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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Superintendência Regional de Regularização Ambiental do Norte de Minas 1050209/2016 13/09/2016 Pág. 1 de 78 Avenida José Correia Machado, 900, Bairro Ibituruna, Montes Claros, MG, CEP: 39.401-832 Telefax: (38) 3224-7500 PARECER ÚNICO Nº 1050209/2016 (SIAM) INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licenciamento Ambiental 11961/2009/011/2015 Sugestão pelo Deferimento FASE DO LICENCIAMENTO: Licença Prévia e de Instalação LP+LI VALIDADE DA LICENÇA: 04 anos PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO: Outorga 38465/2015 Sugestão pelo Deferimento Autorização para Intervenção Ambiental 09268/2015 Sugestão pelo Deferimento EMPREENDEDOR: Mineração Riacho dos Machados Ltda CNPJ: 08.832.667/0001-62 EMPREENDIMENTO: Mineração Riacho dos Machados Ltda CNPJ: 08.832.667/0001-62 MUNICÍPIO: Riacho dos Machados ZONA: Rural COORDENADAS (DATUM): SAD69 LAT/Y 16° 0120,45LONG/X 43° 0528,95LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: Integral Zona de amortecimento Uso sustentável X Não NOME: ----------------- BACIA FEDERAL: Rio Verde Grande BACIA ESTADUAL: Rio Gorutuba UPGRH: SF10 Rio Verde Grande SUB-BACIA: Ribeirão Confisco CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE E-05-01-0 Barragens de perenização 3 E-05-05-3 Descarga de fundo 1 C-10-01-4 Usina de produção de concreto comum 1 CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO: Bicho do Mato / Edeltrudes M. Valadares Calaça Câmara (RCA/PCA) CRBio 08.619/4-D AUTO DE FISCALIZAÇÃO: 22/2016 DATA: 11/03/2016 EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA Pedro Henrique Criscolo P. Câmara Gestor Ambiental (Gestor) Engenheiro de Minas 1378682-7 Eduardo José Vieira Júnior Gestor Ambiental Engenheiro Ambiental 1364300-2 Viviane Santos Brandão Analista Ambiental Bióloga 1019758-0 Warlei Souza Campos Gestor Ambiental Engenheiro Florestal 1401724-8 Rafaela Câmara Cordeiro Gestora Ambiental Jurídico 1364307-7 De acordo: Cláudia Beatriz de Oliveira Araújo Versiani Diretora Regional de Apoio Técnico 1148188-4 De acordo: Yuri Rafael de Oliveira Trovão Diretor de Controle Processual 0449172-6

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1050209/2016

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Avenida José Correia Machado, 900, Bairro Ibituruna, Montes Claros, MG, CEP: 39.401-832 Telefax: (38) 3224-7500

PARECER ÚNICO Nº 1050209/2016 (SIAM)

INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:

Licenciamento Ambiental 11961/2009/011/2015 Sugestão pelo Deferimento

FASE DO LICENCIAMENTO:

Licença Prévia e de Instalação – LP+LI VALIDADE DA LICENÇA: 04 anos

PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO:

Outorga 38465/2015 Sugestão pelo Deferimento

Autorização para Intervenção Ambiental 09268/2015 Sugestão pelo Deferimento

EMPREENDEDOR: Mineração Riacho dos Machados Ltda CNPJ: 08.832.667/0001-62

EMPREENDIMENTO: Mineração Riacho dos Machados Ltda CNPJ: 08.832.667/0001-62

MUNICÍPIO: Riacho dos Machados ZONA: Rural

COORDENADAS (DATUM): SAD69

LAT/Y 16° 01’ 20,45” LONG/X 43° 05’ 28,95”

LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:

Integral Zona de amortecimento Uso sustentável X Não

NOME: -----------------

BACIA FEDERAL: Rio Verde Grande BACIA ESTADUAL: Rio Gorutuba

UPGRH: SF10 – Rio Verde Grande SUB-BACIA: Ribeirão Confisco

CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE

E-05-01-0 Barragens de perenização 3

E-05-05-3 Descarga de fundo 1

C-10-01-4 Usina de produção de concreto comum 1

CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:

Bicho do Mato / Edeltrudes M. Valadares Calaça Câmara (RCA/PCA)

CRBio – 08.619/4-D

AUTO DE FISCALIZAÇÃO: 22/2016 DATA: 11/03/2016

EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA

Pedro Henrique Criscolo P. Câmara – Gestor Ambiental (Gestor) Engenheiro de Minas

1378682-7

Eduardo José Vieira Júnior – Gestor Ambiental Engenheiro Ambiental

1364300-2

Viviane Santos Brandão – Analista Ambiental Bióloga

1019758-0

Warlei Souza Campos – Gestor Ambiental Engenheiro Florestal

1401724-8

Rafaela Câmara Cordeiro – Gestora Ambiental Jurídico

1364307-7

De acordo: Cláudia Beatriz de Oliveira Araújo Versiani – Diretora Regional de Apoio Técnico

1148188-4

De acordo: Yuri Rafael de Oliveira Trovão – Diretor de Controle Processual

0449172-6

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1. INTRODUÇÃO

O presente parecer visa subsidiar ao Superintendente da SUPRAM NORTE no processo de

julgamento do pedido de concessão de Licença de Prévia concomitante com Licença de

Instalação – LP+LI para a ampliação do empreendimento Mineração Riacho dos Machados Ltda

pelo empreendedor homônimo para construção de barragem de perenização e estruturas

anexas.

O empreendimento tem a finalidade de abastecimento industrial no processo de beneficiamento

do minério de ouro da empresa requerente. O empreendedor justifica a necessidade dessa

construção com base na alteração dos cenários previstos inicialmente no projeto da mina.

Condições climáticas extremas modificaram a disponibilidade hídrica que se supunha ser

suficiente para atendimento das demandas.

De acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 09 de Setembro de 2004, o

empreendimento se enquadra nas atividades: E-05-01-0 (barragens de perenização) – porte

pequeno (54,9 ha de área inundada) e potencial poluidor/degradador grande – classe 3; E-05-

05-3 (descarga de fundo) – porte pequeno (54,9 ha de área inundada) e potencial

poluidor/degradador médio – classe 1; e C-10-01-4 (usinas de construção de concreto comum) –

porte pequeno (8,8 m³/h) e potencial poluidor/degradação médio.

Após a entrega dos documentos, foi formalizado o Processo Administrativo nº

11961/2009/011/2015 em 18/12/2015. A equipe interdisciplinar recebeu o referido processo para

análise e realizou vistoria nos locais das possíveis instalações no período de 07 a 11/03/2016,

gerando Auto de Fiscalização n° 22/2016. Foram geradas informações complementares ao

processo através dos ofícios 823/2016, 824/2016, 825/2016 e 826/2016, cujas respostas foram

protocoladas pelo empreendedor satisfatória e tempestivamente.

A análise técnica discutida neste parecer foi baseada nos estudos ambientais [Relatório de

Controle Ambiental (RCA), Plano de Controle Ambiental (PCA), Plano de Utilização Pretendida

(PUP) e Relatório Técnico de solicitação de outorga] apresentados pelo empreendedor, no Auto

de Fiscalização n° 22/2016 e nas informações complementares requisitadas.

Ao longo deste parecer será discutido o diagnóstico ambiental da área em que se pretende a

inserção do barramento, os impactos potenciais advindos da implantação e operação do

empreendimento e os planos, programas e projetos propostos para mitigação e monitoramento

desses impactos.

Ressalta-se que, apesar de haver neste processo a presença de documentos relacionados à

estabilidade das estruturas, a equipe técnica da SUPRAM não avalia esses itens, mas somente os

aspectos relacionados à gestão dos recursos ambientais que os mesmos contêm.

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2. ALTERNATIVA LOCACIONAL

Foram propostas 4 alternativas de localização para o barramento no EIA apresentado, nomeadas

BA-1 a BA-4, e três alternativas de traçado para a adutora a partir da localização escolhida para o

barramento. De acordo com as características informadas nos estudos ambientais e verificadas in

loco na fiscalização realizada pela SUPRAM NM:

BA-1

Encontra-se no Ribeirão Piranga, na comunidade rural de Piranga, município de Porteirinha-MG. É

a alternativa mais próxima ao empreendimento (~ 2 km), com capacidade de armazenamento de

2,07 m³, porém com elevado volume do maciço (55mil m³) e baixa vazão residual obrigatória (17,6

m³/h). O lago atingiria 7 edificações, das quais 5 são moradias, além de uma escola desativada que

é utilizada como sede da associação de moradores.

BA-2

Encontra-se no Ribeirão Curral Novo, na confluência com o Ribeirão Mumbuca, próximo à

comunidade rural de Mumbuca, município de Riacho dos Machados-MG. É a alternativa mais

distante do empreendimento (~ 5,7 km) e com menor capacidade de acumulação de água (1,7

Mm³), mas a que teria o maciço de menor volume (17,6mil m³) e com a maior vazão residual

obrigatória (29,9 m³/h). O lago atingiria 10 edificações, das quais 7 são moradias, uma escola e um

cemitério, além de cortar uma estrada municipal que é itinerário de ônibus escolar.

BA-3

Encontra-se no Ribeirão Curral Novo a montante da barragem de rejeitos, na comunidade rural de

Ouro Fino, município de Riacho dos Machados-MG. Encontra-se próximo ao empreendimento (~

2,4 km) e apresenta volume de acumulação de 2,83 Mm³. É a alternativa com o maciço de maior

volume (57,9mil m³). Sua vazão residual obrigatória seria de 22,3 m³/h. O lago atingiria 5

edificações, das quais 3 são moradias.

BA-4

Encontra-se no Córrego Rodeador, afluente que encontra o Ribeirão Curral Novo à montante da

área da MRDM, município de Riacho dos Machados-MG. Encontra-se a 4 km do empreendimento e

apresenta volume de acumulação 4 Mm³. O maciço do barramento teria 32.393 m³ e a vazão

residual obrigatória é nula, pois o curso d’água tem caráter intermitente. O lago não atingiria

edificações.

O empreendedor escolheu a alternativa BA-4 em vista de economia financeira na construção do

barramento de volume de maciço intermediário e menor impacto socioambiental devido à baixa

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ocupação da área do lago (área inserida em apenas uma propriedade rural e sem edificações).

Apesar de não haver obrigatoriedade legal em se manter vazão residual em cursos d’água

intermitentes, o projeto apresenta a proposta de manutenção de 39,2 m³/h, maior que as vazões

obrigatórias das outras 3 alternativas.

Sistema de adução

O sistema de adução será instalado a céu aberto, com tubos de diâmetro 6”, 14”, 16” e 20”. A Área

Diretamente Afetada (ADA) foi inicialmente proposta com 6m de largura, sendo 3m para cada lado

da linha. As alternativas propostas foram enumeradas em 1 (4,97 km e 3,00 ha) , 2 (5,06 km e 3,04

ha) e 3 (4,86 km e 2,92 ha). Posteriormente o empreendedor informou sobre alteração no projeto,

passando a área de servidão a ser de 5m para cada lado, o que não afeta na comparação que foi

realizada, já que as três alternativas terão suas áreas acrescidas igualmente.

As 3 alternativas se iniciam no eixo do barramento BA-4 e seguem em direção a uma antiga

estrada local, chamada “riacheira” – que segundo o RCA não é utilizada há mais de 20 anos –

seguindo por ela em torno de 1 km. Até esse ponto, os caminhos são coincidentes nas três

alternativas, passando por canais de drenagem que constam como córregos intermitentes na carta

do IBGE, mas que se encontravam secos no momento da vistoria.

Desse ponto em diante, a alternativa 3 desvia em direção sul, passando por terreno acidentando e

com vegetação mais densa até atingir a barragem de rejeitos em local próximo ao ponto de

confluência do Córrego Olaria com o Ribeirão Curral Novo (ou Ribeirão Ribeirão).

As alternativas 1 e 2 seguem pela estrada riacheira até as proximidades do Ribeirão Curral Novo,

quando cruzam esse curso d’água e seguem até uma estrada municipal. Nesse ponto, a alternativa

2 segue pela estrada municipal até atingir o mesmo ponto final da alternativa 3 e a alternativa 1

segue por uma caminho vicinal até alcançar a barragem no sua porção norte.

O empreendedor escolheu a alternativa 1 por seu traçado estar todo locado em estradas vicinais já

existentes e não utilizadas, diminuindo as necessidades de intervenção ambiental, e pelo ponto de

descarga estar em local mais adequado que as demais opções em relação à segurança da

barragem de rejeitos.

Conforme as informações acima, a escolha das alternativas para a implantação da barragem e

traçado da adutora é entendida como satisfatória.

3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A Barragem de Perenização e Captação da MRDM será construída no talvegue do Córrego

Rodeador, curso de água intermitente da bacia hidrográfica do Rio Gorutuba, pertencente às

bacias federais dos Rios Verde Grande e São Francisco. O eixo do barramento projetado ficará

nas coordenadas geográficas 16°01’20,45” de Latitude Sul e 43°05’28,95” de Longitude Oeste,

DATUM SAD 69, situado a uma distância de cerca de 4 km a nordeste da mina da MRDM. A

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captação de água ocorrerá no reservatório da barragem de perenização e será transportada até

a usina da mineradora por uma adutora de 6.900 m de comprimento.

A concepção do projeto relacionou as seguintes estruturas: maciço da barragem em CCR,

fechamento da ombreira direita em aterro compactado, extravasor em perfil Creager e escada de

dissipação, bacia de dissipação em concreto armado, descarga de fundo e muro de arrimo para

tubulação de adução; e serviços: escavação da fundação, obras de contenção, reaterro a

jusante e montante do barramento e drenagem superficial periférica para construção do maciço.

Se necessário, serão realizadas ensecadeiras, já que o curso d’água tem caráter intermitente.

Barramento

O Projeto Básico propunha a construção de uma barragem de gravidade, utilizando concreto nas

estruturas principais e nas ombreiras, com metodologia construtiva do tipo CCR (Concreto

Compactado de Rolo), com 220,8 m de comprimento. Entretanto, ao realizar as sondagens

geotécnicas para o Projeto Executivo foi constatado que a ombreira direita estaria assentada

sobre uma camada de rocha alterada muito mais profunda do que se esperava. A empresa

projetista realizou simulações com 4 cenários e analisou a viabilidade técnica e econômica,

optando por um fechamento lateral com uma barragem de terra revestida com geomembrana de

PEAD.

Dessa forma, o arranjo geral do barramento passou a ser de 188,60m extensão de CCR na

estrutura principal, ombreira esquerda e parte da ombreira direita e 30 m de extensão de aterro

compactado na ombreira direita. O maciço em concreto possui altura máxima de 30,8 m (base

do extravasor e início da bacia de dissipação na cota El. 760 m e crista do barramento na cota

El. 790,8 m) e o de terra de 29,5 m (coroamento na cota El. 790,1 m).

O projeto apresenta uma bacia de 72,6 km², com um volume de armazenamento final de 4,0

Mm³ na cota El. 788,00 m e área do reservatório de 54,9 ha. O nível mínimo de água operacional

para garantir o bom funcionamento das bombas encontra-se na cota El. 767,0 m, o que resulta

em um deplecionamento máximo de 21 m. As cheias de projeto utilizaram hidrogramas de 1.000

anos de tempo de retorno para dimensionamento do vertedouro e de 10.000 anos para sua

verificação. As sobrelevações máximas calculadas resultaram em bordas livres de 1,0 m durante

a passagem da cheia de 1.000 anos e 0,7 m para 10.000 anos.

De acordo com as informações contidas no estudo hidrológico, o reservatório será capaz de

regularizar uma vazão de 39,2 m³/h, o que significa 2% da vazão média de longo termo (esses

dados serão mais bem discutidos no item “Utilização e Intervenção em Recursos Hídricos”). A

descarga de fundo encontra-se a esquerda hidráulica do vertedouro.

Vertedouro

O vertedouro apresenta largura de crista de 46 m e crista na El. 788,00 m, a ser construído com

perfil Creager em soleira livre, no centro do barramento, projetado para uma operação com

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carga de 2,10 m. A jusante, no pé da barragem, encontra-se uma bacia de dissipação de

energia, ligada ao vertedouro por uma escada hidráulica em concreto, onde ocorre um

afunilamento do fluxo, transicionando de uma largura de 46 m para 20 m.

A bacia de dissipação será construída em concreto, 20 m de largura por 40,50 m de

comprimento, base na cota El. 760,0 m, end sill (final mais elevado) na cota El. 764,5m e muros

laterais com coroamento na cota El. 768,0m. Segundo os estudos apresentados, essas

dimensões e configurações garantem o confinamento do fluxo para vazões de projeto.

Sistema Adutor

O sistema de adução será disposto a céu aberto, aproveitando parte do traçado de uma antiga

estrada. O ponto de saída será a jusante da barragem (cota El. 765,0 m) seguindo por 1.766 m

até uma caixa de concreto no ponto mais alto do traçado (cota El. 883,32 m), de onde segue por

4.152 m até a barragem de rejeitos da mineradora. Nesse ponto haverá uma bifurcação, em que

um trajeto encaminhará a água para um reservatório lateral à barragem para posteriormente ser

direcionada à usina de tratamento de minério e outro, já existente, com 1.044 m que levará

diretamente à usina.

Haverá uma passagem aérea sobre o Ribeirão Curral Novo) por meio de estrutura metálica a 5

metros de altura das margens e que será sustentada por dois pilares fora do leito do rio, com

distância de 14 metros entre si.

A saída de captação encontra-se na estrutura do barramento, na esquerda hidráulica do

vertedouro. Ela é constituída por três canos de aço carbono (ø = 20”), que desaguam em um

cano maior (ø = 22”) ligado a duas bombas centrífugas horizontais (titular e reserva). A partir daí

a adução é feita por meio de um cano em aço carbono (ø = 16”) até a caixa do ponto alto (3,5 x

3,5 x 4,0 m) de onde a água segue por gravidade, em tubo de 18” de diâmetro, até conectar-se

com o cano de PEAD que transporta a água recuperada da barragem.

A alimentação elétrica do sistema se dará por meio de um grupo gerador de 500 kVA, movido a

Diesel, que será instalado a jusante do barramento, próximo às bombas. O projeto prevê a

possibilidade de substituição por um ramal de rede aérea com ligação com a rede elétrica da

usina ou por fornecimento através da CEMIG.

A captação foi requerida para 390m³/h, mas, para manter o nível mínimo operacional, ocorrerá

por tempos distintos em dois períodos: 24h diárias de maio a novembro e 4h e 36 min por dia de

dezembro a abril. Esse segundo tempo é equivalente a uma captação de 75 m³/h durante 24h, o

que não afetaria o balanço hídrico do reservatório segundo estudo da empresa contratada.

Fase de implantação

Aqui serão apresentadas as atividades necessárias à implantação como descrito no RCA

apresentado pela empresa. O prazo estipulado para obra é de 191 dias, ou seja, em torno de 6,5

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meses. A MRDM contratará uma empreiteira para execução do serviço e fiscalizará o andamento

das obras.

- Mobilização (mão de obra)

A empresa contratada para execução dos serviços será a responsável pela contratação de mão de

obra. Conforme o RCA, a mineradora determina que a empresa deva contratar pessoal local,

considerando a disponibilidade de profissionais com os níveis exigidos. Em caso de recrutamento

de outras localidades, os trabalhadores serão alojados em casas na sede de Riacho dos

Machados. A demanda total de funcionários oscila em torno de 59 funcionários nos cinco primeiros

meses, com pico de 70. Os dois últimos meses constam com 36 e 24 funcionários respectivamente.

O acesso ao canteiro se dará por uma estrada não pavimentada (Rm-19) que se inicia na zona

urbana da sede do município de Riacho dos Machados, na av. Castelo Branco. Percorrem-se 4,9

km em sentido Leste-Oeste até tomar o sentido Norte-Sul em uma confluência, por onde se

percorrem 4,4 km até o eixo do barramento.

O turno de trabalho adotado será de 7 dias/semana e 24 h/dia. Será necessária a implantação de

iluminação no canteiro para o trabalho noturno.

- Canteiro de Obras

O canteiro será implantando em área a jusante de onde será o barramento, próximo de onde será

construída a casa de bombas.

Segundo o RCA, o canteiro contará com:

- Refeitório, banheiros químicos e vestiário;

- Escritório administrativo;

- Pátios de carpintaria e armação;

- Central e pátios de concreto e britagem;

- Almoxarifado;

- Laboratório de controle de qualidade de concreto e dos agregados.

Não está prevista a construção de alojamento, pois os trabalhadores serão transportados

diariamente da cidade devido à proximidade. Não está prevista a construção de oficina e lavador de

veículos. As grandes manutenções e lubrificações serão realizadas na cidade enquanto as

pequenas serão realizadas no pátio de obras e utilizarão kit de segurança com manta de absorção.

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O fornecimento de energia elétrica para as obras será feito por meio de um conjunto de 3 geradores

a Diesel. Há a possibilidade da construção de uma rede de transmissão ligada à distribuição da

CEMIG futuramente. O abastecimento de água para consumo humano e para fabricação do

concreto será realizado por meio de compra da concessionária de Riacho dos Machados ou

Porteirinha e será armazenada em caixas d’água que serão implantadas no canteiro de obras.

