passaro azul 2

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  • 8/11/2019 Passaro Azul 2

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    O PSSARO AZUL(Maurice Maeterlinck)

    PRIMEIRO QUADRO-NA CHOUPANA DOLENHADOR

    O palco figura o interior de uma choupana delenhador, simples, porm no miser!"el# Lareira de

    capote, onde $ru%uleia o fogo de lenha# Utens&lios deco'inha, arm!rio, arca de po, rel(gio de p)ndulo,roca , la"at(rio, etc# *o$re a mesa, um lampioaceso# +unto ao arm!rio, de cada lado, dormemenrodilhados de focinho so$re o ra$o o Co e a ata#Entre os dois, um grande po de a-.car, a'ul e$ranco# Dentro da gaiola redonda, pendurada /parede, uma rolinha# Duas 0anelas ao fundo, com ospostigos interiores fechados# Pr(%imo a uma das0anelas, um $an1uinho# A es1uerda, porta de entradada casa, pro"ida de tran1ueta# A direita, outra porta#Escada em dire-o ao celeiro# 2am$m a direita,duas caminhas de crian-a3 / ca$eceira, so$re duas

    cadeiras, roupas cuidadosamente do$radas#

    TILTIL - Mitil?MITIL - Tiltil?TILTIL -Voc est dormindo?MITIL - E voc?TILTIL - Se e esto !"l"ndo com voc# $ %or&eesto "cord"do'MITIL - ( $ )"t"l ?TILTIL - Aind" n*o+ "m"n,*' M"s P"%"i )oel n*o v"itr"er n"d" este "no'MITIL - Por &?TILTIL - Ovi m"m*e dier &e n*o %odi" ir . cid"de

    %"r" "vis"r " ele' Vir no "no &e vem'V"mos nos lev"nt"r?MITIL - / %roi0ido'TILTIL - M"s se n*o ,nin1$m "2 ''' Est vendo o

    %osti1o?MITIL - 3,i# &e cl"rid"deTILTIL - S*o "s les d" !est"'MITIL - Qe !est" ?TILTIL - L em !rente# n" c"s" dos meninos ricos' / "rvore de )"t"l' V"mos "0rir o %osti1o'

    Os dois se le"antam, correm para uma das 0anelas,so$emno $an1uinho e empurram os postigos# 4ntensaclaridade penetra no 1uarto# Os meninos olham

    a"idamente para fora#

    TILTIL - Ol," " rvore4MITIL - Qe rvore?TILTIL - A rvore de n"t"l# or" ess"4 Voc estol,"ndo %"r" " %"rede4 Q"nt"s les4 Qe %or5*o4MILTIL - Qe 0"rl,o $ esse &e est*o !"endo?TILTIL - / m6sic"'MITIL - Est*o "n1"dos?TILTIL -)*o# m"s c"ns" mito'MITIL - Qe $ "&ilo "li# de oro# %endr"do nosr"mos?TILTIL - S*o 0rin&edos# or"s 0ol"s4 Es%"d"s# !is#sold"dos# c"n,7es'MITIL - E 0onec"s# ser &e eles 0ot"r"m?TILTIL - 8onec"s? Qe 0o0"1em' )*o "c,"m 1r"5"nisso'

    MITIL - E "&ilo tdo "li# enc,endo " mes"?TILTIL - Doces# !rt"s# tort"s de creme'MITIL - Ser &e v*o comer tdo? V*o d"r m

    %ed"5o?TILTIL - P"r" &em?MITIL - P"r" n9s'TILTIL - Eles n*o nos con,ecem'MITIL - E se " 1ente %edisse?

    TILTIL - Isso n*o se !"'MITIL - Ol," os meninos d"n5"ndo4TILTIL - Pois ent*o v"mos d"n5"r t"m0$m4

    Pulam de alegria, so$re o $an1uinho#MITIL - A,# &e 0om4

    5atem / porta da ca$ana#

    TILTIL 6perdendo de repente a e%cita-o, eassustado7 8 Qem ser?MITIL 6apa"orada7 8 P"%"i4

    Como demoram a a$rir, a tran1ueta se mo"e so'inha,tangendo9 entrea$re8 se a porta, e d! passagem auma "elhinha de "erde, capu' "ermelho / ca$e-a# :corcunda, capenga e 'arolha9 o nari' encosta8se no1uei%o, "em cur"ada, apoiando8se num $ordo# *ema menor d."ida, uma fada#

    :ADA - Vocs tm "2 o Pss"ro Al?MITIL - Tiltil tem m %ss"ro'TILTIL - M"s esse e n*o %osso d"r':ADA - Por &?TILTIL - Por&e $ me#:ADA - / m" r"*o# sem d6vid"' Onde est o

    %ss"ro?TILTIL6mostra a gaiola7 8)" 1"iol"':ADA6$ota os (culos para e%aminar opassarinho7 8Esse e n*o &ero+ n*o $ 0em "l' Voc v"i %rocr"r"&ele &e e &ero'TILTIL - M"s e n*o sei onde ele est':ADA - )em e' Por isso mesmo $ %reciso %rocr"r'Ten,o "0solt" necessid"de do Pss"ro Al' / %"r"min," !il,"# &e est mito doente'TIL;I;IL - Qe $ &e el" tem?:ADA - )in1$m s"0e "o certo' El" 1ost"ri" de ser!eli'TILTIL -

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    Qe $ &e est*o es%er"ndo? Vist"m-se de%ress"4 6Osmeninos o$edecem,"estindo8se rapidamente#7 Vo"=d"r Mitil'TILTIL - )9s n*o temoss"%"tos':ADA - )*o tem im%ort@nci"' Vo d"r " vocs mc,"%ein,o m1ico' Onde est*o ses %"is?TILTIL 6mostrando a porta ! direita7 - Est*o l#dormindo'

    :ADA - E vov9 e vov9?TILTIL - Morrer"m':ADA - E irm*oin,os e irm*in,"s? Vocs n*o tm?TILTIL - Temos# sim' Trs irm*oin,os'MITIL - E &"tro irm*in,"s' M"s t"m0$m morrer"m':ADA - Vocs &erem v-los de novo?TILTIL - Qeremos sim4 A1or"4 Mostre %"r" n9s4:ADA - Eles n*o est*o no me 0olso' Vocs ir*o v-los "o %"ss"rem %elo P"2s d" S"d"de' Qe est"v"m!"endo &"ndo e 0"ti?TILTIL - 8rinc"ndo de comer doce':ADA - Vocs tm doces? Onde est*o?TILTIL - )o %"lcio dos meninos ricos' Ven," ver# $

