconsiderei perda por causa deCristo. (Fp 3.7)

Leitura Devocional: SI 67

Leitura Diária:S. ICo 9.18-23 DiscernimentoT.2Coll.l6-22GlóriaQ. Fp 3.4-13 HebreuQ. Aí 22.1-5 ZeloS. A í 21.37-40 PoliglotaS. 2Co 11.7-9 IndependênciaD. iTs 2.5-10 Determinação

Um homem, para sair pelomundo fora à conquista de todaespécie de pessoas/ por entre todaespécie de nações, para Cristo, sóum tipomuito especial preenche-ria os requisitos. Teria que seralguém plenamente familiarizadocom os eruditos, com os podero-sos, com os simples, com os hu-mildes; teria de estaracostumadoàs grandes mansões, às chou-panas, às grandes cidades, àspequenas e aos campos; adap-tado a qualquer situação -agradável ou não. Dificilmentehaveria no mundo de então umhomem mais adequado que Paulo,para fazer justamente o que elefez; para dizer o que ele diz: "Fiz-me fraco para com os fracos, como fim de ganhares fracos. Fiz-metudo para com todos, com o fimde, por todos os modos, salvaraalguns" (l Co 922). E Deus prepa-

rou bem a esse seu escolhido.

l. Hebreu de Hebreus. Devemoster sempre em mente que Pauloera judeu, e que se orgulhava disso.Quando fala de suas qualificaçõespara o apostolado, ele escreve:" São hebreus? também eu. Sã o is-raelítas? também eu. São dadescendência de Abraão? tambémeu" (2 Co 11.22). Aos Filipenses:"Bem que eu poderia confiartambém na carne. Se qualqueroutro pensa que pode confiar nacarne, eu ainda mais; Circun-cidado ao oitavo dia, da linhagemde Israel, da tribo de Benjamim,hebreu de hebreus; quanto à lei,fariseu" (3. 4,5). Diante dasameaças, ele exclama com orgulho:"Eu sou judeu, natural de Tarso,cidade não insignificante daCilicia..." (At 21.39). E diante doSinédrio, ele declara: "Eu soufariseu, filho de fariseus" (At 23.6).

2. Sim Educação. Os judeussempre tiveram umparticularin-teresse em que seus filhos fossembem educados. Portanto, pode-mos ter uma noção bem forte daeducação que Saulo recebera. Aosseis anos, ele foi à escola pelaprimeira vez. Uma vez lendo eescrevendo, foram-lhe dadospequenos rolos de pergaminho,com passagens da Escritura, asquais ele tinha que pôr na mentee no coração. Essas passagenseram: Dt 6.4-9; 11.13-21; Nm 15.37-40; SI 113 a 118; Gn l a5; Lv l a 8.

Aos doze ou treze anos, ele foichamado de "filho da lei". Nessaidade, seu pai não mais era res-ponsável por Saulo, e, sim, elemesmo, ao tornar-se um obser-

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vador da Lei. No sábado maispróximo de seu 12° ou 13°aniversário, ele foi levado à Sina-goga. Uma vez ali, foi chamado aproceder a leitura de uma daslições da Escritura escolhidas parao dia. Em seguida, eram-lhe feitasperguntas como teste de seuconhecimento. Se as respostasfossem satisfatórias, então já nãoseria mais um menino, e, sim, umhomem. Ele faz uma síntese dessefato ao ser preso, diante das auto-ridades judaicas, em língua he-braica: ".. .f ui instruído aos pés deGamaliel, segundo a exatidão dalei de nossos antepassados, sendozeloso para com Deus, assim comotodos vós o sois no dia de hoje",(At 22.3).

3. Rabi. A maioria dos garotosde seu tempo, provavelmente,interrrompeu seus estudos, masnão Saulo. Este queria ser umRabi, um Mestre, um Professor. Epara alcançar esse propósito, eleteria que adquirir a mais altaeducação, o equivalente aos cur-sos e especializações universitáriosde hoje, pois é sabido que Saulofoi um grande erudito.

Saulo conclui este estudo in-tensivo quando tinha cerca de 30ou 31 anos; então ele pôde rece-ber as qualificações de um Rabi.A nenhum Rabi era permitidoreceber salário para ensinar. Criamque nenhum mestre jamais pu-desse receber dinheiro de seusalunos. Disse um sábio Rabi: "Nãofaça de seus alunos um machadopara viver deles; faça deles suacoroa para conquistar glórias paraeles." Criam ainda que todohomem, mesmo o maior erudito,devia ter uma profissão e apren-6

der a trabalhar com as própriasmãos. Eis o seu lema: "Ame otrabalho. "Diziam ainda: "Quemnão ensina a seu filho uma profis-são, lhe ensina o latrocínio." Emgeral, os Rabis eram moleiros,sapateiros, alfaiates, padeiros,ferreiros, carpinteiros, fabrican-tes de tendas, etc. Esta é a razãopor que Saulo, ao terminar seucurso colegial, aprendeu a fazertendas. Ele nasceu em Tarso, naprovíncia da Cilicia. Criavam-seaí rebanhos de um certo tipo decabrito que produzia uma espéciemuito especial de lã, a qual erausada para a fabricação de ummaterial muito apropriado paratendas. Isto é muito esclarecedorcom relação a Paulo que faziatendas como sustento pessoal emsuas viagens missionárias (vejam-se 2 Co 11.9; l Ts 2.9).

4. Fariseu. Este foi outro fatorque aguçava o orgulho de Saulode Tarso: "Eu sou fariseu, filhode fariseus"(At 23.6). "Quanto àlei, (sou) fariseu" (Fp 3.5). De todasas figuras religiosas, dentre osjudeus, ninguém era mais respeita-do do que os fariseus. Quem erameles?

(1) Origem. "O nome farisaíoi(palavra grega) aparece pela pri-meira vez no contexto dos reismacabeus. O equivalente hebrai-co - perusim - geralmente se en-tende no sentido de 'separados'(vejam-se Ed 6.21; Ne 10.28ss).Provavelmente, era um apelidoimposto por seus inimigos, vistoque os fariseus viviam separadosdo impuro, isto é, do 'povo daterra', ou seja, da plebe (Jo 7.49).Eles mesmos preferiam se chamar

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jeberim (^companheiros), desig-nação que revela algo de sua or-ganização" (Diccionario Ilustradode Ia Bíblia, verbete Fariseus).

O Velho Testamento nada falados fariseus, pois eles surgiramno período interbíblico. Ao abrir-mos o Novo Testamento, ei-losaí, em plena ação. O crente quepossui uma Bíblia de versãocatólica, para ler Macabeus, e acoleção de Flãvio Josefo, Históriados Hebreus, fará bem, são boasfontes históricas da seita.

(2) Doutrina. Os fariseus "sededicavam ao ensino e pro-moviam o desenvolvimento dareligião da sinagoga/' Davammuita ênfase ao proselitismo entreos gentios (Mt 23.15). Criam naimortalidade da alma, na ressur-reição do corpo (At26.8), na exis-tência de anjos e espíritos. A suaconcepção da soberania de Deusé distorcida, daí serem fatalistas.Criam poder alcançar-se a per-feita obediência à lei de Moisés, ecriaram sua tradição oral (Mc7.13).

(3) Relação com Jesus e osApósiolosDevido ao seu radicalis-mo extremo com relação à lei, eao excesso de minúcias em tornoda lei, tornaram-se exclusivistas,portanto ferrenhos perseguidoresdos que pensavam de outro modo.Foram denunciados por João Ba-tista (Mt 3.7-10). Jesus estevesempre às voltas com eles. Ocapítulo 23 de Mateus lança muitaluz sobre o seu falso caráter. De-nominaram Jesus deBelzebu (Mt9.34); tentaram ridicularizá-lo (Lc16-14); tentaram apanhá-lo emalgumafalha (Mt 22.15,34). Fariseu

se tornou um termo pejorativo,símbolo de hipocrisia (veja-se Lc18.9-14).

Assim vista, a questão de Sauloter sido fariseu e perseguidor deCristo e da Igreja se esclarece.

5. Cidadão Romano. Saulo nãoera apenas cidadão de Tarso e deJerusalém, mas era também cida-dão romano - título honorífico,conferido pelo Império Romanoaos heróis. Ele se orgulhava detão especial privilégio e honra.Ao ser preso e açoitado em Fili-pos, agora como apóstolo, ele apelapara os seus direitos diante dosmagistrados: "Sem ter havidoprocesso formal contra nós, nosaçoitaram publicamente e nosrecolheram ao cárcere, sendo nóscidadãos romanos... venham eles,e pessoalmente nos ponham emliberdade" (At 16.35-40). Ao seraçoitado em Jerusalém, elepergunta: "Ser-vos-á porventuralícito açoitar um cidadão romano,sem estar condenado?" (At 22.25).Há quem entenda que ao pedir aTimóteo: "...traze... especialmenteos pergaminhos" (2 Tm 4.13),Paulo se referia ao seu certificadode cidadania romana.

A quem era conferido essetítulo? (1) aossoldadosveteranosao término de sua prestação deserviço militar; (2) um homempodia comprar esse título; (3)alguém, ao prestar um grandeserviço a Roma, poderia recebê-lo como recompensa especial; (4)Podia-se recebê-lo por direito denascimento, quando o pai tinhasido cidadão romano. Este foi ocaso de Saulo de Tarso: "Pois eu otenho por direito de nascimento"(At 22.28). E ele jamais o despre-

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zou. homem com as qualificaçõesQuais eram os direitos con- adequadas/ para execer o aposto-

feridos ao cidadão romano? (1) lado entre os gentios ou pagãos.não podia ser preso sem jul- Um judeu genuíno/ porém nas-gamertto formal; (2) não podia eido num a cidade gentílica; edu-jamais ser açoitado; (3) se o cida- cado com esmero; um professordão romano não ficasse satisfeito qualificado; fariseu extremo, o quecom o tratamento em algum tri- fez dele um perseguidor im-bunal/ ele podia apelar direta- placãvel da fé que seria depoismente ao imperador/ e este tinha sua mensagem e vida; escondidoque atender a seu súdito recla- ou protegido pela cidadaniamante. romana/ não podendo/ portanto,

ser destruído sem sérias con-Deus tinha preparado um sequências.

' Confissão de Fé e CatecismosNovaEdição

pJá se acha em fase final de preparação uma nova edição da Confissãoe dos Catecismos.

0 que há de novo nesta edição?

1 - O próprio texto da Confissão e dos Catecismos passou por pro-funda e radical revisão à luz do original inglês;

2 - Os textos bíblicos estão criteriosamente revistos e os equívocoscorrigidos;

3 - Os textos bíblicos estão transcritos;

4 - Os textos estão agora numerados, seguindo a numeração do pará-grafo correspondente, facilitando o estudo ao leitor. Cada tópicotem o seu ou os seus textos específicos.

5 - Portanto, o volume da Confissão será de tamanho grande, comcerca de 600 páginas, pois estarão acoplados num só volume astrês obras: Confissão de Fé, Catecismo Maior e Breve Catecismo.

6 - Esta nova edição servirá para a Escola Dominical, classe de cate-cúmenos, classes bíblicas semanais, reunião das sociedades, cultodoméstico e individual.

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Perseguidor ePerseguidos

Textos Básicos: l Co 15.9; l Tm 1.13

Texto Central:A mim que noutro tempo erablasfemo e perseguidor e insolente.Mas obtive misericórdia/ pois ofiz na ignorância, na increduli-dade, (l Tm 1.13).

Leitura Devocional: 2 Tm 3.10-17

Leitura Diária:S. At 7.54-60 EstêvãoT. At 8.1-4 PerseguidorQ. Gl 1.13-23 Além da medidaQ. At 22.1-4 Até à morteS. l Tm 1.1-15 BlasfemoD. Rm 7.18-25 Dilema

"Não é este o que exterminava..,aos que invocavam o nome deJesus?" (At 9.21). O verbo exter-minar é o mesmo usado para umexército que saqueia uma cidade.Assim como um exército entranuma cidade/ a destrói,'matandoa grandes e a pequenos, com cruelbrutalidade/ deitando-a ao pó daterra/ em total assolação/ assimSaulo procurava destruir a Igrejade Cristo.

1. Dolorosas Recordações. Paulo/em suas cartas/ revela como alembrança dos dias de perseguiçãoaos cristãos ainda apunhalava suaconsciência. Ele escreve aos Gaia-tas: "...como sobremaneiraperseguia eu a igreja de Deus e adevastava. "Aquele que antes nosperseguia, agora prega a fé queoutrora procurava destruir" (Gl1.13, 23). Suas palavras aos

Coríntios são mui comoventes:"Porque sou o menor dosapóstolos, que mesmo não soudigno de ser chamado apóstolo/pois persegui a igreja de Deus" (lCo 15.9). Enquanto escrevia aTimóteo/ novamente amargaslembranças lhe vinham à mente:"... a mim que noutro tempo erablasfemo e perseguidor e insolente"(l Tm 1.13). Este último termo ép or demais vívido/ e significa queSaulo de Tarso se constituiu emjuiz e executor da igreja cristã.

Essas lembranças emergemnão só de suas cartas/ mas tambémde suas pregações. Ao enfrentarum tumulto em Jerusalém/ quequeria matá-lo/ ele declarou:"Persegui este Caminho até àmorte/ prendendo e metendo emcárceres, homens e mulheres" (At22.4). Em seu discurso ao reiAgripa/ ele afirmou:".. A mim meparecia que muitas cousas deviaeu praticar contra o nome de Jesus, oNazareno... Encerrei muitos dossantos nas prisões; e contra estesdava o meu voto, quando os mata-va,., obrigando-os até a blasfemar"(At 26.9-11). O coração de Sauloera dominado pelo ódio, fúria eamarga hostilidade contra Jesus econtra tudo quanto se achasserelacionado com o nome de Cristo.

2. Por que Tanto Ódio? Estapergunta é oportuna e importante:Por que Saulo de Tarso odiava detal maneira/ assim a Jesus como aseus seguidores? Á resposta édúplice:

(1) Porque Jesus reivindicavao título: "Messias de Deus." Osjudeus sempre se julgaram o povoescolhido de Deus/ os possuidores.

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de uma posição extremamenteprivilegiada e singular em relaçãoa Deus. Sonhavam com o diaquando seriam o maior povo domundo. Mas sua história nãoparecia conduzi-los a esse grandedia: sujeitos aos babilónios, aospersas, aos gregos e agora aosromanos. Eram tão poucos e seuterritório tão pequeno que, hu-manamente falando, pareciaimpossível que seu sonho degrandeza se concretizasse. Noentanto, eles criam nas promes-sas divinas, por meio dos profe-tas antigos, de que um dia sur-giria no cenário da história umpersonagem especial para libertá-los e conduzi-los por um novo eperene caminho, sendo o seu Oiefe.Messias (na língua hebraica) e Cristo(na língua grega) são títulosequivalentes a Ungido (SI 2.2),pertinentes à mesma pessoa - JesusCristo. Os reis, ao serem coroados,eram ungidos com óleo; assim,Messias ou Cristo significa"Grande Rei de Deus". Haviadiferentes ideias quanto ao queesse Grande Rei faria quandoviesse. Alguns pensavam que eleviria como herói conquistador, aguiar os exércitos judeus pelomundo fora, sujeitando primeiroos romanos, e a prosseguir deconquista em conquistaste sub-jugar o mundo inteiro. As vezesisto envolvia total destruição dosgentios.de todo o mundo; às vezesenvolvia a redução dos gentios àposição de escravos dos judeus;às vezes envolvia a conversão domundo gentílico ao amor de Deus.De qualquer forma, este Rei-Messias seria o poderoso conquis-tador. E por que, pois, este Jesus- este pretenso Messias! - acabou10

seus dias numa cruz como crimi-noso?

Pior ainda: a lei judaica dizque este homem -Jesus -, que forapendurado numa cruz, é "malditode Deus" (Dt 21.23). No conceitode Saulo, a blasfémia máxima queum homem, que acabara de sercrucificado, podia sustentar é serele o Filho de Deus e o Rei-Mes-sias. traduzindo a ideia em ter-mos modernos, é como apresen-tar um condenado, sentenciado àmorte por algum crime grave erevoltante, e pedir ao povo quecreia nele como o único a dizer aplena verdade universal, confiarnele como o único senhor da vidae a segui-lo como o único cami-nho da eternidade feliz. Para Saulo,a base toda do Cristianismo nãopassava de uma crasse mentiraperniciosa e blasfema, a qual deviaser eliminada tão completa erapidamente quanto possível.

(2) Porque, se Jesus estava certoquanto a Deus e à verdadeiravida, então Saulo e os demaisortodoxos estavam errados. Asbases do pensamento judaicoortodoxo era que se o homemguardasse a Lei, estaria entãoagradando aDeus. Seorasse tododia, às seis, às nove, ao meio - dia,às quinze e às dezoito horas; seobservasse a lei do sábado comtodos os seus triviais detalhes; selavasse suas mãos do modo cor-re to e no tempo certo; se desse aDeus os dízimos das menoreservas da horta; se não tivesse nadaa ver com aqueles que nãoguardassem estas leis - então talpessoa estaria agradando a Deus.Ora, Jesus quebrou estas leis ceri-moniais, de todas as maneiras

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imagináveis. Permitiu que seusdiscípulos, no sábado, debulhas-sem espigas e comessem; Elemesmo curava as pessoas doen-tes no sábado; Era amigo de pes-soas indesejáveis. Ter Jesus cu-rado os doentes/ confortado ostristes, trazido de volta as ove-lhas desgarradas e ensinado odever de se amar reciprocamenteera tolice para um homem comoSaulo de Tarso, cuja paixão era aLei. Os rabis tinham a seguinteopinião: se Israel puder guardara Lei de maneira perfeita, pelomenos durante um dia, o Messiasviria. Ora, para quem sustentassetal crença, Jesus não passava deum grande pecador; pior ainda,estava trazendo à nação incal-culável prejuízo ao impedir amanifestação do reino de Deus,tão sonhado, o qual fora sempremotivo de muita oração e deestímulo para uma vida disci-plinada, segundo os princípiosda Lei.

