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ESMEG 2012 DIREITO PENAL Prof. Marcelo André de Azevedo

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ESMEG 2012

DIREITO PENAL

Prof. Marcelo André de Azevedo

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   PARTE I TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL

CAPÍTULO I

FUNÇÕES DO DIREITO PENAL

MARCELO ANDRÉ

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FUNÇÕES * proteção de bem jurídico

- teoria da proteção do bem jurídico (crime é uma lesão ao BJ)

* assegurar a vigência da norma (Jakobs) - teoria da proteção das normas (crime é uma lesão à VN)

* evitar a vingança privada * garantir os direitos fundamentais Obs.: função simbólica função promocional

FUNÇÕES DO DIREITO PENAL MARCELO ANDRÉ

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    CAPÍTULO II

PRINCÍPIOS PENAIS

MARCELO ANDRÉ

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PRINCÍPIOS DA

FRAGMENTARIEDADE E

SUBSIDIARIEDADE

PRINCÍPIOS

MARCELO ANDRÉ

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

STF.: “De acordo com o artigo 20 da Lei n. 10.522/02, na redação dada pela Lei n. 11.033/04, os autos das execuções fiscais de débitos inferiores a dez mil reais serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, em ato administrativo vinculado, regido pelo princípio da legalidade. O montante de impostos supostamente devido pelo paciente é inferior ao mínimo legalmente estabelecido para a execução fiscal, não constando da denúncia a referência a outros débitos em seu desfavor, em possível continuidade delitiva. Ausência, na hipótese, de justa causa para a ação penal, pois uma conduta administrativamente irrelevante não pode ter relevância criminal. Princípios da subsidiariedade, da fragmentariedade, da necessidade e da intervenção mínima que regem o Direito Penal.” (HC 92.438/ HC 97.096/HC 96.661/RHC 96.545/HC 96.976)

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

STJ: O julgamento do HC 92.438/PR, trouxe novo entendimento do STF, especificamente de sua Segunda Turma, ao determinar o trancamento de ação penal pela suposta prática do crime de descaminho (CP, art.334), cujo tributo iludido totalizou R$ 5.118,60 (cinco mil cento e dezoito reais e sessenta centavos). O fundamento da concessão da ordem foi o entendimento segundo o qual é inadmissível que uma conduta seja irrelevante no âmbito administrativo e não o seja para o Direito Penal, em observância ao Princípio da Subsidiariedade. (AgRg no HC 109.494/PR, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), SEXTA TURMA, julgado em 14/10/2008, DJe 28/10/2008)

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(Defensor Público/SP – 2010 – FCC) O postulado da fragmentariedade em matéria penal relativiza (A) a função de proteção dos bens jurídicos atribuída à lei

penal. (B) o caráter estritamente pessoal que decorre da norma penal. (C) a proporcionalidade entre o fato praticado e a

consequência jurídica. (D) a dignidade humana como limite material à atividade

punitiva do Estado. (E) o concurso entre causas de aumento e diminuição de

penas •  Gabarito: A

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(Defensor  Público/SP  –  2009  –  FCC)  Assinale  a  alterna+va  correta.  (A)  Compete  ao  direito  penal  atender  os  anseios  sociais  de  punição  

para  pacificar  conflitos.  (B)  O  recurso  à  pena  no  direito  penal  garan+sta  está  condicionado  ao  

princípio  da  máxima  intervenção,  máximas  garan+as.  (C)  Cabe  ao  direito  penal  limitar  a  violência  da  intervenção  puniCva  

do  Estado.  (D)  O  discurso  jurídico-­‐penal  de  jus+ficação  deve  se  pautar  na  ampla  

possibilidade  de  solução  dos  conflitos  pelo  direito  penal.  (E)  A  legi+mação  da  intervenção  penal  se  deve,  também,  à  

sele+vidade  do  sistema  penal.    •  Gabarito:  C  

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(Magistratura – MS – 2010 – FCC) O princípio de intervenção mínima do Direito Penal encontra expressão (A) no princípio da fragmentariedade e na proposta

funcionalista. (B) na teoria da imputação objetiva e no princípio da

subsidiariedade. (C) no princípio da subsidiariedade e na proposta funcionalista. (D) nos princípios da fragmentariedade e da

subsidiariedade. (E) na teoria da imputação objetiva e no princípio da

fragmentariedade. •  Gabarito: D

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(Promotor de Justiça/GO – 2010)

(V) O princípio da intervenção mínima estabelece que o direito penal só deve atuar na defesa dos bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica dos homens.

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(Promotor/CE – 2009 – FCC) Em decorrência de garantias formalizadas ou não na Constituição Federal, o Direito Penal (A) é regido pelos princípios da fragmentariedade e da subsidiariedade, não se submetendo à regra de taxatividade. (B) admite responsabilidade que não seja pessoal. (C) não está submetido ao princípio da intervenção mínima. (D) constitui instrumento de controle social regido pela característica da fragmentariedade. (E) deve obedecer ao princípio da proporcionalidade da pena, sem atentar, porém, para a perspectiva da subsidiariedade.

•  Gabarito: D

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

 (Magistratura/MG – 2009 - adaptada)

 (F) Em razão do caráter fragmentário do Direito Penal, este deverá ser preferencialmente observado para a solução de conflitos, devendo abranger a tutela do maior número de bens jurídicos possível.

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(Defensor Público/SP – 2006 – FCC) Considere as afirmações: (V) No Estado democrático de direito é dada especial relevância

à noção de que o direito penal tem como missão a proteção de bens jurídicos e se considera que o conceito de bem jurídico tem por função legitimar e delimitar o poder punitivo estatal.

(F) O poder legiferante penal independe dos bens jurídicos postos na Constituição Federal para determinar quais serão os bens tutelados.

(V) Só se legitima a intervenção penal nos casos em que a conduta possa colocar em grave risco ou lesionar bem jurídico relevante.

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(V) O princípio da fragmentariedade preconiza que somente os bens jurídicos mais relevantes merecem tutela penal, bem como apenas os ataques mais intoleráveis a estes merecem disciplina penal.

(V) Pelo princípio da fragmentariedade, a proteção penal limita-se aos bens jurídicos relevantes.

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PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE

(F) O princípio da subsidiariedade prescreve que a intervenção penal não tem legitimidade quando outros ramos do Direito não oferecem solução satisfatória aos conflitos.

(V) O legislador penal, em atenção ao princípio da intervenção mínima, deverá evitar a criminalização de condutas que possam ser contidas satisfatoriamente por outros meios de controle, formais ou informais, menos onerosos ao indivíduo.

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PRINCÍPIO DA

OFENSIVIDADE

PRINCÍPIOS

MARCELO ANDRÉ

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BEM JURÍDICO (liberdade do

criminoso)

BEM  JURÍDICO    (merecedor  de  tutela  penal)  

Direito fundamental ?

OFENSIVIDADE MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

DECORRÊNCIA    

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

proibição  da  incriminação  de  uma  conduta  que  não  exceda  o  âmbito  do  próprio  autor  

proibição  da  incriminação  de  simples  estados  ou  condições  existenciais  

proibição  da  incriminação  de  condutas  desviadas  que  não  afetem  qualquer  bem  jurídico  

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

Obs.: não se pune a cogitação nem os atos preparatórios inofensivos.

MARCELO ANDRÉ

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

1.  Proibição  da  incriminação  de  uma  aCtude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  

homens  

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OFENSIVIDADE

MARCELO ANDRÉ

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

 2.  Proibição  da  incriminação  de  uma  conduta  que  não    exceda  o  âmbito  do  próprio  autor  

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão de (...)

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção de (...)

Art.xx Saltar de pára-quedas, gerando perigo à sua própria vida. Pena – detenção de (...)