    t*o 0onito4

    Condu' a ;ada / +anela#

    :ADA - )*o $ m"is 0onit" do &e " c"s" de vocs'TILTIL - O,4 A&i em c"s" $ m"is escro# menor#n*o tem doce':ADA - / e"t"mente i1"l' Voc $ &e n*o v'TILTIL - E ve=o# sim# veio mito 0em# ten,o m"vist" es%lndid"' Ve=o "t$ " ,or" no rel91io d" i1re="#&e %"%"i n*o ener1"';ADA 6'angando8 se su$itamente7 8 Pois e di1o &evoc n*o v cois2ssim" nen,m"4 3omo $ &e vocme v? 3omo $ &e e so !eit"? 6*il)ncioconstrangido de 2iltil#7 Ent*o# n*o res%onde?6*il)ncio cada "e'mais em$ara-ado#B )*o &erres%onder? So mo5" o vel,in,"? 3or-de-ros" o"m"rel"? Ten,o corcnd"?TILTIL 6$en"olo7 8 8om# n*o $ l mito 1r"nde':ADA - Pois %elo =eito &e voc !e# %"rece &e $enorme' Me n"ri $ "dnco# me ol,o es&erdo $v""do?TILTIL- )*o esto diendo isso' Qem !oi &ev"o?:ADA 6cada "e' mais irritada7 8)*o $ v""do4Atrevido4 Ordinrio4 / "t$ m"is 0onito do &e ootro+ m"ior# m"is cl"ro# "l &e nem o c$' E mes

    c"0elos# est vendo? S*o loros !eito tri1o' At$%"rece oro %ro' E ten,o t"nto c"0elo# t"nto# &ec,e1" " me %es"r n" c"0e5"' Es%"l,"-se %or todos osl"dos' Est vendo em min,"s m*os? >Ostenta duasmechas "alas, de ca$elos grisalhos#7TILTIL - /# esto vendo "l1ns':ADA 64rritada7 8 Al1ns? :eies4 8r"5"d"s4 T!os4Ond"s de oro4 Sei %er!eit"mente &e cert"s %esso"s!in1em n*o ver# m"s voc n*o $ desses ce1os de m"c"rter# "o &e s%on,o'TILTIL - )*o# n*o# esto vendo %er!eit"mente os &en*o est*o escondidos':ADA - M"s $ %reciso ver os otros com " mesm"cor"1em' Os ,omens s*o en1r"5"dos# de%ois &e "s!"d"s come5"r"m " morrer# eles n*o vem m"is n"d"#n*o descon!i"m de n"d"' :elimente# c"rre1o sem%re

    comi1o o &e $ necessrio %"r" re"nim"r os ol,osmorti5os' Qe $ &e e esto tir"ndo do s"co?TILTIL - A,# &e lindo c,"%ein,o verde4 Qe $isso 0ril,"nte "ssim# n" roset"?:ADA - / o Di"m"nte Cr"nde# &e !" " 1ente ver'TILTIL - Aeio81uilo, em

    forma dehomen'inhos "estidos de malha cor de po,assustados e enfarinhados, se desprendem da arca epulam em redor da mesa,onde "ai ter com eles o;ogo 1ue, saindo da lareira, "estido demalha cor deen%ofre e "ermelho, os persegue, /s gargalhadas#

    TILTIL - Qem s*o esses ,omenin,os !eios?:ADA - )*o se "ssste' S*o "s "lm"s dos P*es-de-meio-&ilo' A%roveit"r"m o reino d" verd"de %"r"s"2rem d" "rc"# onde vivi"m mito "%ert"d"s'TILTIL - E Esse di"0o 1r"nde e vermel,o# &e c,eir"m"l?:ADA - Psi# n*o !"le t*o "lto' / o :o1o' Tem m"1nio'

    Este di!logo no interrompeu a m!gica# O Co e aata,enrodilhados 0unto ao arm!rio, do

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    simultaneamente um gritoagudo e desaparecem numal-apo# No lugar deles, surgemduas figurashumanas, uma com m!scara de $uldogue, outracomfocinho de gata# O homen'inho de m!scara de$uldogue8 1ue da1ui por diante se chamar! Co 8atira8se logo so$re2iltil, $ei0ando8o "iolentamente esufocando8o com $arulhentas e impetuosas car&cias,en1uanto a mulher'inha de m!scara felina 8 1ue se

    chamar! simplesmente ata 8 se penteia, lam$easmos e alisa os $igodes antes de apro%imar8se de>itil,

    3FO 6late, pula, es$arra em tudo, insuport!"el7 8Me dono# 0om di"4 8om di"' :in"lmente c,e1o odi" de !"l"r4 E tin," t"nt"s cois"s %"r" dier4 Porm"is &e e l"tisse e meesse com o r"0o# voc n*ocom%reendi"' M"s "1or"# 0om di"4 E 1osto mito#mito de voc4 Qer &e e !"5" m" cois"etr"ordinri"? Qe e "nde com "s %"t"s d" !rente o&e d"nce n" cord"?TILTIL >.;ada7 8 Qem $ esse sen,or com c"r" de

    c"c,orro?:ADA - )*o est recon,ecendo? / " "lm" de TilG#&e voc li0erto'

    A2A 6apro%ima8se de >itil e estende8lhe a mo,cerimoniosa e circunspecta7 8 8om di"# sen,orit"'3omo est lind"# ,o=e4MITIL - 8om di"# min," sen,or"' >A;ada#7 ?uem $?:ADA - T*o !cil' / " "lm" de Tilete# &e estcm%riment"ndo' D-l,e m 0ei=o'C@O 6empurra a ata7 8 E t"m0$m vo 0ei="r medono4 Vo 0ei="r " meninin,"4 8ei=o todo mndo4Es%lndido4 3omo " 1ente v"i se divertir4 Vo !"ermedo " Tilete A4 A4 A4CATA - )*o o con,e5o# c"v"l,eiro ''':ADA 6amea-a o Co com sua "arinha7 8 Voc "2#v"i !ic"r 0em &ietin,o# sen*o volt"r "o silncio# %ortod" " eternid"de4

    En1uanto isso, a m!gica prossegue em seu curso# Aum canto, a roca entra a girar "ertiginosamente,tecendo magn&ficos raios de lu'9 a torneira , no outrongulo, come-a a cantar em tom agud&ssimo e,transformando8se em fonte luminosa, enche a pia deespadanas de prolas e esmeraldas, por entre as 1uaisse ergue a alma da Bgua, semelhante a uma 0o"emgote0ante, desgrenhada e lamurienta, 1ue "ai

    imediatamente $rigar com o ;ogo#

    TILTIL - E ess" sen,or" mol,"d"?:ADA - )*o ten," medo# $ " H1" &e s"i d"torneir"'

    A 0arra de leite rola e cai da mesa, partindo8se nocho,do leite espalhado, ergue8se umagrande formaal"initente ecasta, 1ue parece ter medo de tudo#

    TILTIL - E o vlto de c"misol*o# com"r de medo?:ADA - / o Leite# &e &e0ro " ="rr"'

    O po de a-.car, colocado 0unto ao arm!rio, cresce erompe o in"(lucro de papel, de onde emerge um sermel&fluo,dissimulado, en"olto em guarda8p( metade

    $ranco, metade a'ul,e 1ue, sorrindo $eatificamente,caminha na dire-o de >itil#

    MITIL6in1uieta7 8 Qe $ &e ele &er?:ADA - / " "lm" do A56c"r'MITIL 6tran1ili'ada7 8 Ser &e ele tem %irlitos?:ADA - )*o tem otr" cois" no 0olso' Ses dedos s*o!eitos disso'

    O lampio cai da mesa9 uma "e' no cho, sua chamasele"anta e se transforma numa "irgem luminosa deincompar!"el $ele'a# En"olta em longos "ustransparentes e deslum$rantes, mantm8se im("el,como em)%tase#

    TILTIL - / " R"in,"4MITIL - / )oss" Sen,or"4:ADA - )*o# mes !il,os# $ " L'

