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Página 1 de 36 Política de Gestão do Risco de Branqueamento de Capitais e do Financiamento do Terrorismo Índice 1. Enquadramento 2 2. Âmbito 2 3. Objetivo 2 4. Deveres Legais 2 5. Princípios Aplicáveis 6 5.1. Dever de Diligência - Due Diligence / Know Your Costumer (KYC) 6 5.2. Abordagem baseada no risco – Risk Based Approach 7 5.2.1. Atribuição e Classificação de Risco BC/FT 8 5.3. Processos associados 8 5.3.1. Acompanhamento e Controlo 9 5.3.2. Comunicação de Operações potencialmente suspeitas 9 5.4. Relações de Correspondência 10 6. Regime Contraordenancional 10 7. Revisão das Políticas e Procedimentos associados à gestão do risco de branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo 11 ANEXO I – Principal quadro legal e regulamentar 12 ANEXO II – Beneficiário Efetivo 13 ANEXO III - Pessoas Politicamente Expostas (PEP) e titulares de outros cargos políticos ou Públicos 15 ANEXO IV - Jurisdições onde deverão ser adotadas medidas de diligência acrescida 17 ANEXO V – Países Terceiros Equivalentes 18 ANEXO VI - Normativo Interno 19 ANEXO VII - Jurisdições Offshore 20 ANEXO VIII - Paraísos fiscais 22 ANEXO IX – Lista Exemplificativa de Potenciais Fatores de Risco Elevado 23 ANEXO X - Lista exemplificativa de potenciais indicadores de suspeição 26 GLOSSÁRIO 36

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Política de Gestão do Risco de Branqueamento de Capitais

e do Financiamento do Terrorismo

Índice

1. Enquadramento 2

2. Âmbito 2

3. Objetivo 2

4. Deveres Legais 2

5. Princípios Aplicáveis 6

5.1. Dever de Diligência - Due Diligence / Know Your Costumer (KYC) 6

5.2. Abordagem baseada no risco – Risk Based Approach 7

5.2.1. Atribuição e Classificação de Risco BC/FT 8

5.3. Processos associados 8

5.3.1. Acompanhamento e Controlo 9

5.3.2. Comunicação de Operações potencialmente suspeitas 9

5.4. Relações de Correspondência 10

6. Regime Contraordenancional 10

7. Revisão das Políticas e Procedimentos associados à gestão do risco de branqueamento

de capitais e do financiamento do terrorismo 11

ANEXO I – Principal quadro legal e regulamentar 12

ANEXO II – Beneficiário Efetivo 13

ANEXO III - Pessoas Politicamente Expostas (PEP) e titulares de outros cargos políticos ou Públicos 15

ANEXO IV - Jurisdições onde deverão ser adotadas medidas de diligência acrescida 17

ANEXO V – Países Terceiros Equivalentes 18

ANEXO VI - Normativo Interno 19

ANEXO VII - Jurisdições Offshore 20

ANEXO VIII - Paraísos fiscais 22

ANEXO IX – Lista Exemplificativa de Potenciais Fatores de Risco Elevado 23

ANEXO X - Lista exemplificativa de potenciais indicadores de suspeição 26

GLOSSÁRIO 36

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1. Enquadramento

Ao longo das últimas décadas a atividade relacionada com o Branqueamento de Capitais e o Financiamento

do Terrorismo (BC/FT) tem denotado um aumento do tipo de metodologias a ele associadas e técnicas cada

vez mais sofisticadas, com o propósito de ocultar a proveniência ilícita dos bens, dissimulando a sua fonte,

o seu titular e o fim aos quais os mesmos se destinam.

Para além dos fatores inerentes às atividades em causa, o BC/FT é uma atividade nociva para a economia

dos Estados pois produzem resultados que se reflectem nos seus tecidos político, administrativo,

económico, cultural e social, envolvendo fundos que se dispersam pelos diversos sistemas financeiros

mundiais, dando a estas atividades uma natureza de carácter transnacional.

Conscientes desta realidade, e de que só através de uma intervenção conjunta será possível obter

resultados positivos, os Estados investiram na criação de quadros legais e regulamentares (Anexo I).

O Grupo Caixa Económica Montepio Geral (adiante “Grupo”) tem presente o impacto nefasto que as

matérias associadas ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo podem ter no exercício

da atividade.

Reveste-se de primordial importância a definição de políticas, procedimentos e programas de formação e

controlo interno que previnam o uso/instrumentalização das entidades que constituem o Grupo em

atividades ilícitas.

2. Âmbito

A presente Política é aplicável a todas as entidades do Grupo.

A extensibilidade a todas as sucursais e filiais no exterior, incluindo as domiciliadas em centros offshore, tem

em consideração a legislação e regulamentação do país de acolhimento.

Caso a legislação e regulamentação em causa iniba a aplicação dos princípios, políticas ou medidas que

permitam um efetivo controlo, ao nível do grupo, dos riscos de BC/FT, o Banco de Portugal é informado

desse fato. A CEMG promove a respetiva comunicação ao Banco de Portugal.

3. Objetivo

A presente política tem como objetivo identificar os deveres, princípios e regras que permitem prevenir o

uso do sistema financeiro e, em particular, a instrumentalização das entidades do Grupo para efeitos de

branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.

4. Deveres Legais

Por forma a garantir uma efetiva prevenção e deteção de operações suspeitas de serem enquadráveis no

crime de BC/FT, a legislação e regulamentação aplicáveis impõem determinados deveres:

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A. Dever de identificação

Exigir e verificar a identidade dos Clientes, dos respetivos representantes e beneficiários efetivos (Anexo II),

em conformidade com a regulamentação/normativo em vigor:

Quando estabeleçam relações de negócio;

Quando se suspeite que as operações, independentemente do seu valor, possam estar relacionadas

com o crime de BC/FT;

Quando haja dúvidas quanto à veracidade ou à adequação dos dados de identificação dos Clientes,

previamente obtidos.

A este propósito importa ter presente o descrito na Política de Identificação de Clientes.

B. Dever de diligência

Consiste no dever de:

Tomar medidas adequadas para compreender a estrutura de propriedade e de controlo do Cliente;

Obter informação sobre a finalidade e a natureza pretendida da relação de negócio;

Obter informação sobre a origem e o destino dos fundos movimentados no âmbito de uma relação

de negócio;

O cumprimento do dever de Informação é determinante para o apuramento do Perfil de Risco BC/FT

de cada Cliente, o qual influi no nível de Diligência a adotar;

Manter um acompanhamento contínuo da relação de negócio;

Manter atualizados os elementos de informação obtidos no decurso da relação de negócio.

C. Dever de diligência acrescida

Em relação aos Clientes e às operações que, pela sua natureza ou características, possam revelar um maior

risco de BC/FT, devem-se aplicar medidas acrescidas de diligência, nomeadamente em:

Operações realizadas com recurso a canais à distância;

Operações efetuadas com pessoas politicamente expostas – PEP – e titulares de outros cargos

políticos ou públicos (Anexo III).

Releva ainda o dever de adoção de medidas acrescidas de diligência nas jurisdições identificadas no Anexo

IV, nomeadamente através do exame, com especial cuidado, de todas as relações de negócio e transações

contratadas com pessoas, singulares ou coletivas, ou entidades, residentes ou estabelecidas nesses Estados.

D. Dever específico de diligência acrescida

Aplicar medidas acrescidas de diligência às relações de correspondência bancária.

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São definidos procedimentos internos que permitam obter informação suficiente sobre a instituição

correspondente, por forma a compreender a natureza da sua atividade, avaliar os seus procedimentos de

controlo interno em matéria de prevenção do BC/FT e apreciar, com base em informação publicamente

conhecida, a sua reputação e as características da respetiva supervisão.

