patologia construção civil
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Patologia da Construção CivilTRANSCRIPT
ATPS de Patologia e das Construções
Patologias da Construção Civil
Resumo
A ATPS tem como objetivo complementar o conteúdo disciplinar, ampliando o
conhecimento.
Essa Etapa foi divida em duas partes, a primeira, pesquisas relevantes ao tema, e a segunda,
estudo de caso.
Dois pavimentos residenciais térreas, com construção simples foram fotografados, analisados,
identificados as patologias neles apresentados, sendo ambos, Edículas.
Introdução
A palavra Patologia vem do grego, páthos = doença, e lógos = estudo.
Na construção Civil a Patologia das edificações pode ser entendida como estudo das origens,
causas, mecanismos de ocorrência, manifestação e conseqüências das situações em que os
edifícios ou suas partes construtivas apresentem um desempenho insatisfatório. Além de se
preocupar com como evitá-los.
Muitos estudos já foram realizados por isso é possível ter uma idéia geral sobre causas de
patologias.
Pesquisas feitas na Europa, por exemplo, na década de 70, mostraram que a origem das falhas
está, em primeiro lugar, no projeto deficiente; em segundo lugar, em falhas de execução; em
terceiro, nos materiais empregados; em quarto, na má utilização dos edifícios pelos usuários,
sem esquecer os intemperes.
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Patologia na Construção na Construção Civil
A patologia pode ocorrer em várias fases da construção: Projeto, Execução, na escolha dos
Materiais usados, erro ou má utilização e Planejamento como mostra o gráfico a seguir.
Falha de Ex-ecução22%
Má Uti-lização
pelo usuário
11%Falha de Projeto45%
Má qualidade dos Materiais
15%
Outos7%Causas de Patologias
Fonte: IBAPE
1 – Projeto
Os principais erros nos projetos estruturais podem ser resumidos:
Falta de detalhes;
Erros de dimensionamento;
Não consideração do efeito térmico;
Divergência entre os projetos;
Sobrecarga não previstas;
Especificação do concreto deficiente;
Especificação de cobrimento incorreta;
Inexistência de Projeto.
2 – Execução
Na fase de execução e comum ocorrerem erros, tais como:
Erro de interpretação dos projetos;
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Falta de controle tecnológico;
Falta de limpeza ou estanqueidade das formas;
Falta de saturação das formas;
Armadura mal posicionada;
Falta de espaçadores e pastilhas para garantir o cobrimento;
Adição de água no concreto fora das especificações;
Falta de fiscalização.
3 – Materiais usados
Esse erro pode acontecer tanto na fase de projetação ou ainda de execução, como o material
adequado a função não foi utilizado à estrutura não consegue ser eficaz, sendo necessária sua
substituição para a correção da patologia.
4 – Utilização
Falta de programa de manutenção;
Sobrecargas não previstas no projeto;
Danificação de elementos estruturais por impactos;
Carbonatação e corrosão química ou eletroquímica;
Erosão por abrasão;
Ataque de agentes agressivos.
5 – Planejamento
Compras feitas com base no menor preço, refletindo em insumos de baixa qualidade;
Perda de materiais em transportes;
Programa de seleção, contratação e treinamento inadequado;
Perdas por super dimensionamentos como consumo excessivo de cimento ou outros
aglomerantes por traços demasiadamente ricos.
Agentes Causadores
Os agentes de deterioração são elementos agressores a edificação.
Sendo a forma de deterioração e a sua velocidade função da natureza do material ou
componente e das condições de exposição aos agentes de deterioração.
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Todo material tem vida útil, ou seja, período durante o qual as suas propriedades permanecem
acima dos limites mínimos especificados.
Cada material ou componente reage de uma forma particular aos agentes de deterioração a
que é submetido.
Classificações das causas dos processos de deterioração
Causas intrínsecas
Classificam-se como causas intrínsecas aos processos de deterioração das estruturas de
concreto as que são inerentes às próprias estruturas (entendidas estas como elementos físicos),
ou seja, todas as que têm sua origem nos materiais e peças estruturais durante as fases de
execução e/ou de utilização das obras, por falhas humanas, por questões próprias ao material
concreto e por ações externas, acidentes inclusive.
a) Falhas humanas durante a construção da estrutura – A origem, na grande maioria dos
casos, na deficiência dc qualificação profissional da equipe técnica.
