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Revista da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção Edição 58 | Ano VII | Outubro de 2013 Conaend: primeira chamada de trabalhos para a 32ª edição, em 2014 Parceria Abendi/Abes cria novo Centro de Exame de Qualificação (CEQ)

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Revista da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção

Edição 58 | Ano VII | Outubro de 2013

Conaend: primeirachamada de trabalhospara a 32ª edição,em 2014

Parceria Abendi/Abescria novo Centrode Exame deQualificação (CEQ)

ISSN: 1980-1599

Conselho EditorialWagner Romano - GE EnergyRenato Nogueira de Paula - UsiminasOswaldo Rossi Júnior - Inter-metroCarlos Madureira - BBL BureauJosé Santaella R. Jr. - Santec SoldasRaimar Schmidt - RAIMECK

Comitê CientíficoProf. Américo Scotti - UFUProfa. Raquel Gonçalves - UnicampProf. Matias R. Viotti - UFSCProf. Armando Shinohara - UFPEProf. Francisco Ilo - UPEProf. Roberto Sacramento - UFBA

EquipeJornalista: Alexandra Alves - MTB: 26660Comercial: Carlos Eduardo VillarWeb Design: Henrique Leal e Wellington RodriguesRevisor: Paulo RanieriProjeto Gráfico/ Diagramação: Giovana Garofalo Capa / Edição gráfica: Giovana GarofaloGráfica: Duo Graf

Tiragem7.700 exemplares

Público leitorProfissionais especializados (engenheiros, gerentes, administrado-res) de empresas de END e Inspeção, usuários dessa tecnologia, téc-nicos (supervisores, inspetores e operadores) que estão diretamen-te envolvidos com o tema e Instituições de Ensino.

A Abendi não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamen-to dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. A publicação reserva-se no direito, por motivo de espaço e clareza, de resumir cartas e artigos.

expediente

| Sede AbendiAv. Onze de Junho, 1317 - Vila ClementinoCEP: 04041-054 - São Paulo - SPTel. (011) 5586-3199 - Fax (011) 3302-5850Site: www.abendi.org.br

| BibliotecaLançamentos de livros, apostilas, anais e produtos abendimaniabiblioteca@ abendi.org.br(11) 5586-3196

| CertificaçãoBureau de Certificação [email protected](11) 5586-3181

| EventosFeiras, eventos, simpósios e encontros do [email protected](11) 5586-3197

| NormalizaçãoÁrea técnica da [email protected](11) 5586-3195

| SóciosSeja um sócio ou sócio patrocinador da [email protected](11) 5586-3190 ou 3146

| TreinamentosTreinamentos e Ensino a Distância (EAD)[email protected](11) 5586-3141 ou 3175

| Informações [email protected]

| Para anunciar na revista e nos veículos da [email protected](11) 5586-3171

| Comunicação:[email protected]

Sócios recebem gratuitamente a revista.

Para assinar a revista, acesse: www.abendi.org.br/revista

fale com a abendi

Setor Ferroviáriotrilha o caminho dodesenvolvimento

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Capa

A matéria de capa desta edição traz um balanço do setor ferroviário brasileiro, com a perspectiva de desenvolvimen-to de Trens de Alta Velocidade e monotrilhos através de recursos oriundos do Programa de Investimentos em Logística e do Programa de Aceleração do Crescimento, com valores da ordem de R$ 12,8 bilhões (R$10,8 bilhões no período de 2011 a 2014 e R$ 2 bilhões após 2014) na construção de 4.384,8 km de novas ferrovias exclusivamente para o transporte de cargas. Apresenta, também, depoimentos do ministro dos Transportes, César Borges, e de vários profissionais do setor sobre a utilização dos Ensaios Não Destrutivos.

Outro destaque é a atuação da área de Normalização da Abendi, que, entre outras atividades, secretaria o Or-ganismo de Normalização Setorial da ABNT e que, nos últimos 9 anos, publicou 100 normas para END.

Entre as novidades, destacamos ainda o fechamento de uma parceria com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) para a criação de mais um Centro de Exames de Qualificação, a visita de alunos do curso de Inspeção de Equipamentos à Refinaria de Capuava, e a renovação do Ex-tarifário pelo nosso setor de sócios, benefício importante na importação de equipamentos.

Alertamos sobre as inscrições para a apresentação de trabalhos técnicos dirigidos à 32ª edição do Conaend, queacontecerá em agosto de 2014, e publicamos o segundo caderno especial Ensaios Não Destrutivos na Copa do Mundo 2014, com matérias sobre as arenas Fonte Nova e Pernambuco.

Finalmente, partindo da premissa de que preservar e proteger pessoas, patrimômio e meio ambiente é ser não destrutivo, apoiamos o Projeto Mucky que protege os primatas brasileiros.

Boa leitura!

editorial

| Se você tiver ideias, sugestões ou críticas a fazer, envie para: [email protected]

Luiz Fernando Corrêa Ferreira

Presidente da Abendi

Governo pretende ampliar a malha e produzir Trens de Alta Velocidade (TAVs) e monotrilhos. Os investimentos podem chegar a R$ 91 bilhões

notícias

08 11

otrAbendireconheceCetrecomoOTRnoRiodeJaneiro

sóciosSóciospodempagarmenosimpostosnasimportações

institucionalParceriaentreassociaçõescrianovoCEQ

12 14

bibliotecaConheçaaRevistadaAssociaçãoAlemãdeEND

artigo especialOAmbienteCorporativoeasRelaçõesInterpessoais:Umagrandeescola

16 18sócios patrocinadores•EstaleiroAtlânticoSul(EAS)avançanaformaçãocontínuadecolaboradores•CursodeRadiografiaDigital

treinamentosAbertasasinscriçõesparaocursodeInspetordeEquipamentos2014

19 20

calendárioTreinamentosparaosmesesdenovembroedezembro

artigo técnicoDesenvolvimentodesensoresacústicoseletromagnéticos(EMATS)parainspeçãoemonitoramentoporultrassomemaltastemperaturas

26 27

certificaçãoCertificaçãodeMetrologistas

62

normalizaçãoNormasTécnicas:TecnologiaConsolidada

eventosApresentesuasideiasnopróximoConaend-IEV

22 24

43 51

artigo técnicoOusodametodologiaRBIparaplanejamentodeinspeçãodetubulações

caderno da copa 2014ArenaPernambucoeFonteNova

racRACproporcionamaisconfiabilidadeaocursodeauditor

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6 revista abendi no 58outubro de 2013

especial

InspeçãoAutomatizadadeEixoseRodasdeTrensG. Engl, M. Schoell, C.Camargo – AREVA NDE Solutions

J. C. Videira José, G. Costa – ARCTEST

Off-Train Inspection of the Whe-els – AURA (inspeção de rodas com desmonte)

Esta inspeção é realizada após o reperfilamento das rodas. O rodeiro é girado com auxílio de um pórtico em uma bancada equipada de teste fazendo uso da técnica ultrassônica e software praticamente os mesmos do sistema UFPE. Além disso, uma inspe-ção por correntes parasitas pode ser adicionada para a inspeção da super-fície da banda de rodagem. A duração deste teste é de aproximadamente 6 minutos.

Inspeção de Eixos sem Furos – VPS Estes eixos podem ser inspeciona-

dos em serviço por um sistema mó-vel similar ao UFPE ou fora de serviço por um sistema de pórtico similar ao AURA. A varredura em todo o com-primento é feita por seis cabeçotes de ultrassom phased array dispostos em 4 posições axiais, o que facilita a inspeção de defeitos circunferen-ciais mesmo sob pinturas periódicas. Este sistema também pode ser com-binado com o AURA em um sistema completo.

Todos estes sistemas estão de acor-do com as rigorosas exigências da em-presa de trens alemã Deutsche Bahn AG em termos de desempenho glo-bal.

A AREVA NDE Solutions tem grande cooperação com Deutche Bahn para países além da Alemanha.

Atualmente, a tecnologia em negó-cios ferroviários demonstra um cres-cimento considerável em velocidade, carga e disponibilidade. Consequen-temente, os trilhos e o material ro-dante precisam ser inspecionados emintervalos regulares, com alto grau de confiabilidade e produtividade dos sis-temas de END.

Com esta finalidade, a AREVA NDE Solutions desenvolveu a implantação de tecnologia de Ultrassom Phased Array para a inspeção de rodas e ei-xos de trens, como se observa nos seguintes exemplos:

On-Train Under-Floor-Inspection of the Wheels – UFPE (inspeção sob o tri-lho sem desmonte dos rodeiros)

O sistema consiste em uma plata-

forma móvel que se desloca sob o trem, elevando os rodeiros e fazen-do-os girar em torno do eixo com um braço posicionando o sistema de cabeçotes na roda. A parte UT do sis-tema utiliza técnicas de Phased Array para a detecção e classificação de defeitos eventuais no aro, no friso e no corpo das rodas. Todos os passos da inspeção, incluindo o posiciona-mento, são feitos automaticamente e levam menos de 20 minutos para as duas rodas que constituem cada con-junto roda-eixo. Os resultados são apresentados de forma clara fazendo uso de uma tomografia. O sistema é modular com custos e tempos de ins-peção variando conforme os requisi-tos das normas e padrões relevantes.

8 revista abendi no 58outubro de 2013

notícias

A Abendi acaba de ser credenciada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para exercer o trabalho de Certifi-cação de Conteúdo Local de bens e serviços nas seguintes áreas de ativi-dades:• Sistemas Elétricos, de Controle, Ins-trumentação e Medição;• Oleodutos, Gasodutos e Tanques de Armazenamento; • Bombas de Transferência;• Unidades de Compressão;• Unidades de Geração de Energia Elétrica; • Unidades de Geração e Injeção de Vapor;• Unidades de Tratamento e Injeção de Água;• Monoboias e Quadro de Boias;• Construção Naval (casco, turret, an-coragem e sistemas navais);• Obras Civis e Utilidades.

Com objetivo de impulsionar o setor industrial brasileiro, a Certifi-cação de Conteúdo Local obriga as concessionárias, vencedoras do lei-lão de um bloco exploratório (como

ANPcredenciaAbendicomoCertificadoradeConteúdoLocal

O processo é uma forma de incrementar a competitividade da indústria edos prestadores de serviços nacionais

a Petrobras, por exemplo), a investir um percentual mínimo na aquisição de bens e serviços nacionais, durante a fase de desenvolvimento desse blo-co. O valor depende da característica da região a ser explorada, variando entre 50% a 80%.

De forma geral, como certificadora credenciada pela ANP, a Abendi veri-fica, tecnicamente, qual é o percen-tual nacional existente na fabricação de produtos e na contratação de ser-viços. Por exemplo: se uma conces-sionária contrata dez técnicos para realizar um determinado trabalho, é preciso saber quantos brasileiros fazem parte dessa equipe, determi-nando o índice percentual relaciona-do à contratação nacional da mão de obra.

No caso de equipamentos, essa mesma lógica se aplica em relação à quantidade de componentes nacio-nais utilizada na fabricação de um de-terminado bem.

Por isso, a certificação em questão funciona como uma ferramenta de verificação do compromisso.

“A Abendi vislumbrou a oportuni-dade de ampliar o leque de serviços a serem prestados para a sua rede de relacionamento e associados, bus-cando o credenciamento, junto à ANP, como Certificadora de Conteúdo Local. O processo de credenciamento leva em conta vários requisitos orga-nizacionais, tais como: conformidade financeira, jurídica, patrimonial e téc-nica.

Logo, o credenciamento represen-ta a competência da equipe da Aben-di em obter sucesso no desenvolvi-mento de novos projetos e, com isso, garantir a sua perenidade’’, declara o consultor técnico da associação, Hé-lio Rodrigues.

Atualmente, a ANP credencia enti-dades para certificar 21 áreas de ati-vidades.

Vale ressaltar que a Certificação de Conteúdo Local também incrementa o desenvolvimento tecnológico do País, promove a capacitação de Re-cursos Humanos, gera emprego, ren-da e condições de competitividade das empresas brasileiras. a

Simplicidade e rapidez na certificação Abendi - Mudanças no processo aceleram a Certificação

A Abendi simplificou seu processo de Cer-tificação para agilizar e facilitar a vida dos profissionais que atuam no setor de END e precisam se certificar.As cinco etapas que envolvem a Certifi-cação permanecem as mesmas, ou seja, é preciso comprovar:Treinamento;Escolaridade;

Aptidão física;Experiência profissional no método;Exames teóricos e práticos.O que mudou foi a prioridade da entrega das comprovações. A partir de novembro próximo, para mar-car o exame técnico e dar início ao proces-so de Certificação será necessário apenasassinar a solicitação e comprovar o treina-

mento. O resto da documentação poderá ser apresentada para análise até a data de realização do exame prático. Na página Certificação do site da Abendi está o for-mulário de solicitação. Basta preenche-lo e enviá-lo com a copia do documento de identidade (RG) para a sede da Associação.Aqueles candidatos que já estão com o pe-dido de Certificação em andamento, ou os

9tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

PesquisadoresinternacionaisparticipamdeeventosobrenovastecnologiasnaAssociação

A Abendi foi palco do Seminário so-bre Novas Tecnologias organizado pelo Centro de Avaliação Não Destrutiva (CAND), da Eletronuclear, em outubro. Além de especialistas no assunto, co-mo o gerente da área de Inspeções e Ensaios da Eletronuclear e diretor exe-cutivo do Centro, João Gabriel Hargrea-ves; o diretor técnico da Eletronuclear, Luiz Soares; o almirante do Centro Tec-nológico da Marinha, Luciano Pagano Jr; a pesquisadora do Ministério da Ci-ência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Léa de Freitas; também participaram do evento importantes representantes internacionais, de renomados centros de pesquisa, como os americanos Greg Selby e Michael Kroning, à frente das palestras “Novas Tecnologias EPRI’’ e“Parceria Cand-Areva’’, respectivamen-te; e o alemão Thomas Wenzel, que falou sobre ‘’Novas Tecnologias e Novo Laboratório IIS – Fraunhofer.’’

“O CAND ocupa um espaço que fica justamente entre as empresas e as uni-versidades, e tem como principal fun-ção atender as demandas do mercado internacional com institutos de pesqui-

Representantes de renomados centros de excelência, como o EPRI (Estados Unidos), Instituto Fraunhofer e BAM (Alemanha) abordaram pesquisas atuais

sas, antecipando os desafios da indús-tria nacional para o futuro. Para isso, conta com o apoio de associações como a Abendi e com as universida-des. Para os próximos anos, vamos aprofundar o relacionamento com os laboratórios IIS e IZFP Fraunhoffer, ambos de origem alemã, e o labora-tório americano BAM, no sentido de consolidar a possibilidade de criação de programas que sejam o Estado da Arte em tecnologia para os Ensaios

Não Destrutivos’’, afirmou Luiz Soa-res.

Já o diretor executivo do CAND dis-se que o centro está cumprindo a mis-são de aliar projetos, recursos e capa-cidade de entrega dentro dos prazos estabelecidos pelos demandantes, ou seja, as empresas. “A Abendi é funda-mental para o desenvolvimento, com o CAND, de novos produtos para ava-liação das análises não destrutivas de equipamentos e processos.’’

João Gabriel Hargreaves Luiz Soares

a

que já possuem documentação com pen-dência na secretaria, poderão se adequar a essa nova regra. Para tanto, deverão enca-minhar uma nova solicitação para o Setor de Certificação. Esta solicitação também está disponível em nosso site.Importante: o profissional só recebe a Cer-tificação após a aprovação de toda a do-cumentação solicitada e, claro, aprovação nos dois exames.

Ainda dá tempo de se certificar como N2

A chance de obter a Certificação Nível 2 (N2), para quem não tem curso técnico, vai até o dia 31 de dezembro deste ano. A partir de janeiro de 2014 apenas can-didatos que tenham concluído o ensino técnico poderão solicitar a certificação

Nível 2 do SNQC.A primeira providência para os profis-sionais que quiserem aproveitar essa oportunidade é encaminhar o formulário preenchido e assinado até 31/12/2013. O formulário está no site da Abendi.

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notícias

CursodeInspeçãolevaalunosàRefinariadeCapuava

“Uma visita técnica sempre me-lhora o relacionamento entre a teo-ria e a prática, e dá uma visão mais realista de uma planta industrial, no caso, de uma refinaria de petró-leo, pois muitos alunos só tinham conhecimento por meio de fotos ou slides.”

Esta é uma das propostas de en-sino de Rui Carvalho, coordenador do curso de Formação de Inspeto-res de Equipamentos da Abendi.