    En1uanto isso, nas prateleiras, as carolas rodamcomo piorras9 o arm!rio de roupa $ate com as portas,

    e come-a um magn&fico desfile de tecidos cor de lua ede sol, a 1ue se misturam, no menos espl)ndidos,retalhos e andra0os 1ue descem pela escada doceleiro# Eis, porm, 1ue soam tr)s pancadas $emfortes na porta da direita'

    TILTIL6assustado7 8 / %"%"i4 Ele escto4:ADA - D m" volt" no Di"m"nte# d" es&erd" %"r"" direit"4 62iltil fa' rodar "i"amente o Diamante#7Assim de%ress"# n*o4 Me Des# "1or" $ t"rde4 Elesn*o %oder*o volt"r " ses l1"res e n9s teremosmitos "0orrecimentos'6A fada "olta a ser uma "elha,e%tinguem8se os esplendores nas paredes dachoupana, as Horas entram no rel(go, a rocaimo$ili'a8se, etc# # Na pressa e na confuso geral,porm, en1uanto o ;ogo dispara loucamente emredor do 1uarto, procurando a lareira, um dos Pes8de8meio81uilo, 1ue no encontrou lugar na arca,principia a solu-ar e solta gritos de terror#7 Qe ,?

    PO6todo lacrimoso7 8)*o , m"is l1"r n" "rc"4:ADA - 6inclina8se so$re a arca7 8

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    3ATA 6ao Co7 8 Ven,"# v"mos volt"r %"r" o"l5"%*o'3O - )*o# n*o' )*o &ero' Qero "com%"n,"r medono# &ero !"l"r com ele o tem%o todo'CATA - Im0ecil4

    5atem mais uma "e' / porta#

    PO6de$ulhado em l!grimas7 8)*o &ero morrer no!im d" vi"1em4 Qero volt"r imedi"t"mente %"r" "min," "rc"4:OCO6percorre "ertiginosamente o 1uarto, soltandoasso$ios angustiosos7 8 N*o encontro m"is min,"l"reir"4HCUA 6tenta em "o entrar na torneira7 8)*o %ossom"is entr"r n" torneir"4AU3AR 6Agita8se ao redor do saco de papel7 8R"s1ei me s"co de em0"l"1em4LEITE 6enf!tico e pudico7 8 Qe0r"r"m min,"

    ="rrin,"4:ADA - Qe idiot"s# me Des4 Idiot"s e %oltr7es4

    Ent*o vocs %re!erem contin"r " viver em s"smiserveis c"iin,"s# ses "l5"%7es# s"s torneir"s# ""com%"n,"r os meninos &e v*o %rocr"r o Pss"ro?TODOS >menos o Co e a Lu'7 8 Pre!erimos# sim4De%ress"4 Min," torneir"4 Min," "rc"4 Min," l"reir"4Me "l5"%*o4:ADA 6/ lu', 1ue contempla ensimesmada os cacosdo Lampio7 8 E voc L# &e me di?LU - E "com%"n,o os meninos'3O6late de alegria7 8E t"m0$m4 E t"m0$m4:ADA - Vocs s*o os mel,ores' Alis# = $ mitot"rde %"r" rec"r' )*o %odem m"is escol,er# todosse1ir*o conosco' M"s voc# :o1o# n*o se "%roimede nin1$m+ voc# 3*o# n*o "tormente " C"t"+ evoc"2# H1"# "nde direitin,o# %rocre n*o escorrer %ortod" %"rte'

    Ou"em8se no"as pancadas "iolentas, na porta dadireita#

    TILTIL6escutando7 8 / %"%"i otr" ve4 A1or" selev"nto # esto ovindo os %"ssos dele':ADA 8V"mos s"ir %el" ="nel"' Ir*o todos %"r" "min," c"s"# onde vestirei corret"mente os "nim"is eos !enGmenos 6Ao Po7 P*o se1re est" 1"iol" em &elev"remos o Pss"ro Al' :ic" %or s" cont"'De%ress"# de%ress"# n*o %erc"mos tem%o'

    5ruscamente, a 0anela se alonga como porta# *aemtodos, e a 0anela "olta / forma primiti"a, fechando8secom inoc)ncia# O 1uarto "olta a escurecer, as duascaminhas mergulham na som$ra# Entrea$re8se aporta da direita, e no "o aparecem as ca$e-as dePapai e >ame 2il#

    PAPAI TIL -)*o er" n"d"' / o Crilo c"nt"ndo'MAME TIL - Est vendo os dois?PAPAI TIL - Per!eit"mente' Dormem tr"n&Nilos'MAME TIL - Esto ovindo " res%ir"5*o deles '''

    ;echa8se a porta#

    PA)O

    SEGUNDO QUADRO

    NO PALBC4O DA ;ADA

    >agn&fico =est&$ulo, no pal!cio da ;ada 5eriluna,Colunas de m!rmore claro, com capitis de ouro eprata, escadarias, p(rticos, $alaustradas, etc#

    Entram pelo fundo, / direita, suntuosamente"estidos, a ata, o A-.care o ;ogo# *aem de umaposento do 1ual $rotam raios de lu'3 o 1uarto8de8"estir da ;ada# A ata reco$riu comuma 1a'e le"e amalha de seda preta,o A-.car en"ol"eu8se num tra0ede seda, metade $ranco metade a'ul8claro9 o ;ogotem / ca$e-a plumas multicores e usa longo mantocarmesim, forrado de ouro# Atra"essam a sala deponta a ponta, e chegam ao primeiro plano, / direita,onde a ata osre.ne so$ o p(rtico#

    CATA - Por "&i' V"mos convers"r so0re " sit"5*o&e nos cri"r"m' Todos est*o %resentes?

    A3AR - Ali est o 3*o# &e veio do &"rto-de-vestir d" :"d"':OCO - Qe ro%" m"is es&isit" ele !oi "rr"n="r?4CATA - Pe1o " ro%" de m dos 1"rd"s d"3inderel"' Ele tem "lm" de cri"do# mesmo' Ten,om" descon!i"n5" es&isit" dele' / mel,or &e n*oescte o &e vo dier " vocs'A3AR - )*o "di"nt"' ( nos desco0ri' Ol,e# "liest " 1"'MeDes# &e 0ele"4

    O Co e a Bgua 0untam8se ao primeiro grupo#

    3O 6aos pulos7 8 Ve="m4 Ve="m s94 )*o est"moslindos? Ol,em est"s rend"s# estes 0ord"dos4 Oro

    %ro4

    Entra o Po, no seguinte tra0e3 um costume turco,recamado de 0(ias, cimitarra e tur$ante# A t.nica deseda cai penosamente so$re a $arriga# Com uma dasmos, segura o ca$o da cimitarra presa / cintura ecom a outra, a gaiola destinada ao p!ssaro a'ul#7

    PO 6gingando "aidosamente7 8 Ent*o? 3omo $ &evocs me "c,"m?3O 6pulando ao redor do Po7 - Qe 0onito4 Qe

    0o0oc"4 Qe 0onito4 Qe 0onito4CATA6ao Po7 8 Os 1"rotos est*o %rontos?