Deficiências de concretagem;
Inadequação e escoramentos e formas;
Deficiências nas armaduras;
Utilização incorreta dos materiais de construção;
Inexistência de controle de qualidade.
b) Falha humana durante a utilização - Ausência de manutenção
c) Causas Naturais - Entende-se por causas naturais aquelas que são inerentes ao próprio
material concreto c à sua sensibilidade ao ambiente e a os esforços solicitantes, não
resultando, portanto, dc falhas humanas ou de equipamento.
Causas próprias a estrutura porosa do concreto;
Causas Químicas – Reações internas ao concreto, expansibilidade de certos constituintes
do Cimento, presença de cloretos, presença de ácidos e sais, presença de anidrido carbônico,
presença da água e elevação da temperatura interna do concreto;
Causas Físicas – Variação de temperatura, insolação, vento e água.
Causas Biológicas – Fungos, bactérias.
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Causas extrínsecas
As causas extrínsecas de deterioração da estrutura são as que independem do corpo estrutural
em si, assim como da composição interna do concreto, ou de falhas inerentes ao processo de
execução, podendo, de outra forma, ser vistas como os fatores que atacam a estrutura "de fora
para dentro", durante as fases de concepção ou ao longo da vida útil desta.
a) Falhas humanas durante o projeto
Modelização Inadequada da Estrutura;
Má Avaliação das Cargas;
Detalhamento Errado ou Insuficiente;
Inadequação ao Ambiente;
Incorreção na Interação Solo-Estrutura;
Incorreção na Consideração de Juntas dc Dilatação.
b) Falhas humana a utilização
Alterações Estruturais;
Sobrecargas Exageradas;
Alteração das Condições do Terreno de Fundação.
c) Ações Mecânicas
Choques de Veículos;
Recalque de Fundações;
Acidentes (Ações Imprevisíveis);
d) Ações Físicas
Variação de Temperatura;
Insolação;
Atuação da Água.
e) Ações Químicas
Ar;
Gases;
Águas agressivas;
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Águas puras;
Reações com ácidos e sais;
Reações com sulfatos
f) Ações Biológicas
Crescimento de vegetação nas estruturas - cujas raízes penetram principalmente através de
pequenas falhas de concretagem, ou pelas fissuras e juntas de dilatação;
O desenvolvimento de organismos (como conchas, por exemplo) e microorganismos em
certas partes da estrutura;
Formigas;
Cupins.
Como detectar problemas patológicos
É necessário efetuar uma vistoria detalhada e cuidadosamente planejada para que se possa determinar as reais condições da estrutura, de forma a avaliar as anomalias existentes, suas causas, providencias a serem tomadas e os métodos a serem adotados para a recuperação ou o reforço.
Tipos de Patologia
Fissuração
Causadas por: Deficiências de Projeto; Contração Plástica; Assentamento do Concreto / Perda
de Aderência; Movimentação de Escoramentos e/ou Fôrmas; Retração; Deficiências de
Execução; Reações Expansivas; Corrosão das Armaduras; Recalques Diferenciais; Variação
de Temperatura e Ações Aplicadas.
Desagregação do Concreto
Causada por: Fissuração; Movimentação das Fôrmas; Corrosão do Concreto; Calcinação e
Ataque Biológico.
Carbonatação do Concreto
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Causada pela ação dissolvente do anidrido carbônico (C02), presente no ar atmosférico, sobre
o cimento hidratado, com a formação do carbonato de cálcio e a conseqüente redução do pH
do concreto até valores inferiores a 9.
Quanto maior for a concentração de Cü2 presente, menor será o pH, ou, por outro lado, mais
espessa será a camada de concreto carbonatada.
Perda de Aderencia
Pode ocorrer entre dois concretos de idades diferentes, na interface de duas concretagens, ou
entre as barras de aço das armaduras e o concreto.
Quando a superfície entre o concreto antigo e o concreto novo estiver suja, quando houver um
espaço dc tempo muito grande entre duas concretagens consecutivas c a superfície de contato
(junta de concrctagcm) não tiver sido convenientemente preparada, ou quando surgirem
trincas importantes no elemento estrutural.