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OFENSIVIDADE

MARCELO ANDRÉ

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

2.  Proibição  da  incriminação  de  uma  conduta  que  não  exceda  o  âmbito  do  próprio  autor  

Art.  28  (Lei  11.343-­‐06).    Quem  adquirir,  guardar,  Cver  em  depósito,  transportar  ou  trouxer  consigo,  para  consumo  pessoal,  drogas  sem  autorização  ou  em  desacordo  com  determinação  legal  ou  regulamentar  será  submeCdo  às  seguintes  penas:  

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OFENSIVIDADE MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

TJSP (2008): Decididamente, "no direito penal de viés libertário, orientado pela ideologia iluminista, ficam vedadas as punições dirigidas à autolesão (...): o direito penal se presta, exclusivamente, à tutela de lesão a bens jurídicos de terceiros. Prever como delitos fatos dirigidos contra a própria pessoa é resquício de sistemas punitivos pré-modernos. O sistema penal moderno, garantista e democrático, não admite crime sem vítima. A lei não pode punir aquele que contra a própria saúde ou contra a própria vida - bem jurídico maior - atenta: fatos sem lesividade a outrem, punição desproporcional e irracional". ...

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

(...) Como ensina Maria Lúcia Karan, "a simples posse de drogas para uso pessoal, ou seu consumo em circunstâncias que não envolvam perigo concreto para terceiros, são condutas que, situando-se na esfera individual, se inserem no campo da intimidade e da vida privada, em cujo âmbito é vedado ao Estado - e, portanto, ao Direito - penetrar. Assim, como não se pode criminalizar e punir, como, de fato, não se pune, a tentativa de suicídio e a autolesão; não se podem criminalizar e punir condutas, que podem encerrar, no máximo, um simples perigo de autolesão"

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

Art. Entregar-se alguém, que seja pobre, à vida

tranquila, passando a andar pelas ruas e praças sem causar qualquer perturbação a outrem.

MARCELO ANDRÉ

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

 3.  Proibição  da  incriminação  de  simples  estados  ou  

condições  existenciais    

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OFENSIVIDADE

Art. 59, LCP (Vadiagem).

Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou ... Pena - prisão simples, de 15 dias a 3 meses.

MARCELO ANDRÉ

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

 3.  Proibição  da  incriminação  de  simples  estados  ou  

condições  existenciais    

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OFENSIVIDADE

Art. xx. Tatuar o próprio corpo. Pena:

MARCELO ANDRÉ

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

 4.  Proibição  da  incriminação  de  condutas  desviadas  que  

não  afetem  qualquer  bem  jurídico      

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OFENSIVIDADE

Art. Masturbar-se mais de 10 vezes ao dia Pena:

MARCELO ANDRÉ

proibição  da  incriminação  de  uma  a0tude  interna,  como  as  ideias,  convicções,  aspirações  e  desejos  dos  homens  

 4.  Proibição  da  incriminação  de  condutas  desviadas  que  

não  afetem  qualquer  bem  jurídico      

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OFENSIVIDADE

1) P. da ofensividade em relação ao Legislador - Limites para a elaboração da lei - Crimes de perigo concreto e abstrato 2) P. da ofensividade em relação ao Juiz - Interpretação restritiva do tipo - Tipicidade material

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

•  PRINCÍPIO  DA  OFENSIVIDADE  (DIMENSÃO  INTERPRETATIVA):      

EXEMPLO  01:    

 Lei  8.137/90,  Art.  7°  Cons0tui  crime  contra  as  relações  de  consumo:    IX  -­‐  vender,  ter  em  depósito  para  vender  ou  expor  à  venda  ou,  de  qualquer  forma,  entregar  matéria-­‐prima  ou  mercadoria,  em  condições  impróprias  ao  consumo.  Pena  -­‐  detenção,  de  2  (dois)  a  5  (cinco)  anos,  ou  multa.  

 

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

•  PRINCÍPIO  DA  OFENSIVIDADE  (DIMENSÃO  INTERPRETATIVA):      

EXEMPLO  01:      

 CDC,  Art.  18,  §  6°  São  impróprios  ao  uso  e  consumo:                  I  -­‐  os  produtos  cujos  prazos  de  validade  estejam  vencidos;                  II  -­‐  os  produtos  deteriorados,  alterados,  adulterados,  

avariados,  falsificados,  corrompidos,  fraudados,  nocivos  à  vida  ou  à  saúde,  perigosos  ou,  ainda,  aqueles  em  desacordo  com  as  normas  regulamentares  de  fabricação,  distribuição  ou  apresentação;  

               III  -­‐  os  produtos  que,  por  qualquer  moLvo,  se  revelem  inadequados  ao  fim  a  que  se  desLnam.  

 

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

•  PRINCÍPIO  DA  OFENSIVIDADE  (DIMENSÃO  INTERPRETATIVA):      

EXEMPLO  02:    ESTATUTO  DO  DESARMANENTO    

 PORTE  DE  ARMA  SEM  MUNIÇÃO        

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OFENSIVIDADE

STF  (2ª  TURMA)  •  EMENTA:  AÇÃO  PENAL.  Crime.  Arma  de  fogo.  Porte  ilegal.  Arma  

desmuniciada,  sem  disponibilidade  imediata  de  munição.  Fato  aXpico.  Falta  de  ofensividade.  A+picidade  reconhecida.  Absolvição.  HC  concedido  para  esse  fim.  Inteligência  do  art.  10  da  Lei  n°  9.437/97.  Voto  vencido.  Porte  ilegal  de  arma  de  fogo  desmuniciada,  sem  que  o  portador  tenha  disponibilidade  imediata  de  munição,  não  configura  o  +po  previsto  no  art.  10  da  Lei  n°  9.437/97.  

•  (HC  99449,  Relator(a):    Min.  ELLEN  GRACIE,  Relator(a)  p/  Acórdão:    Min.  CEZAR  PELUSO,  Segunda  Turma,  julgado  em  25/08/2009)    

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE •  STJ  (6ª  TURMA)  •  1.  Como  bem  observado  pelo  Ministro  Sepúlveda  Pertence,  no  RHC  nº  

81.057-­‐8/SP,  "para  a  teoria  moderna  -­‐  que  dá  realce  primacial  aos  princípios  da  necessidade  da  incriminação  e  da  lesividade  do  fato  criminoso  -­‐  o  cuidar-­‐se  de  crime  de  mera  conduta  -­‐  no  sen+do  de  não  se  exigir  à  sua  configuração  um  resultado  material  exterior  à  ação  -­‐  não  implica  admi+r  sua  existência  independentemente  de  lesão  efe+va  ou  potencial  ao  bem  jurídico  tutelado  pela  incriminação  da  hipótese  de  fato."  2.  De  feito,  o  simples  portar  arma,  sem  que  se  tenha  acesso  à  munição,  não  apresenta  sequer  perigo  de  lesão  ao  bem  jurídico  tutelado  pela  norma  incriminadora,  no  caso,  a  segurança  pública,  devendo  ser  reconhecida  a  aCpicidade  material  da  conduta,  observando-­‐se,  sempre,  o  caráter  fragmentário  do  direito  penal.  

•  (HC  140.061/ES,  Rel.  Ministro  CELSO  LIMONGI  (DESEMBARGADOR  CONVOCADO  DO  TJ/SP),  SEXTA  TURMA,  julgado  em  25/05/2010,  DJe  21/06/2010)  

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE •  STF  (1ª  TURMA)  •  ARMA  –  PORTE  –  ESTADO  FÍSICO.  Diante  da  circunstância  de  perícia  

realizada  nas  armas  haver  concluído  pela  possibilidade  de  uso,  de  feitura  de  disparo,  descabe  cogitar  de  a+picidade  da  conduta  no  que  sustentado  que  seriam  armas  históricas.  PORTE  DE  ARMA  –  AUSÊNCIA  DE  MUNIÇÃO  –  CRIME  –  CONFIGURAÇÃO.  O  fato  de  a  arma  estar  desprovida  de  munição  não  implica  a  descaracterização  do  crime  de  porte.  ERRO  SOBRE  A  ILICITUDE  DO  FATO.  Ante  depoimento  de  testemunha  no  sen+do  de  que  fora  contatada  pelo  acusado  visando  viabilizar  o  registro  das  armas,  inadequada  surge  a  ar+culação  quanto  a  erro  sobre  a  ilicitude  do  fato,  isso  considerado  o  porte.  (HC  96650  segundo  julgamento,  Relator(a):    Min.  MARCO  AURÉLIO,  Primeira  Turma,  julgado  em  22/11/2011,  ACÓRDÃO  ELETRÔNICO  DJe-­‐025  DIVULG  03-­‐02-­‐2012  PUBLIC  06-­‐02-­‐2012)    

 

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE •  STJ  (5ª  TURMA)  •  3.  O  crime  previsto  no  art.  14,  caput,  da  Lei  n.º  10.826/2003  é  um  +po  penal  

alterna+vo  que  prevê  treze  condutas  diferentes,  de  mera  conduta  e  de  perigo  abstrato,  não  exigindo,  assim,  a  ocorrência  de  nenhum  resultado  naturalís+co  para  a  sua  consumação.  

