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PARECER TÉCNICO COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc. Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7 Site: www.cetesb.sp.gov.br Nº. 563/16/IE Data: 30/12/2016 Cód.: S597V03 07/08/2009 1/67 Processo: IMPACTO n° 230/2013 Interessado: Empresa Litorânea de Transmissão de Energia S.A. ELTE Assunto: Licença Ambiental Prévia para a Linha de Transmissão LT de 230 kV CD Henry Borden Manoel da Nóbrega e Subestação SE Manoel da Nóbrega Municípios: Praia Grande, São Vicente e Cubatão 1. INTRODUÇÃO O presente Parecer Técnico refere-se à análise da viabilidade ambiental da Linha de Transmissão LT de 230 kV CD Henry Borden Manoel da Nóbrega e Subestação SE Manoel da Nóbrega, a serem implantadas nos municípios de Praia Grande, São Vicente e Cubatão, sob a responsabilidade da Empresa Litorânea de Transmissão de Energia S.A. ELTE. O presente Parecer foi elaborado com base nos documentos e informações constantes no Processo IMPACTO n.º 230/2013, entre os quais se destacam: Carta ELTE-CEW-15-0040-O, protocolada neste Departamento em 01/07/2015, solicitando a Licença Ambiental Prévia LP e encaminhando o Estudo de Impacto Ambiental EIA/Relatório de Impacto Ambiental RIMA e demais documentos; Anotação de Responsabilidade Técnica ART n.º 92221220150053125, do Geólogo Francisco Caruso Gomes Junior (CREA n.º 5069420045-SP), responsável pela coordenação da equipe técnica que elaborou o EIA/RIMA; Publicações nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo e periódicos relativas à solicitação da Licença Ambiental Prévia LP, encaminhadas pela Carta ELTE-CEW-15-0044- O, protocolada em 08/07/2015; Parecer Técnico PT n.º 404/13/IE, de 23/08/2013, que encaminhou o Termo de Referência para o empreendimento em tela; Ofício OF 02001.010706/2014-17 DILIC/IBAMA, emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA em 25/09/2014, informando que, de acordo com a Resolução CONAMA n 0 237/97 e Lei Complementar n 0 140/2011, não compete ao IBAMA promover o licenciamento ambiental do empreendimento; Certidão n.º DC.108/2015.Daniel, emitida pela Secretaria Municipal de Gestão da Prefeitura Municipal de Cubatão em 14/05/2015, informando que a municipalidade nada tem a opor quanto à construção e operação da linha de transmissão; Ofício n.º 028/2015SEMAM, emitido pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Cubatão em 28/05/2015, declarando a atual impossibilidade de elaborar exames técnicos relativos a possíveis impactos ambientais por não possuir corpo técnico; Ofício DPUT/SEPLAN/003/16, de 12/05/16, emitido pela Prefeitura Municipal de Cubatão, versando sobre esclarecimentos sobre a Certidão nº DC. 108/2015; Certidão n.º 253/2015, emitida pela Secretaria de Urbanismo da Prefeitura Municipal de Praia Grande em 18/06/2015, informando que a municipalidade não se opõe à implantação do empreendimento; Certidão n.º 10/2015, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Praia Grande em 24/06/2015, declarando que a municipalidade nada tem a opor quanto à implantação do empreendimento;

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  • PARECER TÉCNICO

    COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - CEP 05459-900 - São Paulo - SP

    C.N.P.J. nº 43.776.491/0001-70 - Insc. Est. nº 109.091.375-118 - Insc. Munic.: nº 8.030.313-7 Site: www.cetesb.sp.gov.br

    Nº. 563/16/IE

    Data: 30/12/2016

    Cód.: S597V03 07/08/2009 1/67

    Processo: IMPACTO n° 230/2013

    Interessado: Empresa Litorânea de Transmissão de Energia S.A. – ELTE

    Assunto: Licença Ambiental Prévia para a Linha de Transmissão – LT de 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega e Subestação – SE Manoel da Nóbrega

    Municípios: Praia Grande, São Vicente e Cubatão

    1. INTRODUÇÃO

    O presente Parecer Técnico refere-se à análise da viabilidade ambiental da Linha de Transmissão – LT de 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega e Subestação – SE Manoel da Nóbrega, a serem implantadas nos municípios de Praia Grande, São Vicente e Cubatão, sob a responsabilidade da Empresa Litorânea de Transmissão de Energia S.A. – ELTE.

    O presente Parecer foi elaborado com base nos documentos e informações constantes no Processo IMPACTO n.º 230/2013, entre os quais se destacam:

    Carta ELTE-CEW-15-0040-O, protocolada neste Departamento em 01/07/2015, solicitando a Licença Ambiental Prévia – LP e encaminhando o Estudo de Impacto Ambiental – EIA/Relatório de Impacto Ambiental – RIMA e demais documentos;

    Anotação de Responsabilidade Técnica – ART n.º 92221220150053125, do Geólogo Francisco Caruso Gomes Junior (CREA n.º 5069420045-SP), responsável pela coordenação da equipe técnica que elaborou o EIA/RIMA;

    Publicações nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo e periódicos relativas à solicitação da Licença Ambiental Prévia – LP, encaminhadas pela Carta ELTE-CEW-15-0044-O, protocolada em 08/07/2015;

    Parecer Técnico – PT n.º 404/13/IE, de 23/08/2013, que encaminhou o Termo de Referência para o empreendimento em tela;

    Ofício OF 02001.010706/2014-17 DILIC/IBAMA, emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA em 25/09/2014, informando que, de acordo com a Resolução CONAMA n0 237/97 e Lei Complementar n0 140/2011, não compete ao IBAMA promover o licenciamento ambiental do empreendimento;

    Certidão n.º DC.108/2015.Daniel, emitida pela Secretaria Municipal de Gestão da Prefeitura Municipal de Cubatão em 14/05/2015, informando que a municipalidade nada tem a opor quanto à construção e operação da linha de transmissão;

    Ofício n.º 028/2015SEMAM, emitido pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Cubatão em 28/05/2015, declarando a atual impossibilidade de elaborar exames técnicos relativos a possíveis impactos ambientais por não possuir corpo técnico;

    Ofício DPUT/SEPLAN/003/16, de 12/05/16, emitido pela Prefeitura Municipal de Cubatão, versando sobre esclarecimentos sobre a Certidão nº DC. 108/2015;

    Certidão n.º 253/2015, emitida pela Secretaria de Urbanismo da Prefeitura Municipal de Praia Grande em 18/06/2015, informando que a municipalidade não se opõe à implantação do empreendimento;

    Certidão n.º 10/2015, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Praia Grande em 24/06/2015, declarando que a municipalidade nada tem a opor quanto à implantação do empreendimento;

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    Cód.: S597V03 07/08/2009 2/67

    Certidão de Uso e Ocupação do Solo para fins de Licenciamento Ambiental n.º 2043, emitida pela Prefeitura Municipal de São Vicente em 25/06/2015, informando que a implantação da linha de transmissão é permitida devido ao seu caráter de utilidade pública;

    Parecer Técnico n.º 2.044/2015, emitido pela Prefeitura Municipal de São Vicente em 25/06/2015, declarando que a implantação do empreendimento é permitida devido ao seu caráter de utilidade pública, e não se opondo à análise do licenciamento ambiental pela CETESB;

    Ofício Of.reg.042/2014, emitido pela ArqueoEnvironment em 29/07/2014, solicitando ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN a permissão de pesquisa detalhada no Programa de Diagnóstico Interventivo e Educação Patrimonial;

    Portaria n.º 53, emitida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN em 06/10/2014, autorizando a realização do Programa de Diagnóstico Interventivo e Educação Patrimonial;

    Ofício CT ELTE 005/14, emitido pela Empresa Litorânea de Transmissão de Energia S.A. em 19/08/2014, consultando à Fundação Nacional do Índio – FUNAI quanto à interferência em terras e comunidades indígenas;

    Ofício n.º 474/2014/DPA/FCP/MinC, emitido pela Fundação Cultural Palmares em 26/08/2014, informando que não existem comunidades quilombolas certificadas ou com processo aberto de certificação naquela Fundação;

    Autorização de Manejo In Situ e Parecer Técnico DeFau/CMFS n.º 93/2014, emitidos pelo Centro de Manejo de Fauna Silvestre - DeFau/CBRN/SMA, em 30/09/2014;

    Relatório Diagnóstico Espeleológico da Linha de Transmissão 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega e Subestação Manoel da Nóbrega, elaborado pela empresa GEOEMP – Geologia Empreendimentos Ltda em outubro de 2015;

    Relatório Valoração das Cavidades do entorno da Subestação Manoel da Nóbrega e definição da área de proteção dessas cavidades em relação ao empreendimento, Praia Grande, elaborado pela empresa GEOEMP – Geologia Empreendimentos Ltda em junho de 2015;