Rui levou seus alunos no mês de setembro para uma visita à Refina-ria de Capuava (Recap), situada en-tre os municípios de Santo André e Mauá, na Grande São Paulo.

Durante a visita, os alunos tive-ram uma visão geral das atividades da refinaria, seus principais produ-

tos e mercados atendidos, e conhe-ceram a área industrial que abriga o parque de equipamentos da uni-dade.

Segundo Edna Lacerda, integran-te do grupo, “a visita à Recap foi importante para a verificação física dos equipamentos de processos apresentados teoricamente no cur-so de IEQ (Inspetor de Equipamen-tos), facilitando o aprendizado. Além disso, foi possível ter uma no-ção do ambiente de uma refinaria, que poderá ser um local de atua-ção na inspeção de equipamentos”.

Os alunos foram recebidos e acompanhados durante toda a visita pelo administrador Alexandre Silves-tre, representando a Gerência de Recursos Humanos, e por Antonio

A aula prática no ambiente de trabalho foi organizada para facilitar o aprendizado

Petr

obr

as

Pereira Domingos, Técnico de Ins-peção de Equipamentos e Instala-ções, representando a Gerência de Inspeção de Equipamentos.

A outra vantagem de uma aula prática é que, “quando ingressarem efetivamente na atividade de inspe-ção, os futuros inspetores não terão surpresas, por exemplo, quanto às dimensões dos equipamentos que terão que inspecionar”, completa Rui Carvalho.

A Abendi está com as inscrições

abertas para a nova turma que co-meça em março de 2014, com pre-ços especiais para inscrições até no-vembro. Informações:[email protected].: (11) 5586-3141

biblioteca

ConheçaaRevistadaAssociaçãoAlemãdeEND

Os artigos estão disponíveis em português na Biblioteca Transpetro, da Abendi

Quer conhecer a realidade do Setor de Inspeção da Alemanha? Procure a Biblioteca da Abendi e tenha acesso a artigos gerais so-bre Ensaios Não Destrutivos (ENDs) do país, incluindo aplicações não convencionais. São textos divulgados na Revista da Associação Alemã de END (DGZfP), uma publicação bimestral. Todo o mate-rial está disponível para consulta em português, com tradução do sócio-fundador da Abendi, Detlef W. Schultze.

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institucional

ParceriaentreassociaçõescrianovoCEQ

A Abendi acaba de fechar uma parceria com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) para a criação de um Centro de Exames de Qualificação (CEQ) vol-tado à realização das provas práticas do Sistema Nacional de Treinamento e Certificação de Pessoas para Instala-ção e Manutenção de Redes, Ramais e Unidades de Medição de Água.

No acordo, a Abendi fica respon-sável pela aplicação dos exames prá-ticos aos candidatos à certificação, enquanto a Abes realizará o treina-mento desses profissionais.

“O convênio entre a Abes e a

Abendi para implantar o centro de treinamento é um marco no setor, pois alia a história da primeira e mais antiga associação de profissionais do saneamento, a Abes, ao profissiona-lismo e à experiência da Abendi na capacitação e certificação de pes-soas, ao longo dos seus 34 anos de existência. “O CEQ contribuirá muito para o aperfeiçoamento da mão de obra que executa os reparos em re-des de distribuição e de implantação de ramais prediais, o que certamente ajudará na redução de perdas físicas nos sistemas de abastecimento de água, inicialmente no estado de São

Paulo’’, acredita o coordenador de Qualidade da Abes, Anderson Ama-ral.

Já o consultor de certificação da Abendi, João Rufino, entende que “o acordo é importante para as duas entidades, por proporcionar o de-senvolvimento de várias atividades conjuntas num setor que é tão ca-rente em nosso País.’’

No momento, estão sendo desen-volvidas as instalações necessárias para as atividades de treinamento e aplicação de provas no CEQ, que funcionará na rua Onze de Junho, nº 1218 – Vila Clementino.

O Centro de Exames de Qualificação para profissionais que fazem reparos em ramais e redes

de medição de água da Sabesp, começa a funcionar em outubro

Centro de Exame e Qualificação (CEQ) da Abendi, localizado em São Paulo (SP)

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artigoespecial

E ssas citações, corriqueiras no co-tidiano corporativo, dão a dimen-

são de que ter expertise em uma ati-vidade profissional não significa obter bons resultados pessoais, profissio-nais e organizacionais. Ao contrário, pode significar adoecer física ou psi-cologicamente, ser avaliado por baixo rendimento e muitas outras perdas.

Christofe Dejours, psiquiatra e autor do livro “A loucura do Trabalho”, diz: (...) “a atividade profissional não é só um meio de ganhar a vida – é também uma forma de inserção social onde os aspectos psíquicos e físicos estão for-

temente implicados. O trabalho pode ser um fator de deterioração, de enve-lhecimento ou doenças graves, mas, pode também, constituir-se como um fator de equilíbrio e desenvolvimento. A possibilidade da segunda hipótese está vinculada a um trabalho que per-mita aliar às necessidades físicas, o desejo de executar a tarefa”.

Freud, citado pelo psiquiatra e psi-canalista Pérsio Osório Nogueira, em seu livro, “Uma Trajetória Analítica”, diz: “O ser humano é visto em seu aspecto mental como um ser que se constitui dentro de uma relação;

OAmbienteCorporativoeasRelaçõesInterpessoais:Umagrandeescola

seu desenvolver-se é fruto de uma relação e seu perturbar-se, pelo me-nos em algumas formas, seria fruto de relacionamentos precocemente perturbados, não se estruturando as condições mentais adequadas ao en-frentamento dos desafios posteriores da vida.”

Com essas citações podemos perce-ber a importância dos relacionamen-tos humanos para o desenvolvimento saudável da nossa estrutura psíquica desde o início de nossa vida. Quanto mais estruturado nosso mental, me-lhor enfrentamos nossos desafios diá-

Isa Magalhães

“Sou empenhada e me es-forço para a equipe completar a tarefa, mas nunca está bom!” (perda de estímulo)

“Meu chefe não sabe tratar bem as pessoas, é grosseiro e prepotente”. (sentimento de inferioridade, desrespeito, indignação) “Não adianta falar, ninguém

me ouve ou toma providên-cia”. (sentimento de impotência e desânimo)

“Adoro o meu trabalho, mas as pessoas da empresa são horríveis e não tenho vontade de ir trabalhar”. (perda de desejo)

“Tenho que tomar cui-dado, se bobear puxam meu tapete”. (sentimento de inse-gurança e vulnerabilidade)

“Meu chefe é manipula-dor, só me enrola e não decide”. (sentimento de objeto à disposição ou dispensável)

15tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

rios em quaisquer esferas: pessoal, so-cial e profissional.

Assim, as pessoas e a qualidade de suas relações interpessoais fazem toda a diferença em qualquer organização.

Nas empresas prestadoras de ser-viços, e serviços altamente técnicos, onde atuam os profissionais de END, patrocinar o desenvolvimento dessa habilidade humana essencial, faz-se prioridade. Não são os treinamentos ou as ações pedagógicas e educativas que vão trazer melhorias significativas por si só, mas projetos de desenvolvi-mento individual e em grupo, por meio de ações continuadas - psicológicas, sociais, pedagógicas, educativas e de treinamento.

Não adianta somente informar, edu-car e treinar o profissional, seja ele lí-der ou liderado, a importância da em-patia; a necessidade de saber ouvir; a capacidade de ouvir críticas; ser mais assertivo; encorajar-se para dizer o que deve ser dito; ser flexível; ser profissio-nal e não guardar mágoas ou rancores; não ficar na defensiva; sair do papel de bode expiatório, e mais o que cada leitor quiser acrescentar sobre suas di-ficuldades de relacionamento.

O que adianta é criar condições para que as pessoas adquiram consciência das próprias dificuldades citadas aci-ma, saindo da posição de vítima “dos outros” ou das situações. Não adianta reclamar do chefe ou do colega que te ofende e não te entende, é neces-sário descobrir se há outra forma de lidar com isso, se é possível promover as próprias mudanças e, a partir delas, abrir caminho para que as pessoas se modifiquem e o ambiente se torne mais acolhedor e produtivo.

O autoconhecimento é libertador, pois nos coloca como responsáveis pelas pró-prias mudanças. Podemos perceber co-mo esse trabalho de mudar a si mesmo é árduo, trabalhoso, angustiante e requer investimento diário e constante.

Só a partir das vivências dos pro-cessos e com as novas percepções – autoconhecimento ampliado - é que podemos perceber o outro com suas dificuldades e seus limites de relação. Passa a ser possível, por exemplo, ou-vir a grosseria de um chefe ou colega sem considerar um ataque pessoal, mas como algo que ele é incapaz de con-trolar ou fazer diferente. Uma postura não defensiva muda o impacto que um novo comportamento terá sobre o interlocutor, a relação, a percepção e a necessidade de defesa mudam, abrindo caminho para uma relação pessoal mais produtiva e realizadora para ambos.

Isso é resultado de um processo de desenvolvimento, onde cada persona-lidade ou perfil trilha seu próprio cami-nho na relação com o outro, ou com o grupo. Assim, o ambiente corporativo é uma imensa escola, onde os desa-fios são inúmeros e diários. Esta escola precisa ser estruturada e explorada ao máximo para o desenvolvimento de pessoas mais amadurecidas em seus relacionamentos interpessoais.

Nesse sentido, os ambientes de área técnica são escolas ainda mais necessi-tadas de tal investimento, pois a habi-lidade técnica, na maioria das vezes, limita o desenvolvimento das habilida-des de relacionamento pela baixa fre-quência de uso. Nesse tipo de relação, as discussões são sobre resoluções de problemas técnicos, objetivos e prá-

ticos. Mas, não se pode viver apenas das relações técnicas. Um engenheiro, por exemplo, necessita dos bons re-lacionamentos verticais e horizontais da estrutura organizacional para obter melhor resultado em sua atuação de uma forma geral.

Anderson Chagas e autores (?), na publicação do artigo “Um Estudo sobre Habilidades Empáticas e sua importân-cia nos Relacionamentos Interpessoais no Ambiente Organizacional”, diz: (...) “É comum observarmos excelentes téc-nicos que se tornam péssimos gestores. Há de se observar que as atividades técnicas, em especial as de alta deman-da intelectual, dão chance para que mesmo os indivíduos com dificuldades sociais cresçam em suas carreiras e, eventualmente, venham a exercer car-gos de chefia. A ausência de habilidade empática, contudo, dificulta seu suces-so nas atividades gerenciais.”

Se é fato que as pessoas com capa-cidades mais amadurecidas de relacio-namento pessoal fazem a diferença nas organizações, então o líder de sucesso será aquele que antes de tiver o melhor projeto de desenvolvimento para os seus liderados nessa área. O processo de desenvolvimento, está no desejo das pessoas trabalharem de forma en-gajada, estimulada, cheia de energia e ânimo frente aos desafios. Elas sentirão confiança em si e na sua equipe; senti-rão orgulho e dignidade pelos resulta-dos alcançados; sentirão orgulho por serem colaboradores da organização.

Isso pode ser mais que uma visão. Pode ser a realidade nas organizações que realizam, efetivamente, seus pro-jetos de desenvolvimento do “ser” profissional.

Isa Magalhães é psicóloga, psicanalista e pedagoga com 30 anos de experiência profissional clínica, acadêmica e organizacional. É consultora organizacional es-pecialista em gerar e implementar soluções para o desenvolvimento da maturidade profissional em gestores, líderes, grupos, equipes e pessoas envolvidas na busca contínua de resultados com qualidade e alta performance. É sócia-diretora da DEVELOP I.M.– Crescimento Profissional: www.maturidadeprofissional.com.br

16 revista abendi no 58outubro de 2013

sócios

EmpresassóciasdaAbendi

ABS Group Services do Brasil LtdaACF Inspeções Consultoria e Montagem Industrial LtdaACINOR Inspeções e Serviços Técnicos LtdaASNDT-Tech - Avaliação de Integridade de Equipa-mentos Ltda.AT Solução Inteligente de Inspeção LtdaATEND - Serviços e Manutenção Ltda EPPAbsolute Examinações Não Destrutivas LtdaAdvanced OEM SolutionsAhak Brasil Serviços Industriais LtdaAltiseg Equipamentos de Segurança de Trabalho LtdaArctest Serviços Tec. Insp. e Manut. Indl. LtdaArotec S/A Indústria e ComércioAsema Seg. do Trabalho, Manut. e Alpinismo Ind. LtdaAsociación de Inv. Met. Del Noroeste - AIMENAuxilio - Assessoria e Serviços Técnicos LtdaAxess do BrasilÁtomo Radiop. e Segurança Nuclear S/C LtdaAços F. Sacchelli LtdaBBL - Bureau Brasileiro LtdaBC TRADE - Comercial Importadora e Exportadora LtdaBRTÜV Avaliações da Qualidade LtdaBalimetro Calib. e Serv. de Metrologia LtdaBelov Engenharia LtdaBrasil Inspeção de Equipamentos Industriais Ltda - EPPBrasil Inspeções Treinamento e DesenvolvimentoBraskem S/A - UNIB 1 BABrastech Consultoria e Inpeções Industriais LtdaBruke S/ABureau Veritas do Brasil Soc. Classificadora e Certif.LtdaBureau de Avali. da Conf.Quali. de Sistem. Ltda.C.I.C Certificação em Equipamentos Industriais e Cabos Ltda

CAPA Alpinismo Industrial Ltda MECBC Indústrias Pesadas S/ACCI - Centro Controle e Inspeção LtdaCEETEPS - Faculdade de Tecn. de Pindamonhan-gabaCETEMQ Centro Tecn. de Mão de Obra Qualif.CETI Treinamentos e Serviços Empresariais Ltda MECIA - Centro Nacional de Tecnologia e Com. LtdaCONSINSP - Insp. Equips. e Manut. Indl. LtdaCOTEND Controles Técnicos e END e Montagem LtdaCapaz Inspeções LtdaCarestream do Brasil Com. e Serv. de Prod. Med. LtdaCarlos Alberto Arruda Salles Marques & Cia LtdaCentro de Pesquisa de Energia Elétrica - CEPELCentro de Treinamento de Rio das Ostras e Inspeção LtdaCentro de Treinamento em END - CETREND/MGCesar & Fritsch Offshore Serviços de Manutenção LtdaCia de Saneamento Básico do Est. São Paulo-SABESPCivil Master Projetos e Construções LtdaClimbtec Serviços Técnicos em Altura LtdaCláudia Vital M.E - Vital End Equip. e Acessórios para ENDCompergy Qualidade LtdaConcremat - Engenharia e Tecnologia S/AConnect. Serv. CS Serviços de Mecânica Met. e Man em Altura LtdaControl Service - Prest. Serv. de Insp. e Repres. ComercialCooperativa Central de Prod. e Ind. de Trab. em Metalurgia - UNIFORJACooperativa dos Insp. Equip. Autônomos do Estado Bahia LtdaCooperativa dos Insp. de END Estado BA - COO-END

DMCJ Inspeções LtdaDerrick do Brasil Serviços LtdaDetection Technology IncDeten Química S/ADiagnostic Imagind Automação LtdaDivers University Esporte Aquático LtdaDruck Brasil LtdaEMC Engenharia Ltda.END Araújo Eletrônica IndustrialEND OliveiraEND TreinamenUSEND-Check Consult. e Serv. Espec.de Peças e Equip. LtdaENDI - Ensaios Não Destrutivos, Inspeção e Solda-gem LtdaEndtecne Importação e Comércio de END LtdaEngisa Insp. e Pesquisa Aplicada à Indústria LtdaEscola de Engª Eletromecânica da Bahia-EEEMBAEstaleiro Atlântico SulEstaleiro Brasa LtdaExtendeFocus Consultoria e Representação LtdaFugro Brasil Serviços Submarinos e Levantamentos LtdaFurnas Centrais Elétricas S/AGamatron Radiografia Industrial LtdaGerdau Aços Especiais S/AGerman Engenharia e Serviços de Manutenção LtdaGlobal End - Inspeções e Consultoria LtdaHCG Equipamentos LtdaHelling GmbHINSPEEND Ltda MEINTER-METRO Serviços Especiais LtdaIRM Services LtdaISQ Brasil - Instituto de Soldadura e Qualidade LtdaITW Chemical Products LtdaInoservice Serviços de Inspeção LtdaInspección y Diagnóstico Técnico ISOTEC LtdaInspecon - Inspeção e Serviços Ltda

17tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

Inspetec Inspeções Técnicas Ltda MeIntegra - Coop. Prof. Engª Integridade Equip. LtdaIntelligeNDT Systems & Services GmbHIrmãos Passaúra S/AJBS Inspeção e Ensaios LtdaJN Inspeção Ensaio Não Destrutivos em Equip. Ind. LtdaK2 do Brasil Serviços LtdaKOENDE TECNOLOGIA EM INSPECOES INDUS-TRIAIS LTDAKroma Produtos Fotográficos e Representação LtdaKubika Comercial LtdaLWF Treinamento e Consultoria em Engª LtdaLambda Inspeções Treinamentos e Serviços Ltda. MELatin Consult Engenharia S/S LtdaLenco - Centro de Controle Tecnológico LtdaLloyd’s Register do Brasil LtdaLuthom Engenharia LtdaM2M Phased Array TechnologiesM2M do Brasil Serv. de Anál. Tec. em END LtdaMAB Soldas em Geral Ltda - EPPMKS Serviços Especiais de Engenharia LtdaMarcelo de Carvalho Salomão EPPMaxim Comércio e Consultoria Industrial LtdaMetal-Chek do Brasil Indústria e Comércio LtdaMetalquímica Tecnologia e Serviços Ltda EPPMetaltec Não Destrutivos LtdaMoody Internacional Brasil Ltda.Multiflux Máquinas Especiais Ind. e Com. LtdaNDB Vision LtdaNDT do BrasilNews Inspeções LtdaNuclebrás Equipamentos Pesados S/A - NUCLEPNúcleo Serviços de Inspeção de Equipamentos LtdaOceânica Engenharia e Consultoria LtdaOstra Service e Inspeções e Reparo em Equipamen-tos Ind. LtdaOxix Cursos e Projetos EspeciaisPaneng Engenharia e Consultoria LtdaPetrobras Transportes S/A - TRANSPETROPetrustest Consultoria em Controle da Qualidade LtdaPetróleo Brasileiro S/A - PETROBRASPhysical Acoustics South America Ltda - PASAPlanet Serviços LtdaPolimeter Comércio e Representações LtdaPolotest Consultoria, Controle de Qualidade e Serviços LtdaPolyteste InspeçõesPowertemp Tecnologia Industrial LtdaProaqt Empreedimentos TecnológicosProceq SAO Equipamentos de Medição LtdaQualitate Inspeções e END LtdaQualitec Engenharia da Qualidade LtdaQualitech Inspeção, Reparo e Manutenção LtdaQualy End Inspeções LtdaR.R.V.M. Comércio e Assessoria Técnica LtdaRaimeck Comércio Importação e Exportação Ltda

Rufino Teles EngenhariaSANTEC - Tecnologia de SoldagemSANTEND - Inspeções e QualidadeSEND CONTROL INSPECOES INDUSTRIAIS LTDASGS do Brasil LtdaSINCQ - Serviços Industriais e Controle de Quali-dade LtdaSISTAC - Sistemas de Acesso LtdaSKE Inspeção e Consultoria LtdaSagatech Inspeções de Equipamentos LtdaSaipem do Brasil Serviços de Petróleo.Sanesi Engenharia e Saneamento LtdaSansuy S/A Indústria de PlásticosSantos & Fagundes Assessoria em Resgate LtdaSatec Controle de Qual. Equipamentos Petroquimi-cos LtdaScorpion Trabalhos em Altura LtdaServ-End Indústria e Comércio LtdaService Engenharia da Qualidade LtdaServiço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAIServiços Marítimos Continental S/ASiemens LtdaSimex - Sistemas de Inspeção Móveis LtdaSociedade de Ensino Iguaçu S/C LtdaSoldas Especiais ArmênioSolutec Brasil Serviços Técnicos em Montagem e Manutenção LTDASystem Asses., Insp. e Controle da Qualidade LtdaTGM - Turbinas Indústria e Comércio LtdaTQI Treinamento, Qualificação e Inspeção Industrial LtdaTSA Tubos Soldados AtlânticoTec Sub Tecnologia Subaquática LtdaTech-End Ensaios Não DestrutivosTechnical Books Livraria LtdaTechnotest Serviços de Inspeções Técnicas LtdaTecnomedição Sistemas de Medição LtdaTecnopetro Inpeção e Consultoria LtdaTenaris Industrial S/ATerminal Químico de Aratu S/A - TEQUIMARTopcheck Controle da Qualidade LtdaTrac Oil And Gas LTDA.Tracerco do Brasil Diagnósticos de Processos Industriais LtdaTuper Tubos S/AUsinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - USI-MINASValbrasil Comércio e Indústria LtdaVallourec & Sumitomo Tubos do Brasil LtdaVallourec Tubos do Brasil S.A.Varco International do Brasil Equipamentos e Serviços LtdaVictória Qualidade Industrial LtdaVillar Manutenção de Máquinas LtdaVoith Hydro LtdaWelding Science-Medar Com. Serv. Ltda.EPPWelding Soldagem e Inspeções Ltda

Sóciospodempagarmenosimpostosnas

importações

A Abendi está renovando o benefício Ex-Tarifário oferecido aos sócios. Trata-se de uma redução temporária do imposto de importação incidente em uma determinada mercadoria, ou seja, é uma exceção à tarifa. A redução é válida por um período determinado e terá alíquota mínima de 2%. Mas atenção: esse desconto só poderá ser solicitado por empresas interessadas em importar produtos exclusivos de outros países, sem simila-res nacionais.

Nesses casos, a Abendi auxilia as empresas associadas na so-licitação para importação das mercadorias, divulgando a data de solicitação/vencimento dos ex-tarifários, fazendo o levan-tamento das empresas interessadas no benefício e reunindo todas elas para elaborar um único texto de solicitação técnica. Portanto, cabe à empresa solicitar esse apoio, formalizando um pedido no qual conste como deseja participar. Mais informa-ções com a gerente executiva da Divisão Associativa, Treina-mentos, Eventos e Sócios, Irani de Oliveira: [email protected].

O benefício Ex-Tarifário é válido para a importação de produtos sem similares

nacionais

Abendi conquista mais umaempresa associada

O Estaleiro Brasa, localizado em Niterói, Rio de Janeiro, é a mais nova empresa sócia e parceira da Abendi.

a

18 revista abendi no 58outubro de 2013

EstaleiroAtlânticoSul(EAS)avançanaformaçãocontínuadecolaboradores

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) dá um passo importante na formação contínua dos seus profissionais com a criação do Centro de Desenvolvimento Humano (CDH), que já treinou mais de cinco mil colaboradores nos primeiros seis meses de funcionamento. Em operação desde janeiro deste ano, o centro visa a um processo de apren-dizagem profissional permanente e tem como parceiro contratado o SENAI.

“O CDH do EAS é um investimento

sóciospatrocinadores

CursodeRadiografiaDigital

Com mais de 100 anos de experiência em ciência da imagem, a Carestream (ex-Kodak) oferece um curso de Ra-diografia Digital especialmente plane-jado para atender às necessidades da indústria de Ensaios Não Destrutivos (ENDs). O curso, com carga horária de 40 horas, é ministrado em Inglês nos laboratórios de END da empresa, em Rochester, Nova Iorque, mas pode ser realizado nas instalações do próprio cliente, mediante programação pré-via. É necessário que os candidatos tenham conhecimento em radiografia industrial e sejam inspetores Nível I ou Nível II. O curso é ministrado em classes reduzidas de alunos, propor-cionando mais interação com os alu-nos e instrutores.

para elevar o nível de formação e qualificação dos profissionais da re-gião, com o propósito de ampliar co-nhecimentos, talentos e potenciais de nossos colaboradores. O centro é maisum marco importante para a sedimen-tação e o desenvolvimento da indús-tria naval de Pernambuco”, afirma o presidente, Otoniel Silva Reis.

O CDH conta com três blocos, sendodois compostos por salas de aula, sa-la de reunião, sala de TI, núcleo pe-

dagógico, arquivos, biblioteca e audi-tório; e outro por laboratórios técnicos de solda, caldeiraria e tubulação, me-cânica, elétrica, instrumentação, me-trologia e habilidades manuais. O cen-tro, localizado na estrutura onde fun-cionaram os primeiros escritórios do estaleiro, tem capacidade para atender500 pessoas simultaneamente, numaárea com cerca de 950 metros qua-drados. Atualmente, são 13 salas com capacidade para 20 a 60 alunos cada.

Os alunos têm acesso a fontes de raios-X e a detectores digitais, como o CR – Radiografia Computadorizada e o DR – Radiografia Digital.

O treinamento é dividido entre clas-ses teóricas e aulas práticas no labora-boratório. Os alunos aprovados no curso se qualificam a receber dez pon-

tos na renovação de seu certificado, junto a ASNT. O curso é ministrado por nossos especialistas em imagem digital: Steve Mango, Carestream Worldwide Technical Manager NDT e Brian White, Carestream Technology Development Manager NDT. Mais informações em www.carestream.com/ndt.

A criação do Centro de Desenvolvimento Humano (CDH) é mais um marco importante para a

sedimentação e o desenvolvimento da indústria naval de Pernambuco

As aulas acontecem nos laboratórios de END da empresa, em Nova Iorque (EUA)

eventos

eventos

O Congresso Nacional de Ensaios Não Destrutivos e Ins-peção (Conaend) está na 32ª edição, e é uma excelen-

te oportunidade para divulgar novas experiências no setor de END. Os interessados em apresentar trabalho técnico no even-to devem enviar uma sinopse para o Setor de Eventos da Aben-di até o dia 7 de novembro.

De acordo com as regras do evento, os trabalhos podem ser apresentados de forma oral (com duração de 20 minutos para abordagem de assunto técnico-científico de interesse geral), ou em pôster (discussão informal com foco específi-co). Os autores concorrem ao Prêmio Paula Leite, que elege o melhor trabalho oral em conteúdo técnico e inovação tec-nológica.

“O Conaend é o mais importante evento do setor no País. Promovido todos os anos, ocorre de forma alternada, ora com a Coteq, ora isoladamente. Ao congregar especialistas de pratica-mente todos os setores industriais, torna-se uma rara oportunidade para a troca de ideias e conhecimentos sobre a aplicação de métodos na rotina das empresas. Além disso, o congresso tem cunho técnico-social, uma vez que os partici-pantes se reúnem num mesmo local, transmitindo suas expe-riências e trocando informações’’, destaca o diretor executivo da Abendi, João Conte.

Com objetivo de divulgar os principais avanços tecnológicos e as aplicações de END e Inspeção, o congresso é voltado aos empresários, diretores, gerentes, engenheiros, pesquisadores, técnicos dos níveis 1,2 e 3 certificados e técnicos de nível mé-dio, prestadores de serviços e representantes de produtos e equipamentos. O Conaend acontece de 18 a 21 de agosto de 2014, no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital pau-lista.

Acesse o site do evento para mais informações:www.abendieventos.org.br/conaend_iev

Eventos Gerais - Em breve, o calendário de eventos 2014 es-tará disponível no site de Abendi. Aguarde!

ApresentesuasideiasnopróximoConaend-IEV

O evento é uma excelente oportunidade para a troca de conhecimento

a

20 revista abendi no 58outubro de 2013

OTR

AbendireconheceCetrecomoOTRnoRiodeJaneiro

A Abendi reconheceu a nova uni-dade do Cetre do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), como Organismo de

Treinamento Reconhecido (OTR). Os treinamentos realizados no local in-cluem os seguintes métodos: US / PM

/ LP / CD-CL / ER / EV / Estanqueidade (Sabesp) / Estanqueidade / Formação para Supervisores de Radioproteção.

Mais informações: www.cetre.com.br.

OrganismosdeTreinamentosConfira, abaixo, a relação de Treinamentos Reconhecidos pela Abendi

21tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

22 revista abendi no 58outubro de 2013

treinamentos

AbertasasinscriçõesparaocursodeInspetordeEquipamentos2014

A especialização numa atividade profissional em alta no merca-

do é uma forma de manter-se bem empregado, e o curso de Inspetor de Equipamentos (IEQ), realizado pela Abendi, mostra bem essa realidade. Um inspetor é figura indispensável na indústria em geral, sobretudo nos setores químico, petroquímico e de petróleo, em constante desenvolvi-mento.

O treinamento qualifica engenhei-ros, técnicos e profissionais com en-sino médio completo. As aulas têm duração aproximada de dez meses, ministradas de segunda a quinta, das 18h30 às 22h30, na sede da Associa-ção, em São Paulo (SP). É importante frisar que os alunos, ao concluírem o treinamento de IEQ, estão dispensa-dos da prova de nivelamento para dar entrada ao processo de certificação, mesmo sem ter o curso técnico de nível médio.

Os participantes estarão capacita-dos a realizar ou fiscalizar inspeções, medições e análises necessárias para avaliação das condições físicas dos equipamentos. Além disso, quem con-clui o treinamento está apto a elabo-rar e controlar o andamento de pro-gramas e planos de inspeção, redigir relatórios, recomendações técnicas de inspeção, avaliar a intensidade das avarias e descontinuidades, compa-rando os resultados com os requisitos

Quem conclui o treinamento está apto a elaborar e controlar o andamento deprograma e planos de inspeção

estabelecidos pelos códigos de proje-to dos equipamentos.

Inmetro - Vale destacar que a Por-taria 349 do Inmetro exige essa for-mação para trabalhar no segmento, além de estabelecer o programa e a carga horária, que é de 560 horas-au-la. No curso são abordados conheci-mentos básicos e específicos da área, como corrosão e proteção contra de-terioração, técnicas de inspeção e es-pecializações técnicas. São seis módu-dulos divididos em: 1. Conhecimentos Básicos, 2. Conhecimentos Específicos, 3. Técnicas de Proteção Conta Deterio-ração, 4. Técnicas de Inspeção I, 5. Téc-

nicas de Inspeção II, e 6. Especializa-ções Técnicas.

Valor - O investimento é de R$ 8.000,00 para sócios da Abendi ou R$ 8.400,00 para os que ainda não são sócios. As inscrições estão aber-tas e as vagas são limitadas. É possí-vel fazer o parcelamento até 12 vezes no cartão de crédito ou no cheque para os alunos que fecharem o trei-namento até novembro deste ano. A partir de janeiro de 2014, o valor será reajustado.

Para inscrição e outras informações escreva: ([email protected]) ou telefone (11) 5586-3141.

A Refinaria Camaçari, na Bahia, conta com o trabalho diário do inspetor de equipamentos

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24 revista abendi no 58outubro de 2013

normalização

A norma técnica é o repositório das melhores tecnologias consolidadas para determinado segmento, de acor-do com o diretor adjunto de Negócios da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Odilão Baptista Jr. Ele

NormasTécnicas:TecnologiaConsolidada

A Abendi, que secretaria o Organismo de Normalização Setorial da ABNT para END, já publicou pelo menos cem normas desde a sua instalação em 2004

explica que as normas elaboradas pe-la ABNT são de uso voluntário pelos profissionais, servindo apenas de guia para a realização, de forma correta, de uma obra ou prestação de um ser-viço, e se constituem em um patamar

mínimo capaz de oferecer segurança tanto para o profissional quanto para a sociedade.

As normas técnicas são elaboradas por especialistas em suas respectivas áreas. “Quando um engenheiro faz um

Normas de END Publicadas em 2013:ABNT NBR 10272

Medição e avaliação de severidade das vibrações mecânicas de máquinas elétricas rotativas com altura de eixo entre 80

mm e 400 mm.

ABNT NBR 15521

Ensaios não destrutivos - Ultrassom - Classificação mecânica de madeira serrada de dicotiledôneas

ABNT NBR 16178

Ensaios não destrutivos - Emissão Acústica - Verificação do desempenho dos sensores de emissão acústica

ABNT NBR 16153

Ensaios não destrutivos - Estanqueidade para Saneamento básico - Qualificação e certificação de pessoal

ABNT NBR 16138

Metrologia – Ensaios não destrutivos – Calibração de cabeçotes de instrumentos de ultrassom

ABNT NBR 16146

Metrologia – Ensaios não destrutivos – Calibração de cabos de instrumentos de ultrassom

ABNT NBR 16154

Ensaios não destrutivos – Ondas Guiadas – Inspeção de dutos e tubulações aéreas

ABNT NBR 15572

Ensaios não destrutivos - Termografia - Guia para inspeção de equipamentos elétricos e mecânicos

ABNT NBR 15693

Ensaios não destrutivos - Teste por pontos - Identificação de metais e ligas metálicas

ABNT NBR 16137

Ensaios não destrutivos - Teste por pontos - Identificação de materiais

ABNT NBR 16196

Ensaios não destrutivos - Ultrassom - Uso da técnica de tempo de percurso da onda difratada (ToFD) para ensaio em soldas

25tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

projeto, a consonância com a norma é uma garantia de que o produto é bom”, afirma Odilão. Além disso, ele explica que, caso ocorra algum problema, mas o profissional seguiu corretamente as normas, esse fato poderá ser um atenuante para o juiz.