As obras contarão com 26 veículos/equipamentos pesados, 02 ônibus para transporte de

passageiros e a usina móvel de concreto, que serão disponibilizados pela empreiteira. O uso

intensivo dos equipamentos se dará nos dois primeiros meses.

- Áreas de Empréstimo

A construção do aterro compactado para fechamento da ombreira direita assim como das

estruturas de concreto exigirá a obtenção de terra, areia e rocha em qualidade adequada para

cada finalidade. Esse material será obtido de dentro da área do lago, da locação do barramento,

ou, caso necessário, em depósitos nas cidades próximas.

- Construção da Barragem

O local do eixo do barramento é acessado por meio de estradas vicinais que serão adaptadas ao

trânsito de veículos pesados. Outros acessos serão construídos dentro da área requerida para

supressão, além da melhoria do caminho por onde passará a adutora.

Será realizada então a limpeza da área – supressão vegetal, desmatamento, destoca e remoção

da camada de material orgânico – sendo utilizados motosserra e trator de esteira. O material

lenhoso será estocado na ADA e posteriormente comercializado. O estudo apresentado informa

que a camada de solo orgânico será disposta em local adequado.

O projeto segue com a execução das escavações para a fundação da barragem, retirando o

material de 3ª categoria (solo), de 2ª categoria (rocha alterada) e 3ª categoria (rocha sã). Foram

apresentadas plantas com as áreas ocupadas por cada material e seções.

A barragem será construída em concreto do tipo CCR, assentada sobre rocha sã, restando parte

da ombreira direita aberta (cerca de 15m) para não haver contato com rocha alterada. O

fechamento dessa porção será realizado por aterro que envolverá parte da estrutura de

concreto, com altura de aproximadamente 30 m, em três taludes.

Sobre a porção de montante do aterro será aplicada manta geotêxtil, em área de cerca de 7500

m², para diminuição da percolação de água através desse material.

Estimou-se um consumo de 42.434 m³ de concreto do tipo CCR, 8.961 m³ de concreto do tipo

CCV, 34.984 m³ de solo compactado e 18.416 m³ de enrocamento compactado.

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Foi apresentada planta com as drenagens superficiais da estrutura, onde se vê cindo valetas

trapezoidais de concreto que direcionarão a água para caixas dissipadoras de energia. Todas as

canaletas direcionam o fluxo para jusante do barramento, com a ressalva de que duas tem fluxo

duplo, encaminhando água para dentro do barramento também.

- Cronograma

O cronograma apresenta 191 dias para conclusão das obras (em torno de 6,5 meses), com

previsão de início em 01/09/16 e de término em 20/03/17. As atividades foram discriminadas,

contando com data de início, término, tempo de duração e atividades predecessoras. As atividades

mais consuntivas em tempo são a construção do barramento em CCR e das estruturas em CCV.

- Instrumentação prevista

Foi apresentada planta com a locação dos instrumentos de monitoramento geotécnico da

barragem:

09 marcos superficiais, sendo 08 no barramento em concreto e 01 no barramento em terra;

02 marcos de referência (benchmark);

05 piezômetros do tipo Casagrande, sendo 02 duplos no barramento em terra e um simples no barramento em concreto;

01 medidor de vazão na direita hidráulica do vertedouro;

05 termômetros – para controlar a temperatura do concreto;

06 Medidores Triortogonais de junta.

Além destes, estão previstas instalação de instrumentos com função de controle ambiental (de

interesse direto deste órgão): réguas limnimétricas na área do reservatório, para acompanhamento

do nível d’água (N.A.), aparelhos para medições de vazão residual, de água vertida e de volume

captado.

Fase de operação

O Manual de Operação da barragem foi desenvolvido pela VOGBR com data de 14/04/2016. O item

operação do reservatório informa que deverá ser realizada batimetria com frequência bianual para

acompanhamento do volume de sedimentos, a borda livre operacional deve ser mantida em 2,8m,

referente ao nível do extravasor (cota El. 788,0 m) e foram definidas regras para operacionalidade

do descarregador de fundo, cuja função é manter a vazão sanitária e descarga de parte dos

sedimentos.

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Haverá fichas de registro de monitoramento de marco superficial, de crista, do N.A. do reservatório,

do piezômetro, de vazão, de inspeção regular, de inspeção especial e dos testes de funcionamento

dos instrumentos. Será elaborado relatório de operação com os registros a cada 4 meses.

Um quadro de inspeção das estruturas e instrumentos de monitoramento foi apresentado

informando a frequência de inspeção para cada item e ação em caso de irregularidade. Foram

propostas medidas, entre outras, para os dispositivos de drenagem superficial e sistema extravasor.

A empresa deverá fornecer treinamento para os funcionários responsáveis pelas ações.

Ressalta-se que apesar do documento apresentar dados sobre a segurança da operação e das

estruturas, a equipe técnica da SUPRAM não avalia esses itens, mas somente a gestão dos

recursos hídricos e ambientais presentes nesses documentos, sendo de responsabilidade do

empreendedor, empresas projetistas, empresa construtora e auditores a garantia de estabilidade.

Fase de desativação

O Plano Conceitual de Desativação da barragem foi desenvolvido pela VOGBR com data de

14/04/2016. A empresa informa que elaborou o documento com base no “Guia para Planejamento

do Fechamento de Mina” do IBRAM (2013). O plano tem como base a recuperação de áreas

degradadas com adoção de uso futuro com sustentabilidade ambiental e socioeconômica. Foram

propostos três cenários:

Abastecimento público de água e dessedentação animal;

Criação de área de parque / recreação;

Desmonte da barragem.

As propostas apresentam descrição simples por se tratar de plano conceitual. A empresa que

elaborou o estudo sugere revisão do plano com aprofundamentos e adição de novas informações a

cada 3 anos.

4. DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO

A definição da abrangência das áreas de estudo considerou as interações entre o empreendimento

e o meio, a partir de uma análise preliminar dos espaços geográficos que deveriam ser estudados

para cada componente ambiental de forma a fornecer os subsídios para o prognóstico dos

impactos. Essas áreas de estudo formaram a definição preliminar da ADA (Área Diretamente

Afetada), AID (Área de Influência Direta) e AII (Área de Influência Indireta) de cada meio, as quais

foram então ajustadas com base no prognóstico dos impactos, atendendo assim às diretrizes

definidas na Resolução CONAMA n° 01/86 de se considerar como área de influência a área

geográfica direta ou indiretamente afetada pelos impactos.

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Área de Influência Indireta – AII

- Meios Físico e Biótico

A Área de Influência Indireta – AII para os meios físico e biótico foi delimitada pela bacia

hidrográfica do córrego Rodeador até sua confluência com o Ribeirão Confisco.

- Meio Socioeconômico

A Área de Influência Indireta (AII) para o meio socioeconômico é representada pelo limite político

administrativo de Riacho dos Machados, uma vez que a cidade é a referência de serviços para a

população e o empreendimento está integralmente inserido nos limites deste.

Área de Influência Direta – AID

- Meios Físico e Biótico

A Área de Influência Direta – AID para os meios físico e biótico foi definida como a bacia do

Córrego Rodeador até o ponto de instalação do barramento mais o trecho do rio e APP até a

confluência com o Ribeirão Confisco.

- Meio Socioeconômico

As comunidades rurais de Rodeador e Tumbica foram consideradas como Área de Influência Direta

(AID) para o meio socioeconômico, visto que a área do empreendimento está localizada a montante

e a jusante destas respectivamente, o que pode vir a estabelecer sua relação direta com o

empreendimento.

Área Diretamente Afetada – ADA

A ADA corresponde às áreas a serem ocupadas pelas infraestruturas do empreendimento,

incluindo aquelas que serão utilizadas para a instalação, ou seja, o somatório do reservatório,

maciço e taludes da barragem, casa de bombas, adutora e respectiva faixa de segurança, canteiro

de obras e acessos operacionais, em um total de 63,26 ha.

Segundo informado nos estudos ambientais e observado durante a vistoria, não há edificações ou

ocupações econômicas na ADA.

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5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Posição Geográfica

O município de Riacho dos Machados está localizado na mesorregião Norte de MG e microrregião

de Janaúba, distante 135 km de Montes Claros-MG e 550 km de Belo Horizonte. O

empreendimento será implantado no Córrego Rodeador em um ponto 8 km distante da sede do

município por estrada não pavimentada, em direção oeste, e a nordeste da sede da Mineração

Riacho dos Machados.

Meio Físico

- Clima

A caracterização climatológica foi baseada em dados de 5 estações climatológicas localizadas

nos municípios de Janaúba, Montes Claros, Juramento, Monte Azul e Salinas, sendo esta última

excluída ao longo do trabalho ao se constatar que havia pequeno período de dados em comum

com as demais, o que impossibilitaria o estabelecimento de correlações satisfatórias. As

variáveis avaliadas foram Temperatura, Precipitação, Umidade Relativa e Insolação.

A classificação climática adotada foi a de Nimer (1989) e a área de interesse foi descrita como

sujeita ao clima tropical subquente semi-úmido (4 a 5 meses secos) de acordo com os dados da

estação climatológica de Montes Claros. A temperatura média anual é de 22,4°C, com mínimas

superiores a 12°C nos meses mais frios (junho e julho) e máximas próximas aos 30,45°C nos

meses mais quentes (outubro e fevereiro), com amplitude de temperatura média mensal não

atingindo 5°C.

A umidade relativa anual tem média acima de 50%, o nível de insolação anual é de 2643 horas,

com pico no mês de maio (9h/dia) e a precipitação anual está em torno de 1080 mm.

A evaporação foi um ponto de interesse específico no trabalho, justificando-se por ser um dado

de entrada na simulação hidrológica e, diferentemente das outras variáveis, realizou-se uma

análise com os dados de todas as estações climatológicas para a definição de qual seria usada.

Ao observar o gráfico de evaporação mensal por município, verificou-se o aumento da taxa à

medida que se caminhava para o norte, e foi decidido utilizar os dados da estação climatológica

de Janaúba com dados de 09/72 a 08/2015. O índice de evaporação média anual varia em torno

de 1400 mm.

- Geologia

O diagnóstico geológico foi baseado em trabalhos sobre o Orógeno Araçuaí, informações contidas

no EIA da Mina de Riacho dos Machados, folhas geológicas Francisco Sá, Janaúba, Padre

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Carvalho e Rio Pardo de Minas em escala 1:100.000 (COMIG, 1997) e campo de reconhecimento

com duração de três dias.

A Área de Influência Indireta (AII) foi descrita como localizada em terrenos do embasamento do

Orógeno Araçuaí, onde afloram rochas do Bloco Porteirinha, próximo ao seu contato com o Grupo

Macaúbas (Formação Serra do Catuni – quartzitos de granulação fina a média). Também há

presença de rochas magmáticas (granitos, granodioritos e sienitos) das Suítes Itacambiruçu, Catolé

e Paciência e rochas metamórficas do Bloco Córrego do Cedro (gnaisses) e Grupo Riacho dos

Machados (xistos). Na porção sudeste, em cotas mais elevadas, encontram-se superfícies

aplainadas constituídas de material detrito-coluvionar de idade quaternária, depositadas sobre as

rochas anteriormente citadas que foram expostas devido à erosão dos escoamentos da bacia

hidrográfica do Córrego Rodeador.

As Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA) tiveram caracterização

semelhante, com presença de rochas da Suíte Itacambiruçu – Plutonito barrocão, composto de

granitos com pequenas intrusões máficas e Depósitos Quaternários detríticos e aluvionares.

- Hidrogeologia

A caracterização hidrogeológica foi baseada em dados de poços tubulares levantados pela CPRM

na região de Riacho dos Machados, mapas geológicos do Projeto Espinhaço e reconhecimentos de

campo.

A AII foi classificada em diversos aquíferos, sendo possível agrupá-los em três domínios: aluviais

quaternários (aquífero poroso), coberturas cenozoicas (aquífero poroso) e rochas

cristalinas/metassedimentares (aquíferos fissurais).

Os aquíferos aluviais quaternários são encontrados em todas as áreas de influência, sempre

associados aos canais de drenagem. Apesar de rasos, atuam como importantes vetores de recarga

por estarem sobrepostos aos demais e por ter alta porosidade e permeabilidade.

Os aquíferos de depósitos eluvionares-coluvionares de idade cenozoica são originários do manto

de alteração das rochas e predominam em vasta área da porção sudoeste da AII, na nascente do

Córrego Rodeador.

Os aquíferos fissurais podem ser divididos naqueles localizados nos quatzitos dos Grupo Riacho

dos Machados, presentes na porção oeste do mapa geológico e naqueles localizados nos

granitos/granodioritos das Suítes e Blocos locais em vasta porção da AII.

A ADA é composta quase em sua totalidade por aquíferos fissurais em rochas da suíte

Itacambiruçu, sobrepostas por aquíferos porosos de idade quaternária.

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- Geomorfologia

A caracterização geomorfológica foi elaborada com base em mapeamentos exploratórios do

CETEC e CPRM, em modelo digital de terreno adquirido do INPE, interpretação de imagens de

satélite recentes e observações de campo.

A AII foi caracterizada como pertencente à unidade geomorfológica Depressão Sanfranciscana

dividida em três domínios locais: Montanhoso, Planaltos e Baixos Platôs e Morros e Serras Baixas.

O domínio Montanhoso está presente em pequena porção noroeste onde se encontra a Serra do

Curralinho. O domínio Planaltos e Baixos Platôs dominam a porção oriental, com declives suaves (0

a 15%), na área de coberturas quaternárias e localização da cabeceira do Córrego Rodeador. O

domínio Morros e Serras Baixas predomina na porção oriental, com relevo mais arrasado,

resultante da esculturação em colinas e interflúvios alongados sobre granitoides, com gradientes

entre 15 a 25% e amplitude do relevo de 110m.

A ADA corresponde ao vale encaixado do Córrego Rodeador e seu entorno localizada no domínio

Morros e Serras Baixas. Apresenta declividade elevada (superior a 20%), o que resulta em

ocorrência frequente de erosões lineares nas encostas marginais. O processo de sedimentação é

expressivo devido a intervenções antrópicas e ao grande poder erosivo dos canais efêmeros em

período chuvoso, observado pelo assoreamento de alguns cursos d’água. Os terraços aluviais são

constituídos de uma camada de 1m de sedimento conglomerático suportado por matriz arenosa e

outra camada superior, de 2m de sedimento argilo-siltoso.

- Pedologia

O diagnóstico pedológico foi realizado com base em mapeamentos exploratórios da UFV e estudos

pretéritos de outros licenciamentos deste empreendedor.

A AII apresenta as classes Latossolo, Cambissolo, Nitossolo e Neossolo Flúvico. O primeiro

encontra-se nos domínios de rocha granítica, o segundo no domínio geomorfológico de morros

aplainados, onde ficam as cabeceiras dos córregos da sub-bacia, o terceiro ocupa uma pequena

porção norte e o último está presente nos terraços aluviais.

A ADA é caracterizada com presença de Cambissolo e Neossolo Flúvico. Em relação à aptidão

para uso agrícola, a AID/ADA foi classificada no GRUPO 6 da Embrapa (não apitdão).

- Hidrografia

O empreendimento pretende ser implantado no eixo do Córrego Rodeador, que é um dos

formadores do Ribeirão Confisco, afluente da margem esquerda do Rio Gorutuba. Este é afluente

do Rio Verde Grande, que por sua vez pertence à bacia hidrográfica federal do Rio São Francisco.

Em nível de gestão hidrográfica estadual, o empreendimento se localiza na Unidade de

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Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos UPGRH-SF10 – Bacia do Rio Verde Grande. A bacia

de contribuição da represa foi calculada pela consultoria em 72,6 km² e perímetro de 36,4 km.

O Córrego Rodeador nasce do extravasamento da Lagoa Sepultura e tem seu percurso todo

inserido no município de Riacho dos Machados. Os principais afluentes da margem esquerda são

os Córregos Pau Preto e dos Machados e da margem direita o Córrego Vargem das Pedras. As

drenagens dessa bacia foram caracterizadas como intermitentes ou até mesmo efêmeras. No

período seco os leitos apresentam poças de água devido a afloramento de lençol aluvionar, de

lençol freático ou acumulações sobre terrenos impermeáveis.

- Estudo Espeleológico

O levantamento de potencialidade espeleológica foi realizado com base no cruzamento de dados

de geologia, geomorfologia, pedologia, altimetria e vegetação, com uso de bases do Centro

Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas – CECAV e observações de campo.

De acordo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas – CECAV, a área está

inserida em uma região com baixa potencialidade de ocorrência de cavidades. Conforme Mapa

Espeleológico Regional elaborado com essa base de dados, não há registro de cavernas na

área de estudo (ADA e entorno de 250m). Os pontos mais próximos encontram-se a 32,5 km

leste, em rochas da Formação Nova Aurora (Grupo Macaúbas). As rochas mais próximas desse

Grupo estão a 3 km oeste e pertencem à Formação Serra do Catuni, que apresenta teores mais

baixos de quartzo e óxido de ferro, o que minimiza o potencial de ocorrência de cavidades.

A área de estudo é formada por sedimentos inconsolidados (alúvios e elúvios), rochas

magmáticas da Suíte Itacambiruçu e gnaisse do Complexo Córrego do Cedro no caminho da

adutora. O estudo conclui por classificar a área como de baixo potencial ou ocorrência

improvável.

Caminhamento espeleológico

O estudo foi realizado pela empresa Lapiá Espeleologia Meio Ambiente, sob a responsabilidade

técnica de Vanessa Veloso Barbosa (CREA MG 135.848D), com o objetivo de verificar a

possibilidade de existência de cavidades inseridas na ADA do empreendimento (futuro lago da

represa, local do barramento e caminho da adutora) e entorno de 250m. A equipe era composta por

4 espeleólogos e o trabalho de campo foi realizado entre os dias 09 e 11 de janeiro de 2016.

Os levantamentos de escritório indicavam que a geologia local era dominada por granitos e

gnaisses, rochas classificadas como baixo potencial para desenvolvimento de cavidades, segundo

metodologia adotada pelo CECAV. A consulta ao banco de dados do CANIE e CNC também não

apontaram ocorrências na área, estando as mais próximas a cerca de 30 km, em outro tipo de

rocha (formações ferríferas).

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A malha de prospecção foi previamente planejada, de forma mais esparsa devido ao baixo

potencial, com inclusão de pontos de interesse devido a feições observadas por imagem de satélite

(drenagens, afloramentos, contatos, entre outros), podendo ocorrer mudanças quando avistados

em campo qualquer indicação de potencial.

Os afloramentos são numerosos, porém relativamente rasos, maciços, sem grandes reentrâncias,

juntas ou matacões, o que diminui ainda mais as possibilidades de ocorrências de cavidades nessa

formação. O estudo conclui que as previsões realizadas em escritórios condiziam com a realidade

e a inexistência de cavidades, abrigos ou quaisquer outras feições cársticas na área do

empreendimento.

Em vistoria realizada pela equipe técnica da SUPRAM NM no mês de março foi possível observar o

que foi descrito neste estudo.

Meio Biótico

FLORA

Com o objetivo de caracterizar as diferentes fisionomias da vegetação na área do empreendimento

foi realizado estudo desenvolvido a partir de dados secundários de levantamentos anteriores – EIA

da MRDM – e bibliografias relacionadas à região, avaliação de imagens de satélite e levantamentos

de campo.

Para elaboração da caracterização da flora da região de inserção (AII, AID e ADA) do

empreendimento foram realizadas pesquisas em fontes oficiais e bibliografia especializada, sendo:

RADAM Folha S23 (1982); Oliveira-Filho (2006); Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE,

2012); Inventário Florestal de Minas Gerais (2008; 2010); SEMAD (2014); artigos técnicos e

científicos.

Uso do solo e cobertura vegetal

O histórico de ocupação da região é de intensa exploração florestal para produção de carvão

vegetal, o que pode ser observado pela dificuldade em se encontrar remanescentes bem

preservados de matas de galeria. Entretanto, atualmente na ADA do empreendimento não há

atividade econômica e nenhum uso consolidado conforme relatório ambiental da consultoria.

O Mapa de Uso e Ocupação do Solo da AID, elaborado pela empresa Bicho do Mato - Meio

Ambiente Reserva, apresenta a cobertura vegetal da ADA caracterizada pela presença de Campo

Cerrado (26,6 ha – 42,9% da ADA) e Mata de Galeria (26,7 há – 43,1% da ADA). A AID apresenta

ainda áreas de Cerrado e Eucalipto, esta concentrada próximo à nascente do Córrego Rodeador.

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Unidades de Conservação

Em consulta ao banco de dados do SIAM verificou-se a distância do empreendimento em relação

às Unidades de Conservação (UC) mais próximas. Os Parques Estaduais da Serra Nova e de Grão

Mogol encontram-se a aproximadamente 32 km em linha reta do eixo do barramento.