    Carta ELTE-CEM-15-0078-O, protocolada neste Departamento em 13/11/2015, encaminhando o relatório da 2º Campanha Amostral de Fauna (estação seca);

    Carta ELT-CEM-16-0053-O, encaminhando o relatório final do relatório do Programa de Diagnóstico Interventivo e Educação Patrimonial das Obras de Implantação de uma Linha de Transmissão (LT) de 230 kV – LT Henry Borden-Manoel da Nóbrega nos municípios de Cubatão, São Vicente e Praia Grande, Estado de São Paulo;

    Oficio CONSEMA 111/2015, de 28/12/2015, encaminhando documentação referente às Audiências Públicas realizadas nos municípios de Cubatão e São Vicente;

    Ofício ELT-CEM-16-0040-O, protocolado neste Departamento em 05/08/2016, encaminhando documentos e informações em atendimento à Informação Técnica – IT n.º 004/16/IEOL, da CETESB;

    Ofício n.º 1525/2015 – IPHAN/SP, de 11/12/2015, emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, informando que podem ser emitidas as Licenças Ambientais Prévias e de Instalação, desde que atendidas condicionantes;

    Ficha de avaliação de níveis de ruído em fontes fixas” de 24/08/2016, e Parecer Técnico - PT n.º 113/2016/IPAR, de 23/09/2016, emitidos pelo Setor de Avaliação Ambiental de Ruídos e Vibrações – IPAR referente à avaliação do estudo de previsão de ruídos provenientes da futura Subestação;

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    Ofício ELT-CEM-16-0040-O, protocolado em 05/08/2016, encaminhando o Ofício nº 410/OACO/11637 e Declaração (Processo COMAER NUP 67617.900113/2016-13), autorizando a implantação da LT de 230 KV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega e Subestação, com validade de 5 (cinco) anos, emitidos pelo Serviço Regional de Proteção ao Voô de São Paulo em 21/06/2016;

    Despacho do Superintendente do DAEE, emitido em 27/06/2016 pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica, referente à outorga de implantação de empreendimento para captação superficial e canalização de cursos d’água na área de influência direta do empreendimento;

    “Autorização, para empreendimento dentro da área de Unidade de Conservação ou em sua Zona de Amortecimento” de 24/08/2016, e Informação Técnica Conjunta – Gerência da Baixada Santista – Diretoria Litoral Norte – GBS/DLN n.º 72/2016, de 23/08/2016, emitidos pela Fundação Florestal – FF (cópia anexa);

    Ofício Condephaat - 1283/2016, de 28/09/2016 (Processo 74589/2016), com manifestação favorável do CONDEPHAAT à implantação do empreendimento em Área Natural Tombada da Serra do Mar;

    Parecer Técnico s/nº, emitido em 29/11/2016 pelo Instituto Geológico – IG, referente aos eventuais impactos do empreendimento em cavidades naturais;

    Ofício nº 1222/2016/DPDS/FUNAI-MJ, de 16/12/2016, e Informação Técnica nº 296/2016/COEP/CGLIC/DPDS/FUNAI-MJIG, de 09/12/2016, emitidas pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, referentes aos potenciais impactos em terras indígenas pela implantação do empreendimento (cópia anexa).

    2. JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

    De acordo com o empreendedor, os relatórios técnicos de subsídio ao planejamento do setor energético nacional, concebidos pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), apontaram para a necessidade de ampliação do sistema elétrico do Litoral Sul de São Paulo e Baixada Santista, considerando a perspectiva de desenvolvimento destas regiões.

    Os relatórios técnicos foram elaborados no âmbito do Grupo de Estudos de Transmissão Regional de São Paulo – GET-SP, que identificou o esgotamento da capacidade dos circuitos atuais na Baixada Santista, em especial devido às restrições de geração de energia da UHE Henry Borden, em função das limitações ambientais do Reservatório Billings e da obrigatoriedade de manutenção de um nível mínimo do rio Cubatão pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia S/A - EMAE. Os estudos indicaram um aumento progressivo na demanda energética face os cenários de expansão urbana e econômica da região, com previsão de ocorrência de sobrecargas nas subestações e circuitos atuais em curto período de tempo.

    A análise das alternativas de solução para o reforço do sistema elétrico do Litoral Paulista resultou na proposta de implantação de um conjunto de obras, entre elas a LT 230 kV CD – Henry Borden – Manoel de Nóbrega e Subestação- SE Manoel da Nóbrega, considerada uma combinação adequada de aspectos técnicos e econômicos para atender à “Alternativa 1 para o Litoral Sul e Baixada Santista” e a “Alternativa 1 para o Litoral Norte”. A associação das alternativas também foi previamente classificada pelos relatórios técnicos como a de menor potencial para causar impacto socioambiental negativo.

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    Nesse contexto, tal instalação de transmissão foi licitada no Leilão 001/2014 da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, constituindo parte do Lote C, cuja concessão de transmissão foi outorgada à Empresa Litorânea de Transmissão de Energia – ELTE, por meio do Contrato de Concessão nº 16/2014 ANEEL, datado de 05 de setembro de 2014, no âmbito do processo nº 48500.006225/2013-98.

    3. ESTUDO DE ALTERNATIVAS TÉCNICAS E LOCACIONAIS

    De acordo com o EIA, as alternativas locacionais tiveram como ponto de partida as normas indicadas nos documentos oferecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, responsável por estabelecer um corredor de estudo para passagem do traçado da LT com cerca de 20 km no entorno da diretriz da LT, com início na SE Henry Borden, no município de Cubatão, e como ponto final, o local de implantação da SE Manoel da Nóbrega, no município de Praia Grande.

    Os estudos avaliaram 04 alternativas locacionais, respeitando os limites do corredor de estudos delimitados pela ANEEL, que compreende a área onde deverá ser proposta a nova SE. O traçado da LT praticamente foi mantido para todas alternativas (variante comum), devido às características da região e o aproveitamento de paralelismo de linhas de transmissão já existentes, com variação da localização da nova Subestação. Quanto aos locais pretendidos para a subestação, optou-se por locais próximos aos acessos existentes, onde são os mais prováveis para a implantação do canteiro de obras e consequente maior movimentação de veículos e equipamentos.

    As alternativas estão indicadas na Figura 1:

    Figura 1 – Alternativas locacionais do empreendimento.

    Fonte: EIA/RIMA (2015).

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    A avaliação das alternativas locacionais e tecnológicas foi embasada nas características socioambientais mais relevantes para a área de estudo, bem como nas restrições e adequações técnicas e econômicas de projeto do empreendimento.

    Para a escolha da alternativa foi realizada analise comparativa de informações relativas aos seguintes critérios: estimativa de supressão de vegetação; interferência em áreas legalmente protegidas e prioritárias para a conservação da biodiversidade; interferência em cursos d’água; interferência no patrimônio arqueológico; interferência em áreas urbanas e processos produtivos; necessidade de abertura de vias de acesso e aspectos construtivos.

    A metodologia adotada estabeleceu peso para cada critério, em função da quantidade de inter-relações com os seguintes fatores: exigências legais, interferência sobre a segurança e conforto da população; fragilidade ambiental da região e outros fatores técnicos ou econômicos.

    Em relação à não realização do empreendimento, foi informado que os relatórios técnicos de subsídio ao planejamento do setor energético nacional persistiriam apontam o futuro esgotamento da capacidade dos circuitos atuais, acarretando na incapacidade de suprir a demanda energética resultante da expansão urbana e econômica em andamento na região. Este fato atuaria como fator impeditivo para o desenvolvimento regional, acarretando em prejuízos socioeconômicos relevantes que se estenderiam para toda a área correspondente ao Litoral Sul de São Paulo e Baixada Santista.

    Com base na análise comparativa dos critérios escolhidos, o empreendedor informou que a Alternativa 4 (em amarelo, na Figura 1) foi apontada como a diretriz mais viável para o empreendimento, considerando principalmente a menor estimativa de supressão de vegetação e a menor interferência em áreas urbanas e processos produtivos, em áreas legalmente protegidas, bem como em Áreas prioritárias para Conservação da Biodiversidade.

    Tendo em vista que tal Alternativa de traçado, atravessa a área destinada à implantação do Jardim Botânico de Cubatão, após discussão do traçado com o órgão gestor, Fundação Florestal, foi proposta a Alternativa 4A.

    O traçado da Alternativa 4A mantém o traçado da Alternativa 4 inicialmente apresentada, contudo, considerou a redução do número de torres a serem implantadas na área correspondente ao Jardim Botânico de Cubatão, por meio da previsão de implantação de uma única estrutura com dimensões maiores (aproximadamente 70 metros) para transpor o trecho.

    Considerando a redução do número de torres a serem implantadas, associadas a um redimensionamento das estruturas, com o seu alteamento, que minimizará a supressão da vegetação, e cuja estrutura será alocada paralela à torre existente, em áreas já afetadas, a Fundação Florestal se manifestou favoravelmente à Alternativa 4A, como a alternativa que propõe menor impacto sobre as áreas protegidas.