A relação de correspondência deve ser autorizada pelo nível da hierarquia imediatamente acima do órgão

responsável pela gestão do relacionamento e as respetivas responsabilidades devem ser reduzidas a escrito.

E. Dever de recusa de realização das operações

Não estabelecer relação de negócio ou não efetuar uma qualquer operação quando:

Não forem cumpridos os requisitos constantes do Dever de identificação, no que diz respeito à

identificação do Cliente, do seu representante ou do beneficiário efetivo, caso exista, e/ou não for

facultada a estrutura de propriedade e controlo do Cliente;

Não for fornecida a informação prevista no Dever de diligência.

Verificando-se uma suspeita ou o conhecimento de factos que indiciem que determinada operação está

relacionada com a prática do crime de branqueamento de capitais ou com o crime de financiamento do

terrorismo deverá proceder-se, de imediato, ao seu reporte à Função de Compliance, que por sua vez

decidirá sobre os procedimentos a realizar.

F. Dever de exame

Ter especial cuidado e atenção sobre os seguintes elementos que caracterizam a atividade e/ou operação e

que as possam tornar particularmente suspeitas de estar relacionadas com os crimes de BC/FT:

A natureza, finalidade, frequência, complexidade, invulgaridade e conduta atípica, atividade económica

ou operação em concreto;

A aparente inexistência de um objetivo económico ou de um fim lícito associado à conduta,

atividade/profissão ou operação em causa;

O montante, origem e destino dos fundos movimentados;

Aos meios de pagamento utilizados;

A natureza, atividade, padrão operativo e perfil dos intervenientes;

O tipo de transação ou produto.

Aos clientes com classificação risco AML superior 4, deverá ser solicitada declaração de movimentação de

fundos (DMF), para todas as transações de valor superior ou igual a 825.000$00 (oitocentos e vinte e cinco

mil escudos), que deverá ser remetida para a Função de Compliance, sempre que existirem suspeitas de

crimes de BC/FT. Nos restantes casos a DMF deverá ser enviada para digitalização.

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G. Dever de conservação

Manter em arquivo:

As cópias dos documentos comprovativos do cumprimento dos Deveres de identificação e de diligência

por um período de sete anos;

Os documentos associados ao cumprimento do Dever de exame por um período mínimo de cinco anos;

Os originais, cópias, referências ou quaisquer suportes duradouros, com idêntica força probatória, dos

documentos comprovativos e dos registos das operações devem ser sempre conservados, de molde a

permitir a reconstituição da operação, durante um período de sete anos a contar da sua execução, ainda

que, no caso de se inserir numa relação de negócio, esta última já tenha terminado.

H. Dever especial de colaboração

Obrigação de informar a Unidade de Informação Financeira (UIF), sempre que se saiba ou se suspeite que

teve lugar, está em curso ou foi tentada uma operação capaz de configurar a prática do crime de BC/FT.

I. Dever de abstenção

Não executar qualquer operação sempre que se saiba ou que se suspeite estar relacionada com a prática

dos crimes de BC/FT.

Verificando-se uma suspeita ou o conhecimento de factos que indiciem que determinada operação está

relacionada com a prática do crime de branqueamento de capitais ou com o crime de financiamento do

terrorismo deverá proceder-se, de imediato, ao seu reporte à Função de Compliance, que por sua vez

decidirá sobre os procedimentos a realizar.

J. Dever de informação

Obrigatoriedade de prestar prontamente toda a colaboração requerida pelo juiz, Ministério Público, pela UIF

e pelas autoridades judiciárias competentes.

É mantida uma relação de total colaboração com as autoridades competentes em cada jurisdição.

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K. Dever de segredo

Obrigação de não revelar ao Cliente ou a terceiros que foram transmitidas as comunicações legalmente

devidas ou que se encontra em curso uma investigação criminal.

L. Dever de controlo

Obrigação de definir e aplicar políticas e procedimentos internos que se mostrem adequados ao

cumprimento da lei, designadamente em matéria de controlo interno, avaliação e gestão de risco e de

auditoria interna, a fim de prevenirem eficazmente o BC/FT.

M. Dever de formação

Dever que abrange todos aqueles cujas funções (associadas às operações passíveis de análise) sejam

relevantes para efeitos da prevenção do branqueamento e do financiamento do terrorismo, e que devem ter

um conhecimento adequado das obrigações impostas pela legislação e regulamentação em vigor.

A formação em PBC/FT visa assegurar, na plenitude, a conformidade com o enquadramento legal e

regulamentar vigente, promovendo conhecimento sobre:

i. princípios e conceitos básicos em matérias de PBC/FT;

ii. deveres legais, regulamentares e normativo interno vigente sobre PBC/FT.

A formação é ministrada em sistema de e-learning e/ou formação presencial, sendo os conteúdos formativos

da responsabilidade da Função de Compliance.

Dadas as funções/competências da Direção de Recursos Humanos todas as acções formativas são realizadas

com o necessário envolvimento desta unidade de estrutura.

5. Princípios Aplicáveis

5.1. Dever de Diligência - Due Diligence / Know Your Costumer (KYC)

Estão definidas regras e procedimentos por forma a que se possa estabelecer um processo de aceitação de

estabelecimento de relação com os Clientes e determinar a sua identidade, dos seus representantes e/ou

beneficiários efetivos. Tais regras encontram-se consubstanciadas nas Políticas de Aceitação e de

Identificação de Clientes. Esta última Política define, igualmente, a documentação relevante para efeitos de

abertura e manutenção de uma relação de negócio.

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Decorre do processo de KYC a necessidade de, entre outros, se avaliar:

a finalidade e o propósito da relação que se pretende estabelecer;

o perfil expectável do Cliente;

as fontes de rendimento;

a coerência e a consistência de toda a informação disponibilizada/existente.

Os princípios de Due Diligence são aplicáveis à identificação de Clientes e estão presentes na detecção,

monitorização e acompanhamento de transacções, tendo em consideração a finalidade, frequência,

complexidade, invulgaridade e atipicidade da conduta.

Todos os registos e evidências documentais são conservados pelos prazos legalmente previstos, de acordo

com a Política de Identificação de Clientes e o demais normativo interno em vigor (Anexo VI).

5.2. Abordagem baseada no risco – Risk Based Approach

Os princípios referentes à prevenção do BC/FT são aplicáveis a todos os Clientes, seus representantes e

beneficiários efetivos, com base em critérios de materialidade e risco. Trata-se de um processo dinâmico

devendo os procedimentos ser adequados ao risco que seja atribuído aos Clientes.

O referido processo decorre em tempo real (online) baseando-se nas características do Cliente obtidas no

processo de estabelecimento da relação de negócio, assim como no decurso da mesma (Idade, antiguidade,

nacionalidade, naturalidade, profissão, pessoa politicamente exposta/titular de outros cargos políticos ou

públicos, classificação de atividade económica, entre outros).

Em complemento da atribuição do perfil de risco do Cliente, garante-se que todas as operações/transacções

são continuamente monitorizadas e qualquer padrão de comportamento desencadeia um processo de

reavaliação/reanálise da classificação de risco. As operações, em consonância com a sua natureza, são

objecto de classificação de risco.

Decorrente do exposto, assumem especial risco as relações de negócio estabelecidas com pessoas

colectivas, partidos políticos, organizações sem fins lucrativos, fundações, trusts, sociedades constituídas em

jurisdições offshore (Anexo VII) e paraísos fiscais (Anexo VIII), instituições de pagamento e Clientes que

recorrem de forma intensiva a plataformas online ou que realizem, maioritariamente, operações não

presenciais/à distância. Perante estas situações garante-se a necessária e imprescindível obtenção da

identidade dos beneficiários efetivos.

Constituem listas exemplificativas de potenciais fatores de risco elevado e de potenciais indicadores de

suspeição o descrito nos Anexos IX e X.