Não se deve entender queSaulo quisesse destruir o nomede Jesus só porque pensava serEle mau; ele odiava a Jesus porpensar que ele, Saulo, era umhomem bom diante de Deus, eque fazia corretamente tudo oque a Lei mandava. Jesus eratransgressor da Lei; Saulo erairrepreensível cumpridor da Lei.Jesus tinha que ser eliminado, bemassím seus seguidores, para queninguém mais fosse enganado. Eassim, Saulo de Tarso estaria con-tribuindo para o adiantamentoda vinda do Messias!

3. O Comportamento dosPerseguidos. Saulo teve que en-frentar vítimas decididas que, ao

serem presas ou ao morrerem, secomportavam de maneira singu-lar, levando, quem sabe, Saulo apensar: "Deve haver algo impor-tante neste Cristianismo. Ninguémpode sofrer e morrer por umailusão ou uma mentira/' Nãotemos muitos detalhes a esserespeito, a não ser na pessoa deum diácono.

Estêvão é um nome grego, quequer dizer: grinalda ou coroa. Foium dos sete diáconos eleitos pelaIgreja de Jerusalém para atenderaos pobres (At 6.1-7). As qualifi-cações deEstêvão (bemcomo dosdemais) são registradas: boa repu-tação, cheio de fé, cheio do EspíritoSanto, cheio de sabedoria, de graçae de poder (veja-se At 6.3, 5, 8,10). Pelo contexto, podemos acres-centar mais uma virtude muitonecessária no crente: coragem,ousadia, intrepidez. Depois deeleito, empreendeu um amplotrabalho de evangelização, reve-lando-se grande pregador e pro-fundo conhecedor do Velho Tes-tamento. A sua atividade foi deum dinamismo tal que provocouforte impacto entre os judeus defala grega. Foi preso e julgado. Aacusação que pesava sobre eleera a de blasfemar contra Moisése contra Deus, bem como a dedizer que Jesus havia de destruiro templo e mudar as tradiçõesmosaicas (w. 11-14). A argumen-tação de Estêvão é uma das maisbelas da Bíblia. O comportamentoe as palavras deste grande homemforam tão fortes que tiveram delançar mão de dois expedientes:contratar testemunhas falsas ematá-lo. Antes, porém, é dignode nota o seguinte:

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(1) Sem Aspecto Físico . "Todoos que estavam assentados noSinédrio/ fitando os olhos emEstêvão, viram o seu rosto comose fosse rosto de anjo" (6.15). Oímpio, ao ter uma visão comoesta, terá que decidir entre, pelomenos, três atitudes: a) fugir; b)crer; c) destruir (7.54-60). E claroque os inimigos decidiram pelaterceira

(2) Sua Acusação (7.51-53). Eleacusou os judeus de: a) ter co-ração de pedra; b) resistir aoEspírito Santo; c) imitar seuspais,assassinos dos santos; d) matar anosso Senhor; e) transgredir aessência da L£Í.

(3) SuaExeciição (7.54-60). a)Ele declarou: "Eis que vejo oscéus abertos e o Filho do Homemem pé à destra de Deus." Isto foiforte demais para aquela raçamaligna. Estêvão associa Jesuscom Deus Pai, um dos pontosque, para os judeus, eram umagrande blasfémia, b) A oração de

Estêvão, pedindo que Deus rece-besse seu espírito (v.59), quandoestava sendo executado comoblasfemo e herege, c) A oração deEstêvão, pedindo que Deus nãolevasse em conta aquele ato decrueldade, perdoando seus al-gozes, mostrando sua superiori-dade moral e espiritual. Era tudomuito estranho para aquelageração., e para Saulo de Tarso.

O capítulo 8 começa com afrase: "E Saulo consentia na suamorte/' Esta frase, em si mesma,não revela que Sauío estivessepresente. Ele poderia dar ordensà distância. Porém, no v. 58 docapítulo 7, temos outra f rase maisreveladora: "As testemunhasdeixaram suas vestes aos pés deum jovem, chamado Saulo." Eleassistira tudo! Vira o AspectoAngélico de Estêvão; ouvira suatese, sua acusação e suas orações,para estar com Jesus e pelo seusalgozes. É impossível que Saulonão tenha se impressionado como testemunho deste santo.

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Conheça o pensamento económicoe social de Calvino e veja como,devidamente adaptado ao nossotempo e à nossa circunstância, essepensamento pode ajudar-nos aequacionar e resolver os problemaseconómicos e sociais do nossotempo, particularmente em nosso

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O PENSAMENTOECONÓMICO

E SOCIALDE CALVINO

André Blèler

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VisãoCelestial

Texto Básico: At 9.1-31

Texto Central:... não fui desobediente à visão ce-lestial. (At 26.19)

Leitura Devodonal: Si 73.23-28

Leitura Diária:S. Ap 21.1-7 Tudo NovoT. Is 6.1-8 Ai de mimQ. Am 7.14,15 Vai, e profetizaQ. Mt 10.32-39 Vida e morteS. At 9.1-9 Luz do céuS. At 26.1-11 O NazarenoD. 2 Co 5.14-21 Nova Criação

Exteriormente, Saulo ainda erao judeu ortodoxo e o Rabi, fa-naticamente amante da Lei, fa-naticamente opositor do Cristiani-smo e de Jesus Cristo. Porém,interiormente/ o espírito de Saulotravava furiosa batalha e umacrescente tensão. É provável queSaulo fizesse a si mesmo apergunta: "Seria o caso de JesusCristo estar certo e eu, errado?''Em tal situação mental, Saulo fezo que tanta gente tem feito: Ten-tou aplacar suas dúvidas mer-gulhando-se numacada vezmaisfuriosa atividade. Tentava abafara voz da consciência, que outranão era senão a ação eficaz doEspírito de Deus no seu interior,agindo e conduzindo-o àqueleponto designado pelo soberanoplano, que não pergunta se podeou se alguém quer. O Cristo res-surreto não lhe dava trégua, porém

sacudia toda a sua estrutura.

1. Atividade Mais Acirrada.Lendo Atos dos Apóstolos, nasentrelinhas, percebemos que, apósa morte de Estêvão, Saulo se tor-nou mais furioso e perseguidor.Pediu autorização às autoridadese saiu no encalço da "raça maldita"- os cristão (At26.10-12). Aqui sepercebe o quanto Saulo alimen-tava no seu íntimo uma fúriaincontida contra o povo de JesusCristo. Assim, ele se tornou ofurioso enviado (= apóstolo) dasautoridades judaica, antes de sero ardoroso enviado (~ apóstolo)do Nazareno.

2. Rumo a Damasco. Saulo seinvestiu de autoridade para umaperseguição sem fronteiras.Damasco fica a cerca de 220 kmde Jerusalém. Relacionando anossa modernidade com as con-dições tecnológicas daqueletempo, é fácil imaginar o tipo dede viagem que Saulo encetou: 220km a cavalo, a camelo, a pé ounum carro romano puxado poruma parelha de cavalos, suas es-tradas arenosas, com a duraçãode uma semana. Quanto tempoteve ele para meditar sobre oscristãos, particularmente sobre omártir Estêvão! O Espírito deCristo o preparava para o desfechofinal.

3. Um Encontro Inusitado (At9.1-31). O encontro de Saulo deTarso com o glorioso e sublimeNazareno pode ser analisadoassim:

(1) Planos Humanos (9.1, 2),Saulo toma uma decisão extre-

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mada, revelando um interiortempestivo: a) "Respirando aindaameaças e morte../' Ele era umapanela de pressão. Era precisopôr termo a esse pesadelo, b)'Dirigiu-se ao sumo sacerdote elhe pediu cartas para as sinagogasde Damasco." Faz seus planos ese reveste de autoridade legal.Assim, ninguém o poderia impe-dir. Saulo era um profundo conhe-cedor do V.T., porém a revoltacontra Cristo o cegava para aspalavras de Salomão: "O coraçãodo homem pode fazer planos, masa resposta certa dos lábios vemdo Senhor" (Pv 16.1). Por que éassim? Porque "todo caminho dohomem é reto aos seus própriosolhos, mas o Senhor sonda oscorações" (Pv21.2).

(2) Planos Divinos (9.3-9). a) Aluz celestial (v.3). Saulo e suacomitiva são surpreendidos poruma luz singular. Essa mesmaluz já assustou muita gente aolongo da história. E a luz de Deus.

b) A voz celestial (v.4). Tãopotente quanto à luz, essa voz fazuma pergunta:" Saulo; Saulo, porque me persegues?" E uma sen-sura e, ao mesmo tempo, umaacusação. Saulo, perseguindo opovo de Jesus, estava perseguindoao próprio Jesus." ...sempre queo fizestes a um detes meus peque-ninos irmãos a mim o fizestes"(Mt 25.40)." ...sempre que o deixas-tes de fazer a um destes meusm ais pequeninos, a mim o deixas-tes de fazer" (Mt 25.45). Essa é alei; esse será o julgamento. Mal-tratar um verdadeiro cristão éofender ao próprio Cristo. Ele irácobrar... com juros e correçãomonetária: "Vindebenditos", ou:14

"Apartai-vos malditos" (Mt 25.34,41).

c) Diálogo Decisivo (w. 5, 6)."Quem és tu, Senhor?" "Eu souJesus, a quem tu persegues."Diálogo curto e franco, face a face,voz a voz. Saulo viu o Senhor?Ele afirma que sim: "Não vi aJesus, nosso Senhor?" (l Co 9.1)."E, afinal, depois de todos, foivisto também por mim..." (l Co15.8). Não só ouviu sua voz, maso viu de corpo inteiro. E se curvourendido.

d) Coração Quebrantado (w. 6.9).(1) Recebe ordem do Senhor,õutrora perseguido: "Levanta-te;entra na cidade; lá te dirão o quefazer." (2) "Nada podia ver." (3)Guiado pela mão. (4) Três diassem ver e sem comer e beber. Eledesceu até ao fundo do poço. Eraprecioso, antes que começasse asubir, como o maior dos apóstolosdo Senhor. Como Saulo, não fi-caria na história da humanidade;como Paulo, ele se tornou umcanal de bênçãos para milhões nocaminho da vida eterna. Por que"três dias"? Tempo para pensar;para passar em revista o seupassado e presente; para se co-nhecer; para se comparar com oseu Senhor perseguido. E agora?

3. Comissionamento (w. 10-19).a) O Senhor e Ananias (w. 10-16).A maneira como o Senhor da Igrejaconduz seu plano à plena reali-zação, concernente a Saulo, é algopor demais belo e comovente.Saulo, uma vez em Damasco,espera, cego, a determinação doSenhor que lhe aparecera nocaminho. O Senhor está agilizandoos meios conducentes a um glo-rioso fim. Não sabemos nada mais

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sobre Ananias. Aparece e desa-parece. E apenas um instrumentodivino com respeito a Saulo deTarso. O Senhor manda Ananiasfazer algo muito difícil. Saulo jáera bem conhecido. A notícia daautorização jã tinha chegado aDamasco. Os cristãos estavamtensos. Ananias apresenta aoSenhor a dificuldade. Era difi-culdade para os homens/ não parao Senhor. Há dois pontos emsíntese nos vv. 15 e 16: era (1) uminstrumento eleito, e (2) sofreriano próprio corpo as consequênciasde se fazer confissão pública doNome de Jesus Cristo - o que valepara todos os cristãos, em pontomenor.

'b) Ananias e Saulo (w. 17-19).Ananias nada podia fazer, senãoobedecer ao mando da soberaniacelestial/ do Deus que comandaos destinos da Igreja do Cordeiro.Primeiro-, impõe as mãos sobre oquebrantado Saulo. E a comuni-cação da bênção divina. Segundo,chama Saulo de irmão. Operseguido é agora irmão. Ter-ceiro, transmite o recado de Je-sus: (1) Recuperação da vista; (2)plenitude do Espírito. Dois ele-mentos primordiais. Imedia-tamente após a promesssa veio ocumprimento: tornou a ver e ficoucheio do Espírito. Em seguida,ficou de pé, submisso, e recebeu aaspersão da água, pois já rece-bera a aspersão do sangue deCristo - estava perdoado. Maisduas coisas vêm na preparaçãodesse extraordinário apóstolo: (1)Quebra o jejum. Assim como je-juar de vez em quando é bompara o espírito, comer ébom parao corpo. (2) Esteve na presençados discípulos. Não é difícil en-

tender o porquê. Agora, com umnovo coração, Saulo, humilde,procura se informar acerca da féque outrora destruía. O obreiroque não quer ser instruído de-veria fazer outra coisa que nãoexija maiores preparos.

4. UmaGuinadadel8QQ(vv.2Q~30). Não é de se admirar que tantossábios tenham dito que nenhumaoutra conversão se compara à deSaulo de Tarso.

a) Ele visita as sinagogas, nãomais como "terror por todos oslados", mas como irmão-e men-sageiro do Cristo que é o Filho deDeus (v.20). A obra é de Deus,antes que nossa!

b) Este fato espanta a todos:crentes e descrentes (v.21). Oexterminador é agora servo doNazareno perseguido. Saulo nãoparava; não se detinha. Cada vezmais forte, confundia os judeus eprovava que Jesus é o Cristo (vJ22).

c) Se Cristo, o Filho de Deus,foi vítima da ferocidade dos ju-deus, e Saulo de Tarso? Pior ainda!Jesus foi sempre encarado comoinimigo dos judeus, enquanto queSaulo foi uma grande autoridadejudaica. Era o homem de confi-ança, o braço direto do Sinédrio,assim podemos dizer. E agora"quinta coluna", traidor, "personanon grata". Precisa ser eliminado(vv. 23-25).

d) Ao regressar a Jerusalémnão procura o Sinédrio, e, sim, osdiscípulos do Senhor (vv. 26-30).Naturalmente que ele espantatanto aos discípulos quanto aosjudeus. Os discípulos são con-vencidos de que mais um mi-lagre ocorrera na Seara; os judeussão convencidos de que teriam

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de destruir um ex-companheirode judaísmo. Assim, Saulo éenviado a Tarso, sua cidade na-tal.

O v. 31 é riquíssimo eigualmente extraordinário.Começa com a frase: "A Igreja/'Ora, com a conversão de um al-goz do calibre de Saulo, não énatural que a Igreja (1) gozassede paz? Principalmente paz inte-rior para cada crente. Mas haviapaz exterior também. O inimigoestava abalado e confuso. (2) Elase edificava. E o modelo da igrejaviva que cresce espiritualmente ese agita como as ondas do mar.(3) Ela caminhava no temor do

Senhor. O que falta na maioriadas igrejas modernas. O temordo Senhor é o que caracterizaumaigreja totalmente incontami-nada do mundo. (4) Ela recebiacontinuamente o conforto doEspírito Santo que a habitava emplenitude. Ele não é o "outroConsolador"? Confortar incluitoda disciplina que uma igrejaprecisa receber e nela viver. (5)Ela crescia em número. Ora, paraumaigreja com tantos requisitos,é possível esperar outro resul-tado? E assim, a Igreja não só évencedora, mas, sim, mais quevencedora, por meio daquele quea amou e se entregou por ela,para fazê-la sua noiva eterna.

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Filipos

Texto Básico: At 16.16-34

Texto Central:Crê no Senhor Jesus e serás salvo,tu e tua casa. (At 16.31)

Leitura Devocionat: Si 40.1-11.

Leitura Diária:S .At 16.11-18T. At 16.19-34Q. Aí 16.35-40Q. Fp 1.1-11S. Rm 8.31-39S. 2 Co 4.1-11D. SI 40.1-11

MinistérioPrisãoLiberdadeAmorSegurançaTrevas e LuzLealdade

Lídia foi a primeira asiáticaconvertida em solo europeu, as-sim como Cornélío foi o primeiroeuropeu convertido em soloasiático. (At 10 e 11)

Foram como que as margensespirituais em que o Evangelhoconstruiu a ponte da graça, unindoeuropeus e asiáticos numa sófamília, família de fé no Senhor.

Certa moça, escrava, dotadade poderes malignos de adivi-nhação, e pertencente a certa com-panhia comercial que exploravaessa sua faculdadede predizer ofuturo, ganhando com isso so-mas fabulosas para os seus se-nhores. Acompanhavam todos osdias os ifiissionários (os quais seachavam residindo em casa deLídia e pregavam todos os dias àbeira do rio), dando umtestemunho verdadeiro, mas in-

desejável, do caráter e da missãodeles. Paulo, finalmente, virou-se para a pobre moça e expulsoudela o espírito mau em que exis-tia todo o seu poder de adivi-nhação. Seus donos, então,lançaram mão de Paulo e Silas eos arrastaram violentamente parao "fórum'', a fim de serem julga-dos"

1. A primeira dificuldade

A história e a evolução da obrade missões, tanto apostólicasquanto da Igreja em todos ostempos, exemplificam, quase numritmo matemático, que, ao ladodas oportunidades felizes que seabrem à causa, existe a ação in-tensa e desesperada do malignono sentido de obstruir a marchado Reino Sagrado.

Assim foi em Filipos. Logo quea semente começou a medrar aí, odemónio abriu logo a sua searainfernal de recursos sutis e ocul-tos para pôr em prática todo oseu arsenal de guerra contra asmissões cristãs. Mas o adversárionão quis para logo apresentar-setal como era e como é. Ao zeloapostólico na prédica da Palavrae na frequência às reuniões deoração, tentou Satanás ajuntar oseu apoio indesejável. E foi assimque, certo dia, surgiu no caminhodos missionários uma novidade.Certa moça possessa de mauespírito, usada como médium porindivíduos inescrupuTõsos e ex-ploradores da parte ignorante esupersticiosa da cidade, começoua acompanhá-los e a proclamarque eram realmente "servos doDeus Altíssimo". Isto se repetiu

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por dias seguidos. A princípio,Paulo não ligou importância aocaso, tornando-o, talvez, como atode umapessoa demente; todavia,percebeu, mais tarde, que estavaem face do grande inimigo deCristo, quase sempre disfarçadoem amigo. B resolveu o problemacom energia, expulsando damédium o ' espírito maligno ecurando-a desse mal tremendo.

Note-se que o testemunho damoça pitonisa era, aparentemente,valioso.

