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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO URBANO
MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO
MARIA JOSÉ MARQUES CAVALCANTI
PARQUES METROPOLITANOS GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS
Recife - Agosto de 2005
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO URBANO
MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PARQUES METROPOLITANOS GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS Região Metropolitana do Recife – 1975 / 2004.
Aluna - MARIA JOSÉ MARQUES CAVALCANTI
Profª. Orientadora - Dra. MARIA DE FÁTIMA R. DE G. FURTADO
Recife - Agosto de 2005
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
MARIA JOSÉ MARQUES CAVALCANTI
PARQUES METROPOLITANOS GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS Região Metropolitana do Recife – 1975 / 2004.
Dissertação apresentada como requisito final para obtenção do Grau de MESTRE em Desenvolvimento Urbano, no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco, sob a orientação da Profa. Dra. Maria de Fátima Ribeiro de Gusmão Furtado.
Recife – 2005
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
Cavalcanti, Maria José Marques PARQUES METROPOLITANOS – GESTÃO E PROTEÇÃO DE ÁREAS ESPECIAIS - Estudo de Caso / Maria José Marques Cavalcanti. – A Região Metropolitana do Recife num recorte temporal de 1975 a 2004: o Autor,2005. 195 folhas: il., fig., tab., quadros, mapas. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CAC. Desenvolvimento Urbano, 2005. Inclui bibliografia e anexos. 1. Desenvolvimento Sustentável – Conceito – Avaliação. 2. Conservação Integrada Urbana e Territorial – Conceito – Avaliação. 3. Unidades de Conservação da Natureza – Política – Avaliação. 3. Gestão Urbana-Metropolitana (1975/2004) – RMR (PE) – Avaliação. 5. Parques Metropolitanos – Conceito.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
Se mantiver meus olhos fechados, um pensamento se passa na minha mente, numa velocidade vertiginosa me trazendo fatos e lembranças da minha infância, brincando e correndo nos campos das cidades do interior de Pernambuco, onde moramos, passando logo em seguida para a adolescência voltada para a escolha de uma profissão, onde pudesse me aproximar da razão.
Sempre me acompanha a imagem de meu pai a quem dedico esse trabalho e que hoje, só no pensamento, novamente com os olhos fechados, posso agradecer.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
AGRADECIMENTOS
Muitos foram os que direta ou indiretamente se envolveram, participaram e contribuíram para este trabalho. Agradeço a todos que me ajudaram a perseguir o meu objetivo.
Agradeço aos meus filhos – Tiago, Patrícia, Eduardo e Gustavo e ao meu marido Ronaldo, pelo imenso estímulo ao meu crescimento profissional e pelas longas horas em que contribuíram de forma silenciosa nessa construção, permitindo a minha imersão nas pesquisas e na produção do trabalho.
Fundamental também, agradecer ao órgão estadual de planejamento, a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco CONDEPE/FIDEM, integrante da Secretaria de Planejamento do Estado de Pernambuco, da qual faço parte, desde 1976, e cujas referências me permitiram aprofundar as questões aqui tratadas. A todos os técnicos que se envolveram, em particular a equipe do planejamento metropolitano, composta por Cláudia Paes Barreto, Zuleide Fontes, Lourdes Burégio, Tamar Lima, Manuel Feliciano, Vera Martins, Sandra Rangel, Zenóbio Santos, DaiseOliveira e Eliane Silva, cujas contribuições se configuram através do processo cotidiano, e ainda, nas revisões legislativas das áreas de interesse especial, sempre apontando os espaços de parques como necessários à expansão das cidades. Ainda, a Marisa Figueiroa, da equipe de gestão metropolitana, pelo apoio e avaliação do conteúdo, assim como das regras de apresentação do trabalho e a Roseane Lacerda, com contribuições sobre a gestão metropolitana. Ainda, a Luís Moriel e Leila Maria Prado de Brito, equipe técnica que conduziu a pesquisa de atualização dos Parques Metropolitanos, finalizada em outubro de 2001, permitindo uma visão retrospectiva e um re-lançamento dessa temática.
Em particular agradeço a Eleonora Delgado, advogada da instituição, que muito contribuiu no processo de esclarecimento dos condicionamentos legais, permitindo avanços conceituais de grande relevância, juntamente com o Grupo de Trabalho do Conselho Estadual de Meio Ambiente - GT CONSEMA Parques Metropolitanos, a quem também dedico este trabalho, não só aos integrantes do mesmo, como também a Cláudio Marinho, Secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente/SECTMA e Presidente do CONSEMA, e Alexandrina Sobreira, Secretária Executiva do referido Conselho, pela forma como abrigaram esse tema.
Á Amélia Reynaldo, cujos estímulos foram infindáveis e, de grande importância, na medida em que articularam os caminhos para que esse tema ganhasse destaque, não se limitando ao temático-conceitual, mas, sobretudo na priorização governamental, enquanto Presidente do órgão estadual supracitado, no período 1999 a 2003. Cabe ainda agradecer a minha orientadora Fátima Furtado, que com seu conhecimento fecha um grupo seleto de técnicos que me ajudaram a conseguir esse feito.
Por fim, em especial agradeço a Graça Barreto, pelo apoio fundamental na finalização dos trabalhos e a Vera Lima, ambas colegas de trabalho.
O que espero, parece hoje mais provável e próximo e, por isso, tenho que agradecer a todos que comigo vivenciaram essa batalha, desde aqueles que me são mais próximos até os que direta ou indiretamente contribuíram, cada um na sua maneira própria, pelo que agradeço, a todos.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
APRESENTAÇÃO
O propósito dessa dissertação consiste em aprofundar o conhecimento acerca da relação entre as áreas verdes selecionadas para parques metropolitanos e as áreas urbanizadas da Região Metropolitana do Recife – RMR.
Esta é a questão central que orientou a pesquisa, cujos resultados compõem esse trabalho, em complementação ao Mestrado de Desenvolvimento Urbano – MDU/UFPE: os parques metropolitanos, notadamente no que se refere à proteção e gestão desses espaços, considerando a possibilidade de integrá-los em um sistema de unidades de conservação e áreas de relevante interesse. Também é foco dessa pesquisa a relação entre essas áreas verdes destinadas ao lazer metropolitano e as áreas urbanas ocupadas na Região Metropolitana do Recife - RMR.
O propósito de dotar a RMR de espaços livres e protegidos para o lazer de massa é recorrente no planejamento metropolitano, desde a década de 70. Entretanto, apesar de constituírem importantes áreas de patrimônio ambiental, algumas delas contendo edificações do patrimônio histórico, esses espaços têm permanecido sem cumprir sua função social e estão sujeitos à forte pressão antrópica.
Nesse sentido, as áreas verdes que integram a mancha verde da RMR não se articulam com as manchas urbanas ocupadas e, assim, não permitem que a cidade usufrua do potencial ambiental existente, da mesma forma que a mancha verde não interage com cidade, impedindo que a mesma exerça funções complementares às diversas atividades urbano-metropolitanas.
Embora exista um aparato jurídico direcionado a essas unidades de proteção ambiental e patrimonial e apesar das propostas para dotar a RMR de áreas livres para o lazer, na prática essas áreas são extremamente vulneráveis, e a sociedade está perdendo um estoque de capital natural, reduzindo as possibilidades de elevação do nível de qualidade de vida. É fundamental, portanto, responder ao desafio de aliar ao processo de urbanização da região, alternativas possíveis e defensáveis de mesclar o território com áreas de amenidades, muitas situadas em espaços periurbanos, permitindo o equilíbrio na oferta de lazer e recreação para a cidade metropolitana.
O esforço em aprofundar o conhecimento e referenciar as diversas questões que envolvem a gestão e proteção dos parques metropolitanos, a partir dos resultados da pesquisa documental realizada, permitiu conhecer as possibilidades de implementação e identificar as questões relacionadas à vulnerabilidade de cada área selecionada para parque metropolitano. Confirma-se a necessidade desses equipamentos e suas funções precípuas, a partir de uma sistematização do conhecimento, permitida pela pesquisa realizada nas 10 áreas diagnosticadas no âmbito metropolitano, em seus diferentes momentos, num recorte temporal de 1975 a 2004.
Essa investigação teve, ainda, como objetivo, contribuir para o debate atual sobre esse tema, colocando novamente na agenda das políticas públicas o compromisso com a oferta de espaços de lazer, de caráter público ou privado e, ao mesmo tempo, servir como reflexão para todos que queiram dar continuidade às pesquisas e observações, considerando a responsabilidade de cada um com a proteção dos recursos naturais representados por estas áreas.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
RESUMO
Objetivando aprofundar o conhecimento sobre os parques metropolitanos da Região Metropolitana do Recife – RMR, a partir da evolução dos conceitos vigentes e das ações integrantes do planejamento urbano-metropolitano, no período entre 1975 e 2004, esse trabalho, apresenta um estudo comparativo entre o que foi planejado e o que de fato ocorreu nas áreas selecionadas para parques, abordando os aspectos da crescente urbanização e a necessidade de conservação de importantes áreas ambientais, permitindo o equilíbrio e a interação entre as áreas verdes e as áreas urbanas ocupadas.
Sob a abordagem do desenvolvimento sustentável, em suas dimensões econômica, ecológica e social, foram analisadas as áreas selecionadas desde 1975, como espaços que abrigariam os parques metropolitanos e, sua relação com a cidade metropolitana, sob o ponto de vista da conservação do ambiente, da qualidade de vida e das questões político-administrativas.
Da mesma maneira foi analisado o sistema legal de proteção ambiental e sua relação com os parques metropolitanos, na perspectiva de que os mesmos possam constituir uma unidade de conservação diferenciada e, portanto, permitir melhor qualidade ambiental urbana na RMR.
A carência de estudos sobre o objeto - parque metropolitano, aliada ao desafio de instalar atividades produtivas, em áreas periurbanas com grande pressão do setor imobiliário, são fatores relevantes porquanto se tratam de espaços que deveriam cumprir funções sociais, garantindo a sustentabilidade ambiental, num processo de urbanização e conservação da natureza, em perfeita interação cidade-parque.
Diversos documentos foram analisados como referenciais do planejamento metropolitano buscando responder ao desafio de aliar o processo de urbanização ao processo de conservação das áreas prioritárias para parques metropolitanos, resultando numa análise de sua proteção legal e dos aspectos relacionados ao grau de vulnerabilidade e perspectivas de implementação.
PALAVRAS-CHAVE Desenvolvimento Sustentável; Conservação Integrada Urbana e Territorial; Unidades de Conservação da Natureza; Gestão Urbana e Metropolitana; Parques Metropolitanos.
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ABSTRACT
The scope of this work is to contribute for a deeper knowledge about the metropolitan parks of the Recife Metropolitan Area (RMA), taking into account the evolution of the valid concepts as well as the actions set down in the metropolitan-urban master plan, for the period 1975-2004, this work presents a comparison between the effectively executed actions with those foreseen in the design studies carried out for the selected park sites of the RMA, considering the growing urbanization and the conservation necessity of important environmental areas, allowing the balance and integration of green areas and urban occupied sites.
The since 1975 selected areas were studied under a sustainable development approach, considering its economical, ecological and social extents, as sites to lodge metropolitan parks and its connection with the city itself, accounting for the conservation of the environment, the quality of life and the political-administrative matters.
The environmental legislation was observed, considering metropolitan parks being elected as protected areas, so allowing better urban environmental quality in the RMA.
The lack of a specific studies for the object metropolitan park, connected with the challenge of installing productive activities in periurban areas under great real estate pressure, are significant factors when dealing with areas that should comply with social requirements, assuring the environmental sustainability in a process of urbanization and nature conservation with complete city-park interaction.
Several documents were analysed as references for the metropolitan plan, trying to overcome the challenge of joining the processes of urbanization with conservation of priority areas for metropolitan parks, resulting in an analysis of its legal protection and those aspects related to the vulnerability degree and implementation perspectives.
KEYS WORDS Sustainable Development; Urban and Territorial Integrated Conservation; Protected Areas; Urban and Metropolitan Administration; Metropolitan Parks.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AMUPE Associação Municipalista de Pernambuco APA Área de Proteção Ambiental APP Área de Preservação Permanente BID Banco Interamericano de Desenvolvimento CECI Curso de Conservação Integrada Urbana e Territorial CEF Caixa Econômica Federal CESP Fundação Brasileira para Conservação da Natureza CIPOMA Companhia de Policiamento do Meio Ambiente CIUT Conservação Integrada Urbana e Territorial CNPU Comissão Nacional de Regiões Metropolitanas COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente CONDERM Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente CPRH Companhia Pernambucana de Meio Ambiente CREA/PE Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Pernambuco CSU Centro Social Urbano EMPETUR Empresa Pernambucana de Turismo FAUR Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de PE FIAM Fundação de Desenvolvimento e Apoio aos Municípios do Interior do
Estado de Pernambuco FIDEM Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife (1974 a
1998) – Fundação de Desenvolvimento Municipal (1999 a 2003) FNEM Fórum Nacional de Entidades Metropolitanas FUNCEF Fundação dos Economiários da Caixa Econômica Federal FUNDARPE Fundação do Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco FUNDERM Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife GT Grupo de Trabalho IAHGPE Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco IBAMA Instituto Brasileiro de Proteção e Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional LBA Legião Brasileira de Assistência LEPUR Laboratório de Estudos Periurbanos MMA Ministério do Meio Ambiente MPE Ministério de Planejamento do Estado de PernambucoOMT Organização Mundial do Turismo PAR Programa de Arrendamento Residencial PCR Prefeitura da Cidade do Recife PDE Plano de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco PDI/RMR Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife PDRI Plano de Desenvolvimento Rural Integrado PDSPM Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos PPA Plano Plurianual PPSH/RMR Plano de Preservação dos Sítios Históricos - Região Metropolitana do
Recife PRODIUR Programa de Dinamização Urbana – Parque dos Manguezais PIU Peri-urban Interfaces
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
RPPH Reserva Particular do Patrimônio Natural RMR Região Metropolitana do Recife RPPM Reserva Particular do Patrimônio Natural SECTMA Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de PE SEMA Secretaria Especial de Meio Ambiente do Governo Federal (1973) SEUC/PE Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza e de Áreas
de Relevante Interesse de Pernambuco SNE Sociedade Nordestina de Ecologia SNUC Sistema Nacional de unidades de Conservação SPM/RMR Sistema de Parques Metropolitanos da Região Metropolitana do Recife SUDENE Superintendência de Desenvolvimento do NordesteUC Unidades de Conservação da Natureza UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFPE Universidade Federal de Pernambuco UNCHS United Nations Center for Human Settlements UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
(Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas).ZEEC Zoneamento Ecológico – Econômico Costeiro ZEPE Zona Especial de Proteção Ecológica ZEPL Zona Espacial de Proteção Ambiental
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA NO BRASIL E NA RMR - (%)
14
QUADRO 2 ÁREA TOTAL URBANA E RURAL COM % DOS MUNICÍPIOS DA RMR
15
QUADRO 3 MUNICÍPIOS DA RMR E OS PARQUES METROPOLITANOS 17QUADRO 4 RANKING DAS MAIORES CIDADES BRASILEIRAS, EM POP.
URBANA 18
QUADRO 5 POPULAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE, POR DÉCADA (total , urbana, rural e % de população urbana)
19
QUADRO 6 POPULAÇÃO/2000 – MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
20
QUADRO 7 ÁREAS SELECIONADAS PELO PDSPM / RMR – 1980 25QUADRO 8 ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1980 25QUADRO 9 PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS PRIORITÁRIAS/1980 –
PDSPM/RMR 26
QUADRO 10 PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS SECUNDÁRIAS/1980 - PDSPM/RMR
26
QUADRO 11 PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS ALTERNATIVAS/1980 - PDSPM/RMR
27
QUADRO 12 ÁREAS SELECIONADAS PELO SISTEMA DE PARQUES METROPOLITANOS / RMR – 1987
30
QUADRO 13 ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1987, área e município
30
QUADRO 14 PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS PRIORITÁRIAS/1987, segundo SISTEMA DE PARQUES METROPOLITANOS – SPM/RMR
31
QUADRO 15 PARQUES POR MUNICÍPIO – ÁREAS SECUNDÁRIAS/1987, segundo SISTEMA DE PARQUES METROPOLITANOS – SPM/RMR
31
QUADRO 16 PARQUES METROPOLITANOS – 2001 32QUADRO 17 ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1987 33QUADRO 18 PARQUES METROPOLITANOS – 2001 34QUADRO 19 PARQUES METROPOLITANOS E PATRIMÔNIO HISTÓRICO 52QUADRO 20 COMPARATIVO ENTRE AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA E OS PARQUES METROPOLITANOS 65
QUADRO 21 PARQUES NACIONAIS INSTITUÍDOS NO BRASIL ATÉ 1991 67QUADRO 22 PARQUES POR CATEGORIAS – ÁREA E CAPACIDADE 68QUADRO 23 PROTEÇÃO LEGAL EXISTENTES NAS ÁREAS 132
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
LISTA DE QUADROS - ANEXOS
QUADRO I POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL, por região. 1940 / 2000. 197QUADRO II POPULAÇÃO RESIDENTE EM PERNAMBUCO E REGIÃO
NORDESTE. 1940 / 2000 197
QUADRO III POP. URBANA E RURAL– TOTAL E PERCENTUAL, POR REGIÃO DO BRASIL - ENTRE 1950 E 2000.
198
QUADRO IV POP. EM 1940 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
200
QUADRO V POP. EM 1950 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
200
QUADRO VI POP. EM 1960 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
200
QUADRO VII POP. EM 1970 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
201
QUADRO VIII POPULAÇÃO EM 1980 - REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
201
QUADRO IX POPULAÇÃO EM 1991– REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
201
QUADRO X POPULAÇÃO EM 1996 – REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
202
QUADRO XI CÓDIGO FLORESTAL DE 1934 – CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS
204
QUADRO XII CATEGORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS, SEGUNDO CONVENÇÃO DE 1948
204
QUADRO XIII ÁREAS PROTEGIDAS ATÉ 1965 205QUADRO XIV CÓDIGO FLORESTAL DE 1965 - CATEGORIAS DE ÁREAS
RESERVADAS 205
QUADRO XV LEI FEDERAL Nº 6.902, 27.04.1981 - CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS
206
QUADRO XVI ÁREAS PROTEGIDAS NO BRASIL ATÉ 1983 206QUADRO XVII DEC. FED. Nº 89.336, 31.01.1984 - CATEGORIAS DE ÁREAS
PROTEGIDAS 206
QUADRO XVIII UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL, ENTRE 1983 E 1986
206
QUADRO XIX CATEGORIAS DE ÁREAS, EM 1990 207QUADRO XX PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 - CATEGORIAS DE UNID. DE
CONSERVAÇÃO 208
QUADRO XXI SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 – CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
208
QUADRO XXII CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
208
QUADRO XXIII CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL
210
QUADRO XXIV COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO
211
QUADRO XXV COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO
211
QUADRO XXVI ESCALA DE HIERARQUIZAÇAO - SÍTIOS HISTÕRICOS RMR 213QUADRO XXVII SÍTIOS HISTÓRICOS DA RMR – CATEGORIA POR MUNICÍPIO 213QUADRO XXVII SÍTIOS HISTÓRICOS NA ÁREA URBANA DOS MUNICÍPIOS 213QUADRO XXIX LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS 215QUADRO XXX LEGISLAÇÃO ESTADUAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS 217
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 INDICADORES SOCIAIS DE POBREZA – PERNAMBUCO E REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE – 2000
43
TABELA 2 ÍNDICE DE POBREZA DOS MUNICÍPIOS DA RMR 43TABELA 3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA RMR 44TABELA 4 HIERARQUIA DAS VINTE PIORES LOCALIDADES DA RMR 47
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
LISTA DE MAPAS
MAPA 1 PERNAMBUCO E REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE 4MAPA 2 ÁREA URBANIZADA DA RMR 16MAPA 3 AMBIENTE NATURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE 20MAPA 4 PARQUES 1980 24MAPA 5 PARQUES 1987 29MAPA 6 PARQUES – 2001 35MAPA 7 RMR COM 9 MUNICÍPIOS – 1976 90MAPA 8 PLANO DIRETOR DA RMR – USO DO SOLO PROPOSTO 112MAPA 9 TERRITÓRIOS DE OPORTUNIDADES 118MAPA 10 ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO 122MAPA DOS PARQUES (1 a 14) 150
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 % DE DOMICILIOS COM ABASTECIMENTO D’ÁGUA INADEQUADO 2000
44
FIGURA 2 % DE CHEFES DE DOMICILIOS GANHANDO ATE 1 SALARIO MIN. 2000
45
FIGURA 3 % DE DOMICILIOS C/ ESGOTAMENTO SANITARIO INADEQUADO 2000
45
FIGURA 4 TAXA DE MORTALIDADE POR HOMICIDIO 2000 45FIGURA 5 TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULAÇÃO DE 15 A 24 ANOS 2000 46FIGURA 6 TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL 2000 46
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
LISTA DE FOTOS
FOTO 1 PARQUE METROPOLITANO SANTIAGO DO CHILE 69FOTO 2 CENTRAL PARK – NOVA YORK 69FOTO 3 PARQUE DO IBIRAPUERA - SÃO PAULO 70FOTO 4 PARQUE BARIGÜI - GUIA GEOGRÁFICO. PARQUES DE CURITIBA. 71
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS viAPRESENTAÇÃO viiRESUMO viiiABSTRACT ixLISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS xLISTA DE QUADROS xiiLISTA DE QUADROS ANEXOS xiiiLISTA DE TABELAS xivLISTA DE MAPAS xvLISTA DE FIGURAS xviLISTA DE FOTOS xvii
1. INTRODUÇÃO 11.1. Objetivos 91.2. Estrutura do Documento 9
2. CONTEXTUALIZAÇÃO 122.1. Pressão Antrópica sobre os Espaços Livres na RMR 132.2. Referenciais dos Parques Metropolitanos 212.3. Áreas Selecionadas para Parques Metropolitanos 23
3. BASE TEÓRICA E CONCEITUAL 373.1. Desenvolvimento Sustentável e Cidades 383.2. Conservação Integrada Urbana e Territorial 473.3. Áreas de Interface Periurbanas 533.4. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 553.5. Parques Metropolitanos na RMR 66
4. METODOLÓGIA 734.1. Métodos Utilizados 754.2. Natureza do Problema e Estratégia do Estudo 774.3. Estratégia de Trabalho 80
5. RESULTADOS DA PESQUISA 855.1. Histórico do Planejamento dos Parques Metropolitanos 865.2. Proteção Legal das Áreas 1245.3. Avaliação dos Parques Metropolitanos 1345.4. Fichas Técnicas dos Parques Metropolitanos 1355.5. Mapas dos Parques Metropolitanos 150
6. RECOMENDAÇOES E CONCLUSÕES 1657. REFERÊNCIAS 1888. ANEXOS 195
8.1. Quadros do Crescimento da População Urbana no Brasil 1968.2. Quadros do Crescimento da População Urbana na RMR 1998.3. Processo Histórico da Política de Conservação Ambiental no Brasil 2038.4. Proteção Legal 2128.5. Proteção Ambiental 2148.6. Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti 218
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 1 - Introdução
1. INTRODUÇÃO
1.1. OBJETIVOS
1.2. ESTRUTURA DO DOCUMENTO
1. INTRODUÇÃO
Qualidade urbana e qualidade ambiental, hoje, são conceitos muito próximos no
discurso e na prática do planejamento urbano. Um dos aspectos mais relevantes
da qualidade ambiental urbana refere-se à definição e à gestão dos espaços livres
(não construídos) e áreas especiais (protegidas legalmente) das cidades. A
gestão desses espaços de interesse especial, livres e protegidas da cidade
metropolitana é o tema que se desenvolve com a presente pesquisa.
Quanto à definição torna-se relevante ressaltar que estudiosos no assunto
apontam para dificuldades e similaridades que existem quanto ao uso dos
diferentes termos utilizados, tais como áreas ou espaços livres, espaços abertos,
áreas verdes, sistema de lazer, parques urbanos, unidades de conservação em
área urbana, áreas especiais e outros. Trabalho desenvolvido por pesquisadores
universitários em São Paulo3, que tiveram por base as definições de Lima et al.
(1994) destacam esse problema nos níveis da pesquisa, ensino, planejamento e
gestão dessas áreas. Guzzo et al. (2005) define como espaço livre aquele que se
contrapõe ao espaço construído, em áreas urbanas, dentro de uma conceituação
mais ampla e abrangente, que permite integrar os demais espaços. Ainda
estabelece como área verde, espaço onde há predomínio de vegetação arbórea,
englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos e complementa
alertando para a restrição de uso dos termos como área livre ou aberta, pela
imprecisão na sua aplicação e espaço aberto, este traduzido erroneamente do
termo inglês “open space”.
É praticamente consenso entre teóricos e estudiosos que os espaços livres e
ambientalmente protegidos dentro dos perímetros urbanos são necessários para
uma melhor qualidade de vida nas cidades, principalmente nas áreas
metropolitanas. Uma das vertentes dessa argumentação relaciona-se com a
questão do lazer.
3 Texto sobre “ÁREAS VERDES URBANAS” do autor Perci Guzzo, ecólogo da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Ribeirão Preto, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente da UNESP – Rio Claro, com apoio de André Jean Deberdt, MSc Alexandre Schiavetti e MSc Flávia Cristina Sossae.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Segundo GUZZO et al. (2005) os serviços prestados pelas áreas verdes à cidade
está relacionado com a qualidade e quantidade dessas áreas distribuídas na
malha urbana, promovendo melhorias de clima, qualidade do ar, da água e do
solo, consequentemente da qualidade de vida e, ainda, pela possibilidade de lazer
que as mesmas podem oferecer à população. Segundo Medeiros (1971), a
necessidade de lazer é básica para o homem pelas condições em que a vida se
desenrola no ambiente urbano e o seu progressivo afastamento da natureza.
Gera-se assim uma demanda por oportunidades de lazer que vem aumentando
junto com a automação progressiva das tarefas, das leis de proteção ao trabalho,
com o crescimento populacional e com o ritmo de vida determinado pela
urbanização, no qual o tempo de folga fica altamente valorizado.
A autora chega a advogar a constituição de um Conselho, com a cooperação de
órgãos locais, para estabelecer linhas e diretrizes para uma política de uso das
horas livres, capaz de estabelecer planos de âmbito regional, estadual e municipal
de uso do lazer, com aproveitamento das oportunidades, em qualquer meio, seja
urbano ou rural. Considera como essencial à atenção dos poderes públicos para a
necessidade da reserva compulsória de áreas no planejamento urbano como uma
das principais medidas para minimizar problemas centrais da sociedade, como a
violência urbana e a delinqüência de adolescentes e jovens.
Uma outra linha de argumentação, na qual a posição de Antas (1995) se inscreve, apóia-
se na concepção de que a produção dos espaços públicos de lazer contribui para a
produção do espaço urbano, no qual estão inseridos, como uma potencialidade,
permitindo as relações entre a sociedade e o espaço da cidade, num constante embate
entre forças sociais transformadoras e forças espaços-temporais, condicionadoras.
Para Lefevbre (1976), os parques, como espaços públicos de lazer, integrantes de um
sistema de objetos técnicos passam a constituir elementos importantes na regulação das
relações sociais, juntamente com a cultura, a educação e a produção do conhecimento
nas universidades.
Não obstante a importância dessas áreas na cidade, a sua gestão se constitui em
um dos principais problemas para as administrações municipais, em particular
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
com relação ao modo de se conseguir uma gestão que garanta o uso coletivo
dessas áreas, preservando-se o seu suporte ambiental.
A presente pesquisa parte do princípio de que proposições sobre uma gestão dos
espaços livres e especiais, direcionada pela conservação das estruturas
ambientais, pressupõe o entendimento dos conceitos e abordagens teóricas que
fundamentam a definição física e funcional dessas áreas.
Assim, este estudo se propõe a construir um histórico da evolução do
pensamento e da ação sobre espaços livres e especiais na Região Metropolitana
do Recife – RMR, no âmbito do órgão responsável pelo planejamento
metropolitano, a FIDEM4, desde a sua criação, em 1975, até o início dos anos
2000, considerando, inclusive, o processo de planejamento urbano e regional, no
período e, o contexto onde se insere a definição de áreas denominadas Parques
Metropolitanos.
O território abordado é a Região Metropolitana do Recife – RMR, que se constitui
importante região, entre as 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado de
Pernambuco, Mapa 01, com uma população de 3.337.565 habitantes, dos quais
3.234.647 (96,91%) se encontram em áreas urbanas.
Mapa 1 – Pernambuco e Região Metropolitana do Recife
Fonte: Agência CONDEPE/FIDEM – Governo de Pernambuco – 2003
4 O órgão metropolitano inicialmente era denominado Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – FIDEM, passando a Fundação de Desenvolvimento Municipal, em 1999. Atualmente constitui a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – CONDEPE-FIDEM.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Sua história de formação é semelhante a das demais regiões metropolitanas
brasileiras. A Lei Complementar no 14, de 08 de junho de 1973, institucionalizou
nove regiões metropolitanas no Brasil, marcando uma nova etapa de vida
administrativa nacional, com o propósito de assegurar ao desenvolvimento
nacional as condições de dinamismo econômico, bastante prejudicado pelos
inadequados processos de urbanização. Foram instituídos processos para que as
políticas setoriais buscassem no planejamento regional as soluções para os
problemas gerados pela crescente urbanização.
Desde então, as ações para superação de alguns problemas urbanos – carência
de serviços públicos, de habitação e de emprego e renda –, vinham ao encontro
de expectativas sociais de uma convivência saudável em locais com qualidade
urbana e ambiental.
Em Pernambuco, a institucionalização da RMR ocorreu em 03 de julho de 1975,
através da Lei Estadual no 6708/75, com a criação da Fundação de
Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – FIDEM, como instância de
apoio técnico e administrativo para a gestão metropolitana. Cabiam a esse órgão
as atribuições de execução do planejamento integrado do desenvolvimento
metropolitano, a programação e a coordenação das intervenções, a articulação
dos organismos governamentais e a modernização da administração dos
municípios integrantes dessa região.
Os principais planos e projetos realizados, pela FIDEM, nas décadas de 70, 80 e
90 refletem uma grande demanda por infra-estruturas, dada à expansão urbana
da região. Mas, ao longo desse período, ocorreu uma série de mudanças na
prática do planejamento da cidade metrópole, passando o planejamento
metropolitano a buscar entender as dinâmicas espaciais, sociais e econômicas,
para melhor propor diretrizes que garantissem, no futuro, uma cidade
metropolitana com qualidade para seus cidadãos. No bojo desse esforço, fica
cada vez mais evidente a necessidade de conservar ambientes de interesse
especial, sob o ponto de vista da qualidade ambiental e conseguir sua relação
com as áreas urbanizadas de forma ecologicamente equilibrada.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Com base no entendimento da contribuição de opções de lazer ao ar livre para o de
desenvolvimento psíquico e social do cidadão urbano nesse processo de urbanização
sem fronteiras, a FIDEM propôs a criação de Parques Metropolitanos para a Região
Metropolitana do Recife. Foram selecionadas inicialmente 20 áreas que abrigariam esses
parques – sendo 6 áreas prioritárias: Armando Holanda Cavalcanti, Itamaracá,
Guararapes, Janga, Capibaribe e Tapacurá, totalizando 4.439 ha.; 6 áreas secundárias:
Estuário do Rio Beberibe, Ilha de São Simão, Horto de Olinda, Lagoa Olho D’Água,
Estuário do Rio Timbó e Barra de Orange, totalizando 2.021 ha.; e 8 áreas alternativas:
Açude Jangadinha, Engenho Novo, Engenho Uchoa, Istmo do Paiva, Açude Gurjaú,
Serra do Cotovelo, Paratibe e Engenho Pintos e Pereira, totalizando 4.900 ha.
A presente pesquisa elaborou um levantamento da situação inicial dessas áreas e da
lógica urbanística e ambiental que ensejou a definição física, funcional e operativa desses
parques. A partir desse período, foi possível observar a trajetória desses espaços, sob
vários aspectos. Percebem-se as diversas transformações ocorridas, em termos da
dimensão físico-territorial ofertada, do entendimento conceitual, dos aspectos da gestão –
pública e privada – e das ações propostas para as mesmas, como forma de assegurar
sua função social, enquanto espaços ainda livres de ocupação, a serem protegidos.
Depois de quase 30 anos das primeiras abordagens sobre a preservação de áreas e sua
destinação como espaços de lazer cultural, contemplativo e desportivo, tratadas no Plano
Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos – PDSPM, em 1979, que teve como
referência o 1o Plano de Desenvolvimento Integrado da RMR – PDI/RMR – em 1976,
tem-se como desafio maior a institucionalização, a implementação e a gestão dessas
áreas de interesse comum, que hoje totalizam 10 áreas prioritárias, totalizando 1.873 ha.
Também integra este levantamento um breve relato das experiências que paralelamente
vinham ocorrendo na RMR na defesa da função ambiental e social dos parques na
cidade metropolitana, já bastante comprometida frente às pressões do setor privado de
ocupação os vazios urbanos da cidade metropolitana. Pois a análise dos espaços de
lazer não teria valor mais significativo sem a sua inserção no espaço urbano, posto que
não são independentes, embora possuam qualidades bem específicas que lhe dão
significado e valor.
Na análise que se desenvolveu, coube uma reflexão sobre as legislações, ambiental e
urbana, relevantes na definição e relação das unidades ambientais e dos parques
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
metropolitanos. Também se discorreu sobre as competências no âmbito das políticas
públicas e procedeu-se a uma avaliação do papel dos órgãos e entidades responsáveis
pela conciliação de interesses entre os segmentos sociais envolvidos em uma possível
gestão público-privada dessas áreas, uma vez que as condições sociais, ambientais e
econômicas dos diferentes municípios da RMR são bastante diversificadas.
Tratar dos parques da Região Metropolitana do Recife não tem sido uma tarefa simples,
inclusive do ponto de vista teórico. A escassez de produção teórica e temática sobre
parques metropolitanos e a decisão de trabalhar com a noção de espaços livres e
especiais em interação com os demais espaços urbanos, inclusive prestando serviços
ambientais necessários ao cidadão, representou uma dificuldade, pois faltaram
parâmetros teóricos, o que acarretou um empobrecimento dos conceitos utilizados. É
emblemático o fato de que, apesar do termo parque metropolitano ser utilizado desde
1976, pela FIDEM, nesta pesquisa observou-se que uma conceituação técnica adequada
só foi elaborada no âmbito de um grupo de trabalho constituído pelo Conselho Estadual
de Meio Ambiente, em 2001, quando se discorreu sobre as relações entre a unidade
tratada e as unidades de conservação da natureza.
Esse conceito de parque metropolitano se pautou na perspectiva de um sistema espacial
de localização de áreas de conservação ambiental com oferta de lazer à população
metropolitana, sob a orientação de uma gestão compartilhada entre o Estado e os
Municípios integrantes da região, como forma de intervenção no espaço urbano. Assim,
em sintonia com Antas (1995), considerou-se que os parques metropolitanos também
integram os espaços públicos de lazer e não apresentam função unívoca, cientificamente
estabelecida. Mas, representam um serviço prestado pelo Estado à sociedade, serviço
este cada vez mais procurado e necessário. Os parques são assim tratados como parte
do conjunto de objetos técnicos presentes na cidade, interferindo de forma diferenciada
na produção social do espaço urbano e na qualidade da vida da população.
Muito há para se aprofundar no tocante aos parques metropolitanos, mais ainda se os
entendemos como partes de um sistema capaz de contribuir para a oferta de lazer para a
população metropolitana, sob uma gestão compartilhada entre o Estado e os Municípios
integrantes da região, resultando de uma intervenção pública no espaço urbano.
Apesar de se encontrar, na literatura específica existente sobre o assunto, autores que
comungam da perspectiva de complementaridade territorial entre espaços livres e verdes,
onde cada parque possa cumprir uma função temática, formando um sistema de espaços
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
públicos de lazer, pode-se afirmar que não se contempla adequadamente a questão da
gestão compartilhada dessas áreas. Esse é o caso de Antas (1995), para quem os
espaços públicos de lazer apresentam diferentes potencialidades enquanto objetos
técnicos funcionais, a partir da intervenção do Estado. Essa perspectiva traria para o
cidadão metropolitano a diversidade de escolha de locais para o seu lazer e, ainda,
contribuiria para a conservação de estruturas ambientais importantes naqueles espaços.
Ainda, segundo Antas, o fenômeno da reserva de áreas para o lazer das cidades – tão
necessário e tão pouco aprofundado, tem sua importância a partir da concepção da
geografia, que parte da noção de espaço enquanto instância da sociedade e não como
um receptáculo. (1995: p. 11).
Para o autor, o incremento demográfico e o acirramento da desigualdade social, a partir
da década de 60, com intenso processo de urbanização nas metrópoles brasileiras,
concorreram para uma nova prática espacial, isto é, a criação de espaços de lazer com o
objetivo de contribuir para a melhoria das relações sociais na cidade. Tal posição
encontra respaldo em Antas (1995) apud Santos (1987) e Lefebvre (1976) no tocante à
necessidade de atividades de lazer – entendido como tempo livre da jornada de trabalho
e das obrigações – e sua relação com a manutenção da produtividade espacial e a
sucessiva reconstrução da sociedade.
Assim, argumenta-se, no presente trabalho que a gestão compartilhada dos parques
metropolitanos possibilitaria a interação desses parques com o sistema que abriga as
Unidades de Conservação da Natureza – UC. Haveria, na Região Metropolitana do
Recife, um diálogo entre as áreas de conservação das UCs e as áreas verdes dos
parques metropolitanos. Estes, por sua vez, abrigariam áreas de proteção ambiental, com
resquícios de ecossistemas fundamentais para nossa biodiversidade e, inclusive, com a
presença de importante acervo do patrimônio histórico, em alguns casos, permitindo
novas oportunidades de geração de emprego e renda, na medida em que novos usos e
funções poderiam ser admitidos, dinamizando a economia local.
O grande desafio, portanto, é o de transpor barreiras políticas e administrativas para
conseguir chegar a uma gestão compartilhada entre estado e municípios dos parques
metropolitanos. Cidades que já venceram esse desafio – a exemplo de Curitiba, que tem
vários parques metropolitanos implantados – demonstram que os mesmos são benéficos
para os processos de urbanização e de conservação da natureza, de forma simultânea e
harmônica.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Esta pesquisa muito pode contribuir para a defesa e proteção dessas áreas no território
metropolitano da RMR, sendo particularmente oportuna na medida em que alguns dos
espaços selecionados há quase trinta anos ainda estão reservados para tal finalidade,
mesmo com redução de áreas, como poderá ser visto, de forma mais detalhada no
capítulo 2, que trata da contextualização.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
1.1. OBJETIVOS
O Objetivo Geral dessa Dissertação é construir um histórico da evolução do pensamento
e da ação sobre os espaços livres da RMR destinados aos parques metropolitanos no
período entre 1976 e 2004, permitindo considerações sobre as formas de gestão mais
adequadas do ponto de vista ambiental e social.
Quanto aos Objetivos Específicos, são relacionados, principalmente:
• Apresentar um estudo comparativo dessas áreas em três momentos do período
estudado, apresentando o que foi planejado e o que de fato ocorreu, visando
avaliar as mudanças nelas ocorridas;
• Analisar alguns dos referenciais do planejamento metropolitano, notadamente dos
parques metropolitanos, de forma a permitir uma avaliação histórica, situando a
década de 70 como marco inicial;
• Analisar a legislação de proteção ambiental, visando propor mudanças que
permitam incluir os parques metropolitanos como unidades de conservação
diferenciada e, portanto, na perspectiva de melhorar a qualidade ambiental urbana
na RMR; e,
• Analisar a situação atual do conjunto de áreas urbanas e periurbanas
selecionadas como parques metropolitanos na RMR, avaliando seu grau de
vulnerabilidade e implementação, exemplificando com mais detalhes o Parque
Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti (anexo), como forma de apresentar as
condições de uma gestão compartilhada, no âmbito metropolitano.
1.2. ESTRUTURA DO DOCUMENTO
Quanto à estrutura, este trabalho apresenta seis capítulos, além das referências e
dos anexos. Mapas da Região Metropolitana do Recife, nos períodos detalhados
foram elaborados visando à espacialização das informações, assim como mapas
de cada parque, com fotos que melhor representam à área.
O presente capítulo 1, denominado Introdução levanta a questão que motivou a
realização dessa investigação – a história de evolução do processo de
planejamento e gestão dos espaços destinados aos parques metropolitanos,
permitindo uma reflexão sobre os espaços livres e as relações com os espaços da
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
cidade metropolitana, sob a concepção de que a produção dos espaços públicos
para o lazer contribui para a produção do espaço urbano. Aborda ainda a gestão
como um dos principais problemas para as administrações municipais, em
particular com relação ao modo de se conseguir uma gestão que garanta o uso
coletivo dessas áreas, preservando-se o seu suporte ambiental, tudo a partir da
análise do processo de planejamento metropolitano.
O segundo capítulo trata do contexto no qual estão inseridos os parques metropolitanos,
desde a análise do processo de urbanização acelerada e a necessidade de conservação
desses espaços livres, passando pelo conhecimento acerca dos referenciais do
planejamento metropolitano que tratam dos parques, chegando às interfaces de uma
gestão compartilhada para utilização dos mesmos. Os mapas contendo a espacialização
dos parques metropolitanos estão inseridos nesse capítulo.
O terceiro capítulo contém a base teórico-conceitual que permitiu as relações diretas e
indiretas com a questão central desse estudo. Busca-se, nesse capítulo, estabelecer a
relação entre o desenvolvimento sustentável e as cidades, bem como entre os parques
metropolitanos e o desenvolvimento sustentável. Na conservação integrada urbana e
territorial foram abordados os desafios da sustentabilidade e os novos desenhos de
cidades, como forma de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das cidades no
mundo contemporâneo. Ainda, quanto às questões das pressões antrópicas nos espaços
urbanos, foi tratada a relação dos parques no contexto das áreas periurbanas. Destaca-
se, em seguida, a necessidade de recreação e lazer do homem, associada à preservação
de espaços de valor ambiental, temática que envolve os parques metropolitanos,
determinando suas possibilidades atuais e futuras. São tratadas, igualmente, as unidades
de conservação da natureza, visando identificar as divergências e similaridades
conceituais entre estas e os parques metropolitanos, e inserção destes no sistema de
unidades de conservação.
O quarto capítulo, por sua vez, apresenta o percurso metodológico utilizado nessa
pesquisa, justificando os passos e procedimentos adotados para atingir os objetivos
propostos.
Os resultados da pesquisa são objetos do quinto capítulo, onde estão dispostas as
informações dos documentos referenciais utilizados, com base nas informações do
planejamento das áreas selecionadas como parques metropolitanos, permitindo uma
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
visão geral de cada uma, sob o ponto de vista da proteção legal, das características
gerais de cada área e das propostas nos período de 1980, 1987 e 2001, além das
condições de vulnerabilidade e possibilidade de implementação.
O capítulo 6, denominado Recomendações e Conclusões apresenta uma abordagem
geral mais conclusiva, com recomendações específicas sobre os seguintes itens: área,
propostas existentes, proteção legal, recursos naturais, recursos construídos,
conservação integrada, grau de vulnerabilidade, nível de implementação, situação
fundiária, prioridades político-administrativas e gestão.
Finalmente, é apresentado um conjunto de anexos, contendo dados da pesquisa realizada nos
referenciais metropolitanos.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1. PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE OS ESPAÇOS LIVRES NA RMR
2.2. REFERENCIAIS DOS PARQUES METROPOLITANOS
2.3. ÁREAS SELECIONADAS PARA PARQUES METROPOLITANOS
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA
Este capítulo aborda os principais eventos que marcaram o planejamento e a
implementação dos parques metropolitanos, ao longo das três últimas décadas. Enfoca-
se, inicialmente a evidente pressão antrópica sobre essas áreas, caracterizadas como
espaços livres, públicos ou privados, urbanos ou periurbanos, da RMR, dotados de
importante patrimônio ambiental, natural e construído, dentro de um processo de
urbanização acelerada e desordenada. Em seguida, contextualizando-se os parques do
ponto de vista conceitual, apresenta-se um conjunto de comentários sobre as referências
do pensamento sobre essas áreas na RMR e as conseqüentes mudanças na sua
configuração espacial.
A análise do contexto objetivo das áreas selecionadas para abrigar os parques no
planejamento metropolitano, e do contexto conceitual em que elas foram planejadas
evidencia três aspectos importantes: (i) as enormes pressões da ocupação urbana sobre
os espaços livres, remanescentes do planejamento metropolitano; (ii) a contínua busca
do planejamento metropolitano de ofertar espaços de lazer para o cidadão, como
condição básica para o seu equilíbrio emocional e físico; e (iii) o fato, central, de que os
parques, apesar de tratados em diversos momentos do planejamento metropolitano,
dentro de diferentes abordagens, ainda carecem de um projeto sustentável.
2.1. PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE OS ESPAÇOS LIVRES NA RMR
O ambiente metropolitano vem se deteriorando gradativamente em termos de qualidade urbana e
ambiental, na medida em que parte do patrimônio natural e construído vem se perdendo ao longo
das últimas décadas, principalmente devido à enorme pressão antrópica sobre essas estruturas.
Durante a década de 70 a população urbana ultrapassou a população rural no Brasil, como mostra o
Quadro 1.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA NO BRASIL5 E NA RMR – (%)
ANO POP. URBANA - BRASIL POP. URBANA – RMR 1900 9,40 % - 1920 10,70 % - 1940 31,24 % 72,10% 1950 36,16 % 78,78% 1960 44,93 % 85,48% 1970 55,92 % 90,85% 1980 67,59 % 90,03% 1990 75,59 % 94,42% 2000 81,23 % 96,91%
Fonte – Dados do IBGE e FIDEM - 2000
Esse fato acarretou, de um lado, a preocupação com a vida moderna e o processo acelerado de
urbanização brasileira e, de outro, a necessidade de proteger antecipadamente as estruturas urbanas
e periurbanas mais sujeitas à pressão imobiliária. As áreas que deveriam abrigar os parques
metropolitanos foram selecionadas justamente neste período, consolidando a intenção de prover os
habitantes com uma quantidade adequada de áreas verdes e de lazer.
A oferta de áreas verdes em territórios de grande densidade urbana, caso das regiões
metropolitanas brasileiras, tem sido objeto de inúmeros estudos em todo o mundo. Dados
e indicadores relativos a várias cidades demonstram que a proporção de áreas verdes
em relação à área urbana total varia muito. Na Comunidade Européia (Relatório do
Ambiente na Europa, 19986) esse percentual passa de 60% na capital da Eslováquia e
cai para 5% em Madrid, segundo dados de 1995. Esse estudo destaca, ainda, a
necessidade do planejamento, do desenho e da ordenação da vegetação e das áreas
florestais como valores atrativos, tanto em áreas urbanas como periurbanas, vinculando a
paisagem e as condições de desenvolvimento da vegetação à qualidade da vida urbana.
Em outras grandes metrópoles, como a Cidade do México – cidade mais populosa do
mundo com aproximadamente 31,6 milhões de habitantes – esse número se reduz a
2,2%, representando 1,94 m2/hab, índice bem inferior aos 9,0 m2/hab recomendados pela
Organização Mundial de Saúde. Na Turquia, a média varia de 0,3 a 10 m2/hab. Já em
Copenhague, as áreas verdes e ajardinadas representam 23% da superfície urbana,
correspondendo a 43 m2/habitante. A cidade conta ainda com 48 árvores por km de rua e
1 parque de recreação e lazer para cada 459 crianças ou jovens.
5 No capítulo de anexos apresenta-se Quadro I – População Residente no Brasil, por região. 1940 a 2000; Quadro II - População residente em Pernambuco e Região Nordeste, 1940/2000; Quadro III – População Urbana e Rural, total e percentual por Região Brasileira, 1950/2000, onde aparece o fenômeno da urbanização, desde a década de 50.6 Relatório elaborado pelo Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Européias, em seqüência ao Relatório – O Ambiente na Europa: A Avaliação de Dobris (1995), decorrente da solicitação dos ministros do Ambiente de todos os países europeus, visando a quarta Conferência Ministerial de Arhus, Dinamarca, em junho de 1998.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Os dados sobre as áreas verdes nos municípios da RMR são extremamente precários, não sendo
possível avaliar o seu percentual no território ou a quantidade de área verde por habitante. A cidade
do Recife, uma exceção a essa regra, vem realizando estudos e levantamentos sobre a questão
ambiental e construindo um aparato legal e de gestão para a proteção dessas áreas. Nesse esforço,
elaborou o Cadastro de Unidades de Conservação7, que permitiu não apenas formar um banco de
dados, mas um diagnóstico para formulação de propostas de ação, tudo amparado pela Política
Ambiental da cidade do Recife. Embora Recife8 apresente dados importantes sobre os espaços
livres existentes no município, duas observações devem ser consideradas: a primeira trata do
conceito adotado referente aos espaços livres que considera, avenidas, ruas, passeios, vielas, pátios,
largos, parques, praças, jardins, maciços arbóreos cultivados representados pelos quintais, matas,
manguezais, lagoas, restingas, praias fluviais e marítimas, porquanto considera que a denominação
espaços livres está apoiada na condição de oferecer livre acesso. E, a segunda é que não há
informações para os demais municípios da RMR que possibilite uma análise qualitativa.
Os dados mais aproximados que existem para a RMR referem-se à relação entre área total, área
urbanizada e área rural dos municípios, mostrados no Quadro 2. Esses dados demonstram que, na
RMR, 28,65% do território é de área urbanizada, como mostrado no Mapa 2, a seguir.
