paul stonehill e philip mantle - ufo.com.br · soviéticas (urss). seu livro zagadki drevnei ......

27

Upload: phammien

Post on 02-Dec-2018

308 views

Category:

Documents


11 download

TRANSCRIPT

Paul Stonehill e Philip Mantle

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

7Coleção Biblioteca UFO © 2016

O que é a Biblioteca UFO

Biblioteca UFO é uma série de livros já consagrada pela Ufologia Brasilei-ra. Foi lançada pela Revista UFO em 1998 com o objetivo de reunir textos de qualidade, atuais e consistentes sobre a presença alienígena na Terra, produzi-dos por autores ativos e que realmente ajudaram a construir a história atual da Ufologia. A Biblioteca pretende abaste-cer os estudiosos e entusiastas do as-sunto com obras ricas em informação

de qualidade sobre nossos visitantes extraterrestres. O critério de seleção de autores leva em consideração o significado, a utilidade e a repercussão de seu trabalho. Assim como são escolhidos temas que ofereçam verdadeira contribuição ao entendimento da questão ufológica em todas as suas vertentes.

Ao serem consideradas novas obras para comporem este acervo, observa-se também um critério muito presente no Fenômeno UFO, ou seja, sua manifestação em múltiplos ní-veis físicos e não físicos, visíveis ou invisíveis à consciência humana. Para tanto, um estudo de tão complexo cenário deve ter em conta a transdiciplinariedade como ferramenta de tra-balho essencial, ou seja, um conceito que mescle diferentes formas de pensamento e inter-relacione várias disciplinas, estimulando novas maneiras de se compreender e assimilar a realidade dos fatos por meio da articulação dos elementos que os compõem, sob todos os seus ângulos.

RAFA

EL A

MOR

IM

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

8 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

Assim, refletindo o esforço da Revista UFO há 33 anos, a Biblioteca UFO busca encontrar aonde quer que estejam as res-postas para a questão que envolve a ação na Terra de outras es-pécies cósmicas e suas consequências para o presente e o futuro da humanidade, respeitando a pluralidade do tema e entendendo que apenas uma abordagem adogmática, profunda, responsável e pluralista poderá oferecer entendimento a seu respeito e, quem sabe, também as respostas para o enigma do milênio.

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

9Coleção Biblioteca UFO © 2016

Os autores são con-siderados os maiores especialistas em Ufo-logia Russa da atuali-dade. Philip Mantle [À direita], inglês re-sidente em West Yor-kshire, sempre se in-teressou por assuntos paracientíficos, tendo

abraçado a Ufologia como sua preferência ainda quando adolescente. Seu interesse pela presença alienígena na Terra teve início no fim da década de 70, quando entrou para a Yorkshire UFO Society [So-ciedade Ufológica de Yorkshire, YUFOS]. Após ter trabalhado com o grande ufólogo britânico Graham Birdsall, hoje falecido, Mantle ajudou a formar a Independent UFO Network [Rede Ufológica In-dependente, IUN], afiliando-se a seguir à British UFO Research Association [Associação de Pesquisa Ufológica Britânica, Bufora], uma das mais tradicionais do Reino Unido.

Durante o período em que atuou na Bufora, Mantle foi seu porta-voz, organizador de congressos e diretor de investi-gações, o que lhe permitiu conhecer estudiosos do Fenômeno UFO de todo o mundo e realizar trabalhos de grande profun-didade sobre observações de discos voadores e contatos com extraterrestres em várias regiões da Europa. Durante vários anos, Mantle foi o representante da Mutual UFO Network (MUFON) na Inglaterra. Um de seus trabalhos mais notáveis é

Quem são Paul Stonehill e Philip Mantle

FOTO

S AR

QUIV

O UF

O

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

10 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

a obra Without Consent [Sem Consentimento, Fortune Books, 2002], que publicou em coautoria com Carl Nagaitis. Tam-bém é de Mantle, com o alemão Michael Hesemann, Beyond Roswell [Além de Roswell, Marlowe & Company, 1997], que disseca de maneira inédita uma das primeiras quedas de UFO da história. Consultor da Revista UFO desde 2000, Philip Mantle também é autor de Alien Autopsy Inquest [Pesquisa Sobre a Autópsia Alienígena, Publish America, 2007].

Paul Stonehill [À esquerda na página anterior], refugiado judeu soviético vindo da Ucrânia, hoje mora em Los Angeles. É ba-charel em ciência política pela Universidade do Estado da Califórnia, autor, conferencista e pesquisador de destaque internacional, tendo especial interesse nos fenômenos ufológicos e sua relação com a exploração espacial soviética. Stonehill passou a se interessar pelo Fenômeno UFO na juventude, quando morava em seu país natal. Ele acredita que para encontrarmos respostas a respeito das civili-zações extraterrestres que nos visitam, precisamos também explorar nossos oceanos e lagos, onde seres extraterrestres também atuam. Stonehill coletou uma quantidade enorme de informações sobre objetos submarinos não identificados (OSNIs) em várias partes do mundo, comprovando esta afirmação.