Ela, com os seus gritos públi-cos, chamava a atenção do povopara os missionários. Era umanúncio grátis da obra... Falavaem altas vozes um testemunhoverdadeiro. Não eram palavrasde desprezo, de achincalhe ou degrosseiras tolices. Dizia mesm o oque eles eram e a missão alta aque se entregavam. De qualquermodo, a moça agitava as massas,atraía a curiosidade pública aospregadores... Mas, tudo isso erafalso. Era tentação. Era arma domaligno. Repetia o diabo o seuantigo método de alcançar, dealgum modo, o direito de aliança,de sócio e de auxiliar da causasanta. Repetia a tentação do de-serto: "Tudo te darei se, pros-trado, me adorares", se me to-mares como colega e companheirono trabalho...

Paulo, orientado pelo divinoEspírito, reconheceu o dedo ocul-to do inimigo e o repeliu for-malmente^ Fez muito bem. A causade Jesus não tem nada com astrevas; mesmo quando se apre-sentem mentirosamente comoluzes de bondade e até de piedade,são armadilhas. Recebesse Pauloo testemunho da médium, ficaria18

identificado com aqueles que ex-ploravam a superstição das mas-sas; seria apenas mais um sóciodos ilusionistas e mediunistas dacidade, tão conhecidos... OEvangelho seria equiparado àcrença dos pagãos e perderia todoo seu valor e nobreza.

O diabo faz assim. Uma desuas astúcias é vestir-se de ove-lhas, de crentes, de amigos, de"pastor", de "defensor da fé", deproclamador gratuito do Cris-tianismo' para, nofim, rebaixaracausa gloriosa.

Sirva o exemplo de Paulo deadvertência a todos os que pre-gam o Evangelho. Alianças fáceiscom credos estranhos; amizadescom doutrinadores de todas asformas; tolerância e tudo quantoé ensino "de fora"; apoiar gruposque se vão formando mesmodentro das igrejas, a título de"consciências feridas", tudo issoé o demónio de Filipos, é a men-tira do adversário solerte...

2. A segunda dificuldade

Barrado o inimigo na sua pri-meira investida contra o Reinoem marcha, na grande cidade,"miniatura da capital romana",pôs ele em campo novas forças.

Agora usou a perseguição. Defato, os donos do negócio, queludibriavam a boa fé dos incau-tos, usando a pobre moça obse-dada, vendo perdida sua fontede renda, com a cura da jovemadivinhadora, reuniram-se e, commentiras e calúnias, prenderam aPaulo e Silas e os levaram à jus-tiça romana, tendo o apoio dagrande multidão exaltada. Pren-

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dendo os dois missionãrios/ açoi-taram-nos vigorosamente e os man-daram para o cãrcere/ como sefossem dois delinquentes célebres.

Note-se a astúcia dos persegui-dores. Antes de tudo, frisaramque os dois presos eramestrangeiros: "estes judeus..." (v.20). Despertavam, assim, o an-tigo e inveterado ódio de raçacontra os pobres missionários.Depois, mentindo, arguiram queeram perturbadores da ordem (omaior crime naqueles e nos nos-sos tempos, contra o regime vi-gente de uma nação); e, além disso,eram pregadores de "costumes"proibidos, isto é, ritos e crençasque as leis romanas tinham comoilícitos.

Mas, o que havia era o gritodo bolso, aberto pelo crime, pelaambição, pelo abuso das desgraçasalheias. Era a ociosidade recla-mando a sua fonte de misérias.

Na obra das missões, é velhoeste processo do diabo - a vio-lência, como a perseguição pelacalúnia, pela mentira, pelo ódio.Assim é que ele tenta destruir otrabalho da Igreja na terra."''Mas Paulo e Silas não se

deixaram vencer pela situação,embora séria e grave. Presos,entregaram-se nas mãos do Se-nhor, a quem serviam, orando,cantando e, pelo exemplo, pre-gando a doutrina da fé consola-dora.

A ética do Cristianismo sobre-puja maquinações malignas.

Amor com amor se paga' - é amáxima dos pagãos. O mal comamor se paga" - é o princípio doCristianismo.

Lembremo-nos de que cárceresnão abafam a voz do Evangelho,

nem açoites amedrontam os fiéispregoeiros da verdade eterna.

3. As bênçãos da vitória

Não foram pequenos nemobscuros os frutos que colheramos missionários pela fortaleza deânimo com que souberam defron-tar as situações tremendas quetiveram em Filipos. Foram mui-tos e foram grandes. O Evangelhoé fonte de poder, de bênçãos e degraças contínuas aos que são fiéisao Senhor, à sua causa e ao seuReino Santo.

Vejamos.1. Antes de tudo, os próprios

prisioneiros, Paulo e Silas, rece-beram grandes bênçãos. Rece-beram o dom de esperar no seuSalvador e de confiar nas suaspromessas de não abandonarnunca os seus. Aprenderam acantar e a orar onde o mundochora e desespera.

2. Depois, tiveram ali esplên-dida oportunidade de proclamaras verdades redentoras. " Ospresos escutavam-nos" (v.25). E'que aqueles hinos transmitiam,nas suas palavras, uma verdadeirapregação do Evangelho. E estapregação era comentada ao vivopelo exemplo e heroísmo dosapóstolos presentes.

3. Logo a seguir, nova bênção.Deus mesmo resolveu manifes-tar-se de modo ostensivo, me-diante omilagre de um terremotoespecial vindo à hora e a propósito,que abriu as portas do cárcere,soltando as cadeias de todos edespertando o carcereiro. Era aação da mão divina, que vinhadar a seus servos em aflição ascredenciais de sua autoridade e

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dispor.tudo em favor deles/ comose vê no final da história.

4. "Em último lugar/ deu-se aconversão do carcereiro, com asua casa, de modo impressionante.O carcereiro/ responsável pelospresos da Penitenciária/ ao preçoda própria vida/ como era o re-gime legal/ tentou matar-se. Era oremédio de um pagão que/ semasluzes do Evangelho, não queriaver o seu nome e a sua honramanchados por crime de lesa-pãtria. Mas/ os dois pregadores/Paulo à frente/ vieram em seufavor. Tomou o vigia, então/ conhe-cimento dos fatos extraordináriosque acabavam de ocorrer/ e nãotardou a sua notável conversão.

"Senhores, que me é necessáriofazer para me salvar?" E' de no-tar a mudança já operada nestehomem. "Tirou-os para fora"/levou-os para lugar mais con-fortável. Tratou-os- respeitosa-mente. Fala a "senhores". Con-siderou-os como capazes de ajudá-lo a resolver o maior problema dasua vida: "Que me é necessário?..."Reconheceu/ assim, a autoridadeou competência deles em assun-tos religiosos. O pavor do terre-moto/ as palavras que ouvira dospregadores/ a tentativa de suicídioque o teria levado, sem estar con-venientemente preparado/ para aeternidade, fizeram despertar neleo sentimento de sua pecaminosi-dade. Sentindo o seu pecado/sentia a realidade da justiça deDeus e queria escapar da ver-gonha do pecado e do seu poder.Tão sincero e angustioso foi oclamor daquele pobre coração,que os evangelistas, de pronto/responderam com as memoráveis20

palavras do v.31: "Crê no SenhorJesus e serás salvo/ tu e a tuacasa!"

Prática1. As dificuldades que por-

ventura surjam nos campos deevangelização não devem nempodem trazer desânimo aos pre-goeiros da verdade. Devem in-centivá-los a prosseguir na obracom fé e ardor.

2. Os preconceitos de todas asformas e cores são sempre inimi-gos das missões. Não os temamosjamais.

3. Têm lugar proeminente.navida piedosa dos crentes e nasementeira da Palavra a oração eos hinos sacros.

4. Só o Cristianismo tem à mãoa resposta própria à perguntaangustiosa dos que desejam sal-var-se: "Crê no Senhor Jesus eserás salvo..."

5. A expressão - "Crê no Se-nhor Jesus e serás salvo/ tu e tuacasa" - não significa apenas aprofissão teórica da fé, mas da féque age por amor e para a santifi-cação. Também não. significasimplesmente que/ crendo os pais,estão salvos os filhos. O sentido éque Cristo salva o indivíduo e osindivíduos, e que o lar cristão éelemento capaz de salvar os queo compõem/ desde que cada umcreia pessoalmente. Vê-se que ocarcereiro/antes de professar suafé, foi instruído nas doutrinas, ecreu/ e sua casa também creu (w.32-34). Não se transfere a f é aninguém. Pode-se, pela graça deDeus, ser instrum ento capaz p arainduzir alguém à fé. Mas, cadaum tem que crer por si, para suasalvação pessoal.

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Tessalônica eBeréia

Texto Básico: At 17.1-14Texío Central: Estes eram mais no-bres... porque receberam a palavracom avidez, indagando diaria-mente nas Escrituras se estas cou-sas eram assim''. (At 17.11)

Leitura Devocional - si 119:105-112

Leitura DiáriaS. At 17.1-9.T. At 17.10-15Q. l Tm 3.14-17Q. Dt 4.1-14.S. Ne 8.1-8.S. Tg 1.19-27.D. S1119.105-112

TessalônicaBeréiaSagradas LetrasAs EscriturasEstudiososCumpridoresObservadores

Deixando Lucas em Filipos,Paulo, Silas e Timóteo prossegui-ram o seu caminho para o oeste/

pela grande estrada romana co-nhecida por Via Inácia.

Depois de viajarem cerca de53 km, chegaram à cidade deAnfípolis, situada perto da fozdo rio Estrimão. Continuando pormais uns 48 km, chegaram aApolônia, que atravessaram,chegando ao objetivo da suaviagem, Tessalônica, metrópoleda Macedônia, 59 km de Apolôniae cerca de 160 de Filipos.

1. Em Tessalônica

Chegando a Tessalônica comos auxiliares, Silas e Timóteo,Paulo, como costumava praticar,procurou descobrir se havia nacidade alguma sinagoga ou ponto

de pregação. Achando uma con-gregação organizada, do judeus,iniciou com vigor e com muitaesperança o trabalho em Tes-salônica (I Ts 1.4-10; 2.7-12).

Durante um mês mais oumenos, em cada sábado, que erao dia de guarda e de folga dosjudeus, o apóstolo expunha aospatrícios, com a Escritura emmãos, as doutrinas cristãs, espe-cialmente as que diziam respeitoàs profecias messiânicas, pro-curando documentar que Jesus,o Crucificado em Jerusalém, erao Cristo, o Rei e Salvador de seupovo e de todos os que nelecrêem.

Como fruto dessa pregaçãofiel, creram alguns dos judeus, osquais se uniram aos missionários,bem como grande número deprosélitos gregos e não poucasmulheres de distinção. Organi-zou-se uma igreja como umprincípio esplêndido de trabalhocristão numa grande cidade. Acausa, porém, não havia de pros-perar sem perseguição. Os judeusque não quiseram crer emprega-ram, na sua inveja, um grupo devagabundos que, levantando empouco tempo um grande motim,e com enorme algazarra, cercarama casa de Jason, hospedeiro dePaulo e SilasTa quem esperavamaltratar e talvez até matar. Nãoencontrando lá os missionários,arrastaram Jason, a fim de apre-sentá-lo às autoridades, gritandoa sua acusação(Leia-se At 17.6,7).Se bem que o povo e seus gover-nadores achassem grave essa acu-sação, nada fizeram senão exigirsatisfação de Jason, que era semdúvida cidadão respeitado e rico,bem como dos seus companheiros,

21

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Co-

sendo depois postos em liberdade.Diante de tal excitação popular,tornou-se impossível a Paulo eSilas continuar o trabalho emTessalônica. Os irmãos, pois, osenviaram de noite a outro campode trabalho mais favorável.

2. Em Beréia

Assim, após uma excursãoforçada de cerca de 96 Km, chega-ram a Beréia, tendo vindo emoutro dia também Timóteo (17:14).

A cidade de Beréia ficava emposição geográfica invejável, pertodas montanhas Citanes, que fica-vam em frente ao belo vale deHaliacmão.

Os judeus aqui eram tambémem grande número, embora osgentios ultrapassassem a eles, oque era natural. Paulo foi logo àsinagoga e iniciou sua pregação \m êxito magnífico. O^bereanos >J

excederam os tessalonicenses nay!recepção generosa da mensagem ^apostólica, examinando, porém,por si mesmos, as Escrituras, dia--Íriamente, para ver se chegavam à ^mesma conclusão que os mis-^sionários. Como resultado da fielvjpregação de Paulo e Silas e do/javivamento pelo estudo bíblico, *houve muitas profissões de fé entreos judeus. Acharam-se tambémmulheres gregas distintas e mui-tos homens.

Quando souberam em Tes-salônica que Paulo e Silas estavamtrabalhando em Beréia, aliás combastante sucesso, foi para lá umadelegação de judeus tessalo-nicenses com o fim de excitar opovo para destruir, se possível, otrabalho dos missionários.22

Embora não houvesse tantaviolência como em Tessalônicaou Filipos, não deixaram, con-tudo, de ter êxito na sua oposição,que parece ter sido dirigida prin-cipalmente contra Paulo. Este,enviado pelos irmãos bereanos,partiu dali para a costa, escoltadopor amigos, embarcando paraAtenas, numa jornada de uns 38Km de Beréia. Enquanto isso, Si-las e Timóteo permaneceram emBeréia para edificar a igreja ali,até que os irmãos que foram comPaulo a Atenas voltaram com umamensagem do apóstolo para quese reunissem com ele o maisdepressa possível naquela cidade.

3. Um pregador modelar

Tanto em Tessalônica quantoem Beréia, como em todas asregiões onde teve a bênção deanunciar as verdades de nossoSenhor, o apóstolo e missionárioPaulo deixou sempre o exemplomodelar do verdadeiro pastor,do genuíno evangelista, do dedi-cadoe sábio pregoeiro da PalavraSanta.

Antes de mais nada, o grandecampeão só conhecia um livro devalor e de autoridade - as Escri-turas, na ocasião o Antigo Tes-tamento. Era neste volume, e sónele, que Paulo baseava a suapregação.

A cultura do apóstolo nasciências, letras e artes de sua épocaera posta ao serviço de Deus, masà luz da Palavra, retificada porela, dirigida pela Revelação escrita.

Paulo cria na Bíblia toda, sem

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excetuar parte alguma. As profe-cias eram para ele a história escritade antemão, e era nestes tópicosmaravilhosos que ele firmava seuensino sobre Cristo, sua encar-nação, vida, obra e exaltação comoFilho de Deus e Salvador.

Seja isto exemplo às geraçõesmodernas dos pregoeiros daPalavra, a fim de que aprendamcom o gigante do apostolado cris-tão a nãoandar à roda de doutrina

_e doutrinãdores que ignoram aPalavra.

Ainda é a Bíblia, e será até aofim, o nosso livro de regra, deprática e de fé.

Paulo também sabia descobriroportunidade. Logo que chegavaa um local, ia ver onde estava aigreja e o povo que, ao menos denome, adotava a Palavra - osjudeus. Usava o tempo que estespunham de parte para seus cul-tos - os dias de sábado. Assim, omissionário colocava os alicercesda obra com relativa facilidade etino, evitando, de propósito, criardivergências evitáveis entre osouvintes.

Paulo, portanto, procuravareunir, e não dividir o povo deDeus. Jamais era seu propósitocriar congregações diferentes, comprincípios denoininacionais di-ferentes, mas unir todos quecressem numa só família, na Igrejade Deus.

Outra característica linda navida de Paulo, o pregador. Era asua mensagem una, macissa,firme:"Cristo,o Reie Salvador".Ele não sáRa pregar outra coisa.Aliás, dissera ele, mais de umavez, que sabia só "Cristo, e Cristocrucificado" (l Co2.1-3).EmTes-salônica os perseguidores, sem

saber, prestavam aos apóstolosexcelente testemunho, emboradessem às suas palavras sentidofalso e para explorar-lhe a situação.Disseram que o apóstolo "trans-tornava o mundo" (virando-o debaixo para cima, é o sentido dafrase), e "que dizia haver outroSoberano, o Cristo".

Realmente, o Evangelho trans-torna o mundo, abala-o, vira-otodo para destruir os seus erros epecados.

Também o Evangelho só co-nhece um Rei único, no mundo -o Filho de Deus. Mas, é um Reique não vem tratar de coisaspolíticas e terrenas, de guerras ede diplomacias hipócritas. E' umRei espiritual de um Reino ético.

O Brasil precisa de pregadoresque o "transtornerr/Tque con-clamem à Nação que Cristo salvae redime para o tempo e para aeternidade.

4. Ouvintes típicos

Aparecem nesta lição trêsclasses_.de_ ouvintes, e cujas ati-tudes são perfeitamente discrimi-nadas: os judeus descontentes, que,cHelõs de inveja e de^ódio, "nãocreram" e perseguiram os mis-sionários de modo lamentável;os nobres de Tessaíônica, judeus egentios prosélitos, que receberama Palavra com bom coração e fi-caram convertidos; e os mais no-bres de Beréia que ouviram oEvangelho, examinaram as doutri-nas com carinho e professaramsua fé viva no Senhor.

Podemos sintetizá-los assim:23

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1. Os descrentes:Ouviram a Palavra.Ficaram zangados.Promoveram grandeperseguição.Atacaram os missionários.Procuraram dificultar apregação onde estava sendoabençoada.

2. "Nobres de Tessalônica":Ouviram a Palavra.Ficaram persuadidos daverdade.Tornaram-se crentes.Protegeram os missionários.

3. Os "mais nobres" de Beréia:Ouviram a Palavra.Examinaram as Escrituras.Receberam o Evangelho.Professaram a fé.

As palavras "mais nobres", notexto, são, literalmente: "eu-genesteroi", isto é, "bem nasci-dos" ou "os mais bem nascidos".Originalmente, o termo refere-seà nobreza pelo nascimento, pelosangue, pela linhagem; mas, aquino texto, significa antes umaqualidade moral e intelectual, umestado de alma, de coração. Querdizer que os bereanos foram "maisnobres" no sentido de serem maisgenerosos, mais cândidos, maiscordatos e mais sinceros e honestosna recepção da Palavra do que osjudeus de Tessalônica. Foram, nosentido moderno, "mais liberaise distintos" no ouvirem a men-sagem e em receberem-na.

A pregação da Paíajvra exigeexame, raciocínio, juízo epesquisa dos bons ouvintes. A24

fé é pelo ouvir, e o ouvir é pelaPalavra revelada - único Padrãoque resolve doutrinas e credos.

Os "nobres" ouvem e exami-nam tudo com atenção, cuidadosa-mente, com método, diariamente,tendo a devida coragem paraaceitar e professar a verdadeadquirida pelo exame feito.