    PO - Est*o' O%ro0lem" !oi vestir " L'CATA - Por &?PO - A :"d" "c,o &e er" m" %en" vesti-l"# de t*o

    0onit" &e $'CATA - V"mos# c,e1" de convers"# o tem%o r1e'Tr"t"-se de nosso !tro' Vocs esct"r"m o &e ":"d" "c"0o de dier o !im dest" vi"1em sert"m0$m o !im de noss" vid"' Port"nto# $ %recisoestic-l" o m"is %oss2vel# de todos os modos'PO - Mito 0em4 8r"vo4 A C"t" est com " r"*o4CATA - Esctem' Todos "&i %resentes# "nim"is#cois"s e elementos# %oss2mos m" "lm" &e o,omem n*o con,ece "ind"' / %or isso &econserv"mos m resto de inde%endnci"' M"s se ele"c,"r o Pss"ro Al# s"0er tdo# ver tdo# e!ic"remos com%let"mente . s" merc' Eis o &e"c"0" de me %"rtici%"r min," vel," "mi1" " )OITE#

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    2odos agitam len-os, en1uanto 2iltil e >itil seafastam lentamente# +! durante as .ltimas falas,porm, o ne"oeiro do come-o "oltou gradualmente aformar8se e o som das "o'es foi enfra1uecendo, demaneira 1ue, ao findar a cena, tudo desapareceu na$ruma e, ao cair o pano, de no"o se ")em apenas2iltil e >itil 0unto ao grande car"alho#

    TILTIL - Por "&i# Mitil'MITIL - Qed " L?TILTIL - )*o sei# 6;ita o p!ssaro na gaiola#7Ol,e#O Pss"ro n*o est m"is "l4 :ico %reto4MITIL - Me d " m*o# irm*oin,o' Esto com mitomedo e sintot"nto !rio'

    PA)O

    QUARTO QUADRONO PALBC4O DA NO42E

    =asta e prodigiosa sala, de magnific)ncia austera,

    r&gida, met!lica e sepulcral, dando impresso detemplo, grego ou eg&pcio, cu0as colunas, ar1uitra"es,la0es e ornamentos fossem de m!rmore preto, de ouroe de $ano# *ala em forma de trap'io# Degraus de$asalto, 1ue lhe ocupam 1uase toda a largura,di"idem8na em tr)s planos sucessi"os, 1ue se ele"amgradualmente para o fundo# F direita e / es1uerda,entre colunas, portas de $ron'e escuro# Ao fundo,porto monumental de $ron'e# Apenas uma claridadedifusa, 1ue parece emanar da pr(pria nature'a dom!rmore e do $ano, ilumina o pal!cio#

    Ao le"antar8se o pano, a Noite, so$ a apar)ncia demulher lind&ssima, co$erta delongas "estes negras,est! sentada nos degraus do segundo plano, entredois meninos9 um destes seminu, como o Amor, dormeprofundamente e sorri, en1uanto o outro se mantmde p, im("el e co$erto dos ps / ca$e-a#A ataentra pela direita, no primeiro plano#

    CATA J M"m*e )oite# Tiltil vem "2 %"r" l,e tom"r oPss"ro Al'A L disse &e ele est "&i#escondido entre os %ss"ros "is dos son,os# &e se"liment"m de r"ios de l" e morrem "o n"scer do sol'

    )OITE - O,# Sen,or4 O,l Sen,or4 Em &e tem%on9s vivemos4 )*o ten,o m"is m minto dedesc"nso' Aonde o

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    ;a' girar a cha"e e entrea$re cautelosamente aporta#Logo fogem cinco ou seis Espectros de formasdi"ersas e estranhas, espalhando8se por todos oslados# O Po, aterrori'ado, atira a gaiola e "aiesconder8se no fundo do salo, en1uanto a Noite,perseguindo os Espectros, grita para 2iltil3

    )OITE - De%ress"# de%ress"4 :ec,e " %ort"4 V*o

    !1ir todos# e n*o %odemos %e1-los4 Vivemc"cete"dos l dentro# de%ois &e o

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    MITIL6*apateando, entre solu-os7 8)*o &ero4 )*o&ero4TILTIL - O A56c"r e o P*o dem " m*o " Mitil es"i"m com el"' E vo "0rir'

    )OITE - S"lve-se &em %der4 Ven,"m de%ress"4Est n" ,or"4 >;oge7#P@O 6foge /s carreiras7 8 Es%erem "o menos &e n9sc,e&emos . %ont" do s"l*o4

    CATA >!o1e do mesmo 0eito7 8 Es%erem4 Es%erem4

    Escondem8se por tr!s das colunas, no outro e%tremodo salo# 2iltil fica so'inho com o Co, 0unto / portamonumental#

    C@O 6ar1ue0ante, entre solu-os de pa"or contido7 8E vo !ic"r''' E !ico''' )*o ten,o medo''' E !ico''':ico %erto do me dono''' :ico4 :ico'TILTIL 6acariciao Co7 8 Mito 0em# TilG# mito

    0em' Me d m 0ei=o' )9s somos dois' A1or"#cid"do4 6Pitil e os outros acorrem# Entram no0ardim deslum$rante, menosa Noite e a ata#7 Est*ovendo? S*o mitos e %os"m #n"s min,"s m*os'Ol,em s9# est*o comendo r"ios de l"r4 Mitil# ondeest voc? 424L 6cercada de p!ssaros a'uis7 8 + %e&ei sete4A,# como 0"tem "s"s4 )*o %osso se1r"r4TILTIL - E t"m0$m n*o %osso# %e1ei dem"is4 Est*o!1indo4 Est*o volt"ndo4 TilG t"m0$m %e1o rn"

    %or5*o4 V*o nos "rr"st"r# nos lev"r %"r" o c$4 Ande#v"mos s"ir %or "&i4 A L est nos es%er"ndo# e v"i!ic"r s"tis!eit2ssim"4 Por "&i# %or "&i4

    ;ogem do 0ardim, com as mos cheias de p!ssaros1ue se de$atem, atra"essando o salo em meio aolouco palpitar de asas a'ul&neas# *e1uem8se o Po e oA-.car, 1ue no apanharam p!ssaros# ;icando s(, aNoite e a ata caminham para o fundo e miramansiosamente o 0ardim#

    )OITE - Pe1"r"m?

    CATA - )*o' Est "li n"&ele r"io de l"' )*o%der"m "lc"n5"r# er" mito "lto'

    Cai o pano# Logo depois, / frente do pano descido,entram simultaneamente, / es1uerda a Lu', / direita2iltil, >itil e o Co, todos carregados de p!ssaros1ue aca$am de capturar#Estes, porm, 0! inertes, deca$e-a pendente e de asas partidas,so apenas

    despo0os inanimados em suas mos#

    LU - Ent*o# conse1ir"m %e1"r?TILTIL - Pe1"mos# sim' Q"ntos " 1ente &is'Mil,"res4 Est*o "&i' Vi? 6Olha os p!ssaros, e, aoapresent!8los / Lu', perce$e1ue morreram#7 Qe$isso# n*o vivem m"is? Qe !oi &e l,es !ier"m? Osses t"m0$m# Mitil? Os de TilG t"m0$m46Atira fora, com rai"a, os p!ssaros mortos#7 A,# n*o#$ t*o !eio4 Qem !oi &e m"to? Me sinto t*oin!eli4 '''