A Abendi, que secretaria o Orga-nismo de Normalização Setorial da ABNT para END, já publicou pelo me-nos 100 normas desde o início dessa atividade, em 2004, e possui um acer-

vo, formado entre os anos de 1984 a 2013, de normas sobre Ultrassom, Radiografia, Ensaio Visual, Partículas Magnéticas e vários outros métodos. Só em 2013, foram elaboradas e re-visadas 11 normas (veja box), dentre elas podemos citar a de ToFD e Ondas Guiadas.

A relação completa do acervo de END pode ser vista no site da ABNT: http://www.abntcatalogo.com.br/. Clicar no campo “Comitê” e selecio-

nar “ABNT/ONS-58 Ensaios Não Des-trutivos”.

Os interessados em participar do desenvolvimento das normas de END devem enviar um e-mail para:[email protected].

InformaçõesAlessandra AlvesGerente Executiva da Divisão TécnicaTel.: 11 5586-3195E-mail: [email protected]

26 revista abendi no 58outubro de 2013

certificação

J á está aberto o reconhecimento de profissionais para o novo Siste-

ma de Certificação de Metrologistas. Trata-se de um processo para atestar a qualidade do trabalho realizado em laboratórios voltados à calibração de equipamentos e instrumentos de medição.

Criado inicialmente para atender à necessidade de mão de obra qualifi-cada da Rede Metrológica do Estado de São Paulo (Remesp), o processo de reconhecimento tem um público-alvo de aproximadamente seis mil profissionais candidatos à certifica-ção, que trabalham em pelo menos 600 laboratórios de calibração espa-lhados pelo Estado.

“Nesse primeiro momento espera-mos certificar, rapidamente, 100 pes-soas. Isso sem considerar a eventualadesão de mais estados e outras re-des metrológicas a essa iniciativa pio-neira. O programa começa com o re-conhecimento formal dos profissionais que, já trabalhando, atuem nesse mercado, e possam comprovar sua competência conforme as regras es-tabelecidas. Vamos estruturar cen-tros de treinamentos especializados que devem cumprir, integralmente, as aulas teóricas e práticas exigidas pelo sistema de qualificação e cer-tificação’’, explica um dos diretores da Remesp e diretor do Inter-Metro, Oswaldo Rossi Júnior (foto).

Nesse momento, como ressalta-do anteriormente, o processo de certificação de metrologistas está reconhecendo os profissionais que já trabalham no setor, a partir das

CertificaçãodeMetrologistas

O mercado de vagas para esse perfil de profissional aumenta a cada dia emfunção do crescimento da indústria e dos serviços no País

seguintes classificações:Nível 1 – Exerce a função de técni-

co auxiliar, ou seja, é quem prepara os padrões físicos necessários às ca-librações; pode executar as medições de calibração com base em procedi-mentos previamente aprovados e va-lidados para os quais foi treinado; re-gistra os resultados das calibrações.

Nível 2 – Corresponde ao metro-logista de laboratório, sendo um res-ponsável direto pela execução das medidas e do tratamento estatístico; determina erros de medição e avalia os resultados e a coerência do relató-rio de calibração; é o preparador efe-tivo dos procedimentos de calibração e o emissor do certificado formal de calibração.

Nível 3 – Esse último posto da hierarquia é ocupado pelo gerente técnico, um profissional que aprova os procedimentos de calibração e, eventualmente, os elabora; calcula asincertezas da medição; analisa e in-terpreta as normas de calibração e as especificações; responde tecnica-mente pelas calibrações e qualidade dos serviços; e pode, em determina-das situações, ser o responsável pelo atendimento ao sistema da qualida-de do laboratório, com base na nor-ma ISO/IEC 17025; por último, é o profissional responsável pelo treina-mento dos níveis 1 e 2.

A demanda para esse perfil de profissional aumenta a cada dia em função do crescimento da indústria

e dos serviços no País, afirma Rossi. Entretanto, acrescenta o especialis-ta, os laboratórios de metrologia em calibração ainda enfrentam um obs-táculo comum no Brasil: a falta de qualificação profissional formal.

“Como exemplo, citamos um le-vantamento feito pela ConfederaçãoNacional das Indústrias (CNI), reve-lando que pelo menos 70% das em-presas nacionais têm dificuldade para encontrar mão de obra qualificada. A área da metrologia não é diferente. O Brasil realizou avanços consideráveis, mas ainda faltam profissionais bem preparados e cursos mais especializa-dos para, praticamente, todos os se-tores da nossa economia. Esse atual processo de certificação, desenvol-vido na parceria entre a Abendi e a Remesp, certamente é uma forma de resolver esse problema’’, aposta Rossi. a

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27tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

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Confira,abaixo,arelaçãodeTreinamentosReconhecidospelaAbendi

ATSG - Academia Tecnológica deSistemas de Gestão LtdaBrisot Consultoria &Treinamento LtdaBureau Acta deCertificação - QS

De Martini Ambiental

DSGD Consultoria eTreinamento

Fundação Vanzolini

GL - Germanischer lLoyd

HGB - Consultoria eGestão LTDAInstituto Falcão Bauer daQualidade

Knower Consultoria

LLOYD´S Register doBrasil

Luis Fernando JolyAssumpção

MCG Qualidade Ltda.

Módulo SecuritySolutions

PATHITTS

RPD Consultoria &Treinamento

Setec QualitasConsultoria eTreinamento LtdaYTEC - Tecno AmbientalLtda

Legenda

Curso de Formação de Auditor Líder

Curso de Formação de Auditor Líder e Auditor Interno

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28 revista abendi no 58outubro de 2013

capa

Governo pretende ampliar a malha e produzir Trens de Alta Velocidade (TAVs) e monotrilhos. Os investimentos podem chegar a R$ 91 bilhões

Alexandra Alves

E squecido por quase 50 anos, o setor ferroviário volta a ser as-sunto no Brasil. O País preten-

de investir, novamente, num sistema de transporte vencido pela força da indústria automobilística, que vem ganhando velocidade desde o gover-no de Juscelino Kubitschek, entre os anos 1956 e 1961.

Tendo a sua primeira estrada de fer-ro construída ainda na época do Impé-rio, a Nação enfrenta agora o desafio de retomar o setor, motivada pela re-dução de acidentes (o segmento ferro-viário é o que menos registra acidentes com mortes), do trânsito e da poluição. Para isso, o Ministério dos Transportes pretende incentivar o tráfego de carga pelos trilhos e tornar o trem melhor que o ônibus, estimulando a população a fazer a troca de modal.

Os planos são ousados e incluem, so-bretudo, a ampliação da malha, o de-senvolvimento de Trens de Alta Veloci-dade (TAVs) e monotrilhos. Os recursos virão do Programa de Investimentos em Logística (PIL), que prevê para o se-tor a construção de 10 mil km de novas ferrovias, com investimentos da ordem de R$ 91 bilhões (R$ 56 bilhões gastos em cinco anos e R$35 bilhões projeta-dos para os próximos 25 anos).

Além disso, o Governo promete, pormeio do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), aplicar R$12,8 bi-lhões (R$10,8 bilhões no período de 2011 a 2014, e os outros R$2 bilhões após 2014) na construção de 4.384,8 km de

novas ferrovias exclusivamente para o transporte de cargas.

Em entrevista à Revista Abendi, o mi-nistro dos Transportes, César Borges, disse que “uma nação de extensões continentais como o Brasil precisa de uma malha ferroviária ampla e moder-na, para levar a produção até os portos mais distantes do país. Após algumas décadas sem os recursos necessários, o Governo Federal vem investindo, nos últimos dez anos, na modernização e ampliação das nossas ferrovias. ’’

E mesmo no período em que ficou abandonada, a indústria ferroviária se manteve firme do jeito que pôde. Afi-nal, segundo o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamen-tos Ferroviários e Rodoviários (Sime-fre), o segmento é responsável por em-pregar, direta ou indiretamente, 30 milpessoas, e tem capacidade atual insta-lada de 12 mil vagões, mil carros de passageiros e 250 locomotivas. “O se-tor está apto a absorver qualquer de-manda sem preocupações. A expec-tativa, até o final de 2013, é fabricar em torno de três mil vagões de carga, cerca de 100 locomotivas e entre 350 e 400 carros de passageiros’’, afirma o diretor executivo da entidade, Francis-co Petrini.

Além disso, o faturamento do setor vem crescendo. Em 2011, foram R$3,8 bilhões; no ano seguinte, R$4,2 bilhões; e a estimativa até o fim deste ano é de R$4,8 bilhões. ”Existe uma expectativa em relação à modernização das malhas

29tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

Setor ferroviáriotrilha o caminho do desenvolvimento

Extensão das ferrovias de carga

Malha atual ................................................................................... 30 mil km

Em construção ............................................................................... 5 mil km

Programa de Investimentos em Logística ..................................... 11 mil km

Total até 2030 ................................................................................ 46 mil km

Fonte: Abifer

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ferroviárias de São Paulo, Rio de Janei-ro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Bra-sília, e a implementação de sistemas de TAVs em diversas capitais e cidades de médio porte, e de monotrilhos em São Paulo e Manaus. Muitos investimentos foram impulsionados pelos programas de incentivo e melhoria da mobilidade em função da Copa do Mundo e das Olimpíadas’’, assinala Petrini.

ENDs – No passado e agora, mais do que nunca, o setor ferroviário conta com o apoio dos Ensaios Não Destru-tivos para se desenvolver plenamente.

A siderúrgica Vallourec Tubos do Brasil, por exemplo, responsável pelaprodução do eixo ferroviário tubular e de componentes, entre eles compo-nentes estruturais para vagões, em-prega ENDs em todo o processo de fa-bricação, com objetivo de garantir a melhor qualidade. “Ainda assim, caso haja a detecção de algum desvio, são executadas, imediatamente, ações cor-retivas e de bloqueio, reduzindo o tem-

po de reação e o custo envolvido’’, acrescenta o gerente de qualidade e P&D, Ronaldo Antunes.

Os principais métodos usados pela empresa são Ultrassom (US), Correntes Parasitas (CPs) e Partículas Magnéticas (PM). “A inspeção usada na fabricação de eixos ferroviários tubulares foi de-senvolvida especificamente com essa fi-nalidade, utilizando as mais modernas tecnologias disponíveis globalmente e que são aplicadas também em outros segmentos do mercado com elevados padrões de qualidade, como o automo-tivo e o petrolífero’’, destaca Ronaldo.

Outra empresa a apostar nos resul-tados dos ENDs é a Randon, uma das maiores fabricantes de reboques e se-mirreboques do mundo, que ingres-sou no segmento ferroviário em 2004, produzindo vagões dos tipos hopper, gôndola, tanque, carga geral, sider, pla-taforma, além de outros itens. A seguir, veja como a companhia emprega os Ensaios Não Destrutivos.

Líquido Penetrante - Para a detec-

ção de descontinuidades superficiais, como vazamentos em tubos, tanques, soldas e componentes;

Ultrassom e Radiografia – Na veri-ficação de descontinuidades internas em materiais e também em regiões soldadas, baseando-se no fenômeno de reflexão de ondas acústicas quando encontram obstáculos à sua propaga-ção, dentro do material;

Inspeção Visual – Os produtos pas-sam por criteriosa inspeção visual em várias etapas, desde linhas de fabrica-ção até o material pronto na expedi-ção. ‘’Há uma grande diversidade de produtos, por isso o ensaio visual (EV) é um dos mais importantes. Cada item tem detalhes e componentes diferen-ciados, portanto, as inspeções ocorrem em vários setores. São inspecionadas soldas, pintura, montagem de sistemas,acessórios, entre outros. A detecção de defeitos em cada etapa do processo, como trincas, corrosão, deformação, alinhamento, cavidades e porosidade, é de extrema importância para garan-

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O Ministério dos Transportes pretende incentivar o tráfego de carga pelos trilhos e tornar o trem melhor que o ônibus

O Ministro dos Transportes, César Borges

31tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

tir a conformidade e a continuidade da produção’’, afirma o coordenador da engenharia da qualidade, Rafael Hoff Sobroza;

Teste de Estanqueidade ou Hidros-tático – Usado na verificação de possí-veis vazamentos de líquidos, a fim de efetivar a garantia da segurança ope-racional dos produtos, bem como a in-tegridade do meio ambiente. É reali-zado em regiões soldadas, evitando a saída (tanques de transporte/arma-zenamento) ou a entrada de líquido no produto (vagões de transporte de grãos).

‘’Os ENDs permitem uma análise no produto pronto, normalmente execu-

tada na própria linha de produção e/ou próximo a ela, sem a necessidade de fabricação de corpos-de-prova. A análise é imediata, e não comprome-te a demanda de produção, gerando resultados confiáveis. Atualmente, re-alizamos, rotineiramente, ensaios de estanqueidade nas nossas linhas de tanques, além de raios-X e ensaios vi-suais em todas as linhas de produção. Essas ferramentas auxiliam no controle do sistema de qualidade, reafirmando a segurança e a confiabilidade dos pro-dutos Randon’’, afirma Sobroza.

A BBL, uma prestadora de serviços que exerce várias atividades no setor ferroviário, emprega ENDs nos contra-

O Governo promete aplicar R$ 12,8 bilhões na construção de 4.384,8 km de novas ferrovias exclusivamente para o transporte de cargas

tos de inspeção de fabricação, monta-gem e testes finais dos equipamentos. Os métodos mais utilizados são US, PM e LP (peças fundidas, forjadas, soldas, trilhos e rodas); ES (detecção de vaza-mento de tubulação enterrada) e IRIS (tubulação de trocadores de calor e caldeira).

Ao recordar um caso de sucesso com o uso de END, o diretor da empre-sa, Nicolau Sevciuc, lembra que duran-te uma inspeção com o ensaio IRIS, emuma caldeira de alta pressão e produ-ção de vapor, foi encontrada uma gran-de quantidade de tubos com espessu-ras diminuídas devido à corrosão inter-na. “A espessura remanescente desses

’Uma nação de extensões continentais como o Brasil precisa de uma malha ferroviária ampla e moderna, para levar a produção

até os portos mais distantes do País. Após algumas décadas sem os recursos necessários, o Governo Federal tem, nos últimos

dez anos, investido na modernização e na ampliação das nos-sas ferrovias ’’, ministro dos transportes, César Borges.

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metria (compostos elastoméricos) e os ensaios físicos (carga, deformação) dos componentes fornecidos. Além disso, na fase de desenvolvimento, a Vibetch utiliza um equipamento que permite realizar ensaios de fadiga sobre com-postos de elastômero.

“Os produtos que fabricamos para o setor ferroviário são, na sua grandemaioria, constituídos de metal e elas-tômero (borracha natural). Alguns des-ses elementos (suspensão primária de trens) requerem que 100% dos com-ponentes sejam testados. Para aper-feiçoar o processo, é indispensável que ele seja acompanhado desde o recebi-mento da matéria-prima, adquirida de fontes certificadas, até todas as fases da fabricação. Afinal, esses tipos de componentes, caso não atendam aos requisitos do cliente, não permitem retrabalho’’, diz o diretor técnico da empresa, Bernard Baudouin.

Certificação Profissional – Na Val-lourec, segundo o gerente de qualida-

tubos era inferior à mínima de projeto. Se a empresa não trocasse ou isolasse estes tubos, haveria grande possibili-dade de rupturas da parede metálica do tubo, podendo provocar conse-quências desastrosas para a caldeira e para as pessoas que estivessem na proximidade’’, garante.

A Vibetch, especializada na fabrica-ção de amortecedores industriais usa-dos nas áreas naval e militar, entre ou-tras, também vem trabalhando com o setor ferroviário desde 1980, no de-senvolvimento de itens para isolação vertical do truque do metrô carro, dos coxins para isolação de compressores, dos elementos amortecedores para aparelhos de choques de vagões, das palmilhas elastoméricas para os trucks (aumentando a vida útil de rolamentos e rodas); das peças de reposição para acoplamentos e dos pinos elásticos (bielas, acoplamentos flexíveis), etc.

Na rotina da empresa, as principais ferramentas de END aplicadas pelo pes-soal de inspeção são os ensaios de reo-

Mesmo abandonado por quase cinco décadas, o segmento é responsável por empregar, direta ou indiretamente, 30 mil pessoas

de e P&D, a certificação profissional é extremamente importante para asse-gurar a confiabilidade dos ensaios re-alizados em produtos e equipamentos. “Nossa empresa investe continuamen-te na Qualificação e Certificação de pessoal em END, por meio de treina-mentos internos e externos. ’’

O coordenador da engenharia da qualidade da Randon, Rafael Hoff So-broza, comenta que existe, atualmen-te, uma carência muito grande de pro-fissionais devido à capacitação neces-sária para realizar alguns Ensaios Não Destrutivos.