•  4.  Ora,  o  legislador  ordinário,  o  criminalizar  os  núcleos  portar,  deter,  adquirir,  fornecer,  receber,  ter  em  depósito,  transportar,  ceder,  ainda  que  gratuitamente,  emprestar,  remeter,  empregar,  manter  sob  guarda  ou  ocultar  arma  de  fogo,  acessório  ou  munição,  de  uso  permi+do,  sem  autorização  e  em  desacordo  com  determinação  legal  ou  regulamentar,  preocupou-­‐se,  essencialmente,  com  o  risco  que  tais  condutas,  à  deriva  do  controle  estatal,  representam  para  bens  jurídicos  fundamentais,  tais  como  a  vida,  o  patrimônio,  a  integridade  zsica,  entre  outros.  Assim,  antecipando  a  tutela  penal,  pune-­‐se  essas  condutas  antes  mesmo  que  representem  qualquer  lesão  ou  perigo  concreto.  

•  (HC  186.594/SP,  QUINTA  TURMA,  julgado  em  15/12/2011,  DJe  01/02/2012)  •     

MARCELO ANDRÉ

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OFENSIVIDADE

•  PRINCÍPIO  DA  OFENSIVIDADE  (DIMENSÃO  INTERPRETATIVA):      

EXEMPLO  02:    ESTATUTO  DO  DESARMANENTO    

 PORTE  DE  ARMA  COM  NUMERAÇÃO  RASPADA  (ART.16,  P.U,  IV)  

   -­‐CRIME:  STF  (PLENO):  (RHC  89889,  julg.  14/02/2008)    

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OFENSIVIDADE

•  PRINCÍPIO  DA  OFENSIVIDADE  (DIMENSÃO  INTERPRETATIVA):      

EXEMPLO  02:    ESTATUTO  DO  DESARMANENTO    

 PORTE  DE  MUNIÇÃO        -­‐  STF  (2ª  TURMA):  TIPICIDADE  (2  votos)  x  ACpicidade  

 (1  voto:  Peluzo).  HC  90075/SC,  rel.Min.  Eros  Grau,    20.4.2010.    EM  ANDAMENTO  

   -­‐  STF  (1ª  T)  –  ATIPICIDADE,  MAS  FOI  CASUÍSTICO    (“RECORDAÇÃO”):  (HC  96532,  Relator(a):    Min.    RICARDO  LEWANDOWSKI,  Primeira  Turma,  julgado  em    06/10/2009).  

   

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OFENSIVIDADE

TJGO  (1ª  C):  I-­‐  O  crime  de  porte  de  arma  de  fogo  é  de  perigo  abstrato,  sendo  a  ofensividade  da  conduta  ao  bem  jurídico,  apenas  presumida,  portanto,  o  simples  fato  de  portar  arma  de  fogo  de  uso  permiCdo  sem  autorização  e  em  desacordo  com  determinação  legal  ou  regulamentar,  configura  o  delito  descrito  no  arCgo  14  da  Lei  10.826/03.    

•  (TJGO,  APELACAO  CRIMINAL  29809-­‐79.2009.8.09.0006,  Rel.  DR(A).  EUDELCIO  MACHADO  FAGUNDES,  1A  CAMARA  CRIMINAL,  julgado  em  29/09/2011,  DJe  958  de  12/12/2011)  

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OFENSIVIDADE

TJGO  (1ª  C):  Portar  munição  de  arma  de  fogo  desprovido  de  instrumento  detonador,  não  produz  qualquer  efeito  que  caracterize  perigo  público  iminente,  eis  que  ausente  ofensividade  ao  bem  jurídico  tutelado.      (TJGO,  APELACAO  CRIMINAL  424560-­‐32.2009.8.09.0152,  Rel.  DES.  AMELIA  MARTINS  DE  ARAUJO,  1A  CAMARA  CRIMINAL,  julgado  em  11/04/2011,  DJe  811  de  04/05/2011)  

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OFENSIVIDADE

•  PRINCÍPIO  DA  OFENSIVIDADE  (DIMENSÃO  INTERPRETATIVA):      

EXEMPLO  03:    ART.  273  DO  CP        

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OFENSIVIDADE

(Delegado  de  Polícia/RJ  –  2009  -­‐  adaptada)     (V) No direito penal democrático só se punem

fatos. Ninguém pode ser punido pelo que é, mas apenas pelo que faz. (V) Por força do princípio da lesividade não se pode conceber a existência de qualquer crime sem ofensa ao bem jurídico protegido pela norma penal. (V) O princípio da lesividade (ou ofensividade) proíbe a incriminação de uma atitude interna.

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OFENSIVIDADE

(V) Como decorrência do princípio da ofensividade ou lesividade, não devem ser incriminados meros estados existenciais do indivíduo, inaptos a atingirem bens jurídicos alheios.

(V) De acordo com parte da doutrina, o tipo pena l re la t i vo ao uso de subs tânc ia entorpecente viola apenas a saúde individual e não, a pública, em oposição ao que recomenda o princípio da lesividade. (CESPE)

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OFENSIVIDADE

(V) Uma das vertentes do princípio da lesividade tem por objetivo impedir a aplicação do direito penal do autor, isto é, impedir que o agente seja punido pelo que é, e não pela conduta que praticou. (CESPE)

(V) Com base no princípio da lesividade, o suicídio não é uma figura típica no Brasil. (CESPE)

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OFENSIVIDADE

•  (Promotor  de  JusCça/SP  -­‐  2010)  •  Qual  é  a  relação  entre  os  conceitos  de  +picidade  formal  e  material  e  o  princípio  da  lesividade?  

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PRINCÍPIO DA

INSIGNIFICÂNCIA

PRINCÍPIOS

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CRIME

1. Imputabilidade 2. Potencial consciência da ilicitude do fato 3. Exigibilidade de conduta diversa

CULPABILIDADE

1. Conduta 2. Resultado 3. Nexo causal 4.  Tipicidade

Formal

Material

FATO TÍPICO

Contrariedade do FATO com o ordenamento jurídico

ILICITUDE

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CRIME

1. Imputabilidade 2. Potencial consciência da ilicitude do fato 3. Exigibilidade de conduta diversa

CULPABILIDADE

1. Conduta 2. Resultado 3. Nexo causal 4.  Tipicidade

Formal

Material

FATO TÍPICO

Contrariedade do FATO com o ordenamento jurídico

ILICITUDE

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CRIME

1. Imputabilidade 2. Potencial consciência da ilicitude do fato 3. Exigibilidade de conduta diversa

CULPABILIDADE

1. Conduta 2. Resultado 3. Nexo causal 4.  Tipicidade

Formal

Material

FATO TÍPICO

Contrariedade do FATO com o ordenamento jurídico

ILICITUDE

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CRIME

1. Imputabilidade 2. Potencial consciência da ilicitude do fato 3. Exigibilidade de conduta diversa

CULPABILIDADE

1. Conduta 2. Resultado 3. Nexo causal 4.  Tipicidade

Formal

Material

FATO TÍPICO

Contrariedade do FATO com o ordenamento jurídico

ILICITUDE

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CRIME

1. Imputabilidade 2. Potencial consciência da ilicitude do fato 3. Exigibilidade de conduta diversa

CULPABILIDADE

1. Conduta 2. Resultado 3. Nexo causal 4.  Tipicidade

Formal

Material

FATO TÍPICO

Contrariedade do FATO com o ordenamento jurídico

ILICITUDE

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Critérios (STF): •  a)  mínima  ofensividade  da  conduta  do  agente;  •  b)  nenhuma  periculosidade  social  da  ação;  •  c)  reduzidíssimo  grau  de  reprovabilidade  do  comportamento;  

•  d)  inexpressividade  da  lesão  jurídica  provocada.  