Os Parques Estaduais da Serra Nova e de Grão Mogol ainda não tem Plano de Manejo e, portanto,

não tem Zona de Amortecimento definida. Assim, de acordo com o inciso III, Art. 5° da Resolução

Conama nº 428/2010, não há necessidade de anuência ou comunicação aos órgãos gestores dos

parques.

Figura 1: Localização das UC's mais próximas ao barramento. Fonte: SIAM.

Diagnóstico da flora na AII, AID e ADA

A Fazenda Marimbo e Curralinho lugar denominado Tumbica está inserida dentro das delimitações

do Bioma Cerrado, conforme mapa do Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE e Mapa de

delimitação de Biomas do IBGE.

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Mapa 01: Localização do empreendimento quanto ao Bioma

A região do município de Riacho dos Machados está localizada em uma área onde ocorrem

fitofisionomias de transição entre os domínios fitogeográficos do Cerrado e Mata Seca (Mata

Atlântica) – trata-se dos conhecidos cerrados norte mineiros, os quais possuem características

bastante próprias. Nesta área pleiteada há grande predominância do Bioma Cerrado com

ocorrência de diferentes fisionomias: ocorrem formações savânicas, como o Cerrado Sentido

Restrito, e formações florestais, como a Mata Seca e Mata de Galeria.

O inventário florestal apenso ao processo sob a responsabilidade da equipe técnica da empresa

Bicho do Mato Meio Ambiente Ltda. – classificou a vegetação existente na área onde se pretende

implantar o Projeto da seguinte forma:

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Tabela 1 - Quantitativo de Classes de Uso do Solo e Cobertura Vegetal no Projeto Barragem de Perenização

e Captação de Água da Mineração Riacho dos Machados – Riacho dos Machados/MG

COBERTURA E USO DO SOLO DENTRO DA ADA

APP Fora de APP Total Geral ADA

ha % ha % ha %

Vegetação Florestal

Mata de Galeria 3,83 6,05% 0,39 0,62% 4,22 6,67%

Cerrado Denso 5,89 9,31% 3,65 5,77% 9,55 15,10%

Sub-total 9,72 15,37% 4,04 6,39% 13,77 21,77%

Vegetação com porte herbáceo-arbustivo

Cerrado 16,3 25,77% 20,23 31,98% 36,54 57,76%

Mata Seca Inicial 0,23 0,36% 0,31 0,49% 0,53 0,84%

Campo Cerrado 2,63 4,16% 2,6 4,11% 5,23 8,27%

Vegetação Ciliar 0,51 0,81% 0,00 0,00% 0,51 0,81%

Sub-total 19,67 31,09% 23,14 36,58% 42,81 67,67%

Sem cobertura vegetal nativa

Acesso 0,04 0,06% 0,00 0,00% 0,04 0,06%

Área Antropizada 0,00 0,00% 0,22 0,35% 0,22 0,35%

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Leito de Curso de Água Intermitente 0,00 0,00% 3,38 5,34% 3,38 5,34%

Solo Exposto 1,24 1,96% 1,80 2,85% 3,04 4,81%

Sub-total 1,28 2,02% 5,40 8,54% 6,68 10,56%

Total Geral 30,67 48,48% 32,58 51,50% 63,26 100%

INTERVENÇÃO AMBIENTAL REQUERIDA:

Tipo de Intervenção Quantidade Unidade

Supressão de cobertura vegetal nativa, com destoca, para uso alternativo do solo. 24,59 ha

Supressão de cobertura vegetal nativa, sem destoca, para uso alternativo do solo. 2,60 ha

Intervenção com supressão de cobertura vegetal nativa em áreas de preservação

permanente APP.

29,39 ha

Intervenção sem supressão de cobertura vegetal nativa em áreas de preservação

permanente APP.

1,28 ha

Demais áreas desprovidas de vegetação 5,4 ha

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Mapa Uso do Solo: Localização Barragem e Adutora

A área proposta para formar a barragem de perenização e captação, vistoriada pela equipe da

Supram NM entre os dias 07/03/2016 e 11/03/2016, é formada por uma vegetação com

fitofisionomia predominante de cerrado, além de campo cerrado e mata de galeria e uma porção de

Floresta Estacional (Mata Seca). A vegetação ribeirinha é estreita, irregular e descontinua, sendo

formada principalmente por espécies perenifólias sem uma estrutura bem definida, muito em função

do grau de degradação. Esta vegetação perenifólia foi observada as margens da calha do córrego

em alguns pontos formando pequenos blocos de vegetação mais expressivos principalmente nas

áreas de encontro de outras grotas com Córrego Rodeador e Machados. Sendo mais expressiva

onde foram locadas as parcelas 01,02,03 e MS1, MS2. No entorno dos referidos córregos a

medida que se afasta da calha do córrego a vegetação é caracterizada por formações campestres

e cerrado.

A área proposta para Adutora de água totaliza 4,1546 ha com dimensões de 4.1546 metros de

comprimento 10 metros de largura, por onde pretende instalar a tubulação que conduzirá a água da

barragem de perenização e captação à Barragem de Rejeitos da MRDM. A vegetação presente

nesta área é caracterizada pela ocorrência de cerrado e campo cerrado. Cerca de 2.000 metros

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deste trajeto coincidem com antigo caminho de passagem de moradores locais com cerca de 3

metros de largura com vegetação de campo cerrado já degradado. O projeto da Adutora tem suas

áreas distribuídas da seguinte forma: 0,684 ha estão em propriedades da MRDM e 3,5062 em

propriedades de terceiros.

A empresa apresentou Contrato Particular de Promessa de Constituição de Servidão ou termo de

autorização de todos os proprietários das fazendas de terceiros por onde a adutora irá passar.

Sendo os proprietários citados: João Gomes Pereira, Eulinto Martins de Melo, Pedro Soares dos

Santos, Augusto Pereira da Silva, Antônio Machado Silva e João Ferreira dos Santos. Localização

conforme planta de uso e ocupação do solo.

Foto: Vista da área de passagem Adutora Foto: Vista da área local Barragem

Foi apresentado anexo ao processo o Plano de Utilização Pretendida Mineração Riacho dos

Machados Barragem de Perenização, acompanhado de inventário florestal sob a responsabilidade

do Engenheiro Florestal Claudio Barbosa Soares (CREA/MG – 87028/D) e respectiva Anotação de

Responsabilidade Técnica – ART n° 14201600000003344712.

O resumo de cálculos do inventario Florestal foi subdividido em duas etapas.

Inventário 01: Traz caracterizações quanto a Mata de Galeria, Cerrado Denso e Mata Seca.

Inventário 02: Traz informações complementares quanto ao Cerrado Sensu Stricto e Cerrado

Sensu Stricto ralo.

Metodologia Inventário 01: O inventário florestal que caracteriza a Mata de Galeria, Cerrado Denso

e Mata Seca adotou a metodologia de amostragem casual estratificada com parcelas em formato

circular lançadas em pontos distintos na área pleiteada para supressão. Foram lançadas 14

parcelas distribuídas pela área com dimensões de 300 m² sendo uma na área da Adutora. Em

relação à intensidade amostral usada no inventário, o lançamento de 14 parcelas circulares de 300

m² totalizou uma área de 4.200 m² (0,42 ha). Apresentou um erro de amostragem 9,95%.

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Na geração das estimativas volumétricas da Mata de Galeria e da Mata Seca, foram utilizadas

equações desenvolvidas pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais determinadas a partir

de cubagem rigorosa e regressão volumétrica, utilizando modelos matemáticos específicos,

equações de volume, tanto para fuste com e sem casca como para biomassa de galhos com casca,

para as diversas formações vegetais nativas lenhosas (estratos) ocorrentes no estado (CETEC,

1995).

Para o estrato de Cerrado denso, foi utilizada uma equação desenvolvida por Scolforo et al (2008)

para Cerrado Sensu Stricto na região do conjunto de sub-bacias hidrográficas do rio São Francisco

da qual forma parte o município de Riacho dos Machados. Todas as árvores encontradas no interior

de cada parcela foram identificadas pelos seus nomes populares e mensuradas a Circunferência a

Altura do Peito – CAP ≥ 15 cm medida 1,30 de altura do solo, além da medição da altura total de

cada árvore até a sua copa, sendo em seguida anotados os dados em planilha de campo.

Metodologia Inventário complementar 02: O inventario que caracteriza o Cerrado Sensu Stricto e

Cerrado Sensu Stricto ralo foram lançadas 7 parcelas retangulares de dimensões de (20 x 20m)

totalizando 400 m² totalizou uma amostragem de 2800 m² ou 0,28 ha. Erro de amostragem 5,22.

A equação utilizada para a estimativa dos volumes de cada espécie e para cada parcela amostral

do cerrado foi gerada a partir do ajuste do modelo de Schumacher e Hall. Para a obtenção do

volume do inventário florestal foi utilizada, então, a seguinte equação volumétrica ajustada pelo

CETEC: V Total = 0,000058 x DAP 2,160042 x HT 0,791208.

Foram conferidas pela equipe técnica da SUPRAM NM três das onze parcelas em campo na área

do barramento. (Parcelas 01, C15 e C16) sendo que todas encontravam-se devidamente

demarcadas e a conferência em escritório demonstrou que os dados estavam corretos. Foi

percorrida toda área proposta para instalação da adutora. A vistoria realizada para conferencia de

inventário florestal atende a nota orientativa DITEM 01 de 2013. O estudo foi analisado e o erro

estatístico do inventário está dentro do limite estabelecido pela Resolução conjunta SEMAD/IEF nº

1905, de 12 de agosto de 2013 (10%).

Caracterização Inventário 01: Mata de Galeria, Cerrado Denso e Mata Seca

A partir dos dados de altura total foram definidos os estratos de altura da população sendo: 6,96 m

a média para indivíduos de Mata de Galeria e 6,11 m a média para indivíduos do cerrado denso. A

análise da estrutura horizontal evidenciou tendência à concentração de indivíduos em poucas

espécies, assim das 58 espécies, 13 apresentaram valores de importância acima da média.

Na mata de galeria se destacam as espécies: Copaiba langsdorffii, Dilodendron bipinnatum,

Magonia pubescens, Astronium fraxinifolium, Myracrodruon urundeuva, Terminalia glabrescens,

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Machaerium opacum, Hirtella gracilipes, Curatella americana, Myrcia sp., Tapirira guianensis,

Myrcia tomentosa e Tabebuia aurea. Já no cerrado denso, as espécies com valores de importância

acima da média foram: Magonia pubescens, Machaerium opacum, Terminalia fagifolia, Copaiba

langsdorffii, Curatella americana, Eugenia dysenterica, Astronium fraxinifolium, Eriotheca

pubescens, Qualea parviflora, Handroanthus ochraceus e Qualea grandiflora.

Espécies de árvores protegidas por lei identificadas no levantamento fitossociologico

realizado na área do empreendimento e citado nos estudos: Lei nº 9.743 de 1988 e Lei 20308 de

2012.

MATA DE GALERIA (ÁREA 4,22 há)

FAMILIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR DA/ha DA/Total Área

Bignoniaceae Tabebuia aurea Ipê caraíba 9,5 41,00

Bignoniaceae Handroanthus ochraceus Ipê amarelo cerrado 4,8 21,00

CERRADO DENSO (ÁREA 9,55 há)

FAMILIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR DA DA/Total Área

Bignoniaceae Tabebuia aurea Ipê caraíba 14,3 137,00

Bignoniaceae Handroanthus ochraceus Ipê amarelo cerrado 23,8 228,00

Total 52,4 427,00

Entre as espécies apontadas no inventário florestal como uso nobre e valor comercial, relacionam-

se:

NOME CIENTIFICO Vb/há V Total

Mata de Galeria

Astronium fraxinifolium 5,13 21,65

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Copaiba langsdorffii 13,51 57,01

Pseudobombax clongiflorum 3,79 15,99

Total 22,44 94,70

Legenda: V/ha = Volume do tronco por hectare (m³/ha); V Total = Volume total estimado na área.

Dentre estas, no processo de supressão os indivíduos que possuir dimensões, diâmetros e

qualidade dos fustes adequados serão destinados para finalidades nobres (postes, mourões,

esteios, estacas, dormentes, vigas, caibros e utilização em geral na construção civil e

carpintaria/serraria em geral) conforme determina a legislação florestal vigente.

No tópico referente à autorização para intervenção ambiental encontram-se o volume total, e o

volume por hectare para área autorizada para supressão.

Na área em estudo foi observado um fragmento de Mata Seca localizado na área da barragem

(coordenadas UTM X: 0705553/Y: 8227187 e X: 0705604/Y:8227078), constituído de uma

disjunção entre as fitofisionomias da floresta estacional decidual e o cerrado stricto sensu. Nesse

fragmento, o estrato arbóreo apresentou maior similaridade florística com a floresta estacional

decidual em estágio inicial de regeneração natural. O dossel observado foi de parcialmente fechado

a um dossel aberto. Há ausência de sub-bosque, sendo encontrado apenas o estrato arbóreo, a

maioria dos indivíduos estão abaixo do critério de inclusão para mensuração do CAP e não foram

observadas epífitas. A camada de serapilheira sofre variações em função do relevo, contendo

camada espessa e pouco decomposta nas áreas de dossel parcialmente fechado e fina camada de

serapilheira nas áreas de dossel aberto. Parcelas com Altura Média de 3,84 m e DAP médio de 6,5

cm. No local foram observados trechos antropizados, com indícios da presença de gado. As

informações coletadas nas parcelas da mata seca evidenciam a relevância das espécies: Magonia

pubescens, Dilodendron bipinnatum e Terminalia argentea; com valores acima da média. O

consultor menciona que todas as espécies também foram registradas na mata de galeria e no

cerrado denso, confirmando a dispersão das espécies entre estas fisionomias.

De acordo com a resolução Conama 392 de 25 de junho de 2007, que define a vegetação primária

e secundária de regeneração de Mata Atlântica no estado de Minas Gerais, as espécies arbóreas

indicadoras de floresta estacional decidual observadas no fragmento em estudo foram Astronium

fraxinifolium, Banisteriopsis gardneriana, Bauhinia acuruana, Commiphora leptophloeos,

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Dilodendron bipinnatum, Guazuma ulmifolia, Helicteres velutina, Pseudobombax cf. campestre,

Pseudobombax longiflorum, Schinopsis brasiliensis.

Caracterização complementar Inventário 02: Cerrado Sensu Stricto e Cerrado Sensu Stricto

ralo.

Na área requerida para o Cerrado sensu stricto ocupa uma extensão de 34,17 ha enquanto o

Cerrado sensu stricto ralo ocupa 2,37 ha. Foram amostrados 134 indivíduos pertencentes a 22

espécies, sendo que 18 indivíduos não puderam ser identificados, e foram nomeados como NI

(Não-Identificado). As espécies encontradas estão distribuídas em 13 famílias, além do

agrupamento dos indivíduos não identificados.

A espécies mais abundantes foram: Qualea parviflora, Curatella americana e Myracrodruon

urundeuva; com abundancia acima da média e representando 61,2% dos indivíduos amostrados.

Junto às anteriores, as espécies: Pseudobombax tomentosum, Dalbergia miscolobium, Terminalia

argentea, Kielmeyera lathrophyton e Vochysia thyrsoidea; com valores relativamente maiores

representam 81,3% dos indivíduos amostrados.

De acordo com a Portaria do Ministério do Meio ambiente 443, de 17 de dezembro de 2014, que

atualiza a Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção e dá outras

providências e em conformidade com Art. 90, que revoga a Instrução Normativa 6 de 23 de

setembro de 2008, não foram encontradas espécies ameaçadas de extinção na área diretamente

afetada em estudo florístico através dos métodos de amostragem deste levantamento e inventário

florestal fitossociológico, utilizando método de parcela de área fixa e amostragem casual

estratificada para as fitofisionomias encontradas.

Análise do Zoneamento Ecológico-Econômico de Minas Gerais

A Deliberação Normativa COPAM nº 129/08 que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico Econômico

- ZEE, o define como instrumento de apoio ao planejamento e à gestão das ações governamentais

para a proteção do meio ambiente do Estado de Minas Gerais.

Em análise realizada a partir da inserção do perímetro do empreendimento na ferramenta ZEE-MG

obteve-se a seguinte classificação da vegetação da área:

CAMADA LEGENDA

Vulnerabilidade Natural: Muito Alta

Integridade da Flora: Predominante Alta

Integridade da Fauna: Muito Alta

Prioridade de Conservação da Flora: Baixa

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Risco Ambiental: Baixo

Vulnerabilidade do solo: Muito Alta na Barragem e Alta na Adutora

Vulnerabilidade dos Recursos Hídricos: Alta

Entende-se como vulnerabilidade natural a incapacidade de uma unidade espacial resistir e/ou

recuperar-se após sofrer impactos negativos decorrentes de atividades antrópicas consideradas

normais. A vulnerabilidade natural é referente à situação atual do local.

Integridade da flora é um fator condicionante da Vulnerabilidade Natural, representando as áreas

que ainda apresentam certa integridade ecológica e que, portanto, são mais vulneráveis à ação do

homem. Para obtenção deste fator condicionante, foram derivados índices que indicam à

heterogeneidade de fitofisionomias, o grau de conservação da vegetação nativa, a relevância

regional de determinada fitofisionomia e as áreas prioritárias para conservação da flora. Para a área

do empreendimento.

Já a integridade da fauna é um fator resultado da sobreposição dos indicadores de áreas

prioritárias para conservação dos diferentes grupos faunísticos (Ictiofauna, Mastofauna, Avifauna,

Herpetofauna e Invertebrados) com base na riqueza estimada, ocorrência de espécies endêmicas,

ameaçadas de extinção entre outras variáveis operacionais.

Segunda definição do ZEE as áreas prioritárias para a conservação da flora são definidas com base

na ocorrência de espécies endêmicas, ameaçadas de extinção entre outras variáveis operacionais

derivadas da base de dados do IEF. Neste caso, se a área é prioritária para conservar a flora em

função do grau de endemismos e riqueza total de espécies presume-se que a ocupação

indiscriminada da área poderá acarretar em perda de biodiversidade.

Segundo a definição ZEE diz-se que certo nível de risco ambiental existe quando se faz presente

no mesmo tempo e local duas situações: (i) vulnerabilidade natural significativa e (ii) atividades e

empreendimentos humanos que ofereçam potencial de dano elevado.

Os fatores que determinam a vulnerabilidade do componente ambiental solo conforme o ZEE são:

a susceptibilidade à degradação estrutural, taxa de decomposição da matéria orgânica e

probabilidade de contaminação ambiental pelo uso alternativo.

A expressão da vulnerabilidade natural dos recursos hídricos consistiu na interpretação da

disponibilidade natural de água e da potencialidade de contaminação dos aquíferos, assumindo-se

que a existência de uma oferta natural mais elevada caracteriza uma menor vulnerabilidade e o

oposto uma maior.

Conforme mapa do Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais a área proposta para

intervenção está localizada a 24 km de distância da Unidade de Conservação De proteção integral

Serra Nova e a 27 km de distância da Unidade de Conservação de Proteção Integral de Grão

Mogol.

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A propriedade tem suas áreas de conservação e preservação distribuídas da seguinte forma:

Tipo De Vegetação Área em (ha)

Reserva Legal - CAR 99,9343

Área de Preservação Permanente - APP 42,6022

Demais áreas comuns 357,1350

Total 499,6715

FAUNA

O Diagnóstico da fauna silvestre da Barragem de Perenização e Captação de Água da Mineração

Riacho dos Machados foi realizado a partir do levantamento de dados primários da área

diretamente afetada (ADA), coletados no período seco, sendo complementados com os dados

secundários da área de influência (AI) coletados durante a instalação do empreendimento

Mineração Riacho dos Machados.

Herpetofauna

Na AID/ADA, foram visualizadas três espécies de anfíbios pertencentes às Famílias Hylidae

(Hypsiboas crepitans) e Leptodactylidae (Leptodactylus troglodytes e Eupemphix nattereri).

Nenhuma das espécies registradas durante a campanha de reconhecimento encontra-se ameaçada

de extinção para o Brasil (MMA, 2014), Minas Gerais (COPAM, 2010) ou em nível global (IUCN,

2015).

A campanha realizada em setembro/15 tinha como objetivo o reconhecimento da área de inserção

da Barragem, não sendo aplicadas metodologias de captura e amostragem sistematizadas, por

este motivo, a riqueza de anfíbios foi baixa. Associado a isso, e como principal motivo, a baixa

riqueza pode ser explicada pela condição sazonal da região, uma vez que a campanha foi

executada em plena estação seca e com o córrego Rodeador seco. Sabe-se que a variação

sazonal tem influência direta na ocorrência das espécies de anfíbios, uma vez que a reprodução

destes é altamente afetada pela distribuição das chuvas, principalmente pela disponibilidade de

sítios aquáticos para reprodução, que é maior durante a estação chuvosa (HADDAD et al., 2008).