Adicionalmente, importa relevar as Políticas de Aceitação e de Identificação de Clientes onde estão definidos

os princípios subjacentes à aceitação ou recusa do estabelecimento de relação de negócio e à identificação

de Clientes.

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5.2.1. Atribuição e Classificação de Risco BC/FT

Por forma a que se dê cumprimento a uma efetiva abordagem baseada no risco, de acordo com a

metodologia prevista no ponto anterior, há necessidade de promover uma graduação do risco BC/FT.

Neste sentido, os Clientes são classificados (entre 1, risco mínimo e 5, risco máximo):

Risco baixo (≥ 1 e ‹ 2)

Naturalidade e residência não enquadráveis em geografias de risco e operações/transacções

ajustadas à profissão/atividade económica/objecto social conhecida do Cliente.

Risco médio (≥ 2 e ‹ 4)

Existência de fatores susceptíveis de agravar o risco como a inexistência de um conhecimento

histórico do Cliente, profissão ou atividade económica/objecto social e perfil transaccional do Cliente.

Risco elevado (≥ 4)

Aceitação considerada condicionada, nos termos da Política de Aceitação de Clientes, e sempre que

se esteja perante fatores potenciadores de agravamento do risco, de acordo com critérios

geográficos (país de nacionalidade e/ou residência; países com quem o Cliente tem relações de

negócio, pessoas politicamente expostas; jurisdições offshore, entre outros), profissão ou

classificação de atividade económica.

São classificados com risco elevado os clientes que se considerem terem práticas suspeitas de

poderem estar relacionados com BC/FT.

5.3. Processos associados

O processo de prevenção do BC/FT assente numa abordagem baseada no risco, para além do conhecimento

dos Clientes que é devido às diversas unidades orgânicas, inclui plataformas informáticas que visam mitigar

o risco BC/FT.

Constitui fator primordial a formação contínua dos Colaboradores, a qual passa por acções presenciais, e-

learning e acesso a informação e documentação relevante na Intranet.

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5.3.1. Acompanhamento e Controlo

O acompanhamento dos processos visa assegurar de forma permanente a conformidade da aplicação das

políticas e procedimentos tendo em conta o perfil de risco BC/FT do Cliente.

Tal acompanhamento permite que, de forma tempestiva, sejam detectadas transacções com indícios ou

suspeitas de BC/FT.

Estão implementadas plataformas informáticas que permitem, entre outros:

i. garantir, em tempo real, que não se estabelecem relações de negócio com entidades constantes em

listas internas e/ou externas (União Europeia e Office of Foreign Assets Control – Departamento de

Tesouro Norte Americano);

ii. decidir sobre a aceitação de Clientes nos termos da respectiva Política;

iii. atribuir a classificação do grau de risco BC/FT de acordo com as características do Cliente;

iv. gerar alertas em função da classificação do risco BC/FT dos Clientes e das variações comportamentais

ocorridas no determinado período temporal;

v. monitorizar transacções que excedam um determinado valor pré-definido e se as mesmas são

consistentes com o perfil do Cliente;

vi. monitorizar e controlar transacções envolvendo entidades sujeitas a sanções e embargos diversos

constantes nas listas referenciada no ponto i. acima.

Não obstante o acima exposto, é fundamental o exame com especial cuidado e atenção de qualquer

conduta, atividade ou operação cujos elementos caracterizadores a tornem particularmente susceptível de

poder estar relacionada com o BC/FT.

Encontra-se definida uma Política de Análise e Monitorização de Clientes de Risco Elevado a qual visa

estabelecer as práticas e procedimentos específicos para estes Clientes.

5.3.2. Comunicação de Operações potencialmente suspeitas

Os processos descritos nos pontos anteriores permitem detetar e controlar operações ou comportamentos

potencialmente suspeitos.

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Caso se verifique a ocorrência de tais situações e havendo suspeitas de que determinado Cliente está a

realizar operações para branquear fundos provenientes de atividades ilícitas ou financiar o terrorismo são

tomadas todas as medidas para assegurar o integral cumprimento da legislação aplicável.

A Função de Compliance é envolvida na análise de tais operações por forma a que seja efectuada uma

avaliação complementar e, justificando-se, promover as respetivas comunicações às entidades competentes.

5.4. Relações de Correspondência

As entidades do Grupo, no âmbito do normativo associado ao estabelecimento de relações de

correspondência ou outras equiparadas (Anexo VI), têm de dar cumprimento aos procedimentos descritos

na Política de Análise e Monitorização de Clientes de Risco Elevado.

6. Regime Contraordenancional

Em caso de incumprimento dos deveres legais e regulamentares aludidos na presente Política e de acordo

com a Lei, podem ser responsabilizadas:

As entidades financeiras e não financeiras, com exceção dos advogados e solicitadores;

Os membros dos órgãos sociais dessas entidades;

Os colaboradores que exerçam cargos de direção, chefia ou gerência ou que atuem em sua

representação legal ou voluntária;

Os colaboradores e outras pessoas que lhes prestem serviço permanente ou ocasional,

nomeadamente, no caso de violação do dever de segredo.

Consoante o agente responsável pela infração, encontram-se previstas na Lei n.º 38/VII/2009, as seguintes

coimas:

Norma aplicável Coimas aplicáveis

Artigo 43.º da Lei nº 38/VII/2009

250.000$00 (duzentos e cinquenta mil

escudos) a 25.000.000$00 (vinte e

cinco milhões de escudos)

Artigo 44.º da Lei nº 38/VII/2009

500.000$00 (quinhentos mil escudos) a

50.000.000$00 (cinquenta milhões de

escudos)

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Conjuntamente com as coimas podem ser aplicadas as seguintes sanções acessórias:

Inibição do exercício de cargos sociais e de funções de administração, direção, gerência ou chefia de

entidades financeiras, por um período de 1 a 10 anos, quando o arguido seja membro dos órgãos

das entidades financeiras exerça cargos de direção, chefia, gerência ou atue em sua representação,

legal ou voluntária;

Publicidade da decisão punitiva pelo Banco de Cabo Verde, a expensas do infrator.

7. Revisão da Política e Procedimentos associados à gestão do risco de branqueamento de

capitais e do financiamento do terrorismo

Pelo menos anualmente é promovida a revisão e a actualização das políticas que suportam o processo de

gestão do risco de branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.

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ANEXO I

– Principal quadro legal e regulamentar -

Lei nº 38/VII/2009, de 20 de abril – Lei de Lavagem de Capitais.

Anexa à Circular Série A, nº 149 de 2009.11.04 – Lavagem de Capitais.

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ANEXO II – Beneficiário Efetivo -

É a pessoa ou pessoas singulares que, em última instância, detêm a propriedade ou o controlo do cliente

e/ou a pessoa ou pessoas singulares por conta de quem é realizada uma operação ou atividade, incluindo

pelo menos:

a) No caso das entidades societárias:

i) A pessoa ou pessoas singulares que, em última instância, detêm a propriedade ou o controlo, direto ou

indirecto, de uma percentagem suficiente de acções ou dos direitos de voto ou de participação no capital

de uma pessoa colectiva, incluindo através da detenção de acções ao portador, ou que exercem controlo

por outros meios sobre essa pessoa colectiva, que não seja uma sociedade cotada num mercado

regulamentado sujeita a requisitos de divulgação de informações consentâneos com o direito de Cabo

