pau brasil 2007 francismar

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Francismar F. A. Aguiar & Reinaldo A. Pinho Pau-brasil Caesalpinia echinata Caesalpinia echinata Caesalpinia echinata Caesalpinia echinata Caesalpinia echinata L L L L Lam. am. am. am. am. Árvore nacional Árvore nacional Árvore nacional Árvore nacional Árvore nacional São Paulo, 2007

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Trabalho de conclusão e pesquisa sobre pau brasil. Cultivo e plantação, métodos.

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Page 1: PAU BRASIL 2007 Francismar

Francismar F. A. Aguiar & �Reinaldo A. Pinho

Pau-brasilCaesalpinia echinataCaesalpinia echinataCaesalpinia echinataCaesalpinia echinataCaesalpinia echinata L L L L Lam.am.am.am.am.

Árvore nacionalÁrvore nacionalÁrvore nacionalÁrvore nacionalÁrvore nacional

São Paulo, 2007

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Introdução

O pau-brasil, Caesalpinia echinata Lam., é a árvore nacionalde acordo com a Lei n. 6.607 de 07/12/1978 e, três de maio -dia do Pau-brasil. Nosso país é o único do mundo que possui onome de uma árvore chamada pelos índios de Ibirapitanga (pau-vermelho) e, pelos portugueses, de Brasil. Trata-se de espécie daMata Atlântica, que na época do descobrimento era abundante nolitoral brasileiro, principalmente no trecho do Rio de Janeiro, Bahiae Pernambuco.

Antes do descobrimento, os índios já utilizavam a tinta de corvermelha extraída do cerne da madeira para tingir adornos feitos depenas de aves que usavam em dias de festas. A madeira era utilizadapara confecção de arcos e flechas.

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Após o descobrimento, os portugueses passaram a explorarindiscriminadamente o pau-brasil, principalmente pelo corantevermelho, denominado brasilina, utilizado pelos europeus para tingirtecidos e para tinta de escrever.

O pau-brasil substituía assim a Caesalpinia sappam L. da Ásia,que também produzia tinta vermelha, porém de qualidade inferior.

O pau-brasil foi nossa primeira fonte de riqueza paraexportação (ciclo do Pau-brasil ) da nova terra, até que a cana-de-açúcar ocupasse o novo ciclo econômico (Sodré 1985).

Juntamente com papagaios e araras, o pau-brasil foi enviadoao Rei de Portugal como amostra de mercadoria de valor para oscomerciantes portugueses visava utilizá-lo especialmente para a extraçãoda tinta.

Ainda hoje, embora em pequena escala, há exportação damadeira do pau-brasil para o exterior, principalmente para Alemanha,onde é utilizada na confecção de arcos de violino. Essa exportaçãochegou a ordem de 50 toneladas por ano na década de 70 (Nery1979). Tratando-se de instrumento muito delicado, os arcos de violinodevem ser feitos de madeira flexível, sem nós e serrados de modoque as fibras acompanhem sua curvatura. Essa exigência limita oaproveitamento industrial em apenas 15% da tora. No Brasil existemdiversas fábricas de violinos, principalmente no Estado do EspíritoSanto.

Na década de 70, a Universidade Federal Rural dePernambuco lançou uma campanha de divulgação para preservar estaárvore (Soares 1985). O Instituto de Botânica implantou, em 1980,um bosque de pau-brasil em sua área de visitação pública - O JardimBotânico de São Paulo - visando, além da preservação da espécie,mostrá-la aos visitantes, pois poucas são as pessoas capazes deidentificá-la (Aguiar & Pinho 1996). No mesmo ano, também foiinstalado em uma das Unidades de Conservação do Instituto deBotânica - a Reserva Biológica e Estação Experimental de Moji-Guaçu,SP - um arboreto experimental, onde estão plantadas,aproximadamente, 300 árvores de pau-brasil, com vistas a estudosdendrométricos e fenológicos (Aguiar & Gurgel Filho 1985). O pau-brasil é considerado uma espécie botânica em perigo de extinção (MelloFilho et al. 1992).

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Supondo-se que a espécie ocorria nas baixas altitudes da costabrasileira, com densidade de quatro árvores por hectare, cada umacom um diâmetro ideal de corte de aproximadamente meio metro,calcula-se que foram devastados cerca de seis mil quilômetrosquadrados de Floresta Pluvial Atlântica no primeiro século deexploração (Warren 1996).

Outra estimativa para o mesmo período é de dois milhõesde árvores derrubadas (Pinto 1999), muitas delas com um metro dediâmetro e dez a quinze metros de altura (Prado Junior 1965).

O significado do pau-brasil na história

econômica da colônia, do Império e dos

primeiros 50 anos da República

“Tão logo os portugueses colocaram oficialmente o pé noBrasil, em abril de 1500, um dos primeiros atos foi cortar uma árvorepara fazer uma cruz (Bueno 2002)”.

De acordo com Alexandre Von Humboldt, o nome Brasilera usado para designar uma madeira tinturial há mais de dez séculostrazida do oriente para a Europa, cujo comércio tem registro árabee sua utilização registro francês de 1085. Esse pau-de-tinta orientalera a Caesalpinia sappam L., encontrada na Tailândia, Ilhas Molucas eJapão; quando se descobriu que no novo mundo existia uma madeiraigual o pau-brasil – com as mesmas propriedades tinturiais (Rocha2004).

No século XVI, os europeus que cortavam e comercializavamo pau-brasil passaram a ser chamados de brasileiros, palavra que depoispassou a designar todos os habitantes do Brasil (Rocha 2004).

A Nau “Lemos” que levou ao rei de Portugal D. Manuel, anotícia do descobrimento da “Ilha de Vera Cruz”, carregou toras de“pau-brasil”. Quando em 1501, D. Manoel mandou o capitão AndréGonçalves para estudar a utilidade da nova colônia, foi por esteinformado que nada havia de útil a não ser grande quantidade depau-brasil (Pickel 1958), mas não há menção do pau-brasil na Cartade Pero Vaz de Caminha.

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O primeiro mapa cartográfico sobre o Brasil elaborado emLisboa , em 1502, traz árvore de pau-brasil caracterizando nossa flora(Fontes 1995).

Os métodos utilizados pelos extratores da madeira constavamde derrubada das árvores com cortes rentes às raízes. Como sóinteressava o lenho vermelho, de onde era retirado o corante púrpuro,cobiçado pelas tinturarias da Europa, descascava-se o tronco,separando-se a madeira branca-amarelada (alburno) do núcleovermelho (cerne) o qual formava o lenho que, dividido em toras decinco a dez palmos, compunha os carregamentos dos navios.Inicialmente o lenho era transportado nos ombros dos índios (Figura1), mais tarde nos dos africanos escravos, posteriormente, em carrosde bois, meio de transporte usado até o fim da exploração dopau-brasil no século XIX. Antes do advento deste transporte, ocarregamento de um só navio demorava meses e às vezes até um ano(Fontes 1995).