5. Prática1. A Bíblia é o livro por ex-

celência do Cristianismo, a Bíblialida, anunciada, examinada e cri-da com bom coração.

2. A recepção ou recusa damensagem evangélica não ésimples problema de índole, detemperamento, de situação geo-gráfica, de civilização ou de cul-tura ou incultura de alguém oude um povo. É problema espiri-tual. Tessalônica e Beréia eramcidades que ficavam perto umada outra; eram cidades cultas;possuíam sinagogas; os judeus,em ambas, ouviram a mesmamensagem; os pregadores eramos mesmos; usavam os mesmosmétodos e dias para a pregação.Todavia, os judeus de Tessalônica,^na sua maioria absoluta, não re-ceberam a Palavra, ao passo queos de Beréia aceitaram-na comnobreza.

3. As perseguições, com a graçade Deus, promovem a difusão doReino divino. Os tessalonicensesrebeldes e maus, que tentaramabafar a obra, se serviram do ins-trumento a uma maior e melhorexpansão da causa, que deitouraízes permanentes em Beréia.

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Grécia

Texto Básico: At 17.15-34Texto áureo: Deus manda agoraque todos os homens em todo lugarse arrependam/ porquanto temfixado um dia em que na de julgaro mundo com justiça pelo varãoque para isto destinou." (At17.30,31)

Leitura devocionat: SI 98

Leitura DiáriaS. At 17.15-34 Em AtenasT. At 18.1-11 MensagemQ. l Co 1.18-25 Em CorintoQ. l Co 2.1-10 O seu métodoS . l Co 4.14-21 Um cooperador .S. 2 Co 1.1-11 SaudaçãoD, SI 98:1-9 Cântico novo

Deixamos Paulo e seus com-panheiros, Silas e Timóteo, nacidade de Beréía, no nosso es-tudo passado. Aí, dias após vie-ram grupos de perseguidores deTessalônica e intenteram levan-tar também; neste novo ponto depregação, o ânimo do povo con-tra os obreiros. Assim, irmãosprudentes e conhecedores dasituação julgaram não ser con-veniente que Paulo enfrentasse amaligna trama judaica em Beréiae resolveram fosse ele à cultacidade mais próxima, a cidade deAtenas. Levaram o apóstolo e,sem detença, retornaram/ comordem de Paulo, para que Silas eTimóteo viessem encontrá-ío nanova sede.

Foí nesse tempo de espera queo zeloso missionário, ao invés derepousar ou fugir ao bulício dasruas, da afamada "luz da Grécia",

cidade orgulhosa de Atenas, ini-ciou pesquisas no sentido deencontrar portas abertas às mis-sões.

Passando pelas ruas e praças,notou o apóstolo, com grandesentimento de comiseração e dor,como havia na cidade a mais in-tensa atividade popular em tornode ídolos e mais ídolos, queenchiam os templos/ as praças eaté as casas particulares, diz Plínioque havia em Atenas, naquelaocasião, nada menos de três milestátuas públicas de deuses, semi-deuses e heróis.

Acrescente-se a isso o semnúmero de imagens nas re-sidências particulares e em casasde negócio; e não é de admirarque o coração de Paulo se con-frangesse, "vendo a cidade tãodada à idolatria". Parece que nãopôde esperar pelos companheirospara começar o trabalho. Seuprimeiro esforço foi entre osprosélitos judeus, que o ouviramna sua sinagoga, se bem que,aparentemente, sem aceitar a suadoutrina. Para a praça pública foiele e apresentava diariamente amensagem a todos os que apare-ciam para ouvi-lo.

Breve, como era de esperar/apareceram para discutir e re-bater as suas ideias os mestresdas duas grandes escolas filosófi-cas que então floreciam em Ante-nas: os epicureus, amantes doprazer, que sensualizaram osensinos deBpicúrio: e os estóicos,panteístas, discípulos de Zenon,o filósofo fatalista.

O resultado das discussõesfoinegativo, pois alguns dos filósofosperguntavam cinicamente: "Quequer dizer este tagarela?" Estava

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o apóstolo lançando a sementeda verdade no solo mais espi-nhoso do mundo. Os filósofos/contudo/ ficaram tão impressiona-dos com o homem e a sua men-sagem/ que levaram Paulo aofamoso fórum da colina de Marte(o areópago), onde lhe pediramque explicasse a sua nova doutrinaaos mais brilhantes intelectuaisdo mundo 11 reunidos para ouvi-lo.

1. Um sermão notável

O piedoso missionário Paulojá havia muitas vezes pregado oEvangelho a grandes e pequenosauditórios com sabedoria ad-mirável; mas/ aqui em Atenas/perante os maiores mestres dafilosofia greco-romana da época/infatuados e orgulhosos/ embebi-dos de uma idolatria quase ina-creditável/ o apóstolo mostrou oseu génio cristão/ o seu poder dedialética sadia e a sua inspiraçãovinda do Alto.

Vejamos como Paulo contor-nou as dificuldades e realizou asua esplêndida conferênciaevangélica.

(1) Foi/ inicialmente/ um ser-mão feito com grande habilidade.Se era necessário ter um textobásico para a doutrinação a ofe-recer aos ouvintes, Paulo não ficouconfuso nesta parte. Aos judeusele citava o Antigo Testamento/que eram as Escrituras queaceitavam. Aqui em Atenas/ oAntigo Testamento não era re-conhecido pelos pagãos idóla-tras/ e seria perda de tempo basearo sermão em tópicos dessa Escri-26

tura.Mas o apóstolo/ guiado pela

mão divina/ habilmente desco-briu o texto para a sua pregaçãodentro da própria trincheira pagã,usando o que seria o ponto decontato/ entre o orador e a as-sistência... Ele tomou a expressãoque se encontrava num dos al-tares públicos da cidade - "AoDeus desconhecido". Bste foi otexto/ o motivo, a base do ser-mão..

Além disso/ Paulo abriu osermão com um exórdio frater-nal e respeitoso (w 22-23), próprioa atrair a atenção de seus ouvin-tes. Estava já vencido o maior obstáculo. O resto/ Deus guiaria abom termo.

(2) Foi um sermão doutrinário/profundamente cheio de coerência'e lógica inatacáveis. O apóstoloiniciou o seu argumento apresen-tando o caráter do verdadeiroDeus, esse Deus ignoto de quemfalavam os altares atenienses/ umDeus uno/ espiritual/ Criador,Senhor, Pai e Juiz (v.24). Umgrande erudito cristão/ o dr. Far-rar/ acha que os resultados aparen-temente pequenos colhidos peloapóstolo em Atenas foram oriun-dos de haver Paulo "esquecido"de falar de Cristo e da sua re-denção no Calvário. Discordamosdesse modo de ver/ primeiroporque o apóstolo foi inspiradona sua pregação/ e o Espírito nãoesquece nada do que é necessário;segundo/ porque/ mesmo logi-camente/ não convinha ao oradorabrir sua pregação, perante seupaganíssimo auditório, com asdoutrinas fundamentais do Cris-tianismo/ e, sim/ com as verdades

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elementares a respeito de Deus.Como iria Paulo falar da Bxpiaçãoa um povo que mal conhecia aprópria verdade sobre o Deusverdadeiro?

O apóstolo não devia falar doFilho de Deus, o Redentor, semprimeiro apresentar o Pai. B fê-locom habilidade, mostrando Deuso Pai como o Criador, desen-volvendo daí o seu belo tema geral.Note-se que, no fim da mensagem,o missionário feriu o assuntofundamental, embora com muitae diligente prudência, a obra deCristo, o Ressurreto (v.31).

No correr da pregação, em queo apóstolo, indiretamente, iaderrubando por terra as falsasconcepções dos gregos referen-tes a Deus e à religião, eviden-ciando o absurdo do politeísmo eda idolatria, Paulo fixou tudo oque era preciso sobre a essênciada Divindade. Falou sobre aSoberania de Deus (v.24). Notem-se as formas e expressões tudo, to-dos, todos os homens, etc., mos-trando a amplitude da autoridadedivina nos w.24,25,30,31. Falouda onipresença de Deus (vv.24,27). Falou da unidade e da frater-nidade universal (v.26). Falou dapaciência de Deus (v.30). Falouda espiritualidade de Deus (v.25). Falou do arrependimento(v.30). Falou do juízo e da ressur-reição (v.31).

(3) Um sermão sereno, feitocom paciente consideração às con-dições espirituais dos ouvintes.Note-se o v. 28, onde Paulo citaautores dos próprios pagãos.Paulo exemplificava nisto o quemais tarde ensinou em 2 Tm 2.24.

2. Um apelo corajoso

Todo sermão autêntico pre-cisa terminar co'm a parte práticae decisiva de mover os ouvintes auma resposta. Paulo, perante osmestres de Atenas, não esqueceuesta exigência da pregação do"Evangelho. Fechou o sermão comum apelo curto, incisivo, forte esobretudo enérgico, encorajandoao arrependimento e à crença noDeus verdadeiro (w.30-31).

O apóstolo mostrou ao seuauditório a necessidade de re-conhecer o Deus uno, Senhor eJuiz; a necessidade de buscá-loseriamente, de cultuá-lo como Elequer e deve ser adorado.

Do apelo de Paulo se deduz adoutrina refente ànecessidade dese buscar a Deus.

Há o método humano e erradod e buscar a Deus: (a) pelafé tradi-cional dos judeus de Tessalônica(17.15); (b) pela razão só e desar-mada dos filósofos atenienses. Oresultado destes meios são a in-tolerância (os judeus) e a idola-tria (os pagãos).

Há o método divino e certo debuscar a Deus: (a) pelo ouvir aPalavra; (b) pelo aceitar otestemunho da Palavra; (c) peloreconhecimento pessoal do pecadoe consequente arrependimento;(d) pela fé em Jesus como Salva-dor único e autorizado.

3. Resultado de sermão

Os atenienses orgulhosos de-feniram-se de modo claro peran-te a pregação fiel do ilustre mis-

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sionano.As atitudes foram clássicas:

de curiosidade, de escãrneo,de. in-decisão e de fé. Parece que Paulonão havia concluído ainda o seudiscurso, quando, ao mencionara ressurreição, houve uma explo-são de invectivas de alguns dosseus ouvintes, obrigando-o aparar. Ele, porém, já haviaavançado bastante no seu temapara despertar interesse emalguns, que prometeram ouvi-looutra vez. E não deixou a seletaaudiência sem conquistar algunsconvertidos, entre os quais Dio-nísio, membro da Corte doareópago, e uma senhora distintachamada Dâmaris. Iniciou-se as-sim a igreja em Atenas, se bemque, com toda probabilidade, nãofosse organizada nessa ocasião.

Foram poucos os frutos da obragigantesca de Paulo em Atenas?Aparentemente, foram. Mas,considerando o meio, as circuns-tâncias, o espírito tradicional epagão da audiência, Paulo tevegrande vitória. O caso era paraculminar, porventura, em pioressituações, talvez em grave tu-multo, com o escorraçamento doorador da cidade.

A culpa de não ter havido maisconversão em Atenas, no momen-to, não foi de Paulo, nem falhasno seu método de pregação; mas,a culpa foi dos ouvintes, cujo

caráter pagão, vaidoso, cheio depreconceitos e de curiosidade oslevou para longe do Cristianismopuro que lhes foi anunciado.

A experiência de Paulo temsido repetida, através dos sécu-los, nos campos missionários.Junto a um povo indiferente,curioso, muito frio aos proble-mas da consciência, o Evangelhose infiltra vagarosamente, sópouco a pouco.

4. Prática '

1. Atenas ouviu o Evangelhoquando era a mais culta cidadede seu tempo, e recusou-o. Nemsempre a erudição significapiedade. A cultura sem Cristo énoite, e nunca dia claro.

2. O Evangelho tem a culturagenuína, que não teme enfrentarnem o fanatismo religioso das_sinagogas (v.17), nem a lufa-lufaegoísta do comércio (v.17), nem oorgulho dos filósofos e suasfilosofias (v.18).

3. Boa é a pesquisa, boa é ainvestigação dos problemas daalma, da vida eterna (v.20). Mas,não vale nada a investigação queou escarnece no fim ou deixa paraoutro dia a solução final dosproblemas.

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Efeso

Texto Básico: At 19.23-41Texto Central:Tornai-vos/ portanto/ imitadoresde Deus como filhos amados, eandai em amor, assim como Cristotambém vos amou. (Ef 5.1, 2).

Leitura Devocional: SI 31.1-8

Leitura Diária:S. At 18.18-28T. At 19.1-12Q. At 19.13-20Q. At 19.23-41S. Ef 3.1-13S. Ef 4.17-32D. Si 31.1-8

Fim da ViagemPaulo em EfesoExorcismoTumultoPrivilégioResponsabilidadeMinha Fortaleza

Partindo da cidade de An-tioquia da Síria, mais ou menosem 53-54 A.D., já na sua terceiragrande excurssão missionária, oapóstolo Paulo resolveu visitaras igrejas da Galácia e da Frigia,prosseguindo até chegar a Efeso,importante cidade à margem dorio Caístrq, chamada o "primeiroolho da Ásia". Era o principalcentro comercial da Ásia doocidente, gozando o privilégio deser a capital da província. Efesoera uma fortaleza viva do paga-nismo, onde medravam todas assuperstições. Era particularmenteafamada pela prática de artesmágicas e pelo célebre culto damitológica deusaDiana, uma dasdoze divindades supremas dospagãos. Tinha o nome de Luna(Lua), no céu, de Diana, na terra,e de Hecate, nos infernos. Era

adorada como a "Nossa Senhora"do povo, com vários nomes, deLucina, Prosérpina, Trívia, e as-sim por diante. Ora, era repre-sentada vestida de caçadora, com-um crescente na cabeça e um arcode caça em mãos; ora, como urnadama de três faces, trazendo ins-trumentos de flagelação, e, ainda,como uma boa mãe, cheia de seiosmaternais, símbolo de suasbênçãos fecundas, na opinião dosseus adoradores.

O templo de Diana estavasituado no fundo da baía. Ador-nado com os mais ricos tesourosde todas as nações, e exibindoum esplendor arquitetônico ver-dadeiramente assombroso, eraconsiderado uma das sete mara-vilhas do mundo de então. Efeso,politicamente, era uma das cidadeslivres do Império Romano. O povoamava o luxo e a dissolução. Masentre eles Paulo passou três dosmais ricos anos de seu ministério.Noite e dia pregou ele, com lágri-mas, o Evangelho em casas par-ticulares, na sinagoga e na escolade Tirano. Já próximo do fim deum ministério fiel e eficiente nesselugar, talvez no ano 57, o Apóstoloencontrou oposição tenaz e tu-multuosa. Mas, assim que sere-nou a tempestade, partiu para aMacedônia em prosseguimentodos seus planos na propagaçãodo Evangelho.

1. O tumulto em Efeso

O ministério promissor dePaulo na grande cidade, ondecoisas impressionantes estavamocorrendo (19.20), despertou tre-menda perseguição, degenerada

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em furioso tumulto, por parte dosfabricantes de santos e verónicase medalhas e santuários em minia-tura, da deusa da cidade - apadroeira local, Diana. Osjoalheiros e ourives foram os origi-nadores de tudo, tendo à frente ochefe deles, segundo parece, denome Demétrio.

Com o êxito da pregação doEvangelho na cidade, era visívele notável o decrescimento daidolatria. Em consequência doministério de Paulo, o negócio dafabricação de ídolos em Bfeso es-tava declinando sensivelmente.Os ourives da cidade notaram aqueda no mercado de nichos deprata, e determinaram livrar-sede Paulo.

Demétrio, o presidente doGrémio, convocou uma reuniãoquando astuciosamente advertiuque a fonte de sua prosperidadeestava sendo paralisada por Paulo,cujo trabalho tendia a fazer com"que o templo perdesse completa-mente a sua fama e a roubar agrande deusa de toda a sua glória.A multidão, indignada, gritava:''Grande é a Diana dos efésios!"

A explosão de fúria colocou acidade em absoluta confusão.Correndo para as ruas, e talvezcom o auxílio da polícia, agar-raram dois companheiros deviagem de Paulo, Gaio e Aris-tarco daMacedônia, e lá se forampara o anfiteatro, onde se acotove-lavam com grande algazarra,dispostos a desarraigar de Efesoo Cristianismo e o seu apóstolo.Sabendo do que se passava, Pauloprocurou entrar no anfiteatro eaparecer diante do povo, mas foiimpedido pelos irmãos e poralguns oficiais amigos, os quais30

lhe rogaram que não corresse talrisco. Enquanto isso se passava, aconfusão era tamanha noanfiteatro que ninguém se en-tendia, p orque uns gritavam umacoisa e outros, outra, e a maiorparte não sabia por que estavaali. Depois de algum tempo, osjudeus, procurando eximir-se dequalquer responsabilidade quelhes pudesse ser atribuída peloque Paulo fizera, apresentaramAlexandre, um dos membros doseu partido, para falar à multi-dão. Mas, quando viram que eleera judeu, rebentou novamente otumulto, e durante duas horasnão fizeram outra coisa senãogritar: ''Grande é a Diana dosefésios!" O escrivão da cidade,finalmente, conseguiu aquietar umpouco a multidão para se fazerouvir. Seu discurso foi judiciosoe obteve bom êxito. Garantiu elea lealdade dos efésios para com asua deusa, do que ninguémduvidava, e por conseguinte nãodeviam ficar excitados por causadisso. Aqueles dois homens queforam arrastados ao anfiteatro nãosão acusados de sacrilégios nemde blasfemadores de Diana; e secontra eles Demétrio e os seuscompanheiros de ofício têmalguma acusação mais específica,que o façam por meio dostribunais, legalmente. Ou, se opovo está interessado em outrasquestões, pode tudo decidir pormeio de assembleias regulares.Um concurso como este, semcausa, certamente poria em peri-go os direitos e liberdades dosefésios, se fosse levado à atençãodas autoridades de Roma. Dis-persou-se asssim a multidão,acalmados os ânimos, sem deixar

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cair sobre Paulo o golpe que lheprepararam.

2. Cristo/ ou o quê?...

E' evidente/ no tremendoconflito suscitado por Demétrio eseus sequazes e colegas, contraPaulo, o símbolo inegável doconstante e histórico conflito quehá entre o Cristo de Deus, com asua doutrina perfeita, e os interes-ses subalternos dos homens, naterra.