Ele também se dedica à parapsicologia e à pesquisa de fenômenos psíquicos, além de mistérios subaquáticos, espio-nagem, guerra e história da Rússia. Seus trabalhos, tanto na área ufológica quanto parapsicológica, já foram publicados em várias partes do mundo, nas mais diversas línguas. Stonehill tem inúmeros textos sobre a presença alienígena na Terra que são referência sobre o assunto na Rússia, onde ajudou a criar, em 1991, o Russian UFO Research Center [Centro de Pesquisas Ufológicas da Rússia, RURC]. Stonehill tem textos veicula-dos nas revistas UFO Magazine, UFO Encounters, Revista di Informazione Ufológica etc. Consultor da Revista UFO desde

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

11Coleção Biblioteca UFO © 2016

2000, Paul Stonehill é figura constante em programas de tele-visão apresentados pelo Discovery e History Channel. Na rede TNT participou com destaque do especial The KGB UFO Files [Arquivos sobre UFOs da KGB].

Philip Mantle e Paul Stonehill já publicaram pela co-leção Biblioteca UFO, em abril de 2009, com enorme êxito, a obra UFOs na Rússia: Antes e Depois da Queda do Co-munismo, hoje praticamente esgotada.

Contato com os autores:

— Philip Mantle [email protected]

— Paul Stonehill [email protected]

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

15Coleção Biblioteca UFO © 2016

Sumário

Introdução Uma espantosa casuística 17

Capítulo 01 Breve história da Ufologia Russa 25

Capítulo 02 Fantasmas e kvakeri nos mares 35

Capítulo 03 Os nadadores desconhecidos 49

Capítulo 04 Submarinos russos e OSNIs 69

Capítulo 05 OSNIs em águas internacionais 81

Capítulo 06 OSNIs vistos no Mar do Diabo 93

Capítulo 07 A investigação da KGB em Kolyma 103

Capítulo 08 Ação alienígena no Oceano Ártico 107

Capítulo 09 A misteriosa área de Chukotka 129

Capítulo 10 Atividade alien no leste da Rússia 133

Capítulo 11 Na Ásia Central e países vizinhos 143

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

16 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

Capítulo 12 UFOs e OSNIs no Mar Negro 151

Capítulo 13 Terras de fatos estranhos 163

Capítulo 14 O Lago Ladoga e outros da Carélia 173

Capítulo 15 O Fenômeno Robozero 183

Capítulo 16 Avistamentos no Mar Báltico 191

Capítulo 17 Experiências no Mar de Azov 199

Conclusão Observações finais 203

Apêndice Cosmonautas e ETs se encontram 205

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

17Coleção Biblioteca UFO © 2016

Introdução

O historiador, cientista social e autor russo Alexander Alfradovich Gorbovisky, falecido em Londres, em 2003, trabalhou durante 20 anos na Academia de Ciências da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Seu livro Zagadki Drevnei

Istorii [Enigmas da História Antiga] foi publicado em 1966 e republicado no começo dos anos 70. Para muitas pessoas por trás da Cortina de Ferro, a obra abriu as portas para o fascinante e esquecido mundo da Ufologia, dos mistérios da história antiga e do paleocontato, termo russo usado para designar a Teoria dos Antigos Astronautas. Na primeira edição do livro, Gorbovisky mencionou um acidente ocorrido no Mar Mediterrâneo na An-tiguidade, no qual as pessoas observaram um estranho veículo submarino emergindo em alta velocidade — o objeto saiu da água com incrível rapidez e logo desapareceu.

Assim como muitos pesquisadores russos, os autores des-te livro são fascinados por relatos de objetos submarinos não identificados, comumente chamados OSNIs e que são o mesmo que acreditamos ser os UFOs, mas que se deslocam também

Uma espantosa casuística

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

18 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

sob as águas. Nesta obra, pela primeira vez, detalharemos relatos de fenômenos observados no mar, acompanhados de misteriosos objetos submarinos, muitos dos quais fornecidos por testemunhas sinceras e confiáveis.

Analisaremos os trabalhos de nossos colegas da atual Rússia e da antiga União Soviética, que têm estudado esse fenômeno por décadas. Precisamos acrescentar, entretanto, que algumas vezes os pesquisadores se mostraram muito relutantes em repartir suas informações e que outros simplesmente se recusaram. Os arquivos secretos da Marinha Soviética contêm muito conhecimento im-portante sobre avistamento de UFOs e OSNIs e os pesquisadores militares soviéticos têm se mostrado muito sinceros e profissionais. Infelizmente, grande parte dos arquivos continuaram inacessíveis, mesmo após a queda da União Soviética. Mas através de todos esses anos de pesquisa, e com a ajuda de nossos amigos pesqui-sadores de países não mais soviéticos como Rússia, Ucrânia e de outras nações agora independentes, pudemos coletar uma boa quantidade de fascinantes informações inéditas.