De acordo com Fontes (1996) foram despachadas paraEuropa cerca de 70 milhões de árvores de pau-brasil em forma de

toras, do descobrimentoaté fins do século XIX. Opau-brasil representavapara os portugueses, umafonte de riquezainesgotável.

A comercializaçãodo pau-brasil foi esteioeconômico do paísdurante 375 anos (1500 a1875).

Figura 1. Mapa histórico mos-trando o corte e transporte depau-brasil pelos índios. Fonte:Bueno (2002)

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A exploração do pau-brasil efetivamente registrada principiouem 1501, com Américo Vespúcio, e seguiu-se em 1503 com GonçaloCoelho.

Mas, só em 1511 o pau-brasil foi transformado emmonopólio e arrendado a Fernando de Noronha, cerca de 1/5 dovalor da madeira era repassado para coroa portuguesa (Souza 1939).

O valor do pau-brasil foi sem dúvida, a causa primordial doinício da devastação em larga e prolongada escala das matas das terrasbrasileiras descobertas (Souza 1939).

A partir de 1875, não constou mais o pau-brasil no orçamentoda União (Brasil).

Souza (1939) divide a história econômica do Brasil em :1) Ciclo do pau-brasil; 2) Ciclo do açúcar; 3) Ciclo do ouro; 4)Ciclo do café. O primeiro ciclo terminou em 1875, quando foiregistrada a última remessa de pau-brasil para Europa.

No início do século XVII, o “Livro que se contém toda aFazenda”, relatório das finanças portuguesas no mundo, apresentadoa Felipe III da Espanha, registrou que o pau-brasil dava um lucro de60.000 cruzados anuais. A Índia figurava com um total aproximadode 890.000 cruzados, contra 110.000 do Brasil, significando que amadeira de tinturaria ainda representava mais da metade da rendaportuguesa de procedência americana neste período (Cunha & Lima1992).

No ano de 1529, a Coroa Portuguesa percebeu que erainevitável o início da colonização do Brasil: ou isso ou se arriscava aperde-lo para os franceses. Para deflagrar o processo de ocupaçãodo vasto território atlântico, armou-se então a conhecida expediçãode Martins Afonso de Souza. E, no sinal claro de como se tornarafreqüente o assédio ao Brasil, logo que sua armada avistou o litoral dePernambuco, ponto de chegada ao Brasil, Martins Afonso e o irmãoPero Lopes encontram e capturaram dois navios franceses repletosde pau-brasil (Bueno 2002).

Em dezembro de 1530 o navio Lá Pelerine partiu de Marselharumo ao litoral de Pernambuco, aonde chegou três meses após. Emagosto de 1531, o Lá Pelerine aportou na Espanha, para reabastecerde viveres. Ao deixar aquele porto foi capturado por uma esquadraportuguesa e remetido para Lisboa. Dom João III e seus assessores

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não tiveram mais dúvidas: se os portugueses não ocupassem o Brasila colônia certamente cairia nas mãos dos franceses. E foi assim que omonarca decidiu implantar no novo mundo o sistema que já haviafuncionado nos Açores e na Ilha da Madeira: dividiu o Brasil emCapitânias Hereditárias. Abaixo, a lista da carga do Lá Pelerine, exemplodo vultoso comércio que os franceses faziam no Brasil: 5.000 quintais(cerca de 300 toneladas de pau-brasil, valendo 40.000 ducados; 300quintais de algodão; 300 quintais de grãos do país; 600 papagaios;3.000 peles de onça; 3.000 ducados de ouro. O valor da carga totalizava62.300 ducados (Bueno 2002).

É revelador que a primeira decisão de preservar o pau-brasiltenha sido tomada por um rei espanhol Felipe III, que era também,Felipe II, rei de Portugal: os dois reinos estavam sob uma mesmacoroa (União Ibérica). No dia 12 de dezembro de 1605, Felipe IIIdecidiu assinar o primeiro “Regimento do Pau-Brasil”: uma série demedidas rigorosas e restritivas, criadas para regular e racionalizar ocorte e o comércio do pau-brasil.

O Regimento determinava que ninguém poderia cortarpau-brasil sem licença expressa do provedor da Fazenda, sob penade morte e confisco dos bens (Bueno 2002).

Em 1775 o francês François Tourte construiu o primeiro arcode violino com a madeira de pau-brasil.

Pelos estatutos de 12 de outubro de 1808, o Banco do Brasilpassou a ter comissão nas vendas da madeira de tinturaria e logoativou seu corte em Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíbae Rio Grande Norte (Cunha & Lima 1992).

Após a independência do Brasil em 1822, a madeira detinturaria foi declarada monopólio nacional mantendo-se o sistemade contratos por arrendamento. O resultado de sua venda destinava-se ao pagamento de dívida externa, empréstimos portugueses ebrasileiros contraídos com a Inglaterra, e a instalação de representaçõesdiplomáticas do império. O relatório do ministro da Fazenda àAssembléia Legislativa em 1823, afirmava que foram abatidas cercade 90.000 libras esterlinas da dívida externa com a venda do pau-brasil (Cunha & Lima 1992).

O aparecimento das anilinas sintéticas, descobertas pelosalemães em 1826, e, com a sua comercialização a partir de 1850,

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iniciou-se uma acelerada desvalorização comercial do pau-brasil nosistema financeiro internacional, apesar disso, permaneceu como umadas rendas estruturais do orçamento nacional até 1875, cujo o resultadofinanceiro produzido estava empenhado, desde a independência (1822),no pagamento de parte dos serviços da dívida externa brasileira e eraresponsável pelas despesas de manutenção das embaixadas do Brasilno exterior.

A Lei 2.640 de 27 de setembro de 1875 extinguiu o impostoespecial e passou a pagar taxa igual a de outras madeiras de exportação.Nos exercícios financeiros seguintes, o pau-brasil deixou de figurar,especialmente, no orçamento (Cunha & Lima 1992).

Entre o século XVI e XVII foram extraídas no Brasil 91.243toneladas de madeiras de pau-brasil. Isto corresponde aaproximadamente 6.082.967 toras de 1,30 m, tendo sido cortadascerca de 527.182 árvore de pau-brasil de 15 m de altura (Rocha 2004).

A importância da tintura vermelha

Desde os tempos mais remotos, o vermelho do sangue e dofogo adquiriu o duplo significado de vida e destruição. Ao vermelhoforam atribuídos vários poderes: provocar a fecundidade, afastar osmaus espíritos, assegurar a vitória no combate.

Os véus vermelhos com que as recém casadas se cobriam naAntiga Roma eram interpretadas como uma metáfora da perda davirgindade. Também são vermelhos os amuletos que ainda hoje váriospovos do mundo prendem nas roupas dos recém nascidos paraprotege-los do mau olhado.