Estes três anuros são considerados espécies comuns, abundantes, estáveis e de ampla

distribuição geográfica nos biomas onde ocorrem. Leptodactylus troglodytes (rã) e Eupemphix

nattereri (rã-de-quatro-olhos) apresentam distribuição geográfica associada ao Cerrado, sem, no

entanto, serem consideradas endêmicas, já que ocorrem também em áreas transicionais entre

biomas distintos. A espécie Hypsiboas crepitans (perereca), caracterizada por ocupar

principalmente ambientes de mata, se adaptou as condições de ambientes abertos, ocupando

também clareiras naturais (HADDAD & ABE, 1999).

Para os répteis, foram registradas quatro espécies (três lagartos e uma serpente), pertencentes às

Famílias Tropiduridae, Teiidae, Phyllodactylidae e Colubridae. Nenhuma das espécies registradas

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encontra-se ameaçada de extinção para o Brasil (MMA, 2014), Minas Gerais (COPAM, 2010) ou

em nível global (IUCN, 2015).

As espécies Ameiva ameiva (lagarto) e os tropidurídeos, usualmente frequentam áreas

antropizadas, sendo característicos de áreas abertas e ambientes periantrópicos, apresentando

grande plasticidade na ocupação do micro-habitat.

Avifauna

Durante a campanha de setembro/2015, foram registradas 121 espécies de aves na AID/ADA,

pertencentes a 35 Famílias. Esta riqueza corresponde a 14,45% das aves ocorrentes no Cerrado (N

= 837) (SILVA & BATES, 2002) e a 23,7% das espécies registradas para a Caatinga (N =510). A

Família com o maior número de representantes foi Tyrannidae, com 20 espécies registradas,

correspondendo a 16,5% do total, seguida por Thraupidae, com 11 espécies (11,9%), e a terceira

mais representativa foi Columbidae, com oito espécies, equivalente a 6,6% do total. Estas três

Famílias detêm um considerável número de espécies e podem ser encontradas ocupando diversos

nichos e ambientes, desde áreas altamente modificadas a ambientes bem conservados, além de

possuírem uma ampla distribuição em todo o Brasil (STOTZ et al., 1996; SICK, 1997).

Foram registradas três espécies endêmicas do Cerrado e cinco endêmicas da Caatinga, isto

representa 10% e 25% dos endemismos totais conhecidos para estes Biomas, respectivamente. A

coruja Asio stygius (mocho-diabo) é classificada como rara; sete espécies são classificadas como

incomuns: Heliactin bilophus (chifre-de-ouro), Heliomaster squamosus (bico-reto-de-banda-branca),

Piculus chrysochloros (pica-pau-dourado-escuro), Myiobius barbatus (assanhadinho), Xolmis

cinereus (primavera), Compsothraupis loricata (tiê-caburé) e Porphyrospiza caerulescens

(campainha-azul; STOTZ et al., 1996). As demais espécies (N = 105) são classificadas como

comuns e razoavelmente comuns (STOTZ et al., 1996), algumas espécies (N = 8) não constam na

bibliografia consultada.

Não foram registradas espécies de aves ameaçadas de extinção e somente Arremon franciscanus

(tico-tico-do-são-francisco) e Porphyrospiza caerulescens (campainha-azul) estão classificadas

como Quase Ameaçada, segundo a IUCN (2015).

O local de inserção do empreendimento demonstrou uma riqueza considerável, principalmente se

for avaliado o tamanho da área amostrada e o tempo de coleta de dados. Como a fauna da região

já convive com alguns tipos de impactos e modificações ambientais, como a substituição da

vegetação nativa por pastagens e a supressão para a fabricação de carvão, pode-se verificar que a

comunidade de aves da região é composta por um grande número de espécies generalistas. Ainda

assim, houve uma boa representatividade de espécies endêmicas da Caatinga e do Cerrado.

Comparou-se a riqueza de aves obtida nas amostragens realizadas para a região, utilizando os

dados de estudos anteriores (YKS, 2009; YKS, 2010; D’ANGELO, 2012 & BICHO DO MATO,

2013). A maior riqueza encontrada foi registrada pelo programa de monitoramento executado pela

Bicho do Mato, entre 2012 e 2013. Tal expressividade (N = 194) justifica-se pelo fato do programa

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ter sido um estudo de longo prazo, somado ao fato de abranger uma maior área total composta por

diversos ambientes. Duas espécies novas, em relação aos estudos anteriores (YKS, 2010; BICHO

DO MATO, 2013), foram registradas no presente estudo: a coruja Asio stygius (mocho-diabo) e o

beija-flor Heliomaster squamosus (bico-reto-de-banda-branca).

Mastofauna

Durante o levantamento de dados primários na Área de Estudo Local da Barragem de Perenização

e Captação de Água da Mineração Riacho dos Machados, foram registradas nove espécies de

mamíferos, pertencentes a cinco Ordens e nove Famílias distintas. A Ordem Carnivora foi a que

apresentou maior riqueza (45% das espécies), seguida da Artiodactyla (22% das espécies

registradas). Das nove espécies de mamíferos registradas durante os trabalhos de campo, duas

encontram-se elencadas em alguma das listas de ameaça de extinção: Pecari tajacu (cateto) e

Kerodon rupestris (mocó), sendo o mocó uma espécie endêmica da Caatinga. Os principais fatores

ligados ao declínio da população dessas espécies são a caça predatória para alimentação, além da

fragmentação e destruição de habitat (REIS et al., 2011).

Durante o trabalho de campo, foram obtidos registros de nove espécies de mamíferos terrestres,

totalizando 3,7% da fauna de mamíferos do estado de Minas Gerais (DRUMMOND et al., 2005). Do

total de espécies, uma é classificada como endêmica da Caatinga e duas encontram-se incluídas

em alguma categoria de ameaça de extinção nas listas estadual, nacional ou mundial. É muito

importante atentar para a ocorrência dessas espécies localmente, pois espécies ameaçadas podem

ser mais sensíveis a perturbações ambientais. De acordo com as curvas de acumulação de

espécies, o aumento no esforço amostral poderia favorecer ao registro de novas espécies na área

de estudo. No entanto, é pouco provável que estes registros representem adições à lista das

espécies já conhecidas em âmbito regional, para onde estão disponíveis informações sobre

mastofauna desde 2009.

Ictiofauna

Através dos dados apresentados pela YKS (2009a; 2009b), foram confirmadas cinco espécies para

a região, pertencentes a quatro diferentes Famílias: Astyanax bimaculatus (lambari-de-rabo-

amarelo), Corydoras sp. (cascudinho), Hoplias lacerdae (trairão), Hoplias malabaricus (traíra) e

Tilapia rendallii (tilápia). Nenhuma destas espécies está inserida nas listas vermelha de espécies

ameaçadas de extinção, ou são consideradas, migradoras, raras ou endêmicas do rio São

Francisco.

O conhecimento sobre a ictiofauna da região é escasso e os dados secundários obtidos nos

relatórios técnicos consultados (YKS, 2009a; YKS, 2010) citam o registro para a AII (Área de

Influência Indireta) de menos de 3% das espécies de peixes conhecidas para a bacia do São

Francisco (GODINHO, 2008). A área onde será implantada a Barragem de Perenização e Captação

de Água da Mineração Riachos dos Machados está inserida nas drenagens leste da bacia do rio

São Francisco, em uma região limítrofe com a bacia do rio Jequitinhonha e classificada como área

prioritária para conservação no trecho Alto do São Francisco (DRUMMOND et al., 2005). A

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localização geográfica juntamente com a dinâmica hídrica peculiar são fatores com alto potencial

para diversidade íctica.

Das espécies registradas, nenhuma está inserida na lista vermelha de espécies ameaçadas, ou

consideradas migradoras, raras ou endêmicas; porém duas são consideradas exóticas para a bacia

do rio São Francisco. As espécies identificadas são generalistas, resistentes e podem apresentar

comportamento oportunista (CAULTON, 1977; LUZ, et al., 2000; LOUREIRO & HAHN, 1996;

ANDRIAN et al., 2001). Sendo assim, a formação de um reservatório pode favorecer o aumento

populacional destas espécies, inclusive as exóticas. Em contrapartida, para espécies de peixe que

sejam mais sensíveis e possuam pequeno porte, as alterações ambientais no córrego Rodeador e

seus tributários poderão ser sentidos de maneira negativa.

Meio Socioeconômico

A metodologia utilizada para caracterização socioeconômica da AII foi a consulta a dados

secundários do IBGE, INEP, Ministério da Saúde - DATASUS, Fundação Cultural Palmares,

Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e Fundação João Pinheiro (FJP).

Diagnóstico da AII

O município de Riacho dos Machados foi emancipado administrativamente do município de

Porteirinha em 1962, mas sua origem remonta a 1878, quando foi criado o distrito Santo Antônio do

Riacho dos Machados, então pertencente a Grão Mogol, originado da fazenda da Família Machado.

Dinâmica Populacional

A população do município é de 9.658 habitantes, dos quais 48% residem em zona urbana, com

densidade demográfica de 7,34 hab/km² (IBGE, 2015). O crescimento do grau de urbanização se

deu mais tardiamente em relação ao estado e região de sua inserção, ocorrendo na década de

1990, mas com decréscimo da população total a partir de 1996. Essas mudanças demográficas

ocorreram, provavelmente, em decorrência do período de operações da mina de ouro da

Companhia Vale do Rio Doce, iniciada em 1989 e encerrada em 1997.

Dinâmica Produtiva e Econômica

O município tem participação em torno de 23,2% do PIB de sua microrregião, considerando dados

de antes do início das operações da MRDM (2010-2012). A distribuição do PIB por setores mostra

um predomínio da atividade agropecuária (66%) sobre o setor de serviços (23%) e a indústria

(11%), com pouca variação nas porcentagens no período apresentado.

Em relação à agropecuária, 81% das propriedades (927 unidades) são de características familiares,

ocupando 61% (28.358 ha) das áreas destinadas a essa atividade. O uso econômico do solo

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apresenta 4% de lavouras, 0,5% de forrageiras, 19% pastagens plantadas, 10% de florestas

plantadas e 10% de sistemas agroflorestais. A maior porção de áreas é ocupada por matas

naturais, em torno de 25%.

A estrutura fundiária apresentada informa que a maioria das propriedades é administrada pelos

próprios proprietários (86%), em um total de 1.150 unidades, ocupando uma área de 72.871 ha.

As produções agropecuárias no ano de 2014 geraram um total de 562 mil reais, sendo as mais

expressivas as de mandioca (98 mil reais), de milho (68 mil reais), de laranja (65 mil reais) e de

coco da baía (40 mil reais) e as produções com maior valor por tonelada as de alho (4.600

reais/tonelada) e as de café (3.500 reais/tonelada).

A população economicamente ativa teve um leve aumento de 2000 a 2010, passando de 84,35%

para 89,5%, em um total de 4.142 pessoas no ano de 2010. O quantitativo de pessoal formalmente

assalariado apresentou tendência de elevação no período de 2006 a 2012, assim como o salário

médio mensal, chegando a 1,8 salários mínimos. Entretanto, o número de empresas registradas

teve pouca variação.

A renda circulante no município apresenta-se marcada pelo comércio informal, inclusive dos

produtos agropecuários, e pela transferência de recursos do Programa Bolsa Família, que em 2014

foi de 13 milhões de reais. A receita orçamentária do município em 2013 foi de aproximadamente

20 milhões de reais, próximo da média dos municípios de mesmo porte.

Infraestrutura Social e Urbana

Os indicadores sociais de 2010 apontam para um município com carências, apresentando IDH

(0,627) e índice GINI médios (0,44), quantidade de médicos (0,4/1.000 hab.) abaixo do

recomendado pelo Ministério da Saúde (1/1.000 hab.) e médios a baixos índices de alcance da

população urbana pelas redes de distribuição de água (57,6%), de coleta de esgoto (19,4%) e de

coleta de lixo (39,3%). Contudo, todos esses parâmetros apresentaram melhoras em relação ao

ano de 2000.

O censo de 2010 apresentou uma estimativa de 1.580 famílias com baixa renda e 1.170 famílias

pobres. Os dados do Programa Bolsa Família apresentaram 1.320 famílias atendidas, o que resulta

em cobertura total de famílias pobres, com benefício médio de R$ 164,17. Há no município um

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), um Serviço de Convivência e Fortalecimento

de Vínculos e uma Casa das Mães Gestantes, Conselho Tutelar, Conselho Municipal de

Assistência Social e Conselho Municipal de Direitos das Crianças e Adolescentes. A segurança

pública é realizada por grupamento da Polícia Militar estabelecido no local, contando com 2 viaturas

O município tem 17 estabelecimentos de ensino, com educação infantil (creche e pré-escola),

ensino fundamental (1ª a 9ª série), ensino médio e educação de jovens e adultos. A maioria das

matrículas encontra-se na rede municipal de ensino, inclusive em relação ao EJA. O ensino médio

é de competência exclusiva da esfera estadual e o município conta com uma instituição. A taxa de

alfabetização em 2010 era de 80,3%, apresentando melhora em relação a 2000 (72,9%).

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Houve um acréscimo no número de domicílios e de habitantes no período de 2000 a 2010, com

redução da população rural e aumento da urbana. A maioria dos domicílios era ocupada pelos

proprietários (88,3%). A cidade conta com 2 hotéis e uma pousada para o público em geral.

Não há rodoviária no município nem transporte público urbano. O transporte interurbano é realizado

por empresa privada na linha Riachos Machados – Porteirinha/MG (município limítrofe). A maior

parte das vias da sede é de terra, seguida por vias calçadas e poucos acessos asfaltados.

A energia elétrica é fornecida pela CEMIG. Há uma agência dos Correios e uma emissora de rádio.

Não jornais impressos municipais e nem emissoras de TV locais. Há na cidade sinal de telefonia

móvel e da maioria dos canais de TV aberta. As prestações públicas de serviços são uma agência

do Banco do Brasil, uma Casa Lotérica, um escritório da EMATER e uma biblioteca municipal. Os

locais de lazer são as praças, campos de futebol, ginásios e quadras esportivas.

Patrimônio Natural, Histórico e Cultural

A maioria das manifestações culturais elencadas no estudo apresentado é de cunho religioso

católico, realizadas entre os meses de maio e agosto, a saber, Festa de Maria Santíssima, Festa de

Santo Antônio, Festa de Maio, Festa de São João e Festa do Divino. A maioria delas ocorre na

sede do município e são constituídas por missas, novenas, barraquinhas, leilões e bingos. Em

dezembro é comemorada a Folia de Reis na zona rural, com cantos e festejos.

Ocorrem também o desfile de Sete de Setembro, acompanhado da fanfarra municipal, o Baile de

Debutantes, realizado por promotor de eventos da cidade, que reúne em torno de 15 jovens no mês

de setembro e com eventual apoio da prefeitura, e apresentações de danças típicas com o grupo

da terceira idade.

O patrimônio histórico não tem tombamento, mas podem-se destacar alguns edifícios da sede:

mercado municipal, casas coloniais da Praça Santo Antônio e as Igrejas de São Geraldo e Santo

Antônio. É importante ressaltar a existência da comunidade quilombola de Peixe-Bravo,

reconhecida em 2008 pela Fundação Palmares.

O patrimônio natural é composto pelo Morro do Cruzeiro, Morro Rola Izabel, nascente Olhos d’água

e Rio Dentro, na zona urbana e o Rio Peixe-Bravo na zona rural.

Diagnóstico da AID

Tumbica

Comunidade à montante da área do barramento, situada a 4,5km da sede municipal, composta de

9 moradores em 3 casas e outras 4 casas vazias. As construções mais antigas são edificadas em

adobe e as mais novas em alvenaria. Todas dispõem de cobertura em telha cerâmica. Percebe-se

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um esvaziamento populacional da comunidade em decorrência da busca por serviços básicos na

área urbana.

O abastecimento de água é realizado por caminhão-pipa fornecido pela prefeitura ou por captação

de água pluvial por meio dos telhados, armazenada em tanques. A comunidade é atendida pela

rede de distribuição de energia elétrica da CEMIG. As construções mais antigas não têm instalação

sanitária e as mais novas utilizam banheiro com fossa rudimentar. O destino final do lixo tem

solução individual, sendo queimado, enterrado ou descartado na cidade. O serviço de telefonia

móvel tem cobertura limitada na região.

Não há equipamentos públicos no local. As necessidades da população em relação à saúde,

educação, compras, banco, correio, lazer e outros são atendidas na sede no município. A principal

atividade econômica é a agricultura familiar e criação de pequenos bovinos, apesar de discutível

sua viabilidade econômica.

Rodeador

Comunidade à jusante da área do barramento, situada a 7 km da sede municipal, composta de 25

moradores em 8 casas e 1 domicílio vazio. Assim como a comunidade de Tumbica, as construções

mais antigas são edificadas em adobe, as mais novas em alvenaria e todas dispõem de cobertura

em telha cerâmica. Os moradores locais são vinculados à Associação Comunitária dos Pequenos

Produtores Rurais de Ribeirão I.

O abastecimento de água é proveniente do poço tubular comunitário da vizinha Comunidade de

Mumbuca, além de cacimbas para reserva de água pluvial. A destinação dos efluentes sanitários, a

distribuição de energia elétrica, o destino final do lixo e o serviço de telefonia móvel têm as mesmas

características da Comunidade de Tombador, assim como também há a ausência de equipamentos

públicos.

A principal atividade econômica na comunidade é a agropecuária, com algumas áreas irrigadas,

culturas perenes, pastagens cultivadas, rebanhos de gado de corte de até 40 cabeças, criação de

suínos e galináceos. Alguns agricultores possuem máquinas agrícolas e fornecem alimentação

suplementar ao gado em períodos de seca.

Diagnóstico da ADA

A área do barramento está toda inserida em uma única propriedade e o caminho escolhido para a

adutora passa por mais outras quatro. A área do lago apresenta baixa ocupação humana, tem

acessos restritos e não configura como área de trânsito de pessoas segundo o estudo apresentado.

O uso atual do solo mostra não haver atividade econômica, estando a vegetação local em estado

de regeneração.

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6. UTILIZAÇÃO E INTERVENÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS

O empreendedor protocolou processo de outorga no dia 18 de dezembro de 2015, na qual pleiteia

vazão de captação na ordem de 390 m³/h. O regime operacional solicitado é dividido em dois

períodos: 04h e 40 min de dezembro a abril e 24h de maio a novembro.

A equipe técnica da SUPRAM NM utilizando-se das ferramentas SIAM e Hidroweb (ANA) - Estação

44.950.000 (Boca da Caatinga) chegou aos seguintes dados:

Área de drenagem: 69 km²;

Rendimento específico: 0,15 l/s.km²;

Q7,10: 9,31 l/s (SIAM);

Vazão residual mínima (70% Q7,10): 6,52 l/s.

No entanto, comparando estes dados aos informados nos estudos protocolados verificou-se uma

discrepância, principalmente no que se refere a Q7,10 e consequentemente na vazão residual.

Dados Informados:

Q7,10: 0,0 m³/s

Área de drenagem: 72,6 km²

Contudo, o empreendedor informa que o dado de vazão mínima de 7 dias foi considerada nula por

se tratar de curso d’água intermitente, informação observada pela equipe técnica em vistoria.

Apesar disso, o empreendimento propõe a manutenção de vazão residual de 10,9 l/s, referente a

2% da vazão média de longo termo, proporção sugerida pela consultoria do empreendedor por ser

de magnitude aproximada ao que se observa em outros estudos (Q7,10 ~ 2% vazão média de longo

termo). Esse valor é superior ao estabelecido na legislação (6,52 l/s – 70% da Q7,10) considerando

os dados do SIAM.

A Outorga de Captação em Barramento com Regularização de Vazão na modalidade concessão

está para deferimento concomitante com a licença, com vazão mínima residual de 10,9 l/s, e

captação de 390 m³/h, operando 24h de maio a novembro e 04h e 40 min de dezembro a abril.

7. AUTORIZAÇÃO PARA INTERVENÇÃO AMBIENTAL (AIA)

Responsável pela Intervenção Ambiental: Mineração Riacho dos Machados LTDA.

Processo APEF/DAIA: 09268/2015

Município: Riacho dos Machados

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O pleito do empreendimento é a intervenção ambiental em uma área total de 63,26 ha para

implantação de barragem de perenização, usina de produção de concreto comum e descarga de

fundo de represa.

Tipo de Intervenção Quantidade Unidade

Supressão de cobertura vegetal nativa, com destoca, para uso alternativo do solo. 24,59 ha

Supressão de cobertura vegetal nativa, com destoca, para uso alternativo do solo.

Adutora

5,4 ha

Supressão de cobertura vegetal nativa, sem destoca, para uso alternativo do solo. 2,60 ha

Intervenção com supressão de cobertura vegetal nativa em áreas de preservação

permanente APP.

29,39 ha

Intervenção sem supressão de cobertura vegetal nativa em áreas de preservação

permanente APP.