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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ANTECEDENTES: STF: (...)3. O grande número de anotações criminais na folha de antecedentes do Paciente e a notícia de que ele teria praticado novos furtos, após ter-lhe sido concedida liberdade provisória nos autos da imputação ora analisados, evidenciam comportamento reprovável. 4. O criminoso contumaz, mesmo que pratique crimes de pequena monta, não pode ser tratado pelo sistema penal como se tivesse praticado condutas irrelevantes, pois crimes considerados ínfimos, quando analisados isoladamente, mas relevantes quando em conjunto, seriam transformados pelo infrator em verdadeiro meio de vida.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(...) 5. O princípio da insignificância não pode ser acolhido para resguardar e legitimar constantes condutas desvirtuadas, mas para impedir que desvios de conduta ínfimos, isolados, sejam sancionados pelo direito penal, fazendo-se justiça no caso concreto. Comportamentos contrários à lei penal, mesmo que insignificantes, quando constantes, devido a sua reprovabilidade, perdem a característica da bagatela e devem se submeter ao direito penal. 6. Ordem denegada. (HC 102088, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 06/04/2010)

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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TJGO (1ª C): I - O princípio da insignificância tem como vetores a mínima ofensividade da conduta do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Ser o réu reincidente específico em crime contra o patrimônio, serve como obstáculo à aplicação do princípio da insignificância. (APELACAO CRIMINAL 246628-23.2010.8.09.0152, Rel. DES. AVELIRDES ALMEIDA PINHEIRO DE LEMOS, 1A CAMARA CRIMINAL, julgado em 15/12/2011, DJe 1001 de 09/02/2012)

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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Incidiu: •  furto (STF: HC 97189); •  lesão corporal leve (art. 209, § 4º, do Código Penal

Militar) (STF: HC 95445); •  crime ambiental (STF: AP 439); (STJ: HC 86.913/PR); •  descaminho (STF: HC 94058); •  peculato praticado por particular (STF: HC 87478); •  ato infracional (STF: HC 102655/RS); •  posse de pequena quantidade de droga para consumo

(HC  110475,  J.  14.02.2011)  •   estelionato contra o INSS (STJ: REsp 776.216-MG).

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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Não incidiu:

•  tráfico de drogas (STF: HC 88820); •  posse de pequena quantidade para consumo pessoal

(STJ - REsp 735.881/RS); •  roubo (em virtude da lesão à integridade física da

vítima) (STF: HC 96671); (STJ: REsp 1.159.735-MG); •  moeda falsa (STF: HC 96080); (STJ: HC 132.614-

MG).

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(Analista  Processual  MPU  /2010  /CESPE)    

•  (F)  De  acordo  com  entendimento  jurisprudencial,  não  se  aplica  o  princípio  da  insignificância  aos  crimes  ambientais,  ainda  que  a  conduta  do  agente  se  revista  da  mínima  ofensividade  e  inexista  periculosidade  social  na  ação,  visto  que,  nesse  caso,  o  bem  jurídico  tutelado  pertence  a  toda  cole+vidade,  sendo,  portanto,  indisponível.  

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(Analista Judiciário/TRE-BA – 2010 – CESPE - adaptada)

(F) Para a doutrina e jurisprudência majoritária, o princípio da insignificância, quando possível sua aplicação, exclui o crime, afastando a antijuridicidade.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(Analista Processual MPU – 2010 – CESPE - adaptada)

(F) De acordo com entendimento jurisprudencial, não se aplica o princípio da insignificância aos crimes ambientais, ainda que a conduta do agente se revista da mínima ofensividade e

inexista periculosidade social na ação, visto que, nesse caso, o bem jurídico tutelado pertence a toda coletividade, sendo, portanto, indisponível.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(Analista Judiciário/TRE-MT – 2010 – CESPE – adaptada)

•  (F) Considerando que um indivíduo tenha falsificado cinquenta moedas metálicas de vinte e cinco centavos de reais, colocando-as em circulação, segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por serem as moedas de pequeno valor, será aplicável o princípio da insignificância, pela mínima ofensividade da conduta do agente.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(Procurador do Estado/PA – 2009 – CESPE - adaptada)

(V) O princípio da insignificância dispõe que o Direito Penal não deve se ocupar com assuntos irrelevantes e funciona como causa de exclusão de tipicidade. Porém, não se admite sua aplicação a crimes praticados com emprego de violência à pessoa ou grave ameaça.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(Analista Judiciária/STF – 2008 – CESPE - adaptada)

(V) Uma vez aplicado o princípio da insignificância, que deve ser analisado conjuntamente com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material, é afastada ou excluída.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(V) O princípio da insignificância revela uma hipótese de atipicidade material da conduta.

(F) O princípio da insignificância refere-se à aplicação da pena.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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(V) O princípio da insignificância dispõe que o Direito Penal não deve se ocupar com assuntos irrelevantes e funciona como causa de exclusão de tipicidade. Porém, não se admite sua aplicação a crimes praticados com emprego de violência à pessoa ou grave ameaça.

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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•  (Procurador  da  República/MPF  –  17º  Concurso)  •  Dissertar  sobre  o  princípio  da  insignificância,  abordando  sinte+camente  os  seguintes  aspectos:  natureza,  fonte,  efeito  jurídico  da  sua  aplicação,  parâmetros  e  limites  de  aplicação  segundo  a  doutrina  e  a  jurisprudência  brasileiras,  semelhanças  e  diferenças  em  relação  ao  princípio  da  adequação  social,  relação  com  infrações  penais  de  menor  potencial  ofensivo  e  furto  de  pequeno  valor.  

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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•  (Magistratura/MS  –  2010  –  2ª  fase)  •  Em  que  se  fundamenta  o  princípio  da  bagatela  imprópria.  Explique  e  exemplifique.  

INSIGNIFICÂNCIA   MARCELO ANDRÉ

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PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

PRINCÍPIOS

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-  NECESSIDADE -  ADEQUAÇÃO -  PROP. SENTIDO ESTRITO

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

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Princípio da proibição do excesso

(Garantismo negativo)

Princípio da proibição da proteção deficiente

(Garantismo positivo)

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

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(Promotor  de  JusCça/MG  –  Concurso  47  -­‐  2007)  

•  DISSERTAÇÃO:  “O  princípio  da  proporcionalidade  no  Direito  Penal”.    

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

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(Promotor  de  JusCça/MG  –  2011)    Sobre  as  possíveis  leituras  do  garan+smo,  na  perspec+va  dos  direitos  fundamentais,  é  CORRETO  afirmar  que      A)  a  concepção  de  um  “garan+smo  posi+vo”  alia-­‐se  ao  princípio  da  proibição  de  proteção  deficiente,  trazendo  como  consequência  a  extensão  da  função  de  tutela  penal    aos  bens  jurídicos  de  interesse  cole+vo.      B)    o    pensamento    garan+sta    se    funda,    em    seu    modelo  clássico,    em    princípios    que    se  opõem  à  tradição  jurídica  do  iluminismo  e  do  liberalismo.    

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

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C)    o    garan+smo,  na  concepção  de  Ferrajoli,    tem    como  obje+vo  principal  edificar    um  conceito    específico    para    a    criminologia,    a    par+r    da    discussão  da    legi+midade    da  intervenção  penal,  não  se  ocupando,  por  isso,  do  estudo  da  qualidade,  quan+dade  e  necessidade  da  pena.      D)    a  proposta  do  garan+smo  pode  ser  sinte+zada  na  tenta+va  de  arrefecer  os  princípios  fundamentais  que  devem  orientar  o  direito  penal  em  um  sistema  puni+vo  democrá+co.    

•  Gabarito:  A    

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

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PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE

PRINCÍPIOS

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•  a) Culpabilidade como elemento do crime ou

pressuposto de aplicação da pena

•  b) Culpabilidade como medição de pena

•  c) Culpabilidade como princípio da responsabilidade subjetiva

PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE

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(Promotor  de  JusCça/CE/2011/FCC)    (      )    A  culpabilidade  significa  que  será  penalmente  punido  aquele  que  houver  agido  com  culpa  ou  dolo  o  que  implica  adoção  pelo  nosso  Código  Penal  da  teoria  da  responsabilidade  obje+va.      

PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE

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PRINCÍPIO

DA LEGALIDADE

PRINCÍPIOS

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PARTE I – INTRODUÇÃO ORIGEM: -MAGNA CHARTA LIBERTATUM DE JOÃO SEM TERRA (1215) -DOUTRINA DO CONTRATO SOCIAL

Locke, 1690; Montesquieu, 1748 -CONSTITUIÇÃO DE VÁRIOS ESTADOS AMERICANOS

Ex.: Virgínia, 1776 -DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, FRANÇA, 1787 -VÁRIOS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Declaração Universal do Direitos do Homem, 1948 Convenção Europeia dos Direitos do Homem, 1950 Pacto Intern. Sobre Direitos Civis e Políticos, 1966 Pacto de São José da Costa Rica Constituições de Países Democráticos

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  MARCELO ANDRÉ

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PARTE I – INTRODUÇÃO

“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  MARCELO ANDRÉ

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PARTE I – INTRODUÇÃO

“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”

-  INFRAÇÃO PENAL -  SANÇÃO PENAL

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  MARCELO ANDRÉ

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  

•   é  proibida  a  analogia  contra  o  réu  (nullum  crimen,  nulla  poena  sine  lege  stricta)  LEI  ESTRITA  

•   é  proibido  o  costume  incriminador  (nullum  crimen,  nulla  poena  sine  lege  scripta).  LEI  ESCRITA  

•   é  proibida  a  criação  de  Cpos  penais  vagos  e  indeterminados  (nullum  crimen,  nulla  poena  sine  lege  certa)  

LEI  CERTA  

•   é  proibida  a  aplicação  da  lei  penal  incriminadora  a  fatos  -­‐  não  considerados  crimes  -­‐  praCcados  antes  de  sua  vigência  (nullum  crimen,  nulla  poena  sine  lege  praevia)  

LEI  PRÉVIA  

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PARTE I – INTRODUÇÃO

 MEDIDA  PROVISÓRIA CF, art. 62, § 1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: b) direito penal, (...)

LEI DELEGADA CF, art.68, § 1º. Não serão objeto de delegação (...) nem a legislação sobre: II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  MARCELO ANDRÉ

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PARTE I – INTRODUÇÃO

-  CONSTITUIÇÃO FEDERAL E CRIME

- mandados constitucionais de criminalização -  TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS

HUMANOS E CRIME - regra: não cria crimes - exceção: TPI

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  MARCELO ANDRÉ

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Denominação: 1ª)LEGALIDADE é diferente de RESERVA LEGAL.

- LEGALIDADE (sentido amplo). - RESERVA LEGAL (legalidade em sentido estrito)

2ª) LEGALIDADE = RESERVA LEGAL 3ª) LEGALIDADE= RES.LEGAL+ANTERIORIDADE

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  MARCELO ANDRÉ

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Aspecto  formal  (validade  formal/vigência)  

 -­‐  Observância  do  processo  

legislaCvo    

Aspecto  material  (validade  material)  

-­‐  Vigência  #  validade  (garanCsmo  penal)  

 -­‐  Conformidade  da  lei  penal  

(conteúdo)    com  o  quadro  valoraCvo  acolhido  pela  CF  e  pelos  Tratados  

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  MARCELO ANDRÉ

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Aspecto  formal  (validade  formal/vigência)  

 -­‐  Observância  do  processo  

legislaCvo    

Aspecto  material  (validade  material)  

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE  

CF Tratados de DH

Leis penais

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(Advogado da União – AGU- 2009 – CESPE - adaptada)

(F) O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas se refere aos crimes e contravenções penais.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE   MARCELO ANDRÉ

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(Delegado de Polícia/RJ – 2009 - adaptada)

(V) O conteúdo essencial do princípio da legalidade se traduz em que não pode haver crime, nem pena que não resultem de uma lei prévia, escrita, estrita e certa.

(V) O princípio da legalidade estrita não cobre, segundo a sua função e o seu sentido, toda a matéria penal, mas apenas a que se traduz em fixar, fundamentar ou agravar a responsabilidade do agente.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE   MARCELO ANDRÉ

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(Delegado de Polícia/RJ – 2009 - adaptada) (F) Face ao fundamento, à função e ao sentido do princípio da legalidade, a proibição de analogia vale relativamente a todos os tipos penais, inclusive os permissivos.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE   MARCELO ANDRÉ

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(Procurador do Estado/PE – 2009 – CESPE)

(V) Fere o princípio da legalidade, também conhecido por princípio da reserva legal, a criação de crimes e penas por meio de medida provisória.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE   MARCELO ANDRÉ

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(F) O princípio da reserva legal obriga a que toda deliberação referente ao Direito Penal, incriminador ou não incriminador, seja feita por meio de lei.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE   MARCELO ANDRÉ

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 (Analista Judiciária/TRE - SE – 2007 – FCC)

(V) O princípio da legalidade é conhecido pela seguinte expressão latina: nullum crimen, nulla poena sine lege.

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(V) O princípio da legalidade ou da reserva legal constitui efetiva limitação ao poder punitivo estatal.

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    CAPÍTULO III

FONTES DO DIREITO PENAL

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FONTES

FONTES MATERIAIS (PRODUÇÃO) FONTES FORMAIS (CONHECIMENTO) (imediata e mediatas)

INTRODUÇÃO FONTES DO DIREITO PENAL

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•  FONTES MATERIAIS

- União: CF, art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – (...) Direito penal

- Estado-membro: CF, art.22, Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

INTRODUÇÃO FONTES DO DIREITO PENAL

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FONTES

FORMAIS

IMEDIATA

* LEI MEDIATAS

* costume * jurisprudência * princípios

INTRODUÇÃO FONTES DO DIREITO PENAL

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INTRODUÇÃO FONTES DO DIREITO PENAL

•  FONTES (CLASSIFICAÇÃO MODERNA) Segundo LUIZ FLÁVIO GOMES:

FONTES MATERIAIS FONTES FORMAIS IMEDIATAS

- Lei - Constituição Federal (LIMITE E FUNDAMENTO) - tratados internacionais (obs.: controle de convencionalidade) - jurisprudência

FONTES FORMAIS MEDIATAS - doutrina

FONTES INFORMAIS - costumes

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    CAPÍTULO IV

DA LEI PENAL

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1.  INTRODUÇÃO

LEI PENAL

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2. CLASSIFICAÇÃO

LEI PENAL

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2. CLASSIFICAÇÃO

•  LEI PENAL INCRIMINADORA

•  LEI PENAL NÃO-INCRIMINADORA

LEI PENAL

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2. CLASSIFICAÇÃO

•  LEI PENAL INCRIMINADORA

Obs: lei penal em branco - sentido estrito/próprias/heterogêneas: não é a lei que complementa - sentido lato/imprópria/homogêneas: lei complementa * homovitelínea: lei penal complementa *heterovitelínea: lei extrapenal complementa lei penal em branco inversa * preceito secundário incompleto

LEI PENAL

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Lei 11.343/06 - Art. 33: Vender DROGA ... LEI PENAL EM BRANCO Pena: reclusão de 5 a 15 anos e ...

VIOLA O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE?

LEI PENAL

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Lei 2889/56: Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: a) matar membros do grupo;

LEI PENAL INCOMPLETA

Pena: as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal

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3. LEI PENAL E NORMA PENAL

LEI PENAL

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NORMA PENAL

Aspecto valorativo Aspecto imperativo

Art.121 - Matar alguém LEI PENAL

Pena: reclusão de 6 a 20 anos

BJ: “vida”

norma de proibição: “não matarás”

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4. LEI PENAL E PROCESSO DE CRIMINALIZAÇÃO -  MERECIMENTO DE TUTELA PENAL (DIGNIDADE

DO BEM JURÍDICO)

-  NECESSIDADE DE TUTELA PENAL

LEI PENAL

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5. LEI PENAL E MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE CRIMINALIZAÇÃO

-  MCC EXPRESSOS CF, art. 5, XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII – a lei considerará crimes inafi ançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os defi nidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV – constitui crime inafi ançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; -  MCC IMPLÍCITOS

* deveres de proteção dos direitos fundamentais

LEI PENAL

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6. LEI PENAL E TRATADOS INTERNACIONAIS Mandados convencionais de criminalização 7. LEI PENAL: VIGÊNCIA E VALIDADE

LEI PENAL

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8. INTERPRETAÇÃO

INTERPRETAÇÃO QUANTO AO SUJEITO

a) interpretação autêntica: legislador - contextual: no próprio texto da lei - posterior: lei posterior OBS.: EM do CP não é lei.

b) interpretação judiciária ou jurisprudencial

c) interpretação doutrinária

LEI PENAL

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8. INTERPRETAÇÃO

INTERPRETAÇÃO QUANTO AOS MEIOS a) interpretação gramatical ou literal b) interpretação lógica c) interpretação teleológica d) interpretação sistemática e) interpretação histórica

LEI PENAL

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8. INTERPRETAÇÃO

INTERPRETAÇÃO QUANTO AO RESULTADO a) Declarativa b)  Restritiva c) Extensiva Questão: é possível interp. extensiva contra o réu?