Verde, da União Europeia ou sujeita a normas internacionais equivalentes que garantam suficiente

transparência das informações relativas à propriedade, entendendo-se que:

i.1) A detenção, por uma pessoa singular, de uma percentagem de 25% de acções mais uma ou de

uma participação no capital do cliente superior a 25% é um indício de propriedade direta;

i.2) A detenção de uma percentagem de 25% de acções mais uma ou de uma participação no capital

do cliente de mais de 25% por uma entidade societária que está sob o controlo de uma ou várias

pessoas singulares, ou por várias entidades societárias que estão sob o controlo da mesma pessoa ou

pessoas singulares é um indício de propriedade indirecta;

i.3) O controlo através de outros meios é determinado, nomeadamente, segundo os critérios

estabelecidos no artigo 22.º, n.º 1 a 5, da Diretiva 2013/34/EU do Parlamento Europeu e do Conselho,

de 26 de junho de 2013.

ii) A pessoa ou pessoas singulares que detêm a direcção de topo, se depois de esgotados todos os meios

possíveis e na condição de não haver motivos de suspeita, não tiver identificada nenhuma pessoas nos

termos das subalíneas anteriores, ou se subsistirem dúvidas de que a pessoa ou pessoas identificadas

sejam os BEF;

b) No caso dos fundos fiduciários (trusts):

i) O fundador (settlor);

ii) O administrador ou administradores fiduciários (trustees) de fundos fiduciários;

iii) O curador, se aplicável;

iv) Os beneficiários ou, se as pessoas que beneficiam do centro de interesses colectivos sem

personalidade jurídica ou da pessoa colectiva não tiverem ainda sido determinadas, a categoria de

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pessoas em cujo interesse principal o centro de interesses colectivos sem personalidade jurídica ou a

pessoa colectiva foi constituído ou exerce a sua atividade;

v) Qualquer outra pessoa singular que detenha o controlo final do trust através de participação direta ou

indirecta ou através de outros meios;

c) No caso das pessoas colectivas como as fundações e centros de interesse colectivos sem personalidade

jurídica similares a fundos fiduciários (trusts), a pessoa ou pessoas singulares com posições equivalentes ou

similares às mencionadas na alínea b).

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ANEXO III

– Pessoas Politicamente Expostas (PEP) e titulares de outros cargos políticos ou públicos -

São considerados PEP:

Pessoas, de nacionalidade Cabo Verdiana ou estrangeira que, em Cabo Verde, Portugal ou no

Estrangeiro, desempenham, ou desempenharam até há um ano, altos cargos de natureza política ou

pública;

membros próximos da família das PEP e pessoas que reconhecidamente tenham com elas estreitas

relações de natureza societária ou comercial.

“Altos cargos de natureza política ou pública”:

a) Chefes de Estado, chefes de Governo e membros do Governo, designadamente ministros,

secretários e subsecretários de Estado;

b) Deputados ou membros de câmaras parlamentares;

c) Membros de supremos tribunais, de tribunais constitucionais, de tribunais de contas e de outros

órgãos judiciais de alto nível, cujas decisões não possam ser objeto de recurso, salvo em

circunstâncias excecionais;

d) Membros de órgãos de administração e fiscalização de bancos centrais;

e) Chefes de missões diplomáticas e de postos consulares;

f) Oficiais de alta patente das Forças Armadas;

g) Membros de órgãos de administração e de fiscalização de empresas públicas e de sociedades

anónimas de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos, institutos públicos, fundações públicas,

estabelecimentos públicos, qualquer que seja o modo da sua designação, incluindo os órgãos de

gestão das empresas integrantes dos setores empresariais regionais e locais;

h) Membros dos órgãos executivos das Comunidades Europeias e do Banco Central Europeu;

i) Membros de órgãos executivos da União Europeia, Nações Unidas ou outras organizações de direito

internacional.

Por “membros próximos da família” entende-se o cônjuge ou unido de fato, os pais, filhos e respetivos

cônjuges ou unidos de fato.

Quanto às “Pessoas com reconhecidas e estreitas relações de natureza societária ou comercial”, deverá

considerar-se:

a) Qualquer pessoa singular, que seja notoriamente conhecida como proprietária conjunta, com a PEP,

de uma pessoa coletiva, de um centro de interesses coletivos sem personalidade jurídica ou que com

ela tenha relações comerciais próximas;

b) Qualquer pessoa singular que seja proprietária do capital social ou dos direitos de voto de uma

pessoa coletiva ou do património de um centro de interesses coletivos sem personalidade jurídica,

que seja notoriamente conhecido como tendo a PEP como única beneficiária efetiva.

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Por “titulares de outros cargos políticos ou públicos” entendem-se as pessoas singulares que, não sendo

qualificadas como PEP, desempenhem ou tenham desempenhado, nos últimos doze meses, algum dos

seguintes cargos, ou equivalentes:

a) Presidente da República;

b) Presidente da Assembleia da República;

c) Primeiro-Ministro;

d) Deputados à Assembleia da República;

e) Membros do Governo;

f) Representante da República nas Regiões Autónomas;

g) Membros do Tribunal Constitucional;

h) Membros dos órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas;

i) Deputados ao Parlamento Europeu;

j) Os membros dos órgãos constitucionais;

k) Governador e vice-governador civil;

l) Presidente e vereador da câmara municipal;

m) Membros dos órgãos permanentes de direcção nacional e das Regiões Autónomas dos partidos

políticos, com funções executivas;

n) Candidatos a Presidente da República;

o) Gestores públicos;

p) Titulares de órgão de gestão de empresa participada pelo Estado, quando designados por este;

q) Membros de órgãos executivos das empresas que integram o sector empresarial local;

r) Membros dos órgãos directivos dos institutos públicos;

s) Membros das entidades públicas independentes previstas na Constituição ou na lei;

t) Titulares de cargos de direcção superior do 1.º grau e equiparados;

u) Membro de órgão representativo ou executivo da área metropolitana ou de outra forma de

associativismo municipal.

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ANEXO IV

- Jurisdições onde deverão ser adotadas medidas de diligência acrescida -

Por força do comunicado público do GAFI de 2016/02/19:

República Islâmica do Irão;

República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte).

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ANEXO V

- Países Terceiros Equivalentes -

Para efeito desta política, consideram-se como tendo regimes equivalentes, no que diz respeito aos

requisitos impostos em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento

do terrorismo e à respetiva supervisão, os Estados Membros da União Europeia e ainda os seguintes

países ou jurisdições:

Países:

África do Sul Austrália

Brasil Canadá

Estados Unidos da América Hong Kong

Índia Japão

México República da Coreia (Coreia do Sul)

Singapura Suíça

Territórios:

França:

Mayotte Nova Caledónia

Polinésia Francesa São Pedro e Miquelão

Wallis e Futuna

Holanda:

Aruba Bonaire

Curação Saba

Santo Eustáquio São Martinho

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ANEXO VI - Normativo Interno -

Norma de Procedimentos: - Clientes e Contas de Depósito à Ordem.