    Em relação à localização da Subestação – SE Manoel da Nóbrega, de acordo com o empreendedor, tal Subestação possui uma rigidez locacional, uma vez que: (I) ao norte tem-se área brejal e o Terminal Ferroviário Paratinga; (II) ao oeste a íngreme escarpa da Serra do Mar e a Cavidade Natural Subterrânea – CNS de Máxima Relevância; (III) ao leste tem-se um gasoduto, a planície de inundação do Rio Branco, área brejal e região de várzea; e, (IV) ao sul tem-se aldeia indígena e áreas de expansão urbana do município de Praia Grande.

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    4. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

    O empreendimento consiste na implantação da Linha de Transmissão – LT de 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega, a qual está projetada para atravessar os municípios de Cubatão, São Vicente e Praia Grande, e da Subestação – SE Manoel da Nóbrega, prevista para ser construída no município de Praia Grande.

    A LT de 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega derivará da Subestação – SE Henry Borden, já implantada e sob responsabilidade da Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.- EMAE, cruzando São Vicente até alcançar o local selecionado para a implantação da SE Manoel da Nóbrega, no município de Praia Grande. Terá extensão aproximada de 16,5 km, faixa de servidão de 50 metros, circuito duplo (CD), com 3 fases por circuito e 2 cabos por fase.

    A Subestação Manoel da Nóbrega será construída em terreno de 8,3ha, sendo 4,4ha de área construída, localizado na zona rural do município de Praia Grande, abrangendo quatro propriedades, atualmente em processo de negociação, e será alimentada pela LT de 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega.

    A SE terá arranjo em 3 setores (sistemas) distintos (230 kV, 138 kV e 88 kV), 2 módulos de entrada de linha 230 kV, 2 módulos de entrada de linha 138 kV e 2 módulos de entrada de linha 88/138 kV, além de equipamentos, tais como: disjuntores, seccionadores, pára-raios, isoladores transformadores de corrente, de potência, auxiliares etc. Está prevista a derivação futura de novas linhas de transmissão a partir da SE, a saber: LT 138 kV Manoel da Nóbrega – Mongaguá C1/C2 e LT 88/138 kV Manoel da Nóbrega – Pedro Taques C1/C2.

    No setor de 88/138 kV será implantado um banco de autotransformadores monofásicos de 230-88/138-13,8 kV, 225 (3x75) MVA, com uma fase reserva 230-88/138-13,8 kV, 75 MVA; e no setor de 138 kV serão implantados 02 bancos de autotransformadores monofásicos de 230-138-13,8 kV, (3x75) MVA cada banco, com uma fase reserva 230-138-13,8 kV de 75 MVA. Os instrumentos, painéis e demais equipamentos dos sistemas de proteção, comando, supervisão e telecomunicação serão abrigados em edificação.

    A implantação do empreendimento terá duração aproximada de 21 (vinte e um) meses, investimento total da ordem de R$ 111.532.944,00 (cento e onze milhões, quinhentos e trinta e dois mil, novecentos e quarenta e quatro reais) e a contratação de aproximadamente 208 (duzentos e oito) trabalhadores no pico das obras.

    A Figura 2 indica a região de implantação do empreendimento, com a identificação do traçado da LT e das Subestações interligadas.

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    Figura 2 - Localização da LT 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega e da Subestação - SE Manoel da Nóbrega.

    Fonte: EIA/RIMA (2015).

    A Tabela 1 apresenta as principais características do empreendimento.

    Tabela 1 – Principais características do empreendimento.

    Linha de Transmissão – LT de 230 kV CD Henry Borden – SE Manoel da Nóbrega

    Tensão nominal (kV) 230

    Extensão (km) 16,5

    Largura da Faixa de Servidão (m) 50

    Vão médio entre Torres (m) 324

    Vão máximo entre Torres (m) 843

    Número de torres 54

    Altura média das estruturas (m) 51,5

    Tipo de Torres Autoportantes de suspensão e ancoragem dos tipos

    2DSL, 2DAA e 2DAT

    Número de circuitos 2

    Altura mínima do cabo ao solo (m) 7,5

    Altura mínima do cabo à vegetação (m) 4,9

    Paralelismo com LT s existentes LT da CPFL Piratininga

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    Subestação – SE Manoel da Nóbrega

    Área total do terreno (ha) 8,3

    Área total dos equipamentos (ha) 4,4

    Tensão de operação (kV) 230/138/88

    Potência instalada (MVA) - estágio inicial (2016) 825

    Nº de módulos de entrada de 230 kV 02

    Nº de módulos de entrada de 138 kV 02

    Nº de módulos de entrada de 88 kV 02

    Nº de transformadores de 500/138-13,8 kV 07 unidades monofásicas de 75 MVA

    Fundações Concreto usinado

    Fonte: Adaptado de EIA/RIMA (2015).

    4.1. Atividades e obras para a implantação do empreendimento

    As principais atividades a serem desenvolvidas para a implantação do empreendimento são descritas a seguir:

    Levantamento aerofotogramétrico: o serviço foi executado em março de 2015 na região de implantação da LT e SE, através da aplicação do sistema de perfilamento a laser, para subsídio do processo de ortorretificação das imagens digitais e de modelagem do terreno.

    Ensaios geotécnicos: serão realizadas sondagens de reconhecimento, através do ensaio penetrométrico, para a identificação do perfil do solo, material que o compõe e demais aspectos geotécnicos que atuam de forma a subsidiar a definição das fundações a serem utilizadas para a implantação das estruturas, além da resistividade dos solos, para as definições dos sistemas de aterramento.

    Instituição da faixa de servidão: para a liberação fundiária da faixa de servidão foi realizado levantamento cadastral por meio de vistorias, para definição das desapropriações, realocações ou indenizações e aplicada metodologia de cálculo do valor dos imóveis e de benfeitorias. De acordo com o levantamento realizado, estima-se que o empreendimento interceptará 60 propriedades, sendo que a grande maioria não apresenta benfeitorias e não realiza qualquer atividade nos limites da faixa de servidão. Apenas em um caso será necessária a realocação assistida.

    Abertura e adequação de acessos: será priorizado o uso de acessos existentes, inclusive os da LT paralela existente, e na impossibilidade, os acessos deverão ser implantados, preferencialmente, dentro da faixa de servidão do empreendimento e com a utilização de técnicas que minimizem a movimentação de terra, prevendo-se supressão de vegetação com largura de 5 metros.

    Implantação dos canteiros de obra e demais áreas de apoio: o canteiro de obras foi projetado em área de 14.000 m², situada em local contíguo à área da Subestação, com previsão de execução de terraplanagem. No entanto, na próxima fase do licenciamento, com o detalhamento do projeto serão estudadas outras áreas alternativas. No canteiro está prevista a implantação de escritório de administração, almoxarifado, vestiários, refeitório, enfermaria, oficina mecânica, carpintaria e armação, pátio de armazenagem de materiais, devendo contar com energia elétrica, abastecimento de água, sistema de esgotamento sanitário e de coleta de resíduos sólidos, entre outros.

    Instalação das estruturas e praças de trabalho: as áreas para a implantação das praças de montagem das torres correspondem ao número de estruturas alocadas ao longo do traçado da LT em áreas previamente demarcadas não superiores a 40x40 m, sendo que serão

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    implantadas preferencialmente fora de Área de Preservação Permanente – APP e em locais mais propícios à fundação.

    Praças de lançamento: será adotada uma área não superior a 40x60 m e serão instaladas em duplas para cada seguimento de aproximadamente 4 km. Tanto as praças de montagem quanto as de lançamento priorizarão áreas com ausência de vegetação e, sempre que possível, será mantida a camada vegetal do solo quando da abertura das praças.

    Execução das fundações: após a limpeza superficial do terreno, será feita escavação, concretagem, desforma e reaterro das fundações, evitando-se o uso de áreas de bota-fora ou empréstimo. O tipo de fundação será determinado no projeto executivo a partir da tipificação do solo, podendo ser utilizadas fundações de tubulões verticais ou de sapatas, em concreto armado, ou ainda fundações especiais.

    Aterramento e instalação de contrapesos: o sistema de aterramento será formado por quatro ramais de cabo contrapeso de aço zincado, ligados às estruturas e enterrados em valetas de 80 centímetros de profundidade com os comprimentos correspondentes ao planejado para as estruturas.

    Montagem das estruturas: serão construídas somente torres autoportantes, constituídas de estruturas de perfis metálico. Haverá auxílio de guindastes e outros equipamentos pesados e a utilização obrigatória dos equipamentos de proteção individual específicos de serviço em altura, para segurança dos trabalhadores.

    Lançamento dos cabos condutores: será utilizado o sistema de freio e puller, sendo necessária a abertura de picadas, correspondente à faixa de serviço, com largura de 4 metros por circuito. Nas travessias ou transposição de interferências serão instaladas empancaduras e após o lançamento, todos os cabos serão grampeados, nivelados, recebendo espaçadores que evitam a colisão dos condutores durante a ação do vento.