“Temos uma diversidade de produ-tos e processos empregados na fabri-cação que torna impossível tanto con-centrar em um único profissional todos os conhecimentos necessários paraatender as nossas necessidades, como justificar investimento na contrataçãode funcionários vinculados à empresa. A alternativa é a contratação de em-presas especializadas nesse tipo de serviço, que praticamente detêm a

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No Metrô, segundo o técnico Luiz do Nascimento Pereira Junior, há pro-fissionais qualificados para as técnicas de LP, US, AV e, mais recentemente, em Termografia. A Gerência de Manuten-ção também conta com um profissio-nal certificado em Termografia Nível 3, pelo Sistema Nacional de Qualificação e Certificação (SNQC/END), e dois fun-cionários participando das reuniões

maioria dos profissionais qualificados disponível no mercado. ’’

Já a Vibetch, para investir em quali-ficação profissional, oferece cursos de especialização em entidades externas (em particular em laboratório de en-saios de elastômero) e, internamente, tem uma política de formação e de promoção do pessoal.

Em 2011, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) con-tratou uma empresa para capacitar 12 técnicos em inspeção termográ-fica e, mais recentemente, para tra-balhar com Ultrassom. Atualmente, a empresa avalia a possibilidade de constituir equipes dedicadas a essas inspeções, visando à formação de mão de obra especializada nesta área.

“De forma geral, os funcionários daCPTM são treinados para a utilização dos equipamentos adquiridos, garan-tindo a execução das atividades de en-saios. Entretanto, seria bastante opor-tuno se existisse uma certificação es-pecífica para a aplicação fundamenta-da em normas direcionadas para a fer-rovia, como já vimos em outras áreas’’, sugere um dos gerentes do Setor de Manutenção da companhia, Márcio Machado.

O faturamento da área vem crescendo, com estimativa de 4,8 bilhões até o fim do ano

mensais do Grupo Técnico em Norma-lização (GTN) Ferroviário para Trilhos e Eixos de Trens, na Abendi.

‘’Para aplicações de END voltadas para via permanente e trens, faltam profissionais qualificados no mercado e, por isso, o Metrô tem investido na qualificação de suas próprias equipes’’, acrescenta o técnico. (leia mais sobre CPTM e Metrô na página 34).

Conheça as atividades de Normalização da Abendi no setor ferroviário

Atenta à retomada da área ferroviária, a equipe de profissionais do Setor de Normalização da Abendi reuniu especialistas e criou um grupo

para revisão das normas técnicas da ABNT voltadas ao segmento:

NBR 7047 - Ensaios Não Destrutivos – Ultrassom – Determinação de descontinuidade em eixo ferroviário, que prescreve o método de detecção

e avaliação de descontinuidades internas em eixos forjados por Ultrassom manual no processo de fabricação e em condições operacionais para

transporte de passageiros e/ou carga.

PN 58:000.06-007 - Ensaios Não Destrutivos – Ultrassom – Determinação de descontinuidade em trilho ferroviário, que prescreve o método de

detecção e avaliação de descontinuidades internas em trilhos laminados e juntas soldadas pelos métodos de ultrassom manual e contínuo, no

processo de fabricação e em condições operacionais para transporte de passageiros e/ou carga.

Os dois documentos já foram finalizados e, em breve, estarão disponíveis no site de consulta nacional da ABNT para comentários. Além disso,

o grupo em questão também tratará de outros temas ligados ao segmento ferroviário. Os interessados em participar das discussões podem

enviar email ou ligar: [email protected] e (011) 5586-3145.

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A área de Engenharia da CPTM é submetida constantemente aos Ensa-ios Não Destrutivos. Abaixo, seguem os trabalhos desenvolvidos pelos de-partamentos de Engenharia de Siste-mas, Material Rodante e Via Perma-nente.

Ensaios Não Destrutivos são palavras deordem na CPTM e no Metrô

Engenharia de Sistemas - No Setor de Engenharia, a CPTM emprega ENDs com o uso de equipamento de termo-visão e análise cromatográfica de óleo de transformadores.

A inspeção termográfica é realiza-da principalmente nos barramentos,

equipamentos e alimentadores das subestações energizadas, evitando a necessidade de desligamentos e in-disponibilidade do sistema. Com isso, há menos intervenções com desliga-mentos e a atuação das equipes res-tringe-se a corrigir eventuais pontos

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de aquecimento, permitindo maior produtividade da equipe de manuten-ção e mais disponibilidade e confiabi-lidade do sistema elétrico de tração. Com a concentração das atividades no estágio inicial dos problemas, a CPTM consegue evitar falhas mais sé-rias (como rompimento de trilhos) e o deslocamento desnecessário da mão de obra para resolver situações como essas.

“As equipes de subestações reali-zam as inspeções termográficas nos equipamentos da subestação de for-ma sistemática. Estamos em processo de aquisição de três novos equipa-mentos de termografia para os pro-fissionais de manutenção do sistema de energia da CPTM. A companhia também estuda a aquisição de câme-ras de termovisão para a filmagem em movimento da rede aérea’’, destaca um dos gerentes de Manutenção da empresa, Márcio Machado.

Outro gerente, Nilton Herculin, sa-lienta que a CPTM estuda a possibili-dade de realizar inspeções por meio de equipamentos instalados nos pró-prios trens em circulação, detectando, em tempo real, as anomalias na rede aérea de tração do sistema de alimen-tação elétrica.

Engenharia de Material Rodante – Nesse setor as principais ferramentas de END utilizadas são Ultrassom (US) e Líquido Penetrante (LP), na identifi-cação de trincas em eixos, rodeiros e outras estruturas mecânicas do mate-rial rodante sujeitas a esforços repeti-tivos.

“Recentemente foram inspeciona-das barras de ancoragem dos trens Sé-rie 1100. Em uma delas foi identificada pequena anormalidade que poderia evoluir para a ruptura total, causando problemas de grande monta. Com a realização do ensaio, a barra de anco-ragem foi substituída. As vantagens

desses métodos consistem, principal-mente, na rapidez e eficiência com quesão aplicados, possibilitando evitar ocorrências que envolvam segurança operacional. Adquirimos, há pouco tempo, sofisticados equipamentos de ultrassom para material rodante’’, afirma mais um gerente da equipe de manutenção, Henry Munhoz.

Engenharia de Via Permanente – As inspeções nessa área são feitas utilizando o carro controle, que faz avaliação por ultrassom (detecção de defeitos internos nos trilhos e em suas soldas), com o veículo em movimento a baixa velocidade. A avaliação sina-liza um possível problema nos trilhos ou nas soldas e a confirmação do pro-blema é feita pelas equipes de campo que investigam, com aparelhos manu-ais, os pontos sinalizados pelo carro controle.

“Com uma extensão de 560 km de vias principais e mais 130 km de vias secundárias e pátios, a adoção de téc-nicas dinâmicas é fundamental para garantir uma periodicidade mínima entre as intervenções. Também são realizadas inspeções por Líquido Pe-netrante (LP) e revelador, utilizadas para verificar possíveis falhas de fun-dição e trincas superficiais’’, comple-menta o gerente Munhoz.

Segundo ele, a CPTM acabou de in-vestir na compra de um carro contro-le e em equipamentos de uso manual para ultrassom em trilhos. Também está em estudo a aquisição de um veí-culo rodoferroviário para inspeção por ultrassom, complementando os servi-ços prestados pelo carro controle, oti-mizando, assim, a produtividade.

Metrô

Os investimentos do Metrô em téc-nicas de monitoramento foram in-crementados a partir de 1980, com a sistematização das inspeções ul-

trassônica de trilhos e radiográfica de componentes de aparelhos de mu-dança de via. Dez anos depois, a em-presa contratou os primeiros serviços de termografia, adquiriu instrumen-tos para estudos de análise de vibra-ção e iniciou uma rotina de inspeção ultrassônica dinâmica dos trilhos, por meio de um veículo dotado de 24 transdutores.

De forma geral, as técnicas de END mais empregadas diariamente no Me-trô são Ultrassom (US), Análise de Vi-bração (AV), Líquidos Penetrantes (LP), Partículas Magnéticas (PM) e Termo-grafia.

Os LPs são usados na detecção de defeitos superficiais em peças e com-ponentes mecânicos nas etapas de fabricação, recebimento de materiais e manutenção em oficina; o US iden-tifica trincas e descontinuidades in-ternas, com foco principal em trilhos, soldas e aparelhos de mudança de via; a AV aponta defeitos em rolamentos e motores; e a Termografia constata falhas de origem térmica em equipa-mentos elétricos e eletromecânicos instalados nas estações, nos trens e ao longo da via permanente; por fim, as PMs revelam defeitos superficiais e subsuperficiais em truques dos trens.

“Existem equipes próprias e tercei-rizadas responsáveis pela realização de inspeções com LPs, US, medições de sinais para análise de vibração e termografia nos equipamentos insta-lados nas estações, nos trens e ao lon-go da via. A utilização da termografia, por exemplo, evita a ocorrência de de-feitos de origem térmica, que podem resultar na destruição parcial ou total dos equipamentos e, em muitos casos, provocar a paralisação da operação comercial. Com essa técnica, também reduzimos em 10% nosso custo de um equipamento destruído pela ação de altas temperaturas’’, explica o técnico do Metrô, Márcio Satoshi Torii.

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Considerada o principal projeto fer-roviário do Governo Federal no mo-mento, a Ferrovia Norte-Sul priorizará o carregamento de cargas, embora não haja impedimento para que os trens também façam o transporte de passageiros, desde que desperte o in-teresse de alguma empresa.

Quando concluída, a ferrovia, de responsabilidade da Valec (empresa pública responsável pela venda de capacidade de transporte nas novas ferrovias federais), terá a extensão de 4.155,6 km e cortará os estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A estrada de ferro ser-virá como espinha dorsal do Brasil, e foi concebida com o propósito de am-pliar e integrar o sistema ferroviário.

Ferrovia Norte-Sul: o símbolo da retomada do setorA estrada de ferro servirá como espinha dorsal do Brasil

Acompanhe, abaixo, o cronograma das obras:

• O trecho Porto de Vila do Conde/MA – Açailândia/TO (incluído no PIL) pos-sui 480 km e tem data provável para licitação em novembro de 2013;

• O trecho Açailândia/TO − Palmas /TO, com 719 km, foi subconcedido à Vale S.A em 2007 e está em operação;

• O trecho Palmas/ TO – Anápolis/GO tem 855 km e está em processo de finalização das obras (91% de execução). Os antigos contratos foram encerrados e os trabalhos não foram concluídos. Quatro novos acordos fazem os serviços de taludes, brita para sustentação dos dormentes e desvios e pátios de manobra, no valor de R$ 400 milhões;

• O trecho Ouro Verde/GO – Estrela d’Oeste/SP possui 681 km e está em obras, com 35% de execução. O valor global do empreendimento é de R$ 2,7 bilhões;

• O trecho Estrela D´Oeste/SP – Panorama/SP tem 264 km e será construído pela iniciativa privada, ou seja, está incluído no PIL, a ser licitado até o fim deste ano;

• O trecho Panorama – Chapecó - Rio Grande, com 1200 km, está em fase de análise pelo EVTEA (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental), contratado em dezembro de 2012 a ser concluído até abril de 2014.

Panorama mundial do setor ferroviárioPelo menos 63% das entregas nacionais são feitas por rodovia, contra aproximadamente26% por ferrovia

No Brasil, a matriz do transporte se-gue uma tendência oposta a de outros países. Aqui, 63% das entregas são feitas por rodovia, contra aproxima-damente 26% por ferrovia. Em outros países, como a Rússia, esse percentual é bem maior por ferrovia, em torno de

40%, sendo que as hidrovias cobrem cerca de 30%.

“No que diz respeito à concorrência estrangeira, a indústria ferroviária tem respondido de forma eficiente, compe-titiva e inovadora, porém, sofre com os preços insustentáveis da mão de obra

chinesa, por exemplo. Para manter-se competitiva, precisa de escala, regula-ridade e programação de encomendas, o que requer planejamento integrado por parte das concessionárias’’, explica o diretor executivo do Simefre, Francis-co Petrini.

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Ferrovias de carga

País ExtensãoEUA .................................................................. 226.612 kmRússia .............................................................. 85.500 kmÍndia ................................................................. 63.140 kmBrasil ................................................................ 30.051 km

Trens de Passageiros

Metrô México......................................... 202 kmMetrô Paris ............................................. 213 kmMetrô Londres ........................................ 400 kmMetrô Nova Iorque ................................. 369 kmMetrô São Paulo..................................... 74,2 km

Fonte: Simefre

Propostas das entidades do segmento Representantes de entidades do

setor ferroviário cobram mais aten-ção do Governo ao transporte sobre trilhos. O Simefre, por exemplo, quer que a indústria metroferroviária seja enquadrada em medidas como a de-soneração da folha de pagamento e postergação do pagamento do PIS/Cofins. “Pleiteamos, também, entre outras coisas, que em futuras con-corrências internacionais, os gover-nos utilizem a margem de preferên-cia de 25% facultada em lei para o mercado nacional”, sublinha o pre-

sidente do sindicado, José Martins.Além do Simefre, outras institui-

ções do segmento estão na mesma toada. No início do ano, foi enviada a “Carta de Petrópolis” aos poderes Executivo e Legislativo. Assinada, en-tre outros, pelo Movimento de Preser-vação Ferroviária, Associação Nacio-nal dos Transportadores de Passagei-ros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Associa-ção Nacional dos Transportadores Fer-roviários (ANTF) e Associação Brasi-leira da Indústria Ferroviária (Abifer), o documento sugere uma série de

medidas voltadas à expansão do trans-porte ferroviário, entre elas o TAV, e a aceleração das obras das Ferrovias Norte- Sul, Oeste-Leste, Transnordesti-na e aos demais empreendimentos es-truturantes em curso no setor. São pelo menos 25 reivindicações, com destaque para a retomada imediata do projeto de Trens Regionais de Passageiros e a soli-citação de que o Governo leve em conta as reais necessidades da população, “a partir de estudos, soluções e recomen-dações de especialistas e entidades re-presentativas da sociedade civil”.

Capacitação é fundamental para o crescimentodo setor ferroviário

“Toda e qualquer iniciativa que vise à preservação da vida é sempre louvá-vel. Logo, para qualquer setor é muito importante poder contar com entida-des como a Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi).

O setor ferroviário é um dos que menos registra mortes em acidentes, mesmo assim, sabemos que a falta

de manutenção em algumas ferrovias amplia a possibilidade de que falhas aconteçam. Outro fator importante para complementar esse quadro é, sem dúvida, a falta de capacitação da-queles que integram o sistema.

Nesse momento em que o País se volta para o setor ferroviário, com pro-jetos de ampliação da malha, desen-volvimento de trens de alta velocida-

de, trens regionais, TAVs e monotri-lhos, o trabalho de qualificação surge como fator importante.

Mais do que nunca precisamos ter profissionais à altura das novas estru-turas, conhecedores das normas téc-nicas, aptos a trabalhar dentro dos conceitos de sustentabilidade, saúde e segurança. É importante que os em-presários tenham essa consciência e

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invistam nessa formação. Está claro que o País é plenamente capaz de produzir com qualidade e tecnologia. Então, ele precisa provar que também pode operar seus sistemas com esse mesmo nível de desempenho.

Para tanto, é necessário buscar par-cerias de entidades reconhecidas e capacitadas, como é o caso da Abendi. Nós, do Simefre (Sindicato Interesta-dual da Indústria de Materiais e Equi-pamentos Ferroviários e Rodoviários), desenvolvemos um árduo trabalho

junto aos nossos associados, no sen-tido de difundir iniciativas que permi-tam elevar a qualificação dos profissio-nais e, consequentemente, do segmen-to.

O setor ferroviário ainda tem muito que crescer, e esse crescimento pas-sa por políticas econômicas viáveis (que permitam a redução dos custos, da carga tributária, energia elétrica, juros menores), investimento em tec-

nologia, logística e, acima de tudo, no ser humano.

Pensando nisso, muitas universi-dades vêm criando em suas grades a cadeira de engenharia e tecnologia ferroviária. O Senai deverá inaugurar escola especializada formadora de engenheiros e técnicos ferroviários, e o Simefre participará na elabora-ção dos currículos e programas dos cursos.’’