A túnica rubra dos guerreiros de Esparta cumpria a funçãode ocultar ao soldado ferido a visão do próprio sangue, enquantoexaltava sua paixão bélica; esse efeito psicológico vem sendo desdeentão aplicado aos uniformes militares. Os desfiles de legionáriosromanos vitoriosos pelas ruas de sua capital imperial, fardadoscom o “sangum” cor de fogo, era uma visão que estimulava oardor patriótico do povo. Não foi à toa que Marte, o planetavermelho acabou batizado com o nome do deus da guerra (Bueno2002).

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Muitos guerreiros nativos do novo mundo, também tingiamo corpo e o rosto com grão de urucum, entre esses indígenas estavamos tupiniquins do sul da Bahia, avistados pelos integrantes da frota dePedro Álvares Cabral, dançando nus à beira mar, com o tronco, aspernas e os braços tingidos de tons encarnados.

As virtudes do vermelho se sobrepunham porém a essemesmo impulso bélico: eram mais místicas e profundas. Já nas remotasculturas da Mesopotâmia, os indivíduos que tinham o privilégio deexibir tonalidades rubras (em especial na sua mais nobre e raramanifestação, a púrpura) elevavam-se material e espiritualmente sobreas demais. A produção e o comércio de mercadorias ligadas àtinturaria, bem como dos próprios tecidos tingidos, transformaram-se em um dos estímulos essenciais para o estabelecimento das primeirasrotas mercantis da humanidade tanto por mar como por terra.

Tal era o papel transformador atribuído à púrpura que todosos demais tons de vermelhos, bem como os produtos usados parasua obtenção passaram a usufruir de grande preço e prestígio. QuandoAlexandre, o Grande, conquistou Susa, capital da Pérsia, em 331 a.C.,ele encontrou na câmara do tesouro do palácio real, uma espantosaquantidade de fardos de tecidos tingidos com a luminosa púrpura e ocarmim escarlate.

Outra referência à função desempenhada pelas tonalidadesrubras entre os povos do Oriente Médio é encontrada no antigotestamento. No trecho relativo ao culto a Jeová, surge a determinaçãoexplícita de que as veste sacerdotais deveriam ser feitas de “ouro, depúrpura violácea, vermelha e carmesim e de linho fino torcido,artisticamente entretecidos”.

A sedução exercida pela púrpura e o carmim nos temposbíblicos, nasceu em grande parte, do altíssimo valor econômico dasmatérias primas a partir das quais essas cores místicas eram produzidas,bem como dos complexos processos necessários para sua extração eaplicação (Bueno 2002).

O processo químico é relativamente simples: a fórmula dabrasilina isolada em 1808 pelo químico francês Michel – EugéneChevreul, diretor do departamento de tinturaria da lendáriaManifatcture de Gobelins) é C16 H14 O5.

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Após a fermentação e a oxidação, dois átomos de hidrogênioevaporam e a substância, então denominada brasileína, adquirepropriedades corantes sob a fórmula C16 H12 O5. O trabalhoinovador foi apresentado no dia 30 de junho 1808, com o títuloExperiences Chimiques Sur les Bois de Bresil et de Campeche(“Esperiências químicas sobre o pau-brasil e o pau-campeche”) ( Bueno2002).

O pau-brasil popularizou o uso do vermelho.

Outras informações da literatura

Segundo Fontes (1996) cerca de 95% dos brasileiros nunca,viram e nem conhecem o pau-brasil. O autor cita ainda que a literaturaregistra muitos dados incorretos a respeito do pau-brasil, tanto noaspecto botânico quanto no histórico.

Constata-se isto, conforme Fontes (1996) pelo fato de nãohaver informações precisas a respeito da história e nem pesquisacientífica sobre o pau-brasil.

Foram os holandeses (Guillaume Piso e Georg Maregrave)que estiveram no Brasil a serviço do Príncipe Maurício de Nassau, osprimeiros pesquisadores a realizar e publicar experimentação científicasobre o pau-brasil, em 1648, em “Historia Naturalis Brasiliae” (Cunha& Lima 1992). Porém, só entrou de fato para ciência, com a descriçãofeita por Lamarck em 1789, em “Dictionnaire Encyclopédique deBotanique”, Paris, p. 461.

E, em 1939, Bernardo José de Souza lançou o livro “O Pau-brasil na história nacional” e, no mesmo ano, A.L. Ferreira lançou “Aterra da Ibirapitinga”.

O naturalista francês, Lamarck, muito conhecido por suascontribuições pioneiras sobre a teoria da evolução, foi o primeiro adescrever o pau-brasil de acordo com as regras botânica. Com ele,em 1785, a planta recebeu o nome científico atualmente válido:Caesalpinia echinata (Cunha & Lima 1992).

Entre as primeiras informações botânicas publicadas na línguanacional relativas ao pau-brasil, consta no “Dicionário de BotânicaBrasileira”, de Joaquim de Almeida Pinto, Rio de Janeiro, 1873.

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Segundo Bernardino José de Souza (1978), o melhor livroque encontrou durante suas pesquisas bibliográficas foi “Timbers ofTropical América”, de S.J. Record e C.D. Mell, publicado pelaUniversidade de Yale em 1924. Nesta obra, conforme Souza (1978)está o único estudo existente até então, a respeito da anatomia dopau-brasil.

Em tempos mais recentes há um significativo aumento nascitações sobre o pau-brasil. A grande maioria cumpre apenas umpapel de perpetuar os acertos e os erros da literatura e pouco ou nadaacrescentaram aos conhecimentos sobre a espécie. É válido realçarque alguns autores muito contribuíram para a divulgação deinformações incorretas, tais como a ocorrência da Caesalpinia echinata

na Amazônia e no Brasil Central. São exceções os trabalhos de Souza(1939), Ramalho (1978 ), Aguiar & Aoki (1983) e Cunha & Lima(1992).

Aguiar (2001), observando o comportamento fenológico dopau-brasil, concluiu que a planta apresentou o máximo de floração naestação seca e frutificação na estação chuvosa.

Baroni (2005), em seu trabalho de Dissertação de Mestrado,concluiu que Caesalpinia echinata é provavelmente uma espécie bemadaptada às variações dinâmicas de longa amplitude na luminosidadena floresta tropical, o que sugere que esta seria uma espécie secundáriano processo de sucessão ecológica.

Conforme Hellmann (2006), sementes de Caesalpinia echinata

são tolerantes ao congelamento, desde que o teor de água inicial sejaaproximadamente 12%. Nessa condição, a conservação ex situ podeser utilizada como estratégia para preservar a espécie, fornecendosementes com elevada qualidade por período de até 12 meses.

Segundo Gomes et al. (2006), a produção estimada deserapilheira no arboreto experimental de pau-brasil em Mogi-Guaçu,SP, foi de 5.681 ± 1.739 Kg ha

-1 ano

-1, sendo que o retorno anual de

nutrientes ao solo foi (Kg há-1): N (71,9) > K (54,9) > Ca (30,9) > Mg

(20,2) > S (5,5) > P (1,6).Conforme Aguiar et al. (2007), a maturação de frutos de pau-

brasil ocorre no estádio de pré-dispersão (entre a 8a e 9

a semana após

a floração), quando os frutos passam da cor verde para o castanho,entre novembro e dezembro.