1,28 ha

A respeito da área requerida para desmate o volume total abrangido por esta autorização para

intervenção ambiental é:

MATERIAL LENHOSO

FIS. ÁREA

(ha)

REND. -

PARTE

AÉREA

(m³/ha)

EST. -

PARTE

AÉREA

PARA A ADA

(m³)

EST. -

PARTE

SUBT. -

TOCOS E

RAIZES (m³)

TOTAL

(m³)

TOTAL

(mst)

MDC

Mata de Galeria * 4,22 165,81 699,72 100,41 800,13 1200 400

Cerrado sensu

stricto denso *

9,55 81,51 778,42 183,94 962,36 2040 481

Cerrado sensu

stricto *

34,17 28,81 984,38 232,61 1216,99 2580 608

Cerrado sensu

stricto ralo *

2,37 6,36 15,08 3,56 18,65 40 9

Disjunção de

Floresta Estacional

Decidual (Mata

Seca Inicial) **

0,53 16,7 8,85 1,27 10,12 15 5

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Outras áreas

desprovidas de

vegetação

12,42

TOTAL 63,26 2.486,46 521,79 3.008,25 5.875 1.504

Legenda: FIS. = Fisionomia; REND. = Rendimento; EST. = Estimativa; ADA = Área Diretamente Afetada; MDC = Metros

de Carvão. * Bioma Cerrado; **Bioma Mata Atlântica

Para as estimativas do volume de tocos e raízes foram usadas as relações volumétricas

apresentadas por Scolforo et al (2008) no artigo: Volume de sistema radicular para Eucalyptus spp,

Cerrado sensu stricto e Floresta Estacional Decidual em Minas Gerais; e que determinam o volume

de tocos e raízes em 23,63% do volume total da parte aérea nas fisionomias de Cerrado sensu

stricto e campo cerrado e em 14,25% para as fisionomias de floresta estacional decidual.

Para as equivalências do volume em metros estéreos foi utilizado o fator de empilhamento

apresentado por Scolforo et al (2008) para as fisionomias de Cerrado sensu stricto e campo cerrado

(2,12); e o fator de empilhamento utilizado para gerar as estimativas em metros estéreo para as

espécies da Mata de Galeria e Disjunção de Floresta Estacional Decidual (Mata Seca Inicial)

determinado em 1,5 em Nota Orientativa pela SEMAD na sua página eletrônica.

Conforme Art. 7 Resolução conjunta SEMAD/IEF nº 1905, de 12 de agosto de 2013, a madeira das

árvores de espécies florestais nativas oriundas de populações naturais consideradas de uso nobre

ou protegidas por lei ou ato normativo, e aptas à serraria ou marcenaria, não poderá ser convertida

em lenha ou carvão. Foram separados os volumes das espécies consideradas nobres com

destinação diferenciada, dentre elas, serraria e marcenaria.

Entre as espécies apontadas no inventário florestal como uso nobre, relacionam-se

NOME CIENTIFICO Vb/há V Total

Mata de Galeria

Astronium fraxinifolium 5,13 21,65

Copaiba langsdorffii 13,51 57,01

Pseudobombax clongiflorum 3,79 15,99

Total 22,44 94,70

Legenda: V/ha = Volume do tronco por hectare (m³/ha); V Total = Volume total estimado na área.

Deste modo, esta autorização prevê o desmate em uma área de 63,26 hectares para conversão do

uso do solo para barragem de perenização e adutora. Ressalta-se que se trata de empreendimento

de utilidade pública para o qual haverá ganho ambiental, uma vez que a barragem proporcionará a

perenização de curso d´água. Ressalta-se, ainda, que pela natureza do empreendimento não há

quaisquer impedimentos técnicos ou legais que inviabilizem o pleito da licença.

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Em razão desta intervenção serão condicionadas ao empreendedor as obrigações legais relativas

às compensações por intervenção em APP, por supressão de indivíduos imunes/restritos,

compensação por intervenção na fitofisionomia Floresta Estacional Decidual e a compensação

minerária, conforme disposto no Anexo de condicionantes deste parecer.

O volume total gerado pelo desmate estimado pelo inventário florestal é de 2.913,55 metros cúbicos

(m³) ou 5.732,95 estéreis (st), sendo seu uso prioritariamente destinado a lenha. Além de 94,70 m³

ou 142,05 estéreis (st) para destinação de madeira nobre para serraria ou marcenaria. Totalizando:

3.008,25 metros cúbicos (m³) ou 5.875,00 estéreis (st).

Deste volume total foi deduzido 106,11 estéreis (st). Referentes as espécies protegidas por lei

(Gênero dos Ipês). Ficando 5626,83 metros estéreis (st) e 248,16 estereis (st) destinados a uso

nobre.

Portanto, somos favoráveis a supressão desde que seguidas na integra todas as medidas,

ações e etapas previstas nos programas propostos que compõem o processo de licenciamento

ambiental e que estão ligados a análise. Essa intervenção em APP possui previsão legal conforme

definido na Resolução CONAMA 369/06. A supressão somente deverá ocorrer depois da

aprovação da Supram Norte de Minas e a elaboração do Anexo III Junto ao Parecer Único a ser

emitido juntamente com a taxa florestal.

Do Sistema de Exploração

Segundo planejamento da exploração citado nos estudos a intervenção deverá ser executado por

equipe especializada com delimitação da área a ser suprimida, identificação de estradas e pátio de

estocagem operação de colheita de forma semimecanizada com o corte dos indivíduos e destoca

com trator de lâmina frontal. Posteriormente à derrubada e destoca das árvores, ocorrerá o

desdobramento das árvores utilizando-se motosserras e machados. Em seguida ocorrerá o

empilhamento manual do material lenhoso que será disposto em bandeiras dentro da área. Em

seguida, o material lenhoso será disposto diretamente em caminhões que irão transportar até o

mercado consumidor da lenha, não objetivando a produção de carvão vegetal ou uso no

empreendimento.

A destinação do material lenhoso oriundo da intervenção ambiental será a comercialização “in

natura” conforme requerimento para Intervenção Ambiental, sendo o aproveitamento final destinado

para a matriz energética como lenha, exceto os indivíduos de uso nobre que, após seleção,

deverão ser destinados à serraria.

8. RESERVA LEGAL

A escritura pública de compra e venda do imóvel, apresentada pelo empreendedor, consta o

registro do número do Cadastro Ambiental Rural CAR com proposta de localização da Reserva

Legal: Conforme Registro CAR MG-3154507-70EC.8F4D.847F.44E1.8025.72CA.B889.2640. Data

17/12/2015. Em consulta ao sistema SICAR/MG foi observado que houve uma alteração da

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proposta de localização da área de Reserva Florestal Legal em relação a proposta inicial

apresentada. Esta última é composta por uma área de 99,9342 hectares correspondente a 20%

formando um único fragmento. O bloco de Reserva Legal está localizado entre as Áreas de

Preservação APP do Córrego Rodeador e APP do Córrego dos Machados. Conforme ilustrado em

imagem abaixo.

Imagem 8.1: Área proposta Reserva Legal

A vegetação proposta para área de Reserva Legal é constituída por Cerrado, e campo cerrado

perturbado. A respeito das áreas de campo cerrado pertubado, principalmente entre as

coordenadas UTM 704.586 / 8.226.645 e 705.317 / 8.226.966 será fruto de condicionante desta

licença o pedido de Projeto Técnico de Reconstituição da Flora PTRF com no mínimo o

enriquecimento destas áreas conforme plano a ser apresentado, o qual preveja metodologias de

mínimo impacto. Assim como, o cercamento desta área que se encontra aberta. A localização

proposta no Cadastro Ambiental Rural CAR atende os critérios estabelecidos pela Lei Florestal

20.922 em seu Art. 26 com a formação de corredores ecológicos com outra APP e outra área

legalmente protegida. Ficando o Cadastro Ambiental Rural Validado. Entretanto um novo protocolo

de inscrição no Cadastro Ambiental Rural – CAR do empreendimento, com a retificação

considerando a faixa da nova APP de 100 metros da barragem medidos a partir da cota máxima de

operação será condicionado para próxima etapa do licenciamento.

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9. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

De acordo com o inciso III, art. 9° do Código Florestal Mineiro – Lei n°. 20.922/2013, são APPs

as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou

represamento de cursos d’água naturais, na faixa de proteção definida na licença ambiental

empreendimento. Dessa forma, a equipe técnica da SUPRAM NM determina como Área de

Preservação Permanente (nova mata ciliar) da barragem a faixa de 100 metros medidos a partir

da cota máxima de operação. Esta APP formara um bloco continuo de vegetação com a Área de

Reserva Legal.

10. IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

Metodologia

O método tomou como base a definição da atividade técnica de avaliação de impactos ambientais

contida no inciso II, art. 6º da Resolução Conama 01/86 e o conteúdo da Nota Técnica n° 10/2012

do CGPEG/DILIC/IBAMA (setor responsável pelo licenciamento ambiental no IBAMA).

O empreendimento foi segmentado em atividades em sequência temporal, agrupadas por fase de

ocorrência (instalação e operação), e o meio ambiente segmentado em meios físico, biótico e

socioeconômico. Cada meio foi subdividido em fatores ambientais (ar, solo, água

superficial/subterrânea, fauna aquática/terrestre, flora, uso do solo, infraestrutura, população e

economia), cada fator foi associado a um ou mais aspectos ambientais (compactação do solo,

aumento da recarga do aquífero, formação do lago, remoção de vegetação, contratação de mão de

obra temporária e etc.) que foram associados a um ou mais impactos ambientais.

Dessa forma, obteve-se a Matriz de Correlação entre os impactos ambientais detectados pelo

RCA com cada atividade segmentada do empreendimento, avaliando se negativos, positivos ou

“não se aplica”. Os impactos ambientais encontram-se, então, listados, agrupados por meio

ambiental e relacionados com a(s) atividade(s) que os originaram.

Em seguida é feita a Matriz de Avaliação de Impactos Ambientais (MAIA) que classifica os

impactos segundo critérios de qualificação (natureza, origem, prazo de ocorrência, continuidade,

reversibilidade, abrangência e interação) e de avaliação. Os critérios de avaliação classificam o

impacto ambiental em grau de magnitude e o fator ambiental afetado em grau de sensibilidade. A

relação entre magnitude e sensibilidade é pontuada e gera a Significância da ocorrência, podendo

ser Pouco Significante, Significante ou Muito Significante.

Os impactos encontram-se descritos qualitativamente e classificados por sua significância. A matriz

então relaciona cada impacto a um grupo de ações (potencialização, prevenção, controle,

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mitigação, compensação e monitoramento) que são relacionados a alguma medida ou programa,

cuja descrição detalhada estará no Programa de Controle Ambiental (PCA).

Impactos identificados

Fator

Ambiental

Aspecto Ambiental Impacto Ambiental

Me

io F

ísic

o

Ar

Emissão de material particulado,

gases de combustão e de ruído.

Alteração na qualidade do ar e

modificação nos níveis de

pressão sonora.

So

lo

Formação do lago no reservatório e

geração de resíduos sólidos.

Perda de solo na ADA

Formação do lago do reservatório. Instalação de processos

erosivos nas margens do

reservatório e intensificação do

assoreamento.

Compactação do solo e aumento do

escoamento superficial.

Instalação de processos

erosivos nas áreas de

intervenção da obra e

intensificação do assoreamento.

Ág

ua

Su

bte

rrâ

nea

Aumento da área de recarga do

aquífero.

Alteração do comportamento

hídrico subterrâneo.

Ág

ua

Su

pe

r

ficia

l

Disponibilização de vazão

permanente.

Regularização da vazão jusante.

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Contenção de sedimentos/

Barramento em curso d’água.

Alteração na qualidade da água.

Barramento em curso d’água. Amortecimento de cheia.

Captação de água. Redução do volume disponível

para outros usos.

Fator

Ambiental

Aspecto Ambiental Impacto Ambiental

Me

io B

ióti

co

Fa

una

Te

rrestr

e

Remoção da vegetação e drenagem

dos tributários.

Redução de habitat e perda de

micro-habitat disponível para a

fauna.

Remoção da vegetação. Alteração na composição e

estrutura da fauna.

Fragmentação de habitats e

enchimento do reservatório.

Perda de conectividade florestal.

Fa

una

Aq

tica

Remoção da vegetação e drenagem

dos tributários

Redução de habitat e perda de

micro-habitat disponível para a

fauna.

Remoção de vegetação. Alteração na composição e

estrutura da fauna.

Drenagem dos tributários a serem

ensecados.

Aprisionamento e mortandade

de peixes.

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Enchimento do reservatório de

água.

Transformação do ambiente

lótico em lêntico.

Incremento na atividade de

pesca predatória.

Aumento populacional de

espécies exóticas e riscos de

novas introduções.

Flo

ra

Remoção da vegetação. Diminuição da biodiversidade

vegetal e fluxo gênico.

Fator

Ambiental

Aspecto Ambiental Impacto Ambiental

Uso do solo

Perenização do Córrego Rodeador. Modificação do uso do solo da

ADA.

Me

io A

ntr

óp

ico

Infr

aestr

utu

ra

e q

ua

lidade d

e

vid

a

Movimentação de máquinas,

veículos e empregados da obra.

Aumento do tráfego de veículos

leves e pesados na estrada

municipal que será utilizada

durante as obras.

Po

pu

laçã

o

Disseminação de informações sobre

o empreendimento.

Geração de expectativas e

sentimentos de ansiedade nos

moradores da AID e no poder

público.

E c o n o m ia

Demanda por insumos, serviços e Dinamização da Economia

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mão de obra. Recolhimento de

tributos e encargos.

Municipal.

Contratação de mão de obra

temporária.

Geração de postos de trabalho

temporários.

Captação de água. Manutenção da viabilidade da

exploração mineral na região.

Desmobilização de empresas

terceirizadas.

Desmobilização de mão de obra

temporária.

Medidas Propostas no RCA

O seguinte conjunto de programas e medidas foi proposto como forma de mitigação e controle dos

impactos listados:

- Programa de gestão de obras: Alteração na qualidade do ar e modificação nos níveis de pressão sonora.

- Medida de compensação: Perda de solo na ADA

- Programa de Monitoramento e Controle dos Processos Erosivos/Deslizamentos e

Assoreamento: Instalação de processos erosivos nas margens do reservatório e áreas de intervenção com

intensificação do assoreamento.

- Programa de Monitoramento de Recursos Hídricos: Alteração do comportamento hídrico subterrâneo.

Regularização da vazão jusante.

Alteração na qualidade da água.

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- Programa de Monitoramento, Controle e Segurança da Barragem de Perenização

da MRDM:

Amortecimento de cheia.

Redução do volume disponível para outros usos.

- Programa de Resgate e Recomposição da Flora: Diminuição da biodiversidade vegetal e fluxo gênico.

- Programa de Resgate da Fauna e Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre: Redução de habitat e perda de micro-habitat disponível para a fauna terrestre e aquática.

Alteração na composição e estrutura da fauna.

Perda de conectividade florestal

Redução de habitat e perda de micro-habitat disponível para a fauna.

- Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre: Aprisionamento e mortandade de peixes.

Transformação do ambiente lótico em lêntico.

Incremento na atividade de pesca predatória.

Aumento populacional de espécies exóticas e riscos de novas introduções.

- Programa de Educação Ambiental: Modificação do uso do solo da ADA.

- Programa de Comunicação Social: Aumento do tráfego de veículos leves e pesados na estrada municipal que será utilizada

durante as obras.

Geração de expectativas e sentimentos de ansiedade nos moradores da AID e no poder

público.

Dinamização da Economia Municipal.

Geração de postos de trabalho temporários.

Manutenção da viabilidade da exploração mineral na região.

Desmobilização de mão de obra temporária.

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11. PROGRAMAS E/OU PROJETOS

Programas de Gestão Ambiental de Obras

Durante a execução das obras, serão gerados resíduos sólidos, poeira, sedimentos, efluentes

líquidos, ruído, além de outros aspectos relacionados à atividade de canteiro de obras. Mesmo que

seja temporário o período de execução das obras, é possível que o impacto de suas atividades se

prolongue significativamente, caso as devidas medidas técnico-ambientais voltadas ao controle e

manutenção das estruturas e máquinas envolvidas na implantação não sejam implementadas.

Este programa compreende medidas que controlam o risco de contaminação dos solos e recursos

hídricos, a geração de emissões atmosféricas, a emissão de ruídos, a geração de resíduos sólidos,

acidentes ambientais em geral e, consequentemente, eventuais transtornos às comunidades

vizinhas.

O Programa de Gestão Ambiental de Obras engloba uma variedade de diretrizes técnicas e

ambientais que visam à mitigação e controle de impactos relacionados a diferentes aspectos do

meio ambiente, a saber:

Emissões atmosféricas

Para a fase de implantação do barramento haverá emissão de particulados, gases de combustão e

ruídos.

A principal fonte de particulados será da movimentação de veículos nos locais das obras e acessos.

Para mitigar o empreendedor propõe aplicar um limite de velocidade nos veículos. Está

condicionada a umectação das vias de acesso em caso de necessidade.

Para o controle da geração de gases de combustão, deverão ser realizadas manutenções

periódicas em todos os veículos e máquinas utilizados nas obras. Tais manutenções, além de

controlar a emissão de gases poluentes, reduz o consumo de combustível dos veículos e

máquinas.

Em relação à emissão de ruídos, as principais fontes destes serão os veículos e maquinários

utilizados na construção da barragem. A medida proposta para mitigação deste aspecto será a

manutenção periódica de veículos e máquinas que além de diminuir a geração de gases de

combustão, propiciará também a redução da emissão de ruídos. O empreendedor também propõe

o monitoramento dos níveis de ruído nas comunidades de Tumbica e Rodeador, vizinhas ao

empreendimento.

Os monitoramentos de fumaça preta e ruídos estão condicionados no Anexo II (automonitoramento)

deste parecer.

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Efluentes líquidos

De acordo com estudos apresentados, para a fase de implantação do barramento serão gerados

efluentes sanitário, pluvial e oleoso.

Banheiros químicos serão dispostos no canteiro de obras principal e canteiros avançados, onde

todo efluente sanitário gerado seja armazenado provisoriamente até que seja transportado por

empresa licenciada à sua destinação final para tratamento. Está condicionada a apresentação de

contratos de prestação de serviço com as empresas, que devem ser regularizadas, que vão

executar os serviços de coleta, transporte e tratamento dos efluentes sanitários.

Para impedir processos erosivos, uma vez que o solo local apresenta certa susceptibilidade à

erosão, serão implantados nas áreas de obras, nos canteiros e nos acessos, sistemas de

drenagem provisórios para direcionar as águas pluviais aos talvegues naturais.

Quanto ao efluente oleoso, este será oriundo da área de geradores de energia a diesel e usina de

concreto. O projeto dessas áreas indicam sistemas de contenção e direcionamento do efluente para

caixas separadoras de água e óleo – CSAO. Destaca-se que devido ao porte deste

empreendimento não haverá oficinas de manutenção e postos de abastecimento de veículos nos

canteiros. O abastecimento dos equipamentos será realizado com o apoio de caminhão comboio.

Pequenas lubrificações também poderão ser realizadas por meio desse caminhão, utilizando kit de

segurança com manta para absorção de efluentes oleosos. As manutenções e grandes

lubrificações que se fizerem necessárias serão realizadas em oficinas na cidade de Riacho dos

Machados.

O envio de relatório de monitoramentos dos efluentes sanitários e oleosos está condicionado no

anexo II (automonitoramento)

Resíduos sólidos

A gestão dos resíduos gerados durante a obra será englobada no PGRS das instalações da

MRDM, garantindo a coleta, armazenamento e destinação final de forma adequada. Todos os

canteiros serão dotados de coletores seletivos de resíduos. Após coletados, estes resíduos serão

transportados para o galpão de armazenamento temporário de resíduos da MRDM. Está

condicionado no anexo II (automonitoramento) o envio de relatórios da gestão dos resíduos sólidos

gerados na instalação.

Programa de Monitoramento e Controle dos Processos Erosivos, Deslizamento e

Assoreamento

As áreas que serão diretamente atingidas pelas atividades de implantação da Barragem de

Perenização da MRDM perderão sua estabilidade natural devido à supressão de vegetação,

remoção do solo nas áreas do lago e compactação da superfície nos locais de movimentação de

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veículos, na etapa de implantação, e variação do nível basal de água nas laterais do reservatório na

etapa de operação.

O aumento da taxa de erosão será acentuado nas áreas de gradiente topográfico elevado, acima

de 20%, que ocupa grande parte dos terrenos próximos à ADA conforme mapa de declividade

apresentado no RCA, e de solos pouco desenvolvidos, como é o caso dos solos da ADA

(Cambissolos).

Dessa forma, as tarefas de implantação da barragem e de construção da adutora tendem a

acarretar alterações significativas na taxa de erosão natural do solo e, por conseguinte, no nível de

assoreamento dos corpos hídricos locais, bem como na vida útil desta barragem.

As medidas previstas para mitigar os potenciais impactos consistem em ações de controle e

monitoramento.