    *olu-a, escondendo a ca$e-a so$ o $ra-o#

    LU 6aperta8o nos $ra-os, maternalmente7 8)*oc,ore# me !il,o''' Voc n*o"%"n,o "&ele &e %odeviver em %leno di"' Ele !oi %"r" otro l1"r'itil e os outros de p, 0unto a uma colunafuner!ria#

    MITIL - Esto com medo4TILTIL 65astante intran1ilo7 8 E, n*o' )nc" tivemedo'MITIL - Me di1" m" cois"# os mortos s*o m"s?TILTIL - )*o' Pois se eles n*o vivem'

    Y

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    MITIL - Voc =vi "l1m?TILTIL - Vi m" ve# , mito tem%o# &"ndo e er"

    %e&eno'MITIL - 3omo $? 3onte'TILTIL - 3om%let"mente 0r"nco# mito sosse1"do#mito !rio# n*o !"l"' 'MITIL - A 1ente v"i ver "l1ns?TILTIL - 3l"ro' A L %romete'

    MITIL - Onde $ &e os mortos est*o?TILTIL J A&i# de0"io d" relv" o de0"io dess"s

    %edr"s 1r"ndes'MITIL - Est*o "&i o "no inteiro?TILTIL - Est*o'MITIL 6mostra as l!pides7- S*o "s %ort"s d"s c"s"sdeles?TILTIL - S*o'MITIL - S"em &"ndo o di" est 0onito?TILTIL - S9 %odem s"ir de noite'MITIL - Por &?TILTIL - Por&e est*o de c"misol"'MITIL - S"em t"m0$m &"ndo c,ove?

    TILTIL - Q"ndo c,ove# !ic"m em c"s"'MITIL - / 0onit" " c"s" deles?TILTIL - Diem &e $ mito "%ert"d"#MITIL - Tm !il,in,os?TILTIL - 3l"ro' Tm todos os &e morrer"m'MITIL - E de &e $ &e vivem?TILTIL - 3omem r"2es'MITIL - A 1ente v"i v-los# mesmo?TILTIL- 3l"ro' A 1ente v tdo# &"ndo vir" oDi"m"nte'MITIL - E &e $ &e v*o dier?TILTIL - )*o v*o dier n"d"' )*o !"l"m'MITIL - Por &e n*o !"l"m?TILTIL - Por&e n*o tm n"d" %"r" dier'MITIL - Por &e n*o tm n"d" %"r" dier?'TILTIL - )*o "mole4

    *il)ncio#

    MITIL - Q"ndo voc v"i vir"r o Di"m"nte?TILTIL - Voc s"0e mito 0em &e " L m"ndoes%er"r "t$ mei"-noite# %or&eent*o " 1enteincomod" menos'

    *oam as do'e pancadas da meia8 noite#

    MITIL - Qero ir em0or"4TILTIL - )*o $ ,or" disso' Vo vir"r o Di"m"nte'

    MITIL - )*o# n*o4 )*o !"5" isso4 Qero ir em0or"4Esto com t"nto medo# me irm*oin,ol Um medoterr2vel4TILTIL - Est n" ,or"' O tem%o v"i %"ss"ndo4

    2iltil "ira o Diamante# 2err&fico minuto de sil)ncio eimo$ilidade9 depois, lentamente, as cru'es oscilam, osmontinhosse entrea$rem, as l!pides se le"antam#

    >424L 6aconchega se ao peito de 2iltil7 8 Est*os"indo4 Est*o "24

    Ento, de todas as co"as escancaradas, so$egradualmenteuma flora-o a princ&pio mofina et&mida como "apor de !gua,depois $ranca e "irg&nea,cada "e' mais densa e mais alta,profusa emara"ilhosa, a in"adir irresisti"elmente, pouco a

    pouco, todas as coisas, transformando o Cemitrionuma espciede 0ardim nupcial e ferico, so$re o1ual no tardam a erguer8seos primeiros raios daaurora# Cintila o or"alho, flores desa$rocham, o"ento murmura nas falhas, a$elhas 'um$em, p!ssarosdespertam e inundam o espa-o com os primeiros)%tases de seus hinos ao sol e / "ida, Estupefatos,deslum$rados, 2iltil e >itil de mos dadas, ensaiam

    alguns passos entre as flores, procurando tra-os desepultura(

    MITIL 6procura na gramaB - Os mortos onde est*o?TILTIL6procura tam$m) -)*o eistemmortos'''

    PA)O

    OITA*O QUADRO

    F ;REN2E DA COR24NA, ?UE REPRE*EN2A5ELA PA4*AE> DE NU=EN*Entram 2iltil, >itil, a Lu', o Co, a Bgua, o Po, o

    ;ogo, o A-.car , a ata e o Leite#

    LU - Ac,o &e dest" "%"n,"mos o Pss"ro Al' Edevi" ter %ens"do nisso desde o come5o' Est"mos .

    %ort" do ="rdim enc"nt"do onde se "c,"m renid"stod"s "s Ale1ri"s e :elicid"des do

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    "ssst-l"s+ , mit"s :elicid"des medros"s# &e n*os*o !elies ''' Eis "2 dest" m"neir"# "s menos 0onit"s e"t$ "s m"is 1ord"s n*o %recis"m rece"r cois" "l1m"'

    A$re8se a cortina para o nono 1uadro#

    NONO QUADRONO +ARD4> DA* ;EL4C4DADE*

    Ao a$rir8se a cortina, des"endasse, no primeiro planodo 0ardim, uma espcie de sala formada por altascolunas de m!rmore, entre as 1uais, dissimulandotodo o fundo, se estendem pesadas cortinas dep.rpura, pendentes de cord

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    LU - A sen,or" "c,"?:ELI3IDADE CORDA 6apontando a Lu', $ai%o, a2iltil 7 8 Qem $ ess" don" m"l-edc"d"?

    Durante a con"ersa, uma chusma de felicidadesgordas de segunda categoria, cerca o Po, o A-.care o Co, arrastando8os para a orgia# De uma horapara outra, 2iltil os ") reunidos fraternalmente /

    mesa, comendo, $e$endo e agitam8se com frenesi#

    TILTIL - Ven," "&i# L4 Eles !or"m %"r" " mes"4LU - 3,"me-os# sen*o v"i "c"0"r m"l4TILTIL - TilG4 TilG4 A&i4 Ven," imedi"t"menteest ovindo? E voc# A56c"r e P*o# &em l,es delicen5" %"r" me dei"r? Qe !"em "2# sem"tori"5*o?