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A germinação de sementes de pau-brasil é influenciada peloseu tamanho, as maiores sementes têm menor taxa de germinação(Aguiar et al. 1996).

A luz do conhecimento atual, o armazenamento das sementesnão é recomendado por mais de 30 dias, devendo ser semeadas logoapós a colheita (Fontes 1996). O poder germinativo das sementes éalto, quando recém colhidas, mas perdem praticamente a totalidadedesse poder após 60 dias.

Por outro lado, Barbedo et al. (2002) sugerem que as sementesde pau-brasil podem ser conservadas por um período de até 18 mesesem câmara fria, desde que armazenadas a 8% de teor de água e a 8 ºC.

Sementes de pau-brasil são indiferentes aos níveis desombreamentos (20%,40%, 60%, 80%) e a pleno sol (0%), germinandoem qualquer situação de luminosidade em que se encontrem.

A porcentagem de germinação de sementes de pau-brasilnão mostra diferenças significativas entre os tratamentos (20%, 40%,60%, 80%) de sombreamento e a pleno sol, contudo apresenta bomcomportamento germinativo (54% a 87%) em todos níveis desombreamentos testados (Aguiar et al. 2005).

Com relação à formação de mudas, quando cultivadas a plenosol, 20% ou 40% de sombreamento apresentam maior diâmetro decaule, que as cultivadas em 60% ou 80% de sombreamentos (Aguiaret al. 2005). Ainda com referência à formação de mudas, houvediferenças significativas para variável diâmetro do colo nos trêsperíodos de avaliação. Para as demais variáveis (altura e número defolhas), embora não tenham apresentado significância entre ostratamentos, o desenvolvimento das mudas mostra uma tendência demaior crescimento com menores níveis de sombreamento (Aguiaret al. 2005).

Em condições ideais e solo adequado, em seu habitat natural,tem-se observado que o pau-brasil apresenta um crescimento rápidode até um metro de altura por ano (Fontes 1996). Conforme o mesmoautor, o sucesso para obtenção de boas mudas está em se plantar assementes imediatamente após a colheita.

No Estado da Bahia, foi criada a Estação Ecológica do Pau-Brasil, em uma área de 1.145 hectares, no município de Santa Cruz deCabralia, com o objetivo de conservação da espécie e desenvolver

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estudos sobre as comunidades a ele associadas.Corrêa (2003) foi quem primeiro descreveu com detalhes o

pólem do Pau-Brasil sob o aspecto morfológico.Apesar de nunca terem sido realizadas pesquisas sobre anéis

de crescimento em lenho de pau-brasil, análise do diâmetro dedeterminados troncos, comparada com a taxa média de crescimentoanual, permite estimar que a idade de certos exemplares existentes emreserva no sul da Bahia é superior a 400 anos (Bueno 2002).

A maturação dos frutos de pau-brasil ocorre em torno de 50dias após o pico da floração, época indicada para a coleta dos frutos,quando ocorre a mudança de coloração do verde para castanho-escuro (Aguiar 2001).

De acordo com Carvalho (1994), o crescimento do pau-brasilé muito lento e irregular.

Segundo Aguiar & Barbedo (1996), combinando três níveisde luminosidade e dois de temperatura, avaliaram o crescimento demudas de pau-brasil em relação à altura, diâmetro do colo e númerosde folhas. Os resultados mostraram aumento na velocidade decrescimento (altura do caule) quando o sombreamento foi de até 50%.Entretanto, essa maior velocidade no crescimento, inicialmente, resultaem redução do diâmetro do caule.

Distribuição geográfica

Na época do descobrimento, o pau-brasil era abundante nolitoral brasileiro, entre Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, emregiões tropicais e subtropicais, habitando as matas secas ou semi-áridas deste trecho, com exceção de Cabo Frio (RJ) e Santa Cruz deCabrália (BA), onde ocorre em matas úmidas (Aguiar & Aoki 1983). O pau-brasil foi intensamente explorado na região denominadade “costa do pau-brasil”, até que a cana-de-açucar ocupou seu lugarem termos de importância econômica, fazendo surgir um novo ciclo.No entanto, a árvore ainda foi retirada, porém de forma menos intensaaté 1875, de maneira que sua distribuição original foi reduzida apequenos remanescentes na atualidade (Sodré 1985).

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É hoje uma espécie ainda ocorrente na costa brasileira desdeo Rio de Janeiro até o Rio Grande do Norte (Aguiar & Aoki 1983).

Atualmente, o pau-brasil ainda pode ser encontrado,esporadicamente, em estado silvestre na costa brasileira desde osEstados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas,Pernambuco, Paraíba até o Rio Grande do Norte (Figura 2), sendo oextremo sul da Bahia sua principal região de ocorrência natural (Aguiar& Aoki 1983).

No Estado do Rio de Janeiro, ocorre no município deAraruama, a cerca de 3 km da cidade, em mata secundária, comaproximadamente 10 hectares. Também pode ser encontrado emIguabá-Grande, Fazenda São Vicente de Paula, município de SãoPedro D’Aldeia e Cabo Frio (Aguiar & Aoki 1983). Lima (1994) citasua ocorrência em Saquarema (RJ).

No Estado do Espírito Santo é citado nos municípios deAracruz e Guaraná (Aguiar & Aoki 1983).

No sul do Estado da Bahia encontra-se a principal região deocorrência de pau-brasil em estado nativo. A CEPLAC – ComissãoExecutiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira, criou no município

Figura 2. Mapa mostrao pau-brasil em estadosilvestre

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de Santa Cruz de Cabrália, a mais importante reserva natural protegida,a Estação Ecológica do Pau-brasil. Em outros municípios vizinhostambém podem ser encontradas pequenas reservas: Barrolândia,Itamaraju, Caraíva (reservas indígenas), Guaratinga, Eunápolis, PortoSeguro, Camacan e Ubaitaba (Aguiar & Aoki 1983).

No Estado de Alagoas, ainda são encontradas pequenasreservas no município de Junqueiro (Aguiar & Aoki 1983).

No Estado de Pernambuco, a Reserva Ecológica doTapacurá, localizada no município de São Lourenço da Mata, mantémuma reserva natural de pau-brasil com árvores cuja altura varia de 10a 20 m e diâmetro em torno de 20 a 30 cm. São encontradas, segundoo Prof. João de Vasconcelos Sobrinho - fundador dessa Reserva -remanescentes de pau-brasil em toda a zona da mata seca dePernambuco, desde São Lourenço da Mata até Vitória de Santo Antão;acompanhando todo o Vale do Tapacurá. Ressalta-se, também, aocorrência nos municípios de Nazaré da Mata, Tracunhaém, PauD’Alho, Timbaúba e Goiana (Aguiar & Aoki 1983).