Francisco Petrini, diretor executivo do Simefre

Fonte: Abifer

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Trilhando o desenvolvimentoTransporte Ferroviário - Benefício Social - Fonte: ANP Trilhos

TAVProjetos Malhas de Alta Velocidade no Brasil

Fonte: Abifer

O sistema sobre trilhos gera um ganho da ordem de R$ 15 bilhões à toda comunidadeEsse ganho é medido em relação à redução:

• do tempo de deslocamento;

• do consumo de combustíveis;

• da emissão de gases poluentes; e

• do número de aciedentes de trânsito.

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Fonte: Abifer

Trilhando o desenvolvimento

Extensão das Ferrovias de Passageiros - Resumo• Malha atual (urbana + metropolitana) 1.000 km

• PAC Mobilidade Grandes Cidades 200 km

• Governos São Paulo / Rio de Janeiro 300 km

• Trens Regionais

Governo São Paulo 400 km

Governo Federal / Outros 1.600 km

• Trens de Alta Velocidade

RJ / SP / CP 500 km

SP / Curitiba

CP / BH

CP / Triângulo Minerio / Brasília

Total até 2.030 6.000 km

2.000 km

Fonte: Ministérios dos Transportes

Investimentos em Ferrovias

91Bilhões10 mil km

56 bilhõesInvestimentos em 5 anos

35 bilhõesInvestimentos em 25 anos

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Investimentos PrivadosTransnordestina Logística (CSN) – 1.728 kmEliseu Martins – Suape (1105 km) – previsão 2015Salgueiro – Pecém (623 km) – previsão 2016Expansão Ferronorte (ALL) – 262 km – 2° Semestre/2013 Segregação Leste (MRS) – 12 km – 2° Semestre/2013(Itaquaquecetuba – Suzano)Duplicação EF Carajás – 605 kmLigação Serra Sul/ EF Carajás – 110 kmPlano expansão VALE para 2016/2017Duplicação Ferroban (ALL) - Rumo LogísticaSumaré-Santos – 180 km – previsão 2013/2014 Ferrovia Norte-Sul – 3.071 km

Ferrovia Norte-Sul – Trecho Sul – 1.298 kmPalmas/TO – Uruaçu/GO – 457 km – 91% realizadosUruaçu/GO – Anápolis/GO – 159 km – 98% realizadosAnápolis/GO – Estrela d’Oeste/SP - 682 km – 15% realizados

FerronorteAlto Araguaia/MT – Rondonópolis/MT – 260km – 97,5% dainfraestrutura e 81,5% de superestrutura do segmento 2 (163 km)

Contornos Ferroviários de Araraquara/SP eSão Francisco do Sul/SC - 44 km – 62% realizados Fonte: Abifer

Novos Investimentos em Ferrovias

Fonte: Ministério dos Transportes

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Arena Pernambuco

Caderno Especial

Ensaios Não Destrutivos na Copa do Mundo 2014

Arena Fonte Nova

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ArenaPernambuconascenacidadedaCopa

As obras foram amparadas pelos Ensaios Não Destrutivos

Q uando selecionada para se-diar cinco partidas da Copa

do mundo de 2014, Recife, capital de Pernambuco, viu-se diante de um desafio imenso: construir um estádio de futebol que atendesse às exigências internacionais e que também fosse sustentável depois dos jogos. Ao mesmo tempo, era uma boa oportunidade para crescer, atrair investimentos e entrar para o seleto grupo das famosas cidades-

sede do mundial. Conhecida como a Veneza brasileira, por estar toda cortada por rios e canais, Recife criou fama por suas belezas naturais e pela força e alegria do frevo e do maracatu. A capital pernambucana recebe turistas do mundo inteiro, é uma cidade moderna, multicultural e berço de importantes poetas como Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto. A sete quilômetros de distância do centro de Recife, a pe-

quena Olinda, cidade conhecida, entre outras coisas, pelo desfile de bonecos gigantes durante o carnaval, é um verdadeiro museu a céu aberto, com um conjunto ar-quitetônico declarado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Hu-manidade, e possui, ainda, um dos maiores acervos de documentos históricos do País, atraindo turis-tas do mundo todo. No município de Ipojuca (localizado na região

Renata Flores

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metropolitana de Recife), a Petro-bras está construindo, desde 2007, a Refinaria do Nordeste, a primeira com 100% de tecnologia nacional. É lá, também, que encontramos o Porto de Suape, o mais tecnológi-co do Brasil.

Quando o assunto é futebol, sa-bemos que Recife abriga três im-portantes times brasileiros: Náuti-co, Sport e Santa Cruz. Com a vinda da Copa 2014 para o Brasil e, mais especificamente, a realização de cinco partidas na capital pernam-bucana, nasceu a ideia de se criar um novo polo urbano. Para isso, o governo estadual firmou parceria com a construtora Odebrecht para

a construção do projeto Arena Pernambuco.

Entre todos os estádios que vão sediar a Copa do Mundo em 2014, o Arena Pernambuco, localizado em São Lourenço da Mata, distan-te 19 km de Recife, é o único que surge com uma proposta urba-nística totalmente diferenciada. O projeto prevê a criação de uma “cidade inteligente”, com segu-rança 24 horas, totalmente moni-torada, num ambiente moderno e em sintonia com a natureza, a ser construída no entorno do es-tádio, numa área de 240 hectares. Um lugar onde as pessoas possam morar, trabalhar e estudar com

qualidade de vida. Metade do ter-reno será destinada aos parques públicos e às áreas verdes abertas. Além disso, a mobilidade urbana foi pensada para incentivar o uso do transporte público e bicicletas, com faixas exclusivas para elas. Para os motoristas, foi pensado um sistema de trânsito inteligen-te que poderá alterar o sentido das vias, indicando os melhores caminhos. É um projeto ambicio-so que levará cerca de dez anos para ser concluído. Até a Copa de 2014, apenas a primeira fase esta-rá pronta, o que inclui o estádio, uma arena indoor, praça de ali-mentação, a primeira fase do co-

Arena Pernambuco

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mércio e do centro de convenções, hotel, campus educacional, centro de comando e controle integrado e um sistema viário principal. Mas o ponto de partida para tudo isso foi a Arena Pernambuco que correu contra o tempo para estar conclu-ída dentro do prazo. De autoria do arquiteto Daniel Fernandes, o pro-jeto, que agora é a nova ``casa´´ do Náutico, tem padrão internacional, com uma fachada contemporânea coberta por um material translúci-do que pode mudar de cor a cada evento. O estádio tem capacidade para 46 mil torcedores, além de 102 camarotes, 4700 vagas de es-tacionamento, lounges (salas de estar), bares e restaurantes. É uma arena projetada para vários tipos de eventos, shows, feiras e con-gressos, pois pode se adaptar de acordo com a necessidade.

As obras começaram em outu-bro de 2010. A região, que já vinha recebendo importantes investi-mentos por conta do petróleo, tem também um grande número de pro-fissionais especializados, inclusive em Ensaios Não Destrutivos (ENDs) e Inspeção, que chegam para parti-cipar do projeto. O diretor técnico da empresa End Brasil e integrante de Comissões Técnicas da Abendi, Expedito Marcos Souza, comenta que ``desde o início das atividades de construção e montagem da Re-

finaria do Nordeste (RNEST), da Petroquímica Suape e do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), todos localiza-dos no Polo de Suape, temos visto um grande afluxo de profissionais de END vindos de diversos estados a Pernambuco, aliado a um número considerável de profissionais resi-dentes. Tivemos, também, a insta-lação de Centros de Treinamento e capacitação na área de ENDs. Ele fala da importância que esses tes-tes têm para o sucesso e a seguran-ça das grandes obras, como é o caso da Arena Pernambuco e das diver-sas etapas da construção da Cidade da Copa: “A importância dos ENDs para uma obra do porte da Arena Pernambuco pode ser comprovada pelo atendimento às exigências das Normas de Projeto e os requisitos de Qualidade das Normas aplicá-veis durante todas as fases de cons-trução e montagem do empreendi-mento. A necessidade de realização dos Ensaios Não Destrutivos visa detectar os defeitos ocasionados durante a montagem, inerentes ao processo de fabricação, com a aplicação de ações corretivas, ga-rantindo dessa forma a integridade dos equipamentos em conformida-de com os padrões internacionais´ ,́ afirmou. Expedito completa dizen-do que, normalmente, as técnicas mais utilizadas na construção civil são Líquidos Penetrantes (LP), Par-

tículas Magnéticas (PM), Ultrassom (US) e Ensaio Visual (EV), esse últi-mo realizado por meio de acesso por cordas, o chamado Alpinismo Industrial.

A Arena Pernambuco foi o úl-timo estádio a ficar pronto para receber a Copa das Confedera-ções, em junho de 2013. Abriu suas portas para um evento-teste em 20 de maio: uma animada partida entre os times Azul e Vermelho, formados pelos funcionários que trabalharam na obra, e foi presti-giada com a presença da presiden-te Dilma Rousseff, além de outras autoridades. Dois dias depois, era a vez da primeira partida oficial na nova Arena, um jogo amistoso entre Náutico e Sporting Lisboa. E, finalmente, chegou a Copa das Confederações, quando o estádio passou por seu teste de fogo. Lá jogaram Espanha x Uruguai, Itália x Japão e Uruguai x Taiti. Nas duas primeiras partidas, pelo menos 40 mil torcedores marcaram presença e aprovaram as instalações, mas ti-veram muita dificuldade para che-gar. Desde então, o foco passou a ser o acesso, a mobilidade urbana, que vem sendo estudada e melho-rada a cada jogo para ter, em 2014, a mesma eficiência da nova arena, que já é orgulho dos pernambuca-nos. O que todos querem é chegar lá em grande estilo!

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Arena Pernambuco

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ANovaFonteNova

Arena Fonte NovaSalvador - Bahia

Q uem chega a Salvador é imediatamente surpre-endido por um clima de alegria e beleza. A mais antiga capital do Brasil, com a simpatia de seu

povo e uma mistura de negros, brancos e índios, encanta turistas do mundo inteiro. O centro histórico é uma viagem no tempo, com seus casarões, o Pelourinho e as igrejas que datam desde o século XVI. Aliás, diz a lenda que Salvador tem 365 igrejas, uma para cada dia do ano, mas deve ter muito mais, se considerarmos todas as religiões ali presen-tes. A cidade abriga um sincretismo religioso, sob a forte influência dos escravos africanos, que mistura toda a fé do povo com a força e a beleza da umbanda e do candomblé, emocionando até mesmo os mais céticos. As belas praias, as vendedoras de acarajé, tudo isso, sem trocadilhos, é o tempero baiano. Sem falar nos artistas da terra, que são motivo de orgulho nacional: Jorge Amado, Caetano Velo-so, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Raul Seixas e Ivete Sanga-lo são só alguns exemplos. Salvador é mesmo uma festa! As duas maiores torcidas de futebol do Estado, do Vitória e do Bahia, são exemplos disso. A rivalidade no gramado é sempre assunto entre os torcedores baianos, que, ape-sar daquela calma aparente, rende discussões acaloradas, principalmente no estádio Octávio Mangabeira, conhecido como Fonte Nova. Depois de sua inauguração, com capa-cidade para 60 mil torcedores, em 1951, o estádio passou por reformas entre 1968 e 1971 e ganhou um anel superior na arquibancada. Foi ali que o futebol brilhou em diver-sos campeonatos nacionais e internacionais por décadas. Shows monumentais também aconteceram lá. O recorde de público se deu em 1971, numa rodada dupla, Bahia x Flamengo e Vitória x Grêmio, com mais de 100 mil pessoas presentes. Muitos anos depois, a Fonte Nova viveria seu pior momento, em 25 de novembro de 2007, quando parte da arquibancada desabou e sete pessoas morreram. Era o fim e ao mesmo tempo o recomeço de uma história. No dia seguinte ao acidente, após uma análise técnica, o governo da Bahia anunciou que o estádio seria demolido para dar lugar a uma nova arena, dessa vez dentro de padrões de segurança internacionais, exigidos nos dias de hoje. Na lin-guagem esportiva, um estádio padrão Fifa.

A demolição aconteceu em agosto de 2010. Foi um ver-dadeiro evento, que, inclusive, fez parte de um documen-tário, transmitido pelo canal National Geographic. Após a

Renata Flores

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formação de uma PPP – Parceria Público Privada entre o Governo do Estado da Bahia e as constru-toras OAS e Odebrecht a obra da nova arena começou. O projeto é do arquiteto Marc Duwe, da Sete-pla Tecnometal, em parceria com o arquiteto alemão Claas Schulitz, do escritório Schulitz+Partner Ar-chitekte, o mesmo que projetou o estádio de Hannover, construído para a Copa de 2006, na Alema-nha. O novo desenho manteve o formato de ferradura do antigo es-tádio para privilegiar a vista para o Dique do Tororó, um manancial natural tombado pelo Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional. Entre a demolição e a conclusão, mais de dez mil pessoas estiveram envolvidas no projeto. E foram muitas as inovações: A Arena Fon-te Nova nasceu tecnológica, sus-tentável e, principalmente, pron-ta para sediar as três partidas da Copa das Confederações 2013 e seis jogos da Copa do Mundo de 2014. Mas não é só isso! O novo estádio é um espaço multicultural, capaz de receber grandes shows, espetáculos nacionais e internacio-nais. A estimativa é de que a nova arena receba 80 eventos por ano. Além disso, conta com uma mega estrutura para atender bem a to-dos: Possui duas mil vagas de es-tacionamento, 70 camarotes, 2500 assentos premium, 39 quiosques de alimentação e 50 mil lugares total-mente cobertos para garantir con-forto ao público. Ao todo são 36 mil m2 com 100% de cobertura dos as-sentos e um sistema que recolhe a água da chuva para ser reutilizada. Ela se estende sobre uma estrutu-ra metálica desenvolvida especial-mente para este projeto. Segundo a

multinacional portuguesa Martifer, fabricante do material para a Arena Fonte Nova, todo tipo de cuidado foi essencial. Inclusive, parte dos ensaios não destrutivos foi realiza-da em Portugal, pois no início dos trabalhos, a fábrica brasileira, que fica em Pindamonhangaba, inte-rior de São Paulo, ainda não estava instalada. O departamento técnico da empresa explica a importância dos testes nesse tipo de projeto: “Os Ensaios Não Destrutivos são ferramentas essenciais que permi-tem prevenir potenciais incidentes resultantes de falhas nos processos de fabricação das estruturas metá-licas. Cada ensaio, com a sua espe-cificidade, permite identificar dis-tintos tipos de falhas, muitas delas ocultas a olho nu”. Ainda segundo os técnicos da Martifer, a utilização desse tipo de teste (não destrutivo) é considerada fundamental, confe-re qualidade ao produto e garante a segurança do projeto. No caso da Arena Fonte Nova foram realiza-dos testes de líquidos penetrantes, partículas magnéticas, ultrassom e análise visual. Também foram utili-zados ultrassom nas matérias-pri-mas. Esses ensaios serviram paraverificar as propriedades de resis-tência das chapas ao arranque la-melar, onde se preveem esforços de tração perpendiculares ao plano da chapa. Depois de pronta e ins-talada, a estrutura recebeu uma manta especial para garantir mais conforto ao torcedor. Outro ponto importante para a construção de um estádio é a vibração gerada pelo movimento das torcidas. Na Fonte Nova, testes foram feitos desde a concepção do projeto: “Os cálculos de controle das vibrações foram iniciados já na fase de projeto com

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a montagem de um modelo estru-tural chamado modelo dinâmico. Neste modelo, feito tridimensional, medimos a frequência natural da es-trutura e seu comportamento dinâ-mico. O manual da Fifa estabelecia várias “rotas” de cálculo e escolhe-mos a Rota 2, por ser mais econômi-ca, embora desse um pouco mais de trabalho nos cálculos, uma vez que, por este caminho, teríamos a obri-gação de fazer análises de conforto para o usuário´´ , conta o engenhei-ro Sydney Cunha, da Setepla Tec-nometal. Segundo ele, as medições não terminam, e estão presentes mesmo com a obra concluída. “Com o estádio pronto foi contratada uma empresa especializada que instalou aparelhos, os deflectômetros, que

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monitoram as deformações em cada setor do estádio. Os resultados são, então, comparados com os obtidos nos cálculos e servem de base para eventuais correções que se façam necessárias´ ,́ conclui.