QUADRO 2 – ÁREA TOTAL URBANA E RURAL COM % DOS MUNICÍPIOS DA RMR*
ÁREA URBANA (ha) ÁREA RURAL (ha) MUNICÍPIOS ÁREA TOTAL MUNICÍPIO(ha) ha % ha %
Abreu e Lima 12,850 2,8257 21,99 10,0242 78,01Igarassu 30,290 3,5802 11,82 26,7097 88,18Ilha de Itamaracá 6,510 2,7400 42,09 3,7699 57,91Itapissuma 7,390 0,5609 7,59 6,8231 92,41Olinda 3,790 3,4898 92,08 0,3001 7,92Paulista 10,180 7,1483 70,22 3,0316 29,78Recife 21,780 21,7800 100 0,00 0,00Jaboatão dos Guararapes 25,620 14,9774 58,46 10,6425 41,54Cabo de Santo Agostinho 44,650 7,6172 17,06 37,0327 82,94Ipojuca 51,260 2,6245 5,12 48,6354 94,88Moreno 19,130 2,6131 13,66 16,5168 86,34São Lourenço da Mata 26,330 3,5782 13,59 22,7517 86,41Camaragibe 48,100 4,8100 100 0,00 0,00Araçoiaba 9,650 0,2113 2,19 9,4386 97,81Fonte – Projeto Análise do Solo Urbano da RMR-FIDEM-2003. (*) A RMR tem um total de 2.742km2.
7 O Cadastro de Unidades de Conservação da Cidade de Recife foi elaborado pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Recife, em atendimento à Lei Municipal nº 16.243, de 13.09.1996, que instituiu a Política de Meio Ambiente da Cidade do Recife e o Código de Meio Ambiente e do Equilíbrio Ecológico da Cidade. 8 Documento sobre os Espaços Livres do Recife, elaborado pela Prefeitura da Cidade do Recife e Universidade Federal de Pernambuco, em 2000, conceitua e quantifica os espaços livres.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Mapa 2 – ÁREA URBANIZADA DA RMR
Quanto à questão de áreas de parques por município na RMR, o Quadro 3 apresenta dados sobre a
proporcionalidade dessas áreas com a área total e com a área urbana de cada um dos municípios.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 3 – MUNICÍPIOS DA RMR E OS PARQUES METROPOLITANOS
Área urbana Área do parque
Municípios Parque Metropolitano
Área total do
municipio (ha)
(ha) % (ha) % sobre
a área do Município
% sobre a área urbana
Abreu e Lima - 12.850 2,8257 21,99 - - -Igarassu - 30.290 3,5802 11,82 - - -Ilha de Itamaracá ITAMARACÁ 6.510 2,7400 42,09 200 3,07 7,29Itapissuma - 7.390 0,5609 7,59 - - -Olinda ARCOVERDE/
HORTO DE OLINDA 3.790 3,4898 92,08 41 1,08 1,17
Paulista JANGA 10.180 7,1483 70,22 616 6,05 8,62Recife MANGUEZAIS/
JIQUIÁ/ CAPIBARIBE
21.780 21,7800 100 337 1,55 1,55
Jaboatão dos Guararapes GUARARAPES/ LAGOA OLHO D’ÁGUA
25.620 14,9774 58,46 724 2,82 4,83
Cabo de Santo Agostinho ARMANDO HOLANDA 44.650 7,6172 17,06 270 0,60 3,54Ipojuca - 51.260 2,6245 5,12 - - -Moreno - 19.130 2,6131 13,66 - - -São Lourenço da Mata - 26.330 3,5782 13,59 - - -Camaragibe - 48.100 4,8100 100 - - -Araçoiaba - 9.650 0,2113 2,19 - - -
Fonte – Elaboração própria com base nos dados do IBGE e FIDEM - 2000
Para entender o contexto das áreas dos parques metropolitanos da Região Metropolitana
do Recife é necessário ir além dos dados quantitativos, objetivos, sobre a pressão
antrópica que elas sofrem e retroagir ao final da década de 70, para compreender o
contexto histórico da sua criação, em termos de gestão urbana no Brasil.
A partir de 1974, em resposta ao crescimento urbano acelerado – a metropolização ou a
conurbação de cidades – em um momento de recessão econômica, o governo federal
criou as regiões metropolitanas, buscando a promoção do melhor desempenho
econômico dessas áreas e a melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos.
Essa preocupação do poder público surgiu a partir do perfil do crescimento urbano que se
estabeleceu no país a partir do início do século passado, quando a população urbana salta de
10,70%, em 1920, para 31,24% em 1940, seguindo-se por 36,16% em 1950, 44,93% em 1960,
55,92% em 1970, 67,59% em 1980, 75,59% em 1990, chegando a 81,23% em 20009.
Esses números demonstram da busca de habitantes pelo espaço urbano, gerando um processo de
crescimento sem precedentes das grandes cidades brasileiras e dos vários problemas a serem
enfrentados. O Quadro 4, mostra a situação das 13 maiores cidades brasileiras em termos de grau
de urbanização da população, em 2000.
9 Quadro III – População Urbana e Rural, total e percentual por Região Brasileira, 1950/2000, já citado.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 4 – RANKING DAS MAIORES CIDADES BRASILEIRAS, EM POP. URBANA
Ranking 13 maiores metrópoles do Brasil
População total - 2000
População urbana - 2000 %
1 São Paulo (SP) 10.434.252 9.813.187 94,05
2 Rio de Janeiro (RJ) 5.857.904 5.857.904 100,00
3 Salvador (BA) 2.443.107 2.442.102 99,96
4 Belo Horizonte (MG) 2.238.526 2.238.526 100,00
5 Fortaleza (CE) 2.141.402 2.141.402 100,00
6 Brasília (DF) 2.051.146 1.961.499 95,63
7 Curitiba (PR) 1.587.315 1.587.315 100,00
8 Recife (PE) 1.422.905 1.422.905 100,00
9 Manaus (AM) 1.405.835 1.396.768 99,36
10 Porto Alegre (RS) 1.360.590 1.320.739 97,07
11 Belém (PA) 1.280.614 1.272.354 99,35
12 Goiânia (GO) 1.093.007 1.085.806 99,34
13 Guarulhos (SP) 1.072.717 1.049.668 97,85
TOTAL 34.389.320 33.590.175 97,68 Fonte – Elaboração própria com base nos dados do IBGE e FIDEM - 2000
Esse processo de urbanização colocou a necessidade de enfrentamento das questões de interesse
comum, considerando que várias cidades passaram a constituir um aglomerado urbano, conurbado,
com outras cidades, levando à necessidade de uma gestão colegiada para resolver problemas que
afetam várias gestões político-administrativas.
A institucionalização das regiões metropolitanas brasileiras baseou-se, portanto, no
conceito dos serviços públicos de interesse comum, passando posteriormente, mas
precisamente em 1994, às funções públicas de interesse comum. Compreende-se,
assim, que não apenas os serviços, mas as funções públicas do interesse comum são
co-responsabilidade das três esferas de setor público governamental, cabendo a todos a
organização, o planejamento e a execução das ações de desenvolvimento e de equilíbrio
dessa região.
Esse momento histórico do processo de gestão urbana no Brasil associou as três esferas
de poder num ambiente de negociação dos diferentes interesses. Nesse esforço, planos,
programas e projetos foram traçados dentro da lógica urbana da RMR, numa rede de
funções complementares, diferentemente de uma visão isolada do crescimento municipal.
Recife e sua região metropolitana, constituída por 14 municípios, não diferem de
outras realidades brasileiras e apresentam uma população urbana bem maior do
que a parcela rural, conforme está demonstrado no Quadro 5. A semelhança de
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
outras metrópoles isso já ocorria mesmo antes de se constituir na unidade regional
metropolitana, em 1974.
QUADRO 5 – POPULAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE, POR DÉCADA (total , urbana, rural e % urbana)
Ano de referência População Total População Urbana População Rural % pop. Urbana
1940 576.467 415.668 160.799 72,10%1950 843.409 664.451 178.958 78,78%1960 1.275.125 1.090.050 185.075 85,48%1970 1.827.173 1.660.039 167.134 90,85%1980 2.386.461 2.148.574 237.887 90,03%1991 2.919.979 2.757.088 162.891 94,42%1996 3.087.967 2.926.174 162.793 94,76%2000 3.337.565 3.234.647 102.918 96,91%
Fonte – Diagnóstico Preliminar da Região Metropolitana do Recife – Volume 1 – Recife-1974. Governo do Estado de Pernambuco/Secretaria de Coordenação Geral – Conselho de Desenvolvimento de Pernambuco – CONDEPE e BDE – Banco de Dados do Estado de Pernambuco – CONDEPE/FISEPE, Governo do Estado de Pernambuco, 2004.
Entretanto, o fenômeno da metropolização, não ocorre igualmente em todos os municípios que
integram a Região Metropolitana do Recife10. A urbanização varia de município a município, em
função das potencialidades locais ou de outros fatores internos, como uma gestão de qualidade, ou
externos, como a instalação de um programa de desenvolvimento local com infra-estrutura.
É importante considerar, também, que alguns desses municípios apresentam especificidades
ambientais relevantes para a metrópole, a exemplo das áreas de proteção de mananciais hídricos em
quase toda a parcela oeste da RMR. Esses fatos restringem a ocupação urbana e deveriam
promover compensações, inclusive em termos financeiros, para esses municípios. Um exemplo é
Araçoiaba, onde quase 90% do seu território apresenta restrições à ocupação por se tratar de área
estratégica para o abastecimento de água da área norte da RMR. Também Igarassu, com mais de
50% de sua área com restrições ao uso e ocupação por questões ambientais.
O Mapa 3 apresenta a fatia da RMR comprometida com restrições ambientais legais, em relação à
área urbanizada da RMR. Na parte litorânea é onde se concentra a ocupação predominante urbana.
O Quadro 6 apresenta a população urbana e rural em cada município da RMR.
10 Quadros demonstrativos do crescimento urbano por município da RMR (Quadros IV ao X), desde a década de 40 até 2000 encontram-se, no capítulo de anexo, desta dissertação, permitindo a análise do crescimento da região.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 6 – POPULAÇÃO/2000 – MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
Município População Total População Urbana População Rural
1 Recife 1.422.905 1.422.905 - 2 Cabo 152.977 134.486 18.491 3 Jaboatão 581.556 568.474 13.082 4 Moreno 49.205 38.294 10.911 5 São Lourenço da Mata 90.402 83.543 6.859 6 Olinda 367.902 360.554 7.348 7 Paulista 262.237 262.237 - 8 Igarassu 82.277 75.739 6.538 9 Itamaracá 15.858 12.930 2.928 10 Ipojuca 59.281 40.310 18.971 11 Camaragibe 128.702 128.702 - 12 Abreu e Lima 89.039 77.696 11.343 13 Itapissuma 20.116 16.330 3.786 14 Araçoiaba 15.108 12.447 2.661
Total 3.337.565 3.234.647 102.918 Área da RMR – 2.742,4 km2. Fonte - BDE – Banco de Dados do Estado de Pernambuco – CONDEPE/FISEPE, Governo do Estado de Pernambuco, 2000.
Mapa 3 – AMBIENTE NATURAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Os problemas gerados pelo crescimento urbano chamaram mais uma vez a atenção do
mundo e da ONU a partir de 1994, quando da preparação da Conferência sobre
População (Cairo). Ali se reconheceu o papel da autoridade local, considerando-se que
os processos sociais, econômicos, culturais e populacionais tendem a globalizar-se, mas
seus efeitos concentram-se nas aglomerações urbanas, requerendo atuações políticas
integradas. Ficou patente a necessidade de se buscar uma articulação entre atores
urbanos para promover as cidades e uma maior oferta de infra-estrutura física, social e
de comunicação, e o atendimento às demandas por serviços sociais, principal razão de
ser das regiões metropolitanas. De fato, a criação e o delineamento das regiões
metropolitanas sejam no sentido das competências e áreas de atuação institucional, seja
no sentido físico-geográfico, buscaram sempre reger um entendimento mais integrado
dos diversos setores atuantes na região.
2.2. REFERENCIAIS DO PLANEJAMENTO METROPOLITANO
O Planejamento Metropolitano da RMR fundamentou-se em um conjunto de
preocupações e de sugestões constantes de documentos de planejamento nacionais,
estaduais e regionais. Todos os documentos que foram referência para a criação dos
parques metropolitanos foram analisados pelo presente estudo, sendo o resultado desse
trabalho apresentado no capítulo 5. Entretanto, são tecidos neste capítulo comentários
sobre aqueles que melhor contextualizam o processo de evolução das propostas
metropolitanas sobre esses espaços livres, que articulavam áreas distintas, como lazer,
turismo, qualidade ambiental e urbana, desportos, vida comunitária, cultura, saúde e
educação.
• I Plano de Desenvolvimento Integrado da RMR - PDI/RMR
O I Plano de Desenvolvimento Integrado da RMR - PDI/RMR baseou-se no III Plano
Nacional de Desenvolvimento – III PND (1980-85)11, que especifica claramente a
preocupação com o intenso processo de urbanização das cidades brasileiras:
“a insuficiência de espaços livres e de equipamentos, a comercialização dos respectivos
serviços, as dificuldades de acesso às áreas de lazer e as formas de cultura de massa
são fatores preponderantes na formulação da política nacional de recreação, lazer e
desportos voltada para o bem estar das populações, sobretudo dos estratos mais
carentes”.
11 III Plano de Desenvolvimento Nacional – III PND, para o período de 1980-85, elaborado pela Secretaria de Planejamento da Presidência da República – Brasília -1979.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Nesse sentido, sugeria que se expandissem as áreas e equipamentos de recreação e
lazer, especialmente aquelas próximas às concentrações urbanas. Sugeria também que
se procedesse a possíveis adaptações de áreas urbanizadas à prática do lazer e o apoio
a programas de lazer associados aos programas sociais, tais como o de Centros Sociais
Urbanos – CSU’s, os da Legião Brasileira de Assistência – LBA, entre outros. Associado
ao lazer encontrava-se a preocupação com o desporto, destacando-se sua importância
para grupos de baixa renda, entendida como uma política de saúde e de educação.
O PDI/RMR também adotou como referencial o II Plano de Desenvolvimento do Estado –
II PDE12, que associa as questões da cultura, do patrimônio histórico, do lazer e do
desporto nos Programas da Área Social, estabelecendo as seguintes linhas de
prioridades: fortalecimento do Sistema Estadual de Informação Cultural; desenvolvimento
do patrimônio cultural; promoção do patrimônio artístico; preservação de monumentos e
sítios históricos; aprimoramento do Sistema Estadual de Esportes; construção de vilas
olímpicas e implantação de zonas esportivas.
Acopla ainda as questões relativas ao turismo, apontando como prioridades: a expansão
dos equipamentos e serviços turísticos; o desenvolvimento turístico da área do mar; o
desenvolvimento turístico das áreas fluviais e lacustres, das áreas de micro-climas e
estâncias hidrominerais; e a capacitação de recursos humanos para as atividades de
turismo. Além desse universo ainda considera os programas especiais de preservação
ecológica, através do fortalecimento dos órgãos de proteção ao meio ambiente e o
controle ambiental em áreas de interesse ecológico.
• Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos - PDSPM/RMR
Em seqüência, o Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos - PDSPM/RMR
pinçou alguns programas de interesse do PDI/RMR, como sendo de interface direta com
o sistema de parques, a saber: expansão das atividades de turismo; habitação e
equipamentos básicos; Centros Sociais Urbanos; lazer; valorização das faixas de praia e
drenagem e valorização de áreas.
O PDSPM/RMR determinou as condições para o lazer em espaços públicos abertos na
região, além de definir políticas nos diferentes níveis de governo e estabelecer os
12 O II Plano de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – II PDE (1980-83) é um instrumento de política estadual, elaborado pelo Governo do Estado, através da sua Secretaria de Planejamento, em 1980.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
elementos técnicos para a concretização dos objetivos. Partindo de uma análise da
situação na época, apontou para uma situação desejável, definindo um conjunto de
ações de transformação requeridas. Um mosaico é o que se pretendeu estabelecer,
possibilitando compatibilizar interesses distintos, mesmo que em seu interior existissem
áreas de uso restrito e/ou de uso sustentável, sob o ponto de vista ambiental.
Outros documentos trataram dessas áreas, tais como: Parques Metropolitanos - Série
Documental do Governo do Estado de Pernambuco (1987); Inventário sobre a situação
das áreas selecionadas para os parques metropolitanos (2001); Plano Diretor da Região
Metropolitana do Recife – METRÓPOLE 2010 (1998); Plano de Ação Regional para a
RMR – PAR (2000-2003); Agenda 21 do Estado de Pernambuco (2002). Mais
recentemente, os Parques Metropolitanos foram tratados a partir da perspectiva da
promoção de uma maior inclusão social, considerando as questões da competitividade
local e regional. Neste aspecto se destaca o Plano Metrópole Estratégica (2002). A
análise detalhada desses documentos encontra-se no capítulo 5, como destacado
inicialmente.
2.3. AS ÁREAS SELECIONADAS PARA OS PARQUES METROPOLITANOS
A definição das áreas reservadas para abrigar parques metropolitanos na RMR teve três
momentos de destaque: 1980, o final da década de 80 (1987) e o ano de 2001.
O primeiro momento se refere à elaboração do Plano Diretor do Sistema de Parques
Metropolitanos - PDSPM, iniciado no final da década de 70, mas só estruturado em 1980.
Esse instrumento de planejamento reservou 11.360 ha para abrigar os parques
metropolitanos. Esse total foi dividido em 20 áreas, para atender a uma população de
2.386.461 habitantes, o que equivale a uma taxa de 47,60 m2/hab. (Mapa 4). Esse Plano
considerou 6 áreas prioritárias e 6 secundárias, reservando 8 áreas como
complementação do sistema proposto.
Em termos de distribuição espacial, observa-se que 8 dos 9 municípios que integravam a RMR na
época – Recife, Olinda, Jaboatão, Cabo, Itamaracá, Igarassu, Moreno, São Lourenço da Mata e
Paulista - tinham pelo menos um parque. Jaboatão abrigava o maior número, com 4 áreas
selecionadas, seguido por Recife, Cabo e Paulista, cada um com 3 parques; Itamaracá, Olinda e
Moreno com 2 áreas, cada; e São Lourenço da Mata com 1 parque. Apenas o município de Igarassu
não estava contemplado com parque metropolitano, devendo ser atendido pelos municípios
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
vizinhos. Os parques estavam distribuídos espacialmente de forma a atender a toda a população
metropolitana e a assegurar áreas ambientalmente valiosas no território metropolitano.
Mapa 4 – PARQUES 1980
Essas áreas selecionadas representavam, naquele momento, apenas 0,5% do território
metropolitano, para atender a uma população urbana que, em 1980, representava 90%
da população total da RMR. Os Quadros 7 e 8, a seguir, apresentam as áreas
selecionadas, distinguindo-se entre áreas prioritárias, áreas secundárias e áreas
alternativas.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 7 – ÁREAS SELECIONADAS PELO PDSPM / RMR – 1980
ÁREAS PRIORITÁRIAS (6) ÁREAS SECUNDÁRIAS (6) ÁREAS ALTERNATIVAS (8)
Quant. Nome do Parque Quant. Nome do Parque Quant. Nome do Parque 01 02 03 04 05 06
Armando Holanda Cavalcanti Itamaracá** Guararapes Janga Capibaribe*** Tapacurá
01 02 03 04 05 06
Estuário do Rio Beberibe****
Ilha de São Simão Horto de Olinda Lagoa olho D’Água Estuário do Rio Timbó Barra de Orange
01 02 03 04 05 06 07 08
Açude Jangadinha* Engenho Novo* Engenho Uchoa* Istmo do Paiva Açude Gurjaú Serra do Cotovelo* Paratibe* Engenhos Pintos e Pereira*
TOTAL DE ÁREAS PROPOSTAS PARA PARQUES METROPOLITANOS – 20 ÁREAS – 11.360 ha A população da RMR, em 1980, totalizava 2.386.461 (Fonte FIDEM/IBGE)
* Áreas não incluídas no Plano Diretor Integrado da RMR –PDI/RMR, 1975. **O Parque de Itamaracá incluía, em seu perímetro, a área do Engenho Amparo. *** O Parque do Capibaribe incluía, em seu perímetro, o Parque de Dois Irmãos. **** Nesta ocasião era constituído pelo Parque Duarte Coelho, objeto de Plano Diretor /1978.
QUADRO 8 – ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1980
Ordem ÁREAS PRIORITÁRIASNome do Parque Área (ha) Município
01 02 03 04 05 06
Armando Holanda Itamaracá
Guararapes Janga
Capibaribe Tapacurá
370 850 365 654
1.400 800
Cabo Itamaracá Jaboatão Paulista Recife
S.L.Mata 6 SUB-TOTAL 4.439 RMR
Ordem ÁREAS SECUNDÁRIAS Nome do Parque Área (ha) Município
01 02 03 04 05 06
Estuário Rio Beberibe Ilha de São Simão
Horto de Olinda Lagoa Olho D’Água
Estuário do Rio Timbó Barra de Orange
80 130 31 560 670 550
Olinda Recife Olinda
Jaboatão Paulista
Itamaracá 6 SUB-TOTAL 2.021 RMR
Ordem Nome do Parque
ÁREAS ALTERNATIVAS Área (ha) Município
01 02 03 04 05 06 07 08
Açude Jangadinha Engenho Novo Engenho Uchoa Istmo do Paiva Açude Gurjaú
Serra do Cotovelo Paratibe
Engenhos Pintos/Pereira
240 1.200 120 240 500 800
1.200 600
Jaboatão Jaboatão
Recife Cabo Cabo
Moreno/Cabo Paulista Moreno
8 SUB-TOTAL 4.900 RMR
20 TOTAL 11.360 ha RMR
Os Quadros 9, 10 e 11 mostram os mesmos dados revistos pelo Plano Diretor de
Parques Metropolitanos:
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Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Outra grande mudança no planejamento das áreas reservadas para os parques
metropolitanos se deu em 1987, quando foi desenvolvido um trabalho intitulado Série
Documental Metropolitana. No seu bojo, foi estabelecido o Sistema de Parques
Metropolitanos – SPM/RMR, redefinindo as áreas prioritárias e as secundárias (Mapa 5).
Houve grande redução de área: de 11.360 ha., em 1980, para cerca de 5.227 ha., em
1987, com uma redução de 6.133 ha. As áreas definidas como alternativas (8) foram
desconsideradas, reduzindo-se as possibilidades de expandir a rede de parques
metropolitanos. A redução no índice de atendimento foi de quase 50%, ficando em 21,90
m2/hab. Se considerarmos a população da RMR em 1990, com 2.919.979 habitantes,
esse índice é menor (17,90 m2/hab.), o que equivale a 37,5% do índice inicial estimado.
Como área prioritária permaneceu o Parque do Janga (Paulista) e criou-se o Parque do
Jiquiá (Recife). As demais passaram a ser secundárias, permanecendo nessa categoria o
Parque Horto de Olinda. Destaque-se que o Parque do Beberibe passou ser parte da
área do Complexo Salgadinho, como perspectiva de ali ser instalado o parque que
atenderia a população de Olinda.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Mapa 5 – PARQUES 1987
Não há uma razão explícita para as alterações propostas. Especula-se que tenham se fundamentado
apenas na viabilidade de implementação dos parques, em detrimento de outras considerações, como
a de salvaguardar áreas do processo de acelerada urbanização e, principalmente, a de distribuição
equilibrada no território.
Os Quadros 12 a 15, a seguir, apresentam a seleção das áreas prioritárias e secundárias constantes
do documento Parques Metropolitanos e informações adicionais.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 12 – ÁREAS SELECIONADAS PELO SISTEMA DE PARQUES
METROPOLITANOS / RMR – 1987
ÁREAS PRIORITÁRIAS (6) ÁREAS SECUNDÁRIAS (6) Quantidade Nome do Parque Quantidade Nome do Parque
01 02 03 04 05 06
Salgadinho (Memorial Arcoverde) Janga Timbó Lagoa Olho D’Água Encanta Moça/ Manguezais Jiquiá
01 02 03 04 05 06
Itamaracá Tapacurá Armando Holanda Guararapes Capibaribe/Dois Irmãos Horto de Olinda
TOTAL DE ÁREAS PROPOSTAS PARA PARQUES METROPOLITANOS – 12 ÁREAS – 5.227 ha
A população da RMR, em 1980, totalizava 2.386.461 (Fonte FIDEM/IBGE). No Censo de 1991a população da RMR chegou a 2.919.979 hab.
* Não constava da seleção anteriormente estabelecida pelo Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos.
QUADRO 13 – ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1987, área e município
Ordem Nome do Parque
ÁREAS PRIORITÁRIAS Área (ha) Município
01 02 03 04 05 06
Salgadinho (Memorial Arcoverde) Janga Timbó Lagoa Olho D’Água Encanta Moça/ Manguezais Jiquiá
356541505002552
Olinda Paulista Paulista Jaboatão Recife Recife
6 SUB-TOTAL 1.416 RMR
Ordem Nome do Parque ÁREAS SECUNDÁRIAS Área (ha) Município
01 02 03 04 05 06
Itamaracá Tapacurá Armando Holanda Guararapes Capibaribe/Dois Irmãos Horto de Olinda
850800370365
1.40026
Itamaracá S.L.Mata Cabo Jaboatão Recife Olinda
6 SUB-TOTAL 3.811 RMR 12 TOTAL 5.227 RMR
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RMR
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
O terceiro momento de destaque para o planejamento dos parques metropolitanos se deu no final da
década de 90, com a intensa discussão sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza, culminando com a Lei Federal nº 9.985, sancionada em 18 de julho de 2000.
Com a nova lei, surgiu a necessidade de classificação ou re-classificação de áreas especiais,
algumas das quais passaram nesse momento a constituir as unidades de conservação da natureza,
na RMR. É o caso do Horto de Dois Irmãos, inserido no Parque Metropolitano do Capibaribe, que
passa a constituir a Reserva Ecológica de Dois Irmãos e, posteriormente, integrando-se ao Parque
Estadual de Dois Irmãos, em 1998.
É o caso também da área do Timbó, em Paulista, que passa a ser a Reserva Ecológica
de Caetés, única reserva ecológica implantada entre as 40 áreas selecionada. O Parque
Tapacurá passa a constituir uma Estação Ecológica, a partir da implantação de uma
barragem de abastecimento d’água para a RMR. Finalmente, o Parque do Engenho
Uchoa que passa a constituir uma Reserva Ecológica, para na seqüência abrigar uma
Área de Proteção Ambiental – APA Engenho Uchoa. Esse último exemplo está inserido
em uma Zona Especial de Proteção Ambiental - ZEPA, pela legislação de uso do solo do
município do Recife. Os Quadros 16 a 18 a seguir, apresentam os resultados dessa
seleção.
QUADRO 16
PARQUES METROPOLITANOS – 2001
ÁREAS PRIORITÁRIAS* ÁREAS RECLASSIFICADAS ÁREAS COMPLEMENTARES Quantidade Nome do Parque Quantidade Nome do Parque Quantidade Nome do Parque
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Arcoverde Guararapes Armando H. Cavalcanti Janga Horto de Olinda Manguezais Itamaracá Lagoa Olho D’Água Jiquiá Capibaribe
01 02 03 04
Dois Irmãos Caetés (Estuário do Timbó) Engenho Uchoa Tapacurá
01 02 03 04 05 06
Camaragibe Cordeiro Jaqueira 13 de Maio Santana Paiva
10 Áreas Prioritárias 4 Áreas Reclassificadas 6 Áreas Complementares TOTAL DE ÁREAS PROPOSTAS PARA PARQUES METROPOLITANOS – 10 ÁREAS – 2.188 ha.
A população da RMR, em 2000, totaliza 3.337.565 (Fonte FIDEM/IBGE). * Parques metropolitanos implantados ou a implantar. Apenas como dados comparativos cumpre destacar que a população da RMR, em 1980, totalizava 2.386.461, em 1991, totalizava 2.919.979, chegando a 2000 com 3.337.565. Fonte: Dados do FIDEM/IBGE.
QUADRO 17 – ÁREAS SELECIONADAS POR MUNICÍPIO DA RMR – 1987
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
ÁREAS PRIORITÁRIAS
Ordem Nome do Parque Área (ha) Município
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Arcoverde Guararapes Armando Holanda Janga Horto de Olinda Manguezais Itamaracá Lagoa Olho D’Água Jiquiá Capibaribe
32 224 270 616
9 245 200 500 52 40
Olinda Jaboatão Cabo Paulista Olinda Recife Itamaracá Jaboatão Recife Recife
10 SUB-TOTAL 1.873 RMR Em 2001, deu-se o quarto momento relevante nas áreas reservadas para os parques
metropolitanos, com uma nova revisão que resultou em uma redução significativa da área
proposta, agora com apenas 2.188 ha, distribuídos em 10 áreas prioritárias e 4 re-
classificadas.
O quadro 18, abaixo, apresenta os novos parques, suas áreas, a população atendida,
direta e indiretamente por cada um deles e seus pontos de maior vulnerabilidade.
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A distribuição espacial dos novos parques é mostrada no Mapa 6, que se segue.
Mapa 6 – PARQUES – 2001
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Os 2.188 ha atuais devem atender a uma população de 3.337.565 habitantes, posto que
Município de Ipojuca passou a integrar a RMR, com base na Lei Complementar nº 10, de
6 de janeiro de 1994, passando de 2.201 km2 para 2.742,4 km2. Ou seja, reduz-se as
áreas de parques tendo havido aumento de área e população na Região Metropolitana.
Os novos números representam uma taxa de área de parque de 6,56 m2/habitante,
redução bastante significativa e preocupante. Também nessa última revisão, que resultou
nesta redução de áreas para parques, os documentos não trazem uma explicação
explícita para o fato, mas acredita-se que ele se deva à perda de áreas com
características que as justifiquem como parques (como a ocupação habitacional e por
outras atividades não conformes) e a uma crescente tomada de consciência da
dificuldade de se manter áreas livres, reservadas para usos ainda não implantados, num
contexto de escassez de solo urbano.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
3. BASE TEÓRICA E CONCEITUAL
3.1. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CIDADES
3.2. CONSERVAÇÃO INTEGRADA URBANA E TERRITORIAL
3.3. ÁREAS DE INTERFACES PERIURBANAS
3.4. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC
3.5. PARQUES METROPOLITANOS NA RMR
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
3. BASE TEÓRICA E CONCEITUAL
Este capítulo trata das questões conceituais que nortearam a pesquisa e fundamentaram
a lógica da dissertação. Inicia-se pela questão do desenvolvimento sustentável e suas
possibilidades na cidade, dada sua capacidade de associar as questões ambientais,
sociais e econômicas.
O tema seguinte refere-se à conservação integrada urbana e territorial, permitindo
estabelecer conexões entre o que é passível de transformação e as perspectivas de
introduzir novos usos e funções nos espaços livres, resgatando a qualidade urbana e
ambiental. Discute a relação entre a conservação integrada das áreas verdes dos
parques metropolitanos e das áreas urbanas ocupadas, ambas passíveis de processos
de integração territorial.
Trata-se, em seguida, da questão das áreas de interface periurbana46, já que a maioria
das áreas selecionadas para parques metropolitanos tem essa característica. Isto
significa que elas sofrem violenta pressão por ocupação e apresentam uma velocidade
de transformação intensa, principalmente em termos de estruturas ambientais naturais.
Discute-se, na seqüência, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
– SNUC. Finalmente, trata-se dos conceitos e modalidades dos parques metropolitanos,
nos vários períodos em que foram objeto de estudos específicos.
3.1. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CIDADES
Existem vários de conceitos para o termo desenvolvimento sustentável,
desenvolvidos por inúmeros especialistas. O mais divulgado é aquele que consta
do Relatório Bruntland, publicado em 1987. Nele, o desenvolvimento sustentável
é compreendido como um processo que busca satisfazer as necessidades e
46 Espaço periurbano segundo definições do Laboratório de Estudos Periurbanos da UFPE, constitui área situada em zona urbana ou e expansão urbana sob forte pressão antrópica de ocupação ou especulação imobiliária, com possibilidade de passar por um processo de transformação significativo. Destaca-se, ainda, a necessidade de manter esses espaços como áreas de amenização do processo acelerado de ocupação urbana, permitindo qualidade ambiental às cidades.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
aspirações das pessoas no presente, sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades.
A busca por uma forma de desenvolvimento sustentável está presente nos meios
científicos e acadêmicos desde a década de 60, mas só após o encontro das
Nações Unidas, ocorrido em Estocolmo, em 1972, é que surgiram movimentos
mais atuantes em defesa de um crescimento econômico menos predatório,
observando o meio ambiente e sua capacidade de resiliência47. Apenas na
década de 80, é que se consagra a idéia de desenvolvimento sustentável,
consolidado no Encontro Mundial ocorrido no Rio de Janeiro, a ECO 92.
Trata-se de uma abordagem que reavalia os relacionamentos da economia e da
sociedade com a natureza e, ainda, do Estado com a sociedade. Esse
desenvolvimento deve garantir o equilíbrio entre o nível de crescimento da
população e a conservação da base de recursos naturais, reorientando a
tecnologia e administrando os riscos de perdas irreparáveis, sempre que possível,
de modo que o meio ambiente passe a ser considerado no processo econômico e
na tomada de decisão.
A idéia de sustentabilidade refere-se à capacidade de algo ser suportável,
duradouro e conservável, associando-se à noção de continuidade. Essa idéia
remete a uma lógica que demanda uma nova ordem econômica e social,
estabelecendo um processo de mudanças no qual a exploração dos recursos, a
orientação dos investimentos, os rumos do desenvolvimento tecnológico e a
mudança institucional estão de voltadas para o atendimento de necessidades
atuais e futuras.
É importante destacar que o princípio da sustentabilidade não é apenas a
conciliação entre o crescimento econômico e a gestão racional dos recursos
naturais. Assim, cabe diferenciar –“desenvolvimento sustentável como a
capacidade de um sistema se reproduzir no tempo, de forma simples ou
47 Resiliência é a capacidade de um sistema de manter sua estrutura e padrão de comportamento face aos distúrbios externos. Capacidade de se adaptar às mudanças.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
expandida, utilizando os recursos existentes no interior de seu território sem
dilapidá-los, considerando, portanto, a potência interna do sistema”48.
(Zancheti,1997)
O conceito de necessidade, sobretudo de necessidades essenciais varia
enormemente para diferentes contextos culturais. Mas, de uma forma geral, um
dos maiores problemas é que muitos teóricos e decisores acreditam que, se por
um lado as necessidades dos pobres do mundo devem receber a máxima
prioridade, por outro, as limitações que a conservação do meio ambiente impõe
ao desenvolvimento, no estágio atual da tecnologia e de organização social,
impedem o atendimento das necessidades presentes, para preservar a
capacidade das gerações futuras.
O grande desafio do desenvolvimento sustentável é, portanto, atingir o
compromisso entre o desenvolvimento econômico, justiça social e a preservação
ecológica e a herança para o futuro, entendendo-o como a relação entre o
crescimento econômico com distribuição, mantendo a preservação da natureza
sem degradação crescente e, simultaneamente, fazendo com que a herança a ser
legada permita adequados níveis de qualidade de vida, mantidos no tempo e no
espaço. Nosso futuro demanda uma nova visão e gestão do desenvolvimento à
luz de postulados interdependentes de equidade social, equilíbrio ambiental,
equilíbrio econômico e autodeterminação política.
O conceito é extremamente abrangente e aplicado distintamente quando as
realidades locais são distintas. O fator cultural é elemento diferenciador da
sustentabilidade possível em cada lugar. O que é sustentável nos países
desenvolvidos, no conceito da pós-modernidade globalizada, não o é
necessariamente para os países dependentes e pobres.
O desenvolvimento sustentável refere-se, portanto, a processos de mudança
sociopolítica, socioeconômica e cultural-institucional, visando assegurar a
48 Zancheti, Sílvio Mendes. Conceitos de desenvolvimento sustentável, no 1º CURSO DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA URBANA E TERRITORIAL- CECI,1997. PROGRAMA BRASIL- ITUC/BR.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
satisfação das necessidades básicas da população e a eqüidade social, no
presente e no futuro, promovendo oportunidades de bem-estar social, compatíveis
com as circunstâncias ecológicas de longo prazo. Necessariamente, traduz
preocupações com a produção e o consumo de bens e serviços, com as
necessidades básicas de subsistência, com os recursos naturais e o equilíbrio
ecossistêmico, com as práticas decisórias e a distribuição do poder e com os
valores pessoais e culturais.
A redução da pobreza, a satisfação das necessidades básicas e a melhoria da
qualidade de vida da população passam pelo resgate da eqüidade, pelo respeito à
vida, pelo estabelecimento de uma forma de governo que garanta a participação
social nas decisões, para que o processo de desenvolvimento seja julgado como
sustentável.
O ambiente propício para o desenvolvimento sustentável requer um sistema
econômico que gere excedentes de maneira a atender a um universo maior do
que o atual, além de conhecimentos técnicos calcados em bases tecnológicas e
um ambiente social capaz de resolver conflitos. Por isso um dos pressuposto
básico dos processos decisórios é a participação política dos cidadãos, assim
como o estabelecimento de bases de conhecimento e geração de novas práticas.
Hoje, se observa um discurso mais aberto e hegemônico, onde esse conceito
apresenta-se com mais clareza, haja vista a conscientização ambiental dos
formuladores de políticas de desenvolvimento e a generalização da preocupação
com a proteção de ecossistemas importantes, visando garantir que esses
recursos passem às novas gerações. De outra parte, financiamentos
internacionais vêm condicionando a qualidade dos projetos ao componente
ambiental.
Em resumo, o desenvolvimento é sustentável quando atinge as dimensões
ecológica, econômica e social. No tocante à esfera ecológica se materializa nos
processos de conservação dos ecossistemas e no manejo racional do meio
ambiente e dos recursos naturais. Na esfera econômica se realiza na promoção
de atividades produtivas, razoavelmente rentáveis, mais voltadas para a
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
qualidade de vida do que para a quantidade da produção, com relativa
permanência no tempo. Finalmente, o desenvolvimento sustentável acontece na
esfera social quando as atividades oriundas dos processos de desenvolvimento
são compatíveis com os valores culturais e as expectativas da sociedade, quando
os atores sociais estabelecem controles nas decisões sobre ações que afetam
seus destinos, considerando a questão da distribuição, com equidade, dos frutos
do desenvolvimento.
Os mecanismos de mercado são inadequados para garantir a sustentabilidade. A
suficiência material não garante, per si, a melhoria na qualidade de vida, embora
possibilite o acesso aos bens e serviços produzidos, O desenvolvimento
sustentável insiste na qualificação e apreciação do crescimento econômico,
igualando a suficiência material à equidade, como princípio da distribuição e
justiça, e à garantia ambiental como solidariedade entre as gerações.
O discurso atual sobre cidades, em diversos níveis e lugares, faz menção ao
desenvolvimento sustentável. O problema está nas práticas, que tomam caminhos
diferentes do discurso e têm trazido entendimentos focados em dimensões
diversas da sustentabilidade urbana.
De uma forma geral, busca-se a sustentabilidade urbana através do equilíbrio
entre o crescimento populacional e a capacidade de determinado território em
atender à demanda por serviços urbanos e infra-estrutura. Do ponto de vista
ecológico há necessidade de se promover a redução do consumo de energia, da
poluição atmosférica e hídrica, mantendo a diversidade biológica e assegurando a
proteção a determinados recursos naturais.
Na questão social considera-se fundamental a redução da pobreza e da fome,
principalmente nos países do hemisfério sul, onde existe percentual bastante alto
da população que vive abaixo da linha de pobreza, considerando que a redução
da pobreza é pré-condição para o desenvolvimento humano e ambiental
equilibrado.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Na RMR existe um percentual elevado de pobreza49, aquela sem acesso aos serviços
públicos e, conseqüentemente, às condições necessárias a uma vida digna. As tabelas a
seguir apresentam dados de 2000 e indicadores de pobreza dos municípios da RMR. È
possível verificar o contingente populacional que vive em precárias condições de vida na
região: cerca de 40,53% das famílias da metrópole contam com uma renda per capita
inferior a meio salário mínimo.
Vale ressaltar que, como a RMR concentra 42% da população pernambucana, os
indicadores para o Estado são fortemente influenciados pelos da metrópole, melhorando
o desempenho médio estadual. Isso significa que são piores as condições sociais das
outras regiões de Pernambuco. A análise por município metropolitano, a partir de uma
desagregação realizada em trabalho da FIDEM, leva à identificação de municípios mais
carentes no interior da RMR, como é o caso de Araçoiaba, o município de maior pobreza,
e de Itamaracá, que apresenta o pior indicador da metrópole quanto ao atendimento em
esgotamento sanitário.
As Tabelas 1, 2 e 3, a seguir apresentam: a primeira, a composição dos indicadores de
pobreza de Pernambuco e da RMR; a segunda, os dados da população em 2000, por
município da RMR, onde é possível verificar o contingente populacional que vive em
precárias condições de vida, e por fim, tabela que apresenta o Índice de Desenvolvimento
Humano – IDH dos municípios da RMR, comparando dados de 1991 com 2000.
TABELA 1 – INDICADORES SOCIAIS DE POBREZA – PERNAMBUCO E REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE – 2000
INDICADOR PERNAMBUCO RMR Domicílios com abastecimento de água inadequado (%) 19,27 15,36 Domicílios com esgoto sanitário inadequado (%) 56,93 64,78 Domicílios com destino do lixo inadequado (%) 14,63 12,17 Chefes de família com menos de 4 anos de estudo (%) 47,98 27,97 Número médio de anos de estudo dos chefes de família 5,6 7,7 Chefes de família com renda média mensal até ½ SM (%) 17,85 13,89 Analfabetismo da população de 15 anos e mais (%) 24,50 12,77
Fonte: FIDEM (baseado em IBGE). 2000.
TABELA 2 – ÍNDICE DE POBREZA DOS MUNICÍPIOS DA RMR
49 O índice de pobreza foi formado pelos indicadores de abastecimento de água e esgotamento sanitário, média de anos de estudos dos chefes de família, rendimento médio mensal de até um salário mínimo dos chefes de família e taxa de analfabetismo. Essas informações tiveram por base estudo do consultor Rodolfo Hoffmann (Plano Metrópole Estratégica, EstudoTemático sobre Pobreza. FIDEM - Hoffmann, 2001) e nos dados e indicadores da pobreza organizados pela FIDEM - 2000.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
MUNICÍPIO Índice de Pobreza
Abastecimento d'Água
Inadequado
Esgotamento Sanitário
Inadequado
Até 4 anos de estudo
Renda até 1 salário mínimo
Taxa de analfabetismo
Araçoiaba 1.0000 56.9 96.5 68.7 65.1 37.5Ipojuca 0.6107 24.1 68.1 59.8 55.5 30.0Itapissuma 0.5517 14.9 78.6 50.4 58.8 25.9Moreno 0.5447 17.1 82.9 49.1 58.2 23.1São Lourenço da Mata 0.5162 34.7 70.5 45.0 51.4 22.8Igarassu 0.5076 22.1 94.9 42.3 50.6 20.3Ilha de Itamaracá 0.5076 18.6 99.5 38.3 54.5 19.5Cabo de Santo Agostinho 0.3897 14.5 71.7 42.6 48.7 20.5Camaragibe 0.3776 24.9 84.0 34.8 44.4 15.7Jaboatão dos Guararapes 0.2494 21.9 78.5 29.0 35.8 13.2Abreu e Lima 0.2248 11.3 63.3 32.3 43.9 14.3Olinda 0.1045 12.2 61.9 23.8 35.9 9.9Recife 0.0785 12.5 57.1 23.4 33.4 10.6Paulista 0.0000 6.9 52.4 20.2 32.1 8.4Fonte: FIDEM (baseado em IBGE). 2000.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
TABELA 3 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA RMR
Fonte – Agência CONDEPE/FIDEM – Governo de Pernambuco
As Figuras50: 1, 2, 3, 4, 5 e 6, apresentam os indicadores que compõem o IDH da RMR,
demonstrando a fragilidade entre os municípios da região, conforme a seguir.
Figura 1
Fonte: Plano Regional de Inclusão Social – Governo do Estado de Pernambuco
50 A pobreza e, principalmente, as desigualdades sociais, constituem os principais problemas da RMR, refletidos na paisagem dominada pelas favelas e aglomerados populacionais, com baixa qualidade de vida. Tanto pelo conceito de renda quanto pelas condições de vida e acesso a equipamentos sociais básicos, a RMR apresenta um dramático quadro de pobreza. As figuras constam do Plano Regional de Inclusão Social da Região Metropolitana e do PPA Estadual 2004/2007.Governo do Estado de Pernambuco.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Figura 2
Fonte: Plano Regional de Inclusão Social – Governo do Estado de Pernambuco
Figura 3
Fonte: Plano Regional de Inclusão Social – Governo do Estado de Pernambuco
Figura 4
Fonte: Plano Regional de Inclusão Social – Governo do Estado de Pernambuco
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Figura 5
Fonte: Plano Regional de Inclusão Social – Governo do Estado de Pernambuco
Figura 6
Fonte: Plano Regional de Inclusão Social – Governo do Estado de Pernambuco
Percebe-se que municípios com melhor desempenho também contam com bairros ou
distritos em condições evidentes de carências sociais. Agrupando as 20 localidades de
maior pobreza (Tabela 4), percebe-se que a localidade de pior posição é Nossa Senhora
da Luz, no município de São Lourenço da Mata. Entretanto, a situação mais dramática é
a de Ipojuca, que tem todos os seus três distritos incluídos entre as vinte piores
localidades da região. Todos os bairros de Olinda com alto índice de pobreza estão
localizados ao longo da bacia do rio Beberibe.
O município do Paulista tem dois bairros na lista das vinte piores localidades (Jaguarana
e Jardim Velho), enquanto quatro bairros do Recife estão incluídos entre os de maiores
índices de pobreza não monetária (bairro do Recife, Guabiraba, Ilha Joana Bezerra e Pau
Ferro).
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
TABELA 4 – HIERARQUIA DAS VINTE PIORES LOCALIDADES DA RMR
BAIRRO/DISTRITO MUNICÍPIO ÍNDICE DE POBREZA Nossa Senhora da Luz São Lourenço da Mata 1.0000 Três Ladeiras Igarassu 0.9999 Juçaral Cabo de Santo Agostinho 0.9278 Araçoiaba Araçoiaba 0.8406 Recife Recife 0.7782 Nova Cruz Igarassu 0.7508 Ipojuca Ipojuca 0.6850 Camela Ipojuca 0.6510 Ilha Joana Bezerra Recife 0.6429 Guabiraba Recife 0.6418 Pau-Ferro Recife 0.6092 Alto do Sol Nascente Olinda 0.5788 Itapissuma Itapissuma 0.5697 Moreno Moreno 0.5598 Passarinho Olinda 0.5545 Jaguarana Paulista 0.5410 Nossa Senhora do Ó Ipojuca 0.5410 Alto da Conquista Olinda 0.5397 Alto da Bondade Olinda 0.5394 Jardim Velho Paulista 0.5373
Fonte: FIDEM (baseado em IBGE). 2000.
A espacialização das condições de pobreza, representadas pelas localidades
mais carentes da RMR, confirma a necessidade de parques metropolitanos como
alternativa de complementação das condições de lazer para a população pobre,
principalmente em municípios ou áreas de abrangência dessas localidades.
Assim, tais espaços periurbanos estariam cumprindo a função social da
propriedade, ao mesmo tempo em que estariam oportunizando alternativas
sustentáveis de desenvolvimento social, econômico e ambiental.
3.2. CONSERVAÇÃO INTEGRADA URBANA E TERRITORIAL
O planejamento urbano como ferramenta política, técnica e instrumental para o
desenvolvimento e gestão sustentável, sem dúvida é um elemento potente. Foi apontado
no Relatório da Conferência Internacional de Nairóbi – 1994, organizado pela United
Nations Centre for Human Settlements (habitat) UNCHS e Governo da Índia, como uma
das saídas para atingir uma melhoria na qualidade de vida das pessoas, notadamente
daquelas que vivem nas cidades.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Considerando, principalmente, o fracasso dos modelos de intervenção urbana das
últimas décadas, a proposta de conservação integrada urbana e territorial advoga que o
futuro do planejamento urbano, na construção ou no redesenho das cidades, está na
consciência de que o seu princípio mais importante deve ser o da sustentabilidade,
principalmente quanto aos aspectos sócio-culturais.
Questões levantadas por Lia Motta51 (Patrimônio Urbano: Auto Sustentabilidade e o
Papel do Estado), quando coloca o conflito de interesses das propostas de “intervenções
esteticizantes para a inserção do patrimônio urbano no mercado de consumo como
objeto auto-sustentável”. As estratégias utilizadas se apropriam do bem como produto de
consumo visual e enobrecimento e o seu uso como produto de disputa entre as cidades
por um mercado globalizado. Essa razão é apresentada pela autora como um modelo
crítico sob o ponto de vista da conservação integrada que, ao contrário, representa um
potencial da preservação urbana e a possibilidade de recuperação e valorização do sítio,
como patrimônio de valor coletivo, com significados e usos locais.
Markevièienë52 destaca como tarefa fundamental da conservação integrada a análise dos
aspectos sociais e culturais da sustentabilidade, como limites éticos para comunidades
urbanas contemporâneas. Como objetivos estratégicos para as intervenções, destaca a
importância de se buscar os vínculos e as semelhanças entre os conceitos de
sustentabilidade social, cultural e ambiental, de forma a determinar o conceito de
desenvolvimento cultural sustentável que se pretende construir.
Na defesa de um ambiente para o desenvolvimento sustentável o especialista ressalta a
necessidade de constituir uma instância de troca e interação social, cultural e ambiental,
considerando ainda a moralidade ideal a ser atingida, pela aplicação do princípio ético da
doutrina da simplicidade, de que seja feito “não mais que o necessário”, principalmente
quando é preciso relacionar o novo e o velho. Por fim, aborda as questões relativas aos
fenômenos naturais, destacando a existência de princípios básicos nos sistemas
existentes auto-organizados, quando se aplica a questão de adaptações versus
desenvolvimento e evolução.
51 Arquiteta e especialista em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos pela UFMG, em sua participação no 2º Seminário Internacional de Conservação e Desenvolvimento Sustentável Urbano-1998. 52 Professor na Universidade da Lituânia, em Conservação do Patrimônio Cultural, em sua participação no 2º Seminário Internacional de Conservação e Desenvolvimento Sustentável Urbano-1998.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Já Leitão53, trata a conservação integrada sob um outro aspecto. Ela aborda a dimensão
subjetiva da sustentabilidade urbana e destaca mais um ingrediente na questão dos
limites e escassez dos recursos e dos processos da natureza: a noção de continuidade.
Essa continuidade se expressa na intervenção do espaço urbano pela conservação ou
pela mudança. Tal questão representa um desafio quando se refere à sutentabilidade dos
processos, porquanto se trata de uma cidade e, como tal, representa a coisa humana.