Não é possível jamais consor-ciar-se o Evangelho com as Dia-nas e os ourives e joalheiros dascoisas erradas. Ou Cristo, sóCristo, com todas as gloriosasexigências de sua pureza e de suareligião, ou o Mundo, oDinheiro,a Religião falsa. Os dois juntos,jamais!

Demétrio é o tipo clássico doreligioso nominal, negocista,aproveitador das crenças popu-lares e das superstições da genteignorante e de má instrução re-ligiosa. Demétrio ficou zangadoe furioso, e suscitou uma injustarevolução só quando viu que asdoutrinas de Paulo estavam dei-tando abaixo o seu comércio ilícitoe avarento.

Mas o Evangelho não faziamal aos negócios direitos e legíti-mos, à vida normal da cidade. Seatacava agora os interesses deDemétrio, é que seu negócio eramau, eraerrado, era pecaminoso.

O Evangelho não podia con-cordar com aquela exploração daignorância do povo. A riquezados joalheiros de Efeso era maladquirida. A sua arte, por maiscompleta que fosse, e perfeita na

sua técnica, era uma arte dedemónios. Trazia consequênciasfunestas à cidade e ao povo todo.

E' que entre Paulo e Demétriohavia diferença fundamental dosalvos em vista. Aquele procuravao bem das almas, a espirituali-dade das massas, a pureza da fé edos costumes. Este visava man-ter a superstição, para garantirseu lucro, seu interesse, seu bolso,sua bolsa. E qual valeria maispara o mundo? A resposta não énem mesmo discutível. Entre luze trevas, aquela é semprepreferível.

Paulo ensinava uma religiãode altruísmo. Demétrio exploravaa crença do egoísmo e da avarezacruel. Paulo pregava a frater-nidade que produz sinceridade.Demétrio, ao contrário, negociavacom o destino de seus clientes.Para Paulo, o importante era ocaráterrenascido em Cristo. Mas,para Demétrio, era o dinheiro omóvel de tudo. O dinheiro é infe-rior ao caráter. Sempre foi e seráassim eternamente.

Paulo defendia o culto de Deusem espírito e em verdade. Osadoradores de Diana defendiamo culto de um ídolo que os ca-pacitava a prosperar no seu ofício.Há ainda hoje, no nosso meio,ambas as qualidades de adora-dores.

O trabalho de Paulo, conquis-tando os homens para Cristo,arrancava-os também das garrasda cobiça e da escravidão aMamon. Os ourives de Éfesoorganizaram-se contra a inter-ferência no seu ofício. Trabalha-vam pelo dinheiro que queriamacumular. Paulo trabalhava pe-los homens a fim de que eles se

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salvassem.Paulo espalhava o Evangelho

da salvação e do serviço/ porqueamava a Deus e aos homens. Osourives engrandeciam Diana,porque amavam o dinheiro.

O Evangelho de Cristo é opoder maior que existe nestemundo.

A glória de Diana já passou hámuitos séculos.

Vejam as pessoas que figu-raram na história do motim deEfeso.

Classifiquem-nos nas relaçõescom Deus e Mamon. E7 assimtambém nos governos hoje, unssão pelo ouro, outros por Deus.

Aplacou-se o motim. Um al-voroço nunca tem influência edi-ficadora.

Dizem que o dinheiro é podero-so. Talvez; mas só Deus é todo-poderoso. O progresso do mundoé causado mais pelo caráter sãodo que pela moeda, mesmo sã.Efeso perdeu mais quando Paulopartiu do que quando o seu grandetemplo foi destruído. O Cristianis-mo está à frente da civilização.

3. Prática

l. O pecado embrutece ohomem e insensibiliza o seu co-ração. Evidentemente, essas sãoas duas mais dolorosas con-sequências do pecado. Nesse es-tado de embrutecimento, ohomem não vê a Deus nem oteme; chafurda-se na lama dasabominações do mundo. Com ainsensibilidade da alma, não senteos seus erros nem percebe a pro-

fundeza do abismo em que seencontra.

2. Tudo quanto os homenspodem investir sobre religião, parabeneficiar os pecadores, não vaialém de crendices. A passagemde nossa lição deixa nítida essaverdade. Na Efeso afamada, cujotemplo erguido em honra a umadeusa pagã, Diana, constituía umadas grandes maravilhas domundo, a religião não passava desimples crendice. Imperavam nomeio do povo os feiticeiros, osmistificadores religiosos, a supers-tição em todas as suas modali-dades. E os efésios eram um povograndemente pecador. Em muitose assemelhavam ao que se dános dias atuais. Não obstantevivermos em século deprogressomaterial e de civilização, o pecadocampeia por toda parte.

3. E necessidade imediata eurgente a obra de evangelizaçãono mundo neo-pagão moderno.E preciso que as igrejas abram emtoda parte novas e bem organi-zadas Escolas Dominicais e pon-tos de pregação, como centrosativos de evangelização. Precisa-mos de enfrentar corajosamenteo problema religioso dos nossosdias e levar a cabo a nossa nobremissão de evangelistas. O textonos diz que um dos resultadosobtidos pelo apóstolo foi o de verque "a palavra do Senhor cresciapoderosamente e prevalecia". Epossível tal coisa hoje? Dependede mim? Depende de você? Denós todos?

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Corinto

Textos Básicos: l Co 10 e 13

Texto Central:Mas agora permanecem estes três:a fé, a esperança e o amor, porémo maior destes é o amor (l Co13.13).

Leitura Devocional: SI 100

Leitura. Diária:S. l Co 10.23-33 LimitesT. l Co 11.17-34 Santa CeiaQ.lCol2.1-llDonsQ.lCol2.12-3lUnidadeS. l Co 13.1-13 Dom supremoS. l Co 15.1-11 PregaçãoD. SI 100.1-5 Serviço e alegria

Da cidade de Atenas, centrode cultura, seguiu 6 apóstolõ^PãúToáT^Cqrinto, centro de comércio ed e mundanidade. Aqui esfêvêTõilistre missionário e, num fecundoministério de ano e meio, es-tabeleceu uma forte igrejaevangélica. Corinto era a capitalda Província Proconsular da Acaia,situada no estreito e movimen-tado istmo de Corinto, ligando oPeloponeso à Grécia. Em Corintohavia duas baías famosas, quedominavam todo o comércio donorte e do sul, recebendo por marcarregamentos ricos da Europa eda Ásia. Cerca de 400.000 almaseram a sua população, toda cos-mopolita. Havia judeus em bomnúmero, expulsos de Roma peloImperador Cláudio.

A primeira carta aos Coríntiosfoi escrita à Igreja aí pelos anos

56-57 A.D., de Efeso, tendo comoobjetivo principal dar respostas avários problemas que os crentesde Corinto haviam submetido àsdecisões do apóstolo.

Para maior conhecimento dosassuntos versados por Paulo nestaepístola, damos a seguir um breve,mas claro esboço dessa carta, ado-tado pelo piedoso erudito Dr.Robertson:

Introdução - 1:1-9.(1) A divisão na igreja - 1:10;

4:21.(2) As péssimas práticas dos

membros da igreja condenadas -caps. 5 e 6.

(3) Questões relativas ao casa-mento - cap. 7.

(4) Carnes oferecidas aos ídolos- caps. 8 a 10.

(5) Alguns abusos no cultopúblico - caps. 11 a 14.

a) O toucado de homens emulheres na igreja - 11.1-16.

b) Comportamento na ocasiãoda ceia do Senhor - 11:17-34.

c) O orgulho e a inveja emcomparação com os dons brilhan-tes - caps. 12 a 14.

(6) Erros concernentes à res-surreição, corrigidos, e a doutrinada mesma explicada - cap. 15.

(7) Vários assuntos práticos epessoais- 16.1-18.

Saudações e despedidas - 16.18-24.

l.O Amor (l Co 13)

1. A vida sem amor é vazia.(1) A conquista sem o amor é vã.Faz com que o cobiçado poder daoratória em muitas línguas, em-bora o que o conseguisse excedessea todos na elevação do pensa-

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mento, na elegância do estilo e naeficiência da dicção, não passassede um ruído sem valor algum, (2)Os dons sem amor não têm valia.Tornam inútil o mais alto poderinterpretativo, a penetraçãoenigmática, o conhecimento varia-do e até a fé que opera maravi-lhas. (3) A beneficência sem oamor para nada aproveita. Emvão fará alguém o maior sacrifícioa ponto de se despojar das suasriquezas pelos pobres e sofrer omartírio por um princípio, se forinspirado por um falso orgulho,por uma glória pessoal ou pelaesperança mal dirigida ao invésde pelo amor a Deus eaos ho-mens.

2. A vida de amor resplendeno espírito e no serviço. (1) Suacaridade é fundamental. Negati-vamente, inspira clemência paracom as falhas de outrem e sofri-mento paciente para com as ofen-sas deles. Positivamente, é plenade bem praticado aos outros. (2)Seu contentamento é belo, poisnão conhece nem a inveja nem ociúme. (3) Sua humildade com-preende um quadro de virtudesgémeas: não se gloria de si mesmae nada a pode impelir a isso; nãoé nunca descortês aos outros enão exige tudo a que tem direito;domina o mau génio e na suabenignidade faz todas as conces-sões possíveis; não se comprazcom a tagarelice, mas regozija-secom a proclamação e progressoda verdade; vai ao encontro dadificuldade com paciência, dadescrença com amável confiança,do desespero com a esperança,do desastre com perseverança.(4) Suainterminabilidadeestáemcontraste palpitante com os dons34

e graças temporários, a saber: opoder e cumprimento de profe-cias, o dom de línguas e as ver-dadeiras formas de linguagem; eo próprio conhecimento que, aquimesmo na terra, é substituído poroutro ainda mais elevado e naeternidade pelo conhecimentomais sublimado possível.

3. A vida mais ampla coroa econtinua a vida de amor. (1)Será uma vida perfeita. Nossomelhor trabalho e mais altos feitossão apenas fragmentários, imper-feitos e isolados. Mas o perfeitohá de vir; o amor, então, comple-tado na alma liberta, atingirá amais alta medida da sua doçura eglória. O cristão aqui é como umacriança; mas lá será um homem.Agora, olha no espelho e vê-se asi mesmo em reflexos obscuros;mas, então, terá uma visão de-sempanada,.-de como quem vêface a face, conhecendo como detodos é conhecido. (2) Será umavida permanente. As três graçassobrevivendo ao choque e à mu-dança pela rnorte, são im-perecíveis, e se expandirão parasempre na bem-aventurança daglória. E a maior delas é o amor,pois é a soma de todas as vir-tudes (Moore).

2.Amor Prático (l Co 10)

Neste capítulo Paulo discutecom clareza várias dúvidas que,certamente, lhe foram propostas,com o desejo de solução, peloscrentes corintienses.

Estas questões versavam sobrese era lícito aos crentes assistir, a

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convite de amigos gentios pagãos/nos seus templos, às suas festas,comendo das iguarias aí servidas;se era lícito aos crentes adquirirnos mercados públicos carnes queeram antes sacrificadas aos ídolospagãos por seus cultuadores; se,visitando os lares dos pagãos, eralícito aos crentes aceitar iguariasdeles, sacrificadas também aosídolos de seus cultos.

Como se vê, tratava-se do usoreto da liberdade cristã. Haviacrentes que se ofendiam comquaisquer práticas pagãs, por maisinocentes ou neutras que fossem;outros, ao contrário, julgavam istopura questão secundária, vistoque os ídolos pagãos não exis-tiam de fato nem eram deuses.Estas duas correntes agitavam aIgreja. E Paulo, agora, dá osprincípios básicos corn que de-viam todos orientar a sua liber-dade cristã e a sua condutaperan-te os pagãos e seus costumes.

Na primeira parte do cap. 10(1-22) Paulo insiste no perigo decaírem na apostasia, abusando danova Uberdade dos seus ricos donse bênçãos dados por Deus, porisso que a ligação e a amizadecom os pagãos e suas práticastendiam a tentá-los a cair nos errosdeles.

Assim, mostra como, emboraricos de dons e de bênçãos, osisraelitas caíram, apostataram eforam condenados por Deus (10:1-13). Evidencia, a seguir, a neces-sidade de fugirem da idolatriapagã. Qualquer aliança com ospagãos era aplauso à crença deles,como a aliança dos crentes naceia implicava aceitação destesna sua conduta religiosa (10.14-19). O que os pagãos sacrificam

não é a ídolos, diz o apóstolo,mas a demónios, e os crentes nãopodiam concordar com tãohorrível condição de fé (10:20-22).

Chegando à segunda parte,cap. (10:23-33), Paulo estabelececom nitidez os princípios que,mesmo na hipótese de serem se-cundárias e inocentes as relaçõescom os pagãos nos seus merca-dos públicos, deviam orientar oscrentes.

Assim, o apóstolo dava golpesde morte às dúvidas dos crentese anulava as duas correntes deopinião suscitadas entre eles. Estesprincípios são os mesmos paranós, hoje, e têm a mesma força,extensão e valor quanto tinhamna época apostólica e nas circuns-tâncias de seus dias.

Que princípio estabeleceuPaulo para estes casos tidos comoadmissíveis e secundários?

Estes:1a) O princípio da edificação

espiritual, visando obem de cadaum e de todos ao mesmo tempo(10:23-24). O sentido do v.23:"todas as cousas são lícitas" -não é que tudo neste mundo élícito, porque isso não é exato; e omesmo Paulo, um pouco antes, jáhavia vedado a prática dos cos-tumes idolátricos como ilícitos deorigem (10:14-22). O sentido estádependendo do contexto. Pauloestá, no capítulo, analisando asduas correntes da época, e es-tudando-as. Tendo concordadoque qualquer aliança conscientecom os pagãos nos seus costumesidolátricos era em si apoio à idola-tria, Paulo entra na hipótese deque tais alianças eram lícitas,inocentes, secundárias. E é este o

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ponto aqui: "Todas as cousas7'referem-se às relações com ospagãos; e "são lícitas", para admitira hipótese só para discuti-las.

Paulo/ então/ fixa o princípioiyulnerável da edificação cristã.É conveniente e é edificante essaaliança com os pagãos? pergunta.Tal princípio deve nortear-nostambém nos problemas mal de-finidos da conduta cristã emqualquer tempo.

2S) O segundo princípio es-tabelecido foi a candura da cons-ciência visando só e em tudo aglória de Deus (10:25-31). Aocrente não fica bem estar bisbilho-tando problemas nem intrigas deopiniões. Se for à casa de alguéme aí tiver de tomar refeições, re-ceba o que a cordialidade frater-nal de outrem/ mesmo pago, lheoferte, sem entrar em pesquisasreligiosas.

Mas, tendo ciência de quealguém se escandaliza vendo-o àmesa do pagão e comendo suasiguarias dadas a ídolos, evite entãode usá-las, não só para a glória deDeus, mas para evitar a amar-gura da consciência sincera deoutrem. Por exemplo, uma pes-soa do mundo, que é dada aojogo, oferece boa oferta à igreja.Pode esta recebê-la? Sim, se oofertante ou alguém não disser aorigem do dinheiro ofertado. Istoé com o doador, diante de Deus.Mas se o doador mesmo ou outremtiver escrúpulos e revelar à igrejaque o dinheiro foi ganho ilici-tamente na banca do jogo, já aIgreja não deve nem pode rece-

ber a oferta.3S) O terceiro princípio é o de

tudo fazer visando ao proveitode outrem, seja crente ou não,com a intenção de salvar a todos(10.32-33). Assim, qualquerprática, mesmo tida como se-cundária e inocente, que ferir osenso de terceiro, escandizá-lo,servindo-lhe de tropeço espiritual,deve ser evitada em absoluto. Porexemplo, há crentes que achamnão haver mal em irem assistir aofutebol no dia de domingo.Admita-se; mas o crente não deveir, porque seu exemplo vai servirde tropeço a muitos outros eporque não glorifica a Deus comsemelhante hábito.

O amor cristão é, pois, um re-fletor poderoso, que lança luzesno caminho da conduta dos fi-lhos de Deus. Por amor a Deus e.ao próximo, renunciam-se privi-légios, prazeres, coisas em si ino-centes. B uma honra fazê-lo.

A religião boa é a que leva acruz com prazer, para honra eglória do Senhor e o bem dosoutros.

3. Prática1. Todos os dons são grandes.

Mas, o amor é o dom máximo.

2. O amor não tem lei, porqueo amor é a consumação da lei.

3. "Não amemos de palavrasnem de língua, mas de fato e deverdade".

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- Paulo eos presbíteros

Texto Básico: At 20.17-38Texto Central:Não me esquivei de vos anunciarcousa alguma que era proveitosa...testificando tanto a judeus como agregos o arrependimento para comDeus e a fé em nosso Senhor Jesus.(At 20. 20, 21).

Leitura Devocional: SI 126

Leitura Diária:S. Aí 20.1-6T. At 20.7-12Q. At 20.13-16Q. At 20.17-27S. At 20.28-38S. Ef 3.14-21D. SI 126.1-6

MacedôniaTrôadeMiletoTestemunhoAdmoestaçãoOraçãoPranto e vitória

Depois dojnsidioso tumultosuscitado em Efeso por Demétrio,de que já tivemos notícia nestecurso/ o apóstolo Paulo resolveusair da cidade, onde havia traba-lhado por uns três anos, e visitarde novo as Igrejas de Macedôniae Grécia. Durou cerca de dez meseseste circuito itinerante de Paulo,tendo ficado ainda uns três mesesem Corinto, sede de uma vigo-rosa congregação. Quiso ilustre eveterano missionário ir aJerusalém, a fim de levar aos cren-tes pobres dali as ofertas recolhi-dasporeleentreas Igrejas gentíli-cas.

Assim, encerrando sua terceiraexcursão missionária, Pauloseguiu viagem. Tendo chegado aMileto, célebre cidade da ÁsiaMenor, a umas 7 ou 8 léguas dis-tantes do sul de Efeso, porto naembocadura do Rio Meandro, daí

mandou vir à sua presença ospresbíteros da querida Igreja deEfeso. O navio em que viajava oapóstolo deteve-se neste portoalguns dias, e assim pôde ele reveros velhos amigos e oficiais e falar-lhes com toda a alma sobre seusplanos futuros, sua ida à cidadesanta e dar-lhes a sua despedidamuito fraternal. Paulo quer estarem Jerusalém por ocasião da festade Pentecoste, que caía, naqueleano, em maio (At 20:16).