    Movimentação do solo: não está prevista a utilização de áreas de empréstimo e de bota-fora, uma vez que foi estimada a realização de compensação de corte e aterro no local de implantação da Subestação e o espalhamento do solo nas fundações das torres.

    Desmobilização das frentes de obras e recuperação de áreas alteradas: para a desmobilização do canteiro de obras, serão retirados equipamentos e materiais e realizada a reconformação topográfica do terreno e a proteção do solo exposto com cobertura vegetal. O mesmo será feito nas demais áreas alteradas e nas bases das torres, tão logo as fundações sejam concluídas.

    4.2. Atividades de operação e manutenção

    Durante a operação da LT e da SE serão realizadas as seguintes atividades:

    Inspeção: serão realizadas inspeções periódicas aéreas e terrestres, para verificação da integridade das estruturas metálicas e cadeias de isoladores, das condições dos seccionamentos e aterramentos das estruturas e dos cabos condutores, bem como as condições dos acessos e eventuais processos erosivos que possam comprometer as estruturas. Na SE ocorrerão inspeções periódicas para verificar a integridade de todos seus equipamentos. As irregularidades identificadas nas inspeções receberão manutenção corretiva por equipes especializadas. As estradas de acesso às torres também passarão por manutenções preventivas e corretivas, periodicamente.

    Roçagem e poda: a manutenção da faixa de servidão prevê a poda seletiva da vegetação que ultrapasse os limites das distâncias de segurança, conforme estabelecido pela Norma NBR 5422:1985. Também poderão ser cortadas árvores que estejam fora dos limites da faixa de servidão e que apresentem riscos à operação da LT devido à queda ou ao próprio balanço do condutor, mediante autorização prévia.

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    5. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

    De acordo com o EIA, foram definidas três áreas de influência para o empreendimento:

    Área Diretamente Afetada – ADA: foi definida no EIA como aquela que abrange a totalidade das áreas que sofrerão intervenções diretas decorrentes da implantação e operação do empreendimento, quais sejam: faixa de servidão composta por 50 m, sendo 25 m para cada lado a partir do eixo da LT, local da subestação Manoel da Nóbrega, potenciais acessos, canteiro de obras e área de empréstimo.

    Área de Influência Direta – AID: o EIA definiu a AID para os meios físico, biótico e socioeconômico, como aquela potencialmente sujeita à incidência dos impactos diretos da implantação e operação do empreendimento, para a qual se estabeleceu uma faixa de 500 metros para cada lado da diretriz do traçado da LT e das subestações associadas, totalizando um buffer de 1 km.

    Área de Influência Indireta – AII: para a definição da AII para os meios físico e biótico, o empreendedor informou que foram estudados limites geográficos que estivessem mais adequados à realidade da tipologia do projeto e seus possíveis impactos indiretos, quais sejam: sub-bacias dos Rios Moji, Cubatão e Boturoca; topografia; Rodovia Padre Manoel da Nóbrega; cursos d’água (sobretudo rio Boturoca, rio Santana e afluentes do Mar Pequeno); e bairros e áreas densamente ocupadas. O que resultou em um buffer de 2,5 km para cada lado da linha, totalizando 5 km de largura. Já para o meio socioeconômico, adotou-se o limite territorial dos municípios atravessados pelo empreendimento, ou seja, Praia Grande, São Vicente e Cubatão, todos inseridos no Estado de São Paulo.

    6. COMPATIBILIDADE DO EMPREENDIMENTO COM AS LEGISLAÇÕES MUNICIPAIS

    Em atendimento ao disposto nos artigos 5º e 10 da Resolução CONAMA nº 237/97, foram apresentados os seguintes documentos emitidos pelas Prefeituras dos municípios atravessados pelo empreendimento, conforme Tabela 2.

    Tabela 2 – Documentos emitidos pelas Prefeituras.

    Exame Técnico Ambiental Uso e Ocupação do Solo

    CUBATÃO

    Ofício n.º 028/2015SEMAM, emitido pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Cubatão em 28/05/2015, declarando a atual impossibilidade de elaborar exames técnicos relativos a possíveis impactos ambientais por não possuir corpo técnico. Solicita o encaminhamento de cópia dos Pareceres Técnicos e das Licenças Ambientais (LP, LI e LO) do empreendimento.

    Certidão n.º DC.108/2015.Daniel, emitida pela Secretaria Municipal de Gestão da Prefeitura Municipal de Cubatão em 14/05/2015, informando que se trata de concessão de serviço público de transmissão e fornecimento de energia elétrica e, havendo autorização do Poder Público Estadual (proprietário da área) e dos órgãos ambientais competentes, a municipalidade nada tem a opor quanto à construção e operação da linha de transmissão, considerando o uso permitido para o local proposto, desde que atendidas as exigências da Lei Complementar n.º 2.513/1998.

    PRAIA GRANDE

    Certidão n.º 10/2015, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Praia Grande em 24/06/2015, declarando que a municipalidade nada tem a opor quanto à implantação do empreendimento, desde que sejam atendidas as exigências e as normativas municipais e ambientais, cabendo o licenciamento ambiental ao órgão estadual competente.

    Certidão n.º 253/2015, emitida pela Secretaria de Urbanismo da Prefeitura Municipal de Praia Grande em 18/06/2015, informando que a municipalidade não se opõe à implantação do empreendimento, desde que não entre em conflito com a futura instalação d aeródromo e que seja previamente autorizada e licenciada pelos órgãos competentes.

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    SÃO VICENTE

    Parecer Técnico n.º 2.044/2015, emitido pela Prefeitura Municipal de São Vicente em 25/06/2015, declarando que a implantação do empreendimento é permitida devido ao seu caráter de utilidade pública, não se opondo à análise do licenciamento ambiental pela CETESB.

    Certidão de Uso e Ocupação do Solo para fins de Licenciamento Ambiental n.º 2043, emitida pela Prefeitura Municipal de São Vicente em 25/06/2015, informando que a implantação da linha de transmissão é permitida devido ao seu caráter de utilidade pública.

    Em complementação à Certidão n.º DC.108/2015.Daniel, que solicitou o atendimento à Lei Complementar n.º 2.513/1998, foi apresentada cópia do Ofício DPUT/SEPLAN/003/16, emitido pela Prefeitura Municipal de Cubatão em 12/05/16, atestando a viabilidade do empreendimento em relação ao zoneamento transposto pelo empreendimento. Todavia, tal documento condiciona sua implantação à emissão de Alvará de construção a ser emitido pela Secretaria Municipal de Obras de Cubatão.

    Avaliação: Os documentos apresentados pelo interessado demonstram a compatibilidade do empreendimento com as diretrizes municipais de uso e ocupação do solo e que as Prefeituras Municipais de Cubatão, Praia Grande e São Vicente delegam à CETESB o licenciamento ambiental do empreendimento, atendendo às exigências legais expressas nos artigos 5° e 10 da Resolução CONAMA n.º 237/1997.

    Para a obtenção da Licença Ambiental de Instalação, o empreendedor deverá comprovar atendimento à Certidão de Uso do Solo DC.108/2015.Daniel e ao Ofício DPUT/SEPLAN/003/16, emitidos pela Prefeitura de Cubatão, que informa sobre a necessidade de emissão de Alvará de construção para a implantação do empreendimento.

    Em atendimento ao Ofício n.º 028/2015SEMAM, emitido pela Secretaria de Meio Ambiente de Cubatão em 28/05/2015, o empreendedor deverá encaminhar à referida Secretaria cópia das Licenças Ambientais emitidas e respectivos Pareceres Técnicos.

    Exigência

    Para a obtenção da Licença Ambiental de Instalação

    Comprovar atendimento à Certidão de Uso do Solo DC.108/2015.Daniel e ao Ofício DPUT/SEPLAN/003/16, emitidos pela Prefeitura Municipal de Cubatão.

    7. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E DAS MEDIDAS

    MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

    A seguir são apresentados os principais impactos ambientais associados às fases de planejamento, implantação e operação do empreendimento, as medidas mitigadoras e compensatórias e os programas ambientais propostos pelo empreendedor, além da avaliação realizada pela equipe técnica deste Departamento e o estabelecimento de exigências técnicas.

    7.1. Geração de expectativas da população em relação à implantação do empreendimento

    Segundo o EIA, as atividades de levantamento de campo e de informações para elaboração do estudo ambiental por meio de vistorias, do contato com moradores e representantes de instituições locais e regionais, públicas e privadas, podem gerar expectativas positivas e negativas na população direta e indiretamente afetada pela implantação do empreendimento, principalmente naquela que se encontra na AID, podendo ainda se estender para a AII durante o processo de implantação do empreendimento.