Lúcia Leitão define a cidade como “a coisa humana por excelência, pois espelha e reflete
a humanidade”.
A autora argumenta que o espaço construído é elemento constituinte do ser humano e
com ele interage, sempre e necessariamente. Dessa forma, as intervenções resultantes
do planejamento urbano podem ser afetadas, na medida em que introduzam o conceito
de conservação urbana, a partir do valor artístico e cultural que as mesmas refletem.
Incluem-se aí os critérios definidos por especialistas e, também, o sentimento e
pensamento da comunidade que legitima esses valores.
Essa concepção é relevante, também, para os parques metropolitanos, considerando o
valor que as pessoas dão ao lugar selecionado para abrigar práticas de lazer,
qualificando-o como área diferenciada das demais. No caso da RMR, o desafio será o de
criar, numa escala metropolitana, um conjunto de parques com papéis específicos e
funções complementares entre si. Também constitui desafio importante considerar a
sustentabilidade desses espaços sob o ponto de vista econômico, inclusive considerando
a inserção da iniciativa privada na sua gestão, entendendo-os também como
oportunidades de geração de novas relações de emprego e renda.
O referencial conceitual que apóia o trabalho de Leitão se respalda no conceito
psicanalítico de identificação. Essa dimensão se inscreve na história familiar, na cultura,
na linguagem e nos elementos estruturantes da psique, que ultrapassam a história
particular de cada indivíduo. O processo de identificação, portanto, não se restringe a
particularidades do indivíduo, podendo-se considerar a cidade como expressão da
cultura. Agrega-se, dessa maneira, o sentido simbólico e subjetivo da relação
estabelecida entre o sujeito humano e seu espaço. É essa relação que permitirá
intervenções comprometidas, fundamentadas no conceito da sustentabilidade e
continuidade, constituindo referências e não destruição dessas referências.
53 Arquiteta e Mestre em Desenvolvimento Urbano e Regional da UFPE, na sua abordagem sobre da Dimensão Subjetiva da Cidade, no CECI – 1997.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Outra abordagem da Conservação Integrada Urbana e Territorial que contribuiu
para a presente pesquisa diz respeito à noção de auto-sustentação ou
sustentabilidade dos sítios de referência para a cidade, a partir da compreensão
dos processos a que estão submetidos esses recursos, sejam eles naturais ou
construídos. Os recursos construídos, se exauridos nem sempre podem ser
renovados, e a grande maioria quando passíveis de renovação perdem parte das
informações54.
Observa-se que no interior das áreas destinadas aos parques metropolitanos são
encontrados resquícios do patrimônio histórico e cultural, que representam a
diversidade de modos de vida e acúmulos de padrões culturais, compondo um
mosaico de elementos diferenciadores de experiências da vida, os quais são
alvos de processos de obsolescência. Benévolo, em “A Cidade e o Arquiteto”,
afirma que “... (as cidades antigas) não nos interessam porque são belas ou
históricas, mas porque indicam uma possível transformação futura de toda a
cidade em que vivemos”.
Os recursos urbanos construídos são expressão de uma sociedade e demandam sua
conservação e/ou manutenção. Dessa maneira há que se considerar diversos fatores,
alguns convergentes, outros divergentes, sob a lógica da conservação55. Esses
referenciais representam o patrimônio que nos chega, sem ônus, e que precisamos
conservar, avaliando os custos de manutenção e as oportunidades de substituição. Esse
processo seria bastante simples, a partir de um bom planejamento, não fossem as
variáveis de outra ordem, muitas vezes não mensuráveis, que também interagem no
campo econômico-financeiro, e que são representadas pelas relações não econômicas
que incidem na produção do bem, afetando sua condição inicial, enquanto patrimônio
líquido a ser comercializado.
Na produção do espaço urbano brasileiro é relevante o papel do Estado como
produtor, acionador, avalista ou mesmo indutor. Através de um determinado
54 Zanchetti, Sílvio. Conceitos de desenvolvimento sustentável, no 1º CURSO DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA URBANA E TERRITORIAL - CECI,1997. PROGRAMA BRASIL- CIUT/BR. 55 Conservação Integrada Territorial e Urbana parte do pressuposto da sustentabilidade de território tratado, avaliando a capacidade de auto-sustentação do sítio histórico ou área referencial para a cidade, a partir da compreensão dos processos a que estão submetidos os recursos, garantindo que recursos exauríveis mais renováveis possam permanecer para as gerações futuras.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
modelo de planejamento urbano o Estado estabelece sua forma ou seus laços,
ora favorecendo a acumulação de capitais, ora criando condições para sua
reprodução, o que se traduz em ações concretas no espaço urbano da cidade,
ligadas a processos de valorização desses espaços. Associe-se a isto a
introdução dos ingredientes culturais que promovem determinados espaços da
cidade em detrimentos de outros.
Essa questão afeta diretamente os espaços reservados para os parques
metropolitanos, explicando parcialmente as dificuldades de implementá-los, não
só pela não aplicação dos incipientes mecanismos legais e institucionais de
gestão e proteção existentes, como pelo baixo valor que lhes é conferido no
processo de planejamento e pelo confronto da sua conservação com os
processos econômicos.
O planejamento urbano tem o poder de influenciar a valorização das diversas
fatias territoriais da cidade, inclusive permitindo a imposição de tendências
marcantes de determinadas áreas em detrimento de outras. Porém, no desenho
resultante das diferentes áreas da cidade metropolitana, sejam elas componentes
da cidade formal, sejam decorrentes da cidade informal ou irregular, não se
percebe uma racionalidade produtiva, sob o ponto de vista da sustentabilidade
físico-ambiental, social e econômica.
Para a abordagem da CIUT, nessa valorização influenciam fatos e fatores de ordem
econômica, mas também de origem psicológica, sociológica e antropológica. Estes
interagem com os diversos atores na formação de valores da cidade, acarretando
segregações, cujos casos mais graves e negativos estão representados pela baixa
qualidade de vida urbana, tanto em termos habitacionais como pela oferta reduzida de
espaços públicos para convivência social, lazer e equilíbrio ambiental. A partir dessa
abordagem, o valor das áreas ainda livres destinadas aos parques metropolitanos
(Quadro 19), portanto, passa por fatores ligados à economia local e à questão ambiental,
mas passa também pela variável sociológica, antropológica e psicológica.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 19 – PARQUES METROPOLITANOS E PATRIMÔNIO HISTÓRICO
ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA PARQUES
METROPOLITANOS
SÍTIO HISTÓRICO*
CATEGORIA*
PATRIMÔNIO HISTÓRICO
01 Parque Arcoverde Olinda (sede) Conjunto Antigo Parte integrante do Conjunto de Olinda, compõe área “non aedificandi” para visibilidade da colina histórica.
02 Guararapes Parque Guararapes Conjunto Tombado Sítio de importância histórica pelas batalhas contra os holandeses, com tombamento federal. A área dos Guararapes é alvo de proteção do Governo Federal, desde 1937, quando foi tombada a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres. Em 1965, o Governo Federal fez o tombamento da área dos Montes e, em 1966, executou a desapropriação das áreas pertencentes à Ordem de São Bento , através do Decreto nº 57.273, de 16/11/65. Em 1971 foi criado o Parque Histórico Nacional dos Guararapes, através do Decreto nº 68.527, de 19/04/1971.
03 Armando H. Cavalcanti Cabo de Sto. Agostinho Conjunto Tombado Conjunto constituído por sítio natural onde desembarcou a Expedição de Vincente Pinzón, com edificações de grande valor patrimonial.
04 Janga Igreja de São Bento Ruínas Edificação com arquitetura do século XVIII, em ruínas.
05 Horto de Olinda Olinda (sede) Conjunto Antigo Parte do conjunto monumental de Olinda. 06 Manguezais Estação Rádio Pina Edifício Isolado Edificação da Marinha do Brasil. 07 Itamaracá Engenho Amparo e Vila
Velha Povoados Antigos 1ª Povoação da Capitania de Itamaracá, tendo
como acesso o Engenho Amparo de arquitetura do século XVIII
08 Lagoa Olho d’Água - - - 09 Jiquiá Torre do Zeppelim Edifício Isolado Único exemplar existente no mundo, pela
característica de ser uma torre móvel, onde atracou o dirigível Zeppelim.
10 Capibaribe Casa Grande do Engenho Barbalho
Edifício Isolado Exemplar de arquitetura significativa do século XIX. Hoje denominada (O Sobrado do Cordeiro)
Áreas complementares 01 Dois Irmãos Chalé do Prata Edifício Isolado Açude e chalé do Prata, formando ambiente de
rara beleza. 02 Caetés - - - 03 Engenho Uchoa - - - 04 Tapacurá Ruínas do Convento Ruínas Edificação do século XVII, anterior à Guerra
Holandesa. Encontra-se hoje em ruínas. * Sítio Histórico e categoria, segundo Plano de Preservação dos Sítios Históricos - PPSH/RMR,1978. Fonte – Dados utilizados do Plano de Preservação dos Sítios Históricos - PPSH/RMR,1978.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Neste sentido, os parques metropolitanos poderiam ser tratados de forma a se
constituírem em oportunidades de empreendimentos que garantissem a sua
sustentabilidade sob diversos aspectos:
� Ambiental, quando protegem áreas com importante cobertura vegetal e
ecossistemas associados, na medida em que condicionam usos sustentáveis
que vão desde a pesquisa científica ao manejo de espécimes vegetais;
� Social, quando, além da simbologia do lugar, contempla a perspectiva de
novos usos e funções da propriedade, através da oferta de espaços de lazer,
com equipamentos que possam subsidiar a geração de emprego e renda,
estimulando a economia local com a oferta-de-mão de obra específica e sua
absorção em processos inovadores do conhecimento científico, cultural e
ambiental.
� Econômico, pela reversão do valor econômico do projeto imobiliário e pela
geração de empreendimentos capazes de associar valores culturais, de
modo dominante, aos valores econômico-financeiros gerados pelo capital
aplicado na implantação das atividades que suportarão a geração de renda e
a manutenção do lugar.
3.3. ÁREAS DE INTERFACE PERIURBANAS
Considerando a vertiginosa progressão da urbanização, com um considerável percentual
de ocupações irregulares56, há uma previsão de que, em 2020, mais da metade da
população de países em desenvolvimento estará vivendo em áreas urbanas. No Brasil, o
processo de urbanização já ultrapassa as previsões discutidas em encontros
internacionais. Na década de 70, houve uma inversão do percentual de população rural
para população urbana, passando de 44,93% em 1960 para 55,92%, em 1970. O
acelerado processo da urbanização brasileira chegou ao ano 2000 com 81,23% de
população vivendo nas áreas urbanas.
56 Segundo o Estudo do Mercado Imobiliário Informal de Terras – a inclusão social do morador de loteamentos clandestinos e irregulares na RMR (1ª versão - 2000) o percentual de parcelamentos irregulares é da ordem de 63,43% dos parcelamentos existentes na RMR.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Essa urbanização que ocorreu no país é um elemento contextual importantíssimo no
período pesquisado. E um dos seus elementos mais relevantes é o conjunto de
fenômenos que ocorrem nas chamadas franjas das cidades. Esses fenômenos são
relevantes para essa pesquisa porque é nessas áreas que se encontra a maioria dos
locais reservados para os parques metropolitanos da RMR.
Daí a importância fundamental nessa estrutura teórica e analítica da noção de Áreas de
Interface Periurbana (Peri-urban Interfaces–PUI), objeto de estudos e pesquisas do
Laboratório de Estudos Periurbanos - LEPUR da UFPE. Essas áreas podem ser urbanas
ou de expansão urbana, mas estão sempre sob forte pressão antrópica e passam por um
processo de transformação violento, pois são locus de encontro de atividades rurais e
urbanas. Ou seja, nos espaços periurbanos estão ocorrendo trocas importantíssimas
entre os sistemas rurais e urbanos, alterando fortemente as estruturas naturais e
construídas que os suportam.
Nas áreas de interface perirubana estão localizadas infra-estruturas urbanas de grande
porte, tais como: portos, aeroportos, aterros sanitários, barragens para abastecimento
d’água, estações de tratamento de esgotos, equipamentos de logística, distritos
industriais e outros. Também estão aí localizados recursos naturais estratégicos para a
cidade metropolitana e para o planeta, como os mananciais de recursos hídricos e os
remanescentes de biomas fundamentais para a conservação da biodiversidade, com a
Mata Atlântica e seus ecossistemas associados. Também convivem nessas áreas
condomínios de alta renda e, principalmente, as habitações de baixa renda das
populações marginalizadas pelos sistemas urbanos e rurais.
É nesse lugar de trocas e conflitos entre ecossistemas importantíssimos que se encontra
o nosso objeto de pesquisa: as áreas destinadas aos parques metropolitanos da RMR.
Para entender os problemas e dificuldades em sua implementação foi fundamental
discutir as pressões que vêm sofrendo, tanto do sistema rural como do urbano e seus
impactos na configuração espacial dos parques. Foram utilizados dados comparativos
entre a RMR e as áreas selecionadas para os parques metropolitanos, com base em
informações do IBGE e de documentos governamentais do Estado de Pernambuco.
Os estudos das áreas de interface periurbana recomendam um processo de
planejamento estabelecido a nível local, que considera as inter-relações regionais, como
elemento importante para a reversão dos quadros atuais. Mas essas recomendações
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
devem ser assimiladas pelas agências e departamentos dos diversos níveis
governamentais, pelos seus técnicos, instituições acadêmicas e de pesquisa, pelos
grupos profissionais envolvidos, pelas organizações ou grupos não governamentais e
pelo setor privado interessado em transformar tais recomendações em aplicações
práticas.
3.4. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
Associar uso sustentável a áreas protegidas representa hoje um desafio para a
conservação ambiental. Grosso modo, pode-se afirmar que existem duas correntes
divergentes no debate sobre a conservação da natureza: a corrente preservacionista, que
teve em Charles Darwin uma influência marcante, entende a preservação como a
proteção da natureza contra o desenvolvimento industrial e moderno, reforçando a
criação de áreas legalmente protegidas. A corrente conservacionista, por outro lado,
defende a idéia do uso racional dos recursos naturais, dentro de um contexto de
transformação da natureza em mercadoria.
Apesar das grandes divergências no debate ambiental já existe no Brasil, no nível
federal, um aparato jurídico e legal importante. Para a presente pesquisa foi fundamental
conhecer o respaldo legal existente para a conservação de áreas verdes e livres nas
cidades. Esse conhecimento fundamenta as perspectivas de inserção dos parques como
áreas de interesse especial de uma região, atreladas ao planejamento e à gestão do
sistema de unidades de conservação da natureza de uso sustentável.
A idéia de criação de monumentos públicos naturais consta do Código Florestal57 de
1934, mais especificamente no Decreto nº 23.793, em 23 de janeiro de 1934, artigo 134:
“sob a proteção e cuidados da Nação, dos Estados e dos Municípios, os monumentos
históricos, artísticos e naturais, assim como as paisagens ou locais particularmente
dotados pela natureza”.
No processo histórico da política de conservação ambiental no Brasil, iniciado em 1934,
com o Código Florestal, destacam-se: a Convenção58 para a proteção da Flora, da Fauna
e das Belezas Cênicas Naturais dos Países da América, que ressaltava, entre outros
57 Legislação de Conservação da Natureza, Fundação Brasileira para Conservação da Natureza. CESP, Companhia Energética de São Paulo, 1986. 58 O Brasil assinou a Convenção em 27 de dezembro de 1940, segundo Rocha, Carmem Moretzsohn. Legislação de Conservação da Natureza.op.cit., p.30.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
pontos, a importância das paisagens; o novo Código Florestal, de 15 de setembro de
1965, com atuação em escala nacional e cuja gestão estava condicionada ao Ministério
da Agricultura; e, no final da década de 1970, o Regulamento dos Parques Nacionais
Brasileiros, marcando a retomada do debate sobre as áreas de proteção ambiental,
acarretando alterações na Legislação Federal em vigor, através do Decreto nº 84.017, de
21 de setembro de 1979.
Em 1984, o Decreto Federal nº 89.336, de 31 de janeiro de 1984 define as Reservas
Ecológicas e as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, chegando em 1986 a 29
unidades constituídas. Em 1990, ocorre uma inovação conceitual na categorização de
unidades de conservação no Brasil, com a criação das Reservas Extrativistas, através do
Decreto Federal nº 98.897, de 30 de janeiro de 1990 e, no mesmo ano, o Decreto Federal
nº 98.914, de 31 de janeiro de 1990, que dispõe sobre a instituição de Reservas
Particulares de Proteção Natural – RPPN, por destinação do proprietário, em caráter
perpétuo.
Em 1991, existiam no território nacional 142 Unidades de Conservação, distribuídas nas
seguintes categorias de manejo: 34 Parques Nacionais; 23 Reservas Biológicas; 21
Estações Ecológicas; 6 Reservas Ecológicas; 16 Áreas de Proteção Ambiental; 38
Florestas Nacionais; e 4 Reservas Extrativistas.
O Projeto de Lei nº 2.892/92, encaminhado pelo Executivo para a criação de um Sistema
Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, propõe uma revisão conceitual e legal
das unidades de conservação existentes no Brasil. Foi objeto de discussões no
Congresso Nacional, gerando debates no âmbito internacional.
Nesse processo de construção da política ambiental brasileira, os instrumentos
reguladores e normativos têm sido amplamente utilizados para o estabelecimento de
restrições ambientais, assegurando, de certa forma, a proteção de áreas de relevante
interesse ambiental.
As diversas conceituações adotadas ao longo do processo de criação das categorias
existentes apresentam um caráter excessivamente geral, não sendo possível uma
identificação precisa dos objetivos de cada uma. Pelo contrário, quando comparadas
demonstram claramente as semelhanças e indefinições. Esse fato pode ser entendido
como uma das causas do baixo índice de implementação das unidades de conservação.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Há necessidade de uma revisão conceitual, com especificação dos objetivos, principal e
secundário, adequados à conservação da biodiversidade dos biomas brasileiros.
A tendência de proteção e conservação de áreas no território brasileiro, numa abordagem
que considera o manejo das mesmas, embasa os princípios do sistema proposto, onde
fica reduzido o nível de utilização das unidades de conservação de proteção integral,
partindo-se do princípio que a categoria já estabelece a condição “não flexível” de usos,
da mesma forma que não permite a existência dessas mesmas áreas de proteção
integral dentro de unidades de uso sustentável e vice-versa.
Esses são pontos importantes para as áreas destinadas às unidades de conservação e
áreas de parques metropolitanos, em relação aos usos e à gestão compartilhada de
áreas de unidades de conservação, de proteção integral ou de uso sustentável. Talvez o
aspecto mais relevante dessa discussão seja a não permissão, no interior ou nas
adjacências dos espaços urbanos e periurbanos, de áreas de proteção integral em
coexistência com outras de uso sustentável.
Para as unidades de conservação, e para o sistema em que estão inseridas, a relação
com as populações e comunidades tradicionais que moram no seu interior ou entorno é
uma questão relevante. O impasse gerado por essa proibição leva a reflexões quanto aos
sistemas econômicos de produção dessas comunidades e à impossibilidade de que
essas mesmas áreas constituam espaços de lazer, apenas possível se as referidas
unidades forem mescladas com novos usos e funções.
A Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, consolida um arcabouço normativo, até
então com regramentos diversos, cada um dispondo sobre categorias diferentes, além de
entendimentos diferenciados quanto à sua aplicabilidade em todo território nacional. A Lei
do SNUC regulamenta o Art. 225, da Constituição Brasileira, aprovada em 1988, que
trata no seu Capítulo VI do Meio Ambiente com a seguinte introdução:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
O § 1º reforça as condições de assegurar a efetividade desse direito, onde compete ao
poder Público um conjunto de condições estabelecidas nos incisos de I a VII, com
destaque para o inciso III que determina regras mais apropriadas aos territórios ou áreas
a serem conservadas, na forma que segue:
“Inciso III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção”.
Com a Lei do SNUC, instituída após oito anos de tramitação no Congresso Nacional,
espera-se adequar áreas de conservação já instituídas, promovendo o seu novo
enquadramento e/ou reclassificação, e identificar novas áreas, com base em critérios
científicos mais detalhados, ampliando a oferta de áreas protegidas. Ressalta-se que o
Brasil tem uma média inferior a outros países, no que diz respeito à proteção legal de
ecossistemas representativos. Isso é fundamental diante do reduzido conhecimento
sobre a biodiversidade, já que se supõe que as espécies não conhecidas superam em 20
vezes aquelas já descobertas.
Com o SNUC várias questões estão dispostas, com destaque para a participação social
na criação e gestão de áreas, a indenização ou justo tratamento de população inserida no
interior das áreas e ainda, a oferta de alternativas sustentáveis de subsistência,
adaptando métodos produtivos; alocação de recursos financeiros para garantia de sua
permanência e sua regularização, quando for o caso.
Quanto à gestão de unidades de conservação da natureza, o Art. 5º do SNUC explicita
algumas diretrizes que tentam assegurar a sustentabilidade da UC, condicionando
critérios de utilização, e garantir o envolvimento de atores relevantes no processo de
condução das mesmas. Essas diretrizes determinam que o SNUC deverá:
II - assegurar os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvimento da
sociedade no estabelecimento e na revisão da política nacional de unidades de
conservação;
III – assegurar a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e
gestão das unidades de conservação;
IV – buscar o apoio e a cooperação de organizações não-governamentais, de
organizações privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisas
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
científicas, práticas de educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico,
monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de conservação;
XII – buscar conferir às unidades de conservação, nos casos possíveis e respeitadas as
conveniências da administração, autonomia administrativa e financeira.
O Art. 6º estabelece os órgãos de gestão, com a definição de suas atribuições, iniciando
pelo órgão consultivo e deliberativo, a cargo do Conselho Nacional de Meio Ambiente -
CONAMA, a quem cabe acompanhar a implementação do Sistema. O Ministério do Meio
Ambiente – MMA é o órgão central, com a finalidade de coordenar todo o sistema e
diversos órgãos executores, nos diferentes níveis de Governo, que também têm como
função implementar unidades de conservação, desde sua criação até sua administração.
O Parágrafo Único deste artigo abre a possibilidade de criação de categoriais locais e
regionais, que venham a atender às especificidades locais. Sob o abrigo do sistema
nacional, tais categorias têm objetivos específicos de manejo, não satisfatoriamente
atendidos por nenhuma categoria prevista na Lei. Nesse sentido, abre-se uma
oportunidade de defesa dos parques metropolitanos, que poderiam se diferenciar das
categorias existentes, em termos de manejo, atendendo às peculiaridades locais e
regionais.
� CONSIDERAÇÕES SOBRE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Segundo a Constituição Brasileira de 1988, cabe ao Poder Público definir em todas as
unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, estabelecendo como responsabilidade a proteção da fauna e da flora. São
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco a função ecológica desses
espaços, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. A
Política Nacional do Meio Ambiente prevê como um dos seus instrumentos a criação de
espaços especialmente protegidos pelos Poderes Públicos Federal, Estadual e Municipal.
É fundamental aprofundar as questões que envolvem as dificuldades em transpor os
termos legais para as questões de ordem prática e de sua sustentabilidade. Apesar do
arcabouço legal existente, as unidades de conservação (federais, estaduais, municipais e
particulares) ocupam apenas 4%, do território brasileiro e 6,26 % do pernambucano e
apenas 0,27%, das unidades criadas no Estado se enquadram na categoria de proteção
integral dos recursos, abaixo da média nacional (2, 61%)59.
59 Fonte – Relatório do GT CONSEMA sobre Parques Metropolitanos, 2002.
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A falta de uma política e de um sistema estadual de áreas protegidas no Estado e a
carência de recursos humanos e financeiros para apoiar o planejamento e a gestão
desse sistema, associadas ao acelerado ritmo de degradação de várias das unidades de
conservação estaduais e municipais, a exemplo das Reservas Ecológicas da RMR – Lei
nº 9.989/87, têm levado a processos constantes de degradação ambiental dessas áreas,
segundo diagnósticos realizados pela FIDEM (atual Agência CONDEPE/FIDEM), em
1993, e pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – SECTMA/PE, em
2001.
A necessidade de uma base legal estadual, atualizada, visando à ordenação e definição
de critérios técnico-científicos uniformes para a criação, o manejo e a escolha de
categorias de UCs estaduais e municipais levam a identificar carências de adequação
das categorias estabelecidas pelo SNUC. Não avançou o debate relativo à manutenção e
gestão das unidades, cabendo ao Estado definir novas categorias e critérios de
conservação. Registra-se como avanço a Lei nº 11.899/00, de 21 de dezembro de 2000,
que estabelece a distribuição do ICMS no Estado, o chamado ICMS Socioambiental,
privilegiando “unidades de conservação”, com critérios específicos.
Essa Lei teve por objetivo redefinir os critérios de distribuição do ICMS que cabe aos
municípios, segundo Artigo 2º da Lei nº 10.48960, de 2 de outubro de 1990,
estabelecendo, para o exercício de 2002, a participação de cada município quanto ao que
lhes é destinado da receita do ICMS, respeitando a aplicação de índice percentual
correspondente à soma das parcelas, com as seguintes condições ou critérios:
� municípios que possuam unidades de conservação da natureza integrantes dos
sistemas nacional, estadual ou municipal;
� municípios que possuam unidades de compostagem ou aterro sanitário;
� municípios que tenham bom desempenho na área de saúde, medido por
coeficiente de redução da taxa de mortalidade infantil;
� municípios que tenham bom desempenho na área de educação, medido pelo
número de alunos matriculados no ensino fundamental em escolas municipais;
� municípios que tenham bom desempenho tributário, considerando a sua
participação relativa na arrecadação “per capita” de tributos municipais.
60 Esta Lei dispõe sobre a distribuição, entre os municípios da parcela do ICMS que lhes é destinada, decorrentes da arrecadação do Imposto sobre Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS de forma que 75% dos mesmos cabem ao Estado e 25%, constituem a parcela destinada aos municípios.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
O Decreto Estadual nº 23.473, de 10 de agosto de 2001 regulamenta novos critérios de
distribuição, considerando a hipótese de nenhum município apresentar aterro sanitário,
critério para a habilitação e distribuição da parcela correspondente a ser distribuída por
todos os municípios do Estado, diretamente proporcional ao quociente da parcela urbana
do município pelo somatório das suas populações urbanas.
A Lei nº 12.206, de 20 de maio de 2002, ajusta os critérios de distribuição de parte do
ICMS que cabe aos municípios, nos termos do Art. 2º da Lei nº 10.489, de 2 de outubro
de 1990, com a redação da Lei 11.899, de 21 de dezembro de 2000, relativamente aos
aspectos socioeconômicos. Tal iniciativa veio atender um pleito dos municípios da Mata
Sul, através da Associação Municipalista de Pernambuco – AMUPE. Questiona-se a
perda de cota de participação, por parte de alguns municípios, em função de população
urbana, reivindicando-se uma distribuição igualitária desse percentual, em caso de não
haver informações sobre os aterros sanitários. Sugere-se que critérios socioeconômicos
sejam estabelecidos de forma gradativa, com plena aplicação em 5 anos, a partir de
2002, momento em que os municípios estarão mais preparados para o atendimento aos
requisitos pré-estabelecidos.
Em março de 2003, no entanto, ocorreu um movimento em parte dos municípios do
estado, provocado pelo entendimento que estariam perdendo receitas, já
tradicionalmente contabilizadas. O debate se concentra no ponto mais polêmico, segundo
o qual deve-se adotar o princípio de destino, através do qual a titularidade da receita do
ICMS, incidente sobre as operações interestaduais, deverá passar aos Estados
consumidores, havendo consenso no que diz respeito a que nenhum ente da federação
poderá perder receita com o novo desenho tributário.
Outros avanços, direcionados contra o imobilismo provocado pelos desafios dessa
temática, referem-se à elaboração do Atlas da Biodiversidade de Pernambuco (2002), à
definição de várias unidades de conservação estaduais como zonas núcleo da Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica de Pernambuco, e aos planos elaborados pela Companhia
Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH e pela FIDEM para reclassificação e
implementação das Reservas Ecológicas e para implantação de Parques Metropolitanos,
respectivamente.
A definição de instrumentos que permitam uma maior participação da sociedade civil
organizada e facilitem o estabelecimento de parcerias com instituições públicas, ONG’s,
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
comunidade científica e iniciativa privada, na gestão compartilhada das UC’s, é
referenciada como parte de estratégia de uma política estadual, bem como de um
sistema que forneça as bases legais, institucionais e financeiras para disciplinar, orientar
e gerir, de forma articulada e orgânica, uma rede integrada de unidades de conservação
estaduais, apoiando o seu planejamento e gestão.
� UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E PARQUES METROPOLITANOS
O Projeto de Lei do SNUC apresentava proposta de uma categoria de unidade de
conservação provisória, que permitia a sua utilização, mesmo que restrita à população
tradicional residente. Esta proposta, que foi abandonada pelo Substitutivo, carrega a idéia
da identificação e interdição de uma área de interesse para a conservação, entendendo o
caráter provisório da autoridade para regular a exploração dos recursos naturais naquela
área, enquanto seriam desenvolvidos estudos e consultas à população local que
permitiriam uma melhor definição sobre a mais adequada categoria para sua proteção.
Destaca-se que as categorias trabalhadas no debate do sistema nacional de conservação
eram insuficientes para atender a sua diversidade e às demandas existentes. Cada
unidade nem sempre conteria em sua totalidade os insumos necessários para sua
proteção, ensejando, portanto, uma complementação. Em outras palavras, a área objeto
não seria inteiramente restritiva ou inteiramente de uso sustentável, mas poderia abrigar
partes de cada categoria e, ainda, atender aos usos coletivos, como atividades de lazer,
contemplação, esportes, turismo, entre outras. Com essa perspectiva poder-se-ia agregar
a uma unidade de conservação as atividades de desenvolvimento econômico,
notadamente aquelas que permitiriam a sustentabilidade da mesma.
Esta categoria não inviabilizaria as demais. Pelo contrário, traria um adicional reforço nas
atuais condições e instrumentos normativos, que não conseguem garantir a proteção
necessária dessas áreas, principalmente daquelas sob forte pressão da ocupação e
expansão urbana.
É também óbvia a necessidade de estudos técnicos, científicos e socioeconômicos,
realizados paralelamente, que justifiquem sua implantação em áreas públicas ou
privadas. Esse procedimento permitiria a reclassificação de unidades e, à distinção dos
espaços internos, a convivência dessas áreas com o território externo e as possibilidades
de utilização e produção econômica e científica. Nesse contexto se insere a perspectiva
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
de introdução dos parques metropolitanos como forma de gestão de unidades ambiental
diferenciada, em regiões político-administrativas diferentes, mas em áreas de interesse
regional, seja pelo valor científico que a mesma retém, seja pela necessária
complementaridade das funções urbanas modernas.
Explicitam-se, aqui, além do conceito de unidades de conservação da natureza61 e seus
objetivos, as diferenças entre as unidades de conservação e os parques metropolitanos,
o que permite uma avaliação de suas similaridades, destacando alguns pontos de
reflexão:
1 – Quanto à responsabilidade pela criação e administração: o SNUC define um tipo de categoria dependendo da esfera de poder
que criou a UC (Parque Nacional, Estadual ou Municipal) o qual também será responsável pela sua administração. Para os Parques
Metropolitanos esta responsabilidade tem caráter mais amplo embora esteja localizado num município específico. É necessário,
entretanto, que o plano de manejo da área estabeleça uma caracterização ambiental própria e o enquadramento, ou não, da área
como uma das categorias do SNUC.
2 – Quanto aos objetivos: a unidade de conservação tem por objetivo principal a
conservação da biodiversidade, promovendo práticas de educação ambiental, pesquisas
científicas e visitação controlada e orientada para estes objetivos. Os Parques
Metropolitanos não têm esse objetivo como prioritário, nem necessariamente requisitos
para tal, mas buscam oferecer oportunidades de lazer a um grande número de
habitantes, valorizando o patrimônio histórico, artístico e cultural e promovendo a saúde
física e mental dos seus visitantes.
3 – Quanto à abrangência: por sua significância e relevância ecológica, as unidades de
conservação possuem abrangências local, regional, nacional e internacional, quando são
consideradas reservas da biosfera e/ou patrimônio da humanidade. Aos Parques
metropolitanos é atribuída uma abrangência regional, nesse caso, metropolitana.
4 – Quanto aos procedimentos para criação, a forma e os instrumentos de planejamento e gestão: As unidades de conservação
possuem legislação específica, critérios definidos para criação e instrumentos de planejamento e gestão (zoneamento e plano de
manejo, linhas de programas prioritários, etc). Com relação aos procedimentos para a criação dos parques há que se considerar: a) as
iniciativas dos setores que já vêm debatendo a proteção e a conservação dessas áreas e sua relação com a comunidade; b) o processo
de urbanização com a ausência de uma discussão mais aprofundada sobre a sustentação de unidades de conservação.
61 Os conceitos aqui tratados foram definidos pelo Grupo de Trabalho – GT - Parques Metropolitanos, do CONSEMA, iniciado em 2001, sob minha coordenação e presidência, culminando pelo encaminhamento de Relatório Final, entregue em maio/2003, propondo a Criação de um Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza e de Áreas de Relevante Interesse do Estado de Pernambuco.
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5 – Quanto às áreas prioritárias para implantação: as áreas escolhidas para parques
divergem das áreas de conservação da natureza, a exemplo das Reservas Ecológicas,
embora existam casos coincidentes, como ocorreu com o Parque do Timbó. Quanto às
Unidades de Conservação da Natureza, criadas pelo Governo Estadual desde 1987,
através da Lei Nº 9.989/87 (até o momento sem regulamentação), já existem 38 como
reservas ecológicas que não foram implantadas, sequer protegidas ou conservadas.
Além disso, estas áreas “protegidas” não contam com orçamento estadual ou municipal
para sua gestão, apesar de serem definidas por legislação específica como unidades de
conservação. O Atlas da Biodiversidade de Pernambuco definiu outras áreas como de
extrema e alta importância para a conservação da biodiversidade no Estado, em outros
ecossistemas estaduais, além daqueles incluídos no Bioma da Mata Atlântica.
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QUADRO 20 - COMPARATIVO ENTRE AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E OS PARQUES METROPOLITANOS62
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PARQUES METROPOLITANOS
Conceito: Compreendem espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Objetivos: I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito estadual; III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; VIII - proteger e recuperar recursos hídricos; IX - recuperar /restaurar ecossistemas degradados; X - proporcionar meios e incentivos para pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contrato com a natureza e o turismo ecológico; XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
Conceito: São áreas integrantes do território metropolitano a serem protegidas ambientalmente da ocupação urbana e equipadas para o exercício de atividades de lazer, contemplação e esportes, atendendo as funções públicas de interesse comum, no âmbito metropolitano. Devem, portanto, conter espaços verdes, que favoreçam o desenvolvimento físico e intelectual das pessoas, satisfazendo as suas necessidades de contato com a natureza. Podem concentrar várias atividades e devem atender a um grande número de habitantes, de todas as faixas etárias e diferentes condições socioeconômicas. e culturais. Sua localização não precisa estar necessariamente em área urbana, face à relevância de preservar enclaves naturais e de conter o crescimento desenfreado, com medidas conservacionistas. Cumprem, dessa forma, o papel de preservar o meio ambiente. Em geral, são áreas com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características históricas, culturais ou artísticas extraordinárias ou que dele se vislumbra notável beleza cênica, e que atrai visitantes de toda a RMR. Objetivos I - suprir as necessidades de lazer e convivência, considerando que seu uso como parque permita a preservação de fatias do território metropolitano, como salvaguardas do patrimônio natural (matas e reservas ambientais florestais, faunísticas e de recursos hídricos), e do patrimônio histórico edificado, e possibilite uma ocupação compatível com a referida proteção ambiental; II – conservar o patrimônio histórico, cultural e artístico, as notáveis belezas cênicas e promover a saúde física e mental da população metropolitana.
62 Definição adotada pelo GT CONSEMA - Maria José Marques Cavalcanti (Presidente do GT) e Eleonôra Delgado – Fundação de Desenvolvimento Municipal – FIDEM; Geraldo Margela Correia – Ministério Público de Pernambuco - MPE; Marcelo Mesel – Sociedade Nordestina de Ecologia – SNE; Roberto Lemos Muniz – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA/PE; Francisco de Assis Araújo – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; Alberto Jorge da Rocha Silva – Prefeitura da Cidade do Recife – PCR; Normando Carvalho Oliveira da Silva – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco – SECTMA; Giannina Cysneiros e Maria Lúcia Costa Lima – Companhia Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
3.5. PARQUES METROPOLITANOS
Parque pode ser definido como “terreno murado ou vedado onde há caça; jardim extenso
e murado; ainda, no sentido mais amplo, como região natural que o governo de um país
coloca sob proteção do Estado a fim de conservar flora e fauna, como defesa contra as
devastações feitas pelo homem”. 63,
O parque metropolitano tem um conceito mais amplo, sendo parte de um sistema capaz
de abrigar as áreas destinadas ao lazer coletivo do cidadão metropolitano com a
possibilidade de abrigar em seu interior as unidades de uso sustentável, com agregação
de outra função urbana: a oferta de espaços para atividades de lazer.
Na construção de uma possível definição é importante estabelecer a diferenciação entre
uma área com as características de oferta de lazer e uma unidade de conservação64.
Atribui-se à última, além das características estipuladas na Lei Federal nº 9.985/00, a
qualidade de ser área ambiental passível de administração especial.
Assim, discute-se a seguir, de forma breve os conceitos e das características de parque
nacional, regional metropolitano e de unidade de conservação da natureza.
Em 1937, através do Decreto Federal nº 1.713, de 14 de junho de 1937, foi criado o
Parque Nacional de Itatiaia. Levou-se em consideração que as terras dessa região já
estavam incorporadas, desde 1914, ao Patrimônio do Jardim Botânico e que ali já existia
e funcionava a Estação Biológica de Itatiaia, com área de 11.943 ha., coberta de matas
primitivas, com nascentes de rios e flora diversificada. A necessidade de transformar
essa área em um parque nacional visava, também, à perpetuação de sua conservação
no aspecto primitivo e, dessa maneira, ao atendimento das necessidades de ordem
científica decorrente. Outra questão relevante diz respeito ao entendimento da área
também como fator de atratividade para o turismo, permitindo ao parque abrigar um
centro de atração de viajantes, tanto nacionais como estrangeiros. Finalmente, a
localização desse Parque atendia, simultaneamente, à proteção da natureza, às ciências
63 Pequeno Dicionário da Língua Brasileira – 13ª Edição, supervisionado por Aurélio Buarque de Hollanda Ferreirra, com a assistência de José Baptista da Luz – GAMMA, 3º volume. 64 Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
naturais, ao incremento das correntes turísticas e às necessidades de reserva para as
gerações vindouras.
Em 1939 são criados mais dois parques nacionais, também por Decretos Federais, o de
nº 1.035, de 19 de janeiro e o de nº 1.822, em 30 de novembro, constituindo os Parques
Nacionais de Iguaçu e o da Serra dos Órgãos, respectivamente. Vinte anos depois (1959)
voltam à tona os Decretos de criação de parques. Nesse intervalo são constituídas as
Florestas Protetoras no território nacional. No Quadro 21, a seguir consta a evolução
quantitativa dos parques nacionais instituídos.
QUADRO 21 – PARQUES NACIONAIS INSTITUÍDOS NO BRASIL ATÉ 1991
Categoria 1934/60 1960/65 1965/80 1981/83 1983/86 1986/91
Parque Nacional 06 10 09 02 02 05
Total em 1991 34
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias e IBAMA.
Os parques nacionais, portanto, vêm sendo instituídos desde o Código Florestal de 1934,
constituindo áreas remanescentes de domínio público, com proibição de qualquer
atividade contra a flora e a fauna.
Os parques regionais metropolitanos são definidos no Relatório do Grupo de Trabalho do
Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA de Pernambuco, como áreas com
capacidade de atendimento de um grande número de pessoas e que não precisam estar
necessariamente em área urbana, posto ser relevante preservar enclaves naturais
existentes, retendo o crescimento desenfreado com medidas conservacionistas e
cumprindo o papel de preservar o meio ambiente. Há uma grande aproximação entre o
conceito acima disposto e o conceito de parque regional, ambos de abrangência de uma
região, apenas se diferenciando por se constituir o primeiro em ambiente de uma
metrópole.
Segundo o Plano Diretor de Sistema de Parques Metropolitanos – PDSPM/RMR existem
diversas categorias, que podem constituir um sistema de proteção ambiental e de lazer, a
saber:
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Parques de Recreação – áreas de oferta de lazer localizadas próximas às escolas e
aos centros habitacionais;
Parques de Vizinhança – mais diretamente ligados aos núcleos ou conjuntos
residenciais devem estar próximos às concentrações habitacionais;
Parques Distritais – mais voltados ao atendimento às demandas entre bairros;
Parques Municipais – permitem atender a uma demanda maior por espaços de lazer
e devem estar localizados em espaços intra-municipais;
Parques Metropolitanos – com características especiais devem ofertar uma vasta
gama de atividades recreativas, desportivas e culturais, além de abrigar atividades
científicas de pesquisa e preservação do patrimônio natural e construído.
Parques Regionais – área necessária para salvaguardar unidade de conservação da
natureza. Quando localizados no espaço metropolitano, passam à categoria anterior,
ou seja, parque regional metropolitano.
QUADRO 22 – PARQUES POR CATEGORIAS – ÁREA E CAPACIDADE CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
CATEGORIA Área (ha) Raio* de
Influência(m) Capacidade
(pessoas p/ semana) PARQUE DE RECREAÇÃO 0,6 800 750 PARQUE DE VIZINHANÇA 3 1.500 3.000 PARQUE DISTRITAL 10 2.500 7.500 PARQUE MUNICIPAL 50 5.000 37.500 PARQUE METROPOLITANO 400 e mais 20km 120.000
Fonte – dados do Sistema de Parques Metropolitanos – 1987. * O raio de influência considera a distancia do parque até a habitação.
Os parques metropolitanos, segundo definição de Guzzo (1991) são espaços livres de
grandes dimensões, devendo possuir espaços e equipamentos de lazer para permitir
acampamentos, possuir trilhas para passeios a pé e a cavalo, locais de banho, natação,
esporte e outros, diferenciando-se de outros parques pela sua inserção em áreas
metropolitanas, servindo como um espaço público para habitantes de diferentes cidades
próximas. Alguns exemplos de parques: O Parque Metropolitano de Santiago do Chile, o
Central Park, em Nova York, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo e o Parque de
Barigüi, em Curitiba.
� Parque Metropolitano - Santiago do Chile
Com 712 ha. é o maior parque de Santiago. Nele está o Monte São Cristóbal, com 300 m
de altura, em cujo topo se destaca a imensa estátua da Virgem Maria. Um teleférico leva
os visitantes até o alto do monte. O parque abriga local para espetáculos, Observatório
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Astronômico da Universidade Católica, o Zoológico municipal, áreas de pic-nic, mirantes,
piscinas, abertas ao público. O Parque Metropolitano é cortado por uma linha de bonde,
denominado Funicular.
Foto 1 – Parque Metropolitano Santiago do Chile – Pesquisa Google.
� Central Park
O Central Park, em Nova York, localizado no Distrito de Manhattan oferece uma área de
3.4 km², ou seja 340 ha, distribuídos por matas, gramados, bosques e lagos, oferenco um
conforto ambiental imenso à cidade, tendo sido criado há 150 anos atrás, projetado pelos
arquitetos Calvert Vaux e Frederick Law Olmsted, o Central Park se inspira no estilo dos
paisagistas ingleses e italianos. O parque representa um oásis para os habitantes de
Manhattan escaparem do cotidiano urbano e da grande massa de arranha-céus existente
na região.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Foto 2 - Central Park – Pesquisa Google. Wikipédia.
� Parque Ibirapuera
A área do Ibirapuera é de 1.584 mil m2 e seus três lagos artificiais interligados ocupam
157 mil m2. Projeto de Oscar Niemeyer, o parque ostenta alguns dos principais ícones
arquitetônicos da cidade, com a gigantesca marquise – 28 mil m2 de área, que faz a
intercomunicação entre vários prédios, a abóbada da Oca e o pavilhão da Bienal. Este
último emprestou seu nome, como "estilo Bienal", para designar a arquitetura moderna
que floresceu no país a partir daquele período. No seu interior encontram-se os seguintes
equipamentos, entre outros: Pavilhão Manoel da Nóbrega; Museu da Aeronáutica; Museu
do Folclore; Planetário e Escola Municipal de Astrofísica; Grande Marquise; Pavilhão
Japonês; Assembléia Legislativa;Monumento às Bandeiras; Monumento às Bandeiras;
Homenagem a Pedro Álvares Cabral; Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932;
Viveiro Manequinho Lopes; e, Monumento Ayrton Senna.
Foto 3 – Parque do Ibirapuera - São Paulo
� Parque Barigüi
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
O Parque Barigüi é um dos maiores e o mais freqüentado parque de Curitiba, tornando-
se um dos principais pontos de encontro da cidade e, durante a semana, é muito comum
as caminhadas em volta do lago. São muitas as opções de entretenimento e lazer no
Barigüi. Possui uma área de 1,4 milhão m², tendo sido transformado em parque em 1972,
segundo o projeto do arquiteto Lubomir Ficinski.
Foto 4 – Parque Barigüi – Pesquisa Google. Guia Geográfico. Parques de Curitiba.
A função mais abrangente dos parques metropolitanos está relacionada à melhoria da
qualidade de vida da população metropolitana. Como objetivo específico, essas áreas
deveriam suprir as necessidades do lazer e da convivência e deveriam preservar fatias
do território metropolitano, como salvaguardas do patrimônio natural – matas e reservas
ambientais florestais, de fauna e de recursos hídricos – e do patrimônio histórico
edificado, mesmo que para isso tenham que, diferentemente das unidades de
conservação da natureza de uso restrito, permitir uma ocupação compatível que seja
adequada à proteção ambiental.
Estrategicamente, para o estabelecimento da atividade lazer65 no espaço metropolitano,
cabe estabelecer um sistema público capaz de suprir as necessidades do cidadão. Um
sistema composto por unidades capazes de se relacionar administrativa e
65 O lazer, segundo o Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife – PDI/RMR – 1975/76, elaborado pelo Governo do Estado de Pernambuco, através da Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – FIDEM - “constitui necessidade básica para o restabelecimento físico e psíquico do organismo humano, devendo no entanto estar sempre caracterizado como liberdade de escolha das atividades, em oposição ao stress imposto à vida pela sociedade moderna” Complementa ainda o entendimento de que “o lazer das massas é força motriz positiva, dirigida no sentido do aperfeiçoamento e desenvolvimento da educação e da cultura da população, assumindo uma posição importante no planejamento metropolitano”.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
operacionalmente, permitindo a melhor utilização dos espaços selecionados, na maioria
dos casos subutilizados.
A palavra lazer, derivada do verbo latino “licere”, corresponde a ser permitido, ser
facultado, ser tolerado, ter licença, poder ser feito. Como necessidade elementar do
homem, conforme já referido, o lazer representa uma necessidade humana de
relaxamento, descanso, folga, descontração, despreocupação, ócio, e, principalmente, de
relacionamento com a natureza66.
As funções básicas – descontração, divertimento e desenvolvimento – e os tipos do lazer
– físico ou sensorial, intuitivo ou intelectual e discursivo ou racional – foram definidos no
PDSPM/RMR, considerando ainda a característica de lazer passivo ou ativo e as formas
em que se manifestam, seja recreativa, cultural e desportiva, colocando a unidade
“parque metropolitano” no centro das questões.
A conservação de uma unidade a ser protegida com esses objetivos e características de
manejo não estaria dentro de uma conceituação fechada, segundo o sistema de unidades
de conservação proposto, mas exige uma categoria complementar. Há uma possibilidade
de criação e gestão dessas áreas, uma vez que o contexto metropolitano traz
especificidades e situações diferenciadas, principalmente em termos das as funções
públicas de interesse comum, em detrimento de questões específicas e locais. Isso
permitiria a gestão administrativa e financeira desses espaços, dentro de um sistema
capaz de suprir as necessidades dos municípios onde se localizam.
Salienta-se, ainda que Parque Metropolitano é uma categoria abrangente. Ela permite uma gestão mais participativa e comprometida
não apenas com a realidade local de cada município, mas com a dimensão metropolitana. Isso torna fundamental a constituição de
um sistema de gestão compartilhada, em que as unidades teriam funções complementares. Um mosaico é o resultado que se
pretende atingir, onde o plano de manejo tem a função de associar as diferentes partes e interesses, passando a constituir uma área de
reserva integrada de conservação e desenvolvimento ou, ainda, área de relevante interesse especial, com um sistema de gestão que
possibilite atender aos diferentes grupos e objetivos da conservação. Para isso, seria necessário estabelecer um Sistema Estadual de
Unidades de Conservação da Natureza e de Áreas de Interesse Especial para Pernambuco67, permitindo introduzir essas unidades
específicas para cada região e destacar as potencialidades locais.
66 Sistema de Parques Metropolitanos-1980. Lazer como necessidade elementar, p.19 67 GT CONSEMA apresentou proposta para um Sistema Estadual onde constam essas questões, em 2003.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
4. METODOLOGIA 4.1. MÉTODOS UTILIZADOS
4.2. NATUREZA DO PROBLEMA E ESTRATÉGIA DO ESTUDO
4.3. ESTRATÉGIA DE TRABALHO
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
4. METODOLOGIA
Esse capítulo explicita o método utilizado na elaboração da pesquisa, descrevendo seu
objeto, o objetivo geral e os específicos, os procedimentos operacionais, as técnicas e os
instrumentos de coleta e análise dos dados associados a esses objetivos, considerando
as especificidades do trabalho.
Toda pesquisa acadêmica pressupõe a adoção de uma metodologia capaz de garantir o
alcance dos fins pretendidos, com a utilização de meios que satisfaçam o pesquisador e
atendam aos seus objetivos. Diversos autores apresentam a importância do método no
processo de construção do conhecimento. Nesse sentido, é fundamental que o método
escolhido conduza à intenção desejada, ou seja, propicie condições de aproximação do
objeto de estudo, ou da natureza do problema.