É desnecessário mencionar que a Marinha Soviética guardava cuidadosamente seus segredos e que denunciava qualquer um que publicasse uma visão alternativa sobre os OSNIs. Um exemplo típico disso foi a reação do contra-almirante M. Rudnistky a um artigo sobre OSNIs publicado pela corajosa revista Tekhnika Molodezh [Tecnologia Moderna], em 1972. Rudnistky descartou qualquer possibilidade de existirem OSNIs e declarou, entre outras coisas, que se seres inteligentes tivessem vivido sob as águas por milhares de anos, já teriam, sem qualquer dúvida, tentado contatar os seres humanos. “E, claramente, isso nunca aconteceu”, disse.

Ou talvez tenha acontecido. Na opinião do engenheiro sibe-riano N. Yerokhina, que se interessa pelo assunto, as misteriosas fluorescências observadas no mar talvez sejam exatamente isso — a tentativa de uma civilização subaquática de estabelecer comunicação

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

19Coleção Biblioteca UFO © 2016

conosco. É claro que isso é pura especulação, mas provavelmente está mais perto da verdade do que as declarações de desqualificação feitas pelos representantes oficiais do governo.

Apesar das tentativas da Marinha Soviética de diminuir o interesse público sobre o assunto, a própria Armada sempre esteve interessada nele. O pesquisador Nikolai Nepomnyaschy descreveu em sua obra Iz Sekretnikh Arkhivov Razvedok Mira [Dos Arquivos Secretos dos Serviços de Inteligência Mundiais, 1998], um importante incidente ocorrido em 1960, quando um grande objeto submarino foi bombardeado pela Marinha da Ar-gentina. Isso provocou uma forte reação por parte das autoridades soviéticas e Nikita Krushev, o então líder da União Soviética, enviou ao representante do país na Argentina um pedido de infor-mações detalhadas sobre o incidente. Aparentemente, a tentativa argentina de capturar o OSNI falhou.

Os cosmonautas soviéticos também demonstraram muito interesse no fenômeno dos UFOs e dos OSNIs. Em agosto de 2006, Pavel Popovich, o famoso cosmonauta que ajudara Vladi-mir Ajaja e outros devotados pesquisadores a fomentar a pesquisa sobre UFOs na URSS — e que estava ajudando-os de forma proeminente a obter os arquivos ufológicos da KGB no começo dos anos 90 — foi entrevistado pelo popular jornal ucraniano Bulvar Gordona [Fatos Cotidianos].

Popovich revelou algumas informações muito interessan-tes durante a entrevista. Ele falou sobre uma antiga e avançada civilização de um planeta chamado Phaeton ou Moonah, que ficaria próximo à Terra há muitas eras e que teria desaparecido devido a guerras nucleares, cujos habitantes provavelmente visitavam a Terra de tempos em tempos. A base intermediá-ria dos visitantes estaria localizada próximo a Saturno e eles teriam montado três bases na Terra: uma nos Andes, outra em uma fossa abissal no Oceano Índico e outra no Himalaia,

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

20 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

na lendária cidade de Shambala. A base dos Andes, segundo Popovich, foi destruída pelos visitantes extraterrestres porque a civilização humana estava se aproximando dela rapidamente. Porém, afirmou o cosmonauta, os extraterrestres mantiveram a base submarina nas profundezas do Índico.

Os autores deste livro não conhecem a fonte dessas decla-rações feitas pelo cosmonauta — nós as destacamos aqui sim-plesmente para mostrar que o tema é realmente levado a sério nos altos círculos e também para uma das muitas teorias que têm surgido para explicar os avistamentos de OSNIs. Mostraremos observações feitas por soviéticos e por russos nos quatro cantos do mundo e deixaremos que os leitores decidam qual teoria cabe melhor para explicar o fenômeno.

A imprensa russa vem transmitindo uma boa quantidade de comentários sobre OSNIs. Em 2006, um documentário chamado Tayna Tryokh Okeanon [O Mistérios dos Três Oceanos], escrito e dirigido por V. Pravdivtsev, foi transmitido pela TV russa. Partici-param do documentário vários oficiais da Marinha do país que eram muito bem informados sobre encontros com OSNIs. O programa também apresentou relatos de avistamentos feitos por proeminentes pesquisadores, inclusive citando vários artigos de Paul Stonehill. Em 2008, a emissora de TV Primeiro Canal transmitiu um filme documentário chamado NLOs: Podvodniyl Prisheltsi [UFOs: Alie-nígenas Submarinos]. No mesmo ano, outro canal russo, o Ren TV, transmitiu um filme chamado NLO: Ukhod Pod Vodu [UFO: Embarque Submarino]. Enfim, não há dúvidas de que o público russo tem um grande interesse pelo assunto.