LEI PENAL

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- INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA - ANALOGIA: forma de autointegração

LEI PENAL

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    CAPÍTULO V

LEI PENAL NO TEMPO

(arts. 2º a 4º)

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TEMPO DO CRIME

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TEMPO DO CRIME

    Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

obs.: o CP adotou a Teoria da ATIVIDADE

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

SITUAÇÕES ESPECÍFICAS:

1. Menor desfere facadas na vítima que vem a falecer dias depois, ocasião em que já atingiu a maioridade

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

SITUAÇÕES ESPECÍFICAS:

2. Crime permanente praticado por menor que atinge a maioridade enquanto não cessada a permanência

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

 (Magistratura/PA - 2009 – FGV - adaptada)

(V) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

 (Magistratura/PR – 2010 - adaptada)

(F) Considera-se tempo do crime o momento da ação ou omissão, porém se o resultado ocorrer em outro momento, nesta ocasião considerar-se-á o mesmo praticado.

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

(Promotor de Justiça - DFT – 2009)

(F) Código Penal adota a teoria da ubiquidade quanto ao tempo do crime a fim de se evitar a impunidade, principalmente nos crimes praticados em região fronteiriça de outros países, que se adotassem teoria diversa, poderiam ensejar uma situação em que nenhuma das leis alcançaria o fato considerado crime.

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

(Magistratura/MG – 2009 - adaptada)

(F) O nosso Código Penal, quanto ao tempo do crime, acolheu a teoria do resultado.

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

(Analista Judiciária/STF – 2008 – CESPE - adaptada)

(F) Com relação ao tempo do crime, o CP adotou a teoria da atividade, pela qual se considera praticado o crime no momento da ação ou da omissão, exceto se outro for o momento do resultado.

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

(Magistratura/RS – 2009 – adaptada)

(V) Aplicável é a lei penal em vigor quando da libertação da vítima de sequestro, ainda que mais grave do que a lei penal em vigor quando iniciado o cometimento do crime.

MARCELO ANDRÉ

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TEMPO DO CRIME

(Magistratura/RS – 2009 – adaptada)

(F) Fica sujeito ao Código Penal, e não às normas estabelecidas na legislação especial do Estatuto da Criança e do Adolescente, o agente que, com dezessete anos e onze meses de idade, a tiros de revólver, atinge a região abdominal de seu desafeto, vindo o ofendido a falecer quarenta e cinco dias após em consequência das lesões recebidas.

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

CF, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu

CP, art. 2º. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

CP, art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

SITUAÇÕES DE CONFLITO: 1) LEI NOVA MAIS SEVERA

- CF, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

LEI 1 (+ BENÉFICA) LEI 2 (+SEVERA) (ULTRATIVA) (IRRETROATIVA)

CRIME   SENTENÇA  

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

SITUAÇÕES DE CONFLITO: 1) LEI NOVA MAIS SEVERA

MARCELO ANDRÉ

- QUESTÃO: Crime permanente e lei nova Crime continuado e lei nova Súmula 711 do STF - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

SITUAÇÕES DE CONFLITO: 2) LEI NOVA MAIS BENÉFICA

- CF, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

- CP, art. 2º. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

LEI 1 (+ SEVERA) LEI 2 (+BENÉFICA) (NÃO ULTRATIVA) (RETROATIVA)

CRIME   SENTENÇA  

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

SITUAÇÕES DE CONFLITO: 2) LEI NOVA MAIS BENÉFICA OBS.: - Teoria da ponderação concreta -  vacatio legis: predomina que não se aplica

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

SITUAÇÕES DE CONFLITO: 3) LEI NOVA ABOLINDO O CRIME (abolitio criminis)

CP, art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

MARCELO ANDRÉ

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EFEITOS  DA  CONDENAÇÃO  

PRINCIPAIS:

Sanção penal

Efeitos

SECUNDÁRIOS:

Natureza Penal

Extrapenais

- genéricos - específicos

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

SITUAÇÕES DE CONFLITO: 3) LEI NOVA ABOLINDO O CRIME (abolitio criminis) Obs.: * distinção com a descontinuidade normativo-típica

- Revogação formal - Não revogação material

* Abolitio criminis temporária: entrega ou registro da arma

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

SITUAÇÕES DE CONFLITO: 4) LEI NOVA CRIANDO O CRIME

“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

LEI 1 LEI 2 PPL: rec. 3 a 15... PPL: rec. 5 a 15 Causa – (1/6 a 2/3)

CRIME   SENTENÇA  

QUESTÃO: é possível a combinação de leis?

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

QUESTÃO: é possível a combinação de leis?

STJ (3ª SEÇÃO). Não é admitida a combinação de textos legais, na espécie, dispositivos da Lei nº 6.368/1976 e da Lei nº 11.343/2006, a gerar regra inédita. Em atenção ao princípio da extra-atividade, deve-se analisar o caso concreto e aplicar a regra mais vantajosa ao condenado.

•  (EDcl na Rcl 3.546/SP, julgado em 24/11/2010)

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

QUESTÃO: é possível a combinação de leis?

STF (1ªT). I - É inadmissível a aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 à pena relativa à condenação por crime cometido na vigência da Lei 6.368/1976. Precedentes. II - Não é possível a conjugação de partes mais benéficas das referidas normas, para criar-se uma terceira lei, sob pena de violação aos princípios da reserva legal e da separação de poderes. Precedentes. (HC 94687, julgado em 24/08/2010)

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

QUESTÃO: é possível a combinação de leis?

STF (2ª T): 3. Aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006 à pena cominada nos arts. 12 e 14 da Lei n. 6.368/76. Combinação de leis. Impossibilidade. 4. Demora no julgamento do HC n. 149.220 no STJ. Constrangimento ilegal configurado. 5. Ordem parcialmente deferida. (HC 103833, julgado em 23/11/2010)

MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

QUESTÃO: é possível a combinação de leis?

STF (PLENÁRIO): RE  596152  5 X 5

MARCELO ANDRÉ

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LEI 1 LEI 2 LEI 3

PPL: 3 a 15 PPL: 2 a 8 PPL: 5 a 15

CRIME   SENTENÇA  

QUESTÃO: é possível a aplicação de lei intermediária? R.: sim, desde que mais benéfica

CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO MARCELO ANDRÉ

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

 (Magistratura – PR – 2010 - adaptada)

(V) A lei posterior que, de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, mesmo tendo sido decididos por sentença irrecorrível.

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

(Delegado de Polícia/RJ – 2009 - adaptada)

(V) A proibição de retroatividade da lei penal funciona apenas a favor do réu, não contra ele.

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

(Promotor de Justiça - DFT – 2009)

(F) A ultratividade da norma penal incriminadora não é admitida em nenhuma hipótese.

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

(Analista Judiciária/TRE - MS – 2007 – FCC - adaptada)

(F) se o agente praticou crime na vigência de lei mais benéfica, que, durante a ação penal, acabou derrogada por lei mais severa, deverá ser julgado na forma desta última.

(V) em qualquer fase do processo ou mesmo d a e x e c u ç ã o d a p e n a , d e v e s e r imediatamente aplicada a retroatividade da norma que retira a tipicidade de qualquer fato.

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

(Magistratura/MG – 2009 - adaptada)

(V) A lei penal nova mais benéfica retroage para abarcar também os fatos ocorridos antes de sua vigência, devendo aplicar-se inclusive aos processos com decisão já transitada em julgado, cabendo ao juízo da execução a sua aplicação.