Minayo (1997) destaca que o ciclo da pesquisa se constitui num processo de trabalho
iniciado com um problema ou uma pergunta e concluído com um produto provisório,
capaz de originar novas interrogações. É seguido de fases de exploração do objeto a ser
trabalhado, da análise desse material, do tratamento dado a esse conjunto com todo o
referencial teórico para, finalmente, apresentar os resultados.
Segundo vários autores existem três grandes métodos: o método hipotético-dedutivo, o
fenomenológico e o dialético. Outros métodos são, ainda, citados, como o método
grounded-theory, a etnografia, a análise de conteúdo, a técnica Delphi, o método
comparativo, o sistêmico e aqueles que utilizam técnicas estatísticas descritivas ou
inferenciais. Mas, em qualquer caso, o método científico será sempre “um caminho, uma
forma, uma lógica do pensamento” (Vergara 2000 p.13). É essa lógica que será aqui
apresentada, para o caso da presente pesquisa.
O objeto da pesquisa são as áreas selecionadas para abrigar os parques metropolitanos
na Região Metropolitana do Recife, alvo de constantes conflitos provocados pelo
processo de urbanização e de ocupação predatória ao longo das três últimas décadas.
Seu objetivo geral é o de construir um histórico da evolução do pensamento e da ação
sobre essas áreas entre 1976 e 2004, permitindo considerações e contribuições sobre as
formas de gestão mais adequadas do ponto de vista ambiental e social.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Quanto aos objetivos específicos, pretendeu-se:
� Identificar os diferentes momentos em que a temática da proteção de áreas verdes e
especiais na RMR foi levantada como prioridade, destacando aqueles mais relevantes e
que fundamentaram a implementação dos Parques Metropolitanos.
� Analisar a legislação de proteção ambiental, visando avaliar as possíveis
classificações dos parques metropolitanos da RMR, possibilitando propor mudanças que
permitam incluí-los como unidades de conservação diferenciada e, portanto, melhorar a
qualidade ambiental urbana na RMR;
� Comparar essas áreas em três momentos do período estudado, apresentando o que
foi planejado e o que de fato ocorreu, visando avaliar as mudanças nelas ocorridas e o
seu grau de vulnerabilidade e implementação.
4.1. MÉTODOS UTILIZADOS
A natureza do problema que motivou a pesquisa – as dificuldades na implementação dos
parques metropolitanos na RMR – levou à opção de um método que estuda as coisas e
fatos em constante transformação, tendo como foco um processo. Buscou-se não isolar o
fenômeno, mas estudá-lo no seu contexto – o planejamento metropolitano da RMR, no
período entre 1976 e 2004.
Os parques metropolitanos são parte de um território: a Região Metropolitana que os
insere e o seu processo de planejamento e implementação, recheado de avanços e
retrocessos. A pesquisa recuperou esse processo, buscando entender as relações de
força que o influenciaram e como se encontram esses espaços hoje, inclusive na relação
com a cidade metropolitana.
Buscou-se utilizar procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdos,
inferências e deduções lógicas. Esse método se prendeu a análises de textos e
documentos, buscando compreender a evolução do pensamento sobre essas áreas no
processo de planejamento metropolitano no período.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
De acordo com Vergara (2000), há vários tipos de pesquisa, segundo os fins, os critérios
e os meios utilizados para os fins propostos. Nesse sentido, de acordo com os fins, uma
pesquisa pode ser exploratória; descritiva; explicativa; metodológica; aplicada; e
intervencionista. A presente pesquisa tem caráter explicativo e aplicado. Ainda segundo
Vergara, a utilização da pesquisa explicativa tem como principal objetivo esclarecer quais
os fatores que contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado
fenômeno. Já a pesquisa aplicada é motivada pela necessidade de resolver problemas
concretos, imediatos ou não, com finalidade prática, se contrapondo à pesquisa motivada
pela curiosidade intelectual do pesquisador, situada no nível da especulação,
principalmente.
Essas duas características da pesquisa determinaram a utilização de uma abordagem
metodológica cujos meios de investigação utilizados fossem principalmente de natureza
bibliográfica, documental e de trabalho de campo, de forma combinada para garantir
melhores resultados.
A pesquisa bibliográfica se desenvolveu através do estudo sistematizado de material
publicado em livros, revistas e jornais técnicos e rede eletrônica, capaz de fornecer
instrumental analítico para o estudo, investigando prioritariamente os seguintes assuntos:
desenvolvimento sustentável, conservação urbana e territorial, conservação da natureza,
gestão urbana, recreação e lazer, fornecendo os fundamentos teóricos e conceituais do
trabalho.
� A pesquisa documental se deu fundamentalmente em órgãos públicos, com
destaque para a produção do órgão estadual de planejamento metropolitano, hoje
denominado Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco –
CONDEPE/FIDEM, buscando-se aqueles documentos desenvolvidos dentro do recorte
temporal preestabelecido: o período compreendido entre 1975 e 2004. Mas também
foram analisados documentos de outros órgãos, como a CPRH, as Prefeituras da RMR,
principalmente a do Recife, do IBAMA, da Fundação do Patrimônio Artístico e Histórico
de Pernambuco – FUNDARPE e do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional
– IPHAN, além de legislações de diferentes origens, relevantes para as áreas objeto de
pesquisa.
Os trabalhos de campo consistiram na checagem in loco das condições objetivas, atuais,
das áreas selecionadas. As visitas de campo compreenderam todas as áreas
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
tratadas. Esse trabalho permitiu a análise comparativa das condições dessas áreas
em três momentos relevantes, no momento da sua seleção, em 1978 e nos dias de
hoje. Essa análise se constitui em um dos principais produtos da pesquisa.
4.2. NATUREZA DO PROBLEMA E ESTRATÉGIA DO ESTUDO
Os parques metropolitanos foram estudados com base em algumas considerações sobre
a natureza do problema, que definiram a abordagem metodológica e a estratégia de
trabalho da pesquisa:
� A primeira delas diz respeito ao desenvolvimento sustentável e ao processo de
urbanização das cidades, de uma forma geral. No caso particular, observou-se
que a relação das áreas verdes destinadas aos parques metropolitanos com os
demais espaços urbanos da cidade metropolitana se traduz pelo não diálogo, não
permitindo a interação completa e harmônica entre eles. Ao contrário, a cidade
tem sido sempre motivo de pressão sobre as áreas periurbanas;
� A segunda trata da necessidade de conservação dessas unidades espaciais, de
forma integrada aos elementos urbanos e territoriais, proporcionando a articulação
harmônica entre as áreas verdes e as áreas urbanas ocupadas;
� A terceira trata da classificação das unidades de conservação da natureza
contidas no SNUC e sua relação com as especificidades de cada unidade da
federação brasileira, ou seja, as especificidades do Estado de Pernambuco,
particularmente da RMR. Os parques metropolitanos parecem constituir uma
unidade diferenciada dentro do sistema formal de UCs. Dentro dessa abordagem,
a oferta de lazer é tratada como elemento essencial ao cidadão metropolitano;
� Finalmente, foi considerada a questão, que vem sendo discutida já há algum
tempo, da gestão compartilhada das áreas especiais inseridas num proposto
sistema metropolitano integrado de unidades de conservação da natureza e áreas
de relevante interesse.
Considerando que tanto as questões teóricas do desenvolvimento sustentável e da
conservação e gestão de áreas especiais, quanto às questões reais do objeto
empírico – os parques metropolitanos – são constituídas de variáveis múltiplas,
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
tornou-se fundamental compreender que tratamos de uma relação particular, a dos
parques metropolitanos e a RMR, e outra mais geral, da cidade metropolitana (RMR)
e o seu sistema de unidades ambientais (conjunto mais amplo do que o dos parques
metropolitanos).
A metodologia adotada permitiu a busca contínua de respostas para o grande desafio
da pesquisa, que foi responder a questões como: Qual a importância dos parques
metropolitanos? Que funções específicas essas áreas teriam, em contraponto às
unidades de conservação da natureza, estas últimas respaldadas por leis próprias?
Seguindo o percurso metodológico, foi possível desenvolver uma pesquisa
aprofundada e apresentar um levantamento da situação de cada unidade ao longo de
períodos distintos, quais sejam:
a) o primeiro, em 1976, quando o Plano de Desenvolvimento Integrado para a RMR
incluía programas para o lazer e a recreação da população, bem como para a
proteção ambiental das áreas de crescimento urbano;
b) o segundo, no Plano de Preservação de Sítios Históricos da Região Metropolitana do
Recife – PPSH/RMR, em 1978, quando foram definidos os sítios históricos integrantes
da região. Esse plano estabeleceu um novo conceito de qualidade ambiental,
associado à qualidade urbana. A importância desse documento referencial é sua
identificação de sítios históricos ou patrimônio edificado no interior de muitos parques
metropolitanos, permitindo uma qualificação ainda maior dessas áreas;
c) em terceiro lugar, o Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos –
PMSPM/RMR, em 1980. Esse Plano, além de uma leitura da região sob o ponto de
vista das condições de cada área destinada a parque metropolitano, enfocou um
sistema metropolitano capaz de atender à lógica traçada para a oferta dessas
unidades;
PARQUES METROPOLITANOS X RMR
CIDADE METROPOLITANA X SISTEMA DE UNIDADES AMBIENTAIS
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
d) no quarto momento são reforçadas e priorizadas algumas áreas, com a redução
territorial de algumas e, conseqüentemente, da oferta ambiental e de lazer, e com
alteração da destinação de algumas delas, segundo o Plano Diretor de Sistema de
Parques Metropolitanos de 1987;
e) no quinto momento, em 1998, o Plano Diretor da Região Metropolitana do Recife –
METRÓPOLE 2010, traz à tona a questão dos territórios de oportunidades, resgatando
potencialidades existentes e especificidades locais de cada parcela do território
metropolitano, com ênfase na questão ambiental, vocacionado para empreendimentos
de apoio ao turismo;
f) um estudo mais atual sobre todas as áreas destinadas a parques metropolitanos
encontra-se no documento intitulado Parques Metropolitanos, concluído em 2001, que
contém um diagnóstico comparativo dos diversos momentos para cada área, no
cenário de evolução da cidade metropolitana;
g) finalmente, foi considerada a contribuição do estudo desenvolvido junto ao Grupo de
Trabalho do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, intitulado GT
Parques Metropolitanos. Neste documento as contribuições de diversos órgãos
envolvidos com a temática permitiram estabelecer conceituações e parâmetros entre
as unidades de conservação da natureza e os parques metropolitanos, e propor um
Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza e Áreas de Relevante
Interesse Especial.
Foram elaboradas fichas técnicas onde se procurou condensar as informações
pertinentes a cada área selecionada como parte do sistema de parques
metropolitanos. Esse sistema ainda tem 2.188 ha de área disponíveis, distribuídos
entre os seguintes parques:
� Parque Arcoverde (32 ha) – Olinda
� Parque Histórico Nacional dos Guararapes (224 ha) – Jaboatão dos
Guararapes
� Parque Armando Holanda (270 ha) – Cabo de Santo Agostinho
� Parque do Janga (616 ha) – Paulista
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� Horto de Olinda (9 ha) – Olinda
� Parque dos Manguezais (240 ha) – Recife
� Parque de Itamaracá (200 ha) – Itamaracá
� Parque da Lagoa Olho D´Água (500 ha) – Jaboatão dos Guararapes
� Parque do Jiquiá (52 ha) – Recife
� Parque Capibaribe (140 ha) – Recife/São Lourenço da Mata
Embora carentes de projetos, algumas áreas selecionadas merecem atenção
quanto à oportunidade de sua manutenção, por se encontrarem ainda livres da
ocupação, e por conterem atributos de recursos construídos, representados
pelo patrimônio histórico.
4.3. ESTRATÉGIA DE TRABALHO
Para a elaboração dessa pesquisa foram utilizados instrumentos básicos, como
levantamentos, bases teóricas e conceituais, análises e avaliações das
abordagens trabalhadas e, principalmente, a técnica de investigação dos
fatores e variáveis sobre o tema estudado. Dessa forma, a pesquisa está
calcada na análise de referenciais - documentais e bibliográficos - que permitiu
formular questões sobre a viabilidade de um sistema capaz de conservar áreas
verdes – protegidas através de uso adequado – e, ao mesmo tempo, propiciar
lazer e qualidade ambiental, sem prejuízo do estoque de capital natural.
4.3.1 Coleta de Dados
A etapa de levantamento e coleta de dados partiu da identificação do universo
de trabalho – a Região Metropolitana do Recife – para o conhecimento das
especificidades de cada área – os parques metropolitanos – onde são
analisados os seguintes pontos:
� instrumentos legais de controle da ação pública sobre os ambientes selecionados;
� acervo de propostas e/ou programas e projetos de intervenção de caráter
protecionista, anteriormente estabelecidos ou em processo de desenvolvimento, e
seus rebatimentos nos sistemas existentes;
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� propostas existentes para cada uma das áreas estudadas e a situação de
vulnerabilidade das mesmas;
� os espaços urbanos da Região Metropolitana do Recife e o diálogo destes com as
áreas verdes, notadamente as áreas selecionadas para os parques
metropolitanos;
� a atuação e organização dos diferentes agentes que atuam nesse campo da
gestão pública e privada.
O referencial documental pesquisado produzido pelo Governo do Estado de Pernambuco
incluiu:
� o Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife –
PDI/RMR, de 1976, que constitui o primeiro referencial do macro
planejamento para a região, apresentando um diagnóstico da situação
físico-territorial e socioeconômica da região, e um conjunto de propostas,
em forma de programas e projetos para as diversas áreas de atuação;
� o Plano de Preservação de Sítios Históricos da RMR – PPSH/RMR, 1978, que
introduziu as questões da proteção à ambiência do sítio a ser preservado,
assim como a questão do conjunto de edificações e sítios históricos,
constituindo o primeiro movimento na RMR no sentido de estabelecer novas
categorias para esse patrimônio edificado, contribuindo, também, para a
proteção do patrimônio ambiental;
� o Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos da Região
Metropolitana do Recife – PDSPM/RMR, de 1980, considerado como um
desdobramento do PDI/RMR. Esse Plano aborda as áreas ainda livres de
ocupação e sua destinação para o lazer e para a preservação de territórios
com características ambientais relevantes, onde se inserem os parques
metropolitanos;
� o Sistema de Parques Metropolitanos – SPM/RMR, de 1987, com a
perspectiva de focar os planos e projetos existentes para as áreas
selecionadas para os parques metropolitanos, o que decerto, contribuiu
para a conscientização da necessidade de equipamentos desse porte;
� o Plano Diretor da RMR – Metrópole 2010, de 1998, que estabeleceu
diretrizes específicas para a Região Metropolitana e definiu os territórios de
oportunidades, visando ao desenvolvimento de forma equilibrada dessa
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Região:
� Parques Metropolitanos – em 2001 detalhou as áreas selecionadas para os
parques metropolitanos, sob o ponto de vista da vulnerabilidade de algumas
áreas, e os aspectos relativos à implementação de outras; e,
� o Plano Metrópole Estratégica, de 2002, que apontou as diretrizes de
desenvolvimento da Região, destacando importantes projetos territoriais,
com base em estratégias de desenvolvimento com maior inclusão social,
onde foram destacados os parques metropolitanos como ambientes de
interesse naturais a serem protegidos.
O referencial bibliográfico que fundamentou amparar os conceitos teóricos trabalhados e
o arcabouço legal de questões afetas, compreendeu as seguintes temáticas:
� desenvolvimento sustentável e sua relação com a cidade;
� conservação integrada urbana e territorial e o patrimônio urbano e ambiental;
� sítios históricos e sua relação com as áreas ambientais da RMR;
� parques metropolitanos no contexto das áreas periurbanas; e
� unidades de conservação da natureza e o sistema constituído.
A abordagem conceitual de cada questão buscou estabelecer relações de
contemporaneidade com os parques metropolitanos, procurando respostas e construindo
uma compreensão acerca do problema que resultou no fortalecimento da idéia de que a
cidade deve dialogar com suas áreas verdes, sob pena de prejuízos incalculáveis para
uma e para outra.
Deve-se destacar nesta metodologia, principalmente na construção do arcabouço teórico,
a importância da abordagem da conservação integrada urbana e territorial (CIUT), que,
de forma consoante com o conceito de desenvolvimento sustentável, inclui na discussão
do Planejamento Urbano a questão da centralidade da conservação do patrimônio, tanto
natural como construído. Especialistas como Lia Motta68 e o Professor Júratê
Markevièienë69, abordaram a questão em participação no 2o e no 3o Seminário
Internacional em Conservação do Patrimônio e Desenvolvimento Sustentável Urbano, em
1998 e 2004, no Recife. O primeiro parte do conflito de interesses entre a conservação do
patrimônio e sua inserção no mercado de consumo, como bem auto-sustentável; o
68 Arquiteta e especialista em Conservação e Restauração de Monumentos e Conjuntos Históricos pela UFMG. 69 Arquiteto e professor na Universidade da Lituânia, em Conservação do Patrimônio Cultural.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
segundo estabelece a sustentabilidade do patrimônio como uma tarefa fundamental,
inserindo-a como um fenômeno que respeita os limites éticos de uma comunidade
urbana.
Outra contribuição a se destacar foi da Professora Lúcia Leitão70 que para o
desenvolvimento sustentável e a conservação do patrimônio é necessário que as
intervenções a serem realizadas encontrem um rebatimento na comunidade afetada,
respeitada na sua forma de sentir e expressar seu sentimento, passando a legitimar seus
valores. A Professora estabelece essa relação mais direta para o patrimônio construído,
não impedindo que o mesmo se reporte ao patrimônio natural, inclusive porque, nas
diversas áreas de parques metropolitanos, estão inseridas várias edificações históricas a
serem protegidas. Essa mesma relação de sentimentos e legitimação de valores deve ser
expressa para o patrimônio natural.
Os sítios históricos presentes em áreas dos parques metropolitanos foram trabalhados
porque compõem importante elemento dos processos de conservação urbana, sendo por
isso um diferencial desses territórios e, como tal, devem ser tratados no planejamento
metropolitano. Nesse aspecto, toda a base conceitual foi considerada na análise do
documento referencial metropolitano: Plano de Preservação de Sítios Históricos da RMR,
de 1978, assim como os contextos atuais de revitalização, requalificação e reabilitação de
espaços de valor histórico, com suas estruturas arquitetônicas e funcionais.
Outra abordagem fundamental para a estrutura teórica e analítica do trabalho de
pesquisa foi a noção de Áreas de Interface Periurbana (Peri-urban Interfaces-PUI), objeto
de estudos e pesquisas do Laboratório de Estudos Periurbanos da UFPE. Esses espaços
constituem áreas - situadas em zonas urbanas ou de expansão urbana - sob forte
pressão antrópica e que passam por um processo de transformação violento, pois são
lócus de encontro de atividades rurais e urbanas, onde acontecem as trocas entre os
sistemas rurais e urbanos.
4.3.2 Análise e Avaliação dos Dados
Na etapa de análise e avaliação dos dados foram tratadas as informações sobre
preservação ambiental na RMR, incluindo as formas e instrumentos de proteção legal,
70 Arquiteta, professora da UFPE e Doutora em Desenvolvimento Urbano pela Universidade do Porto, na sua abordagem sobre a Dimensão Subjetiva da Cidade.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
sobre o processo de planejamento e apoio institucional das áreas verdes e especiais da
metrópole e sobre a execução de ações. Foram analisadas as propostas de cada uma
dessas unidades, nos momentos definidos nesse trabalho, ou seja, em 1980, 1987 e
2001/2004, o que permitiu observar as questões de vulnerabilidade e os pontos positivos
para a possível implementação das mesmas. Também foram objeto de análise os
modelos de gestão em vigência ou já experimentados no universo de trabalho, bem como
as experiências externas contemporâneas e passíveis de adaptação, sob o aspecto
político, econômico e social. Em síntese foram analisados dados e informações sobre:
� a atuação da gestão pública;
� a proteção legal e o apoio institucional (planejamento e execução de ações);
� os modelos de gestão metropolitana em vigência ou já experimentados;
� uma avaliação das diversas transformações ocorridas nas áreas e a atuação dos
agentes envolvidos na gestão das áreas de parques metropolitanos, em seus
aspectos positivos e negativos.
A partir da base teórica e conceitual, foi também possível proceder a uma avaliação
crítica do processo de enquadramento dessas áreas no sistema de proteção ambiental –
unidades de conservação da natureza - e das pressões de transformação a que estão
sujeitas frente ao processo de transformação das áreas periurbanas.
De posse desse conjunto de análises, construiu-se as idéias que vem a ser a proposição
central dessa dissertação, ou seja: existe um conjunto de áreas urbanas e periurbanas na
RMR, selecionadas como parques metropolitanos, sob evidente pressão antrópica, no
contexto do processo de urbanização da cidade metropolitana, sem uso planejado e que
estas áreas poderiam constituir uma unidade diferenciada dentro do sistema formal de
unidades de conservação da natureza e das áreas de interesse especial. Nessa
perspectiva, a cidade metropolitana ganharia qualidade ambiental pela relação de
interação entre as áreas verdes e as áreas urbanas ocupadas.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
5. RESULTADOS DA PESQUISA
5.1. HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO DOS PARQUES METROPOLITANOS
5.2. PROTEÇÃO LEGAL DAS ÁREAS
5.3. AVALIAÇÃO DOS PARQUES METROPOLITANOS
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
5. RESULTADOS DA PESQUISA
Os trabalhos de campo tiveram três diferentes direcionamentos, subordinados aos
objetivos específicos da pesquisa. Os resultados destes conjuntos de atividades são
apresentados no presente capítulo, de acordo com cada direcionamento.
O primeiro conjunto de atividades buscou, fundamentalmente, construir um histórico da
evolução do pensamento sobre a proteção de áreas verdes e especiais no âmbito do
planejamento metropolitano. Para isso, identificou os diferentes períodos em que a
temática da proteção de áreas verdes e especiais na RMR foi levantada como prioridade,
destacando os momentos em que se fundamentou a implementação dos Parques
Metropolitanos.
O segundo conjunto de atividades dos trabalhos de campo se direcionou no sentido de
discutir a legislação de proteção de áreas de interesse ambiental, dentro da política
ambiental brasileira e sua relação com os Parques Metropolitanos, permitindo apresentar
as normativas existentes que direta ou indiretamente incidem nos parques. Tal
abordagem permitiu, ainda, apresentar, através das fichas técnicas que integram os
Anexos, as leis e demais instrumentos que incidem, direta ou indiretamente nos parque.
Por fim, um quadro com os parques metropolitanos apresenta uma análise comparativa
das propostas do planejamento metropolitano no período pesquisado e uma avaliação da
situação atual dos parques da RMR.
5.1. HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO DOS PARQUES METROPOLITANOS NA RMR
Nesta pesquisa foram analisados, inicialmente, todos os documentos elaborados no nível
do planejamento metropolitano, buscando identificar aqueles em que tiveram relevância
idéias, conceitos ou ações relativas à proteção de áreas verdes, livres ou especiais,
destacando aqueles diretamente ligados à noção de Parques Metropolitanos.
Essa análise permitiu situar a década de 70 como marco inicial do processo de
planejamento metropolitano e destacar o conjunto de documentos que formaram a base
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
material da segunda etapa dos trabalhos de construção do histórico do planejamento dos
parques metropolitanos da RMR:
� Na década de setenta, mais precisamente em 1976, foi elaborado o Plano de
Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife – PDI/RMR. Este
documento constitui o primeiro referencial do macro planejamento para a região e
trazia um diagnóstico da situação físico-territorial e socioeconômica da região,
estratégias para o seu desenvolvimento e indicação para elaboração de planos,
programas e projetos;
� Em 1978 foi elaborado o Plano de Preservação de Sítios Históricos da RMR –
PPSH/RMR, que introduz a questão da proteção ao ambiente, inclusive de sítios
históricos. Também representa o primeiro movimento na RMR no sentido de
estabelecer novas categorias do patrimônio edificado, contribuindo, igualmente, para
a proteção do patrimônio ambiental;
� Em seguida, em 1980, surgem o Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos
– PDSPM/RMR, considerado um desdobramento do PDI/RMR. Ele aborda as áreas
ainda livres de ocupação e sua destinação para o lazer e para a preservação de
territórios com características ambientais relevantes, onde se inserem os parques
metropolitanos;
� Em 1987, um outro documento, intitulado Sistema de Parques Metropolitanos – SPM,
teve a perspectiva de focar os planos e projetos existentes para as áreas
selecionadas para Parques Metropolitanos, reforçando conscientização sobre a
necessidade de equipamentos dessa natureza e envergadura;
� Em 1998, foi elaborado o Plano Diretor da RMR – Metrópole 2010, que estabeleceu
diretrizes específicas para a região metropolitana e definiu os territórios de
oportunidades;
� Em 2001, foi elaborado um diagnóstico das áreas selecionadas para abrigar os
Parques Metropolitanos. Foi com base nesse documento que se viabilizou a análise
comparativa das mesmas com as proposições iniciais;
� Finalmente, em 2002, desenvolveu-se o Plano Metrópole Estratégica, que define as
estratégias de desenvolvimento da região buscando uma maior inclusão social e
constrói um pacto de gestão metropolitana, onde foram destacados projetos
territoriais como indutores da competitividade dessa metrópole, reafirmando a
importância dos parques como fator de qualidade urbana.
Outros documentos foram considerados, a exemplo do Plano de Ação Regional para a
RMR – PAR (2000-2003), o Plano Regional de Inclusão Social (2004-2007) e a Agenda
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
21 do Estado de Pernambuco (2002), embora tratem da questão de forma indireta. No
caso do PAR-RMR cumpre destacar sua relevância, enquanto Plano de Ação para a
RMR, para o período de 2000-2003, resultado de um processo de construção
compartilhada das ações para a região. Consta desse Plano proposta de planejamento e
gestão descentralizada, inserido no Programa Governo nos Municípios, como marco de
uma gestão governamental. No tocante as propostas elencadas, ressaltam-se: a
elaboração de planos de desenvolvimento sustentável; a conservação e preservação de
ecossistemas bióticos e abióticos; a implementação dos territórios de oportunidades.
Quanto ao Plano Regional da RD Metropolitana, para o período 2004-2007 destacam-se
as estratégias de desenvolvimento, onde se inserem os projetos territoriais. Os parques
metropolitanos, nesse contexto constituem elementos importantes.
Quanto a Agenda 21, o principal objetivo é estabelecer uma estratégia de ação do
Estado, baseada em compromissos de mudanças, democratização e de
descentralização, promovendo uma reavaliação do desenvolvimento, em bases
sustentáveis. No tema Cidades Sustentáveis aborda as questões relativas ao
planejamento e gestão urbana; controle e diminuição dos impactos ambientais em áreas
urbanas, relação economia e meio ambiente urbano; conservação e reabilitação do
patrimônio histórico; rede urbana e desenvolvimento sustentável dos assentamentos
humanos, entre outros.
5.1.1. Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife
O Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife – PDI/RMR foi
elaborado em seqüência ao 1º Plano de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – 1º
PDE, onde constam as diretrizes e políticas para assegurar uma melhor distribuição
socioeconômica dos benefícios do desenvolvimento no Estado. O PDI/RMR abordou as
questões pertinentes aos parques metropolitanos, indicando a necessidade de proteger
os bens culturais da sociedade metropolitana.
A partir de quatro objetivos fundamentais para o desenvolvimento da região, o PDI/RMR
traçou as estratégias capazes de dar suporte a esse empreendimento. Foram
estabelecidos 39 programas, dos quais decorreram 104 projetos que objetivaram:
� assegurar condições para o desenvolvimento, no contexto nacional e regional;
� proporcionar à comunidade metropolitana progressiva melhoria de qualidade de vida
e distribuição social dos benefícios;
� estimular o melhor desempenho das funções urbanas, de modo a proporcionar o
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
crescente atendimento às necessidades da população; e,
� consolidar o sistema de administração metropolitana.
Com essa lógica, o planejamento estadual buscava, primeiramente, condicionar as
potencialidades distribuídas por micro-regiões do Estado ao seu desenvolvimento, a partir
da introdução de uma política espacial. Assim, as atividades econômicas estariam
distribuídas sobre o espaço territorial pernambucano visando atender às demandas das
micro-regiões. Em segundo lugar, apontava uma preocupação no tocante ao espaço
metropolitano, principalmente quanto aos custos decorrentes do processo de ocupação,
destacando claramente a força desse espaço econômico, que polarizava a atenção de
todos. Finalmente, apresentava como uma questão básica os esforços que já vinham
sendo feitos no sentido de ações específicas no território metropolitano visando ao
equacionamento de problemas, com alternativas capazes de assegurar um
desenvolvimento contínuo e harmônico.
Dessa forma, o Governo buscava entender os problemas da RMR e, também, associar
as questões internas e externas da região, notadamente quanto ao processo de migração
interna, que desaguava no território metropolitano. Nesse contexto, associou no mesmo
momento o planejamento da área rural, através do Plano de Desenvolvimento Rural
Integrado – PDRI, aprovado através do Decreto nº 3760, em 29 de outubro de 1975, com
políticas que se rebatiam na RMR, apresentando questões como o desafio de reduzir o
fluxo migratório com o fortalecimento das atividades produtivas e das infra-estruturas
econômica e social no interior. Quanto às questões internas, o PDI apontava uma série
de projetos para a superação das dificuldades latentes.
O PDI teve, portanto, a intenção de ser a primeira intervenção coordenada no espaço
metropolitano, naquela ocasião com 9 municípios, conforme Mapa 7 – RMR – 1976, a
seguir, com função articuladora entre os próprios setores do governo, aliando-se às
representações efetivas de Pernambuco. Com o objetivo de ser um referencial preliminar
para a atuação dessa nova dimensão, o PDI trazia propostas para o horizonte temporal
de 1976-1979, submetido à Comissão Nacional de Regiões Metropolitanas e Política
Urbana – CNPU.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Mapa 7 – RMR com 9 Municípios – 1975
Fonte: Elaboração própria com base em informações da FIDEM
Nesse período, o conhecimento mais aprofundado das questões a serem tratadas era
condição básica, razão porque o diagnóstico realizado ainda era tratado como
insuficiente, considerando que o conhecimento mais completo da região viria a ser
trabalhado em bases informacionais e tecnológicas mais sólidas. Observa-se, assim, que
esse plano teve por base uma análise e interpretação da realidade socioeconômica, da
natureza e dos vários tipos de dinâmica na RMR, a saber:
� a dinâmica social, entendida pelas atividades individuais e coletivas, com o
conjunto de instituições e processos;
� a dinâmica econômica, representada pelo atendimento às necessidades de um
conjunto de bens e serviços e, ainda, pelas funções econômicas desse território
em relação ao Estado, à Região Nordeste e ao País;
� a dinâmica ecológica, considerada a partir das necessidades dos habitantes da
região de espaços para moradia, sobrevivência e desenvolvimento de sua
personalidade;
� a dinâmica política, retratada na concepção de que a sociedade metropolitana é
um subconjunto da sociedade nacional, tendo um sistema de produção e
apropriação dos recursos e excedentes, individuais ou coletivos, determinando o
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
grau de atuação política adequada;
� a dinâmica funcional, representada pelas funções básicas da vida urbana como
habitar, circular, trabalhar, “recrear”; e,
� a dinâmica de relacionamentos, entendendo-se a região como parte de um
sistema nacional, em constante relação de integração e dependência com o
restante do sistema.
A elaboração do PDI/RMR apoiou-se no conhecimento da região, principalmente na
leitura da realidade, identificação de suas carências e no apontamento da necessidade
de políticas capazes de garantir a qualidade da vida futura nessa metrópole, com relação
à infra-estrutura, capaz de suprir o déficit já presente, e às condições ambientais e
culturais da sociedade local e regional.
O conhecimento dessa realidade destaca um círculo vicioso, onde qualquer esforço
gerado para a melhoria de qualidade de vida na região, transformava-se em estímulos
para a chegada de novos migrantes, principalmente pelo fato desta região compor a
região do nordeste brasileiro. Qualquer solução, portanto, passa, necessariamente, por
um planejamento mais amplo.
Assim, o Plano de Desenvolvimento Integrado da RMR traz duas partes distintas: a
primeira é constituída pelo diagnóstico da região, onde estão colocadas as carências e os
problemas da região; a segunda contém a política de desenvolvimento, calcada em
objetivos e estratégias, desdobrados em programas e projetos, entre os quais são
apontados os prioritários, constituindo um conjunto de ações e instrumentos dirigidos ao
alcance de soluções para as questões mais relevantes.
O PDI/RMR representa um referencial teórico quanto à necessidade de se antever o
futuro de áreas a serem resguardadas, com uma definição específica de programas e
projetos prioritários, onde se inserem os parques, nas suas diversas modalidades. O
Programa de Lazer para a região metropolitana tinha por objetivo a ampliação ou
implantação de áreas de recreação, inserindo a condição de preservação de áreas para o
desempenho do lazer, contribuindo para a valorização do ambiente ecológico e cultural
da região, melhorando as condições de vida da população metropolitana.
Complementarmente, ao lazer, a proposta voltava-se para a contenção do crescimento
urbano, com previsão de adequados serviços e equipamentos de lazer, a exemplo de
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
parques, praças, áreas verdes, áreas desportivas, para garantir o restabelecimento físico
e psíquico do organismo humano na RMR. Com base nesse entendimento ao programa
de lazer estavam associadas ações e metas referentes ao desenvolvimento
socioeconômico, representado pela implantação de Centros Sociais Urbanos – CSUs,
que contemplava a ampliação da oferta dos serviços de recreação e reativação das
tradições culturais; pela expansão das atividades de turismo, através da valorização dos
elementos naturais, principalmente na faixa litorânea; pela preservação do patrimônio
cultural, histórico e artístico, assim como pela política de desenvolvimento físico-
ambiental, notadamente quanto aos objetivos voltados para o lazer e a recreação.
A questão do lazer e dos espaços para essa finalidade foi tratada no bojo dos aspectos
sociais. Além de identificar o contingente demográfico da região, toda uma leitura da
qualidade de vida e da condição social dessa população, foi analisada, frente as
condições de habitação, saúde e nutrição, educação, lazer e segurança. Os Programas e
Projetos Prioritários estavam voltados para ações capazes de promover o
desenvolvimento, vinculadas sempre às políticas nacionais, regionais e estaduais em
curso.
Ao caracterizar a região metropolitana o PDI/RMR destaca a escassez da vegetação aí
existente, representada por fragmentos remanescentes de Mata Atlântica, embora
espaçados. Ressalta a importância da cobertura vegetal como elemento determinante de
combate à poluição, de amenização do espaço e embelezamento da paisagem. A
melhoria da qualidade de vida passa a ser entendida como o resultado da integração
entre os componentes econômicos e sociais do desenvolvimento, de forma a garantir o
tratamento no mesmo plano, aplicando-se a política de desenvolvimento metropolitano a
todas as camadas sociais.
No tocante aos aspectos das necessidades sociais e culturais da população o PDI/RMR
conceitua o lazer, vinculando sua necessidade às questões complexas, como as
condições socioeconômicas do lugar, o grau de desenvolvimento industrial, o
crescimento populacional e a própria cultura regional, que requer padrões de ofertas
diferenciadas. Sobre o lazer estabelece:
“O lazer constitui necessidade básica para o restabelecimento físico e psíquico do organismo humano, devendo, entretanto, estar sempre caracterizado como liberdade de escolha das atividades, em oposição ao stress imposto à vida pela sociedade moderna. O
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
lazer das massas funciona como força motriz positiva, dirigida no sentido do aperfeiçoamento e desenvolvimento da educação e da cultura da população, assumindo, portanto, uma posição importante no planejamento metropolitano”.
Estabelece ainda as bases de um sistema de recreação e lazer, observando-se várias
modalidades exemplificadas pela recreação passiva, recreação passiva por difusão,
recreação ativa orientada e recreação ativa livre.
Apesar do déficit de estudos e indicadores sobre o assunto, o Plano apresenta os
equipamentos e modalidades existentes, buscando entender o processo de urbanização
instalado, que apresenta uma expressiva taxa de crescimento demográfico e uma
progressiva especulação imobiliária. Esse quadro exigia, de um lado, o estabelecimento
de medidas para equilibrar o crescimento urbano desordenado e, de outro, a implantação
de áreas de preservação, inserindo aí as áreas de recreação. Observadas as
modalidades estabelecidas, buscou-se identificar o conjunto de equipamentos e
atividades existentes, segundo a classificação adotada.
Sobre a recreação passiva, entendida como a oferta de serviços para a população,
destaca a insuficiência de equipamentos na RMR: a cadeia de cinemas composta por 39
casas (1970), das quais 29 encontram-se em Recife, além de uma sub-utilização da
capacidade instalada e pouca preocupação com a seleção dos filmes; a rede de teatros
(4 no Recife) tem funcionamento escasso, depende das equipes do sul e, em média,
ocupa apenas 31% de sua capacidade, por espetáculo; existem 13 museus, sendo 7 em
Recife e os demais em Olinda, Igarassu, Cabo e Jaboatão, todos com demanda
insignificante, demonstrando pouca divulgação dos acervos representativos da história e
da cultura. Finalmente, identifica uma baixa promoção de exposições artísticas e culturais
e de manifestações folclóricas.
A recreação passiva por difusão, representada pelos meios de comunicação de massa -
rádio, televisão e jornal – pode não atingir o resultado esperado do lazer, considerando a
natureza e o nível da programação ofertada, que pode até contribuir para ampliar as
tensões. Assim as 7 emissoras de rádio, as 4 estações de televisão e 6 jornais podem
atender parcialmente aos requisitos de lazer, sem contudo perfazer as questões relativas
à espontaneidade, liberdade de escolha e decisão sobre como dispor do tempo livre.
Na modalidade de recreação ativa orientada, destacam-se os espaços verdes abertos
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
desde que apresentem condições de silêncio, ausência de poluição e possuam
equipamentos destinados à prática de esportes/jogos. Nessa categoria estão os parques
regionais, setoriais, locais e, embora exista na RMR um expressivo potencial, não existe
a oferta assegurada. Diversas áreas desse tipo encontram-se distribuídas pelos
municípios metropolitanos, com destaque para as áreas da Reserva de Dois Irmãos,
Macacos, Gurjaú e Ilha de São Simão. O Horto de Dois Irmãos, o parque Treze de Maio e
o Sítio da Trindade se apresentam como áreas que desempenham esse papel.
Considerando o acervo de monumentos da RMR, alguns espaços reúnem características
que satisfazem a essa categoria, a exemplo do Pátio de São Pedro, em Recife; da Sé e,
do Seminário e toda a colina histórica de Olinda; e do Parque Nacional dos Guararapes,
em Jaboatão. As bibliotecas também se enquadram nessa categoria, onde a RMR conta
com 7 públicas, sendo 4 no Recife e todas sub-utilizadas, considerando a freqüência das
mesmas, bem como os centros esportivos, num total de 2 centros, 3 estádios de futebol e
3 ginásios de esportes.
Dentro da recreação ativa livre destaca o conjunto de praias da RMR que constituem
espaços livres permanentes de lazer coletivo e que, além da paisagem, oferecem
diversas modalidades de lazer, a exemplo de jogos, passeios de barco, banhos, etc. Os
espaços abertos como praças e jardins também constituem áreas destinadas à recreação
ativa livre, assim como espaços de acampamentos. Entre estes últimos destaca-se o
Engenho Monjope, em Igarassu.
Nesse Plano, Recife aparece como local de grande concentração de atividades e
equipamentos de lazer da RMR e, nesse sentido, destacam-se como fatores relevantes
nessa análise os deslocamentos provocados e as distorções relativas à oferta quanto à
real demanda por essas atividades.
Com base no Código Florestal como instrumento de preservação dos remanescentes
ambientais da RMR, e com o objetivo de associar o valor ambiental à qualidade de vida,
com a perspectiva de uso dessas áreas, esse Plano previa a implantação de parques
regionais e tombamento das áreas verdes de Mata Atlântica; aproveitamento de
engenhos como locais de lazer, notadamente no bairro da Várzea; a implantação dos
parques Nacional dos Guararapes, de Exposição do Istmo de Olinda e Setorial do
Capibaribe, que se estendia entre os bairros da Torre e da Várzea, incorporando o açude
de Dois Irmãos; a arborização das ruas nos núcleos urbanos; a preservação dos
coqueirais nas praias; e o aproveitamento da faixa litorânea, incorporando e valorizando
os sítios de Brasília Teimosa, Lagoa Olho D’Água e Timbó. Complementa, ainda, o
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Programa de Lazer da RMR, programas como o de Valorização das Faixas de Praia, que
recomenda o desenvolvimento de projetos específicos de atividades turísticas e
implantação de parques de recreação nas faixas de praia, assim como o Programa de
Habitação e Equipamentos Básicos, com destaque para os serviços de transporte e
saneamento, serviços conexos de educação, abastecimento, recreação, entre outros.
Com relação aos projetos prioritários, o PDI/RMR ressalta a urbanização e valorização de
espaços como Brasília Teimosa, o Istmo de Olinda, a Ilha de Itamaracá, a Bacia do Rio
Timbó, a Lagoa Olho D’Água, as praias, e do patrimônio histórico.
Quanto aos parques, ressalta a sua importância, apontando as necessidades de
implantação do Parque Histórico Nacional dos Guararapes; do Parque inserido entre a
PE-15 e a Avenida Joaquim Nabuco, em Olinda; do Parque Metropolitano de Santo
Agostinho; do Parque Metropolitano de São Simão (manguezais de Recife); do Parque
Metropolitano de Dois Irmãos; do Parque Metropolitano do Capibaribe; do Horto de
Olinda; e a adequação de praças e jardins públicos, visando à recuperação dos mesmos
e a oferta de elementos físicos e equipamentos nessas áreas.
O PDI/RMR, responsável pelas diretrizes de desenvolvimento social e econômico dessa
região, neutraliza a ação dos responsáveis pela implementação das ações e programas
propostos, quando toma direciona para a entidade metropolitana, o papel de articulador e
executor do planejamento urbano-metropolitano, com capacidade de deliberação sobre o
território municipal, considerando os aportes financeiros daquele momento.
5.1.2. O Plano de Preservação de Sítios Históricos da RMR
O Plano de Desenvolvimento Integrado – PDI/RMR (1976), já tratado anteriormente, se
antecipa quanto à determinação e urgência da formulação de um Programa de Preservação de
Ambientes Urbanos na RMR, principalmente para conter o processo de destruição do
patrimônio cultural, que desde o início do século vinha demolindo, retificando e redesenhando
as cidades.
O PDI/RMR, seguindo recomendações federais contidas no II Plano Nacional de
Desenvolvimento – II PND (1975) e no Programa de Preservação e de Recuperação do
Patrimônio Ambiental Urbano - PPRPAU (1975), este coordenado pela Comissão Nacional de
Regiões Metropolitanas e Política Urbana – CNPU, seleciona Projetos Prioritários, em resposta
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
a programas destacados para o desenvolvimento metropolitano, estabelecidos no âmbito
nacional e estadual, pré-fixados em metas para o período de 76 – 79, de onde decorre o Plano
de Preservação de Sítios Históricos da RMR. Nesse período, em que várias diretrizes de
proteção são estabelecidas nos planos em desenvolvimento, cumpre destacar o compromisso
do Estado com as questões culturais, tentando alterar alguns conceitos voltados basicamente
para o progresso e a modernidade das áreas urbanas. Nesse sentido altera
substancialmente o conceito e o compromisso de administradores, antes voltados para o
progresso e a modernidade, preferencialmente em áreas urbanas que, em pouco tempo,
tinham amputado os seus núcleos mais significativos - edificados em séculos, destruídos
em dias.
Iniciado em outubro de 1975 e concluído em 1978, o Plano de Preservação dos Sítios
Históricos da Região Metropolitana do Recife – PPSH/RMR, elaborado com o apoio do
CNPU, órgão da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, e da
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, com aporte financeiro
desta, reflete a disposição do Estado, no âmbito da atuação metropolitana, de se colocar
como agente no papel de assegurar a preservação do patrimônio cultural. Evidencia-se,
nessa ocasião, o entendimento de que o desenvolvimento social poderia estar embasado
na proteção da cultura de seu povo, constituindo condição de avaliação a conservação
dos testemunhos históricos, no processo de aperfeiçoamento das expressões culturais.
Para sua elaboração foram estabelecidos alguns pressupostos:
� a preservação e a valorização dos conjuntos históricos, memória do processo
evolutivo brasileiro, são consideradas “potencializadoras” da qualidade ambiental
e fator de amenização da qualidade de vida metropolitana; e,
� os fatores de crescimento e desenvolvimento das cidades, isoladamente, não
constituem razões suficientemente fortes para a eliminação e descaracterização
desses espaços urbanos; ao contrário, têm seu valor acrescido pela
especificidade do seu patrimônio.
O PPSH/RMR retrata o momento em que foi incorporada a questão da valorização dos
ambientes históricos e culturais nas diretrizes de desenvolvimento urbano e regional, e
inova quanto à importância do processo de conscientização e envolvimento dos poderes
locais na implementação de ações preservacionistas, servindo de modelo para outras
regiões do Estado.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Neste Plano há que se considerar a importância e as limitações do papel do Governo:
� Como Agente Normativo
⎯ antecipando-se aos processos em vigência;
⎯ sem condições de exercer o controle.
� Como Patrocinador das Intervenções
⎯ na condição de agente financeiro;
⎯ sem condições de arcar sozinho com esse ônus.
O PPSH/RMR traça diversos objetivos, voltados basicamente para assegurar a
convergência das intenções de desenvolvimento socioeconômico e da preservação das
manifestações culturais na RMR. Nesse sentido, orienta o estabelecimento de
dispositivos institucionais e técnicos que pudessem assegurar a preservação dos sítios
da RMR, promover a revitalização dos ambientes históricos da RMR, como um dos
elementos de sustentação do processo de desenvolvimento socioeconômico da RMR, e
inventariar as expressões culturais do processo histórico da ocupação humana na RMR.
Na sua introdução, o PPSH enuncia:
“A quantos incumbe promover o desenvolvimento social, entendido como processo de contínuo aperfeiçoamento das expressões culturais de uma comunidade, parece indiscutível a necessidade de proteger e conservar os testemunhos históricos desse processo. Seja porque permitem à sociedade, a inteligência do seu presente, seja porque constituem elemento de sua própria identidade, seja porque servem de referência ao juízo do estágio cultural, atual e desejado da comunidade.”
Assim, oficializa o papel do Estado como indutor da preservação do patrimônio cultural de
uma comunidade (região) sob a sua responsabilidade, e sua função de assegurar a
referência cultural, enquanto agente responsável pela continuidade dos movimentos em
prol da preservação, a exemplo do Compromisso de Brasília – 1970, e o Documento de
Salvador – 1972 (onde está clara a necessidade de preservar “conjuntos”, numa ação
mais ampla, e não apenas a preservação de peças isoladas). Ao contrário das políticas e
estratégias traçadas até então que nem sempre asseguraram a proteção de uma cultura;
esses movimentos sugerem concentrar esforços para que o desenvolvimento
socioeconômico esteja embasado na ação preservacionista, constituindo condição sine
qua non, sob o ponto de vista cultural, econômico e urbanístico.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Sobre essa questão há que se refletir sobre o papel soberano do Estado: por um lado,
como legislador dos bens, exercendo um papel normativo, e, por outro, a natureza de
suas intervenções, que permitem o entendimento de que o custo das intervenções
ficavam sob a responsabilidade quase exclusiva do setor público, provocando um certo
descompromisso da sociedade com a proteção.
Embora as décadas de 1970 e 1980 marquem a montagem de um sistema nacional de
preservação do patrimônio cultural, cumpre destacar que nesse período não há uma ligação
evidente entre a política de desenvolvimento econômico e a política de preservação do
patrimônio cultural.
Para a valorização e preservação do patrimônio histórico o PPSH/RMR prioriza ações de
caráter preservacionista, chamando a atenção para o fortalecimento dos órgãos de controle e
proteção do patrimônio histórico e artístico da RMR.
No que tange às ações de caráter ambiental, notadamente as de proteção dos recursos
naturais, enfatiza a sua proteção associada à potencialidade do uso turístico no processo de
valorização para o desenvolvimento econômico. Não associa, porém, a esse desenvolvimento,
a potencialidade das estruturas urbanas antigas, que se apresentavam em pleno processo de
degradação ambiental nessa ocasião. O enfoque dado até então desagrega, mesmo que
parcialmente, o valor histórico das estruturas urbanas de seu valor ambiental natural, embora já
identifique o processo de dilapidação desse patrimônio, pela ausência de ações objetivas e
profundas de pesquisa e classificação desse patrimônio, destacando os conjuntos ambientais
urbanos como de menor grau. Quanto à proteção dos edifícios de grande valor histórico-
cultural, o órgão nacional de proteção histórica e artística salienta que não há disponibilidade
técnica e financeira para uma atuação que garanta a perpetuidade desses conjuntos antigos.
Por outro lado, a interferência da legislação nas estruturas urbanas quase sempre
aponta para a deficiência dos municípios da RMR quanto aos instrumentos
reguladores, ao mesmo tempo em que o sistema de controle demonstra uma
fragilidade comprometedora. A implementação de programas e projetos assinala o
compartilhamento entre as entidades federais, estaduais e municipais como
exercício da administração metropolitana. Nessa ocasião, são congregados
diversos agentes e profissionais motivados pela preservação. O apoio ao
PPSH/RMR foi dado através da Secretaria de Planejamento da Presidência da
República, pela sua Secretaria Geral e Delegacia Regional; pela Comissão Nacional
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
de Regiões Metropolitanas e Política Urbana – CNPU; pela Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE; pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional – IPHAN; pela Secretaria de Planejamento do Estado de PE; pela
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE; pelo
Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco – IAHGPE, tendo a
FIDEM como executora do Plano, apoiada pelos seguintes consultores contratados
para tal finalidade: José Antônio G. de Melo, Virgínia Pernambucano, Ulysses
Pernambucano, Clóvis Cavalcanti e Diógenes Rebouças.
Vale destacar o hiato criado entre os papéis do Estado e da sociedade, no sentido de
transformar o conceito predominante, na sua maioria contrário à preservação. Nenhum
processo educativo foi deflagrado para reverter esse entendimento, principalmente pela
característica intrínseca ao processo que acarretava uma profunda desvalorização
imobiliária. Destruições continuavam a ocorrer, na medida em que novas áreas passavam a
ser objeto dos presevacionistas, impossibilitando o controle e a salvaguarda dos bens de valor
histórico artístico, arqueológico e paisagístico, no âmbito nacional.