Ao mesmo tempo, ocasionalmente surgem declarações pro-nunciando que a Marinha Russa está desclassificando e liberando informações sobre os OSNIs. Esse foi o caso, em 2009, quando tanto a imprensa ocidental quanto a russa divulgaram tal notícia, mas infelizmente não se confirmou. Um porta-voz da Marinha

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

21Coleção Biblioteca UFO © 2016

rapidamente veio a público e declarou que não existem documen-tos oficiais descrevendo encontros com objetos não identificados com navios e submarinos soviéticos. E acrescentou que os rumo-res surgem naturalmente porque os comandantes têm ordens para relatar todos os objetos que não podem ser identificados, mas que são visualmente observados e que aparecem as telas dos radares. Nesses episódios, cardumes de peixes, lixo flutuando e fenômenos naturais podem ser confundidos com UFOs. Em outras palavras, ele disse que as notícias da imprensa eram falsas.

Apenas para registro, os autores deste livro não acreditam que qualquer coisa relacionada à Inteligência e contrainteli-gência naval russas seja desclassificada em um futuro próxi-mo — não há nenhuma informação sobre alguma abertura ou desclassificação vinda dos pesquisadores que conhecemos nes-tes países. Nenhum arquivo secreto sobre OSNIs foi liberado pelo Arquivo Naval Federal da Rússia, um dos mais antigos do país, pré-datando 1917, data da Revolução Russa. O país e sua Marinha guardam muito bem seus segredos.

Ainda assim, devemos permanecer atentos para novos anún-cios vindos da Rússia sobre OSNIs — e, possivelmente, também de outras nações que estudam os oceanos. Isso porque nossa ha-bilidade de pesquisar as profundezas oceânicas vem melhorando continuamente, com veículos não tripulados mais sofisticados que são utilizados comumente por pesquisadores militares e civis. Câ-meras de vídeo e ecossonares são extensivamente usados pela comunidade científica para estudar todos os oceanos do planeta e explorar os mistérios das profundezas abissais.

Veículos robóticos operados remotamente — ligados por cabos aos navios — podem ir onde humanos não se atrevem ou não podem. Atualmente os cientistas estão desenvolvendo algo cha-mado neurotecnologia, baseado na neurofisiologia e no comporta-mento de animais. Novas tecnologias como os veículos submarinos

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

22 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

biométricos autônomos estão sendo desenvolvidos e construídos e aparelhos submarinos autônomos aperfeiçoados estão sendo usados em missões de monitoramento dos mares. Nós podemos apenas imaginar que mistérios e maravilhas eles irão descobrir.

Na verdade, os russos têm uma longa história de liderança na área de submersíveis, como o extremamente secreto Poisk 6, um veículo com capacidade para três homens que suporta-va mergulhos profundos e operações no fundo do mar. Não sabemos muito sobre ele aqui no Ocidente, mas há algumas informações vindas de fontes russas. Sabemos que o veículo foi desenvolvido no Escritório JBS de Desenho de Caldeiras Especiais, em Leningrado, onde os projetistas soviéticos cria-ram plantas de geradores eletroquímicos para os submarinos da Marinha. Em 1985, antes de os japoneses e franceses de-senvolverem seus submersíveis, o Poisk 6 já conseguia atingir a profundidade de 6.000 m. Os cientistas que participaram do projeto receberam os mais importantes prêmios soviéticos e o construtor chefe do Poisk 6 foi Yuri K. Sapozhkov.

Os soviéticos também desenvolveram os submersíveis Mir I e Mir II, capazes de operar a profundidade de 6.000 por mais de 20 horas. Isso faz dos Mir dois dos apenas sete veículos exis-tentes até hoje capazes de mergulhar em profundidas maiores do que 3.000 m. Eles foram projetados para acomodar três pessoas, normalmente dois pilotos e um observador. Os russos usaram seus Mir para investigar fontes hidrotermais em todo o planeta e várias vezes cientistas norte-americanos se juntaram a eles para mergu-lhos exploratórios dessas fontes termais. O doutor Anatoly M. Sagalevitch, chefe do Laboratório de Veículos Tripulados para Águas Profundas do Instituto P. P. Shirshov de Estudos Oceânicos da Academia Russa de Ciências, foi o projetista dos submersíveis Mir. Ele liderou cinco expedições científicas e fotográficas ao Titanic e fez mais de 30 expedições até os destroços.