As ações de controle propostas consistem na instalação de sistemas de drenagem com o objetivo

de retenção dos sedimentos na fonte e redução do assoreamento do córrego Rodeador. Esse

sistema deverá ser composto por canaletas, descida d’água, bacia de decantação, estrutura de

dissipação de energia, dentre outros. As atividades de remoção de vegetação e cobertura do solo

serão acompanhadas de instalação de leiras de proteção no entorno para diminuição da velocidade

de escoamento e melhorando a infiltração. Também serão instaladas bacias de dissipação na base

das encostas das áreas decapeadas. Antes do início da operação está prevista a instalação dos

sistemas de drenagem definitivos do barramento e da adutora.

O monitoramento dos dispositivos de drenagem se dará antes do início da estação chuvosa com o

objetivo de verificar sua integridade e eficiência e realizar medidas corretivas. Será observado

também o nível de assoreamento do reservatório, tanto qualitativamente por inspeções visuais

como quantitativamente pela batimetria proposta no PMRH descrito dois itens abaixo. Já durante o

período chuvoso será monitorada a margem do reservatório e o traçado da adutora buscando

acompanhar evolução de focos erosivos ou cicatrizes de movimentos de massa, a fim de propor

ações corretivas.

Será elaborado um relatório final da implantação e os outros demais anualmente acerca do

andamento do programa.

Programa de monitoramento, controle e segurança da barragem de perenização e captação

de água da MRDM

Os objetivos específicos deste programa são o gerenciamento do risco da construção, operação e

desativação da barragem, propondo medidas de controle e prevenção. O sistema de gestão da

barragem de rejeitos, já em operação, será ampliado para a barragem de perenização.

As ações propostas são:

Projeto de instrumentação em seções representativas da barragem;

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Fixação dos valores de alerta e de controle para todos os instrumentos instalados;

Plano de operação da instrumentação, abrangendo frequências das leituras nas diversas

fases da obra e durante possíveis eventos excepcionais;

Planos de observações visuais e inspeções in situ; e

Plano de análise e interpretação do comportamento da obra com base nos resultados

obtidos a partir da instrumentação e das inspeções visuais.

Os planos de instrumentação, operação da instrumentação e de observações visuais foram

apresentados no Manual de Operação. Os demais itens acima relacionados (fixação de valores de

alerta e plano de análise) farão parte do Plano de Emergência e Contingência que será

apresentado na formalização do pedido de Licença de Operação.

Programa de Monitoramento de Recursos Hídricos

O principal objetivo do programa é de coletar e disponibilizar informações adequadas em termos de

qualidade e quantidade para possibilitar o cumprimento dos padrões legais em termos de

manutenção da classe de enquadramento do curso hídrico e das vazões residuais a jusante,

conforme definido em outorga e legislação vigente.

De uma forma geral, o plano de monitoramento de recursos hídricos consiste das seguintes ações

ou atividades:

Monitoramento pluviométrico na área de contribuição para a barragem de águas com

frequência diária;

Monitoramento de vazões a montante e a jusante do barramento com frequência diária;

Monitoramento de cotas do reservatório com frequência diária;

Monitoramento do volume acumulado ao longo do tempo com frequência anual;

Monitoramento da captação de água realizada com frequência diária e;

Monitoramento de qualidade das águas afluentes, defluentes e do reservatório com

frequência trimestral.

Todas essas ações serão apresentadas em forma de relatório anual à SUPRAM, com exceção do

relatório final consolidado da etapa de implantação que será entregue ao final da mesma.

Programa de Resgate de Fauna

O objetivo do Programa de Resgate de Fauna é promover o afugentamento direcionado e

controlado da fauna, e o resgate de elementos faunísticos impossibilitados de locomoverem-se

espontaneamente e sua relocação para habitats semelhantes existentes nas áreas de entorno do

empreendimento.

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O acompanhamento deverá ser executado durante a realização das atividades de supressão da

vegetação dentro dos limites da área destinada à instalação da Barragem de Perenização e

Captação de Água e após o cumprimento da Etapa Preliminar supracitada.

Em síntese, esta etapa consiste no acompanhamento diário das atividades de supressão da

vegetação pela equipe indicada para cada frente de supressão. A equipe auxiliará e orientará sobre

os procedimentos operacionais de afugentamento, e caso a captura seja necessária, cuidará do

acondicionamento, identificação e transporte do animal até um dos locais de soltura. Os animais

deverão ser primariamente e preferencialmente afugentados (salvamento). A captura (resgate) só

será realizada quando o animal se encontrar ferido, entocado ou apresentar capacidade limitada de

deslocamento, sendo devidamente acondicionado de forma a ocasionar o mínimo de estresse

possível aos indivíduos durante o período de transporte.

Os animais resgatados deverão ser encaminhados para o CETAS implantado pela Mineração

Riacho dos Machados localizado na área administrativa da mina. Todos os espécimes

encaminhados serão devidamente identificados e registrados em fichas de campo (coleta dos

dados pertinentes ao estudo), e uma vez verificadas as boas condições de saúde, será procedida a

soltura nas áreas previamente definidas. No caso de ferimentos ou constatação de debilidade, o

médico-veterinário usará a estrutura do CETAS para uma avaliação clínica, com o objetivo de

subsidiar decisões sobre o transporte do animal até clínica veterinária ou outras soluções para seu

reestabelecimento.

Inicialmente foram definidas duas áreas de soltura para a fauna resgatada durante as ações de

acompanhamento de supressão e resgate de fauna na área da Barragem de Perenização e

Captação de Água da MRDM. A primeira é caracterizada pela formação de Floresta Estacional

Decidual, regionalmente conhecida como Mata Seca e a segunda é composta por remanescentes

de Cerrado Sentido Restrito e Cerrado em Regeneração. As duas áreas propostas são formações

similares à área a ser suprimida na barragem, localizando-se próximas das áreas de desmate,

permitindo o deslocamento ativo da fauna eventualmente afugentada.

Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre

O Monitoramento da fauna nas áreas de influência da Barragem de Perenização e Captação de

Água deverá ocorrer antes e durante a sua fase de instalação e durante a fase de operação,

juntamente com a continuação do Programa de Monitoramento de Fauna Silvestre durante a fase

de operação da Mina da Mineração Riacho dos Machados.

Serão realizadas campanhas durante todo o período de validade da Licença. As campanhas

deverão respeitar os critérios de sazonalidade, sendo executadas nas estações seca (abril a

setembro) e chuvosa (outubro a março). A duração das campanhas depende do grupo a ser

estudado e das metodologias a serem utilizadas, conforme descritos abaixo.

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Metodologias por Grupo Faunístico

Ictiofauna

O monitoramento da ictiofauna deverá ser executado em três campanhas consecutivas realizadas

na estação chuvosa (entre novembro e fevereiro) em cursos d’água intermitente e permanente,

além de uma campanha na estação seca para este último. Cada campanha deverá ter duração de

seis dias efetivos de coleta de dados, além dos dias necessários para o deslocamento da equipe

até a área de estudo Dessa forma, espera-se obter resultados mais robustos, contando-se com a

possibilidade de amostrar espécies anuais, além daquelas encontradas em corpos d’água

intermitentes e permanentes. Além de ser possível acompanhar as alterações resultantes da

instalação da Mina e da Barragem, e da transformação de um trecho de um corpo de água

lótico/intermitente em um corpo de água lêntico/permanente.

As atividades de campo serão conduzidas por um biólogo ictiólogo e um profissional operacional

(técnico ambiental ou auxiliar de campo).

Herpetofauna

Por se tratar de uma região extremamente seca que não possibilita uma riqueza considerável de

anfíbios, optou-se por manter apenas uma campanha no período de seca e três campanhas no

período chuvoso, possibilitando assim uma amostragem mais fidedigna da herpetofauna local.

Com isso, espera-se favorecer o registro de exemplares da herpetofauna e permitir a obtenção de

dados sobre composição e riqueza próximos à realidade da região de inserção da MRDM e

comparar os dados obtidos em cada estação. Cada campanha terá duração de sete dias efetivos

de amostragem em campo (cinco dias para monitoramento na mina e mais dois dias na Barragem),

acrescido dos dias de deslocamento.

Cada Estação deverá ter sete pontos de amostragem, sendo três destinados à metodologia de

pitfall traps, três à busca ativa noturna e um à busca ativa diurna, totalizando 28 pontos de

amostragem nas Estações Amostrais.

Avifauna

O monitoramento da avifauna deverá ser realizado em campanhas de campo trimestrais pelo

período de validade da licença, abrangendo as estações seca e chuvosa. Cada campanha deverá

possuir 12 dias efetivos de coleta de dados em campo, além dos dias necessários ao deslocamento

da equipe técnica até a área de estudo. Os métodos de amostragem serão: Ponto de Escuta,

Transecto Linear e Redes de Neblina.

A equipe deverá ser formada por um biólogo ornitólogo e um profissional operacional (técnico

ambiental ou auxiliar de campo).

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Pequenos Mamíferos Não-Voadores

O monitoramento de pequenos mamíferos não-voadores contemplará campanhas de campo

trimestrais pelo período de validade da licença, abrangendo as estações seca e chuvosa.

Os pequenos mamíferos não-voadores deverão ser amostrados através de duas metodologias

complementares de captura viva. A primeira delas é representada pelas armadilhas de gaiolas de

arame galvanizado do tipo gancho, com isca suspensa. A segunda metodologia são as armadilhas

de interceptação-e-queda, conhecidas como pitfall traps. O controle dos indivíduos capturados

deverá ser através de captura, marcação e recaptura (CMR).

Para cada indivíduo capturado deverá ser colocada uma anilha numerada e serem registradas as

seguintes informações: espécie; local da captura; sexo e condições reprodutivas; peso; informações

morfométricas; número da anilha e idade. Após tais procedimentos, salvo em caso de coleta, os

animais serão soltos no mesmo local de captura.

Pequenos Mamíferos Voadores - Quirópteros (Morcegos)

O monitoramento de quirópteros deverá ser realizado em campanhas de campo trimestrais pelo

período de validade da licença, abrangendo as estações seca e chuvosa. Cada campanha deve ter

oito dias efetivos de coleta de dados em campo, além dos dias necessários ao deslocamento da

equipe técnica até a área de estudo.

Os morcegos deverão ser amostrados com a utilização de dois métodos. O primeiro será a

amostragem por Redes de Neblina, que consiste na instalação de baterias de redes de nylon com o

objetivo de interceptar os morcegos durante o voo. O outro método a ser utilizado deverá ser a

busca por abrigos diurnos, realizado em locais que pareçam adequados para albergar morcegos

(construções abandonadas, fornos de carvoaria, lapas de pedra, ocos de árvore, etc.).

Mamíferos de Médio e Grande Porte

O monitoramento da mastofauna de médio e grande porte na área de influência direta e indireta da

MRDM deverá ocorrer com periodicidade trimestral pelo período de validade da licença,

abrangendo as estações chuvosa e seca. Cada campanha terá duração de nove dias. Para o

estudo da mastofauna de médio e grande porte deverão ser aplicadas três metodologias:

armadilhas fotográficas (ou camera traps), busca ativa por evidências diretas e indiretas e parcelas

de areia.

Espécies Ameaçadas de Extinção – avifauna e mastofauna

Destaca-se que o monitoramento das espécies da fauna ameaçadas de extinção já é atualmente

contemplado no Programa de Monitoramento da Mina (BICHO DO MATO, 2015). As metodologias

descritas para as aves e para os mamíferos de médio e grande porte, únicos grupos na área de

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estudo a apresentarem representantes que constam nas listas vigentes de fauna sob o risco de

extinção (COPAM, 2010; IUCN, 2015; MMA, 2014), são adequadas para o registro e

acompanhamento de amplo espectro de espécies.

Durante o monitoramento atual, a efetividade destes métodos no registro de espécies ameaçadas

foi corroborada pelo encontro de duas espécies de aves e cinco de médios e grandes mamíferos

constantes nas listas abaixo mencionadas (BICHO DO MATO, 2013). Além destas, foram também

registradas outras espécies de interesse para a conservação, categorizadas como Quase

Ameaçadas, Deficientes em Dados ou endêmicas de um dos três Biomas ocorrentes na região do

empreendimento (Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica), (Quadro 2.2.3.2.1.1; Quadro 2.2.3.2.1.2;

BICHO DO MATO, 2013).

Desta maneira, considera-se que as técnicas propostas se mostram efetivas no registro e

acompanhamento de aves e mamíferos ameaçados de extinção em oportunidades anteriores na

mesma área de estudo. A equipe técnica responsável pelo monitoramento das espécies

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ameaçadas, por consequência, será a mesma responsável pelo monitoramento da avifauna e da

mastofauna de médio e grande porte, cuja documentação foi apresentada no Projeto Técnico

protocolado anteriormente (BICHO DO MATO, 2015).

Os dados obtidos nas campanhas deverão ser analisados para obtenção dos parâmetros: sucesso

de captura, riqueza, abundância relativa, frequência relativa, diversidade, equitabilidade e

similaridade.

Para descrever e acompanhar parâmetros de comunidade e populações deverão ser primeiramente

quantificadas a riqueza e a abundância relativa. Para a diversidade, deverão ser calculados os

índices de Shannon (H’). Para equitabilidade, será utilizado o índice de Pielou (J’), o qual varia de 0

a 1. O índice de similaridade deverá ser utilizado para avaliar a similaridade da composição de

espécies entre as Estações de Amostragem/Fisionomia.

A curva do coletor deverá ser gerada para avaliar se o esforço amostral empregado reflete a

riqueza observada. Essa análise deverá ser feita por meio da construção de uma matriz de

presença/ausência de espécies em cada amostra a partir do estimador Jackknife de primeira

ordem. Além destes índices e análises, deverão ser realizadas as análises complementares

específicas e pertinentes a cada grupo de fauna.

Ao final de cada ano, deverão ser entregues relatórios de atividades completos, contemplando

todas as informações coletadas nas respectivas campanhas consolidadas com as campanhas

anteriores.

Programa de Resgate e Recomposição da Flora

A supressão da vegetação da área do empreendimento produzira alterações significativas no

ambiente, gerando diversos efeitos no ecossistema como impedimento ou redução na taxa de

migração entre fragmentos e diminuição do tamanho populacional efetivo com consequente perda

da variabilidade genética e invasão exótica. Esses fenômenos causam a deterioração.

A supressão da vegetação na área consistirá em impactos imediatos e a médio e longo prazo no

ecossistema associado. A retirada da biomassa tem como consequência inicial a redução do

recurso genético e da diversidade biológica que influi sobremaneira no abrigo e disponibilidade de

alimento para fauna.

Toda atividade antrópica que vise à alteração do uso do solo exerce impactos no meio ambiente,

para minimizá-los, em muitos casos, pode-se programar determinadas medidas visando o

desenvolvimento sustentável da atividade produtiva. Na supressão da vegetação em questão, o

meio físico, principalmente o solo, sofrerá diretamente os impactos das atividades e indiretamente o

meio biótico.

Medida Mitigadora – Adotar um cronograma com a sequência espacial das operações de limpeza

da área, para que haja sucesso no deslocamento dos animais para as áreas de vegetação no

entorno.

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Permitir que os remanescentes vegetais nativos (reservas legais, remanescentes e APP's) sejam

contíguos e nas áreas mais conservadas, melhorar a capacidade de suporte dos remanescentes

com plantios de enriquecimento; realizar coleta de sementes nas áreas onde se dará a erradicação

a fim de utilizar esse material em ações de revegetação e recomposição das áreas antropizadas.

Executar Programa Resgate e Recomposição Ecológica da Flora.

Assim, em toda a área de supressão deverá haver, previamente, coleta de sementes que serão

beneficiadas para desenvolvimento de mudas, além de plântulas que serão coletadas. O

empreendimento MRDM possui um viveiro de mudas nativas que possibilitará produção de mudas

para a recuperação de áreas degradadas e mata ciliares no empreendimento. Conforme os

programas apresentados deveram ser gerados relatórios periodicamente. Esses relatórios serão

encaminhados para a SUPRAM NM para comprovação da execução das condicionantes do

processo da Licença de instalação.

Programa de Comunicação Social

O objetivo específico deste programa é gerenciar as expectativas da população com relação ao

empreendimento, informando sobre o projeto por meios já utilizados no Programa de Comunicação

Social da empresa (canais oficiais de comunicação, prefeitura municipal de Riacho dos Machados,

faixas, cartazes, etc.).

A 1ª etapa do programa já foi implantada, segundo consta no PCA. O projeto foi apresentado à

Prefeitura e às comunidades rurais da AID. Em resposta a pedido de informações complementares

foram apresentadas as atas e fotografias das reuniões já realizadas. As comunidades de Tumbica e

Rodeador foram incluídas nas datas de encontro do Programa Boa Vizinhança da vizinha

Comunidade de Mumbuca, de cuja associação fazem parte.

Foram realizadas reuniões na sede da associação comunitária de Mumbuca, nas datas 15/04/2016

e 20/05/2016, com presença de 9 a 20 pessoas, e também houve participação nas reuniões

CODEMA de Riacho dos Machados nos dias 25/05/2016 e 01/06/2016, com presença de

representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Comissão Pastoral da Terra, Associação

Comercial, Câmara Municipal e moradores de Rodeador. As reuniões buscaram esclarecer sobre

as características do projeto, o processo de construção e o licenciamento da barragem, de forma a

corrigir expectativas.

O empreendedor informa que a construção do barramento tem foco na alimentação industrial do

empreendimento e que demais usos da água, ainda que disponível, não são de sua alçada. O

abastecimento público da cidade caberia ao poder público ou à concessionária local e depende da

obtenção de licença específica pelo operador da captação. Caberia a si apenas operar a barragem

de forma a deixar volume de 350.000 m³ ao ano para o requerido uso pela população. Foi proposta

a criação de grupo de trabalho “com o objetivo de construir o projeto onde constará estudos

detalhados da necessidade da população”. Foi informado ainda que ao fim da vida útil do

empreendimento, a operação da barragem passaria à prefeitura ou entidade local para

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continuidade do abastecimento público. A formação e andamento desse grupo serão

acompanhados por meio de condicionante.

O CODEMA de Riacho dos Machados emitiu uma moção de apoio ao projeto da barragem de água

com aprovação unânime na reunião de 29/06/2016, assinada pelo presidente Ramon Abraão dos

Santos. A moção informa que o empreendimento é importante para manutenção da operação da

empresa durante o ano todo devido aos períodos de estiagem da região e que a interrupção de

suas atividades trazem consequências no emprego e arrecadação da cidade. Também informam

estarem cientes de que o uso atual é para a indústria, mas que há disponibilidade para

abastecimento humano futuro, a depender de regularização.

A 2ª etapa iniciará com a obtenção da Licença de Instalação e pretende divulgar questões de

segurança quanto às obras e movimentações na estrada de acesso ao empreendimento e

cronograma de implantação. A 3ª etapa será a manutenção da comunicação com a sociedade.

Trimestralmente será elaborado relatório de atividades acompanhado de monitoramento de sua

eficácia. Estarão condicionados à formalização do pedido de LO a apresentação de relatório

consolidado das ações do período de implantação e sua eficácia.

Programa de Educação Ambiental

O objetivo específico deste programa é despertar a consciência ambiental e adaptação às

mudanças no público interno e externo ao empreendimento. O impacto associado é a modificação

do uso e ocupação do solo no entorno do empreendimento, porém também é abrangido o

comportamento dos funcionários da obra em relação ao meio ambiente e sua interação com a

comunidade em caso de contratação de pessoas de outros locais.

O programa foi elaborado de acordo a IN IBAMA 02/2012, segundo informado no PCA. Estão

previstas reuniões com representantes do poder público solicitando colaboração. Também estão

previstas as campanhas educativas aos seguintes públicos:

Trabalhadores da obra, iniciando na mobilização do canteiro de obras;

Motoristas da obra e usuários em geral da estrada vicinal de acesso ao empreendimento e;

Rede pública da sede municipal de Riacho dos Machados.

As atividades serão desenvolvidas em consonância com o Centro de Educação Ambiental (CEA) já

implantado na sede do município. O programa será desenvolvido pela Gerência de Meio Ambiente

e Segurança do Trabalho e terá interface com o Programa de Comunicação Social. Dessa forma,

serão desenvolvidos relatórios trimestrais de desenvolvimento das atividades e respectivas

avaliações. Estarão condicionados à formalização do pedido de LO a apresentação de relatório

consolidado das ações do período de implantação e sua eficácia

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12. COMPENSAÇÕES

Compensação Ambiental Lei Federal nº 9.985/2000 (SNUC)

A compensação constante no art. 36 da referida lei é devida em casos de significativo impacto

ambiental em processos instruídos por EIA/RIMA. Devido ao empreendimento estar em classe

da DN COPAM 74/2004 que não exige apresentação de EIA/RIMA e não estar enquadrada nas

atividades constantes da Resolução CONAMA 01/1986, esta compensação não se aplica.

Compensação por Intervenção em Áreas de Preservação Permanente

Conforme a Resolução CONAMA n°. 369/2006 em seu Art. 5°, empreendimentos que impliquem

na intervenção/supressão em APP deverão adotar medidas de caráter compensatório que inclua

a efetiva recuperação ou recomposição destas, nos termos do parágrafo 2°.