    P@O 6de $oca cheia7 8 Voc n*o %odi" !"l"r conoscom"is delic"d"mente?TILTIL - O &? / o P*o &e me tr"t" com ess" !"lt"de cerimGni"? Qe !oi &e voc vi? E voc# TilG# $

    "ssim &e o0edece? V"mos# ven," c e !i&e de=oel,os# ovi? De =oel,os4 De%ress"43O 6a meia "o', na e%tremidade da mesa7 8 E#&"ndo como# n*o esto %"r" nin1$m# e n*o esctocois" "l1m"'A3AR >>el&fluoB - Descl%em' )9s n*o %od2"mosdei"r "ssim ,os%edeiros t*o "mveis''' :ic"ri"mmelindr"dos':ELI3IDADE CORDA - Est*o vendo? Eles d*o oeem%lo' Ven,"m# est"mos . es%er" de vocs' )*o"dmitimos recs"' V"mos !"er m" doce violnci" '''Ei# :elicid"des# me "=dem4 V"mos lev-los " !or5"

    %"r" " mes"' Eles tm de ser !elies# mesmocontr" "vont"de4

    As ;elicidades ordas, entre gritos de alegria, e aospulos,arrastam as crian-as, 1ue se de$atem,en1uanto a Risada Espessa agarra "iolentamente aLUG pela cintura#

    LU - Vire o Di"m"nte# en&"nto $ tem%o4

    2iltil o$edece / Lu', e logo o palco se $anha declaridade inefa"elmente pura, di"inamente r(sea,harmoniosa e ligeira# Os pesados ornamentos doprimeiro plano e as espessas tape-arias "ermelhas sedesprendem e desaparecem, des"endando um

    fa$uloso e sua"e 0ardim de pa' ligeira e deserenidade, espcie de pal!cio de "erdura# A mesa daorgia desfa'8se sem dei%ar sinal9 os "eludos, $rocadose coroas das ;elicidades ordas, ao sopro luminoso1ue in"ade o palco, soerguem8 se, rasgam8se e caem,como as m!scaras hilariantes, aos ps dos con"i"asaturdidos# Estes se afinam a olhos "istos, como$e%igas furadas, piscando entre raios desconhecidos1ue os ofuscam# =endo8se enfim tais 1uais so em"erdade, isto , nus, horr&"eis, fl!cidos e lament!"eis,p

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    sem%re &e se de0r5"r . ="nel"' Eis "&i "ind" " 0o":elicid"de-d"s-,or"s-de-sol# &e $ cor de di"m"nte# e" Prim"ver"# cor de esmer"ld" m"lc"'TILTIL - Vocs s*o 0onit"s "ssim# todos os di"s?:ELI3IDADE - 3l"ro' Todo di" $ domin1o# em tod"s"s c"s"s# &"ndo " 1ente est de ol,os "0ertos' M"seis &e c,e1"m "s Cr"ndes "le1ri"s4

    Com efeito, altas e $elas figuras anglicas, luminosas,apro%imam8se lentamente,

    TILTIL - Qe 0onit"s4 Por &e n*o riem? S*oin!elies?LU - )*o $ &"ndo rimos &e somos m"is !elies'TILTIL - S"0e como se c,"m"m?:ELI3IDADE - )"tr"lmente' 8rinc"mos sem%re

    =nt"s' A&i est# %rimeiro# " !rente d"s otr"s# "Cr"nde Ale&ri"-de-ser-(sto # &e sorri c"d" ve &em" in=sti5" $ re%"r"d"# e so mito mo5"# "ind"n*o " vi sorrir' Atrs del"# ve=" " Ale1ri"-de-ser- 0om#&e $ " m"is !eli# %or$m " m"is triste' / mito di!2cil

    im%edir &e el" v %rocr"r "s In!elicid"des %"r"consol-l"s' A direit"# " Ale1ri"-do-tr"0"l,o-concl2do# "o l"do d" Ale1ri"-de-%ens"r'TILTIL - E "&el"# 0em lon1e# entre nvens de oro#&e mesmo e !ic"ndo n" %ont" dos %$s m"lconsi1over?:ELI3IDADE- / " 1r"nde Ale1ri"-de-"m"r' Por m"is&e se es!orce# voc "ind" $ mito %e&enino %"r" v-l" inteir"mente'TILTIL - E l "di"nte# 0em no !ndo# "&el"s &eest*o enco0ert"s e n*o se "%roim"m?:ELI3IDADE - S*o "s Ale1ri"s &e os es%"nt"doB - Por &e est*o c,or"ndo?6Repara nas outras Ale1rias#7 U$# vocs t"m0$m' Por&e $ &e todo mndo est com l1rim"s nos ol,os?LU - Silncio# me !il,o'

    PA)O

    QUINTO ATODCIO QUADRO

    NO RE4NO DO ;U2URO

    *alas imensas, no Pal!cio do A'ul, onde esperam ascrian-as 1ue "o nascer# 8 4nfinitas perspecti"as decolunas de safira, sustentando a$($adas de tur1uesa#2udo, desde a lu' e as la0es de l!pis8l!'uli at as

    K

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    pul"erul)ncias do fundo, onde se perdem os .ltimosarcos, at os menores o$0etos, de um a'ul irreal,intenso, ferico# *omente os capitis e os socos dascolunas, as cha"es de a$($adas e alguns $ancoscirculares so de m!rmore $ranco ou de ala$astro# Adireita, entre colunas, grandes portas opalinas, cu0asfolhas, ao findar a cena, sero fechadas pelo 2empo,e 1ue se a$rem so$re a =ida Atual e o cais do

    Amanhecer# Por toda parte, e encherharmoniosamente a sala, chusma de crian-astra0ando longas "estes a'uladas# Estas $rincam,a1uelas passeiam, outras con"ersam ou de"aneiam9muitas dormem, outras tantas tra$alham, entrecolunatas, nas in"en-itil,gritando todos ao mesmo tempo3 INo, no,"enha "era minha No, a minha mais $onita Aminha espantosa A minha toda de a-.car Adele n*o temnada demais Ele rou$ou aminhaidia(+

    UM ME)I)O-AUL - Est vendo "&ele menino "li?TILTIL - Q"l?ME)I)O - A&ele &e dorme %erto d" coln"TILTIL - E ent*o?ME)I)O - V"i lev"r " "le1ri" %r" . !"ce d" Terr"'TILTIL - 3omo?ME)I)O - Por meio de id$i"s &e nin1$m teve"ind"'TILTIL - E "&ele otro# "&ele 1ordin,o &e meteo dedo no n"ri# &e v"i !"er?ME)I)O - V"i encontr"r o !o1o %"r" "&ecer " Terr"#&"ndo o Sol es!ri"r'TILTIL - E "&eles dois de m*os d"d"s# &e vivem se

    0ei="ndo? Irm*o e irm*?ME)I)O - )*o# s*o en1r"5"d2ssimos' '' S*o os

    )"mor"dos'TILTIL - Qe $ isso?

    ME)I)O - )*o sei' O Tem%o $ &e di "ssim# %"r"c"5o"r deles' :ic"m o di" inteiro de ol,osmer1l,"dos nos ol,os# se 0ei="ndo# se diendo "des'UM ME)I)O 61ue aca$a de chegar, $ei0ando 2&ltil e>itil com efusoB - 8om di"4 Tdo 0em? Me d m0ei=o# v"mos' Voc t"m0$m# Mitil' )*o se es%"nte dee s"0er se nome# %ois vo ser se irm*o' Ac"0"r"mde me dier &e voc est"v" "&i' E est"v" "li noc"nto d" s"l"# em%"cot"ndo min,"s id$i"s' Di1" "M"m*e &e esto %ronto'TILTIL - 3omo? Voc &er ir l %"r" c"s"?ME)I)O - 3l"ro# vo c,e1"r no Domin1o de R"mos'A,# e di1" " P"%"i %"r" consert"r o 0er5o# %"r" n*o!ic"r de 6ltim" ,or"4

    Nesse momento, ele"a8se e espalha8se uma espcie de"i$ra-o prolongada, intensa e cristalina, 1ue parece

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    emanar das colunas e das portas de opala, $anhadaspor uma claridade mais "i"a#