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

23Coleção Biblioteca UFO © 2016

Em 2012 houve relatos garantindo que um estaleiro naval russo, situado no norte da cidade da Severodvinsk, estava cons-truindo um submersível supersecreto para águas profundas ali-mentado por motores nucleares, apelidado de Projeto 09.852, e que seria capacitado tanto para pesquisa quanto para salvamento e segurança. Mais adiante neste livro iremos descrever avistamentos nas proximidades de Severodvinsk.

Os russos, portanto, têm há tempos uma boa capacidade para observar fenômenos subaquáticos estranhos. A julgar pelas informações que temos sobre encontros envolvendo OSNIs e sub-marinos russos, incluindo declarações de oficiais da Marinha e de agentes de Inteligência, é seguro concluir que os soviéticos, antes de 1991, e os russos, agora, estão preocupados com estranhos artefatos não identificados que espreitam suas águas. Nesta obra apresentaremos evidências disso na forma de avistamentos, rela-tórios e declarações. A maior parte das informações aqui nunca foi apresentada fora das fronteiras da Rússia e é pouco conhecida até mesmo dos habitantes do país.

Ninguém sabe quantos relatos de OSNIs há ao redor do mundo. Da mesma forma, ninguém ainda foi capaz de explicar plenamente este fascinante e intrigante fenômeno. Muitas vezes se diz que sabemos muito mais sobre a superfície da Lua do que sobre os mares e oceanos de nosso mundo. O estudo sobre os OSNIs só serve para enfatizar ainda mais essa declaração.

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

24 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

25Coleção Biblioteca UFO © 2016

Capítulo 01

V ladimir Giorgiyevich Ajaja é uma das personalidades mais proeminentes na história da pesquisa ufológica da Rússia. Quando jovem, frequentou a prestigiada Es-cola Superior Naval M. V. Frunze, a mais antiga escola de oficiais de comando naval do pais. Ajaja serviu na

Marinha Soviética e mais tarde participou de pesquisas oceanográ-ficas. Durante a vida ele se tornou amigo próximo de alguns líde-res da Armada Soviética e Russa, escreveu uma monografia sobre UFOs para os militares e teve a oportunidade de inquirir oficiais da Inteligência que pesquisavam UFOs e OSNIs.

Ao mesmo tempo, Ajaja servia como chefe de expedição subaquática no submarino soviético Severyanka, embarcação que contava com muitas características projetadas por ele. Durante aquelas missões, ele e seus colegas da tripulação observaram um objeto ou criatura muito incomum abaixo da superfície, algo que se parecia com uma lira verde com tentáculos — o que quer que fosse aquilo foi o responsável por estimular em Ajaja um profundo interesse em fenômenos não identificados. Outros pesquisadores da Marinha Soviética sequer ousavam tocar no

Breve história da Ufologia Russa

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

26 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

assunto, mas Ajaja foi em frente e encontrou duas fontes muito úteis, um livro e uma pessoa. O livro foi a tradução russa da obra de Charles Berlitz O Triângulo das Bermudas [Nova Fronteira, 1974], que fala sobre UFOs e desaparecimentos misteriosos na área do Triângulo. E a pessoa foi o vice-almirante Y. V. Ivanov, chefe da Diretoria de Inteligência Naval. Com Ivanov, Ajaja des-cobriu que a Inteligência soviética há muito tempo considerava que os UFOs eram assunto para uma séria investigação.

O recente interesse de Ajaja pelos UFOs, entretanto, o co-locou em uma situação delicada. O Partido Comunista Soviético sistematicamente se opunha e minava qualquer um que estudasse ou se interessasse por assuntos proibidos como era a Ufologia. Uma razão óbvia para isso era o fato de que a busca por UFOs poderia, inadvertidamente, revelar segredos de testes militares e lançamen-tos de foguetes que passariam a chamar a atenção dos agentes de Inteligência estrangeiros (leia-se norte-americanos) que atuavam na União Soviética. Mas, por outro lado, o Kremlin não tinha um método correto para lidar com os objetos não identificados.

Há décadas objetos desconhecidos cruzavam as fronteiras da União Soviética, entravam em seu espaço aéreo restrito, pairavam sobre suas instalações nucleares e sobre seus campos de testes e perseguiam seus caças. E os objetos simplesmente não podiam ser contidos. A censura soviética podia repetir diariamente por meio de seus meios de comunicação que UFOs não existiam, mas mesmo com todo o poder do Politburo [Comitê político formado por vários partidos], de sua polícia secreta e de suas formidáveis Forças Armadas, foi incapaz de deter os UFOs e os OSNIs. Os objetos tinham liberdade total de movimento e de expressão. Eles não reconheciam fronteiras nacionais e internacionais.