O PPSH/RMR encerra conceitos e proposições básicas, num nível de abrangência muito
grande, traçando intenções e intervenções, que exigiriam desdobramentos num segundo
momento. A cada projeto anterior poderiam ser acrescentados novos componentes, tais
como maior precisão na delimitação do objeto, classificação dos elementos a preservar e
definição de usos mais apropriados.
Ao período do PPSH/RMR é necessário situar os movimentos em prol da
preservação, destacando-se que, nesse momento, políticas de proteção e de
valorização do patrimônio constituem ainda fato novo no Brasil. Sem se distanciar
muito do período que foi elaborado o Plano – 1976 a 1978, é possível enumerar os
momentos da atuação governamental na direção da preservação de seu patrimônio
cultural. Nesse sentido, cumpre destacar que a atuação federal – 1937– 1970 –
estava voltada para a noção de monumento isolado, associado ao edifício
excepcional. Posteriormente as experiências demonstram a intenção de
conservação, numa visão integrada de conjunto.
O Plano definiu a política de Intervenção direta e o traçado dos perímetros,
contendo o zoneamento a partir da visão física do edifício ou sítio. Enquanto
produto tecnicamente correto, fundamentado em conceitos acadêmicos atuais, o
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Plano, estava encerrado dentro das instituições oficiais; por outro lado, era
imposto aos municípios, os possíveis gestores, gerando a não apropriação
decorrente da não participação/envolvimento desses agentes durante a sua
elaboração. A não participação da população nesse processo acarretou
conseqüências graves no tocante à preservação dos bens, principalmente pela
falta de consciência preservacionista. Por outro lado, era pensamento corrente o
de que bens preserváveis eram aqueles edifícios isolados e monumentais que, por
si sós, expressavam a necessidade de preservação, como se os traçados de rua, a
morfologia urbana e as características peculiares não tivessem qualquer ligação ou
interesse cultural na sua preservação.
O momento é agravado pelo início de um processo de produção e oferta, em larga
escala, de novas oportunidades para marcar a modernidade. Demolições foram
feitas, indiscriminadamente, sobretudo quando novas áreas estavam na mira dos
preservacionistas. Não seria possível ao IPHAN, por suas limitações, promover o
inventário de todos os bens de valor histórico, artístico, arqueológico e
paisagístico, em todo o território nacional e, menos ainda, promover e fiscalizar a
proteção desse acervo.
O PPSH/RMR tem natureza teórica e analítica, definindo:
� os princípios fundamentais;
� os objetivos;
� o método do trabalho;
� a identificação e a caracterização dos sítios.
A estrutura programática e operativa desse Plano enfoca a hierarquização dos
sítios, por categoria, ressaltando o posicionamento frente às principais ações a
serem trabalhadas, as proposições gerais e específicas, estabelecendo linhas para
as zonas constituídas, ou seja, para as zonas de proteção rigorosa e para as áreas
ou setores de proteção ambiental, além das indicações para uma programação de
ações do Governo, com as condições de implementação.
O PPSH/RMR traz alguns princípios:
� sítio histórico como sendo todo conjunto ambiental caracterizado pela
qualidade da trama estrutural que a constitui, ou pelas expressões
arquitetônicas singulares;
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� sítio histórico como um bem cultural, representa também um notável
bem econômico e urbanístico, insubstituível;
� sítio histórico não deve ser considerado como um conjunto edificado
inerte, pois os usuários são os responsáveis pela sua animação; a
preservação é entendida como um instrumento vivo, mediante o qual
não se isolam os grupos de edificações que abrigam apenas sombras e
vestígios do passado;
� a preservação, do ponto de vista econômico, constitui uma atividade
de transformação de locais de interesse histórico, resguardando a
fisionomia original.
Como objetivos gerais, o referido Plano visa assegurar a convergência das
intenções de desenvolvimento socioeconômico e de preservação das
manifestações culturais na RMR; orientar o estabelecimento de dispositivos
institucionais e técnicos que assegurem a preservação dos sítios históricos da
RMR; e promover a revitalização dos ambientes históricos da RMR, como um dos
elementos de sustentação do seu processo de desenvolvimento socioeconômico.
Como objetivos específicos o PPSH ressaltou a necessidade de:
- delimitar zonas de preservação rigorosa e ambiental de cada sítio histórico da
RMR;
- instituir ou reestruturar órgão oficial com poderes para, no âmbito da RMR, tombar
ambientes culturais e fiscalizar o cumprimento das normas;
- definir normas de uso do solo, especificando os tipos de intervenção permitidos, nas
zonas de preservação delimitadas, na RMR;
- propiciar a incorporação, na legislação dos Municípios da RMR, das delimitações das
zonas e das normas de preservação dos sítios históricos.
- Estabelecer critérios de propriedade para a execução de obras preservacionistas, a
nível metropolitano;
- Promover campanhas de esclarecimento dos poderes públicos e da população acerca
das necessidades e das conseqüências da preservação dos sítios históricos da RMR;
- Identificar fontes de recursos e mobilizá-los para execução de projetos de
preservação dos sítios históricos da RMR.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
O desenvolvimento metodológico, com a utilização de informação documental,
observação direta e análise comparativa, possibilitou uma pesquisa histórica, que
apontou inicialmente um universo de 130 sítios a serem estudados. Análise de
historiadores nas informações colhidas, em modelo adotado pela UNESCO,
complementada por levantamento fotográfico e por pesquisas de campo, permitiu uma
classificação que apontou 7 categorias, num total de 83 sítios, a seguir descritos, onde
mais de 50% se localiza em Recife e a concentração de sítios rurais está mais
concentrada nos municípios de Moreno e Cabo. Quadros em anexo apresentam os sítios
por categoria nos municípios metropolitanos.
Categoria 1 – Sítios Tombados – ambientes urbanos ou rurais, protegidos por
legislação federal, a cargo do IPHAN, totalizando 4 áreas;
Categoria 2 – Conjuntos Antigos – complexos urbanos notáveis, formados por
edificações típicas, com exemplares de excepcional arquitetura ou núcleos de
forte significado histórico para a cidade onde se situam. Elementos encontrados
com forte descaracterização, em constantes processos de modificação, em
função de usos e padrões culturais, totalizando 15 áreas ou conjuntos;
Categoria 3 – Edifícios Isolados – exemplares excepcionais de arquitetura
religiosa, civil, militar ou oficial, com ambiência comprometida ou sob ameaça pela
ocupação espontânea ou permitida, com edificações em geral mais recentes, que
necessitam ser melhor disciplinadas, a fim de preservar a escala do monumento.
Enquadram-se nessa categoria os edifícios antigos, assim como alguns
exemplares dos anos 30, do Século XX, que figuram na história da arquitetura
brasileira como pioneiros na aplicação dos princípios da arquitetura moderna.
Totalizam 36 áreas de arquitetura isolada;
Categoria 4 – Povoados Antigos – conjuntos urbanos que já tiveram razão
econômica ou de defesa, em certo período, mas que entraram em processo de
decadência. Neste caso foram classificados 3 conjuntos;
Categoria 5 – Sedes de Engenho – testemunhos da primeira ocupação territorial
da RMR, representam a cultura canavieira e constituem um conjunto edificado na
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
zona rural, composto pela Casa Grande, como a residência original do dono de
engenho; a Senzala, como habitação destinada aos escravos; a Capela, como
símbolo da religiosidade; e, a Moita, local onde se moía a cana-de-açúcar e se
fabricavam seus derivados. Existiam 13 exemplares distribuídos na zona rural da
RMR, com apenas 3 completos;
Categoria 6 – Ruínas – edificações em processo avançado de deterioração
construtiva, constituindo preciosidades de um passado longínquo, desde que
consolidadas as suas estruturas ainda existentes. Nessa categoria foram
classificadas 7 edificações;
Categoria 7 – Vilas Operárias – conjuntos habitacionais edificados na vizinhança
das indústrias que se fixaram na RMR, em fins do Século XIX e princípios do
Século XX. A construção dessas Vilas resultou da iniciativa das indústrias,
compondo notáveis exemplares, pelo pioneirismo da ação e pela tipologia
arquitetônica. Totalizam 5 conjuntos.
Como medidas implementadoras e garantia da preservação são estabelecidas como
ações prioritárias:
� Instituir ou reestruturar órgão estadual, com atribuições de tombar e
fiscalizar os sítios na RMR, bem como de analisar projetos de obras
nas ZPR’s e ZPA’s, cumprindo o que determina o PPSH/RMR;
� Implementar, a curto prazo, as ações de natureza normativa
propostas pelo PPSH/RMR;
� Elaborar projetos globais de preservação dos sítios históricos, objeto
do PPSH/RMR;
� Estabelecer processo de conscientização das autoridades e da comunidade
metropolitana, garantindo a execução do PPSH/RMR.
5.1.3. O Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos
Entre os anos de 1979 e 1980, o Governo do Estado de Pernambuco, através da
FIDEM, buscou condensar em um único documento estratégico as questões
relativas à promoção do desenvolvimento sociocultural e melhoria da qualidade
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
de vida, mediante a elaboração do Plano Diretor do Sistema de Parques
Metropolitanos – o PDSPM, finalizado em meados de 1980, dando seqüência ao
que preconizava o PDI/RMR em termos de um planejamento mais detalhado para
determinadas áreas. Esse Plano apontou os procedimentos, os instrumentos e as
diretrizes para a implementação do que se chamou um Sistema de Parques
Metropolitanos para a RMR (ver Mapa 4).
Esse Plano passou a ser um importante instrumento de planejamento de caráter
preventivo e estratégico, além de indutor das ações capazes de assegurar a
transformação do território, no sentido de abastecer a comunidade metropolitana
de espaços verdes, com as condições favoráveis ao desenvolvimento físico e
intelectual, no que tange à oferta dos espaços de lazer, recreação, contemplação
e esportes.
Semelhante a outros centros regionais brasileiros, a RMR vivia um processo de ocupação
dos espaços, com uma crescente especulação imobiliária, acarretando uma periferização
urbana de má qualidade. Este processo estava nitidamente marcado pela exploração
urbana e não pela sua qualificação como metrópole emergente. A velocidade imposta
pela especulação não era respondida pela capacidade instalada do setor público de dotar
o território de infra-estrutura urbana e ambiental capaz de satisfazer as condições de
conforto urbano e ambiental. Nem mesmo as políticas para os setores de transportes e
habitação71 foram capazes de assegurar as condições ambientais adequadas, sendo
responsáveis apenas por rasgar o território e permitir a mobilidade e a acessibilidade
desejada sem, no entanto, promover as compensações ambientais que poderiam ter se
acoplado a esse desenvolvimento, trazendo qualidade ao espaço metropolitano e
condições necessárias ao ser humano, haja vista os vultosos investimentos.
O Plano de Desenvolvimento Integrado da RMR – PDI/RMR (1975) abordou as questões
pertinentes aos parques metropolitanos, identificados no contexto de um Programa de
Recreação e Lazer para a RMR, associando a necessidade de proteger os bens culturais
da sociedade metropolitana. O desenvolvimento do PDSPM/RMR contou com uma leitura
da realidade metropolitana, de suas carências, para assim apontar a necessidade de
71 A década de 70 trazia consigo os grandes planos e no caso específico do setor de transportes os investimentos ultrapassavam em muito os recursos responsáveis, por exemplo, para uma política habitacional e de tratamento dos espaços público. Entre os anos de 1964 e 1985 foi implantado o Sistema Financeiro de Habitação, responsável por 4 milhões de unidades habitacionais no Brasil, insuficientes à demanda existente.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
políticas capazes de garantir a qualidade da vida futura dessa metrópole.
O PDSPM/RMR apresentava um caráter estratégico, respaldado pelo Plano Nacional de
Desenvolvimento, para o período de 1980-85, e tinha como objetivo o estabelecimento
das bases de um sistema de parques para o lazer público de massa. Esse sistema era
voltado mais para o que se determinou como parques metropolitanos, como unidades
componentes de um todo, na medida em que se inter-relacionam administrativa e
operacionalmente.
Nas suas diversas abordagens, o PDSPM/RMR define uma política metropolitana para
parques, com objetivos e metas, além de estabelecer diretrizes espaciais, setoriais,
institucionais e administrativas, da mesma forma que explicita os instrumentos normativos
e operacionais, capazes de atender aos objetivos propostos, finalizando por traçar as
linhas de ação de cada unidade, com a definição de sua implementação.
Como de praxe em planos elaborados nesse período, havia a preocupação em estimar a
demanda, sendo nesse caso o ano 2000, o prazo final para o horizonte do planejamento,
tendo sido estabelecido que as referidas áreas deveriam cumprir múltiplas funções,
relacionadas aos interesses e necessidades dos cidadãos metropolitanos, buscando
atingir uma melhoria na qualidade de vida das pessoas e assegurando equipamentos
capazes de suprir as necessidades de lazer e recreação dessa comunidade, além de
preservar espaços, no território metropolitano. Nesse sentido estabelece como estratégia
que a expansão das áreas e dos equipamentos para recreação e lazer devem estar
próximas às concentrações urbanas; que algumas áreas já urbanizadas devem adaptar-
se à prática do lazer, melhorando espaços já existentes; que o apoio aos programas de
lazer, devem estar associados aos programas sociais, na medida em que envolvam as
mesmas comunidades para recuperação e desenvolvimento de propostas nesse sentido;
adequando sempre que possível a política educacional e de saúde as ações voltadas
para o lazer, a recreação e os esportes.
Enquanto plano diretor objetivava atingir a definição de formas e procedimentos para a
implantação e operação de um sistema de parques, respaldado por uma política realista
e consciente da ação coordenada dos diversos órgãos e instituições que atuam, direta ou
indiretamente, no setor, além de estabelecer a priorização de implantação das áreas
selecionadas, chegando ao estabelecimento de programas, com custos e fontes para
viabilização desses empreendimentos.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
O PDSPM/RMR está dividido nos seguintes itens:
� os condicionantes da política de parques;
� definição dos pressupostos, de natureza política e técnica;
� as linhas para implantação e administração dos parques na região, por objetivos e
metas;
� as diretrizes normativas e os instrumentos necessários à implantação;
� a estrutura necessária, estabelecendo a diferenciação entre parques locais e
metropolitanos;
� as ações necessárias, as condições de implementação, seus custos e possíveis
fontes de financiamento.
No tocante aos condicionantes da política metropolitana de parques, foram dispostos: o
quadro natural, a realidade da infra-estrutura física, o contingente demográfico, os
elementos sócio-culturais, a dimensão e os caracteres da clientela, os fatores político-
institucionais e a disponibilidade de espaços físicos.
Do ponto de vista metodológico e estatístico, cumpre salientar o grande universo de
informações, característica de planos desse período, muitas das quais sem a
aplicabilidade para a definição das áreas, a exemplo das diversas tabelas que o integram,
como a que trata das áreas de recursos hídricos por município, que sequer apresentar
dados percentuais dessas áreas para, no mínimo, estabelecer uma relação de
apropriação ou equivalência. Nas considerações feitas para as praias oceânicas, também
recai sobre considerações feitas, em detrimento da sua aplicação, como neste caso, que
quantifica por município e capacidade de atendimento, onde foi considerado o índice de
1.000 usuários por hectare, como taxa de ocupação confortável. Neste caso a
capacidade das 30 praias, ou 68 km de faixa litorânea, estariam disponíveis para 239.350
pessoas, não aparecendo neste sentido nenhuma análise da capacidade de atendimento
ou de superação das necessidades concretas da população atendida, por faixa etária, por
exemplo.
A tabela de cobertura vegetal, também por município, diferentemente das demais traz as
diversas classificações da vegetação existente no município e o somatório da categoria,
sem, contudo estabelecer percentuais de déficit ou superávit. Por exemplo, Paulista se
apresenta como a maior área de vegetação tipo capoeirão (mata), representando cerca
de 30% do município e 27,9% do total de capoeirão da RMR. Já o município de Igarassu
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
chega a 45% do total de vegetação tipo capoeira de toda a região. Recife e Cabo
superam os demais na categoria capoeirinha, sendo Igarassu o mais representativo em
termos de vegetação de mangue. No caso de uma análise mais seletiva o município de
Igarassu estaria no primeiro rank nos diversos tipos tratados.
Já a tabela que trata da população vem trazendo além da população total de RMR, com
dados dos censos de 40 (553.846 hab.), 50 (819.256 hab.), 60 (1.225.992 hab.) e 70
(1.791.322 hab.), a população por município onde se destaca o crescimento na ordem de
67,60%, 66,82% e 68,44%, respectivamente entre os períodos tratados, salientando-se
que entre 60 e 70 há um crescimento maior.
Outra leitura que se percebe é a superioridade do crescimento urbano, onde a taxa de
crescimento rural é quase constante chegando a ser igual entre as décadas de 40 e de
70, permitindo-se afirmar que essa constância representa uma redução substantiva, haja
vista o crescimento real da população urbana. Importante destacar também é o
crescimento mais veloz de alguns municípios, a saber: em primeiro lugar Jaboatão que
tem sua população acrescida em 5,6 vezes; Olinda que também cresce 5,3 vezes sua
população; o Recife que triplica sua população.
Ainda quanto aos dados da população, a estimativa para os anos de 1980 e 2000
chegava, em muito, a superar o crescimento atual, principalmente porque eram
considerados como estimativa de crescimento as projeções dos índices presentes, por
município, em taxas elevadas, o que acarretaria no quadro apresentado, onde a
população prevista para a RMR no ano de 1980 totalizaria 2.668.149, chegando a
4.946.006, no ano 2000. Ora, as décadas de 80 e 90 apresentaram respectivamente
índices bem inferiores àqueles que vinham acontecendo no Brasil e nas suas regiões
metropolitanas, mesmo considerando-se o fluxo constante de migração rural, o que
significa dizer que mesmo com índices baixos de crescimento da população que chega
hoje (ano 2000) na RMR a um total de 3.333.603 habitantes, abaixo das previsões, as
constantes mudanças da população do campo para as cidades continuaram em ritmo
acelerado.
A importância das tabelas que tratam da estrutura etária por município e os totais gerais e
percentuais representam um esforço de estimar a capacidade de suporte das áreas
selecionadas, nas suas diferentes ofertas, considerando as respectivas faixas de idade
da potencial clientela. No tocante a relação da população economicamente ativa e o setor
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
de atividade há um claro demonstrativo de que 70% dessa população concentram seus
esforços nas atividades do setor terciário, o que fortalece a diretriz de que,
concretamente há necessidade do estabelecimento de políticas que venham a favorecer
a qualidade de vida, através do suporte de oferta de espaços e equipamentos de lazer.
Quanto à análise da distribuição da população economicamente ativa, por classe de
renda, em 1970, cumpre-se destacar que há um alto índice dessa população situada na
faixa de até 1,5 salário mínimo, chegando a 64,3% na RMR, com destaque para o
município de Moreno que alcança a taxa de 89,4%, demonstrando nitidamente o alto
índice de pobreza ou comprometimento da renda familiar com atividades recreativas
pagas, conseqüentemente impossibilitando o lazer, a exceção daquele que esteja ao seu
alcance, sem gerar despesas.
Considerando que a FIDEM trabalhava, naquele momento com um cadastro de
equipamentos sociais, por município, esse suporte ao Plano foi de fundamental
importância, muito embora não tenha sido feita uma pesquisa mais real, com a população
da RMR, sobre suas necessidades e suas práticas de lazer. O uso do conhecimento
desse cadastro aponta para a existência de 239 praças e parques na RMR, 24 cinemas,
141 clubes e associações, 40 bibliotecas e centros culturais, 254 bares, restaurantes e
lanchonetes e 93 hotéis, motéis e hospedagens, além de demonstrar a existência de
equipamentos de educação, saúde, creches e de segurança. Numa análise preliminar
observa-se que Moreno é o município com menos oferta de parques e praças,
apresentando apenas 2 áreas. Seguem Itamaracá e Cabo, com 06 e 08,
respectivamente, devendo-se levar em consideração que estes municípios tem praias.
Recife dispara na frente com 144 áreas. Esta contagem preliminar não leva em
consideração a situação dessas áreas e a possibilidade delas suprirem, enquanto oferta
de lazer e diversão às necessidades da população.
As áreas existentes nesses municípios, em dimensão, não permitem uma análise
qualitativa, entretanto aponta o total de áreas, em metros quadrados, possível de serem
utilizadas. Dessa forma verifica-se que Moreno, apenas com 2 áreas equivalente a 4.800
m2, oferta, em termos reais, mais área do que Itamaracá, este com 6 áreas, que totaliza
4.500 m2, que chega perto do Cabo, que com suas 8 áreas, tendo 5.000 m2.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Foi destacada a responsabilidade compartilhada na transformação da RMR com
destaque para as administrações municipais e de segmentos estaduais e federais, sem
contudo, desconsiderar a importância do setor privado. Havia uma menção sobre a
capacidade de se criar ou mesmo estabelecer um sistema público de lazer, capaz de
suprir as necessidades do cidadão. Um sistema composto por unidades capazes de se
relacionar administrativa e operacionalmente, permitindo a melhor utilização dos espaços
selecionados, na maioria, subutilizados.
5.1.4. Sistema de Parques Metropolitanos
Outro importante referencial para a questão dos parques metropolitanos foi o documento
Sistema de Parques Metropolitanos, elaborado pela FIDEM em 1986, na Série de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Apresenta-se identificando a plena
necessidade dos parques e espaços vegetados para o estabelecimento e a manutenção
do equilíbrio das relações do homem com a natureza, visando à melhoria da qualidade de
vida e a valorização da paisagem urbana. Realça ainda a importância do respeito às
áreas verdes e seu uso público para entretenimento e lazer, por serem não só
desejáveis, mas também testemunhos da cultura dos povos.
A proposição de um sistema de parques metropolitanos reforça a idéia anterior de
constituir no território metropolitano a oferta de oportunidades diferenciadas de lazer,
criando espaços de amenidades e de paisagem e preenchendo uma lacuna no que diz
respeito ao lazer público de massa, simbolizado através dos parques e jardins ou ainda,
pela conservação das áreas de reservas ambientais. Tal oportunidade reforça o
entendimento da necessidade de se criar espaços para o exercício de atividades
desportivas e sócio-educativas para as diferentes faixas da população, com foco na
população mais carente.
Na introdução do documento é destacada a necessidade do contato com a natureza,
enfocando seus benefícios, enquanto possibilidade da população em usufruir a
amenidade urbana que os referidos territórios dos parques metropolitanos poderão trazer
para as cidades.
No momento desse plano são registrados 1.460 ha, considerando-se 6 parques: Parque
de Salgadinho, na histórica cidade de Olinda, mas especificamente na zona intersticial
entre Recife e Olinda; o Parque do Janga e do Timbó, em Paulista, o Parque da Lagoa
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Olho D’Água, no município de Jaboatão dos Guararapes e finalmente o Parque do
Encanta Moça e do Jiquiá, em Recife.
Com a reserva dessas áreas, conforme disposto no Mapa 5, pretendeu-se atingir um
índice positivo em termos da oferta de áreas verdes por habitante na RMR, como
também possibilita a garantia de proteção das áreas de remanescentes de mata atlântica
e de manguezal, além de áreas específicas de coqueirais.
Como problema destaca a questão do crescimento avassalador por uma especulação
imobiliária que vem comprometendo os espaços das cidades, além de uma deterioração
incontrolável nas periferias urbanas. No sentido de regular o crescimento urbano
acelerado e de suprir déficits de equipamentos de lazer para a população, essa proposta
visa a imediata adoção de medidas para desencadear o desenvolvimento dessas áreas.
O objetivo a ser perseguido reflete a preocupação em implantar um sistema com
unidades capazes de se interrelacionarem administrativa e operacionalmente,
aproveitando os recursos da melhor maneira possível, com instrumentos capazes de
assegurar o exercício de atividades recreativas, culturais e desportivas, livres ou
supervisionadas. Assim, fica registrado o esforço em implantar uma política de integração
dos recursos disponíveis ou mobilizáveis, potencializando seu uso, resultante de uma
articulação entre os diversos setores envolvidos, seja do setor público, seja do setor
privado.
Como objetivos foram traçados:
� adotar o espaço físico-territorial da RMR de equipamentos públicos de lazer que
contribuam para a otimização do seu ordenamento e uso, assim como para a
preservação dos seus recursos naturais, históricos e culturais;
� assegurar, a todas as faixas de idade e classes sociais da população
metropolitana, a provisão de áreas de lazer e convívio social compatíveis com as
suas necessidades e preferências;
� criar um conjunto operacional e administrativamente articulado, de áreas de lazer,
em espaços abertos na RMR;
� distribuir espacialmente as áreas de lazer da RMR, em função dos usuários de
modo a assegurar o atendimento de suas necessidades e preferências;
� capacitar espaços livres existentes na RMR para atender à demanda de lazer, em
todas as suas modalidades;
� dotar as atuais áreas de lazer da RMR com equipamentos que facultem a
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
elevação do nível cultural e a integração da comunidade metropolitana, assim
como a ampliação das oportunidades de contato da população com a natureza.
Observa-se, assim, uma preocupação com o estabelecimento de uma política de
valorização do meio ambiente e melhoria das condições de vida urbana, partindo-se de
imediato para a priorização de 6 áreas, como forma inicial de descentralizar a oferta
desses equipamentos de porte e ampliar significativamente as áreas de lazer para a
população. Destacam-se, ainda, mais 6 áreas complementares. São os parques:
� Parque de Itamaracá;
� Parque de Tapacurá;
� Parque Armando Holanda
� Parque histórico Nacional dos Guararapes;
� Parque Capibaribe;
� Horto de Olinda.
5.1.5. O Plano Diretor da RMR – Metrópole 2010
Esse Plano foi elaborado de forma participativa, contando com o envolvimento de
técnicos, políticos e decisores nos três níveis de governo, assim como de representantes
da sociedade civil organizada. Foram realizados diversos workshops, entrevistas com
atores relevantes, grupos técnicos de trabalho interinstitucionais e seminário itinerante
nos municípios. Utilizou-se, sobretudo, do espaço institucional do Conselho de
Desenvolvimento da Região Metropolitana – CONDERM e das Câmaras Técnicas
Setoriais Metropolitanas. O Plano Diretor da Região Metropolitana do Recife, intitulado
METRÓPOLE 2010, foi concluído e aprovado pelo CONDERM em setembro de 1998.
Entendido como a construção de um futuro com sustentabilidade para a Região
Metropolitana do Recife, o METRÓPOLE 2010 conta com 2 partes, sendo a primeira
intitulada “Tendências do Planejamento Metropolitano”, voltada para a análise da região,
iniciando pelo processo histórico de configuração da metrópole, destacando o modelo
anterior da organização do espaço e as transformações recentes, e, partindo ainda para
a definição de um novo quadro de desenvolvimento regional.
A segunda parte, se constitui numa abordagem sobre os futuros possíveis dessa região,
a partir da formulação de Cenários, num total de 4, que levou em consideração as
tendências gerais do ambiente externo, além dos condicionantes endógenos e exógenos.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Nesse contexto, ainda são enfocados as potencialidades e os desafios para o
desenvolvimento dessa metrópole.
Conhecida a realidade metropolitana, em suas várias dimensões, são propostos os
territórios de oportunidades, definidos como sendo espaços ou territórios irradiadores de
desenvolvimento, sendo estratégicos em termos de oferta de oportunidades para o
desenvolvimento de atividades e implantação de novos empreendimentos, e estratégicos
ainda, para o desenvolvimento metropolitano, que no futuro próximo, estabelecido para
2010, terão uma situação desejada, considerando que a estratégia traçada para isso
tenha por foco o aproveitamento das potencialidades, principalmente das existentes nos
territórios de oportunidades, associando condições de uso e ocupação do solo,
fundamentada na reconquista e requalificação geral do espaço metropolitano, por
conseguinte agregando valor a esse tecido específico da metrópole.
A estratégia do Plano se baseia no conceito “de desenvolvimento sustentável, entendido
como um processo de mudança e de elevação das oportunidades sociais capazes de
compatibilizar, no tempo e no espaço, o crescimento econômico, a conservação dos
recursos naturais e do meio ambiente e a eqüidade social”.
Mapa 8 – Plano Diretor da RMR – Uso do Solo Proposto
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Fonte: Plano METRÓPOLE 2010. FIDEM.1998
É uma proposta fundamentada na diversidade das formas de urbanização (unidades
ambientais), procurando agregar os elementos básicos, que são (os sistemas naturais, as
redes de serviços e de mobilidade de pessoas e informação), que mantêm a agregação
entre as partes, de forma a alcançar um tecido urbano integrado. Assim, a essência da
proposta constitui o planejamento ambiental (natural, cultural e histórico) e o das redes de
mobilidade, informação e serviços. Buscou-se, portanto, o melhor aproveitamento das
potencialidades existentes, capaz de elevar as oportunidades sociais, associada a
especificidades territoriais, conferidas por vocações econômicas, oferta e capacidade de
expansão de infra-estruturas e qualidades ambientais.
Nada foi possível tratar sem que se conhecessem as principais linhas que constituíram o
espaço metropolitano, com suas tendências de crescimento, os futuros possíveis, as
potencialidades, desafios e condicionantes externos e internos ao desenvolvimento. Com
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
o conhecimento da realidade e feitas as análises foi possível delinear as propostas para o
redirecionamento das práticas de ocupação, no sentido de garantir a sustentabilidade
ambiental, no médio e longo prazo.
Na construção dos cenários de futuro para a região foram identificadas as “incertezas
críticas” que correspondem aos condicionantes com um elevado grau de incerteza e que
são fortemente relevantes e impactantes, sendo em seguida identificados àquelas que
também tem elevado grau de relevância e impacto, porém com um considerável nível de
previsibilidade de acontecer, as chamadas “mudanças pré-determinadas”.
Principais Incertezas Críticas para o Futuro da RMR:
� Padrão de Qualidade Educacional:
� Desenvolvimento Intra-Metropolitano
� Migração para a RMR
� Expansão das Atividades Terciárias
� Controle do Espaço Urbano Metropolitano
� Qualidade dos Serviços de Saneamento e Controle do Meio Ambiente
� Base Científico-Tecnológica Diferenciada
� Gestão Compartilhada das Funções Públicas de Interesse Comum Metropolitana
� Rumos da Economia Brasileira
� Redução do Peso do Setor Público
� Avanço Tecnológico no Brasil e no Mundo
Mudanças Relevantes Pré-Determinadas para o Futuro da Região Metropolitana do
Recife:
� Riqueza e Diversidade Cultural e ambiental
� Localização Geográfica privilegiada
� Crescente Envelhecimento Populacional
� Presença de Segmentos Empresariais Extra-Regionais
� Insuficiência de Recursos Públicos para Investimento
� Crescente Exigência de Qualificação de Recursos Humanos
� Tendência de Valorização da Coleta e Tratamento de Esgotos
� Municipalização dos Serviços Sociais Básicos (Saúde e Educação)
� Crescimento dos Fluxos Turísticos no Brasil e no Mundo
� Tendência ao Encarecimento da Água
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� Sensibilização e apoio Mundial às Questões Ambientais.
A construção de cenários considera alternativas e os contextos internos e
externos que necessariamente influenciam os resultados. No caso do PDRMR,
quatro futuros alternativos para a metrópole recifense foram estabelecidos. Em
todos foram consideradas as dependências do desenvolvimento sócio-econômico
e político-institucional do Brasil. Assim, o PDRMR estabelece os 4 cenários a
seguir dispostos, possibilitando contextualizar as áreas de proteção ambiental da
RMR e os parques metropolitanos.
Cenário 1 - Estagnação Econômica com Inércia dos Atores e Agravamento Social
Combinação de crise econômica e instabilidade político-institucional
sem um projeto alternativo, concebido pelos metropolitanos;
Cenário 2 - Crescimento Econômico com Hegemonia Liberal
Predomínio do modelo de desenvolvimento de cunho neoliberal,
marcado pela estabilidade econômica, retomada do crescimento e
redução da presença do Estado na promoção de políticas sociais e
regulação da economia com um projeto de desenvolvimento
metropolitano que privilegia a lógica de mercado;
Cenário 3 - Crescimento Moderado com Políticas Compensatórias
Cenário nacional de estabilidade com exclusão e restrições de verbas
federais, mediado por uma proposta alternativa, do Governo do Estado
e alguns Governos Municipais, para promoção de um desenvolvimento
com políticas sociais e ambientais mais ativas;
Cenário 4 - Crescimento Econômico com Respeito ao Meio Ambiente e Justiça
Social
Combinação de um cenário nacional de estabilidade política e
econômica, com o Estado exercendo efetivamente as funções de
promotor de políticas sociais e regulador da economia, com um
contexto metropolitano balizado por um projeto pactuado pelos diversos
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
atores metropolitanos em torno de um desenvolvimento em bases
sustentáveis.
Ao se colocar a questão do desenvolvimento em bases sustentáveis, evidencia-se
o meio ambiente, de maneira que o projeto de desenvolvimento tende a dar uma
atenção especial às questões da consciência ecológica, permeado pelo maior
controle e fiscalização por parte do setor público. Aponta-se, portanto, a
necessidade de se estabelecer um zoneamento espacial, contendo as áreas de
proteção ambiental e paisagística, preservadas ou não, todas buscando apoio na
sua execução, e buscando apoio financeiro na iniciativa privada. Complementam
essa proposta as ações de saneamento básico, com novas formas de tratamento
de esgotos e lixo e com os mananciais devidamente protegidos.
Esta proposta se situa em bases atuais, principalmente por estar de acordo com
os movimentos internacionais e políticas de desenvolvimento. O modelo de
desenvolvimento sugerido passa a dar relevância à questão ambiental, nos
moldes dos avanços conseguidos pelos movimentos ambientalistas do mundo
inteiro.
O PDRMR, o METRÓPOLE 2010, faz uma análise detalhada do meio ambiente da
região, principalmente no tocante à conservação dos recursos paisagísticos. Nesse
contexto, apresenta a situação crítica em que a região se encontra, destacando como
causas principais: a expansão desordenada das cidades, as atividades econômicas
desenvolvidas sem o devido controle do uso dos recursos naturais e sua destinação final
e o lazer depredador, como sendo os maiores responsáveis pelo atual comprometimento
do meio ambiente na RMR.
A abordagem do lazer, como um elemento a ser trabalhado na região, é de todo
relevante, considerando-se sua escassez na oferta das diferentes modalidades, seja pela
forma como vem sendo empreendido, levando a comprometer algumas das áreas
consideradas de interesse da população, seja pela ausência de propostas e projetos que
permitam tratar o território com perspectiva de uma conservação integrada. A
conservação e a valorização da qualidade ambiental conferem identidade, caráter e
legibilidade aos lugares, contribuindo para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
A cobertura vegetal, a fauna, os cursos d’água, além dos elementos construídos pelo
homem, constituem assim um bem único, não-renovável, de cuja conservação depende o
futuro da Região.
O PDRMR, ao abordar o comprometimento do meio ambiente em todo o território
metropolitano, destaca o processo de degradação do solo por cortes e aterros
indiscriminados, com loteamentos implantados de diferentes formas, exploração de
jazidas e atividades agrícolas, degradadoras, provocando na maioria as vezes o
desmatamento e à erosão. Aterros indiscriminados de mangues, lagoas e riachos são
comuns em todas as praias do litoral, onde aparece uma contraditória questão – a
riqueza do potencial pesqueiro, incluindo a pesca artesanal dos considerados frutos do
mar, gerando emprego e sustentação a diversas famílias e, de outro, o processo de
degradação, que, a cada dia, tem reduzido essas potencialidades.
O comprometimento dos rios da região, principalmente por despejo de dejetos, em
função da ausência de saneamento básico, notadamente do esgoto sanitário e da
exploração predatória de areia e argila, também está comprometendo, sobretudo, as
áreas de morro de Paulista e de Jaboatão.
Como ponto de destaque, está citada a proteção dos recursos paisagísticos da região,
inclusive as áreas protegidas e os parques metropolitanos. Entretanto, alerta para a
necessidade de sua dinamização, destacando que o esforço havido nas décadas de 70 e
80, de normatização do uso de mananciais, manguezais e sítios históricos, embora
importante, é insuficiente para assegurar sua proteção. Além das leis instituídas na
década de 80, mostra-se necessário prover tais reservas de uso e função específica,
principalmente do ponto de vista econômico e de forma sustentável.
A proposta aponta para um planejamento metropolitano voltado para os processos de
requalificação urbana, agregando valor ao que já existe de específico, de irreprodutível, e
que está vinculado à idéia de lugar. Parte-se, pois, da diversidade das unidades
ambientais e das paisagens significativas, em termos de valores da natureza, cultura e
história, abandonando a visão quantitativa do espaço e ressaltando as qualidades de
cada parte.
O PDRMR aborda a questão dos elementos que permitem a unidade dos espaços,
constituindo elementos de ligação entre as partes, num tecido único. Essa idéia é básica
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
para os parques metropolitanos, principalmente pela idéia da unidade de sistemas,
articulando a diversidade de formas urbanas em uma unidade funcional.
Assim o PDRMR destaca que “reconhecer as grandes estruturas do espaço urbano,
sejam elas materiais ou imateriais, destacando que o primeiro tipo de estrutura a ser
considerado é o ambiental/natural, formado pelos sistemas de corpos d’água (rios,
córregos, canais, lagoas, estuários, praias e mar), o sistema de colinas e o sistema da
planície. O segundo tipo de estrutura é aquele construído pelo homem, quais sejam: (i) os
espaços construídos com as suas respectivas morfologias e tipologias, (ii) as redes de
mobilidade dos bens e pessoas (o sistema de transporte e de comunicação,
especialmente as telecomunicações) e (iii) as redes de serviços (abastecimento d’água,
saneamento e energia). O terceiro é o da produção da cultura local. São as instituições e
as redes de criação e disseminação de informação, como as instituições de pesquisa,
ensino superior, treinamento profissional e outras”.
Os territórios de oportunidades, apontados no PDRMR, sintetizam as tendências e
vocações predominantes de cada parcela do território, quais sejam:
� Território de oportunidades A - Turismo e lazer náutico/ecológico;
� Território de oportunidades B - Produtivo/industrial;
� Território de oportunidades C - Turismo ecológico/rural;
� Território de oportunidades D - Terciário moderno / turismo cultural /
formação profissional e científica;
� Território de oportunidades E - Terciário moderno/turismo de negócio/cultural;
� Território de oportunidades F - Turismo ecológico/rural/cultural;
� Território de oportunidades G - Turismo e lazer/náutico/ecológico;
� Território de oportunidades H - Portuário/industrial;
� Território de oportunidades I - Turismo e lazer náutico/ecológico;
� Território de oportunidades J - Produtivo/industrial.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Mapa 9 – Territórios de Oportunidades
Fonte: Plano METRÓPOLE 2010. FIDEM.1998
Apontar os territórios e destacar seus pontos importantes como impulsionadores do
desenvolvimento é um passo no sentido de estabelecer prioridades. No caso dos parques
metropolitanos, a associação dos mesmos aos recursos naturais que o englobam ficou
evidente como é o caso do Parque dos Manguezais e do Parque Metropolitano Lagoa
Olho D’Água, no Território. O primeiro é uma das maiores reservas ambientais de
mangue da região, em área totalmente urbana e o segundo a mais típica lagoa de
restinga do Estado.
No Território G, por outro lado foi, apontado o Parque Metropolitano Armando Holanda
Cavalcanti, das praias do Paiva e de Gaibu/Calhetas como sendo um território de “farta
ocorrência de locais de valor ambiental”, cujos componentes variam das praias extensas
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
de rara beleza aos estuários dos Rios Pirapama e Jaboatão, além de um conjunto de
matas de preservação permanente constituído pelas matas do Paiva, Duas Lagoas e
Zumbi.
O PDRMR define um conjunto de ações e diretrizes para o tratamento ambiental do
território metropolitano, com destaque para:
� A elaboração da Agenda 21, possibilitando a ampliação das ações ambientais e
fortalecendo a cidadania e a gestão participativa;
� A perspectiva de elaboração do Plano Estadual de Meio Ambiente, aprimorando a
legislação ambiental através da aprovação do Código Ambiental, para dar suporte a
um controle rigoroso das fontes poluidoras;
� A consolidação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação, revendo as
Reservas Ecológicas, criando novas unidades de conservação e incentivando a
criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN’s);
� A implantação de corredores ecológicos de proteção da Mata Atlântica e de
mananciais, integrando e recompondo ecossistemas fragmentados/isolados; e,
� A promoção de uma discussão sobre a erosão marinha, tendo em vista o
encaminhamento de soluções alternativas integradas para o controle do avanço do
mar e gerenciamento costeiro.
Com o horizonte de 2010 para a consolidação das ações e diretrizes propostas,
finaliza suas proposições com as condições para uma ação mais ampliada, no
tocante ao envolvimento da sociedade, destacando:
� a riqueza ambiental da RMR como a grande fonte de desenvolvimento e qualidade de
vida para as gerações atuais e futuras da região;
� o processo de desenvolvimento baseado na realização das potencialidades de cada
um dos territórios de oportunidades;
� a gestão metropolitana com o equilíbrio no processo de desenvolvimento entre os
territórios de oportunidades, de forma a não gerar ou aprofundar as diferenciações
econômicas e sociais entre os mesmos;
� ações com caráter essencialmente metropolitano, representando sempre um
entendimento em termos de interesse comum entre dois ou mais municípios;
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� setor público promovendo a construção de uma metrópole organizada, com qualidade
ambiental e oferta de serviços adequados, condições essenciais para atração de
novos investimentos;
� as formas de urbanização respeitando a especificidade local, evitando a
homogeneização das partes da cidade.
5.1.5. O Plano Metrópole Estratégica
O Plano Metrópole Estratégica foi elaborado com o objetivo de contribuir para um
desenvolvimento metropolitano em bases competitivas e de equidade social, buscando
estratégias que permitam a maior inclusão da população mais carente da região.
Respaldou-se em um pacto metropolitano, articulando Governo do Estado, Governos
Municipais e sociedade para enfrentar os desafios do futuro.
O trabalho contou com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, através da
Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos, o Banco Mundial, o Cities Alliance, através do
Projeto - Recife Metropolitan Region City Development Strategy – RMRCDS, em
consonância com o interesse do Governo do Estado de Pernambuco e das Prefeituras
que integram o território metropolitano.
Teve como objetivo desenvolver uma ação de planejamento no sentido de identificar os
impactos das tendências da globalização, mas sobretudo entender e avaliar, com mais
profundidade, as perspectivas de crescimento, as oportunidades econômicas e de
melhoria da qualidade de vida, considerando os resultados de relatórios, conduzidos pelo
Banco Mundial e IPEA, sobre a pobreza e seu crescimento no Brasil, com destaque para
os indicadores da Região Nordeste.
O Plano Metrópole Estratégica resultou do trabalho do Governo de Pernambuco,
através de sua Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social –
SEPLANDES, de desenvolver uma ação de caráter estruturador, articulando
interesses dos governos estadual e dos municípios da RMR em torno de
propostas transformadoras da sua realidade social, promovendo uma taxa
elevada de inclusão social. Essa parceria permitiu uma ação de grande
envergadura, considerando como pressuposto básico a participação do conjunto
dos municípios que integram essa região, bem como dos segmentos sociais
representativos desse território.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Na RMR, os parceiros que integraram o Plano defenderam um esforço conjunto dos
governos, da sociedade civil e do setor privado para melhor compreender a Recife
Metropolitana e definir estratégias de sua inserção na rede de cidades globais,
potencializando as oportunidades existentes capazes de responder pelo projeto de
inclusão social e projetar a metrópole além do local.
Com base em estudos temáticos, totalizando 16 estudos72 elaborados especificamente
para este plano, o trabalho foi desenvolvido em etapas, através do reconhecimento do
território; de seminários e debates com diversos segmentos sociais, públicos e privados;
com a consolidação e análise de consistência dos estudos; construção dos cenários do
contexto externo e interno; definição dos projetos e intervenções programadas e
prioridades estratégicas; matriz de metas e de indicadores; e, mesa de pactuação e
acompanhamento, que se realizou no âmbito da gestão metropolitana.
O Plano Metrópole Estratégica permitiu traçar as principais estratégias e ações territoriais
para a RMR e apresentar um conjunto de Projetos Territoriais, com metas definidas para
o horizonte temporal de 2003/2007 e 2007/2015, sob dois vetores de desenvolvimento: o
da competitividade e o da habitabilidade com inclusão social, representados pelas
diretrizes abaixo descritas.
Eixo da competitividade:
• Ampliação e integração da infra-estrutura viária
• Educação de qualidade e qualificação profissional
• Inovação e desenvolvimento tecnológico
• Consolidação e articulação da cadeia produtiva de turismo e cultura
• Consolidação e articulação da cadeia produtiva do Pólo Médico
• Consolidação e articulação da cadeia produtiva de serviços educacionais e de
informática
• Consolidação e diversificação da cadeia produtiva agrícola e agroindustrial
• Consolidação e articulação da cadeia produtiva industrial
Eixo da habitabilidade:
• Ampliação e melhoria dos sistemas de água e esgotamento sanitário
72 Os estudos temáticos foram contratados diretamente pelo Banco Mundial, com apoio do Cities Alliance e do IPEA, através de Consultoria local – LÓCUS, tendo os seguintes temas: Violência e segurança; Uso do Solo; Transporte; Trabalho; Serviços municipais; Saneamento; Saúde; Pobreza; Meio ambiente; Lixo; Habitação; Finanças municipais; Educação; Demografia; Crescimento econômico; e, Projetos territoriais.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
• Gerenciamento integrado de resíduos sólidos
• Drenagem e tratamento de encostas de risco
• Habitação de interesse social
• Transporte público de qualidade
• Recuperação do patrimônio natural e construído
• Segurança pública, defesa social e cidadania
• Sistema integrado de saúde
• Formação de espaços públicos para a juventude
• Capacitação para o trabalho e geração de emprego e renda.
Esses eixos partem do pressuposto da existência de um sistema de gestão e
planejamento metropolitano e convergem para a inclusão social e redução da pobreza.
Mapa 10 – Estratégias de Desenvolvimento
Fonte: Plano Plurianual Estadual – 2004-2007, com base no Metrópole Estratégica
A estratégia de desenvolvimento se apóia em vetores que norteiam e orientam as ações
com projetos temáticos e territoriais, expressando o que deve ser feito para desenvolver a
metrópole, definindo prioridades para ajustar as condições e possibilidades de realização,
através das capacidades técnico-operacional e financeira de todos os agentes da região.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Foram definidos Projetos Territoriais, que indicaram as ações prioritárias para os
primeiros 5 anos. Em torno desses projetos as ações e os atores sociais seriam
articulados e para onde convergiriam inicialmente as ações setoriais, permitindo sua
visualização por todos os cidadãos metropolitanos. Vários parques metropolitanos foram
objeto de Projetos Territoriais, por atenderem aos seus vários critérios de seleção, tais
como: estarem localizados em áreas onde estão previstos investimentos estruturadores;
serem localidades com ativos patrimoniais; serem espaços com processos de
degradação ambiental ou social com emergência de novas atividades; serem espaços
ociosos com potencial de utilização; terem projetos com capacidade de irradiação dos
seus benefícios; e apresentarem capacidade de exemplaridade, servindo de modelo para
novas intervenções. São os seguintes os Projetos territoriais:
� Porto Digital;
� Parque Aeroportuário dos Guararapes;
� Parque Habitacional Metroviário;
� Parque Tacaruna;
� Conjunto Nascedouro de Peixinhos;
� Porto de SUAPE;
� Parque dos Manguezais/ Parque lagoa Olho D’Água;
� Parque Tapacurá;
� Estuários do Canal de Santa Cruz e do Rio Timbó.
O Estudo Temático – MEIO AMBIENTE73, do Plano Metrópole Estratégica (2002), refere-
se à questão dos problemas ambientais da região, destacando na introdução:
“A Região Metropolitana do Recife registra significativos sinais de degradação ambiental, especificamente, o desmatamento, a contaminação/salinização dos recursos hídricos superficiais e profundos, a redução e poluição das áreas estuarinas, a emissão de poluentes atmosféricos, a poluição visual, os escorregamentos e erosão de encostas, os alagamentos de áreas de planície e a erosão costeira, todos resultantes da pressão antrópica. Por meio da ocupação e estabelecimento das suas atividades os seres humanos vão usufruindo e modificando os aspectos do meio ambiente, inserindo-se como agentes que influenciam nas características visuais e nos fluxos de matéria e energia, modificando o equilíbrio natural dos ecossistemas”.
73 Desenvolvido pela consultora Fátima Maria de Miranda Bryner, contratada pelo Banco Mundial para o Plano Metrópole Estratégica.2001/2002.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
No referido trabalho, o meio ambiente é analisado como o meio natural transformado e
em transformação, remanescente do processo de ocupação do espaço urbano. O
ambiente construído, no entanto é resultante do reflexo da sociedade no espaço, que tem
sua manifestação concreta na cidade, que é constituída por um conjunto de estruturas
físicas geradas pela produção, circulação e consumo, e por uma concentração
populacional dos mais diferentes tipos. Para tanto, faz referência ao geógrafo Milton
Santos quanto ao entendimento das interrelações presentes no espaço, considerado
como um conjunto onde participam objetos geográficos, objetos naturais e objetos
sociais, e, a vida que os preenche, ou seja, a sociedade em movimento”.(Santos, 1994)
Tomando como base o desenvolvimento sustentável da RMR, as propostas elencadas
pelo trabalho, em tela, foram abrigadas na estratégia de promoção do desenvolvimento,
com a maior inclusão social possível dentro do vetor da habitabilidade, seguindo os
seguintes objetivos:
� melhoria das condições de vida da população e de habitabilidade das cidades;
� inserção social e redução das desigualdades e da pobreza na região;
� ampliação da competitividade da economia metropolitana;
� integração da RMR na rede mundial e nacional de cidades, ocupando posição
destacada no Nordeste oriental como elo central na hierarquia nacional de
cidades;
� conservação e uso sustentável do patrimônio natural e construído da metrópole e,
� fortalecimento da conectividade intra e inter regional.