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ANEXO VII

- Jurisdições Offshore -

Andorra Granada Mianmar São Tomé e Príncipe

Anguila Gibraltar Mónaco Ilha de S.Pedro e Miguelão

Antígua e Barbuda Ilha de Guam Monserate São Vicente e Grenadinas

Antilhas Holandesas Guatemala Nauru Ilhas Sandwich do Sul

Aruba Guiana Ilhas Natal Seicheles

Bahamas Honduras Nevada Singapura

Barém Hong-Kong Nigéria Suazilândia

Barbados Iémén Ilha de Niue Suíça

Belize Indonésia Ilha Norfolque Ilhas Svalbard1

Bermudas Irão Oklahoma Toquelau

Bolívia Jamaica Omã Tonga

Brunei Jibuti Estados Fed. Micronésia Trinidade e Tobago

Ilhas do Canal2 Jordânia Ilhas Palau Ilhas Turcas e Caicos

Ilhas Caimão Quiribáti Panamá Turquemenistão

Ilhas Cocos (Keeling) Koweit Paquistão Tuvalu

Chipre Líbano Ilha de Pitcairn Ucrânia

Ilhas Cook Libéria Polinésia Francesa Uruguai

Costa Rica Liechtenstein Porto Rico Usbequistão

Delaware Região Adm. Esp. Macau Qatar Vanuatu

1 Inclui os seguintes territórios: arquipélago Spitsbergen e ilha Bjornoya

2 Inclui os seguintes territórios: Alderney, Guernesei, Jersey, Great Stark, Herm, Little Sark, Brechou, Jethou e Lihou.

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Dominica Malásia Ilhas Salomão Ilhas Virgem Britânicas

Egito Maldivas Samoa Americana Ilhas Virgens dos EUA

Emiratos Árabes Unidos Ilha de Man Samoa Ocidental Wyoming

Ilhas Falkland ou Malvinas Ilhas Marianas do Norte Santa Lúcia

Fiji Ilhas Marshall Sta Helena, Ascensão e

Tristão da Cunha

Filipinas Maurícias São Cristóvão e Nevis

Gâmbia Ilhas Menores (EUA) São Marino

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ANEXO VIII - Paraísos fiscais -

Listagem de países, territórios e regiões com regime de tributação privilegiada, claramente mais favoráveis para

efeito desta política:

Andorra Ilhas Falkland ou Malvinas Ilhas Marshall São Cristóvão e Nevis

Anguilha Ilhas Fiji Maurícias São Marino

Antígua e Barbuda Gâmbia Mónaco Ilha de São Pedro e

Miguelon

Antilhas Holandesas Grenada Monserate São Vicente e Grenadinas

Aruba Gibraltar Nauru Seychelles

Ascenção Ilha de Guam Ilhas Natal Suazilândia

Bahamas Guiana Ilha de Niue Ilhas Svalbard3

Bahrain Honduras Ilha Norfolk Ilha de Tokelau

Barbados Hong-Kong Sultanato de Omam Tonga

Belize Jamaica

Ilhas do Pacífico não

especificadas nos outros

campos

Trinidad e Tobago

Ilhas Bermudas Jordânia Ilhas Palau Ilha Tristão da Cunha

Bolívia Ilhas de Queshm Panamá Ilhas Turks e Caicos

Brunei Ilha de Kiribati Ilha de Pitcairn Ilha Tuvalu

Ilhas do Canal4 Koweit Polinésia Francesa Uruguai

Ilhas Cayman Labuán Porto Rico República de Vanuatu

Ilhas Cocos e Keling Líbano Quatar Ilhas Virgem Britânicas

Ilhas Cook Libéria Ilhas Salomão Ilhas Virgens dos EUA

Costa Rica Liechtenstein Samoa Americana República Árabe do Yémen

Djibouti Ilhas Maldivas Samoa Ocidental

Dominica Ilha de Man Ilha de Santa Helena

Emiratos Árabes Unidos Ilhas Marianas do Norte Santa Lúcia

3 Inclui os seguintes territórios: arquipélago Spitsbergen e ilha Bjornoya

4 Inclui os seguintes territórios: Alderney, Guernesei, Jersey, Great Stark, Herm, Little Sark, Brechou, Jethou e Lihou.

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ANEXO IX – Lista Exemplificativa de Potenciais Fatores de Risco Elevado -

A. Fatores de risco inerentes aos clientes

1 - Relações de negócio ou transações ocasionais que se desenrolem em circunstâncias inabituais, face ao

perfil expectável do cliente e aos demais elementos caracterizadores da relação de negócio ou transação

ocasional.

2 - Clientes/beneficiários efetivos residentes ou que desenvolvam atividade nos países ou jurisdições

referidos nos subsequentes números 20 a 26.

3 - Pessoas coletivas ou centros de interesses coletivos sem personalidade jurídica que sejam veículos de

detenção de ativos pessoais.

4 - Sociedades com acionistas fiduciários ("nominee shareholders") ou que tenham o seu capital social

representado por ações ao portador.

5 - Clientes que prossigam atividades que envolvam transações em numerário de forma intensiva.

6 - Estruturas de propriedade ou de controlo do cliente (em particular a respetiva cadeia de participações,

de domínio ou de controlo) que pareçam inabituais ou excessivamente complexas, tendo em conta a

natureza da atividade prosseguida pelo cliente.

7 - Pessoas politicamente expostas.

8 - Correspondentes bancários domiciliados fora de Cabo Verde e da União Europeia.

9 - Clientes/beneficiários efetivos que tenham sido objeto de sanções ou medidas restritivas impostas por

Cabo Verde, Conselho de Segurança das Nações Unidas ou pela União Europeia.

10 - Organizações sem fins lucrativos, sempre que se verifique alguma das seguintes circunstâncias:

a) A organização representa, a nível doméstico, uma proporção significativa dos recursos financeiros

controlados pelo setor não lucrativo;

b) A organização representa uma proporção significativa das atividades internacionais desenvolvidas

pelo setor não lucrativo. Para estes efeitos, deve ser considerada como pertencendo à mesma

organização a atividade desenvolvida através:

i) Das sucursais ou filiais no exterior da própria organização;

ii) De organizações sem fins lucrativos associadas, incluindo as respetivas sucursais e filiais

no exterior dessas organizações;

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c) A estrutura de propriedade ou de controlo ou o modelo de organização pareçam inabituais ou

excessivamente complexos, tendo em conta a natureza da atividade prosseguida.

11 - Relações de negócio, transações ocasionais ou operações em geral expressamente indicadas pela

Entidade de Supervisão, em função de riscos associados a clientes/beneficiários efetivos.

B. Fatores de risco inerentes aos produtos, serviços, transações ou canais de distribuição

12 - Private banking.

13 - Trade finance.

14 - Produtos ou transações suscetíveis de favorecer o anonimato.

15 - Relações de negócio ou transações ocasionais estabelecidas/executadas com recurso a meios de

comunicação à distância.

16 - Pagamentos recebidos de terceiros desconhecidos ou não relacionados com o cliente ou com a atividade

por este prosseguida.

17 - Produtos disponibilizados e transações realizadas num quadro de correspondência bancária com

instituições de crédito estabelecidas fora de Cabo Verde e da União Europeia.

18 - Novos produtos e novas práticas comerciais, incluindo novos mecanismos de distribuição e métodos de

pagamento, bem como a utilização de novas tecnologias ou tecnologias em desenvolvimento, tanto para

produtos novos como para produtos já existentes.

19 - Relações de negócio, transações ocasionais ou operações em geral expressamente indicadas pela

Entidade de Supervisão, em função de riscos associados a produtos, serviços, transacções ou canais de

distribuição.

C. Fatores de risco inerentes à localização geográfica

20 - Países ou jurisdições com deficiências estratégicas no domínio da prevenção do branqueamento de

capitais ou do financiamento do terrorismo, identificados pelo Grupo de Ação Financeira em documento

publicado por este organismo no sítio com o endereço www.fatf-gafi.org.

21 - Outros países ou jurisdições identificados por fontes credíveis (como, por exemplo, relatórios de

avaliação/acompanhamento publicamente divulgados) como não dispondo de sistemas eficazes de

prevenção do branqueamento de capitais ou do financiamento do terrorismo.

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22 - Países ou jurisdições identificados por fontes credíveis como tendo um nível significativo de corrupção

ou de outras atividades criminosas.

23 - Países ou jurisdições que tenham sido sujeitos a contramedidas adicionais decididas por Cabo Verde ou

pelo Conselho da União Europeia.

24 - Países ou jurisdições sujeitos a sanções, embargos ou outras medidas restritivas impostas,

designadamente, por Cabo Verde e pela União Europeia.

25 - Países ou jurisdições que proporcionem financiamento ou apoio a atividades terroristas, ou em cujo

território operem organizações terroristas conhecidas.

26 - Centros offshore.