O resultado das pesquisas de Ajaja foi ele perder seu em-prego e tornar-se um alvo da comunidade científica e do Partido Comunista. Seu nome foi manchado na imprensa soviética,

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

27Coleção Biblioteca UFO © 2016

seus trabalhos foram parar na lista negra e ele foi impedido de falar ou dar palestras para o público. Felizmente, a Marinha lhe deu um emprego e junto com ele a oportunidade invejável de continuar seus estudos e pesquisas sobre UFOs e OSNIs. Pelo menos na Armada a ideologia vinha depois das questões práticas de defesa nacional. Com a ajuda de amigos bem co-locados dentro da força naval, Ajaja escreveu um artigo sobre o Triângulo das Bermudas para a respeitada revista científica soviética Nauka I Zhizhn [Ciência e Vida].

Em 17 de novembro de 1976, Ajaja deu uma palestra sobre UFOs e os fenômenos relacionados a eles no Departamento de Pesquisa Subaquática da Comissão Oceanográfica da Academia de Ciências da União Soviética. Estavam presentes o seu supe-rior, o presidente do departamento, P. Borovikov, e seu vice, E. Kukharkov, além de outras 29 pessoas. A palestra foi impressio-nante o suficiente para que os participantes decidissem incluir avistamentos de UFOs dentro de corpos d’água nas atividades planejadas pelo departamento. Todos os dados coletados deviam ser devidamente pesquisados e analisados.

O grupo, claramente, não carecia de estranhezas para es-tudar e Ajaja relatou-lhes um curioso episódio ocorrido alguns meses antes. O reservatório da Bacia Pirogovsky está localizado a 7 km de Moscou. Em agosto de 1976, A. Troitsky e outras seis testemunhas observaram um disco metálico prateado sobre o local — o objeto tinha aproximadamente oito vezes o tamanho aparente da Lua e se movia lentamente a várias dezenas de me-tros de altitude. As testemunhas observaram duas faixas ou tiras se movendo ao lado do objeto e quando elas pairaram sobre o UFO, todos viram um ponto negro aberto em sua parte inferior e um pequeno e fino cilindro se projetar a partir dele. A porção do cilindro, então, começou a se mover em círculos, mas a parte superior permaneceu ligada ao objeto.

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

28 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

Essa bizarra história é apenas uma das muitas coletadas por Ajaja envolvendo objetos desconhecidos e em torno de corpos de água. Outra história envolve um submarino nuclear soviético com a Frota do Pacífico. Enquanto estava em patrulha de batalha, os equipamentos hidroacústicos do submarino detectaram seis objetos desconhecidos em sua proximidade, que não puderam ser classificados. Quando o submarino tentou se afastar, os objetos copiaram sua manobra, permanecendo na mesma posição fixa. O comandante da embarcação foi obrigado a emergir, contrariando as regras estabelecidas para as patrulhas de combate. Com o subma-rino à tona, os seis OSNIs voaram para fora do oceano, deixando a tribulação perplexa. Ajaja afirmou que ele soube sobre esse in-cidente em um documento oficial que vira no quartel general do comando da Marinha Soviética.

Um dos mais importantes episódios envolvendo a Marinha e os UFOs, e que é frequentemente discutido pelo pesquisador, ocorreu no Mar de Barents, em 07 de outubro de 1977. Naquele dia, técnicos de radar embarcados no navio de apoio de subma-rinos Volga [Navio usado para carregar suprimentos para sub-marinos] detectaram a aproximação de um alvo desconhecido a uma distância de 100 km. Enquanto os marinheiros procuravam responder à situação de emergência, o capitão de terceira classe Yuri Tarankin foi chamado com urgência para que comparecesse ao centro de informações de combate da embarcação. Lá, ele soube que os técnicos de radar acreditavam que o alvo fosse um grupo de helicópteros, mas de onde eles haviam saído? O navio estava muito longe da costa e todos os helicópteros soviéticos conhecidos, muito distantes para alcançá-lo. Além disso, os re-latórios da Inteligência apontavam que não havia porta-aviões estrangeiros no Mar de Barents naquele dia.

O capitão Tarankin, então, foi para a ponte, na tentativa de conseguir visualizar o alvo. E o que ele viu foram nove discos

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

29Coleção Biblioteca UFO © 2016

com brilho estranho, que se aproximavam a nordeste. Outros tripulantes do Volga também observaram os objetos e todos eles concordaram que não estavam vendo helicópteros. Quando os objetos se aproximaram dos mastros do navio, eles começaram uma espécie de “dança aérea” circular [Em russo, Khorovod]. Tarankin ordenou que os operadores de rádio contatassem a base principal da Frota do Norte, localizada em Severomorsk, mas os frenéticos operadores descobriram que não conseguiam enviar, ou receber, qualquer comunicação de rádio.