No Estado da Paraíba, o pau-brasil é encontrado nomunicípio de Mamanguape e na Estação Ecológica de Camaratuba(Aguiar & Aoki 1983).

Finalmente, no Estado do Rio Grande do Norte encontra-seo pau-brasil nativo, na faixa litorânea, desde o extremo sul do estado(Município de Goianinha) até o Cabo de Touros, de forma esporádica,conforme indicado no mapa (Aguiar & Aoki 1983).

Dentre a área de ocorrência, destacam-se pela freqüência denúmero de exemplares, os Estados da Bahia, Pernambuco e Rio deJaneiro (Aguiar & Aoki 1983).

Hoje, graças a campanha de divulgação da UniversidadeFederal Rural de Pernambuco; encontra-se pau-brasil cultivado doAmazonas ao Rio Grande do Sul.

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Utilização do pau-brasil

Por ocasião do descobrimento, chamou a atenção dos navegantesportugueses uma árvore de cujo lenho era preparada uma tinta decor vermelha empregada no tingimento de penas. “Ibirapitanga” erao nome usado pelos nativos, que significa, em tupi, madeira vermelha.Este corante de imediato passou a ser utilizado pelos europeus, emsubstituição a um outro similar produzido com o “sappan” para tingirtecidos. O princípio que a madeira encerra é a brasilina, que segundoRizzini & Mors (1976), ao entrar em contato com o ar passa por umaauto-oxidação e transforma-se em brasileína, a matéria corantevermelha. Lamarck (1785) também assinalou que a tinta servia parapintar ovos de páscoa e pasta de escovar dentes. Ainda se produziaum composto para pintar o rosto das mulheres, atualmente conhecidopor “rouge”.

Esta tinta, procedente do pau-brasil, foi largamente utilizadadurante quase quatro séculos. Na segunda metade do século XIX foisubstituída pelos corantes oriundos da indústria da anilina.

Entre os indígenas era muito apreciada na fabricação das armasque lhes serviam na guerra, caça e pesca. Damião de Góes (1563)registrou que os índios levados à presença do rei D. Manoel, em 1513,portavam enormes arcos feitos de pau-brasil. É também indicada ede excelente aplicação na fabricação de arcos de violinos.

Na arborização urbana é ocasionalmente utilizada devido aelegância da folhagem e beleza das flores.

A madeira do pau-brasil apresenta propriedades muitoespecíficas para produção de arcos de violinos, seu uso está tãoconsagrado, que sua substituição encontra enorme resistência por partedos consumidores, sendo empregada independente do seu custo oudificuldades de obtenção (Angyalossy 2003). A madeira é exportadaem pequena escala, sob os nomes de Brazil Wood, PernambucoWood, Bahia Wood etc. (Rizzini 1971).

Carvalho (1994) caracteriza a espécie como promissora paraprodução de energia com lenha de boa qualidade. Pode também serutilizada em construção civil, carpintaria, móveis, moirões e dormentes,com duração média de 20 anos.

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Por ser muito ornamental é utilizadas em paisagismo deparques, praças jardins e arborização urbana, além de reflorestamentoambiental para reconstituição de ecossistemas degradados. Para isso,recomenda-se plantio misto, associado com espécies secundárias ouplantio em vegetação matricial, em faixas abertas em vegetaçãosecundária e plantio em linhas.

A planta tem grande potencial ornamental devido a sua belezae raridade. Apresenta porte elegante, copa arredondada, folhas verdebrilhantes, flores em cacho amarelo-ouro, suavemente perfumadas(Aguiar & Barbosa 1985).

O arco de violino de pau-brasil, devido a sua intensidadesonora, tem um timbre incomparável na história da música. Opau-brasil tem destaque em todas as grandes orquestras sinfônicas domundo que usam arcos de violinos feitos de pau-brasil.

Embora não tendo mais utilidade na fábrica como corante,hoje totalmente substituído por produtos sintéticos, o potencial deutilização dessa espécie arbórea ainda é imenso, podendo se destacara arborização urbana e a fabricação de instrumentos musicais (Carvalho1994).

Apesar desse valor tanto histórico quanto econômico, essaespécie está em perigo de extinção (Portaria do IBAMA n.37- N, de03/04/1992).

Uso medicianal

De acordo com Ramalho (1978) a espécie Caesalpinia echinata

Lam. (pau-brasil) tem sido pouco estudada para uso medicinais.Entretanto tem sido citada, embora raramente, como de utilidadealopática e homeiopática, sendo lembrada como remédio adstringente,corroborante e secante, empregando-se a casca cozida, para debelardiarréias e desinterias e, quando reduzida a pó, a casca também possuiaplicação no fortalecimento de gengivas.

Pesquisa realizada pelo Prof. José Camarotti, do Departamentode Química Aplicada, da Universidade Federal de Pernambuco, coma brasileína extraída do cerne da madeira de pau-brasil, com vistas àcura do câncer, os testes com camundongos têm conseguido a

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regressão de tumores em cerca de 83% dos casos. (FONTE: Resumo,Revista Biológica Brasilica, vol.1, Sup. 1, 1989, p. 10; Cunha & Lima 1992).

Os índios já utilizavam o chá de pau-brasil como abortivo(FONTE: Programa Globo Rural n. 1000, Rede Globo, 6 de junho de 1999).

Dados botânicos

Nome popular: pau-brasilNome científico: Caesalpinia echinata Lam.Família: Caesalpiniaceae (Leguminosae)Sub-família: Caesalpinioideae

Outros nomes populares: ibirapitanga, pau-vermelho,ibirapiranga, arabutã, brasileto, araboretam, pau-de-pernambuco.

A zona climática onde ocorre o pau-brasil é semi-árida quente(Aguiar & Pinho 1996).

Caule

Atinge até 30 m de altura e 40 a 60 cm de diâmetro emcondições naturais, porém quando cultivado, o pau-brasil dificilmenteultrapassa 15 m, com diâmetro de 20 a 40 cm (Aguiar & Pinho 1996).Dois anos após plantio, pode chegar a 2 m de altura. É uma árvorede porte elegante, copa arredondada, folhas verde-brilhantes, floresem cachos amarelo-ouro, suavemente perfumadas, prestando-se comoornamental e própria para arborização urbana (Aguiar & Pinho 1996).Apresenta fuste circular quase reto, com casca pardo-acinzentada ecom muitos acúleos que diminuem sensivelmente com a idade daplanta. Madeira de cerne castanho-avermelhada e alburno fino decoloração amarelada é bastante resistente e pesada, superfície lisa, galhosascendentes longos, geralmente finos. flexíveis e com acúleos (Figura3a)

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Folha

O primeiro par de folhas cotiledonares das plântulas apresentafolíolos opostos. Já a partir do segundo par de folhas os folíolos sãoalternos. As folhas do pau-brasil caracterizam-se como alternas,compostas, bipinadas (sub dividida em pinas e estas em folíolos), defolíolos ovais e pequenos, formando folhagem densa verde-escurabrilhante (Figura 3b).