Dentro do Programa de Recuperação do Patrimônio Natural e Construído, está proposto
como prioridade:
� Requalificação e Implantação de Parques e Espaços Públicos, provendo
áreas livres e verdes de amenização urbana e lazer para a população
metropolitana, a exemplo dos parques - Parque Memorial Arcoverde; Parque
Estadual Dois Irmãos; Parque dos Manguezais; Parque do Beberibe; Parque
da Lagoa Olho D’Água; Parque do Engenho Uchoa; Parque do Jiquiá;
Parque do Açude de Apipucos; Parque Armando Holanda Cavalcanti.
5.2. PROTEÇÃO LEGAL DAS ÁREAS ESPECIAIS
A definição de um conjunto de regras e instrumentos normativos para aplicação direta
nos territórios tem sido uma forma largamente usada para proteger as áreas especiais,
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
seja no espaço urbano, seja em áreas totalmente rurais. Nessa pesquisa considerou-se
não só os instrumentos legais existentes dentro do recorte temporal pesquisado, mas
analisar as bases conceituais em que vários deles estão calcados, buscando sempre
trazer a tona à questão do uso sustentável de áreas especiais e o suporte legal das
mesmas.
No tocante às áreas selecionadas como parques metropolitanos, pesquisou-se o que
existe sobre a proteção legal dessas áreas, assim como identificou-se a base legal das
áreas de interesse especial. Nesse contexto, estabeleceu-se, a partir daí uma relação
entre o que se dispõe (leis, decretos e resoluções) e aquilo que se há de constituir para
atender aos parques e o sistema metropolitano que o conterá.
5.2.1. Legislação de Proteção Ambiental
A legislação74 voltada para a conservação da natureza, constituída desde 1934, tem nas
Leis, Decretos-Lei e Decretos, nos níveis federal, estadual e municipal, um respaldo no
sentido de assegurar para a geração futura os patrimônios naturais, construídos e
culturais de cada região. Se, entretanto, esses regramentos não têm atingindo a função
precípua de sua constituição parece que a questão está muito mais na sua aplicabilidade
do que no próprio instrumento.
Há um processo crescente de criação de instrumentos normativos para garantir a
proteção e a conservação do patrimônio brasileiro, em diferentes níveis e escalas. O
primeiro movimento nesse sentido aparece através Decreto 23.793/34, de 23 de janeiro
de 1934, que trata do Código Florestal Brasileiro, notadamente em seus artigos que
tratam da proteção e cuidados a serem seguidos pela Nação, pelos Estados e pelos
Municípios. Também o Decreto nº 24.643/34, datado de 10 de julho de 1934,
denominado o Código de Águas, assinado por Getúlio Vargas e ancorado no Decreto nº
19.398, de 11 de novembro de 1930. Nele se estabelecem as condições e
especificidades da propriedade, do uso e aproveitamento das águas. Inicia-se, assim, no
Brasil, uma etapa de novas posturas frente aos recursos naturais e ao bem maior da
natureza – a água.
A partir de então, vários são os movimentos no sentido da proteção dos bens da
natureza. Em 1937 foi instituído o primeiro Decreto (nº 1.713, de 14 de junho) que trata
74 Rocha, C. M. Legislação de Conservação da Natureza, 1986. Fundação Brasileira para a Conservação de da Natureza.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
da questão dos parques e estabelece o primeiro parque nacional: o Parque Nacional de
Itatiaia. Neste mesmo ano, o Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, estabelece
regras para a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A partir dessas duas
iniciativas, sendo uma com o objetivo de garantir reservas nacionais de valor ambiental e
paisagístico e a outra voltada para proteger o acervo cultural do povo brasileiro, pode-se
afirmar a vontade de salvaguardar os patrimônios naturais e construídos, representado
em instrumentos legais.
Em 1964, uma Lei abrangente estabelece o Estatuto da Terra – a Lei nº 4.504, de 30 de
novembro. Em 1965, através da Lei nº 4.771 de 15 de setembro, é instituído o Código
Florestal Brasileiro. Essas leis também são dois marcos importantes na questão da
proteção de bens.
O primeiro avança na função social da propriedade, quando define no § 1º do Art. 2º –
que a propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando
assegura a conservação dos recursos naturais da terra pública ou privada. Esse mesmo
instrumento fala do acesso a terra, da desapropriação por interesse social, da tributação
e distribuição da terra, ou seja, trata de elementos importantes quando se pretende
alterar a função de determinadas áreas.
O segundo instrumento, o Código Florestal, estabelece as condições para proteção de
áreas com determinados tipos de vegetação, colocando essas áreas como “bens de
interesse comum” a todos os habitantes do país, exercendo-se sobre elas o direito de
propriedade. O Código Florestal tem certa preponderância sobre outras leis,
considerando-se que até os dias atuais tem causado polêmica no tocante a sua
aplicabilidade nas áreas urbanas, caso específico das áreas de proteção permanente ao
longo de todos os cursos d’água, inclusive nas cidades.
Na RMR, na década de 70 e, principalmente, na década de 80, vários foram os
movimentos no sentido de conceituar, mapear e estabelecer áreas especiais, refletindo
essa vontade de proteger bens naturais em relação ao processo acelerado de
urbanização, que trazia consigo a alteração de ambientes naturais com rica fauna e flora.
Em 1979, surge uma legislação específica sobre parques, no nível nacional, tudo
abrigado por uma Política de Meio Ambiente (só consolidada em 1981) e por um sistema
institucional que já estava constituído desde 1973, com a criação da Secretaria Especial
de Meio Ambiente – SEMA.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
A Constituição Federal do Brasil de 1988 traz no Artigo 225 as propostas para o Meio
Ambiente, sendo complementada pela Constituição Estadual de Pernambuco, datada de
1989, que traz no Artigo 205 o estabelecimento da competência complementar para os
Estados e Municípios, em consonância com a União, no sentido de proteger Áreas de
Interesse Cultural e Ambiental.
O acontecimento da ECO-92, ocorrido no Rio de Janeiro em 1992, trouxe vários
compromissos importantes para os países e, mas especificamente para o Brasil, que
desde então vem adotando práticas institucionais e sociais com vistas à maior
conservação da natureza. A partir de então, uma série de leis vem sendo incorporada ao
conjunto já existente, constituindo normativos para a proteção de áreas de interesse
especial.
A AGENDA 21 GLOBAL vem consolidar esse amplo movimento mundial. Mesmo assim,
verifica-se um processo lento de mudanças de posturas e práticas, em função
principalmente da divulgação desses conhecimentos e da necessidade de uma
conscientização maior por parte dos que produzem a mudança de fato – os setores
econômicos, que se sentem restringidos no direito de utilizar sua propriedade da forma
como melhor lhes convier.
No nível nacional, com o advento da Lei Federal nº 9.985/00, de 18 de julho de 2000, que
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, são
unificados entendimentos e estabelecidos os regramentos para a proteção ambiental, no
território nacional. Sobre o rebatimento do SNUC nos parques metropolitanos algumas
questões são relevantes. A primeira diz respeito à ausência de objetivos precisos para
cada uma das unidades estabelecidas pelo SNUC, razão provável da pouca
aplicabilidade no tocante à regulamentação de algumas áreas. A Segunda refere-se à
impossibilidade de se estabelecerem usos diversos para as áreas de proteção integral,
muitas com grandes dimensões, provocando elevados custos de segurança e controle.
Essa proibição impossibilita que essas unidades abriguem usos e manejos distintos,
mesclando atividades. Isso dificulta o simultâneo uso sustentável, uso restrito e o uso de
lazer e esportivo, que poderia gerar novas oportunidades de desenvolvimento sustentável
para as comunidades integrantes deste sistema.
Essas questões são relevantes, pois percebe-se uma tendência de proteger
determinadas áreas dos espaços periurbanos, fortemente pressionadas pelos processos
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
de urbanização, a partir da definição de atividades econômicas, sociais e ambientais que
elas poderiam abrigar, viabilizando a sustentabilidade de sua conservação.
Considerando as diversas conceituações adotadas ao longo dos anos e na definição das
categorias das unidades de conservação, entende-se a preocupação de proteger as
grandes reservas ambientais, constituídas por monumentos naturais, assim como a
proteção de ecossistemas representativos da biodiversidade e, finalmente, a
preocupação com ecossistemas ameaçados, já que na década de 80 ficou patente o
potencial da biodiversidade para a biotecnologia e para as funções ecológicas do planeta.
A partir daí busca-se uma nova abordagem da proteção ambiental, agora voltada para a
conservação da natureza em diferentes contextos econômicos, considerando-se que para
a efetiva sustentabilidade desses sistemas é fundamental buscar a inserção das
comunidades envolvidas.
É nesse contexto que se insere a proposta de uso sustentável das áreas selecionadas
para os parques metropolitanos da RMR, de grande importância por abrigarem
remanescentes de vegetação primária e constituírem grandes espaços ainda livres da
ocupação urbana. Elas poderiam abrigar áreas de proteção rigorosa e de uso restrito,
assim como as áreas de uso sustentável e ainda outras destinadas à prática de
atividades de lazer e esportivas, constituindo um mosaico de diferentes partes, inserido
num sistema de gestão compartilhada pelo poder público, em diferentes níveis, e pelo
setor privado.
Como se viu anteriormente, a Lei do SNUC coloca a necessidade de que cada Estado da
Federação defina suas especificidades em termos de unidades de conservação da
natureza, permitindo que sejam redefinidas unidades constituídas, re-classificadas áreas
que tiveram um enquadramento provisório e que apresentem razões específicas para um
novo enquadramento, e ainda, que sejam definidas novas categorias complementares. É
nesse caso que se insere a proposta da criação de uma categoria específica de unidade
de conservação para os parques metropolitanos e áreas de relevante interesse especial.
É fundamental abandonar a idéia negativa de que as unidades de conservação possam
constituir um empecilho para o desenvolvimento. Ao contrário, podem possibilitar o
desenvolvimento regional, conciliando o atendimento às necessidades humanas com o
imperativo do uso equilibrado, inteligente e sustentável da natureza.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Essa proposta para um Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza e
Áreas de Relevante Interesse Especial – SEUC foi trabalhada por um Grupo de
Técnicos75 constituído pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, no bojo
de uma política estadual e de uma base legal, institucional e financeira que permita
orientar e gerir, de forma articulada e orgânica, uma rede integrada de unidades de
conservação, apoiando o seu planejamento e a gestão necessária para abrigar todo o
sistema. Esse sistema objetivaria:
� Contribuir para a manutenção da diversidade e dos recursos genéticos do
território estadual;
� Promover a sustentabilidade do uso dos recursos naturais;
� Promover a educação e a interpretação ambientais, a recreação em contato com
a natureza e o ecoturismo;
� Contribuir para a manutenção de populações viáveis em seu meio natural;
� Recuperar e restaurar ecossistemas degradados; e,
� Valorizar econômica e socialmente a diversidade ecológica.
O sistema estadual de unidades de conservação estaria embasado na conservação da
diversidade biológica a longo prazo, como eixo fundamental do processo de conservação
de ambientes naturais necessários a qualidade de vida atual e futura. Estaria
considerando a necessária relação de complementaridade entre as diferentes categorias
de unidades, organizando-as de acordo com os seus objetivos de manejo e tipos de uso:
proteção integral e uso sustentável.
A referida proposta levou em consideração:
� A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente que prevê como um dos seus
instrumentos a criação de espaços especialmente protegidos pelo Poder Público
estadual;
� A Constituição Brasileira, de 1988 que incumbe ao Poder Público definir em todas
as unidades da federação espaços territoriais e seus componentes a serem
75 O esforço do GT– Parques Metropolitanos, desde 2001, foi direcionado para a elaboração de uma proposta preliminar de criação de um SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DE ÁREAS DE RELEVANTE INTERESSE – SEUC, que se justifica necessidade de um Sistema Estadual, para legislar de forma complementar ao SNUC – Lei nº 9.985, 18 de julho de 2000, e também, adicionando o disciplinamento das Áreas de Relevante Interesse do Estado de Pernambuco. Ao longo das discussões, o GT verificou que o objeto de seu estudo inicial propiciava uma visão mais ampla do problema, tendo concluído, ser oportuno, um avanço no seu posicionamento no sentido de desenvolver propostas para um sistema que abrigasse as unidades de uso sustentável com agregação de outro valor, o de lazer.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
especialmente protegidos. Por sua vez, estabelece como responsabilidade do
poder público, a proteção da fauna e da flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais à crueldade;
� Todos os estudos em curso visando a revisão da Lei Estadual Nº 11.206/ 95, que
estabelece a Política Florestal para o Estado de Pernambuco e dispõe sobre as
unidades de conservação;
� O Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal e de Conservação da
Biodiversidade;
� A falta de uma política e de um sistema estadual de áreas protegidas no Estado e
a carência de recursos humanos e financeiros para apoiar o planejamento e a sua
gestão;
� A existência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC;
� A inclusão do critério “unidades de conservação” na nova Lei que estabelece a
distribuição do ICMS no Estado (Lei nº 11.899/00) – ICMS Socioambiental;
� A situação do Estado em termos da necessidade de proteger seu patrimônio
natural, a partir dos estudos e diagnóstico das áreas de interesse de Pernambuco
e do Atlas da Biodiversidade de Pernambuco;
� A necessidade de enquadramento e da implementação das Reservas Ecológicas
e Implantação de Parques Metropolitanos, entre outros;
� A definição de várias unidades de conservação estaduais como zonas núcleo da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica de Pernambuco;
� O acelerado ritmo de degradação de várias das unidades de conservação
estaduais (Reservas Ecológicas da RMR – Lei Nº 9.989/87), conforme apontam
os diagnósticos realizado pela FIDEM, em 1993 e pela SECTMA, em 2001;
� Ainda que, apenas 4% do território brasileiro e 6,26 % do pernambucano é
composto por unidades de conservação (federais, estaduais, municipais e
particulares), das quais apenas 0,27% das unidades criadas no Estado se
enquadram na categoria de proteção integral dos recursos, muito abaixo da média
nacional de 2, 61%;
� A necessidade de uma base legal visando a ordenação e definição de critérios
técnico-científicos uniformes para a criação, o manejo e a escolha de categorias
de UCs estaduais e municipais; e,
� A necessidade da definição de instrumentos que permitam uma maior
participação da sociedade civil organizada e facilitem o estabelecimento de
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
parcerias com instituições públicas, ONGs, a comunidade científica e a iniciativa
privada na gestão compartilhada das UCs.
Quanto à gestão desse sistema e, mais particularmente, no tocante aos parques
metropolitanos sugere-se a criação de um órgão ou colegiado responsável pela
administração da unidade, que estabelecerá normas específicas regulamentando
a ocupação e o uso dos recursos integrantes da unidade, das áreas de entorno -
constituídas por zona de amortecimento ou áreas urbanizáveis - ou área de
relevante interesse. Elas passam a constituir o Plano de Manejo da unidade de
conservação, que pode estabelecer procedimentos específicos destinados ao
setor privado, com instrumento legal próprio que dê destaque para a concessão
de direito real de uso.
A pesquisa sobre o aparato legal de proteção ambiental relevante para o objeto de
estudo (ver quadros em Anexos) permitiu perceber que nessas áreas incidem normas de
diferentes níveis, normalmente de forma complementar, entretanto, considera-se que sua
aplicabilidade pressupõe uma gestão capacitada na sua execução e no controle dos seus
desdobramentos. Exige um esforço do setor público para garantir a eficácia desses
instrumentos, ainda incipientes, no que se refere ao controle social.
No tocante especificamente à proteção legal das áreas selecionadas para parques
metropolitanas, torna-se relevante destacar a ausência de legislação estadual específica,
como é o caso de outras áreas especiais, como as zonas estuarinas, reservas ecológicas
e áreas de proteção de mananciais, que apresentam legislações próprias. Os
instrumentos legais que incidem sobre cada parque metropolitano estão apresentados no
Quadro 23 a seguir:
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO 23 – PROTEÇÃO LEGAL EXISTENTES NAS ÁREAS
Ordem Parque Metropolitano ÁREAS PRIORITÁRIAS Proteção Legal
01 PARQUE ARCOVERDE
Tombamento a nível federal do Conjunto Arquitetônico da Cidade de Olinda – nº 1004/68 – 19/04/68 pelo IPHAN. Em 1974 – Convênio celebrado entre Governo do Estado e Marinha para a implantação do Complexo Rodoviário de Salgadinho – 29/03/74, acarretando áreas desapropriadas pelo Estado; Em 1978 – Recomendações do PPSH/RMR-FIDEM para tornar a área do Coqueiral em Zona de Preservação Ambiental – ZPA; Em 1979 – Parte central da área desapropriada pelo Governo Federal – D.F. nº 83.257 – 12/03/79. Em 1985 – Re-ratificação do Polígono de Tombamento de Olinda, ampliando a área preservação estabelecida anteriormente pelo Decreto nº 1155/79. A Re-ratificação ocorreu em 18/11/85, pelo IPHAN; Criação do Sistema de Preservação de Olinda – Lei Municipal nº 4119/79; Em 1992 – Definição da Legislação Urbanística dos Sítios Históricos – Lei Municipal nº 4849/92, que estabelece a Zona de Proteção Ambiental – ZPA e área “non aedificandi”, formada pelas vegetações de coqueiral; Em 1994 – Análise e aprovação pelas instâncias competentes das etapas 1, 2 e 3 do projeto do Parque Memorial Arcoverde, enquanto que a etapa 4 – área do Coqueiral, não foi considerada diante de sua complexidade; Em 1997 – Aprovação do Plano Diretor de Olinda – Lei complementar nº 02/97 – 24/11/97; Em 2000 – Área da Marinha do Brasil integra proposta do TERMO de COMPROMISSO com o Governo de Pernambuco e as Prefeituras de Olinda e Recife visando à implantação de projeto especial; Em 2001 – Termo de Compromisso – nº 001/2001 – FIDEM, firmado entre a União e o Governo do Estado para a elaboração do Estudo Urbanístico para a área do Complexo Salgadinho. Em 2004 – Aprovado a revisão do Plano Diretor Municipal de Olinda – Lei Complementar nº 026/2004.
02 PARQUE HISTÓRICO NACIONAL DOS GUARARAPES
Em 1938 – Tombamento, a nível Federal da Igreja N. S. dos Prazeres; Em 1961 – Tombamento do Campo de Batalha dos Guararapes ; Em 1965 – 224ha desapropriados pelo Governo Federal – Decreto Federal nº 57.273 – 16/11/65; Em 1971 – Criação do Parque Nacional – Decreto Federal nº 68.527 – 19/04/71; Em 1978 – Definição do Sítio Histórico – Parque Guararapes, na categoria sítio tombado, pelo Plano de Preservação de Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife – PPSH/RMR;
03 PARQUE ARMANDO HOLANDA CAVALCANTI
Em 1961 – Tombamento a nível federal da Igreja de N. S. de Nazaré e as ruínas do Convento dos Carmelitas, pelo IPHAN; Área desapropriada por SUAPE em 1979; Em 1978 – Definição do Sítio Histórico - Cabo de Santo Agostinho, na categoria de Sítio Tombado, pelo Plano de Preservação de Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife – PPSH/RMR; Em 1979 – Criação do Parque Metropolitano de Santo Agostinho – Decreto Estadual nº 5554 – 06/02/79 e posterior mudança de nome para Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti – Decreto Estadual nº 5765 – 15/05/79;
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Em 1989 – Aprovada em 1989, pela Empresa SUAPE, a permissão de uso a título oneroso durante 99 anos, de uma área de 117ha, ao grupo empreendedor do hotel em SUAPE, tendo como contrapartida a restauração dos prédios públicos, equipamentos e monumentos históricos, bem como a preservação do meio ambiente do Parque por igual período, além do ônus pela vigilância, impostos e taxas incidentes sobre a área do Parque; Em 1993 – As normas de Uso e Ocupação do Complexo Industrial Portuário de SUAPE transformam a área do Parque em Zona de Proteção Cultural – Decreto Estadual nº 17070 – 16/11/93; Em 1993 – Tombamento do Sítio Histórico de Cabo de Santo Agostinho – Decreto Estadual nº 17.070 – 16/11/93.
04 JANGA Em 1985, através da Lei Municipal nº 2.802/85 – que estabelece o Zoneamento Funcional do Município, a área do Parque do Janga foi definida como uma Zona Especial de Proteção Ecológica – ZEPE, embora inserida no perímetro de Expansão Urbana. Em 1981 – Definida a área estuarina do Rio Paratibe, como Reserva Biológica de Proteção Ambiental – Lei Estadual nº 6.938 - 31/08/81; Em 1987 – Criação das Reservas Ecológicas da RMR – Lei Estadual nº 9.989/87-13/01/87 (172ha – Mata do Janga); Em 1994 – Tombamento a nível estadual do Sítio Histórico de N. S. dos Prazeres do Maranguape – nº 17.276 – 25/01/94. Decreto Municipal nº 048/98 que institui a área do Parque do Janga com 605,4 ha, subtraindo-se desta uma área de 97,21 ha., passando a ser considerado como área de Parque 508,19 ha.
05 HORTO DE OLINDA Em 1854 – Entre os anos de 1811 até 1854 foi criado o Jardim Botânico; Em 1968 – Tombamento, a nível federal, conjunto arquitetônico e paisagístico da Cidade de Olinda, pelo IPHAN, em 19/04/68, incluindo a área do Horto; Protegida por Legislação Municipal dos Sítios Históricos Lei nº 49/ 1979. Em 2004 – Aprovado a revisão do Plano Diretor Municipal de Olinda – Lei Complementar nº 026/2004.
06 MANGUEZAIS Área da MARINHA, integrante do TERMO DE COMPROMISSO com o GOVERNO DE PE e as Prefeituras de Recife e Olinda. Lei de Uso e Ocupação do Solo de Recife esta área constitui uma Zona Especial de Proteção Ambiental – ZEPA. Área protegida pelas restrições definidas no Cone do Vôo do Aeroporto dos Guararapes e do Aeroclube.
07 ITAMARACÁ Tombamento, a nível Estadual, da Casa do Conselheiro João Alfredo - Engenho São João - nº 8.828 – 26/09/83; Tombamento a nível Estadual do Engenho Amparo - nº 11.239 – 11/03/86; Forte Orange – Proteção legal a nível Federal das fortificações; As áreas dos Engenhos Amparo e São João foram enquadradas na Categoria de Manejo como Reserva Ecológica, através da Lei Estadual nº 9.989/87, de criação das Unidades de Conservação (172,90ha – Mata Engenho do Amparo; 34ha – Mata do Engenho São João). Parte da propriedade pertence ao Governo do Estado. –.
08 LAGOA OLHO D’ÁGUA Sem proteção legal específica, a exceção da legislação de parcelamento federal e estadual que trata das áreas alagadas e alagáveis.
09 JIQUIÁ Em 1983 – A Lei de Uso e Ocupação do Solo de Recife – nº 14.511/83, define esta gleba como área verde, reservada para uso público e de lazer; Em 1983 – Área correspondente a 8,4 ha foi tombada pelo Decreto Estadual nº 8.710 – 01/08/83, como Zona de Preservação do entorno da Torre do Zeppelin.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
10 CAPIBARIBE Tombamento, a nível estadual, do Conjunto Antigo do Poço da Panela; da Igreja de N. S. da Saúde; da Casa Grande do Engenho Barbalho; do Conjunto Antigo de Apipucos; Igreja de N. S. das Dores e, da Casa de Francisco Brennand. Em 1978 – Engenho São José da Várzea – PPSH/RMR, 1978.
Ordem Parque Metropolitano
ÁREAS SECUNDÁRIAS
Proteção Legal
01 DOIS IRMÃOS Lei Federal Nº 9.985/00 -Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC. Lei Estadual Nº 9.860/86 - Delimita as áreas de proteção dos mananciais de interesse da Região Metropolitana do Recife, e estabelece condições para a preservação dos recursos hídricos.
Lei Estadual Nº 9.989/87 - Define as reservas ecológicas da Região Metropolitana do Recife.
Lei Estadual Nº 11.622, de 29 de dezembro de 1998 - Dispõe sobre a mudança de categoria, de Manejo das Reservas Ecológicas de Caetés e
Dois Irmãos e dá outras providências. Decreto Estadual Nº 17.648/94 - Decreta o tombamento a nível estadual
do Conjunto Ambiental, Paisagístico e Histórico do Prata. Lei Municipal Nº 16.176/96. Lei de Uso e Ocupação do Solo do Recife.
02 TIMBÓ Área de proteção de mananciais, através da Lei Estadual nº 9.860/86 e Lei Estadual nº 9.989/87 que define as Reservas Ecológicas da RMR. Em 1998, através da Lei Estadual nº 11.622/98, de 29 de dezembro de 1998 a Reserva Ecológica passa para a Categoria de Manejo, com a denominação de Estação Ecológica de Caetés. Propriedade do Governo do Estado.
03 ENGENHO UCHOA Em 1986 – A Mata do Engenho Uchoa foi enquadrada na Lei Estadual nº 9.989, de 11.12.86 como Reserva Ecológica da RMR, com 20 ha. O Decreto Municipal nº 17.548, datado de 20 de dezembro de 1996, regulamenta a Unidade de Conservação Engenho Uchoa.
04 TAPACURÁ Em 1975 – Estação Ecológica Federal de Tapacurá, onde se insere um conjunto de matas administradas pela UFRPE, de acordo com a Portaria nº 051/75, de 15.03.1975, com 589,42 ha. Em 1987 – A Mata do Engenho Tapacurá com 316,32 ha. e a Mata de Tapacurá com 100,92 ha. foram enquadradas na Categoria de Manejo como Reserva Ecológica, através da Lei Estadual nº 9.989/87.
5.3. AVALIAÇÃO DOS PARQUES METROPOLITANOS
Foi realizada uma análise comparativa das 14 áreas de Parques Metropolitanos,
considerando 10 áreas prioritárias e 4 áreas re-classificadas, segundo enquadramento
ambiental. Enfocou-se seu planejamento e sua implementação, incluindo as propostas
integrantes do Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos, de estudos do final
da década de 70; do Sistema de Parques Metropolitanos, que encerra propostas do final
da década de 80; e de propostas atualizadas até 2004.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Pôde-se verificar que nas propostas analisadas há variação não só da dimensão das
áreas, apontando para uma redução considerável do que foi proposto inicialmente, assim
como alterações visando o enquadramento em categorias ambientais definidas por lei. O
mesmo acontece com as intervenções propostas para cada uma delas, que varia caso a
caso, principalmente devido às suas características ambientais. O que permanece ao
longo da análise é a proposição de que essas unidades possam estabelecer um sistema
complementar de oferta de áreas de lazer, contemplação e esportes, onde cada peça
tenha seu papel, no atendimento às necessidades do cidadão metropolitano.
As 10 áreas selecionadas, complementadas pelos mapas76 e fotos77 de cada área de
parques metropolitanos, assim como as 4 áreas re-classificadas, foram analisadas sob o
ponto de vista da:
• Situação da área inicial, reservada para parque metropolitano, onde foi possível
identificar as alterações ocorridas no período temporal estudado;
• A variação das propostas existentes para cada área, na trajetória do planejamento
metropolitano;
• a evolução das propostas para sua implementação e gestão de cada uma das
áreas selecionadas, identificando o grau de vulnerabilidade e a condição para sua
implementação.
5.4. FICHAS TÉCNICAS DOS PARQUES METROPOLITANOS
⎯ PARQUE ARCOVERDE ⎯ PARQUE HISTÓRICO NACIONAL DOS GUARARAPES ⎯ PARQUE ARMANDO HOLANDA CAVALCANTI ⎯ PARQUE DO JANGA ⎯ HORTO DE OLINDA ⎯ PARQUE DOS MANGUEZAIS ⎯ PARQUE DE ITAMARACÁ ⎯ PARQUE LAGOA OLHO D’ÁGUA ⎯ PARQUE DO JIQUIÁ ⎯ PARQUE DO CAPIBARIBE ⎯ PARQUE DO TIMBÓ ⎯ PARQUE DOIS IRMÃOS ⎯ PARQUE ENGENHO UCHOA ⎯ PARQUE TAPACURÁ
76 Os mapas foram elaborados para essa pesquisa, tendo por base as fotografias aéreas do acervo técnico da FIDEM. 77 As fotos que integram as fichas dos parques metropolitanos pertencem ao acervo FIDEM, resultado do levantamento realizado por bolsista da FACEPE, que, em 2000, desenvolveu estudo sobre a situação dos parques na RMR.
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tais –
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o inte
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órico
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s de i
nfra-
estru
tura b
ásica
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ística
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nzinh
o, ch
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tes, p
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, emb
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cora
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s, qu
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amen
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uipam
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o us
o e de
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olitan
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ra re
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ão e
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mento
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aia;
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ambie
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bano
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stóric
o; Pr
eser
vaçã
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tais,
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s mata
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a.
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o Sí
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Matr
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e – P
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93.
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os em
1985
, em
1998
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últ
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matr
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ência
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se de
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área
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1979
exist
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s , em
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, com
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Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 5 – Resultados da Pesquisa
5.5. MAPAS DOS PARQUES METROPOLITANOS
⎯ PARQUE ARCOVERDE ⎯ PARQUE HISTÓRICO NACIONAL DOS GUARARAPES ⎯ PARQUE ARMANDO HOLANDA CAVALCANTI ⎯ PARQUE DO JANGA ⎯ HORTO DE OLINDA ⎯ PARQUE DOS MANGUEZAIS ⎯ PARQUE DE ITAMARACÁ ⎯ PARQUE LAGOA OLHO D’ÁGUA ⎯ PARQUE DO JIQUIÁ ⎯ PARQUE DO CAPIBARIBE ⎯ PARQUE DO TIMBÓ ⎯ PARQUE DOIS IRMÃOS ⎯ PARQUE ENGENHO UCHOA ⎯ PARQUE TAPACURÁ
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
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6. RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
6. RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES
Este capítulo apresenta um conjunto de considerações e reflexões, fruto da pesquisa realizada
sobre a evolução do pensamento e da ação sobre os espaços livres da RMR, destinados
aos parques metropolitanos, no período entre 1976 e 2004.
Analisados os principais documentos do planejamento, elaborados pelo órgão metropolitano,
cujos resultados integram o Capítulo 5, e observado o suporte teórico-conceitual foi possível
apresentar uma análise comparativa entre a situação inicial das áreas selecionadas para
abrigar os parques metropolitanos, e a situação atual, destacando o quanto foi implementado e
a situação de vulnerabilidade de cada uma delas.
Esta análise permitiu considerações em relação às razões para a efetiva implantação e gestão
desses parques e dos possíveis caminhos de superação dos problemas. Destaca-se ainda
nessa análise a questão da gestão dos parques, de forma a maximizar os seus benefícios para
a população e garantir a conservação do seu suporte físico, através de um gerenciamento
adequado.
Nesse sentido, os parques metropolitanos, no contexto geral, refletem diversas questões a
serem tratadas, cabendo a título de recomendações e conclusões uma apreciação conjunta de
todas as áreas selecionadas, por tópicos ou dimensões que permitam uma visão conjunta,
mesmo que com algumas repetições.
� ÁREA
No período pesquisado pode-se verificar que nas propostas existentes há variação não
só na dimensão das unidades como da área total anteriormente reservada para abrigar
os parques metropolitanos. Reduziu-se também o número de unidades selecionadas,
posto que algumas delas passaram a uma outra destinação a partir de um
enquadramento em instrumentos normativos e legais existentes.
Em 1980, são 20 áreas selecionadas (Mapa 4), totalizando 11.360 ha., para atender a
uma população de 2.386.461 habitantes, o que equivale a uma taxa de 47,60 m2/hab.
São identificadas 6 áreas prioritárias, com 4.439 ha. e 6 secundárias, com 2.021 ha.,
reservando-se ainda 8 áreas, com 4.900 ha., para complementar um sistema de parques
metropolitanos.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Em 1987 há uma redução substantiva, sem que haja uma explicação sobre as razões
que levaram a essa redução (Mapa 5). São 12 áreas selecionadas com um total de 5.227
ha., sendo 6 prioritárias, com 1.416ha., e 6 secundárias, com 3.811ha., havendo uma
redução de 6.133 ha. A redução no índice de atendimento à população passa para 21,90
m2/hab., representando uma redução de quase 50% da estimativa de 1980.
Em 2001, ocorre mais uma redução significativa de área total proposta para os parques,
que passam a ter apenas 2.188 ha, distribuídos em 10 áreas prioritárias e 4 re-
classificadas (Mapa 6), para atendimento a uma população de 3.337.565 habitantes. As
10 áreas selecionadas de parques metropolitanos, assim como as 4 áreas re-
classificadas,para atender ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza – SNUC não abrangem todos os municípios, principalmente porque a RMR é
acrescida com o Município de Ipojuca, além de vários distritos de municípios
metropolitanos terem sidos emancipados, passando a constituir novas unidades
federativas, formando a RMR com 14 municípios.
Conclusão - Há uma redução considerável no número de unidades espaciais
propostas para parques metropolitanos, sendo inicialmente previstas
20 áreas e passando para 10 áreas no momento atual. A área total
estimada para abrigar as atividades de lazer, recreação e esportes na
RMR apresentou redução de 80,7%. Mais grave ainda é a redução em
termos de taxa de área de parque por habitante, cuja proporção era
inicialmente de 0,47m2 /hab., passando atualmente a 0,06m2 /hab.
Recomendação - Melhor delimitação física e definição conceitual dos parques
metropolitanos nos instrumentos do planejamento urbano, municipal e
metropolitano, devendo inclusive constar dos Planos Diretores
Municipais, como exigido pelo Estatuto das Cidades.
� PROPOSTAS EXISTENTES
Na análise dos documentos referenciais do planejamento metropolitano, percebe-se que
as primeiras áreas propostas (final da década de 70) para parques metropolitanos tinham
objetivos mais voltadas para proteger os espaços livres da expansão urbana acelerada e
densa, embora considerando o potencial das mesmas para atender a necessidade do
lazer do homem moderno, tema esse bastante discutido na década de 70. Daí, a
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
indicação de vários equipamentos de lazer, esportes e recreação em cada uma das áreas
selecionadas.
O segundo momento, final da década de 80 é caracterizado por uma preocupação maior
com a questão da paisagem, embora apresente um grande empobrecimento em termos
de propostas. É desse período a transformação de algumas áreas selecionadas, que
passam a ser re-classificadas, a exemplo do Parque de Dois Irmãos, do Parque do
Timbó, do Parque Engenho Uchoa e do Parque do Tapacurá.
No período mais recente, as propostas estão voltadas para a utilização sustentável
desses espaços livres, inseridas no contexto da conservação integrada, chegando-se a
detalhar estratégias de ação para se conseguir implementar os parques. Esse é o caso,
principalmente, do Parque Armando Holanda Cavalcanti.
É importante considerar que as propostas contidas nos documentos referenciais
pesquisados apontam para a necessidade de participação de diversos atores, dos
diversos níveis de governo e da sociedade civil, a quem caberia o controle social.
Conclusão - Mesmo com propostas e estratégias traçadas para alguns dos
parques metropolitanos, considera-se insuficiente o nível de
detalhamento e de conhecimento desses espaços, incapaz de
viabilizá-los. Ainda é insuficiente e discutível a questão das unidades
de conservação da natureza e os parques metropolitanos. Isso
também vale para a gestão metropolitana desses espaços,
considerando-se não só o aspecto institucional, mas essencialmente
a viabilidade de financiamento entre os co-partícipes.
Recomendação - Detalhamento dos parques através de projetos específicos, com um
bom nível de especificações, considerando a viabilidade social,
ambiental e principalmente, a viabilidade econômica da implantação
e da gestão dos mesmos.
- Implementar um mosaico de atividades e funções em cada unidade
de parque, com um plano de manejo com a função de associar as
diferentes partes e interesses, passando a constituir uma área de
reserva integrada de conservação e desenvolvimento ou, ainda, área
de relevante interesse especial, com um sistema de gestão que
possibilite atender aos diferentes grupos e objetivos da conservação.
A conservação de uma unidade a ser protegida com esses objetivos
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
e características de manejo não estaria dentro de uma conceituação
fechada, segundo o sistema de unidades de conservação proposto,
exigindo uma categoria complementar. Essa proposta permitiria a
parceria público-privada.
� PROTEÇÃO LEGAL
Todos os parques metropolitanos têm a seu dispor institutos legais, sejam na forma de
decretos específicos, tombamentos (nas unidades onde há patrimônio histórico), leis
estaduais, termos de compromisso firmado entre governos, leis de criação (caso do
Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti), seja de forma indireta, através
das leis de zoneamento municipal, leis federais e estaduais de proteção ambiental, leis
de parcelamento do solo urbano, entre outros, conforme apresentado no Capítulo 5 -
Resultados da Pesquisa.
A lei que trata do Sistema de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC permite
uma complementação em cada território estadual e municipal, embora contenha no seu
bojo os conceitos e regramentos próprios, considerando principalmente as
especificidades locais e regionais, abrindo-se a perspectiva de inserção dos parques
metropolitanos.
Embora o SNUC proponha apenas as Unidades de Uso Restrito e de Uso Sustentável,
não tendo sido considerado o parque no nível regional ou metropolitano, se considera a
perspectiva de agregar à unidade de conservação, outras áreas capazes de abrigar usos
diversos, incluindo o lazer e outras atividades econômicas que permitissem a sua
sustentabilidade e das comunidades envolvidas.
Esta defesa não inviabilizaria as demais categorias; ao contrário, traria um adicional
reforço nas atuais condições em que se estabelecem instrumentos normativos que, por si
só, não respondem à proteção necessária e suficiente de cada espaço territorial,
principalmente daqueles em áreas de forte pressão da ocupação e expansão urbana. É
também óbvia a necessidade de estudos técnicos, científicos e socioeconômicos,
realizados paralelamente, que justifiquem sua implantação em áreas públicas ou
privadas. Esse procedimento permitiria a reclassificação de unidades e à distinção dos
espaços internos, a convivência dessas áreas com o território externo e as possibilidades
de utilização e produção econômica e científica. Nesse contexto se insere a perspectiva
de introdução dos parques metropolitanos como forma de gestão de unidades de
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
conservação, em regiões político-administrativas diferentes, mas em áreas de interesse
regional, seja pelo valor científico que a mesma requer, seja pela necessária
complementaridade das funções urbanas modernas.
Conclusão - Existe uma grande quantidade de Leis Ambientais, algumas amplas e
outras restritas que incidem sobre áreas dos parques metropolitanos.
Exemplo disso é o aparato legal que protege a Mata Atlântica e os
ecossistemas associados. Outras Leis, a exemplo das que tratam do
patrimônio histórico também incidem sobre os parques, que abrigam,
no seu interior edificações de valor histórico e cultural.
- Entretanto, não existe legislação específica sobre os parques da
RMR e, ainda são conflitantes as abordagens entre as categorias de
unidades de usos sustentável do SNUC e as unidades de parques
metropolitanos que poderiam abrigar atividades diversas, proteger o
patrimônio ambiental, natural e construído, e absorver funções
complementares formando um mosaico de alternativas viáveis.
Recomendação - Amparar os parques metropolitanos em legislação capaz de permitir a
conservação desse patrimônio e de possibilitar que os recursos
públicos, de várias unidades federativas, possam ser aplicados
nesses espaços, na forma de um consórcio.
- Há necessidade de uma revisão conceitual do SNUC, com
especificação de objetivos, principal e secundário, adequados à
conservação da biodiversidade dos biomas brasileiros.
- Há necessidade de uma base legal, estadual, atualizada visando a
ordenação e definição de critérios técnico-científicos uniformes para a
criação, manejo e a escolha de categorias de UCs do estado e dos
Municípios.
- No nível estadual poderá haver uma adequação, passando a
constituir um Sistema de Unidades de Conservação da Natureza e de
Áreas de Relevante Interesse – SEUC.
� RECURSOS NATURAIS E REPRESENTATIVIDADE DOS ECOSSISTEMAS
LOCAIS
A função mais abrangente dos parques metropolitanos, sem dúvida está relacionada à
melhoria da qualidade de vida da população metropolitana. Entretanto, cabe destacar que
essas áreas deveriam suprir as necessidades do lazer e da convivência, sem deixar de
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
considerar a sua destinação do uso – como parque, desde que permitisse a preservação
de fatias do território metropolitano, mesmo que para isso conciliasse uma ocupação
compatível com a proteção ambiental.
Os parques representam uma oportunidade de assegurar a conservação de importantes
fatias do território metropolitano, por guardarem recursos naturais diversificados como
relevo acidentado, vegetação de grande porte, paisagens e cenários exuberantes, refúgio
s de fauna e flora, planícies costeiras com manguezais, coqueirais, matas e praias.
O planejamento de um espaço territorial, no caso em tela de um parque metropolitano,
considera o projeto do meio físico e o arranjo dos elementos construídos e naturais da
área. Mais especificamente, o projeto de um sítio envolve a integração ordenada,
eficiente, estética e ecologicamente sensível de um elemento construído, artefato
humano, com as características naturais do sítio, incluindo topografia, vegetação,
drenagem, água, vida selvagem e clima. O projeto produz um tipo de desenvolvimento
que minimiza os impactos ambientais e custos de implantação, além de valorizar o sítio.
Conclusão - Os parques metropolitanos abrigam na sua maioria paisagem e
cenários exuberantes, com planícies costeiras e vegetação de porte,
em algumas com Mata Atlântica, como é o caso do Janga e
Itamaracá. Contém ainda, na sua maioria refúgios de fauna e flora
com áreas de manguezais, coqueirais e vegetações arbustivas.
- O desafio é equilibrar o uso sustentável dos recursos naturais e não
permitir seu esgotamento.
Recomendação - É fundamental a proteção e a conservação desses espaços, ainda
livres de ocupação na RMR, por representarem ambientes ricos e
complexos, no tocante ao meio ambiente. Representam uma
possibilidade de aproximação do homem à natureza, sendo, portanto
fundamental para o equilíbrio humano, no ambiente urbano.
- Ações voltadas para o enquadramento em legislações existentes, mas
especificamente o enquadramento a partir de legislação que trata das
unidades de conservação da natureza são relevantes e poderão
contribuir para a implementação dos parques metropolitanos.
� RECURSOS CONSTRUÍDOS E CONSERVAÇÃO INTEGRADA
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
As tendências do planejamento e da gestão governamental, no que se refere à
valorização do seu patrimônio histórico, natural e construído demonstram hoje a
incorporação de novos princípios da conservação integrada. A abordagem da
preservação deixa de ser uma questão estritamente normativo-legal, anteriormente
predominante, passando a integrar os princípios do desenvolvimento sustentável, onde o
patrimônio natural e construído passam a agregar valor econômico, como recurso a ser
legado às gerações futuras.
Órgãos federais, a exemplo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -
IPHAN, para a proteção do patrimônio histórico nacional e do Instituto Brasileiro de
Proteção ao Meio Ambiente – IBAMA, para a proteção do patrimônio natural, têm
procurado garantir uma maior participação institucional na gestão da conservação do
patrimônio brasileiro. Agrega-se a esta ação órgãos estaduais que por sua natureza,
destinam-se à proteção do patrimônio natural e construído, garantindo-os para as
gerações futuras. Neste contexto estão a Fundação do Patrimônio Artístico do Estado de
Pernambuco - FUNDARPE43 e a FIDEM44, entre outros, que no conjunto de suas
atribuições explicitam como de maior relevância o apoio aos municípios, visando o seu
desenvolvimento.
Aos municípios por sua vez, considerando a característica de lócus do acontecimento,
caberia reger a orquestração da proteção e conservação, mas neste sentido apresentam
uma precariedade no que tange ao controle urbano e ambiental.
Assim, o desafio permanece, qual seja o de preservar para desenvolver, ou ainda
desenvolver preservando, contrariando muitas vezes os fluxos de uma economia calcada
no novo e na velocidade do tempo. Aí aparece uma questão relevante, quando se
consideram os fatores culturais do patrimônio de uma determinada região: as condições
de mudança e permanência do ambiente natural e construído. Considerando que
qualquer intervenção de caráter preservacionista, ou seja, que visa à permanência do
bem patrimonial construído é também um fator de mudança, haja vista a reestruturação
ou requalificação do edifício ou área histórica, mesmo a mudança de uso a que estará
condicionado, permite-se colocar que o entendimento sobre as intervenções urbanísticas,
43 FUNDARPE foi criada em 1974 tendo por atribuição maior a proteção dos edifícios e sítios históricos, constituindo o conjunto de bens a serem preservados no Estado de Pernambuco. 44 A Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – FIDEM, foi instalada em 01 de outubro de 1975, criada através da Lei Estadual nº 6.890, de 03 de julho de 1975, para abrigar, no Estado de Pernambuco as competências de gerir os serviços públicos de interesse comum. Atualmente passou a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – CONDEPE/FIDEM, de acordo com a Lei Complementar nº 049/03, denominada Lei da Reforma do Estado. Anteriormente, entretanto, através da Lei Estadual nº 6.708, de 17 de junho de 1974 foram criados os Conselhos Deliberativo e Consultivo da Região Metropolitana do Recife.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
que trazem no seu bojo a idéia de mudança, também agregam o entendimento da
conservação, principalmente aquelas que consideram o patrimônio histórico como
elemento indutor da intervenção.
A abordagem da preservação do patrimônio passa de uma questão estritamente
normativo-legal, anteriormente predominante, incluindo aí o período de elaboração dos
planos de preservação dos sítios históricos, na década de 70, a integrar os princípios do
desenvolvimento sustentável, já no final da década de 80 e início de 90, onde o
patrimônio, natural e construído, passa a agregar valor econômico e cultural, como
recurso a ser legado às gerações futuras. Não apenas isso, mas a abordagem das áreas
de interesse histórico, cultural e ambiental (os sítios históricos e áreas verdes) na década
de 70 era enfocada como prioridades estratégicas, passíveis de intervenção e capazes
da alavancar o desenvolvimento das atividades econômicas, numa base de potenciação
dos recursos endógenos, mantendo a identidade e suas características originais. O
conjunto desse potencial composto pelos sítios naturais e culturais chega, no momento
atual a incorporar os princípios da conservação integrada.
Assim, tanto do ponto de vista de usos quanto de gestão compartilhada, as áreas de
unidades de conservação, sejam as de proteção integral, sejam as de uso sustentável,
permitiriam a diversidade de utilização. Ou seja, essas áreas reservadas para a
conservação ambiental nos espaços urbanos e periurbanos, normalmente de grande
porte, seriam capazes de abrigar, no seu interior ou nas suas adjacências, parte de
proteção integral, parte de uso sustentável e partes mais abertas e livres, fazendo um link
com a cidade, atendendo a diversos interesses, formando um mosaico.
Nesse contexto, a corrente conservacionista, vem ao encontro de medidas de prevenção
do desperdício e da democratização dos recursos naturais, com usos sustentáveis dos
mesmos, com um sistema de gestão que possibilite atender às diferentes necessidades,
sem comprometer os objetivos da conservação. A conservação de uma unidade a ser
protegida com esses objetivos e características de manejo não estaria, portanto, dentro
de uma conceituação fechada do sistema de unidades de conservação vigente,
possibilitando uma categoria complementar, a dos parques metropolitanos.
Enquanto bem cultural de uma região, cabe acrescentar a questão da irreprodutibilidade
desse bem. Não se trata, aqui, apenas de resguardar um patrimônio natural ou bem da
natureza, como é o caso do Parque do Janga, que abriga em seu interior resquícios da
mata atlântica. Trata-se, sobretudo, de resguardar o patrimônio histórico, presente no
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
interior dessas áreas. São resquícios do patrimônio edificado, principalmente nos séculos
XVII, XVIII e XIX, como apresentado no Capítulo de Resultados da Pesquisa, tendo como
exemplo, de maior relevância os Parques Metropolitanos Armando de Holanda
Cavalcanti, no Cabo de Santo Agostinho, o Parque dos Guararapes, em Jaboatão dos
Guararapes e o do Janga, no município do Paulista. Essa abordagem remete a duas
questões relevantes:
� a primeira trata da natureza do bem patrimonial a ser conservado, considerando o
constante desafio de sua manutenção, enquanto bem físico insubstituível, face ao
constante processo de degradação e à necessidade sempre premente de reparos
e restauros, convivendo com outros usos compatíveis;
� a segunda trata da possibilidade de uma convivência adequada entre as unidades
de conservação da natureza e as atividades definidas para parques
metropolitanos, formando o mosaico, onde se rebatem as áreas de conservação,
de preservação e de uso coletivo para diversas atividades.
Conclusão - Das 10 áreas selecionadas para parques metropolitanos, 9 delas
contem no seu interior edificações do patrimônio histórico, alguns
deles bastante representativo, como é o caso do Parque Armando
Holanda Cavalcanti, todos necessitando de intervenções no sentido
de sua conservação.
- Compreender os parques como espaços que abrigam patrimônio
natural e construído de grande importância na RMR é fundamental
para a priorização de ações de melhoria da qualidade urbana e
ambiental na região, conseqüentemente na qualidade de vida da
população.
Recomendação - Priorizar intervenções de caráter conservacionista nos espaços
destinados aos parques metropolitanos, como forma de iniciar os
processos de requalificação ambiental, chamando a atenção para as
possibilidades de um desenvolvimento em bases sustentáveis.
� GRAU DE VULNERABILIDADE
Toda a trajetória, vivenciada pelos planejadores urbanos e gestores das cidades, desde a
década de 70, no caso em tela, de áreas integrantes da RMR, está marcada por um
processo de mudanças, que se efetuou de forma acelerada, principalmente nos últimos
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
anos, em que as cidades têm assumido um papel de destaque na economia, sobre os
demais espaços biogeográficos.
Planejadores urbanos usam técnicas de zoneamento e legislação, planos diretores,
planos conceituais, estudos de uso do solo e outros métodos para estabelecer o layout e
organização de áreas urbanas. A atuação também envolve o "desenho urbano", na
medida em que estabelece a forma de desenvolvimento de espaços públicos, geralmente
abertos, tais como praças, parques e ruas.
No desenvolvimento de projetos de grande escala se estabelecem elos entre as políticas
de desenvolvimento urbano e os projetos específicos, sendo fundamental o
conhecimento da economia local, além das questões legais. O desafio tem sido essa falta
de integração dos setores econômicos com as propostas estabelecidas e, portanto,
permitindo a criação de ambientes qualificados. Projetos multidisciplinares são assim
fundamentais para projetos de parques, de uma forma geral e parques metropolitanos,
assegurando-se assim a qualidade do ambiente. Isto requer conhecimento específico de
leis ambientais, no sentido de permitir a recuperação e/ou a preservação e/ou
conservação de áreas de especial valor regional.