O empreendimento prevê a intervenção/supressão em 29,39 ha de áreas de preservação

permanente, sendo recomendada, assim, a cobrança da compensação prevista na Resolução

CONAMA n°. 369/2006.

Dessa forma, o empreendedor deverá apresentar proposta de medida compensatória por

intervenção em área de preservação permanente que consista na efetiva recuperação ou

recomposição de áreas desta mesma natureza, localizadas na mesma sub-bacia hidrográfica e

na área de influência do empreendimento e nas cabeceiras dos Rios, conforme Resolução

CONAMA nº. 369/2006.

Compensação pela supressão dos imunes, restritos ou protegidos por Lei específica.

As espécies Myracrodruon urundeuva (Aroeira-do-sertão) e Astronium fraxinifolium (Gonçalo-Alves)

não estão mais constantes na lista das espécies da flora ameaçadas de extinção. A Portaria MMA

n° 443/2014 revoga a Instrução Normativa n° 06/2008. Entretanto, estas espécies deveram

necessariamente ser comtempladas nos programas de recomposição do empreendimento.

Espécies de árvores protegidas por lei identificadas no levantamento fitossociologico realizado na

área do empreendimento e citado nos estudos: Lei nº 9.743 de 1988 e Lei 20308 de 2012.

Tabebuia aurea (Ipê Caraiba) e Handroanthus ochraceus (Ipê amarelo).

Fica o empreendedor condicionado a apresentar proposta de compensação pela supressão de

indivíduos imunes de corte, nos moldes dos parágrafos 1º e 2º do Artigo 2º da Lei nº 20.308, de 27

de julho de 2012. O plantio de 5 (cinco) mudas catalogadas e identificadas por árvore a ser

suprimida, sendo Tabebuia aurea (Ipê Caraíba) 178 indivíduos e Handroanthus ochraceus (Ipê

amarelo) 249 indivíduos totalizando 427 x 5 = 2.135 mudas Ou, se optar pelo recolhimento de 100

Ufemgs por árvore suprimida.

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Compensação por Supressão de Vegetação do Bioma Mata Atlântica

Tendo em vista que serão suprimidos 0,53 ha de vegetação nativa do bioma Mata Atlântica o

empreendedor fica obrigado a propor medida compensatória nos termos da Lei n°. 11.428/2006

e DN COPAM n°. 73/2004. A área a ser compensada deve corresponder a, no mínimo, duas

vezes a área desmatada.

13. CONTROLE PROCESSUAL

O empreendedor requer a Licença Prévia concomitantemente com a de Instalação para o

empreendimento Classe 3, conforme DN COPAM 74/04, denominado MINERAÇÃO RIACHO DOS

MACHADOS LTDA, localizado na zona rural de Riacho dos Machados/MG. As atividades

pleiteadas são “barragem de perenização”, “descarga de fundo” e “usina de produção de concreto”.

A Resolução n.º 237 do CONAMA, de 19 de dezembro de 1997, dispõe que:

“Licenciamento ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão

ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a

operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos

ambiental, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas

que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,

considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas

aplicáveis ao caso”.

O art. do 9º do Decreto n.º 44.844, de 25 de junho de 2008, dispõe:

“O COPAM, no exercício de sua competência de controle, poderá expedir as

seguintes licenças:

I - Licença Prévia - LP: concedida na fase preliminar de

planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e

concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos

básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de

sua implementação, observados os planos municipais, estaduais ou federais

de uso e ocupação do solo;

II - Licença de Instalação - LI: autoriza a instalação de

empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes

dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de

controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo

determinante”.

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Mais adiante o § 1º do mesmo artigo informa que

“Poderão ser concedidas concomitantemente as licenças prévia e de

instalação, na forma que dispuser o COPAM, por meio de Deliberação

Normativa”.

O § 1º do art. 1º da Deliberação Normativa COPAM n° 74, de 09 de setembro de 2004 dispõe:

“As Licenças Prévia e de Instalação dos empreendimentos enquadrados nas

classes 3 e 4 poderão ser solicitadas e, a critério do órgão ambiental,

expedidas concomitantemente”

Cumpre ressaltar, entretanto, que as concessões concomitantes das licenças prévia e de instalação

não autorizam a operação do empreendimento, limitando-se apenas a viabilizar todas as obras

necessárias à sua instalação através da apresentação do Plano de Controle Ambiental – PCA, o

qual deve apontar medidas mitigadoras e compensatórias dos danos causados ao meio ambiente.

O processo encontra-se instruído corretamente, haja vista a apresentação dos documentos

necessários e exigidos para a atividade em comento pela legislação ambiental em vigor.

Ante ao exposto, e considerando a ausência de óbices à concessão da licença (LP + LI

concomitantes) MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA, para as atividades “barragem

de perenização”, “descarga de fundo” e “usina de produção de concreto”, sugerimos o

deferimento do pedido, vinculada as condicionantes constantes neste parecer, pelo prazo de 4

(quatro) anos.

14. CONCLUSÃO

A equipe interdisciplinar da SUPRAM Norte de Minas sugere o deferimento desta Licença

Ambiental na fase de Licença Prévia concomitante com Licença de Instalação – LP + LI,

para o empreendimento Mineração Riacho dos Machados Ltda para as atividades de

“Barragem de Perenização”, “Descarga de Fundo” e “Usina de Produção de Concreto” no

município de Riacho dos Machados, MG, pelo prazo de 04 anos, vinculada ao cumprimento das

condicionantes e programas propostos.

As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas descritas neste

parecer, através das condicionantes listadas em Anexo, devem ser apreciadas pelo Unidade

Regional Colegiada do Norte de MG – URC Norte.

Oportuno advertir ao empreendedor que o descumprimento de todas ou quaisquer

condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração, modificação

e ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Norte de Minas, tornam o

empreendimento em questão passível de autuação.

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Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Meio Ambiente do Norte de Minas não

possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais apresentados nesta

licença, sendo a elaboração, instalação e operação, assim como a comprovação quanto a

eficiência destes, de inteira responsabilidade das empresas responsáveis e/ou seus

responsáveis técnicos.

Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo

requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste

do certificado de licenciamento a ser emitido.

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15. ANEXOS

Anexo I. Condicionantes para Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) da Barragem de Água da

MRDM.

Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) da

Barragem de Água da MRDM.

Anexo III. Autorização para Intervenção Ambiental.

Anexo IV. Relatório Fotográfico do local de instalação da barragem de perenização.

Anexo V. Autorização para Manejo de Fauna Silvestre.

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ANEXO I

Condicionantes para Licença Prévia e de Instalação (LP + LI) da Barragem de Água da

MRDM

Empreendedor: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

Empreendimento: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

CNPJ: 08.832.667/0001-62

Município: Riacho dos Machados - MG

Atividade: Barragem de Perenização, Descarga de Fundo e Usina de Produção de Concreto.

Código DN 74/04: E-05-01-0, E-05-05-3 e C-10-01-4.

Processo: 11961/2009/011/2015

Validade: 04 anos

Item Descrição da Condicionante Prazo*

1 Executar o Programa de Automonitoramento, conforme

definido no Anexo II.

Durante a vigência de

Licença de Instalação

2

Apresentar relatórios (descritivos e fotográficos)

comprovando de forma detalhada a execução das ações de

cada um dos programas citados neste parecer, conforme os

respectivos cronogramas de execução.

Formalização do pedido

de LO ou a cada 6meses.

3

Apresentar Manual de Operação atualizado, incluindo a

compatibilização da captação pelo município de Riacho dos

Machados e moradores a jusante (como definido em

condicionante da outorga), de forma a evitar o não

atendimento à vazão residual. Definir claramente os critérios

de controle, com níveis de alerta e emergência em conjunto

com as medidas necessárias.

Formalização do pedido

de LO.

4

Cadastrar a travessia aérea da adutora sobre o Ribeirão

Curral Novo (ou Rib. Ribeirão) – Resolução Conjunta

SEMAD/IGAM n° 1964/2013 – e apresentar protocolo.

Antes da realização da

obra da travessia e

apresentar protocolo na

formalização da LO.

5

Cadastrar o barramento no banco de dados do IGAM –

Resolução Conjunta SEMAD/IGAM n° 2257/2014 – e

apresentar protocolo.

Formalização do pedido

de LO.

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6

Apresentar laudos da “Análise de Performance do Sistema”

e do 0“Plano de Contingência”, acompanhados das

respectivas ART’s – Art. 5º, § 3º, DN COPAM n° 62/2002.

Formalização do pedido

de LO.

7 Apresentar relatório as built, acompanhado de ART. – Art.

5º, § 3º, DN COPAM n° 62/2002.

Formalização do pedido

de LO.

8

Apresentar cópia do protocolo de cadastro no Banco de

Declarações Ambientais (BDA) da FEAM do primeiro

Relatório de Auditoria Técnica de Segurança e da

Declaração de Condição de Estabilidade.

Formalização do pedido

de LO.

9

Implantar medidas que minimizem os impactos da passagem

da adutora pelos canais de drenagem natural de água pluvial

que cruzam o seu traçado. Apresentar relatório descritivo e

fotográfico.

Formalização do pedido

de LO.

10

Apresentar relatório descritivo e fotográfico informando a

localização das áreas de empréstimo e bota fora com

respectivas descrições de cada obra.

Formalização do pedido

de LO.

11

Apresentar relatório descritivo e fotográfico das intervenções

realizadas na estrada de acesso para adaptações às

necessidades da obra.

Formalização do pedido

de LO.

12

Aspersão das vias com potencial de causar desconforto para

funcionários da obra e comunidades mais próximas, sempre

que necessário.

Durante a vigência de

Licença de Instalação

13 Apresentar contrato com empresa para fornecimento e

limpeza de banheiros químicos.

30 dias após a obtenção

da LI.

14

Apresentar certificado de regularização ambiental das

empresas prestadoras de serviço e/ou material (areia, brita)

para construção da barragem.

30 dias após a obtenção

da Licença de Instalação

Corretiva

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15 Apresentar contrato de empresas regularizadas para

transporte e recebimento de resíduos classe I e II.

30 dias após a obtenção

da Licença de Instalação

16

Apresentar relatório consolidado das ações do Programa de

Comunicação Social nas etapas de planejamento e

implantação do empreendimento com análise sobre sua

eficácia e atualização das ações para a etapa de Operação.

Formalização do pedido

de LO ou a cada 12

meses.

17

Apresentar andamento do grupo de trabalho responsável por

construir o projeto de abastecimento à população de Riacho

dos Machados pela barragem licenciada. Incluir as famílias a

jusante da barragem no Córrego Rodeador no projeto de

abastecimento.

Formalização do pedido

de LO ou a cada 12

meses.

18

Negociar e apresentar conclusão sobre a forma que se dará

a transferência da gestão dos poços às comunidades do

entorno.

Formalização do pedido

de LO.

19

Apresentar relatório consolidado das ações do Programa de

Educação Ambiental nas etapas de planejamento e

implantação do empreendimento com análise sobre sua

eficácia e atualização das ações para a etapa de Operação.

Formalização do pedido

de LO ou a cada 12

meses.

20

Apresentar Projeto Técnico de Reconstituição da Flora PTRF

para as áreas caracterizadas como campo cerrado perturbado

dentro da Reserva Legal e para APPs remanescentes do

córrego Rodeador e Machados caracterizada como mata de

galeria antropizada. Contendo no mínimo programa de

enriquecimento da flora. Com cronograma de execução das

atividades.

90 dias após a obtenção

da Licença de Instalação

21

Implantar cerca na área de Reserva Legal. O cercamento deve

contemplar no mínimo os limites entre dos marcos G31-M-4902

a G31-M-4909 conforme descrição em Mapa georreferenciado

de Uso e Ocupação do Solo.

Durante a Instalação

22 Apresentar o novo protocolo de inscrição no Cadastro

Ambiental Rural – CAR do empreendimento, com a retificação

90 dias após a obtenção

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das áreas APPs apresentadas e considerando a faixa da nova

APP de 100 metros medidos a partir da cota máxima de

operação quando do término da obra.

da Licença de Instalação

23

Apresentar Projeto Técnico de Reconstituição da Flora PTRF

da Área de Preservação Permanente APP (nova mata ciliar) da

barragem a faixa de 100 metros medidos a partir da cota

máxima de operação em todo entono da barragem. Com

cronograma de execução das atividades.

90 dias após a obtenção

da Licença de Instalação

24

Protocolar, na Superintendência Regional de Regularização

Ambiental -Norte de Minas proposta de compensação

florestal por supressão de vegetação nativa em Área de

Preservação Permanente – APP de acordo com a Resolução

Conama 369/2006.

30 dias após a obtenção

da Licença de Instalação

25

Apresentar o PTRF referente a compensação por Supressão

de Vegetação do Bioma Mata Atlântica nos termos da Lei n°.

11.428/2006 e DN COPAM n°. 73/2004.

30 dias após a obtenção

da Licença de Instalação

26

Executar o Programa de Resgate da Fauna Silvestre com o

envio dos respectivos relatórios ao final da etapa de

Resgate, conforme “Termo de Referência para relatório de

resgate, salvamento e destinação de fauna terrestre”,

disponível no site da SEMAD.

Apresentar relatório ao

final da etapa de resgate

durante a vigência da

Licença de Instalação.

27

Executar o Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre

(Ictiofauna, Herpetofauna, Mastofauna de pequeno, médio e

grande porte, Quiropterofauna e Avifauna) semestralmente,

contemplando campanhas na estação chuvosa e seca

(conforme descrito neste Parecer), com início a partir da

obtenção da Licença até o término desta e com envio dos

respectivos relatórios anuais à esta SUPRAMNM, conforme

“Termo de Referência para relatório de monitoramento de

fauna terrestre”, disponível no site da SEMAD.

Apresentar relatório Anual

durante a vigência da

Licença de Instalação

28 Executar o Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre

ameaçada de extinção, semestralmente, contemplando uma

campanha na estação chuvosa e outra na estação seca

Apresentar relatório Anual

durante a vigência da

Licença de Instalação

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(conforme descrito neste Parecer), com início a partir da

obtenção da Licença até o término desta e com envio dos

respectivos relatórios anuais à esta SUPRAMNM, conforme

“Termo de Referência para relatório de monitoramento de

fauna terrestre”, disponível no site da SEMAD.

* Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na

Imprensa Oficial do Estado.

Obs. Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes

estabelecidas nos anexos deste parecer poderão ser resolvidos junto à Supram NM, mediante

análise técnica e jurídica, desde que não altere o seu mérito/conteúdo.

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ANEXO II

Automonitoramento para Licença de Instalação LI da Barragem de Perenização - MRDM

Empreendedor: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

Empreendimento: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

CNPJ: 08.832.667/0001-62

Município: Riacho dos Machados - MG

Atividade: Barragem de Perenização, Descarga de Fundo e Usina de Produção de Concreto

Código DN 74/04: E-05-01-0, E-05-05-3 e C-10-01-4

Processo: 11961/2009/011/2015

Validade: 04 anos

1. Efluentes Líquidos

Local de amostragem Parâmetro Frequência de Análise

Entrada e saída da CSAO (caixa separadora de água e óleo) da área de geradores.

pH, sólido em suspensão, sólido dissolvidos,

Óleos e graxas, detergentes, DBO, DQO e

fenóis.

Trimestral

Entrada e saída da CSAO (caixa separadora de água e óleo) da área da usina de concreto.

pH, sólido em suspensão, sólido dissolvidos,

Óleos e graxas, detergentes, DBO, DQO e

fenóis.

Trimestral

Relatórios: Enviar ao final da etapa de implantação ou anualmente à SUPRAM-NM os resultados

das análises efetuadas. O relatório deverá ser de laboratórios que estão em conformidade com a

DN COPAM n.º 167/2011 e deve conter a identificação, registro profissional e a assinatura do

responsável técnico pelas análises.

Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas durante o ano, o

órgão ambiental deverá ser imediatamente informado.

Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas no Standard

Methods for Examination of Water and Wastewater, APHA-AWWA, última edição.

2. Resíduos Sólidos e Oleosos

Enviar ao final da etapa de implantação ou anualmente à Supram NM os relatórios de controle e

disposição dos resíduos sólidos gerados contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem

como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas

informações.

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Resíduo Transportador Disposição final Obs.

(**)

Denominação Origem Classe

NBR 10.004

(*)

Taxa de geração kg/mês

Razão social

Endereço completo

Forma

(*)

Empresa responsável

Razão

social

Endereço

completo

(*) Conforme NBR 10.004 ou a que sucedê-la.

(**) Tabela de códigos para formas de disposição final de resíduos de origem industrial:

1- Reutilização 2 - Reciclagem 3 - Aterro sanitário 4 - Aterro industrial 5 - Incineração 6 - Co-processamento 7 - Aplicação no solo 8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada) 9 - Outras (especificar)

Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá comunicar

previamente à Supram NM para verificação da necessidade de licenciamento específico.

As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo

empreendedor. Fica proibida a destinação dos resíduos Classe I, considerados como Resíduos

Perigosos segundo a NBR 10.004/04, em lixões, bota-fora e/ou aterros sanitários, devendo o

empreendedor cumprir as diretrizes fixadas pela legislação vigente.

Comprovar a destinação adequada dos resíduos sólidos de construção civil que deverão ser

gerenciados em conformidade com as Resoluções CONAMA n.º 307/2002 e 348/2004.

As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de

resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de fiscalização, deverão ser

mantidos disponíveis pelo empreendedor.

3. Efluentes Atmosféricos

Local de amostragem Parâmetro Frequência de Análise

Fontes estacionárias

(Chaminé dos geradores à óleo diesel, e

veículos movidos a óleo diesel)

Fumaça preta Mensal

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Relatórios: Enviar ao final da etapa de implantação ou anualmente a Supram NM os resultados

das análises efetuadas, acompanhados pelas respectivas planilhas de campo e de laboratório,

bem como a dos certificados de calibração do equipamento de amostragem. O relatório deverá

conter a identificação, registro profissional, anotação de responsabilidade técnica e a assinatura

do responsável pelas amostragens. Deverão também ser informados os dados operacionais. Os

resultados apresentados nos laudos analíticos deverão ser expressos nas mesmas unidades dos

padrões de emissão previstos na DN COPAM n.º 11/1986 e na Resolução CONAMA n.º

382/2006.

Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas durante o ano, o

órgão ambiental deverá ser imediatamente informado.

Método de amostragem: Normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency – EPA.

4. Ruídos

Local de amostragem Parâmetros Frequência de análise

Comunidades de Tumbica e Rodeador. Medição de pressão sonora Mensal

*As análises mensais deverão avaliar os períodos diurnos e noturnos, conforme definido

na Lei Estadual n°. 10.100/1990.

Enviar ao final da etapa de implantação ou anualmente contendo os resultados das medições

efetuadas; neste deverá conter a identificação, registro profissional e assinatura do responsável

técnico pelas amostragens.

As amostragens deverão verificar o atendimento às condições da Lei Estadual n° 10.100/1990 e

Resolução CONAMA n.º 01/1990.

O relatório deverá ser de laboratórios em conformidade com a DN COPAM n.º 167/2011 e deve

conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises,

acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica – ART.

5. Desmate e destinação do rendimento lenhoso

Enviar ao final da etapa de implantação ou anualmente a SUPRAM NM relatórios a respeito do

andamento do desmate e destinação do material lenhoso, contendo as informações de acordo com

as tabelas a seguir:

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Mês/Ano Área desmatada (ha) Volume (m³)

Espécie Volume (m³) Destinação

IMPORTANTE

Os parâmetros e frequências especificadas para o programa de Automonitoramento poderão

sofrer alterações a critério da área técnica da SUPRAM NM, face ao desempenho apresentado;

A comprovação do atendimento aos itens deste programa deverá estar acompanhada da

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), emitida pelo(s) responsável(eis) técnico(s),

devidamente habilitado(s);

Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição original do

projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser previamente informada

e aprovada pelo órgão ambiental.

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ANEXO III Autorização para Intervenção Ambiental

Empreendedor: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

Empreendimento: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

CNPJ: 08.832.667/0001-62

Município: Riacho dos Machados - MG

Atividade: Barragem de Perenização, Descarga de Fundo e Usina de Produção de Concreto

Código DN 74/04: E-05-01-0, E-05-05-3 e C-10-01-4

Processo: 11961/2009/011/2015

Validade: 04 anos

LICENÇA AMBIENTAL COM SUPRESSÃO e SUPRESSÃO OU INTERVENÇÃO EM ÁREA DE P.P.

N.°: 07/2016

Concedida na reunião da URC/COPAM em:

DADOS DO IMÓVEL

Denominação: Fazenda Marimbo a Curralinho

Incra: 402.052.009.369-4 CPR:

Município/Distrito: Riacho dos Machados

Proprietário: Mineração Riacho dos Machados LTDA.