    ;I;ILTIL - Qe $ isso?UM ME)I)O - / o Tem%o' V"i "0rir "s %ort"s'

    Logo se propaga um "asto re$uli-o na multido dos>eninos8A'uis# A maior parte larga suas m!1uinas e

    tra$alhos9 muitos 1ue dormiam, acordaram e outros"ol"em os olhospara as portas de opala, e delas seapro%imam#

    LU 6indo para perto de 2iltil7 8 =amos nos esconder"trs d"s coln"s' )*o conv$m &e o Tem%o nosdesc0r"'

    As grandes porta se a$rem e entra o 2empo, "elhoalto de $ar$a es"oa-ante, munido de foice eampulheta#

    TEMPO >no limi"rB- Os de ,or" m"rc"d" est*o

    %rontos?ME)I)OS-AUIS 6rompem a multido e correm detodos os lados7 8 Est"mos "&i4 Est"mos "&i4Est"mos "&i4 \TEMPO - Um " m4 Otr" ve "%"recem mitos"l$m dos c,"m"dos' Sem%re " mesm" cois"4 A mimn*o me en1"n"m' >Repele uma crian-aB )*o $ s"ve' Volte "m"n,*' Voc t"m0$m n*o v %"r" trs evolte d"&i " de "nos' M"is m$dicos? Eles = s*ot"ntos# n" Terr" # &e = est*o recl"m"ndo' Precis"mosde m ,omem de 0em# m s9# " T2tlo de :enGmeno'A!in"l# onde est este ,omem de 0em? / voc? 6 omenino di' sim com a ca$e-a7P"rece t*o !r"&in,o'''

    )*o v"i viver mito tem%o' E voc# &e tr"? )"d"?De m*os v"i"s? Ent*o n*o %ode %"ss"r' Pre%"re"l1m" cois"# m crime sens"cion"l# m" doen5"# se&iser''' P"r" mim t"nto !"''' m"s corr"m4 Rest"m"%en"s se1ndos4 A 0"rc" d" Aror" = i5o "svel"s %"r" mostr"r &e est es%er"ndo' Vocs v*oc,e1"r mito t"rde e n*o n"scer*o m"is# 6passa emre"ista as crian-as7!"lt" m' )*o "di"nt" se esconder#d"&i o ve=o n" mltid*o' A mim n*o en1"n"m'V"mos# voc "2# )"mor"do# di1" "des . s" %e&en"'

    As duas crian-as 1ue t)m o nome de Namorados,a$ra-adas ternamente, e com desespero nos olhos,dirigem8se ao 2empo e a0oelham8se a seus ps#

    ME)I)A - Se Tem%o# me deie se1ir com ele4ME)I)O - Se Tem%o# me deie !ic"r com el"4TEMPO - Im%oss2vel4 :"lt"m "%en"s KY se1ndos'ME)I)O - Pre!iro n*o n"scer'TEMPO -'A escol," n*o de%ende de vocs'ME)I)A - Se tem%o# vo c,e1"r t"rde dem"is'ME)I)O - )*o est"rei m"is l &"ndo el" n"scer4ME)I)A - )nc" m"is o verei4ME)I)O - V"mos !ic"r soin,os no mndo4TEMPO - )*o ten,o n"d" com isso' Recl"mem com "Vid"' E no e se%"ro como me m"nd"r"m 6segura omenino7 Ven,"'ME)I)O - )*o# n*o# n*o4 El" t"m0$m4ME)I)A - Solte4 Solte4TEMPO - Qe $ isso# n*o $ %"r" morrer# $ %"r" viver46arrasta o >enino7Ven," c4

    ME)I)A 6estende passionalmente os $ra-os para omenino, 1ue le"ado / for-a7 8 Um sin"l4 S9 msin"l4 Di1" como $ &e vo recon,ecer voc4ME)I)O -

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    Entram 2iltil, >itil, a Lu', o Po, o A-.car, o ;ogo eo Leite#

    LU - Voc n*o $ c"%" de "divin,"r onde est"mos'TILTIL - 3l"ro &e n*o, L ' )*o sei'LU - )*o recon,ece este mro e este %ort*oin,o?TILTIL - [ m mro vermel,o# com Port*oin,oVerde'

    LU - 3omo "s %esso"s s*o en1r"5"d"s no son,o4TILTIL - Qem est son,"ndo# e?LU - T"lve se=" e' ' ' Qem s"0e? / el"# sim# $ "c"s" 1ostos" de ses %"is'TILTIL 6apro%ima8se daporta7 8 M"m*e est "&i

    %erto? Qero entr"r de%ress"# %"r" 0ei="r M"m*e4LU - Um momento' Est*o dormindo " sono solto+n*o conv$m &e eles "cordem so0ress"lt"dos' 8em#esto m %oco triste# m"s $ ,or" de dei-los'TILTIL - )os dei"r?LU - /%reciso' )*o ten,o m"is n"d" " !"er "&i'Ac"0o o "no# " :"d" v"i volt"r e %edir o Pss"roAl'

    TILTIL - M"s e n*o ten,o o Pss"ro Al4 A :"d"v"i se "n1"r? Qe $ &e el" v"i dier?LU- :iemos o %oss2vel' P"rece &e o Pss"ro Aln*o eiste# o ent*o md" de cor &"ndo entr" n"1"iol"'TILTIL - E " 1"iol"# onde est?PO - A&i# sen,or' 8em# em nome de todos# e comemo5*o contid" m"s sincer" e %ro!nd"# e medes%e5o de d"s cri"n5"s %redestin"d"s# c=" "lt"miss*o termin" ,o=e' Ao dier-l,es "des com tod" "emo5*o# tod" " ternr" &e " m6t" estim"'''TILTIL - 3omo? Est diendo "des? Ent*o voct"m0$m v"i nos dei"r?PO - Ai de mim4 / %reciso' '' Vo dei-los# $verd"de# m"s " se%"r"5*o ser "%en"s "%"rente'Vocs n*o me ovir*o m"is !"l"r':OCO - )*o se %erde mito com isso'HCUA - Silncio4P@O 6muito digno7 8Isso n*o me "tin1e' E# o m"isvel,o "mi1o do ,omem# est"rei sem%re l# n" "rc"# n"

    %r"teleir"# n" mes"# "o l"do d" so%"'LU - V"mos# os mintos correm# est &"se n" ,or"&e nos !"r volt"r "o silncio' 8ei=em de%ress" "scri"n5"s':OCO6precipita8se7 8 Primeiro e# %rimeiro e465ei0a "iolentamente os meninos'B Ades# Tiltil# Mitil4Lem0rem-se de mim se "l1m di" %recis"rem de

    "l1$m %"r" toc"r !o1o em' "l1m" %"rte'MITIL - Ai4 Ai4 Est me &eim"ndo4TILTIL - Ai4 Ai4 Torro me n"ri4LU - Qe $ isso# :o1o? Modere s"s e!s7es' Vocn*o est lid"ndo com " l"reir"'HCUA - Idiot"4PO - M"l edc"do4HCUA6apro%ima8se das crian-as7 8 Vo 0ei="r vocssem l,es !"er m"l# mes !il,os' Tern"mente':OCO - 3id"do# &e el" mol,"4HCUA - So doce e "moros"' So 0o" %"r" "scri"tr"s ,m"n"s'A3AR >n"tr"lmente hip(crita e dul-oroso7 8 Seso0r"r m l1"rin,o n" lem0r"n5"# recordem-se de&e .s vees min," %resen5" !oi doce %"r" vocs'''

    )*o %osso dier m"is n"d"' As l1rim"s s*o

    contrri"s "o me tem%er"mento# e me !"em 0"st"ntem"l &"ndo mol,"m mes %$s'PO - (es2t"4:OCO 6em falsete7 8 Pirlitos4 8"l"s4 3"r"melos4TILTIL - A!in"l# %"r" onde !or"m Tilete e TilG? Qeest*o !"endo?