Nesta viagem, acompanharamo apóstolo, de Corinto, cincoirmãos. Lucas reuniu-se à cara-vana em Filipos. Mais dois ir-mãos se juntavam à comitiva,provavelmente em Trôade (At20:1-6, 13-16).

O encontro de Paulo com ospresbíteros de Efeso é uma daspáginas mais comoventes dahistória apostólica. A ternura comque conversaram, os sábios con-selhos dados pelo venerável mis-sionário a eles, a persuasão e apersonalidade que dominava aspalavras paulinas, aqui, tudo éum conjunto de preciosas lições.

1. Uma retrospectiva

Nos vv. 17-21 Paulo, presen-tes os presbíteros de Efeso, fez atodos umas declarações muitonítidas e muito incisivas. Abriu-lhes a alma, de par em par, comoexcelente guia e cura de ovelhasdo Salvador.

Era uma revisão consciencio-sa do passado. Apelou para otestemunho de todos: "sabeis..."É um grande conforto poderemos pastores falar assim às suasovelhas. Paulo disse que sua vida

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entre eles tinha sido franca e leal.Sabiam o seu trabalho, qual fora ecomo fora executado no meio demuitas aflições. Ele mesmo pro-curara sustentar-se com o labordiário, no ganho de seu pão. Forasempre humilde e desinteressado.Realizara com fidelidade o seusustento pastoral, nunca ocultandoà igreja coisa alguma da doutrinae da fé que ela devia conhecer; eisso fizera publicamente e não àsocultas, de casa em casa, por todosos meios. Seus sermões giraram,não em torno de filosofias ou tesesde curiosidade, mas em torno dasverdades básicas - arrependi-mento e fé. Não havia omitidoabsolutamente nada do Cristianis-mo.

Eles sabiam disso.Benditos sejam todos os pre-

gadores que podem excursionarpelo seu passado de zelo, de obrasfiéis e de lealdade a Cristo, comofez o apóstolo.

2. Olhando para o futuro

Nos vv. 22-27', o apóstolo dizo que esperava em dias futuros.Afirmou que, constrangido peloEspírito divino, que tantas vezeslhe falara ao coração, orientandoa sua vida (At 13:2; 21:11), preci-sava de ir a Jerusalém, atraídopor poder invencível. Ele não sabiacom clareza o que o esperava ali,senão que calamidades haviamde sobrevir-lhe.

Todavia, declarou: "nadatenho como preciosidade, senãoservir aos propósitos dos céus'',fosse o que fosse. O mesmoEspírito Santo, que o levava àcidade dos perigos, dava-lhe o38

ânirno do herói. Nada o desviariade seu dever. Ele tinha uma car-reira, e era necessário completá-la. A vida do apóstolo era apenasum meio para um fim único -glorificar o Senhor. E Paulo pro-vou tudo isso, com a mais serenarealidade. Quatro anos mais tar-de ele exprime a mesma nobrezade fé (Fp 3.13-14); e sete ou oitoanos mais, exclamava a mesmacoisa em tons de herói triunfante(H Tm 4:7-8).

Notemos que as tribulaçõesque o futuro lhe reservava nadasignificavam (20:23). O que im-portava era o seu apostolado, oseu ministério, a prédica daPalavra salvadora. Era o serviçode Deus em atrair almas e expan-dir o Reino santo no mundo. Aglória do ministério é ser "deJesus", recebido dele e orienta-senele e para Ele. Outra coisa em--polgava Paulo -"dar testemunho".Ele não inventara o Evangelho,nem as doutrinas que proclamava.Ele não era orador, filósofo, escri-tor ou outra qualquer coisa, senão"testemunha" do Evangelho doSenhor Jesus, as boas-novas doamor de Deus para com os peca-dores perdidos.

Paulo "sabia" ainda outra coisaque, por persuasão íntima, lhefora dada a conhecer - suaausência por completo destecampo gentílico. Nunca mais osamigos de Efeso veriam a suaface (20:25). Ter-se-ia realizadoesta profecia de Paulo? Pensammuitos que não, e que o apóstolo,após sua primeira reclusão emRoma, solto, esteve em Efeso.Pensam outros que o sentido dePaulo era que, após alguns anos,estes oficiais já não seriam os

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mesmos, em conjunto, na Igreja;uns, por terem morrido; outros,por mudança "de residência, demodo que, indo mesmo à igrejaali, não os encontraria mais emgrupo. Talvez um ou outro, jábem velho... Cremos, todavia/ quePaulo nunca mais voltou a Efesoe que se cumpriu, de fato, o queele pressentia nesta ocasião.

Finalmente, sua exposiçãosobre o que o esperava no futuro,o grande pastor faz uma impor-tante declaração; "Portanto, euvos protesto". Não simplesmenteeu vos declaro, mas eu vos chamopara testemunhar que sou ino-cente, limpo do sangue de todos.Se qualquer de vós se perder, senão alcançar a vida eterna, a culpanão será minha. Não tenhodeixado de anunciar todos ospropósitos de Deus. Paulo tinhaexposto não somente as verdadesa gradáveis, mas também asterríveis; não somente aspromes-sas preciosas, mas também asameaças da ira de Deus.

Como é nobre e como é grandeo ministério da Palavra!

3. Conselhos pastorais

Nos vv. 28-35, Paulo passa aexortar os anciãos amigos. Sãopalavras profundas, cheias decoragem, de solicitude, de fran-queza e de lealdade.

Que foi que lhes disse?Primeiro, que cuidassem de si

mesmos e do rebanho que lhesfora entregue (20:28-30). Notemosa expressão - "todo o rebanho''(20:28). Nele incluía Paulo a Igrejatoda, desde os pequeninos, oscordeiros, até aos adultos, os an-

ciãos; desde os crentes fortes aosmais fracos; desde os ricos atéaos pobres; desde os que nãopodem senão ser "assistentes" atéaos que realizam grandes coisasna causa do Senhor.

Paulo chama a atenção dospresbíteros, aqui, para a tremendarealidade das traições e das hipo-crisias. Lobos com veste de ove-lhas se introduziriam no rebanho,para fazer-lhe mal.. Seriam falsoscrentes, falsos mestres e doutrina-dores, falsos oficiais. Viriam lo-bos de fora e surgiriam lobos dedentro da própria Igreja. De fato,assim foi. No N. T. são menciona-dos cinco desses lobos, saídos deEfeso - Himeneu e Alexandre (lTm l :20); Figelo e Hermógenes(2Tm. 1:15) e File.to (2 Tm. 2:17).

Segundo, os presbíteros de-viam estar sempre vigilantes."Vigiai" (20:31). Sua função eracomo a do sentinela insone.^

Terceiro, os oficiais de Efesodeviam viver numa atitude deespera.

Diz ele: "Agora, pois, encomen-do-vos..." (20:32). A palavra aquié, no original grego, "colocar algoou alguém ao lado de outrem". E'deixar uma pessoa guardada poroutra pessoa amiga. Paulo os deixasob a proteção da graça, daspromessas e das glórias da he-rança divina. O Senhor deles époderoso para tê-los sãos e sal-vos, firmes e fortes, imunes detodo o mal.

Sofreriam, mas não seriamderretados jamais.

Quarto, os presbíteros deviamtrabalhar (20:33-34). Paulo haviadeixado exemplo aos crentesquanto a isto. Trabalhara semcessar, dia e noite, com suas

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próprias mãos e capacidades. Aociosidade no serviço, quer pro-fano quer sacro, é pecado.

Quinto/ os anciãos de Efesodeviam ser .bons, ajudando osoutros (20:35). "E' necessáriosocorrer os fracos", isto é, os que,por doença ou velhice, estavamimpossibilitados de trabalhar.

"Mais bem-aventurado édar que receber."

Estas palavras não se achamnos Evangelhos, mas João diz queJesus falou muitas coisas que nãoestão escritas nos Evangelhos.Coisa bem-aventurada é recebere ser amado, não há dúvida, masa bem-aventurança de dar é muitomaior e muito mais nobre. 1) Trazmaior felicidade. 2) E' sinal decaráter generoso. 3) E7 a bem-aventurança de. Deus, que é ogrande Benfeitor. 4) E' a bem-aventurança de Cristo, que nãoveio para ser servido, mas paraservir. 5) E' a bem-aventurançado céu, onde os habitantes sãoespíritos administradores. 6) E' abem-aventurança duradoura eeterna.

4. A despedida

Após esta palestra tão cheiade sentimento, o apóstolo, ematitude pia e reverente, orou comos amigos. Que oração teria sidoesta, em que o grande missionário,decerto, vasou todas as energiasde sua alma e de sua fé, de suaamizade e de sua confiança noSalvador... Gostaríamos de teráspalavras desta oração, mas assimnão quis o divino Espírito. Baste-nos pensar nela. Paulo orou dejoelhos. Isso foi tudo.

Choraram muito. A religiãode Jesus faz assim mesmo.Abranda o sentimentos, emocionaa alma, comove os corações, ligairmãos com irmãos, ovelhas epastores, crentes e crentes."Choraram". As lágrimas sãoalívio na tristeza. "Beijaram-no".Era o ósculo da mais profundafraternidade. Era a despedidafinal.

Como é lindo esse quadro...E como é pavoroso ver, ao

contrário, igrejas onde crentesbrigam e se separam, onde pas-tores sofrem injúrias e calúnias,onde não há ósculos, e, sim, lutasdiabólicas... e pranto!

1 4 x 2 1

ENFEUIHIDADI

LJ..,

40168 págs.

Cod. 1164 4 cores RL5,8Q

NO LEITO DA ENFERMIDADE .

Autora: Eleny Vassão de PaulaCavalcanti

A evangelização em hospitais é ur-gente. E assunto de vida ou demorte. Este livro propõe-se a ajudá-los nesta difícil, mas gratificante ta-refa.

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1 Jerusalém

Texto Básico: At 21.27-40

Texto Central:Estou pronto não só a ser preso,mas ate para morrer em Jerusalémpelo nome do Senhor Jesus. (At21.13)

Leitura Devocional: SI 125

Leitura Diária:S. A121.1-6T. A121.7-14Q. At 21.15-26Q. At 21.27-40S.At 22.1-21S. At 22.22-30D. SI 125,1-5

Em TiroEm CesaréiaEm JerusalémPrisãoAuto-defesaCidadão romanoSegurança

Tendo estado em Mileto comos presbíteros da Igreja/ viajou oapóstolo Paulo no vapor em quetomou passagem, para Jerusalém,objetivo deliberado de seus pla-nos na ocasião. Tendo saído deMileto, passou por Cós, Rodes,Pátara, Tiro, onde o vapor se de-teve durante sete dias; Ptolemaida,Cesaréia, indo/ então, por terra, aJerusalém, onde deve ter chegadoàs véspera da Festa de Pentecoste,que se deu num sábado (At 21.1-16).

A viagem durou, pois, umasquatro semanas. Terminava aquia terceira excursão missionáriade Paulo. Devia estar o apóstolo,agora, com 56 anos de idade. Comesta visita à cidade de Jerusalém,fazia ele sua quinta excursão aí,desde que se convertera. Nerogovernava o império romano e

Félixjurisdicionava ajudéia. Aoque parece, vieram também como ilustre viajante todos os com-panheiros que, de princípio, sereuniram a ele: Lucas, o bommédico, Trófimo, de Éfeso, Aris-tarco de Tessalônica, e os demaisirmãos mencionados em At 20:4.

Paulo ficou hospedado em casade um crente, decerto abastado ebondoso, de nome Mnason.Quando o apóstolo chegou comos companheiros, vários discípu-los os receberam com alegria eprazer. Sete anosjátinham decor-rido desde que Paulo tinha es-tado em Jerusalém, e podemosimaginar a alegria e a gratidãoque encheram os corações doscrentes e dos missionários ao con-tarem uns aos outros as suas res-pectivas experiências.

Houve, ao que parece, no diaseguinte ao da Festa de Pente-coste, outra importante reuniãorecepcionai. Os anciãos e chefesda igreja, dos quais Tiago, o ir-mão do Senhor, era o principal,-reuniram-se e Paulo contou asgrandes coisas que o Senhor tinhafeito em favor de seu povo, entreos gentios, desde o dia em quePaulo dera o relatório da outraviagem. A reunião provavelmentefoi pública, de sorte que todos oscrentes puderam assistir. Nadase diz dos outros apóstolos, mas,sem dúvida, estavam trabalhandoem diversas partes em prol doEvangelho. Foi, com muita proba-bilidade, nesta reunião que Paulodeu aos chefes dalgreja as ofertasgentílicas em prol dos irmãospobres de Jerusalém (At 24:17).

Mas, uma semana depois, ascoisas mudaram. E veremos comoPaulo passou dias amargos na

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grande cidade...

1. Frutos da maledicência

Na recepção fraternal ofere-cida a Paulo, os irmãos que.oouviram se alegraram com asmaravilhosas bênçãos que, pelomundo gentio/ especialmente,havia realizado o santo Evangelho.O que o apóstolo fizera estava deacordo com o que fora votadopelo concílio em Jerusalém, haviasete ou oito anos antes. Todavia,a resolução oficial daquela época,referente à guarda da Lei Ceri-moniai pelos gentios, não mu-dara a opinião de muitos crentes.

Muitos destes eram zelosospela observação rígida da Lei Ceri-monial, porque, diziam eles, eradivina essa lei e o fundamento desuas esperanças como nação. Aspromessas diziam que dadescendência de Abraão todas asnações da terra haviam de serabençoadas. Sião seria a alegriade toda a terra. Por outro lado,por ocasião da festa pentecostal,achavam-se presentes na cidademuitosjudeus de todas as partes,ainda não crentes, e estes olha-vam o Cristianismo com descon-fiança e grandes suspeitas.

Assim, começaram a correremJerusalém boatos a respeito dePaulo e de seu ensino, e que per-turbaram os espíritos dos cren-tes. Dizia-se que o apóstolo ensi-nava que nem os judeus eramobrigados a guardar a lei deMoisés. A alguns parecia quesemelhante ensino devia destruiros alicerces do Reino de Deus etodas as esperanças da nação.

Os fatos, entretanto, em re-42

sumo, eram os seguintes: l2) Pauloobservava a lei cerimonial dosjudeus, simplesmente como umrito que pertencia à raça, e nãocomo condição de salvação. 2G)Ensinava que os gentios não pre-cisavamde tornar-sejudeus, nemobedecer ao ritual judaico. 3°) Alei não era meio de salvação, nempara os gentios nem para os ju-deus. As formas e cerimónias nãopodiam salvar a ninguém, fossejudeu ou gentio, mas somente oSenhor Jesus Cristo recebido pelafé. Os ensinos de Paulo traziam,tanto aos judeus como aos gen-tios, a gloriosa Uberdade dos fi-lhos de Deus.

Estes ensinos fazem do Cris-tianismo a religião universal, etornam possível o cumprimentodas promessas divinas para comtodos os que crêem.

Diante dos boatos malévolosque fervilhavam, os irmãos, prin-cipais da Igreja Cristã, tentaramsolucionara crise, esboçada comaviso de zelo religioso, aconse-lhando ao apóstolo evidenciassede modo público que não rejeitavana sua própria vida a lei judaica,mas que era verdadeiro judeu,bem como veradeiro cristão. Oplano foi o seguinte: Paulo haviade se unir a quatro homens quetinham vindo a Jerusalém paracumprir o voto de nazireu e pa-gar as despesas dos sacrifícios,poreles, e executar as cerimóniasprescritas pela regulamentação dotemplo.

Convém frisar, aqui, que Paulo,ao consentir no plano proposto,nada fez contrário a seus princípiose convicções. Pessoalmente, Paulocria que os ritos e as cerimóniasnada valiam em si; mas, como era

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seu hábiro não em baraçar a causasagrada com exigir coisas se-cundárias, "fazer-se tudo paratodos/ para salvar alguns", eleconsentiu em fazer o que os ir-mãos lhe aconselharam nestaemergência.

Como se vê, as suspeitas gera-das em Jerusalém deram trabalhoa Paulo, alvoroçaram a Igreja eperturbaram a serenidade dasconvicções apostólicas,

E os frutos dessas suspeitasforam ao seu fim. O'plano foi malvisto e mal interpretado, malig-namente interpretado, e não sur-tiu o efeito que se esperava. Assuspeitas são sempre cegas, ilógi-cas e absurdas. Criam fantasmase suscitam lutas inúteis...

2. Açao violenta

Corriam os dias da semanaem que Paulo fazíaa sua demons-tração de liberalidade crista erespeito às consciências maissensíveis. Quando estavam já aterminar os sete dias do voto feitopelos quatro homens, agora reu-nidos e suportados por Paulo,ocorreu um incidente que agitoutoda a cidade. Assistindoji festa,havia muitos judeus da Ásia ro-mana, alguns sem dúvidas deÉfeso e conseqúentemente bas-tante conhecedores de Paulonlaquela zona. Reconheceram oapóstolo nas ruas de Jerusalém eobservaram com ele um dos seuspatrícios, Trófimo, que, comogentio, não teria os privilégios douso do Templo, legais só para osjudeus. Quando, pois, esses visi-tantes da província da Ásia vi-ram o apóstolo e seus quatro com-

panheiros no Templo, concluíramque Paulo estava profanando osantuário, introduzindo gregosincircuncisos nos recintos sagra-dos. Levantaram então a grita falsae cruel: "Varões israelitas, acudi!Este é o homem que por todas aspartes ensina a todos, contra opovo, contra a lei e contra estelugar; e, demais disto, introduziutambém no templo os gregos eprofanou este santo lugar!" Reu-niu-se imediatamente o povo detodas as partes do Templo e seusarredores, crescendo o tumultode momento para momento. Senão fosse pelo seu respeitohipócrita do Templo, os cabeçasdo motim teriam matado Pauloali mesmo.

Arrastaram-no, por isso, dorecinto sagrado e fecharam asportas, esperando realizar emplena rua o seu propósito sinis-tro.

Repare-se no modo injusto etemerário como os inimigos tra-taram aPaulo. Sem saberão certoos fatos, usaram aparências paraexecutar seus desejos maus. Aacusação era das mais tremen-das, e foi feita com clamor público.O alvo era excitar o ódio do povo,o que conseguiram.