A partir daí, as demais fases da obra seguiram seu ritmo normal e finalmente a Bahia ganhou um es-tádio do qual pode se orgulhar. No dia 5 abril, a Arena Fonte Nova foi inaugurada oficialmente, com direi-to a um pontapé inicial dado pela presidente Dilma Rousseff. Dois dias depois, em 7 de abril, o chama-do evento-teste abriu as portas da nova arena para o clássico Bahia x Vitória. Foi a oportunidade de che-car cada detalhe e corrigir possíveis falhas. A festa de inauguração teve

também shows das cantoras baia-nas Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e Margareth Menezes. De lá para cá, vários eventos, shows e jogos foram realizados. Mas o destaque mesmo viria em junho, com a Copa das Confederações. Foram três par-tidas. O jogo de maior público foi Itália 2 x 4 Brasil, com a presença de mais de 48 mil torcedores. Tam-bém jogaram em Salvador Nigéria x Uruguai e Itália x Uruguai. Assim, a cidade entrou definitivamente na rota dos grandes eventos mundiais. Mostrou que é capaz de surpre-ender positivamente, com muito profissionalismo. Com esse desem-penho e otimismo, espera, na Copa do Mundo de 2014, conquistar seu maior sucesso.

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Ricardo Baiotto1

Emily Gatto1

Alessandra Felizari1

Rafael Wagner2

Ricardo Carneval2

Thomas Clarke1

1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Laboratório de Metal-urgia Física – LAMEF.

2 Petrobras, Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello – Cenpes

Sinopse

Neste trabalho são apresentados os primeiros resultados do desenvolvimento de transdutores acústicos eletromagnéticos para utilização em componentes sujeitos a temperaturas elevadas. Um sensor funcional foi desenvolvido para emitir o modo SH em freqüências próximas a 230kHz. Inicialmente, serão expostos os resultados de medidas de intensidade do sinal em função do afas-tamento entre os transdutores e a amostra. Esses resultados mostram que é possível utilizar estes transdutores com afastamento de mais de 1.5 mm em relação à superfície da amostra sem perda de qualidade do sinal. O campo sônico dos sensores também foi avaliado quanto à sua capacidade de emitir o modo de interesse em determinadas direções. Para isto foram obtidas, com o auxílio de interferômetros a laser, curvas de direcionalidade do sinal emitido. Serão apresentados, também, os resultados parciais referentes à simulação numérica que concordam, qualitativamente com a curva de dispersão obtida.

INTRODUÇÃO

Transdutores acústicos eletromagnéti-cos (electromagnetic acustic transducers, EMATs) são ferramentas importantes para realização de ensaios não destrutivos ultrassônicos (1). O interesse nesses senso-res se deve, principalmente, a possibilida-de de serem empregados afastados do material sendo analisado sem necessidade de acoplamento mecânico, ao contrário dos transdutores piezoelétricos cujo contato ou acoplamento com a peça é imprescindível. O fato de poderem operar afastados da peça bem como a maior resistência à de-gradação a altas temperaturas dos ma-teriais utilizados em sua construção e a possibilidade de refrigeração permitem que eles sejam utilizados na inspeção de objetos em altas temperaturas. Por outro lado, os EMATs só podem ser utilizados diretamente em materiais condutores elétricos e/ou ferromagnéticos, limitando sua aplicação. Outro fator limitante é a relação entre o sinal e o ruído, considerada inferior em comparação aos transdutores piezoelétricos (2, 3).

1.1 Principio de funcionamentoO princípio de funcionamento dos

EMATs reside em fenômenos físicos bá-sicos que surgem ao aproximar de um ob-jeto metálico, ferromagnético ou não, um campo magnético estático e uma corrente elétrica dinâmica (2). O campo magnético

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Desenvolvimentodesensoresacústicoseletromagnéticos(EMATS)parainspeçãoemonitoramentoporultrassomemaltastemperaturas

estático é provido por um ou mais imãs ou eletroímãs. A corrente dinâmica, que é responsável pela indução de campos eletromagnéticos dinâmicos,é induzida no objeto por uma bobina feita de fio de cobre ou impressa sobre uma placa de circuito alimentada por uma fonte apropriada (1 - 4).

Existem dois mecanismos viáveis de ope-ração para os EMATs, frequentemente des-critos na literatura – a força de Lorentz e amagnetoestricção (2, 5). A magnetoestric-ção surge apenas em materiais ferromag-néticos e a força de Lorentz em qualquer material condutor de eletricidade. A força de Lorentz provém da interação entre as correntes parasitas, induzidas pela bobina na amostra, e um campo magnético es-tático.

Na maioria dos casos, a magnetização de materiais ferromagnéticos causa mudançasnas dimensões do corpo. A deformação re-sultante é chamada de magnetoestricção (6). A explicação para esse fenômeno re-side no fato de que os orbitais eletrônicos externos em materiais magnéticos serem antissimétricos, sendo alongados em uma direção e achatados em outra (7). Devido ao ferromagnetismo, os orbitais, de um mesmo domínio, são todos orientados na mesma direção. Ao serem magnetizados os domínios são alinhados na direção do campo magnético aplicado e geram uma deformação global no corpo. A magnetoes-tricção é conhecida por depender de vários fatores mecânicos, microestruturais, e his-tórico magnético, além da temperatura e do campo magnético aplicado (8, 9), fazendo com que haja grandes variações entre, por exemplo, lotes diferentes de uma mesma liga de aço ou até mesmo

de uma região a outra de uma mesma amostra. Além disso, segundo Ribichini (5) as ondas transversais geradas pelo principio da magnetoestricção têm ampli-tude em torno de uma ordem de gran-deza inferior a contribuição da força de Lo-rentz. Por isso, e com o objetivo de simpli-ficar o modelo, a contribuição da magne-toestricção foi suprimida nas análises numéricas. A força de Lorentz é governada pela equação 1: (2, 4).

Equação 1Nesta equação f é a força de Lorentz,

J é a densidade das correntes parasitas induzidas pela bobina no material e B

0 é a densidade de fluxo magnético constante, produzida pelo imã. Esta equação é ob-tida a partir da equação do movimento eletrônico proveniente do modelo de Dru-de (2). Existe um fluxo magnético dinâmico produzido pela corrente da bobina, o qual é geralmente tido como muito pequeno em comparação ao fluxo magnético estático e, portanto, costuma ser desconsiderado nos cálculos da força de Lorentz (4). No en-tanto, neste trabalho esse fluxo magnético secundário foi levado em conta na si-mulação numérica.

1.2 Ondas guiadas horizontais transversaisAs ondas guiadas, de forma geral, são

utilizadas atualmente em sistemas de ins-peção não destrutiva e monitoramento de longo alcance em estruturas metálicas de grande porte (10). Exemplos de aplica-ção desse tipo de inspeção são: tubu-lações (10, 11), trilhos ferroviários (12), estruturas de aeronaves, tanques de ar-mazenamento, dentre tantos outros.

Copyright 2013, ABENDI, ABRACO e IBP. Trabalho apresentado durante a 12ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos. As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade dos autores.

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Dentre os vários tipos de ondas guiadas, uma das mais empregadas é a onda transversal horizontal. Esse tipo de onda, chamada em inglês de shear horizontal guided waves ou simplesmente ondas SH, são ondas acústicas que podem ser excitadas em objetos como chapas, onde uma das dimensões é muito menor que as outras. Segundo Achenbach (13), este tipo de onda propaga em uma direção paralela ao plano da chapa e é produzida pelas reflexões sucessivas nas bordas superior e inferior da chapa, como mostra a figura 1.

Quando em um estado estacionário, as ondas incidentes e refletidas formam uma onda uniforme através da espessura da chapa (13). Esta onda, a princípio, pode ter infinitos modos, no entanto, o modo fundamental ou modo zero está presente em todas as frequências e é o único modo das ondas SH que não é dispersivo (13). Na figura 2 é apresentada a curva de deslocamento para o modo fundamental e para os dois primeiros modos das ondas SH.

1.3 Aplicação em componentes em alta temperatura

A aplicação de EMATs em temperaturas acima da temperatura ambiente foi descrita por alguns autores (15 - 17). A aplicação de EMATs a 250 e 300ºC é descrita em (15) e (16), respectivamente, em ambos os casos tanto a emissão quanto a recepção sendo feita com EMATs. A inspeção de tarugos de aço a 800º C foi relatada em (17), a excitação sendo produzida por um laser pulsado e a recepção por EMATs. Neste caso, devido às altíssimas temperaturas, apesar do afastamento entre a peça e o EMAT e da utilização de isolação térmica do transdutor, se fez necessário o emprego de refrigeração a água para evitar a degradação dos componentes do EMAT. Em (16), ao empregar imãs de samário-cobalto, cuja temperatura máxima de operação é de aproximadamente 350º C, e fios de cobre revestidos com poliesterimida resistentes até 300º C foi possível dispensar a refrigeração a água.

1.4 Objetivo do trabalhoNesse trabalho será descrito o início do

desenvolvimento de transdutores acústi-

cos eletromagnéticos capazes de gerar ondas SH em chapas. Isso tem por obje-tivo desenvolver o conhecimento e a expe-riência necessários para, então, desenvol-ver transdutores capazes de resistir a altastemperaturas, acima de 500 ºC, para inspe-cionar via ondas guiadas componentes fer-romagnéticos.

2. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

Com a finalidade de desenvolver um modelo numérico capaz de representar o comportamento físico dos EMATs foi utilizado o programa de elementos finitos multifisico Comsol 4.3a. Este programa é capaz de acoplar os fenômenos eletro-magnéticos com os fenômenos mecânicos e, com isso, representar o problema total-mente. A geometria empregada pode ser vista na figura 3. Para a construção da malha referente à chapa de aço foi respeitada a relação de quarenta elementos por profundidade de penetração na região logo abaixo a bobina. Já para o restante da geometria da chapa foi utilizada uma malha com cem elementos por comprimento da onda acústica. Esta relação é superior ao

Figura 1. Ilustração da formação das ondas SH, nesta figura é mostrado o modo 0 ou modo fundamental. Fonte: (14)

Figura 2. Curva de deslocamentopara o modo fundamental (n=0) e para os dois primeiros modos (n=1 e n=2) das ondas SH. Fonte: (14).

que é comumente utilizado (18), mas se fez necessário para evitar uma diferença excessiva de tamanho de malha entre as duas regiões, o que iria impedir o cálculo da malha. Para que fosse possível realizar a simulação no domínio da frequência, foi necessária a introdução de duas zonas de absorção nas extremidades da chapa, de acordo com o método descrito por Drozdz (19).

Como forma de validar o modelo, foram construídos dois EMATs com um arranjo periódico de imãs sobre uma bobina espiral alongada plana (figura 4). O conjunto de imãs e a bobina foram colocados em uma carcaça de alumínio a fim de reduzir inter-zir interferências eletromagnéticas externasnas (a figura 5 mostra uma foto dos sen-sores construídos). Os ensaios foram rea-lizados, com uma frequência de excita-ção de 230 kHz, em uma chapa de aço SAE1020 quadrada de 1,2 m de aresta e 2 mm de espessura, utilizando o método de transparência.

Para reduzir a geração de correntes parasitas nos imãs por parte da bobina, ambos foram separados por uma folha de alumínio, como sugere (16). Para alimentar

Figura 3. Geometria empregada nas simulações com indicações dos materiais empregados, toda a geometria é envolvida em ar. Escala em metros.

Figura 4. Desenho esquemático mostrando a bobina e o arranjo de imãs.

Figura 5. Foto dos EMATs construídos.

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Figura 6 . modelo esquemático da configuração dos equipamentos.

o transdutor de emissão e condicionar o sinal do transdutor de recepção através de um filtro passa banda e de um amplificador, foi utilizado um equipamento Ritec modelo RPR-4000 como fonte pulsada e receptor. A coleta dos dados foi feita através de um osciloscópio Agilent modelo Infiniium DSO8064A com frequência de aquisição máxima de 4GSa/s e resolução de 8 bit. O pós-processamento dos dados foi feito através do programa Matlab. Abaixo, na figura 6, é apresentado um desenho esquemático da configuração desses equi-pamentos.

Medidas de direcionalidade foram feitas com dois interferômetros Polytec modelo OFV-505. Foram medidos os deslocamentos

Figura 7. Intensidade do sinal em função da distância entre os transdutores e a amostra.

no plano da chapa perpendicularmente a direção de propagação do modo SH e os deslocamentos fora do plano da chapa. Nesta mesma chapa foi averiguado o com-portamento dos transdutores em função da distância de separação entre eles e a chapa.

3-RESULTADOS

3.1 AfastamentoPara verificar o comportamento dos

EMATs em função da distância entre os transdutores e a amostra, foram realizadas medições de transparência, variando o afas-tamento de ambos os transdutores em relação à placa. Os resultados obtidos, re-

ferentes à amplitude máxima do sinal são apresentados na figura 7. Observa-se que a amplitude tende a decrescer ra-pidamente no inicio e, com o aumento do distanciamento, passa a decrescer mais len-tamente, de forma assintótica, em direção ao zero. Porém, o sinal é distinguível do ruído de fundo até aproximadamente 1,8 mm de afastamento, na figura 8 são apre-sentados dois gráficos, um mostrando a resposta obtida sem afastamento e o outro com afastamento de 1,02 mm.

3.2 Curva de direcionalidadeAo trabalhar com ondas SH é desejável,

em alguns casos, que a onda propague em uma direção apenas e, assim, acessar uma região específica da chapa a ser analisada. Como forma de avaliar o comportamento a esse respeito, mediu-se durante um ensaio a amplitude do sinal emitido em função do ângulo a partir da direção de emissão. Os interferômetros apresentados na metodo-logia foram utilizados na medição da ampli-tude e os resultados podem ser vistos na figura 9. O ensaio mostrou três lóbulos, o maior a 0º, como desejado, um intermediá-rio a 40º e o menor deles a 90º. Os resul-tados possuem as mesmas característicasdaqueles obtidos por Lee et al (20) ao em-pregar um transdutor magnetoestrictivo com bobina em forma de oito.

3.3-SimulaçãoOs resultados obtidos mostram o des-

locamento causado por uma onda de mo-do A0 e o funcionamento da zona de ab-sorção como pode ser visto na figura 10.Nesta figura, é mostrado o plano perpen-dicular à direção de propagação principal da onda SH que é a direção correspondente a 90º da curva de direcionalidade. Na con-figuração empregada, a geração do modo A0 é inevitável devido à presença de com-ponentes horizontais do campo magnético estático, produzido pelos imãs, e em me-nor escala pelo campo dinâmico. Na figura 11 é mostrado o comportamento das cor-rentes parasitas induzidas na chapa pela bobina, a profundidade padrão obtida foi de aproximadamente 10 µm para o ma-terial e frequência utilizados. O fato de quea corrente induzida ter uma profundidade de penetração pequena mostra que a transdução é um fenômeno majoritaria-mente superficial. Na simulação não foiutilizada a folha de alumínio entre a bo-bina e os imãs, resultando em correntes parasitas intensas nos imãs.

Figura 8. Resposta obtida sem afastamento (à esquerda) e o com afastamento de 1,02 mm (à direita).

Figura 9. Curva de direcionalidade dos modos de vibração SH0 e A0 no plano da chapa.

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Figura 10. Deslocamento referente àpropagação de onda A0 obtido por simulação numérica através do programa Comsol.Em destaque é mostrada a zona de absorção capaz de atenuar a onda mecânica em pelo menos 40 dB evitando, assim, a sua reflexão e viabilizando o estudo no

domínio da frequência.

4 CONCLUSÕES

As medidas realizadas com afastamento entre os transdutores e a chapa indicam que é possível emprega-los com afastamento superiores a 1 mm, o que é fundamental para sua utilização em altas temperaturas.

Apesar da utilização de princípios de transdução distintos, o fato de se obter o mesmo padrão do perfil de direcionalidade que o apresentado por Lee (20) indica que os esforços mecânicos nos dois casos devem ser equivalentes. Esta hipótese deve ser investigada na continuação deste trabalho.

O modelamento numérico está incompleto, porém os resultados obtidos concordam qualitativamente com a simulação onde, em ambos os casos, é visível a presença do modo de vibração A0.

Figura 11. Corrente induzida obtida por simulação numérica. Percebe-se que a profundidade de penetração no imã é maior que na chapa, isso ocorre, pois a permeabilidade magnética dos imãs é muito inferior à da chapa de aço.