    No mesmo instante, ou"em8 se gritos agudos, da ata

    MITIL 6alarmada7 8 Tilete est c,or"ndo4 :oim"ltr"t"d"4

    A ata entra correndo, eri-ada, despenteada, "estesrtas, de len-o no focinho, como se esti"esse com dorde dente# *olta miados furiosos, perseguida de pertopelo Co, 1ue a enche de ca$e-adas, socos epontaps#

    3O 6$ate lia ata7 8 Tome4 A%"n,o 0"st"nte?Qer m"is? Tomei Tome4LU# TILTIL e MITIL 6correm a separ!8los7 8 Est

    m"lco# TilG? Or" ess"# %"re com isso4 V"mos"c"0"r com isso4 Onde = se vi? Es%ere# Es%ere4

    *o separados / for-a#

    LU - Qe $ isso? Qe "contece?CATA 6lamurienta, en%ugando os olhos7 8 :oi ele#Don" L ''' Me in=rio# 0oto %re1os n" min,"so%"# me %o %elo r"0o# me moe de %"nc"d"' E en*o tin," !eito n"d"# "0solt"mente n"d"# n"d"4C@O 6imita8a7 8)"d"# n"d"# "0solt"mente n"d"4 >meia "o', 'om$eteiro'B T"nto !"# voc = levo m"

    0o" e lev"r m"is "ind"'MITIL 6apertando a ata nos $ra-os7 8 Po0rein," d"Tilete# me conte onde $ &e est o dod9i'''LU 6ao Co, se"eramente7 8 S" condt" $ t"ntom"is indi1n" &"nto voc escol,e %"r" nos d"r essetriste es%etclo no momento em &e v"mos nosse%"r"r desses 1"rotos'C@O 6"olta su$itamente a si7 8 Nos se%"r"r dos1"rotos? 6atira8se /s crian-as, enchendo8as decar&cias "iolentas etumultuosas7)*o# n*o4 )*o&ero4 )*o &ero4

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    DECIO SEGUNDO QUADRO

    DESPERTAR

    >esmo interior do primeiro 1uadro, porm tudo,paredes e atmosfera, se diria incompar!"el efericamcnte mais fresco, mais risonho, mais feli'# Alu' do dia filtra8se, 0o"ial, pelas frestas das 0anelas

    fechadas#

    A direita, ao fundo do 1uarto, em suas caminhas,2iltil e >itil dormem profundamente# 8 A ata, o Coeos O$0etos esto nos lugares 1ueocupa"am noPrimeiro 1uadro, antesde chegar a:"d" 8 Entra>ame2il,

    MAME TIL 6com alegre fingimento de 'anga, na"o'7 8 V"mos# de %$# ses %e&enos %re1i5osos4 )*otm ver1on,"? ( de oito ,or"s# o sol est em cim"d" !lorest"l 3omo dormem# s"nto Des# comodormem4 64nclina8se e $ei0a as crian-as' 6*acode

    sua"emente 2iltil#7 V"mos# v"mos# Tiltil'TILTIL 6acordando7 8 O &? Onde est " L?)*o# n*o v em0or"'''

    MAME TIL - A L? U$# est "2# n*o $ de ,o=e' Acl"rid"de $ t"nt" &e %"rece meio-di"'TILTIL 6esfrega os olhos7 8 M"m*e# m"m*e4 / voc?E vi"=ei com Mitil# " :"d"# " L ''' como " L $

    0o"4MAME TIL - Qe ,ist9ri" $ ess" &e voc estcont"ndo? Ve=o &e est doente# o sen*o# "ind" n*o"cordo direito' >D!8lhe uma palmada amistosa7V"mos# "corde' A1or" est mel,or?TILTIL - Posso 1"r"ntir' M"m*e' Voc $ &e "ind"est dormindo' Per1nte " Mitil se n*o $ verd"de#P"# &e "ventr"s n9s vivemos4 El" est"v" comi1o'Vimos vov9 e vov9' Eles est*o mortos# m"s %"ss"m

    0em' Vov9 !e %"r" n9s m" tort" de "mei"s mito1ostos"' Vimos nossos irm*oin,osMITIL - Vimos voc t"m0$m# ontem . noite'MAMETIL -Ontem . noite? )*o , n"d" dem"is!i e &e deitei voc n" c"m"';I;ILTIL - )*o# n*o# !oi no ("rdim d"s :elicidides'Voc er" mito m"is 0onit"# m"s est"v" %"recid"' 'MAME TIL 6enternecida, porm muito preocupada78 Me Des# &e $ &e eles tm?4 Vo %erd-los#como %erdi os otros4 6rita, su$itamente

    aterrori'ada#7 P"%"i Til4 P"%"i Till Ven," c4 Osmeninos est*o doentes4

    Entra Papai 2il, muito calmo, de machado na mo#

    PAPAI TIL - Qe ,?'TILTIL e MITIL 6correm alegremente para $ei0ar opai7 8 P"%"i4 / P"%"i4 8om di"# P"%"i4 Tr"0"l,omito dr"nte o "no?PAPAI TIL -

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    TILTIL 6"ai / 0anela7 8 3omo " 1ente $ !eli "&i46=ai a$rir a arca#7 Onde est o P*o? U$# est*o 0emsosse1"dos' E esse "&i $ TilG' 8om di"# TilG# 0omdi"4MITIL - E Tilete? El" me recon,ece %er!eit"mente#m"s n*o !"l" m"is'TILTIL - Se P*o' ## 6Apalpa a ca$e-a#7 A,4 o:o1o4 Ele $ c"m"r"d"4 Est cre%it"ndo# rindo# %"r"

    irrit"r " H1"' 6Corre/ torneira#7 8 E " H1"? 8omdi"# H1"4 Qe $ &e di? 3ontin" !"l"ndo# e $&e n*o com%reendo m"is como "ntes'MITIL - )*o esto vendo o A56c"r'TILTIL - Ai# me Des# me sinto t*o !eli4 Mito4Dem"is4MITIL - E t"m0$m# e t"m0$m4MAME TIL - Por &e est*o rod"ndo "ssim?'PAPAI TIL - Deie# n*o se %reoc%e' 5rincam de ser!elies'TILTIL - E %or mim# 1ost"v" m"is er" d" L' Ondeest o l"m%i*o del"? 6Olha ainda em redor7 MeDes# tdo $ t*o 0onito# e esto t*o s"tis!eito da "ida

    5atem / porta da rua#

    PAPAI TIL - Entre4

    Entra a =i'inha, dando a mo a uma menina de$ele'a mara"ilhosamente loura, 1ue segura o p!ssarode 2ilt&l#

    VII)