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    Também foi avaliado pelo empreendedor que as expectativas criadas na fase de planejamento do projeto tendem a diminuir ao longo do tempo, na medida em que os meios de comunicação divulguem informações sobre o projeto e os canais de comunicação instituídos pelo empreendedor passem a esclarecer dúvidas sobre o empreendimento e a divulgar as ações desenvolvidas para minimização de impactos negativos e para potencialização dos impactos positivos.

    O potencial impacto foi considerado de pequena magnitude e mitigável, podendo ser reversível, por meio de ações de divulgação de informações do empreendimento de forma clara e acessível aos diferentes atores sociais, principalmente aos que foram contatados durante a etapa inicial do estudo. As ações de divulgação serão adotadas no âmbito de um Programa de Comunicação e Interação Social, que visa estabelecer canais efetivos de comunicação entre o empreendedor e a sociedade, a fim de esclarecer os processos e mudanças ocorridas durante a implantação e operação da LT.

    Tal Programa prevê ações sistemáticas de esclarecimentos antes do início das obras e nas fases subsequentes de instalação e operação, destacando-se as seguintes: a realização de reuniões de esclarecimentos com representantes das Prefeituras; reuniões com as comunidades inseridas na AID, intermediadas por lideranças comunitárias; visitas aos proprietários afetados diretamente pela obra; elaboração de material impresso direcionado aos moradores da AID e aos proprietários de terras; disponibilização e divulgação de telefones da ouvidoria e a veiculação de informações do empreendimento nos meios de comunicação locais.

    A implantação do Programa contará com o trabalho de equipe de profissionais capacitados, tendo pelo menos um coordenador e um mediador, bem como prevê um sistema de registros e a emissão de relatórios periódicos das atividades realizadas. O Programa terá inter-relação com todos os Programas Ambientais, especialmente no auxilio a implementação dos Programas de Educação Ambiental; Programa de Indenização e Relocação de Terras e Benfeitorias; e do Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de Obra. Avaliação: As principais expectativas da população atingida pela implantação de Linhas de Transmissão normalmente estão relacionadas aos valores das indenizações das propriedades e benfeitorias afetadas. Para a população moradora do entorno do empreendimento pode haver a perspectiva de obtenção de oportunidade de trabalho, de emprego e renda, além da expectativa de surgimento de incômodos durante a instalação e operação do empreendimento.

    A implementação das ações e medidas propostas no Programa de Comunicação e Interação Social deverá prevenir e mitigar a potencial geração de expectativas da população diretamente afetada e dos moradores da proximidade das obras. Para tanto, o Programa deverá estar bem articulado com os Programas de Indenização e Relocação de Terras e Benfeitorias; de Mobilização, Desmobilização e Capacitação da Mão de Obra e de Educação Ambiental, bem como ter início antes da implantação do empreendimento, com continuidade até a fase de sua operação.

    O detalhamento do Programa de Comunicação e Interação Social deverá ser apresentado para a obtenção da Licença Ambiental de Instalação, contendo as atividades a serem desenvolvidas, público alvo, canais e instrumentos de comunicação (folders e cartazes com linguagem de fácil compreensão, rádio, reuniões, telefones de contato para informações e reclamações etc.), equipe técnica responsável pela condução do Programa, formas de registro e de avaliação e o cronograma das atividades. Tal Programa deverá contemplar ações de comunicação relativas à mobilização e desmobilização da mão de obra, desapropriação e relocação, e aos incômodos gerados à população durante as obras. Todas as atividades de comunicação deverão ser documentadas e comprovadas por meio de registros, como atas de reuniões, lista de participantes, registros fotográficos, entre outros.

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    Algumas medidas e ações propostas no Programa deverão ser iniciadas antes das obras começarem, como a realização de reuniões com a população diretamente afetada; a divulgação prévia da implantação do empreendimento, especialmente para a população residente nos bairros próximos as obras; o estabelecimento de canais de comunicação para esclarecimento de dúvidas etc. As atividades de comunicação dessa fase de planejamento deverão ser comprovadas antes do início das obras, no relatório inicial de acompanhamento do Programa de Comunicação e Interação Social.

    Durante as obras deverão ser apresentados relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa, demonstrando as atividades desenvolvidas no período e, para a obtenção da Licença Ambiental de Operação caberá a apresentação de relatório conclusivo do Programa, com o balanço das atividades desenvolvidas e análise dos resultados obtidos durante toda obra, bem como de proposta de ações de comunicação social para a fase de operação do empreendimento, que deverá abordar orientações acerca de aspectos inerentes à operação e a segurança da LT, como risco de acidentes, restrição de uso do solo etc.

    Exigências

    Para obtenção da Licença Ambiental de Instalação

    Apresentar o detalhamento do Programa de Comunicação e Interação Social contemplando as atividades de divulgação e esclarecimentos a serem desenvolvidas, público alvo, recursos e canais de comunicação utilizados (folders, cartazes, reuniões, rádio, telefones de contato para informações e reclamações etc.), a equipe técnica responsável, formas de registro e cronograma de atividades. Incluir ações de comunicação voltadas às questões de desapropriação e relocação, mobilização e desmobilização de mão de obra e incômodos à população gerados durante as obras.

    Antes do inicio das obras

    Apresentar relatório do Programa de Comunicação e Interação Social comprovando a realização das atividades previstas na fase de planejamento, tais como a divulgação prévia da implantação do empreendimento, o estabelecimento de canal de comunicação, esclarecimento de dúvidas, realização de reuniões com a população diretamente afetada etc., por meio de registros fotográficos, atas de reunião, lista de participantes etc.

    Durante a implantação do empreendimento

    Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Comunicação e Interação Social, comprovando as ações desenvolvidas no período e as eventuais não conformidades identificadas e respectivas medidas corretivas adotadas por meio de registros fotográficos, lista de participantes etc. Informar a equipe técnica responsável e o cronograma de atividades para o próximo período.

    Para obtenção da Licença Ambiental de Operação

    Apresentar relatório final do Programa de Comunicação e Interação Social com balanço das atividades desenvolvidas durante as obras, contemplando a análise crítica dos resultados obtidos e o detalhamento da proposta de continuidade do Programa para a fase de operação do empreendimento.

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    7.2. Desencadeamento de processos erosivos, movimentos de massa, instabilidade de terrenos e assoreamento

    Segundo o EIA, a área de implantação do empreendimento está localizada na região de transição da Serra do Mar, caracterizada por apresentar relevo em forma de escarpas e cristas, para a planície litorânea da Baixada Santista, onde são encontrados terrenos planos, formados por sedimentos inconsolidados. Além disso, a região apresenta também uma elevada ocorrência de precipitações, principalmente no período entre os meses de outubro e março.

    Ainda de acordo com o EIA, aproximadamente 97% das áreas ao longo da AID corresponde à classe de vulnerabilidade intermediária, 2% são considerados terrenos estáveis e apenas 1% são instáveis. Assim, as áreas classificadas como intermediárias e estáveis correspondem a 99% da AID, sugerindo que para quase todo traçado não haverá grandes impedimentos para a alocação das torres da LT, reduzindo o risco de ocorrência de processos erosivos.

    Quanto à pedologia, foram identificados os Cambissolos da Serra do Mar, caracterizado como um solo em estágio intermediário de intemperismo, isto é, um solo que não sofreu alterações físicas e químicas muito avançadas. De uma forma geral, não são solos muito profundos e apresentam teores elevados de minerais primários facilmente intemperizáveis. Caracterizam-se também por serem solos pedregosos e cascalhentos, sendo estes susceptíveis a erosão, especialmente quando são encontrados em terrenos inclinados, como na Serra do Mar. Contudo, de acordo com o EIA, o fator atenuante dos processos erosivos nas áreas de influência da LT é a boa cobertura do solo, com a presença de diversas espécies vegetais, que contribui significativamente para o aumento da resistência estrutural dos solos.

    Segundo o empreendedor, durante a implantação da Linha de Transmissão 230 kV CD Henry Borden – Manoel da Nóbrega todos os processos e atividades que ocasionam a alteração do relevo, como corte e aterro, escavações, exposição do solo, bem como a alteração da direção e fluxo do escoamento superficial, poderão favorecer a ocorrência de processos erosivos nas áreas de influência do empreendimento, ocasionando o carreamento de sólidos para os corpos d'água interceptados pelo empreendimento, com consequente aumento da turbidez e assoreamento destes recursos hídricos.

    Para a abertura das vias de acesso, estabelecimento da faixa de servidão e as escavações do solo para execução das fundações, poderá haver a necessidade de reconformação de taludes e da topografia do terreno, podendo alterar o escoamento superficial e favorecer o surgimento de processos erosivos, principalmente em locais com taludes acentuados. Outra atividade potencial causadora da intensificação dos processos erosivos será o desvio do curso d’água na área da Subestação Manoel da Nóbrega, bem como a instalação dos canteiros de obras também poderão implicar numa eventual necessidade da alteração da topografia do terreno com processo de terraplenagem, bem como, no caso dos canteiros, a sua desmobilização ocasionará a exposição dos solos, tornando o terreno suscetível ao surgimento de processos erosivos.