27 - Relações de negócio, transações ocasionais ou operações em geral expressamente indicadas pela

Entidade de Supervisão, em função de riscos associados a fatores geográficos.

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ANEXO X - Lista exemplificativa de potenciais indicadores de suspeição -

A. Indicadores genéricos

1 - Clientes que mantenham relações de negócio, efetuem transações ocasionais ou realizem operações em

geral que - pela sua natureza, pela sua frequência, pelos valores envolvidos ou por qualquer outro fator - se

mostrem inconsistentes com o perfil daqueles.

2 - Clientes que, sem uma explicação plausível, movimentem numerário:

a) Em montantes pouco usuais;

b) Em montantes não justificados pelo perfil do cliente;

c) Embalado ou empacotado de uma forma pouco habitual;

d) Em mau estado de conservação; ou

e) Representado por notas de pequena denominação, com o objetivo de proceder à sua troca por

notas de denominação elevada.

3 - Clientes que, de algum modo, procurem persuadir os colaboradores da instituição financeira a não

observar qualquer obrigação legal ou procedimento interno em matéria de prevenção do BC/FT.

4 - Clientes que mostrem relutância ou se recusem a disponibilizar os elementos identificativos/meios

comprovativos/outros elementos de informação ou a promover as diligências de comprovação considerados

necessárias pela instituição financeira para:

a) A identificação do cliente, do seu representante ou do beneficiário efetivo;

b) A compreensão da estrutura de propriedade e controlo do cliente;

c) O conhecimento da natureza e finalidade da relação de negócio;

d) O conhecimento da origem e destino dos fundos; ou

e) A caracterização da atividade do cliente.

5 - Clientes que mostrem relutância ou se recusem a disponibilizar documentos originais ou de valor

equivalente.

6 - Clientes que mostrem relutância ou se recusem a proceder à atualização dos respectivos elementos de

informação.

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7 - Clientes que mostrem relutância ou se recusem a estabelecer contactos presenciais com a instituição

financeira.

8 - Clientes que prestem elementos identificativos, meios comprovativos ou outros elementos de

informação:

a) Pouco credíveis quanto à sua autenticidade;

b) Pouco explícitos quanto ao seu teor;

c) De difícil verificação por parte da instituição financeira; ou

d) Com características pouco usuais.

9 - Clientes que apresentem diferentes documentos de identificação de cada vez que os mesmos lhes são

solicitados pela instituição financeira.

10 - Clientes que, no exercício da sua atividade, usem pseudónimos, alcunhas ou quaisquer outras

expressões alternativas ao seu verdadeiro nome ou denominação.

11 - Clientes que adiem ou não efetuem a entrega de documentação suscetível de apresentação à instituição

financeira em momento posterior ao estabelecimento da relação de negócio.

12 - Clientes que procurem suspender ou alterar a relação de negócio ou a transação ocasional depois de

lhes serem solicitados os elementos identificativos, os respetivos meios comprovativos ou outros elementos

de informação relevantes para o conhecimento do cliente.

13 - Clientes que não pretendam o envio de qualquer correspondência para a morada declarada.

14 - Clientes que, sem aparente relação entre si, apresentem moradas ou dados de contacto (número de

telefone, número de fax, endereço de correio eletrónico ou outros) comuns.

15 - Clientes cuja morada ou dados de contacto (número de telefone, número de fax, endereço de correio

eletrónico ou outros) se revelem incorretos ou estejam permanentemente inoperacionais, em especial

quando a tentativa de contacto da instituição financeira tiver lugar pouco tempo após o estabelecimento de

uma relação de negócio.

16 - Clientes cuja morada ou dados de contacto (número de telefone, número de fax, endereço de correio

eletrónico ou outros) mudem com frequência.

17 - Clientes que aparentem estar a atuar por conta de um terceiro, sem, contudo, o revelarem à instituição

financeira ou, mesmo revelando tal circunstância, se recusem a fornecer

os necessários elementos de informação sobre o terceiro por conta do qual atuam.

18 - Clientes que procurem estabelecer estreitas relações de proximidade com colaboradores da instituição

financeira.

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19 - Clientes que procurem restringir quaisquer contactos que estabeleçam com a instituição financeira a um

colaborador ou colaboradores específicos da mesma, em especial quando - face à ausência desse ou desses

colaboradores - os clientes decidam não executar ou suspender operações.

20 - Clientes que revelem um conhecimento fora do comum sobre a legislação atinente ao branqueamento

de capitais e ao financiamento do terrorismo.

21 - Clientes que evidenciem um interesse e uma curiosidade fora do comum em conhecer as políticas,

procedimentos e mecanismos de controlo interno da instituição financeira destinados a prevenir o BC/FT.

22 - Clientes que, num curto período de tempo, tenham iniciado relações de negócio similares com

diferentes instituições financeiras.

23 - Clientes que desenvolvam a sua atividade em sucessivos locais diferentes, numa aparente tentativa de

evitar a sua deteção por terceiros.

24 - Clientes que, repetidamente, efetuem operações por valor inferior aos limites que obrigariam à adoção

de procedimentos de identificação.

25 - Clientes que adquiram ativos de valor significativo e que, num curto prazo e sem razão aparente,

procedam à sua venda.

26 - Clientes que, no mesmo dia ou num período temporal reduzido, efetuem operações em diferentes

estabelecimentos da instituição.

27 - Clientes que apresentem explicações pouco claras ou inconsistentes acerca das operações ou que

tenham pouco conhecimento sobre o seu propósito.

28 - Clientes que apresentem explicações excessivas e não solicitadas sobre as operações.

29 - Clientes que manifestem nervosismo ou uma anormal urgência na execução das operações.

30 - Clientes relacionados com operações suspeitas de BC/FT, comunicadas pela instituição financeira às

autoridades competentes.

31 - Clientes relacionados com operações suspeitas de BC/FT, comunicadas pelas autoridades de supervisão

e que sejam do conhecimento da instituição financeira.

32 - Clientes que estejam ou tenham estado sob escrutínio pela prática de atividades criminosas, em

especial o BC/FT ou qualquer um dos ilícitos criminais subjacentes a estes dois tipos de crime (sendo essa

informação do conhecimento direto da instituição financeira ou adquirida através de uma fonte pública e

credível).

33 - Clientes referenciados expressamente pelas autoridades competentes como podendo estar relacionados

com operações de BC/FT.

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34 - Clientes que exerçam algum tipo de atividade financeira sem para tal estarem devidamente autorizados

ou habilitados.

35 - Operações que evidenciem um grau de complexidade aparentemente desnecessário para a

concretização do fim a que se destinam, em razão, designadamente, do número de movimentos financeiros,

de instituições financeiras, de contas, de sujeitos intervenientes e ou de países ou jurisdições envolvidos.

36 - Operações cuja finalidade ou racionalidade económica não sejam evidentes.

37 - Operações cuja frequência, atipicidade ou invulgaridade não tenham uma explicação plausível face ao

perfil do cliente.

38 - Operações que aparentem ser inconsistentes com a prática corrente do setor de negócio ou de

atividade do cliente.

39 - Operações que envolvam "sociedades ecrã".

40 - Operações que não apresentem qualquer conexão com a atividade conhecida do cliente e que envolvam

pessoas ou entidades relacionadas com países ou jurisdições publicamente reconhecidos como:

a) Locais de produção/tráfico de estupefacientes;

b) Detentores de elevados índices de corrupção;

c) Plataformas de branqueamento de capitais;

d) Promotores ou apoiantes do terrorismo; ou

e) Promotores ou apoiantes da proliferação de armas de destruição massiva.

41 - Operações que não apresentem qualquer conexão com a atividade conhecida do cliente e que envolvam

pessoas ou entidades relacionadas com os países, territórios ou regiões com regimes de tributação

privilegiada constantes da lista publicada pela Portaria n.º 150/2004, de 13 de fevereiro, ou outros países ou

jurisdições com uma legislação fortemente restritiva em matéria de segredo bancário.