A perda de aderência entre o concreto e o aço ocorre por causa de:
• Corrosão do aço, com sua conseqüente expansão;
• Corrosão do concreto, em função da deterioração por dissolução dos agentes ligantes;
• Assentamento plástico do concreto;
• Dilatação ou retração excessiva das armaduras, cuja principal causa são os incêndios (cargas
cíclicas podem dar efeitos semelhantes);
• Aplicação, nas barras de aço, de preparados inibidores da corrosão (perda parcial ou total dc
aderência, em casos extremos).
Desgaste do Concreto
O desgaste das superfícies dos elementos de concreto pode ocorrer devido ao atrito, a brasão e
a percussão.
A ação abrasiva pode ser devida à atuação de diversos agentes, sendo os mais comuns o ar e a
água, que carregam partículas que provocam a abrasão, os veículos que passam sobre pistas
de rolamento, o impacto das ondas, etc.
Outro tipo de desgaste que pode ocorrer cm estruturas de concreto é a cavitação, que consiste
na formação de pequenas cavidades, pela ação de águas correntes, resultantes de vazios que se
formam e desaparecem quando a água está se movimentando em velocidade elevada.
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Estudo de Caso
Nessa segunda parte da ATPS, as fotos dos pavimentos escolhidos serão analisadas para que
sejam apontadas as patologias existentes e suas possíveis causas, pois não há informações
esclarecedoras sobre o processo de construção das Edificações.
Foram escolhidas duas Edículas que tem finalidades residenciais, com algumas características
similares e outras distintas.
Edícula 1 – Bairro Campo Grande/Jacareí
O Bairro possui características do Vale do Paraíba, maior parte formada por morros altos e
com arvores.
Na parte da frente do terreno foi construída a casa principal, que está acima do nível da rua.
Aos fundos, acima do nível do seu telhado da casa, foi construída a edícula, cujo terreno é em
declive.
Fazendo divida está outro terreno separado por um muro paralelo a parede da edificação
analisada.
A edícula foi construída sem nenhum tipo de estudo ou acompanhamento de um profissional
qualificado.
Sem atentar-se a itens como impermeabilização ou escolha correta dos materiais ou aplicação
das normas técnicas específicas que regulam a construção civil, o pedreiro usou apenas os
conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de profissão.
Apesar de ter sido construída há mais de 20 anos, a edificação não foi concluída até o dia de
hoje, as paredes internas e externas não receberam os acabamentos necessários.
Diante de todos os fatos citados acima, não poderia resultar noutra conseqüência senão o
surgimento de patologias na Edificação, que serão identificadas, e em seguida as possíveis
causas.
Edícula 1 – Bairro Igarapés/Jacareí
Esse bairro tem características semelhantes
Ao citado anteriormente, com morros e arvores, porém no pavimento escolhido está numa
altitude menor que o primeiro.
O terreno também está acima do nível da rua, e a declividade é muito menor que o terreno do
primeiro pavimento analisado.
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Na parte da frente foi construída a casa principal, composta pelo andar térreo e pelo andar
superior.
A geometria da casa principal causa vedação do sol na Edícula em grande parte do dia, que
foi construída rente ao muro que a separa do outro terreno do vizinho do fundo.
Alguns meses atrás se iniciou uma obra rente ao mesmo muro, ao que tudo indica o vizinho
do fundo está construindo uma edificação para fins residenciais, uma provável Edícula sem os
cuidados necessários.
Como no primeiro caso não há informações esclarecedoras a respeito da construção, apenas a
certeza de que não foi realizada nenhuma obra de impermeabilização e que com a construção
rente a parede dificultou a colocação de calhas.
O telhado dessa edificação é de telha de cimento, com forro de madeira na parte interna.
O estudo tem como objetivo identificar as principais formas de patologias resultantes de
materiais e serviços de baixa qualidade, abordando-se a causa e os seus efeitos, e as possíveis
soluções para prevenir ou mesmo achar uma tratativa corretiva para os danos causados.
Levantamento de patologias em obras residenciais de baixa renda devido a ausência de controle tecnológico de materiais
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