A violência é sempre irra-zoável. Para chegar a seus fins,age de todos os modos, inventa,torce a verdade, cria "fatos", grita,faz cenas e prepara-se para o seuassalto mortal...

3. Livramento previdente

O barulho propositadamentefeito pelos inimigos de Paulo, agritaria, as acusações e tudo

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quanto tinham combinado exe-cutar, tiveram efeito providen-cial. A notícia de tais coisas paralogo chegou aos ouvidos do tri-bunal militar, responsável pelaordem publica, nos arredores doTemplo e circunvizinhanças. Anotícia foi alarmante: "TodaJerusalém está em revolução!"(21.31). Nestas condições, o cen-turião/ tomando soldados, cor-reu à cena do tumulto. Os judeus/vendo o Tribuno e os soldados,deixaram de ferir a Paulo/ e oTribuno deu ordem que fossepreso e atado com cadeias, eperguntou-lhe quem era e o quehavia feito. Quando Paulo chegouà escada/ os soldados/ vendo aviolência do povo/ tomaram-no/para o levarem à cidade - lá, aosgritos da população: "Mata-o!Mata-o!" Chegando ao alto daescada/ Paulo pediu licença/ falan-do grego, para dirigir umaspalavras ao povo. O Tribuno, comsurpresa, perguntou ao preso seele sabia falar grego/ julgando serele um certo egípcio que, haviapouco, tinha feito um motim, de-clarando-se o Messias prometidodos judeus. O tribuno, havendodado licença/ Paulo fez sinal coma mão/ e tendo feito grandesilêncio/ falou em língua hebrai-ca/ e expôs com clareza quem era/o que fazia e o que ensinava. Nocap. 22/ temos o que ocorreu ecomo/ afinal, o apóstolo foi salvodo perigo.

Tudo conspirou, nestes mo-mentos trágicos/ para encami-nhar Paulo a seus sonhos - ir aRoma. Estava iniciada a sua

odisseia impressionante, queculminaria em Roma. "Deusescreve certo por linhas tortas".E' exato. O Senhor guarda os seuse os leva salvos até ao fim.

4. Lições Oportunas

1. O verdadeiro servo do Se-nhor tem de enfrentar/ na svi.acarreira religiosa/ duas ex-periências comuns: uma/ o apoio/a amizade/ a confiança e-a simpa-tia de irmãos fiéis e realmentepreparados na vida espiritual;outra/ a suspeita, a maledicênciae o ódio de morte dos maus, dosincrédulos e dos falsos cristãos.

2. A maledicência de um grupo,mesmo pequeno, pode alvoroçarumamultidão, quase uma cidadetoda. Os que suspeitam são malig-nos; os que se deixam levar poreles são descuidados e insensa-tos.

3. "Pensavam que..." (21.29).Eis a fonte de muitas amargurassem razão e de lutas sem moti-vos. Os inimigos de Paulo "pen-savam" isto e aquilo, mas estavamenganados em suas suposiçõestemerárias. Falsas hipóteses sãoo fato de grandes incêndios mo-rais.

4. "Chegando o Tribuno..."(21:33). Felizmente, Deus criou alei e os defensores da ordem, quesão bênçãos aos que sofrem in-justamente.Os crentes patriotas esadios na sua fé devem prestigiare respeitar os homens da lei,quando agem em boa ordem epela ordem.

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11 Perante Félix

Texto Básico: At 24.1-27

Texto Central:

Por causa da ressurreição dos mor-tos é que eu estou sendo julgadopor vós. (At 24.21)

Leitura Devocional: SI 86.11-17

Leitura Diária:S. At 23.1-11T. At 23.12-22Q. At 23.23-35Q. At 24.1-9S. At 2410-17S. At 25.1-12D. SI 86.11-17

SinédrioCiladaCesaréiaAcusaçãoDefesaApelo a CésarFé e oração

Os planos divinos/ tantas vezesesquisitos na sua forma ines-perada, faziam-se executarmatematicamente na vida dogrande apóstolo Paulo. Bm todoo seu zeloso ministério uma nobreaspiração o dominava: pregar oEvangelho no coração do ImpérioRomano. Pois/ por caminhosextraordinários o Senhor orien-tava o seu digno servo para aqueleobjetivo louvável.

.O governador/ inteirado docaso/ resolveu ordenar viesse deJerusalém/ da parte do Sinédrio/a acusação legal. Cinco dias de-pois/ esta veio/ aparatosamentechefiada por Ananias/ o sumosacerdote naquele ano/ trazendocomo promotor público um ad-vogado de nome Tértulo/ homemsem escrúpulos/ de eloquência ebastante cultura jurídica.

Sigamos os acontecimentos.

1. Acusações tremendas

Presente a espetacular dele-gação de acusadores de Paulo/detido em Cesaréia/ o governa-dor reuniu essa gente/ em tribu-nal/ tendo mandado vir tambémo acusado que se achava encar-cerado no Pretório de Herodes/local de certo conforto e de todasegurança.

Félix/ conforme as praxes le-gais/ primeiro deu a palavra àacusação. Tértulo/ o promotorastuto/ já trazia tudo muito bemdelineado/ pondo em equaçãotodas as suas armas e toda a suacapacidade. Em síntese/ apresen-tou contraPaulo três formidáveisacusações/ cada qual mais forte emais tremenda.

1a) Traição contra o império.O prisioneiro era culpado do crimede lesa-pátria. Paulo era uma"peste"/ promotor de sedições/ um"agitador".

2a) Heresia. Tértulo declarou/que o preso/ além de traidor/ erade um- heresiarca.

Veja-se a inescrupulosidade doadvogado. Apresenta Paulo como"chefe" da seita nos nazarenos.Chefe"! Isso era coisa grave/ in-desculpável, perante a religiãooficial deles/judeus...

32) Sacrilégio Tértulo acusouo apóstolo de profanador doTemplo/ conforme fora acusadopelo próprio povo/ que "sus-peitara" haver Paulo introduzidoum gentio efésio no recinto

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proibido do lugar sagrado. E, paratornar esta acusação ainda maisviva, Tértulo referiu-se ao fato deter sido necessário a prisão dele,Paulo, por ter infringido umaordem, tanto judaica quantoaprovada pelas leis de Roma,tentando "transpor o limiar" ina-cessível a gentios.

Como se vê, as acusações eramde alta significação. Eram imper-doáveis. Eram daquelas que nãoadmitem excusa alguma. O"homem pestífero" era dignomesmo de morte... Tal foi o obje-tivo do advogado, na sua oratóriafalsa e diabólica.

2. Resposta esmagadora

Chegada a vez de o acusadofalar, esse tomou posição e, sere-namente, discretamente, desen-volveu urna defesa realmenteesmagadora. Paulo apanhou, umaa uma, as acusações, esmerilhou-as, triturou-as, esbagaçou-as edeixou patente quanto eram nu-las e falsas todas elas.

Acompanhemos, em síntese,o apóstolo nesta defesa conscien-ciosa e sublime.

A introdução (24:10-21). Oacusado iniciou seu discurso comum exórdio muito cortês, sinceroe verdadeiro. Tratou o seu juizcom a devida atenção; disse-lheos encómios que merecia, em tercaído na lisonja e na nojenta hip o-crisia de seu acusador. "Sabendoque há muitos anos és juiz destanação..." Félix fora nomeadoprocurador em 52 A.DV de modoque fazia já uns seis anos quegovernava. Isto foi tempo bas-46

tante para o caso, considerandocomo eram instáveis os procura-dores naqueles tempos. Assim,seriam dez anos os da jurisdiçãode Félix, tempo bastante justifi-cativo dos "muitos anos" de quefalou Paulo.

"Com bom ânimo faço a minhadefesa..." O defensor queria dizerque perante um juiz com tantosanos de experiência na vida dosjudeus e da Judéia, só podiaesperar ser bem compreendidonos fatos que iria expor, pois nãoestavam perante um neófito nes-tas questões nem perante umestrangeiro.

Resposta à primeira acusação:Traição (w 11-13). "Não mais dedoze dias"; por isso, Félix podiafacilmente averiguar os fatos to-dos. "Que subi a Jerusalém aadorar". O verbo "adorar" signi-fica "beijar a mão de alguém" emsinal de reverência. Entre os ori-entais, era " aj oelhar e tocar o chãocom a testa", como expressão dereverência profunda; daí,"home-nagem' e adoração" para comTDeus. Era exatamente o opostode levantar sedições e tumultos.A declaração de Paulo era em simesma resposta a cada uma dasacusações - reverência e não in-surreição; conformidade com afé e não heresia; adoração e nãoprofanação.

• "E não me acharam no templofalando com alguém". Isto é,suscitando questões ou disputasquepodiam excitar tumultos. Eleera adorador pacífico. "Nemamotinando o povo". A multidãoao redor de Paulo, no templo, foireunida pelos inimigos e não porele mesmo. A acusação contra

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Paulo era semelhante a que Acabefez contra Elias, de que este eracausa da fome que, realmente,era oriunda dos próprios peca-dos de Acabe. "Nas sinagogas".Plural, porque havia muitas nacidade. Os atos de disputar elevantar motim são negados comreferência a estes três lugares: otemplo, as sinagogas e a cidade.

"Nem tão pouco podem provaras cousas" que, não só "emJerusalém mas também em todoo mundo", ele tinha levantadosedição. Nem mesmo tentaramprovar ou apresentar testemu-nhas. A única acusação que eraséria perante a lei romana foi assimposta fora do tribunal e anulada.

Resposta à segunda acusação:Heresia (w 14.16). A resposta dePaulo a esta acusação foi umaconfissão de que ele era, não chefe,mas defensor da seita dos naza-renos; mas negou que isto fosseheresia contra a religião dos"judeus", conforme aquele cami-nho que se chama seita. O Cris-tianismo não era uma seita, umadivisão de divergência da religi-ão judaica por cisma obstinado,porém o único caminho pelo quala religião judaica podia cumprir~-a sua missão. Era a flor e o frutoda árvore inteira e não mero galhonela enxertado, e produzindodiferente espécie de fruto. AquiPaulo apresentou três razões porque o seu modo de adoração nãoera seita nem heresia, porém umcaminho:

l. Ele adorava o mesmo Deusque os judeus adoravam. A signi-ficação da palavra "servir", adorar,dá a concepção de devoção com-pleta das faculdades" a ufn Se-

nhor. "AoDeus de nossos pais".Não era um Deus estranho ouestrangeiro que ele adorava,porém o Jeová a quem os judeusadoravam desde o começo.

2. Ele obedecia às leis judai-cas. "Crendo tudo quanto estáescrito na lei", melhor, "conformea lei", frase usada por Tértulo naacusação (v.6). Ele rejeitavaalgumas interpretações dosescribas sobre a lei e os profetas,mas aceitava o que eles ensina-vam atualmente. Toda a suadoutrina do Messias fundava-senelas. Seus argumentos eram ti-rados da Escritura, de que Jesusera o Messias.

3. Ele tinha as mesmas esperan-ças que os judeus. Paulo estavade acordo com os fariseus em ter"esperança em Deus", apoiando-se em Deus, olhando para Deuscomo sua fonte e certo 'de que háde haver ressurreição demortos"e, por conseguinte, vida imortal."Assim dos justos como dos in-justos" : os primeiros, para a vidaeterna, para "resplandeceremcomo o resplendor do firma-mento... e como as estrelas sempree eternamente"; e os outros, "paravergonha e horror eterno/!r, comoensinou o profeta Daniel (12:2-3).

"Por isso", em vista destaconfissão de fé e princípios de-clarados, "procuro sempre ter umaconsciência sem ofensa". Todo oalvo da vida de Paulo era liber-tar-se desses males de que tinhasido acusado, tendo uma cons-ciência que não tropeça nem servede tropeço a outros. "Para comDeus"- no coração e adoração; "epara com os homens" •— em boasações.

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Resposta à terceira acusação:Sacrilégio. Profanando o templo.A resposta a esta acusação foiuma simples e formal negação/poruma declaração exata dos fatosque tinham sido mal compreendi-dos pelos judeus.

Como se verifica/ o advogadoda acusação perdera o tempo. Félixpercebera tudo. Ele "conheciamuito bem as coisas acerca doCaminho" (v.22)/ e resolveu adiaro caso/ dar tempo ao tempo e/tanto quanto possível/ aproveitareste julgamento para obter algumproveito pessoal em moeda cor-rente (v.26).

3. Palestra notável

Na conferência/ Paulo apre-sentou ao seu juiz as três grandese eternas verdades morais/ ver-dades indisputáveis/ reconhecidaspor todas as consciências/ mesmoas que estejam desorientadas: dajutiça/ da temperança e do divino.

Paulo feria exatamente, assim/toda ávida do governador. Reti-dão/ refere-se à-justiça com queFélix devia agir como oficialpúblico; temperança, ou domíniopróprio/ era essencial na vidaprivada do governador/ que nãoera isenta de censura; e o jul-gamento futuro é o tempo emque devemos prestar contas de'todoí-os nossos feitos praticadosno corpo. Tão pessoal e poderosafoiapregação dePaulò/ queFélix,

"espavorido"/ despediu oapóstolo/ senão com descortesia/pelo menos abruptamente/dizendo: "Por agora/ vai-te/ e emtendo oportunidade te chamarei".Durante os meses que se segui-ram/ ambos tiveram entrevistas/mas com propósitos puramentemercenários por parte do gover-nador/ pois esperava que Pauloou algum dos seus amigos fosseao seu encontro com peitas para asoltura do preso. Desapontadonisto/ Félix conservou Paulo presodurante os últimos dois anos doseu governo. E ao chegar ao fimdo seu termo de governador/ aoinvés de soltar Paulo/ como eracostume no caso de todos os presosnão condenados/ deixou-o nocárcere para agradar os judeus.

4. Lições práticas

1. A consciência é o fiscal queDeus tem colocado de sentineladentro de nós mesmos. Pode-seabusar dela/ negligenciá-la/ masvigia sempre.

2. As acusações falsas podemcausar-nos aborrecimento eembaraçar nossos passos na vida/mas nunca poderão vencer averdade.

3. As funções/ em si/ não fazemos homens/ e/ sim/ o caráter. Háguias espirituais falsos/ juizesfalsos/ advogados falsos/ tribunaisfalsos... .Os nomes de seus cargosnão os transformam. Só Deussantifica. Paulo foi exemplo disso.

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12 PeranteA gripa

Texto Básico: At 26.1-21,24-29Texto Central:Prouvera a Deus que com poucoou com muito não somente tu,mas ainda todos que me ouvem setornassem tais qual eu sou, menosestas cadeias (At 26.29)

Leitura Devocional: SI 119.41-48

Leitura Diária:S At 25.13-22 Festo e AgripaT. At 25.23-27 Agripa e BereniceQ. At 26.1-23 DiscursoQ. A126.24-32 ConfissãoS. l Pé 2.11-17 CondutaS. Ef 6.10-20 EmbaixadorD. SI 119.41-48 Diante de reis

Tomou o luga r de Félix o novogovernador/ de nome Pórcio Festo,homem de melhores sentimentosdo que o seu antecessor, de quemJosefo dá notícias favoráveis comojuiz bom, justiceiro e prudente.Este plenipotenciário romanogovernou menos de dois anos aprovíncia/ tendo falecido quaseinesperadamente.

Logo que o novo enviado deRoma tomou posse de seu cargo,os judeus tentaram obter novojulgamento de Paulo emJerusalém, com o fito de, aí, commelhores oportunidades, tramaro assassínio do grande servo deDeus. As acusações, sem dúvida,eram as memas - traição, heresiae sacrilégio.

Festo não resolveu nada semconsultar o prisioneiro. Assim/indagou deste se estava disposto

a aceitar a absolvição inf ormal dojuízo romano/ sob a condição desubmeter-se a processo perante oSinédrio. Paulo sabia bem os pla-nos de seus inimigos, e recusou-se aceitar o alvitre proposto, pondoponto final nas diabólicas in-tenções de seus perseguidores,apelando para César, como cida-dão romano que era.

Festo, compelido a solucionaro caso do apóstolo, deferiu a suapetição.

Nesse ínterim, veio a Cesaréiavisitar o novo governador o reiAgripa II/ rei de Abilene, Traco-nites e outras regiões a sudestedas montanhas libanezas, com suaesposa Berenice, irmã de Drusilae do próprio Agripa II. Sabendodo caso de Paulo, quiseram vê-loe ouvi-lo. Festo apreciou isso,porque desejava mesmo ter oconselho do rei amigo, a fim depoder enviar a César o preso comalgumas informações que justifi-cassem o seu encarceramento.

Nestas condições, foi prepa-rada uma pomposa entrevistaentre o rei/ sua esposa, Festo, váriosilustres membros do governo ePaulo. Festo disse em poucaspalavras a situação do prisioneiro;e Agripa ouviu/ então, a palavramagistral do ilustre servo de Deus.

Mais uma vez, pregava Paulo/em* cadeias, o santo Evangelhoaos grandes da terra. Tanto porsua cultura quanto por suasabençoadas experiências cristãs/o apóstolo deu aos seus ouvintesuma das maiores oportunidadesde suas vidas.

Vejamos como foi isso.

1. Paulo e o Evangelho

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Era solene a hora, esta horaprovidencial, em que Paulo ia falarao rei Agripa e perante uma corteilustre/ de cuja decisão viria amorte ou a vida, não só a sua/pessoal/ mas a do Cristianismoque ele pregava/ porque/ absolvidoaqui/ já levaria a Roma e a Césaro seu caso líquido. Desta horadependia a carta da liberdade dareligião cristã/ ou a declaraçãooficial de que era credo ilícito evedado nos limites do Império/que era o mundo civilizado daépoca.

Mas/ Paulo falou inspirado evenceu.

Sabiamente/ começou/ peranteo rei, o seu discurso com a deli-cadeza costumada. Sabia muitobem que armas rudes e enfer-rujadas não trazem vantagens aoguerreiro cristão. E, pela terceiravez/ ele conta a maravilhosahistória de sua conversão e damudança operada por Jesus Cristoem sua vida.

Esta reunião/ convocada paraexaminar Paulo no tocante às acu-sações que lhe foram feitas/ deu-lhe a oportunidade de pregar oEvangelho a pessoas que/ de outrasorte/ não teriam ouvido asboas-novas.