A perspectiva de implementar os parques metropolitanos, considerando a
responsabilidade social com a proteção dos recursos naturais e com a oferta de lazer que
estas áreas representam passa a ser considerado um fator relevante, desde que áreas
pré-selecionadas para espaços de lazer e preservação ainda resistem, no tempo, aos
constantes processos de transformação.
Conclusão - Um aspecto importante a ser considerado é o crescimento urbano
desordenado da RMR e a especulação de áreas ainda livres. Essa
constatação considera fundamental a ação antecipatória de uma
proteção desses espaços, ainda livres da ocupação urbana e
desordenada, como vem ocorrendo, na maioria dos municípios
metropolitanos.
- A vulnerabilidade das áreas selecionadas para os parques
metropolitanos tem como fator preponderante a falta de um projeto
específico que trate das questões setoriais de forma integrada, além
do conflito permanente das ocupações irregulares, clandestinas e
invasões principalmente pela ausência de uma política habitacional
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
para os setores de baixa renda; e, pela carência de um mapeamento
da as áreas disponíveis.
Recomendação - Integração do planejamento urbano ao ambiental, notadamente
integração intersetorial e interinstitucional no sentido de permitir
soluções integradas, capaz de contribuir com o processo de
urbanização, que considere a necessidade de conservação de
importantes áreas ambientais, permitindo o equilíbrio e a interação
entre a mancha urbana e as áreas de importância ambiental.
� NÍVEL DE IMPLEMENTAÇÃO
O entendimento sobre o desenvolvimento sustentável permite uma nova ordem, no
sentido do uso e das funções de espaços livres anteriormente destinados a uma
preservação, que tinha por objetivo perpetuar determinado espaço, garantido sua
proteção em lei.
A necessidade de que cada Estado da Federação defina suas especificidades em termos
de unidades de conservação da natureza permite que sejam redefinidas unidades
constituídas, re-classificadas áreas que tiveram um enquadramento provisório e hoje
apresentam razões específicas para um novo enquadramento, e ainda, que sejam
definidas novas categorias complementares, a exemplo dos parques metropolitanos e
áreas de relevante interesse especial.
Assim, uma proposta para um Sistema Estadual de Unidades de Conservação da
Natureza e Áreas de Relevante Interesse Especial – SEUC, foi trabalhada por um Grupo
de Técnicos45 constituído pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA de
forma a que o Estado seja suprido de uma política estadual, bem como de um sistema
que forneça as bases legais, institucionais e financeiras para disciplinar, orientar e gerir,
de forma articulada e orgânica, uma rede integrada de unidades de conservação,
apoiando o seu planejamento e a gestão necessária para abrigar todo o sistema,
objetivando principalmente:
45 O esforço do GT– Parques Metropolitanos, desde 2001, foi direcionado para a elaboração de uma proposta preliminar de criação de um SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DE ÁREAS DE RELEVANTE INTERESSE – SEUC, que se justifica necessidade de um Sistema Estadual, para legislar de forma complementar ao SNUC – Lei nº 9.985, 18 de julho de 2000, e também, adicionando o disciplinamento das Áreas de Relevante Interesse do Estado de Pernambuco. Ao longo das discussões, o GT verificou que o objeto de seu estudo inicial propiciava uma visão mais ampla do problema, tendo concluído, ser oportuno, um avanço no seu posicionamento no sentido de desenvolver propostas para um sistema que abrigasse as unidades de uso sustentável com agregação de outro valor, o de lazer.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� Contribuir para a manutenção da diversidade e dos recursos genéticos do
território estadual;
� Promover a sustentabilidade do uso dos recursos naturais;
� Promover a educação e a interpretação ambientais, a recreação em contato com
a natureza e o ecoturismo;
� Contribuir para a manutenção de populações viáveis em seu meio natural;
� Recuperar e restaurar ecossistemas degradados; e,
� Valorizar econômica e socialmente a diversidade ecológica.
O sistema estadual de unidades de conservação estaria embasado na conservação da
diversidade biológica a longo prazo, centrando-a como eixo fundamental do processo de
conservação de ambientes naturais necessários a qualidade de vida atual e futura e
ainda, a necessária relação de complementaridade entre as diferentes categorias de
unidades, organizando-as de acordo com os seus objetivos de manejo e tipos de uso:
proteção integral e uso sustentável. A referida proposta levou em consideração:
� A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente que prevê como um dos seus
instrumentos a criação de espaços especialmente protegidos pelo Poder Público
estadual;
� A Constituição Brasileira, de 1988 que incumbe ao Poder Público definir em todas
as unidades da federação espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos. Por sua vez, estabelece como responsabilidade do
poder público, a proteção da fauna e da flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais à crueldade;
� Todos os estudos em curso visando a revisão da Lei Estadual Nº 11.206/ 95, que
estabelece a Política Florestal para o Estado de Pernambuco e dispõe sobre as
unidades de conservação;
� O Plano Estadual de Desenvolvimento Florestal e de Conservação da
Biodiversidade;
� A falta de uma política e de um sistema estadual de áreas protegidas no Estado e
a carência de recursos humanos e financeiros para apoiar o planejamento e a sua
gestão;
� A existência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC;
� A inclusão do critério “unidades de conservação” na nova Lei que estabelece a
distribuição do ICMS no Estado (Lei nº 11.899/00) --- ICMS Socioambiental;
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� A situação do Estado em termos da necessidade de proteger seu patrimônio
natural, a partir dos estudos e diagnóstico das áreas de interesse de Pernambuco
e do Atlas da Biodiversidade de Pernambuco;
� A necessidade de enquadramento e da implementação das Reservas Ecológicas
e Implantação de Parques Metropolitanos, entre outros;
� A definição de várias unidades de conservação estaduais como zonas núcleo da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica de Pernambuco;
� O acelerado ritmo de degradação de várias das unidades de conservação
estaduais (Reservas Ecológicas da RMR – Lei Nº 9.989/87), conforme apontam
os diagnósticos realizado pela FIDEM, em 1993 e pela SECTMA, em 2001;
� Ainda que, apenas 4% do território brasileiro e 6,26 % do pernambucano é
composto por unidades de conservação (federais, estaduais, municipais e
particulares), das quais apenas 0,27% das unidades criadas no Estado se
enquadram na categoria de proteção integral dos recursos, muito abaixo da média
nacional de 2, 61%;
� A necessidade de uma base legal visando a ordenação e definição de critérios
técnico-científicos uniformes para a criação, o manejo e a escolha de categorias
de UCs estaduais e municipais; e,
� A necessidade da definição de instrumentos que permitam uma maior
participação da sociedade civil organizada e facilitem o estabelecimento de
parcerias com instituições públicas, ONGs, a comunidade científica e a iniciativa
privada na gestão compartilhada das UCs.
Torna-se necessário estabelecer uma política estadual, bem como um sistema
que forneça as bases legais, institucionais e financeiras para disciplinar, orientar e
gerir, de forma articulada e orgânica, uma rede integrada de unidades de
conservação estaduais, apoiando o seu planejamento e gestão.
Neste sentido, é necessário “resguardar” determinadas áreas visando dar limite à
expansão de atividades destrutivas, buscando garantir um meio ambiente equilibrado e a
salvaguarda de ecossistemas, espécies, paisagens e recursos naturais, com outros
instrumentos e medidas de prevenção e controle ambiental. Uma das principais
estratégias adotadas mundialmente para conservar remanescentes de ecossistemas e
sua biodiversidade é baseada na constituição de unidades de conservação. A experiência
tem demonstrado que, embora existam outras estratégias para a consecução deste
objetivo, nenhuma tem se evidenciado tão eficiente quanto o estabelecimento e
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
manutenção de unidades de conservação, notadamente aquelas onde são maiores a
preocupação com a conservação integral dos recursos naturais.
Assim, é fundamental abandonar a idéia negativa de que as unidades de conservação
possam constituir um empecilho para o desenvolvimento. Ao contrário, podem possibilitar
o desenvolvimento regional, conciliando o atendimento às necessidades humanas com o
imperativo do uso equilibrado, inteligente e sustentável da natureza.
Nesse contexto, surgem alternativas de uso de determinados recursos ambientais no
sentido de permitir uma convivência saudável e equilibrada desses recursos.
Conclusão - Os parques metropolitanos passam a oportunizar
empreendimentos que garantem a sustentabilidade sob
diversos aspectos:
� ambiental, quando protegem áreas com importante
cobertura vegetal e ecossistemas associados, na medida
em que condicionam usos sustentáveis que vão desde a
pesquisa científica ao manejo de espécimes vegetais;
� social, quando, além da simbologia do lugar, contempla a
perspectiva de novos usos e funções da propriedade,
através da oferta de espaços de lazer, com equipamentos
que possam subsidiar a geração de emprego e renda,
estimulando a economia local com a oferta-de-mão de obra
específica e sua absorção em processos inovadores do
conhecimento científico, cultural e ambiental.
� econômico, pela reversão do valor econômico do projeto
imobiliário e pela geração de empreendimentos capazes de
associar valores culturais, de modo dominante, aos valores
econômico-financeiros gerados pelo capital aplicado na
implantação das atividades que suportarão a geração de renda e
a manutenção do lugar.
Recomendação - Transformar as intenções propostas para parques metropolitanos em
ação, a partir de definição em projetos, priorização governamental,
prioridade financeira de investimentos públicos, entre outras
abordagens, tudo abrigado por um Sistema Estadual de Unidades de
Conservação da Natureza e Áreas de Relevante Interesse.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� SITUAÇÃO FUNDIÁRIA
No tocante aos espaços públicos e privados, pré–selecionados para parques
metropolitanos, e ainda reservados, sob o ponto de vista da ocupação urbana, é
importante colocar que esses espaços podem ainda contribuir para garantir a
capacidade de carregamento dos territórios urbanos e periurbanos46, tão
densamente ocupados e de forma tão desordenada, passando a influir na
qualidade do ambiente. Entende-se essa capacidade como os limites de
manutenção dos recursos internos do sistema, da estrutura e padrão de seu
comportamento, face aos distúrbios externos, sem que haja redução do nível de
qualidade do ambiente. É indispensável concretizar uma estratégia de
desenvolvimento que implique em mudanças de rumo, o que demanda uma nova
institucionalidade, considerando a incerteza e a irreversibilidade como fatores
relevantes.
O que se verifica é um balizamento feito a partir de referenciais integrantes das políticas
públicas vigentes, expresso fortemente na capacidade de planejar com parâmetros de
grande escala, sem considerar as especificidades locais. Nesse contexto, a questão
fundiária passa ao largo das questões centrais, ou seja, não tem acompanhado o
planejamento urbano, enquanto insumo fundamental das políticas públicas, permitindo
um suporte ao controle do crescimento incontrolável das metrópoles brasileiras.
Trata-se de definir limites de uso sustentável do território demarcado onde o
sistema se complementa, assim como a capacidade de carga, que condiciona os
limites de utilização e manutenção dos recursos, de forma a não permitir a
irreversibilidade do sistema dinâmico do interior desse território, condicionado
pelos valores dos elementos do meio ambiente. Trata-se de compreender a
riqueza do território, estabelecendo como mediação de valor a sua utilidade e o
bem estar per capita, assegurando que os indicadores de desenvolvimento
estejam crescendo com o tempo, para que as gerações futuras recebam esse
legado em um meio ambiente com capacidade de se reproduzir no tempo e
espaço.
46 Conceito de espaço periurbano já abordado no item 3. Base teórica e conceitual, segundo definições do Laboratório de Estudos Periurbanos da UFPE.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
As 10 áreas selecionadas para os parques metropolitanos apresentam uma situação
bastante positiva sobre a situação fundiária, ou seja, na sua grande maioria pertencem ao
setor público, distribuídas entre Governo Federal – Arcoverde (parte), Guararapes,
Tapacurá, Manguezais, Jiquiá e Governo Estadual – Itamaracá, Arcoverde (parte),
Armando Holanda.
Conclusão - A difusa caracterização da questão fundiária, não permite, por parte
da sociedade, uma compreensão mais clara sobre o contexto urbano
e periurbano e os espaços rurais, muito menos sobre a função social
da propriedade, principalmente aquelas destinadas aos espaços
públicos.
- Alguns parques pertencem ao setor público, o que de certa forma
permite vislumbrar uma perspectiva de utilização sustentável e
coletiva. Outras áreas contam a seu favor, com intenções de
desapropriação.
Recomendação - Nas áreas de uso público pode ser utilizado instrumento legal de
Concessão de Uso ou Permissão de Uso, através de processos
licitatórios para atrair parceiros privados na implementação dos
parques.
- Nos casos das áreas privadas pode-se utilizar Decretos de Utilidade
Pública visando garantir a destinação de uso para parques e da
mesma forma proceder na busca de parcerias público-privadas,
assegurando as diversas atividades que os parques permitem atrair.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� PRIORIDADES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS
A pouca clareza sobre os parques metropolitanos, conceituados inicialmente no Plano
Diretor do Sistema de Parques da Região Metropolitana do Recife – PDSPM/RMR,
datado de 1980, no contexto interno do território da região metropolitana e, mais
recentemente, em 2001, trazido à luz do conjunto de informações do GT – CONSEMA,
visam ressaltar as questões regionais, como forma de planejar e implementar políticas
públicas. Tudo para permitir a melhoria contínua da qualidade de vida da população,
neste caso, no âmbito da RMR.
Cabe destacar que, a proteção ambiental e a preservação do patrimônio histórico estão
condicionadas à convergência de intenções e de ações programáticas, nos diferentes
níveis de governo, fortalecendo o desenvolvimento equilibrado, sendo de fundamental
importância, a atuação dos órgãos federais, estaduais e o próprio município, e
particularmente da sociedade, para garantir a integridade do seu patrimônio natural e
construído. É o município, que pela proximidade com as necessidades das comunidades
locais, poderá nortear a intervenção, sendo oportuno para isso a maior participação de
suas representações.
Considerando que parte dos parques metropolitanos são áreas do setor público, exemplo
para o Parque Armando Holanda Cavalcanti, o Parque dos Manguezais e o Parque dos
Guararapes, torna-se fundamental a implementação dos mesmos, como forma de dotar a
região de espaços destinados à coletividade.
Conclusão - Considerando a perspectiva de uma melhoria na qualidade de vida da
população metropolitana, os parques metropolitanos enquanto áreas
de interesse especial e importância ambiental devem ser enfocadas
como prioridades estratégicas, passíveis de intervenções, portanto,
capazes de alavancar o desenvolvimento com novas atividades
econômicas e geração de emprego e renda.
Recomendação - Os projetos de parques metropolitanos poderão de uma forma geral
absorver, em seu interior áreas de relevante interesse da preservação
ambiental, como é o caso do Parque do Janga, com parte de mata
atlântica (resquícios), outras áreas de vegetação rasteira, onde
poderá ocorrer atividades produtivas capazes de lhe dar
sustentabilidade. Ainda, consta do interior dessa área elemento do
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
patrimônio histórico, que poderá ainda abrigar outras atividades de
atração cultural, posto ser um bem cultural e, portanto, destacando-se
a questão da irreprodutibilidade desse patrimônio, que vem promover
maior especificidade e valor diferencial ao local. Dessa maneira se
entende que tudo passa por uma prioridade metropolitana, a ser
desenvolvida em projeto com equipe multidisciplinar, levando sempre
em consideração os aspectos da viabilidade técnica e econômica de
sua implantação e manutenção.
� GESTÃO
Constata-se a necessidade de se elaborar novo processo de gestão de políticas públicas, com
destaque para o confronto entre os paradigmas do planejamento urbano da década de 70 e os
problemas gerados pelos moldes do novo padrão de desenvolvimento e de gestão.
Segundo Prof. David Harvey47 as regiões metropolitanas formaram historicamente
organizações do capitalismo, onde a cidade tinha um reduzido significado. Sobre o
pensamento e a economia das cidades, vários foram os mitos que se constituíram ao longo
dos anos, segundo o referido professor, a saber:
� Mito 1 - As regiões metropolitanas seriam capazes de resolver os sérios problemas de
crescimento demográfico e econômico, tendo para tanto que lidar com sérios desafios
impostos pela realidade político-institucional;
� Mito 2 - O poder das instituições financeiras, que partem para investimentos externos como
força motriz do desenvolvimento acarretando processos de desenvolvimento desiguais e
acúmulos de capital;
� Mito 3 - As soluções tecnológicas, como forma para resolver os dilemas e problemas
encontrados na região, todas partindo de soluções do sistema militar, de onde se originou a
idéia de regiões metropolitanas, e portanto apresentando como ponto de interesse a
manutenção do poder;
� Mito 4 - A condição de que os planejadores por si só poderiam solucionar os problemas
físico-espaciais a partir do projeto de cidade, passando a um determinismo geográfico que
seria capaz de resolver tudo;
47 Professor David Harvey, da City University of New York – CY, Estados Unidos, em sua palestra – Questões Estruturais do Planejamento Metropolitano, durante o Seminário Internacional “Diálogos Metropolitanos”, ocorrido em Curitiba, entre os dias 07 e 10 de maio de 2002.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� Mito 5 - A ordem social ditada a partir do livre mercado, como se ele fosse condição básica
de resolver problemas das desigualdades sociais. Sobre essa questão destaca-se que
nada mais desigual do que tratar pessoas desiguais de forma igual;
� Mito 6 - A solidariedade comunitária como um fim em si próprio e o entendimento de que
desta maneira as relações seriam a base de uma construção alternativa. A solidariedade é
uma base importante, porém as dificuldades são exclusivas de cada questão e os limites
devem ser colocados;
� Mito 7 - A lógica de que a exploração de idéias vai oferecer soluções para tudo e a
perspectiva de que nem sempre conseguimos idéias aplicáveis à realidade local. Sobre
essa questão é importante considerar que a solução normalmente vem da base, ou seja,
da experiência e da prática, assim a vida diária é a matéria bruta para as soluções;
� Mito 8 - Tudo se resolve com ordem, quando na verdade é preciso ter cuidado para que os
planejadores com poder não imponham uma ordem absoluta, provocando uma grande
confusão na prática e ordem nas coisas comunitárias. É, preciso, certa desordem como
forma de fermentação para se entender as questões do dia a dia; e, por fim,
� Mito 9 - O movimento ambientalista onde as cidades se inserem como anti-ecológico e não
como um meio para se buscar novas abordagens e como um ambiente de base para
novas alternativas.
A última colocação do Professor Harvey e, principalmente, esta última retrata a preocupação
com a necessária qualidade ambiental das cidades, ou seja, o diálogo entre os espaços livres e
verdes e as manchas urbanas ocupadas, fortalecendo a investigação em tela, pela perspectiva
de buscar essa interação.
Nas regiões metropolitanas, com grandes e pequenas cidades conurbadas ou integradas,
é fundamental, para responder pelas funções públicas de interesse comum, a revisão de
uma atuação institucional que passa, desde o final da década de 80, principalmente a
partir da nova Constituição Brasileira (1988), por um processo de adaptação do modelo
gestor e de adequação de uma institucionalização para restabelecer a gestão
compartilhada.
Muitas são as expectativas de uma gestão capaz de atender às questões mais
prioritárias, entretanto permanece o desafio, a partir da pesquisa conceitual e o
aprofundamento analítico de experiências desenvolvidas até o momento, que apontam
para novas formas de fazer – a gestão, mais eficaz, na salvaguarda da nossa identidade
cultural, a partir da proteção desse patrimônio histórico, cultural e ambiental.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
A pertinência dessa investigação se pauta na atuação dos diversos níveis de governo e
da sociedade, hoje entendida como uma gestão compartilhada, gestão essa que
pressupõe a participação de diferentes atores sociais – do setor público e do segmento
privado, no papel de co-responsáveis, principalmente pela proteção e conservação do
patrimônio natural e construído.
Entretanto, a situação crítica em que algumas áreas de interesse histórico-ambiental se
encontram, a exemplo dos parques detalhados permite afirmar a necessidade de uma
avaliação dos processos de compartilhamento da gestão intergovernamental e
intersetorial, no tocante às áreas de interesse especial da região metropolitana.
Parte-se do pressuposto de que novas formas de gestão com envolvimento não só do
setor público, mas com a amplitude da sociedade, em processos de participação
democrática, já ocorrem como tendência prática nacional, dentro da nova ordem mundial,
que requer uma revisão dos papéis desempenhados pelo Estado, no contexto
macroeconômico globalizado. Destaca-se, em nossa realidade, a atuação da FIDEM48,
desde 1975 – a Gestão Intergovernamental Compartilhada no âmbito da região
metropolitana –, frente principalmente ao desafio de gerir políticas de desenvolvimento
econômico, redução das desigualdades sociais, preservação ambiental, voltando-se mais
recentemente para a sustentabilidade das cidades, em um contexto participativo e
democrático. São fatores relevantes para esse desenvolvimento os princípios da
conservação integrada, onde se considera a associação do planejamento urbano e
territorial à diversidade das realidades culturais, sociais e econômicas, nos seus diversos
aspectos. Alie-se a essa diversidade, a consciência da necessidade de desenvolvimento
de políticas apropriadas aos valores culturais existentes, em contexto de diversidade e
integração social, cultural, política e econômica.
Sobre o referencial legal para uma proposta de parques metropolitanos, amparada na
gestão compartilhada, convém salientar a Lei Complementar nº 10/9449, que teve como
pressupostos:
� A crise instalada nos centros urbanos, com efeitos perversos na sociedade
brasileira, que necessita de soluções compartilhadas;
48 Atual Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – CONDEPE/FIDEM, segundo a Lei Complementar nº 049/2003. 49 A Lei Complementar Estadual nº 10, de 06 de janeiro de 1994, instituiu o Sistema Gestor Metropolitano, exercido pelo Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife - CONDERM, onde deliberam os 14 Prefeitos que integram a região, além de igual número de representantes do Governo do Estado e mais 14 representantes das Câmaras Municipais e 3 representantes da Assembléia Legislativa.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
� Os instrumentos de gestão e planejamento territorial, ainda incipientes, para
atender à realidade urbana, com graves problemas em diversos setores que
motivam ações solidárias entre os entes federativos e entre estes e o setor
privado;
� O fenômeno urbano e os processos de conurbação que ensejam soluções de
planejamento e gestão que extrapolam o âmbito restrito do município, por não
encontrar equacionamento exclusivo, indicando uma solução compartilhada, ou
seja, metropolitana;
� O compartilhamento das ações públicas como caminho para otimização dos
resultados, onde a Constituição e as Leis Complementares não são um simples
ideário, nem tão somente uma expressão de aspirações, mas também a
transformação e conversão de aspirações em regras impositivas.
De outra feita, a Lei Complementar Estadual nº 049, de 31 de janeiro de 2003, dispõe
sobre as áreas de atuação do Poder Executivo Estadual, estando à gestão ambiental
como não exclusiva, mas concorrente. Em seu art. 41, estabelece em seu caput que: “No
desempenho de atividades públicas não exclusivas, o Estado emprestará suporte técnico
operacional e financeiro para sua descentralização controlada, ampliando o acesso
àqueles serviços, a menor custo e maior resultado”. Ainda no Parágrafo Único – “A
descentralização controlada operar-se-á na forma e condições estabelecidas na Lei nº
11.743, de 20 de janeiro de 2000”, com observância do Programa de Fortalecimento ao
Terceiro Setor, especialmente nas seguintes áreas: Preservação e Conservação
Ambiental; Patrimônio Histórico e Arqueológico; e Difusão Cultural.
Quanto à gestão de um Sistema Estadual que abrigasse as unidades de
conservação e áreas de relevante interesse e, mais particularmente, no tocante
aos parques metropolitanos cabe destacar que o órgão ou colegiado responsável
pela administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando
a ocupação e o uso dos recursos integrantes da unidade, assim como das áreas
de entorno, sejam elas constituídas por zona de amortecimento ou áreas
urbanizáveis, limítrofes de uma unidade de conservação ou área de relevante
interesse, que passam a constituir o Plano de Manejo da unidade de conservação
ou área de interesse, podendo o mesmo estabelecer procedimentos específicos
destinados ao setor privado, que passam a compor instrumento legal próprio, com
destaque para a concessão de direito real de uso, instrumento legal, capaz de
legalizar a atuação empresarial.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Conclusão - Considerando a gestão metropolitana, segundo as definições da Lei
Complementar, que a estabelece, torna-se relevante destacar as
funções públicas de interesse comum, no âmbito metropolitano: as
atividades de interesse metropolitano que tenham por natureza o
planejamento das questões territoriais, sociais, ambientais,
econômicas e institucionais, assim como a normatização técnica e
institucional; e que, o estabelecimento de normas legais e
administrativas relativas ao planejamento e à efetivação do
desenvolvimento da RMR decorrentes de proposições relativas às
funções públicas de interesse comum, conduzidas pela União, pelo
Estado e pelos Municípios.
Recomendação - A institucionalização dos parques metropolitanos deve se dar ao nível
metropolitano, por ser de interesse metropolitano. Porém estudo
específico deverá determinar a participação de cada entidade
envolvida, de acordo com a legislação vigente, segundo o interesse
público, analisando a possibilidade da gestão local do parque ser
assumida por organização público-público, público-privada ou ainda,
do setor privado ou do terceiro setor, a partir de concessões de uso,
por tempo determinado.
- A viabilidade desses espaços como áreas públicas para o lazer
metropolitano não impede o compartilhamento de outras atividades,
associadas num mesmo espaço, promovendo o resgate da população
local, fundamental no processo de defesa desse patrimônio e, ainda,
a oferta de atividades capazes de gerar emprego e renda.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
7. REFERÊNCIAS
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
7. REFERÊNCIAS
ABNT. Normas Técnicas: Metodologia. NBR 14.724.
AGENDA 21 BRASILEIRA: bases para discussão. Revista Ligação, São Paulo:
SABESP, ano 3, n. 1, jun., 2000.
ANTAS JÚNIOR, Ricardo Mendes. Espaços Públicos de Lazer – Globalização e
Instrumentalização do Tempo Livre na Cidade de São Paulo. Dissertação de
Mestrado em Geografia Humana. USP/ Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
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Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
8. ANEXOS 8.1. QUADROS DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA NO BRASIL
8.2. QUADROS DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA NA RMR
8.3. PROCESSO HISTÓRICO DA POLÍTICA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NO
BRASIL
8.4. PROTEÇÃO LEGAL
8.5. PARQUE METROPOLITANO ARMANDO HOLANDA CAVALCANTI
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
8.1. QUADROS DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA, NO BRASIL
QUADRO I – POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL
QUADRO II – POPULAÇÃO RESIDENTE EM PERNAMBUCO E REGIÃO NORDESTE
QUADRO III – POPULAÇÃO URBANA E RURAL – TOTAL E PERCENTUAL
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
8.1. QUADROS DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO DO BRASIL E EM PERNAMBUCO, POR DÉCADA – DE 1940 A 2000.
QUADRO I – POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL, por região. 1940 / 2000. REGIÕES
BRASILEIRAS 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000
NORTE 1.467.940 1.834.185 2.561.782 3.603.860 5.893.136 10.030.556 12.900.704 NORDESTE 14.426.185 17.992.094 22.181.880 28.111.927 34.861.907 42.497.540 47.741.711 SUDESTE 18.304.317 22.549.386 30.630.728 39.853.498 51.752.651 62.740.401 72.412.411 SUL 5.722.018 7.835.418 11.753.075 16.496.493 19.036.429 22.129.377 25.107.616 CENTRO-OESTE 1.244.829 1.730.684 2.942.992 5.073.259 7.554.869 9.427.601 11.636.728 BRASIL 41.165.289 51.941.767 70.070.457 93.139.037 119.098.992 146.825.475 169.799.170Fonte – IBGE – ATLAS DIAGNÓSTICO BRASIL – 1990
QUADRO II – POPULAÇÃO RESIDENTE EM PERNAMBUCO E REGIÃO NORDESTE. 1940 / 2000
ESTADO 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 PERNAMBUCO 2.681.032 3.395.099 4.095.379 5.160.640 6.147.102 7.127.855 7.918.344 NORDESTE 14.426.185 17.992.094 22.181.880 28.111.927 34.861.907 42.497.540 47.741.711BRASIL 41.165.289 51.941.767 70.070.457 93.139.037 119.098.992 146.825.475 169.799.170Fonte – IBGE – ATLAS DIAGNÓSTICO BRASIL – 1990
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Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR Capítulo 5 – Resultados da Pesquisa
8.2. QUADROS DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA NA RMR
QUADRO IV – POPULAÇÃO EM 1940 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
QUADRO V – POPULAÇÃO EM 1950 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
QUADRO VI – POPULAÇÃO EM 1960 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
QUADRO VII– POPULAÇÃO EM 1970 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
QUADRO VIII – POPULAÇÃO EM 1980 - REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
QUADRO IX – POPULAÇÃO EM 1991– REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
QUADRO X – POPULAÇÃO EM 1996 – REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
8.2. QUADROS DO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA, POR MUNICÍPIO DA RMR, DA DÉCADA DE 40 ATÉ O ANO 2000
QUADRO IV – POPULAÇÃO EM 1940 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE50
Município População Total População Urbana População Rural 1 Recife 348.424 324.242 24.1822 Cabo 30.575 5.818 24.7573 Jaboatão 35.847 13.339 22.5084 Moreno 18.970 7.282 11.6885 São Lourenço da Mata 27.497 7.254 20.2436 Olinda 36.712 31.666 5.0467 Paulista 29.543 15.423 14.1208 Igarassu 26.278 7.582 18.6969 Ipojuca1 22.621 3.062 19.559 Total 576.467 415.668 160.799Área – 2.201 km2. 1 Ipojuca passou a fazer parte da RMR em 1994. Entretanto, para fins de contagem da população, foi considerado este Município na Mesorregião Metropolitana do Recife. Itamaracá – A população de Itamaracá está incluída no Município de Igarassu, porque o mesmo só foi instalado em 1962.
QUADRO V – POPULAÇÃO EM 1950 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Município População Total População Urbana População Rural
1 Recife 524.682 512.370 12.3122 Cabo 36.007 7.714 28.2933 Jaboatão 57.278 39.574 17.7044 Moreno 23.095 11.411 11.6845 São Lourenço da Mata 33.671 11.337 22.3346 Olinda 62.435 38.169 24.2667 Paulista 48.103 33.313 14.7908 Igarassu 33.985 6.681 27.3049 Ipojuca1 24.153 3.882 20.271 Total 843.409 664.451 178.958Área – 2.201 km2. 1 Ipojuca passou a fazer parte da RMR em 1994. Entretanto, para fins de contagem da população, foi considerado este Município na Mesorregião Metropolitana do Recife. Itamaracá – A população de Itamaracá está incluída no Município de Igarassu, porque o mesmo só foi instalado em 1962.
QUADRO VI– POPULAÇÃO EM 1960 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Município População Total População Urbana População Rural
1 Recife 797.234 788.569 8.6652 Cabo 51.883 15.930 35.9533 Jaboatão 105.261 84.689 20.5724 Moreno 29.709 15.198 14.5115 São Lourenço da Mata 51.108 22.710 28.3986 Olinda 109.953 100.545 9.4087 Paulista 51.897 36.435 15.4628 Igarassu 43.438 18.428 25.0109 Ipojuca1 34.642 7.546 27.096 Total 1.275.125 1.090.050 185.075Área – 2.201 km2. 1 Ipojuca passou a fazer parte da RMR em 1994. Entretanto, para fins de contagem da população, foi considerado este Município na Mesorregião Metropolitana do Recife. Itamaracá – A população de Itamaracá está incluída no Município de Igarassu, porque o mesmo só foi instalado em 1962.
QUADRO VII– POPULAÇÃO EM 1970 - MESORREGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Município População Total População Urbana População Rural
50 A Mesorregião Metropolitana do Recife é constituída pelas seguintes Microrregiões – Fernando de Noronha; Itamaracá(Araçoiaba, Igarassu, Itamaracá e Itapissuma); Recife (Abreu e Lima, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Recife e São Lourenço da Mata); Suape (Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca).
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
1 Recife 1.060.701 1.046.413 14.2882 Cabo 75.829 40.284 35.5453 Jaboatão 200.975 185.833 15.1424 Moreno 31.204 17.681 13.5235 São Lourenço da Mata 94.016 74.435 19.5816 Olinda 196.342 187.428 8.9147 Paulista 70.059 62.484 7.5758 Igarassu 55.079 31.391 23.6889 Itamaracá 7.117 4.087 3.0309 Ipojuca1 35.851 10.003 25.848 Total 1.827.173 1.660.039 167.134Área – 2.201 km2. 1 Ipojuca passou a fazer parte da RMR em 1994. Entretanto, para fins de contagem da população, foi considerado este Município na Mesorregião Metropolitana do Recife.
QUADRO VIII – POPULAÇÃO EM 1980 - REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Município População Total População Urbana População Rural
1 Recife 1.203.899 1.183.391 20.5082 Cabo 104.157 81.901 22.2563 Jaboatão 330.414 290.509 39.9054 Moreno 34.943 26.229 8.7145 São Lourenço da Mata 144.141 127.373 16.7686 Olinda 282.203 266.751 15.4527 Paulista 165.747 96.638 69.1098 Igarassu 73.245 52.356 20.8899 Itamaracá 8.256 6.501 1.75510 Ipojuca1 39.456 16.925 22.531 Total 2.386.461 2.148.574 237.887Área – 2.201 km2. 1 Ipojuca passou a fazer parte da RMR em 1994. Entretanto, para fins de contagem da população, foi considerado este Município na Mesorregião Metropolitana do Recife. Camaragibe, Itapissuma e Abreu e Lima – A população desses municípios constam dos municípios de onde se originaram, ou seja São Lourenço da Mata e Igarassu, porque os mesmos só foram instalados em 1982.
QUADRO IX– POPULAÇÃO EM 1991– REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Município População Total População Urbana População Rural
1 Recife 1.298.229 1.298.229 -2 Cabo 127.036 109.763 17.2733 Jaboatão 487.119 419.479 67.6404 Moreno 39.132 31.571 7.5615 São Lourenço da Mata 85.861 71.323 14.5386 Olinda 341.394 341.394 -7 Paulista 211.491 207.708 3.7838 Igarassu 79.837 59.817 20.0209 Itamaracá 11.606 8.580 3.02610 Ipojuca1 45.424 25.168 20.25611 Camaragibe 99.407 99.407 -12 Abreu e Lima 77.035 70.548 6.48713 Itapissuma 16.408 14.101 2.307 Total 2.919.979 2.757.088 162.891Área – 2.201 km2. 1 Ipojuca passou a fazer parte da RMR em 1994. Entretanto, para fins de contagem da população, foi considerado este Município na Mesorregião Metropolitana do Recife. Araçoiaba – A população desse município consta do município de Igarassu, de onde foi desmembrado, só passando a constar em 1995, ocasião em que foi inserido oficialmente na RMR.
QUADRO X – POPULAÇÃO EM 1996 – REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Município População Total População Urbana População Rural
1 Recife 1.346.045 1.346.045 -
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
2 Cabo 140.764 125.055 15.7093 Jaboatão 529.966 457.664 72.3024 Moreno 39.962 32.063 7.8995 São Lourenço da Mata 89.754 78.776 10.9786 Olinda 349.380 349.380 -7 Paulista 233.634 229.515 4.1198 Igarassu 72.990 55.884 17.1069 Itamaracá 13.799 11.210 2.58910 Ipojuca 48.479 30.428 18.05111 Camaragibe 111.119 111.119 -12 Abreu e Lima 80.828 72.679 8.14913 Itapissuma 19.186 16.077 3.10914 Araçoiaba 12.061 9.279 2.782 Total 3.087.967 2.926.174 162.793Área – 2.742,4 km2. Fonte BDE, a partir da contagem do IBGE.
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8.3. PROCESSO HISTÓRICO DA POLÍTICA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
QUADRO XI – CÓDIGO FLORESTAL DE 1934 – CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS
QUADRO XII – CATEGORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS, SEGUNDO CONVENÇÃO DE 1948
QUADRO XIII – ÁREAS PROTEGIDAS ATÉ 1965
QUADRO XIV – CÓDIGO FLORESTAL DE 1965 - CATEGORIAS DE ÁREAS RESERVADAS
QUADRO XV – LEI FEDERAL Nº 6.902, 27.04.1981 - CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS
QUADRO XVI – ÁREAS PROTEGIDAS NO BRASIL ATÉ 1983
QUADRO XVII – DEC. FED. Nº 89.336, 31.01.1984 - CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS
QUADRO XVIII – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL, ENTRE 1983 E 1986
QUADRO XIX – CATEGORIAS DE ÁREAS, EM 1990
QUADRO XX – PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 - CATEGORIAS DE UNID. DE CONSERVAÇÃO
QUADRO XXI – SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 – CATEGORIAS DE UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO
QUADRO XXII – CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
QUADRO XXIII – CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL
QUADRO XXIV – COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO
QUADRO XXV – COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO
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8.3. PROCESSO HISTÓRICO DA POLÍTICA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
O Código Florestal de 1934 conceituou os Parques Nacionais e as Florestas Nacionais, suscetíveis de exploração econômica, e introduziu o conceito de Florestas Protetoras – áreas de preservação em propriedades privadas. Entretanto, a primeira floresta protetora só foi estabelecida pelo Decreto-Lei nº 6.565, em 7 de junho de 1944, no governo de Getúlio Vargas, visando proteger as áreas de matas na propriedade privada de D. Mariana Castardo, no então Distrito Federal, que passou a constituir o Estado da Guanabara. A primeira floresta nacional – Araripe-Apodi, nos Estados do Ceará, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte – também só foi constituída em 2 de maio de 1946, através do Decreto-Lei nº 9.226. Nacional do. Esse Código definia como categorias de áreas a serem protegidas, conforme Quadro abaixo.
QUADRO XI – CÓDIGO FLORESTAL DE 1934 – CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS. Parque Nacional Estadual e Municipal
Florestas remanescentes de domínio público.
Proibição de qualquer atividade contra a flora e a fauna.
Floresta Nacional, Estadual e Municipal
Florestas de rendimento. Suscetíveis de exploração econômica.
Floresta Protetora Florestas remanescentes em propriedades privadas.
Conservação perene.
Fonte – Rocha, Carmem Moretzsohn. Legislação de Conservação da Natureza.
O Decreto Legislativo nº 3, de 13 de fevereiro de 1948, que sucedeu ao Código Florestal, aprova a Convenção51 para a proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas Naturais dos Países da América: “Os Governos Americanos, desejosos de proteger e conservar, no seu território natural, exemplares de espécies e gêneros da flora e da fauna indígena, incluindo aves migratórias, em número suficiente e em locais que sejam bastante extensos para que se evite, por todos os meios humanos, a sua extinção; e, desejosos de proteger e conservar as paisagens de grande beleza, as formações geológicas extraordinárias, as regiões e os objetos naturais de interesse estético ou valor histórico ou científico e os lugares caracterizados por condições primitivas dentro dos casos aos quais esta Convenção se refere; e,desejosos de formular uma Convenção para a proteção da flora, da fauna e das belezas cênicas naturais, dentro dos propósitos acima enunciados, convieram nos artigos desta Convenção.”
Essa Convenção definiu ou redefiniu categorias de áreas a serem protegidas, conforme Quadro a seguir.
QUADRO XII – CATEGORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS, SEGUNDO CONVENÇÃO DE 1948.
Parque Nacional As regiões estabelecidas para a proteção e conservação das belezas cênicas naturais e da flora e fauna de importância nacional, das quais o público pode aproveitar-se melhor ao serem postas sob a superintendência oficial.
Reserva Nacional As regiões estabelecidas para a conservação e utilização, sob a vigilância oficial, das riquezas naturais, nas quais se protegerá a flora e a fauna tanto quanto compatível com os fins para os quais estas reservas são criadas.
Monumento Natural
As regiões, os objetos, ou as espécies vivas de animais ou plantas, de interesse estético ou valor histórico ou científico, aos quais é dada proteção absoluta, a fim de conservar um objeto específico ou uma espécie determinada de flora ou fauna, declarando uma região, um objeto ou uma espécie isolada, monumento natural inviolável, exceto para a realização de investigações científicas ou inspeções oficiais, devidamente autorizadas.
51 O Brasil assinou a Convenção em 27 de dezembro de 1940, segundo Rocha, Carmem Moretzsohn. Legislação de Conservação da Natureza.op.cit., p.30.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Reserva de Região Virgem Uma região administrada pelos poderes públicos, onde existem condições primitivas naturais de flora, fauna, habitação e transporte, com ausência de caminhos para o tráfego de veículos e onde é proibida toda a exploração comercial.
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias. Baseado em Rocha, Carmem Moretzsohn. Legislação de Conservação da Natureza.1986.
Entretanto, não foram significativamente alteradas as categorias de áreas a serem reservadas no Brasil, e continuaram a ser criados os Parques Nacionais, Florestas Nacionais, Florestas Protetoras, Florestas Remanescentes e Reservas Florestais, até a instituição do novo Código Florestal de 15 de setembro de 1965. Até então, as salvaguardas tinham uma escala nacional e sua gestão estava condicionada ao Ministério da Agricultura. Em alguns casos, a exemplo da Floresta do Apodi, o Governo Federal definiu cargos “extranumerários”,52 a serem admitidos para apoiar o Serviço Florestal do Ministério da Agricultura. Até o Novo Código Florestal de 1965, muitas áreas foram protegidas por Decretos, conforme Quadro a seguir.
QUADRO XIII – ÁREAS PROTEGIDAS ATÉ 1965. Categorias 1934/1960 1960/1965 1934/1965
Parque Nacional 06 10 16 Floresta Protetora 15 05 20 Floresta Nacional 02 01 03 Floresta Remanescente 01 00 01 Reserva Florestal 00 09 09 Total 24 25 49
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
O novo Código Florestal – Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 – faz nova categorização das áreas a serem preservadas, segundo a permissão ou não para a exploração dos recursos naturais.
QUADRO XIV - CÓDIGO FLORESTAL DE 1965: CATEGORIAS DE ÁREAS RESERVADAS Parques Nacionais, Estaduais e Municipais e Reservas Biológicas
Com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização educacional, recreativa e científica
Fica proibida qualquer forma de exploração dos recursos naturais
Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais
Com fins econômicos técnicos ou sociais
Fonte - Legislação de Conservação da Natureza, Fundação Brasileira para Conservação da Natureza. CESP, Companhia Energética de São Paulo, 1986.
Ao final da década de 1970, o debate retorna com intensidade, principalmente quanto às áreas de proteção ambiental, acarretando alterações na Legislação Federal em vigor. O Decreto nº 84.017, de 21 de setembro de 1979, aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros, destacando suas definições e destinações.
A Lei Federal nº 6.902, de 27 de abril de 1981, dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental e dá outras providências. O Quadro a seguir apresenta uma síntese da definição dos grupos de áreas tratados na Lei.
52 Rocha, Carmem Moretzsohn. Legislação de Conservação da Natureza.1986, cit., p.23.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO XV - LEI FEDERAL Nº 6.902, 27.04.1981 - CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS Estações Ecológicas Áreas representativas de ecossistemas brasileiros destinadas à realização de pesquisas
básicas e aplicadas da Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista.
Áreas de Proteção Ambiental
Dentro dos princípios constitucionais que regem o direito de propriedade, o Poder Executivo estabelecerá normas limitando ou proibindo atividades potencialmente poluidoras ou degradadoras.
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio
Ambiente e Minorias.
Um novo conjunto de áreas é estabelecido no território nacional, através de Leis e Decretos Federais. O Quadro a seguir apresenta a situação entre os anos de 1965 e 1983, ocasião em que são regulamentadas novas áreas, segundo Decreto nº 88.351, de 1 de junho de 1983, que regulamenta a Lei Federal nº6.938, de 31 de agosto de 1981 e a Lei federal nº 6.902, de 27 de abril de 1981, que dispõem, respectivamente, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental.
QUADRO XVI– ÁREAS PROTEGIDAS NO BRASIL ATÉ 1983.
Categorias 1965/1980 1981/1983 1965/1983
Parque Nacional 09 02 11 Reserva Biológica 07 06 13 Floresta Nacional 01 - 01 Estação Ecológica - 12 12 Total 17 20 37
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
Com o Decreto Federal nº 89.336, de 31 de janeiro de 1984 ficam definidas as Reservas Ecológicas e as Áreas de relevante Interesse Ecológico, explicitadas no Quadro a seguir.
QUADRO XVII - DECRETO FEDERAL Nº 89.336, 31.01.1984 - CATEGORIAS DE ÁREAS PROTEGIDAS Reserva Ecológica Pública ou particular, nas margens dos rios e lagos e outros locais de preservação
ambiental permanente Área de Relevante Interesse Ecológico
Áreas que possuam características naturais extraordinárias ou abriguem exemplares raros da biota regional e tiverem extensão inferior a 5.000 há e pequena ou nenhuma ocupação humana.
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
Entre 1983 e julho de 1986 foram criadas no Brasil as Unidades de Conservação constantes do Quadro a seguir.
QUADRO XVIII – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL, ENTRE 1983 E 1986. Categoria Quantidade
Parque Nacional 02 Reserva Biológica 02 Floresta Nacional 01 Área de Proteção Ambiental 08 Estação Ecológica 02
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Reserva Ecológica 04 Área de Relevante Interesse Ecológico 10 Total 29
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
Em 1990 ocorre uma inovação conceitual na categorização de unidades de conservação no Brasil com a criação das Reservas Extrativistas, através do Decreto Federal nº 98.897, de 30 de janeiro de 199053 que as define como espaços territoriais de interesse ecológico e social, destinados à exploração auto-sustentável e à conservação dos recursos naturais renováveis por população extrativista, mediante regulação definida em contrato de concessão real de uso. Esse direito é concedido a título gratuito, onde estará definido, na forma de um contrato, o plano de utilização aprovado pelo órgão federal de proteção ao meio ambiente.
Neste mesmo ano, o Decreto Federal nº 98.914, de 31 de janeiro de 1990, dispõe sobre a instituição de Reservas Particulares de Proteção Natural – RPPN, por destinação do proprietário, em caráter perpétuo. Essas reservas são constituídas por imóveis de domínio privado onde existem condições naturais primitivas, semi-primitivas, recuperadas, ou cujas características justifiquem ações de recuperação, pelo aspecto paisagístico, ou para a preservação do ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativa do Brasil. O Decreto Presidencial traz ainda o modelo de Termo de Compromisso a ser firmado pelo proprietário, ou seu representante legal, que se compromete a divulgar, na região, a sua condição de RPPN, destacando a proibição de desmatamentos, queimadas, caça, pesca, apanha, captura de animais e quaisquer outros atos que afetem o meio ambiente local. No caso do órgão federal de meio ambiente caberá ao mesmo encaminhar o pedido de isenção do Imposto de Terras Rurais - ITR, junto ao INCRA. No quadro a seguir encontram-se as características dessas unidades.
QUADRO XIX- CATEGORIAS DE ÁREAS, EM 1990. Reserva Extrativista Exploração sustentável dos recursos naturais por população residente.
Reserva Particular do Patrimônio Natural Conservação permanente em imóveis privados.
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
Em 1991 existiam no território nacional 142 Unidades de Conservação, distribuídas nas seguintes categorias de manejo: 34 Parques Nacionais; 23 Reservas Biológicas; 21 Estações Ecológicas; 06 Reservas Ecológicas; 16 Áreas de Proteção Ambiental; 38 Florestas Nacionais; e 04 Reservas Extrativistas54.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, criado pela Lei Federal nº 6.938/81 e estabelecido segundo Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, com alterações em alguns dispositivos através do Decreto nº 91.305/85. O CONAMA promoveu uma articulação dos diferentes tipos de unidades de conservação, com a Resolução nº 11/87, de 03 de dezembro de 1987, que declara como Unidades de Conservação as seguintes categorias de Sítios Ecológicos de Relevância Cultural, criados por atos do Poder Público: Estações
53 Reservas Extrativistas são espaços territoriais considerados de interesse ecológico e social, constituindo áreas que possuam características naturais ou exemplares da biota e que possibilitem a sua exploração auto-sustentável, sem prejuízo da conservação ambiental. Na sua criação são definidos os limites geográficos, a população destinatária e as medidas a serem tomadas pelo Poder Público Executivo para a sua implantação, ficando a cargo do órgão federal, no caso o IBAMA, as desapropriações que se fizerem necessárias. 54
Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias
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Ecológicas; Reservas Ecológicas; Áreas de Proteção Ambiental, especialmente suas zonas de vida silvestre e os corredores ecológicos; Parques Nacionais, Estaduais e Municipais; Reservas Biológicas; Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais; Monumentos Naturais; Jardins Botânicos e Jardins Zoológicos; e Hortos Florestais. O Projeto de Lei nº 2.892/92, encaminhado pelo Executivo para a criação de um Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, propõe uma revisão conceitual e legal das unidades de conservação existentes no Brasil. Foi objeto de discussões no Congresso Nacional, gerando debates no âmbito internacional, com Substitutivo proposto.
A principal diferença entre o Projeto de Lei e o Substitutivo55 refere-se à criação de uma categoria de Unidade de Conservação de manejo provisório, estabelecida no PL e com supressão proposta no substitutivo. Dessa forma, são três as categorias propostas no PL, passando a duas no substitutivo, como explicitado nos Quadros a seguir:
QUADRO XX – PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 - CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Unidades de Proteção Integral
Admitido apenas o uso indireto dos recursos
Unidades de Manejo Provisório
Proteção total em caráter transitório, sendo permitido o uso sustentável pela população tradicional local até a definição
Única categoria de UC: Reserva de Recursos naturais
Unidades de Manejo Sustentável
Admitida a exploração de parte dos recursos disponíveis.
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
QUADRO XXI – SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 – CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Unidades de Proteção Integral
Admitido apenas o uso indireto dos recursos
Atividades que fazem uso da natureza sem, no entanto, causar uma alteração significativa dos atributos naturais.
Unidades de Uso Sustentável
Assegurar o uso sustentável dos recursos.
Uso de recursos naturais renováveis em quantidades ou com uma intensidade compatível com sua capacidade de renovação.
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
O Quadro seguinte apresenta a definição de cada categoria de proteção integral e de uso sustentável, estabelecendo os limites entre cada uma.