CPF/CNPJ: 08.832.667/0001-62

Endereço: Fazenda Francisco Sá 2 nº 346 Localidade de Mato da Roça

Bairro: Área Rural Município: Riacho dos Machados

CEP: 39529-000 Telefone: (38)3832-1353

Registro no Ief:

SITUAÇÃO DO IMÓVEL

Área Total da Propriedade (ha): 499,6715 hectares

NATIVA PLANTADA TOTAL

Área de Cobertura Vegetal Total 499,6715 ****** 499,6715

Área Requerida 63,2600 ****** 63,2600

Área Liberada 63,2600 ****** 63,2600

Cobertura Vegetal Remanescente 307,0872 ****** 307,0872

Área de Preservação Permanente 29,3900 ****** 29,3900

Área de Reserva Legal 99,9343 ****** 99,9343

TIPOLOGIA FLORESTAL ÀREA

Cerrado, Mata de Galeria, Floresta Estacional Decidual 63,2600

TIPO DE EXPLORAÇÃO

NATIVA PLANTADA NATIVA PLANTADA

Corte raso com destoca X ****** Corte de árvores ****** ******

Corte raso sem destoca X ****** Destoca ****** ******

Corte seletivo/ outros ****** ****** ****** ******

Corte seletivo em manejo ****** ****** Limpeza de Pasto ****** ******

Uso de Máquina (x) Sim ( ) Não. Uso de Fogo ( ) Sim (X) Não

RENDIMENTO PREVISTO POR PRODUTO/SUBPRODUTO

Produto/Subproduto UNIDADE QUANTIDADE

Lenha para mourões e uso mais nobres m³ 248,16

DESTINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO MATERIAL LENHOSO (m³)

NATIVA PLANTADA NATIVA PLANTADA

Lenha para carvão ****** ****** Madeira para serraria ****** ******

Lenha uso doméstico ****** ****** Madeira para celulose ****** ******

Lenha para outros fins 5.626,83 Madeira para outros fins ****** ******

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ANEXO IV

Relatório Fotográfico

Empreendedor: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

Empreendimento: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS LTDA

CNPJ: 08.832.667/0001-62

Município: Riacho dos Machados - MG

Atividade: Barragem de Perenização, Descarga de Fundo e Usina de Produção de Concreto

Código DN 74/04: E-05-01-0, E-05-05-3 e C-10-01-4

Processo: 11961/2009/011/2015

Validade: 04 anos

Córrego Rodeador na área do futuro lago,

porção leste do lago, próximo ao futuro eixo.

Córrego Rodeador na área do futuro lago, porção

leste do lago, próximo ao futuro eixo.

Córrego Rodeador na área do futuro lago, porção

oeste.

Córrego Rodeador na área do futuro lago, porção

leste do lago, próximo ao futuro eixo.

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Local de instalação do eixo do barramento,

onde estavam sendo realizadas

sondagens geotécnicas.

Conferência de parcela na área do lago na porção

oeste.

Conferência de parcela na área do lago, na

porção sudeste, próxima ao eixo.

Caminho do traçado da adutora

Caminho do traçado da adutora – visada em

sentido norte, próximo ao ponto do vale

em que ficará o eixo.

Casa na comunidade de Tumbica.

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ANEXO V

AUTORIZAÇÃO PARA MANEJO DE FAUNA SILVESTRE Nº 102.003/2016

PROCESSO SEMAD N°

11961/2009/011/2015 VINCULADO AO CERTIFICADO DE LICENÇA LP+LI N° 007/2016

VALIDADE: 13/09/2020

ETAPA: INVENTARIAMENTO ( ) MONITORAMENTO ( X) RESGATE/SALVAMENTO (X)

MANEJO AUTORIZADO: CAPTURA (X) COLETA (X) TRANSPORTE (X)

RECURSOS FAUNÍSTICOS:

AVES (X) ANFÍBIOS (X) RÉPTEIS (X) MAMÍFEROS (X) INVERTEBRADOS ( ) ICTIOFAUNA (X)

EMPREENDIMENTO: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS Ltda - MRDM – Barragem de Perenização e Captação de Água da MRDM.

EMPREENDEDOR: MINERAÇÃO RIACHO DOS MACHADOS Ltda - MRDM

CNPJ: 08.832.667/0001-62 CTF: 2431268

ENDEREÇO: FAZENDA FRANCISCO SÁ II 346 MATO DA ROÇA RIACHO DOS MACHADOS - MG – CEP: 39.529-000

CONSULTORIA RESPONSÁVEL PELA ATIVIDADE: BICHO DO MATO MEIO AMBIENTE LTDA

CNPJ: 08.314.527/0001-00 CTF: 3184241

ENDEREÇO: RUA PERDIGÃO MALHEIROS, 222 – BAIRRO CORAÇÃO DE JESUS – BELO HORIZONTE – MG.

COORDENADOR GERAL DA ATIVIDADE: EDELTRUDES M. V. CÂMARA – COORDENAÇÃO DO PROJETO. REGISTRO DE CLASSE: 008619/4-D CTF: 974777

EQUIPE TÉCNICA:

Raphael Hipólito dos Santos Felipe de Siqueira Goulart Sara Rodrigues de Araújo Roberta Ferreira Miranda

Fagner Daniel Teixeira Flávia Nunes Vieira

Bruna Cristina da Silva Horta Rodolfo Cristiano Martins Santos

Bruno Vergueiro Silva Pimenta Edeltrudes Maria Valadares Calaça Câmara

Karla Patrícia Gonçalves Leal Michael Bruno

Michele Alves Ferreira

GRUPO:

Mastofauna Herpetofauna Herpetofauna

Ictiofauna Avifauna

Mastofauna Mastofauna Mastofauna

Superv. Técnico Coord.geral

Coord. projeto Quiropterofauna

Avifauna

REGISTRO CLASSE:

70120/4-D 70731/04-D 70601/04-D 87229/04-D 98742/04-D 62347/04-D 98.244/4-P

76.814/04-D 30454/04-D 8619/04-D

49719/04-D 70498/04-D 93480/04-D

CTF:

2917602 4890044 4706446 5367154 2849922 3275939 5743443 5447986 318367 974777

2074408 4213746 6025161

LOCAL E DATA DE EMISSÃO

SUPRAM NORTE DE MINAS

Montes Claros, 13 de setembro de 2016.

ASSINATURA E CARIMBO DO RESPONSÁVEL PELA AUTORIZAÇÃO

___________________________________________________

Clésio Cândido Amaral Superintendente Regional de Regularização Ambiental

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DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

- O Monitoramento da fauna nas áreas de influência da Barragem de Perenização e Captação de Água deverá ocorrer antes e durante a sua fase de instalação e durante a fase de operação, juntamente com a continuação do Programa de Monitoramento de Fauna Silvestre durante a fase de operação da Mina da Mineração Riacho dos Machados. - Serão realizadas campanhas durante todo o período de validade da Licença. As campanhas deverão respeitar os critérios de sazonalidade, sendo executadas nas estações seca (abril a setembro) e chuvosa (outubro a março). A duração das campanhas depende do grupo a ser estudado e das metodologias a serem utilizadas, conforme descritos no parecer. - Os animais eventualmente coletados e não identificados em campo serão sacrificados, devidamente preparados de acordo

com a especificidade de cada grupo taxonômico e serão incluídos na coleção do Museu de História Natural da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), conforme carta de aceite anexada ao processo em questão.

- Para o resgate da fauna será adotada a metodologia de afugentamento para as áreas de soltura, próximas à área onde

ocorrerá a supressão da vegetação. A captura (resgate) só será realizada quando o animal se encontrar ferido, entocado ou

apresentar capacidade limitada de deslocamento, sendo devidamente acondicionado de forma a ocasionar o mínimo de

estresse possível aos indivíduos durante o período de transporte. Estes animais resgatados deverão ser encaminhados para o

CETAS implantado pela Mineração Riacho dos Machados localizado na área administrativa da mina. Todos os espécimes

encaminhados serão devidamente identificados e registrados em fichas de campo (coleta dos dados pertinentes ao estudo) e

uma vez verificadas as boas condições de saúde, procede-se à soltura nas áreas previamente definidas. No caso de ferimentos

ou constatação de debilidade o médico-veterinário usará a estrutura do CETAS para uma avaliação clínica, com o objetivo de

subsidiar decisões sobre o transporte do animal até clínica veterinária ou outras soluções para seu restabelecimento.

ÁREAS AMOSTRAIS:

Foram definidas duas áreas de soltura para a fauna resgatada durante as ações de acompanhamento de supressão e resgate de fauna na área da Barragem de Perenização e Captação de Água da MRDM. A primeira é caracterizada pela formação de Floresta Estacional Decidual, regionalmente conhecida como Mata Seca e a segunda é composta por remanescentes de Cerrado Sentido Restrito e Cerrado em Regeneração. As duas áreas propostas são formações similares à área a ser suprimida na barragem, localizando-se próximas das áreas de desmate, permitindo o deslocamento ativo da fauna eventualmente afugentada. As áreas de monitoramento serão divididas em duas áreas amostrais, denominadas: Estação de Amostragem 1 (EA1) e Estação de Amostragem 2 (EA2). Estas áreas incluem um dos maiores remanescentes florestais nas proximidades do empreendimento, ambientes campestres (pastagens e cerrado em estágio inicial), áreas de mata seca em transição de áreas de Cerrado com Caatinga e corpos d’água.

PETRECHOS:

Para o monitoramento serão utilizados: ganchos e laços (répteis), armadilhas pitfall (herpetofauna e pequenos mamíferos não voadores), armadilhas fotográficas (mastofauna de médio e grande porte), redes de neblina (quiropterofauna e avifauna), armadilhas de captura viva tipo Tomahawk e tipo Sherman (pequenos mamíferos não voadores, redes de captura e puçá (ictiofauna). Para o resgate da fauna serão utilizados pinções, caixas de contenção, puçás, redes, ganchos, laços, etc.

Marcações: elastômeros (lagartos e anfíbios), marcação das escamas ventrais (serpentes e anfisbênias), anilhas (pequenos

mamíferos voadores), brincos metálicos (pequenos mamíferos não voadores), anilhas metálicas (avifauna).

Obs.: Em caso de adoção da metodologia de anilhamento de aves ou de uso de qualquer artefato de marcação, o profissional

deverá portar e apresentar a autorização expedida para tal pelo CEMAVE.

Notas:

1 - Esta autorização não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de anuências, certidões, alvarás, licenças e

autorizações de qualquer natureza, exigidos pela legislação Federal, Estadual ou Municipal;

2 - Esta autorização não permite:

2.1 - Captura/Coleta/Transporte/Soltura da fauna acompanhante em área particular sem o consentimento do proprietário;

2.2 - Captura/Coleta/Transporte/Soltura da fauna acompanhante em unidades de conservação federais, estaduais, distritais e

municipais, salvo quando acompanhadas da anuência do órgão administrador competente da UC;

2.3 - Coleta/Transporte de espécies listadas na Instrução Normativa MMA N° 03/2003 e anexos CITES, bem como as INs

MMA N° 05/2004 e 52/2005;

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2.4 - Coleta/Transporte de espécies listadas na Deliberação Normativa COPAM N° 147/2010;

2.5 - Coleta de material biológico por técnicos não listados nesta autorização;

2.6 - Exportação de material biológico;

2.7 - Acesso ao patrimônio genético, nos termos da regulamentação constante na Medida Provisória N° 2.186-16/2001;

2.8 - O transporte dos espécimes fora do estado de Minas Gerais;

3 - O pedido de renovação, caso necessário, deverá ser protocolado 90 dias antes de expirar o prazo de validade desta

autorização;

4 - A SUPRAM, mediante decisão motivada, poderá modificar as condicionantes, bem como suspender ou cancelar esta

autorização, sem prejuízo das demais sanções previstas em lei, caso ocorra:

a) Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;

b) Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da presente autorização;

c) Superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

CONDICIONANTES ESPECÍFICAS:

1 - Executar o Programa de Resgate da Fauna Silvestre com o envio dos respectivos relatórios ao final da etapa de Resgate,

conforme “Termo de Referência para relatório de resgate, salvamento e destinação de fauna terrestre”, disponível no site da

SEMAD.

2 - Durante o resgate dos animais devem ser realizados os seguintes procedimentos:

2.1 - A captura, soltura, coleta e/ou transporte de animais só poderá ser realizada com presença dos membros da equipe

técnica designada por esta Autorização. Qualquer alteração na equipe deverá ser comunicada oficialmente à SUPRAM.

2.2 - As armadilhas de queda devem ser retiradas dos locais de captura ou permanecer tampadas entre os períodos de

pausa de resgate. Devem possuir dispositivo de segurança contra afogamentos e hipertermia/hipotermia, como furos na base

dos baldes, colocação de folhas, gravetos e vasilha d’água (pequena de forma que não possibilite o afogamento do animal).

As vistorias devem ser, no mínimo, diárias e preferencialmente matutinas.

2.3 - Deverá ser informado à SUPRAM NM, com antecedência mínima de 3 dias, a realização de supressão vegetal e

consequente mobilização de frente de resgate.

2.4 - Em até 30 dias após o término da vigência desta autorização, a coordenação do projeto deverá encaminhar relatório

impresso e digital contendo:

a) Caracterização do ambiente encontrado na área de influência do empreendimento, com descrição dos tipos de

fitofisionomia. Os tipos de fitofisionomias deverão ser mapeados, com indicação dos seus tamanhos em temos

percentuais e absolutos, além de indicar os pontos amostrados para cada grupo taxonômico;

b) Lista das espécies encontradas, forma de registro e habitat, destacando as espécies ameaçadas de extinção (lista

vermelha das espécies ameaçadas da IUCN, livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção do MMA e lista

estadual da fauna ameaçada, outras listas podem ser utilizadas de forma complementar), endêmicas, raras, as não

descritas previamente para a área estudada ou pela ciência, as passíveis de serem utilizadas como indicadoras de

qualidade ambiental, as de importância econômica e cinegética, as potencialmente invasoras ou de risco epidemiológico,

inclusive domésticas, e as migratórias.

c) Detalhamento da captura, tipo de marcação, triagem e dos demais procedimentos a serem adotados para os exemplares

capturados ou coletados, informando o tipo de identificação individual, registro e biometria.

d) Curva do coletor por grupo inventariado em cada área amostral.

e) Esforço e eficiência amostral, parâmetros de riqueza e abundância das espécies, índice de diversidade, coeficiente de

similaridade entre as áreas e demais análises estatísticas pertinentes, por fitofisionomia e grupo inventariado.

f) Tabela (dados brutos) contendo todos os indivíduos capturados e observados apresentando nome científico, nome

comum, tipo de marcação, sequência de marcação, área amostral, fitofisionomia, habitat, coordenadas planas (UTM),

estação do ano, método de registro, data, horário de registro, sexo, estágio reprodutivo, estágio de desenvolvimento,

status de conservação (IUCN, MMA, lista estadual), endemismo, destinação e o coletor/observador. Adicionalmente,

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devem ser registrados os dados biométricos e sanitários dos espécimes capturados. Para os animais sociais observados,

deve ser registrado o número de indivíduos presentes no grupo e para animais arborícolas anotar a altura no estrato

vegetacional.

g) Tabela (dados brutos) contendo exclusivamente os animais enviados para as universidades apresentando nome

científico, número de tombo (caso o animal ainda não tenha sido tombado, enviar a identificação individual), data da

coleta, coordenadas planas e fitofisionomia da captura.

h) Tabela (dados brutos) dos animais recapturados contendo nome científico, nome comum, tipo de marcação, sequência

de marcação, sexo, status de conservação (IUCN, MMA, lista estadual), endemismo, destinação final. Para a captura e

cada recaptura registrar: área amostral, fitofisionomia, habitat, coordenadas planas (UTM), estação do ano, método do

registro, data, horário de registro, estágio reprodutivo, estágio de desenvolvimento, coletor/observador.

i) Tabela (dados brutos) a parte para todos os indivíduos registrados por atropelamento com o nome científico, a data de

registro, o quilômetro da rodovia e as coordenadas planas.

j) Apresentação dos dados de monitoramento da capacidade suporte das áreas de soltura para detectar a viabilidade de

futuras solturas.

k) Carta de recebimento da Instituição depositária contendo a lista e a quantidade dos animais recebidos. Os espécimes

oriundos desta Autorização não poderão ser comercializadas.

l) Anexo digital com planilha dos dados brutos em formato editável (ex. xml);

m) O prazo estabelecido no item 2.2 acima poderá ser prorrogado mediante a apresentação de documentação contendo

justificativa a ser analisada pela SUPRAM.

n) O coordenador deve enviar uma declaração se responsabilizando pelo conteúdo do relatório. A declaração deverá ser

anexada ao relatório.

o) O CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) deverá permanecer conforme combinado em vistoria (relatório de

vistoria nº 31/2014) realizada no dia 16/06/2014, com desativação do escritório anexo a área anteriormente

disponibilizada para o CETAS de forma a adequar o espaço para o preparo dos alimentos e alojamento temporário para

os animais até a transferência para a área de soltura. As adequações deveram ser comprovadas mediante apresentação

de relatório fotográfico protocolado na SUPRAM NM após 10 dias da liberação da autorização e ao término da vigência

desta autorização junto aos dados do relatório final.

3 - Executar o Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre (Ictiofauna, Herpetofauna, Mastofauna de pequeno, médio e

grande porte, Quiropterofauna e Avifauna) semestralmente, contemplando campanhas na estação chuvosa e seca (conforme

descrito neste Parecer), com início a partir da obtenção da Licença até o término desta e com envio dos respectivos relatórios

anuais à esta SUPRAMNM, conforme “Termo de Referência para relatório de monitoramento de fauna terrestre”, disponível no

site da SEMAD.

4 - Executar o Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre ameaçada de extinção, semestralmente, contemplando uma

campanha na estação chuvosa e outra na estação seca (conforme descrito neste Parecer), com início a partir da obtenção da

Licença até o término desta e com envio dos respectivos relatórios anuais à esta SUPRAMNM, conforme “Termo de Referência

para relatório de monitoramento de fauna terrestre”, disponível no site da SEMAD.

5 - Apresentar relatório final consolidado referente ao período de execução do Programa de Monitoramento de Fauna Silvestre.

Prazo: 60 dias após o vencimento desta autorização.

6 - Durante o monitoramento dos animais devem ser realizados os seguintes procedimentos:

6.1 - A captura, coleta, soltura e/ou transporte de animais só poderá ser realizada com presença de algum membro da

equipe técnica designada por esta Autorização. Qualquer alteração na equipe deverá ser comunicada oficialmente à

SUPRAM NM.

6.2 - Em até 30 dias após o término da vigência desta autorização, a coordenação do projeto deverá encaminhar relatório

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impresso e digital contendo:

a) Caracterização do ambiente encontrado na área de influência do empreendimento, com descrição dos tipos de

fitofisionomia. Os tipos de fitofisionomias deverão ser mapeados, com indicação dos seus tamanhos em temos

percentuais e absolutos, além de indicar os pontos amostrados para cada grupo taxonômico;

b) Lista das espécies encontradas, forma de registro e habitat, destacando as espécies ameaçadas de extinção (lista

vermelha das espécies ameaçadas da IUCN, livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção do MMA e lista

estadual da fauna ameaçada, outras listas podem ser utilizadas de forma complementar), endêmicas, raras, as não

descritas previamente para a área estudada ou pela ciência, as passíveis de serem utilizadas como indicadoras de

qualidade ambiental, as de importância econômica e cinegética, as potencialmente invasoras ou de risco

epidemiológico, inclusive domésticas, e as migratórias.

c) Detalhamento da captura, tipo de marcação, triagem e dos demais procedimentos a serem adotados para os

exemplares capturados ou coletados, informando o tipo de identificação individual, registro e biometria.

d) Tabela (dados brutos) contendo todos os indivíduos capturados e observados apresentando nome científico, nome

comum, tipo de marcação, sequência de marcação, área amostral, fitofisionomia, habitat, coordenadas planas (UTM),

estação do ano, método de registro, data, horário de registro, sexo, estágio reprodutivo, estágio de desenvolvimento,

status de conservação (IUCN, MMA, lista estadual), endemismo, destinação e o coletor/observador. Adicionalmente,

devem ser registrados os dados biométricos e sanitários dos espécimes capturados. Para os animais sociais

observados, deve ser registrado o número de indivíduos presentes no grupo e para animais arborícolas anotar a

altura no estrato vegetacional.

e) Tabela (dados brutos) contendo exclusivamente os animais enviados para as universidades apresentando nome

científico, número de tombo (caso o animal ainda não tenha sido tombado, enviar a identificação individual), data da

coleta, coordenadas planas e fitofisionomia da captura.

f) Tabela (dados brutos) a parte para todos os indivíduos registrados por atropelamento com o nome científico, a data

de registro, o quilômetro da rodovia e as coordenadas planas.

g) Carta de recebimento da Instituição depositária contendo a lista e a quantidade dos animais recebidos. Os espécimes

oriundos desta Autorização não poderão ser comercializados.

h) Anexo digital com planilha dos dados brutos em formato editável (ex. xml);

i) O prazo estabelecido acima poderá ser prorrogado mediante a apresentação de documentação contendo justificativa

a ser analisada pela SUPRAM NM.

j) O coordenador deve enviar uma declaração se responsabilizando pelo conteúdo do relatório. A declaração deverá ser

anexada ao relatório.