    Para prevenir, controlar e/ou minimizar os efeitos dos potenciais impactos a serem gerados pelas obras da LT 230 kV Henry Borden - Manoel da Nóbrega e da Subestação Manoel da Nóbrega, o empreendedor propõe a implementação de um Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), que consiste em um conjunto de Programas e medidas que serão adotadas durante as fases de instalação do empreendimento. Tal Plano tem como meta estabelecer os mecanismos de gerenciamento, acompanhamento e supervisão da execução dos Planos e Programas Ambientais a serem desenvolvidos durante a fase de instalação do empreendimento. Para isso, serão adotados métodos e procedimentos de controle das ações, desde a contratação ao longo de todo o período de execução do Programa até a sua conclusão.

    Os indicadores para verificação do atendimento às metas do referido Plano serão: número de relatórios de não-conformidades emitidos; quantidade de eventos de não-conformidades corrigidos

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    dentro do prazo estabelecido e/ou total de eventos registrados no período; quantidade e perfil de reclamações das populações locais; número de acidentes de trabalho; número de condicionantes ambientais atendidas dentro do prazo estabelecido; e número de relatórios encaminhados à CETESB.

    De acordo com o empreendedor, o Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C) terá relação com todos os Programas Ambientais vinculados a ele, uma vez que visa gerir e integrar a execução desses. Nesse sentido, estão vinculados a este Plano os seguintes Programas Ambientais: Programa de Controle da Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encosta/Taludes; Programa de Controle de Tráfego; Programa de Controle da Poluição; Programa de Monitoramento e Conservação do Patrimônio Espeleológico; Programa de Educação Ambiental e Segurança para Trabalhadores; Programa de Mobilização, Desmobilização e Capacitação de Mão de Obra; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Controle de Supressão da Vegetação; Programa de Reposição Florestal; Programa de Resgate de Germoplasma e Resgate de Epífitas; Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna; e Programa de Monitoramento Resgate e Guarda do Patrimônio Histórico e Arqueológico.

    Com o objetivo de identificar os processos erosivos existentes, e adotar medidas para prevenir, controlar e/ou minimizar a ocorrência e os efeitos destes, bem como mitigá-los durante a fase de implantação do empreendimento, o empreendedor propôs, no âmbito do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C) a realização de um Programa de Controle de Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes.

    Em tal Programa é prevista, previamente ao início das atividades, a identificação e a localização georreferenciada das áreas que apresentam focos erosivos pré-existentes ao empreendimento. O Programa prevê, entre outros, a utilização de técnicas adequadas de perfuração/escavação, bem como a contenção e a adequação do material proveniente dessas atividades. Está prevista também a instalação de sistemas de drenagem pluvial nas áreas de intervenção para a implantação do empreendimento e nos canteiros de obras, direcionando o fluxo das águas pluviais, evitando o escoamento desordenado e a instalação de processos erosivos. Além disso, as atividades que envolvem a exposição de solos ocorrerão em épocas não chuvosas.

    O empreendedor também informou que serão aplicadas as seguintes medidas:

    Instalação de sistema de drenagem pluvial nos canteiros de obras, direcionando o fluxo das águas pluviais, evitando-se o escoamento desordenado e a instalação de processos erosivos;

    Direcionamento do fluxo das águas pluviais nas vias de acesso, evitando-se o escoamento desordenado e a instalação de processos erosivos;

    Após a conclusão das atividades construtivas por trecho/frente serão aplicadas as medidas previstas no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, evitando a exposição do solo à ação das águas pluviais e o desencadeamento de processos erosivos;

    Durante as obras serão realizadas vistorias periódicas na faixa de servidão e, sempre que constatada a necessidade, serão aplicadas técnicas de recuperação das feições erosivas;

    As atividades que envolvem a exposição de solos ocorrerão em épocas não chuvosas, sempre que possível;

    Aperfeiçoamento da logística para a abertura de vias de acesso, seleção dos locais de implantação de canteiros de obras e reconformação de taludes, visando minimizar a exposição do solo e adequar o escoamento superficial, reduzindo a ocorrência de processos erosivos.

    Durante a implantação do empreendimento serão realizadas inspeções e o acompanhamento ambiental das atividades que envolvem a movimentação de terra, a fim de identificar áreas vulneráveis à ocorrência de processos erosivos ou com a presença de feições erosivas. Sempre que constatada a necessidade, serão aplicadas técnicas de recuperação da área. Será

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    estabelecido um cronograma de vistorias, bem como a padronização para confecção de relatórios. Posteriormente, durante a fase de operação, o monitoramento será focado nos pontos mais vulneráveis, tais como: vias de acesso, taludes e bases das torres implantadas.

    Ainda com o objetivo de promover a restauração ecológica e estabelecer os procedimentos a serem adotados nos ambientes que foram degradados e/ou alterados pelas atividades decorrentes da implantação do empreendimento será executado também um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

    O Programa estabelece as ações que visam à estabilização dos terrenos, o controle dos processos erosivos, a recuperação das atividades biológicas do solo, a revegetação das áreas degradadas e a reintegração das áreas impactadas à paisagem. Para isso, serão priorizadas técnicas de bioengenharia que associem a utilização de medidas físicas, como o direcionamento das águas, a estruturação do substrato, o taludamento, etc.; e medidas biológicas, que incluem o enriquecimento da biota do solo e o recobrimento ou enriquecimento da vegetação.

    No âmbito do referido Programa será realizado um levantamento de todas as áreas degradadas e avaliado o seu grau de degradação, assim como sua capacidade de resiliência. Concluído o diagnóstico de cada área a ser recuperada, serão definidas as estratégias para restauração do local, para posteriormente definir-se o cronograma executivo de implantação das atividades. A execução das atividades do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas terá início após a conclusão das atividades construtivas em cada uma das áreas impactadas, e deverão ser planejadas adequadamente a partir das situações encontradas em cada local.

    A execução das ações do PRAD deverá ocorrer paralelamente ao Programa de Controle da Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes. O Programa terá ainda interelação com outros Programas Ambientais, uma vez que as áreas interferidas que fazem parte do Programa de Controle de Supressão da Vegetação também deverão ser recuperadas, bem como, o material coletado pelo Programa de Resgate de Germoplasma e Resgate de Epífitas poderá ser utilizado nas atividades de recuperação. Além disso, as atividades propostas são interligadas também àquelas definidas para o Programa de Reposição Florestal. Avaliação: As medidas propostas no Programa de Controle de Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes e no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, no âmbito do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), se devidamente implementadas, são adequadas para a minimização dos impactos relacionados ao desencadeamento de processos erosivos, instabilidade de terrenos e assoreamento, bem como para promover a estabilização dos terrenos e a reintegração das áreas impactadas à paisagem ao final das atividades de implantação do empreendimento. Especial atenção deverá ser dada ao controle e manutenção permanente dos acessos a serem utilizados nas obras, visando evitar o desencadeamento de processos erosivos e assoreamento.

    Entende-se que os objetivos e diretrizes apresentados no Plano de Gestão Ambiental da Construção são adequados e proporcionam o controle, monitoramento e registro das ações que serão executadas durante a implantação do empreendimento. Reitera-se a importância do acompanhamento das atividades por uma equipe de gestão ambiental especializada, visando garantir o bom andamento das obras, a minimização da ocorrência de não conformidades, e enfatizando a integração, já prevista no plano, de todas as medidas propostas e exigidas durante o processo de licenciamento.

    Para obtenção da Licença Ambiental de Instalação, o interessado deverá apresentar o detalhamento do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), e respectivos Programas Ambientais, contemplando, no mínimo: a equipe técnica e as respectivas responsabilidades, acompanhada pela respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, incluindo a

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    participação de representantes das empreiteiras; o detalhamento das medidas e procedimentos propostos; os mecanismos de gestão; as formas de acompanhamento ambiental, incluindo uso de indicadores ambientais e avaliação das não-conformidades, especialmente nas áreas alagáveis; as formas de registros ambientais; os métodos e procedimentos de trabalho ambientalmente adequados para a construção da obra; e o cronograma de atividades.

    Também deverá ser apresentado, no âmbito do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), o detalhamento do Programa de Controle de Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes, contemplando as medidas e procedimentos para a prevenção, controle e minimização dos processos de dinâmica superficial, considerando os trechos mais susceptíveis identificados ao longo do traçado e as intervenções em áreas ambientalmente frágeis (áreas úmidas, várzeas), a sistematização da identificação das não-conformidades e a proposição de medidas corretivas. Deverão ser previstas, entre outras medidas preventivas, mitigadoras e de monitoramento, a avaliação da fragilidade das áreas e implementação de medidas de contenção de sedimentos, e eventuais sistemas de drenagem definitivos etc. Incluir o balanço de massa previsto para a adequação das áreas (Subestação, praças de trabalho, acessos, canteiro de obras etc.), de acordo com o projeto executivo do empreendimento, bem como a localização, capacidade e descrição das potenciais áreas de empréstimo e bota-fora.