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CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

(Delegado de Polícia/RJ – 2009 - adaptada)

(V) O princípio da aplicação da lei mais favorável vale mesmo relativamente ao que n a d o u t r i n a s e c h a m a d e “ l e i s intermediárias”; leis, isto é, que entraram em vigor posteriormente à prática do fato, mas já não vigoravam ao tempo da apreciação deste.

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

Questão: o art. 3º está em conformidade com a Constituição?

•   Sustentam  Zaffaroni  e  Pierangeli  (Manual  de  Direito  Penal  Brasileiro  ,  p.  230),  que  “Esta  disposição  é  de  duvidosa  cons+tucionalidade,  posto  que  exceção  à  irretroa+vidade  legal  que  consagra  a  Cons+tuição  federal  (“salvo  quando  agravar  a  situação

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

Alteração da norma que complementa o tipo (lei penal em branco)

•  Norma que complementa com natureza não

excepcional/temporária: abolitio criminis •  Norma que complementa com natureza não

excepcional/temporária: não abolitio criminis

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

(Promotor de Justiça/GO – 2010 - adaptada)

(V) As le is penais excepcionais e temporárias, mesmo que incriminadoras, aplicam-se após sua autorrevogação, ainda que em momento posterior a conduta anteriormente tipificada não mais seja considerada crime.

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

(Promotor de Justiça/MG – 2010 - adaptada)

(V) Aplicar-se-á aos crimes praticados no período em que esteve em vigor, embora decorrido o prazo de sua duração ou cessadas as c i rcunstânc ias que a determinaram, mesmo que ainda não tenha sido instaurada a ação penal.

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

 (Analista Judiciário/TRE-MT – 2010 – CESPE - adaptada)

(F) A lei excepcional ou temporária aplica-se aos fatos praticados durante a sua vigência, salvo quando decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram.

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

(Magistratura/RS – 2009 – adaptada)

(V) A lei penal temporária, embora decorrido o período de sua duração, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

(Magistratura/PA - 2009 – FGV - adaptada)

(V) Os crimes praticados na vigência das leis temporárias, quando criadas por estas, não se sujeitam abolitio criminis em razão do término de sua vigência.

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LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS

 (Magistratura – PR – 2010 - adaptada)

(F) A lei excepcional ou temporária, depois de decorrido o tempo de sua duração ou cessadas as c i rcunstânc ias que a determinaram, não mais se aplica ao fato praticado durante a sua vigência.

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    CAPÍTULO VI

LEI PENAL NO ESPAÇO

(arts. 5º a 8º)

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TERRITORIALIDADE

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TERRITORIALIDADE

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

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TERRITORIALIDADE

•  § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

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TERRITORIALIDADE

•  § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil

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TERRITORIALIDADE

•  Lei  8.617/93      Do  Mar  Territorial    Art.  1º  O  mar  territorial  brasileiro  compreende  uma  faixa  de  doze  milhas  marí+ma  de  largura,  medidas  a  par+r  da  linha  de  baixa-­‐mar  do  litoral  con+nental  e  insular,  tal  como  indicada  nas  cartas  náu+cas  de  grande  escala,  reconhecidas  oficialmente  no  Brasil.  

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TERRITORIALIDADE

•  Lei  8.617/93      Do  Mar  Territorial    Art.  2º  A  soberania  do  Brasil  estende-­‐se  ao  mar  territorial,  ao  espaço  aéreo  sobrejacente,  bem  como  ao  seu  leito  e  subsolo.    Art.  3º  É  reconhecido  aos  navios  de  todas  as  nacionalidades  o  direito  de  passagem  inocente  no  mar  territorial  brasileiro.    §  1º  A  passagem  será  considerada  inocente  desde  que  não  seja  prejudicial  à  paz,  à  boa  ordem  ou  à  segurança  do  Brasil,  devendo  ser  conXnua  e  rápida.  

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TERRITORIALIDADE

DECRETO  Nº  1.530,  DE  22  DE  JUNHO  DE  1995  •  Convenção  das  Nações  Unidas  sobre  o  Direito  do  Mar,      ARTIGO  27    Jurisdição  penal  a  bordo  de  navio  estrangeiro    1.  A  jurisdição  penal  do  Estado  costeiro  não  será  exercida  a  bordo  de  navio  estrangeiro  que  passe  pelo  mar  territorial  com  o  fim  de  deter  qualquer  pessoa  ou  de  realizar  qualquer  inves+gação,  com  relação  à  infração  criminal  come+da  a  bordo  desse  navio  durante  a  sua  passagem,  salvo  nos  seguintes  casos:  

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TERRITORIALIDADE

a)  se  a  infração  criminal  +ver  conseqüências  para  o  Estado  costeiro;  

b)  se  a  infração  criminal  for  de  tal  natureza  que  possa  perturbar  a  paz  do  país  ou  a  ordem  no  mar  territorial;  

c)  se  a  assistência  das  autoridades  locais  +ver  sido  solicitada  pelo  capitão  do  navio  ou  pelo  representante  diplomá+co  ou  funcionário  consular  do  Estado  de  bandeira;ou  

d)  se  essas  medidas  forem  necessárias  para  a  repressão  do  tráfico  ilícito  de  estupefacientes  ou  de  substâncias  psicotrópicas.  

•     

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TERRITORIALIDADE

•  Situações  específicas:      1.  Embaixadas  estrangeiras:  não  é  território  (predomina)  2.  destroços  das  embarcações:  extensão    

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TERRITORIALIDADE

(Promotor de Justiça – SE – 2010 – CESPE - adaptada)

De acordo com a lei penal brasileira, o território nacional estende-se a

(V) embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem.

(F) embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública, desde que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar.

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TERRITORIALIDADE

... (Promotor de Justiça – SE – 2010 – CESPE - adaptada) (F) aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes

ou de propriedade privada, onde quer que se encontrem.

(F) embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública, desde que se encontrem a serviço do governo brasileiro.

(F) aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, desde que estejam a serviço do governo do Brasil e se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar.

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TERRITORIALIDADE

(Delegado de Polícia/AP – 2010 – FGV - adaptada) Assinale a alternativa que apresente local que não é considerado como extensão do território nacional para os efeitos penais.

(V) aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro, desde que o crime figure entre aqueles que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.

(F) as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propr iedade pr ivada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

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TERRITORIALIDADE

... (Delegado de Polícia – AP – 2010 – FGV) (F) as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza

pública, onde quer que se encontrem. (F) aeronaves ou embarcações estrangeiras de

propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

(F) as embarcações e aeronaves brasileiras, a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem.

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TERRITORIALIDADE (LUGAR DO CRIME)

   

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

-  CP: TEORIA DA UBIQUIDADE OU MISTA -  CRIME À DISTÂNCIA (ESPAÇO MÁXIMO)

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TERRITORIALIDADE (LUGAR DO CRIME)

(Magistratura/PA - 2009 – FGV - adaptada)

(V) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

 

 

MARCELO ANDRÉ

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TERRITORIALIDADE (LUGAR DO CRIME)

(Analista Judiciário/TRE-MT – 2010 – CESPE - adaptada)

(F) Com relação ao lugar do crime, aplica-se a teoria da atividade, considerando-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, não onde se produziu ou deveria se produzir o resultado.

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TERRITORIALIDADE (LUGAR DO CRIME)

(Magistratura/SP – 2009)

O Código Penal Brasileiro, em seu art. 6.º, como lugar do crime, adota a teoria

•  (A) da atividade ou da ação. •  (B) do resultado ou do evento. •  (C) da ação ou do efeito. •  (D) da ubiquidade.

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EXTRATERRITORIALIDADE

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EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes: a)  contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; OBS: princípio da proteção (defesa ou real)

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes: b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito

Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;

OBS: princípio da proteção (defesa ou real)

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EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes: c) contra a administração pública, por quem está a seu

serviço; OBS: princípio da proteção (defesa ou real)

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes: d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado

no Brasil; OBS: divergência •  Princípio da proteção (defesa ou real) •  Princípio da justiça universal

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes:  §  1º  -­‐  Nos  casos  do  inciso  I,  o  agente  é  punido  segundo  a  lei  brasileira,  ainda  que  absolvido  ou  condenado  no  estrangeiro.