QUADRO XXII – CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
PL 2.892 SUBSTITUTIVO
ESTAÇÃO ECOLÓGICA
Destina-se à proteção integral da biota e demais atributos naturais nelas existentes, bem como para a realização de pesquisas científicas, permitida a alteração de até cinco por cento da totalidade da sua área, até o limite máximo de 1.500 ha.
É constituída por ecossistemas naturais, podendo incluir, em alguns casos, ecossistemas modificados, e têm como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas rigorosamente observadas... A visitação é permitida exclusivamente para fins educativos...
55 O Substitutivo ao Projeto de Lei nº 2.892/92 foi apresentado pelo Deputado Fábio Feldman.
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PARQUE NACIONAL
Destina-se à preservação integral de áreas naturais inalteradas ou pouco alteradas pela ação do homem, com relevante interesse científico, cultural, cênico, educativo e recreativo, permitida a visitação pública, condicionada a restrições específicas.
Constituído por ecossistemas naturais e, em menor escala, por ecossistemas modificados, em geral de grande beleza cênica, e objetiva preservar a natureza e proporcionar oportunidade para pesquisa científica, educação ambiental, lazer e turismo ecológico.
MONUMENTO NATURAL
Destina-se a preservar áreas que contêm sítios abióticos e cênicos que, por sua singularidade, raridade, beleza e vulnerabilidade, exijam proteção, não justificando a criação de outra categoria de UC, dada a extensão limitada da área ou a ausência de diversidade de ecossistemas. É permitida a visitação pública....
Constituído por sítios abióticos singulares ou de especial beleza cênica,cuja extensão física limitada ou ausência de diversidade de ecossistemas, não justifica a criação de um Parque nacional. Objetiva preservar a natureza e proporcionar oportunidade para a pesquisa científica, a educação ambiental e o turismo ecológico.
REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE
Destina-se a assegurar condições para a existência ou a reprodução de espécies ou comunidades da flora local, bem como da fauna residente ou migratória. É permitida a visitação pública....
Constituído por ecossistemas naturais ou ecossistemas modificados, em geral de extensão reduzida, mas de importância crítica para a sobrevivência ou a reprodução de espécies ou comunidades da flora e da fauna local ou da fauna migratória...
RESERVA BIOLÓGICA
Destina-se à preservação integral da biota e demais atributos naturais aí existentes, sem qualquer interferência humana direta ou modificações ambientais...
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
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QUADRO XXIII – CATEGORIAS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL
PL 2.892 SUBSTITUTIVO
RESERVA EXTRATIVISTA
Representada por áreas naturais, utilizadas por populações tradicionalmente extrativistas como fonte de subsistência para a coleta de produtos da biota nativa, de acordo com planos de utilização...
Constituída por ecossistemas modificados, podendo incluir também ecossistemas naturais ou cultivados. São áreas ocupadas por populações tradicionalmente extrativistas, cuja subsistência baseia-se na coleta de produtos da biota nativa, e tem como objetivo o uso sustentável dos recursos naturais e a conservação dos ecossistemas ..
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
Representa porções do território brasileiro e de águas jurisdicionais, de configuração e dimensões variáveis, submetidas a diversas modalidades de manejo. Podem compreender ampla gama de paisagens naturais ou semi-naturais, com características notáveis e dotadas de atributos bióticos e abióticos, estéticos e culturais, que exijam proteção para assegurar o bem estar das populações humanas, resguardar ou melhorar as condições ecológicas locaise manter paisagens e atributos culturais relevantes.
Constituída por ecossistemas modificados, cultivados ou, em menor escala, construídos, podendo também incluir ecossistemas naturais e, em alguns casos, ecossistemas degradados. São áreas em geral extensas, com um grau maior ou menor de ocupação humana, dotadas de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações residente e do entorno, com o objetivo de disciplinar o processo de ocupação, assegurar o uso sustentável dos recursos naturais...
FLORESTA NACIONAL
Representada por áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas, destinadas à produção econômica sustentável de madeira e outros produtos vegetais....
Constituída por ecossistemas modificados ou cultivados, podendo incluir ecossistemas naturais ou ecossistemas degradados. São áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas, visando a produção econômica sustentável de madeira e outros produtos vegetais, a proteção dos recursos hídricos, a pesquisa científica...
RESERVA DE FAUNA
Áreas naturais que contêm populações de animais nativos, terrestres ou aquáticos, residentes ou migratórios, construindo habitats adequados aos estudos técnico-científicos da utilização econômica dos recursos faunísticos.
Constituída por ecossistemas modificados ou naturais, contendo populações de animais nativos, terrestres ou migratórios, adequados para o desenvolvimento de pesquisas e estudos técnico-científicos sobre o uso econômico sustentável dos recursos faunísticos.
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
Em relação às Unidades de Conservação de Proteção Integral, o Substitutivo aponta a necessidade de supressão da categoria de Reserva Biológica, cuja conceituação era semelhante à de Estação Ecológica. O Quadro em seguida apresenta as categorias tratadas em cada instrumento.
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QUADRO XXIV – COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO.
PL 2.892 SUBSTITUTIVO PL 2.892 Estação Ecológica Estação Ecológica Parque Nacional. Parque Nacional. Monumento Natural Monumento Natural Refúgio de Vida Silvestre Refúgio de Vida SilvestreReserva Biológica –
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
Quanto às Unidades de Conservação de Uso Sustentável não houve mudanças entre o Projeto de Lei e o Substitutivo. O Quadro seguinte apresenta as categorias tratadas em cada instrumento.
QUADRO XXV – COMPARATIVO ENTRE O PROJETO DE LEI Nº 2.892/92 E O SUBSTITUTIVO.
PL 2.892 SUBSTITUTIVO PL 2.892 Reserva Extrativista Reserva Extrativista Área de Proteção Ambiental Área de Proteção Ambiental Floresta Nacional Floresta Nacional Reserva de Fauna Reserva de Fauna Reserva Biológica
Fonte – Workshop sobre Políticas de Unidades de Conservação, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 29.11 a 02.12.94, Câmara de Deputados, Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
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8.4. SÍTIOS HÍSTÓRICOS DA RMR
QUADRO XXVI – ESCALA DE HIERARQUIZAÇAO DOS SÍTIOS HISTÕRICOS DA RMR
QUADRO XXVII – SÍTIOS HISTÓRICOS DA RMR – CATEGORIA POR MUNICÍPIO
QUADRO XXVII – SÍTIOS HISTÓRICOS NA ÁREA URBANA DOS MUNICÍPIOS
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QUADRO XXVI – ESCALA DE HIERARQUIZAÇÃO DOS SÍTIOS HISTÓRICOS DA RMR CRITÉRIOS DE
PRIORIZAÇÃO CATEGORIA LOCAKIDADE
Execução de Obras de Preservação Execução de Ações Normativas 1- Sítios Tombados
Igarassu (sede) Montes Guararapes; Olinda; e Sítio da Trindade
Montes Guararapes; Igarassu, Sítio da Trindade e, Olinda.
2- Conjuntos Antigos
Bairro da Boa Vista (parte) Bairro de São José/Santo Antonio (parte); Bairro do Recife (parte);Forte e Estação do Brum
Pátio de Santa Cruz Pátio de Santa Cruz; Ruas dos Bairros de São José/Santo Antonio; Ruas do Bairro da Boa Vista; Estação e Forte do Brum; e Igreja do Pilar.
3- Edifícios Isolados
Forte Orange; Forte de Pau Amarelo; Casa da Cultura; Sobrado do Madalena; Igreja N.S. do Ó, em Pau Amarelo
Matadouro de Peixinhos; Casa da Cultura; Forte de Pau Amarelo; Sobrado da Madalena; Igreja de N.S.de B.Viagem do Pasmado.
Forte de Pau Amarelo; Capela do Eng. Gurapu; Forte Orange; Igreja N.S.da Boa Viagem; Matadouro de Peixinhos,e Sobrado da Madalena.
4- Povoados Antigos
Cabo de Santo Agostinho Cabo de Santo Agostinho Cabo de Santo Agostinho
5- Engenhos Eng. Massangana; Eng. Monjope.
Eng. Massangana Eng. Morenos
6- Ruínas - Capela N.S.dos Prazeres; Maranguape; Arraial Novo do Bom Jesus
-
7- Vilas Operárias
- - -
Fonte - PPSH/RMR
QUADRO XXVII – SÍTIOS HISTÓRICOS DA RMR – CATEGORIAS POR MUNICÍPIO
MUNICÍPIOS Conjuntos Antigos
Conjuntos Antigos
Povoados Antigos Engenhos Ruínas Sítios
Tombados
Sem Classifica-
ção Vilas
Operárias TOTAL
Cabo de Santo Agostinho 1 2 1 3 2 - 1 1 11 Igarassu - 2 - 1 - 1 - - 4 Itamaracá 2 1 1 1 - - - - 5 Jaboatão dos Guararapes 1 1 1 - - 1 - 1 5 Moreno - - - 6 - - - 1 7 Olinda - 1 - - 1 1 - - 3 Paulista - 5 - - 3 - - 1 9 Recife 9 21 - - - - - - 30 São Lourenço da Mata 1 3 - 1 - - - 1 6 TOTAL
14 36 3 12 6 3 1 5 80
Fonte – Plano de Preservação dos Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife – PPSH/RMR – 1978 * Por ocasião do PPSH/RMR, a região era composta de 9 municípios.
QUADRO XXVIII– SÍTIOS HISTÓRICOS NAS ÁREAS URBANAS DOS MUNICÍPIOS.
(1) O universo apresentado nesta tabela, além dos sítios definidos no PPSH/ RMR, apresenta aqueles contidos na Proposta de Atualização dos Sítios Históricos do Cabo -92.
(2) O universo estudado representa os sítios históricos definidos pelo Plano de Preservação dos Sítios Históricos do Interior, elaborado pela FIAM - 80, quando Ipojuca ainda não pertencia a RMR.
Municípios Sítios Urbanos
Municípios Sítios Urbanos
Abreu e Lima 01 Itapissuma 01 Araçoiaba - Jaboatão dos Guararapes 04 Cabo de Santo Agostinho (1) 02 Moreno - Camaragibe 01 Olinda 03 Igarassu 02 Paulista 05 Ipojuca (2) 01 Recife 31 Ilha de Itamaracá 03 São Lourenço da Mata 02
Fonte PPSH/RMR - FIDEM - 1978
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8.5. PROTEÇAO AMBIENTAL
QUADRO XXIX – LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS
QUADRO XXX – LEGISLAÇÃO ESTADUAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO XXIX - LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS
INSTRUMENTO EMENTA Lei nº 5.197/67, 03 de janeiro de 1967
Dispõe sobre a Proteção da Fauna e dá outras providências.
Lei nº 5.868/72, 12 de dezembro de 1972
Cria o Sistema Nacional de Cadastro Rural e dá outras providências
Decreto nº 73.030/73 Cria no âmbito do Ministério do Interior a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA e dá outras providências.
Lei nº 5.870/73 26 de março de 1973
Acrescenta alínea ao Artigo 26, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o novo Código Florestal. A alteração visa a inclusão de floresta, trata da localização e área, assim como sobre Região Metropolitana, com normas de preservação.
Lei nº 6.535/78 15 de junho de 1978
Acrescenta dispositivo ao Artigo 2, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o novo Código Florestal.
Lei nº 6.766/79, 19 de dezembro de 1979. Modificada pela Lei Federal nº 9.785/99, de 29 de janeiro de 1999.
Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.
Decreto nº 84.017/79, 21 de setembro de 1979
Aprova o regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.
Lei nº 6.803/80, 02 de julho de 1980
Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição e dá outras providências.
Decreto nº 84.973/80, 29 de julho de 1980
Dispõe sobre a co-localização de Estações Ecológicas e Usinas Nucleares
Lei nº 6.902/81, 27 de abril de 1981
Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e dá outras providências.
Lei nº 6.938/81, 31 de agosto de 1981
Política Nacional do Meio Ambiente
Decreto nº 88.351/83, 01 de junho de 1983
Regulamenta as Estações Ecológicas.
Decreto nº 89.336/84, 31 de janeiro de 1984
Reservas ecológicas, Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Relevante Interesse Ecológico.
Decreto nº 7.347/85, 24 de julho de 1985
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e, dá outras providências.
Lei nº 7.511/86 07 de julho de 1986
Altera dispositivos da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o novo Código Florestal.
Decreto nº 94.401/87, 03 de junho de 1987
Aprova a Política Nacional para Assuntos Antárticos.
Lei Federal nº 7.661/88 16 de maio de 1988
Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro.
Constituição Federal, outubro de 1988 Art. 225. Atualizada com Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004.
Compreende o Capítulo VI – Do Meio Ambiente que dispõe – “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Lei nº 7.804/89, 18 de julho de 1989
Cria as Reservas Extrativistas
Decreto nº 98.830/90, 15 de janeiro de 1990
Dispõe sobre a coleta, por estrangeiros, de dados e materiais científicos no Brasil e dá outras providências.
Decreto nº 2.473/90, 26 de janeiro de 1990
Dispõe sobre reservas extrativistas.
Decreto nº 98.897/90, 30 de janeiro de 1990
Regulamenta a criação de reservas extrativistas.
Decreto nº 98.914/90, 31 de janeiro de 1990
Dispõe sobre a instituição, no território nacional, de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, por destinação do proprietário.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
Decreto nº 99.274/90, 06 de junho de 1990
Regulamenta as Leis 6.902/81 e 6.938/81.
Decreto nº 8.171/91, 17 de janeiro de 1991
Dispõe sobre a Política Agrícola.
Decreto nº 8.617/93, 04 de janeiro de 1993
Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros e dá outras providências.
Decreto nº 750/93, 10 de fevereiro de 1993
Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão da vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica e dá outras providências.
Decreto nº 1.298/94, 27 de outubro de 1994
Aprova o regulamento das Florestas Nacionais e dá outras providências.
Decreto nº 1.922/96, 05 de junho de 1996
Dispõe sobre o reconhecimento das reservas Naturais Particulares do Patrimônio Natural e dá outras providências.
Lei nº 9.605/98 12 de fevereiro de 1998
Crimes Ambientais. Decreto nº 98.830/90, de15 de janeiro de 1990.
Lei nº 9.985/2000 Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC e dá outras providências.
Decreto nº 5300/04 07 de dezembro de 2004
Regulamenta a Lei 7.661, de 16 de maio de 1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC, dispõe sobre regras de uso e ocupação da Zona Costeira e estabelece critérios de gestão da orla marítima e dá outras providëncias.
Resolução do CONAMA nº 001/86
Critérios para EIA/RIMA
Resolução do CONAMA nº 303/02
Estabelece Limites e Definições das Áreas de Preservação Permanente – APPs.
Resolução do CONAMA nº 312/02
Licenciamento Ambiental de empreendimentos de carcinicultura.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
QUADRO XXX - LEGISLAÇÃO ESTADUAL SOBRE ÁREAS PROTEGIDAS Decreto nº 6.347/80 18 de março de 1980.
Define competências de atuação na aplicação de leis na Região Metropolitana do Recife exercido pela FIDEM, atual Agência CONDEPE/FIDEM.
Lei Estadual nº 9.960/86 17 de dezembro de 1986
Define as Áreas de Interesse Especial da Orla Marítima dos Municípios do Estado de Pernambuco.
Lei Estadual nº 9.860/86 12 de agosto de 1986
Define as Áreas de Proteção de Mananciais na RMR.
Lei Estadual nº 9.931/86 11 de dezembro de 1986
Define as Áreas Estuarinas de PE.
Lei Estadual nº 9.989/87 13 de janeiro de 1987
Define as Reservas Ecológicas da RMR.
Lei Estadual nº 9.990’87 14 de janeiro de 1987
Parcelamento do solo urbano na RMR.
Constituição Estadual / 1989 Art. 205
Competência dos Estados e Municípios, em consonância com a União, em proteger Áreas de Interesse Cultural e Ambiental, especialmente os arrecifes, os mananciais de interesse público e suas bacias, os locais de pouso, alimentação e/ou reprodução da fauna, bem como áreas de ocorrência de endemismos e raros bancos genéticos e as habitadas por organismos raros e vulneráveis, ameaçados ou em via de extinção.
Lei Estadual nº 11.516 30 de dezembro de 1997
Define competências, licenciamento e infrações da CPRH.
Lei Estadual nº 11.516 30 de dezembro de 1997
Dispõe sobre o licenciamento ambiental, infrações administrativas e ambientais e dá outras providências.
Decreto nº 20.586/98 28 de maio de 1998
Regulamenta a Lei 11.516 e dá outras providências.
Lei nº 11.734/99 30 d dezembro de 1999
Altera a Lei nº 11.516/97 que trata do licenciamento ambiental a ser exercido pela CPRH.
Decreto nº 21.972/99 29 de dezembro de 1999
Aprova o Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro – ZEEC do Litoral Sul de PE.
Decreto nº 24.017/02 07 de fevereiro de 2002
Aprova o Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro – ZEEC do Litoral Norte de PE.
Resolução do CONSEMA nº 02/02
Licenciamento Ambiental de empreendimentos de carcinicultura.
Lei Estadual nº 049 31 de janeiro de 2003
Dispõe sobre as áreas de atuação do Poder Executivo Estadual, estando a área de gestão ambiental como não exclusiva, mas concorrente.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
8.6. PARQUE METROPOLITANO ARMANDO HOLANDA CAVALCANTI
Visando detalhar a situação do Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti este item trata dos aspectos gerais e históricos; aspectos jurídicos e institucionais; aspectos econômicos; das potencialidades e problemas na área, assim como elenca o conjunto de propostas para a área, trazendo os elementos de uma gestão, no âmbito metropolitano.
– ASPECTOS GERAIS E HISTÓRICOS
O Cabo de Santo Agostinho, denominação assumida pelo município no qual está localizado, integrante da Região Metropolitana do Recife, é o principal acidente geográfico do litoral sul de Pernambuco.
Distante 34 Km do Recife, o seu acesso é feito pelas rodovias BR - 101, PE - 60 e PE - 28, todas em boas condições de uso, que também dão acesso as Praias de Gaibu, ao norte, e Suape, ao sul, consolidando intensos processos de ocupação, de naturezas diferentes: Gaibu, como núcleo urbano de formação espontânea e Suape, como base de implantação de equipamento hoteleiro e de lazer de grande porte, atraindo intenso fluxo de usuários.
No caso do Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti, trata-se de uma parceria público - privada, com obrigações contratuais decorrentes de permissão de uso de área a título oneroso, envolvendo instituições públicas dos três níveis de governo, a comunidade residente e a comunidade externa usuária do futuro Parque, como consumidora e/ou prestadora de serviços nele instalados.
Como processo permanente de planejamento, torna-se importante, senão fundamental, a constituição de um Conselho Gestor do Parque, tendo entre suas atribuições o gerenciamento do Plano Estratégico do Parque e das ações e projetos dele decorrentes, contando com membros das entidades da administração estadual mais diretamente envolvidas, da Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho e das comunidades usuárias e residentes, com participação paritária à do setor público.
A atuação deste Conselho, sob liderança competente, garantirá a implantação do Plano e a avaliação dos impactos de suas ações, devendo proceder sempre os ajustes necessários para manter a coerência entre as ações propostas e a realidade, em modificação.
Oficialmente descoberto em 1501 pelo navegador Américo Vespúcio, a serviço da coroa portuguesa e, com versão da presença anterior do espanhol Vicente Yañes Pinzon, em 26 de janeiro de 1500, ainda não incorporada à história do Brasil, no exato momento em que a navegação marítima assume dimensão mundial, o Cabo de Santo Agostinho, rapidamente, tornou-se referência obrigatória para aqueles que utilizavam as correntes marítimas para atingir o continente africano ou dele retornar.
No período de conhecimento e domínio do território conquistado, e por muito tempo depois, foi considerado como ponto extremo oriental das Américas. Por suas características geográficas, durante o período de colonização e do concorrido comércio açucareiro, assumiu a condição de ponto estratégico na defesa da costa brasileira. Extremamente disputado por portugueses e holandeses, o Cabo nos lega edifícios militares e religiosos, entre os quais destacamos: a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, as ruínas do seu
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convento, as ruínas da Capela Velha, do Antigo Quartel, do Forte Castelo do Mar, das Baterias de São Jorge, da antiga Casa do Faroleiro, da Bateria de Calhetas e do Forte de São Francisco Xavier, o qual, durante a Segunda Guerra Mundial, ainda serviu de posto avançado de observação das forças aliadas.
Por seu aspecto singular de sítio natural e cultural, e de elemento turístico importante do litoral do Estado de Pernambuco, foi desapropriado em 1979 pelo Governo do Estado e destinado à implantação de um Parque Metropolitano.
– ASPECTOS JURÍDICOS E INSTITUCIONAIS
Em 1975, o PDI/RMR - Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Recife ressalta a necessidade de um Plano de Preservação Ambiental Urbana com ênfase nas áreas históricas, entre as quais destaca no município do Cabo de Santo Agostinho, a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré e as ruínas do seu Convento, já tombadas pelo IPHAN desde 1961. Quando em 1978 foi elaborado o PPSH/RMR- Plano de Preservação dos Sítios Históricos da Região Metropolitana do Recife foi definido o Sítio Histórico Cabo de Santo Agostinho, na categoria de Sítio Tombado.
Em 1979 o Decreto nº 5554 de 06/02/79 cria o Parque Metropolitano de Santo Agostinho e também pelo Decreto nº 5765 de 15/5/79 é mudado seu nome para Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti. Em seqüência foi elaborado, em 1980, o Plano Diretor do Sistema de Parques Metropolitanos, pela FIDEM, que considera a implantação desse parque como prioridade para a região metropolitana, em particular para o litoral sul, e o Plano de Preservação e Revitalização56 do Cabo de Santo Agostinho, Vila de Nazaré e povoados de Gaibu e Suape, com indicativos dos equipamentos necessários ao atendimento às necessidades da RMR. Ainda em 1980 foi elaborado um Cadastro de Posseiros das áreas desapropriadas do Cabo de Santo Agostinho
Em 1983 a área do Parque é considerada Zona de Proteção Cultural, como parte das normas de Uso do Solo do Complexo Industrial Portuário de SUAPE, aprovado pelo Decreto nº 8447 de 02/3/83. Ainda em 1983 é lançado o Edital de Tombamento do Sítio Histórico do Cabo de Santo Agostinho, só homologado em 1993 através do Decreto nº 17070 de 16/11/93.
56 O escritório Sena Caldas & Polito Arquitetos Associados foi contratado pela FUNDARPE e pela Empresa SUAPE para elaboração do Revitalização, em tela.
Igreja de Nazaré, na parte central da área do parque.
Ruínas do Convento N.Sra. de Nazaré.
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Em 1989 a Empresa SUAPE aprova a Permissão de Uso de Bem Imóvel, a título oneroso, pelo prazo de 99 anos, de uma área de 117 ha, denominada Propriedade Tiriri, ao grupo empreendedor do Hotel em Suape, tendo como contrapartida a restauração dos prédios públicos, equipamentos e monumentos históricos, bem como a preservação do meio ambiente do Parque por igual período, além do ônus pela vigilância, impostos e taxas incidentes sobre a área do Parque.
Em 1997, na reunião do Conselho de Desenvolvimento da RMR – CONDERM é lançada a proposta, pela Prefeitura do Município do Cabo de Santo Agostinho, de se rever o Plano Diretor de Preservação e Revitalização do Parque de Santo Agostinho, elaborado dezoito anos antes.
Assim, em 1998 foi elaborado um novo Cadastro por Imóvel da Ocupação da Área do Parque e, em 1999, novo Plano Estratégico foi desenvolvido no sentido de atualizar as ações para a implementação do parque, bem como para permitir a sustentabilidade ambiental, social e econômica da área, em parceria com o setor privado.
Após as transformações ocorridas nos últimos anos nas diversas esferas governamentais, atualmente a área do Cabo de Santo Agostinho figura entre as atribuições das seguintes instituições: na esfera federal:
� Ministérios da Defesa (Terrenos de Marinha); � Ministério da Fazenda (Patrimônio da União); � Ministério do Meio Ambiente, através do IBAMA; � Ministério da Cultura, através do IPHAN; � Ministério da Educação, através da UFPE; e, � Fundação do Economiários Federais - FUNCEF, com atribuições específicas
sobre a área, em função do instrumento de Permissão de Uso, a título oneroso.
As instituições estaduais que se encontram vinculadas à área são: � Empresa SUAPE – Complexo Industrial Portuário; � Secretaria de Planejamento, através da Agência Estadual de Planejamento e
Pesquisas CONDEPE/FIDEM; � Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, através da
EMPETUR; � Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, através da CPRH; e, � Secretaria de Cultura, através da FUNDARPE.
Demais entidades envolvidas: � Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho;� Agentes locais de turismo; � Moradores e associações existentes na área.
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Vista parcial da enseada de SUAPE.
– ASPECTOS ECONÔMICOS57
De acordo com o projeto econômico de Pernambuco para o litoral sul do Estado, a área do Cabo de Santo Agostinho está inserida dentro da perspectiva do Turismo e Preservação Ambiental. Entretanto, é visível a necessidade de um trabalho que qualifique a área para receber os investimentos e se inserir no processo econômico e de sustentabilidade.
Atualmente, verifica-se uma completa dispersão de atividades profissionais dos habitantes do Parque, o que enfraquece desta maneira o potencial de outras fontes econômicas em maior sintonia com a área. Ainda assim, muitas destas atividades exercidas são de caráter complementar à renda familiar, a qual varia na maior parte entre 1 e 3 salários mínimos.
Basicamente estas atividades econômicas estão voltadas aos serviços pessoais, tais como corte e costura, cabeleireiro e manicure, assim como uma culinária local e a fabricação de doces. Não há atividade com grande concentração de mão de obra.
Dentre o número de edificações existentes na área do Parque, há uma predominância do uso residencial. A maioria dos imóveis são próprios ou fruto de invasões, sendo que 80% deles são em alvenaria e 15% em taipa, e apresentam média de ocupação variando entre 4 e 5 habitantes por residência.
A questão da posse definitiva da terra é atribuída pelos habitantes da área como a principal responsável pelo desconhecimento do Projeto e de quaisquer outras intervenções a serem planejadas para o local. Do ponto de vista dos ocupantes, embora a área pertença ao Estado, os planos para o local devem contemplar as perspectivas dos atuais moradores, inclusive para efeito de dimensionamento das ocupações e de seus usos. Apesar de desconhecerem o plano, a maior expectativa é em relação a emprego, infra-estrutura física e preservação do meio ambiente.
57
Os dados apresentados têm por base o Plano Estratégico do Parque Armando de Holanda Cavalcanti, elaborado em cumprimento ao Convênio nº 003/98 celebrado entre a FIDEM – Fundação de Desenvolvimento Municipal, a FADE – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE e a FUNCEF – Fundação dos Economiários Federais, com interveniência da Empresa SUAPE – Complexo Industrial Portuário, da FUNDARPE – Fundação do Patrimônio Histórico Artístico de Pernambuco e da CPRH – Companhia Pernambucana do Meio Ambiente, finalizado em 1999.
Praia do Paraíso, situada na parte sul do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti com vegetação degradada e pequena área erodida.
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As praias de Calhetas e Paraíso, localizadas no Parque constituem a principal opção de lazer dos moradores da área do Parque assim como as celebrações e festas religiosas.
A área apresenta ainda equipamentos como bares, restaurantes e lanchonetes, embora não disponha de sanitários, centro de informações, áreas para esportes e parques infantis, que poderiam melhorar a qualidade de vida dos moradores.
– POTENCIALIDADES E PROBLEMAS NA ÁREA
As características físicas do meio ambiente natural e cultural constituem recursos fundamentais oferecidos pelo Cabo de Santo Agostinho. O seu relevo que proporciona locais naturais para mirantes e vistas paisagísticas, também apresenta interesse por sua formação geológica, que originou o cabo e a sua formação vulcânica.
A beleza de sua pequena faixa de praias e a seu potencial turístico destaca a área em relação a outros pontos do litoral de Pernambuco.
Consideram-se como potencialidades da área: � Características físico-ambientais pela situação geográfica, relevo e paisagem; � Existência de edificações pioneiras da Vila de Nazaré, inclusive a Igreja e o
Convento, e das instalações militares de defesa do Cabo e Praias de Gaibu e Suape;
� Patrimônio cultural em condições de preservação e/ou revitalização; � Diversidade das paisagens vegetais; � Possibilidade de aproveitamento turístico, natural e cultural; � Existência de mercado para desenvolvimento turístico; � Participação da população residente em relação à área e às práticas sociais; � Singularidade e beleza de suas praias, principalmente Calhetas e Paraíso; � Localização privilegiada na região metropolitana, considerando a distância,
acessos e inclusão em projetos regionais; e, � Facilidade de controle do uso da área.
Uma seqüência de fotos apresenta as potencialidades da área.
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As dificuldades apresentadas na área, na sua maioria representam a falta de um planejamento e administração. Exemplo disso são as áreas urbanas de Gaibu e Vila de Suape, com processos acentuados de ocupação, aparentemente sem controle, e que repercutem não apenas na vizinhança, mas na própria área do Parque.
A zona portuária apresenta, face às atividades com petróleo, material vulnerável, sob o ponto de vista do controle, um certo risco, devendo, portanto, serem redobradas a atenção para que não ocorra nenhum dano ao meio ambiente.
Como dificuldades são consideradas: � A ocupação desordenada com prejuízos ao meio ambiente; � Processo erosivo do solo; � Envelhecimento da cobertura vegetal exótica; � Degradação da vegetação nativa com comprometimento da vida animal silvestre; � Precariedade de infra-estrutura, principalmente água e esgoto; � Dispersão de atividades produtivas; � Proximidade de atividades portuárias e industriais; � Proximidade de núcleos urbanos espontâneos, com comprometimento da ocupação
urbana; � Deficiência em capacitação profissional, social e ambiental da população residente e
dos usuários; e, � Ausência de uma política de regularização dos posseiros.
– PROPOSTAS
Com uma área de 270 ha., o Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, conta com as propostas estabelecidas no Plano Estratégico, elaborado em 1999, que pressupõe como condição indispensável à sua implementação, a constituição de um Conselho Gestor do Parque.
Fato relevante, e ainda tratando-se de uma área de grande interesse natural e cultural, qualquer que seja o tipo de intervenção que se faça no seu interior, requer um planejamento e um dimensionamento das suas atividades e usos que não ponham em risco as suas características excepcionais. Assim, a implantação do Parque, de caráter ecoturístico, está intimamente ligada com o dimensionamento da capacidade de absorção da área. Para garantir as suas características primitivas é necessário que se tenha uma ocupação racional, utilizando baixas densidades, limitando novas construções e promovendo vastas áreas de conservação e de cobertura vegetal
Assim, foi fundamental o Plano apontar a capacidade de absorção da área tomando-se como parâmetro as recomendações da Organização Mundial de Turismo (OMT) que, por suas condições naturais e ambientais, determina como superfície de vocação turística apenas 40% do total da área.
Praia de Suape com o Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti ao fundo.
Vista aérea da Igreja de Nazaré, na parte central da área do parque.
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Assim, o Plano em tela recomenda que para uma área com as características ambientais do Cabo de Santo Agostinho, a OMT58 estabelece como densidade máxima, 25 habitantes por hectare, que, de acordo com a área destinada à vocação turística (108 ha), determina uma capacidade máxima de ocupação por dia (população residente + visitante / dia) de 2.700 pessoas.
A capacidade de absorção das áreas de praia foi também recomendada. Para este caso, a Organização Mundial de Turismo estabelece uma área confortável de 25 m2
/ banhista ou 0,4 banhistas / metro linear de praia. De acordo com a extensão de 400 metros de praia, distribuídas entre Calhetas (120 m), Calhetinhas (80 m) e Paraíso (200 m), determina-se que a capacidade máxima de banhistas são, respectivamente, 48, 32 e 80, totalizando os 160 banhistas.
Entretanto, pela dificuldade de controlar o número de banhistas nas praias, resta a alternativa de dimensionamento dos equipamentos de serviço (bares, lanchonetes, restaurantes, barracas e sanitários) utilizando, como base, o número de banhistas determinado pelo cálculo da capacidade de absorção das praias.
Para a quantidade de leitos na área do Parque, a OMT recomenda o índice de 35 leitos/km2, o que de acordo com a superfície do Parque de 2,7 km2 é estabelecido o número de 95 leitos, admitindo-se até 100 leitos. Para este caso a Organização Mundial de Turismo admite ainda que 30% dos hóspedes (30) utilizam as praias, que, num total de 160 banhistas, restariam 130 a serem distribuídos entre moradores e visitantes.
Para manter a integridade do patrimônio cultural e ambiental da área, aponta-se para que o número máximo de pessoas, entre moradores e visitantes, seja de 2700 pessoas. Este condicionante restritivo utilizado para o cálculo de capacidade de absorção da área ajudará a estabelecer e manter a sua vocação natural. Aliado a isso se faz necessário um trabalho de educação ambiental assim como a inserção da comunidade no processo de implantação e manutenção do Parque.
A decisão política de implantação e institucionalização como unidade de conservação da categoria Área Especial de Interesse Turístico e a criação do um Sistema de Gestão Metropolitana e de Administração e Gerência, são os passos iniciais e indispensáveis para a materialização do Parque Metropolitano, em tela, cujas propostas se inserem em 4 eixos estratégicos, a seguir detalhados.
O Parque Instituição que pressupõe a gestão da implementação das propostas, o desenvolvimento e gerência dos projetos e a avaliação dos seus resultados, o controle da utilização e da manutenção da área, além do permanente acompanhamento das modificações decorrentes e a adequação e a atualização das propostas.
O Parque Sítio Natural que determina a recuperação das condições ambientais degradadas em conseqüência do processo erosivo do solo, da devastação da cobertura vegetal e da utilização predatória da área, e oferecer novas condições para o seu aproveitamento com o estancamento da erosão, o controle da ocupação e, inclusive, com a implantação e o incremento de culturas que signifiquem benefícios econômicos para a população local. 58 Para determinar a capacidade máxima de turistas para o Cabo de Santo Agostinho foi utilizado a relação turista / habitante = 0,143, estabelecida pela OMT, a qual admite para a área do Parque a presença diária de 386 turistas. Diante deste fato, a população local não deverá ultrapassar os 2.314 pessoas.
Parques Metropolitanos – Gestão e Proteção de Áreas Especiais na RMR
O Parque Sítio Cultural que compreende a restauração e a reutilização dos monumentos existentes, a revitalização cultural, inclusive com a implantação de novos equipamentos, a valorização dos saberes e fazeres da população local como infra-estrutura para atração e desenvolvimento das atividades de lazer e turismo. Também o aproveitamento de todas as condições de exploração da área, com vistas às práticas esportivas, ao lazer ativo e contemplativo, às condições de trabalho da população residente e ao incremento da área de influência do Parque.
O Parque Sustentabilidade significando os aspectos que favorecem a realização humana. As ações voltadas para a infra-estrutura física, a melhoria do ensino, a capacitação profissional, a criação de oportunidades de trabalho e a organização social, que promoverão a melhoria das condições da saúde, educação, cultura, economia da população residente e prestação de serviços e atendimento à população usuária e ao turismo.
A relação dos 21 projetos e 52 ações definidos pelo Plano Estratégico está distribuída em relação aos objetivos estratégicos, de acordo com o quadro abaixo:
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS QUANTIDADE DE PROJETOS
QUANTIDADE DE AÇÕES
1. PARQUE INSTITUIÇÃO 04 04 2. PARQUE SÍTIO NATURAL 04 17 3. PARQUE SÍTIO CULTURAL 03 08 4. PARQUE SUSTENTABILIDADE 10 23
Em prosseguimento, estão detalhados todos os projetos e ações como também indicados os impactos esperados.
PARQUE - INSTITUIÇÃO
PROJETOS AÇÕES IMPACTOS DEFINIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA
DA ÁREA, COMO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO.
Adoção da categoria Área Especial de Interesse Turístico, mesmo considerando a área como Parque Metropolitano, com gestão compartilhada.
Assegurar a vocação turística do litoral de Pernambuco, opção econômica para o Estado.
DEFINIÇÃO DO MODELO DE GESTÃO DO PARQUE
Estabelecimento de dois níveis de gestão: Conselho Gestor, Órgão Consultivo e Deliberativo e a Gerência Administrativa.
Atribuição de responsabilidades, e divisão específica de tarefas com gestão participativa para melhor controle da área.
USO E OCUPAÇÃO Definição dos usos e da ocupação, em harmonia com os seus elementos naturais e construídos, a partir dos projetos setoriais.
Disciplinamento dos usos, atividades e ocupações.
CADASTRO IMOBILIÁRIO Identificação de todas as ocupações e respectivas posses.
Estabelecer as condições de permanência dos usos e ocupações.
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PARQUE - SÍTIO NATURAL
PROJETOS AÇÕES IMPACTOS Delimitação do Parque através de cerca em todo o perímetro, exceto nas partes confrontadas ao mar;
Melhor condição de controle da área e das atividades nela desenvolvidas. Exigência de negociação com alguns moradores.
Implementação dos portões de entrada e das vias de acesso e circulação de veículos e dos estacionamentos;
Controle dos acessos, da circulação viária e da drenagem natural.
Implantação de um sistema de abastecimento de água e de saneamento básico em todas as edificações do Parque;
Melhoria das condições ambientais e diminuição de poluição hídrica nas praias e no mar.
Instalação de iluminação especial nas edificações e nos locais de visitação turística, e serviço de telefonia nos principais locais de interesses turístico;
Valorização das condições de uso e atendimento turístico nos diversos pontos de interesse.
Recuperação ou consolidação e controle de áreas erodidas;
Mudança no sistema da drenagem natural e interferência na paisagem local.
INFRAESTRUTURA
Análise de viabilidade para a construção de uma barragem na parte leste do Cabo.
Disponibilidade de água e inundação de área para valorização paisagística e utilização esportiva.
COBERTURA VEGETAL: FLORA NATIVA
Reflorestamento das áreas degradadas: Ecossistema mata Ecossistema tabuleiro Ecossistema restinga
Reflorestamento das áreas erodidas; Recuperação das matas ciliares (se identificadas)Recuperação e reflorestamento das áreas com exploração de argila.
Preservação e recuperação de parte do meio físico natural, cobertura vegetal, visando valorizar e integrar os ecossistemas naturais com os elementos históricos , valorizando ainda o espaço paisagístico, caracterizado pelos aspectos topográficos peculiares e pela diversidade de vegetação.
COBERTURA VEGETAL: FRUTEIRAS NATIVAS E EXÓTICAS
Recuperação e incrementação das áreas ocupadas, especificamente pela cultura do coqueiro; Incrementação das áreas ocupadas por outras culturas: manga, jaca, fruta pão, jambo, entre outras; Incrementação de pequenos cultivos de mandioca, araruta, inhame, e de agricultura orgânica; Incrementação de cultivo de plantas ornamentais;Recuperação e incrementação das áreas com fruteiras nativas; Implantação de novas áreas com fruteiras nativas: araça, mangaba, genipapo, caju, pitomba, entre outras.
Oferecer alternativas econômicas para a comunidade e para a autosustentação do Parque.
DEFESA DAS PRAIAS, DAS FALÉSIAS, DAS COLINAS, DO
SOLO E DAS PAISAGENS
Proibição de desmatamento, remoção de terra, construções em locais de risco para a estabilidade do relevo; retirada de material geológico.
Minimizar interferência na paisagem e no ambiente local.
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PARQUE - SÍTIO CULTURAL
PROJETOS AÇÕES IMPACTOS
RECUPERAÇÃO E/OU ESTABILIZAÇÃO DOS MONUMENTOS HISTÓRICOS.
Recuperação da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré;
Recuperação da Antiga Casa do Faroleiro;
Estabilização das Ruínas: Forte do Castelo do Mar; Quartel do Forte do Castelo; Convento de Nossa Senhora de Nazaré e da Capela Velha; Baterias de São Jorge; Bateria de Calhetas; Forte de Gaibu; Quartel de São Francisco Xavier.
Possibilidade de utilização dos monumentos, de implantação de usos e valorização de suas qualidades artísticas, históricas, culturais e de atrativos turísticos, como uma das razões do próprio Parque.
COMPLEMENTAÇÃO DA PESQUISA ARQUEOLÓGICA
Continuação da pesquisa iniciada em 1979;
Realização da pesquisa das embarcações naufragadas.
Aprofundamento do conhecimento histórico local.
CONSTRUÇÃO DE MARCOS, MONUMENTOS E SINALIZAÇÃO.
Instalação de marcos nos locais de desembarque da expedição de Vicente Yañes Pinzon, e no do provável ponto de ruptura dos continentes;
Construção de monumento alusivo à participação histórica do Cabo de Santo Agostinho;
Instalação de sistema de informação e comunicação através de sinalização e placas indicativas.
Criação de elementos para destaque de fatos e locais de interesse turístico. Informação e orientação dos usuários.
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PARQUE - SUSTENTABILIDADE PROJETOS AÇÕES IMPACTOS
FOMENTO A AGRICULTURA ORGÂNICA
Oferecer meios de acesso dos produtores locais a tecnologias alternativas de cultivos orgânicos.
Oferta de produtos agrícolas para uma clientela especial, com possibilidade de ampliação do mercado consumidor.
CAPACITAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA
Oferta de cursos de guias e de tratamento de turistas, incluindo formas de tratamento na apresentação dos produtos naturais, artesanais e da culinária local.
Criação de uma infraestrutura capaz de atender as necessidades e os anseios dos turistas da área, vindo a contribuir para o incremento de renda das famílias.
CURSO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
Oferta de cursos de gerenciamento e contabilidade objetivando permitir uma maior capacitação dos empresários locais e dos presidentes das associações na preservação dos recursos ambientais e das riquezas advindas da exploração do potencial turístico.
Criação de um clima de preservação e conservação das potencialidades existentes e de aproveitamento das oportunidades.
IMPLANTAÇÃO DE UM CENTRO DE PESQUISAS
Adaptar um monumento ou um outro imóvel, com recursos técnicos e uma biblioteca virtual para professores e estudiosos, principalmente profissionais da área de consultoria, nas questões de desenvolvimento sustentável, inclusive dos recursos da flora e fauna existentes.
Criação de um espaço para um público especializado constituindo uma alternativa de ser referência para encontros técnicos.
FOMENTO A FABRICAÇÃO CASEIRA
Aproveitamento das vocações locais de fabricação de peças artesanais e no aproveitamento dos excedentes dos produtos agrícolas; Instalação de um centro de vendas de artesanato, souvenirs, frutas e verduras biológicas e demais produtos naturais.
Incrementar a renda familiar e criar formas de participação da população da terceira idade e dos jovens. Estruturar e dimensionar a venda da produção local.
MODERNIZAÇÀO, AMPLIAÇÃO E IMPLANTAÇÀO DE EQUIPAMENTOS DE APOIO AO TURISMO RECEPTIVO
Melhoramento, ampliação e modernização das pousadas, bares e restaurantes, dimensionados segundo a capacidade de absorção do Parque; Implantação de barracas ou quiosques em locais atendidos pela infraestrutura de água, esgoto e energia elétrica.
Proporcionar atendimento de qualidade como condição para prolongar a permanência dos turistas no local.
ELEMENTOS DE RECREAÇÀO, LAZER E DE INTERESSE TURÍSTICO
Instalação de áreas de jogos ao ar livre (mini-golf bar, xadrez de solo, bocha) para atender as diferentes faixas etárias dos usuários; Instalação de mirantes nas diversas localidades de descortínio paisagístico com sua respectiva infraestrutura; Construção de caminhos e trilhas naturais, autoguiadas, de interesse e de características do sítio natural; Implantação de áreas para camping e piqueniques; Implantação de centros esportivos nas duas centralidades definidas para a zona de atividades rurais e a de interesse turístico e de lazer.
Proporcionar atrativos para recreação, esportes e lazer, principalmente da comunidade metropolitana.
UTILIZAÇÃO DE PRAIA E MAR Identificação de locais para a pesca esportiva, mergulhos e outros esportes náuticos; Orientação para navegação e
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estacionamento de embarcações; Orientação para utilização de todos os locais sem danos ao meio ambiente, inclusive daqueles apropriados para banho de mar.
ATENDIMENTO À COMUNIDADE RESIDENTE
Capacitação dos professores da rede escolar local em técnicas de preservação ambiental, cultural e de participação comunitária; Elaboração do cadastro imobiliário como elemento para estudo de regularização da permanência no local; Implantação de cooperativa de tratamento dos resíduos sólidos do lixo coletado; Implantação do laboratório de fitoterapia para aproveitamento da flora nativa no tratamento alternativo de algumas doenças, a custos menores; Implantação de creches domiciliares, com utilização da mão de obra das pessoas da 3a idade, devidamente capacitadas.
Melhor qualificação profissional da população residente, com o objetivo de preservação do Sítio Natural e de participação nas atividades desenvolvidas.
DIVULGAÇÃO E PROMOÇÃO
Edição de material sobre temas informativos e de divulgação como mapas, normas, história, aspectos naturais, ecologia e conservação da área do Parque; Promoção nos mercados emissivos após pesquisa sobre equipamentos e demandas existentes.
Ampliação da área de influência do Parque e aumento do público cliente potencial.
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– GESTÃO
A gestão de uma área dessa importância passa por vários níveis e instituições envolvidas. Entretanto, torna-se fundamental a clareza na definição dos papéis de cada um dos envolvidos. De fato, esse é um dos maiores desafios, que aliado à falta de um proposta para a área pode levar a perdas irreparáveis.
No tocante a uma proposta de gestão para a área, há que se considerar as propostas contidas no Plano Estratégico estabelecido como estratégia institucional,
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necessário à sua sustentabilidade, como já descrito. Entretanto, o caso do Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti é um exemplo da necessidade de definições claras e precisas de cada um dos entes envolvidos, para uma gestão compartilhada, onde é fundamental o papel do setor privado, como suporte das intervenções estruturadoras.
A incidência de diversos órgãos do nível federal, assim como do Governo do Estado e, ainda do nível municipal, como apresentado abaixo, cada um com uma atribuição específica, poderá contribuir para a execução das ações necessárias a implantação do parque, dentro de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável, sendo de outro lado um desafio conciliar todos os interesses.
No nível federal atuam: ÓRGÃOS/ENTIDADES ATRIBUIÇÕES
Ministério da Defesa – Áreas com fortificações de interesse nacional; Ministério da Planejamento e Orçamento – Órgão responsável pelos terrenos do Patrimônio da
União; Ministério do Meio Ambiente, através do IBAMA – proteção e conservação do meio ambiente;
Ministério da Cultura, através do IPHAN – proteção e conservação do patrimônio histórico e
cultural de interesse nacional; Ministério da Educação, através da UFPE – processos de contenção de áreas erodidas;
Fundação do Economiários Federais – FUNCEF – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
– com atribuições específicas sobre a área, em função do instrumento de Permissão de Uso, a título oneroso.
As instituições estaduais que se encontram vinculadas à área são: ÓRGÃOS/ENTIDADES ATRIBUIÇÕES
Empresa SUAPE – Proprietário da área e responsável direto pela regulação do Complexo Industrial Portuário;
Secretaria de Planejamento, através da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas CONDEPE/FIDEM
– ações de planejamento e articulação institucional;
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, através da EMPETUR
– ações para o desenvolvimento cultural e turístico da área;
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, através da CPRH
– controle ambiental;
Secretaria de Cultura, através da FUNDARPE – responsável pelo Tombamento da área e as atribuições decorrentes.
No nível municipal, são as seguintes entidades envolvidas: ÓRGÃOS/ENTIDADES ATRIBUIÇÕES
Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho
– controle do uso e ocupação do solo; – planejamento municipal; – controle social, através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável;
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– Câmara Técnica do Conselho de Desenvolvimento Sustentável.
Agentes locais de turismo – Associação de turismo do cabo de Santo AgostinhoMoradores e associações existentes na área – Associações comunitárias da Vila de Nazaré e dos
moradores de Calhetas e Paraíso. Câmara Municipal de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho.
– Instância de Deliberação Legal.
Não obstante, existirem órgãos e entidades envolvidas com o Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti, devem ser consideradas ainda, outras instâncias que atuam no controle e gestão pública. São exemplos:
⎯ O Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife – CONDERM a quem compete estabelecer prioridade de ação compartilhada no Plano de Ação Metropolitana, que vincula ações do PPA Estadual e Municipal;
⎯ O Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, que estabelece regras e procedimentos para intervenções em áreas de importância ambiental na RMR e no Estado de Pernambuco;
⎯ O Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável do Cabo de santo Agostinho, a quem cabe o controle social da população local, como já citado acima.
A proposta apresentada pelo Plano Estratégico do Parque Metropolitano, em tela, define um modelo de gestão que passa por duas instâncias:
⎯ A primeira representada por uma gestão coletiva capaz de definir prioridades de ações necessárias à sustentabilidade da área, constituindo-se de um Conselho Gestor, como órgão consultivo e deliberativo;
⎯ A segunda representada por uma Gerência Administrativa, capaz de atuar diretamente no Parque e estabelecer relações com as diversas entidades atuantes, através do Conselho Gestor do parque. Essa administração estaria sob a vinculação da Empresa SUAPE, proprietária da área. Entretanto a relação de recursos necessários passaria por alternativas da relação público-privada, prioritariamente com a Empresa FUNCEF, que já detém obrigações contratuais para tanto.
O que se pretende com esse exemplo é apresentar uma experiência em curso, de uma área selecionada para atender a demanda do litoral sul da RMR, inserida em uma das categorias vigentes de unidades de conservação da natureza, entretanto gerida de forma compartilhada, no nível metropolitano, abrigando as alternativas de gestão público-privada.
Até 2004 a perspectiva de estabelecer o Conselho Gestor do Parque Metropolitano estava se consolidando, ao mesmo tempo em que estavam sendo traçadas as prioridades, tudo dentro de um estudo maior de viabilidade econômica.
Como consideração conclusiva aponta-se a necessidade de instalação do Gerente Administrativo Local com suporte do Conselho Gestor do Parque, de acordo com a proposta existente.
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Destaca-se a necessária utilização de processos licitatórios e transparência de ações para a abertura da relação público-privada, permitindo a entrada de novos atores/parceiros, capazes de implantar as atividades geradoras de uma dinâmica econômica sustentável para a área.