Flor

As flores estão reunidas em inflorescência do tipo cachosimples, com pétalas de coloração amarelo-ouro; sendo que uma delas,denominada vexílo ou estandarte, possui coloração vermelho-púrpurao que proporciona às flores caráter bastante ornamental (Figura 3c).

A primeira florada em São Paulo ocorre após cinco anos doplantio, entre setembro e março. Em Pernambuco, floresce aos trêsanos, entre dezembro e maio. Pesquisa realizada em Moj-Guaçu, SPsobre comportamento fenológico do pau-brasil mostra que o picoda floração ocorre nos meses de setembro/outubro, com frutificaçãoem novembro/dezembro (Aguiar 2001).

Polinização das flores

Apresentando pétalas amarelo-ouro, com uma manchavermelha-púrpura na pétala superior central, exalando um aromasuavemente perfumado que lembra o jasmim, a inflorescência dopau-brasil torna-se desta forma um grande atrativo para as abelhas.Com a experiência acumulada ao longo de masi de duas décadas depesquisa, o autor sugere que as abelhas chamadas de africanizadas(Apis melizera scutellata) , provavelmente sejam as principais responsáveispela polinização das flores de pau-brasil (Figura 3d).

Estas abelhas são excelentes produtoras de mel e, foramintroduzidas em São Paulo em 1956. A Apis melizera scutellata é umaabelha híbrida da abelha européia (Apis melizera ligustica, Apis melizera

caucasica, Apis melizera carnica) com abelha africana Apis melizera scutellata.

Outras espécies de abelhas eventualmente visitam as flores de pau-

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brasil, dentre elas a jataí (Tetragonisca angustula Latreille), a arapuá (Trigona

spinipes Fabricius) e alumas vespas marimbondo. (FONTE: disponível nosite http//sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel?SPMel/racas.htm, acessado em 21/05/2007)

Fruto

Vagem deiscente (que se abre quando madura liberando assementes), espinescentes (cobertas de saliências).

Em São Paulo, a maturação dos frutos ocorre entre novembroe dezembro, podendo esporadicamente ocorrer maturação em maio.Na fase de maturação, os frutos apresentam coloração amaronzada(Aguiar et al. 2007) (Figura 3e).

Semente

A semente do pau-brasil (Figura 3f) é achatada, elíptica,castanha, lisa de 1 a 1,5 cm de diâmetro por 0,3 cm de espessura, de2 a 4 por fruto (vagem). A semente do pau-brasil é muito semelhantea da sibipiruna, principalmente quanto à forma, sendo esta porémmais clara.

Propagação e cultivo

A propagação do pau-brasil é feita através de sementes, asquais germinam facilmente ao redor do quinto dia após a semeadura.Quando postas para germinar logo após a colheita, a percentagem degerminação é alta, podendo chegar aos 100%. Se conservadas emgeladeira, em sacos plásticos, hermeticamente fechados, mantém seupoder de germinação por mais de 60 dias. Neste caso, a percentagemde germinação cai para cerca de 50% e, aos 90 dias, para cerca de33%. A semeadura deve ser feita em canteiro ou em sacos plásticos(polietileno) com terra vegetal (Figura 3g). O substrato deve ser mantidoúmido (Aguiar & Barbosa 1985).

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A Estação Ecológica do Tapacurá, da Universidade FederalRural de Pernambuco, usa na produção de mudas, a seguinte misturano enchimento de sacos plásticos: 30 a 40% de solo arenoso, 40% desolo argiloso e 20 a 30% de esterco (Soares 1985).

Após seis meses, em função do solo e do clima, a mudaatinge 20 a 30 cm, quando poderá ser transplantada para local definitivo.Este deve ser feito em covas de 60 × 60 × 60 cm, com espaçamentode 10 m para arborização e de 5 m para formação de bosques. Aadubação por cova pode ser 500 g de N-P-K (6-12-6), matériaorgânica à vontade, 500 g de farinha de osso e 50 g de micronutrientes(Aguiar & Pinho 1996).

Em área experimental no município de Moji-Guaçu, SP, opau-brasil apresentou aos 10 anos após o plantio, altura média de7,60 m e 11,60 cm de diâmetro a altura do peito (DAP). Foi verificadoneste período, um incremento médio anual (IMA) de 0,74 m para aaltura e 0,93 cm para o diâmetro (Aguiar & Kanashiro 1995). Por setratar de uma essência nativa tida como de crescimento lento, seudesenvolvimento no arboreto experimental de Moji-Guaçu, SP foiconsiderado moderado, comparado com plantio em outras regiões.Após 12 anos de plantio em Moji-Guaçu, SP, o pau-brasil apresentoualtura média de 9,19 m e diâmetro médio a altura do peito de 12,68 cm.Ocorrendo neste período um incremento médio anual (IMA) de0,76 m para a altura e 1,05 cm para diâmetro (Aguiar 2000). A tabela1 mostra dados médios de crescimento em altura, diâmetro médio aaltura do peito (DAP) e incremento médio anual (IMA) de pau-brasil

Tabela 1. Dados médios de altura, IMAh, diâmetro à altura do peito (DAP) e IMAdde pau-brasil aos 5, 10 e 20 anos após plantio em Moji Guaçu, SP.

Idade (anos) Altura IMAh DAP IMAd(m) (m) (cm) (cm)

5 3,70 0,74 5,67 1,1310 7,59 0,75 11,64 1,1620 11,99 0,54 16,82 0,84

IMAh = Incremento médio anual em altura; IMAd = Incremento médio anual emdiâmetro

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Figura 3a. a. Tronco de pau-brasil comacúleos; b. Tronco de pau-brasil semacúleos; c. Corte transversal do troncomostrando o cerne vermelho

Figura 3b. Folha.

Figura 3c. a. Gema floral; b. Botõesflorais; c. Flores abertas.

ab

c

Figura 3e. Mudas de pau-brasil

Figura 3d. Polinização da flor de pau-brasil

Figura 3f. Sementes e frutos de pau-brasil.

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num arboreto experimental homogênio em Moji-Guaçu, SP, aos 5,10 e 20 anos de idade.

Tratos culturais

Os ramos laterais devem ser podados. Quando necessáriodeve-se capinar em torno das plantas. O combate às formigas (saúvas)e (quem-quem) deve ser feito com iscas nos caminhos ou comformicida líquido diretamente nos buracos do formigueiro. Outraalternativa visando o controle de formigas é envolver o caule da mudacom uma folha de jornal pincelada com graxa.

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Instruções técnicas para plantiode pau-brasil

60 cm

30 cm

30 cm

60 cm

Para plantio de uma mudadesta espécie (deve ter alturasuperior a 40 cm), abrir uma covade 60 × 60 × 60 cm (A), sepa-rando a terra dos primeiros30 cm (B).

A

B

C

CO = composto orgânico; AQ =adubo químico; FO = farinha deosso

Após misturar bem estesingredientes, encher a cova comesta mistura (D). No centro dacova, abrir um buraco com odiâmetro do torrão (E).