42 - Relações de negócio ou transações ocasionais em que se procure camuflar a identidade dos

beneficiários efetivos, designadamente através de complexas estruturas societárias.

B. Indicadores relacionados com contas de depósito bancário

43 - Clientes que mantenham um número considerável de contas de depósito bancário abertas, em especial

quando algumas delas se mantêm inativas por um longo período de tempo.

44 - Clientes que tenham contas de depósito bancário junto de várias instituições de crédito localizadas no

mesmo país/zona geográfica.

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45 - Clientes que efetuem depósitos sem conhecerem com exatidão os montantes a depositar.

46 - Clientes que procedam à abertura de contas com elevados montantes em numerário.

47 - Clientes que utilizem frequentemente contas pessoais para a realização de operações que se relacionam

com a sua atividade comercial.

48 - Contas onde, com frequência, se registem movimentos para os quais o respetivo titular não apresenta

uma justificação credível.

49 - Contas abertas em balcões geograficamente distantes da morada ou do local de trabalho do cliente.

50 - Contas cuja atividade exceda amplamente aquela que seria expectável à data da sua abertura.

51 - Contas cotituladas ou movimentadas por um elevado número de pessoas que não tenham entre si

qualquer relação pessoal ou profissional.

52 - Contas tituladas por pessoas coletivas que prossigam atividades económicas sem qualquer relação

entre si, sendo todas elas movimentadas pelas mesmas pessoas singulares.

53 - Contas movimentadas através de um elevado número de créditos de pequeno montante e um pequeno

número de débitos de valor avultado.

54 - Contas com frequentes créditos e ou débitos em numerário, não sendo tal movimentação consistente

com o perfil do cliente ou com o seu setor de negócio ou de atividade.

55 - Contas nas quais sejam efetuados depósitos frequentes por pessoas sem aparente relação pessoal ou

profissional com os titulares daquelas.

56 - Contas que sejam utilizadas para concentrar fundos provenientes de outras contas, posteriormente

transferidos em bloco, em especial quando tal transferência ocorre para fora do território nacional.

57 - Contas que, sem razão aparente, evidenciem um aumento súbito da sua movimentação, dos valores

movimentados e ou dos respetivos saldos médios.

58 - Contas inativas durante um largo período de tempo nas quais se registe a movimentação súbita de

montantes elevados ou a movimentação através de depósitos em numerário.

59 - Contas utilizadas quase exclusivamente para operações de transferências de fundos, de e para o

exterior.

60 - Contas tituladas por entidades domiciliadas em centros offshore e que tenham em comum o mesmo

beneficiário efetivo, registando-se entre essas contas frequentes e complexos movimentos de fundos.

61 - Contas que sejam objeto de elevados e frequentes depósitos exclusivamente através de caixas

automáticos ou caixas para depósitos noturnos, em especial quando os depósitos sejam em numerário.

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62 - Contas que sejam objeto de depósitos em numerário imediatamente após os seus titulares acederem a

cofre de aluguer de que disponham na instituição financeira.

C. Indicadores relacionados com operações de crédito

63 - Reembolsos antecipados de créditos quando os mesmos sejam efetuados:

a) De forma inesperada e sem motivo lógico aparente;

b) Com prejuízo económico para o mutuário;

c) Com recurso a fundos de terceiros;

d) Com recurso a fundos de origem incerta e inconsistentes com o perfil do cliente;

e) Com recurso a fundos transferidos de contas domiciliadas em várias instituições financeiras;

ou

f) Com recurso a numerário (em especial, no contexto de operações de crédito a consumidores).

64 - Solicitação de crédito sem aparente justificação económica para a operação, tendo em consideração,

por exemplo, o elevado valor dos ativos detidos pelo cliente.

65 - Solicitação de crédito por parte de clientes que não evidenciem preocupação em discutir os termos da

operação, em particular os custos associados à mesma.

66 - Solicitação de crédito com base em garantias ou ativos depositados na instituição financeira, próprios

ou de terceiros, cuja origem seja desconhecida e cujo valor não se coadune com a situação financeira do

cliente.

67 - Solicitação de crédito por parte de clientes que já sejam mutuários de empréstimos concedidos por

instituições domiciliadas em centros offshore e que não apresentem qualquer conexão com a atividade

conhecida dos clientes.

68 - Solicitação de crédito por parte de clientes que declarem à instituição financeira rendimentos com

origem não totalmente esclarecida pelos seus titulares.

69 - Solicitação de crédito por parte de clientes que proponham, como contrapartida da aprovação do

mesmo, a aplicação de somas avultadas na constituição de depósitos ou noutros produtos.

70 - Solicitação de crédito em que a documentação referente ao mutuário destinada a integrar o respetivo

processo é disponibilizada à instituição financeira por um terceiro sem qualquer relação aparente com a

operação.

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71 - Ausência de evidência da utilização das quantias mutuadas, procedendo o cliente ao levantamento em

numerário do valor creditado na sua conta de depósito bancário e correspondente ao empréstimo concedido.

72 - Realização de pagamentos relacionados com a utilização de cartões de crédito e efetuados,

repetidamente, por pessoas distintas dos titulares dos mesmos.

D. Indicadores relacionados com operações de transferência de fundos

73 - Transferências segmentadas em várias operações, por forma a evitar o cumprimento de obrigações

legais e regulamentares previstas para operações que atinjam um determinado montante.

74 - Transferências para o exterior que se mostrem inconsistentes com a atividade conhecida do cliente, em

razão, designadamente, do montante, da frequência ou dos beneficiários das mesmas.

75 - Transferências nas quais - em qualquer momento do circuito dos fundos, incluindo no ato de

disponibilização dos mesmos aos seus beneficiários finais - intervenham, a qualquer título, formal ou

informalmente, pessoas ou entidades que não estejam devidamente autorizadas para o exercício de tal

atividade pelas autoridades competentes dos países ou jurisdições envolvidos.

76 - Transferências em que não exista uma conexão aparente entre a atividade conhecida do cliente e os

ordenantes/beneficiários das operações ou os países/zonas geográficas de origem/destino das mesmas.

77 - Transferências em que o cliente se recuse ou mostre relutância em dar uma explicação para a

realização da operação.

78 - Transferências a favor de um beneficiário ou proveniente de um ordenante acerca do qual o cliente

revele dispor de pouca informação ou mostre relutância em fornecê-la.

79 - Transferências por montantes superiores àqueles que eram expectáveis aquando do estabelecimento da

relação de negócio com o cliente.

80 - Transferências para o exterior efetuadas a favor de um conjunto alargado de beneficiários que,

aparentemente, não tenham laços familiares com o cliente.

81 - Transferências efetuadas a favor de um conjunto alargado de beneficiários, sendo estes nacionais de

países ou jurisdições reconhecidamente relacionados com atividades terroristas.

82 - Transferências ordenadas regularmente pela mesma pessoa ou entidade, sendo diferentes os

destinatários e iguais ou aproximados os montantes transferidos.

83 - Transferências ordenadas regularmente pela mesma pessoa ou entidade, sendo comum o destinatário e

diferentes os montantes transferidos.

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84 - Transferências ordenadas por pessoas ou entidades diferentes e destinadas ao mesmo beneficiário, na

mesma data ou em datas muito próximas.

85 - Transferências ordenadas por pessoas ou entidades diferentes que tenham em comum um ou mais

elementos de informação pessoais (apelido, morada, entidade patronal, número telefónico, etc.), efetuadas

na mesma data ou em datas muito próximas.

86 - Transferências ordenadas por pessoas ou entidades diferentes, sendo os respectivos fundos

disponibilizados por apenas um deles.