Aqui temos também excelenteexemplo do modo efetivo depregar o Evangelho. Paulo falade sua própria experiência; falacomo quem sabe, com a autori-dade de perfeito conhecimentode causa.

Paulo estava na presença deseus acusadores e juizes comoum milagre vivo e um argumentoencarnado. Dizia-lhes: Jesus édivino/ vindo da parte de Deus,

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Ele está vivo atualmente, porquesó um ser divino e todo-pode-roso podia ter efetuado umamudança tão notável. Vós julgaisser incrível que Deus ressusciteos mortos? Mas/ eis-me aqui! Euestava morto em delitos e peca-dos e Ele me ressuscitou."

Notem-se as palavras persua-sivas de Paulo ao rei: "Por isso/ órei/ não fui desobediente à visãocelestial!" (26:19). O apóstolo nãoexigia de seus ouvintes o que elenão tinha f eito. Falava-lhes de suaprópria carreira e experiência. Nãorecalcitrara contra o aguilhão dagraça. Desde que recebera a bênçãocelestial/ sua missão era uma sóem todos os lugares/ perante ju-deus e perante gentios. Ele sóconhecia um assunto vital." Cristoé o Salvador de todo que se ar-repende e crê e faz as obras dig-nas de um renascido."

Que sermão profundo!Que mensagem verdadeira!Que apelo comovente!

2. Festo e o Evangelho.

A audiência devia estar presaao verbo eloquente/ incisivo/ vi-brante e sincero do prisioneiro. Oacusado era agora verdadeiro juiz/em nome do céu. Mas, nesta altura/o governador Festo, mundano emfé e em doutrina/ não pôde con-ter-se. Diz o texto que "aduzindoPaulo estas cousas..." (26:24), istoé/ enquanto o orador acumulavaverdades sobre verdades/ ex-punha/ explicava, afirmava/ Festointerrompeu-o. "Disse em altavoz", com autoridade e, prova-

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velmente, cheio de surpresa e deadmiração/ sem dúvida tambémcheio de impaciência/ senão deira. "Disse..." Que iafalarogover-nador? O momento era solene. Adoutrina pregada era séria. Iria ojuiz de Cesaréia declarar-se con-vencido perante a corte? Iria re-trucar ao apóstolo? Iria condená-lo? Iria absolvê-lo? Iria...

Um mundo/ um destino e umasorte iam definir-se neste instante.

Ouçamos o governador:"Deliras, Paulo!" Que mediocri-dade/ que tom de voz/ que opi-nião frágil/ que decadência dealma/ que decepção Festo se reve-lava." Estás louco..." Sim/ para acultura espiritual de um Festo/tudo o que Paulo falava era mesmoloucura... Um Messias crucificado/amigo dos gentios/ a ressurreiçãodentre mortos/ um Rei invisívelde um Reino espiritual... tudo isso/para Festo/ não podia ser senão afantasia de um cérebro enfermo."As muitas letras". Eram as Escri-turas Sagradas a que Paulo tinhase referido/ os volumes que eleindubitavelmente estava es-tudando na prisão. "Te fazemdelirar". Sois um sonhador naterra imaginária dos livros/ noreino das especulações/ longe dasrealidades da vida diária... OuPaulo ou Festo delirava mesmo.

. "Não deliro". Es ta resposta dePaulo é sem igual como modelode cortesia cristã e domínio sobresi mesmo. "Potentíssimo Festo".Paulo não lison jeia nem escondea verdade/ porém é respeitoso ecortês. "Antes falo palavras deverdade e de são juízo". O quePaulo tinha dito não era ficção,porém fato sólido.

3. Agripa e o Evangelho(w. 26-29)

"Porque/ ó rei (Agripa)/ sabestu que foste educado nas Escritu-ras/ tendo vivido na Galiléia eJudéia/ devias ter sabido algumacousa de Jesus/ tanto de sua vidacomo de sua morte/ e doEvangelho/ desde a ressurreição.""Isto não se fez em qualquercanto". Obscuramente conhecidosó de poucos; porém/ os própriosinimigos de Jesus o proclamaramportodaparte/pelasua oposição.

"Crês tu nos profetas/ ó reiAgripa?" Agripa/ como judeu/tinha sido instruído nas Escritu-ras e aceitava-as intelectualmente.Assim/ se cresse nas Escrituras/Paulo poderia dessas premissasprovar a verdade do Evangelhoque estava pregando.

"Por pouco não me persuadesa que me faça cristão". Há duasopiniões quanto à significaçãodestas palavras. Uma/ a da maiorparte dos críticos modernos/concorda em toma-las como iróni-cas. Agripa ri-se da esperança quePaulo podia ter de torná-lo cris-tão/ e com tão pouco esforçopersuasivo. A outra opinião/ maisbem aceita/ é de que a melhornatureza de Agripa foi comovidae que falou sinceramente; "Setu continuares mais tempo eproferires mais algumas palavrascomo estas/ persuadirás mesmoamim". Com istoharimoniza-searesposta de Paulo. Quer seja estaa verdadeira opinião/ ou a outra,a verdade é que há/ muitas vezes,casos em que um homem é quasepersualido a fazer-se cristão e daínão passa. Quase persuadido é

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estar todo perdido. O navegantepode naufragar à vista da pátria,perto da praia...

"Prouvera Deus". Eu/ dizPaulo/ seriamente desejo isso deDeus/ fonte única de bem-aven-turança. ''Ou por pouco ou pormuito". Prouvera que fosse per-suadido ou com pouco ou commuito custo. "Tais qual eu sou/exceto estas cadeias". As cadeiasque lJau!õ"tmrTa sobre si enquantofalava. Desejava que tivessemliberdade no exercício de sua re-ligião para o bem de outros.

"Tais qual sou". Paulo/ o preso/possuía muito mais do que aassembleia brilhante que estavaperto dele. Eles tinhamjdq.uezasmundanas; ele tinha tesouros nocéu/ riquezas espirituais; eles ti-nham honra e aplauso dos ho-mens; ele tinha a aprovação deDeus; eles tinham suntuosidadee deleites sensuais; ele tinha ale-gri a /_j^z_e_àeleLt_es_quj^_nuncasonharam; eles tinham coroasmundanas; ele tinha _uma coroade glória em seu Deus; eles ti-

"nKãm corações inqúlelõsTéle vivicTem perfeita serenidade/ embora,num cárcere; eles eram súditosde um imperador tirano; ele ser-via ao Rei dos Céus/ a Cristo Je-sus; eles tinham honras e possesinstáveis e que durariam pouco;ele/ posses eternas...

B assim findou-se a entrevista.Festo perdera a sua boa opor-

tunidade. E Agripe/ também.Berenice/ da mesma forma. E osmais da audiência? Só Deus sabeo que houve com eles. E' possível •que conversos saíssem daquelerico salão.../^Quão grande mistério é o pobre

(e frágil coração humano!

4. Lições Práticas

1. E7 dever de civismo/ corno édever cristão/ usar o crente/ paci-ficamente, os seus direitos civis ede cidadão para fins nobres esagrados. Paulo soube fazer as-sim.

2. E' uma grande honratestemunhar o poder da graçapela própria vida e experiênciapessoal. "Uma consciência cristãnão desobediente à visão celes-tial" é sempre argumento irres-pondível perante as acusações doshomens maus.

3. "O Evangelho é poder deDeus para salvar a quem crê", enunca uma teoria inócua/ umacuriosidade ou um dogma friopara guardar mentes incrédulas.Quem ouve o Evangelho/ crê ounão crê. E' a Palavra que definealmas e caracteres neste mundo eassim os conduz para o outro/que não acaba.

Em Breve! CASA EDITORA PRESBITERIANA

Esta Editora estará lançando em breve a TULIP - os cincopontos do calvinismo à luz das Escrituras. Livro de bolso,cerca de 100 páginas, o assunto suficientemente explanado,escrito por Duane Edward Spencer, e traduzido pelo Rev.Sabatini Lalli. Aguardem,

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13 Em Roma

Texto Básico: At 28.16-22Texto Central:Pois não me envergonho doEvangelho, porque ele é o poderde Deus para a salvação de todoaquele que crê. (Rm 1.16)

Leitura Deuocional: Si 138

Leitura Diária:S. At 27.1-8T. At 27.9-26Q. At 27.27-44Q. At 28.1-10S. At 28:11-15S.At 28:16-31D. SI 138.1-8

EnviadoPerigosConselheiroIlha de MaltaEm viagemEm RomaAlento divino

E' interessante ligar a lição dehoje com os fatos que ocorreramcom Paulo entre sua estadia emCesaréia, preso, e sua vinda paraRoma, a fim de ser julgado porCésar, para quem apelara.Segundo as melhores cronologias,os acontecimentos foram estes:Paulo saiu de Cesaréia navegandopara o norte até Sidônia. Segui-ram daqui a leste de Chipre, e,costeando a Ásia Menor, chega-ram em Mira e Lícia, onde to-maram outra embarcação. Emseguida, aportaram em Cnido;daqui foram até Creta, tendo al-cançado Bons Portos, onde o navioficou detido à espera de ventosfavoráveis. Em seguida, procu-raram o rumo de Fenice. O naviosofreu muito com os ventos con-trários, dando-se o naufrágio pertoda ilha de Malta, onde consegui-ram ficar salvos os tripulantes e

passageiros. Estavam já agora noMar Mediterrâneo, 37 léguas doponto mais meridional da Itália,asudoeste.EmMaltaficaram du-rante três meses. Finalmente/

puderam seguir de novo rumoda grande cidade de Roma.Viajaram numa nova e boa em-barcação. Passaram por Sicusa,capital da Sicília, daí foram aRhégio, primeira terra italiana quePaulo tocava, e, pela costa, apor-taram em Puteole, porto princi-pal da Itália, ao sul de Roma.Aqui, irmãos encontraram-se como apóstolo. Enfim, agora por terra,Paulo chegou a Roma. Nero era oImperador reinante. Sêneca era,também, nessa época, o maior e omais culto estadista romano, queum ano depois abandonava a vidapública. Paulo chegou,à "cidadeeterna" pela Via Apia, tendoatravessado a Via Sacra, a Rua doForurrv perto^ do célebre MonteCapitolino. À esquerda deste,achava-se o vasto palácio, queera a "Casa de César" (Fp 4.22).Provavelmente foi aqui onde Pauloteve o fim de sua acidentadaexcursão, quando o centuriãoentregou os presos ao coman-dante-chefe dos exércitos roma-nos.

Depois de tantas peripécias/surpresas e providências,cumpria-se o ideal de Paulo erealizavam-se as promessasdivinas. O maior missionário cris-tão estava em Roma, perante oImperador, no coração do mundo.

1. A residência em Roma

Roma era o centro do império,que se estendia do oceano

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Atlântico ao oeste através daEurppa/ e além até ao rio Eufrates,na Ásia. Os limites ao norte eramos rios Kheno e Danúbio/ e ao sul,o deserto do Saara, as cataratasdo Nilo e o deserto da Arábia. Apopulação do império, no tempode Paulo, era de 120.000.000 dehabitantes. Tinha César domíniosobre quase o mundo todo, entãoconhecido; e havia preparado ocaminho do Senhor por umgoverno forte, pelas excelentesestradas de rodagem que ligavamentre si todas as partes do vastoimpério, pela unidade de língua,pela introdução de costumesestrangeiros e uma cultura ele-vada entre as nações.

A cidade de Roma nessa épocaestava no auge de sua glória.

'Augusto costumava dizer queachara uma cidade de tijolos edeixara uma de mármore. O es-tado moral do povo era péssimo.Por toda parte imperavam osvícios, provenientes do luxo quefora introduzido de muitas naçõesconquistadas. Temos o quadrovivo desse atoleiro de corrupçãoe foco de morte espiritual no pri-meiro capítulo da epístola de Pauloaos Romanos.

O imperador Nero estavamuito ocupado com os seus víciose excessos para fazer caso do presoou das acusações trazidas contraele pelos judeus; e passados doisanos, em que lhe foi permitidopregar o Evangelho aos guardase a todos quantos o vieram ver,Paulo foi posto em liberdade.

Durante seu primeiro encar-ceramento, Paulo teve bastanteliberdade, embora guardado porum soldado e provavelmente

prendido a ele, mas residia emcasa que alugara, e pregava oEvangelho a quantos vinham ouvi-lo. Paulo teve por companheirosem Roma os cristãos que se acha-vam aí: Timóteo, Epafras,Onésimo, Marcos, Lucas e outrosque . .ministraram às suas neces-sidades.

2. A conferência de Paulo (w.17-29).

"Passados três dias, convocouos principais dos judeus''. Pauloqueria expor a sua própria posiçãoa seus patrícios, a fim de pregar-lhes Cristo e a salvação mediantea fé. Ele declarou então que,embora preso, nada fizera contrasua nação, nem contra os cos-tumes de seus pais; que os roma-nos, depois de tê-lo examinado,quiseram soltá-lo, não havendoachado nele crime algum; quetinha apelado para César a fim desalvar a vida e não para acusarem nada o seu povo; que estavapreso porque aceitara a Jesus comoo Messias prometido à sua nação.

Eles responderam que nãotinham recebido nenhuma cartaque falasse de Paulo, nem tinhamvisto nenhum irmão de Jerusalém.E' fácil entender isto, porque Paulofora enviado logo depois de seuapelo, e os Judeus em Jerusalémnão tiveram tempo de informaros irmãos em Roma sobre o seucaso.

Os judeus de Roma quiseramouvir o que Paulo "sentia". Sa-biam que "esta seita" em todaparte era impugnada. A palavraseita é, aqui, heresia e quer dizerpartido; e quando os judeus de

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Roma aplicavam o termo aos cris-tãos, o sentido é que os consi-deravam como uma divisão dojudaísmo/ como os fariseus/ ossaduceus e os essênios. Semdúvida, os Judeus de Roma sa-biam alguma coisa do Cristia-nismo. Alguns de Roma estive-ram presentes em Jerusalém nodia de Pentecoste e levaram oEvangelho a Roma. Havia umaigreja cristã ali.

Os judeus que vieram ter comPaulo falaram com certas reser-vas e ern palavras conciliadoras/dizendo que desejavam saber maisa respeito do Caminho.

Tendo/ pois/ marcado comPaulo o dia da conferência/ mui-tos vieram ouvir as suas razões.Vieram à sua morada (vv. 23-30).A estes/ Paulo expôs todas asdoutrinas da religião de JesusCristo/ dando testemunho doReino de Deus. Já lhes havia de-clarado que fora pela esperançamessiânica de Israel que se achavapreso. Agora/ mostra-lhes quetudo fora cumprido em JesusCristo. Ele tirou o seu argumentoda Lei de Moisés e dos profetas/as Escrituras dos judeus. Faloudas coisas que Félix e Festo nãoquiseram ouvir; e alguns dos seusauditórios ficaram impressiona-dos e creram no que ouviram.Outros/ porém/ não creram/ e aestes/ ao saírem/ Paulo falou aspalavras do profeta Isaías/ 6:9.Também este mesmo conceitocitou-o mais de uma vez nossoSenhor contra os judeus incrédu-los (Mt 13:4; Mc 4:10; Lc 8:10).

"Seja-vos/ pois/ notório/ queaos gentios é enviada esta sal-vação de Deus/ e eles a ouvirão/

como vós tendes ouvido''. Paulocumprira a obrigação que Jesuslhe impuzera de começar emJerusalém. Pregou primeiramenteaos Judeus em Roma/ o centro domundo, e agora queria que osgentios ouvissem a mensagem depaz e salvação.

As palavras/ acima citadas, nãoquerem dizer que Deus queriaque os judeus não cressem e sesalvassem, mas que eles própriosendureceram os seus corações efecharam os olhos, de sorte a nãopoderem sentir o amor de Deusnem ver a luz benéfica doEvangelho de seu Filho. Elescaminhavam obstinadamentepara a perdição. Menos de dezanos depois/ Jerusalém foi com-pletamente destruída/ o temploderrubado e os judeus não forammais nação. Tudo isso podiamter evitado, podiam ter consti-tuído o verdadeiro Reino de Deus,o centro da luz e da salvação parao mundo. Mas/ não quiseram.

3. Seu trabalho emRoma(w.30-31).

Dois anos inteiros permane-ceu Paulo nos aposentos que alu-gara/ pregando o Reino da Vida atodos os que vinham ver e ouvir.Pregava e ensinava as doutrinasdo Cristianismo com toda a liber-dade e confiança. Paulo/ dizStalker/ "sempre pensava de Romacomo um general vencedor con-sidera a cidadela central do paísque está ganhando". Paulo seempenha n a conquista do mundopara Cristo/ e Roma foi o últimoforte que esperava vencer emnome de seu Mestre. E/ conseguiu

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conquistá-lo.Quatro das Epístolas de Paulo

foram escritas durante estes doisanos em Roma: aos Efésios, aosFilipenses, aos Colossenses e acarta a Filemon. A escritura des-tas Epístolas foi parte importantedos trabalhos de Paulo em Roma..."A Epístola aos Efésios", diz oProfessor Stalker, "é talvez o maisprofundo e o mais sublime livrodo mundo/ e foi na prisão quePaulo achou vagar para ir até àprofundidade das verdades ex-postas na Espístola, donde bro-tam rios que ainda estão alegrandoa cidade de Deus".

4. Lições Práticas1. Quando Deus determina

algum plano na vida de seus ser-vos, realiza-o sem dúvida, sejamquais forem os embaraços quetendem dificultá-lo.

2. O Evangelho é uma doutrinaeficaz e poderosa para todos oscorações, seja nos navios, o'u emágua ou em terra, seja em ilhas eem continentes, seja em Malta ouem Roma.

3.0 que importa na experiênciado crente não é o lugar, ou estarpreso ou livre, ou ser rico ou pobre.E' ser cada um fiel ao Senhor seuRei.

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W.D. Chamberlain10. O Tribunal de Cristo - Rev. Álvaro Reis11. Quatrocentos Anos de Silêncio - H.A. Ironside12. Amor, Força Invencível - Rev. Amantino Adorno Vassão13. Como Estudar a Bíblia - Jack Hartman14. O Batismo Cristão - Charles Hodge15. Sozinha - Rev. Miguel Rizzo Júnior16. Veredas da Vida - Rev. Odilon Francisco de Oliveira17. O Coral da Morte e o Solo da Ressurreição

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