Essa porção de terra retiradada superfície (indicada noesquema pelo número 1) deveser misturada com 30 litros deesterco de curral bem curtido,terra vegetal ou outro compostoorgânico. A essa mistura devemser adicionados, ainda, 1 kg deadubo químico (NPK, formula-ção 10:10:10) e 1 kg de farinhade osso (C).

D

E

Cortar o saco que envolve amuda, tomando-se cuidado paranão desmanchar o torrão. Planta-se a muda e se pressiona a terraem volta do torrão com as mãos(F). Feito o plantio, finca-se umaestaca ao lado do torrão até ofundo da cova e amarra-se amuda à estaca, com um cordãoem forma de 8 (G).

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Regar bem a muda com cercade 10 litros de água (H). Fazeruma cerca de proteção em tornoda muda, com madeira ou tela(I).

HI

Pronto, a muda de pau-brasilestá plantada, adubada e“protegida”.

Mas, para assegurar que elatenha um bom desenvolvimento,não se pode esquecer de regá-la

na época da seca, pelo menosduas vezes por semana. Fazeradubação em cobertura duasvezes por ano, uma vez no inícioda estação chuvosa e outra antesdo final desta estação. Para isso,utiliza-se adubo 10:10:10 (NPK),500g, distribuíndo-se na projeçãoda copa (J).

proteção contra

formigas

adubação em

cobertura

proteção contra

formigas

adubação em

cobertura

A fim de evitar ataque deformigas (saúva), deve-se enrolarum pedaço de folha de jornal nocaule, amarrando-se suasextremidades e pincelando todoo jornal com graxa. (J) Estaproteção vai evitar o ataque deformigas pelo menos por 6meses. As formigas (saúvas) sãoas principais inimigas do pau-brasil. Fonte: Folder IBt.

J

F

G

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Simpósios internacionais sobre pau-brasil

O primeiro simpósio internacional sobre o pau-brasil foirealizado no período de 26 a 29 de junho de 1997 em Búzios R.J.Neste evento, um grupo seleto de 27 pessoas de vários paisesespecialmente convidadas, participaram do “Workshop: conservaçãodo pau-brasil ( Caesalpinia echinata Lam.)”. No final do encontro foielaborado o documento “Plano de ação-conservação e manejo depau-brasil (Caesalpinia echinata)”.

O Simpósio teve o patrocínio da Fauna e Flora Internacional(UK) Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Brasil) e Fundação Botânica,Margaret Mee (Brasil). (Fonte: Plano de ação-conservação e manejo de pau-

brasil (Caesalpinia echinata), Rio de janeiro, 1997).

O segundo Simpósio Internacional, foi realizado no períodode 8 a 10 de março de 2001, em Domingos Martins, ES. Trata-se dosimpósio “IPCI – COMURNAT : Pau – Brasil Workshop emdomingos Martins”.

Participaram deste encontro, 35 pessoas especialmenteconvidadas, dentre pesquisadores de várias Instituições, organizaçõesnão governamentais, fabricantes, exportadores e importadores de arcosde violinos e de Universidades. Discutiram-se neste simpósio o “estadoda arte” ou seja a “fotografia” passada e presente do pau-brasil,sobre estudos realizados, conhecimentos gerados e a situação em quese encontra a espécie em termos de conservação in situ e ex situ.

O resultado deste simpósio foi o relatório: “IPCI –COMURNAT: Pau-Brasil Workshop em Domingos Martins”.Domingos Martins, ES, 2001.

No período (2000-2005) um grupo de pesquisadores, amaioria do Instituto de Botânica – Secretaria do Meio Ambiente deSão Paulo, elaborou e desenvolveu o projeto de pesquisa: “Caesalpinia

echinata Lam.( pau-brasil): da semente à madeira, um modelo paraestudos de plantas arbóreas tropicais brasileiras”. O projeto foisubmetido à FAPESP, como projeto temático, tendo sido aprovadoe financiado por aquele órgão. Como resultados, pode-se citar umSimpósio, realizado na FAPESP, no período de 12 a 14/03/2003,onde foram apresentados os resultados preliminares da pesquisa emandamento. No final do projeto foi elaborado um relatório e uma

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proposta de publicação de um livro com os resultados obtidos. Destapesquisa, vários trabalhos foram publicados, outros encontran-se emfase de redação.

Pau-brasil: radiografia do passado, presente e

uma dúvida do futuro

Conforme Lima (1992) a situação atual do pau-brasil é dequase extinção (Portaria do IBAMA n. 37-N de 03/04/1992) já foiincluída na lista das espécies ameaçadas de extinção, na categoria de“em perigo (E)”. O problema torna-se ainda mais crítico seconsiderarmos o fato da espécie praticamente não ter sido objeto deestudos biológicos por parte dos pesquisadores. Além de não tersido ainda estudada é pouco conhecida pela maioria das pessoas,devido, principalmente, a sua raridade.

Sua utilização hoje restringe-se ao uso na fabricação de arcosde violinos e em paisagismo. E neste ultimo caso, só em ocasiõesespeciais, como nas comemorações da Semana da Árvore ou aindaquando da visita ilustre de autoridades.

Em 1972, a Universidade Federal Rural de Pernanbuco lançaa primeira “Campanha Nacional do Pau-brasil” com o objetivo deresgatar na memória do povo brasileiro a árvore que deu nome aonosso país.

Em 1976 foi criada em Pernambuco a Fundação Nacionaldo Pau-brasil e em 1977 a primeira

Estação ecológica do Pau-brasil,

com cerca de 1.145 hectares de mata praticamente intacta no municípiode Santa Cruz de Cabrália, no sul da Bahia. A estação é mantida pelaCEPLAC. Em São Lourenço da Mata (PE), também foi criada em1988 a Estação Ecológica do Tapacurá, onde são preservadas árvoresnativas de pau-brasil.

Em 1990, duas campanhas de divulgação do pau-brasil foramlançadas: a primeira, pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, SP,com o objetivo de divulgar e plantar mudas da árvore nacional emtoda a região. A segunda, com o título de “Planta Brasil” lançada pelaCompanhia Vidraçaria Santa Marina, através da Empresa dePublicidade Contexto Propaganda. Esta campanha foi veiculada emhorário nobre de rede de televisão no dia 6 de novembro de 1990.

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Durante esta campanha, foram distribuídas entre outras espécies,quatro milhões de sementes de pau-brasil para todo o territórionacional.

Em 1991, a Prefeitura Municipal de Cabo Frio, RJ, realizou o“1º Encontro Nacional sobre o pau-brasil”. No ano seguinte, Cunha& Lima publicam o trabalho “Viagem a terra do pau-brasil”.

Um dos maiores entusiasta e divulgador do pau-brasil, Prof.Roldão de Siqueira Fontes (1995) publica seu livro e realiza seu grandesonho: “Pau-brasil: um sonho de resgate”.