Toda a comunicação fora cortada. Tarankin, então, emitiu uma incomum ordem pelo rádio interno do navio: todo o pes-soal a bordo que estivesse vendo os objetos devia desenhá-los e, se possível, fotografá-los o máximo que conseguissem. O militar queria reunir a maior quantidade de provas que

O Kremlin, sede do governo da então União Soviética, atual Rússia, de onde partem as ordens para investigar objetos submarinos não identificados

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

30 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

conseguisse para que seus superiores não o acusassem de ter enlouquecido ou de ter delirado.

O silêncio no rádio permaneceu durante os 18 minutos em que os discos circularam o Volga. Depois que os objetos se foram, o rádio voltou a funcionar e as mensagens foram enviadas à base principal. Uma hora mais tarde, um avião de reconhecimento chegou ao local, mas então os UFOs já estavam muito longe. Esse incidente preocupou, e muito, os cabeças da Marinha e Ajaja foi chamado no mesmo dia para se reunir com o comandante--em-chefe da Armada, almirante Nikolai Smirnov. Smirnov, que também supervisionava a pesquisa da Marinha, queria que Ajaja ouvisse o relatório de Tarankin.

O almirante também contatou o vice-chefe do Estado Maior da Marinha, N. P. Navoytsev, e ordenou que uma diretiva fosse enviada para as frotas e flotilhas: eles estavam para implementar uma nova diretiva — documento conhecido como Instruções para Observações de UFOs — em todas as embarcações. Ajaja foi quem providenciou a linguagem da instrução, que foi assinada por Na-voytsev e posta em prática, inicialmente, em navios hidrográficos, de pesquisa científica e de reconhecimento.

Uma das primeiras observações relatadas em função da nova Instrução apontava um objeto visto pelo vigia de um submarino nuclear de alta velocidade (Projeto 705) que voltava de alguns testes no estaleiro de Severodvinsk, o maior estaleiro do mundo, em 20 de setembro de 1977. A cidade, localizada no delta do Rio Dvina, ao norte, fora construída para tornar a Frota do Norte independente dos estaleiros do Mar Báltico e servir como o principal estaleiro russo.

O oficial de vigia, um capitão-engenheiro de segunda clas-se, notou um objeto brilhante parecido com uma estrela que se movia rapidamente pelo céu, com trajetória norte-sul, em dire-ção a Petrozavodsk e Leningrado. A estrela parecia estender-se,

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

31Coleção Biblioteca UFO © 2016

transformando-se em uma fita longa e brilhante. Enquanto o objeto voava sobre o oficial de vigia, ele pensou que aquilo se parecia com um cilindro com uma das extremidades assimétri-ca — era difícil precisar o tamanho, mas pela altitude em que estava, deveria ser enorme. Além do cilindro, vieram também outros objetos que, de longe, se pareciam com ervilhas. Esses objetos menores não acompanhavam o cilindro, mas voavam em direções variadas. O oficial vigia gravou todo o incidente no registro do submarino. Descobriu-se que uma hora mais tarde o mesmo objeto voou sobre Petrozavodsk.

O Fenômeno de Petrozavodsk, como o incidente ficou co-nhecido, foi o que determinou a criação do programa secreto Setka, que conduziu pesquisas sobre UFOs e funcionou de 1978 até 1991, quando a União Soviética chegou ao fim. O programa teve dois componentes básicos, o Setka-MO e o Setka-NA. O primeiro era o braço militar nas pesquisas e, o segundo, era executado sob os auspícios da Academia de Ciências. Porém, se o braço militar levou o assunto muito a sério, o braço científico, na grande maioria das vezes, tratou o assunto com pouco caso e de forma negativa.

Como parte do Setka-MO, a Instrução se tornou uma diretiva oficial para a Marinha Soviética. Essa área do programa estava sob os auspícios do Comitê Estatal Soviético de Controle Ambiental e Hidrometeorológico e foi transmitido a todas as Forças Armadas do país. A Instrução foi assinada pelo vice-comandante do quartel--general da Marinha, K. I. Saakyan, e pelo contra-almirante Mars Iskanderov, e foi disseminada em toda a Frota do Norte. Ainda veremos algumas menções a ela ao longo deste livro.

A Instrução assinada por Saakyan mencionava duas unida-des militares nas quais os dados mais sérios sobre UFOs coletados na União Soviética precisavam ser enviados imediatamente. Eram elas a Unidade 67947, na cidade de Mitischi, próxima a Moscou, e a Unidade 62728, em Leningrado. Os dados levantados foram

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

32 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

enviados para unidades especiais de pesquisa com foco em tra-ços físicos de fenômenos anômalos, morte de militares — como resultado de contato com fenômenos anômalos — e avarias ou mau funcionamento de tecnologias.