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a

reprimir; OBS: princípio da justiça universal b) praticados por brasileiro; OBS: princípio da nacionalidade ativa c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,

mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados

OBS: princípio da representação

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:

a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei

brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não

ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por

outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça OBS: - princípio da proteção (defesa ou real) - Princípio da nacionalidade passiva

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

    Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

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EXTRATERRITORIALIDADE

•  (Auditor Fiscal do Trabalho – 2010 – ESAF) Camargo, terrorista, tenta explodir agência do Banco do Brasil, na França. Considerando o princípio da extraterritorialidade incondicionada, previsto no Código Penal brasileiro, é correto afirmar que:

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

•  a) Camargo só pode ser processado criminalmente na França. b) O Estado brasileiro não tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil. c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na França, não poderá ser preso no Brasil.

•  d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na França.

•  e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil.

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

(Analista Judiciária/TRF 3ª – 2007 – FCC - adaptada)

(F) A lei brasileira não se aplica aos crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público, se praticados no estrangeiro.

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

(Analista Judiciária/TRF 3ª – 2007 – FCC - adaptada)

(F) Aplica-se a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, aos crimes contra a administração pública praticados por qualquer pessoa.

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

(Magistratura/TJPA – 2007 – FGV) A organização não-governamental holandesa “Women on the waves”, dirigida pelo médico holandês Marco Van Basten, possui um barco de bandeira holandesa que navega ao redor do mundo recebendo gestantes que desejam realizar aborto. Quando passou pelo Brasil, o navio holandês recebeu a bordo mulheres que praticaram a interrupção de sua gestação, dentre elas Maria da Silva, jovem de 25 anos. Na ocasião em que foi interrompida a gravidez, o barco estava em alto-mar, além do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro país. Sabendo que a lei brasileira pune o aborto (salvo em casos específicos, não aplicáveis à situação de Maria) ao passo que a Holanda não pune o aborto, assinale quais foram os crimes praticados por Marco e Maria, respectivamente.

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

(Auditor/TCM/RJ – 2008 – FGV) A organização não-governamental holandesa Expanding minds, dirigida pelo psicólogo holandês Johan Cruiff, possui um barco de bandeira holandesa que navega ao redor do mundo recebendo pessoas que desejam consumir substâncias entorpecentes que alteram a percepção da realidade. O prefeito de um município decide embarcar para fazer uso recreativo da substância Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Na ocasião em que ele fez uso dessa substância, o barco estava em alto-mar, além do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro país. Sabendo que a lei brasileira pune criminalmente o consumo de substância entorpecente e que a maconha é considerada pela legislação brasileira uma substância entorpecente, ao passo que a Holanda admite esse consumo para fins recreativos, assinale a alternativa correta a respeito do crime praticado pelo prefeito.

MARCELO ANDRÉ

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EXTRATERRITORIALIDADE

(Magistratura/SP – 2009) A norma inserida no art. 7.º, inciso II, alínea “b”, do Código Penal – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes (...) praticados por brasileiro – encerra o princípio

•  (A) da universalidade ou da justiça mundial. •  (B) da territorialidade. •  (C) da nacionalidade ou da personalidade ativa. •  (D) real, de defesa ou da proteção de interesses.

MARCELO ANDRÉ

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LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS

1.  IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS Convenção de Viena de 1961, promulgada no Brasil pelo Decreto nº 56.435/65. Prerrogativa (não jurisdição criminal): - dos membros do quadro diplomático de carreira (do embaixador ao terceiro-secretário); - membros do quadro administrativo e técnico (desde que oriundos do Estado acreditante, e não recrutados in locu); - familiares, desde que vivam sob dependência e tenham sido incluídos na lista diplomática (art. 37); - chefe de Estado estrangeiro e  membros  de  sua  comi+va,  em  visita  ao  país.

MARCELO ANDRÉ

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LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS

2. IMUNIDADES PARLAMENTARES  -­‐  Art.  53,  caput,    da  CF:  “Os  Deputados  e  Senadores  são  invioláveis,  civil  e  penalmente,  por  quaisquer  de  suas  opiniões,  palavras  e  votos”.   -  Natureza: atipicidade material (STF e STJ)

-­‐  Súmula  245  do  STF:  “A  imunidade  parlamentar  não  se  estende  ao  co-­‐réu  sem  essa  prerrogaCva”.    

 Obs.:  superação

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    CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FENAIS

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DISPOSIÇÕES FINAIS ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança.

Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.

OBS.: compete ao STJ a homologação.

DISPOSIÇÕES FINAIS ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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CONTAGEM DE PRAZO

 Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Obs.: calendário gregoriano.

DISPOSIÇÕES FINAIS ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DE PENA

 Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

DISPOSIÇÕES FINAIS ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

 Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.

DISPOSIÇÕES FINAIS ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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QUESTÃO (V) A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis, bem como para sujeitá-lo a medida de segurança.

(F) O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário essênio.

(F) As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, mesmo se esta dispuser de modo diverso.

DISPOSIÇÕES FINAIS ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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   PARTE I – INTRODUÇÃO

CAPÍTULO VIII

CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS

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1) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE 2) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE 3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO 4) PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE

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1)  PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE TIPO GENÉRICO: TIPO ESPECÍFICO:

CRIME MAIS GRAVE ou CRIME MENOS GRAVE

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X Y  

X Y   Z ...  

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1)  PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE (EXEMPLO) TIPO GENÉRICO: TIPO ESPECÍFICO:

CRIME MENOS GRAVE

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Homicídio  

Infanticídio  

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1)  PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE (EXEMPLO) TIPO GENÉRICO: TIPO ESPECÍFICO:

CRIME MAIS GRAVE

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Homicídio culposo  

Homicídio culposo na direção de veículo automotor  

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2) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE TIPO PRINCIPAL: TIPO SUBSIDIÁRIO:

SUBSIDIARIEDADE TÁCITA SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA

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CRIME MAIS GRAVE  

CRIME MENOS GRAVE  

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2) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE(EXEMPLO) TIPO PRINCIPAL: TIPO SUBSIDIÁRIO:

SUBSIDIARIEDADE TÁCITA

CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS  

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO  

EXTORSÃO + SEQUESTRO  

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2) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE(EXEMPLO)

TIPO PRINCIPAL: TIPO SUBSIDIÁRIO:

SUBSIDIARIEDADE EXPRESSA

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TENTATIVA DE HOMICÍDIO  

PERICLITAÇÃO (ART. 132)  

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3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO -  CRIME PROGRESSIVO -  PROGRESSÃO CRIMINOSA (SENTIDO ESTRITO) -  CRIME-MEIO à CRIME FIM -  POS-FACTUM IMPUNÍVEL

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3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO -  CRIME PROGRESSIVO

•  CRIME DE PASSAGEM OBRIGATÓRIA à CRIME FIM Ex.: lesão corporal à homicídio

Obs.: desde o início o agente possui intenção de praticar o crime mais grave

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3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO -  PROGRESSÃO CRIMINOSA (sentido estrito)

Ex.: lesão corporal à homicídio

Obs.: no início o agente possuía intenção de praticar o crime menos grave. Em um segundo momento decide praticar o crime mais grave.

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3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO •  CRIME MEIO à CRIME FIM Ex.: porte de arma à homicídio

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3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO NÃO SE RECONHECEU:

(STJ): Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça, de acordo com o princípio da consunção, haverá a relação de absorção quando uma das condutas típicas for meio necessário ou fase normal de preparação ou execução do delito de alcance mais amplo. 2. Incabível o reconhecimento da absorção do delito de porte de arma pelos roubos, quando caracterizadas condutas autônomas. Precedentes do STJ. (HC 156.621/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 15/06/2010, DJe 02/08/2010)

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3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO •  CRIME MEIO à CRIME FIM Ex.: falso (art.297) à estelionato (art.171) OBS.: Súmula 17 do STJ: Quando o falso se exaure no

estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido

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3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO •  CRIME à CRIME POSTERIOR NÃO PUNÍVEL Ex.: furto à dano

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4) PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE

-  Crimes de ação múltipla alternativa

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4) PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE

-  Crimes de ação múltipla alternativa

-  QUESTÃO: o art.213 (ESTUPRO) é crime de ação múltipla alternativa ou de ação múltipla cumulativa?

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