Em 1977 foi realizado em Búzios (RJ) o 1o Workshop

Internacional sobre o Pau-Brasil.Durante quase três décadas (1979-2007), o pesquisador

Francismar F.A. Aguiar do Instituto de Botânica, SMA de São Paulovem desenvolvendo diversos projetos técnico-científicos sobre o pau-brasil. Os estudos abrangendo regiões de ocorrência natural da espécie,fenologia, maturação de frutos, conservação e longevidade desementes, influência do tamanho sobre a germinação de sementes,efeito de sombreamento na germinação e na formação de mudas,crescimento de mudas, adubação, manejo silvicultural do arboretoexperimental de pau-brasil de Moji-Guaçu, SP, dentre outros. Comoresultado destas investigações citam-se 19 artigos técnico-científicospublicados e cerca de quatro dezenas de trabalhos apresentados emcongressos, reuniões científicas, simpósios (dois nacionais e trêsinternacionais), discutindo os resultados obtidos nas pesquisas realizadassobre a árvore nacional. (Fonte: SESC/Interlagos – São Paulo. Pau-Brasil: 500 anos de Brasilidade, 61 p., 1999).

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Ações pelos 500 anos do descobrimento

Em abril de 1999, o SESC/Interlagos São Paulo, como partedas comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil,organizou o projeto “Pau-Brasil: a árvore da nacionalidade”. Constoudo projeto, exposições, palestras, oficinas, teatro, tendo o pau-brasilcomo tema.

As atividades culminaram com a publicação do livro“Pau-Brasil: 500 anos de Brasilidade”. SESC/Interlagos, São Paulo,61 p., 1999.

Em maio de 1999, o Instituto de Botânica de São Paulo,organizou uma exposição sobre o pau-brasil no Jardim Botânico.Fizeram parte desta amostra, painéis com resultados de pesquisas,mudas, madeira, folhas, flores, espinhos (acúleos), tinta, tecidos tingidoscom a tinta púrpura extraída da madeira, literatura pertinente etc. Naocasião distribuíram-se milhares de mudas de pau-brasil, e artesanatosde madeira de pau-brasil, confeccionados com a colaboração doartesão Aldorindo Pires (RJ), com material oriundo de podas deárvores do arboreto experimental do pau-brasil de Moji-Guaçu, SP.

A Edição de n. 1000 do Programa Globo Rural da TV Globo,de 6 de junho de 1999, foi toda ela dedicada ao pau-brasil.

Parte desta Edição foi reapresentada no Programa GloboRural em 16 de janeiro de 2005, como parte das comemorações dos25 anos do Programa Globo Rural.

Na ocasião, a Editora Globo lançou a série “O Melhor doGlobo Rural”. O número 1 desta série foi sobre o pau-brasil.Acompanhava a revista um DVD com reportagens selecionadas doPrograma Globo Rural n. 1000.(Fonte: Rev. Globo Rural-série “O melhor do

Globo Rural”, n.. 1, Ed. Globo, maio, 2005).

Na Estação Ecológica de pau-brasil, em Santa Cruz deCabralia, BA etiquetaram-se 278 árvores de pau-brasil no seu habitat,para estudos de conservação e variabilidade genética, um dosexemplares apresentava 2,60 m de diâmetro e 40 m de altura, sendosua idade estimada em mais de 500 anos.(Fonte: Programa Globo Rural, n.

1000, TV Globo; Francismar F.A. Aguiar, comunicação pessoal)

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Apóstolo do pau-brasil

Poucas pessoas se dedicaram ao estudo do pau-brasil. Maisraro ainda são as que levaram a sério a produção e o plantio de mudas,a implantação de bosques e a divulgação da árvore nacional.

O Prof. Roldão de Siqueira Fontes foi uma dessas rarasexceções.

Em 1972 foi um dos principais responsáveis pela primeira“Campanha nacional do pau-brasil”, lançada pela Universidade FederalRural de Pernambuco. Criou a Fundação Nacional do Pau-Brasil(FUNBRASIL) em 1988. Idealizador do projeto que resultou na Lein. 6.607, de 07/12/1978, que declara o pau-brasil árvore nacional.Em 1995 publicou o livro “Pau-brasil – Um sonho de resgate.

Produziu e distribui através da FUBRASIL aproximadamentedois milhões de mudas e centenas de quilos de sementes de pau-brasil. Proferiu dezenas de palestras sobre a árvore nacional, em escolasassociações, congressos, encontros e simpósios pelo Brasil afora.Implantou dezenas de bosques de pau-brasil, dedicou mais de 25anos de sua vida à causa da difusão, produção e preservação dopau-brasil.

Recebeu da Associação Brasileira de Letras o título de “Após-tolo do Pau-brasil”. (Francismar F.A. Aguiar, comunicação pessoal)

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Lei do pau-brasil, a árvore nacional

Terça Feira 12/12 – Diário Oficial (Seção I – Parte I )Brasília, dezembrode 1978.

“Lei n. 6.607, de 07 de dezembro de 1978”

Declara o Pau-Brasil Árvore Nacional, institui o dia doPau-Brasil, a dá outras providéncias.

Art. 1º – É declarada Árvore Nacional a leguminosadenominada Pau – Brasil (Caesalpina echinata Lam.), cuja a festa serácomemorada, anualmente no dia 03 de maio, quando o Ministério daEducação e Cultura, promoverá campanha elucidativa sobre arelevância daquela espécie vegetal na História do Brasil.

Art. 2º – O Ministério da Agricultura promoverá, através deseu órgão especializado, a implantação, em todo Território Nacional,de viveiros de mudas de Pau-Brasil, visando à sua conservação edistribuição para finalidades cívicas.

Art. 3º – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.Art. 4º – Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 07 de dezembro de 1978, 157º da Independênciae 90º da República.

Ernesto GeiselAlysson PaulinelliEuro Brandão”

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Glossário

Acúleo: formação epidérmica semelhante ao espinho, diferenciando-se deste por ser facilmente destacável.

Alburno: a parte da madeira branco- amarelada entre a casca e ocerne.

Alterna: folhas que se inserem em diferentes níveis do caule.Bipinada: folha composta, duplamente pinada, subdividida em pinas

e estas em folíolos.Cacho: inflorescência em que as flores são providas de um pedicelo

e se inserem num mesmo eixo um pouco distantes umas das outras.Cerne: a parte central da madeira vermelha (miolo), de onde se extraia

a tinta.Composta: folha com o limbo formado por 2 ou mais folíolos ou

por pinas.Deiscência: abertura (do fruto ou semente) de maneira natural.Dendrometria: medida das árvores.Espinescente: que cria espinhos; que toma forma de espinho.Fenologia: estudo das diferentes fenofases das plantas, como floração,

frutificação, maturação e mudança foliar.Fuste: eixo principal; o caule (sem ramos).lnflorescência: o modo como as flores se agrupam no caule.Pinada: folha composta sub-dividida em pinas.Vagem: tipo de fruto seco, com várias sementes.