    Cabe informar que, no caso de necessidade de utilização de áreas de empréstimo e bota-foras deverão ser priorizadas áreas já licenciadas ou que se enquadrem em locais sem restrições ambientais (sugere-se que sejam observadas as diretrizes da Resolução SMA 30/00). Além disso, a utilização de tais áreas deverá ser precedida de análise e aprovação do Departamento de Avaliação Ambiental de Empreendimentos – IE.

    As áreas destinadas ao armazenamento temporário de solo não poderão localizar-se em APP's ou próximo a encostas, taludes com alta declividade, locais propensos à concentração do escoamento de água e vias públicas que possam causar incômodos à população.

    Deverá ser apresentado também o detalhamento do projeto, informando, no mínimo, a localização de cada torre e os respectivos tipos de fundação; serviços de terraplenagem; os acessos a serem utilizados e as obras de readequação necessárias; as formas de transporte de materiais, equipamentos e procedimentos especiais para o lançamento de cabos (tais como a utilização de drones), considerando a execução das obras em áreas protegidas.

    Também deverão ser apresentadas fotos aéreas ou imagens de satélite, em escala 1:10.000 ou maior, da área da subetação e do traçado da linha de transmissão devidamente georreferenciados, com a localização das torres e o mapeamento dos acessos, em formato métrico de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) e Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS, 2000).

    Antes do início das obras deverá ser apresentado o Plano de Ataque de Obras com cronograma de atividades, os responsáveis pela execução das obras e recuperação ambiental, e suas respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ART’s.

    Ainda por ocasião da solicitação da Licença Ambiental de Instalação, deverá ser apresentado, no âmbito do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), o detalhamento do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, incluindo a descrição das técnicas de recuperação a serem utilizadas, as medidas que visam à recomposição e recuperação das áreas degradadas, ou mesmo daquelas que não sejam resultado das intervenções, mas que possam vir a afetar a faixa de servidão, áreas de acesso e de apoio, que são de extrema importância para a segurança do empreendimento após a sua inserção, as espécies nativas selecionadas para a recomposição da cobertura vegetal das áreas degradadas, a equipe técnica alocada e respectivas responsabilidades.

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    O monitoramento ambiental mencionado no Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C) deverá ter frequência mínima semanal, com intensificação da frequência em temporada de maior pluviosidade e em trechos de maior susceptibilidade à erosão.

    Durante a fase de implantação do empreendimento, deverão ser elaborados relatórios quadrimestrais de acompanhamento do PGA-C, bem como dos respectivos Programas Ambientais, por meio de descritivos e registros fotográficos datados e georreferenciados, as atividades desenvolvidas no período, a análise da eficiência das medidas mitigadoras implementadas, as eventuais não-conformidades verificadas, e as respectivas ações corretivas adotadas.

    Ao final das obras, deverá ser apresentado relatório final conclusivo do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), e dos respectivos Programas Ambientais, comprovando o encerramento das atividades, o registro de eventuais não conformidades e medidas corretivas adotadas, e a recuperação de todas as áreas afetadas pelas obras (faixa de servidão, base das torres, área da Subestação, canteiros de obras, acessos, etc).

    Cabe informar que foi realizada vistoria em 04/02/2016 pela equipe técnica deste Departamento e da ELTE, onde se constatou que a implantação da Linha de Transmissão irá transpor áreas com vegetação nativa, Áreas de Preservação Permanente e áreas antropizadas. Na área onde se pretende implantar a Subestação – SE Manoel da Nóbrega foi observada a necessidade de aterro no local, com material oriundo de outros locais; a intervenção no curso d’água que corta a área; além da presença de três cavidades naturais subterrâneas na ADA, que serão suprimidas. Também foi observado que alguns acessos que serão utilizados durante as obras deverão receber intensa manutenção durante as obras, de forma a comportar o fluxo (e tamanho) dos veículos a serem utilizados na implantação da LT, principalmente os acessos das operadoras da linha férrea, que também são utilizados por moradores e que deverão ser devidamente sinalizados. Exigências

    Para obtenção da Licença Ambiental de Instalação

    Apresentar, visando a organização e compilação das informações ambientais relacionadas com o licenciamento em curso, os arquivos cartográficos georreferenciados e as tabelas síntese do licenciamento (caracterização do empreendimento e indicadores de impacto ambiental). Para o preenchimento das tabelas, verificar as instruções indicadas na página: http://licenciamentoambiental.cetesb.sp.gov.br/tabelas/ Para a apresentação dos arquivos cartográficos georreferenciados, acessar: http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf.

    Apresentar em fotos aéreas ou imagens de satélite, em escala 1:10.000 ou maior, o traçado da linha de transmissão e da área da subestação devidamente georreferenciados, com a localização das torres e o mapeamento dos acessos, em formato métrico de acordo com a Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM) e Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS, 2000).

    Apresentar o detalhamento do projeto informando, no mínimo, a localização de cada torre e a indicação dos respectivos tipos de fundação; descrição dos serviços de terraplenagem; os acessos a serem utilizados e as obras de readequação necessárias; as formas de transporte de materiais, equipamentos e procedimentos especiais para o lançamento de cabos (tais como a utilização de drones etc.) considerando a execução das obras em áreas protegidas.

    Apresentar o detalhamento do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), e respectivos Programas Ambientais (de Controle da Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes; de Controle de Tráfego, de Controle da Poluição; de Monitoramento e Conservação do Patrimônio Espeleológico; de Educação Ambiental e Segurança para Trabalhadores; de Mobilização, Desmobilização e Capacitação de Mão de Obra; de

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    Recuperação de Áreas Degradadas; de Controle de Supressão da Vegetação; de Reposição Florestal; de Resgate de Germoplasma e Resgate de Epífitas; de Monitoramento da Fauna; de Afugentamento e Resgate da Fauna; de Monitoramento, Resgate e Guarda do Patrimônio Histórico e Arqueológico; de Acompanhamento dos Processos Minerários; de Compensação Ambiental; de Comunicação e Interação Social; e de Indenização e Relocação de Terras e Benfeitorias), contemplando no mínimo: a equipe técnica e as respectivas responsabilidades, acompanhada pela respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, incluindo a participação de representantes das empreiteiras; o detalhamento das medidas e procedimentos propostos; os mecanismos de gestão; as formas de acompanhamento ambiental, incluindo uso de indicadores ambientais e avaliação das não-conformidades; as formas de registros ambientais; os métodos e procedimentos de trabalho ambientalmente adequados para a construção da obra; e o cronograma de atividades.

    Incluir no detalhamento do Programa de Controle de Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes: o detalhamento das medidas e procedimentos para a prevenção, controle e minimização dos processos de dinâmica superficial, considerando os trechos mais susceptíveis identificados ao longo do traçado e as intervenções em áreas ambientalmente frágeis (áreas úmidas, várzeas etc.), as medidas mitigadoras que serão adotadas para evitar impactos nos recursos hídricos presentes na área de implantação do empreendimento; a estimativa de balanço de massa para a implantação do empreendimento (Subestação, praças de trabalho, acessos, canteiro de obras etc.); e a descrição com a localização e capacidade das potenciais áreas de empréstimo e bota-fora.

    Incluir no detalhamento do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, a descrição das técnicas de recuperação a serem utilizadas, as medidas que visam à recomposição e recuperação das áreas degradadas, ou mesmo daquelas que não sejam resultado das intervenções, mas que possam vir a afetar a faixa de servidão, áreas de acesso e de apoio, as espécies nativas selecionadas para a recomposição da cobertura vegetal das áreas degradadas.

    Antes do início das obras

    Apresentar o Plano de Ataque de Obras com cronograma e responsáveis pela execução das obras e recuperação ambiental, com suas respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ART’s.

    Durante a implantação do empreendimento

    Apresentar relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), e respectivos Programas Ambientais (de Controle da Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes; de Controle de Tráfego, de Controle da Poluição; de Monitoramento e Conservação do Patrimônio Espeleológico; de Educação Ambiental e Segurança para Trabalhadores; de Mobilização, Desmobilização e Capacitação de Mão de Obra; de Recuperação de Áreas Degradadas; de Controle de Supressão da Vegetação; de Reposição Florestal; de Resgate de Germoplasma e Resgate de Epífitas; de Monitoramento da Fauna; de Afugentamento e Resgate da Fauna; de Monitoramento, Resgate e Guarda do Patrimônio Histórico e Arqueológico; de Acompanhamento dos Processos Minerários; de Compensação Ambiental; de Comunicação e Interação Social; e de Indenização e Relocação de Terras e Benfeitorias), informando sobre o andamento das obras, comprovando a implementação das medidas mitigadoras por meio de descritivos e registros fotográficos que contemplem as atividades desenvolvidas no período, eventuais não conformidades identificadas e respectivas medidas mitigadoras adotadas, avaliação dos resultados obtidos com base em indicadores ambientais, equipe técnica responsável e respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica – ART.