Em 16 de janeiro de 1979, Ajaja levou a Instrução que ha-via feito para as Forças Armadas Soviéticas até àqueles que foram os responsáveis pelo treinamento dos cosmonautas do país. Foi o cosmonauta V. Shatalov, vice-comandante da Força Aérea para treinamento de cosmonautas, o destinatário da Instrução de Ajaja. Os pesquisadores ufológicos russos independentes não sabem se a Instrução foi adotada pelos cosmonautas, mas se sabe que foi permitido a Ajaja fazer suas palestras sobre UFOs no Instituto de Pesquisa Espacial Soviético e no Centro de Controle da Missão.

Em 1984, uma comissão central para fenômenos anôma-los no meio ambiente foi estabelecida pela União de Todos os Conselhos das Sociedades Técnicas Científicas. A comissão era presidida por V. Troitsky, membro da Academia de Ciências da União Soviética. Um de seus membros foi o cosmonauta Pavel Popovich. Popovich, que desempenhou um papel importante na comissão e lembrou, anos depois, que a maioria das informações sobre fenômenos anômalos que a comissão recebeu veio de fontes e pilotos militares, todos considerados pessoas de confiança, sãs e saudáveis — alguns dos relatos eram muito sérios. Um deles foi enviado por A. Golotikin, mecânico de Leningrado.

Em 1980, Golotikin trabalhara embarcado no Brilliant, uma grade traineira refrigerada para pesca. Em 24 de janeiro, a embarca-ção estava operando a aproximadamente 30 km da costa ocidental do Saara, quando, logo no começo da tarde, às 13h00, Golotikin e outros membros da tripulação viram um objeto em forma de cha-ruto se movendo em direção à traineira, em completo silêncio e em velocidade mais lenta do que uma aeronave normal. A equipe observou o objeto pelos binóculos por 5 minutos a 7 minutos. Então,

OSNIS: OS INcríveIS SegredOS dOS ruSSOS

33Coleção Biblioteca UFO © 2016

quando o artefato se aproximou da embarcação, ele simplesmente desapareceu, deixando as testemunhas atônitas.

Embora os objetos anômalos estivessem sendo gravados dentro do secreto mundo soviético, pouco ou nada sobre o assunto circulava fora daqueles círculos e a pesquisa ufológica era apenas um dos muitos assuntos proibidos. Em 05 de agosto 1984, em uma entrevista para o jornalista I. Mosin, do jornal Sotsialisticheskaya Industriya [Indústria Socialista], Popovich corajosamente falou sobre essa realidade, afirman-do que “hoje há uma grande compilação de observações de objetos voadores e é hora de se entender com o que estamos lidando. Não há nenhum sentido em se esconder a cabeça na areia, como avestruzes, e continuar negando tudo. O inexplicável deve ser investigado”.

Foi somente nos últimos anos da União Soviética que a aber-tura alcançou o mundo da pesquisa ufológica. Em sua brochura Vnimaniye: NLO [Atenção: UFOs], Ajaja afirmou que a onda ufológica de 1989, que ainda estava em curso em 1991, quando foi publicada a brochura, havia varrido para longe as barreiras ideológicas e de censura que haviam sido anteriormente impostas à pesquisa ufológica dentro da União Soviética. No entanto, devido aos anos de silêncio, o país estava totalmente despreparado para o surto de avistamentos de UFOs e OSNIs que ocorria.

Com isso em mente, em 1990 Ajaja ajudou a organizar o Soyuz UFO Tsentr [Centro Ufológico Soyuz], a primeira orga-nização soviética pública e oficial de pesquisa ufológica. Ele se separou de seu berço, a Academia Soviética de Ciências, porque estava convencido de que aqueles que eram responsáveis pela pesquisa ufológica dentro da instituição estavam dificultando uma investigação genuína e imparcial do fenômeno. A desconfiança de Ajaja foi confirmada anos mais tarde, quando a história do Setka se tornou pública, ainda que de maneira incompleta, já que ainda há informações escondidas e classificadas relativas às atividades e descobertas do programa.

Paul Stonehill e PhiliP Mantle

34 © 2016 Coleção Biblioteca UFO

Vladimir Ajaja e Pavel Popovich desempenharam, ambos, um papel importante na história da Ufologia Soviética. Provavel-mente eles sabiam muito mais do que aquilo que revelaram em seus escritos e entrevistas. Ajaja, por exemplo, foi o coautor de um curioso livro intitulado Pesquisa Científica em Submarinos [Nauka, 1966]. Na obra é mencionado de maneira breve o fato de Ajaja ter realizado uma intrigante pesquisa na área de hidrobiolo-gia, embora ele nunca tenha discutido que pesquisa fora aquela. Assim, muito da pesquisa ufológica soviética e russa permanece oculto até hoje e nós só podemos conjecturar sobre o que ainda não veio à luz. Esperançosamente, algum dia saberemos mais sobre isso. Não há dúvida, entretanto, que sem Ajaja e Popovich nós estaríamos hoje muito menos informados do que estamos. Temos para com os dois uma grande dívida de gratidão.