87 - Transferências efetuadas com recurso a fundos disponibilizados por um terceiro.

88 - Transferências de montantes elevados, com instruções de disponibilização dos fundos ao respetivo

destinatário em numerário.

89 - Transferências do exterior em que os valores transferidos tenham saída imediata da conta do cliente

ou, não havendo conta, sejam imediatamente transferidos para outros beneficiários.

90 - Transferências acompanhadas de instruções para que os montantes transferidos sejam disponibilizados

a terceiros e não aos beneficiários das operações.

91 - Transferências para o exterior efetuadas de forma cruzada com transferências do exterior pelos

mesmos valores ou valores aproximados.

92 - Transferências em que os clientes evidenciem um interesse e uma curiosidade fora do comum sobre o

sistema de transferência de fundos, designadamente procedimentos operativos, limites, etc.

93 - Transferências para o exterior efetuadas em períodos temporais aparentemente não coincidentes com o

pagamento da remuneração salarial, em especial quando ordenadas por cidadãos imigrantes.

E. Indicadores relacionados com operações de câmbio manual

94 - Operações segmentadas em várias compras/vendas, por forma a evitar o cumprimento de obrigações

legais e regulamentares previstas para operações que atinjam um determinado montante.

95 - Operações que se mostrem inconsistentes com a atividade conhecida do cliente, em razão,

designadamente do montante ou da frequência das mesmas.

96 - Operações executadas com base numa taxa de câmbio mais favorável para a instituição financeira do

que a taxa publicitada e ou o pagamento de comissões por um valor superior ao devido, por proposta do

cliente.

97 - Operações em que os clientes pretendam trocar somas avultadas numa determinada moeda estrangeira

por outra moeda estrangeira.

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98 - Operações com clientes não residentes que aparentem deslocar-se ao território nacional com o

expresso propósito de efetuar compras/vendas de moeda.

99 - Operações frequentes com notas de valor facial reduzido ou com divisas de reduzida circulação

internacional.

100 - Operações em que os clientes deem instruções à sociedade financeira no sentido de o contravalor ser

posteriormente entregue a um terceiro.

101 - Operações em que os clientes insistam no recebimento do contravalor através de cheque da instituição

financeira, não sendo esta prática usualmente adotada pela mesma.

102 - Operações em que os clientes solicitem o recebimento do contravalor, em moeda estrangeira, em

notas com o mais elevado valor facial possível.

103 - Operações em que os clientes solicitem o recebimento do contravalor em vários vales postais de

montantes reduzidos, à ordem de vários beneficiários.

F. Indicadores relacionados com os colaboradores das instituições financeiras

104 - Colaboradores que, de forma reiterada, deixem de observar obrigações legais ou procedimentos

internos em matéria de prevenção do BC/FT.

105 - Colaboradores que estabeleçam com clientes relações de familiaridade e proximidade que ultrapassem

o padrão normal no contexto das funções que lhes estão cometidas ou sejam desconformes com as práticas

internas da instituição financeira.

106 - Colaboradores que evidenciem um padrão de comportamento social ou outros sinais exteriores não

compatíveis com a situação financeira dos mesmos que for conhecida pela instituição financeira.

G. Outros indicadores

107 - Operações relacionadas com a venda de imóveis em que:

a) O valor de venda seja muito superior aos valores de mercado;

b) O pagamento seja efetuado por cheque ao portador ou por cheque endossado a favor de terceiro

sem aparente relação com a transação;

c) O pagamento seja efetuado em numerário, em especial quando proveniente de conta de depósito

bancário titulada por terceiro sem aparente relação com o comprador; ou

d) O imóvel transacionado tenha sido recentemente adquiridos pelo vendedor.

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108 - Operações relacionadas com organizações sem fins lucrativos quando:

a) A natureza, a frequência ou o montante das operações não forem consistentes com a dimensão

da organização, com os seus objetivos e ou com a sua atividade conhecida;

b) A frequência e o montante das operações aumentem repentinamente;

c) A organização mantenha fundos avultados na sua conta de depósito bancário por longos períodos

de tempo;

d) A organização aparente dispor de poucos ou nenhuns meios humanos e logísticos afetos à

respetiva atividade;

e) Os representantes da organização não sejam residentes em Portugal, em especial quando se

verifique a transferência de elevados montantes destinados ao país de residência daqueles

representantes; ou

f) A organização tenha algum tipo de conexão com países ou jurisdições publicamente reconhecidos

como locais de produção/tráfico de estupefacientes, como detentores de elevados índices de

corrupção, como plataformas de branqueamento de capitais, como promotores ou apoiantes do

terrorismo ou como promotores ou apoiantes da proliferação de armas de destruição massiva.

109 - Clientes que, de forma súbita, aumentem substancialmente o número de visitas aos seus cofres de

aluguer.

110 - Clientes que efetuem transações de elevado valor através de cartões pré-pagos ou que adquiram um

largo número de cartões pré-pagos à mesma instituição financeira.

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GLOSSÁRIO

Branqueamento de Capitais - processo em que se utiliza o sistema económico, com especial relevância

para o sistema financeiro, com o objetivo de ocultar a verdadeira origem e/ou a titularidade de proveitos

ilegais. Os fundos provenientes de práticas ilícitas são envolvidos num circuito de transações e negócios

tendo como objetivo dar-lhes uma aparência de legalidade.

O processo de branqueamento de capitais é genericamente composto por 3 fases:

Colocação - Fase em que os capitais são colocados nos circuitos financeiros e não financeiros

especialmente através de depósitos e outras aplicações efetuadas em instituições financeiras, de

investimentos em atividades que movimentam elevados montantes ou na aquisição de bens de

elevado valor;

Circulação ou Transformação - Fase em que se verifica uma sucessão de operações que pretendem

esconder ou dissimular a origem dos capitais;

Integração – Fase em que o dinheiro é introduzido nos circuitos económicos como uma troca comum

de capital e aparente legitimidade para os fins a que se destinam.

Financiamento do Terrorismo - processo direto ou indireto, por algum meio, de fornecimento, recolha e

detenção de fundos ou bens de qualquer tipo, bem como produtos ou direitos suscetíveis de ser

transformados em fundos, com a intenção de serem utilizados ou virem a ser, total ou parcialmente, no

planeamento, preparação ou prática de atos terroristas.

Contrariamente ao branqueamento de capitais, que tem como objetivo a inserção de proveitos ganhos

através de atividades ilícitas no sistema económico-financeiro legal, o financiamento ao terrorismo tem

motivações de natureza política, religiosa ou ideológica, movimentando verbas, muitas vezes, bem mais

reduzidas e habitualmente de origem lícita (p. ex. doações ou contribuições monetárias para instituições de

caridade e organizações sem fins lucrativos).

Cliente - pessoas singulares ou coletivas, de natureza societária ou não, ou centros de interesses coletivos

sem personalidade jurídica, que entrem em contato com a Instituição com o propósito de com esta

estabelecer uma relação de negócio ou executar uma transação ocasional.

Relação de negócio - a relação estabelecida entre a Instituição e os seus Clientes que, no momento em

que se estabelece, se prevê venha a ser ou seja duradoura.

Centros de interesses coletivos sem personalidade jurídica - os patrimónios autónomos, tais como

condomínios de imóveis em propriedade horizontal, heranças jacentes e trusts de direito estrangeiro,

quando e nos termos em que forem reconhecidos pelo direito interno.

Geografias de risco - todas aquelas objeto de embargos ou outro tipo de sanções decretados por

organismos internacionais (pe. OFAC e EU), assim como as constantes nos ofícios emanados pelas entidades

de supervisão (Anexo IV); todas aquelas não qualificadas como tendo um regime equivalente ao nacional

(“pais terceiro equivalente”) em matéria de PBC/FT.