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    Incluir, nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Controle de Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes, registros fotográficos georreferenciados e datados, comprovando a implantação dos sistemas de drenagem provisória nas frentes de obras, especialmente junto dos corpos d’água e/ou talvegues e nas áreas alagáveis. Contemplar medidas de proteção do solo, medidas de disciplinamento e dissipação de energia das águas e dispositivos estruturais de contenção de sedimentos.

    Incluir, nos relatórios quadrimestrais de acompanhamento do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, relatório fotográfico georreferenciado e datado, comprovando a revegetação das áreas afetadas ao longo da faixa de servidão, de acordo com o término de cada frente de obra, por meio do plantio de espécies herbáceas (leguminosas e/ou gramíneas) e arbustivas nativas.

    Para obtenção da Licença Ambiental de Operação

    Apresentar relatório final do Plano de Gestão Ambiental da Construção (PGA-C), e respectivos Programas Ambientais (de Controle da Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes; de Controle de Tráfego, de Controle da Poluição; de Monitoramento e Conservação do Patrimônio Espeleológico; de Educação Ambiental e Segurança para Trabalhadores; de Mobilização, Desmobilização e Capacitação de Mão de Obra; de Recuperação de Áreas Degradadas; de Controle de Supressão da Vegetação; de Reposição Florestal; de Resgate de Germoplasma e Resgate de Epífitas; de Monitoramento da Fauna; de Afugentamento e Resgate da Fauna; de Monitoramento, Resgate e Guarda do Patrimônio Histórico e Arqueológico; de Acompanhamento dos Processos Minerários; de Compensação Ambiental; de Comunicação e Interação Social; e de Indenização e Relocação de Terras e Benfeitorias) com o balanço das atividades realizadas e a avaliação da efetividade das medidas adotadas, com base em indicadores ambientais.

    Incluir no relatório final do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, registros fotográficos georreferenciados e datados, comprovando a recomposição vegetal da faixa e taludes, além da completa recuperação dos processos erosivos e de todas as áreas afetadas pelo empreendimento, incluindo os canteiros de obras e demais áreas de apoio; e a implantação dos dispositivos de drenagem definitivos.

    7.3. Interferências em cursos d’água

    De acordo com o EIA, o empreendimento está localizado na bacia hidrográfica da Baixada Santista (UGRHI 7), caracterizada por apresentar cursos d’água pouco extensos, com nascentes posicionadas na vertente marítima da Serra do Mar e na planície litorânea, que deságuam no Oceano Atlântico em complexos estuarinos. Dessa forma, a bacia hidrográfica conta com recursos hídricos de água doce, água salgada e água salobra (complexos estuarinos, rios ou braços de rios de água doce em confluência com a maré).

    Devido às características geomorfológicas da região, a área de implantação do empreendimento apresenta uma grande quantidade de nascentes e de cursos d’água. Foram estimados 149 (cento e quarenta e nove) pontos de ocorrência de nascentes na AID do empreendimento, além disso, o traçado proposto para a implantação da Linha de Transmissão prevê a travessia de 69 cursos d’água, distribuídos da seguinte forma pelos municípios abrangidos pelo empreendimento (Tabela 3):

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    Tabela 3 – Travessia de cursos d’água, por município.

    Município Quantidade de cursos d’água

    Cubatão 21

    São Vicente 34

    Praia Grande 14

    Total 69

    Destaca-se que o Rio Boturuca/Branco, embora não seja prevista sua travessia pelo traçado da LT, o acompanha de forma paralela, com múltiplas passagens na Área de Influência Direta.

    Há ainda a ocorrência de um curso d’água intermitente na área prevista para o local de implantação da Subestação Manoel da Nóbrega, para o qual será necessário o seu desvio. De acordo com o empreendedor, nessa área ocorre a criação de animais (porcos, cabras, cavalo, gado, coelho, galinha, etc), sem sistema de coleta e tratamento do esgoto. Também foi informado que a margem do curso d’água localizado na ADA não possui vegetação ciliar.

    Tal desvio foi aprovado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE por meio Despacho do Superintendente do DAEE, de 27/06/2016, que emitiu a Outorga de implantação de empreendimento para captação superficial e canalização de curso d’água na área de influência direta do empreendimento.

    De acordo com o EIA, nas áreas de influência do empreendimento ocorrem também áreas alagáveis, destacando-se a área localizada nas adjacências do Rio Branco, na divisa entre São Vicente e Praia Grande. Foi informado que nestas áreas deverão ser tomadas medidas preventivas específicas quanto à realização de ações inerentes às atividades de implantação do empreendimento. O empreendedor salientou que a atividade antrópica em alguns pontos dessas áreas resultou na retilinização dos cursos d’água ali presentes, descaracterizando algumas porções da região, no entanto, em sua maior parte ainda são verificadas características de área alagável e manguezal.

    Nos trechos interceptados pela LT correspondentes às áreas alagáveis, bem como nas planícies aluviais identificadas nas áreas de influência, foi informada a necessidade de cautela principalmente quanto à abertura de vias de acesso e implantação das torres, devido a eventuais ocorrências de inundações, o que pode agravar os processos erosivos decorrentes das obras e comprometer gradualmente a fundação e estrutura das torres, caso não sejam implantadas adequadamente. Dessa forma, a abertura de vias de acesso e implantação das torres, preferencialmente, evitará essas regiões, a fim de impedir a ocorrência dos potenciais impactos mencionados.

    Quanto aos recursos hídricos subterrâneos, o EIA identificou dois tipos de aquíferos: o Sistema Aquífero Pré-Cambriano (Cristalino) e o Sistema Aquífero Sedimentar Litorâneo, ambos pouco explorados, uma vez que oferecem baixo potencial para o abastecimento. Os sistemas apresentam escassez de dados quanto ao monitoramento da qualidade de suas águas, cabendo destaque para a comum intrusão da cunha salina, principalmente no segundo sistema descrito, devido à proximidade deste da zona costeira e a ocorrência da região estuarina. Foi ressaltada a fragilidade dos mesmos frente à contaminação de origem antrópica, onde novamente destaca-se o Sistema Aquífero Sedimentar Litorâneo, devido à permeabilidade de seus leitos arenosos.

    Ainda de acordo com o EIA, em função das altas taxas de urbanização, da precariedade de saneamento em determinados locais e das atividades industriais e agropecuárias realizadas na extensão da região hidrográfica em questão, a qualidade dos recursos hídricos na região de implantação do empreendimento apresenta uma diversidade de situações, sendo por diversas

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    vezes comprometida devido à ação antrópica. Foi ressaltado que ao longo do traçado da LT, na ADA, não há registro de áreas contaminadas.

    O Estudo avaliou, no entanto, que algumas atividades inerentes a implantação e a operação dos canteiros de obras, e ao transporte e movimentação de equipamentos e veículos, tais como a geração de resíduos sólidos e efluentes, provenientes das atividades nas áreas operacionais dos canteiros, bem como possíveis vazamentos de óleos, graxas e combustíveis, de veículos e equipamentos nos locais associados às obras, e de álcalis do cimento e aditivos do concreto a serem utilizados nas atividades de construção civil podem interferir diretamente sobre a qualidade dos corpos d’água e do solo da região.

    A fim de evitar que os solos e os corpos hídricos que se encontram nas áreas de influência da LT sejam contaminados, foram propostas ações e medidas relacionadas ao gerenciamento de efluentes durante as atividades de implantação. Essas medidas encontram-se detalhadas no Programa de Controle da Poluição, mais especificamente nos Subprogramas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes, detalhados no item 7.9 deste Parecer Técnico, com destaque para a cobertura e impermeabilização, e seccionamento apropriado para cada tipo de resíduos e efluentes nos locais destinados ao armazenamento temporário, e a abordagem das medidas propostas para a temática dos resíduos e efluentes nos Diálogos Diários de Segurança sempre que forem mobilizadas novas frentes de trabalho. Há de se ressaltar que, conforme informado no Programa, o lançamento de efluentes deverá atender às especificações da Resolução CONAMA n.º 430/2011, levando em consideração também a classe do corpo receptor, de acordo com a Resolução CONAMA n.º 357/2005, para tanto, deverão ser realizadas análises periódicas dos efluentes a serem descartados.

    Em relação ao potencial impacto referente ao carreamento de sedimentos para os cursos d’água durante a implantação do empreendimento, estão previstas medidas mitigadoras no âmbito do Programa de Controle de Erosão, Assoreamento e Estabilidade de Encostas/Taludes e no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, detalhados no item 7.2 deste Parecer Técnico, dentre as quais se destacam: a instalação de sistema de drenagem pluvial nos canteiros de obras e bacias de decantação, direcionando o fluxo das águas pluviais; direcionamento do fluxo das águas pluviais nas vias de acesso; e a realização de vistorias periódicas na faixa de servidão, com vistas à aplicação de técnicas de recuperação das feições erosivas, quando necessário. Avaliação: Diante da previsão da i