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Copyright 2013, ABENDI, ABRACO e IBP.Trabalho apresentado durante a 12ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos. As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).

artigotécnico

Sinopse

O uso da metodologia de Inspeção Baseada em Risco - RBI tem encontrado aplicações cada vez mais diversificadas e gerado resultados cada vez mais palpáveis. Entre os objetivos da técnica está a geração de planos de inspeção otimizados através do con-hecimento do histórico e das características do processo. Sua aplicação para tubulações permite a exploração de alguns pontos específicos como a inexistência de uma norma brasileira que regulamenta o regime de inspeção desses componentes, além do fato de a norma americana para inspeção de tubulações (API 570) recomendar o uso da técnica para otimizar os prazos de inspeção. Assim, é possível utilizar o RBI com uma ferramenta poderosa para gerar planos de inspeção específicos para tubulações até mesmo em operação, de forma a controlar melhor os riscos desses componentes e reduzir o tempo em paradas de manutenção.

OusodametodologiaRBIparaplanejamentodeinspeçãodetubulações

INTRODUÇÃO

A ferramenta apresentada pelo API 580 - Recommended Practice for Risk-Based Ins-pection e pelo API 581 – Risk-Based Inspec-tion Technology é muito utilizada na defi-nição de planos de inspeção para unida-des de processo, agindo de forma eficaz nagestão da integridade de equipamentos in-dustriais. Diversos trabalhos na área com-provam seus resultados e salientam a im-portância dessa técnica na busca de umnível cada vez mais elevado de confiabi-lidade e segurança operacional (ver refe-rências 6, 7 e 8).

Com o objetivo de fornecer uma visão geral das regulamentações que controlam a inspeção para tubulações, será apre-sentada neste trabalho uma breve descri-ção sobre o API 581, o API 570 e a NR-13 no que tange ao assunto.

CORPO DO TRABALHO

1. API 581Segundo a metodologia de inspeção ba-

seada em risco descrita no API 581, deve-se determinar o risco de falha de tubulações através do cálculo de sua probabilidade de falha e de sua consequência de falha. O risco determinado é uma poderosa fer-ramenta usada para a criação de planos de inspeção focados nos mecanismos de de-gradação atuantes no sistema, mecanismos

Camila Pontes Pena1

Gabriela Silva2

Ricardo Sanches Costa3

1 Engenheira Química – ISQ Brasil2 Engenheira Mecânica – ISQ Brasil3Engenheiro Metalurgista – ISQ Portugal

esses que colaboram para aumento da sua probabilidade de falha. Uma das formas mais utilizadas para representar o resulta-do é a matriz de risco (Figura 1), que exibe de forma clara a distribuição do risco den-tro da unidade de processo.

Após calcular o risco de falha, a ferra-menta permite que sejam criados planos de inspeção para cada TAG de tubulação com risco acima do limite determinado. Com a execução das inspeções recomendadas pelo API 581, o risco de falha diminui e au-menta assim a confiabilidade operacional de todo o sistema ao qual essa tubulação está associada. A metodologia RBI está es-quematizada na Figura 2.

2. NR-13No Brasil, não existe norma regulamen-

tadora para inspeção de tubulações e du-tos, o que faz com que as empresas criem planos de inspeção de formas variadas para controlar o risco desses componentes.

No mês de outubro de 2012, a CNTT - Comissão Nacional Tripartite Temática da NR-13 começou a discutir a ideia de incluir no escopo dessa norma as tubulações que interligam caldeiras e vasos de pressão já por ela normatizados. No entanto, só fa-riam parte desse novo escopo as tubulaçõescom fluidos das classes A e B (inflamáveis, combustíveis, tóxicos, hidrogênio e aceti-leno), ficando de fora as tubulações com fluidos das classes C e D (vapor, ar com-

primido, gases asfixiantes simples, água, condensado e os demais diferentes de A e B). Outro detalhe é que os dutos continua-riam a não ser incluídos, independen-temente do fluido.

Com essa alteração, torna-se uma obri-gatoriedade a elaboração de planos e pro-gramas de inspeção para essas tubulações, sendo que os prazos entre as inspeções deverão ser planejadas de acordo com a categoria mais crítica do vaso de interliga-ção. Esse prazo pode ser estendido se a empresa possuir programa de inspeção baseado em mecanismos de danos, toda-via limitado a até 10 anos.

Em termos de requisitos de documen-tação para se adequar ao novo item na NR-13 serão necessários os fluxogramas de processo, as listas de linhas com dados básicos, proteção conforme os requisitos do código de projeto e indicador de pressão onde indicado no projeto (P&I).

3. API 570De acordo com o API 570 todos os

sistemas de tubulação devem ser inspe-cionados nos intervalos e frequências por ele recomendados. As inspeções recomen-dadas segundo o API 580/581 devem ser especificadas com base em um risco limite e em uma extensão numa data que seja suficiente para manter o risco dentro do limite aceitável.

A inspeção apropriada deve fornecer a

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informação necessária para determinar que todas as seções e componentes essen-ciais da tubulação encontram-se dentro dos limites de risco aceitáveis para operar até a próxima inspeção programada. Os riscos associados a paradas operacionais e partidas, assim como à possibilidade de taxas de corrosão mais elevadas devido à exposição dos equipamentos a ar e umidade durante as paradas devem ser avaliados quando se planeja uma inspeção interna.

A norma é baseada no monitoramento de uma amostra representativa de locais de inspeção em tubulações selecionadas com o objetivo de permitir uma avaliação apurada de sua condição geral. Tais locais devem ser obedecidos quando se definem os pontos de controle para medição de espessura.

A frequência e a extensão da inspeção em circuitos de tubulação aéreos ou enter-rados dependem das formas de degrada-ção que podem afetar a tubulação e a con-sequência de uma falha na mesma. As diferentes formas de degradação que po-dem afetar os circuitos de tubulações de processo são descritas na Tabela 1 (na página seguinte) e de forma mais de-talhada no API 571. Uma classificação sim-ples de tubulação com base na consequên-cia da falha é definida com base no fluido de processo através de categorias de in-flamabilidade e toxicidade.

A avaliação RBI pode ser utilizada para aumentar ou diminuir os intervalos de ins-peção descritos na Tabela 2 (na página seguinte). Similarmente, a extensão da ins-peção deve ser aumentada ou diminuída como resultado da análise RBI, Quando utilizada para aumentar intervalos ou ex-tensão da inspeção, a análise RBI deve ser conduzida em intervalos que não excedam os limites das tabelas, além de ser sempre revisada e aprovada por um inspetor de tubulação que conheça o processo, os equipamentos e as consequências de falha.

Figura 2. Metodologia RBI do API 581

Figura 1. Matriz de risco de probabilidade de falha versus consequência de falha

60 revista abendi no 58outubro de 2013

artigotécnico

4. Aplicação do RBI para inspeção de tubulações

A inspeção de tubulações representa um item extremamente importante na se-gurança operacional e funcional de uma planta industrial. Estes componentes es-tão presentes em elevado número nas ins-talações quando comparado com os equi-pamentos e, além disso, existem registros de que a maioria dos acidentes em unidades de refino de petróleo ocorreu por falhas de componentes de tubulações de pequeno diâmetro e baixa espessura, que não eram inspecionadas de forma adequada. Observou-se que em média 90% dos itens de uma planta que estão com risco acima do limite estabelecido e necessitam de inspeção são tubulações, enquanto somente 10% são equipamentos. Este resultado foi extraído de vários estudos de RBI feitos pelo ISQ e pode ser explicado por três motivos. Primeiro, com a existência da NR-13 a inspeção dos equipamentos é efetiva na redução do seu risco. Segundo, o fato de as tubulações serem numerosas e representarem a maioria dos componentes em termos de dados percentuais. Por últi-mo, constatou-se nesses estudos que háum reduzido número de ações de inspeçãoem tubulações por falta de regulamentação específica e questões de custo. Os resulta-dos obtidos mostram a importância do controle efetivo das tubulações.

Para demonstrar uma aplicação prática serão apresentados resultados de estudos reais de RBI em tubulações de unidades operacionais, cujas inspeções podem tam-bém ser feitas em operação, ajudando na redução do tempo de paradas.

Para controlar o risco associado à pro-

Tabela 1. Mecanismo e tipos de dano típicos de tubulação (3)

Tabela 2. Intervalos máximos de inspeção recomendados (3)

As classes são descritas a seguir

As classes são descritas a seguir:

Classe 1 a) produtos inflamáveis se auto-refrigeram e levam à fratura frágil.b) fluidos pressurizados que se vaporizam rapidamente durante um vazamento, geran-do gases que se acumulam formando uma mistura explosiva, tal como hidrocarbonetos C2, C3 e C4. c) H2S com concentração maior que 3% em peso em uma corrente gasosa.d) HCl anidro e HF.e) fluidos inflamáveis que operam acima de sua temperatura de auto-ignição.

Classe 2 a) hidrocarbonetos que se vaporizam lentamente durante um vazamento, tais como os que operam abaixo do ponto de ebulição.b) gás combustível, hidrogênio e gás natural. c) ácidos fortes e soluções cáusticas.

Classe 3 a) hidrocarbonetos que não se vaporizam significativamente durante um vazamento, tais como os que operam abaixo do ponto de ebulição.b) linhas de destilados e produtos e linhas de armazenamento e carregamento.c) tubulações de tanques.

Classe 4 a) vapor e condensado de vapor.b) ar.c) nitrogênio.d) água, incluindo água de alimentação da caldeira e água ácida.e) óleo lubrificante e óleo de selagem.f) encanamentos e esgoto.

61tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

babilidade de falha por corrosão externa (seja ela atmosférica ou sob isolamento) e por corrosão interna (perda de espessura) foram recomendadas nestes estudos as seguintes inspeções não-intrusivas de acordo com o API 581, separadas por tipo de dano e diâmetro:

A) Tubulações com diâmetro maior ou igual a 2” pintadas: inspeção visual externa e medição de espessura com ultrassom convencional.

B) Tubulações com diâmetro menor que 2” pintadas: inspeção visual externa e radiografia digital para registro de es-pessura.

C) Tubulações com diâmetro maior ou igual a 2” isoladas: remoção total ou parcial do isolamento para visualizar a condição da superfície através de inspeção visual e medição de espessura com ultrassom convencional.

D) Tubulações com diâmetro menor que 2” isoladas: remoção total ou parcial do isolamento para visualizar a condição da superfície através de inspeção visual e radiografia digital para registro de espessura.

A inspeção visual externa e radiografia

digital são possíveis de se realizar com ocomponente em operação. Sabe-se que é possível realizar medição de espessura com ultrassom convencional em tubulações ope-rando a temperaturas de até 60ºC. No entanto, já existem técnicas avançadas co-mo o PEC (pulsed eddy-current) que permi-tem realizar a medição em temperaturas mais elevadas e até mesmo sob isolamento. Para os casos de corrosão sob isolamento sem o uso de técnicas avançadas, o API 581 recomenda a remoção do isolamento para visualização da superfície do metal, o que deve ser feito com a tubulação fora de operação. Assim, de uma forma geral, podemos eliminar grande parte desses itens recomendados executando uma ins-peção em funcionamento, ou seja, sem a necessidade de fazê-la em paradas de manutenção.

Com relação aos prazos de inspeção estipulados pelo API 570, nem sempre será possível diminui-los no primeiro cálculoRBI, mas assim que as inspeções forem executadas e seus resultados alimentados no software, torna-se possível estender esses prazos de acordo com os mecanis-mos de dano que contribuem para a

probabilidade de falha da tubulação. Para atender ao novo adendo da NR-13

referente a tubulações, os planos de inspe-ção gerados pelo RBI serão suficientes para controlar sua degradação, evitando assim acidentes que poderiam resultar em ferimentos em pessoas com ou sem afastamento e até mortes.

CONCLUSÃO

Tubulações são componentes que repre-sentam uma parcela muito significativa do risco global das instalações, pela sua grande quantidade e pelos níveis baixos de inspeção devido à falta de regulamentação no Brasil. Este trabalho contém uma breve descrição sobre normas associadas à ins-peção de componentes de tubulações e conclui-se que o RBI é uma ferramenta adequada para auxiliar na geração de pla-nos de inspeção para tais componentes, pois além de sua comprovada eficiência, o uso da metodologia é recomendado pelo API 570. Adicionalmente, com a nova diretriz na NR-13 que incluirá algumas tubulações no controle, pode-se usar o RBI para gerenciar o risco associado a esses itens.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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calendário

Novembro DataControle Dimensional CL Noturno 4/11 a 14/12Partículas Magnéticas N2 Noturno 11/11 a 2/12Ultrassom Medição de Espessura Noturno 18 a 28

Cetre-Santos

Novembro-Diurnos DataMini Curso de Análise de Vibrações 05Mini Curso de Radiografia Digital 12Nivelamento - Nível 3 - Turma 2 25/11 a 06/12

Novembro-Noturnos DataMini Curso de Elaboração de Procedimento de US conforme Norma ASME V 07 e 08

Abendi-SãoPaulo

Novembro DataOrganização de Gestão dos ENDs 25 a 29

Abendi-Pernambuco

Dezembro DataLíquido Penetrante N2 Diurno 9 a18 Ultrassom Medição de Espessura Diurno 16 a 20Líquido Penetrante N2 Noturno 2 a 17Ultrassom N2 Noturno 2/12/2013 a 2/1/2014Controle Dimensional TO Noturno 10/12/2013 a 15/1/2014

Novembro DataUltrassom Medição de Espessura Noturno 11 a 22

Cetre-RiodeJaneiro

Dezembro DataER N2 Noturno 25/11 a 24/12TPP N2 Noturno 16/12/2013 a 2/1/2014

63tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

Novembro DataUltrassom por Medição de Espessura Diurno 4 a 8Ultrassom N2 Diurno 4 a 26Líquido Penetrante N2 Diurno 4 a 13Líquido Penetrante N2 Noturno 11 a 28Partículas Magnéticas N2 Diurno 11 a 26DV N2 Diurno 26 a 29DV N1 Diurno 27 a 29

Cetre-SãoPaulo

Novembro DataPartículas Magnéticas N2 Noturno 11/11 a 2/12Controle Dimensiobal CL Noturno 11/11 a 21/12Ultrassom por Medição de Espessura Notunro 18 a 28Ultrassom N2 Noturno 18/11 a 18/12

Cetre-Salvador

Dezembro DataUltrassom por Medição de Espessura Diurno 2 a 6 Ultrassom N2 Diurno 2 a 20 Líquido Penetrante N2 Diurno 2 a 11 Partículas Magnéticas N2 Noturno 2 a 21 Controle Dimensional CL Noturno 9/12 a 18/1/2014 Líquido Penetrante N2 Noturno 9 a 24 Ultrassom por Medição de Espessura Noturno 16 a 26Ultrassom N2 Noturno 16/12 a 16/1/2014 DV N2 Diurno 17 a 20DV N1 Diurno 18 a 20

Dezembro DataUltrassom por Medição de Espessura Noturno 9 a 18Líquido Penetrante N2 Diurno 9 a 18Ultrassom por Medição de Espessura Diurno 16 a 20Líquido Penetrante N2 Noturno 2 a 17

Novembro DataControle Dimensional CL Noturno 11/11 a 23/12Partículas Magnéticas N2 Noturno 18/11 a 9/12Ultrassom por Medição de Espessura Noturno 25/11 a 4/12Ultrassom N2 Noturno 25/11 a 26/12Controle Dimensional CL Noturno 11/11 a 23/12

Cetre-Taubaté

Dezembro DataLíquido Penetrante N2 Noturno 2 a 18Ultrassom por Medição de Espessura Noturno 9 a 18Líquido Penetrante N2 Diurno 9 a 18Ultrassom por Medição de Espessura Diurno 16 a 20

64 revista abendi no 58outubro de 2013

calendário

Petrus-SãoPaulo

Novembro DataUltrassom N2 04Partículas Magnéticas N2 04

Dezembro DataLíquido Penetrante N2 02

classificados

INSPEWELD Consultoria Inspeções e TreinamentoRua Paulo Tinoco Cabral, 423 - Jd. São Luis – Cep: 14020-270 - Ribeirão Preto - SPTelefones: (16) 3237-8675 / 8154-6143 - Email: [email protected] - Site:www.inspeweld.comEmpresa especializada em Inspeção de Soldagem e Fabricação. Realizamos Serviços de Inspeção em Geral, Ensaios Visual, Ultrassom, Líquido Penetrante, Partícula Magnética, entre outros, e ainda oferecemos Cursos e Treinamentos em Inspeção de Soldagem e END.

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Novembro DataControle Dimensional MQ Noturno 11/11 a 30/12Partículas Magnéticas N2 Noturno 18/11 a 7/12IE N2 Noturno 25/11 a 4/12

Cetre-Pernambuco

Dezembro DataUltrassom por Medição de Espessura Noturno 2 a 11Líquido Penetrante N2 Noturno 2 a 17Líquido Penetrante N2 Diurno 9 a 18Ultrassom por Medição de Espessura Diurno 9 a 13

65tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

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